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www.cbic.org.br NOTÍCIAS CONSTRUÇÃO CIVIL AVANÇA NA CAPACITAÇÃO EM ÉTICA E COMPLIANCE Informativo da Indústria da Construção Newsletter :: Edição 64 :: 14/10/2016 PROMOVIDO PELA CBIC, SEMINÁRIO REUNIRÁ EMPRESÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SALVADOR PARA DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DO COMPLIANCE O fortalecimento dos mecanismos de con- trole interno e a modernização dos marcos regulatórios de gestão para entidades e empresas da construção civil são temas centrais do seminário “Ética & Compliance para uma Gestão Eficaz”, que será realizado em Salvador no dia 18/10. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Sesi Nacional, esse evento dá continuidade ao processo de capacitação do setor iniciado em junho e vai disseminar as ferramentas disponíveis para fortalecer mecanismos internos de controle, assim como indicar normas de conduta que tornem mais difícil a prática de desvios. “Vamos levar ao nosso público alguns cuidados necessários no ambiente de negócios e disseminar pontos que achamos importantes para que se fechem janelas de oportunidade de corrupção”, afirma José Carlos Martins, presidente da entidade. Realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o seminário inaugura a agenda de debates estaduais em torno do tema ética e com- pliance, mobilizando empresários e dirigentes da construção civil e também integrantes dos poderes Judiciário e Executivo regionais. “As mudanças na sociedade, aceleradas com as ferramentas de co- municação de massa, exigem maior transparência nas relações entre pessoas, empresas e governos, impõem práticas que visem a sustentabilidade ambiental, econômica e social, dentro de padrões e valores éticos”, diz Carlos Henrique Passos, presidente do Sinduscon-BA. “Neste evento serão apresentados visões e conceitos que devem ser incorporados no ambiente empresarial”, avisa. Na ocasião, a CBIC vai apresentar o Guia de Ética & Compliance da Construção Civil, formado

CONSTRUÇÃO CIVIL AVANÇA NA CAPACITAÇÃO EM ÉTICA … · O fortalecimento dos mecanismos de con-trole interno e a modernização dos marcos ... e valores éticos”, diz Carlos

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NOTÍCIAS

CONSTRUÇÃO CIVIL AVANÇA NA CAPACITAÇÃO EM ÉTICA E COMPLIANCE

Informativo da Indústria da ConstruçãoNewsletter :: Edição 64 :: 14/10/2016

PROMOVIDO PELA CBIC, SEMINÁRIO REUNIRÁ EMPRESÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL EM SALVADOR PARA DISCUTIR A IMPORTÂNCIA DO COMPLIANCE

O fortalecimento dos mecanismos de con-trole interno e a modernização dos marcos regulatórios de gestão para entidades e empresas da construção civil são temas centrais do seminário “Ética & Compliance para uma Gestão Eficaz”, que será realizado em Salvador no dia 18/10. Promovido pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) e pelo Sesi Nacional, esse evento dá continuidade ao processo de capacitação do setor iniciado em junho e vai disseminar as ferramentas disponíveis para fortalecer mecanismos internos de controle, assim como indicar normas de conduta que tornem mais difícil a prática de desvios. “Vamos levar ao nosso público alguns cuidados necessários no ambiente de negócios e disseminar pontos que achamos importantes para que se fechem janelas de oportunidade de corrupção”, afirma José Carlos Martins, presidente da entidade.

Realizado pelo Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), com apoio da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), o seminário inaugura a agenda de debates estaduais em torno do tema ética e com-pliance, mobilizando empresários e dirigentes da construção civil e também integrantes dos poderes Judiciário e Executivo regionais. “As mudanças na sociedade, aceleradas com as ferramentas de co-municação de massa, exigem maior transparência nas relações entre pessoas, empresas e governos, impõem práticas que visem a sustentabilidade ambiental, econômica e social, dentro de padrões e valores éticos”, diz Carlos Henrique Passos, presidente do Sinduscon-BA. “Neste evento serão apresentados visões e conceitos que devem ser incorporados no ambiente empresarial”, avisa.Na ocasião, a CBIC vai apresentar o Guia de Ética & Compliance da Construção Civil, formado

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“A lei anticorrupção é uma marco ainda novo e há

desinformação. Esse projeto tem como objetivo principal

levar informação qualificada às empresas”

José Carlos MartinsPresidente da CBIC

por documentos que trazem as mais atuais prem-issas e ações de compliance, alinhadas a padrões internacionais, que servirão de referência e sug-estão para entidades do setor e suas empresas associadas. Esse ferramental é inédito e inclui um guia referencial de ética; um guia de compli-ance e representação política – incluindo a Lei Anticorrupção comentada; um código de conduta concorrencial para a construção civil; e um manual de avaliação de risco de corrupção nas empresas. Outro documento aponta 12 ações consagradas no relacionamento com o poder público que po-dem estimular a prática desvios e cuja correção tem sido defendida pelo setor. “São exemplos os projetos mal feitos, a falta de transparência na ordem cronológica do pagamento de faturas e orçamentos irreais”, diz o presidente da CBIC.

ESFORÇO PEDAGÓGICO

Disponíveis também em meio digital, os documen-tos apontam as melhores práticas no relaciona-mento empresarial com o poder público e outros atores e são o desfecho de um trabalho iniciado em 2013, em paralelo às discussões em torno da lei anticorrupção no Congresso Nacional, quando a CBIC e seus parceiros decidiram atualizar as informações disponíveis e formular um arcabouço mais moderno nessa área. “A lei anticorrupção é uma marco ainda novo e há desinformação. Esse projeto tem como objetivo principal levar infor-mação qualificada às empresas”, diz Martins.

Durante o encontro no Sinduscon–BA, Gesner Oliveira, consultor da G.O Associados e Leonardo Barreto, cientista político, dois dos especialistas responsáveis pela formulação de parte dos documentos do Guia de Ética e Compliance para lnstituições e Empresas da Construção Civil apresentarão as linhas gerais do tema. No painel principal dos debates, a ministra aposen-tada do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Eliana Calmon, abordará a Lei de Improbidade Empresarial, também com foco no compliance. O secretário de Controle Externo do Tribunal de Constas na Bahia, Nicola Espinheira da Costa abordará o tema Ética na Administração Pública e na relação público x privado.

Confira o link abaixo e veja a programação com-pleta: http://bit.ly/2e74oJZ

Clique nas capas abaixo para visualizar as publi-cações do projeto Ética & Compliance:

O presidente da CBIC, José Carlos Martins, e o presidente do Sinduscon-BA, Carlos Henrique Passos

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LIMITE PARA GASTO PÚBLICO PODE ESTIMULAR A REDUÇÃO DOS JUROS E FAVORECER A RETOMADA DO INVESTIMENTOEMPRESÁRIOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL APOIAM EMENDA CONSTITUCIONAL E ESPERAM DO LEGISLATIVO OUTROS SINAIS DE COMPROMISSO COM O AJUSTE

Empresários e dirigentes da construção civil rece-beram como sinal positivo a aprovação da proposta de emenda constitucional que fixa um limite para os gastos públicos. Ratificada sem alterações pela Câmara dos Deputados, no primeiro turno de votação, a PEC 241/2016 é enxergada como solução potencial para o problema do financia-mento da dívida pública brasileira, ferramenta que pode afastar o risco de o país entrar em solvência e ainda resgatar a credibilidade do Brasil perante os investidores estrangeiros e nacionais, sinalização importante para a reversão da crise econômica. “O governo perdeu o controle dos gastos e se não tiver uma trava para isso, o Brasil não volta à normalidade”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

A entidade e suas associadas publicaram mani-festo em jornais de circulação nacional e regional, defendendo a criação do teto nos dias que ante-cederam a votação na Câmara. Para os empresári-os da construção, ao afastar as incertezas sobre a capacidade do país de honrar a sua dívida, dando segurança aos investidores, o risco de investir e operar no Brasil cairá, favorecendo o investimento no setor produtivo. “O Brasil volta a ser visto como oportunidade, não mais como risco. Esse é um ingrediente decisivo para o processo de recu-peração do emprego e da renda do trabalhador”, avalia Martins.

Outro aspecto positivo é a perspectiva da redução dos juros e o retorno dos recursos dos investidores estrangeiros e brasileiros que recoloquem o país na rota do crescimento sustentado. A reunião do Comitê de Política Monetária da próxima semana, caso se confirme a expectativa de queda do juro, abre caminho para a retomada do crédito tanto para consumo como para investimento.

Com a crise fiscal os investimentos em infraestru-tura do país entraram em queda, a economia entrou em recessão, inflação e juros subiram e o desemprego veio forte, tendo na construção civil um dos setores mais afetados. “Nós entendemos que é da maior importância mostrar à população quem é o grande vilão, nesse instante. Somente no setor da construção mais de 700 mil empregos foram perdidos”, destacou o presidente da CBIC.

GARGALO E OPORTUNIDADE

De acordo com os dados da última PNAD Contínua, divulgada pelo IBGE, de junho a agosto deste ano, a taxa de desemprego chegou a 11,8% com 12 milhões de desempregados.

Mesmo com os programas de infraestrutura criados na gestão passada, os números evidenciam que o investimento brasileiro nesse campo estão abaixo de outros países emergentes. Estudo publicado pela Comissão de Obras Públicas, Concessões e Privatizações (COP) da CBIC, indica que o Brasil investe muito pouco em infraestrutura: entre 2% e 2,5% do PIB. Trata-se de um montante baixo, movimento iniciado na década de 1970 – até o ano 2000, o investimento em infraestrutura caiu continuamente, passando de uma média de 5,4% para 2,2% do PIB. O Brasil investiu, em média, pouco mais de 2% PIB em infraestrutura. No período de 2001 a 2014, a média de investimentos foi de R$ 967 bilhões, o correspondente a 2,18% do PIB. Para se aproximar dos países emergentes

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vizinhos, a taxa de investimento deveria ficar entre 4% e 5%. O governo federal já anunciou que a retom-ada dos investimentos em infraestrutura será via modalidades de mercado, com parceria público-privada e concessões.

A PEC 241, que cria o novo Regime Fiscal, diz que as despesas não poderão crescer acima da inflação. O gasto de cada ano ficará limitado ao gasto do ano anterior, acrescido da variação da inflação. Uma con-sequência dos limites de gastos públicos impostos pelo novo Regime Fiscal, é que os investimentos em infraestrutura terão que ser financiados com capital privado. Para o economista da CBIC, Luis Fernando Melo, no setor da construção o segmento de infraestrutura tem demanda, assim como no segmento da habitação.

PEC DO TETO DOS GASTOS PÚBLICOS

1. Limite das despesasAs despesas públicas (incluí restos a pagar de anos anteriores) não podem crescer acima da inflação em 12 meses no período encerrado em junho do ano anterior.

As despesas com saúde e educação também estão incluídas na regra.

2. Regras especiais - 2017Para 2017, excepcionalmente, as despesas totais vão crescer em torno de 7,0%.

Haverá regras especiais para as destinação da Educação e Saúde:- A Educação segue o piso atual de 18% da receita dos impostos- A Saúde será complementada com 15% da Receita Corrente Líquida (RCL)

3. Despesas fora do tetoDeterminadas despesas não ficam sujeitas ao teto, como as receitas do governo federal para Estados e Municípios; gastos para a realização das eleições e complementação ao Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais (Fundeb).

4. RevisãoA partir do décimo ano de vigência da Emenda à Constituição, por meio de um Projeto de Lei Complementar, o presi-dente da República poderá propor mudança no critério de correção dos gastos.

5. Despesa por órgãoA Proposta do Orçamento deverá limitar os gastos dos 3 poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), do Ministério Público e da Defensoria Pública.

Dentro de um mesmo poder, serão previstos limites de despesa por órgão.

Se gastos em determinada área necessitar de uma correção acima da inflação, outra área, em compensação, terá uma correção menor.

6. Desrespeito do tetoO órgão que descumprir o seu teto ficará impossibilitado, no exercício seguinte, de conceder aumento salarial, contra-tar pessoal e criar nova despesa, entre outras vedações.

A proibição vigorará até que as despesas do órgão retornem ao limite do teto.

EVOLUÇÃO DA TAXA DE INVESTIMENTO EM INFRAESTRUTURA, COMO PERCENTAGEMDO PIB, DECOMPOSTA ENTRE INVESTIMENTO PÚBLICO E PRIVADO, DE 1980 A 2006.2

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ARTIGO DO ESPECIALISTA

RENEGOCIAÇÕES DE PLANOS EMPRESÁRIOS

JOSÉ IRENALDO JORDÃO QUINTANS é economista, pós-graduado em Finanças Empresariais, titular da Construtora Ibérica Ltda. e vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC; PAULO JOSÉ RODRIGUES DE LEMOS é advogado, Msc. em Administração, titular da PL Finanças Corporativas

Historicamente responsável por 8% do PIB, a construção civil é, em todas as economias, a locomotiva de ciclos de ex-pansão e crescimento, em face do seu potencial de geração de emprego, renda e bem estar social. Todavia, como sói acontecer com qualquer atividade produtiva, é a disponibili-dade do crédito bancário o combustível que permite ao setor o exercício pleno desse potencial. Senão, vejamos.

Conforme informações do Banco Central do Brasil, BACEN,

entre junho de 2015 e maio de 2016, o volume dos novos fi-nanciamentos habitacionais atingiu R$ 39 bilhões, aplicados em 184.718 unidades, acusando um decréscimo ao redor de

57% em relação a idêntico período do ano anterior. Essa retração se opõe a pesquisa da Fundação de Pesquisa Econômica Aplicada, FIPE, que aponta uma reação nas intenções positivas de compra no trimestre subsequente: o percentual de respondentes ficou estável em 44%, no segundo trimestre de 2016.

Aliás, em consonância com o movimento ascendente, a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança, ABECIP, apontou uma redução de 9% dos estoques das construtoras e incorporadoras listadas na BM&FBovespa, no período de janeiro a março do corrente.

Entretanto, esse movimento ainda não encontra reflexo nos valores aplicados, pelas instituições financeiras, em operações de financiamento imobiliário. A análise do volume do crédito para o setor, no período entre 2010 e 2016, exibe forte retração. Poder-se-ia mesmo afirmar que, em termos de valores investidos, as instituições financeiras retrocederam a 2010. E decrescem: até junho de 2016, foi contratada apenas metade de igual período de 2015.

Aliás, ratificando esse comportamento retraído, o próprio BACEN, no seu site, atesta a evolução do saldo de recolhimento obrigatório dos bancos, por insuficiência de aplicação no crédito à habitação. Em maio de 2016, esse valor alcançou a fábula de R$ 116 bilhões, captada através de poupança, cuja destinação não foi - como de regra - a carteira habitacional.

Posto isso, o escopo deste artigo, para além de ressaltar a importância do crédito imobiliário em oposição à atual política restritiva do setor bancário, é expor as dificuldades que o segmento imobiliário tem enfrentado nas relações comerciais com esses parceiros financeiros, os quais, sem embargo, vêm tirando partido do cenário adverso. Valendo-se da fragilidade das empresas tomadoras diante do momento negativo da demanda, impõem condições desfavoráveis - quando não irregulares - para atendimento às prorrogações e alteração de cláusulas contratuais, imprescindíveis à manutenção do equilíbrio contratual e do adimplemento das construtoras perante o mercado.

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A Resolução Bacen nº 3932, que regulamenta os financiamentos à habitação, não proíbe a cobrança de taxas adicionais, também conhecidas com “fee”. Entretanto, em seu artigo 14, inciso III, estabelece que o custo efetivo máximo para o mutuário final, compreendendo juros, comissões e outros encargos financeiros, não poderá ultrapassar 12% a.a. Não é fato incomum a cobrança da famigerada “fee” por todos os bancos; porém, na grande maioria dos casos, ficou observado que, além de não fazer constar no contrato ou aditivo, o custo efetivo total, após a inclusão da tarifa, ultrapassou o limite regulamentar. Não seria leviano, portanto, afirmar que a não inclusão em cláusula contratual, conforme também observado, parece ter por objetivo o contorno da limitação imposta pela autoridade reguladora.

Noutra vertente, quando não cumulativa com a cobrança de “fee”, mas travestida sob o manto da “reciprocidade”, as empresas têm sido compelidas a comprar produtos de seguridade, previdência ou capitalização para levar a bom termo as suas demandas de prorrogação. As instituições financeiras, por ocasião da formalização do aditivo de prorrogação, impõem esse esforço de desencaixe às em-presas, já às voltas com seriíssimas limitações de caixa. Analogamente, a “reciprocidade” também é imposta aos mutuários finais, constituindo-se incentivo ao recuo destes.

Outro ponto que merece registro é o fato de que contratos de financiamento à produção imobiliária têm como garantia a hipoteca do imóvel, com as acessões e benfeitorias incorporadas no decorrer da produção. No momento dessa formalização, a relação existente entre o valor do financiamento e o valor o valor de avaliação do imóvel hipotecado corresponde a 2,7 vezes o valor do financiamen-to. Compreensível, justo e equilibrado esse vínculo. Com o passar do tempo, todavia, ocorrendo a realização paulatina do cronograma de obra, somada às liberações, novas vendas e amortizações efetivadas, bem como a redução do saldo devedor e a atualização dos valores das unidades, o índice de hipoteca em relação ao saldo devedor é elevado para percentuais de até 1.000%, ou seja, a garantia passa a corresponder a dez vezes o saldo devedor. Dispensável acrescentar qualquer comentário adicional quanto à perda do equilíbrio econômico-financeiro do contrato, nestes casos, dada a evidente vantagem do credor em desfavor do devedor. É precisamente a partir desse estágio que as vendas aumentam e os pedidos de baixa de hipoteca fluem com maior velocidade, fato que gera às construtoras um esforço de caixa desproporcional, no sentido de pagar juros, amortizar saldo devedor e pagar o Valor Mínimo de Desligamento, VMD, ao banco credor. Com o objetivo de manter a segurança do crédito bem como o índice inicialmente contratado, urge, portanto, que sejam adotados mecanismos permanentes de aferição do volume hipotecado. Assim, à medida que o fluxo físico-fi-nanceiro do contrato for se realizando, com respaldo na atualização das avaliações, o devedor teria a liberação de unidades hipotecadas, sem o recolhimento de VMD, desde que o índice de cobertura do saldo devedor fosse preservado no nível originalmente formalizado. Propõe-se a seguinte questão: por que no momento da cobrança do VMD os bancos consideram o valor atualizado das unidades do empreendimento, enquanto que, em relação à hipoteca, estes não são considerados para repor o equilíbrio econômico-financeiro do contrato, resgatando a relação entre o quantum do financiamento e o volume de garantia hipotecária original?

Vamos além. O Decreto Lei 2.407/88, em seu artigo 1º, prevê que “Ficam isentas do Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, e sobre Operações relativas a Títulos e Valores Mobiliários (IOF) as operações de Crédito de fins habitacionais, inclusive as destinadas a infra-estrutra e san-eamento básico relativos a programas ou projetos que tenham a mesma finalidade”. Por ocasião das repactuações aqui mencionadas, as empresas estão perdendo essa condição. Isto é, a natureza de operação de crédito para fins habitacionais, que conta com o benefício tributário, está sendo eliminada. As renegociações estão sendo conduzidas no âmbito de operações comerciais, levando à mudança

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EXPEDIENTE:

Presidente da CBIC: José Carlos MartinsEquipe de Comunicação:Doca de Oliveira – [email protected] Ana Rita de Holanda – [email protected] Bezerra – [email protected]

Paulo Henrique Freitas de Paula – [email protected]ção: Carmen Cunha

Contato comercial: (61) 3327-1013 / [email protected] Gráfico: RadiolaDiagramação: Paulo Henrique Freitas de Paula

AGENDA

19 e 20 de OutubroVISITA TÉCNICA E REUNIÃO COMAT/CBICLocal: Sinduscon - Novo Hamburgo - RS

17 de NovembroO FUTURO DA MINHA CIDADE Local: Brasília-DF

01 e 02 de DezembroREUNIÃO DA COMISSÃO DE MEIO AMBIENTE E VISITA TÉCNICALocal: Fortaleza-CE

24 a 26 de Maio de 201789° ENCONTRO NACIONAL DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO (ENIC) - BRASÍLIAInscrições abertas: www.cbic.org.br/enic

18 de Outubro

18 de Outubro

WORKSHOP IMPLEMENTAÇÃO DO BIMLocal: Sede do Sistema Firjan - Rio de Janeiro-RJInscrições: http://www.firjan.com.br/eventos/implementacao-do-bim-1.htm

ÉTICA E COMPLIANCE PARA UMA GESTÃO EFICAZLocal: Auditório do Sinduscon-BA - Salvador-BA

das características do crédito, com a elevação dos respectivos custos que lhe são inerentes.

Concluindo, parece razoável se pensar que, face às incertezas macroeconômicas ora vivenciadas, os obstáculos ao retorno do crescimento da construção civil só serão superados com o somatório dos esforços de todos os agentes econômicos participantes.

Efetuar a prorrogação de prazos, de construção, de carência e de pagamento, de forma customizada às características de cada empreendimento, observando a sua geração de fluxo financeiro e sua ca-pacidade de pagamento diante das circunstâncias mercadológicas do momento são medidas lúcidas, que afrouxarão o torniquete da demanda que sufoca o caixa das empresas. Alterações para elevar o custo financeiro combinadas com prazos claramente inadequados à atividade são paliativas, elevam o risco de inadimplemento e tão-só adiam a necessidade de medidas definitivas.

Enfim, não se pretende, com esta argumentação, que as instituições bancárias abram mão das suas garantia e rentabilidade, compatíveis com a atividade creditícia. Afinal, o mercado é soberano. Contudo, não se deve perder de vista que o financiamento à habitação é um potente instrumento de política de desenvolvimento econômico e social. Em assim sendo, quando demandada pelo tomador, a repactuação deve ser realizada de forma a manter o funding e a natureza de financiamento à habitação, respeitados o custo total preconizado no artigo 14, inciso III, da Resolução Bacen nº 3932, e o benefíco fiscal preconizado no Dec.Lei 2407/88. Empresários e bancos, juntos, podem ajudar o Brasil a retomar sua trajetória.