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Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento de GPL Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Cliente: ProGas Moçambique, Limitada Versão: 1.1 Março de 2017 www.erm.com

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Construção e Operação de uma Unidade de Enchimento de GPL

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Cliente: ProGas Moçambique, Limitada Versão: 1.1 Março de 2017 www.erm.com

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ProGas Moçambique, Limitada (Proponente do Projecto)

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) Março de 2017 Referência: 0331344

Preparado por: Revisto e Aprovado por:

Décio Camplé Paula Gonzalez

Este relatório foi preparado pela Environmental Resources Management, e Impacto, com toda a competência, cuidado e diligência razoáveis nos termos do Contrato com o cliente, incorporando os nossos Termos Gerais e Condições de Negócios e considerando os recursos dedicados ao mesmo em acordo com o cliente. Não aceitamos qualquer responsabilidade perante o cliente e outros com relação a nenhum assunto fora do âmbito acima. Este relatório é confidencial para o cliente e não aceitamos nenhuma responsabilidade perante terceiras partes a quem este relatório ou partes deste relatório sejam divulgadas. Tais partes referem-se ao relatório a seu próprio risco.

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LISTA DE ACRÓNIMOS

Abreviatura Definição °C Graus Celcius AIA Avaliação de Impacto Ambiental AID Área de Influência Directa AII Área de Influência Indirecta CFM Caminhos de Ferro de Moçambique DINAB Direcção Nacional de Ambiente DPTADER Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural DUAT Direito de Uso e Aproveitamento de Terra EDM Electricidade de Moçambique EIA Estudo de Impacto Ambiental EIAS Estudo de Impacto Ambiental e Social EPDA Estudo de Pré-Viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito ERM Environmental Resources Management FIPAG Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água GPL Gás de Petróleo Liquefeito INE Instituto Nacional de Estatística I.P Instrução do processo m Metro m3 Metro cúbico m3/s Metro cúbico por segundo MICOA Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental MIC Ministério da indústria e Comércio MQR Matriz de Questões e Respostas MITADER Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural mm Milímetro ONGs Organizações Não-Governamentais PGA Plano de Gestão Ambiental PI&As Partes Interessadas e Afectadas PPP Processo de Participação Pública REIA Relatório de Estudo de Impacto Ambiental RPP Relatório de Participação Pública TdR Termos de Referencia

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1 INTRODUÇÃO

1.1 ANTECEDENTES DO PROJECTO

A ProGas Limitada (doravante designada por ProGas) empresa do ramo de Petróleo e Gás que opera em Moçambique pretende instalar uma unidade de enchimento de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL) no Bairro da Munhava - Casquinha, na Cidade da Beira, Província de Sofala, em Moçambique. De acordo com o Plano de Estrutura Urbana actual do Município da Beira, a área do projecto está inserida no Bairro Vaz (Posto Administrativo da Munhava), numa área definida e parcelada para fins industriais. A referida unidade, orçada em sete milhões de dólares americanos (USD 7 000 000,00), será construída de raiz, numa área de 15000m2 e terá uma capacidade de enchimento de GPL, na fase inicial, de 15000 toneladas métricas por ano, estando previsto o enchimento diário de, aproximadamente, 4000 botijas cilíndricas. De acordo com a legislação Moçambicana, a Lei de Ambiente (Lei 20/1997), o projecto proposto requer uma Licença Ambiental sendo, portanto, necessária a realização de uma Avaliação de Impactos Ambientais (AIA). Para o efeito, a ProGas contratou a Environmental Resources Management (ERM) para realizar o estudo de Impacto Ambiental (AIA) do projecto que, de forma subsequente, elaborou e submeteu, a 11 de Fevereiro de 2016, à Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala a respectiva Instrução do Processo (IP) para o registo e categorização da actividade. Após a pré-avaliação da IP, e baseando-se no Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, a DPTADER classificou o projecto como sendo de Categoria A (Anexo I – Carta de Categorização, com referência 183/DGA/180) sendo, para o efeito, necessária a elaboração de um Estudo de Impacto Ambiental (EIA). A DPTADER recomendou a elaboração do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e de Definição de Âmbito (EPDA) e os respectivos Termos de Referência (TdR), tendo estes sido elaborados e posteriormente submetidos a Direcção Nacional de Ambiente (DINAB), bem como para a DPTADER de Sofala para análise e aprovação, tendo estes sido posteriormente aprovados pela DINAB a 11 de Janeiro de 2017. Uma serie de recomendações foram incorporadas na carta de aprovação do EPDA (Refa. no17/MITADER/GM/183/2017) datada 11 de Janeiro de 2017. Estas recomendações foram consideradas e incorporadas no presente estudo, sendo que no Anexo II, são identificadas estas recomendações e como foram incorporados no estudo Este EIA foi elaborado seguindo as disposições do novo Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impactos Ambientais, o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro, que entrou em vigor a 31 de Março de 2016.

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1.2 IDENTIFICAÇÃO DO PROPONENTE DO PROJECTO E DO CONSULTOR DE AIA

1.2.1 O Proponente do Projecto

O proponente do presente projecto é a ProGas Limitada. Os dados referentes ao endereço físico e contactos são abaixo apresentados:

ProGas Limitada Endereço em Maputo: Av. Zedequias Manganhela, n°267,

Prédio Jat IV, 6º Andar Tel: +258 21 306 120

Endereço na Beira: X-Storage - Terminal de Combustíveis situado no Porto da

Beira.

Contacto: Calisto Macane - [email protected]

1.2.2 O Consultor Ambiental

Para a realização do processo de AIA, a ProGas contratou a Environmental Resources Management (ERM), uma empresa global de consultoria ambiental com mais de 5 000 especialistas em mais de 160 escritórios distribuídos por 40 países. A ERM é uma das maiores empresas de consultoria totalmente focada em sustentabilidade na região. A ERM está registada no MITADER para elaborar estudos de impacto ambiental, bem como auditorias ambientais. Os dados de contacto do escritório da ERM em Moçambique são os seguintes:

ERM International Services Ltd

Av. Marginal, Torres Rani n° 141, 6º Andar

Maputo, Moçambique Tel: +258 84 0939502

Contacto: Décio Camplé - Correio electrónico: [email protected]

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1.3 LOCALIZAÇÃO DO PROJECTO

A unidade de enchimento de GPL proposta pela ProGas será construída na Cidade da Beira, no Bairro da Munhava-Casquinha, província de Sofala (Figura 1.1). O local de implantação do projecto foi identificado pelo proponente do projecto, em coordenação com os representantes da empresa Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM) e as autoridades municipais da Cidade da Beira. Os dados referentes á posse da terra são apresentados no Anexo VI do presente relatório.

Figura 1.1 Localização do Projecto

Trata-se de uma área de 15000m2 (150m x 100m), cujas coordenadas aproximadas dos pontos limite são apresentadas na Tabela 1.1.

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Tabela 1.1 Coordenadas da Área do Projecto

Canto Latitude Longitude M-1 696015.77 7809197.94 M-2 696137.97 7809111.68 M-3 696080.49 7809029.86 M-4 695965.57 7809110.26 M-5 695958.29 7809116.13

1.4 METODOLOGIA DE AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL

A avaliação dos potenciais impactos decorrentes da implementação do projecto irá seguir uma metodologia padronizada, que pretende reduzir a subjectividade envolvida na realização de tais avaliações. Esta metodologia é utilizada para determinar com precisão a significância de impactos previstos sobre, ou para beneficiar, o ambiente natural e / ou social circundante. Os principais objectivos da avaliação de impactos são:

• Identificar e avaliar a significância dos potenciais impactos do projecto sobre os receptores identificados e os recursos naturais de acordo com um critério de avaliação definido;

• Desenvolver e descrever as medidas que serão tomadas para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais efeitos negativos;

• Indicar a existência e importância de impactos residuais, que possam permanecer após a sua mitigação; e

• Desenvolver recomendações para o monitoramento a ser implementado como parte do Plano de Gestão Ambiental (PGA).

Esta metodologia está alinhada com os requisitos estabelecidos na legislação aplicável, nomeadamente a legislação de AIA (Decreto 54/2015, de 31 de Dezembro).

1.4.1 Definição da Natureza do Potencial Impacto

Cada impacto potencial será identificado pela sua causa subjacente (a actividade ou acção do projecto) que resultará num impacto (alteração de estatuto no ambiente natural e social, quer seja positivo ou negativo) num determinado receptor ou conjunto de receptores (o ambiente natural ou comunidade que vai ser afectado). Com base no descrito acima, o impacto potencial será definido como um Impacto Positivo ou Impacto Negativo (Tabela 1.2). Além disso, o impacto será definido como directo, indirecto ou cumulativo.

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Tabela 1.2 Definição da Natureza do Impacto

Termo Definição Natureza do Impacto

Positivo Um impacto que representa uma melhoria na situação ambiental de referência ou introduz uma mudança positiva.

Negativo Um impacto que representa uma mudança adversa na situação ambiental de referência, ou introduz um novo factor indesejável.

Tipo de Impacto

Impacto directo

Impacto que resulta de uma interacção directa entre uma actividade do Projecto planeada e o ambiente receptor / receptores (por exemplo, entre a ocupação de um local e os habitats pré-existentes ou entre uma descarga de efluentes e a qualidade da água receptora).

Impacto indirecto

Impactos que resultam de outras actividades que tendem a acontecer, como consequência do Projecto (por exemplo, imigração laboral que exige especial demanda de recursos). Os impactos indirectos podem também ser referidos como impactos induzidos ou secundários.

Impacto cumulativo

Impactos que agem em conjunto com outros impactos (incluindo os de futuras actividades de terceiros já planeadas ou a ocorrer em simultâneo) e que afectam os mesmos recursos e/ou receptores do Projecto.

1.4.2 Classificação do Potencial Impacto

Cada potencial impacto será classificado com base em critérios estabelecidos, incluindo a sua Escala Espacial e Temporal, Intensidade e Probabilidade (Tabela 1.3). A magnitude do impacto é, portanto, uma função destes critérios, sendo que estes deverão ser combinados de acordo com a soma das suas escalas individuais. A tabela 1.4 apresenta assim, a combinação dos critérios (suas escalas combinadas), o que permitirá uma clara definição e classificação da magnitude dos potenciais impactos.

Tabela 1.3 Classificação do Impacto

Magnitude do impacto – o grau de alteração causado no ambiente Escala

Extensão

• No local – impactos limitados aos limites do local e que afectam uma área num raio de 500m em torno do local.

• Regional – impactos que afectam recursos ambientais importantes a nível da Cidade da Beira.

• Nacional – impactos que afectam recursos ambientais importantes a nível nacional ou que afectam uma área importante a nível nacional / ou com consequências macroeconómicas.

• Transfronteiriços/Internacional – impactos que se estendem além das fronteiras do país ou afectam recursos importantes a nível internacional.

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Duração

• Temporário – impactos que deverão ser de curta duração e intermitentes/ocasionais.

• Curto-prazo – impactos que deverão durar apenas no período de construção ou desmantelamento.

• Longo-prazo – impactos que vão continuar durante a vida do Projecto, mas cessam quando o Projecto é interrompido ou a unidade é desmantelada.

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Magnitude do impacto – o grau de alteração causado no ambiente Escala • Permanente – impactos que causam uma alteração

permanente no meio receptor ou recurso afectado (por exemplo, remoção ou destruição de habitat) que se prolonga substancialmente para além da vida do Projecto.

4

Intensidade

AMBIENTE BIOFÍSICO: A intensidade pode ser considerada em termos da sensibilidade do receptor de biodiversidade • Insignificante – o impacto no ambiente não é detectável. • Baixa – o impacto afecta o ambiente, mas de forma a não

afectar as funções e processos naturais. • Média – quando o ambiente natural é alterado, mas as funções

e processos naturais continuam, embora de forma modificada. • Alta – quando os processos ou funções naturais são alterados a

ponto de cessarem temporária ou permanentemente.

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AMBIENTE SOCIO-ECONÓMICO: A intensidade pode ser considerada em termos da capacidade das pessoas /comunidades afectadas pelo projecto se adaptarem às alterações causadas pelo Projecto. • Insignificante – não existe nenhuma alteração perceptível a

nível social, como por exemplo nos meios de subsistência das pessoas.

• Baixa – As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com relativa facilidade, como por exemplo manter os meios de subsistência pré-impacto.

• Média – As pessoas/comunidades conseguem adaptar-se com alguma dificuldade, por exemplo para manter os meios de subsistência pré-impacto precisam algum apoio.

• Altas – As pessoas afectadas não vão conseguir adaptar-se às alterações e continuar a manter os meios de subsistência pré-impacto.

1 2 3 4

Probabilidade do impacto – a probabilidade de ocorrência de um impacto Pouco provável É pouco provável que o impacto ocorra. Provável É provável que o impacto ocorra. Definitiva O impacto vai ocorrer.

Tabela 1.4 Classificação da magnitude

Escala Combinada (Ext.+Dur.+Int.)

3-5 6-8 9-11 12

Magnitude Negligenciável Baixa Média Alta

1.4.3 Determinação da Significância do Impacto

Depois de se classificar a magnitude e a probabilidade de cada impacto potencial, será utilizada a matriz da Tabela 1.5 para determinar a sua respectiva significância. Note-se que um impacto pode ser negativo ou positivo, sendo, por isso, que a classificação final de significância de um impacto possui um código de cores conforme indicado na Tabela 1.6.

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Tabela 1.5 Significância do Impacto

CLASSIFICAÇÃO DA SIGNIFICÂNCIA

Probabilidade Pouco provável Provável Definitiva

Mag

nitu

de Negligenciável Negligenciável Negligenciável Negligenciável

Baixa Negligenciável Baixa Baixa Média Baixa Moderada Moderada Alta Moderada Alta Alta

Tabela 1.6 Escala de Cores para as Classificações

Classificações Negativas Classificações Positivas Negligenciável Negligenciável Baixa Baixa Moderada Moderada Alta Alta

Tabela 1.7 Definições de Significância

Definições de Significância Impacto Negligenciável Um impacto de relevância insignificante é quando um recurso ou

receptor não vai ser afectado de nenhuma forma por uma actividade específica, ou quando o efeito previsto é considerado imperceptível ou não se distingue das condições existentes.

Relevância Baixa Um impacto de relevância menor é um efeito sentido mas cuja magnitude é suficientemente pequena e razoável e/ou o receptor é de baixa sensibilidade/valor.

Relevância moderada Um impacto de relevância moderada está dentro de limites e padrões aceitáveis. A ênfase para impactos moderados está em demonstrar que o impacto foi reduzido a um nível tão baixo quanto razoavelmente praticável. Isto não significa necessariamente que os impactos “moderados” têm de ser reduzidos para impactos “menores”, mas que os impactos moderados estão a ser geridos de forma eficaz e eficiente.

Relevância Alta Um impacto significativo é um impacto que pode exceder um limite ou padrão aceite, ou impactos de grande magnitude para receptores/recursos sensíveis/importantes. Um objectivo do processo de AIA é de adoptar uma posição na qual o Projecto não tem impactos residuais significativos, ou impactos de longo prazo ou que se estendem por uma área vasta. Todavia, para alguns aspectos podem existir impactos residuais significativos depois de se esgotarem todas as opções de mitigação praticáveis. Um exemplo pode ser o impacto visual de um desenvolvimento. É no entanto, função dos reguladores e partes interessadas medirem tais factores negativos em relação aos positivos, tais como emprego, ao tomar uma decisão sobre o Projecto.

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1.4.4 Determinação de Medidas de Mitigação de Impactos

Após a classificação dos impactos de acordo com a metodologia acima descrita, serão definidas medidas de mitigação, tendo como principal objectivo evitar e /ou reduzir a sua magnitude e significância. Assim que forem determinadas as medidas de mitigação, será efectuada a análise e classificação da significância de potenciais impactos residuais. Trata-se essencialmente da repetição da classificação de impactos, assumindo-se a implementação de medidas de mitigação adicionais.

1.5 ESTRUTURA DO EIA

O presente EIA está estruturado de acordo com os capítulos apresentados na Tabela 1.8:

Tabela 1.8 Estrutura do EIA

Capítulo Descrição Capítulo 1 Introdução

Introdução do projecto, do proponente e equipa de elaboração do EIA, bem como da metodologia de avaliação de impactos.

Capítulo 2 Abordagem de AIA Apresentação detalhada do processo de AIA a ser seguido

Capítulo 3 Descrição do Projecto Descrição detalhada das principais fases do projecto proposto

Capítulo 4 Quadro Legal e Institucional Descrição do quadro legal e institucional aplicável ao projecto

Capítulo 5 Descrição das Alternativas Consideradas e Delimitação da Área de Influência da Actividade Apresentação das alternativas consideradas para a implementação do projecto, bem como a definição das áreas de influência do projecto

Capítulo 6 Situação de Referência da Área do Projecto Apresentação da situação de referência actual do projecto nos domínios biofísico e socioeconómico

Capítulo 7 Análise e Classificação de Impactos e definição de Medidas de Mitigação Identificação e classificação dos potenciais impactos do projecto, bem como a definição das medidas de mitigação (para os impactos negativos) e de potenciação (para os impactos positivos).

Capítulo 8 Plano de Gestão Ambiental Directrizes para a monitoria e gestão ambiental, bem como a definição de responsabilidades na monitoria e gestão ambiental

Capítulo 9 Conclusões Principais conclusões do processo de AIA

Capítulo 10 Referências

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1.6 EQUIPA RESPONSÁVEL PELA ELABORAÇÃO DO EIA

A equipa multidisciplinar responsável pela elaboração do presente relatório de EIA é integrada pelos profissionais apresentados na Tabela 1.9 abaixo:

Tabela 1.9 A Equipa da AIA

Actividade Nome Directora de Projecto (Socio responsável) Paula Gonzalez Gestor de Projecto Décio Camplé Controle de Qualidade Rodrigo Ferreira Responsável pela Componente Biofísica Rodrigo Ferreira Aspectos Biofísicos Martha Silva Responsável pela Componente Social Décio Camplé Segurança Industrial Maria João Costa Consulta Pública Décio Camplé e Martha Silva Sistemas de Informação Geográfica Maria Carmen Pena

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2 ABORDAGEM DE AIA

O presente Capítulo descreve a abordagem do processo de AIA, que está em conformidade com o Regulamento sobre o Processo de AIA, o Decreto 54/2015 de 31 de Dezembro.

2.1 O PROCESSO DE AIA

O processo de AIA (representado esquematicamente na Figura 2.1) de acordo com o disposto no Regulamento Sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental, Decreto N° 54/2015 de 31 de Dezembro, compreende três fases principais, nomeadamente preparação e apresentação da Instrução do Processo (Registo do Projecto), do Estudo de Pré-viabilidade Ambiental e Definição de Âmbito (EPDA) e os Termos de Referência, bem como do Estudo de Impacto Ambiental (EIA).

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Figura 2.1 Gráfico simplificado do Processo de AIA

2.1.1 Instrução do Processo (I.P)

A Instrução do Processo (I.P), já realizada, compreendeu o registo do projecto na Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (DPTADER) de Sofala. Para o efeito, foram providenciadas informações sobre o projecto (descrição completa do projecto), bem como sobre a área onde se pretende implantar o mesmo. Com base na análise da informação providenciada pelo proponente, bem como de uma visita de pré-avaliação executada pela DPTADER, e tendo em conta o Regulamento de AIA (o Decreto 45/2006, de 29 de Setembro), a DPTADER procedeu á categorização do projecto e, consequente, a indicação do tipo de avaliação ambiental necessária.

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2.1.2 Estudo de Pré-viabilidade e Definição do Âmbito (EPDA)

A fase de EPDA teve como objectivo determinar a existência de possíveis questões fatais ao projecto, ou seja, questões que poderiam inviabilizar a sua implementação. Estas questões poderiam incluir actividades do projecto com potencial de contribuir ou causar impactos potencialmente significativos para os receptores e os recursos ambientais e socioeconómicos da área de implantação do projecto e da região. Entretanto, concluiu-se que todos os potenciais impactos do projecto são passíveis de serem mitigados. O Relatório de EPDA também serviu para determinar os TdR específicos para os estudos a serem realizados no EIA e as fases de avaliação de impacto que se irão seguir. Durante esta fase, foi realizada uma visita inicial a área do projecto, pelos consultores, para a recolha de dados iniciais para a AIA. O relatório de EPDA foi enviado pelo consultor ao MITADER para análise e aprovação a 08 de Agosto de 2016, tendo sido finalmente aprovado a 11 de Janeiro de 2017 (através de ofício com Refa. No.17/MITADER/GM/183/2017). Esta foi acompanhada por recomendações específicas á constar no presente EIA. As respostas relativas à inclusão de cada uma das recomendações constam do Anexo III. Processo de Participação Pública para o EPDA

Iniciou-se, igualmente, nesta fase o Processo de Participação Pública (PPP), tendo sido realizada, a 28 de Julho, uma reunião de Consulta Pública na Cidade da Beira para a apresentação do projecto, do rascunho do EPDA e TdR, bem como para a recolha de questões, comentários e sugestões das Partes Interessadas e Afectadas (PI&A’s). Este processo iniciou com a identificação das PI&A’s na Cidade da Beira e posterior endereçamento de cartas convite para a sua participação na referida reunião. Foram também emitidos convites através de meios de comunicação social (jornal e rádio locais) por forma a garantir maior abrangência na informação sobre a realização da reunião de carácter público.

2.1.3 Estudo de Impacto Ambiental (EIA)

O EIA tem como objectivo identificar e avaliar o grau provável e importância dos impactos potenciais sobre os receptores e os recursos ambientais e sociais identificados, de acordo com critérios de avaliação definidos (nos TdR). O EIA também descreve, em detalhe, medidas de mitigação para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais impactos negativos e positivos, sendo também classificada a importância dos impactos residuais, que permanecem após a mitigação dos impactos. O EIA inclui um ainda Plano de Gestão Ambiental (PGA) que apresenta medidas de monitoria, bem como responsabilidades e obrigações específicas no âmbito da gestão ambiental que ajudarão ao proponente a melhor gerir e monitorar os impactos ambientais e sociais identificados.

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2.1.4 Processo de Participação Pública para a Fase de EIA

A presente secção descreve a metodologia utilizada para a preparação e realização da reunião de Consulta Pública para a apresentação do EIA, a mesma usada para a preparação da reunião de Consulta Pública para a apresentação do EPDA e TdR. Para o efeito identificou-se como objectivo importante alcançar as Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s), com principal enfoque para as comunidades dos bairros circunvizinhos da área do projecto (público alvo); principais direcções provinciais (de áreas relevantes para o projecto); bem como o público em geral. Visando uma participação pública eficaz, foram definidas as etapas abaixo descritas:

• Identificação das Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s); • Envolvimento das PIA’s, através da divulgação dos documentos de

discussão e Locais de Consulta, anúncios no Jornal e rádio, envio de cartas-convite); e

• Realização da Reunião de Consulta Pública. Identificação de Partes Interessadas e Afectadas (PIA’s)

A identificação das PIA’s da Cidade da Beira foi realizada tendo em conta o tipo de projecto proposto, bem como a sua localização geográfica. Em resumo, para este projecto foram identificadas como principais PIA’s, as seguintes:

• Comunidades dos bairros circunvizinhos da área do projecto, nomeadamente o Bairro Vaz e o Bairro de Maraza;

• O Conselho Municipal da Cidade da Beira (incluindo o Posto Administrativo da Munhava); e

• Instituições governamentais responsáveis pelo licenciamento e fiscalização da actividade proposta.

Envolvimento das PIA’s

O envolvimento das PIA’s foi efectuado através da divulgação de documentos, bem como do local e data da reunião. Para cada uma das instituições e organizações, foi enviado o Resumo Não-Técnico (RNT) do EIA, sendo que, de forma distinta, foi enviado o rascunho do EIA para os seguintes locais: Província de Maputo

• Direcção Nacional de Ambiente (DINAB); e • Direcção Nacional de Combustíveis e Hidrocarbonetos

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Cidade da Beira • Direcção Provincial da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de

Sofala. O Documento de Discussão (RNT) e as cartas convite foram distribuídos às PIA’s e durante a reunião foram igualmente disponibilizadas cópias adicionais do Documento de Discussão. Divulgação do processo de PPP

A publicitação do Resumo Não-Técnico, e da reunião de consulta pública foram feitas por meio de:

• Anúncios no Jornal e Radio A publicação dos anúncios foi feita apenas no Jornal O Diário de Moçambique (jornal local de maior difusão na Cidade da Beira), convidando as PIA’s a participarem da reunião de Consulta Pública, informando sobre o projecto, os detalhes da reunião (dia, hora e local) e indicando os locais de consulta do EIA, bem como do Resumo Não-Técnico. Foram publicados dois anúncios, tendo o primeiro sido publicado no dia 7 e o segundo no dia 20 de Março de 2017, o mesmo que os anúncios radiofónicos.

• Cartas – Convite dirigidas Foram enviadas cartas-convite endereçadas às principais PIAS’s, sendo que os restantes participantes foram convocados através dos jornais e radio. Nas cartas-convite, o Conselho Municipal da Beira foi convidado a alargar o convite às comunidades, bem como os Secretarias dos Bairros de Maraza e Vaz, próximos a área do projecto.

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3 QUADRO LEGAL E INSTITUCIONAL

O presente capítulo apresenta a descrição dos principais requisitos legais e normas aplicáveis ao licenciamento e operação da actividade proposta, descrevendo-se também as principais instituições relevantes no processo de Avaliação de Impacto Ambiental (AIA), bem como para a operacionalização do projecto.

3.1 INSTITUIÇÕES RELEVANTES PARA O LICENCIAMENTO DO PROJECTO

São listadas abaixo as instituições relevantes para o licenciamento e operacionalização do projecto proposto:

• Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional de Ambiente (DINAB) – responsável pelo processo de licenciamento e auditorias ambientais da actividade;

• Ministério dos Recursos Minerais e Energia (MIREME), através da Direcção Nacional de Combustíveis e Hidrocarbonetos – Responsável pelo licenciamento para a operação, inspecção e vistorias da actividade; e

• Ministério da Indústria e Comércio (MIC) – Responsável pelo licenciamento da operacionalização actividade industrial e comercialização do gás.

3.2 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL

A gestão ambiental, e especialmente o processo de AIA, são regulados por vários dispositivos legais (leis e decretos). Estes são descritos nas secções que se seguem:

3.2.1 A Constituição de Moçambique

A Constituição é a lei suprema, e qualquer acto ou conduta que seja inconsistente com os princípios estabelecidos na Constituição é considerado ilegal. A Constituição prevê a protecção do ambiente natural no âmbito dos seguintes artigos: “Artigo 27: O estado irá promover esforços para garantir o equilíbrio ecológico e a conservação e preservação do ambiente para a melhoria da qualidade de vida dos seus cidadãos.” “Artigo 72: Todos os cidadãos terão o direito a viver em, e o dever de defender, um ambiente natural equilibrado.”

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3.2.2 A Lei do Ambiente

A Lei do Ambiente (Decreto n.º 20/1997 de 1 de Outubro) foi aprovada pelo Parlamento Moçambicano em Julho de 1997. O objectivo desta lei é o de fornecer um quadro legal para o uso e gestão correcta do ambiente e seus componentes. As características proeminentes da Lei incluem o seguinte:

• Os poluidores, cujas acções resultem na degradação do meio ambiente, são responsabilizados pela reabilitação ou pela compensação de qualquer efeito adverso que resulte de acção poluidora;

• A Lei proíbe a poluição através da descarga de qualquer substância poluidora no solo, subsolo, água ou atmosfera ou qualquer outra forma de degradação do ambiente, que esteja fora dos limites estipulados por lei; e

• A Lei proíbe também, explicitamente, a importação de resíduos perigosos, com excepção do especificado em legislação específica.

Com foco no processo de AIA, os Artigos 15 a 17 estabelecem que qualquer actividade cuja natureza da localização, concepção ou escala possa causar impactos ambientais relevantes, requer uma Licença Ambiental. A emissão da Licença ambiental é condicionada à realização de uma AIA.

3.2.3 Regulamentos Aplicáveis ao Processo de AIA

O Regulamento sobre o Processo de AIA - Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro - define os procedimentos que devem ser seguidos nesse processo desde 31 de Março de 2016. Entretanto, para o presente projecto, a DPTADER de Sofala classificou o projecto como sendo de Categoria A, tendo como base o Decreto 45/2004 de 29 de Setembro, ainda vigente na altura da categorização, a 7 de Março de 2016. O Regulamento sobre o Processo de Avaliação do Impacto Ambiental aprovado pelo Decreto n.º 54/2015 de 31 de Dezembro define os procedimentos que se deve seguir numa Avaliação de Impacto Ambiental. Segundo o artigo 3.º, as disposições do decreto 44/2015 aplicam-se a todas as actividades públicas ou privadas que, directa ou indirectamente, possam influir no ambiente. O artigo 4.º do decreto 44/2015 determina que, para efeitos de definição do tipo de AIA, o Projecto proposto deve ser avaliado à luz de listas de categorias (projectos das categorias A, B e C) e de critérios ambientais adicionais conforme definidos no artigo 9.º, para determinar os requisitos do processo da Avaliação de Impacto Ambiental. As três categorias são definidas em pormenor a seguir.

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• Categoria A+: Actividades descritas no Anexo I do referido decreto como sendo de categoria A+ são consideradas como tendo impactos adversos significativos no ambiente e são sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e supervisão por Revisores Especialistas independentes;

• Categoria A: As actividades constantes do Anexo II são consideradas como tendo impactos adversos significativos no ambiente e são sujeitas a um Estudo de Impacto Ambiental (EIA), o caso do presente projecto;

• Categoria B: As actividades constantes do Anexo III são actividades

cujos potenciais impactos ambientais são menos adversos do que os dos projectos da Categoria A e são sujeitas a um Estudo Ambiental Simplificado (EAS); e

• Categoria C: As actividades constantes do Anexo VI estão isentas de

qualquer EIA e EAS, mas têm mesmo assim de respeitar as boas práticas de gestão.

3.2.4 Directiva Geral para a Elaboração de EIA’s

A Directiva Geral para a Elaboração de Estudos do Impacto Ambiental (Diploma Ministerial n.º 129/2006 de 19 de Julho) determina os requisitos de conteúdo e informação a satisfazer por um relatório de um Estudo de Impacto Ambiental. A directiva também determina os requisitos mínimos da Avaliação de Impacto Ambiental no que respeita a informação e estrutura do relatório. Esses requisitos incluem o seguinte:

1. Resumo Executivo; 2. Relatório Principal; 3. Análise Comparativa das Alternativas; 4. Conclusões e Recomendações; 5. Lacunas de Conhecimento; 6. Plano de Gestão Ambiental; 7. Processo de Participação Pública; e 8. Anexos

3.2.5 Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no Processo de AIA

A Directiva Geral para o Processo de Participação Pública no processo de AIA (Diploma Ministerial n.º 130/2006 de 19 de Julho) especifica os requisitos e procedimentos a seguir para o processo de participação pública, conforme estabelecido no Regulamento sobre o Processo de AIA. Esta directiva estabelece as normas e os princípios gerais do processo de participação pública. Para além disso, indica também os requisitos a seguir para a elaboração do Relatório da Consulta Pública.

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3.3 OUTROS DISPOSITIVOS LEGAIS AMBIENTAIS E DE USO DA TERRA APLICÁVEIS AO

PROJECTO

3.3.1 Gestão de Resíduos

O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos, aprovado pelo Decreto n.º 94/2014 de 31 de Dezembro, revoga o Decreto n.º 13/2006 de 15 de Junho, Regulamento sobre a Gestão de Resíduos. O objectivo deste Regulamento é estabelecer normas de produção, armazenamento (no solo e subsolo) de resíduos sólidos urbanos, bem como a prática de actividades que aceleram a degradação ambiental, a fim de evitar ou minimizar os seus impactos negativos sobre a saúde e sobre o meio ambiente. O Regulamento sobre a Gestão de Resíduos Perigosos foi aprovado pelo Decreto nº 83/2014 de 31 de Dezembro, estabelece as regras para a produção e gestão dos resíduos perigosos e atribui ao MITADER a competência para a gestão destes tipos de resíduos, incluindo o licenciamento de estabelecimentos que se dedicam à sua gestão (resíduos perigosos ou tóxicos).

3.3.2 Emissões Atmosféricas e Qualidade do Ar

A Lei do Ambiente proíbe o lançamento de qualquer substância tóxica e poluente para a atmosfera para além dos limites legalmente estabelecidos. O Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes (Decreto n.º 18/2004 de 02 de Junho) conforme alterado pelo Decreto n.º 67/2010 de 31 de Dezembro, estabelecem padrões de emissão para poluentes para fontes fixas e móveis, bem como parâmetros fundamentais que devem caracterizar a qualidade do ar. O Decreto n.º 67/2010 de 31 de Dezembro altera, entre outros, os Padrões de Qualidade do Ar e adiciona os Anexos 1A e 1B que englobam, respectivamente, Poluentes Atmosféricos Orgânicos e Inorgânicos Carcinogénicos, e Substâncias com Propriedades Odoríferas. Relativamente ao ruído, o Regulamento sobre Padrões de Qualidade Ambiental e de Emissão de Efluentes define que seja o Ministério que superintende a área do ambiente (agora MITADER) a aprovar os padrões de ruído, sendo que até à presente data, as referidas normas ainda não foram publicadas.

3.3.3 Lei de Terras

Segundo a Constituição da República e como reflectido na Lei de Terras, a terra é propriedade do Estado, sendo, no entanto, reconhecidos os direitos de uso e ocupação das terras adquiridas por herança ou ocupação. Nenhum título documental é necessário para que esses direitos sejam reconhecidos e protegidos pela Lei.

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A Lei de Terras (Lei nº. 19/97, de 1 de Outubro) prevê as directrizes legais em relação a:

• Procedimentos para aquisição de Direito de Uso e Aproveitamento de Terra (DUAT) (Artigo 24°);

• Direitos pré-existentes de uso e aproveitamento da terra, especialmente pelas comunidades locais;

• Zoneamento e planeamento do uso da terra para finalidades económicas e sociais; e

• Agricultura, uso dos recursos naturais, etc.

3.4 LEGISLAÇÃO ESPECÍFICA SOBRE GPL

Não foi identificada legislação específica sobre a actividade de enchimento de GPL em Moçambique. Contudo, foi identificado o seguinte dispositivo legal que se aplica para o projecto proposto, nomeadamente:

3.4.1 Licenciamento de Actividades Industriais, Decreto 39/2003 de 26 de Novembro

O Regulamento de Licenciamento da Actividade Industrial, aprovado pelo Decreto n.º 22/2014, de 16 de Maio estabelece as condições e procedimentos a empreender para o licenciamento e exercício de actividades industriais em Moçambique, independentemente do sector que as tutele. O artigo 4 é relativo á classificação dos estabelecimentos industriais quanto ao seu tipo, estando as mesmas classificadas em 4 categorias/dimensões, nomeadamente: grande, média, pequena e micro. A Tabela 3.1 apresenta os critérios usados classificação das indústrias.

Tabela 3-1 Critérios de Classificação de Unidades Industriais

Categorias Investimento Inicial Potencia Instalada ou a Instalar (KvA) No de Trabalhadores

Grande Dimensão Igual ou superior a 300.000.000,00

Igual ou superior a 1000

Superior a 100

Média Dimensão Igual ou superior a 75.000.000,00

Igual ou superior a 500

De 50 a 100

Pequena Dimensão Igual ou superior a 750.000,00

Igual ou superior a 10

De 5 a 49

Micro Dimensão Inferior a 750.000,00 Inferior a 10 Inferior a 5 Fonte: Decreto n.º 22/2014, de 16 de Maio Para que um estabelecimento industrial seja classificado numa determinada categoria deve preencher pelo menos dois dos critérios constantes na tabela anterior. Ainda de acordo com o Artigo 4, para efeitos de classificação de estabelecimentos industriais cujos parâmetros se situem em três níveis diferentes (o caso do projecto proposto), deve ser considerado o nível intermédio. O presente projecto terá um investimento de 333 550 000Mt (trezentos e trinta e três milhões, quinhentos e cinquenta mil Meticais), cerca de 7 milhões de Dólares americanos, sendo que se estima empregar cerca de 25 trabalhadores na fase de operação. Da análise da tabela de classificação de unidades industriais, estima-se que a unidade proposta esteja classificada como unidade industrial de Média Dimensão.

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O artigo 5 refere que os estabelecimentos industriais de grande, média e pequena dimensão, devem estar localizados em zonas industriais previamente definidas (como é o caso da unidade proposta) tendo em conta o risco da actividade conforme classificado na legislação de AIA. A sua localização fora de zonas industriais só pode ser autorizada pela entidade licenciadora fora das zonas industriais, quando não existam planos de urbanização ou zonas industriais previstas e mediante parecer favorável do serviço competente da respectiva autarquia. De acordo com o artigo 8, a autorização para a instalação de estabelecimentos industriais de grande e média dimensão é da competência do Ministro da Indústria e Comércio, enquanto a autorização para a instalação de estabelecimentos industriais de pequena dimensão é da competência do respectivo Director Provincial da Indústria e Comércio.

3.4.2 Regime de Licenciamento de Obras Particulares, Decreto 2/2004 de 31 de Março

O Decreto 2/2004 de 31 de Março, o Regime de Licenciamento de Obras Particulares, define obras particulares como aquelas que não são executadas pelo Governo a nível local, municipal ou nacional. Também consideram-se particulares as obras cujos proprietários sejam empresas participadas pelo Estado e concessionárias de serviços públicos, a não ser que uma disposição por diploma ministerial estabelece o contrário. As obras executadas inteiramente ou parcialmente pelo Governo a nível local, municipal ou nacional são consideradas obras públicas, e são executadas de acordo com um regime específico, juntamente com o Regulamento de Aquisições, aprovado pelo Decreto 54/2005 de 13 de Dezembro.

3.4.3 Regulamento dos Sistemas Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas Residuais, Decreto 15/2004, de 15 de Julho

Este regulamento define as condições técnicas a que deve obedecer a distribuição predial de água de modo a se assegurar o bom funcionamento, preservando-se a segurança, a salubridade e o conforto nos edifícios, e servir de critério de licenciamento pela entidade licenciadora. Este dispositivo aplica-se aos novos sistemas prediais de distribuição de água e à remodelação e ampliação de sistemas existentes. Estabelece ainda as normas a aplicar no que toca ao controlo de qualidade de materiais e das obras, os quais deverão obedecer às normas moçambicanas.

3.4.4 Regulamento de Constrição e Manutenção dos Dispositivos Técnicos de Acessibilidade, Circulação e Utilização dos Sistemas dos Serviços e Lugares Públicos a Pessoas Portadoras de Deficiência Física ou Mobilidade Condicionada, aprovado pelo Decreto no 53/2008, 30 de Novembro

Este dispositivo legal define Dispositivo Técnico como qualquer artefacto capaz de permitir o acesso e utilização com autonomia, dos sistemas de serviços e lugares públicos.

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Aplica-se a edifícios públicos existente ou em construção, á novas construções ou ampliação de instalações. São definidos os âmbitos e competências em matéria de fiscalização do cumprimento deste dispositivo, são definidas as infracções e respectivas penalizações para a construção de edifícios ou outras instalações sem os dispositivos técnicos previstos no regulamento.

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4 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O presente capítulo fornece uma descrição do projecto e respectivas fases de desenvolvimento do projecto, nomeadamente construção, operação e posterior desmobilização.

4.1 JUSTIFICAÇÃO DO PROJECTO

De acordo com a ProGas, o GPL está a tornar-se uma prioridade para os governos africanos visto que cada vez mais países começam a reconhecer os benefícios significativos do GPL para a saúde, segurança e ambiente. Isto deve-se a crescente sensibilização do público e dos governos sobre os benefícios do GPL, o que catalisa a transição de combustíveis tradicionais (p.e. lenha e carvão) para GPL para cozinham e para fins industriais. O desenvolvimento dos mercados de GPL em Africa variam consideravelmente em função de cada país, entretanto, o consumo de em Moçambique mostra-se muito reduzido, em comparação com outros mercados da região, tais como Africa do Sul, Botsuana e Quénia. No contexto da análise de oportunidades de expansão em território nacional, a ProGas efectuou uma pesquisa de mercado, tendo identificado uma significativa demanda de consumo de GPL no âmbito da actual disponibilidade e distribuição/fornecimento de gás doméstico nas zonas Centro e Norte de Moçambique. Neste âmbito, o presente projecto surge como resposta a esta crescente demanda no consumo de gás doméstico nesta geografia, onde não existem unidades de enchimento deste produto. Dado o contexto nacional e internacional, a ProGas foi ciada com o objectivo de incrementar o desenvolvimento do mercado consumidor de GPL, a retalho e a granel, para consumidores domésticos, industriais e comerciais. Actualmente, todas as botijas de GPL são enchidas na Matola, Província de Maputo e transportadas para o resto do País, em camiões, o que faz com que os custos de transporte associados, inevitavelmente, se reflictam no preço final do produto. Espera-se que com a existência de uma unidade de enchimento de GPL no centro do País se incremente de forma substancial a oferta (i.e. disponibilidade de gás) e, consequentemente, se contribua para a redução do custo final de venda ao público, minimizando ao mesmo tempo a probabilidade de situações de rotura de stock – causa recorrente para fenómenos especulativos de mercado.

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4.2 DESCRIÇÃO DO PROJECTO

O projecto da unidade de enchimento de botijas de GPL será desenvolvido em três fases distintas, respectivamente, a construção e a sua operação, sendo que no fim da fase de operação, decorrerá a fase de desmobilização. A construção da unidade de enchimento de GPL contempla a mobilização de materiais e equipamentos para a edificação e montagem dos componentes para a operacionalização do terminal. Por sua vez a operação refere-se às actividades correntes (do dia-a-dia) da unidade de enchimento, que vão desde a recepção do GPL, ao armazenamento e enchimento das botijas (cilindros), até à sua expedição. Durante a fase de desmobilização, espera-se desactivar a maquinaria e outras infra-estruturas existentes, desmobiliza-la do local, demolir os edifícios e deixar o local no mesmo estado em que se encontrava antes da fase de construção.

4.2.1 Fase de Construção

Na fase de construção ocorrerão várias actividades tais como trabalhos de engenharia e de estruturas, o fornecimento de materiais e equipamentos –incluindo a sua instalação, soldadura, inspecção, testes variados, calibração -, construção de edifícios - incluindo pintura, trabalhos mecânicos, trabalhos eléctricos -, e trabalhos de construção de áreas exteriores - incluindo infra-estruturas de recolha de águas pluviais, entre outras. A matéria-prima para a construção da unidade de enchimento de GPL, em quantidades ainda não especificadas, será maioritariamente constituída por estruturas metálicas. Estas serão adquiridas na Africa do Sul, Europa, China, Estados Unidos ou Japão. Estas estruturas serão principalmente:

• Tanques de GPL e de água para combate a incêndios; • Bombas diversas; • Tubagem diversa; e • Equipamento de enchimento de botijas de GPL.

Outro tipo de matéria-prima poderá ser adquirida localmente, incluindo cimento de construção, areia, pedra, entre outros disponíveis. Relativamente as principais infra-estrutura salientam-se os seguintes detalhes:

a) Tanques à superfície – Serão montados três tanques à superfície: Dois tanques horizontais para o armazenamento temporário do

GPL, com uma capacidade de 83m3 cada e um espaço para armazenamento de vapores de cerca de 15%, um diâmetro interior de 2.8m, bem como um comprimento de 13m aproximadamente.

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4-3

Estes tanques serão usados para o armazenamento de GPL em estado líquido. Cada tanque estará assente sobre fundações e pilares (caso necessário) de betão armado; e

Um tanque vertical de água para combate a incêndios com capacidade para 103m3, que estará assente sobre uma fundação e pilares em betão reforçado/armado. O tanque de 4.5m de diâmetro e 7.2m de altura terá um fundo plano e tecto fixo.

b) Bombas – Os equipamentos a instalar incluem os seguintes:

Duas bombas – GPL 1001 e GPL 1002 – com capacidade de AC

80m3/h na estação de descarga de GPL para a transferência do GPL dos camiões para os respectivos tanques;

Uma bomba com capacidade de AC 15m3/h na estação de

bombagem de GPL para a transferência do GPL dos tanques de armazenagem para a estação de enchimento das botijas de GPL (carrossel);

Duas bombas alimentadas a gasóleo (diesel) com uma capacidade

aproximada de 110m3/h serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios; e

Duas bombas jockey AC centrífugas verticais de funcionamento

contínuo, com uma capacidade aproximada de 15m3/h, as quais serão instaladas na estação de bombagem para o combate a incêndios.

c) Tubagens – Serão instaladas tubagens para transporte do GPL bem

como para o combate a incêndios. Toda a tubagem instalada na unidade contará com válvulas, instrumentação, ligação à terra, conectores, válvulas de alívio térmico, assim como filtros e mangueiras, quando necessário entre outros. A unidade estará provida de pequenas válvulas de pequeno porte necessárias para drenos de ponto baixo e aberturas de ponto elevado.

d) Unidade de Enchimento de GPL – A unidade de enchimento de GPL contara com uma linha de enchimento (carrossel) e equipamentos associados.

e) Edifícios – Os seguintes edifícios e estruturas serão construídas e instaladas à superfície: Um telhado para cobrir a estação de descarga de GPL montado

sobre uma base de suporte. O referido telhado se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais para o sistema de recolha de águas pluviais. O telhado será baixo o

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suficiente de modo a garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

Um telhado para cobrir a estação de combate a incêndio montado sobre uma base de suporte, que se estenderá ao longo da borda exterior da estação de descarga por 0.5m e estará equipado com calhas que desviam a escorrência das águas pluviais para o sistema de recolha de águas pluviais. O telhado será baixo o suficiente para garantir que a estação de bombagem se mantenha seca durante as chuvas;

Um telhado para cobrir a unidade de enchimento de GPL

montado sobre uma estrutura de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para encher as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será o suficientemente alto para garantir a operação segura de empilhadeiras; e

Um telhado para cobrir a estação de desgaseificação montado

sobre uma base de suporte. Este albergará todos os equipamentos usados para desgaseificar as botijas vazias e outros equipamentos de suporte. O tecto será alto o suficiente para garantir a segurança das operações de desgaseificação.

f) Outras Obras de Construção Civil – Serão efectuadas as seguintes

actividades complementares de construção civil:

Construção das fundações (para o tanque de água e para os tanques de GPL) em betão armado;

Construção da bacia de contenção secundária em betão armado; Pavimentação do interior da bacia de contenção secundária com

laje em betão armado; Construção das bases para as bombas e motor com betão armado.

Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

A plataforma da área de preparação de botijas vazias e de desgaseificação será feita com betão armado (com uma espessura mínima de 200mm);

Construção das bases para as bombas e motor da estação de combate a incêndios com betão armado. Toda a área de bombagem será circundada por uma bacia de contenção secundária com laje em betão armado;

Construção de estradas de acesso interiores, da saída da unidade para cada uma das áreas onde o produto é descarregado e carregado. Estas serão construídas em pavê suficientemente resistente para um tráfego contínuo de pelo menos 20 anos;

Vedação de toda a unidade; Compactação, nivelamento e cobertura com agregado (25mm) de

todas as áreas não ocupadas/usadas;

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Instalação de postes de iluminação; e Construção da sala de controlo e de escritórios para a acomodação

do pessoal durante as operações. A área de escritório será composta pelo seguinte:

Sala de controlo com ar condicionado, que deverá estar livre de poeiras devido aos equipamentos electrónicos;

Dois chuveiros; Dois lavabos; Uma cozinha e copa; Quatro escritórios; e Uma sala para arrumos.

g) Instalação Eléctrica – A realização de trabalhos eléctricos inclui a

instalação de painéis e aparelhos de comutação. Será instalado um transformador de 380v pela Electricidade de Moçambique (EDM). Outras actividades incluirão:

Ligação á terra, de todos os tanques e estruturas metálicas; Reticulação eléctrica de toda a unidade de modo a incluir todos os

aspectos operacionais e administrativos; Instalação de luzes externas em todas as áreas da unidade; e Instalação de um gerador a diesel capaz de operar continuamente

por 24 horas.

h) Instalação de Instrumentação – instalação de toda a instrumentação relativa a operacionalização da unidade de enchimento de GPL, que inclui os seguintes elementos:

Painel de controlo, situado na sala de controlo, equipado com

indicadores de nível, pilotos de indicação, alarme, entre outros. Sistema de Interrupção de Emergência (Emergency Shutdown

System); Sistema completo de medição automática de tanques, com radares.

Estes terão um painel de nível, ilustrando o nível do produto. Estes sistemas conterão vários níveis de alarme – alto, baixo, alto-alto e baixo-baixo. Estes sinais serão transferidos para a sala de controlo;

Controladores de temperatura nos motores e nos medidores de vazão; e

Câmaras de vigilância (CCTV).

i) Sistema de Alarme e de Protecção contra Incêndios – este sistema será composto por:

Um tanque de água com 1033m3 de capacidade; Instalação estratégica de hidrantes na unidade, bem como um

pequeno furo para a instalação de tubagem para os pórticos para a

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estação de bombagem e área administrativa de modo a permitir a instalação de bobinas e mangueiras de incêndio;

Instalação de extintores (fixos e móveis) de pó seco (DCP) em cada uma das seguintes posições – área do gerador; escritórios e sala de controlo; estações de bombagem; em todos os pórticos, e nas bombas de água para incêndio; e

Instalação de um sistema de detecção de incêndio e alarme audível para todos os edifícios, estruturas, armazéns e áreas de transferência, bem como todas as vias de acesso. Este sistema será constituído por sensores de calor, chama e fumo.

Sistema de Esgotos e de Drenagem de Águas Pluviais - Será construído um sistema de esgotos para os escritórios e sala de controlo, constituído por uma fossa séptica e um dreno. Este sistema será dimensionado para 10 pessoas. Serão construídos drenos para as águas pluviais em toda a instalação / unidade.

4.2.2 Fase de Operação

Espera-se que o GPL provenha do terminal de combustíveis da X-Storage1 situado no Porto da Beira, através de camiões cisterna, que descarregarão o produto na unidade de enchimento. A descarga de GPL ocorrerá na estrutura de descarregamento de GPL através do uso de duas bombas que debitam 80m3/h dos camiões cisterna para os dois tanques horizontais com capacidade para armazenar 83 m3 cada um. Dos tanques e através de uma bomba, o GPL será posteriormente transferido por via das tubagens para os postos de enchimento montados no carrossel. O carrossel irá encher, em simultâneo, até 12 botijas de GPL. As botijas vazias que serão recebidas para enchimento serão levadas para a unidade de desgaseificação através de camiões, que irão descarrega-las com recurso a uma empilhadeira. As botijas serão então colocadas numa área de armazenamento temporário destinada a botijas vazias, onde passarão por um processo de desgaseificação, antes de serem reutilizadas no processo de enchimento. O funcionamento usual das linhas de enchimento compreende os seguintes passos:

Descarregamento das botijas no sistema transportador de corrente

(carrossel) para enchimento; Transporte das botijas, por linhas de entrada, até aos módulos de

lavagem e codificação para permitir a leitura dos valores de tara das botijas (tipo de botija, peso líquido, valor da tara);

Condução das botijas até ao módulo de teste de segurança e posteriormente separação para enchimento, manutenção ou falha de leitura;

1 O Terminal de Combustíveis da X-Storage é parte integrante do Grupo Glencore, que detém a ProGas Limitada. Neste Terminal são armazenados os seguintes tipos de combustíveis: gasolina, gasóleo e GPL.

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Envio/transporte das botijas a serem enchidas até a de entrada do carrossel, e sua movimentação automática ate o posto de enchimento, onde são cheias e pesadas;

Envio das botijas, após enchimento, para um detector de vazamento. Caso haja falta ou excesso de peso, estas são reenviadas para enchimento e para uma balança de ajuste;

Aprovação de botijas aprovadas e envio, pela linha transportadora, até ao Módulo de colocação de lacre;

Armazenamento das botijas em paletes de madeira e posterior transporte , por uma empalhadeira, até a área de armazenamento temporário e, em seguida, para os camiões, para sua expedição.

As figuras abaixo ilustram o esquema de instalação da Unidade (analógico e em 3D), sendo que o Anexo IV apresenta a respectiva planta.

Figura 4.1 Esquema da Unidade de Enchimento

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Figura 4.2 Imagens da Unidade de Enchimento em 3D

4.2.3 Fase de Desmobilização

Durante a fase de desmobilização, espera-se desactivar a maquinaria e outras infra-estruturas existentes, desmobiliza-la do local, demolir os edifícios e deixar o local no mesmo estado em que se encontrava antes da fase de construção.

4.3 MÃO-DE-OBRA

Durante a fase de construção, estima-se que sejam contratados cerca de 250 trabalhadores não-qualificados e 3 trabalhadores especializados/qualificados, enquanto para a fase operacional, se estima a contratação de 25 trabalhadores (na sua maior parte qualificados), não existindo ainda estimativas de contratação de mão-de-obra para a fase de desactivação. No processo de contratação, em todas as fases do projecto, serão privilegiados trabalhadores locais (naturais e residentes na Cidade da Beira).

Fonte: Neda Engineering Group, Pty.

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4.4 NECESSIDADES DE ÁGUA E ENERGIA ELÉCTRICA

Para a fase de construção, estima-se que a água (em quantidades ainda não estimadas) deverá ser fornecida por provedores locais, a partir de camiões cisterna. Relativamente a fase de operação, estima-se um consumo de água na ordem dos 5000 l/dia. Esta deverá ser fornecida pelo provedor local de água - o Fundo de Investimento e Património de Abastecimento de Água (FIPAG). Relativamente à energia eléctrica, esta será fornecida pela Electricidade de Moçambique (EDM), na ordem de 250 kVA e será instalado um transformador de 380v pela Electricidade de Moçambique (EDM). Será também instalado um grupo gerador, a diesel, para fazer face á possíveis cortes de energia eléctrica.

4.5 GERAÇÃO DE RESÍDUOS

Os resíduos gerados durante a fase de construção irão incluir, na sua maioria, caixas de papelão, papel, material residual das estruturas metálicas, incluindo plástico e paletes de madeira e resíduos gerais domésticos (resíduos não perigosos). Outro tipo de resíduos que poderá ser produzido na fase de construção inclui restos de tintas, vernizes e decapantes (resíduos perigosos). Na fase de construção, conta-se contratar uma empresa devidamente licenciada, para a gestão dos resíduos, nomeadamente a colecta e deposição final (em local autorizado, p.e aterro municipal da Beira, para o caso dos resíduos não-perigosos). Durante a fase de operação espera-se, maioritariamente, a geração de resíduos domésticos (restos de comida, papel, papelão, embalagens diversas, entre outros), provenientes dos escritórios e refeições, assim como paletes de madeira fora de uso, uma quantidade estimada em cerca de 30 a 40Kg por dia. Não existindo ainda dados relativos a geração de resíduos durante a fase de desactivação, embora se prevê que só sejam resíduos de construção. Espera-se que todos os equipamentos, e infra-estruturas metálicas, etc., sejam vendidos para utilização em outras instalações, caso se encontrarem operacionais, ou sejam vendidos como sucata.

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5 DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO E ALTERNATIVAS AO PROJECTO

5.1 DELIMITAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DO PROJECTO

A delimitação das áreas de influência é essencial para orientar a descrição da situação de referência da área de um projecto e fornecer parâmetros para avaliar e dimensionar os potenciais impactos desse empreendimento no ambiente receptor. Para o presente projecto, a área de influência foi delimitada em dois grupos: a Área de Influência Directa (AID) e a Área de Influência Indirecta (AII). Dadas as características e dimensão reduzida do projecto, propõe-se que a Área de Influência Directa (AID) seja definida como a área do projecto propriamente dita, ou seja, os 15000m2, visto ser o local onde decorrerá toda a actividade relativa à recepção, ao armazenamento e ao enchimento e distribuição/recepção das garrafas cilíndricas de GPL. Portanto, a AID é a área geográfica directamente afectada pelos impactos resultantes do empreendimento. Relativamente a Área de Influência Indirecta (AII), consideraremos, para o presente projecto, as indústrias e infra-estruturas vizinhas, localizadas num raio de 500m, que poderão ser eventualmente afectadas pelos efeitos/ potenciais impactos indirectos do projecto ou por eventos não-planeados.

5.2 ALTERNATIVAS AO PROJECTO

Para o presente projecto, foi considerada apenas a alternativa de Localização do projecto na área proposta. Esta opção foi seleccionada dadas as vantagens tanto logística, bem como da situação geográfica do local proposto: Vantagens Logísticas

A área proposta para a implantação do projecto localiza-se a cerca de 4 Km do Porto da Beira, onde se encontra o terminal de combustíveis da X-storage, de onde provirão os camiões cisterna carregados com o GPL. Esta proximidade facilitará o processo de transporte, na medida em que reduzirá os custos á estes associados, o tempo para o abastecimento da unidade de enchimento, bem como a optimização das medidas de segurança associadas ao transporte. Vantagens Associadas á Localização Geográfica do Local Proposto

O local do projecto está assente numa área definida pelo Conselho Municipal da Beira, como sendo para usos industriais. A referida área encontra-se estrategicamente posicionada, na medida em que se situa a 700m da Estrada Nacional número 6 (EN6), principal via de acesso para a entrada e saída da Cidade da Beira.

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Deste modo, a implantação do projecto nesta área representa uma mais-valia tanto para ProGas, como para os distribuidores, em geral, já que não precisarão se deslocar grandes distâncias para comercializar o produto final.

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6 SITUAÇAO DE REFERÊNCIA DA DO PROJECTO

A presente descrição da situação de referência da área do projecto é baseada na informação compilada a partir de dados obtidos tanto da consulta de referências documentais diversas como da visita efectuada à área de estudo. A descrição da situação de referência, está concentrada na área de influência directa do projecto e, onde relevante, na área de influência indirecta. Note-se que dada a sua localização, Cidade da Beira, e em particular no Bairro Vaz, a AID encontra-se alterada por actividades antropogénicas.

6.1 SITUAÇÃO BIOFÍSICA DA ÁREA DO PROJECTO

6.1.1 Clima

Ao avaliar o descritor de Clima é importante analisar as características climáticas predominantes na área que o podem condicionar. O clima da Cidade da Beira classifica-se, de acordo com classificação climática de Köppen, como tropical húmido (Figura 6.1), apresentando ao longo do ano, duas estações climáticas bem definidas: a chuvosa e quente (Outubro a Abril); e a seca (Maio a Setembro).

Figura 6.1 Tipos de clima de Moçambique segundo a classificação de Köppen

Fonte: INAM

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A temperatura na Cidade da Beira apresenta um comportamento homogéneo, com temperaturas médias máximas a variar entre os 25.4°C no mês mais frio (Julho) e os 31.5°C no mês mais quente (Janeiro). Os valores médios das temperaturas mínimas apresentam uma variação um pouco mais acentuada, variando entre 15.8°C no mês mais frio (Julho) e 24°C no mês mais quente (Janeiro). A amplitude térmica média é de 8.5°C.

Figura 6.2 Temperaturas médias mensais da Cidade da Beira

Fonte: INAM

A precipitação média anual ronda os 1574mm, dos quais cerca de 76% (1199mm) se registam durante a época húmida (Novembro a Março) e cerca de 24% (375mm) durante a época seca (Maio a Outubro). Por outro lado, os valores mais baixos de precipitação média mensal (como ilustrado na Figure 6.3) registam-se entre os meses de Setembro e Outubro, com valores que não ultrapassam os 50mm.

Figure 6.3 Precipitação Média Mensal da Cidade da Beira

Fonte: INAM

0.0

5.0

10.0

15.0

20.0

25.0

30.0

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Beira Mínima Beira Máxima

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6.1.2 Pressão atmosférica e Ventos

A pressão atmosférica da Cidade da Beira varia homogeneamente de acordo com as estações do ano, aumentando consideravelmente durante os meses de inverno, atingindo o seu máximo nos meses de Junho e Julho (cerca de 1020 hPa) e reduzindo consideravelmente nos meses de verão, atingindo os seus mínimos nos meses de Dezembro a Janeiro (abaixo dos 1010 hPa).

Figure 6.4 Perfil da pressão atmosférica na Cidade da Beira

Fonte: INAM De acordo com o INAM, no que respeita aos ventos, a Cidade da Beira regista velocidades de vento médias que variam entre os 3Km/h (Abril) e os 18Km/h (Setembro), sendo que as velocidades de rajada variam entre os 11 km/h (Abril) e os 37 km/h (Setembro). A amplitude média é de cerca de 30Km/h.

Figure 6.5 Perfil da velocidade do vento na Cidade da Beira

Fonte: INAM

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De acordo com os dados registados na estação meteorológica da Beira (1961-2005), predominam na Cidade da Beira os ventos de Sudeste, seguido por ordem decrescente pelos ventos do quadrante Leste, Sudoeste e Sul.

Figure 6.6 Predominância dos ventos observados na estação da Beira, durante o período de 1961-2005

Fonte: INAM

6.1.3 Ciclones

Devido a sua localização, Moçambique é frequentemente afectado por ciclones tropicais. De uma forma genérica, os ciclones de maior intensidade tem origem ao sudoeste do Canal de Moçambique. Estes movimentam-se para Oeste, atravessando o Canal de Madagáscar e, ao atravessarem o canal de Moçambique, são alimentados pelas águas quentes que os intensificam. De acordo com Tinley (citado em ERM e Consultec, 2011), a média anual de ocorrência de ciclones no Canal de Moçambique é de cerca de três a cinco ciclones. Os ciclones que assolam Moçambique são geralmente caracterizados por chuvas intensas nas áreas costeiras, associadas a ventos fortes e cheias. As regiões mais atingidas ao longo do país são as áreas costeiras das regiões Centro e Norte. Moçambique, através do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades e do Instituto Nacional de Meteorologia, desenvolveu o Sistema de Alerta de Ciclones, que entrou em vigor a 1 de Novembro de 2002 (www.desastres-moz.org/). Segundo o mapa que se segue (Figura 6.7), ocorreram na Cidade da Beira durante o período compreendido entre os anos de 1970 e 2000 entre 6 a 7 ciclones).

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De acordo com o INAM, no período compreendido entre 1993 e 2012, foram registados em Moçambique cerca de 40 eventos ciclónicos, 9 dos quais classificados como muito intensos (com velocidade máxima acima de 212 Km/h). Em média, entre 3 a 5 ciclones são formados no Canal de Moçambique, entretanto, apenas uma média de dois ciclones atingiram a costa de Moçambique no referido período (Consultec, 2015).

Figura 6.7 Número de ciclones ocorridos entre os anos de 1970 e 2000

Fonte: INAM & INGC, 2005

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6.1.4 Geologia, Geomorfologia e Solos

Regionalmente a AID e AII enquadram-se na Bacia de Moçambique, que corresponde à planície costeira nacional, estendendo-se desde o paralelo 17°30’ em Pebane, ao rio Maputo, no Sul e continua para o paralelo 28° na Zululândia, na África do Sul. A lito-estratigrafia da Bacia de Moçambique é hoje conhecida graças às correlações feitas de dados de furos de sondagem na região Sul do rio Save e comparadas com alguns dados de furos de sondagem da depressão do vale do Zambeze e do jazigo de gás do Búzi. Geomorfologicamente a AID e AII do projecto caracteriza-se por ser uma planície com elevações que variam entre 7 a 14 metros acima do nível médio das águas do mar, sendo drenada no seu extremo NW pelo Rio Chacota. Segundo a notícia explicativa da carta 1:250 000 do grau quadrado 1934_Beira da Série Geológica de Moçambique, a geologia é dominada por depósitos de idade Quaternária e por sedimentos aluvionares, drenados pela bacia do rio Púnguè. Estes são compostos por aluviões de silte, areia e cascalho da formação Qa, que se sobrepõe às escorrências fluviais argilo-arenosas da formação Qps (GTK Consortium, 2006a).

6.1.5 Qualidade do Ar

A distribuição dos poluentes na atmosfera é influenciada por diversos factores, tais como a localização das fontes emissoras, tanto naturais como antropogénicas, o relevo e fenómenos meteorológicos que se fazem sentir, nomeadamente o vento, as condições de estabilidade atmosférica, as inversões térmicas, a humidade, a temperatura, entre outros. Ao avaliar o descritor da Qualidade do Ar é importante analisar as fontes existentes na AII, assim como as características climáticas e ambientais que o podem condicionar. Em termos de fontes de poluição atmosférica presentes nas proximidades da área do projecto destacam-se unidades industriais (p.e. refinaria de óleo alimentar, produção de plásticos, unidades dedicadas a reparação de viaturas e equipamentos) a cerca de 300 m da AID, núcleos habitacionais a cerca de 350 m da AID, concretamente o bairro Vaz (no Posto Administrativo Municipal da Munhava), e veículos que circulam na rede viária próxima a área do projecto, principalmente na Estrada Nacional Número 6a aproximadamente 700 m da AID. As unidades industriais podem produzir emissões associadas a equipamentos produtivos e geradores para produção eléctrica, os núcleos habitacionais produzem emissões associadas a queima de carvão vegetal associada as lides domésticas e os veículos produzem emissões associadas a combustão de combustível. Em termos ambientais e climáticos, a AID se encontra numa planície onde predominam os ventos de sudeste.

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De uma forma geral, pode-se concluir que em termos de qualidade do ar, a área de implantação do projecto apresenta-se essencialmente influenciada pelas actividades desenvolvidas pelas unidades industriais (localizadas a cerca de 300 m) e núcleos habitacionais existentes nas suas proximidades (localizados a cerca de 350 m) e em menor escala pelo tráfego rodoviário existente nas estradas circundantes (com maior enfoque para a Estrada Nacional Número 6, a cerca de 700 m) a área do projecto. Pode-se, portanto, considerar a qualidade do ar da AID e AII do projecto como sendo perturbada por factores antropogénicos.

6.1.6 Ruído

Ao avaliar o descritor de Ruido, é importante analisar fontes existentes na AII, assim como as características climáticas e ambientais que o podem condicionar. As fontes de poluição sonora podem ser classificadas como pontuais e lineares. Uma fonte sonora considera-se pontual se as suas dimensões forem pequenas quando comparadas com a distância a que se encontra do receptor. São exemplos aeronaves, uma fábrica, um automóvel isolado, etc. Uma fonte linear é aquela que emite sons de uma forma contínua ao longo de uma linha, e que se caracteriza por um nível igual de pressão sonora (Ex: uma auto-estrada com trânsito intenso ou uma linha férrea). De um modo geral, o ambiente sonoro da área do projecto encontra-se influenciado pelas actividades desenvolvidas nas suas imediações, o que compreende as actividades desenvolvidas pelas unidades industriais e núcleos habitacionais. Na AII (dentro do raio de influência de 700 metros) destaca-se a existência da estrada EN6, de unidades industriais e núcleos habitacionais, sendo que o ruído maioritariamente audível provém da circulação automóvel da EN6. Não existem, na AID do projecto, quaisquer fontes de poluição sonora. Assim, a AID considera-se perturbada em menor escala, pelo trafego rodoviário, uma vez que a EN6 dista a cerca de 700 e a estrada de acesso ao terreno do projecto não constitui uma fonte significativa de emissão de ruido. Para este estudo, foram medidos os níveis de ruído das principais fontes de ruído identificadas, ao longo de um período de 15 minutos em cada local de monitoria, que se considera representativos de um período típico de uma hora para a verificação e comparação da possível influência que o projecto poderá causar no meio ambiente. Dados os factores acima mencionados, considera-se o ambiente sonoro da AID como perturbado, principalmente pelas fontes existentes na área de influência indirecta do projecto e se considera a medição dos níveis de ruido como referência.

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6.1.7 Recursos Hídricos

No contexto de hidrogeologia regional, a área do projecto insere-se na Bacia Sedimentar do Sul do Save e é composta por diversas formações sedimentares com idades que variadas: Neogeno, as pertencentes á Formação de Mazamba, assim como vastas áreas que comportam essencialmente sedimentos de Formações Quaternárias recentes em forma de eluviões, terraços fluviais e aluviões, depósitos eólicos e de praia, e depósitos de marés. Os baixos índices de permeabilidade das formações hidrogeológicas predominantes na área de estudo, associados ao gradiente topográfico/hidráulico suave, fazem com que o terreno seja pantanoso como resultado da influência das marés e do escoamento superficial deficiente das águas das chuvas. Neste sentido, não e expectável encontrar aquíferos subterrâneos pouco profundos nesta zona. Na AID do projecto não ocorrem linhas de água, nem mesmo de caracter efémero, bem como linhas de drenagem superficial. De facto, a analise de fotografia de satélite permite identificar algumas áreas depressionárias á volta da área do projecto (a cerca de 10/15m), onde sazonalmente se acumulam aguas, e das quais as populações tiram partido para a agricultura de subsistência. Este fenómeno parece ter explicação pelo caracter vértico dos solos que, quando saturados, se tornam praticamente impermeáveis, proporcionando assim o surgimento de tais acumulações de águas, (Figura 6.8).

Figura 6.8 Acumulação de água na AII

6.1.8 Fauna e Flora

Dada a sua localização (Cidade da Beira) e também devido ao facto de a área ter sofrido alterações antropogénicas, não se verificou, aquando da visita de campo, uma presença considerável de espécies de fauna. Entretanto, importa realçar a existência de algumas espécies de avifauna observadas, tais como o corvo seminarista - Corvus albus; e andorinhas - Hirundo rustica e Delichon

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urbica, nenhuma destas em vias de extinção segundo a Lista Vermelha da IUCN.

Figura 6.9 Corvo Seminarista (Corvus albus) na AII

As AID e AII são usadas como pontos de passagem pelas aves vindas do Rio Púngue em direcção á zona costeira e vice-versa e, pelas aves típicas de pradarias inundadas. Trata-se de portanto de taxa associados a ambientes costeiros, algumas das quais migrantes. Em redor da área de implementação do projecto, as espécies vegetais dominantes observadas são o reflexo do intenso uso da área, onde prevalecem os graminhais, típicos de áreas com um gradiente de humidade elevado, visto tratarem-se de solos que apresentam escoamento deficiente, sofrendo inundações periódicas. Especificamente na AID do projecto verifica-se a ausência total de vegetação, dado que recentemente esta área foi desmatada e aterrada aquando da atribuição da área para dar lugar ao projecto proposto, como ilustra a Figura 6.10.

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Figura 6.10 Terreno da Área do Projecto

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6.2 SITUAÇÃO SOCIOECONÓMICA DA ÁREA DO PROJECTO

6.2.1 Divisão Administrativa da Cidade da Beira

A Beira é a segunda maior cidade de Moçambique e é capital da Província de Sofala, localizada na região centro do País. Tem como limites o Distrito de Dondo, a Norte e Este, o Oceano Índico a Sul e a Este e, finalmente, o Distrito de Búzi, a Oeste (INE, 2013). A Cidade da Beira ocupa uma superfície de 633Km2, 0.9% da área total da província de Sofala e possui 26 bairros, nomeadamente: Macuti, Palmeiras, Ponta-Gêa, Chaimite, Pioneiros, Esturo, Matacuane, Macurungo, Alto da Manga, Nhaconjo, Chingussura, Vila Massane, Inhamízua, Matadoro, Mungassa, Ndunda, Manga Mascarenha, Muave, Nhangau, Nhangoma e Chonja, sendo que os bairros de Munhava-Central, Mananga, Vaz, Maraza e Chota compõem o Posto Administrativo Municipal da Munhava (MAE, 2002, in Chaimite. E). A área do projecto localiza-se no Bairro de Vaz (no Posto Administrativo Municipal da Munhava), sendo que o actual Plano de Estrutura Urbana do Município da Beira (PEUCB) classifica a área de implantação do projecto (AID) como uma parcelada destinada para fins industriais (fonte: Conselho Municipal da Cidade da Beira, PEUCB -Planta de parcelamento da zona industrial da Munhava).

6.2.2 Demografia e Densidade Populacional

A Cidade da Beira possui aproximadamente 457,799 habitantes, sendo 227,201 habitantes do sexo feminino, representando 49.6% da população e 230,599 do sexo masculino, representando 50.4% da população da Cidade. Esta população corresponde a cerca de 24% to total populacional de toda a Província de Sofala, estimada em 1.903.728 habitantes (INE, 2013). Relativamente a estrutura etária da população da Cidade da Beira, nota-se que esta é maioritariamente constituída por homens e por indivíduos das idades compreendidas entre os 15 até 64 anos. A densidade populacional da Cidade da Beira não é uniforme, havendo alguns bairros mais populosos em relação á outros. De acordo com as Estatísticas do Distrito Cidade da Beira (INE, 2013), esta apresenta uma densidade populacional de 723 habitantes por Km2, distribuídos em cerca de 94,804 agregados familiares. Relativamente ao crescimento populacional, as estatísticas do INE, publicadas em 2013, estimam que até 2018, a Cidade da Beira tenha 464,633 habitantes - um aumento de cerca de 7 000 habitantes.

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6.2.3 Padrões de uso da Terra

Como referido anteriormente, a área do projecto está inserida, de acordo com o Plano de Estrutura Urbana actual do Município da Beira, numa área definida e parcelada para fins industriais. Outrora, esta área era usada pelos habitantes dos bairros e zonas vizinhas para o cultivo de culturas de subsistência. Na AII, a cerca de 300m a noroeste da AID do projecto existem algumas unidades industriais dedicadas a reparação de viaturas e equipamentos; refinaria de óleo alimentar, armazéns variados, produção de plásticos, dentre outras actividades. Á 400m a sudoeste da AID existem várias habitações que compõem o populoso Posto Administrativo da Munhava. A este da área do projecto é ainda possível identificar algumas áreas cultivadas pelas comunidades locais.

6.2.4 Habitação e Condições de Vida

O tipo de habitação existente na Cidade da Beira pode ser dividido em três subtipos distintos: i) habitações construídas com material convencional; ii) de material precário; e iii) de material misto.

As habitações construídas com material convencional (cerca de 55.6%), também são variadas podendo-se encontrar desde prédios (predominantes na zona de cimento), casas do tipo vivenda espaçosas com quintais e casas de material convencional nos grandes aglomerados populacionais, geralmente não parcelados e de difícil acesso, como é o caso dos bairros de Vaz e Maraza.

O parque habitacional erigido com recurso a material misto e precário (44.4%) encontra-se na sua maioria nos bairros periféricos e ao longo das zonas verdes, onde a maior parte da população, para além da produção da batata-doce e hortícolas, também pratica a cultura do arroz. O Bairro Vaz, onde se insere a área do projecto, é predominantemente composto por habitações do tipo misto, ou seja, casas construídas com recurso a materiais locais estacas e barro com cobertura de capim e/ou chapas de zinco, bem como casas convencionais (casas de alvenaria).

6.2.5 Infra-estruturas e Saneamento

O abastecimento de água á cidade da Beira é garantido pelo Fundo de FIPAG a partir da estação de tratamento localizada na zona de Mutua, Distrito de Dondo, a cerca de 80km a Oeste da Cidade. Bombas manuais, do tipo Afridev, complementam a provisão de água, principalmente nos Bairros periféricos de difícil acesso. Estas bombas de abastecimento de água, de accionamento manual, espalhadas pela cidade, ficam, muitas das vezes, inoperacionais por longos períodos devido às constantes avarias e à incapacidade por parte dos utilizadores de mantê-las funcionais devido a deficiente manutenção.

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A área do projecto ainda não possui ligação à rede de abastecimento do FIPAG, sendo que ProGas se propõe solicitar uma ligação/ramificação de conexão para a unidade proposta. O saneamento da cidade é assegurado por uma rede de recolecção de aguas residuais que é constituída principalmente por uma rede de drenagem pluvial, uma rede de esgotos residuais e uma estação de tratamento de águas residuais. A estacão de tratamento de águas residuais foi recentemente reparada e ampliada através de um co-financiamento entre a Comissão Europeia e o Governo de Moçambique. Esta estação comporta quatro reactores anaeróbicos, filtros biológicos, decantadores, entre outros mecanismos de depuração ed efluentes. Espera-se que este sistema melhore substancialmente a médio prazo - dos anteriores 19,7% de cobertura para cerca de 60%. As AID e AII do projecto não possuem actualmente ligação, às infra-estruturas de saneamento e não se constatou a existência de planos de construção da mesma a curto ou médio prazo, sendo que ProGas se propõe a construir um sistema de esgotos específico, constituído por um dreno e uma fossa séptica. A recolha de resíduos sólidos domésticos ao nível da Cidade da Beira é efectuada pelo Conselho Municipal da Beira. Estima-se que sejam diariamente produzidas mais de 500 toneladas de resíduos, na Cidade da Beira, dos quais cerca de 200 são efectivamente recolhidas pelo Conselho Municipal. Relativamente a AID e AII, importa referir que o Conselho Municipal não efectua recolha de resíduos ao domicílio, sendo os resíduos depositados em contentores de 6-9m3 localizados ao longo da EN6.

6.2.6 Actividades Económicas

O porto comporta terminais de combustíveis, pesca, carga contentorizada e avulsa e mais actualmente, de carvão. A carga contentorizada é operada pela Cornelder Moçambique (que possui uma concessão de 40 anos), que detém 67% das acções, sendo que os remanescentes 33% são detidos pelos Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM). O porto da Beira constitui uma unidade de grande importância para o abastecimento e prestação de serviços a toda a zona Centro de Moçambique e aos países vizinhos que não tem acesso ao mar (Zimbabwe, Malawi, Zâmbia, República Democrática do Congo). Actualmente existem no Porto da Beira, cerca de 7 terminais de combustíveis (gasolina, gasóleo, Jet A1, e gás), que se dedicam a recepção e abastecimento de combustíveis às províncias do centro e norte de Moçambique, bem como dos países acima referidos. Este factor, impulsionou o surgimento de várias empresas de prestação de serviços adicionais, como é o caso de agenciamento de exportação de combustíveis, agências de despacho aduaneiro e empresas de logística.

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Com a entrada das empresas de mineração na Província de Tete e activação da Linha de Sena e consequente aumento da demanda pela exploração do corredor da Beira (estrada, ferrovia e porto), multiplicaram-se os agentes ligados a actividade comercial informal e formal e outras actividades económicas foram-se evidenciando ao longo dos tempos, como é o caso da indústria de produção de cimento e travessas de betão, exploração de madeira e areias, hotelaria.

6.2.7 Agricultura e Pescas

A agricultura do arroz, batata-doce e horticultura são as actividades desenvolvidas pela maioria da população beirense que ocupa os bairros periféricos da cidade (principalmente as chamadas zonas verdes da Beira que se estendem até o Distrito de Dondo). A par da agricultura, a pesca é uma actividade de extrema importância na Beira. Sendo uma cidade banhada pelo Oceano Índico e situada na confluência de 2 grandes rios, Buzi e Pungue, a actividade piscatória é bastante praticada por pescadores artesanais e por barcos de arrasto de pequenas e grandes empresas de pesca. Os pescadores artesanais utilizam canoas e barcos à vela e desenvolvem a actividade para sua subsistência, enquanto as pequenas a grandes empresas dedicam-se à captura do camarão e peixe de primeira para a exportação e abastecimento de grandes unidades hoteleiras da cidade. No Posto Administrativo da Munhava, são desenvolvidas principalmente actividades de subsistência, com enfoque para o comércio informal (pequenas bancas de venda de produtos básicos, à retalho – vegetais, arroz, açúcar, etc.), agricultura (p.e. plantio de arroz) e a venda de bebidas alcoólicas tradicionais.

6.2.8 Saúde e Educação

A Cidade da Beira possui, no total, 14 unidades sanitárias, o que representa uma disponibilidade de 859 camas. Destas unidades, destacam-se um Hospital Central, onze Centros de Saúde e dois Postos de Saúde. O Posto Administrativo da Munhava possui, actualmente, um centro de saúde, o Centro de Saúde Urbano da Muunhava, que dista a sensivelmente 2km Sul da área do projecto (Figura 6.11).

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6-15

Figura 6.11 Centro de Saúde da Munhava

As principais doenças registadas na Beira para além da pandemia do HIV/SIDA, muito ligada ao corredor da Beira, estão relacionadas com as condições deficientes de saneamento do meio. São o caso da malária e das diarreias incluindo a cólera, com maior incidência, nas épocas chuvosas. Relativamente ao HIV/SIDA, o índice de prevalência para a Província de Sofala está na ordem dos 15.5%, sendo 17.8% para as mulheres e 12.6% para os homens, como ilustra a Figura 6.12 (CNCS: Plano Estratégico Nacional de Resposta ao HIV e SIDA 2015 – 2019).

Figura 6.12 Prevalência de HIV na população entre 15 a 49 anos por sexo e província

Relativamente ao sector de educação, a Cidade da Beira possui 106 Escolas Primárias do 1º grau (EP I), 53 das quais privadas/comunitárias; 57 Escolas Primárias do 2º grau (EP II), sendo 45 privadas/comunitárias. Relativamente ao Ensino Secundário Geral (ESG), a Cidade da Beira possui 45 Escolas Secundárias do 1º grau, das quais 31 são privadas/comunitárias; e 27 Escolas Secundárias do 2º grau, sendo 21 do ensino privado (INE, 2013). Existe, a 80m metros (norte) da área de influência directa do projecto, a Escola Santa Lúcia, a mais próxima da área do projecto (Figura 6.13).

Fonte: CNCS, 2015.

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6-16

Figura 6.13 Escola Santa Lúcia

Na Cidade da Beira existem também instituições de ensino dedicadas ao ensino primário, técnico-profissional e universidades. Existem na Cidade da Beira mais de 7 instituições de ensino superior, destacando-se a Universidade Católica de Moçambique (UCM), a Universidade Jean Piaget, a Universidade Eduardo Mondlane (Faculdade de Direito), a Universidade Pedagógica, a UniZambeze, entre outras.

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7-1

7 AVALIAÇÃO DE IMPACTOS

7.1 GEOLOGIA E GEOMORFOLOGIA

7.1.1 Alterações geomorfológicas resultantes da movimentação de terras

Avaliação do Impacto Durante os sete meses estimados para a construção do projecto, ocorrerão diversos trabalhos que envolverão a movimentação de terra, associada à construção de edifícios, estradas de acesso interiores, sistema de abastecimento de água, sistema de esgotos e de drenagem de águas pluviais, etc., que potencialmente irão causar alterações de cota e estrutura da área do projecto. Entretanto, durante a fase de operação do projecto, não são esperadas movimentações de terra, sendo que na fase de desmobilização, prevê-se que as mesmas sejam mínimas. Este conjunto de acções poderão potencialmente, provocar alterações superficiais na geomorfologia da área do projecto. Atendendo às características do projecto, os movimentos de terra a realizar durante as fases de construção e desmobilização são, de modo geral de baixa magnitude, pelo que, os potenciais impactos esperados são de baixa significância. Medidas de Mitigação Os potenciais impactos sobre a geomorfologia da área do projecto advêm principalmente das actividades previstas na fase de sua construção. De forma a reduzir estes impactos, a seguinte medida deverá ser implementada:

Garantir a manutenção da cota do terreno equilibrada ou em

concordância com as infra-estruturas circundantes.

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7-2

Tabela 7.1 Alterações geomorfológicas resultantes da movimentação de terras

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação)

Fase de Construção Duração Permanente Permanente Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Definitiva Definitiva Significância Baixa Baixa

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Longo prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Caso sejam implementadas as medidas de mitigação descritas acima, antecipa-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.2 SOLOS

7.2.1 Erosão do Solo causada pelas actividades do projecto

Avaliação do Impacto A erosão do solo é causada pela remoção de partículas do solo do terreno devido ao movimento da água, ar ou por acção humana. A área do projecto se encontra, actualmente, desprovida de vegetação visto que esta foi retirada aquando da atribuição da área. Em sua substituição foram colocadas camadas de terra de modo a elevar a cota do local. Durante a fase de construção os solos estarão mais susceptíveis ao fenómeno da erosão, que poderá ser causada pela movimentação de pessoas, veículos e equipamentos, bem como outros factores associados. Entretanto, na fase de operação, não se antevê a ocorrência de focos de erosão pois toda a área (área operacional, edifício de escritório, estradas de acesso interiores, etc.) será devidamente pavimentada. Na fase de desmobilização, os focos de erosão poderão surgir no caso de se retirarem os materiais e equipamentos, incluindo a pavimentação, sem as devidas precauções.

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7-3

Os impactos da actividade proposta sobre a erosão dos solos na área do projecto serão directos e verificar-se-ão principalmente na fase de construção e desmobilização e incluirão, a perda de camadas superiores dos solos e a redução da capacidade de retenção de água dos solos erodidos. Medidas de Mitigação As seguintes medidas irão reduzir o potencial de erosão dos solos: Durante a fase de construção, reduzir o quanto possível a exposição

dos solos a energia dos factores externos (chuvas, vento) para limitar o potencial impacto de erosão do solo;

Realizar inspecções visuais às bermas/limites da área do projecto; e As estradas de acesso interiores deverão possuir um sistema de

drenagem devidamente dimensionado de forma a evitar o fenómeno da erosão.

Tabela 7.2 Erosão dos Solos causada pelas actividades do projecto

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Temporária Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Temporária Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco Provável Significância Negligenciável Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas de mitigação propostas acima, prevê-se que o impacto resulte numa interacção sem significância.

7.2.2 Compactação do Solo

Avaliação do Impacto Durante a fase de construção, verificar-se-á a presença e circulação de veículos de construção pesados na área do projecto, que poderão potencialmente alterar a estrutura actual do solo, através da redução dos micróporos entre as unidades da estrutura do solo e consequente aumento dos níveis de impermeabilidade.

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7-4

Durante a fase de operação do projecto, não se antevê a ocorrência deste impacto pelo facto de a área estar completamente compactada e pavimentada. De acordo com a descrição do projecto, a unidade estará provida de um sistema de recolha e drenagem de águas pluviais. Para a fase de desmobilização, onde os materiais e equipamentos que deverão compor a unidade de enchimento de GPL serão desmontados e removidos, poderá ocorrer a compactação excessiva dos solos, aumentando assim os níveis de impermeabilidade. Assim sendo, a avaliação e classificação deste impacto será apenas realizada para as fases de construção e desmobilização. Atendendo às características do projecto, considera-se este impacto de um modo geral como sendo de baixa magnitude, pelo que, os potenciais impactos esperados resultarão numa interacção de significância baixa. Medidas de Mitigação De modo a reduzir os efeitos deste impacto, as seguintes medidas de mitigação são recomendadas: Regular o acesso e circulação de veículos pesados na área do projecto

ao mínimo necessário; e

Estabelecer áreas fixas para o armazenamento de materiais e equipamentos pesados. Uma vez estabelecidas, as mesmas não deverão ser alteradas.

Tabela 7.3 Compactação do Solo

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-Prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

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7-5

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.2.3 Poluição dos Solos

Avaliação do Impacto A poluição dos solos constitui a alteração das características naturais do solo por poluentes, ou seja, substâncias capazes de causar alterações significativas na sua estrutura. Durante a fase de construção, a poluição dos solos poderá ocorrer aquando da realização de trabalhos de construção civil, tais como escavações e construção das infra-estruturas, através do uso e armazenagem inadequada de substâncias perigosas (tintas e vernizes), bem como pela má gestão de resíduos domésticos gerados pelos trabalhadores afectos á construção (restos de embalagens de comida, sacos plásticos, etc.). Na fase de operação, os resíduos a serem gerados serão, na essência, domésticos (acima descritos) gerados pelos trabalhadores afectos a unidade de enchimento de GPL. Caso estes sejam geridos de forma inconveniente, poderão constituir focos de poluição visual dos solos. Na fase de desmobilização, importância deverá ser dada á desmontagem e remoção eficiente e cuidadosa dos equipamentos e materiais, pois estes poderão conter restos de substâncias (ex. GPL), que poderão consequentemente, poluir os solos. A poluição do solo é um impacto directo, e poderá ocorrer principalmente durante a fase de construção do projecto, através do derrame de substâncias/contaminantes. Dadas as características do projecto, considera-se que caso ocorra seja de magnitude e significância negligenciáveis. Medidas de Mitigação De modo a reduzir os efeitos deste impacto, as seguintes medidas de mitigação são recomendadas: Estabelecer áreas fixas para o armazenamento de substâncias; e

Estabelecer áreas fixas (impermeabilizadas) para a realização de

actividades como a manutenção de materiais e equipamentos.

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7-6

Tabela 7.4 Poluição dos Solos

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Operação Duração Temporária Temporária Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.3 RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

7.3.1 Alteração dos padrões de escoamento e características de drenagem da área do projecto

Avaliação do Impacto Embora a área do projecto não possua e nem seja atravessada por linhas de água superficiais, a construção do projecto poderá resultar na alteração dos padrões de escoamento e características de drenagem do local, devido a actividades como movimentação de terras, construção de acessos interiores e outras infra-estruturas associadas. Após a construção, na fase de operação, as características de escoamento das correntes de água também poderão mudar e haverá maior probabilidade de ocorrência de águas paradas ou em poças, devido às linhas não naturais de drenagem que serão criadas.

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7-7

Na fase de desmobilização, caso a desmontagem e remoção dos materiais e equipamentos não seja bem efectuada e não se tome em consideração o devido nivelamento do solo, poderá haver alterações nos padrões de drenagem da área. Este impacto é provável de ocorrer, caso não sejam tomadas medidas de mitigação, principalmente durante a fase de construção do projecto. Dadas as características do projecto, considera-se que caso ocorra seja de significância baixa à negligenciável. Medidas de Mitigação Minimizar a perturbação da topografia natural limitando os

movimentos de terra de larga escala; Definição, aprovação e construção de um plano de drenagens

adequado; Definição, aprovação e construção de um plano paisagístico e de

gestão de espaços exteriores ajardinados; e Construir estruturas de drenagem adequadas de desvio de águas

pluviais à superfície para encaminhar o escoamento de águas pluviais à superfície em volta das áreas afectadas para evitar processos erosivos e afectação de comunidades circundantes pela acumulação de águas.

Tabela 7.5 Alteração dos padrões de escoamento e características de drenagem da área do projecto

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco Provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Operação Duração Permanente Longo prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Pouco Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

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7-8

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.4 RECURSOS HÍDRICOS SUBTERRÂNEOS

7.4.1 Poluição/Contaminação dos recursos hídricos subterrâneos

Avaliação do Impacto Durante as actividades de construção do projecto poderão ocorrer potenciais derrames de substâncias perigosas (ex. tintas e vernizes), caso estes não sejam devidamente armazenados e manuseados. Estes derrames, apenas no caso de ocorrerem em grandes quantidades, poderão infiltrar-se no solo e atingir os aquíferos existentes na área do projecto. Durante a fase de operação do projecto e de acordo com o desenho de construção, toda área do projecto será pavimentada/ impermeabilizada, o que impedira a infiltração de possíveis substâncias contaminantes e consequentemente poluição/ contaminação dos recursos hídricos subterrâneos existentes. Relativamente a fase de desmobilização, onde ocorrerá a desmontagem e remoção dos materiais e equipamentos, especial atenção deverá ser dada ao seu tratamento e limpeza de modo a não constituírem uma fonte de poluição dos recursos hídricos subterrâneos. Apesar de não existirem aquíferos subterrâneos pouco profundos na AID, ocorrem aquíferos de permeabilidade fraca (B3), moderadamente produtivos. Da descrição do projecto, apesar de não estarem estimadas as quantidades exactas de substâncias potencialmente perigosas a serem usadas (tintas e vernizes), considera-se que sejam mínimas. Nesse sentido, considera-se que a poluição/ contaminação dos recursos hídricos subterrâneos é um impacto directo, sendo a sua ocorrência pouco provável. Dadas as características do projecto, considera-se que caso ocorra seja de significância baixa à negligenciável. Medidas de Mitigação De modo a reduzir os efeitos deste impacto, as seguintes medidas de mitigação são recomendadas: Definir áreas específicas para o armazenamento de substâncias

perigosas; Impermeabilizar (em concreto ou com lona) as áreas de

armazenamento de substâncias perigosas;

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7-9

Definir um sistema de gestão e controlo de substâncias perigosas durante as obras de construção; Neste sistema, deverá ser possível saber as quantidades e o tipo de substância acondicionados no local;

Indicar uma pessoa responsável pela gestão e controlo das substâncias acondicionadas no referido local;

Estabelecer áreas fixas (impermeabilizadas) para a realização de actividades como, lavagem e manutenção de materiais e equipamentos; e

Construir estrutura de contenção secundaria para o armazenamento de substâncias perigosas e resíduos perigosos.

Tabela 7.6 Poluição/Contaminação dos recursos hídricos subterrâneos

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Longo-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Operação Duração Temporária Temporária Extensão Local Local Intensidade Insignificante Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Pouco provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

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7-10

7.4.2 Geração de poeiras resultante das actividades de Construção e

Desmobilização

Avaliação do Impacto Este impacto será analisado unicamente tendo em conta as fases de construção e desmobilização, onde serão desenvolvidas actividades com potencial de geração de poeiras. Os trabalhos de preparação do terreno para as actividades de construção, bem como na desmobilização, têm o potencial de gerar emissões de poeiras fugitivas. Os impactos negativos potenciais identificados devido às emissões atmosféricas no local do Projecto estão relacionadas com emissões fugitivas de poeiras e de fracções finas PM10 e PM2.5 das actividades de construção e desmobilização no local. A quantidade de poeira emitida por estas operações será relacionada com a área de terreno (15 000m2). Emissão de veículos de construção que passem sobre terreno não pavimentado pode também ser importante e está relacionada com o conteúdo de lodos no solo bem como a velocidade dos veículos, conteúdo de humidade do solo, distância coberta e frequência dos movimentos dos veículos1. Os impactos reais da poeira irão depender principalmente das condições meteorológicas, na medida em que ventos fortes e condições de sequia favorecerão a transferência de poeira e condições húmidas ou molhadas reduzirão os impactos. Dadas as características do projecto, assim como o nível de intervenções a efectuar (que não incluem o desmatamento), considera-se este impacto como sendo de significância negligenciável. Medidas de Mitigação Embora a interacção seja considerada como sendo de baixa significância, as melhores práticas apresentadas a seguir podem ser implementadas: Cobrir, com lona ou rede, todos os amontoamentos de materiais

poeirentos tais como material escavado, materiais dragados e materiais de enchimento para evitar emissões fugitivas de poeira;

Providenciar apainelamento ou cercas ao longo da fronteira do local do Projecto;

1 Holman et al (2014). Directriz IAQM sobre a avaliação de poeira de demolições e construções, Instituto de Gestão da Qualidade do Ar, Londres. www.iaqm.co.uk/text/guidance/construction-dust-2014.pdf.

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7-11

Controlar a altura de descarga de materiais de enchimento durante o enchimento, tanto quanto possível. Onde possível, isto deveria ser abaixo da altura do apainelamento em volta da fronteira do local do Projecto;

Envolver totalmente quaisquer contentores para transporte de

materiais para impedir a geração de poeiras; Não acumular pilhas de areia por longos períodos;

Os resíduos da construção (incluindo entulho de obra) deverão ser

geridos apropriadamente por empresas certificadas para o efeito;

Usar água como supressora de poeira; e Não queimar resíduos de construção, no local do projecto/obra.

Tabela 7.7 Impacto pela geração de poeiras resultantes das actividades de Construção e desmobilização

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Baixa Probabilidade Provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

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7-12

7.4.3 Poluição do ar resultante de emissões de Veículos e Equipamentos

Avaliação do Impacto As emissões dos escapes dos veículos, nas três fases do projecto, surgirão dos movimentos dos veículos tais como automóveis e veículos de transporte pesados e veículos de transporte ligeiros que se desloquem para e desde o local do Projecto. A combustão durante o funcionamento de máquinas e equipamentos durante as fases de construção e desmobilização poderá também contribuir para o aumento dos níveis de CO2, NOx e SOx na atmosfera. Os impactos das emissões atmosféricas de veículos diminuem rapidamente com o aumento da distância da fonte e não são de considerar a uma distância de mais de 200m1 da fonte. Os potenciais impactos serão de natureza local e temporários. Como tal o significado do impacto é considerado como sendo de significância baixa à negligenciável. Medidas de Mitigação Embora a interacção seja considerada como sendo sem significância, as melhores práticas apresentadas a seguir podem ser implementadas: Controlar as emissões de poeiras associadas a veículos e equipamentos

através da adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como observação diária de actividades e humidificação das vias);

Pavimentar e limpar efectivamente as estradas usadas para os transportes;

As emissões de veículos e equipamentos deverão ser controladas pela adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como desligar equipamentos quando não estejam a ser usados, observação de emissão de fumo preto e envio de veículos e equipamentos que estejam a emitir fumo negro a manutenção imediata);

Efectuar a manutenção preventiva de veículos e equipamentos;

Fixar um limite de velocidade de veículos de 50 km/h para movimentação em estradas de terra de acesso ao local e de 30 km/h para o interior do local. Assegurar que todo o pessoal envolvido nas actividades do local do Projecto está consciente dos limites de velocidade aplicáveis e que os implementam no seu dia-a-dia; e

Não queimar resíduos de construção, no local do projecto/obra. 1 Manual de Projecto para Estradas e Pontes (DMRB) Directrizes (Maio 2007). Disponível online, acedido em 06/09/2016 http://www.dft.gov.uk/ha/standards/dmrb/vol11/section3/ha20707.pdf

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7-13

Tabela 7.8 Poluição do ar resultante de emissões de Veículos e Equipamentos

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Operação Duração Temporária Longo prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Negligenciável Negligenciável Probabilidade Pouco provável Pouco provável Significância Negligenciável Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.4.4 Alteração da Qualidade do Ar devido a Emissões fugitivas de GPL

Avaliação do Impacto Este impacto é exclusivo para a fase de operação, onde serão armazenados e manuseados cerca de 166m3 de GPL. Nesta fase do projecto, poderá ocorrer uma ligeira alteração da qualidade do ar associadas á emissões fugitivas de GPL a partir dos reservatórios de armazenagem a granel e durante a transferência de líquidos perigosos, bem como, aquando da realização de actividades tais como desgaseificação de botijas, circulação de camiões e operações de carga e descarga de botijas. Pela análise das características do projecto (ex. equipamentos a instalar, sistemas de segurança e alerta), espera-se que este impacto não ocorra. Caso ocorra, o mesmo considera-se de baixa significância.

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7-14

Medidas de Mitigação Elaboração de um programa de inspecção e manutenção de

equipamentos susceptíveis de originar emissões fugitivas (ex.: reservatórios, botijas entre outros).

Tabela 7.9 Alteração da Qualidade do Ar devido a Emissões fugitivas de GPL

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Operação

Duração Longo-prazo Longo-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Com a implementação das medidas acima propostas prevê-se que este impacto resulte numa interacção sem significância.

7.4.5 Emissão de Ruído devido a utilização de máquinas e equipamentos

Avaliação do Impacto Durante as fases de construção e desmobilização do projecto prevê-se a emissão de ruído devido a utilização de máquinas e equipamentos tais como escavadoras, camiões, geradores e compressores. A tabela que se segue apresenta os níveis médios de pressão sonora aproximados, em dB (A), emitidos por alguns equipamentos habitualmente utilizados em construções, em função da sua distância à respectiva fonte, tendo em conta os efeitos de atenuação ou divergência geométrica do tipo de onda em questão.

Tabela 7.10 Atenuação dos níveis médios de pressão sonora, expressos em dB(A) com a distância à fonte, para vários equipamentos utilizados na fase de construção

Tipo de equipamento

Distância à fonte 15 30 60 120 240 480

Escavadora 85 79 73 67 61 55 Camiões 82 76 70 64 58 52 Centrais de betão 80 74 68 62 56 50 Gruas 75 69 63 57 51 45 Geradores 77 71 65 59 53 47 Compressores 80 74 68 62 56 50 Fonte: APA, 2010.

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Assim, considerando uma fonte de 85 dB(A), pode-se concluir que, num raio de 500 m a partir dos limites do terreno do projecto e da via de acesso, os níveis sonoros equivalentes verificados estariam entre 55 e 45 dB, abaixo do valor aceitável segundo as directrizes da OMS para área comercial/industrial, que é de 70 dB. Para a fase de operação do projecto, prevê-se que o ruído gerado esteja associado a carga e descarga de botijas (metálicas) de GPL, bem como sua armazenagem na instalação. Ainda durante a fase de operação, algum ruído poderá ser gerado aquando do transporte das botijas de GPL nas linhas de enchimento. Analisando as características do projecto e as potenciais fontes de ruído associadas ao mesmo, durante as três fases do projecto, prevê-se que o impacto seja de baixa significância. Medidas de mitigação As medidas de mitigação que seguem deveram ser implementadas de forma a reduzir os impactos sobre o ambiente acústico derivados da implantação do projecto:

• Informar às comunidades do Bairro Vaz sobre possíveis perturbações associadas a ruido e os horários em que estas que possam ocorrer;

• Elaboração de um programa dos trabalhos a realizar. As operações

mais ruidosas deverão ainda ser realizadas durante os períodos diurnos, de modo a reduzir a potencial perturbação;

• Proceder à manutenção preventiva periódica das máquinas e

equipamentos para verificar as suas condições de funcionamento;

• Elaboração de um programa de manutenção periódica das máquinas e equipamentos associados a operação do projecto para verificar as suas condições de funcionamento; e

• Fornecer equipamentos de protecção individual (EPI) contra ruídos

aos trabalhadores;

• Manutenção de uma cintura verde (com espécies de elevado potencial de redução de ruído) à volta da área do projecto; e

• Instalar barreiras sonoras na estação de desgaseificação.

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Tabela 7.11 Emissão de ruído devido a utilização de máquinas e equipamentos

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Definitiva Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Operação Duração Longo prazo Longo prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Definitiva Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Baixa Insignificante Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Definitiva Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Analisando as características do projecto e as potenciais fontes de ruído associadas ao mesmo, durante as três fases do projecto, prevê-se que o impacto seja de significância negligenciável.

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7.5 IMPACTOS POSITIVOS

7.5.1 Criação de Oportunidades de Emprego

Avaliação do Impacto Para a execução das obras de construção da unidade de enchimento de GPL será necessária a contratação de mão-de-obra. O projecto prevê, para a fase de construção, criar cerca de 250 postos de trabalho temporário, e na fase de operação, cerca de 25 postos de trabalho permanentes. No processo de contratação serão privilegiados trabalhadores locais (naturais e residentes na Cidade da Beira). Relativamente á fase de desmobilização, ainda não foi estimado o número de trabalhadores necessários para o efeito, sendo que deverá também ocorrer a perda de postos de trabalho devido ao encerramento da unidade. A criação de emprego é um aspecto positivo, sendo necessário tomar algumas medidas para a melhor gestão do processo de contratação. Estima-se, porém, que devido a dimensão do projecto (especificamente em relação ao número de trabalhadores a serem contratados para a fase de operação), este impacto seja de significância baixa. Medidas de Potenciação

• O Proponente deve fornecer informação as comunidades do Posto Administrativo Municipal da Munhava sobre o número de postos de trabalho pretendido, as qualificações requeridas, duração, condições de trabalho e remuneração;

• O processo de contratação de mão-de-obra deverá, tanto quanto possível, dar prioridade aos residentes locais (em especial aos residentes dos Bairros de Vaz e Maraza); e

• Todos os trabalhadores recrutados localmente deverão receber formação adequada em relação as actividades a realizar, bem como ser instruídos sobre procedimentos de segurança no trabalho;

• Para a fase de operação, onde será necessário recrutar trabalhadores devidamente qualificados para a execução de tarefas específicas deverão ser colocados anúncios nos meios de comunicação locais.

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Tabela 7.12 Criação de oportunidades de emprego

Sem Mitigação Impacto com medidas de Potenciação Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Regional Regional Intensidade Média Alta Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Definitiva Definitiva Significância Baixa Baixa

Fase de Operação Duração Longo-prazo Longo-prazo Extensão Regional Regional Intensidade Baixa Média Magnitude Baixa Média Probabilidade Definitiva Definitiva Significância Baixa Baixa

Fase de Desmobilização Duração Temporária Temporária Extensão Regional Regional Intensidade Média Alta Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Baixa

Impacto com medidas de Potenciação Este impacto é positivo nas fases de construção e operação. Entretanto, mesmo com a implementação das medidas de potenciação a significância e magnitude deste impacto continuará baixa devido a dimensão do projecto. Na fase de desactivação, devido a perda de postos de trabalho este impacto passa a ser negativo e de significância baixa.

7.5.2 Impacto sobre a Economia Provincial

Avaliação do Impacto A construção e implementação do Projecto poderão proporcionar benefícios económicos a nível provincial. Os benefícios económicos do projecto irão, provavelmente, ficar concentrados na cidade da Beira, sendo que a principal fonte deste impacto resultará dos empregos criados pelo projecto e as contribuições para o Sistema de Segurança Social; do licenciamento industrial; bem como do pagamento de taxas e contribuições para as finanças. Alem disso, pode-se esperar uma diminuição do preço do Gás no ponto de venda ao publico, dado o aumento de oferta do produto, podendo contribuir para a poupança das famílias. Medidas de Potenciação

• Registo da totalidade dos trabalhadores e pagamento das contribuições devidas ao Sistema de Segurança Social;

• Licenciamento industrial da actividade e pagamento das devidas taxas; e

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• Investimento e promoção de projectos sustentáveis, de formação e educação para ajudar as comunidades circunvizinhas a desenvolver meios de subsistência alternativos e tentar minimizar a dependência económica em relação ao emprego no projecto.

Tabela7.13 Impacto sobre a Economia Local

Sem Mitigação Impacto com medidas de Potenciação Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Alta Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Baixa

Fase de Operação Duração Longo-prazo Longo-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Alta Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Baixa

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto-prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Definitivo Definitivo Significância Baixa Negligenciável

Impacto com medidas de Potenciação A significância deste impacto será baixa, nas fases de construção e de operação, sendo ainda negligenciável na fase de desmobilização da unidade de enchimento, em que não haverá receitas resultantes do projecto. Assim, nesta fase o impacto deverá passar de positivo para negativo.

7.6 IMPACTOS NEGATIVOS

7.6.1 Expectativas Elevadas em relação aos Postos de Trabalho Disponíveis

Avaliação do Impacto Um dos aspectos mais discutidos na Reunião de Consulta Pública para a apresentação do EPDA foi a questão da disponibilidade e difusão dos postos de trabalho. Devido ao desemprego nas comunidades circunvizinhas, podem-se criar expectativas de que o projecto irá gerar emprego para todos os agregados familiares.

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Medidas de Mitigação

• As oportunidades de emprego devem ser explicadas de uma forma realista para não levantar falsas expectativas;

• Sempre que possível, e mesmo que seja por períodos de tempo curtos e para tarefas de pouca perícia, deve-se recorrer à mão-de-obra local; e

• O proponente deve, sempre que possível, partilhar com as lideranças comunitárias, o programa de recrutamento e emprego para minimizar as expectativas.

Tabela7.14 Expectativas elevadas em relação aos Postos de Trabalho Disponíveis

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Alta Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Operação Duração Curto -prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Alta Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

Impacto Residual Este impacto ocorre nas três fases do projecto. Com a implementação das medidas de mitigação propostas, a magnitude e a significância passam de baixa a negligenciável.

7.6.2 Ocorrência de casos de doenças endémicas tais como a Malária e infecções por HIV

Avaliação do Impacto Durante a fase de construção estima-se a contratação de 250 trabalhadores. Contudo, não será instalado um acampamento no local, pelo facto da mão-de-obra ser contratada localmente, não se esperando, portanto, a ocorrência de condições para o surgimento de focos generalizados de malária. Entretanto, a presença destes trabalhadores (com algum potencial financeiro) poderá propiciar a afluência e o surgimento de focos de prostituição nos arredores da

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área do projecto. Este facto poderá igualmente ocorrer aquando da fase de desmobilização. Medidas de Mitigação

• Desenvolver campanhas de consciencialização sobre comportamentos de risco e infecções de transmissão sexual, incluindo HIV/SIDA para os trabalhadores.

Tabela7.15 Ocorrência de casos de doenças endémicas tais como malária e infecções por HIV

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção/ Operação/ Desmobilização

Duração Curto-prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Pouco provável Significância Baixa Negligenciável

7.6.3 Ocorrência de acidentes e incidentes envolvendo trabalhadores do Projecto

Avaliação do Impacto Durante a execução das várias tarefas associadas à construção, operação e desmobilização da unidade de enchimento de botijas de FPL, os trabalhadores estarão expostos á vários riscos, sendo que existe o potencial de ocorrência de acidentes e incidentes, tais como quedas, lesões, entre outros. Medidas de Mitigação

• Identificar os riscos associados às várias actividades a serem desenvolvidas, de acordo com cada uma das fases do projecto;

• Preparar procedimentos de saúde e segurança e garantir a sua implementação.

Tabela7.16 Ocorrência de acidentes e incidentes envolvendo os trabalhadores

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção

Duração Curto-prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Alta Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Operação Duração Longo -prazo Curto -prazo

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Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

Fase de Desmobilização Duração Curto-prazo Curto -prazo Extensão Local Local Intensidade Alta Baixa Magnitude Baixa Negligenciável Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Negligenciável

7.6.4 Obstrução de Vias de Acesso devido a Interacção com Infra-estruturas Industriais Vizinhas (Impacto cumulativo)

Avaliação do Impacto Como referido no Capítulo 6, a área do projecto está inserida, de acordo com o Plano de Estrutura Urbana do Município da Beira, numa área definida e parcelada para fins industriais. A cerca de 300m a noroeste da área de influência directa do projecto existem algumas unidades industriais dedicadas a reparação de viaturas e equipamentos; refinaria de óleo alimentar, armazéns variados, produção de plásticos, dentre outras actividades. Um dos aspectos a ter em consideração aquando das várias fases do projecto prende-se com a possível obstrução temporária da principal via de acesso a área do projecto, que é também usada por outras unidades industriais existentes na envolvente, uma vez que a mesma possui apenas uma faixa de rodagem. A circulação de camiões, para a carga e descarga de materiais e equipamentos (na fase de construção e desmobilização), bem como para a o transporte de GPL (para e da unidade de enchimento de GPL), poderá criar situações de obstrução da via, caso não sejam tomadas medidas conjuntas para mitigar tais efeitos. Note-se que este impacto é de carácter cumulativo, sendo que a sua resolução ou mitigação carece do empreendimento de esforços conjuntos, tanto da ProGas, bem como dos outros operadores industriais e quiçá do próprio Município da Beira, responsável pela construção e gestão da referida via de acesso. Medidas de Mitigação

• Coordenação entre os vários operadores industriais usuários da via de acesso, incluindo o Município da Beira, no sentido de evitar situações de congestionamentos e obstrução da mesma; e

• Os operadores industriais deverão garantir espaço suficiente, dentro das suas instalações, para o parqueamento e manobra de viaturas.

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Tabela7.17 Obstrução de Vias de Acesso devido a Interacção com Infra-estruturas Industriais Vizinhas

Sem Mitigação Impacto Residual (com Mitigação) Fase de Construção/ Operação/ Desmobilização

Duração Longo-prazo Longo -prazo Extensão Local Local Intensidade Média Baixa Magnitude Baixa Baixa Probabilidade Provável Provável Significância Baixa Baixa

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8 PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL (PGA)

O presente PGA centra-se na monitoria e gestão dos principais impactos ambientais e socioeconómicos identificados nas diferentes fases do presente projecto, nomeadamente a construção, operação e desmobilização. Desta forma, o PGA identifica um conjunto de medidas específicas, as suas metodologias de implementação e quais os procedimentos que devem ser seguidos, identificando também obrigações e responsabilidades de cada uma das partes envolvidas no projecto.

8.1 ÂMBITO E OBJECTIVOS DO PLANO DE GESTÃO AMBIENTAL

O PGA é regulado por uma série de dispositivos legais, nomeadamente a Constituição da República de Moçambique, a Lei do Ambiente (Lei no 20/97, de 1 de Outubro) e o Regulamento sobre o Processo de Avaliação de Impacto Ambiental (Decreto no. 54/2015, de 31 de Dezembro). O PGA tem como objectivo geral assegurar que as actividades do projecto sejam desenvolvidas e conduzidas de uma forma ambientalmente responsável e sustentável. O plano aqui apresentado tem como objectivos específicos estabelecer procedimentos práticos para a mitigação dos potenciais impactos negativos identificados. Também procura responder e identificar acções, responsabilidades e medidas de monitorização das questões-chave, de modo a garantir que esta actividade é desenvolvida de uma forma sustentável. Em suma, este documento responde aos seguintes objectivos:

• Providenciar à ProGas Limitada, instruções claras e obrigatórias relativamente às suas responsabilidades ambientais em todas as fases do projecto; e

• Fornecer ao Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER) uma ferramenta que auxilie a avaliação das medidas propostas para minimização dos impactos identificados, tendo em conta a legislação ambiental nacional.

8.2 ESTRUTURA DE GESTÃO AMBIENTAL

A estrutura organizacional geral para a gestão ambiental do Projecto identifica e define as responsabilidades e autoridade das várias organizações e indivíduos envolvidos no projecto. Esta estrutura e o pessoal associado devem ser suficientes para garantir os padrões de desempenho ambiental exigidos.

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8.2.1 Estrutura Organizacional e Responsabilidades

MITADER O MITADER é a entidade responsável pela coordenação de todas actividades ambientais a nível nacional, e por essa razão é o principal impulsionador da promoção da sustentabilidade ambiental e social em todos os projectos e para todos os recursos nacionais. Este organismo, a nível nacional, terá a responsabilidade de estabelecer os padrões de aceitação para os vários indicadores ambientais através de novas legislações. A nível provincial, sendo representado pela DPTADER que deverá avaliar e monitorizar, em conjunto com a ProGas, a implementação das medidas e acções propostas no PGA a traves de auditorias ambientais anuais ou inspecções, assim que a devida direcção entenda necessário.

8.2.2 Responsabilidades do Proponente – ProGas Moçambique, Limitada - Todas as Fases

A ProGas compromete-se a garantir que a actividade é desenvolvida em concordância com as recomendações dispostas no presente Plano, pautando sempre pelo respeito aos componentes ambientais. Todas as actividades do projecto deverão ser geridas de modo a garantir que o ambiente, saúde e segurança dos trabalhadores e todos outros intervenientes que se façam ao projecto estejam devidamente protegidos. A ProGas deve:

• Adoptar este PGA, respeitando e pondo em prática as recomendações nele contidas;

• Assumir a responsabilidade geral da implementação do PGA, garantindo a sua concordância com os requisitos legais.

• Definir uma Estrutura Organizacional apropriada em todas as fases do projecto para assegurar a implementação deste PGA.

• Monitorar, avaliar o desempenho do empreiteiro, outras empresas subcontratadas e trabalhadores em geral nas áreas de protecção do ambiente, saúde e segurança

• Garantir que qualquer questão que não esteja em conformidade com o PGA seja corrigida através da implementação de medidas correctivas;

• Disponibilizar o PGA a todas partes envolvidas na actividade, nomeadamente empreiteiros, empresas subcontratadas e trabalhadores em geral;

• Assegurar que as relações entre os intervenientes do projecto decorram de acordo com os princípios de cordialidade e interesse mútuo previstos na legislação moçambicana; e

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• Garantir que os gestores, supervisores, trabalhadores e visitantes sejam informados sobre os requisitos de segurança, saúde e ambiente.

Responsabilidades do Responsável de Ambiente Saúde e Segurança De modo a melhor monitorar e gerir os aspectos ambientais e de saúde e segurança, dever-se-á indicar um Responsável de Ambiente e Segurança afecto ao Projecto, com as seguintes responsabilidades:

• Certificar o cumprimento das medidas previstas no Plano de Gestão Ambiental e reportar a ProGas e ao MITADER, sempre que necessário, sobre o grau de implementação do PGA;

• Assegurar que as empresas subcontratadas, tanto durante a fase de construção, assim como na operação, sejam informadas e responsabilizadas pela aplicação das recomendações apresentadas no PGA;

• Garantir que a unidade tenha um Plano de Resposta a Emergências (PRE), para dar resposta a situações internas em caso de acidentes;

• Certificar que a unidade conte com recursos humanos e materiais e esteja equipada de forma a cumprir o Plano de Gestão Ambiental;

• Assegurar e facilitar a ligação permanente entre as instituições relevantes, como é o caso da DPTADER entre outras;

• Fornecer relatórios periódicos que incluam a avaliação do cumprimento do PGA, que deverão ser fornecidos pela ProGas e à DPTADER de Sofala;

• Produzir um Relatório de Gestão Ambiental no final de cada fase do projecto, fornecendo um balanço do grau de cumprimento das recomendações apresentada no PGA; e

• Estabelecer os procedimentos de recolha e canalização de reclamações de Partes Interessadas e Afectadas apresentadas durante as fases de construção, operação e desmobilização.

O Responsável de Ambiente e Segurança poderá delegar parte das suas responsabilidades ao Gestor de Ambiente e Segurança do Empreiteiro contratado. Esta delegação deverá ser feita por escrito, sendo definidas claramente as responsabilidades de cada parte.

8.2.3 Responsabilidades do Empreiteiro Contratado - Fase Construção e Desmobilização

O empreiteiro contratado para executar as actividades relacionadas com a construção e desmobilização da unidade de enchimento de GPL deverá cumprir as seguintes obrigações:

• Garantir uma ligação com os representantes da ProGas e responder a estes em todas as questões que se mostrem pertinentes para a implementação do PGA;

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• Implementar as medidas de mitigação constantes do presente Plano de Gestão Ambiental e por em prática técnicas e métodos de operacionalização que irão garantir o seu cumprimento.

• Envidar esforços para minimizar danos ambientais, gerir os resíduos gerados de forma a seguir os requisitos estabelecidos na legislação nacional, evitar a poluição e actuar de forna proactiva para gerir todos outros aspectos que ponham em risco o meio ambiente;

• Organizar planos de trabalho, logística de transporte e gestão do equipamento necessários para conduzir as actividades de forma que estejam em conformidade com os requisitos ambientais;

• Prevenir ou minimizar a ocorrência de acidentes e incidentes que possam causar danos ao ambiente;

• Assistir e colaborar com as auditorias ambientais realizadas pela ProGas e pelos órgãos governamentais relevantes, e fornecer sempre informação que facilite a auditoria;

• Se as autoridades governamentais considerarem que as actividades operacionais desenvolvidas pelo empreiteiro provocam danos ao meio ambiente, o empreiteiro deverá consultar a ProGas e as referidas autoridades para chegarem a consenso em relação as medidas de minimização a implementar. As medidas acordadas deverão ser implementadas o mais breve possível, de forma a evitar danos subsequentes e reparar quaisquer danos que tenham ocorrido; e

• Garantir a contratação de pessoal com experiência e alto sentido de responsabilidade para responder pelas questões relacionadas com o Ambiente, Saúde e Segurança durante as actividades.

O Empreiteiro deverá nomear um Gestor de Ambiente e Segurança, que será responsável pela implementação do PGA aplicável durante as fases de construção e desmobilização.

8.3 PROCEDIMENTOS DE COMUNICAÇÃO, COORDENAÇÃO E RELATÓRIOS

A estrutura de toda a comunicação, correspondência e envio de relatórios entre os intervenientes no projecto deverá ser definida no início do Projecto, em particular junto dos Empreiteiros na fase de construção e desmobilização. Todos os registos dos resultados de monitorização, relatórios de monitorização, registos dos incidentes, relatórios de auditoria devem ser mantidos e analisados pela ProGas, para a identificação de potenciais desvios e definição de medidas correctivas, se necessário.

8.4 MEDIDAS DE MONITORIA E GESTÃO AMBIENTAL

Esta secção apresenta os principais impactos identificados sobre os aspectos ambientais e sociais associados ao projecto, e as medidas de mitigação definidas para a gestão desses impactos.

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Para cada fase do projecto, as medidas de controlo e/ou mitigação, gestão e monitoramento são apresentadas em conjunto com as acções específicas necessárias para implementar essas medidas, prazos, responsabilidades e meios de verificação.

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Tabela 8.1 Requisitos - Medidas de Mitigação, Monitoria e Responsabilidades – Fase de Construção

Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e Indicadores Responsabilidade

Construção da Unidade de Enchimento

Criação de oportunidades de emprego (Impacto Positivo)

• Informar às comunidades do Posto Administrativo Municipal da Munhava sobre o número de postos de trabalho pretendido, as qualificações requeridas, duração, condições de trabalho e remuneração;

• O processo de contratação de mão-de-obra deverá, tanto quanto possível, dar prioridade aos residentes locais (em especial aos residentes dos Bairros de Vaz e Maraza); e

• Todos os trabalhadores recrutados localmente deverão receber formação adequada em relação as actividades a realizar, bem como ser instruídos sobre procedimentos de ambiente e segurança no trabalho;

• Registo de Comunicação formal junto do Posto Administrativo.

• Elaboração e Monitoria de procedimentos de recrutamento de mão-de-obra.

• Registos de administração de treinamentos em ambiente e segurança no trabalho a todos os trabalhadores.

Empreiteiro(s) e Responsável Ambiental (ProGas)

Expectativas Elevadas em relação aos Postos de Trabalho Disponíveis

• As oportunidades de emprego devem ser explicadas de uma forma realista para não levantar falsas expectativas;

• Sempre que possível, e mesmo que seja por períodos de tempo curtos e para tarefas de pouca perícia, deve-se recorrer à mão-de-obra local; e

• Sempre que possível, partilhar com as lideranças comunitárias, o programa de recrutamento e emprego para minimizar as expectativas.

Movimentação de terra Alterações geomorfológicas

• Manter a cota do terreno equilibrada ou em concordância com as infra-estruturas circundantes.

• Inclusão na inspecção e fiscalização da obra.

Alteração dos padrões de escoamento e características de drenagem da área do

• Minimizar a perturbação da topografia natural limitando os movimentos de terra de larga escala;

• Definição, aprovação e construção de um plano de drenagens adequado.

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Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e Indicadores Responsabilidade

projecto • Definição, aprovação e construção de um plano paisagístico e de gestão de espaços exteriores ajardinados

• Construir estruturas de drenagem adequadas de desvio de águas pluviais à superfície para encaminhar o escoamento de águas pluviais à superfície em volta das áreas afectadas, para evitar processos erosivos e afectação de comunidades circundantes pela acumulação de águas.

Movimentação de terra;

Movimentação de pessoas, veículos pesados e equipamentos.

Erosão do solo • Reduzir o quanto possível a exposição dos solos a energia dos factores externos (chuvas, vento) para limitar o potencial impacto de erosão; e

• Realizar inspecções visuais às bermas/limites da área do projecto.

• Registo de inspecções visuais realizadas e das acções correctivas implementadas.

Empreiteiro(s) e Responsável Ambiental (ProGas)

Compactação do solo • Regular o acesso e circulação de veículos pesados na área do projecto ao mínimo necessário;

• Estabelecer áreas fixas para o armazenamento de materiais e equipamentos pesados. Uma vez estabelecidas, as mesmas não deverão ser alteradas.

• Inclusão da verificação de utilização de áreas de armazenamento adequadas nas inspecções ao local.

Poluição do ar por geração de poeira e emissões de veículos e equipamentos

• Controlar as emissões de poeiras associadas a veículos e equipamentos através da adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como observação diária de actividades e humidificação das vias);

• Controlar as emissões de veículos e equipamentos através da adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como desligar equipamentos quando não estejam a ser usados, observação de emissão de fumo preto e envio a manutenção imediata de veículos e equipamentos que estejam a emitir fumo negro);

• Registo de reclamações sobre aspectos ligados aos níveis de poeiras.

• Registo das manutenções dos veículos do projecto.

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Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e Indicadores Responsabilidade

• Efectuar a manutenção preventiva de veículos e equipamentos.

• Planificar dor trabalhos para pavimentar as estradas interiores do mais rapidamente possível, e limpar efectivamente as estradas usadas para os transportes de construção;

• Fixar um limite de velocidade de veículos de 50 km/h para movimentação em estradas de terra de acesso ao local e de 30 km/h para o interior do local. Assegurar que todo o pessoal envolvido nas actividades do local do Projecto está consciente dos limites de velocidade aplicáveis e que os implementam no seu dia-a-dia; e

• Não queimar resíduos de construção, no local do projecto/obra.

Gestão inadequada / derrames de substâncias perigosas (tintas e vernizes);

Geração de resíduos domésticos e perigosos

Poluição dos solos Poluição/Contaminação dos recursos hídricos subterrâneos

• Estabelecer e implementar um Plano de Gestão de Resíduos;

• Garantir que a(s) empresa(s) provedoras de serviços de limpeza estejam devidamente licenciadas e habilitadas para a remoção e deposição final de resíduos;

• Estabelecer áreas fixas específicas para o armazenamento temporário de resíduos da obra;

• Manter o registo dos tipos e quantidades dos resíduos gerados e removidos.

• Estabelecer áreas fixas específicas para o armazenamento de substâncias perigosas;

• Impermeabilizar (em concreto ou com lona) as áreas de armazenamento de resíduos domésticos

• Construir estrutura de contenção secundaria para o armazenamento de substâncias perigosas e resíduos

• Registos da implementação do Plano de Gestão de Resíduos;

• Verificação periódica da estrutura de contenção secundaria para o armazenamento de substâncias perigosas e resíduos perigosos; Empreiteiro(s) e

Responsável Ambiental (ProGas)

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Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e Indicadores Responsabilidade

perigosos; • Definir um sistema de gestão e controlo de

substâncias perigosas durante as obras de construção; Neste sistema, deverá ser possível saber as quantidades e o tipo de substância acondicionados no local;

• Indicar uma pessoa responsável pela gestão e controlo das substâncias acondicionadas no referido local; e

• Estabelecer áreas fixas (impermeabilizadas) para a realização de actividades como, lavagem e manutenção de materiais e equipamentos.

Geração de Poeiras • Cobrir, com lona ou rede, todos os amontoamentos de materiais poeirentos tais como material escavado, materiais dragados e materiais de enchimento;

• Providenciar apainelamento ou cercas ao longo da fronteira do local do Projecto;

• Controlar a altura de descarga de materiais de enchimento durante o enchimento, tanto quanto possível. Onde possível, isto deverá ser abaixo da altura do apainelamento em volta dos limites do local do Projecto;

• Envolver totalmente quaisquer contentores para transporte de materiais para impedir a geração de poeiras;

• Não acumular pilhas de areia por longos períodos; • Os resíduos da construção (incluindo entulho de

obra) deverão ser geridos apropriadamente por empresas certificadas para o efeito; e

• Usar água como supressora de poeira.

• Registo da implementação e seguimento das acções de mitigação propostas.

Empreiteiro(s) e Responsável Ambiental (ProGas)

Movimentação de Emissão de ruido • Fornecer equipamentos de protecção individual • Registo da distribuição de

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Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e Indicadores Responsabilidade

terra; Movimentação de pessoas, veículos pesados e equipamentos.

(EPI) contra ruídos aos trabalhadores; • Informar a comunidade sobre o desenvolvimento

das actividades de construção; • Informar às comunidades do Bairro Vaz sobre

possíveis perturbações associadas a ruido e os horários em que estas que possam ocorrer;

• Elaborar um programa dos trabalhos a realizar. As operações mais ruidosas deverão ser realizadas durante os períodos diurnos, de modo a reduzir a potencial perturbação nocturna; e

• Proceder à manutenção preventiva periódica das máquinas e equipamentos para verificar as suas condições de funcionamento.

EPI’s aos trabalhadores; • Registo da implementação das

acções de informação às comunidades;

• Análise e monitoria do cumprimento do programa de trabalhos;

• Registos da manutenção preventiva de máquinas e equipamentos.

Trabalhos de construção civil

Ocorrência de acidentes e incidentes envolvendo trabalhadores do Projecto.

• Preparar procedimentos de saúde e segurança e garantir a sua implementação.

• Número de procedimentos desenvolvidos.

Empreiteiro(s) Envolvimento de trabalhadores do Projecto com residentes de comunidades vizinhas

Ocorrência de casos de doenças endémicas tais como a Malária e o HIV.

• Desenvolver campanhas de consciencialização para os trabalhadores.

• Número de campanhas desenvolvidas;

• Número de preservativos distribuídos

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Tabela 8.2 Requisitos - Medidas de Mitigação, Monitoria e Responsabilidades – Fase de Operação

Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e

Indicadores Responsabilidade

Operação da Unidade de Enchimento

Criação de oportunidades de emprego (Impacto Positivo)

• Informar publicamente as oportunidades de emprego disponíveis, bem como os requisitos;

• O processo de contratação de mão-de-obra deverá, tanto quanto possível, dar prioridade aos residentes locais (da Cidade da Beira, em especial aos residentes dos Bairros de Vaz e Maraza); e

• Todos os trabalhadores recrutados localmente deverão receber formação adequada em relação as actividades a realizar, bem como ser instruídos sobre procedimentos de ambiente e segurança no trabalho;

• Registo de Comunicação formal junto do Posto Administrativo.

• Quantidade de mão-de-obra contratada.

• Registos de treinamentos em ambiente e segurança no trabalho.

ProGas

Poluição dos solos • Elaborar e implementar um Plano de Gestão de Resíduos; Estabelecer áreas fixas para o armazenamento de temporária de resíduos; e

• Estabelecer áreas fixas (impermeabilizadas) para a realização de actividades como a manutenção de materiais e equipamentos.

• Registos da implementação do Plano de Gestão de Resíduos;

Poluição/Contaminação dos recursos hídricos subterrâneos

• Inspecção periódica do funcionamento e integridade do dreno e fossa séptica instalados

• Recirculação e reuso das águas residuais geradas na lavagem de materiais e equipamentos.

• Registo das inspecções ao sistema de tratamento de esgotos.

Poluição do ar por emissões de veículos e equipamentos

• Minimizar a exposição dos trabalhadores através da disponibilização de EPI’s;

• Pavimentar e limpar efectivamente as estradas usadas para os transportes;

• Controlar as emissões de veículos e equipamentos através da adopção de procedimentos simples de boas práticas (tais como desligar equipamentos quando não estejam a ser

• Monitorizar a qualidade do ar de acordo com os padrões nacionais.

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Actividade(s) Potencial Impacto Identificado Medida de Mitigação / Potenciação a Implementar Monitorização e

Indicadores Responsabilidade

usados); e • Efectuar a manutenção imediata de escapes de veículos e

equipamentos que estejam a emitir fumo negro. Alteração da Qualidade do

Ar devido a Emissões fugitivas de GPL

• Elaborar e implementar um programa de inspecção e manutenção de equipamentos susceptíveis de originar emissões fugitivas (ex.: reservatórios, botijas entre outros).

• Manter o registo das inspecções e resultados.

ProGas

Geração de Ruído • Fornecer equipamentos de protecção individual (EPI) contra ruídos aos trabalhadores;

• Manutenção de uma cintura verde (com espécies de elevado potencial de redução de ruído) à volta da área do projecto; e

• Instalar barreiras sonoras na estação de desgaseificação;

• Registo da distribuição de EPI’s aos trabalhadores;

• Verificação da efectividade da cintura verde instalada; e

• Registos da manutenção preventiva de máquinas e equipamentos.

Obstrução de Vias de Acesso devido a Interacção com outras Infra-estruturas Industriais Vizinhas

• Coordenação entre os vários operadores industriais usuários da via de acesso, incluindo o Município da Beira, para evitar congestionamentos e obstrução das vias; e

• Garantir espaço suficiente, dentro das suas instalações, para o parqueamento e manobra de viaturas.

N/A

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8.4.1 Fase de Desmobilização

Para a fase de desmobilização, onde se pressupõe a retirada de todas as infra-estruturas edificadas e equipamentos, espera-se que ocorram impactos em geral semelhantes aos identificados para a fase de construção devido a similaridade das acções. Deste modo, as medidas de mitigação gerais identificadas para esta fase são aplicáveis, sendo que as mesmas deverão ser revistas e adaptadas ao plano de desmobilização que deverá ser elaborado na devida altura. O mesmo devera acontecer com o Plano de monitoria de implementação.

8.5 AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO E ACÇÕES PREVENTIVAS

A avaliação do desempenho deste projecto compreende os seguintes objectivos principais:

• Confirmação da observância dos requisitos descritos no PGA, isto é, o desempenho da ProGas e do empreiteiros;

• Medição do desempenho ambiental (o nível de sucesso do PGA e as suas especificações); e

• Identificação e remediação de quaisquer deficiências do PGA ou da sua implementação.

Estes objectivos serão alcançados através do uso de ferramentas importantes tais como o processo de monitorização acima descrito, inspecções e auditorias. As inspecções e auditorias serão realizadas para avaliar a conformidade com os requisitos do PGA. A definição e implementação de acções correctivas quando necessário serão fundamentais para garantir que quaisquer áreas problemáticas identificadas sejam eficazmente solucionadas.

8.5.1 Inspecções ao Local

O Responsável de Ambiente e Segurança (da ProGas) deverá inspeccionar regularmente, e sempre que for necessário, as obras de construção e a operação da unidade de forma verificar a implementação do PGA e identificar quaisquer actividades ou componentes do projecto que estejam a causar, ou que possam vir a causar, um potencial impacto ambiental. As inspecções devem ser constantes e devem fazer parte das funções do Responsável em todas as fases do projecto. Durante a fase de construção e desmobilização, o Responsável notificará imediatamente o Empreiteiro ( acerca de qualquer não-conformidade, o qual irá, de imediato, concordar em acções de mitigação.

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Todas as áreas problemáticas serão registadas e geridas de acordo com os requisitos estabelecidos na Secção 9.4.3 (Acções Correctivas e Preventivas).

8.5.2 Auditorias

De acordo com o Decreto nº 25/2011 de 15 de Novembro, que aprova o Regulamento sobre o Processo de Auditoria Ambiental, as auditorias anuais podem ser realizadas de forma pública ou privada. Existem alguns requisitos de elaboração das auditorias, e seguindo a legislação citada no parágrafo anterior, esta não pode ser realizada por uma pessoa (técnico) que tenha participado como consultor ambiental no processo de AIA. Neste contexto a ProGas deverá contratar uma entidade para esse efeito, que terá como responsabilidade elaborar relatórios de auditoria ambiental. O auditor deve elaborar um relatório completo em triplicado, atendendo aos critérios estabelecidos no Artigo 8 do Decreto nº 25/2011 de 11 de Novembro. Estes devem ser submetidos ao MITADER e devem ser realizados pelo menos uma vez por ano. De acordo com o Artigo 4 do Decreto N° 32/2003, o Auditor é responsável por avaliar:

• Os impactos provocados pela actividade no meio ambiente; • Os riscos de acidentes, e os planos de contingência para a evacuação e

protecção dos trabalhadores; • O grau de conformidade do projecto com os parâmetros definidos para

a sua implementação no processo de licenciamento ambiental e sua conformidade com os regulamentos e normas técnicas em vigor;

• Os níveis efectivos ou potenciais de poluição ou de degradação ambiental resultantes da implementação do projecto;

• As condições de operação e de manutenção dos equipamentos; • As medidas a serem tomadas para restaurar o ambiente; • A capacitação dos responsáveis pela operação e manutenção das

instalações e equipamentos; e • Ruídos e vibrações dentro e fora das instalações.

8.5.3 Acções Preventivas e Correctivas

Durante a implementação do projecto poderão ser identificadas não-conformidades com os requisitos ou ocorrer incidentes. Neste contexto, a ProGas, incluindo o Responsável de Ambiente e Segurança, e o (s) empreiteiro (s), durante todas as fases devem apresentar medidas correctivas e preventivas, em conformidade com um procedimento de Acções Preventivas e Correctivas a ser estabelecido.

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O referido procedimento deverá incluir os seguintes aspectos:

• O registo de incidentes / casos de não-conformidade; • Dados e informação sobre os incidentes / casos de não-conformidade a

ser fornecidas as entidades ambientais; e • Identificação de acções/medidas correctivas e preventivas associadas.

As acções correctivas devem ser identificadas em relação aos incidentes / casos de não-conformidade reportados e nos resultados da monitorização do PGA, avaliações da gestão e/ou auditorias do PGA. As medidas correctivas devem resultar:

• na implementação de uma acção específica para remediar a(s) deficiência(s) identificada(s); ou

• numa alteração dos padrões de desempenho ou dos objectivos estabelecidos no PGA; e

• numa sequência de documentos comprovativos que possam ser auditados.

8.6 GESTÃO DE COMPETÊNCIAS, FORMAÇÃO E CONSCIENCIALIZAÇÃO

Todas as pessoas envolvidas em actividades que podem resultar num impacto ambiental devem receber formação e sensibilização apropriadas. Os trabalhadores da ProGas e os empreiteiros deverão garantir que a formação proporcionada seja efectuada de maneira que todas as pessoas estejam cientes do compromisso da ProGas em desenvolver as actividades propostas, cumprindo o estabelecido neste PGA, respeitando a população local, evitando danos desnecessários à terra e recursos. A formação deve consistir, mas não se limitar a: formação introdutória, o uso de cartazes educativos e encontros diários para discussão de certos tópicos em relação ao meio ambiente, antes do início de cada turno. Durante essas sessões de formação, os seguintes princípios devem ser apresentados / discutidos:

• Os compromissos do PGA; • Procedimentos para notificação e gestão de incidentes; • Procedimentos de higiene e segurança ocupacional; • Procedimentos para o combate a incêndios e resposta a emergências; e • As políticas corporativas da ProGas em relação ao meio ambiente,

saúde e segurança e, regulamentos ambientais Moçambicanos aplicáveis.

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8.7 PREPARAÇÃO E RESPOSTA À EMERGÊNCIAS

Um Plano de Resposta de Emergência (PRE) deverá ser elaborado antes do inicio do projecto, com base nas análises e avaliação de risco apropriado a cada fase. O PRE deve fornecer uma clara definição das acções a desempenhar no caso de um cenário de acidente/situação de emergência e os meios disponíveis. Este Plano deve conter pelo menos as seguintes componentes:

• Uma descrição da instalação ou estabelecimento ao qual o PRE se aplica,

• Um resumo dos resultados da avaliação do risco e os cenários de acidente prováveis que o plano cobre;

• Uma descrição dum procedimento de gestão de incidente; • Uma descrição da organização de emergência que irá responder a

emergências, as instalações e equipamento que estão disponíveis para resposta de emergência, incluindo meios de comunicação e referência a:

o Controladores / coordenadores de emergência; o Primeiros Socorros / Serviços Médicos de Emergência; o Serviços de Incêndio & Resgate; o Profissionais de meio ambiente, segurança e saúde do trabalho;

e o Segurança.

• Planos do local indicando informação relevante para a segurança tal como vias de evacuação, áreas ou pontos de reunião e equipamento de emergência;

• Uma descrição da monitorização da segurança, aviso precoce, detecção de incidente ou emergência e mecanismos, procedimentos, protocolos e padrões mínimos de relatório de incidentes;

• Contactos actualizados para todas as áreas e pessoal; • Uma descrição dos procedimentos de notificação e activação; • O conjunto de formulários e modelos que serão usados durante uma

emergência; • Requisitos de relatório pós incidente, incluindo

discussões/comunicações e a actualização ou o melhoramento de procedimentos;

• Frequência com a qual exercícios e treinos serão organizados para testar procedimentos, e que tipos de exercícios e treinos serão necessários; e

• Uma descrição do procedimento para manter, analisar e actualizar o PRE.

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9 CONCLUSÃO

O presente Estudo de Impacto Ambiental foi elaborado para o projecto de construção e operação de uma unidade de enchimento de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), projectada para a Cidade da Beira, Província de Sofala. Esta unidade, orçada em sete milhões de dólares americanos (USD 7 000 000,00), será construída de raiz, numa área de 15000m2, no Bairro de Vaz, Posto Administrativo da Munhava, Cidade da Beira, Província de Sofala, e terá uma capacidade de enchimento de GPL, na fase inicial, de 15000 toneladas métricas por ano, estando previsto o enchimento diário de, aproximadamente, 4000 botijas cilíndricas. O objectivo do presente EIA é avaliar o grau de importância dos impactos potenciais sobre os receptores e os recursos ambientais e sociais identificados. O EIA descreve em detalhe medidas de mitigação para evitar, minimizar, reduzir ou compensar os potenciais impactos negativos e positivos, sendo também classificada a importância dos impactos residuais, que permanecem após a sua mitigação. Com base na avaliação de impactos efectuada, constatou-se que os principais impactos negativos da actividade ocorrerão na fase de construção e desmobilização, sendo de significância baixa sem medidas de mitigação, e passando a ser negligenciáveis, com a implementação de medidas de mitigação propostas. São estes:

• Alterações geomorfológicas resultantes da movimentação de terras; • Erosão do Solo causada pelas actividades do projecto; • Alteração dos padrões de escoamento e características de drenagem da

área do projecto; • Geração de poeiras; • Emissão de Ruído devido a utilização de máquinas e equipamentos.

Foram também avaliados os impactos para a fase de operação, tendo estes sido classificados de acordo com as características de projecto da actividade (processo automatizado com equipamentos de ponta, emprego de padrões internacionais para a actividade e área de abrangência relativamente reduzida). A sua significância é baixa sem implementação de medidas de mitigação, e negligenciável com a implementação das medidas de mitigação propostas. Estes impactos são:

• Alteração da Qualidade do Ar devido a Emissões fugitivas de GPL; • Obstrução de Vias de Acesso devido a Interacção com Infra-estruturas

Industriais Vizinhas.

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9-2

Todas as medidas de mitigação propostas foram incluídas no Plano de Gestão Ambiental que consta de este relatório, e deverão ser implementadas. Foram também identificados impactos positivos decorrentes da criação de oportunidades de emprego, principalmente nas fases de construção e desmobilização, onde se estima que sejam contratados 250 trabalhadores (fase de construção), bem como a maior disponibilidade de botijas de gás, para responder a demanda da região.

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Com a implementação das medidas de mitigação e de monitoria dos impactos identificados, considera-se que o projecto contribuirá positivamente e de modo significativo para o desenvolvimento que se pretende para a região central de Moçambique, constituindo este, um dos principais factores justificativo do projecto.