54
FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA NÚCLEO DE SAÚDE DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR ADOLESCENTES E ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE UMA ACADEMIA DE PORTO VELHO-RO GILVANIA KIYOMI KUBOTANI Porto Velho - Rondônia 2012

consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

NÚCLEO DE SAÚDE

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR ADOLESCENTES E

ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE UMA ACADEMIA

DE PORTO VELHO-RO

GILVANIA KIYOMI KUBOTANI

Porto Velho - Rondônia

2012

Page 2: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR ADOLESCENTES E

ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS DE UMA ACADEMIA

DE PORTO VELHO-RO

Orientanda: Gilvania Kiyomi Kubotani.

Orientadora: Silvia Teixeira de Pinho.

Monografia apresentada ao

Departamento de Educação Física do

Núcleo de Saúde como requisito final

para a obtenção de título de Licenciatura

Plena em Educação Física da Fundação

Universidade Federal de Rondônia.

Porto Velho - Rondônia

2012

Page 3: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

FICHA CATALOGRÁFICA

Kubotani, Gilvania Kiyomi

Consumo de suplementos alimentares por adolescentes e adultos praticantes de exercícios

físicos de uma academia de Porto Velho – RO./ Gilvania Kiyomi Kubotani – Porto Velho: 2012.

56 páginas

Monografia (Conclusão de Curso) – Departamento de Educação Física (UNIR). Área de

Concentração: Atividade Física e Saúde.

Orientadora: Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho.

1. Suplemento alimentar. 2. Praticantes de exercícios físicos. 3. Academia.

Page 4: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

GILVANIA KIYOMI KUBOTANI

DATA DA DEFESA: 23/03/2012

BANCA EXAMINADORA

Prof. Ms. Silvia Teixeira de Pinho

Julgamento: ______________

Assinatura:_________________________________

Prof. Esp. Daniel Delani

Julgamento: ______________

Assinatura:_________________________________

Prof. Ms. Ramón Núñez Cárdenas

Julgamento: ______________

Assinatura:_________________________________

Page 5: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, pois ele está presente em todos os

momentos da minha vida. Dedico também a minha família: Gilberto, meu pai, que me

ensinou com as suas experiências de vida, que eu devo estar preparada para todos os

desafios, erros e acertos; Conceição, minha mãe, meu exemplo de mulher guerreira,

determinada e humilde; Cristiane, minha irmã e amiga para todas as horas; Anderson,

meu irmão e amigo em todos os sentidos; e Jackson, meu noivo que sempre esta ao meu

lado, seja nas alegrias e/ou nas tristezas.

Vocês são peças fundamentais na minha vida, sem a ajuda e a colaboração de

vocês, acredito que não teria conseguido, ou talvez, o caminho tivesse sido muito mais

difícil do que foi. Desculpem todos os dias que fiquei longe de vocês, mas preparo hoje

um melhor futuro para nós. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Não há palavras

para descrever o quanto eu admiro e amo vocês.

Page 6: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer, em primeiro lugar, a Deus que tem sempre iluminado os

caminhos que escolhi seguir;

Ao meu pai Gilberto, minha mãe Conceição, irmãos Cristiane e Anderson, que

sempre me incentivaram nos projetos de estudos. Saibam que vocês são a base que

sustenta os meus sonhos e a minha vida. Sem a força, companhia e carinho de vocês, eu

não seria o que eu sou hoje. Amo incondicionalmente vocês;

Ao meu noivo Jackson, que sempre esteve ao meu lado, compartilhando alegrias

e tristezas. Amo muito você;

À minha orientadora Silvia, que acreditou no meu potencial, e que me acolheu

no momento em que eu mais precisei de ajuda, sou extremamente grata. Não há

palavras para te agradecer. Muitíssimo obrigada Silvia.

Às minhas amigas, Winnie e Gabriela, agradeço por tudo que já fizeram por

mim, na minha estadia em Porto Velho – RO. Sem ajuda de vocês eu não teria

conseguido permanecer em Porto Velho – RO nestes 4 anos;

A vocês: Primas, Rose e Velaine, tia Vilma e tio Eduardo que me amparavam

emocionalmente, mesmo sem vocês saberem, indiretamente vocês me ajudaram muito

quando achava que não ia agüentar;

Ao Raony, meu colega de faculdade, que me ajudou a realizar toda a parte

gráfica do trabalho. Muito obrigada;

Aos meus colegas de sala que compartilharam os momentos de estudo e também

momentos de distração;

Aos meus professores do Departamento de Educação Física, que contribuíram

para todo o conhecimento adquirido durante a faculdade;

À professora e nutricionista Suzana Gomes que me auxiliou em questões

importantes do trabalho;

À nutricionista especializada em Nutrição Esportiva e Nutrição Clínica Clair

Miranda, que me ajudou a definir os objetivos da pesquisa e a montar o questionário;

Aos proprietários e coordenadores da academia Adrenaline, que permitiram que

o trabalho fosse desenvolvido dentro dos critérios pré-estabelecidos.

Page 7: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

À todos os entrevistados que aceitaram participar nesta pesquisa, contribuindo

para os resultados deste estudo;

A todos que, de uma maneira ou outra, colaboraram para a realização deste

sonho.

Page 8: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

“Se pudermos dar a cada indivíduo a quantidade exata de nutrientes

e de exercício, que não seja insuficiente nem excessiva,

teremos encontrado o caminho mais seguro para a saúde”.

Hipócrates (c.460-377 a.C)

Page 9: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

SUMÁRIO

SUMÁRIO

RESUMO

ABSTRACT

LISTA DE ILUSTRAÇÕES...........................................................................................11

I – INTRODUÇÃO.........................................................................................................12

II – REVISÃO DA LITERATURA................................................................................16

III – METODOLOGIA....................................................................................................29

IV – RESULTADOS.......................................................................................................30

V – DISCUSSÃO............................................................................................................39

VI – CONCLUSÃO.........................................................................................................43

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................................45

ANEXOS.........................................................................................................................50

Anexo I – Ofício.........................................................................................................51

Anexo II – Termo de consentimento livre e esclarecido............................................52

APÊNDICE.....................................................................................................................53

Apêndice A – Questionário........................................................................................54

Page 10: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

RESUMO

Uma alimentação adequada aliada a prática regular de exercícios físicos é suficiente

para promoção da saúde e resultados estéticos. Os suplementos alimentares são

produtos que contém em sua composição um ou mais nutrientes que podem ser

proteínas, aminoácidos, carboidratos, vitaminas, minerais e gorduras que são utilizados

com a finalidade de complementar a dieta. O objetivo geral do presente estudo foi

verificar quais são os suplementos alimentares mais consumidos entre os adolescentes e

adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade Porto Velho-RO.

Os objetivos específicos desta pesquisa foram: identificar os motivos que levam os

praticantes de exercícios físicos a utilizarem os suplementos esportivos; identificar as

fontes de indicação de suplementos; verificar o perfil do usuário considerando o

consumo de suplemento esportivo de acordo com o gênero e idade; verificar os

resultados esperados com o consumo do suplemento; e identificar a quantidade e o

tempo de utilização dos suplementos alimentares. A amostra foi composta por 60 alunos

selecionados aleatoriamente. Os pesquisados foram submetidos a um questionário com

questões objetivas e subjetivas. O suplemento alimentar mais consumido entre os

homens foi o suplemento protéico (28,57%), porém, entre as mulheres além do

suplemento protéico (25%), o consumo de carboidrato (25%) foi significativo. Os

praticantes de exercícios físicos relataram que os profissionais de educação física que

indicavam os suplementos alimentares.

Palavras-chave: suplemento alimentar, praticantes de exercícios físicos, academia.

Page 11: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

ABSTRACT

Adequate food combined with regular physical exercise is sufficient to promote health

and aesthetic results. Food supplements are products which contain in their composition

one or more nutrients which may be proteins, amino acids, carbohydrates, vitamins,

minerals and fats which are used in order to complement the diet. The overall objective

of this study was to determine which are the most consumed food supplements among

adolescents and adults who practice physical exercises in a gym in the city Porto Velho-

RO. The specific objectives of this research were to identify the reasons why

practitioners of physical exercises to use sports supplements, identify sources of

indication of supplements, check the user profile considering the consumption of sports

supplement according to gender and age; verify the expected results with the

supplement intake, and to identify the amount and duration of use of dietary

supplements. The sample consisted of 60 randomly selected students. The subjects

underwent a questionnaire with objective and subjective. The dietary supplement

consumed more among men was the protein supplement (28.57%), however, among

women than protein supplement (25%), consumption of carbohydrate (25%) was

significant. Practitioners of exercise reported that physical education teachers indicated

that dietary supplements.

Keywords: food supplement, practitioners of physical fitness, gym.

Page 12: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Usuários e não-usuários de suplementos alimentares.....................................30

Figura 2: Faixa etária dos consumidores de suplemento alimentar................................31

Figura 3: Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero.........................32

Figura 4: Quantidade de suplementos consumidos por dia............................................35

Figura 5: Tempo de uso do suplemento alimentar.........................................................36

Figura 6: Fontes de indicação dos suplementos alimentares..........................................37

Figura 7: Motivos para a utilização de suplemento alimentar relatados pelos praticantes

de exercício físico............................................................................................................38

TABELA 1: Composição de aminoácidos de proteínas de boa qualidade.....................16

TABELA 2: Necessidades diárias de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR)...........18

TABELA 3: Tipos de suplementos mais utilizados pelos praticantes de exercício

físico................................................................................................................................33

Page 13: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

1. INTRODUÇÃO

O aumento do uso de suplementos alimentares e anabolizantes cresce a cada

dia devido à pressão da sociedade e da mídia em relação ao corpo padrão. As

academias são os locais que favorecem a disseminação desses padrões estéticos

estereotipados, como o corpo magro, com baixo percentual de gordura ou com elevado

volume e tônus muscular. Os jovens fisicamente ativos estão mais preocupados com a

aparência física e com o peso ao invés do desempenho físico, sendo estes os usuários

mais frequentes de suplementos alimentares. Entretanto, o uso de suplementos pelos

jovens dá-se pelo apelo do marketing e à pressão da mídia, sendo na maioria das vezes

orientados por colegas e treinadores, quase sempre despreparados (HIRSCHBRUCH et

al. 2008).

Reforçando o que os autores acima citaram Alves e Lima (2009), relatam que o

uso de suplementos, na maioria das vezes, ocorre sem a devida orientação, sendo

resultado das recomendações de colegas, treinadores, revistas, sites na internet e de

ouvir dizer nas academias de ginástica.

Normalmente, a aquisição destes produtos é feita em qualquer farmácia ou

academia de ginástica sem necessidade de prescrição médica e sem orientação de

nutricionistas. Já nos consultórios de endocrinologia pediátrica, hebiatra e de nutrição é

comum o agendamento de consultas para avaliar as indicações e possíveis efeitos

adversos dessa prática.

Segundo a Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte (2003), o uso abusivo

de suplementos alimentares trata-se muitas vezes de um comércio ilegal, sem controle

dos setores da vigilância sanitária. Além de funcionar no próprio ambiente de prática de

exercícios físicos contando com a participação, direta ou indireta, de profissionais

responsáveis pelas sessões de exercícios físicos.

Conforme Alves e Lima (2009), a mídia serve como estímulo ao uso de

suplementos alimentares ao veicular, por exemplo, o mito do corpo ideal.

Em 2001, foram investidos globalmente US$ 46 bilhões em propaganda de

suplementos alimentares, servindo como meio de persuadir potenciais consumidores a

Page 14: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

adquirir seus produtos. Na adolescência, período de auto-afirmação, muitos deles não

medem esforços para atingir tal objetivo.

Suplementos alimentares são definidos como substâncias

utilizadas por via oral com o objetivo de complementar uma determinada

deficiência dietética. Muitas vezes eles são comercializados como substâncias

ergogênicas capazes de melhorar ou aumentar a performance física. Proteínas

e aminoácidos, creatina, carnitina, vitaminas, microelementos, cafeína,

betahidroximetilbutirato e bicarbonato são os suplementos alimentares mais

utilizados (ALVES E LIMA, 2009).

Segundo Grunewald & Bailey (1993, apud Bacurau 2001), atualmente existem

milhares de tipos de suplementos esportivos disponíveis para a venda em todo o mundo.

Cerca de 624 destinados somente para fisiculturistas.

Atualmente, no Brasil, os suplementos esportivos são agrupados em diversas

categorias, tais como: repositores eletrolíticos, alimentos protéicos, alimentos

compensadores, entre outros. Porém, esse agrupamento não define o que se entende por

suplemento esportivo, ou seja, quais são as suas particularidades (BACARAU, 2001).

Nos EUA, o senado aprovou em 1994, o chamado Dietary Supplemts

Health na Education Act que um produto pode ser considerado como

suplemento, quando: for um produto (que não o tabaco) utilizado com o

intuito de suplementar a dieta e que contenha um ou mais dos seguintes

ingredientes: uma vitamina, um mineral, uma erva ou outro tipo de planta,

um aminoácido, alguma substância dietética capaz de aumentar o conteúdo

calórico total da dieta, ou um concentrado, metabólico, constituinte, extrato,

ou combinação desses nutrientes; for produzido para ser ingerido na forma de

pílulas, cápsulas, tablete ou como líquido; não for produzido para uso

convencional como alimento ou como único item de uma refeição ou dieta;

for um produto em cujo rotulo apareça a denominação de suplemento

dietético; incluir substâncias como drogas novas aprovadas, antibióticos ou

produto biológico licenciado, comercializado como suplemento dietético ou

alimento antes da aprovação, certificação ou licença para ser utilizada como

medicamento (BACURAU, 2001).

Considerando o aumento no consumo de suplementos alimentares entre os

frequentadores de academias, o objetivo do presente estudo é verificar quais são os

suplementos alimentares mais utilizados por praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - Rondônia. Os resultados encontrados neste estudo

auxiliarão no entendimento dos fatores motivacionais relacionados ao consumo de

suplementos alimentares entre os praticantes de exercícios físicos, assim como a sua

frequência de uso e as fontes de indicação.

Page 15: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

1.1 JUSTIFICATIVA

No momento, evidências médicas sugerem que a suplementação alimentar

pode ser benéfica para um pequeno grupo de pessoas, que são os atletas competitivos,

cuja dieta não atende as necessidades nutricionais. Nesses casos, comprovada a

deficiência de um nutriente, é indicado o aumento da sua ingestão, através da

alimentação habitual e da utilização de suplementos. Porém, tem-se constatado que

adolescentes envolvidos em atividade física ou atlética estão usando cada vez mais

suplementos (ALVES & LIMA, 2009).

Kacth & Mcardle (1984), afirmaram não existir nenhum benefício em ingerir

proteínas em excesso, uma vez que as energias extras em forma de proteínas

transformam-se em gorduras e são armazenadas em depósitos subcutâneos. O excesso

de proteína pode ser prejudicial, pois sobrecarrega o fígado, local em que ocorre a

metabolização de aminoácidos, e os rins, já que grande quantidade de subprodutos do

metabolismo protéico como uréia, amônia e outros produtos nitrogenados são

eliminados por via urinária. Segundo Alves & Lima (2009), o consumo excessivo de

proteínas pode aumentar a produção de uréia, causar cólica abdominal, diarréia e

aumentar o risco de desidratação.

O projeto em questão justifica-se pelo fato que normalmente não existe a

necessidade da suplementação alimentar por parte dos praticantes de exercícios físicos

que buscam a performance e o corpo perfeito. Somente a prática regular de exercícios

físicos aliados à uma alimentação adequada e um bom descanso podem otimizar os

resultados esperados sem a utilização de suplementos alimentares.

A suplementação alimentar sem a devida orientação nutricional e médica pode

trazer alguns efeitos maléficos, como por exemplo: as proteínas quando ingeridas em

quantidade superior a que o organismo necessita, podem sobrecarregar o fígado e os

rins, e também se transformarem em gorduras que posteriormente serão armazenadas

nos adipócitos.

O consumo de suplemento alimentar pode variar entre os tipos de exercícios

físicos, aspectos culturais, faixas etárias e sexo. Poucos estudos se referem ao tipo,

tempo e quantidade de suplementos usados, mas parece ser comum que as doses

recomendadas sejam excedidas.

Page 16: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

1.2 PROBLEMA

Quais são os suplementos alimentares mais utilizados por adolescentes e

adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho –

Rondônia?

1.3 OBJETIVOS

1.3.1 Objetivo Geral

Verificar quais são os suplementos alimentares mais consumidos por

adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de uma academia da

cidade de Porto Velho.

1.3.2 Objetivos Específicos

Identificar os motivos que levam os praticantes de exercício físico a fazerem o

uso de suplementos alimentares;

Identificar as fontes de indicação de suplementos;

Verificar o perfil do usuário considerando o consumo de suplemento esportivo

de acordo com o gênero e idade;

Identificar a quantidade e o tempo de uso dos suplementos.

Page 17: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

2. REVISÃO DA LITERATURA

2.1 Suplemento alimentar

Conforme a portaria do Ministério da Saúde n° 222 de 24 de Março, de 1998,

os produtos especialmente formulados e elaborados para praticantes de atividade física

podem ser apresentados sob a forma de: tabletes, drágeas, cápsulas, pós, granulados,

pastilhas mastigáveis, líquidos, preparações semi-sólidas e suspensões, sendo

classificadas em:

a) Repositores Hidroeletrolíticos para Praticantes de Atividade Física

Os produtos denominados repositores hidroeletrolíticos apresentam em sua

formulação concentrações variadas de sódio, cloreto e carboidratos, podendo ainda,

conter potássio, vitaminas e/ou minerais (BRASIL, 1998a). Os repositores

hidroeletrolíticos apresentam-se prontos para o consumo (líquido) ou em pó (ALVES,

2005).

b) Repositores Energéticos para Atletas

Nestes produtos, a concentração de carboidratos deve ser no mínimo, 90% dos

nutrientes energéticos presentes na formulação. Opcionalmente, estes produtos podem

conter vitaminas e/ou minerais. Os repositores energéticos são encontrados na forma

líquida, em pó, em barra ou gel (ALVES, 2005).

c) Alimentos Protéicos para Atletas

Os suplementos protéicos devem ser constituídos de, no mínimo, 65% de

proteínas de qualidade nutricional equivalente às proteínas de alto valor biológico,

sendo estas formuladas a partir da proteína intacta e/ou hidrolisada. Estes produtos

podem conter vitaminas e ou minerais, além de carboidratos e gorduras, desde que a

soma dos percentuais do valor calórico total de ambos não supere o percentual de

proteínas (BRASIL, 1998).

Tabela 1: Composição de aminoácidos de proteínas de boa qualidade

Composição Observada (mg/g de proteína crua)

Page 18: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Aminoácido

Ovo Leite de Vaca Carne Bovina

Histidina 22 27 34

Isoleucina 54 47 48

Leucina 86 95 81

Lisina 70 78 89

Metionina + cistina 57 33 40

Fenilalanina + tirosina 93 102 80

Treonina 47 44 46

Triptofano 17 14 12

Valina 66 64 50

Total

512 504 479

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 222, de 24

de março de 1998.

Os alimentos protéicos devem obedecer aos seguintes requisitos:

• Mínimo de 50% das calorias oriundas de proteínas;

• Mínimo de 65% de proteína de alto valor biológico;

• É permitida adição de aminoácidos específicos para a correção do valor biológico;

• Opcionalmente, podem conter vitaminas e/ou minerais desde que não ultrapassem a

DRI;

• Podem conter carboidratos e gorduras desde que o somatório energético de ambos não

ultrapasse o das proteínas (ALVES, 2005).

d) Alimentos Compensadores para Praticantes de Atividade Física

Os alimentos compensadores devem conter em sua composição uma

concentração variada de macronutrientes (proteínas, carboidratos, lipídios), obedecendo

aos seguintes requisitos:

Page 19: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

• Carboidratos: abaixo de 90% do valor energético total do produto;

• Proteínas: no mínimo 65% de proteínas presente no produto devem corresponder a

proteína de alto valor biológico;

• Gorduras: manter a relação de 1/3 gordura saturada, 1/3 monoinsaturada e 1/3

poliinsaturada;

• Opcionalmente, estes produtos podem conter vitaminas e ou minerais, desde que não

ultrapassem a DRI.

Estes produtos são conhecidos popularmente como hipercalóricos e alimentos

considerados nutricionalmente completos, ou seja, produtos que contém todos os

nutrientes permitidos pela norma (BRASIL, 1998).

e) Aminoácidos de Cadeia Ramificada para Atletas (ou BCAA)

Os aminoácidos de cadeia ramificada (valina, leucina e isoleucina), isolados ou

combinados, devem constituir no mínimo 70% dos nutrientes energéticos da

formulação, fornecendo na ingestão diária recomendada até 100% das necessidades

diárias de cada aminoácido (Tabela 2).

Tabela 2: Necessidades diárias de aminoácidos de cadeia ramificada (ACR)

ACR

Necessidade (mg/kg/dia)

Isoleucina 10

Leucina 14

Valina 10

Fonte: BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância Sanitária. Portaria n. 222, de 24

de março de 1998.

f) Outros alimentos com fins específicos para praticantes de atividade física

Estes são produtos formulados de forma variada com finalidades metabólicas

específicas, de acordo com determinada prática de atividade física. As vitaminas e

minerais podem ser também adicionados a esses alimentos até o limite de 7,5% a 15%

da DRI em 100 mL e de 15% a 30% da DRI em 100g, desde que o consumo diário não

ultrapasse 100% da DRI em qualquer situação.

2.1.1 Proteínas

Page 20: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Segundo Katch & Mcardle (1996), as proteínas são formadas por um grupo de

compostos orgânicos nitrogenados dos quais os aminoácidos são a estrutura básica. Os

aminoácidos contêm um radical amino e um radical chamado ácido orgânico (grupo

carboxila), estes compostos se reúnem através de ligações peptídicas para formarem

uma proteína.

As proteínas funcionam como participante-chave no reparo e na construção de

tecidos musculares após o exercício. Quando há o levantamento de peso, os músculos se

contraem, esta ação causa rupturas microscópicas nas fibras musculares. Em resposta a

esta agressão, o organismo torna as fibras musculares maiores e mais fortes para

protegê-las das possíveis lesões futuras. A proteína é o substrato utilizado para

construção de tecidos deste processo, sendo degradada, pela digestão, em aminoácidos.

As células musculares utilizam os aminoácidos para criar mais proteína muscular,

aumentando assim, as fibras musculares (KLEINER & ROBINSON, 2002).

Estudos recomendam que o uso dos suplementos protéicos, como a

proteína do soro do leite ou a albumina da clara do ovo, deve estar de acordo

com a ingestão protéica total. O consumo adicional destes suplementos

protéicos acima das necessidades diárias (1,8g/kg/dia) não determina ganho

de massa muscular adicional, nem promove aumento do desempenho.

Ingestão protéica, após o exercício físico de hipertrofia, favorece o aumento

de massa muscular, quando combinado com a ingestão de carboidratos,

reduzindo a degradação protéica. Este consumo deve estar de acordo com a

ingestão protéica e calórica total. O aumento da massa muscular ocorre como

consequência do treinamento, assim como a demanda protéica, não sendo o

inverso verdadeiro (SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO

ESPORTE, 2003).

Existem vinte tipos de aminoácidos, que se associam entre si até formarem

várias combinações para construir as proteínas necessárias para o crescimento e reparo

dos tecidos. Dos vinte aminoácidos, nove são considerados essenciais, ou seja, que não

são sintetizados endogenamente e, portanto, devem ser ingeridos através da

alimentação. Os outros onze aminoácidos são produzidos pelo organismo, sendo

chamados de aminoácidos não-essencias. Os aminoácidos essenciais são: histidina,

isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalanina, treonina, triptofano e valina. Já os

aminoácidos não-essenciais são: alanina, arginina, asparagina, ácido aspártico, cisteina,

ácido glutâmico, glutamina, glicina, prolina, serina e tirosina (KLEINER &

ROBINSON, 2002).

Page 21: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

2.1.2 Aminoácidos de Cadeia Ramificada – BCAA

Dentre os aminoácidos essenciais, se incluem os três aminoácidos de cadeia

ramificada, ou seja, leucina, valina e isoleucina. Esses aminoácidos participam da

regulação do balanço protéico corporal e são fontes de nitrogênio para a síntese de

alanina e glutamina. Na regulação da síntese protéica muscular, verifica-se que a leucina

age estimulando a fase de iniciação da tradução do RNA-mensageiro em proteína, por

mecanismos tanto dependentes quanto independentes de insulina. Durante o exercício

físico, pressupõe que esses aminoácidos estejam envolvidos na fadiga central, no

balanço protéico muscular, na secreção de insulina, na modulação da

imunocompetência, no aumento da performance de indivíduos que se exercitam em

ambientes quentes e na diminuição do grau de lesão muscular (ROGERO &

TIRAPEGUI, 2008).

De acordo com Bacurau (2001), acredita-se que a suplementação de BCAA

possa promover o anabolismo de forma indireta, estimulando a liberação de alguns

hormônios, tais como: hormônio de crescimento, insulina e testosterona. Dentre os três

aminoácidos de cadeia ramificada, a leucina, é aquela que apresenta a maior resposta

anabólica. A dose recomendada de BCAA é a ingestão de 5- 10g por dia. O uso de

BCAA assim como outros suplementos deve ser feita em apenas algumas fases do

treinamento e com supervisão do nutricionista e médico.

Durante a prática de atividade prolongada, o músculo capta BCAA da corrente

sanguínea para oxidá-los na produção de energia. A ingestão de BCAA poderia resultar

num aumento de performance por oferecer ao músculo substratos que diminuíssem a

necessidade da quebra do glicogênio (GOMES & TIRAPEGUI, 2000). Da mesma

forma reduziria o catabolismo protéico durante o exercício.

2.1.3 Whey Protein

As proteínas do soro do leite, também conhecidas como whey protein são

consideradas proteínas de alto valor biológico por conter um elevado teor de

Page 22: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

aminoácidos essenciais, especialmente os de cadeia ramificada. As proteínas do soro

são extraídas durante o processo de fabricação do queijo (SALZANO, 2002).

Os peptídeos do soro são compostos por: beta-lactoglobulina (BLG), alfa-

lactoalbumina (ALA), albumina do soro bovino (BSA), imunoglobulinas (Ig's) e glico-

macropeptídeos (GMP), podendo variar em tamanho, peso molecular e função, e assim

fornecer às proteínas do soro características especiais (KINSELLA & WHITEHEAD,

1989; AIMUTIS, 2004).

A proteína do soro do leite está presente em todos os tipos de leite, contém cerca

de 80% de caseína e 20% de proteínas do soro, porém este percentual que pode variar

em função da raça do gado, da ração fornecida e do país de origem (SALZANO, 2002).

O teor de aminoácidos das proteínas do soro do leite é muito semelhante ao teor

das proteínas do músculo esquelético, desta forma, é possível fornecer quase todos os

aminoácidos em proporção similar às do mesmo, podendo ser classificadas como um

efetivo suplemento anabólico (HA & ZAMEL, 2003).

Estudos afirmam que as proteínas do soro são absorvidas mais rapidamente que

outras proteínas, como por exemplo, a caseína. A rápida absorção das proteínas do soro

eleva as concentrações plasmáticas de muitos aminoácidos logo após a sua ingestão

(DANGIN et al., 2001). Portanto, pode-se hipotetizar que, a função do whey protein

seria exercida com mais efetividade no processo de síntese protéica quando

administrada logo após uma sessão de exercícios. Outra função exercida pela ingestão

da proteína do soro é o aumento da concentração de insulina plasmática (ZAWADZKI

et al. 1992; CALBET & MACLEAN, 2002), que auxilia na captação de aminoácidos

para o interior da célula muscular, favorecendo o anabolismo e reduzindo o catabolismo

protéico (HARAGUCHI et al. 2006).

Segundo Haraguchi et al. (2006), os benefícios da proteína do soro do leite sobre

a hipertrofia muscular estão associados ao perfil de aminoácidos, em especial a leucina,

à rápida absorção intestinal de seus aminoácidos e peptídeos e à sua ação sobre a

liberação de hormônios anabólicos, como, por exemplo, a insulina.

Diversos trabalhos têm demonstrado que as proteínas do soro auxiliam no

processo de diminuição da gordura corporal, por meio de mecanismos associados ao

cálcio, e por apresentar altas concentrações de aminoácidos de cadeia ramificada

(HARAGUCHI et al. 2006). As proteínas do soro são ricas em cálcio, cerca de 600mg a

cada 100g de proteína. Uma possível explicação seria que o aumento no cálcio através

da dieta diminui as concentrações dos hormônios calcitrópicos, principalmente o 1,25

Page 23: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

hidroxicolecalciferol (1,25(OH)2D). Os hormônios calcitrópicos em concentrações

elevadas estimulam a transferência de cálcio para os adipócitos,e consequentemente, o

cálcio em altas concentrações nas células adiposas promovem à lipogênese e à redução

da lipólise. Portanto, a ingestão de cálcio dietético favorece a diminuição dos hormônios

calcitrópicos, que reduz a deposição de gordura nos tecidos adiposos (ZEMEL, 2004).

Em seus estudos, Layman (2003), mostrou que as dietas com maior relação

proteína/carboidratos são mais eficazes no controle da glicose sanguínea e da insulina

pós-prandial, desempenhando, dessa forma, a diminuição da gordura corporal e a

manutenção da massa muscular durante a perda de peso.

2.1.4 Glutamina

A presença de glutamina no músculo pode regular o catabolismo e anabolismo

protéico. A suplementação deste aminoácido em indivíduos que se submetem a fatores

fisiológicos (exercício) e estressores (traumas, queimaduras, cirurgias) contribui para a

menor queda da síntese protéica. A glutamina também pode estimular a síntese de

glicogênio, aumentando a disponibilidade de energia para os processos anabólicos

(BACURAU, 2001).

De acordo com Cruzat et al. (2009, pag. 1)

A glutamina é o aminoácido livre mais abundante no plasma e no

tecido muscular. Nutricionalmente é classificada como um aminoácido não

essencial, uma vez que pode ser sintetizada pelo organismo a partir de outros

aminoácidos. A glutamina está envolvida em diferentes funções, tais como a

proliferação e desenvolvimento de células, o balanço acidobásico, o

transporte da amônia entre os tecidos, a doação de esqueletos de carbono para

a gliconeogênese, a participação no sistema antioxidante e outras. Por meio

de técnicas de biologia molecular, estudos demonstram que a glutamina pode

também influenciar diversas vias de sinalização celular, em especial a

expressão de proteínas de choque térmico (HSPs). As HSPs contribuem para

a manutenção da homeostasia da célula na presença de agentes estressores,

tais como as espécies reativas de oxigênio (ERO). Em situações de elevado

catabolismo muscular, como após exercícios físicos intensos e prolongados, a

concentração de glutamina pode tornar-se reduzida. A menor disponibilidade

desse aminoácido pode diminuir a resistência da célula a lesões, levando a

processos de apoptose celular. Por essas razões, a suplementação com L-

glutamina, tanto na forma livre, quanto como dipeptídeo, tem sido

investigada.

Numerosos trabalhos têm demonstrado diminuição significativa das

concentrações plasmática e tecidual de glutamina durante e após exercício intenso e

prolongado. Fato este, pode ser provocado pelo aumento da concentração do hormônio

Page 24: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

cortisol, que estimula tanto o efluxo de glutamina muscular, quanto à captação de

glutamina pelo fígado. Desse modo, a maior oferta de glutamina no fígado, aliada à

diminuição dos estoques de glicogênio hepático e ao aumento da concentração de

cortisol promovem maior estímulo da neoglicogênese hepática a partir do aminoácido

glutamina. A glutamina também desempenha um papel modulador na secreção de

alguns hormônios como: prolactina, hormônio do crescimento e ACTH (BACURAU,

2001).

2.1.5 Carnitina

A carnitina é um dos componentes do sistema enzimático que controla a

entrada de ácidos graxos de cadeia longa na mitocôndria, sítio de sua oxidação. Esse

mecanismo, se comprovado, aumentaria a oxidação de ácidos graxos, e conservaria o

glicogênio muscular durante a atividade física, retardando a fadiga. Fato este, faz com

que a carnitina seja muito utilizada por praticantes de exercício físico com o objetivo de

redução da massa gorda, como fat burner. A ingestão de 2g/dia de L-Carnitina ajuda do

aumento da concentração intramuscular desta amina (BACURAU, 2001).

A carnitina (L-3-hidroxitrimetilaminobutanoato) é uma amina quaternária

encontrada na carne vermelha, leite e derivados, e produzida a partir da lisina e

metionina no fígado, rim e cérebro. A carnitina pode aumentar o fluxo sanguíneo aos

músculos, por causa do seu efeito vasodilatador e antioxidante. Em função das suas

diversas ações, a carnitina tem sido utilizada por atletas que buscam uma melhor

performance e maior resistência muscular à fadiga. Outros a utilizam em busca de perda

de peso devido a sua ação promotora de oxidação de ácidos graxos e,

consequentemente, maior utilização dos depósitos de gordura (ALVES & LIMA, 2009).

No citoplasma os ácidos graxos de cadeia longa se unem a uma

molécula de coenzima A (acil-coA) a qual é impermeável a membrana

mitocondrial necessitando então da carnitina para formar um complexo

permeável (acil-carnitina) pela ação da enzima carnitina palmitoil transferase

I (CPT I). No interior da mitocôndria esse complexo é desfeito e o grupo acil

é ligado à uma coenzima A mitocondrial pela enzima carnitina palmitoil

transferase II (CPT II), regenerando a molécula de acil-coA que é levada à

matriz para então ser oxidada na b-oxidação e dar origem ao acetil-coA para

o ciclo de Krebs (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

Essa amina é peça fundamental na captação e translocação dos ácidos graxos

livres através da membrana mitocondrial e, dentro da mitocôndria, contribui para o

Page 25: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

processo de oxidação de gordura e carboidratos, aumento na produção de acilcarnitina e

aumento da geração de energia (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

A dose recomendada de suplementação utilizada é de 2-6 g/dia por um período

de 10 dias a 10 semanas. Não existem relatos de danos renais em indivíduos sadios que

utilizam carnitina como suplemento dietético. No momento, não há conclusões

definitivas sobre o efeito benéfico da carnitina no metabolismo do exercício em atletas

sem deficiência nutricional (ALVES E LIMA, 2009).

2.1.6 Creatina

A creatina é um composto aminoacídico atípico encontrado principalmente nas

carnes e nos peixes. Em humanos, 95% da creatina total são encontrados no músculo

esquelético, e os 5% restantes se distribuem entre o encéfalo, fígado, rins e testículos.

(DEMINICE et al. 2007).

A creatina é a principal molécula de ressíntese do ATP nos primeiros 10

segundos de atividades máximas, o que significa que quando sua concentração é

aumentada pela suplementação, a ressíntese de ATP é mais eficiente e a recuperação é

mais rápida. Assim como a glutamina o seu efeito osmótico tem sido relacionado a uma

maior síntese protéica. No organismo humano, a creatina é sintetizada pelo fígado, rins

e pâncreas a partir dos aminoácidos: glicina, arginina e metionina. Em indivíduos

saudáveis, a creatina é reposta à taxa de 2g/dia pela síntese endógena e dieta. A

suplementação oral de elevadas doses de creatina, cerca de 20g/dia-30g/dia durante

vários dias aumenta de forma significativa as concentrações de CP durante o repouso e

exercício. A ingestão dessas doses muitas vezes não é possível somente através da

alimentação, pois as melhores fontes deste nutriente (carnes e peixes) apresentam cerca

de 3g a 5g de creatina por quilo (BACURAU, 2001).

Nos exercícios de alta intensidade e curta duração a reserva de

ATP é hidrolizada rapidamente no citoplasma da célula, mas não atinge um

nível zero, é observado em humanos uma queda de 25 a 30% da concentração

inicial no momento da fadiga (10). O composto creatina fosfato está no

músculo servindo como um reservatório de fosfato de alta energia, assim

conforme a reserva de ATP vai sendo hidrolizada a creatina quinase vai

transferindo fosfatos das CPs para as moléculas de ADP, ressintetizando o

ATP até 30 segundos de exercício (GOMES & TIRAPEGUI, 2000).

Vandenberghe et al. In Gomes & Tirapegui (2000), acreditam que o tempo de

dosagem prolongado pode trazer benefícios em exercícios de resistência. Em 10

Page 26: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

semanas de ingesto de creatina iniciadas por 4 dias com 20 g/dia e mantido 5 g/dia até a

última semana. Houve aumento de força, redução de gordura corporal e aumento de

performance em exercícios de alta intensidade e curta duração.

2.1.7 B-hmb

Segundo Bacurau (2001), a beta-hidroxi-butirato (b-HMB) é um derivado do

aminoácido essencial leucina que parece ter relação com a síntese protéica e talvez

maximize os efeitos anabólicos do exercício. A função anabólica da leucina parece estar

ligada à estimulação da secreção de insulina. A suplementação com b-HMB com doses

diárias de 1,5 a 3 gramas após o período de quatro a oito semanas tem sido relacionada à

redução da proteólise muscular induzida pelo exercício físico o que proporcionaria o

aumento da massa muscular e força.

2.1.8 Cafeína

Segundo a Organização Mundial da Saúde, a cafeína é considerada como uma

droga estimulante do sistema nervoso central, juntamente com as anfetaminas, a

nicotina e a cocaína (CLEMENTZ et al., 1998). Os efeitos que cafeína pode causar são:

aumentar o estado de alerta e reduzir a sensação de fadiga, estímulo à diurese, efeitos

inotrópicos, taquicardizantes, broncodilatadores e estimulantes da secreção gástrica; a

cafeína ainda pode causar um aumento da lipólise, facilitação da transmissão no sistema

nervoso central, aumento da força de contração muscular em baixas frequências de

estimulação e leva à economia do glicogênio muscular (GUERRA et al., 2000).

Conforme mostram muitas pesquisas, o efeito da cafeína é ergogênico, e

permite um melhor desempenho em exercícios prolongados e em exercícios de alta

intensidade e de curta duração, retardando a fadiga (MCARDLE et al., 2001).

O suplemento de cafeína utilizada por atletas é um produto destinado ao

aumento da resistência aeróbia em exercícios de longa duração. A quantidade de cafeína

que deve conter na porção é de aproximadamente 210 a 420mg, e não pode ser

adicionada de nutrientes ou outros não nutrientes (RODRIGUES et al., 2009).

Page 27: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Um dos pontos negativos da cafeína no exercício é a sua ação diurética, a qual

poderá aumentar o risco de desidratação do indivíduo (GUERRA et al., 2000). Outro

ponto a ser considerado é que o efeito da cafeína varia de organismo para organismo,

dependendo do seu peso e regularidade com que a pessoa ingere esta substância.

Acredita-se que a ingestão crônica de 100 mg de cafeína por dia, o que equivalente a

uma ou duas xícaras de café, pode neutralizar as respostas metabólicas aos efeitos

esperados da cafeína (ALTERMANN et al., 2008).

Conforme Alves & Lima (2009), cafeína pode melhorar o desempenho dos

atletas por causa da mobilização de ácidos graxos livres do tecido adiposo, aumentando

o suprimento de gordura ao músculo, reduzindo a utilização de glicogênio, melhorando

a função neuromuscular e a contratilidade do músculo cardíaco e prolongando o tempo

de exercício. Atua também como estimulante do sistema nervoso central, o que

beneficia atividades que demandam concentração. Acredita-se, ainda, que possa ajudar

na perda de peso, prevenção de fadiga e produção de energia. A dosagem com cafeína

entre 3-6 mg/kg pode trazer efeitos positivos. Entre os efeitos adversos destacam-se:

insônia, cefaléia, irritação gastrointestinal, hemorragia e estimulação da diurese,

agitação, tremores e distração mental, hiperestesias, os quais podem retardar ou mesmo

prejudicar a performance.

Segundo Spriet & Gibala apud Alves & Lima (2009), outro efeito da cafeína

seria o de cruzar a barreira hematoencefálica e antagonizar os efeitos da adenosina,

resultando no aumento das concentrações de neurotransmissores estimulatórios,

elevando a vigília e o humor.

2.1.9 Bebidas Esportivas

A desidratação é causada pela necessidade do organismo manter a temperatura

corpórea próxima dos valores de repouso, cerca de 37ºC. Quando o corpo humano é

submetido à alta temperatura, o único mecanismo que faz com que o organismo perca

calor é a evaporação da água na superfície da pele, permitindo que a temperatura

corporal seja mantida, entretanto, acaba resultando em desidratação e perda de

eletrólitos. A reposição de líquidos é proporcional a alguns fatores, tais como:

intensidade do exercício; condições climáticas; aclimatação do atleta; condicionamento

Page 28: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

físico do atleta; características individuais fisiológicas e biomecânicas (MAUGHAN &

LEIPER, 1994).

Quando o indivíduo encontra-se desidratado a 2% do seu peso corporal e se

essa perda aumenta para 5%, pode diminuir a capacidade de trabalho em até 30%

(HORSWILL CA, 1998).

As bebidas isotônicas ou esportivas são produtos formulados a partir da

concentração variada de eletrólitos, associada a concentrações variadas de carboidratos,

tendo como objetivo a reposição hídrica e eletrolítica decorrentes da prática de atividade

física (ANVISA, 1998). O consumo voluntário dessas bebidas é maior do que o de água,

devido a sua palatabilidade, ou seja, a "doçura", o sabor e a intensidade do gosto na

boca e acidez influenciam a aceitabilidade, estimulando, assim, o consumo de líquidos

durante o exercício (GUERRA, 2004).

A hidratação é um elemento importante que deve ser considerado antes,

durante e depois do exercício (GALLOWAY SD, 1999). A hidratação antes e durante o

exercício melhora o desempenho, principalmente se o líquido a ser consumido contém

carboidrato (MAUGHAN & LEIPER, 1994). As bebidas hidroeletrolíticas são

importantes para assegurar a ingestão adequada de líquidos e eletrólitos, pois pode

garantir a performance e reduzir os riscos de problemas associados ao calor

(MAUGHAN LEIPER, 1994). “A ingestão de líquidos deve ocorrer antes, durante e

após a atividade física, evitando assim comprometimento da saúde do indivíduo”

(LANCHA JR apud ARRUDA et al. p. 97, 2006).

Segundo Maughan Leiper (1994), as atividades aeróbias de longa duração

são mais suscetíveis a serem acometidas negativamente pela hipohidratação do que

atividades anaeróbias de curta duração. Um jogador de futebol com peso de 70 kg,

chega a perder aproximadamente 3,5 kg durante uma partida, o que representa 5% de

seu peso corpóreo e uma desidratação moderada, com queda de 30% na sua

performance.

Coleman (1996 apud Arruda et al. 2006) afirma que as bebidas carboidratadas

que contém cerca de 6-8% de concentração são absorvidas pelo organismo na mesma

velocidade que a água, porém fornecem energia aos músculos em exercício.

A hidratação feita com bebidas contendo polímeros de carboidrato durante as

atividades de alta intensidade e longa duração tem como objetivo a manutenção dos

níveis de glicose no sangue para tentar minimizar ou retardar os efeitos da fadiga,

visando assim otimizar o desempenho dos atletas (ARRUDA et al. 2006). Conforme

Page 29: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Foss & Keteyian (2000 apud Arruda et al. 2006), afirmam que o consumo de bebidas

carboidratadas durante os exercícios de longa duração auxilia a performance do atleta,

pois conserva os níveis glicêmicos estáveis e reduz a utilização do glicogênio muscular

e hepático, resultando em maior tempo de execução de exercício quando a hidratação é

feita com soluções carboidratadas, em comparação com a hidratação com água, ou sem

hidratação.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo descritivo, quantitativo e qualitativo, de corte transversal

realizado com uma amostra intencional não-probabilística de 60 adolescentes e adultos

praticantes de exercícios físicos de uma academia de ginástica e musculação, na cidade

de Porto Velho-RO. A amostra foi composta por alunos de ambos os sexos, sendo 50%

homens e 50% mulheres compreendendo a faixa etária entre 15 a 60 anos de idade.

A academia é uma empresa nova e moderna, com menos de dois anos de

funcionamento, no qual oferece aos seus clientes atividades aeróbicas e anaeróbicas.

O instrumento utilizado para avaliar os objetivos propostos foi um questionário

(Anexo 1) semi-estruturado composto por 11 questões objetivas e subjetivas pertinentes

ao assunto, elaborado especialmente para esta pesquisa, tendo como base estudos

semelhantes ao tema proposto que foram realizados em outras regiões do Brasil. As

questões de múltipla escolha permitiam ao avaliado escolher, se necessário, mais de

uma opção para a mesma pergunta. No anexo I é apresentado o questionário utilizado.

Os questionários foram aplicados em uma academia da cidade de Porto Velho-

RO após a autorização dos responsáveis pela academia (Anexo II). A coleta de dados

ocorreu no mês de outubro de 2011.

Os avaliados foram informados quanto ao objetivo da pesquisa antes de se

disponibilizarem a responder o questionário, assinaram o Termo de Consentimento

Livre e Esclarecido (Anexo III), para posterior utilização dos dados em trabalhos

científicos. Em relação a privacidade dos alunos, os questionários não exigiam

identificação.

Page 30: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

A ferramenta estatística utilizada foi o recurso Microsoft Office Excel 2003. O

tratamento de dados empregado utilizou-se de cálculos em termos percentuais do índice

de frequência das respostas para posterior apresentação em forma de tabelas e figuras

(gráficos), além de uma análise quantitativa dos dados, a fim de obter conclusões sobre

o presente estudo.

4. RESULTADOS

Participaram 60 indivíduos frequentadores de academia, sendo que 50% (n=30)

foram do gênero masculino e 50% (n=30) do gênero feminino. Entre os participantes,

58,33% (n=35) declaram consumir algum tipo de suplemento alimentar e 41,66%

(n=25) relataram nunca ter consumido suplemento alimentar conforme a figura 1.

Figura 1: Usuários e não usuários de suplementos alimentares.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

Consumem suplementos

58%

Não consomem suplementos

42%

Suplemento Alimentar

Page 31: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

A idade mínima dos participantes que consomem suplemento alimentar foi de

15 anos e máxima de 60 anos, onde 8,57% (n=3) são adolescentes e 91,42% (n=32) são

adultos, conforme demonstrado na figura 2.

Figura 2: Faixa etária dos consumidores de suplemento alimentar.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

9%

91%

Faixa Etária

Adolescente Adultos

Page 32: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

No presente estudo, uma das questões abordadas foi a utilização de suplemento

alimentar associada ao gênero dos entrevistados. Conforme a figura 3, houve maior

consumo entre os homens 65,71% (23/35) do que entre as mulheres 34,28% (12/35).

Figura 3: Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

65,71 %

34,28 %

Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero

Homens Mulheres

65,71 %

34,28 %

Consumo de suplemento alimentar de acordo com o gênero

Homens Mulheres

Page 33: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Conforme a tabela 3, o suplemento alimentar mais consumido pelos praticantes

de exercícios físicos de ambos os sexos foi o suplemento que possui como base de

formulação as proteínas, sendo 28,57% (16/23) do sexo masculino e 25% (6/12) do sexo

feminino. Entre os homens o segundo suplemento alimentar mais utilizado foram os

aminoácidos 23,21% (13/23), seguido das vitaminas com 17,85% (10/23), em quarto

lugar foram os minerais 8,92% (5/23), os carboidratos 8,92% (5/23) e os termogênicos

8,92% (5/23), e por último os lipídeos essenciais 1,78% (1/23) e as bebidas

hidroeletrolíticas 1,78% (1/23).

Entre as mulheres houve um empate no suplemento mais consumido que foram

as proteínas e os carboidratos cada um com 25% (6/12), o segundo suplemento mais

utilizado foi o termogênico com 20,83% (5/12), em terceiro lugar tem-se as vitaminas,

os minerais e os aminoácidos com 8,33% (2/12) cada um, e finalmente as bebidas

hidroeletrolíticas com 4,16% (1/12).

Os nomes dos suplementos mais citados entre os participantes foram: whey

protein, creatina, BCAA, maltodextrina, termogênico, animal Pack entre outros. A dose

utilizada era diversificada, pois muitos relataram que utilizavam a recomendada no

rótulo do produto ou utilizavam como convinha a eles.

Tabela 3: Tipos de suplementos mais utilizados pelos praticantes de exercício

físico.

Suplemento Alimentar Masculino % Feminino %

Vitaminas 10 17,85% 2 8,33

Minerais 5 8,92 2 8,33

Proteínas 16 28,57 6 25

AA 13 23,21 2 8,33

Carboidrato 5 8,92 6 25

Page 34: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Lipídeo Essencial 1 1,78 0 0

Termogênicos 5 8,92 5 20,83

Bebidas

Hidroeletrolíticas

1 1,78 1 4,16

Total 56 100 24 100

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

De acordo com a figura 4, a quantidade de suplementos alimentares consumidos

durante o dia pelos praticantes de exercícios físicos foi de 37,14% (13/35) consomem

apenas um suplemento por dia, 34,28% (12/35) consomem dois suplementos por dia, e

28,57% (10/35) consumem três ou mais suplementos durante o dia.

Figura 4: Quantidade de suplementos consumidos por dia.

34, 28%

37, 14%

28, 57%

Quantidade de suplementos consumidos por dia

Consomem apenas um suplemento por dia

Consomem dois suplementos por dia

Consomem 3 ou mais suplementos por dia

Page 35: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

Em relação ao tempo de uso do suplemento pelos praticantes de exercícios

físicos, observou-se que 68,57% (24/35) consomem suplemento alimentar entre um a

quatro meses; 2,85% (1/35) entre cinco a nove meses; 2,85% (1/35) entre 10 a 12

meses; e 25,71% (9/35) utilizam suplemento alimentar por mais de um ano conforme a

demonstração na figura 5.

Figura 5: Tempo de uso do suplemento alimentar.

68%

3%

3%

26%

Tempo de uso do suplemento alimentar

1 à 4 meses

5 à 9 meses

10 à 12 meses

Mais de 1 ano

Page 36: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

Em relação às fontes de indicação de suplementos alimentares, pode-se observar

que a maior parte da prescrição ou indicação ocorre sem nenhuma orientação de um

profissional especializado, ou seja, os frequentadores da academia utilizam os

suplementos por indicação do profissional de educação 34,28% (12/35), influência de

amigos 22,85% (8/35), iniciativa própria 17,14% (6/35), orientação do médico ou

nutricionista 14,28% (5/35) e por último através de propagandas (mídia, internet,

televisão) 11,42% (4/35).

Figura 6: Fontes de indicação dos suplementos alimentares.

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

Os principais motivos que levam os praticantes de exercício físico a consumirem

suplemento alimentar são: ganho de massa muscular (38,23%) e melhor desempenho

físico (22,05%), seguido de perda de peso com 14,70%, melhor saúde 13,23%, e por

último melhor recuperação 11,76% devido a constante preocupação com o corpo ideal

imposto pela sociedade.

Figura 7: Motivos para a utilização de suplemento alimentar pelos praticantes de

exercícios físicos.

34,28%

22,85%

17,14%

14,28% 11,42%

Fontes de indicação dos suplementos alimentares

Profissional de Educação Influência de Amigos

Iniciativa Própria Orientação do médico ou nutricionista

Propagandas (mídia, internet, televisão)

Page 37: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Fonte: Pesquisa de campo realizada com praticantes de exercícios físicos de uma

academia da cidade de Porto Velho - RO.

5. DISCUSSÃO

Os resultados encontrados neste estudo mostraram que dos 60 entrevistados,

58,33% (n = 35) utilizam suplemento alimentar. Em outro estudo realizado por

Hirschbruch et al. (2008) com 201 jovens frequentadores de academias de ginástica

da cidade de São Paulo foi relatado que 61,2% (n = 123) da amostra utilizavam

suplemento alimentar. Entretanto, em pesquisa feita por Rocha & Pereira (1998) em

16 academias no Estado do Rio de Janeiro, com 160 entrevistados no total, 51

indivíduos (32,0%) faziam uso de algum tipo de suplemento.

A maior parte dos entrevistados utiliza suplemento alimentar com o objetivo

de alcançar o corpo padrão imposto pela mídia, ou seja, os praticantes de exercício

físico priorizam o ganho de massa muscular, o que vai ao encontro da finalidade mais

citada para o uso de suplementos (PEREIRA et al., 2003; ARAÚJO & SOARES,

1999; FLEISCHER & RED, 1982; HOFFAMAN et al., 2008), o melhor desempenho

físico, a perda de tecido adiposo, ficando em segundo plano a melhor saúde e a melhor

recuperação após o exercício físico. Fato este comprova a supervalorização do corpo

perfeito imposto pela sociedade.

O objetivo dos entrevistados, quanto à ênfase do fator estético, ou seja, a

hipertrofia e a perda de peso, assinalados por 52,93% dos avaliados, pode ser visto

com atenção pelos profissionais da educação física, pois pode estar havendo um

38%

22%

15%

13% 12%

Motivos para a utilização de suplementos pelos praticantes de exercício físico

Massa muscular

Melhor desempenho físico

Perda de peso

Melhor saúde

Melhor recuperação

Page 38: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

distúrbio da imagem corporal, seja anorexia ou vigorexia. Quando a busca do corpo

estaticamente perfeito for excessiva, existe o risco dos praticantes de exercício físico

se submetem às ações prejudiciais a saúde, como o excesso de treino (overtraining) e a

ingestão indiscriminada de suplementos alimentares, a fim de alcançar os resultados

almejados, sem levar em consideração os danos causados à saúde devido à falta de

informação segura.

Segundo Santos (2002), a ausência de uma cultura corporal saudável submete

a população ao uso de substâncias que possam potencializar os seus objetivos em um

menor espaço de tempo possível. E conforme Saba (1999), a academia é um local para

a prática de exercícios físicos que favorece a disseminação de padrões estéticos, como

o corpo com baixa quantidade de gordura subcutânea e com elevado volume de tônus

muscular.

Observou-se que apesar da quantidade de adolescentes que consomem

suplemento alimentar ser bem inferior que a dos adultos, a idade mínima encontra que

foi de 15 anos, mostrando como a utilização dessas substâncias ergogênicas estão

sendo inseridas cada vez mais precocemente.

Entre os usuários de suplementos foi possível constatar neste estudo, que os

homens são os maiores consumidores de suplemento alimentar em relação às

mulheres. Este resultado pode ser correlacionado com outros estudos semelhantes que

mostram que os indivíduos do sexo masculino são os maiores consumidores de

suplementos, cerca de 68,6% a 75,7% (ROCHA & PEREIRA, 1998; PEREIRA et al.

2003).

Quando foi associado o número de indivíduos usuários de suplementos com a

quantidade dos diferentes suplementos usados por eles, verificou-se que dos trinta e

cinco usuários de suplemento alimentar, 37,14% dos indivíduos faziam uso de um tipo

de suplemento, 34,28% faziam uso de 2 tipos de suplementos, e 28,57% faziam uso de 3

ou mais suplementos. Em um estudo parecido realizado por Rocha e Pereira (1998),

verificou-se que dos 51 indivíduos que consomem suplemento alimentar, 28 utilizam 1

suplemento, 15 faziam uso de 2 a 3 suplementos e 8 faziam uso de 4 a 6 suplementos

diferentes.

Em relação ao tempo de uso do suplemento pelos praticantes de exercício

físico, observou-se que 68,57% (24/35) consomem suplemento alimentar entre um a

quatro meses; 2,85% (1/35) entre cinco a nove meses; 2,85% (1/35) entre 10 a 12

meses; e 25,71% (9/35) utilizam suplemento alimentar por mais de um ano. Em um

Page 39: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

estudo realizado por Rocha & Pereira (1998), verificou-se entre os entrevistados que o

tempo de uso dos suplementos concentrava-se principalmente entre um a seis meses (33,3%), de

seis meses a um ano (37,2%) e mais de um ano (15,7%).

Os nomes dos suplementos mais citados entre os entrevistados foram: whey

protein, creatina, BCAA, maltodextrina, termogênico, animal Pack entre outros. A dose

utilizada era diversificada, pois muitos relataram que utilizavam a recomendada no

rótulo do produto ou utilizavam como convinha a eles.

Levando em consideração os resultados encontrados neste estudo e em outros

estudos pesquisados, a proteína é o suplemento alimentar mais consumido nas diversas

regiões do Brasil, devido a sua função de síntese protéica e estar relacionada a vários

mecanismos metabólicos associados ao exercício físico (DOUGLAS, 2006). Os atletas

necessitam de um maior requerimento energético, devido o elevado gasto energético,

logo a quantidade de proteínas deve ser (>1,2g/kg/dia) (PHILLIPI, 2004). Quando a

quantidade de proteína estiver acima de (2,5g/kg/dia), pode estar sendo desviadas para a

produção de energia ou excretadas, pois o corpo humano não possui reservas de

proteínas (PHILLIPI, 2004; DOUGLAS, 2006).

O consumo excessivo de proteína e aminoácidos pode estar relacionado a

efeitos maléficos a saúde, tais como: cetose, perda de massa óssea, sobrecarga renal,

aumento da gordura corporal, desidratação, gota e excreção urinária de cálcio.

(BACARAU, 2001; DOUGLAS, 2006; LANCHA, 2002). Conforme Domingues &

Marins (2007), a utilização de BCAA e aminoácidos de forma descontrolada podem

contribuir para a sobrecarga do sistema renal, caso o praticante não necessite do

aumento do aporte protéico.

O consumo de maltodextrina, bebidas carboidratas, gel e barras energéticas são

utilizados como meio alternativo para manter a taxa de glicose sanguínea em nível

adequado durante o exercício físico ou recuperação do glicogênio muscular após o

treinamento (DOMINGUES & MARINS, 2007).

Além dos suplementos citados acima, os termogênicos também foram bastante

mencionados pelos entrevistados, estes são suplementos à base de cafeína. Segundo

alguns autores, os efeitos que cafeína pode causar são: aumento do estado de alerta,

redução da sensação de fadiga, estímulo à diurese, efeitos inotrópicos, taquicardizantes,

broncodilatadores, estimulantes da secreção gástrica. A cafeína ainda pode causar um

aumento da lipólise, facilitação da transmissão no sistema nervoso central, aumento da

força de contração muscular em baixas frequências de estimulação, e levar à economia

Page 40: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

do glicogênio muscular (GUERRA et al., 2000). Devido aos seus efeitos, o elevado

consumo da cafeína deve ser evitado por pessoas que possuem hipertensão e gastrite.

A indicação e prescrição de suplemento alimentar é competência do

nutricionista, entretanto, observou-se neste estudo que a indicação de suplemento foi

realizada por pessoas não especializadas, sendo relatado pelos participantes que o

profissional de educação física é o maior indicador de suplemento, seguido por

influência de amigos, auto-prescrição, e ficando entre os últimos a orientação do médico

ou nutricionista. Resultado semelhante ocorreu em uma pesquisa realizada por Pereira

et al. (2003), a fonte mais utilizada de recomendação de suplementos foi a de instrutores

e professores (31,1% das fontes de indicação), seguida de amigos (15,6%), auto-

indicação (15,6%), nutricionista (11,1%) e médico (10,0%).

Em outro estudo, realizado por Miarka et al. (2007), com estudantes de

educação física, verificou-se que, quando o suplemento era consumido por indicação, a

principal fonte de prescrição era o instrutor, seguido de treinador, amigos, vendedor de

loja e, por último, o nutricionista; dados estes semelhantes às informações encontradas

nesta pesquisa, sendo surpreendente, pois é competência do nutricionista a prescrição de

suplementos alimentares.

Uma baixa prevalência de consulta ao nutricionista com a finalidade de avaliar

se há necessidade da utilização de suplemento alimentar também foi encontrada em

outros estudos, que apontam para uma prevalência de 13% e 22,2% respectivamente

(COSTA & ROGATTO, 2006; PAMPLONA et al., 2005). Esses dados juntamente com

os dados obtidos neste estudo reforçam a ideia de que o nutricionista não vem sendo

priorizado como agente de consulta para o uso de suplemento alimentar, devendo está

situação ser modificada.

Segundo Araújo e Soares (1999), a auto-prescrição é comum, principalmente

para as bebidas esportivas. Todavia, excluindo as bebidas esportivas, o número de

citações da autoprescrição permanece elevado, porém, o treinador ou personal trainer

se torna o maior responsável pela indicação de suplementos (ROCHA & PEREIRA,

1998).

A influência de amigos e leigos também é fonte importante de indicação de

suplementos. Médicos e nutricionistas são os únicos profissionais legalmente

habilitados para a prescrição de suplementos. O médico indica mais suplementos que o

nutricionista, porém, a maioria desses são vitaminas e minerais (CARVALHO &

HIRSCHBRUCH, 2000). Com exceção do nutrólogo (médico especializado em

Page 41: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

nutrição), a maioria dos médicos não possui conhecimento científico suficiente para

prescrever dietas/suplementos alimentares, sendo, portanto, a opção mais correta a

procura de um nutricionista (DOMINGUES & MARINS, 2007).

Outro estudo semelhante foi realizado por Domingues & Marins (2007),

mostrou que a maioria das informações obtidas sobre suplementos correspondiam às

conversas com amigos e a orientação do professor da academia. Estes, em princípio não

possuem habilitação e conhecimento científico suficiente para prescrever tais

suplementos.

6. CONCLUSÃO

Nas condições da presente pesquisa realizada com praticantes de exercícios

físicos de uma academia de Porto Velho-RO os resultados obtidos levam-nos a concluir

que:

- A prevalência do consumo de suplementos alimentares nesta população

apresentou-se elevada, levando em consideração de que tal prática só deveria ocorrer,

em situações especiais, quando as necessidades nutricionais não sejam supridas pela

alimentação habitual;

- Os suplementos mais consumidos foram os ricos em proteínas e aminoácidos,

entretanto, os mais regularmente consumidos entre os homens foram as vitaminas e

minerais, resultado diferente entre as mulheres que teve os termogênicos em segunda

lugar, além dos carboidratos que foi juntamente com o suplemento protéico os mais

consumidos pelas mulheres;

- A associação simultânea de dois ou mais produtos ocorreu;

- O consumo ocorreu em maior proporção entre os homens e pessoas adultas;

- A indicação de suplemento alimentar sem a devida orientação profissional

prevaleceu;

- O tempo de uso de suplemento foi de um a quatro meses entre a maior parte

dos consumidores;

- Mais da metade dos praticantes de exercícios físicos que consomem

suplemento buscam o aumento de massa muscular.

Page 42: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

A cada dia mais pessoas acreditam que a beleza e a saúde sejam algo

comprável. Neste estudo pode-se observar que maior parte da amostra pesquisada

consome suplementos alimentares na busca pela bela imagem corporal, sendo

preocupante a maneira indiscriminada como ocorre este consumo, ou seja, sem a

orientação de profissionais habilitados para esta função. O mercado de suplementos

alimentares cresce numa velocidade extraordinária, entretanto, os estudos científicos

que comprovem os seus efeitos maléficos e benéficos não ocorrem na mesma

proporção.

A prescrição de suplemento alimentar deve ser realizada pelo nutricionista em

parceria com o profissional de educação física, pois o consumo de suplemento deve

estar associado aos fatores biológicos, à alimentação, à intensidade, ao volume e o

período do treinamento ao qual o indivíduo está submetido para que os resultados sejam

alcançados de maneira saudável, sem sobrecarregar o organismo e causar efeitos

maléficos.

Portanto, para que isto aconteça, torna-se emergente a educação nutricional do

público em geral, principalmente no ambiente da prática de atividade física, visando

melhorar o grau de informação e garantir segurança na utilização desses produtos. É

necessário que sejam realizadas campanhas educativas conduzidas por profissionais da

saúde, com apoio do governo e da mídia em prol da alimentação balanceada associada

ao estilo de vida saudável. A demanda por pesquisas metodologicamente adequadas

relacionadas à nutrição esportiva urgem, de forma a ampliar o conhecimento sobre as

reais funções e possíveis efeitos benéficos ou adversos que os suplementos nutricionais

exercem sobre o desempenho e a saúde geral dos indivíduos.

Page 43: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AIMUTIS, W.L.; Bioactive properties of milk proteins with particular focus on

anticariogenesis. J Nutr. 2004; 134(4):989s-95s.

ALTERMANN, A.M.; DIAS, C.S.; LUIZ, M.V.; NAVARRO, F. A influência da

cafeína como recurso ergogênico no exercício físico: sua ação e efeitos colaterais.

Rev Bras de Nutrição Esportiva, p. 225-239; 2008.

ALVES, L. A. Recursos ergogênicos nutricionais. In: BIESEK, S.; ALVES, L. A.;

GUERRA, I. Estratégias de nutrição e suplementação no esporte. Barueri/SP:

Manole, 2005. p. 283-318.

ALVES, C.; LIMA, R. V. B. Uso de suplementos alimentares por adolescentes. J.

Pediatria (Rio J.) vol.85 no. 4 Porto Alegre Aug. 2009.

ARAÚJO, A. C. M.; SOARES, Y. N. G. Perfil de utilização de repositores protéicos

nas academias de Belém, Pará. Rev. Nutr., Campinas, 12(1): 5-19, jan./abr., 1999.

ARRUDA, M. et al. Efeitos da utilização de bebida hidroeletrolítica sobre a

glicemia durante uma aula de ciclismo indoor. Rev. Movimento e Percepção,

Espírito Santo do Pinhal, SP, v. 6, n. 9, jul./dez. p 95-108, 2006.

BACURAU, R. F. Nutrição e suplementação esportiva. 2.ed. Guarulhos, SP: Phorte

Editora, 2001. p 257-274.

Page 44: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

BRASIL. Ministério da Saúde. Regulamento técnico para fixação de Identidade e

característicasmínimas de qualidade que deverão obedecer os alimentos para

praticantes de atividade. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

Portaria nº 222, de 24 de março de 1998.

CALBET, J.A.L.; MACLEAN, D.A. Plasma glucagon and insulin responses depend

on the rate of appearance of amino acids after ingestion of different protein

solutions in humans. J Nutr. 2002; 132(8):2174-82.

CARVALHO, J.R.; HIRSCHBRUCH, M.D. Consumo de suplementos nutricionais

por freqüentadores de uma academia de ginástica de São Paulo. In: I Prêmio Maria

Lúcia Cavalcanti. Anais. São Paulo: Conselho Regional de Nutricionistas, 3a.região,

2000.

CLEMENTZ, G.L.; DAILEY, J.W. Psychotropic effects of caffeine. AFP, 37:167-72;

1988.

COSTA, H.; ROGATTO, G. Consumo de suplementos alimentares por homens

jovens praticantes de musculação em academia de Cuiabá – MT – Brasil. Res. bras.

Ciência do movimento 2006; supl. 14 (4):270.

CRUZAT, V. F.; PETRY, E. R.; TIRAPEGUI, J. Glutamina: aspectos bioquímicos,

metabólicos, moleculares e suplementação. Rev. Bras. Med. Esporte vol. 15 no. 5

Niterói set. out. 2009.

DANGIN, M.; BOIRIE, Y.; GARCIA-RODENAS, C.; GACHON, P.; FAUQUANT, J.;

CALLIER, P., ET AL. The digestion rate of protein is an independent regulating

factor of postprandial protein retention. Am J Physiol End Met. 2001; 280(2):E340-

E8.

DEMINICE, R. et al. Suplementação de creatina, homocisteína e estresse oxidativo.

Medicina (Ribeirão Preto); 40 (3): 368-77, jul./set. 2007.

DOMINGUES, S. F.; MARINS, J.C.B. Utilização de recursos ergogênicos e

suplementos alimentares por praticantes de musculação em Belo Horizonte. Fitness

Performance Jornal, 2007; 6 (4): 218-26.

Page 45: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

DOUGLAS, C. R. Fisiologia aplicada à nutrição. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara

koogan, 2006.

FLEISCHER, B.; READ, M. Food supplement usage by adolescent males.

Adolescence 1982;17:831-45.

GALLOWAY, S.D.R. Dehydration, rehydration, and exercise in the heat :

rehydration strategies for athletic competition. Canadian Journal of Applied

Physiology, v.24, p.188–200, 1999.

GOMES, R. M.; TIRAPEGUI, J. Relação de alguns suplementos nutricionais e o

desempenho físico. ALAN, v. 50 Caracas dic.2000.

GUERRA, I. Importância da alimentação e da hidratação do atleta. Rev Min Educ

Fís. 2004;12:159-73.

GUERRA, R.; BERNARDO, G.C.; GUTIÉRREZ, C.V. Cafeína e esporte. Rev Bras

Med Esporte, p. 60-62; 2000.

HA, E; ZEMEL, M.B. Functional properties of whey, whey components, and

essential amino acids: mechanisms underlying health benefits for active people. J

Nutr Biochem. 2003; 14(5):251-58.

HARAGUCHI, F. K.; ABREU, W. C.; PAULA, H. Proteínas do soro do leite:

composição, propriedades nutricionais, aplicações no esporte e benefícios para a

saúde humana. Rev. Nutr. vol.19 no.4 Campinas Julho/Agosto. 2006.

HIRSCHBRUCH, M. D.; FISBERG, M.; E MOCHIZUKI, L. Consumo de

suplementos por jovens freqüentadores de academias de ginástica em São Paulo.

Rev Bras Med Esporte vol.14 no.6 Niterói Nov./Dez. 2008.

HOFFMAN, J.R.; FAIGENBAUM, A.D.; RATAMESS, N.A.; ROSS, R.; KANG, J.;

TENENBAUM, G. Nutritional supplementation and anabolic steroid use in

adolescents. Med Sci Sports Exerc 2008;40:15-24.

HORSWILL CA. Effective fluid replacement. Int J Sports Nutr 1998;8:175- 95.

KATCH, F. I.; MCARDLE, W. D. Nutrição, exercício e saúde. 4.ed. Rio de Janeiro :

Medsi, 1996.

Page 46: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

KINSELLA, J. E.; WHITEHEAD, D.M.; Proteins in whey: chemical, physical and

functional properties. Adv Foods Nutr Res. 1989; 33:343-438.

KLEINER, S. M.; ROBINSON, M. G. Nutrição para o treinamento de força. 1.ed.

Barueri, SP: Editora Manole, 2002. P. 17-36.

LANCHA, J. A. H. Nutrição e metabolismo aplicado à atividade motora. 1ª ed. São

Paulo: Atheneu, 2002.

LAYMAN, D.K. The role of leucine in weight loss diets and glucose homeostasis. J

Nutr. 2003; 133(1): 261-7.

MCARDLE, W.; KATCH, F.I.; KATCH, V.L. Fisiologia do Exercício: energia,

nutrição e desempenho humano. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1998.

MAUGHAN, R. J. LEIPER, J. B. Fluid replacement requirements in soccer, J.

Sports Science, (12), 29-34, 1994.

MIARKA, B.; JUNIOR, C.C.L.; INTERDONATO, G.C.; VECCHIO, F.B.D.

Características da suplementação alimentar por amostra representativa de

acadêmicos da área de educação física. Mov & Percep. 2007;8:278-88.

PAMPLONA, P.; SOUZA, J.; DE-OLIVEIRA, MACHADO, L.; OLIVEIRA, R. Perfil

dos consumidos de suplementos alimentares em praticantes de musculação de

Florianópolis. Rev. bras. ciência mov. 2005; supl. 13 (4): 153

PEREIRA, R.F.; LAJOLO, F.M; HIRSCHBRUCH, M.D. Consumo de suplementos

de alunos de academias de ginástica em São Paulo. Rev. Nutr. 2003; 16:265-72.

PHILIPPI, J. M. S. Uso de suplementos alimentares e hábitos de vida de

universitários: O caso da UFSC. [Tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa

Catarina. 2004.

ROCHA, L.P.; PEREIRA, M.V.L. Consumo de suplementos nutricionais por

praticantes de exercícios físicos em academias. Rev Nutr Campinas 1998;11:76-82.

ROGERO, M. M.;TIRAPEGUI, J. Aspectos atuais sobre aminoácidos de cadeia

ramificada e exercício físico. RBCF, Rev. bras. ciênc. farm.; 44(4):563-575, out.-dez.

2008.

SABA, F.K.F. Determinantes da prática de exercício físico em academias de

ginástica [Tese]. São Paulo: Universidade de São Paulo, 1999.

Page 47: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

SALZANO, J.R.I. Nutritional supplements: practical applications in sports, human

performance and life extension. Symposium series 007; São Paulo; 1996-2002. p.75-

202.

SANTOS, M.A.A.; SANTOS, R.P. Uso de suplementos alimentares como forma de

melhorar a performance nos programas de atividade física em academias de

ginástica. Rev Paul Educ Fís. 2002;16:174-85.

SOCIEDADE BRASILEIRA DE MEDICINA DO ESPORTE. Modificações

dietéticas, reposição hídrica, suplementos alimentares e drogas: comprovação de

ação ergogênica e potenciais riscos para a saúde. Rev. Bras. Med. Esporte vol.9 no. 2

Mar./Abr. 2003.

ZAWADZKI, K.M.; YASPELKIS, B.B. III; IVY, J.L. Carbohydrate-protein complex

increased the rate of muscle glycogen storage after exercise. J Appl Physiol. 1992;

72(5):1854-9.

ZEMEL, M.A. Role of calcium and dairy products in energy partitioning and

weight management. Am J Clin Nutr. 2004; 79(5):907s-12s

Page 48: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

ANEXOS

Page 49: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

ANEXO I

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Porto Velho, 25 de outubro de 2011.

Oficio nº. 020/2011 – DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Sra. Helena

Sr. Marcelo

Coordenadores responsáveis da Academia ADRENALINE.

Senhores Coordenadores,

Conforme tratado verbalmente, venho pelo presente documento solicitar de Vossas

Senhorias, providências administrativas no sentido de junto aos setores competentes, autorizar a

acadêmica GILVANIA KIYOMI KUBOTANI, portadora do CPF 004 005 182-01, desta

Universidade Federal de Rondônia, proceder nas dependências da academia ADRENALINE, a

coleta dos dados de seu trabalho de conclusão do curso de Licenciatura Plena em Educação

Física, intitulado: “CONSUMO DE SUPLEMENTOS ALIMENTARES POR

Page 50: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

ADOLESCENTES E ADULTOS PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO DE UMA

ACADEMIA DA CIDADE DE PORTO VELHO-RO”.

Autorizando-a citar o resultado da pesquisa em seu trabalho de conclusão de curso e

em qualquer outro meio em que o mesmo seja citado ou publicado.

Outrossim, informo ainda que a mesma está a disposição desta academia para prestar

esclarecimentos que se fizerem necessários sobre a pesquisa citada.

Sem mais para o momento, enviamos nossas saudações.

Cordialmente,

ANEXO II – Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

Eu,................................................................................., RG........................,

Sexo Feminino, nascida em...... /........ /......, tendo sido CONVIDADA pela Graduanda

GILVANIA KIYOMI KUBOTANI , a participar do projeto de pesquisa “Consumo de

suplemento alimentar por adolescentes e adultos praticantes de exercícios físicos de

uma academia de Porto Velho-RO”, sob a orientação da Profª. Ms. Sílvia Teixeira de

Pinho, compreendo que posso contribuir neste estudo e que não me oferece risco de

qualquer natureza.

Estou ciente que a pesquisadora me entrevistará, com o objetivo de investigar quais são

os suplementos alimentares mais utilizados pelos adolescentes e adultos praticantes de

exercícios físicos de uma academia da cidade de Porto Velho-RO.

Depois de completamente esclarecida pela referida pesquisadora, ACEITO

PARTICIPAR DESTE ESTUDO, PODENDO INTERROMPER MINHA

PARTICIPAÇÃO A QUALQUER MOMENTO.

Porto Velho, RO,.......... /............ / 2011.

_____________________________________________

Page 51: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Assinatura da PARTICIPANTE

_____________________________________________

Assinatura da PESQUISADORA RESPONSÁVEL

Gilvania Kiyomi Kubotani, RG. 1048185, BR 364, Km 514, Vila do Sossego, Setor

Industrial, Ariquemes, Rondônia, tel. (69) 8425-5042.

APÊNDICE

Page 52: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

APÊNDICE A

QUESTIONÁRIO

1. Sexo Idade

M ( ) F ( ) ( ) anos

2. Qual tipo de exercício físico você pratica?

( ) Exercícios anaeróbicos (musculação)

( ) Exercícios aeróbicos (caminhada, alongamento, ginástica, corrida, spinning)

3. Há quanto tempo pratica esta(s) atividade(s)?

( ) 1 a 4 meses

( ) 5 a 9 meses

( ) 10 a 12 meses

( ) Mais de 1 ano

4. Qual a duração por dia?

( ) 30 minutos

( ) 45 minutos

( ) 1 hora

Page 53: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

( ) Mais de 1 hora

5. Qual a freqüência na semana?

( ) 1 vez por semana

( ) 2 vezes por semana

( ) 3 vezes por semana

( ) 4 vezes por semana

( ) 5 vezes por semana

( ) Todos os dias

6. Usa algum tipo de suplemento?

( ) Sim ( ) Não

7. Qual a base da fórmula do produto?

( ) Vitaminas

( ) Minerais

( ) Aminoácidos

( ) Proteínas

( ) Carboidratos

( ) Termogênicos (à base de cafeína)

( ) Bebidas hidroeletrolíticas

Especifique:

8. Qual o nome do(s) produto(s)? Qual a dosagem? Com que freqüência? Quanto tempo

usa o produto?

Produto 1:

Nome:________

Dosagem:________

Frequência de uso ( número de vezes na semana): ________

Tempo de uso:___________

Produto 2:

Nome:________

Page 54: consumo de suplementos alimentares por praticantes de exercícios

Dosagem:________

Frequência de uso ( número de vezes na semana): ________

Tempo de uso:___________

Produto 3:

Nome:________

Dosagem:________

Frequência de uso ( número de vezes na semana): ________

Tempo de uso:___________

9. O que o levou a usar o produto?

( ) Influência de amigos

( ) Orientação de médico ou nutricionista

( ) Indicação do professor de educação física

( ) Propagandas (rádio, televisão, internet...)

( ) Iniciativa própria

10. Quais os resultados esperados com o uso do(s) produto(s)?

( ) Ganho de massa muscular

( ) Perda de peso

( ) Melhor recuperação após o exercício físico

( ) Melhor desempenho físico

( ) Melhor saúde

11. Faz controle do uso do produto, com orientação do profissional médico ou

nutricionista?

( ) Sim

( ) Não