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16/11/13 Estudando: Contabilidade Básica - Cursos Online Grátis | Prime Cursos www.primecursos.com.br/openlesson/9921/100118/ 1/5 Estudando: Contabilidade Básica Regimes de Contabilização A identificação do que é custo, despesa ou receita e a contabilização em si são bastante simples, tornando-se tarefas corriqueiras para o setor contábil de uma empresa. O que oferece alguma preocupação diz respeito â obdiência ao regime de contabilização. REGIMES DE CAIXA É costume, muito bem aceito pela classe contábil, quando se tratar de entidades de fins não-lucrativos, considerar somente as receitas recebidas e as despesas efetivamente pagas. Nessas entidades, adota-se o chamado regime de caixa na contabilïzação de receitas e despesas. Os relatórios financeiros mensais (Balancetes) ou anuais (Balanços) demonstram a situação patrimonial sempre em bases financeiras. Se as receitas superam as despesas, a diferença positiva denominada superávit aumenta o patrimônio social; caso contrário, chama-se déficit, e provoca a sua redução. Nesse tipo de contabilização não são levadas em conta as despesas ainda não pagas ou as receitas ainda não recebidas. REGIMES DE COMPETÊNCIA As entidades que auferem lucros devem pagar Imposto de Renda. Para estas, a legislação do Imposto de Renda não admite o regime de caixa e impõe a adoção do regime de competência, derivado do princípio da competência de exercícios. Esse princípio orienta que o resultado (lucro ou prejuízo) seja apurado ao final do exercício, considerando-se todas as receitas auferidas, independentemente de terem sido recebidas, e todas as despesas incorridas, pagas ou não. As despesas pagas e as receitas recebidas são normalmente registradas nas contas respectivas, pela natural necessidade de lançamento dos recebimentos e dos pagamentos. No entanto, podem ocorrer despesas ou receitas cujo pagamento ou recebimento não se efetuem no mês a que se referem. Exemplos: o aluguel devido pelo uso do prédio durante o mês de dezembro só é pago no dia 10 de janeiro do período futuro. Um serviço concluído no dia 22 de março somente será pago pelo cliente em abril futuro, conforme combinado em contrato. A Contabilidade deve controlar essas situações para poder fornecer a qualquer momento informações adequadas sobre os resultados da empresa. DESPESAS NÃO-PAGAS E RECEITAS NÃO RECEBIDAS Para que a Contabilidade possa obedecer ao regime de competência nas empresas com fins lucrativos, ela adota alguns procedimentos específicos. Trataremos aqui dos casos mais comuns de contabilização de despesas e receitas, cujo pagamento ou recebimento não ocorre no mês de compentência. APROPRIAÇÕES Quando uma despesa não é paga dentro do período em que ocorreu, é necessário efetuar o seguinte procedimento contábil: reconhecer a obrigação de pagá-la (registrar a dívida) por meio de um lançamento no Passivo;

Contabilidade Básica - 13º Regimes de Contabilização

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Estudando: Contabilidade Básica

Regimes de Contabilização

A identificação do que é custo, despesa ou receita e a contabilização em si são bastante simples, tornando-se

tarefas corriqueiras para o setor contábil de uma empresa. O que oferece alguma preocupação diz respeito â

obdiência ao regime de contabilização.

REGIMES DE CAIXA

É costume, muito bem aceito pela classe contábil, quando se tratar de entidades de fins não-lucrativos, considerar

somente as receitas recebidas e as despesas efetivamente pagas.

Nessas entidades, adota-se o chamado regime de caixa na contabilïzação de receitas e despesas. Os relatórios

financeiros mensais (Balancetes) ou anuais (Balanços) demonstram a situação patrimonial sempre em bases

financeiras. Se as receitas superam as despesas, a diferença positiva denominada superávit aumenta o patrimônio

social; caso contrário, chama-se déficit, e provoca a sua redução.

Nesse tipo de contabilização não são levadas em conta as despesas ainda não pagas ou as receitas ainda não

recebidas.

REGIMES DE COMPETÊNCIA

As entidades que auferem lucros devem pagar Imposto de Renda. Para estas, a legislação do Imposto de Renda não

admite o regime de caixa e impõe a adoção do regime de competência, derivado do princípio da competência de

exercícios.

Esse princípio orienta que o resultado (lucro ou prejuízo) seja apurado ao final do exercício, considerando-se todas

as receitas auferidas, independentemente de terem sido recebidas, e todas as despesas incorridas, pagas ou não.

As despesas pagas e as receitas recebidas são normalmente registradas nas contas respectivas, pela natural

necessidade de lançamento dos recebimentos e dos pagamentos. No entanto, podem ocorrer despesas ou receitas

cujo pagamento ou recebimento não se efetuem no mês a que se referem. Exemplos: o aluguel devido pelo uso do

prédio durante o mês de dezembro só é pago no dia 10 de janeiro do período futuro. Um serviço concluído no dia 22

de março somente será pago pelo cliente em abril futuro, conforme combinado em contrato.

A Contabilidade deve controlar essas situações para poder fornecer a qualquer momento informações adequadas

sobre os resultados da empresa.

DESPESAS NÃO-PAGAS E RECEITAS NÃO RECEBIDAS

Para que a Contabilidade possa obedecer ao regime de competência nas empresas com fins lucrativos, ela adota

alguns procedimentos específicos. Trataremos aqui dos casos mais comuns de contabilização de despesas e

receitas, cujo pagamento ou recebimento não ocorre no mês de compentência.

APROPRIAÇÕES

Quando uma despesa não é paga dentro do período em que ocorreu, é necessário efetuar o seguinte procedimento

contábil:

reconhecer a obrigação de pagá-la (registrar a dívida) por meio de um lançamento no Passivo;

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efetuar a apropriação da despesa incorrida.

Contabilmente, apropriação significa "assumir a despesa", isto é , fazer o lançamento na conta de despesa

correspondente.

Exemplos de despesas que, ao final de cada mês, devem ser apropriadas e registradas como obrigações:

- salários de empregados que recebem no mês seguinte;

- contas de telefone, luz, gás, água, imposto predial ou territorial etc.;

- aluguéis, juros, comissões, honorários, que normalmente são pagos no mês seguinte.

PROVISÕES

Existem também algumas despesas que podem ou devem ser previstas, mas sobre as quais não existem uma data

fixa para o pagamento, nem o seu valor é tão preciso. Constitui-se assim uma provisão, que é o ato de separar ou

constituir uma parcela necessária para suportar um evento futuro, conhecido ou previsto. O procedimento contábil

aqui exigido é o seguinte:

registrar a provisão do Passivo, indicando que está sendo guardado um valor para suportar o encargo;

registrar a apropriação da despesa correspondente.

São exemplos de despesas que, ao final de cada mês, devem ser provisionadas:

férias de empregados;

13o salário de empregados.

Vamos verificar na prática como funcionam a apropriação e a provisão, contabilizando uma folha de pagamento de

salários; contas de telefone, água, luz; e, finalmente, juros e aluguéis.

DEPRECIAÇÃO, AMORTIZAÇÃO E EXAUSTÃO

Os bens que a empresa registra no seu Ativo permanente têm uma vida limitada. Este período é chamado vida útil.

Desde o momento em que o bem começa a ser utilizado, ele vai perdendo sua eficiência, em função do uso ou em

virtude do aparecimento de modelos mais modernos.

Pelo desgate ou obsolescência, em cada período contábil uma parcela do valor do bem deve ser lançada como

despesa ou custo.

Com relação sos bens corpóreos, como máquinas, equipamentos, móveis, veículos, edificações, esta parcela

calculada e apropriada como despesa ou custo chama-se depreciação.

Quanto aos bens incorpóreos e aos recursos aplicados em despesas que beneficiem vários exercícios, como marcas

e patentes, gastos de organização, de constituição, despesas pré-operacionais, o nome dado à parcela calculada e

apropriada em despesas ou custos é amortização.

As jazidas minerai s e as florestas têm sua vida útil medida em termos de capacidade dos recursos que delas podem

ser extraídos, em m3, Kg, barris etc. À medida que esses recursos são extraídos, deve-se levar proporcionalmente a

custo a parcela chamada exaustão.

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Houve tempos em que os autores de livros de Contabilidade e os contadores utilizavam a conta Provisão para

depreciações, ou, ainda, Fundo para depreciações, para o registro das depreciações calculdas sobre os bens de

uso da empresa, constantes do Imobilizado. Da mesma forma, usavam Provisão para amortização ou Provisão para

exaustão para outros ativos.

Tal procedimento era adotado pela necessidade de se constituírem provisões para a futura reposição do bem, que

se tornaria imprestável no decorrer de sua vida útil. O fundo ou a provisão seriam utilizados para a compra de um

novo bem.

Atualmente, o conceito é outro. Entende-se que mensal ou anualmente uma parte ideal do valor do bem deve ser

lançada como despesa ou custo. Como contrapartida, usam-se contas redutoras do valor do bem, tai s como as de

Depreciação acumulada sobre veículos e de Amortização acumulada sobre gastos de organização, não mais a título

de provisões.

Essa nova conceituação está expressa no RIR.

"Poderá ser computada, como custo ou encargo em cada exercício, a importância correspondente à diminuição do

valor dos bens do Ativo resultante do desgaste pelo uso, ação da natureza e obsolescência normal."

Está dito que o bem tem o seu valor de custo diminuído pelas razões expressas, especialmente pelo uso. Ora, essa

diminuição tem as mesmas características da diminuição do estoque de qualquer material, à medida que vai sendo

usado. A parte utilizada, seja de materiais ou por desgates, é despesa ou custo. Se o bem for uma máquina de

somar usada no escritório, a depreciação será uma despesa administrativa; mas se for uma máquina de costura,

utilizada numa indústria de confecção, a depreciação será considerada como um custo de produção.

DESPESAS PAGAS ANTECIPADAMENTE

Caso inverso ao das despesas incorridas e não-pagas, que devem ser apropriadas no mês correspondente, são os

pagamentos antecipados de aluguéis, comissões, juros etc.

O valor aplicado deve ser lançado em conta de Ativo, em Despesas do exercício seguinte. No mês de competência,

isto é, no mês a que a despesa se refere, é feito um lançamento de transferência do valor da conta do Ativo para a

conta de despesa respectiva.

* No plano de contas que apresentamos como modelo não inserimos contas de exaustão por serem específicas de

empresas ligadas à mineração e à exploração florestal.

É bastante comum as empresas contratarem seguros contra riscos de roubo e incêndio, cujas apólices vigoram por

um ano. Durante esse prazo, as companhias de seguros garantem uma indenização às empresas caso ocorra algum

sinistro coberto pelo contrato. Para dar essa garantia, as seguradoras cobram um preço (prêmio de seguro). Esse

preço será considerado despesa para as empresas e deverá ser distribuído entre os 12 meses de vigência da

apólice, mesmo que seu pagamento seja efetuado a vista.

EXEMPLO: Uma casa comercial fez um seguro contra fogo para sua loja, avaliando o seu estabelecimento em R$

200.000. Para tanto, pagou à companhia de seguros o prémio de R$ 120, igual a 0,06% do valor segurado. O

pagamento foi feito em agosto de 19x8. A garantia dada vai até julho do ano seguinte.

LANÇAMENTO:Debitar: Seguros antecipados Seguros contra fogo. Creditar: Bancos conta movimento Banco do

Brasil S/A Nosso cheque nº 3333, pelo pagamento de prêmio de seguro contra fogo a Cia. Certeza Ltda. ,conforme

apólice nº 44...................120

Ao final do mês de agosto de 19x8, o contador fez o seguinte lançamento:

Débito: Despesas administrativas Seguros Crédito: Seguros antecipadosSeguros contra fogoValor referente a 1/12

do prêmio da apólice nº 44.................................. 10

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Repetiu o lançamento em setembro, outubro, novembro e dezembro, apropriando como despesas um total de R$ 50.

Permanecendo no Ativo (Seguros antecipados) o valor de R$ 70, que corresponde ao seguro de janeiro em diante,

este será, portanto, despesa do ano seguinte.

RECEITAS RECEBIDAS ANTECIPADAMENTE

As receitas recebidas antecipadamente devem ser contabilizadas na conta de Passivo classificada no grupo

Resultado de exercícios futuros, com o título Receitas antecipadas.

Os custos ou as despesas ligadas a essa receita, enquanto não realizada efetivamente, devem ser demonstrados no

Balanço, dedutivamente, dentro do mesmo grupo.

As publicações do Balanço e Demonstração do Resultado do Exercício poderão ser feitas adotando-se como

expressão monetária “milhares de reais”.

Serão feitas, as publicações, em órgão oficial da União ou do Estado e em outro jornal de grande circulação editado

na localidade em que está situada a sede da empresa; se não for editado jornal na localidade, utilizar um órgão de

grande circulação local.

As publicações devem ser feitas sempre no mesmo jornal e, havendo mudanças, os acionistas devem ser

previamente avisados.

As demonstrações financeiras devem ser assinadas pelos administradores e por contabilistas legalmente habilitados.

Além do Balanço Patrimonial, as demais demonstrações financeiras são:

DEMONSTRACÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO que evidencia, estruturadamente, as contas de resultado

(receitas, custos e despesas) e o resultado apurado no período, inclusive por ação do Capital Social. É denominada,

também. Demonstração da Dinâmica Patrimonial.

DEMONSTRAÇÃO DOS LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS que mostra a movimentação dos lucros ou

prejuízos acumulados. Esta demonstração pode ser substituída pela Demonstração das Mutações do Patrimônio

Líquido que envolve todas as contas do Patrimônio Líquido com suas alterações no período.

DEMONSTRAÇÃO DAS ORIGENS E APLICAÇÕES DE RECURSOS que com o estudo da variação dos valores não

circulantes demonstra o acréscimo do Capital Circulante Líquido (Ativo Circulante menos Passivo Circulante). É não

obrigatória para as companhias fechadas e com Patrimônio Líquido inferior a 20.000 UFIRs.

FORMAS DE APRESENTAÇÃO

O Balanço Patrimonial pode ser apresentado obedecendo uma das formas abaixo:

- Seções contíguas ou bilateral onde o ativo ocupa o lado esquerdo do demonstrativo e o passivo e patrimenio

líquido o lado direito; e,

- Seções sobrepostas onde o ativo ocupa a parte superior e o passivo e patrimônio líquido a parte inferior.

FINALIDADES

Diversas são as finalidades pelas quais são apresentadas as demonstrações contábeis financeiras e, em especial, o

Balanço Patrimonial, dentre as quais podemos citar:

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FINALIDADE LEGAL o Código Comercial Brasileiro obriga a apresentação da situação patrimonial e suas variações

pelas empresas. Destaca-se também a obrigatoriedade de apresentação de informações ao governo para exercer o

seu poder de tributar e colher informações econômicas.

FINALIDADES ADMINISTRATIVA -as informações fornecidas no Balanço Geral da empresa, possibilitam avaliar a

gestão e posicionar os tornadores de decisão sobre a continuidade dos planos de ação e metas, até então

adotados, necessidade de ajuste ou mesmo a sua reformulação.

FINALIDADE ECONÔMICO-FINANCEIRA -de interesse dos emprestadores de dinheiro e investidores, análises

estruturais, de evolução, de solvência, de liquidez, de garantia de capitais, de retorno dos valores investidos e

outras, podem ser feitas partindo-se dos demonstrativos elaborados e apresentados pela empresa.

APRESENTAÇÃO

O Balanço Patrimonial das empresas deverá ser apresentado segundo orientações contidas na Lei 6404/76. A

uniformidade nos termos, forma e conteúdo torna mais fácil a obtenção de informações e elaboração de análises,

não se permitindo demonstrativos individuais e particulares.

Algumas observações são feitas pela Lei 6404/76 para a apresentação dos demonstrativos, dentre eles o Balanço

Patrimonial:

Deverá haver a indicação dos valores correspondentes das demonstrações do exercício anterior;

As contas semelhantes poderão ser agrupadas;

Os pequenos saldos poderão ser agregados desde que indicada a sua natureza e que não ultrapassem 10% (dezpor cento) do valor do respectivo grupo de contas;

É vedada a utilização de designações genéricas como "outras contas", "diversas contas", etc..

Para esclarecimento da situação patrimonial e dos resultados do exercício, deverá haver a complementação dos

demonstrativos por notas explicativas, quadros analíticos ou outros demonstrativos contábeis.

Se uma empresa de serviços recebe o pagamento antecipado por um serviço contratado, o valor deve ser

contabilizado da seguinte forma:

Debitar: Caixa Caixa geral Creditar: Receitas antecipadas Antecipações recebidas Valor referente à 1a parcelado

contrato nº 2222 com J. Airosa S/A.

Por ocasião da efetiva prestação dos serviços, com a emissão da respectiva nota fiscal, transfere-se o valor para

uma conta do grupo.

RECEITAS:Debitar : Receitas antecipadas Antecipações recebidas Creditar: Vendas de Serviços Prestação de

serviços Valor referente ao término de serviços, conforme nota fiscal nº 5555.