12
Publ. Mensal - nº 198 - Abril de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.) Contacto com os Pré Contacto com os Pré- seminaristas Dehonianos seminaristas Dehonianos Caro PRÉ-SEMINARISTA! Aqueles que pedem para ser pré-seminaristas normalmente são os melhores. Mas é preciso entender quem são realmente os “melhores”. Não são necessariamente os mais bem comportados, até porque há alguns pré-seminaristas que nem por isso são muito bem comportados. Também nem sempre são os mais inteligentes nem os que têm mais qualidades. Alguns até têm algumas dificuldades nos estudos e nem são os rapazes mais dotados de qualidades deste mundo. Os “melhores”, para mim e penso que para Jesus também, são aqueles com quem Jesus pode contar, porque são corajosos e generosos. E é isso que deves pro- curar ser, tendo presentes também os propósitos do retiro. De facto, se um rapaz não é corajoso e generoso, como é que Jesus vai poder contar com ele? Por mais inteligente que seja, por mais quali- dades que tenha, falta-lhe o principal. De que lhe servem essas qualida- des, se não é capaz de tomar uma decisão, de assumir um compromisso, de correr um risco? E, se é um “convencido” muito senhor do seu nariz, agarrado às suas ideias e aos seus interesses, amigo do que é mais fácil e custa menos, fixo na sua ideia de ser isto ou aquilo na vida, como é que Jesus vai poder contar com ele? Nem Jesus nem ninguém. É por isso que há por aí muito jovem que, quando era mais novo, dava a impressão de ter todas as condições para vir a ser alguém na vida. Parecia um anjinho sossegadinho e muito educadinho, tirava as melho- res notas, dava muitas esperanças para o futuro… mas, depois, não deu em nada. A razão é sempre a mesma; falta de coragem e de personalida- de e egoísmo a mais. Em vez de optarem pelo que era melhor, acabaram por optar pelo que era mais fácil ou mais agradável; em vez de se mos- trarem disponíveis para as propostas de Deus e para serem na vida pes- soas úteis, deixaram-se levar pelas influências piores, pelos seus interes- ses e gostos pessoais, e acabaram por tornar-se uns inúteis e desgraça- dos. Tu, ao contrário, pedindo para ser admitido ao Pré-Seminário, mos- traste coragem e generosidade e isso foi muito bom. Mas não foi tudo. Foi apenas um primeiro passo. Um passo muito pequenino, ao qual devem seguir-se outros passos, para os quais precisas de continuar a ser corajoso e generoso. Não basta ter começado. É preciso continuar. Com persistência, com determinação, ia a dizer, com teimosia, de modo a merecer sempre a confiança de Deus e de toda a gente. Pe. Fernando Ribeiro, SCJ abril

Contacto com os Pré -seminaristas Dehonianosseminaristas ... · Publ. Mensal - nº 198 - Abril de 2010 - ç 0,25€ ( A .) Contacto com os Pré -seminaristas Dehonianosseminaristas

  • Upload
    lamthu

  • View
    212

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Publ. Mensal - nº 198 - Abril de 2010 - Preço 0,25€ (IVA incl.)

C o n t a c t o c o m o s P r éC o n t a c t o c o m o s P r é -- s e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o ss e m i n a r i s t a s D e h o n i a n o s

Caro PRÉ-SEMINARISTA! Aqueles que pedem para ser pré-seminaristas normalmente são os

melhores. Mas é preciso entender quem são realmente os “melhores”. Não são necessariamente os mais bem comportados, até porque há alguns pré-seminaristas que nem por isso são muito bem comportados.

Também nem sempre são os mais inteligentes nem os que têm mais qualidades. Alguns até têm algumas dificuldades nos estudos e nem são os rapazes mais dotados de qualidades deste mundo. Os “melhores”, para mim e penso que para Jesus também, são aqueles com quem Jesus pode contar, porque são corajosos e generosos. E é isso que deves pro-curar ser, tendo presentes também os propósitos do retiro.

De facto, se um rapaz não é corajoso e generoso, como é que Jesus vai poder contar com ele? Por mais inteligente que seja, por mais quali-

dades que tenha, falta-lhe o principal. De que lhe servem essas qualida-des, se não é capaz de tomar uma decisão, de assumir um compromisso, de correr um risco? E, se é um “convencido” muito senhor do seu nariz, agarrado às suas ideias e aos seus interesses, amigo do que é mais fácil e custa menos, fixo na sua ideia de ser isto ou aquilo na vida, como é que Jesus vai poder contar com ele? Nem Jesus nem ninguém.

É por isso que há por aí muito jovem que, quando era mais novo, dava a impressão de ter todas as condições para vir a ser alguém na vida. Parecia um anjinho sossegadinho e muito educadinho, tirava as melho-res notas, dava muitas esperanças para o futuro… mas, depois, não deu em nada. A razão é sempre a mesma; falta de coragem e de personalida-de e egoísmo a mais. Em vez de optarem pelo que era melhor, acabaram por optar pelo que era mais fácil ou mais agradável; em vez de se mos-trarem disponíveis para as propostas de Deus e para serem na vida pes-soas úteis, deixaram-se levar pelas influências piores, pelos seus interes-ses e gostos pessoais, e acabaram por tornar-se uns inúteis e desgraça-dos.

Tu, ao contrário, pedindo para ser admitido ao Pré-Seminário, mos-traste coragem e generosidade e isso foi muito bom. Mas não foi tudo. Foi apenas um primeiro passo. Um passo muito pequenino, ao qual devem seguir-se outros passos, para os quais precisas de continuar a ser corajoso e generoso. Não basta ter começado. É preciso continuar. Com persistência, com determinação, ia a dizer, com teimosia, de modo a merecer sempre a confiança de Deus e de toda a gente.

Pe. Fernando Ribeiro, SCJ ab

ril

2

O ideal da minha vida, o voto que eu formulava com lágrimas durante a minha adolescência, era o der missionário e mártir.

O meu único ideal é Cristo. Desejo que Jesus me conceda as graças neces-sárias para a minha salvação e me inflame de grande zelo pela salvação das almas. Quero entregar-me inteiramente a Jesus. Anseio por ser religioso, missionário e mártir.

Hei-de entrar na vida religiosa, evidentemente não para ser canonizado, mas para me tornar santo com a ajuda de Deus; para melhor conhecer, amar e servir a Nosso Senhor; para dar ao meu futuro sacerdócio a atmosfe-ra ideal, em que eu possa expandir-me plenamente.

COMENTÁRIO

O Padre Dehon, antes de formar a Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus, foi sacerdote diocesano. O seu grande espírito e a sua generosidade levaram-no a trabalhar incansavelmente para que todos pudessem conhecer o amor de Jesus, por meio das mais diversas actividades. Mas não se contentou com isso, Desde a sua adolescência que sonhava mais alto, queria dar mais, que-ria dar tudo a Deus.

Desde muito novo, sonhava não só ser padre, mas como ele escreveu: "religioso, missionário e mártir". "Missionário", com certeza, para espalhar pelo mundo o amor de Jesus; "mártir", para dar a Jesus a maior prova de amor. der-ramando por Ele o sangue e entregando a vida.

Quanto a "ser religioso", ele mesmo explica que ansiava por "entrar na vida religiosa (isto é, numa congregação) para melhor conhecer, amar e servir a Nos-so Senhor" e, assim, alcançar a santidade. É o ideal da generosidade total.

Para ti, A PALAVRA DO PADRE DEHON

ideal e voto

3

A PALAVRA DO PAPA, para ti

Por ocasião do 25º aniversário, que se celebra este ano, de instituição da Jornada Mundial da Juventude, desejada pelo Papa João Paulo II como encontro anual dos jovens crentes do mundo inteiro, o Santo Padre Ben-to XVI, considerando que esta foi uma iniciativa profética que deu frutos abundantes, permitindo às novas gerações cristãs encontrarem-se, porem-se à escuta da Palavra de Deus, descobrirem a beleza da Igreja e viverem experiências fortes de fé que levaram muitos à decisão de doar-se totalmente a Cristo.

Esta XXV Jornada que teve lugar no Domingo de Ramos, a 28 de Mar-ço, representa, no entender do Papa, uma etapa rumo ao próximo Encontro Mundial dos Jovens, que terá lugar no mês de Agosto de 2011 em Madrid, onde também vão estar presentes os seminaristas do secun-dário do Colégio Missionário.

Como preparação para essa celebração, o Santo Padre propôs algu-mas reflexões sobre o tema deste ano: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?» (Mc 10, 17), tirado do episódio evangélico do encontro de Jesus com o jovem rico; um tema abordado já em 1985 pelo Papa João Paulo II numa belíssima Carta, a primeira dirigida aos jovens. É dessas reflexões que transcrevemos, sem qualquer comentário, uma par-te, deixando o resto para os meses seguintes.

4

1. Jesus encontra um jovem «Quando saía [Jesus], para se pôr a

caminho – narra o Evangelho de São Marcos – aproximou-se dele um homem a correr e, ajoelhando-se, per-guntou: “Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?”. Jesus dis-se-lhe: “Por que me chamas bom? Nin-guém é bom, senão só Deus. Sabes os mandamentos: não matarás, não come-terás adultério, não roubarás, não levantarás falso testemunho, não defraudarás, honrarás teu pai e tua mãe”. Ele respondeu-lhe: “Mestre, tenho guardado tudo isto desde a minha juventude”. Jesus, fitando nele o olhar, sentiu afeição por ele, e respon-deu-lhe: “Falta-te apenas uma coisa: vai, vende tudo o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu; depois, vem e segue-Me!”. Mas, ao ouvir tais palavras, anuviou-se-lhe o semblan-te e retirou-se pesaroso, pois tinha gran-de fortuna» (Mc 10, 17-22).

Esta narração exprime de modo eficaz a grande atenção de Jesus para com

os jovens, para convosco, as vossas expectativas, as vossas esperanças, e mos-tra como é grande o seu desejo de encontrar-vos pessoalmente e de entrar em diálogo com cada um de vós. Cristo, com efeito, interrompe o seu caminho para responder à pergunta do seu interlocutor, manifestando toda a disponibilidade para com aquele jovem, que é levado por um ardente desejo de falar com o “bom Mestre” para aprender d´Ele a percorrer o caminho da vida.

Com este texto evangélico, o meu Predecessor (João Paulo II) queria exortar cada um de vós a “desenvolver o seu próprio colóquio com Cristo – um colóquio que é de importância fundamental e essencial para um jovem”

2. Jesus olhou-o e amou-o

Na narração evangélica, S. Marcos sublinha como “Jesus fixou nele o seu olhar e amou-o” (cfr Mc 10,21).

No olhar do Senhor encontra-se o coração deste encontro muito especial e de toda a experiência cristã. Com efeito, o cristianismo não é propriamente uma

5

moral, mas experiência de Jesus Cristo, que nos ama pessoalmente, jovens ou idosos, pobres ou ricos; ama-nos também quando Lhe voltamos as costas.

Comentando a cena, João Paulo II acrescentava, dirigindo-se a vós, jovens: “Faço votos para que experimenteis um olhar assim!”. Um amor que se manifes-tou na Cruz de forma tão plena e total, que leva S. Paulo a escrever com espan-to: “Amou-me e entregou-Se por mim” (Gal 2,20). A consciência de que o Pai desde sempre nos amou no seu Filho, de que Cristo ama cada um e sempre – escreve ainda João Paulo II -, torna-se um ponto seguro de apoio para toda a nossa existência humana” e permite-nos ultrapassar todas as provas: a desco-berta dos nossos pecados, o sofrimento, o desânimo.

Neste amor encontra-se a fonte de toda a vida cristã e a razão fundamental da evangelização: se encontrámos deveras a Cristo, não podemos deixar de o testemunhar àqueles que não encontraram ainda o seu olhar!

3. A descoberta do projecto de vida

No jovem do Evangelho podemos descortinar uma condição muito semelhan-te à de cada um de vós. Também vós sois ricos de qualidades, de energias, de sonhos, de esperanças: recursos que possuís com abundância! A vossa própria idade constitui uma grande riqueza não só para vós, mas também para os outros, para a Igreja e para o mundo

O jovem rico pergunta a Jesus: “Que devo fazer?”. A fase da vida em que estais mergulhados é tempo de descoberta: dos dons que Deus vos dispensou e das vossas responsabilidades. É, também, tempo de escolhas fundamentais para construir o vosso projecto de vida. É o momento, portanto, de vos interrogardes sobre o sentido autêntico da existência e de perguntardes a vós mesmos: “Estou satisfeito com a minha vida? Que me falta?”

Como o jovem do Evangelho talvez também vós vivais situações de instabili-dade, de perturbação ou de sofrimento, que vos levam a aspirar a uma vida não medíocre e a quererdes saber: em que consiste uma vida bem sucedida? Que devo fazer? Qual poderia ser o projecto para a minha vida? “Que devo fazer, para que a minha vida tenha sentido pleno e pleno valor?”

Não tenhais medo de enfrentar tais perguntas! Longe de vos sufocar, elas exprimem as grandes aspirações que se encontram nos vossos corações. Portan-to, devem ser escutadas. Elas esperam respostas não superficiais, mas capazes de satisfazer as vossas autênticas expectativas de vida e de felicidade.

Para descobrir o projecto de vida que vos pode tornar plenamente felizes, colocai-vos à escuta de Deus, que tem um desígnio de amor para cada um de vós. Com confiança, perguntai-Lhe: “Senhor, qual é o teu desígnio de Criador e de Pai para a minha vida? Qual é a tua vontade? Desejo cumpri-la”. Estai certos de que vos responderá. Não tenhais medo da sua resposta! “Deus è maior do que o nosso coração e conhece todas as coisas” (1Jo 3,20)!

(continua)

6

UMA HISTÓRIA DE CADA VEZ

o desejo de amar Deus

ATÉ AO FIM o desejo de amar Deus

Chama-se Martim Maria Braga da Cunha Ferreira e tem mais dois irmãos. Um deles quer ser fotógrafo, mas está a estudar filosofia na Uni-versidade Católica. O outro está em pintura. Estuda Arquitectura. Os três rapazes cumprem, assim, a filosofia lá de casa, que deve ter passado de geração em geração e que se pode traduzir simplesmente pela frase: quem sabe, sabe ser livre.

Martim tem 25 anos e foi respon-sável até há pouco tempo, pela estru-tura diocesana de Lisboa das Equipas de Jovens de Nossa Senhora. É certo que os pais são católicos convictos. Mas à parte essa influência, ele é um jovem seduzido pelo amor de Deus, certo daquilo que quer e deseja para si. Essa certeza cresceu aí pelos 16 anos, quando se viu embrulhado nas dúvidas naturais de quem se olha ao espelho e desconfia do que vê.

Martim, por esses dias, tomou para si a necessidade de saber até onde iam as suas convicções. Não é que lhe desagradasse a vida quase vulgar de cristão que tinha seguido até aí, primeiro no Brasil, onde nas-ceu e, depois, em Portugal para onde veio. Não eram as missas dos domin-gos que o inquietavam, mas ele pres-sentia que, para ser crente a sério, as

orações e tudo o resto não podiam ser apenas rotinas. Ele, pelo menos, era novo demais para desistir tão depressa. Insistiu em olhar para den-tro de si e gostou do que viu. Lá den-tro, bem no fundo, bailava uma luz que lhe dava a certeza porque era e queria ser mais e mais cristão. Tinha 16 anos quando decidiu seguir o caminho da exigência da fé. Hoje tem 25 anos e concluiu que o seu caminho tem de passar pelo Seminário.

Não houve um dia em que tudo tenha acontecido. Foi uma caminha-da. Já passou o primeiro dia em que se interrogou sobre o caminho a seguir, com a pergunta "por que não ser Padre?" Já passou o dia em que contou isso lá em casa, aos pais e aos irmãos e reparou como os olhos deles sorriram de encanto. Já passou o tempo em que se aproximou de um Padre amigo e lhe confidenciou tudo. Já passou o dia em que teve de con-tar à sua namorada que ainda a ama-va mas continuava também a amar toda a humanidade. Ao entrar para o Seminário disse que se considerava um privilegiado. A sua maior angústia era imaginar-se já velho, quase no fim da vida e pressentir que não se tinha atrevido a dar esse passo essencial que é oferecer tudo a Cristo.

7

é belo ser

sacerdote! Na origem de todas as escolhas, há um

desejo e este desejo nasce da descoberta da beleza, do atractivo daquilo que se vai viver.

O Sacerdote não é chamado contra a sua vontade ao seguimento de Cristo. É ele o rapaz que aceita livremente a proposta de Deus que preenche a vida do homem e o torna ainda mais homem. A beleza da vida do sacerdote está ligada às suas capacida-des, ao trabalho que ele executa, às pala-vras que pronuncia; é, por conseguinte, um dom de Deus, um dom gratuito que pene-tra a sua disponibilidade, a sua liberdade e a pobreza que ele reconhece em si.

No entanto, subsiste sempre uma dúvi-da, uma hesitação ligada ao facto de ter de renunciar a alguma coisa. Mas finalmente é preciso apostar, fiar-se na oferta da Deus: "… Então Pedro disse-Lhe: ´Nós deixámos tudo e seguimos-Te; qual será a nossa recompensa?' Jesus respondeu-lhes: 'Em verdade vos digo: No dia da renovação, quando o Filho do homem Se sentar no seu trono de glória, vós que Me seguistes sen-tar-vos-eis também sobre doze tronos a jul-gar as doze tribos de Israel'".

"E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, mulher, filhos, ou terras por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna'." (Mt 19, 27-29). Para acreditar é preciso fazer a experiência!

Pe. V. Silvano

PÁGINA VOCACIONAL

A beleza da vida do sacer-dote está ligada às suas capacidades, ao trabalho que ele executa, às pala-vras que pronuncia

8

Nos meus mais de 50 anos de sacer-dócio e de vida missionária, tenho tido sempre grande devoção ao santo Terço. Procurei divulgar esta devoção tão queri-da de Nossa Senhora. É realmente uma devoção maravilhosa.

Os últimos catorze anos da minha vida missionária, estive a paroquiar três grandes paróquias. Distribuí milhares de terços. Procurei que todas as famílias o rezassem todos os dias. E não tenho pala-vras para descrever as maravilhas que Nossa Senhora faz nestas terras.

Basta dizer que o distrito de Angoche (Moçambique) é um distrito onde a maio-ria da população é muçulmana. Pois toda a gente sabe como é difícil converter um muçulmano. Mas já foram milhares aque-les que se converteram.

Tive a dita de virem ter comigo várias mães e pais muçulmanos a pedirem-me que aceitasse os seus filhos na prepara-ção para o Baptismo. Constatei que o que mais atraía os jovens era a união das

famílias cristãs. Ao verem a maneira como as famílias cristãs vivem, rezam juntas, educam os filhos, também eles optam por esta vida de Deus. E, por este motivo, já são milhares as famílias cristãs nestas paróquias. Eu atribuo esta avalan-che de vida de Deus à oração, principal-mente à reza do Terço em família. A ver-dade é que onde chega Nossa Senhora, o diabo foge...

Já há alguns meses que, quase todos os domingos, administro o Baptismo e faço casamentos. São numerosas as con-versões. Estou mentalizando as comuni-dades cristãs para que se lancem no meio dos numerosos povos pagãos que ainda existem nestas terras. E posso dizer-vos que muitos cristãos são autênticos após-tolos. O que eles estão a fazer poderia transformar-se num novo livro de "Os Actos dos Apóstolos".

O fundamento de todo este trabalho é a oração, pois é sempre o Senhor que toca os corações.

Pe. António Vieira Mendes

TESTEMUNHO

9

sabedoria

10 grãos de

1. A verdade e a caridade foram as duas grandes paixões da minha vida. (Padre Dehon)

2. Deus não conta as nossas acções, pesa-as. (Godofredo Bélorgey)

3. Cada alma que se eleva, eleva o mundo. (Isabel Leseur)

4. Para fazer-se santo é necessário menos tempo do que coragem. (Mons. H. Verjus)

5. As grandes obras são levadas a efeito não pela força, mas pela per-severança. (Johnson)

6. Ninguém pode ser cristão, se não for missionário. (João Paulo II)

7. Visto que não podemos ver Cristo, não podemos exprimir-Lhe o nosso amor; mas o nosso próximo vemo-lo e devemos fazer por ele o que quereríamos fazer por Cristo, se fosse visível. Devemos estar abertos a Deus, a fim de que Ele possa servir-Se de nós. (Madre Teresa de Calcutá)

8. Começa a viver já e considera cada dia como uma vida. (Séneca)

9. É justamente através do dom de si mesmo que o homem se cons-trói. (Ir. Roger Schutz, Taizé)

10. Deus não escolhe pessoas capacitadas; Ele capacita os escolhidos. (Alguém)

10

PARA LER E MEDITAR

em Deus A fé dá-te a consolação nos dias de tristeza. Viver é sofrer. O sofrimento

nem mesmo a juventude poupa. Provavelmente também não te poupará. Terás a tua parte de doenças e decepções. É possível que a morte te roube alguém que muito amas. Poderá a tua mãe sofrer uma doença terrível sem poderes aliviá-la. Terás feito um lindo projecto e, à última hora, verás tudo cair por terra.

Nessa altura, os teus amigos, para te confortar, hão-de aconselhar-te que te distraias de mil maneiras. Não faltará quem, de consciência mal formada, te fale de divertimentos menos próprios. Nada conseguirão! Consolar é tirar ao infeliz o amargor do desespero. É por isso que só a religião sabe consolar. O próprio Napoleão o reconheceu, quando, caído da altura do trono no abismo do nada, na ilha de S. Helena, procurou e encontrou consolação no Evange-lho.

É nesses momentos que sentimos a verdade da comparação do poeta ale-mão Goethe que dizia que “a fé é um capital acumulado nos dias felizes e cujo rendimento nos chega na desgraça”. Só a fé nos ensina que o sofrimento suportado pacientemente por amor de Deus nos granjeia uma coroa eterna nos céus. Os cavaleiros da Idade Média, no momento de partirem para a guer-ra, afiava as espadas nos pilares da igreja. Este gesto significava: tenho con-fiança em mim, mas ainda mais em Deus.

Ah! como esta confiança na força divina aviva a coragem, e como ela multi-plica as nossas pobres forças humanas!

Aquele que se entrega a Deus encontrou um aliado poderoso e nunca está sozinho no combate.

Tihamér Toth

Fé e Confiança

11

[eler] [eflectir] [esponder]

1.

2.

3.

4.

5.

6.

7.

a) O que é, no fundo, um retiro?

b) Que pode fazer uma pessoa no retiro?

c) De que é que a pessoa procura tomar consciência, no retiro?

a) Que é que referem S. Mateus e S. Lucas? b) A que obrigava Jesus a sua missão?

c) Quantos casos refere o Pe. Dehon de pessoas chamadas por Jesus que não sou-

beram responder ao seu convite?

d) Que fizeram os quatro Apóstolos referidos no texto?

a) Que outros nomes se pode dar ao Sacramento da “Reconciliação”? b) Que grande oportunidade nos deu o Senhor com o sacramento da Reconciliação?

a) Que levou Manuela Reis a deixar tudo? b) Para que se despediu ela do mundo?

a) Que significam “os caminhos do Senhor”? b) Que seria para o Povo o maior pecado?

c) Qual é a vocação do Povo da Nova Aliança (que é a Igreja)?

a) Que é o chamamento ao sacerdócio? b) Que amor encontrou Luís Afonso no Senhor e quer transmitir a todos?

c) Qual é o sonho de todo o apóstolo?

d) Que acontecimento tocou particularmente o coração de L. Afonso aos 14 anos?

e) Por que não conseguia ele esquecer a fé?

f) Resume algumas das coisas que L. Afonso agradece a Deus.

Perguntas sobre o “Directório” (páginas 34-35) a) Que motivos podem justificar a falta de comparência às actividades do Pré-

-Seminário? b) Que deve o pré-seminarista pedir aos seus pais? c) Em que consistem normalmente as actividades do Pré-Seminário? d) Que objectivos têm todos os momentos que constam dos

‘encontros formativos’? e) Que é que se considera também como actividade do Pré-

-Seminário?

Sempre que se aproxima a data de um ‘encontro formativo’, temos o cuidado de te fazer a respectiva ‘convocatória’. Aqui está ela. Ao mesmo tempo, aproveitamos para chamar a tua atenção para algum pormenor ou para anunciar os assuntos do ‘encontro’. Desta vez, chamamos a tua atenção para quanto podes ler na pág. 35 do Directório, que é o seguinte: “Considera-se também actividade do Pré- -Seminário a leitura de subsídios postos à disposição do pré-seminarista, no intuito de completar o acompanhamento vocacional a que tem direi-to, como é o caso do boletim de contacto com o trabalho de casa pro-posto em cada número”. Não é difícil de compreender, mas mesmo assim, destacamos estes pon-tos: - a leitura do Em Frente é uma actividade própria do Pré-Seminário;

portanto, não é só vir aos encontros, e, também, não é só ler de qual-quer maneira, mas com atenção e interesse;

- o ‘Em Frente’ é um subsídio (uma ajuda) posto à tua disposição, cujo objectivo é completar o acompanhamento vocacional a que tens direi-to;

- em cada número do ‘Em Frente’ é-te proposto um trabalho de casa que é o RRR: deves habituar-te a fazê-lo sempre e bem.

A tua comparência ao ‘encontro formativo’ tem a importância que todos sabem. É uma prioridade em relação a outros compromissos que possam aparecer. Mas também o cuidado de fazer o RRR tem grande importância. Não se compreende que um pré-seminarista seja descuidado neste aspecto.

E para evitar as confusões que alguns ainda fazem, vai aqui uma palavra de esclarecimento. Para este ‘encontro’ deves trazer as respostas às per-guntas do mês de Abril, relendo o ‘Em Frente’ de Março, e dar ao teu trabalho o título de “RRR de Abril”.

DATA: 17 (sábado) e 18 de Abril (domingo).

CHEGADA: como de costume, até às 10.30.

REGRESSO A CASA: logo a seguir ao almoço, como de costume.

TRAZER: tudo como de costume, sem esquecer os últimos dois núme-ros do Em Frente (Março e Abril) e as coisas que são para entregar à chegada, a saber: o Cartão de Pré-semianrista, a Folhinha da Fidelida-de e o RRR.

Em Frente (Contacto com os Pré-seminaristas Dehonianos) Publicação Mensal - Ano IX - nº 198 - Abril de 2010

Proprietário, Director e Editor: Pe. Fernando Ribeiro, SCJ Redacção e Administração: Caminho do Monte, 9 | Ap. 430 | 9001-905 - FUNCHAL

Telf.: 291 22 10 23 | Website: emfrente.wordpress.com | Email: [email protected] Impresso nos Serviços Privativos do Colégio Missionário Sagrado Coração - FUNCHAL

Depósito Legal nº 120 306