Conteúdo Jurídico do Princípio da Igualdade - CABM

Embed Size (px)

Citation preview

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    1/24

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    2/24

    (,ELSO A:"lT()NIO B.XdYE.IRA BE :\lEI.LO

    o CONTEUDO JURiDICOrDO PRINCIPIO DA IGU.A.LDADE

    3J cdu; lio. utualizudu.u- uragcm

    __ MALHEIROS:~:EDITORES

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    3/24

    o COSTE{ 'IJO Il III OJ( 'o n o {'fU \( trto o . /GL ALD. WE

    I" cdiciio, If)7S, Y " L'lhrt/o /1)8.f 3 " '("n/o. I" I1l'(1g~'iII, ()} /f.I(j;,lJ flragclIl, I II lW.;, J' Iira~(,II1, o /995, .p tiragcm, OJ 1()l)7-5 tiragen: 0 5 1 1) () 8, 6~ IImgt 'III. O J / ()Qy 7" flllI!;L'111 (I/l J 91,11) .,~ urogcm. } 0 2 { ) ( ) ( } : V U - nragcm, OS,}(}()/, I O _ _ ( tiragcrn. O.f_}(}I/!

    ISBN ~5 -7420 - () . -l : 7- ( ,

    Dtrvitos rescrvudos des/a cd/ilia P'!!'JIAUfElROS ED/TORES LTD.'I.

    Rua Poe de Araujo, 29. coniunto /7 1ctr O. f5J !- Y- /( ) - Siiu POl l io SPTl'I' (tlxvl l ) 3078-7205Fa," (flu II) 3168 - 5495

    U R L. \\W\\',I1lJ I he ir os ed u or es .c om .b re-mail. muiheiroseditoresmrzaz.com.hr

    Fotocompos '(,an, paginacdo cfilnu:H e lv en ca E di to ri al L td a.

    CapoN ad ia B ass o A minhu miie.

    DULC E OLlVE1RA BANDEfRA DE M ELLO .cuja alegria (ransbordflTlle L' carinhosaCOtllUntCO/H1'Ie 0 lado rlsonho da vida.

    J m pre ss o n o B ras ilPrinted in Bract!

    05-2003A meu poi.

    OSHIlLDO ARANHA BANDEfRA DE AIELLO.mestre de s a be r j ur id ic o inl!sgotcJI'd.

    fonte em qUI?procure abeberar-me sempre mais.

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    4/24

    S[/!HAI

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    5/24

    ,t ) /" 0 ....1"11 !M, RIl"" PI" ""~ 1l"(I!) \ ,,01 \111.\'" 'N1( II" '. , ,"igualdade a prirncna c rnais fundamental de suas limi[;.H,:oes".'

    A lei ndo dev l" ser forue de priv ilcgios ou perscguicocs. masinstrurneruo reculador da \ ida social que neccssita trat ar equit a-. ~Ih arnente rodos 0"; cidadaos. Esre e 0 conreudo polit ico-idcologicoabsorv ido pelo pnncipro da isonornia e juridicizado pelos textosconsurucionais em gcral, OU de todo modo assirnilado pelos siste-mas norman- os vigcrucs.

    Em surna: duvida nao padece que, ao se cumprir uma lei, to-do" os abrangidos por cia hao de receber tratarnento parificado,sendo certo, ainda. que ao proprio ditarne legal e inrerdito defe-fir disciplinas diversas para situacoes equivalentes. :'

    nistro, xua validadc como ponte de pun ida, dcve-se negar-Ihe (1car atcr de icrmo de chegada , poi ...entre lim e outr o extreme ...er-pe ia u rn Ios ...o de incertezas cavado sobre a intuitiva pcrgunta qu eaflora ao expirito: Quem sao os izuuis e quetn siio 0.\ tlesiguais?

    A dizer : 0 que pcrrnite r ad icalrz ar alguns sob a rubr ica deiguais C outr os sob a rubrica de dcsiguais? Em surna: qual 0 crire-rio legitirnamente manipulavcl - scm agravos a isonornia -- queautoriza distinguir pessoas e situacoes em grupos apartados parafins de tratamentos juridicos diversos? Afinal, que especie de igual-dade veda e que tipo de desigualdade facult a a discriminacuo de 'sit uacoes e de pessoas, sem quebra e agressao aos objetivos tram-fundidos no principio constitucional da isonornia?

    S o respondendo a estas indagacoes poder-se-a lograr aden-samento do preceito, de sorte a cmprestar-Ihe cunho operative se-gur o , capaz de converter sua teorica proclamacao em guia de uruapraxis efet iva , reclarnada pelo proprio ditamc constitucional.

    Como as leis nada rnais fazern seuao discriminar siiuacoespara subrnete-las a regen cia de rais ou quais r egras - scndo esramesma sua caracteristica funcional - e precise indagar quais asdiscriminacocs juridicarnernc intoleraveis.?

    3. 0 mero enunciado generico que se vern de proceder a nin-guern causaria especie. Arues, e pelo contrario , coruara, ao cer-10, com 0 sufragio unanirne de todos os que se debruccrn sobreremas juridicos.

    Cumpre, todavia, buscar precisoes maiores, porque a mate-ria, inobstanre a Iimpidez das assertivas f'eitas, r es sen r e - se da ex-cessiva generalidade destes enunciados,

    Dernais russo, para desaie do problema e insuficiente recor-rer a notoria afirrnacao de Aristoreles, assaz de vezes rcpetida ,segundo cujos terrnos a igualdade consiste em tratar igualrnente05 iguais e desigualmente os desiguais, Sem contestar a inteira pro-cedencia do que nela se contern e reconhecendo, muito ao de rni-

    4. Sabe-se que entre as pessoas ha diferencas obvias, perccp-tiveis a olhos vistos, as quais, todavia, nao poderiam ser, em quais-quer cases, erigidas, validamente. em criterios distintiv os justifi-cad ores de rraiamentos juridicos dispar es. Assirn , exempli gratia.sao nitidarnente diferenciaveis os hornens altos dos homens de baixaestatura. Poderia a lei estabelecer - em Iuncao desta desigualda-d e ev idente - que as ind iv iduos altos tern direito a rcalizar (011-

    1.Dtretto Constttucional, Ed. Freitas Bastes. J 956, vol. 11, p. 30~..C~m ~reilO, Kelven bern dcmonstrou que a iguaJdaJe perante a lei naop~'su 'na. slgnrf ic.a., :ao peculiar algu.na, 0 sentido relevarue do principia isono-~I~a esta na obrigacao da igualdade na propria lei. vale dize r , cntendida comolimite para a lei. Por isso a\ erbou 0 que segue:"Col_?car (0 pr.oblema) da iguald ideperante a le i. c colocar simplesmenteque 0 6rgaos de aplicacao do direiro neo (em 0 direiro de lamar emconsidera-.;ao ~nao as ujstln~6es Ieiras nas proprias leis a aplicar , 0 que se reduz a afir-mar li.ln:'plesm~n.le0 principia da regula ridade da apl icacao do direiro em geral;pn?ClplO que e nnanerue a roda ordem juridrca e 0 principia da legalidade daaphca"..;; d I' .l . .._0 as CIS,que l: rrnanente a .Wdas as leis - em outros terrnos, 0 princi-

    PI O d: que 3 S l Io r~ a s devem Se T aplicadas conf'orm e as norm as . " t Teoria Purado DlrelfQ, traducao Irancesa da 2~ edicao alerna, por Ch, Ein senmann ParisDalloz, 1962, p. 190). ' ,

    3. Sao t ie Hans Kclsen as seguirues consideracoes."A igualdade dos sujeiios na ordenacfio juridica, garan~l~a pela Constr-tuicao nao srgnifica que estes del/am scr trarados de maneira Ilit : 'n llca nas 1I0r-._. , .. ...- A' ldademas e em particular nas leis expedidas com bast' na Consuiurcao. .IKua.assirn eruendida nao e concebivel: sefid absurdo impor a rodos os individuos. - Ie r i .. I S mcsmv - direr-exaiamenre as rnesmas obngacoes Oll lhes con ertr exarumcn e (1. ... - I' 0 exernoto entre rran a'>losscm Iazer distincao algurna entre e es, como, r r.. I .. (0e adultos mdivlduos mcntalmente sadios e alienados, hornens e mulheres. , p.

    e loc. cirs.).

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    6/24

    n , p"-TI (P, II Hllll< II r> t 11-:1"-' 'I'IC) u \ II,l \1 DIII Il'ilI{OPII,,\11 1\traro- de cornpr.i t.' venda , scndo dcfcso 0 lJ'O dcsre inst it uro juri-dico : 1 . . . re~~,).l~de arncxquin hado turnun ho?

    Por xern JU\ Ida. qualqucr internrcte, Iosxe elc doutor da rnaiorsuposicao I)UIeigo de escassas Iuzes, respondcria pela negativa. Quala razao ernpeccdora do discrrmcn , no '::3.'>0 cxcogitado, se c certoque uns e outros diferern incontestavelrnente? Seria, por ventura, acircunsrancia de que a esrarura e Iator, em si mesmo, inid6neo juri-dicarnente para sen ir como crirer io de desequiparacao?

    Airida aqui a resposta correta, ao parecer, devera ser negati-\3. Para dernonstra-Io e suficiente construir outro exernplo.Suponha-se lei que estabeleca: 56 poderao fazer pane de "guar-das de honra ", nas cerirnonias militares oficiais, as soldados deestatura igual ou superior a urn metro e oi tenta cent irnetros. Ha-veria , porventura , algurn vicio de direit.o nesta hipotetica norma?Ofenderia 0 prmcipio da igualdade?

    Parece claro a rodas as luzes a irnprocedencia de algurn em-bargo que se Ihe opusesse em nome da isonomia. Segue-se que aesratura nao e, so por so , fator insuscetivel de ser erigido em cri-terio diferencial das pessoas. Por que, ent ao, na primeira hipote-se contestou-se-Ihe juridicidade, admitindo-a na segunda?

    Des que se atine com a razao peJa qual em urn caso 0 discri-men e ilegitirno e em outro legitirno, rer-se-ao franqueadas as portasque interditarn a cornpreensao clara do conteudo da isonomia.

    obr igacocs que nao a .........er n a outr as , por ahrtgada!> 1 , ; 1 1 1 diver .catcg oriu , rcgulada por di icrcnt e plcxo de obr igacoes e dir cito .Excmpuficando , cabc observar que a 'o socicdadcs cornerciai . ..

    quadrarn , por lei. pr crr ogat ivas c dever es difcrentcs dos que per-t inern as sociedadcs civis: aos maio res l: dispeusudo tratamern oinequipar avel aquele outor gado aos menor es: 10-. advogndos ~cdeferem cert os direitos e encargos di ... irn o ...dos que calharn ao . ..economistas ou aos medicos, tambern difci cncados entre 51 no queconcerne as respect ivas faculdades e devcr es. Aos Iuncionario ...ilS-sistern vantagens e sujeicoes que nao sao ir rogavcis a quem care-ca desta qualidade. Entre os servidores publicos alguns desfrutarnde certos beneficios que falecem a outros , dcpendcndo , por hipo-tese, de serem concursados ou nao. As mulhcrcs sc aposentarn amtrinta anos, os homens aos trinta e cinco. Os excrcentes de fun-cao gratificada de chefia percebem uma import ancia corr cspccti-va, ao passo que os subalternos dela carccem. Os que cumprcmcerto tempo de service sem faltas e notacoes dcsfavoraveis sao agra-ciados com licenca-prernio; aos test antes nao sc dispensa igual be-neficio.

    5. Ao que saibamos e minguado 0 auxilio doutr inal efetivoem lema de iguaJdade. Procurarernos, pois, esbocar os rudimen-lOS de uma icoria sobre 0 conteudo jurfdico do preceito isonorni-co, esperando trazer, ao rnenos, uma pouca de luz, que sirva depretexro para estudos mais aprofundados.o principio da igualdade interdi ta tratarnenro desuniforme

    it . pessoas. Scm embargo, consoante se observou, 0proprio dalei, sua funcao precipua, reside exata e precisamente em dispen-sar tratarnentos desiguais. ISlO e, as normas legais nada rnais fa-z~m que di criminar situacoes, a moda que as pessoas compreen-didas em umas ou em outras vern a ser colhidas por regimes dife-renrcs. Donde, a algumas sao deferidos determinados direitos e

    6. Em quaisquer dos cases assinalados, a lei erigiu algo eme1emento diferencial, vale dizer: apanhou, nas diversas snuacoesqualificadas, algum ou alguns pontos de dif'erenca a que airi-buiu relevo para fins de discriminar suuacoes, incu1cando a cadaqual efeitos juridicos correlatos e, de conseguinte. desuniformesentre si.

    Segue-se , do exposto, que a correta indagacao a ser [orrnu-lada para conhecimento do principio ora sub examine pode satraduzida nos term os que seguem:

    Quando e vedado a lei estabelecer discr irninacoes? Ou seja:quais os limit es que adversam este exercicio normal, inerente afuncao legal de discriminar?

    Respondida a indagacao, 0 problema do contcudo (cal da iso-nomia, insoluto anos a reio, tera recebido substanciosa achega paranortear-lhe 0 deslinde.

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    7/24

    I~ OCONTHIIX) JLRlI1ltO PO PRI .....dI'ILlIl\ 1(.11\111\1>1

    Em rigor. sCU desare nolo ~ [30 torrncruoso quaruo, a prirnci-ra, pode aparcutar. Parece bern. cntrcranro. antes de defrontardirerameme a pergurua, dcstazer alguns preconceitos cuja pcrsis-Icncia rolda, par inreiro, a percepcao do arnago do problema.

    II. IGUALDADE E OS FA TORESSEXO. RA{:'A, CREDO RELIGJO 0

    7. Supoe-se, habitualmente, que a agravo a isonomia radica-se na escolha, pela lei, de certos Iarores diIercnciais existcnies naspessoas, mas que nao poderiarn rer sido eleitos como rnatriz dodiscrimen. lsto e , acredita-se que determinados elementos au t ra-cos caracteristiccs das pessoas ou situacoes sao insuscetiveis deserem colhidos pela norma como raiz de alguma diferenciacao,pena de se po r em as testilhas com a regra da iguaJdade.

    Assim, imagina-se que as pessoas nao podem ser legalmentedesequiparadas em razao da raca, ou do sexo, ou da conviccaoreligiosa (art. 5~ caput da Carta Constitucional) ou em razao dacor dos olhos, da cornpleicao corporal, etc.

    Descabe, iotalmente, buscar ai a barreira insuperavel ditadapeJo principio da igualdade. E : Iacil demonstra-lo. Basta cenfigu-rar algumas hipoteses em que estes caracteres sao dererminanresdo discrimen para se aperceber que, entreranro, em nada e cho-cam com a isonomia,"

    4. Kelsen - conquanro rnestre insuperavel - ne: It!pas o, ao parecer, er-rou completamente, pois tarnbern supes que a efensa a isonomia re ide em eestabelecerern legalmente diferenciacoes ernbasadas em tracos que n50 podern

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    8/24

    o nTlOO Jl KIDI< (l f lO 1'1:1" 11'111> \ 11,1\1 n \1)1 IC. lI ,\l lI \l lI I (,

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    9/24

    I. 1(,[ \I I) ",I I "" 1\ (IIK ....,I '1\. K'\(,\ (K 1 > . . Kllr,("I' I',cvidencra ccn os traco- que n~in podern . por r'.lLLH:'~pr ecunce it uo-3, maio;comuns em CI:rl.J cpoca l1U rneio. ...r WI1l:1do\ grut uit a-mente como ratio rundurneruador a de discrirncn . 0 art . 5'~, ca-put , a o e x e m p h f i c a r c o m 3... hipoteses r e f c r i d a s , a p c n a s p r e t e n -dell encarcce-Ia ...como msusceuv ei . ..de ger arem , sri por so, urnadiscriminacao Vale dizer: recolheu na realidade social clernen-IO~ que reput ou serern possiveis [onrcs de d~ ...equ ipar acocs odio-.~2..e explicitou a irnpossibilidade de vir em a ser destarre utili-zados.

    E ccrto que fator objetivo a/gum pode ser escolhido ateato-riamente, ISIO d, scm pertinencia logica com a diferenciucdo pro-cedida. Eruretanro, ser ia depiciendo relacionar , por exernplo, arenda, a origem familiar, a cornpleicao corporal, como fatores ina-beis para servir de calco a discr irninacoes arbitrarias, ante a rc-motissirna probabilidade de virern a ser utilizados desassisadarncntena conremporanea fase historica. Oaf haver posto em saliencia al-guns Iatores, ficando os demais absorv idos na gcneralidade daregra.

    II. Ao cabo das cnn\lLlera~(iec r c c va ru c .. .para ...c('ntender_a cornpost uru da materia, rode-s!.: ingrcsvar 110[lIna'oda questao . g

    10. Com efeito, por via do principio da igualdade , 0 que aordem juridica pretende firmar e a impossibilidade de desequipa-racoes Iortuitas ou injusiificadas. Para atingir este bern, cste va-lor absorvido pelo Direito, 0 sistema normative concebeu formu-la habil que inrerdita, a quanta possivel, rais resultados, posto que,exigindo igualdade, assegura que as prcceiros genericos, os abs-Iratos e aros concretes colharn a todos scm especi ficacoes arbi-Irdr~a.! . assim proveitosas que detrimentosas para os at ingidos.

    Por i550 Pimenta Bueno averbou em lance de extremafelicidade:

    "A lei deve ser uma e a mesma para todos; quaJquer especia-lidade ou prerrogariva que nao for fundada s o e unicamente emuma raZ30 muito valiosa do bem publico sera uma injustica e po-dera ser uma iirania ". 5

    5. _ D 1 r e l l o Publico Brasiieiro e Analise da Constituicao do Imperio, Riode Janeiro, J 57, p. 424.

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    10/24

    (.I C o '. -

    , IJ

    , . . . ' J \ I

    III. CRITERIOS PARA IDENT1FICAi;AODO DESRESPEITO A ISONOI'vIlA

    12. Parece-nos que a reconhecirnento das dif'erenciacocs queBaa podem ser feitas scm quebra da isonornia sc divide em iresquesroes:

    a) a prirneira diz com 0 elcrncnro tornado como Iator de de-sigualacao;

    b) a segunda report a-se a corr elacao logica abstrata exisrentcentre 0 Falor crigido em enteric de discrimen c a dispat idude cs-tabclccida no t ratarncnt o jurid ico diversificado;

    c) a tcrceira atina a consouanciu desta cal rclac iio logica cornos intercsses absorvidos no sistema constitucional e destarte juri-dicizados.

    Esc1arecendo melhor: tern-se que investigar , de urn lado, aqui-la que e adotado como criteria discrimina16riqyde OULrolado, cum-pre verificar se hi justificativa racional, isto e, fundarncrno logi-co, para, a vista do trace desigualador acolhido, atribuir a e pe-cifieo tratarnento juridico coristruido ern funcao da desigui.lldadcproclamada. Finalrnerue, irnpende analisar se a correlacao ou fun-damcnto racional abstratarncnte exist ente e . III concreto, afinado

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    11/24

    , ()( OHIIl

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    12/24

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    13/24

    J n 'n....rt t l)') I 'KI" I I'I !) u \ ((,l' \1 11\111- - . ,~ . n O fT113 C in su ...c c t iv d de ho-r ilizur a igua l-TH101~lro Up~1oc .. ' .1". . do I' .to c uuant o a mur, 1-d de quanro 30 3"PC('(() ora cogit a (." , '1 .dualizacao atual do destinausr io". porque seu (eo~'gcral. cxclui ~a-

    clonalmenrc este vicio. 0 .segundo rambem nao len: a ~1>onomlU.que nfio aaride a con-no que perrine ao aspecto sub examm.e. par e . _ - _.'teudo real do preceit o i'ionomico: ev rtar per:!>cgul\;oes ou tax orr-rlsrnos em relacao a delcrminadas pessoas.

    Coristdcr nrnov c~nl~dll, que () ilust r e juslil6sol'll c cnganao cstubclccer as pOSSIVelS (:ombintU;tH:" entre estes quatr o thede norrnas: gerais, ind lvu lua!v. absrraia ...e concretav. btn porque,cOIl:oante n?s par.eec, todu norma abstaua - ao cOnLr{lrio do qtles~p.oc Bobbie - e sernpre waf. crnboru seja cerro que a cara ic-flstlc:a da generalidadc nada prcdica quaruo a ab"lra~ao 0 11 CO I l-crecao da regra. Vale dizer: a gcneralidade e neurra quuruu O J is-to.

    8Reversamerue, a abstracao corucrn, requcr, logicarncme, a ge-neralidade.Com efeito: se ger al e a lei que nomeia uma classe de sujei-

    cos, urna categoria de individuos, poueo irnporta que ao morncn-to de sua edicao haja apenas urn, dcsde que, no futuro, outross~ venham a alocar debaixo da mesma situacao , quando reprodu-zida. Ora, a reproducao do "objeto" (na terrninologra de Bob-bio), isto e, a renovacao da shuaciio e 0 proprio da regra abstra-tao Pais bern: se uma silu~ao e reproduzlvel - porque hipoteu-zada nestes term os - inevitavelmente abarcara sempre IIOV05 SII-jeitos, a dizer: os que pertencarn a categoric determinada em fun-cao da "situacao-tipo ": Quem quer que se cncorure naquela si-tuacao renovavel e mernbro, e participe, da classe au categoria

    18. Quadra aqui, para rnais cabal esclareci~e.nt_o do tema,breve cornento sobre a dassifica~ao das regr as jur idjcas quanta3 sua estrutura.

    A lei se diz $!rJ!I, quando apanha urna classe de sujeitos. Ge-nerahdade op6e-se a ;ndi\'idllali:::a~iio, que sucede toda vez queSI: volta para urn iinico sujeito, particularizadamente, caso em quese devc nornina-Ia lei individual.

    Diversa coisa e a absrracao da lei, Convern denominar de abs-{rata a reara que supoe situacao reproduzivel, ou seja "a

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    14/24

    o CO III no !l'Rlnt' () 1)1)'I{I'I '.'Ill I)\ Il,Il,\1 0\ Ill:

    detcrminadn ern ViSI3 - n50 dos caracteres inerentes ao indivi-duo rna da ripologia da suuacao delincada pela norma.

    Par L ...0, enrendcrnos em contradita ao pen arnento de Bob-bio que roda regra abstrata e simuttaneomente geral, dado queaponha sempre, conquanto. a s \"Czes,interLemporaJmente, umacategoric de pessoas. 'J

    rio, ve z que scu cnuuciado c, de si mesmo, i l l cnmpal ivc l corn I'llpossibilidadc; ,. b) .a regra abstrata tambem jamtns poderti utlversar (J prmci-

    PIO da igualdade no que concerne ao vicio de atual individuahza-cao absoluta, ou definitiva, pois a rcnovacao da binotcse norma-tiva acarreta sua incidencia semprc sobre urna categoria de indi-viduos, ainda que, a epoca de sua edicao , exista apenas uma pes-soa integrand a-a.Ressalva-se, tao-56, conforme advertencia anterior (item; I Ja 16) a maliciosa figuracao de gencralidade au abstracao, ou se-ja, a de regra que se revista aparenternerue destes caracteres, ten-do por intuito real costear insidiosarnente 0 irnpedimcnto de I1Cf-seguir ou favorecer nomeadamente determinado individuo;

    c) a regra individual poderd ou niio incompatibilizar-se c()mo principia da igualdade no que atina a singularizacao atual ab-soluta do sujeito. Sera convivente com ele se estiver reportada asujeito futuro. portanto atualmente indeterminado eindctcrmi-navel. Sera transgressora da isonomia se estiver referida a sujeitounico atual, determinado ou deterrninavel;

    d) a regra concreto, igualrnente, sera ou niio harmonizdvetcom a igualdade. Se-lo-a, quando, ademais de concreta, for ge-ral. Nao 0 sera quando, sobre concreta, for, no presente, indivi-dual.

    Torna-se a repetir que as regras propostas neste lance, paraexarne de compatibilidade ou nao de uma lei com a igualdade,restringern-se a uma pronuncia adstrita ao aspecto "illdividuali-zarao absotuta do sujeito",

    Portanto, ainda que Iirnpa de vicios sob este angulo, poderaser recusavel por se ressentir de outros defeitos cxaminados emt6picos subsequentes e, de resto, muito rnais receavcis, na praucadiuturna das leis.

    19. AD terrno de la s consideracoes pode-se dizer que:a) a regra simplesrnente geral IlWICa poderd ofender a iso-

    nomic pelo aspecto da [ndividualizacao abstrata do destinata-9. Tnda norma abstrata, como SI: disse, exararnente porque supoe renova-Dio da hjJ]fi~ nela coruemplada. alcanca uma universalidade de sujeitos: aquelesque se \ eem a tingidos pela suuacao reproduzida ; vale dizer, a categoria de pes-soas quillificada DaO pclos traces subjet ivos mas pela insercao na situacao obje-tiva renovavel. Por isso, toda norma abstrata e tambern geral , no sentido rnes-mo que Bobbie atribuiu a caractcristica generalidade: universalidade de sujeitos

    conternplados na regra.o equivoco do eminente jusfilosofo, ao admiri r norma. a urn so tempo,abstrata e individual (op. cit., p. 235). deveu-se a que confundiu, data venia,"abSlrat; ao" com "e!icac ia cont inuada" de a tos individuals. Dai seu exernplode norma individual e abstrata: lei que atribui a uma determinado pessoa umcarzo, ? de ,~uil. da eone conslilU?Onal. Pr~{en.d~ que tal lei se \'~ha paraurn c it mdl\,( 110 e lhe presereve nao uma acao uruca mas todas as inercntes30 e ercicio do cargo. Desta ul tima circunstancia extraiu a inexata conclusaode que a norma Iigurada e abstrara. 'a verdade, todavia, nao ha a caracrerfs-ri ca "abslrat ;"3o". Com efeito, nela mexiste 0 trace "reproducao'", "renova-c a o " do objero, "aCao-lipo'. repeucao da situacao, caracterisricas que, se-gundo 0 proprio Bobbie, conferern a qual ificacao de "absrraro". Tem-se, nocaso, tao-somente ejicar:iu continuada dos efeitos de uma hiporese aormativaunica e t!XUUridacom sua ocorrencia: a norneacao de uma pessoa para urn cargo.

    A regra, pais, que inves te aquete individuo - exemplo figurado par Bob-bio - e , sabre individual, cggcrew..Deveras, stu exernplo nao foi 0 de lei que faculte a alguern investir su-cessivas Iezes (reproducao da si tuacao) titulares de cargos da Corte Const itu-donal. mas 0de uma unica investidura. A circunstancia de alguern receberurn plexo de poderes, comiauadarnente exercitaveis, Dada [em a ver com aestrurura de norma, mas com a eficacia continuada de um unico arc, naorenovavel ,. E : m U":,3: cumpre dist inguir exaustao da hipctese, vale dizer , da s ituacao-u~ ail previ La.. e exausiao dos r!feitos gerados por uma dada hipotese. Se-a hipotese, ela mesma, se exaure em urna unica apljcacao. tem-se a normaconcreta. embora os efeiros por ela gcrados, quando de sua aplicacao unica,possarn perdurar ,

    210. E inad rnis sive l. pe ran te a isonomia, discriminar pes oasou situacoes ou coisas (0 que resulta, em tihimainstancia. na di '-criminacao de pessoas) mediante trace dif'ercncial que nao sejanelas mesmas residences. Por isso, sao incabivei ..regimes difcrcn-

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    15/24

    0(0 T1-I DO Jl RIDI( 0 no I'RI"t '11'101M H.'l -\1n \l>l

    re dererrninados em vista de Iar o r alheio a elas ; quer-se dizer: quen:io eja cxrraido dela mcsrnas.

    rn outras palavras: urn Iator ncurro em rclacao a situacoes,L i. 3~ ou pes-oas difererrcadas e inid6neo para distingui-las. En-lao. 11ao p ede ser deferido aos rnagistrados ou aos adv ogados ou30 medico Que habitem em deterrninada regiao do Pais - sopor isto - u rn rratarne nro m ais favorave l ou r na is d e sf av or av e ljuridicamcnre. Em surna, discrirninacao alguma pode ser Ieira entrede simple mente em razao da area espacial em Que cstejarn se-diados.

    Poderao, i 10 sim - 0 Que e coisa bastant e diversa - existirnestes varies locais, situacoes e circunstancias, as quais sejarn, elasme rna . distinta entre si, gerando, entao, por condicoes propriasuas, elementos diferenciais pertinentes. Em tal caso, nao sera ademarcacao e pacial, mas 0 que nelas exista, a razao eventual-mente sub rante para justificar discrimen entre as que se assujei-ram - por sua presenca continua ali - aquelas condicoes e asdemais pessoas que nao enfrentam identicas circunstancias.

    21. 0 asseno ora Ieito - que pode parecer senao obvio, quan-do rneno , despiciendo) tern sua razao de ser. Ocorre que 0 [a-lor "rernpo'", a saz de vezes, e tornado como criterio de discri-men em fomenro juridico satisfatorio, por desrespeitar a lirnita-

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    16/24

    n ( 11....111 ()t n R. ll l 1>11;\ lima 1t:l"l;lcHclatemporal. Nurna e dcmarcada, noutra e i l i ru i i ada . mas ambas lc-varn em cont a 0tempo, scja meclido, scja coru inuado indcfiui-darnerue. Pois, 0 tempo medido e tao-so uma r cfcr encia a umaquantidade derer minada de fatos e situacoes que nclc tiver arn outerao lugar , ao passe que 0 tempo ilimitado c turnbcm rcfcrenciaa urna quanti dade de Iaros e sit uacoes par definicao indetcrmi-nados.25. Em conclusao: tempo, ...0 por s o , e elcmento ncutro, con-

    dicao do pensarneruo humane e par sua ncutralidade absoluta ,a dizer, porque em nada difercncia as seres Oll situacoes, jarnaisrode ser tornado como 0 fator em que se asserua algurn tratament ojuridico desuniforrne, sob pena de violcncia a regra da isonornia.13. os fates ou situacoes que nele transcorreram e por ele .... de-marcarn, estes sim, e que sao e podem ser er igidos em fat ores dediscriminacao, desde que, sabre diferirem entre si, haja correla-cdo logica entre 0 acontecirnento, cronologicarnente demarcado,e a disparidade de tratamento que em Iuncao disto se adota .

    Siruerizando: aquilo que e, em absolute rigor logico, neces-saria e irrefragavelmerue igual para Lodos nao pode ser tornadocomo Iaror de diferenciacao, pena de hostilizar 0 principio iso-nornico. Diversamente, aquila que e diferenciavel, que e, por al-gum trace DU aspecto, desigual, pode ser diferencado, fazendo-scrernissao ill exisrencia ou ill sucessiio daquilo que dessemelhou assituacoes,

    Como a existencia au a sucessao de fatos s o ocorre no tem-po . a rernissao a e le - com f ixacao de periodo, prazo , data -e inexoravel, Mas dai nao resulta que sc haja emprestado ao tem-po , em si mesmo, urn valor de critcrio dist int iv 0, Resu l r a , ape-nas, que e ie serviu - e nao tinha como logicarnente deixar decornparecer - como referencia dos fatos ou sucessiio de fatos

    26.0 que se poe em paut a, nuclcarrncnte. portnnto , .,;10 sern-pre as pessoas, fatos ou sit uacocs, pois s o nclcs podern Icsidirdiferencas. Urna dest as difcrencas e a reiter acao maier ou me-nor. E a sucessao mais dilatada ou menos ditatada: e, em suma,a \ ariacao da pcrsistencia. Esta variacao demar ca-se por urn pc-riodo. por urna data, mas 0 que esta sendo objeto de dcrnarca-

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    17/24

    o 'TFtJDO JLJ~IDllO PO I'R~lll'ln In 1(ll\11).1)1:

    27.. dist incao Ieita longe est a de SCI" acauclllica c ncrn ser cedeu a ela por arnor a algurn preciosismo cerebrino. Pelo con-traria. apresema- e sobremaneira fertil em repercussoes praticas.

    Com efeiro , sendo procedcnte a distincao, ao sc exarninar al-gum discrimen legal. para fin de buscar-lhe afinamenro ou desa-finamento com 0 preceito ison6mico. 0 que se tem de perquirir

    J iSf! os fatos ou siruacoes olojados no tempo transact o silo, elesmesmos, disttntos, ao mves de se indagar pura e simplesmente setranscorreram em momentos passados diferentes.

    Se ao iguais, nao ha como diferenca-los, sem desatendera clausula da isonornia. Portanto, se a lei con/ere beneficia aalguns que exerceram lois 014 quais cargos, funcoes, atos, com-portamentos, em passodo proximo e as nega aos que os exerce-ram em passado mais remota (ou vice-versa) estard delirandodo preceito isonomico, a menos que existarn, nos proprios atosOU fatos, elementos, circunstancias, aspectos relev antes em si mes-mos, que os hajam tornado distintos quando sucedidos em rno-mentos diferemes.

    Com efeito: 0 que autoriza discrirninar e a difer enca que ascoisas possuam em si e a correlacao entre 0 tratamento desequi-parador e os dados diferenciais radicados nas coisas.18. As coisas e que residem no tempo. 0tempo niio se aloja

    nos fatos oupessoas, Portanto 0 tempo niio e W71U diferenca queneles assiste. Deste ponte de vista, pessoas, fatos e situacoes saoiguais. Par isso se disse que 0 tempo e neutro. Se 0 tempo naoe uma inerencia, uma qualidade, urn atributo proprio das coisas(pais sao elas que estao no tempo e nao 0 tempo nelas), resultaque em nada diferem pelo s6 fato de ocorrerem em ocasioes jaultrapassadas, Todas exisiiram, Ese existirarn do mesmo modo,ob igual feicao, eruao, sao iguais e devem r eceber trararnento pa-ritario.

    Afinal: h a de se r nos proprios acontecimentos tornados emcoma que se buscarao difercncas justificadoras de direitos e de-vere di limos e nao em Iaiores alheios a eles que em nada lhesagregarn peculiaridades desuniformizadoras.

    I

    l'iUN!1I\1I,\ I I i\ I (11{nr- ul...I

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    18/24

    .

    v. CORRELA{:AO LOCICA ENTREFA TOR DE DISCR/MEN E A

    DESEQUJPARA~Ao PROCEDIDA

    30. 0 ponto nodular para exarne da correcao de uma regraem face do principio ison6mico reside na existencia au nao de cor-relacao logica entre 0 Iator erigido em criterio de discrirnen catdiscrirninacao legal decididu_.WL.t:u.ru;.io dele. ,

    Na introducao deste estudo sublinhadamente cnfatizou-se esteaspecto. Com efeito, ha espornaneo e ate insconscicnte reconhe-cirnento da juridicidade de uma norma difer encadora quando cperceptive! a congruencia entre a disrincao de regimes estabeleci-da e a desigualdade de situacoes correspondentes.

    De reves, ocorre imediata e intuit iva rejeicao de \ a lidadc aregra que, ao apartar situacoes. para fins de regula-las diver sa-mente, calca-se em Iarores que nao guard am perrincncia com adesiguaJdade de t r at amento juridico dispensado.

    31. Tern-se, pois, que e ovinculo de conexao logic-a entre oselementos diferenciais colecionados e a disparidade das discipli-nas estabelecidas em vista deles. a quid deterrn inante da validadeou invalidadc de uma regra perant e a isonomia.

    Segue-se que 0 problema das ell rercnciacoes que nao podernser feuas sem quebra da igualdade nao se adscrevc aos elementos

    o (O ....Tfl DO JURIDI( I) [)l)"HI" u'rn n.\ 10' \11l .H)1 1.\n IK [II IlI"nd\lI '4I III "I

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    19/24

    "c colhidos como fatores de

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    20/24

    o CO :71uoo Jl RIDlt (1Of) I'RI" 11'11 [) \ HII \1 (J \ IIIvenienre corn certn atrvidade ou pr ofisxao publica, ao passo queem Dutra cpoca. a proposiio de igual mister. a rcsposta sera 111-versa. Por consequencia, a me, rna lei, ora surgira como ofensivada ionurnia. ora C~)IllO cornparivcl com 0 principia da igualdadc.

    VI. CONSONANCIA DA DISCRIMINA9AOCOM OS INTERESSES

    PROTEGIDOS NA CONS TITUl(:A 0

    35. Para que urn discrimen legal seja convivente com a i: o-namia, consoante visto ate agora, irnpende que concorrarn qua-tro elementos:

    a) que a desequiparacao nao atinja de modo atual e absolu-[0, urn s6 individuo;

    b) que as situacoes ou pessoas desequiparadas pela regra dedireito sejam efetivarnente distintas entre si, vale dizer, possuarncaracteristicas, traces, nelas residentes, diferenc;ados;c) que exista, em abstrato, uma correlacao 16gica entre os fa-

    tores di Ierenciais existentes e a distincao de regime j uridico emfuncao deles, estabelecida pela norma juridica;

    d) Que, in concreto, 0vinculo de correlacao upra-referidosseja pertinente em funcao dos intere ses can tirucionalmente pro-tegidos, isto e , resulte em diferenciacao de tratamento juridicc run-dada em razao valiosa - ao lume do rexro constitucional- parao bern publico.

    36. 0 ultimo clemente encarece a circunstf incia de que 1H1Ce qualquer diferenca, conquanto real clogicamente explicavel, qUQ

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    21/24

    o ~ O"Tf'UDU 'URI!)" () [)Il , ' R ' ' '( u-ro [) \ rc ,l\' I)\Ill:pos ...ui ~uficicncia para discrimina

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    22/24

    VII. CAUTELA NA INTERPRETA9AO DASLEIS EM A TEN9A 0 A ISONOMIA

    41. Por ultimo, registre-se que 0 respeito ao principia da igual-dade reclarna do exegeta uma vigilante cautela, a saber:Ntio se podem interpreter como desigualdades {ega/mente cer-las situacoes, quando a lei nao haja "assumido " 0fator lido co-

    mo desequiparador, Isro e . circunsrancias ocasionais que propo-nharn f'ortuitas, acidentais, cerebrinas ou sutis distincces entre ca-tegorias de pessoas nao sao de considerar.

    Entao, se a lei se propos distinguir pessoas, situacoes, gru-pos, e se rais diferenciacoes se cornpatibilizam com os principiosexpostos, nao ha como negar os discrirnens. Contudo, s~~tin-cao nao precede diretamente da lei que instituiu 0 beneficio ouexonerou de encargo, nao tern sentido prestigiar interpretacao quefavoreca a contradicao de urn dos mais solenes princlpios consti-tucionais.

    42. 0 que se encarece, neste passo, e que a ionomia se con-sagra como 0 rnaior dos principios garantidore dos direitos indi-viduais, Praeter legem, a presuncao generica e absoluta c ada igual-dade, porque 0 texto da Constituicao 0 impoe. Editada a lei, ai

    o( 1)~rH.'J)I)JI .HIIlII( ) f lO I 'H I' ;! 11' 11 ) [l,\ 1(~LJ\LI)\11I

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    23/24

    sim. urgcrn a disuncoes (que possarn se comparibilizar com 0principia maximo) por ela formuladas em consider acao a diversi-dade das siruacoes. Bern par is o. e precise que se irate de dese-quipara ao querida, desejada pela lei, ou ao menos, pel a conju-ga-;::io harmonica das leis. Dai, a haver-se afirmado que discrirni-nacoes que decorrarn de circunstancias Iortuitas, incidentais, con-quanto correlacionadas com a tempo au a epoca da norma legal.nao autorizarn a se pretender que a lei almejou desigualar situa-coes e categories de individuos, E se este intento nao foi profes-sado inequivocamerue pela lei, embora de modo implicito , e in-toleravel, injuridica e inconstitucional qualquer desequiparacaoque se pretend a fazer. VIII. CONCLUSOES FINAlS

    43. Ao fim e ao cabo desta exposicao te6rica tem-se par fir-madas as seguintes conclusoes:

    Ha of ens a ao preceito constitucional da isonornia quando:I - A norma singulariza.atual e definitivamente urn destina-

    tario deterrninado, ao inves deabranger uma categoria de pessoas,ou urna pessoa futura e indeterrninada,

    11 - A norma adota como criterio discriminador, para finsde diferenciacao de regimes. clemente nao residerue nos fatos, si-tuacoes ou pessoas por tal modo desequiparadas. E 0 que ocorrequando pretende tomar 0 faror "tempo" - que na o descansa noobjeto - como criterio difercncial.

    I U - A norma atribui tratarnentos juridicos difererues ematencao a fator de discrimen adotado que, entretanto, nao guar-da relacao de pertinencia Iogica com a disparidade de regimes ou-lorgados.IV - A norma sup6e relacao de pertinencia logica existenteem abstrato, mas 0 discrimen estabelecido conduz a t efeiros con-trapostos ou de qualquer modo dissonantes dos inreresses presti-

  • 8/2/2019 Contedo Jurdico do Princpio da Igualdade - CABM

    24/24

    o CO:-.'TI'U[)\) JURfDICO no PRI~( IPIO DA IGU,\LDAD-

    giados constitucionalmente.V - A interprctacao da norma extrai dela distincoes, discri-

    mens, desequiparacoes que nao foram professadamente assurni-dos por ela de modo claro, ainda que par via irnplicita.

    0394

    lrnprcsxo nJS (..rI(:In~J~ d.1(jr.illl;~P.lb, ,\IIl...;J