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R$ 2 ,0 0AS S I N E
3323 -6333
N oveshows emritmo deBeatles >AT 2
Aber tas6.255 vagasde emprego >27
Tre m - B a l aacelera e Flu eFogão ficam noempate >36 a 40
D I V U LG AÇ ÃO
Policial militar reage a assalto pela segunda vez e mata rapaz em Cariacica >20
É o maior protesto já ocorrido na Grande Vitória. Em todo o Brasil, segundo dados daspolícias militares, 3,5 milhões participaram, o que também é recorde no País. >2 a 13
AGÊNCIA ESTADO
120 MIL NAS RUASCONTRA DILMA
LEONARDO BICALHO/AT
MANIFESTANTES NA PRAÇA DO PAPA, onde se reuniram após grupo de Vila Velha atravessar a Terceira Ponte. Além da presidente Dilma, o ex-presidente Lula também foi alvo das críticas
D I V U LG AÇ ÃO
VITÓRIA-ES SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016 | ANO LXXVI | Nº 25.565 | FUNDADO EM 22/09/1938 | EDIÇÃO DE 60 PÁGINAS
Reportagem Especial2 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016
FALE COM A EDITORA GIOVANNA SANTOS E-MAIL: [email protected]
M A N I F ESTA Ç Õ ES
Protesto leva 120 mil às ruasCom gritos de“Fora, Dilma!” e “Fo ra ,PT !”, insatisfeitos como governo fizeram amaior manifestaçãoda história do Estado
LEONARDO BICALHO/AT
MILHARES DE MANIFESTANTES, vestidos de verde e amarelo e com a bandeira do Brasil, se reuniram na Praça do Papa, Vitória, em protesto contra o governo da presidente Dilma Rousseff e o PT
A insatisfação com o governoda presidente Dilma Rous-seff e com os escândalos de
corrupção envolvendo políticos li-gados ao PT levou cerca de 120 milpessoas às ruas da Grande Vitóriaontem, na maior manifestação dahistória do Estado.
Vestidos de verde e amarelo,carregando bandeiras do Brasil,bolas e cartazes, parte dos mani-festantes se concentrou a partirdas 14 horas em Vila Velha, próxi-mo à Terceira Ponte. Às 15h15, elessaíram em direção à Praça do Pa-pa, em Vitória, onde outra parte dogrupo já aguardava.
De acordo com o secretário deEstado da Segurança Pública, An-dré Garcia, ao todo, a manifestaçãocontou com 120 mil participantes.Segundo organizadores, foram cer-
ca de 200 mil pessoas presentes.O maior público em manifesta-
ções no Estado já registrado até omomento era de 100 mil pessoas.
Uma das ocasiões foi no dia 15 demarço de 2015, em ato tambémcontra a presidente Dilma. Aindareuniu 100 mil nas ruas o protestodo dia 20 de junho de 2013, comreivindicações variadas. Antes dis-so, o maior ato havia sido as DiretasJá, que em 1983 e 1984 pedia elei-ções diretas no Brasil, com 20 milno entorno da Praça Oito, Vitória.
No ato de ontem, com a possibili-dade de encontro de manifestantescontra e a favor da presidente Dil-ma, o policiamento foi reforçado e apraça do pedágio da Terceira Pontefoi isolada com grades. Próximo aelas, ficaram policiais da cavalaria edo Batalhão de Missões Especiais.
Durante todo o ato, vários trioselétricos, alguns com bandas, dita-vam o ritmo da manifestação, comdiscursos inflamados, músicas deprotesto e palavras de ordem, co-mo “Fora, Dilma!” e “Fora, PT!” .
Apesar de ter como foco princi-pal a insatisfação contra o governoDilma e a corrupção, no meio damultidão era possível ver pessoascom ideais diferentes, como emdefesa da intervenção militar e dacandidatura do deputado Jair Bol-sonaro para presidente.
Quem não foi às ruas se manifes-tou das varandas de prédios e doscarros. A manifestação terminoupor volta das 17h30, após manifes-tantes cantarem o Hino Nacional.
Em todo o País, os movimentoscontrários ao governo Dilma reu-niram 3,5 milhões de pessoas, se-gundo a PM, e 6,7 milhões, segun-do organizadores.
200 milfoi o número de manifestantes noprotesto, segundo organizadores
100 milpessoas era o recorde de públicoem manifestações no Estado
OS NÚMEROS
C E N AS
LEONARDO BICALHO/AT
VESTINDO ROU-PAS de presidiá-rios, o empresárioRoben Tharley Gu-zansky, 34 anos, ea mulher, a donade casa SilvaniaGuzansky, 38, pin-tavam o rosto dosparticipantes doprotesto com tintanas cores verde eamarelo.
A professoraRosiani Rosetti,45, que pedia umbasta à corrupçãoe à desordem noPaís, foi umadelas.
FÁBIO NUNES/AT
POR TODOS os cantos que se olhava era possível ver brasi-leiros usando perucas, com cornetas e usando camisas pe-dindo a saída da presidente Dilma Rousseff.
FRANCINE SPINASSÉ
COM ROSTO PINTADO, a vendedora Renata Roma, 37, e a fa-mília fizeram questão de ir às ruas ontem mostrar a insatis-fação com o governo do PT e a luta por um País melhor.
Reportagem Especial
VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016 ATRIBUNA 3
M A N I F ESTA Ç Õ ES
Interdição na 3ªPonte por 8 horasA travessia dos manifestantes
contrários ao governo doPartido dos Trabalhadores
(PT) fez com que a Terceira Ponteficasse interditada por aproxima-damente 8 horas ontem. O sentidoVila Velha – Vitória foi interditadoàs 11h30, enquanto o sentido con-trário foi bloqueado às 14h50.
A passagem dos veículos pelaponte foi retomada às 19h24, nosdois sentidos, chegando a 7h54 dei n t e rd i ç ã o.
Segundo estimativas da Secretariade Estado da Segurança Pública, en-tre 60 e 70 mil pessoas atravessarama Terceira Ponte rumo à Praça do Pa-pa, em Vitória. Segundo a organiza-ção, pelo menos 100 mil pessoas fize-ram a travessia pela Terceira Ponte.
Em Vila Velha, a concentraçãodos manifestantes ocorreu no pos-to Moby Dick, na Praia da Costa, deonde o protesto saiu às 15h15. Osgrupo começou a chegar a Vitóriapor volta das 16h10.
Ventou forte durante a travessia,o que causou oscilação no vão cen-tral da Terceira Ponte e assustoualgumas pessoas. A Rodosol não in-formou a velocidade do vento naponte na tarde de ontem, mas disseque a oscilação é normal em dias devento intenso.
Três trios elétricos conduziram osmanifestantes da Praia da Costa atéa Praça do Papa. Pixuleco e Acaraje-
ca, bonecos infláveis representandoo ex-presidente Lula e a presidenteDilma Rousseff, respectivamente,atravessaram a Terceira Ponte numcaminhão -guincho.
“O que traz todas essas pessoasaqui é a insatisfação com os rumosdo País. Problemas políticos reper-cutem na economia e no âmbitosocial, com a falência dos serviçospúblicos. É a corrupção que causatodo esse caos”, justificou o em-presário Elson Garcia, 56.
Além da corrupção, outra daspautas defendidas durante a mani-festação foi o impeachment dapresidente Dilma.
“Cansei da corrupção e apoio aprisão do Lula e a saída da Dilma.Ela não tem força para governar emanter a economia estável”, argu-mentou a cirurgiã-dentista An-dressa Cabral, 42, que foi ao protes-to usando nariz de palhaço junto domarido, Rodrigo Balacco, 44. “No ssentimos como palhaços com o tra-tamento do governo”, opinou ele.
ANTONIO COSME/AT
TERCEIRAPONTE foitomada porcerca de 70 milm a n i f e s ta n t e s ,que saíram deVila Velha comdestino à Praçado Papa, emVitória, onde sereuniram comos demaispar ticipantesdo protesto.Pixuleco eAc a ra j e c a ,bonecosi n f l áve i sre p re s e n ta n d oLula e Dilma,at rave ss a ra ma ponte numcaminhão -guincho
C E N AS
AO LADO de fa-miliares, as ir-mãs Maria Cla-ra Novaes, 22, eMaria EduardaNovaes, 17, am-bas universitá-rias, cobravammudanças noPaís, indepen-dentemente depar tido.
“Viemos aquihoje (ontem) naPraça do Papaexercer o nossodever de cida-dãs ”, declarouMaria Clara.
LEONARDO BICALHO/AT
AMBUL ANTES venderam cami-sas fazendo alusão ao deputadoJair Bolsonaro, que causa con-trovérsia no meio político pordefender a intervenção militar.
O JUIZ SÉRGIO MORO foi lembrado edefendido pelos manifestantes, comoJoão Mário Valdon, 66 anos. Outrospediam a manutenção da autonomiada Polícia Federal.
ALÉM DE PROTESTAR, muita gente aproveitou a manifesta-ção para praticar esporte na Terceira Ponte. Muitos foramde bicicleta, skate, patins, e teve até quem suasse a roupapraticando corrida.
LEONARDO BICALHO/AT FÁBIO NUNES/AT
FÁBIO NUNES/AT FÁBIO NUNES/AT
GRUPO DE MOTOCICLISTAS saiu de Vila Velha à frente dos manifestantes que sedeslocavam para Vitória. Acompanhados da Polícia Militar, eles foram aplaudi -dos ao chegarem à praça do pedágio da Terceira Ponte.
DURANTE A MANIFESTAÇÃO de ontem, muitas pessoas levaram nas mãos a ban-deira do Brasil ou até estamparam o símbolo no rosto. Perucas nas cores verde eamarelo também foram a sensação.
V EST I D O de mosquito, um mani-festante dizia transmitir a “Z ikaD i l m a”, doença, que, segundoele, causa atraso ao País.
THIAGO COUTINHO/AT
LEONARDO BICALHO/AT
“Há um problemapolítico que
repercute na economia eno social. É a corrupçãoque causa tudo isso”Elson Garcia, empresário
Reportagem Especial
4 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016
THIAGO COUTINHO/AT
GUILHERME RANGELFURTADO segura abandeira do Brasilno alto de monumentodurante o protesto naPraça do Papa
Selfie nopedágio
O administradorWalbert Seixas,23, e a estudanteMarina Araújo, 23,registraram a par-ticipação no pro-testo com umaselfie na Praça doPedágio da Tercei-ra Ponte.
“Acre di tam osque os protestospressionam o go-ve rn o”, afirmouMa r i n a .
Registro no alto da Terceira PonteNo vão central da Terceira Ponte, vários manifestantes aproveitaram para
registrar a paisagem, como as estudantes Caroline Machado e Amanda Nu-nes e a dona de casa Maria Páscoa, 42. “Não concordamos com os rumos doPaís, por isso estamos aqui”, disse Maria.
THIAGO COUTINHO/AT
C E N AS
Pedido de impeachment de 80mUma bandeira verde e amarela de 80 metros onde se
lia “Impeachment já” atravessou a 3ª Ponte e foi agitadavárias vezes pelos manifestantes na Praça do Papa.
LEONARDO BICALHO/AT
Pixulecos foram a sensaçãoCom bonecos do Pixuleco, que foram doados e vieram de
São Paulo, a servidora pública Joana Gonçalves Soares An-gotti, 31 anos, viajou mais de 100 quilômetros — de Colatinaa Vitória, só para participar do ato em Vitória.
LEONARDO BICALHO/AT
Bonecos viram atraçãoPixuleco e Acarajeca, bonecos que representam o ex-
presidente Lula e a presidente Dilma, atraíram a atençãodos manifestantes na Praia da Costa. “Eles representam ogoverno corrupto do PT, governo que queremos que chegueao fim”, disse a aposentada Vera Lúcia Carlos, 61.
THIAGO COUTINHO/AT
“Queremos o fim do governo PT”Usando uma forca e com uma peruca para imitar a
Presidente, o empresário Dirceu Paigel, 54, chamavaa atenção. “A forca é um simbolismo de que queremoso fim do governo do PT. Chega de bandalheira.”
LEONARDO BICALHO/AT
Com rostos pintados eroupas nas cores dabandeira do Brasil,famílias usaram acriatividade duranteo protesto
M A N I F ESTA Ç Õ ES
B a n d e i ra s ,bonecos e selfies
Apesar do tema sério e da in-satisfação dos 120 mil ma-nifestantes, não faltou cria-
tividade e até irreverência entreos presentes no ato de ontem naGrande Vitória.
Os bonecos e bandeiras gigan-tes e um festival de selfies, que to-maram as redes sociais, marca-ram o protesto.
Na Praça do Papa, ao lado do paiJosé Geraldo Furtado, o estudan-te Guilherme Rangel Furtado, 13anos, segurava a bandeira do Bra-sil no alto da esfera metálica daPraça do Papa, em Vitória.
Nas roupas e nos rostos de mui-tos, o verde e o amarelo predomi-naram. Já nas mãos, várias pes-soas levavam miniaturas do bone-co inflável do ex-presidente Lula
vestido de presidiário, conheci-dos como Pixuleco. O bonecotambém ganhou uma versão deoito metros de altura e outra detrês metros. Muitos aproveitarampara fazer fotos com eles.
O boneco de três metros da pre-sidente Dilma Rousseff, a Acara-jeca, também virou atração entreos presentes. Ela vinha com umnariz de pinóquio e roupa de pre-sidiária por baixo do termo ver-m e l h o.
De Vila Velha, passando pelaTerceira Ponte, uma imensa ban-deira verde e amarela de 80 me-tros pedia “Impeachment já”.Além dela, outras bandeiras gi-gantes coloriram o ato.
No céu, uma grande pipa tam-bém pedia a saída da Presidente.O helicóptero da Polícia Militar,sempre que aparecia, tambémchamava a atenção dos presentes,que aplaudiam e faziam fotos.
Já no mar, até tripulantes de na-vio que passou pela baía de Vitó-ria, próximo à Praça do Papa,também saldaram os manifestan-tes buzinando.
Durante o ato, caminhões tam-
bém passaram pela avenida NossaSenhora dos Navegantes, emfrente à praça, em um buzinaço.
Um dos representantes do ForaDilma Vitória, Marcelo Pimentel,
relata que muitos manifestantesresolveram atravessar a ponte apé e registrar o momento históri-co por meio de selfies até a Praçado Papa.
“Muita gente da Serra, Cariaci-ca e Vitória foi de manhã para VilaVelha para atravessar a ponte ecurtir a manifestação no momen-to da travessia.”
Reportagem Especial
VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016 ATRIBUNA 5
M A N I F ESTA Ç Õ ES
Petistas expulsosda praça do pedágioUm grupo de cerca de 50 ma-
nifestantes favoráveis ao go-verno Dilma chegou a se
reunir, por volta das 13 horas, emfrente à praça do pedágio da Tercei-ra Ponte, em Vitória, mas foi retira-do pela cavalaria da Polícia Militar.
Os militantes, membros daFrente Brasil Popular, se encami-nharam para a frente de umaemissora de TV em Bento Ferrei-ra, na capital, onde continuaram op ro t e st o.
Na noite de sábado, a organiza-ção foi comunicada de uma deci-são judicial impedindo manifesta-ção nos locais onde se concentra-riam os atos pró-impeachment.
“Não houve truculência na reti-rada dos manifestantes. Eles esta-vam exercendo seu direito de ma-nifestar, mas feriram a liminar”,afirmou o secretário de Estado daSegurança Pública, André Garcia,que esteve pessoalmente na ação.
Enquanto os membros do PT,partidos da base e entidades que
RODOLPHO PAIXÃO
ANTONIO COSME/AT
MANIFESTANTES DO PT na praça do pedágio da Terceira Ponte: grupo foi retirado do local pela Polícia Militar
C E N ASRODOLPHO PAIXÃO
MANIFESTANTES favoráveis ao governo, reunidos pela Frente BrasilPopular e Central Única dos Trabalhadores, chegaram a se reunir napraça do pedágio, de onde foram retirados pela cavalaria da PM an-tes da chegada de manifestantes contrários. Segundo a Polícia Mi-litar, cerca de 120 pessoas chegaram a se reunir pró-governo.
FÁBIO NUNES/AT
A CAVALARIA fez parte do cenário da manifestação acompanhan-do o ato pró-impeachment. Durante o domingo, atos favoráveis aogoverno e pequenos focos de discussão foram dispersados pelospoliciais montados, que aguardavam a chegada de manifestantesàs áreas do protesto.
Grupo pode ter multa de R$ 100 mil Defensores de Dilma dizemque impeachment é golpe
compunham o protesto, eram con-duzidos para fora da área reservadaaos manifestantes contrários ao go-verno, moradores de prédios vizi-nhos foram às janelas para vaiar ebater panelas contra o grupo, querespondeu com palavras de ordem.
De acordo com o diretor da Cen-tral Única dos Trabalhadores(CUT), Max Célio de Carvalho,não houve tempo hábil para a dis-persão total dos manifestantes,após o comunicado da Justiça.“Não tivemos tempo de impedir avinda de manifestantes, mas nãoestamos desobedecendo à decisãojudicial. Estamos saindo daqui”,afirmou o sindicalista.
Mais tarde, três homens favorá-veis ao governo foram vaiados aopassar em frente à Praça do Papa,na Enseada do Suá. Manifestantesfavoráveis à saída da Presidentedisseram que foram afrontados porpetistas e chamados de fascistas.
Policiais militares da cavalariachegaram e ordenaram que os ho-
mens saíssem do local, o que foiatendido. Enquanto eles se afasta-vam, o grupo contrário queimouuma bandeira da CUT, o que foi fo-tografado e filmado por dezenasde pessoas.
Uma segunda manifestação, vin-da de Vila Velha, engrossou o pro-testo e recebeu vaias ao passar pe-lo bairro Praia da Costa. A carreatafoi impedida de usar a TerceiraPonte e usou a avenida Carlos Lin-
denberg para chegar a Vitória.O protesto se encerrou por volta
das 15 horas, quando os manifes-tantes começaram a se dispersar.Eles voltarão a se reunir, em umato nacional, na próxima sexta, 18.
THIAGO COUTINHO/AT
UMA BANDEIRA da Central Única dos Trabalhadores (CUT) foiqueimada em frente à Praça do Papa, na Enseada do Suá, por ma-nifestantes contrários ao governo federal. O ato aconteceu logoapós a expulsão de três homens que apoiavam o governo Dilma,pela cavalaria da PM. Ninguém ficou ferido.
S EC R E TÁ R I ODE ESTADO DAS EG U R A N ÇAPÚBLICA ,André Garcia,acompanhoua retirada depetistas esugeriuaplicaçãode multa.“Va m o snotificar aJustiça”,d i ss e
Presente na retirada dos petistasda praça do pedágio, o secretáriode Estado da Segurança Pública,André Garcia, disse ter havido de-sobediência por parte dos mani-festantes favoráveis ao governo esugeriu que eles tivessem de pagara multa de R$ 100 mil prevista.
“Acredito que estavam descum-prindo a ordem judicial e foram con-vidados a se retirar. Vamos notificar aJust i ça ”, afirmou Garcia, que acom-panhou todo o protesto pessoalmen-te e confessou não ter sido notificadoda decisão judicial: “Fiquei sabendoda decisão pela imprensa”.
Questionado sobre a possibilida-de de pagamento de multa, o dire-tor da Central Única dos Traba-lhadores (CUT), Max Célio deCarvalho, ironizou: “São 100 milreais! A CUT não recebe isso emum ano. Com certeza, vamos deso-cupar a área”, disse.
Max também rebateu a possibi-lidade de a CUT ser notificada pe-
la Justiça através da denúncia vin-da do secretário André Garcia.
“Vamos nos posicionar juridica-mente, mas a liminar chegou tar-diamente. Algumas militâncias nãopuderam ser comunicadas da mu-dança no cronograma”, disse o sin-dicalista, que afirma ter impedido achegada de ônibus vindos do inte-
rior do Estado, para o protesto.Antes da liminar impedindo a
manifestação no entorno da Praçado Papa, a Secretaria de Estado daSegurança Pública (Sesp) reco-mendou à CUT que não se reunis-se na praça do pedágio, caminhoda manifestação pró-impeach-ment.
Mesmo hostilizados por popula-res durante a saída da praça do pe-dágio da Terceira Ponte, os mani-festantes favoráveis ao governomantiveram sua postura gritandopalavras de ordem como o já co-nhecido “não vai ter golpe!”, quese refere à possibilidade de umprocesso de impeachment contraa presidente Dilma Rousseff.
“Tratamos como golpe porquenão há, de fato, algo de ilegal quepossa ser imputado à Presidente”,afirma o diretor estadual doPCdoB, Cláudio Machado.
Vários manifestantes prestaramapoio ao governo. Perly Cipriano,um dos fundadores do PT no Esta-do, falou do que acredita motivar apostura contrária ao partido.
“Nunca um governo fez tanto pa-ra as camadas mais pobres da po-pulação. É preciso reconhecer isso.Não queremos confronto. Quem
ameaça são os outros, que pedem avolta da ditadura militar”, disse.
Perly também criticou o uso dadata de ontem para se manifestarcontra o governo. “Dia 13 de marçode 1964 foi quando aconteceu ohistórico comício da Central doBrasil, com pautas progressistaspara os trabalhadores. Se apro-priar disso é horrível”, criticou.
Os manifestantes pró-governovoltam a se reunir na próxima sex-ta-feira e também no dia 31, ani-versário do golpe militar de 1964.
“Tratamos comogolpe porque não
há, de fato, algo de ilegalque possa ser imputadoà Presidente”Cláudio Machado, diretor do PCdoB-ES
Reportagem Especial
6 ATRIBUNA VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016
M A N I F ESTA Ç Õ ES
Políticos apostam emimpacto no CongressoPa r l a m e n ta r e scapixabas avaliam queos protestos de rua vãoinfluenciar na decisãoe acelerar processo deimpeachment de Dilma
Políticos capixabas estiverampresentes, ontem, durante amanifestação na Praça do
Papa, em Vitória. Assim como osmanifestantes, os parlamentaresacreditam que os movimentos po-pulares vão influenciar na decisãosobre o impeachment da presi-dente Dilma Rousseff (PT), que,segundo eles, não consegue maisgovernar o País.
Durante o protesto, nenhum dospolíticos que estavam no local foih o st i l i z a d o.
O vice-governador do Estado,César Colnago (PSDB), declarouque a população demonstra a von-tade de sair da crise e de mudançasna política nacional.
“O brasileiro quer voltar aostempos de inflação controlada, dedesenvolvimento, de crescimentoeconômico, e isso não se faz sem oapoio popular”, comentou.
O senador Ricardo Ferraço(PSDB) acredita que os parlamen-tares que ainda estão em dúvidasobre o impeachment vão ser in-fluenciados pelas manifestações.
“O impeachment é uma necessi-dade. A presidente Dilma perdeuas condições de governar o País.Vai impactar nos parlamentaresque ainda estão indecisos”, disse.
O deputado federal Evair deMelo (PV) afirmou que o modelodo atual governo não funcionamais. Para ele, a presidente Dilmadeveria renunciar ao cargo. “Ou aDilma pede para sair, ou teremosque tomar uma providência”.
Lelo Coimbra (PMDB), tambémdeputado federal, avalia que o im-pacto dos protestos no CongressoNacional será grande.
“O dia de hoje (ontem) trará mu-danças consideráveis daqui parafrente. Fiquei impressionado. Oimpacto da rua dentro dos parti-dos e no Congresso é muito gran-de”, argumentou.
Vereadores da Grande Vitóriatambém participaram da manifes-tação. Zezito Maio (PMDB), ve-reador da capital, quer a saída doseu partido da base governista.
“Tenho certeza de que o gover-no Dilma já acabou. Inclusive, o
meu partido, o PMDB, já deveriater deixado esse governo. Não pre-cisava dar aviso prévio na conven-ção do último sábado”, ressaltou.
Para os vereadores de Vitória Fa-bricio Gandini e Vinicius Simões,ambos do PPS, as decisões do Con-gresso precisam do respaldo po-pular. Já o vereador de CariacicaMessias Donato (PTdoB) disse quea população não tolera mais ocomportamento do governo co-mandado por Dilma.
LEONARDO BICALHO/AT
EVAIR, COLNAGO e Donato destacaram a força dos movimentos populares
Pedida punição até ao PSDBO deputado estadual tucano
Sergio Majeski chamou a atençãono protesto com a faixa pedindo aprisão de todos os políticos cor-ruptos, inclusive aqueles que fo-rem do seu partido.
Cumprimentado e aplaudidopela população que foi às ruas on-tem, Majeski focou sua presençano protesto como um pedido pelofim da corrupção.
“Claro que o PT tem muita cul-pa, mas só tirar o PT do poder nãovai resolver o problema”, opinou od e p u t a d o.
“Queremos o fim generalizadoda corrupção, queremos passar oPaís a limpo”, afirmou Majeski,que já havia deixado de participarde algumas manifestações no ano
passado devido a pauta se restrin-gir a políticos petistas.
A foto foi viralizada pelo Face-book e até a noite de ontem tinhatido mais de 233 mil visualizaçõese mais de 20 mil compartilhamen-tos na rede.
Em apoio à faixa do tucano, atéfamosos como a atriz Letícia Saba-tella e a também atriz e cineastaPetra Costa replicaram o materialna rede.
“A corrupção é institucional. Elaestá embrenhada em todos os se-guimentos e em todos os partidospraticamente. Que esse seja o pri-meiro passo, mas precisa ter conti-nuidade, senão daqui a 25 anos es-taremos pedindo impeachment deoutro presidente”, finalizou.
ACERVO PESSOAL/FACEBOOK
M A J ES K Idivulgou faixana internetpedindo aprisão de todosos políticoscorruptos,i n c l u s i veaqueles doseu partido,o PSDB, e foiaplaudido pelapopulação.Faixa viralizouna rede
Servidor que bateu ponto efoi embora chamou para ato
O ex-servidor da Câmara de Vi-tória que apareceu em vídeo baten-do o ponto e indo embora sem tra-balhar Armando Fontoura (ex-PSDB) lançou em seu perfil pessoalno Facebook um vídeo convocan-do a população a ir às ruas lutarcontra a corrupção ontem.
“Venha participar da maior ma-nifestação popular já vista, contraum governo corrupto e decadente,que usa da mentira e do medo, es-sas práticas petistas que a popula-ção está cansada”, diz o ex-tucano.
Armando encerra o vídeo con-vocando a população a se revoltarcontra a corrupção. “Venha darum basta nisso. Ou você vem ou elafica”, destacou.
Armando foi alvo de comentá-
rios dos internautas criticando aconvocação. Ele participou ontemda manifestação na Praça do Papa,mas preferiu não se pronunciar.
ACERVO PESSOAL/FACEBOOK
ARMANDO foi exonerado do cargo
CENAS DOS PROTESTOS PELO ESTADO
EM COLATINA, o protesto contra Dilma atraiucerca de 500 pessoas, vestidos de verde eamarelo, segundo a Polícia Militar.
COM APITOS, bandeiras e cartazes, cerca de200 pessoas pediram o impeachment de Dil-ma ontem às 15h30 em Linhares.
NO ESTADO,vestidos deverde e amare-lo, com carta-zes e até car-reata, 3.500pessoas foramàs ruas mos-trar a indigna-ção com Dilmae pedir o im-peachment dapresidente.
As manifes-tações ocorre-ram em Linha-res, Cachoeirode Itapemirim,Colatina e Gua-ra p a r i .
DE VERDE E AMARELO,250 manifestantes e 30carros em carreata per-correram 10 km ontem demanhã em Guarapari. Odeputado estadual Ed-son Magalhães e váriosvereadores foram tam-bém ao protesto.
EM CACHOEIRO,m an i fe s ta n te sderam apoio às10 medidas con-tra corrupção doMinistério Públi-co Federal, alémde cantar o HinoNacional e rezaro Pai Nosso.
NILO TARDIN WILTON JUNIOR ALESSANDRO DE PAULA
VINÍCIUS RANGEL
FOTOS: EDUARDO ALENCAR
Reportagem Especial
VITÓRIA, ES, SEGUNDA-FEIRA, 14 DE MARÇO DE 2016 ATRIBUNA 7
M A N I F ESTA Ç Õ ES
“Não vamos parar delutar ”, diz organizadoraEufóricos e felizes em ver uma
multidão vestindo o verde-amarelo, organizadores que
defendem a saída da presidenteDilma Rousseff disseram que oque aconteceu ontem não repre-senta o fim da luta.
Pelo contrário, a representante doFora Dilma Vitória, a médica JéssicaPolese, por exemplo, garantiu: “Nã ovamos parar de lutar. Só vamos pararquando o PT estiver fora do poder”.
Jéssica disse que os represen-tantes dos movimentos irão aguar-dar a resposta do governo aos atosde ontem para definir os próximospassos. “Agora, nós temos que co-memorar. Foi a maior manifesta-ção que o Brasil já viu, não só aquino Estado”.
O coordenador regional do Vem
pra Rua, o empresário WashingtonOlimpio, também foi enfático aodizer que a luta não acaba aqui.
“Se for preciso, nós voltaremosàs ruas. Espero que não seja neces-sário. Eu acho que a Dilma poderenunciar. E mais: Se os políticostiverem dignidade, eles abrem oimpeachment ou o Supremo Tri-bunal Eleitoral acaba cassando oPT”, acrescentou.
Ele mandou uma mensagem pa-ra os eleitores. “O recado que nósdeixamos é que não acaba aqui. Sóacaba depois das eleições. Cadaum que veio aqui hoje (ontem) le-va a responsabilidade de continuarcom essa luta e tem a responsabili-dade na hora de votar contra o PT,que acabou com o nosso País”, sa-lientou Washington Olimpio.
Para o médico Marcelo Pimen-tel, membro do Fora Dilma Vitó-ria, os manifestantes não vão pararenquanto o PT estiver no poder.
“Não vamos parar por aqui. Nãoé só derrubar o PT. É mudar a po-lítica brasileira. Enquanto eles esti-verem lá, nós estaremos nas ruas.”
E comparou: “Esta foi a maiormanifestação do Brasil. Foi maiorque o Diretas Já! Isso mostra oquanto o povo está de 'saco cheio'do PT, deste regime socialista, doMovimento dos Sem Terra”.
Para ele, a população quer o Paísde volta, com respeito às famílias,sem desemprego.
“Nosso foco é a derrubada destaditadura de esquerda que hoje co-manda o Brasil”, afirmou MarceloPimentel.
FÁBIO NUNES/AT
A MÉDICA JÉSSICA POLESE, uma das organizadoras do protesto, corre com a Bandeira Nacional: comemoração
O P I N I Õ ES
“Não vamos pararpor aqui. Não é só
derrubar o PT. É mudara política brasileira.Enquanto eles estiveremlá, estaremos nas ruas”Marcelo Pimentel, médico emembro do Fora Dilma Vitória
LEONARDO BICALHO/AT
“Demos uma aulade democracia
para o País. O recado quedeixamos é que nãoacaba aqui. Se precisar,voltaremos às ruas”Washington Olimpio, empresário ecoordenador regional do Vem pra Rua
“Vamos avaliaros reflexos dessa
grande mobilização.É preciso, agora, ficarde olho nos políticosmudando de partido”Humberto Pinto, médico emembro do Fora Dilma Vitória
PARTICIPARAM DESTA REPORTAGEM: Alessandro de Paula, Eduardo Alencar, Eliane Proscholdt, Fábio Andrade,Francine Spinassé, Nilo Tardin, Ricardo Aiolfi, Rodolpho Paixão, Vinícius Rangel e Wilton Júnior
PLENÁ[email protected]
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GALERIA
A voz do povo e a surdez do governoHá três anos, quando os estados aumentavam o valor das
passagens de ônibus, tinha início a maior onda de manifesta-ções desde o “Fora, Collor”. Ainda de forma desordenada esem foco, muitos que iam para as ruas não sabiam bem o quequeriam, mas havia uma certeza: não era só por 20 centavos.
Estava em debate o padrão dos serviços públicos, a criseeconômica, os gastos com a Copa, a permanência de corrup-tos no poder. Era confuso, mas o recado foi dado. Embora, àépoca, o governo tenha se assustado e prometido um pacotede mudanças, pouca coisa mudou e a vida seguiu.
Ontem, brasileiros voltaram às ruas para o que aponta ser amaior manifestação da história do País. Agora a pauta não éoutra a não ser a prisão de corruptos e o impeachment da Pre-sidente. Mesmo quem não concorda com os protestos admiteque a voz foi ecoada. Resta saber se, agora, ela será ouvida...
Outra manifestaçãoHá 52 anos, em 13 de março de
1964, cerca de 200 mil pessoas sejuntaram na Central do Brasil paraouvir o presidente João Goulart.
Ele defendeu as reformas de base:“Não apenas pela reforma agrária,mas pela reforma tributária, pela re-forma eleitoral ampla, pela pureza davida democrática, pela emancipação,pela justiça social e pelo progresso”.
O cartaz de MajeskiO deputado Sérgio Majeski (PSDB)
postou foto no Facebook com a ban-deira que defende nesse protesto.Nela, um recado ao juiz Sérgio Moro:
“Moro, ponha na cadeia: todos osempresários corruptos, todos os ser-vidores corruptos (incluindo juízes,promotores, etc), todos os políticoscorruptos, de todos os partidos, in-clusive do meu”. Foi elogiado.
CPI da Máfiados Guinchosouve taxistas
A CPI da Máfia dosGuinchos ouve hoje, às11h, o depoimento detrês taxistas da GrandeVitória e de um agenteda Guarda de TrânsitoMunicipal.
“Nós fomos procura-dos por um grupo de ta-xistas da Grande Vitóriaque reclamou de abu-s o s c o m e t i d o s p o ragentes da Guarda e,por isso, estamos dan-do continuidade às in-vestigações ”, disse arelatora Janete de Sá.
A jararaca foi pra ruaApós se comparar a uma jararaca, o ex-
presidente Lula foi lembrado nas ruas nãoapenas com o boneco Pixuleco, vestido depresidiário. Em quase todos os protestospelo País, manifestantes fizeram uma ser-pente com a cara do petista e desfilaram pe-las ruas. Todos pediam a prisão de Lula.
Falhas em urnas eletrônicasApós realizar teste público nas urnas eletrônicas, o Tribunal Superior Elei-
toral (TSE) detectou duas vulnerabilidades. Um dos problemas foi encontradoem urnas com áudio, destinadas a deficientes visuais. Especialistas aponta-ram a possibilidade de outra pessoa ouvir o som da urna e identificar o voto dodeficiente. Outra falha foi a possibilidade de, depois de fechada a urna, have rtroca no número de votos. O TSE vai corrigir as falhas antes das eleições.
TOMBINI NO CONGRESSOO presidente do Banco Central,
Alexandre Tombini, participa na pró-xima quinta de audiência pública naComissão Mista de Orçamento, presi-dida pela senadora Rose de Freitas.
ARTICULAÇÕES NO SULA Rede e o PMN de Cachoeiro se
reuniram na semana passada paradebater candidaturas a prefeito e achapa de vereadores.
TELHADO DE VIDROEmbora o PMDB tenha muitos de
seus líderes investigados na Lava aJato – como Renan Calheiros eEduardo Cunha –, o partido propôsuma moção de apoio às investiga-ções na convenção da legenda.
ÓLEO DE PEROBACitado na delação de Delcídio do
Amaral, o senador Aécio Neves par-ticipou dos protestos contra a cor-rupção, em São Paulo. Após ser hos-tilizado, deixou a Avenida Paulista.
APÓS AS MANIFESTAÇÕES...O que fará o Congresso?
