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Diretoria de Desenvolvimento Gerencial Programa Gestão da Logística Pública Escola Nacional de Administração Pública Contratações públicas sustentáveis: da teoria à prática

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Diretoria de Desenvolvimento GerencialPrograma Gestão da Logística Pública

Escola Nacional de Administração Pública

Contratações públicas sustentáveis: da teoria à prática

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Apostila

Contratações públicas sustentáveis: da teoria à prática

Jhéssica Ribeiro Cardoso

Brasília – 2016

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Fundação Escola Nacional de Administração Pública

Presidente Paulo Marques

Diretor de Desenvolvimento Gerencial Paulo Marques

Diretora de Formação Profissional Maria Stela Reis

Diretora de Comunicação e Pesquisa Marizaura Reis de Souza Camões

Diretor de Gestão Interna Wesley Rodrigo Couto Lira

Coordenadora-Geral de Programas de Capacitação: Marcia Serôa da Motta Brandão: Editor: Marizaura Reis de Souza Camões; Coordenador-Geral de Comunicação e Editoração: Janaína Cordeiro de Morais Santos; Revisão: Renata Fernandes Mourão, Roberto Carlos R. Araújo e Simonne Maria de Amorim Fernandes; Capa: Ana Carla Gualberto Cardoso; Editoração eletrônica: Alice Prina

Ficha catalográfica: Equipe da Biblioteca Graciliano Ramos/ENAP

___________________________________________________________________________

C21251p Cardoso, Jhéssica RibeiroContratações públicas sustentáveis: da teoria à prática / Jhéssica Ribeiro Cardoso. -- Brasília: Enap, 2016.127 p.

Programa de Gestão da Logística PúblicaISBN: XXXXXXXX

1. Administração Pública — Brasil. 2. Licitação. 3. Contrato Público. 4. Desen-volvimento Sustentável. I. Título.

CDU 35:658.715-22.316___________________________________________________________________________

© ENAP, 2016

ENAP Escola Nacional de Administração Pública

Diretoria de Comunicação e PesquisaSAIS – Área 2-A – 70610-900 — Brasília, DFTelefone: (61) 2020 3096 – Fax: (61) 2020 3178

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Papel do gerente na gestão do desempenho de equipes

Prezado Cursista,

Seja bem-vindo ao curso “Contratações públicas sustentáveis: da teoria à prática”, concebido e organizado pela Escola Nacional de Administração Pública. Logo abaixo, você encontrará informações sobre este curso.

A proposta deste material reúne elementos e informações que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo, com qualidade para alcançar os objetivos propostos. Você encontrará à sua disposição informações atuais com grande relevância para a aplicação prática do assunto, além de atividades interativas.

Espero que você possa participar e desfrutar ao máximo a partir de agora, refletindo e compreendendo a pluralidade de conhecimentos oferecidos por diversos autores, que possibilitarão ampliar seus conceitos da área de uma forma mais específica e prática. Bons estudos!

Público-alvo

Servidores públicos do Poder Executivo em geral e que tenham entre suas atribuições e atividades elaborar termos de referência, projetos básicos e editais de contratações que contenham critérios de sustentabilidade.

Objetivos de aprendizagem

Ao final do curso, o participante deverá ser capaz de:

• Compreender o que são critérios de sustentabilidade aplicados às contratações no setor público e sua utilização em termos de referência, projetos básicos, editais para aquisições de bens e contratação de obras e serviços, e elaboração de planos de gestão de logística sustentável.

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Principais tópicos

• Meio ambiente e fundamentos de avaliação de impactos

• Introdução à sustentabilidade

• Princípios das contratações públicas sustentáveis

• Critérios de sustentabilidade aplicados à licitação no setor público

• Estratégia geral de logística e gestão de logística sustentável

Metodologia

• Exposição dialogada;

• Exercícios práticos para aplicação de critérios de sustentabilidade em contratações públicas e elaboração de PLS.

Carga horária

21 horas

Organização da apostila

Com intuito de facilitar seus estudos, todo o conteúdo está organizado em Unidades e subdividas em Capítulos, abordado por meio de textos, questões para reflexão, leituras recomendadas e exercícios. Você encontrará também outros mecanismos de apoio aos estudos ao longo dos textos.

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Sumário

UNIDADE 1. MEIO AMBIENTE E SOCIEDADE....................................................................... 7

Capítulo 1. Fundamentos básicos ...................................................................................... 7

Capítulo 2. Meio ambiente e sociedade do consumo ......................................................... 9

UNIDADE 2. INTRODUÇÃO À SUSTENTABILIDADE ............................................................ 15

Capítulo 1. Sustentabilidade: conceitos e diretrizes ......................................................... 15

Capítulo 2. Desenvolvimento sustentável ........................................................................ 18

UNIDADE 3. PRINCÍPIOS DAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS SUSTENTÁVEIS .......................... 21

Capítulo 1. Conceitos e fundamentos jurídicos ................................................................ 21

Capítulo 2. Jurisprudência dos órgãos de controle ........................................................... 30

UNIDADE 4. CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE APLICADOS À LICITAÇÃO NO

SETOR PÚBLICO ............................................................................................................... 43

Capítulo 1. Critérios de sustentabilidade para bens, serviços e obras ............................... 43

Capítulo 2. Instrumento convocatório e os critérios de sustentabilidade ......................... 56

UNIDADE 5. ESTRATÉGIA GERAL DE LOGÍSTICA E GESTÃO DE LOGÍSTICA SUSTENTÁVEL .... 91

Capítulo 1. Estratégia geral de logística (EGL) ................................................................... 91

Capítulo 2. Planos de gestão de logística sustentável (PLS) .............................................. 93

Capítulo 3. O alcance dos PLS ........................................................................................ 118

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................................................... 123

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Unidade 1. Meio ambiente e sociedade

A unidade 1, meio ambiente e sociedade, ou módulo 1, em sua aula, tem como objetivo formar e consolidar uma base de conhecimentos relativos ao meio ambiente e a sociedade moderna. Vamos nos pautar nos estudos de Luis Enrique Sánchez, famoso engenheiro e economista de recursos naturais e do desenvolvimento, que, em uma de suas obras mais conhecidas, tratou minunciosamente sobre meio ambiente e avaliação de impactos ambientais.

No material, há indicação de leituras complementares. Lembre-se que a apostila é um guia e não substitui a leitura das fontes.

Capítulo 1. Fundamentos básicos

Talvez você esteja cansado de iniciar cursos com todo aquele breve contexto histórico ou com aquela famosa contextualização sobre um determinado assunto, correto?

Bom, por mais maçante que pareça, essas informações básicas são cruciais para iniciar um estudo ou uma pesquisa. No nosso caso, pretende-se apresentar os fundamentos básicos sobre o assunto, para irmos direto ao ponto. Saber, de fato, o que interessa. Vamos lá, então?

Quais serão as principais ideias abordadas neste capítulo?

• Conceito de ambiente

• Cultura e patrimônio cultural

• Poluição

• Degradação ambiental

• Impacto ambiental

• Aspecto ambiental

• Recuperação ambiental

Primeiro, é preciso ter bem esclarecido em mente que, enquanto não compreendermos a dinâmica do meio ambiente e nos reeducarmos para esta sensibilização e conscientização, muito provavelmente não sairemos do lugar; não avançaremos muito nesses objetivos.

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Portanto, para iniciar, leia um trecho do Rubens Lessa a respeito:

“Uma das maiores contradições de hoje – salientei – é o lamentável fato de que, enquanto o homem moderno se preocupa com a preservação da floresta amazônica e dos jacarés do pantanal, não dá a devida atenção a seu próprio corpo. Preocupa-se com a poluição do ar, dos rios e com a devastação dos recursos da natureza, mas continua poluindo o próprio corpo com coisas que o levam, gradativamente, à destruição. A melhor estratégia em favor da ecologia começa pelo respeito de você mesmo” (LESSA, 1990).

O que Lessa nos ensina é a necessidade de que você olhe para você mesmo como o “animal” mais importante. No entanto, ele não deixa de lado a importância que tem toda a estrutura das comunidades no ecossistema, mas busca demonstrar que você é o seu próprio meio ambiente. E essa é uma questão crucial para uma mudança cultural da sociedade.

Para Sánchez (2008), o termo “ambiente” é amplo, maleável, multifacetado. Pode se referir à natureza e também pode incluir a sociedade em sua perspectiva. Existem várias definições, bastante similares entre diversos países. Uma boa definição de “ambiente é o meio de onde a sociedade extrai os recursos essenciais à sobrevivência e os recursos demandados pelo processo de desenvolvimento socioeconômico”. O ambiente é o meio de vida. É o recurso ambiental, aquele capaz de fornecer recursos físicos e, ainda, prover serviços e desempenhar funções de suporte à vida.

Ambiente são os componentes da Terra, que inclui terra, água, ar, camadas da atmosfera, matéria orgânica e inorgânica e organismos vivos e todos os sistemas naturais que estão em interação. Portanto, homem faz parte do ambiente. O homem é o meio ambiente.

Mais adiante falaremos bastante sobre a necessidade de uma mudança cultural ou de uma quebra de paradigmas quanto às questões relacionadas ao meio ambiente e à sociedade, principalmente quanto às formas de produção e consumo. Daí a necessidade de compreender rapidamente o conceito de cultura.

Cultura é o oposto ou complemento de natureza. É o conjunto de valores e objetivos compartilhados pelas comunidades. Atualmente, emprega-se bastante o conceito de patrimônio cultural para identificar bens materiais imóveis que constituem algum interesse cultural e/ou natural para a sociedade.

O conceito de poluição é importante porque comumente é a forma empregada para indicar o resultado de uma ação humana negativa ao ambiente. E está correto. Para Sánchez (2008) “poluir é profanar a natureza, sujando-a”. Logo, poluir é introduzir no meio ambiente alguma matéria ou energia que afete negativamente quaisquer formas de vida. Já a degradação ambiental, conceito muito próximo ao de poluição, diz respeito à perda da qualidade ambiental. É uma alteração adversa (negativa) das características do ambiente.

Portanto, a degradação ambiental é uma forma de impacto ambiental negativo. Só existe degradação quando há um efeito adverso na qualidade do meio.

Quando falamos da diferença entre a futura e provável situação de um indicador ambiental e sua situação presente, temos o conceito de impacto ambiental. Em outras palavras, é

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qualquer modificação do meio ambiente, positiva ou negativa, que resulte, no todo ou em parte, de atividades, produtos e serviços de uma organização.

O impacto ambiental pode ser causado por uma ação antrópica que implique, por exemplo, na supressão de certos elementos do ambiente, inserção de certos elementos no ambiente e, ainda, sobrecarga – introdução de fatores de estresse.

Aspecto ambiental é um termo empregado pela Norma ISSO 14.001 para definir elementos das atividades, produtos ou serviços da organização e que podem interagir com o meio ambiente. Pode-se compreender melhor por meio da ilustração:

Figura 1 - Impactos ambientais

Fonte: adaptado de SÁNCHEZ (2008).

Finalmente, a recuperação ambiental consiste na “aplicação de técnicas de manejo visando tornar um ambiente degradado apto para um novo uso produtivo, desde que sustentável”. Existem termos relacionados como a recuperação de áreas degradadas quando relacionada a ambientes terrestres, restauração, reabilitação, revitalização, requalificação, remediação, entre outras. O objetivo é buscar a condição próxima da inicial por meio de ações corretivas do dano causado.

Agora que você já compreende melhor esses conceitos e definições, como um conjunto básico de fundamentos em meio ambiente, vamos partir para uma visão mais sistêmica desse conjunto, até poder compreender claramente a problemática ambiental no próximo capítulo.

Capítulo 2. Meio ambiente e sociedade do consumo

No capítulo anterior, você compreendeu que o recurso ambiental pode fornecer recursos físicos ao homem, além de prover serviços e desempenhar funções de suporte à vida, isto é, tudo aquilo que a sociedade precisa para se desenvolver. Agora, você será capaz de entender melhor a problemática ambiental pela ótica da sociedade do consumo, que tem inicio com a modernização da sociedade.

O advento da globalização, impulsionado por meio do desenvolvimento técnico científico dos meios de comunicação e transporte, alterou a dinâmica dos processos produtivos, resultando em um modelo predatório e consumista de produção e consumo. As transformações ocorridas na vida do homem e em suas interações com o meio ambiente, resultantes da revolução industrial, alteraram também as condições da saúde humana e ocasionaram uma terrível crise ambiental (CARDOSO, 2014).

Essa crise ambiental resultou em danos ambientais como a poluição do ar, terra e água e suas respectivas implicações para a saúde humana, por meio do aumento do risco de exposição tóxica e o comprometimento da qualidade de vida dos ecossistemas (FURIE; BALBUS, 2012). Para Dalla Rosa (2011), é necessário inserir aspectos como a educação, a

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economia e a sociedade para renovar os instrumentos de gestão em um novo modelo de desenvolvimento.

Produção e consumo

Você conhece “A história das coisas”? É um documentário que apresenta o ciclo de vida das coisas que a sociedade compra baseada no atual modelo de produção e consumo.

Cerca de 50% a mais do que existe disponível em recursos naturais na Terra são utilizados para sustentar o atual estilo de vida da sociedade. A grande problemática é que raramente o consumidor é capaz de enxergar esse ciclo além da etapa da compra e do uso, ou seja, a produção, destinação, reutilização não são efetivamente conhecidos pela sociedade, como se ela não tivesse responsabilidade sobre essas fases na história das coisas.

Figura 2 - Modelo de Produção e Consumo

Fonte: Vídeo A História das Coisas

É nesse cenário que a sociedade fortalece os padrões insustentáveis de produção e consumo, pois produz de modo inadequado aquilo que pensa que necessita consumir por um curto espaço de tempo, degradando o meio ambiente, os recursos naturais e gerando uma quantidade absurda de resíduos sólidos, efluentes e poluição atmosférica.

“Para alterar todo este cenário de degradação, é necessário que os governos e a sociedade busquem romper com esse modelo de produção e consumo para um novo modelo mais sustentável. É preciso questionar a real necessidade da compra e do consumo, bem como considerar os fatores sociais, econômicos e ambientais nas tomadas de decisão relacionadas ao consumo” (BRASIL, 2013).

Segundo o IPEA (2011), os padrões buscam garantir a qualidade ambiental para manter a vida selvagem e garantir a vida humana no planeta, bem como proteger a saúde e o bem-estar da população, assegurando o desenvolvimento das atividades econômicas. Assim, os padrões de produção e consumo sustentáveis devem levar em consideração todas as etapas do ciclo de vida da produção dos bens e serviços e os impactos que podem causar relacionados, por exemplo, à emissão de fontes poluidoras que gerem danos na qualidade do ar, dos solos e recursos hídricos, interfiram na flora e fauna, além dos impactos.

Para o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), consumo sustentável é forma de utilização dos bens e serviços que atendam às necessidades básicas,

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proporcionando uma melhor qualidade de vida, ao passo que minimizam o uso dos recursos naturais e materiais tóxicos, a geração de resíduos e a emissão de poluentes durante todo ciclo de vida do produto ou do serviço. Dessa forma, os impactos ou riscos às necessidades das futuras gerações serão mitigados.

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, em 2002, na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável, por meio do balanço da Rio 92, foi aprovado o Plano de Johanesburgo. Esse plano propôs a elaboração de um conjunto de programas, com duração de dez anos (10 Years Framework Program), para que apoiassem e pudessem fortalecer iniciativas regionais e nacionais de promoção de mudanças nos padrões de consumo e produção. Assim, em 2003, teve início o Processo de Marrakesh, “concebido para dar aplicabilidade e expressão concreta ao conceito de Produção e Consumo Sustentáveis (PCS)” (Pla, 2002).

No cenário brasileiro, Almeida (2014) explica que o poder público, enquanto grande consumidor, tem incentivado a sustentabilidade por meio de ações que incluem critérios de sustentabilidade nas aquisições e contratações públicas. Algumas das principais iniciativas serão apresentadas nas próximas unidades, como a Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P).

É importante esclarecer que uma das ações do Plano de Produção e Consumo Sustentáveis para cumprir a agenda ambiental brasileira são as compras públicas sustentáveis. Observe a Figura 3 abaixo que apresenta as forças-tarefa de implementação de produção e consumo sustentáveis:

Figura 3 – Forças-tarefa de implementação de produção e consumo sustentáveis (PCS)

Fonte: Unep, 2009.

“O programa A3P é considerado um marco indutor desse processo e, desde 1999, tem buscado ampliar a discussão sobre o tema. Mais recentemente, por meio da A3P, o Governo Federal tem promovido capacitações dos gestores públicos, com o intuito de ampliar o volume de compras com critério de sustentabilidade. A A3P também é uma das ações prioritárias do Plano de Ação para Produção e Consumo Sustentáveis

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(PPCS) que tem por objetivo fomentar dinâmicas e ações no presente, e também no médio e no longo prazos, que mudem o atual paradigma de produção e consumo, contribuindo significativamente para o desenvolvimento sustentável da sociedade brasileira” (ALMEIDA, 2014).

Para não finalizar

Veja a iniciativa do WWF para conscientização ambiental: https://www.youtube.com/watch?v=j-l8GvMCir4.

“A coincidência da data do início da nova campanha do WWF-Brasil não poderia ser mais emblemática: o Dia da Árvore (21 de setembro). Criado pela agência DM9DDB, o comercial ‘Money’ tem como objetivo conscientizar a po-pulação quanto ao fato de que pequenas ações isoladas, tanto positivas como ne-gativas, podem dar início a um efeito cascata de proporções planetárias. Usando técnicas de animação e a música “Money, Money (makes the world goes arou-nd)”, do musical Cabaré - estrelado na década de 1970 por Liza Minelli - o filme foi criado por Rodolfo Sampaio, Julio Andery e Arício Fortes. Para produzi-lo, reuniu-se um elenco de primeira linha, todos trabalhando gratuitamente neste alerta quanto aos riscos da degradação ambiental.

“Há uma urgência em fazermos algo pelo nosso planeta. Então, o WWF-Bra-sil procurou a agência DM9, na busca de uma solução criativa para passar essa mensagem. Eles se entusiasmaram com a ideia, mobilizaram parceiros e doaram a realização do filme, contribuindo assim para o nosso trabalho e com o meio ambiente. Levamos um certo tempo para nivelar as expectativas e as ideias so-bre como passar essa inter-relação entre o que ocorre nas escalas local, regional, global, sem fronteiras, as causas e os efeitos, sendo o ser humano o ator central de tudo o que ocorre no nosso planeta. O filme capturou esse espírito de maneira exemplar. É um filme que trata de tema muito sério, a degradação ambiental, porém é lúdico, positivo, aponta a responsabilidade do homem, seu papel, e tam-bém soluções, pois ainda há tempo”, comenta a secretária-geral do WWF-Brasil, Denise Hamú.

(...) Da mesma forma que a animação, a trilha também desempenha papel fundamental na trama, tendo sido escolhida pelo seu tom teatral - em um cres-cendo, a música vai pontuando a história e mesmo para quem não compreende a letra em inglês, ela cria uma sensação de ciclo e, ao mesmo tempo, de urgência. A sugestão para que fosse usada foi de Sampaio, que, ao lembrar da trilha de Cabaré, percebeu que ela poderia dar o tom ideal à campanha. A música “Mo-ney, Money” teve direitos de uso cedidos pelas editoras Warner Chappell e Uni-versal Music Publishing Group, que também se engajaram na causa da WWF. A intenção é mostrar que, se por um lado, o dinheiro é a mola do mundo, que o desenvolvimento sustentável, feito de forma a preservar os recursos naturais do planeta, proporciona avanços imensuráveis à humanidade; por outro lado, o comportamento inverso pode ter consequências dramáticas:

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“A cobiça, a busca inconsequente apenas pelo lucro pode ser devastadora e seus reflexos surgem cada vez mais rapidamente, mais próximos de nós. Quando falamos de problemas ambientais, queimadas, o nível dos oceanos subindo, po-luição, desmatamento, temos a tendência de achar que é um problema abstrato, que está longe de nós. Mas a verdade é que está cada vez mais próximo. Na tosse que leva milhares aos hospitais no inverno pela má qualidade do ar, no mar tomando o calçamento e chegando às fundações de prédios na orla de Pernam-buco, no risco de extinção de animais que conhecemos na nossa infância e que nossos netos talvez nem venham a conhecer”, compara Rodolfo Sampaio.

(...) “Enfim, a mensagem é: ‘faça alguma coisa pelo planeta’. Porque se não, você não vai ter planeta. Ainda há tempo. Cuide, ajude, incentive, ensine. Afilie-se ao WWF-Brasil. Tudo que você fizer em prol da sua casa, que é a Terra, vai voltar para você” conclui Sergio Valente, presidente da DM9DDB”.

Fonte: http://www.wwf.org.br/index.cfm?uNewsID=9460

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Unidade 2. Introdução à sustentabilidade

Cursista, esta unidade apresenta conceitos fundamentais para a boa compreensão do assunto que visa desenvolver conhecimentos dos participantes sobre os fundamentos do desenvolvimento sustentável para sua aplicação em Contratações Públicas Sustentáveis.

Capítulo 1. Sustentabilidade: conceitos e diretrizes

A grande problemática ambiental, e em específico, relacionada ao modelo de produção e consumo adotado pelos países no mundo, proporcionou discussões visando encontrar soluções. Parte desse debate resultou na publicação do trabalho “Limites do crescimento”, de autoria do Clube de Roma, em 1972, durante a Conferência sobre Meio Ambiente na cidade de Estocolmo, Suécia.

Na sequência, nos anos de 1974 e 1975, importantes discussões abriram espaço para assuntos como ecodesenvolvimento (com a Declaração de Cocoyok, no México,) e modos de utilização dos recursos naturais (relatório Dag-Hammarskjold). Veja, abaixo, fragmentos de texto do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (BRASIL, 2014a) a respeito da sustentabilidade:

“A definição de sustentabilidade busca relacionar a conciliação do desenvolvimento com a conservação ambiental e a construção da equidade social, disseminada por meio do Relatório Brundtland (World Commission on Environmental and Development) “Nosso Futuro Comum” (CMMAD, 1987) e pela Agenda 21 (ONU/UNCED, 1992).

(...) é baseada na necessidade de se garantir a disponibilidade dos recursos da Terra hoje, assim como para as novas gerações que virão. Isso só será possível por meio de uma gestão que contemple a proteção ambiental, a justiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado das sociedades.

Significa que não basta reduzir a pressão sobre os recursos naturais; deve-se, ainda, garantir a igualdade de oportunidades para todos os cidadãos e a prosperidade dos setores produtivos, permitindo que as nações se desenvolvam de forma equilibrada,

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com o apoio dos governos, em um cenário em que são atores fundamentais e atuam como indutores de mudanças para o estabelecimento de um novo modelo de desenvolvimento” (BRASIL, 2010).

A sustentabilidade é dinâmica e se aperfeiçoa com o tempo, melhorando não como um padrão mutável. Portanto, a sustentabilidade implica em mudança de paradigmas. Seu conceito em si pode ser algo extremamente complexo e difícil de definir.

Dimensões de Sustentabilidade

Considerando que a sustentabilidade é perfeitamente mutável, buscando equilibrar o que é socialmente desejável, economicamente viável e ecologicamente sustentável, assume-se que ela pode incorporar várias dimensões e atributos. Veja, a seguir, alguns exemplos de Dimensões da Sustentabilidade que não se esgotam aqui:

“Sustentabilidade social: entendida como processo de desenvolvimento em que o crescimento está a serviço da construção de uma sociedade com maior equidade na distribuição de renda e bens, de modo a reduzir as diferenças entre ricos e pobres. Promoção de processos participativos.

Sustentabilidade econômica: considerada possível mediante alocação mais eficiente dos recursos públicos e privados, avaliada em termos macrossociais e não apenas pelo critério de rentabilidade empresarial de caráter microeconômico. Abordagem integrada de planejamento e de gerenciamento.

Sustentabilidade ecológica: dada pela capacidade de suporte dos ecossistemas, pela redução do uso de recursos não renováveis, pela redução da emissão de resíduos, pelo equilíbrio no consumo de recursos naturais entre países ricos e pobres, pela pesquisa de tecnologias menos poluidoras, de baixo custo e eficientes, tanto para o meio rural quanto para o meio urbano e, finalmente, é dada pelas normas adequadas que visem à proteção do ambiente, desenvolvimento e adoção de sistemas de monitoramento.

Sustentabilidade espacial: dirigida para a obtenção de uma configuração rural-urbana mais equilibrada e melhor distribuição territorial dos assentamentos humanos e das atividades econômicas. Promoção de equidade entre diferentes regiões geográficas.

Sustentabilidade cultural: inclui a procura de raízes endógenas de processos de modernização e de sistemas agrícolas integrados, processos que busquem mudanças dentro da continuidade cultural e que traduzam o conceito normativo de ecodesenvolvimento em um conjunto de soluções específicas para o local, o ecossistema, a cultura e a área” (BRASIL, 2008).

Para Freitas, a sustentabilidade “é o princípio constitucional que determina, independentemente de regulamentação legal, com eficácia direta e imediata, a responsabilidade do Estado e da sociedade pela concretização solidária do desenvolvimento

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material e imaterial, socialmente inclusivo, durável e equânime, ambientalmente limpo, inovador, ético e eficiente, no intuito de assegurar, preferencialmente de modo preventivo e precavido, no presente e no futuro, o direito ao bem-estar físico, psíquico e espiritual, em consonância homeostática com o bem de todos” (Freitas, 2011).

Atributos de sustentabilidade

“Os atributos de sustentabilidade devem considerar a aferição de lucros, o bem-estar das pessoas e os limites do planeta. Embora comumente os critérios de sustentabilidade sejam divididos de forma genérica, chamados de “verdes”, “ecológicos”, “ambientais” e “sociais”, há maneiras mais específicas que ajudam o gestor e o técnico engajados a refletir com mais discrição e clareza. Os atributos de maior destaque na literatura sobre compras sustentáveis, tanto empresariais quanto públicas, são os seguintes: ambientais, diversidade, segurança, direitos humanos e compras de pequenas empresas locais” (BETIOL et al., 2012).

No Manual de Compras Sustentáveis da Fundação Getúlio Vargas (FGV) são apresentados os seguintes atributos de sustentabilidade para CPS:

Ambientais:

• usar avaliação de ciclo de vida para verificar impactos ambientais de produtos e embalagens;

• reduzir o material de embalagens;

• incentivar a concepção de produtos recicláveis ou reutilizáveis;

• considerar a toxicidade de materiais e produtos, matéria-prima renovável, eficiência energética, uso de água, redução de emissões de gases e desperdícios;

Diversidade

• comprar empresas pertencentes a mulheres e a minorias, como quilombolas e indígenas;

Segurança

• garantir o transporte seguro de insumos e produtos;

• garantir que as instalações dos fornecedores sejam operadas com segurança;

Direitos humanos

• visitar instalações dos fornecedores para garantir que eles não estejam usando trabalho análogo ao escravo;

• assegurar que os fornecedores cumpram com as leis de trabalho infantil;

• solicitar aos fornecedores que paguem um salário digno.

Compras de pequenas empresas locais

• comprar a micro e pequenas empresas;

• comprar a fornecedores locais.

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Práticas, critérios e diretrizes de sustentabilidade

Foi o Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, que regulamentou o art. 3º, “caput”, da Lei nº 8.666/93, estabelecendo critérios, práticas e diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional e pelas empresas estatais dependentes.

De acordo com o art. 2º do decreto, a administração pública federal direta, autárquica e fundacional e as empresas estatais dependentes poderão adquirir bens e contratar serviços e obras considerando critérios e práticas de sustentabilidade objetivamente definidos no instrumento convocatório, conforme o disposto neste decreto.

Critérios são os parâmetros utilizados nas contratações públicas que levem em consideração o menor impacto ambiental, econômico ou social. As práticas de sustentabilidade são as técnicas para se realizar uma atividade, ações ou iniciativas, comumente de rotina, que se têm ao utilizar os recursos naturais e materiais, impactando menos o meio ambiente. Voltaremos a esse assunto na Unidade 4 e você poderá entender melhor e terá alguns exemplos à sua disposição.

Quanto às diretrizes de sustentabilidade, elas são fixadas no art. 4º da norma, de forma exemplificativa, com o intuito de realizar as contratações sustentáveis:

I – menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;

II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;

III – maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;

IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;

V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;

VI – uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; e

VII – origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens, serviços e obras.

Capítulo 2. Desenvolvimento sustentável

Direito fundamental ao desenvolvimento sustentável

Toda a discussão sobre os modelos de produção e consumo nos países, bem como os impactos causados por tais modelos, culminaram em várias tratativas e planos de melhorias na forma de explorar os recursos, surgindo, nesse cenário, o conceito de desenvolvimento sustentável: o desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades.

Esse conceito, no plano nacional, não é ignorado e se traduz como um direito fundamental. Fica evidente que a proteção do meio ambiente para as atuais e futuras gerações é um dever do Estado e da coletividade, por meio da previsão desse direito na Constituição Federal de 1988, em curto, médio e longo prazo (GOMES, 2013). Desse modo, não deve o Estado postergar ações ou políticas públicas estratégicas que reduzam os impactos sobre o meio ambiente causados, principalmente, pelas ações humanas.

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“O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações” – Ministro Celso de Mello (ADI 3540 MC, 2005).

Para Barbosa (2008), o desenvolvimento sustentável deve ser visto como um processo de aprendizagem social de longo prazo e direcionado por políticas públicas orientadas por um plano de desenvolvimento nacional, viabilizando a participação social e atendendo aos anseios da coletividade.

“É, portanto, na busca de um novo modelo de desenvolvimento equilibrado que surge o conceito de desenvolvimento sustentável, principalmente a partir da Rio-92, como aquele que considera a necessidade de equilibrar as condições ecológicas com as econômicas, garantindo a evolução perpétua da humanidade que se sustente ao longo do tempo com a sucessão das gerações” (STEFANUTO; HENKES, 2013).

Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável

Um dos mandatos para que os Estados Membros da ONU construíssem foi uma nova agenda ambiental, durante a Conferência Rio+20, realizada no Rio de Janeiro em 2012. A proposta seria ampliar, entre outras, as experiências e boas práticas dos Objetivos do Milênio (ODM).

A nova agenda ambiental para o desenvolvimento sustentável (pós 2015) é chamada Agenda 2030 e é formada pelos programas, ações e diretrizes que devem orientar as Nações Unidas e os países-membros em busca do desenvolvimento sustentável. O documento que forma a agenda propõe 17 objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) e 169 metas correspondentes para serem realizadas entre 2016 e 2030.

Além dos ODS propostos na agenda, o documento visa ainda estabelecer os meios de implementação para concretizar tais objetivos e de suas metas, por intermédio de financiamento para o desenvolvimento, transferência de tecnologia, capacitação técnica e comércio internacional.

Foi na Cúpula das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável 2015, em Nova York, que os chefes de Estados deram início à adoção da agenda, de modo que os líderes do mundo anunciaram seu compromisso inequívoco com o desenvolvimento sustentável e com a materialização do “futuro que queremos”.

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Em especial, um objetivo interessa bastante a essa matéria de contratações sustentáveis: o Objetivo 12 que trata de “assegurar padrões de produção e de consumo sustentáveis”, buscando “12.1 implementar o Plano Decenal de Programas sobre Produção e Consumo Sustentáveis, com todos os países tomando medidas, e os países desenvolvidos assumindo a liderança, tendo em conta o desenvolvimento e as capacidades dos países em desenvolvimento” e “12.7 promover práticas de compras públicas sustentáveis, de acordo com as políticas e prioridades nacionais” (ONU, 2015).

Para conhecer mais sobre o assunto, acesse o documento da Agenda 2030: http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/noticias/transformando-nosso-mundo-a-agenda-2030-parao-desenvolvimento-sustentavel.

Para não finalizar

Recomendam-se as seguintes leituras complementares.

• Blueprint para uma Economia Verde. David Pearce; Markandya Anil; e Edward B. Barbier (1989).

• Mudando o rumo: uma perspectiva empresarial global sobre desenvolvimento e meio ambiente. Stephan Schmidheiny; e o WBCSD (1992).

• Do berço ao berço. William McDonough; e Michael Braungart (2002).

• Para o bem comum: o redirecionamento da Eeconomia para comunidade, meio ambiente e futuro sustentável. Herman Daly; e John Cobb (1989).

• Gaia. James Lovelock (1979).

• A globalização e os seus malefícios. Joseph Stiglitz (2002).

• Primavera silenciosa. Rachel Carson (1962).

• Estratégia para a sustentabilidade. Adam Werbach (2009).

• A economia verde. Joel Makower (2009).

• Indicadores de sustentabilidade: medindo o imensurável? Simon Bell; e Stephen Morse (1999).

• Valor sustentável. Chris Lazlo (2008).

• O colar da economia verde. Van Jones (2008).

• A vantagem da sustentabilidade. Bob Willard (2002).

• Triple bottom line. Andrew Savitz; e Karl Weber (2006).

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Unidade 3. Princípios das contratações

públicas sustentáveis

Capítulo 1. Conceitos e fundamentos jurídicos

Cursista, inicie seus estudos lendo o trecho do texto abaixo que trata da Exposição de Motivos Interministerial n° 104/MP/MF/MEC/MCT, de junho de 2010.

“2. Com referência às modificações propostas na Lei n° 8.666/93, é importante ressaltar que a mesma contempla diretrizes singulares para balizar os processos de licitações e contratação de bens e serviços no âmbito da administração pública. A norma consubstancia, portanto, dispositivos que visam conferir, sobretudo, lisura e economicidade às aquisições governamentais. Os procedimentos assim delineados são embasados em parâmetros de eficiência, eficácia e competitividade, em estrita consonância aos princípios fundamentais que regem a ação do setor público.

3. Paralelamente, impõe-se a necessidade de adoção de medidas que agreguem ao perfil de demanda do setor publico diretrizes claras atinentes ao papel do Estado na promoção do desenvolvimento econômico e fortalecimento de cadeias produtivas de bens e serviços domésticos. Nesse contexto, torna-se particularmente relevante a atuação privilegiada dos setores públicos, com vistas à instituição de incentivos à pesquisa e inovação que, reconhecidamente, consubstanciam poderosos efeitos indutores ao desenvolvimento do país.

6. A modificação do caput do artigo 3° visa agregar as finalidades das licitações ao desenvolvimento econômico nacional. Com efeito, a medida consigna em lei a relevância do poder de compra governamental como instrumento de promoção do mercado interno, considerando-se o potencial de demanda de bens e serviços domésticos do setor público, o correlato efeito multiplicador sobre o efeito de atividade, a geração de emprego e renda e, por conseguinte, o desenvolvimento do país. É importante notar

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que a proposição fundamenta-se dos seguintes dispositivos da Constituição Federal de 1988: (i) inciso II do artigo 3°, que incluiu o desenvolvimento nacional como um dos objetivos fundamentais da República Federal do Brasil; (ii) incisos I e VIII do artigo 170, atinentes à organização da ordem econômica nacional, que deve observar, entre outros princípios, a soberania nacional e a busca do pleno emprego; (iii) artigo 174, que dispõe sobre as funções a serem exercidas pelo Estado, como agente normativo e regulador da atividade econômica; e (iv) artigo 219, que trata de incentivos ao mercado interno, de forma a viabilizar o desenvolvimento cultural e socioeconômico, o bem-estar da população e a autonomia tecnológica do país” (Exposição de Motivos Interministerial n° 104/MP/MF/MEC/MCT, 2010)

Para Valente (2011), a EMI reflete as principais razões que ensejaram a alteração da Lei Geral de Licitações na busca pela sustentabilidade nas compras governamentais, de forma a alterar o modelo de produção e consumo adotado pela sociedade moderna.

Contratações públicas sustentáveis

O consumo insustentável dos recursos do planeta causou uma série de danos ambientais como: aquecimento global e mudanças climáticas, chuva ácida, acumulação de substâncias perigosas no ambiente, degradação das florestas, perda da biodiversidade, poluição e a escassez de água, entre outros (BRASIL, 2013).

Segundo o MP (BRASIL, 2010), em 1992 a Conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro, estabeleceu um plano de ação para promover o desenvolvimento sustentável, conhecido como Agenda 21, o qual buscou estratégias para as nações reduzirem consideravelmente ou eliminarem padrões insustentáveis de produção e consumo.

Como consequência dessas discussões, as compras verdes sugiram no cenário mundial, de modo intenso na Cúpula Mundial sobre Desenvolvimento Sustentável de Johanesburgo, em 2002, impulsionando as autoridades públicas a promoverem políticas de contratação pública que pudessem favorecer o desenvolvimento e a difusão de mercadorias e serviços favoráveis ao meio ambiente (BRASIL, 2010).

As compras verdes ou compras públicas sustentáveis (CPS) são ferramentas que buscam solucionar, por meio da integração de considerações e critérios ambientais e sociais, os estágios do processo de aquisições e contratações do governo, reduzindo impactos à saúde ambiental e direitos humanos (BIDERMAN et al., 2008; ROSSATO; VAN BELLEN, 2011).

“Uma compra pública sustentável buscaria integrar critérios ambientais, sociais e econômicos a todos os estágios desse processo de licitação. O comprador público considerará a necessidade real de adquirir; as circunstâncias em que o produto visado foi gerando, levando ainda em consideração os materiais e as condições de trabalho de quem o gerou” (MENEGUZZI, 2011).

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Segundo o MP (BRASIL, 2013), as CPS permitem o atendimento das necessidades específicas dos consumidores finais por meio da compra do produto que oferece o maior número de benefícios para o meio ambiente e a sociedade, promovendo:

• promoção da proteção socioambiental;

• economia de dinheiro ao observar todos os custos associados ao ciclo de vida do produto/serviço a adquirir;

• oportunidade de promover a inovação para a economia verde e inclusiva;

• movimentação do mercado, estímulo à economia e aumento da competitividade de empresas em mercados futuros, criando novos negócios e aumentando o número de postos de trabalho;

• promoção do desenvolvimento local;

• melhores produtos e serviços, trazendo benefícios diretos para a população usuária dos serviços públicos, como resultado de novas ideias e padrões no mercado, que poderão, em seguida, ser fornecidos de maneira mais eficiente e eficaz e com um menor preço;

• descobertas científicas e tecnológicas resultantes de processos de inovação podem ajudar a solucionar alguns dos principais desafios sociais, como saúde e bem-estar, segurança alimentar, agricultura sustentável, energia limpa e eficiente, transporte sustentável e integrado, alterações climáticas e eficiência no uso de recursos naturais;

• instrumento para melhorar a eficiência organizacional do governo, permitindo melhor tomada de decisão sobre aquisições e contratações;

• ganho reputacional e de imagem por atuar ativamente na proteção socioambiental;

• cumprimento da legislação;

• atração e engajamento de colaboradores que veem a preocupação socioambiental como um diferencial; e

• aumento da conscientização sobre temas socioambientais pela comunidade local.

As CPS priorizam a eficiência e redução do desperdício, resultando em economias para o consumidor, e melhoram a imagem da autoridade pública, refletindo responsabilidade à coletividade, e demonstram que seus líderes são ambientalmente, socialmente e economicamente eficientes como gestores públicos. Arantes (2008) explica o seguinte:

“Uma contratação pelo menor preço nem sempre será a contratação mais econômica quando se verificam os custos que estão envolvidos na utilização e no desfazimento do bem, como é o caso dos produtos adquiridos que possuem maior impacto ambiental. Produtos como esses eventualmente implicarão gastos públicos para a sua inutilização e descarte ou para a eliminação/redução dos danos ambientais decorrentes da sua utilização, sem que esses custos tenham sido considerados no momento da licitação.

(...)

Adquirir produtos ‘verdes’ ou de menor impacto ambiental representa obter a contratação mais econômica, ainda que eventualmente não seja o menor preço

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disponível no mercado quando comparados com produtos ‘não verdes’ que, embora possam ser considerados similares, carecem de atributos fundamentais para atender ao interesse da administração de preservação do meio ambiente e do bem-estar social, que são objetivos maiores da atuação estatal, previstos na Constituição Federal.

Urge, portanto, uma nova interpretação dos conceitos de eficiência e economicidade das compras governamentais, que leve em consideração esta visão de longo prazo, de modo que a licitação não se restrinja à busca do menor preço, considerando apenas o momento da contratação, e possa servir como instrumento de política pública para a preservação do meio ambiente e para o desenvolvimento econômico sustentável.

Além da promoção do desenvolvimento sustentável favorecendo a conservação dos recursos naturais e a qualidade do meio ambiente, o Estado será capaz de promover a melhoria da qualidade de vida, incentivando arranjos produtivos locais e se alinhando às diretrizes e prioridades das políticas públicas de combate às desigualdades sociais e regionais, e de inclusão e geração de trabalho e renda” (ARANTES, 2008).

Dessa forma, por meio das contratações públicas sustentáveis, o Estado participa do mercado como consumidor e regulador, utilizando-se do poder de compra como instrumento de justiça social. A partir do uso do poder de compra, o Estado passa a incentivar a produção de bens, serviços e obras sustentáveis, de modo que as compras públicas tornam-se um instrumento de fomento de novos mercados, gerando emprego e renda, e servem para preparar a economia nacional para a competição internacional em uma área considerada estratégica no novo cenário econômico mundial (ARANTES, 2008).

CPS como política pública

As políticas públicas auxiliam na escolha racional e coletiva das prioridades dos interesses públicos (BUCCI, 2002). São, portanto, ferramentas de intervenção do Estado na sociedade para promover o bem-comum. Por meio das políticas públicas, o Estado pode realizar os fins previstos na Constituição Federal, atendendo aos direitos fundamentais que necessitam de iniciativas estratégicas para serem alcançados.

Para Ferreira (2012), o poder público deve estimular e incentivar as ferramentas de gestão ambiental das empresas, para irem além do simples atendimento de normas, buscando incorporar em sua missão o real comprometimento com critérios sustentáveis de produção. Nesse contexto, as CPS visam utilizar o poder de compra do Estado para propiciar uma postura sustentável das empresas ao fornecerem seus produtos e serviços de modo que se adequem aos interesses públicos, incluindo o meio ambiente ecologicamente equilibrado (FINGER, 2012).

“As inovações introduzidas pela Lei nº 12.349/2010 e que alteraram a Lei de Licitações e Contratos, notadamente quanto à inserção, no artigo 3º, caput, de mais uma finalidade da licitação - ‘a promoção do desenvolvimento nacional sustentável’ – e traduz a atuação do Estado que objetiva instrumentalizar o processo licitatório de modo a efetivar políticas públicas de preservação ao meio ambiente, consagrando um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil” (FINGER, 2012).

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Para BIM (2011), a preocupação da Lei nº 8.666, de 1993, com respeito ao ambiente, vai além da exigência isolada de uns artigos legais, mas integra uma política pública de proteção ao meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Aspectos jurídicos das CPS

D’amico (2009) orienta a definição e o planejamento de ações a longo prazo para consolidação da sustentabilidade em seus aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais, para que as futuras gerações possam, também, usufruir de condições dignas de vida e seus interesses atendidos.

Segundo o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), a implantação de CPS por normas ou outros atos administrativos é um grande exemplo de instrumento público (BRASIL, 2010). Para Biderman et al. (2008), é fundamental que os governos percebam que a compra sustentável é um instrumento à sua disposição para implementar medidas concretas para o desenvolvimento sustentável.

Para Valente (2011), o Marco Legal das CPS inicia-se em 2010, com as inovações legais promovidas pela redação do art. 3º, caput, da Lei nº 8.666, de 1993, por meio da Lei nº 12.349, de 15 de dezembro de 2010, obrigando os entes da Federação a realizarem compras sustentáveis.

Contudo, é importante reconhecer outros marcos que contribuíram para o processo das CPS à luz da Constituição Federal e outros mecanismos de políticas públicas que já absorviam a ideia sobre a possibilidade de licitações de cunho socioambiental (FINGER, 2012; GOMES, 2013).

“A aplicação imediata dos direitos fundamentais é reforçada pelo conteúdo do próprio preâmbulo da Constituição Federal de 1988, de seu art. 3º e de outras passagens de seu texto (CF, arts. 6º, 23, 170, 1960, 205, 208, 215, 225, 227, entre outros), os quais bem demonstram o perfil transformador e futurista do Estado Democrático e Social de Direito, a exigir dos poderes públicos ações positivas voltadas para assegurar a todos uma existência digna, conforme os ditames da justiça” (GOMES, 2013).

A Constituição Federal de 1988, em seu art. 170, estabelece o princípio da ordem econômica fundamentando a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental de produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação (BARKI, 2014). No art. 225, é estabelecido que todos têm direito ao meio ambiente equilibrado ecologicamente, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações (SILVA; BARKI, 2012).

A Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998) estabelece sanções para infratores de normas ambientais como a impossibilidade de contratar com a administração por até três anos, corroborando com a importância e necessidade de promoção da sustentabilidade na administração pública. A Política Nacional do Meio Ambiente (Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981) também já deixava incumbido ao poder público o dever de preservar o meio ambiente.

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Outros atos normativos possibilitaram a inclusão de critérios preferenciais na contratação de objetivos coerentes com a preservação do meio ambiente e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável (Lei nº 12.349, de 2010), de modo que o Estado fique obrigado a priorizar a aquisições de bens ou contratação de obras com fundamentos no desenvolvimento ético e ambiental.

O art. 3º da Lei nº 8.666/93 passou a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e da seleção da proposta mais vantajosa para a administração em suas licitações, incluindo a sustentabilidade. Portanto, o poder público não pode adquirir produtos ou contratar serviços que resultem em danos ao meio ambiente, que vão ao desencontro do interesse público quando do direito ao meio ambiente equilibrado ecologicamente (BARKI, 2014).

A Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009 (Política Nacional de Mudanças do Clima), por exemplo, estabelece critérios de preferência nas licitações para economia de energia, água e recursos naturais, com produtos mais eficientes. Já a Política Nacional dos Resíduos Sólidos (Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) favorece esses entendimentos para a promoção da produção e consumo sustentável de bens e serviços, orientando as formas de gerenciamento de resíduos e as formas que podem mitigar seus impactos, resultantes das ações humanas.

Portanto, o Estado deve utilizar a licitação como uma ferramenta com fins regulatórios, permitindo a realização de compras dos melhores produtos e serviços pelo menor preço, incluindo ainda a defesa do meio ambiente como um dos princípios fundamentais da atividade econômica.

“A licitação sustentável se sujeita à mesma premissa: quando da definição das características técnicas do objeto, a administração deve adotar nível de detalhamento compatível com o atendimento das suas necessidades, inserindo os critérios ambientais pertinentes, aos quais as propostas de todos os licitantes deverão necessariamente atender, sob a pena de desclassificação” (GOMES, 2013).

Marco normativo

Tabela 1 - Marco Normativo ANO MARCO NORMATIVO

1981 Política Nacional e Meio Ambiente (PNMA) (Lei 6.938/81)Estabelece diversos requisitos que podem ser interpretados como orientadores para as CPS, como os artigos 2º, 4º e 13.

1988 Constituição da República Federativa do BrasilEstabelece os princípios da licitação (art. 37), direitos sociais (art. 6º) e do trabalhado (art. 7º), bem como os princípios que regem a ordem econômica (art. 170) e o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado (art. 255), aspectos esses que devem ser considerados para as CPS.

1983 Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93)Define as regras para as contratações públicas, e, entre elas, já se encontravam no texto original da lei de alguns requisitos socioambientais.

1994 Alterações da Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.883/94)Inclui a dispensa de licitação para contratação de instituições sem fins lucrativos, destinadas à recuperação social do preso e para a contratação de associação de portadores de deficiência física (sem fins lucrativos).

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1998 Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998)Prevê, entre as sanções penais e administrativas para as pessoas físicas e jurídicas que cometam crimes contra o meio ambiente, a proibição de contratar com o poder público (art. 10).

Decreto nº 2.783/1998Proíbe aquisição de produtos ou equipamentos que contenham substâncias que destroem a camada de ozônio (SDO), pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal.

Lei nº 9.660/1998Estabelece que, na aquisição ou locação de veículos leves para a frota oficial da administração pública, deve-se exigir unidades movidas a combustíveis renováveis.

1999 Programa da Agenda Ambiental na Administração Pública (A3P)É criado o Programa da A3P com o objetivo de inserir critérios de sustentabilidade no cotidiano da administração pública. Um dos cincos eixos da A3P é justamente a Licitação Sustentável.

2000 Decreto nº 3.330/2000Estabelece a meta de 20% de redução do consumo de energia elétrica nos prédios públicos até dezembro de 2002.

2001 Estatuto da Cidade (Lei nº 10.257/2001)Estabelece entre suas diretrizes gerais a adoção de padrões de produção e consumo compatíveis com os limites de sustentabilidade ambiental, social e econômica do município (art. 2º, VIII) e a adequação dos gastos públicos para investimentos que privilegiem o bem-estar geral (art. 2º, X).

2002 Agenda 21 BrasileiraInclui, entre as estratégias relacionadas à produção e consumo, avaliações periódicas sobre o desempenho ambiental das compras públicas (Estratégia 3, item 3.4).

2003 Emenda Constitucional nº 42/2003Acrescenta, ao princípio da ordem econômica da defesa do meio ambiente (art. 170, VI), a possibilidade de ‘’tratamento diferenciado conforme impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação’’.

2006 Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas (Lei- Complementar nº 123/2006)Institui o tratamento diferenciado e favorecido para micro e pequenas empresas em licitações públicas.

2007 Recomendação nº 11 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)Recomenda a inclusão do tripé da sustentabilidade nas compras do CNJ.

2008 Portaria MMA nº 61/2008Estabelece práticas de sustentabilidade ambiental para as compras do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 02/2008Disciplina a contratação de serviços pela administração pública federal e traz diversos critérios ambientais e sociais que devem ser observados, descrevendo detalhadamente as exigências ambientais para a contratação de serviços de limpeza.

2009 Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC) (Lei nº 12 12.187/2009)Estabelece a preferência nas contratações públicas para propostas que propiciem maior economia de energia, água e outros recursos naturais e a redução da emissão de gases de efeito estufa e de geração de resíduos (art. 6, XII).

Portaria MMA nº 43/2009 e Portaria MS nº 1.644/2009Vedam a utilização e a aquisição de quaisquer produtos e subprodutos que contenham asbestos/amianto em sua composição no âmbito dos Ministérios do Meio Ambiente (MMA) e da saúde (MS).

Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) (Lei nº 11.947/2009)Estabelece que no mínimo, 30% dos recursos financeiros repassados pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) deverão ser utilizados para aquisição de gêneros alimentícios diretamente de agricultores familiares para a merenda escolar (art.14).

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2010 Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 01/2010Primeiro Marco Regulatório significativo para CPS no Governo Federal. Dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras pela administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (Lei nº 12.305/2010)Estabelece a prioridade, nas contratações públicas, ‘’para produtos reciclados e recicláveis’’ e para ‘’bens’’, serviços e obras que considerem critérios compatíveis com padrões de consumo social e ambientalmente sustentáveis’’ (art. 7º, XI ‘’a’’ e ‘’b’’).

Alterações da Lei de Licitações e Contatos (Lei nº 12.349/2010)Segundo marco significativo para CPS. Inclui no art. 3º da Lei nº 8.666/93 o desenvolvimento nacional sustentável entre os princípios da licitação; inclui a possibilidade de conferir-se margem de preferência para produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam às normas técnicas brasileiras (art. 3º, 5º).

Acórdão TCU nº 1260/2010 – Segunda CâmaraLicitante questiona a inobservância de critérios de sustentabilidade em licitação para contratação de serviços de clipping para o Ibama. O tribunal de Contas da União (TCU) acata as justificativas do Ibama, porém recomenda a averiguação do atendimento de critérios ambientais na administração pública.

TI Verde (Portaria SLTI/MPOG nº 02/2010)Dispõe sobre as especificações-padrão de bens de Tecnologia da Informação no âmbito da administração pública federal e inclui critérios de sustentabilidade em quatro das sete especificações de equipamentos de TI.

2011 Acórdão TCU nº 1752/2011 – PlenárioRelatório da auditoria operacional realizada pelo TCU em decorrência do Acórdão nº 1260/2010. O relatório constata, entre outras ocorrências, a falta de integração entre as políticas públicas relacionadas à sustentabilidade ambiental na administração pública e a baixa adesão às CPS entre as 71 instituições auditadas.

Plano de Ação para a Produção e Consumo Sustentáveis (PPCS)Inclui CPS como prioridade do primeiro ciclo do plano e define metas para essa ação.

Regime Diferenciado de Contratações Públicas (RDC) (Lei ´nº 12.462/2011)Institui o Regime Diferenciado de Contratações Públicas para as Olimpíadas de 2016, Copa das Confederações de 2013, Copa do Mundo de 2014 e para as obras do PAC e inclui diversos critérios de sustentabilidade para essas contratações.

2012 Decreto de Sustentabilidade na Administração Pública (Decreto nº 7.746/2012)Marco regulatório mais significativo para CPS no Governo Federal. Regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666/1993, estabelece diretrizes para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas contratações realizadas pela administração pública federal, e institui a Comissão Interministerial de Sustentabilidade na Administração Pública (Cisap).

Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) (Decreto nº 7.775/2012)Em 2012, foi acrescentada ao PAA a modalidade de compra institucional, possibilitando a aquisição, por dispensa de licitação, de produtos da agricultura familiar.

Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 10/2012Torna obrigatória, no âmbito do Governo Federal, a elaboração de planos de gestão de logística sustentável.

Fonte: Brasil, 2014.

Panorama das CPS

Dados do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (Comprasnet, 2012) apontaram que as compras governamentais dos órgãos da administração direta, autárquica e fundacional movimentaram R$ 72,6 bilhões na aquisição de bens e serviços por meio de 231,8 mil processos, levando-se em consideração todas as modalidades de contratação. Desse montante, as compras sustentáveis responderam por cerca de R$ 40 milhões, representando

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0,1% do total gasto e 1.481 processos de aquisições (0,6%), entre os quais R$ 426 mil foram adquiridos por meio de dispensa/inexigibilidade de licitação.

Segundo os relatórios gerenciais do Governo Federal, na comparação de 2012 em relação a 2010, os gastos do governo com essas compras cresceram 236%, utilizando o pregão eletrônico como a principal modalidade de contratação.

Em relação ao porte, as micro e pequenas empresas (MPEs) aumentaram sua participação nas licitações sustentáveis. Em 2010, esse segmento empresarial forneceu esses bens para os órgãos públicos federais, somando gastos da ordem de R$ 6,6 milhões. Em 2011, as contratações junto às MPEs representaram R$ 10,4 milhões, resultando num crescimento de 56% em relação à 2010.

Em 2012, os micro e pequenos fornecedores venderam para o Governo Federal bens econômico, social e ambientalmente responsáveis por meio de licitações que atingiram a cifra de R$ 22,4 milhões. Esse montante representou um crescimento de 116% em relação ao ano anterior. No comparativo entre 2012 e 2010, as MPEs apresentaram um crescimento nas licitações sustentáveis da ordem de 237%.

De acordo com o Painel de Compras do Governo Federal, as compras sustentáveis da administração direta aumentaram entre o período de 2011 a 2015. Os dados detalhados envolvendo fundações, autarquias e outros tipos de filtros podem ser consultados em http://paineldecompras.planejamento.gov.br/:

• 2011: o número de contratos com itens sustentáveis foi da ordem de 0,16%, entre 5.703 contratos somando R$ 9.426.597.374,30. Foram realizados 40.022 processos de compras, em que as compras com itens sustentáveis corresponderam a 0,51%.

• 2012: o número de contratos com itens sustentáveis foi da ordem de 0,22%, entre 7.659 contratos somando R$ 14.825.166.930,40. Foram realizados 40.669 (R$ 20.633.011.123,97) processos de compras, em que as compras com itens sustentáveis corresponderam a 0,73%.

• 2013: o número de contratos com itens sustentáveis foi da ordem de 0,24%, entre 8.218 contratos somando R$ 14.237.637.856,70. Foram realizados 36.595 (R$ 20.329.820.460,23) processos de compras, em que as compras com itens sustentáveis corresponderam a 0,88%.

• 2014: o número de contratos com itens sustentáveis foi da ordem de 0,08%, entre 8.238 contratos somando R$ 13.567.497.870,50. Foram realizados 34.788 (R$ 21.820.700.924,86) processos de compras, em que as compras com itens sustentáveis corresponderam a 0,91%.

• 2015: o número de contratos com itens sustentáveis foi da ordem de 0,13%, entre 6,731 contratos somando R$ 14.605.136.651,80. Foram realizados 27.967 (R$ 17.853.324.211,38) processos de compras, em que as compras com itens sustentáveis corresponderam a 0,95%.

Apesar de o valor das compras sustentáveis ainda não parecer representativo entre o número de contratações do governo, é importante levar em consideração que os dados disponíveis estão relacionados às compras efetuadas com a utilização de código de um item sustentável do Catálogo de Materiais do Governo Federal (CATMAT). Isso representa, de

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certa forma, um desvio do atual potencial de compras com critérios de sustentabilidade da administração pública, quando órgãos realizam suas licitações utilizando códigos genéricos do catálogo (que não são específicos, ou sustentáveis).

Para entender melhor, basta estimar que as CPS somam cerca de 50 milhões dos gastos das compras, e que, no entanto, um órgão como o Ministério da Educação, por meio do FNDE, já chegou a comprar R$ 2 bilhões em itens com critérios de sustentabilidade (mesas, ar condicionado, uniformes, livros, ônibus escolar etc.) e que não são contabilizados.

Capítulo 2. Jurisprudência dos órgãos de controle

Antes de expor parte da jurisprudência dos órgãos de controle sobre as contratações públicas sustentáveis, é importante apresentar alguns aspectos relevantes e de interesse dos Tribunais de Contas do Brasil:

“Considerando a inquestionável importância da Amazônia, dos demais biomas brasileiros e de sua riquíssima biodiversidade para a existência e manutenção da vida em todas as suas formas, e das presentes e futuras gerações, sobretudo em tempos de mudanças climáticas,

Reconhecendo que o real progresso e crescimento econômico somente são possíveis por meio do desenvolvimento ecologicamente sustentável, que seja também social e economicamente justo,

Considerando a necessidade de os governos nacional, estaduais, distrital e municipais agirem de forma integrada, preventiva, precautória e eficaz para cumprir as obrigações internacionais e nacionais de proteção do meio ambiente,

Conscientes do papel fundamental dos Tribunais de Contas, instituições preventivas por excelência, para a adequada formulação e execução de políticas governamentais relativas à gestão pública ecologicamente sustentável e para a implantação da “Economia verde”, por meio do controle contábil, orçamentário, financeiro e, agora, ambiental das contas públicas,

Considerando que o conceito de “Contas públicas” é, simultaneamente, intrageracional e intergeracional, devendo incluir os impactos ambientais a serem sofridos pelas futuras gerações,

Convencidos de que as auditorias ambientais, para serem adequadas e eficazes, exigem alto grau de conhecimento especializado, não apenas das ameaças ambientais e dos impactos sociais e econômicos de projetos e empreendimentos públicos e privados, mas também dos instrumentos técnico-científicos necessários para o correto exame de conformidade e de desempenho ambientais (...)” (BRASIL, 2010, p. 1).

Aprovaram, assim, a Carta da Amazônia durante o I Simpósio Internacional sobre Gestão Ambiental e Controle de Contas Públicas, entre 16 e 19 de novembro de 2010, em Manaus/AM, que possui as seguintes diretrizes para os tribunais:

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“1. Os Tribunais de Contas do Brasil devem orientar sua atuação no sentido de agregar valor à gestão ambiental, produzindo conhecimento e perspectivas, impulsionando os governos a agir de forma preventiva e precautória, garantindo efetividade às normas internacionais, constitucionais e legais de proteção do meio ambiente.

2. O controle das contas públicas das diversas esferas governamentais deve considerar a competência comum relacionada à proteção do meio ambiente, o que leva à necessária colaboração entre os Tribunais de Contas, nos vários níveis de organização do Estado brasileiro, com intercâmbio contínuo de conhecimento e atuação conjunta, quando indicada.

3. Os Tribunais de Contas deverão promover o estudo das orientações da Organização Internacional de Instituições Superiores de Auditoria (Intosai) e de outros organismos internacionais, buscando a harmonização dos métodos e padrões de auditoria ambiental utilizados no país, adaptando-os, quando necessário, às realidades regionais e locais.

4. Para que os Tribunais de Contas cumpram seu papel constitucional em relação à proteção do meio ambiente, é imperativo que incluam as questões ambientais em todas as dimensões das auditorias de sua competência, capacitando continuamente os profissionais e proporcionando-lhes meios adequados para sua atuação.

5. Os Tribunais de Contas envidarão esforços para criar e manter Grupos de Trabalho permanentes ou extraordinários, formados por profissionais da área ambiental das diversas Cortes brasileiras, para continuar o diálogo iniciado no I Simpósio Internacional sobre Gestão Ambiental e Controle de Contas Públicas, buscando a produção e o intercâmbio de conhecimento técnico-científico especializado” (BRASIL, 2010, p. 2).

Fica evidente que os órgãos de controle externo, por meio dessa iniciativa em que elencaram alguns compromissos dos tribunais com o meio ambiente, buscariam incentivar e fiscalizar as ações dos governos em relação às questões ambientais, para que pudessem agregar proteção ambiental ao desenvolvimento econômico e tecnológico do país. Nesse sentido, como você poderá observar futuramente, entre 2010 e 2016, o entendimento desses órgãos tem mudado quanto à gestão ambiental e às CPS.

O Tribunal de Contas da União (TCU)

A missão do TCU é aprimorar a administração pública em benefício da sociedade por meio do controle externo, conforme previsto no plano estratégico do tribunal para os anos de 2015 a 2021.

No âmbito de CPS, o tribunal busca zelar pela observância de todos os princípios do art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993, levando em consideração a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. Além disso, contribui para o fortalecimento das políticas de produção e consumo sustentável, por meio de medidas educativas e corretivas.

Desse modo, os órgãos de controle, especialmente os tribunais de conta, estão se sensibilizando paulatinamente no entendimento de que os critérios de sustentabilidade

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visam a assegurar que, na contratação de bens, serviços ou obras por parte da APF, seja selecionada a proposta mais vantajosa entre aquelas que cumpram os padrões de qualidade socioambiental aplicáveis.

Se entre 2010 e 2011 as principais decisões e acórdãos da corte de contas mostravam-se mais resistentes quanto à utilização dos critérios de sustentabilidade nas contratações públicas, nos últimos anos notou-se um amadurecimento nesse assunto (entre 2014 a 2016). Veja alguns dos principais acórdãos do Tribunal de Contas quanto ao aspecto da sustentabilidade nas licitações públicas:

2013

Acórdão Nº Item

1929 9.5. dar ciência à Fundação Oswaldo Cruz de que: 9.5.1. de acordo com a jurisprudência desta Corte, a exigência de apresentação do certificado EPEAT na categoria Gold, sem permissão de comprovação, por outros meios, de atendimento aos critérios pretendidos pela administração, constitui restrição indevida ao caráter competitivo da licitação e fere o princípio da isonomia, por se tratar de certificação excessivamente rigorosa que, por ser emitida somente nos Estados Unidos da América, privilegia as empresas que atuam no mercado americano.Acórdãos nº 2.584/2010, nº 2.403/2012 e nº 508/2013 – plenário.

1305 (...) A representante alegou, em síntese, que o edital traria exigências restritivas à competitividade do certame ao exigir o selo PROCEL para equipamentos e ao vedar a participação de empresas em consórcio. No que respeita ao uso do selo PROCEL, o relator registrou que não observara no caso concreto qualquer restrição à competitividade derivada da utilização desta específica certificação... Nesse diapasão, e de forma a não frustrar a iniciativa com futuros questionamentos, sugeriu que, em outras oportunidades, a universidade passe a especificar os equipamentos com as características de eficiência pretendida, sem vinculá-los a certificações específicas.

1550 Conforme decidido pelo Acórdão nº 1317/2013-Plenário, este Tribunal não compartilha do entendimento de que o critério para favorecer a promoção do desenvolvimento nacional sustentável, instituído como um dos objetivos das licitações públicas pela Lei nº 12.349/2010, possa ser definido discricionariamente caso a caso, nem de que a vedação a produto estrangeiro seja uma forma razoável de fixá-lo. 2. Na mesma esteira, de modo geral e objetivo, o Poder Executivo federal vem editando decretos para estabelecer a margem de preferência de produtos nacionais sobre estrangeiros, sem proibir que haja concorrência entre ambos.

1317 É ilegal o estabelecimento de vedação a produtos e serviços estrangeiros em edital de licitação, uma vez que a Lei nº 12.349/2010 não previu tal situação; e 9.1.2. é ilegal o estabelecimento, por parte de gestor público, de margem de preferência nos editais licitatórios para contratação de bens e serviços, sem a devida regulamentação via decreto do Poder Executivo federal, estabelecendo os percentuais para as margens de preferência normais e adicionais, conforme o caso e discriminando a abrangência de sua aplicação.

1687 14. Não há ilegalidade na exigência de laudos e certificados de conformidade, desde que essa exigência não venha a prejudicar a competitividade do certame licitatório e/ou direcionar o resultado da licitação a favor de determinada empresa.15. O posicionamento desta Corte de Contas é pacifico, no sentido de ser facultado à Administração a exigência de determinada norma como critério de qualificação técnica.16. Esta exigência está afeta ao poder discricionário do administrador e deve ser acompanhada de parecer técnico devidamente justificado, que evidencie a aplicação de norma, em especial, nos casos em que a aplicação desse regramento reduza a competitividade do certame (Acórdãos TCU Plenário nº 1.608/2006, nº 2.392/2006, nº 555/2008, nº 1.846/2010).

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61 9.5. dar ciência ao [...] de que a exigência de certificado de conformidade de produtos às normas da ABNT, conforme requisitado na alínea "h" do item 6.3 do Edital do Pregão Presencial nº 007/2010, deve ser acompanhada de justificativa plausível e fundamentada em parecer técnico no bojo do processo, sob pena de infringir os princípios que norteiam o procedimento licitatório e de contrariar a jurisprudência deste Tribunal (Acórdãos nº 2392/2006, nº 2378/2007, nº 555/2008 e nº 1846/2010-TCU-Plenário e nº 7737/2011-2ª Câmara).

2995 Peço vênias para discordar, em parte, da análise da Secex-PB. De fato, entendo adequado o exame da unidade técnica ao pontuar que careceu de justificativa a exigência exclusiva de certificados, ante a faculdade de apresentação de outros meios de atestação de conformidade da origem da madeira. Por outro lado, não estou convicto que a obrigatoriedade da apresentação de atestado de certificação ambiental tenha, peremptoriamente, frustrado a concorrência da licitação. Perante a vasta legislação ambiental vigente, em especial a que disciplina o correto manejo florestal, entendo que as empresas moveleiras, em sua maioria, possuem condições de atender a tal exigência, uma vez que a procedência legal da madeira é situação sine qua non para produzirem, sob pena de serem punidas nos termos da lei.A título de ilustração, colecionei os principais normativos que, diretamente ou indiretamente, abordam a questão: - Lei nº 6.938/1981 - Política Nacional do Meio Ambiente; - Lei nº 9.605/1998 - Sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente; - Lei nº 11.284/2006 - Gestão de florestas públicas para a produção sustentável; - Lei nº 12.651/2012 - Proteção da vegetação nativa; - IN Ibama nº 112/2006 - Licença para transporte e armazenamento de produtos e subprodutos florestais; - Resolução CONAMA nº 411/2009 - Procedimentos para inspeção de indústrias consumidoras e transformadoras de produtos e subprodutos florestais madeireiros de origem nativa. Soma-se, a isso, o fato de a Administração não poder ignorar a nova redação dada pela Lei nº 12.349/2010 ao art. 3º da Lei de Licitações, que coloca a sustentabilidade como parte do problema a ser considerado nas contratações públicas. Sobre essa obrigação, julgo que ao exigir "atestado de certificação ambiental quanto à madeira utilizada", a UFCG, na condição de consumidor final, cumpre seu papel na busca do uso sustentável das florestas brasileiras; ao mesmo tempo em que contribui, diretamente, com a Política Nacional do Meio Ambiente, no que concerne "à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico" (art. 4º, inciso I, da Lei nº 6.938, de agosto de 1981). A propósito, considero que, nesse aspecto, a administração pública pode contribuir fortemente para a preservação do meio ambiente. Com influência expressiva na economia nacional, as compras governamentais mostram-se importantes indutoras da política ambiental brasileira.Assim, avalio que, considerando o rigor da legislação ambiental vigente, para o correto manejo florestal no Brasil, e ante as informações trazidas aos autos, a exigência ora questionada não foi fator decisivo para a restrição a competitividade do certame.

5937 As questões motivadoras das ressalvas relativamente às contas... são (peça 50, p. 23): ( . . . ) j) adoção parcial de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens e contratação de serviços ou obras.

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4050 ALEGAÇÃO AFASTADA:Assevera que a exigência de apresentação de idêntica documentação em mais de um envelope, mesmo que avaliada em instantes distintos, fere o princípio da razoabilidade, o que demanda a intervenção do TCU.Afirma que tal exigência contribui para o aumento de custo a ser suportado pelo interessado em participar da licitação e que há o incentivo ao desperdício de papel, em ofensa ao art. 3º, caput, da Lei nº 8.666/1993, que dispõe que a licitação se destina a garantir o desenvolvimento nacional sustentável.Alega que esta Corte, ao permitir esse excesso não razoável de papel, deixa de estimular a Administração Pública a buscar soluções que contribuam para a preservação do meio ambiente e a gestão adequada e racional de recursos materiais.Aduz que não essa exigência, além de não ter sido motivada, não se traduz em nenhuma vantagem ou necessidade para a [...]. Análise: (...)Ademais, só haveria que se falar em desperdício de papel se a apresentação de uma mesma documentação mais de uma vez não tivesse nenhuma utilidade ou propósito, o que não é o caso, pois a separação da documentação entre envelopes 1 e 2 visa a facilitar o trabalho da comissão de licitação e dar mais transparência ao certame. Outrossim, a recorrente não demonstrou que o custo decorrente da confecção dessa documentação seria excessivo, a ponto de restringir a competitividade do certame, o qual contou com a participação de 13 sociedades de advogados (peça 4). Sendo assim, permanece não caracterizada a irregularidade suscitada pela representante.

8482 Em relação à aquisição de canetas esferográficas, o edital assim especificou o produto: "tipo ecológica, corpo plástico composto de polipropileno e material reciclado." Entretanto, foi aceita proposta que não comprovou o atendimento dessa exigência (peça 2, p. 24 e 99). 9. De se destacar que, nos termos do item 24.2 do edital, a seguir transcrito, cabia ao pregoeiro exigir a comprovação desses requisitos de sustentabilidade ambiental, o que não ocorreu: A comprovação do disposto no item 24.1 e seus incisos poderá ser feita mediante apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências editalícias.Acórdão: (...) 11. Nessa linha, acato a proposta da unidade técnica, no sentido de que cabe ao órgão providenciar a anulação dos atos de aceitação das propostas, bem como os deles decorrentes, referentes aos itens do certame aqui tratados.

5804 1.7.1. ao órgão que adote critérios de sustentabilidade na aquisição de bens, materiais de tecnologia da informação, bem como na contratação de serviços ou obras, conforme disposto na Decisão Normativa/TCU nº 108/2010, na Instrução Normativa nº 1/2010 e na Portaria nº 2/2010, ambas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

7416 1.8. dar ciência à [...], acerca das seguintes situações: 1.8..1. não adoção integral das normas de sustentabilidade ambiental nas aquisições de bens e serviços, conforme informação do item 2.6 do Relatório de Avaliação da Gestão da CGU nº 201203617, o que afronta o art. 5º da IN nº 01/2010 da SLTI.

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691 RECOMENDAÇÃO DO CONTROLE INTERNO: "Recomendação 1: Adote procedimentos administrativos com vistas a criar grupo de trabalho, com a participação da assessoria jurídica da unidade, para estudar e propor formas de inserção dos critérios de sustentabilidade ambiental nas futuras aquisições de bens e serviços; Recomendação 2: Inclua, nos futuros editais, cláusula que estabeleça critérios de sustentabilidade ambiental, em atendimento aos artigos 1º e 5º, incisos I a IV da IN-SLTI nº 1/2010". 216. PARECER TÉCNICO: No Relatório de Gestão a entidade deveria apresentar, por meio do Quadro 137, a avaliação objetiva acerca da aderência da UJ em relação à adoção de critérios de sustentabilidade ambiental na aquisição de bens, contratação de serviços ou obras, tendo como referência o Decreto nº 5.940, de 25 de outubro de 2006, e a Instrução Normativa-SLTI/MPOG nº 1, de 19 de janeiro de 2010. 217. Como é notório, cada vez mais a sociedade participa (e exige a participação) de movimentos em prol da sustentabilidade ambiental. E a Administração Pública não pode, nem deve, deixar de inserir esse tipo de critério para escolha das aquisições a serem realizadas ou dos serviços a serem contratados. Nesse sentido, as chamadas licitações sustentáveis constituem importante instrumento a ser adotado pelas entidades públicas para, utilizando seu significativo poder de compra, induzir o setor produtivo a adotar processos de produção ambientalmente mais sustentáveis. 218. É importante destacar que a realização desse tipo de licitação tem pleno amparo normativo, a começar da própria Constituição Federal (arts. 170, inciso VI, e 225), passando por Acordos Internacionais (Agenda 21), Leis Ordinárias (Política Nacional de Mudança do Clima-Lei nº 12.187/2009, Política Nacional de Resíduos Sólidos-Lei nº 12.305/2010), cabendo registrar que a própria Lei nº 8.666/1993, com a alteração promovida pela Lei nº 12.349/2010, fez constar explicitamente do seu art. 3º que um dos objetivos da licitação é a promoção do desenvolvimento nacional sustentável.219. O Tribunal, atento a essa questão, avaliou, por meio de Auditoria Operacional realizada pela Secex-8, as ações da Administração Pública Federal, resultando no Acórdão nº 1.752/2011-TCU-Plenário, sendo uma das conclusões da Unidade Técnica abaixo transcrita:257. Verifica-se, portanto, que existe um desperdício do potencial de economia e sustentabilidade no consumo e no gasto da Administração Pública. Os resultados são mais esporádicos e isolados, não alcançando o potencial global existente, pois dependem muito mais de ações pessoais de cada gestor do que de uma agenda institucionalizada de Governo. A auditoria constatou que existem ações isoladas que representam boas práticas, mas elas ainda não têm se multiplicado em todo o Governo. Portanto, apesar do compromisso brasileiro de atuar pela sustentabilidade, essa missão não tem sido desempenhada a contento dentro da própria Administração Pública, o que demonstra uma dissociação entre o discurso e a prática. 220. Como se verifica, a adoção de práticas sustentáveis pelo setor público ainda é incipiente. Como esse é um processo que sofre conseqüências das fragilidades internas das entidades, como falta de pessoal, carência de recursos financeiros e capacitação ou mesmo falta de prioridade das instituições, o atendimento das medidas em questão deve ser buscado de maneira contínua, conjunta e coordenada. 221. Diante desse quadro, considerando as manifestações do [...] recomendações da CGU, considera-se desnecessário que esta Corte de Contas adote qualquer providência complementar.

3241 1.8. Dar ciência à […] que: 1.8.1. a não adoção de critérios de sustentabilidade ambiental na realização de licitações contraria o art. 3º da Lei nº 8.666/1993 e a Instrução Normativa SLTI nº 01/2010.

5804 1.7. Recomendação:1.7.1. ao [...] que adote critérios de sustentabilidade na aquisição de bens, materiais de tecnologia da informação, bem como na contratação de serviços ou obras, conforme disposto na Decisão Normativa/TCU nº 108/2010, na Instrução Normativa nº 1/2010 e na Portaria nº 2/2010, ambas da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

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2014

Acórdão Nº Item

1225 (...) 10. Relativamente à exigência de laudos/certificados do Inmetro ou outro laboratório credenciado por ele, que garantem que os móveis atendem às normas específicas da ABNT, tratou-se de exigência de habilitação técnica, que passou a ser cobrada do licitante provisoriamente classificado em primeiro lugar. Objetivou garantir um padrão de qualidade e assegurar perfeito funcionamento do mobiliário, com comprovação de estabilidade, ergonomia, resistência e durabilidade dos itens a serem adquiridos. Cabe à administração exigir qualidade em seus fornecimentos, com vistas a evitar desperdício de dinheiro público. Essa exigência atende ao interesse público e não se mostra desmedida ou desarrazoada. (...) 13. Ressalto que a jurisprudência deste Tribunal tem se inclinado a aceitar a aplicação de determinada norma técnica como critério de qualificação técnica, desde que se faça acompanhar das razões que motivaram essa decisão, com base em parecer técnico devidamente justificado, que evidencie a necessidade de aplicação de norma que reduza a competitividade do certame. (Acórdãos do plenário nº 1608/2006, 2392/2006, 555/2008, 1846/2010 e nº 1687/2013).

7120 1.7.1. dar ciência ao Comando-geral de Operações Aéreas sobre a necessidade de cumprimento das recomendações constantes do Relatório de Auditoria de Gestão nº 9/2012 da Secretaria de Economia e Finanças da Aeronáutica, em especial as seguintes:1.7.1.6. orientar e fiscalizar suas unidades jurisdicionadas consolidadas sobre a necessidade da adoção de critérios de sustentabilidade ambiental, inclusive mediante a definição de critérios específicos nos instrumentos convocatórios das aquisições de bens e das contratações de obras e serviços, nos moldes estabelecidos na Instrução Normativa MP nº 1, de 19 de janeiro de 2010.

711 1.7.2. dar ciência à [...] de que: 1.7.2.5. a realização de processo de licitação sem a observância de critérios de sustentabilidade ambiental contraria o disposto na Instrução Normativa SLTI/MP nº 1/2010.

7383 1.8. Dar ciência à Embaixada do Brasil em Santiago que a avaliação da aderência aos critérios de sustentabilidade ambiental é aplicável e deve ser efetuada de acordo com a legislação vigente do país onde está situada a Unidade Jurisdicionada.

186 20.2. Assiste razão à Controladoria Regional da União em realçar a não adoção da referida medida de sustentabilidade ambiental, pois o art. 6º do Decreto nº 5.940/2006, de 25 de outubro de 2006, é expresso em preceituar que os órgãos e entidades da administração pública federal direta e indireta devem implantar a separação dos resíduos recicláveis descartados, na fonte geradora, destinando-os para a coleta seletiva solidária. 20.3. Não obstante, a falha em comento não se reveste de gravidade suficiente a ensejar eventual sanção aos gestores pelo NEMS/AC no exercício de 2010, sequer a ocorrência pode configurar motivo de ressalva. 20.4. Ademais, apenas na presente prestação de contas a unidade foi diligenciada a adotar critérios e condutas relativas à sustentabilidade ambiental.

2015

Acórdão Nº Item

1128 1.6.1. dar ciência à Base de Fuzileiros Navais da Ilha do Governador sobre as seguintes impropriedades havidas no Pregão Eletrônico nº 1/2015:1.6.1.1. inclusão de exigência, no item 18.2 do edital, que, além de consistir na apresentação de mera declaração, tornando duvidosa sua eficácia, não é pertinente nem relevante para o específico objeto do contrato que se pretende firmar, haja vista as atividades realizadas pelas empresas mais prováveis de se apresentarem na disputa não estarem explicitamente mencionadas no art. 20 da Lei nº 12.305/2010, o que afronta a vedação insculpida no art. 30, § 10, inciso I, in fine da Lei nº 8.666/93;1.6.1.2. ausência, no edital, de exigências afetas à sustentabilidade ambiental, mormente Licença de Operação (LO) e o credenciamento junto à Comlurb instituído pela Lei Municipal nº 3.273/2001, o que afronta o estipulado na legislação ambiental concernente aos critérios pertinentes ao objeto da licitação.

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50 9.1.19.constitua Comissão Gestora do Plano de Gestão de Logística Sustentável, conforme art. 6º do Decreto nº 7.746/2012.9.1.20.elabore seu Plano de Gestão de Logística Sustentável (PLS) e divulgue-o no site, conforme art. 12 do Decreto nº 7.746/2012.9.1.21.doravante introduza nos editais destinados à contratação de obras e serviços para a Ifes termos de referência e especificações técnicas dos editais e critérios de sustentabilidade, conforme dispõe a Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 10, de 12/11/2012.9.1.22.elabore plano de ação e implemente programas de uso eficiente de água e energia, em atenção ao art. 16, caput, inciso II e do Decreto nº 7.746/2012; e aos arts. 5º, inciso II, 8º, incisos II e III, e 12 da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 10, de 12/11/2012.

47 9.1.recomendar à Fundação Universidade Federal do Amazonas que:9.1.25.elabore Plano de Gestão de Logística Sustentável que contemple programas de uso eficiente de água e energia, em atenção ao art. 16, caput e inciso II do Decreto nº 7.746/2012; e aos arts. 5º, inciso II, 8º, incisos II e III, e 12 da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 10, de 12/11/2012.

1679 9.1. recomendar à Universidade Federal do Pará (UFPA), com fundamento no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 250, III, do Regimento Interno do TCU, que:9.1.6. estabeleça diretrizes para área de aquisições, incluindo:9.1.6.4. políticas de sustentabilidade;(...) 9.2. determinar à UFPA, com fulcro no art. 43, inciso I, da Lei nº 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso II, do Regimento Interno do TCU, que:9.2.1. conclua a elaboração do seu Plano de Gestão de Logística Sustentável, contendo objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento, que permita à organização estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos.

1855 1.8.1. dar ciência à Superintendência Estadual da Fundação Nacional de Saúde no Paraná Funasa/Suest/PR sobre as seguintes impropriedades cometidas pela Unidade, para prevenção de ocorrências futuras:1.8.1.2. não inclusão, em 2012, dos critérios de sustentabilidade ambiental nas licitações realizadas pela Unidade, em descumprimento ao art. 3º da Lei nº 8.666/1993, alterada pela Lei nº 12.349/2010, que determina a necessidade de promoção do desenvolvimento nacional sustentável nas aquisições de bens e nas contratações de serviços (item 13 e 25 da instrução); cobertura orçamentária em desacordo com o art. 24 do Decreto nº 93.872/83, c/c art. 60 da Lei nº 4.320/64, que vedam realização de despesa sem prévio empenho.

2016

Acórdão Nº Item

544 1.8. Dar ciência ao NEMS/AM de que:1.8.1. observe o art. 3º da Lei nº 8.666/1993 e a Instrução Normativa nº 5/SLTI/MPOG, de 27/6/2014, a fim de realizar pesquisa prévia de preços e obter a proposta mais vantajosa para a Administração Pública;1.8.2. adote os critérios de sustentabilidade ambiental estabelecidos na Instrução Normativa nº 1/SLTI/MPOG, de 19/1/2010, na realização dos certames licitatórios para os quais seja possível o cumprimento desta norma.

272 c) dar ciência à Universidade Federal do Acre sobre as seguintes impropriedades verificadas no processo de contas referente ao exercício de 2011:c.5) não inclusão de critérios de sustentabilidade ambiental em suas licitações em desacordo com o estabelecido pela Instrução Normativa SLTI/MP nº 1/2010, e a não separação dos resíduos recicláveis descartados, bem como a sua correta destinação, como disciplinado no Decreto nº 5.940/2006.

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Para não finalizar

Leia o texto abaixo para saber mais sobre princípios das CPS.

Introdução

Os governos e outras organizações devem implementar o desenvolvimento sustentável em suas operações. Entender e minimizar impactos sociais, econômicos e ambientais negativos nas compras públicas são objetivos específicos das compras públicas sustentáveis (CPS).

CPS é definido como “Um processo onde organizações satisfazem suas necessidades por bens, serviços, trabalhos e utilidades de forma a obter o melhor valor para os recursos despendidos baseados em todo ciclo de vida, gerando benefícios não só para a organização, mas também para a sociedade e a economia, ao reduzir significativamente os impactos negativos ao meio ambiente”.

Para que servem os princípios?

Os princípios das CPS auxiliam países e organizações a ganhar um entendimento-padrão sobre compras públicas sustentáveis. Esses princípios são baseados na abordagem sistemática de um passo a passo para introduzir ou aprofundar o desenvolvimento das CPS que foram desenvolvidas pela Marrakech Task Force para as compras públicas sustentáveis (MTF para CPS). Esses princípios refletem os componentes necessários para o sucesso da implementação das CPS.

O guia da UNEP, “Diretrizes para implementação de compras públicas sustentáveis”, oferece orientações de como transformar esses princípios em práticas de CPS baseado em experiência prática para aplicar o MTF para CPS em vários países.

Para quem são os princípios?

Esses princípios são para quaisquer partes interessadas no processo de compras públicas com interesse em compras públicas sustentáveis e boa governança. Os parceiros no Programa 10YFP CPS recomendam que os países e organizações incluam esses princípios em suas respectivas políticas de compras e estruturas e as apliquem em suas práticas de compras.

Princípios de Compras Públicas Sustentáveis

Princípio 1: Boas compras públicas são compras públicas sustentáveis. As CPS seguem os elementos essenciais de boas compras públicas – são transparentes, justas, não discriminatórias, competitivas, responsáveis, buscam o uso eficiente de recursos e são verificáveis – enquanto integrando as três dimensões de desenvolvimento sustentável: social, ambiental e econômico. Boas compras públicas sustentáveis consideram os impactos sociais, econômicos e ambientais. Boas compras públicas requerem um entendimento dos impactos totais das compras durante todo o ciclo de vida de um produto ou serviço, independente da localidade, da fonte dos recursos naturais até o fim do gerenciamento (ex.: reuso, reciclar, desfazimento).

Princípio 2: A implementação das CPS precisa de liderança. Influências superiores são necessárias para promover as CPS. Elas podem assegurar que recursos

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suficientes serão dedicados para a sua implementação e que as boas práticas serão compartilhadas amplamente.

Princípio 3: As CPS contribuem para ampliar os objetivos das políticas. As CPS são um elemento-chave para obter um amplo alcance de objetivos governamentais e organizacionais por meio de gastos estratégicos. Exemplos desses objetivos podem incluir gerenciamento de recursos naturais sustentáveis, eficiência de recursos, desenvolvimento sustentável e consumo e produção sustentáveis. As CPS também podem incentivar o mercado com soluções de inovações sustentáveis, incentivando uma interação temprana com o mercado, e estimular a criação de empregos justos.

Princípio 4: As CPS engajam todas as partes interessadas. As CPS requerem apoio de todas as partes da sociedade. Juntos, os formuladores de políticas públicas, políticos, clientes, fabricantes, fornecedores, contratantes, compradores e as organizações da sociedade civil possibilitam a entrega das CPS. As aptidões necessárias para as CPS são comunicação e análise, a habilidade de influência, negociação, profissionalismo, entendimento do mercado e todos os diferentes impactos da sustentabilidade no processo de compras. As CPS requerem comunicação de uma mensagem consistente designada para as necessidades de diversos tipos de público. As CPS têm que ser apoiadas por linhas claras de responsabilização, com incentivos de entrega.

Princípio 5: A implementação das CPS é baseada em princípios sensatos de gerenciamento organizacional. As CPS são baseadas em uma abordagem de risco, continuamente reavaliando e colocando como alvo as áreas de alto impacto ou prioridade. Sucesso imediato pode ser demonstrado por meio de uma abordagem de “ganho rápido”. Mas isso não deverá substituir uma abordagem mais compreensível de longo prazo. Ter as CPS como parte de um sistema de gerenciamento organizacional ajuda a fazer com que seja parte da rotina de práticas de compras da organização.

Princípio 6: As CPS monitoram seus resultados. Progresso contínuo somente é possível se os resultados das CPS forem relatados. Usar sistemas de avaliação e monitoramento para medir resultados é essencial para acompanhar o progresso, assim como identificar áreas de melhoria. Resultados podem incluir desempenho ambiental como redução de emissões, redução de uso de materiais e redução de geração de resíduos; resultados econômicos como redução de custos (incluindo benefícios e custos não tangíveis), criação de empregos, criação de riqueza, e transferência de habilidades/tecnologia; e resultados sociais como empoderamento de minorias, redução da pobreza e boa governança.

CARDOSO, Jhéssica Ribeiro; CHAVES, Yorrana Moraes. Princípios de Compras Públicas

Sustentáveis.

Março 2015 (trad.). Disponível em: http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/

conteudo/uploads/principios-de-compras-publicas-sustentaveis---10yfp-spp.pdf.

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Simulado

1. Esta atividade poderá ser realizada em grupos.

2. Vocês irão realizar um estudo de caso sobre as pesquisas descritas abaixo.

3. Identifique o objeto da pesquisa, o objetivo, a metodologia, os resultados e destaque os aspectos jurídicos que oferecem suporte ao estudo.

Assunto Estudo

Compras públicas sustentáveis no Brasil: análise da produção e circulação das ideias a partir da ressignificação dos atores

Raquel Sobral Nonato

https://bibliotecadigital.fgv.br/dspace/bitstream/handle/10438/13603/Disserta%C3%A7%C3%A3o%20Raquel%20Nonato%20-%20vers%C3%A3o%20p%C3%B3s%20banca%20pdf..pdf?sequence=1&isAllowed=y

A pesquisa enfoca o debate sobre o papel dos atores na incorporação da estratégia de Compras Públicas Sustentáveis no cotidiano do setor público. As compras públicas sustentáveis correspondem à estratégia de adquirir bens e serviços com vistas à maximização dos benefícios para a sociedade no médio e longo prazo, reconhecendo seus efeitos sobre a dimensão ambiental, econômica e social. Nesse sentido, o presente estudo objetiva analisar a produção e a circulação das ideias de compras públicas sustentáveis a partir da ressignificação dos atores. Para tanto, a pesquisa: (i) desenvolveu uma taxonomia dos modelos de compras públicas sustentáveis destacando os atributos de sustentabilidade que estão sendo aplicados nas práticas e políticas recentes, (ii) compreendeu de que forma e em quais espaços os atores se movimentam, articulam e negociam para a inserção desse instrumento no cotidiano do setor público, (iii) contrastou experiências de compras públicas sustentáveis em dois governos subnacionais – Acre e São Paulo. A análise se baseou em metodologia qualitativa e em referencial teórico que articulou a abordagem cognitiva de ação pública com as noções de fóruns e da dimensão discursiva da política pública, iluminando para a trama assentada nas interações dos atores, marcadas por um cenário de incertezas e controvérsias.

As licitações sustentáveis na ótica do controle externo

Carlos Eduardo Lustosa da Costa

http://portal2.tcu.gov.br/portal/pls/portal/docs/2435919.PDF

A obrigatoriedade de inclusão de critérios de sustentabilidade nas licitações públicas se consolidou com a edição da Instrução Normativa nº 01/2010 da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP). Posteriormente, foi acrescido ao artigo 3º da Lei de Licitações e Contratos o desenvolvimento nacional sustentável como um dos objetivos a serem alcançados pela licitação. Tais alterações impuseram uma nova forma de ver as contratações públicas tanto para o executor quanto para aquele que tem o dever de controlá-las. Em decorrência dessa mudança, cunhou-se na doutrina o conceito de licitação sustentável, que foi objeto de análise no presente trabalho, sob a ótica do controle externo quanto à legalidade, à exequibilidade, à economicidade e à eficiência desse procedimento. Foram analisados 37 anexos referentes à gestão ambiental e licitações sustentáveis constantes dos relatórios de gestão de 2010 dos órgãos autônomos do Poder Executivo federal. Concluiu-se que não há óbices legais para inclusão de critérios sustentáveis nas aquisições e contratações governamentais. Ao contrário, é dever legal de todo gestor público dar efetividade às licitações sustentáveis em respeito ao princípio constitucional da eficiência administrativa e do meio ambiente equilibrado, a outros normativos legais e a tratados internacionais. Além disso, chegou-se à conclusão que é possível dar exequibilidade às licitações sustentáveis por meio da adequada motivação e da inclusão de exigência pertinente e relevante na especificação do objeto a ser licitado. Buscou-se, ainda, o conceito de vantajosidade ambiental para demonstrar a economicidade das licitações sustentáveis. Por fim, quanto à análise da gestão ambiental dos órgãos e entidades da administração federal por meio dos relatórios de gestão, verificou-se a incipiência de ações dessa natureza. Assim, foram propostas medidas para implementar de forma efetiva as licitações sustentáveis na administração pública, sem afrontar o ordenamento jurídico brasileiro.

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Licitações sustentáveis: aspectos normativos e um diagnóstico de sua aplicação no Poder Judiciário federal

Jefferson Alves Lopes

http://repositorio.ucb.br/jspui/bitstream/10869/4964/1/Jefferson%20Alves%20Lopes.pdf

Cada vez mais, a questão ambiental tem se tornado foco em discussões locais e internacionais e sua abordagem vêm sendo desenvolvida, não somente no aspecto tecnológico, mas, sobretudo, no pilar normativo. As Licitações Sustentáveis surgem com o propósito de uma participação enérgica do Poder Público na indução, no mercado econômico, de padrões de produção e consumo sustentáveis. Tal proposta permeia, ainda, os processos internos das empresas – ao incorporarem procedimentos e ferramentas de cunho sustentável – e reflete no meio social e ambiental. Para uma abordagem fática, a realização de diagnóstico acerca da aplicação das Compras Públicas Sustentáveis no Poder Judiciário federal visa mensurar, de forma factível, o engajamento do Estado nesse instrumento inovador, sem o afastamento dos princípios norteadores das contratações públicas: aquisição vantajosa para a Administração Pública, competitividade isonômica entre os participantes e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável. O objetivo geral deste artigo, portanto, é apresentar o desenvolvimento do tema Licitações Sustentáveis no país e um diagnóstico acerca da sua aplicação no Poder Judiciário federal brasileiro, como forma de aferição desse modelo de aquisições governamentais associado à responsabilidade socioambiental do poder público. O diagnóstico aplicado às instituições do Poder Judiciário federal apresentou uma evolução positiva referente à aplicação dos fundamentos socioambientais elencados pelo Tribunal de Contas da União nos seus respectivos Relatórios de Gestão dos anos de 2010, 2011 e 2012.

Análise do perfil das licitações sustentáveis realizadas por organizações militares do Exército brasileiro

pereira et al.

http://cascavel.ufsm.br/revistas/ojs-2.2.2/index.php/reget/article/viewFile/12862/pdf

A responsabilidade sobre a preservação do meio ambiente é hoje um dos principais temas balizadores das ações governamentais e não governamentais. Atualmente, o poder público começou a inserir a questão ambiental em suas políticas públicas, em especial na aquisição de produtos e contratações de serviços. Em função da importância da dimensão ambiental na sociedade contemporânea e da relevância da temática sobre compras e licitações sustentáveis, esse trabalho teve como objetivo analisar as licitações sustentáveis realizadas pelas organizações militares do Exército brasileiro e verificar os critérios ambientais aplicados nas compras públicas por estas instituições. Para tanto, este trabalho está estruturado da seguinte forma: primeiramente, foi feito uma revisão bibliográfica sobre licitações públicas, compras governamentais e licitações sustentáveis. Posteriormente foram coletados dados secundários oriundos de fontes governamentais. Foram analisadas licitações executadas pelas organizações militares do Exército brasileiro que continham algum critério ambiental disponibilizado no site “Comprasnet”, portal de compras do Governo Federal, a fim de diagnosticar as características das licitações sustentáveis realizadas pelas instituições. Os dados analisados evidenciaram que as licitações sustentáveis foram pouco representativas nas aquisições executadas pelo Exército. Além disso, constatou-se que há pouca variedade de itens licitados. A característica ambiental mais cobrada nas licitações foi de itens oriundos de matéria prima reciclada. Observou-se que as exigências ambientais solicitadas nos certames licitatórios foram pouco exigentes, sinalizando que as compras públicas sustentáveis deverão ser implementadas de forma gradual na economia nacional.

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Licitações sustentáveis, instrumento legal de promoção da sustentabilidade: um estudo da aquisição de bens na Universidade Federal do Espírito Santo (UFES)

Aline Silva Tavares Cypreste

http://portais4.ufes.br/posgrad/teses/tese_6646_Disserta%E7%E3o.pdf

O presente trabalho tem por objetivo o estudo da evolução da adoção do procedimento licitatório sustentável, tornado obrigatório nas compras públicas federais brasileiras por meio da Lei nº 12.349/2010. Concebido como um instrumento para promoção do desenvolvimento sustentável, visa-se identificar seu estágio de operacionalização para aquisição de bens no âmbito da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), detectar os entraves, bem como prover sugestões para a ampliação e melhoria desta prática. A preocupação com o impacto socioambiental das compras públicas já é uma realidade internacional, há algumas décadas, e recentemente se mostra também expressiva no Brasil que, por isso, adotou esse novo modelo de compras públicas. A realização da licitação sustentável não constitui ato discricionário, mas sim uma imposição constitucional e legal, que exige a busca da proposta mais vantajosa, que atenda ao interesse público e contribua para promoção do desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável é um desafio global e a administração pública brasileira tem um papel importante na difusão de políticas públicas de responsabilidade socioambiental e no incentivo à produção e consumo de bens e serviços sustentáveis. Embora já existam normas sobre o assunto no Brasil, o Governo Federal, porém, ainda precisa regulamentar mais detalhadamente sua aplicação para que as licitações sustentáveis constituam regra e não exceção nos órgãos federais. A pesquisa empregou uma abordagem qualitativa que, quanto à natureza, pode ser classificada como descritiva, assumindo a forma de pesquisa exploratória. Os instrumentos utilizados para coleta de dados correspondem à pesquisa bibliográfica, análise documental, entrevistas não estruturadas, questionários e observações diretas. A análise do estudo de caso da UFES realizado demonstra a incipiência da aplicação das compras públicas sustentáveis em relação à quantidade de procedimentos efetuados, porém, crescente e expressiva em termos de valores gastos, evidenciando a necessidade de implementação de mudanças, a fim de institucionalizar a prática das compras públicas sustentáveis na universidade.

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Unidade 4. Critérios de sustentabilidade aplicados

à licitação no setor público

Capítulo 1. Critérios de sustentabilidade para bens, serviços e obra

Cursista, este capítulo irá tratar de três assuntos importantes em Contratações Públicas Sustentáveis. Inicialmente você irá compreender a diferença entre critérios e práticas de sustentabilidade. Então irá se aprofundar um pouco nos exemplos de critérios e práticas de sustentabilidade utilizados nos termos de referência, editais, especificações técnicas para bens, serviços e obras.

Também verá alguns conceitos e exemplos de ferramentas que auxiliam na definição desses critérios de sustentabilidade, como os selos, a rotulagem ambiental e as certificações de produtos. Fique atento para que você possa vir a utilizar esses meios de informações futuramente no seu ambiente de trabalho.

Finalmente, terá boas referências de guias e orientações sobre outros critérios e práticas de sustentabilidade adotadas por órgãos, entidades ou empresas, além de informações sobre os catálogos de materiais e serviços sustentáveis existentes no governo.

Critérios e práticas de sustentabilidade

Critérios são princípios utilizados como referência para distinguir o verdadeiro do falso, ou seja, parâmetros para estabelecer uma comparação, escolha, julgamento ou avaliação. Portanto, os critérios de sustentabilidade podem ser considerados como os parâmetros utilizados nas contratações públicas que levem em consideração o menor impacto ambiental, econômico ou social, por meio do poder de compra do Estado.

Prática significa uma ação. É o efeito de praticar algo ou de realizar uma ideia ou projeto qualquer. Pode ser entendida ainda como a aplicação das regras ou dos princípios de uma arte ou ciência. Quando se fala em boas práticas, refere-se a uma expressão derivada do inglês “best practice” que está relacionada às melhores técnicas para se realizar uma atividade. Assim, práticas de sustentabilidade são as iniciativas, comumente de rotina, que se têm ao utilizar os recursos naturais e materiais impactando menos o meio ambiente.

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Foi o Decreto nº 7.746, de 5 de junho de 2012, que regulamentou o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, para estabelecer critérios, práticas e diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública. O art. 3º do decreto determinou a forma de estabelecer os critérios e as práticas de sustentabilidade no governo.

Art. 3º Os critérios e práticas de sustentabilidade de que trata o art. 2º serão veiculados como especificação técnica do objeto ou como obrigação da contratada.

O decreto dispõe que os critérios (entre outros) utilizados para a aquisição de bens serão aqueles constituídos por material reciclado, atóxico ou biodegradável (art. 5º).

Já para as contratações de obras e serviços de engenharia, os critérios serão aqueles relacionados com o art. 12 da Lei nº 8.666, de 1993 (art. 6º), como a segurança, a funcionalidade e adequação ao interesse público, a economia na execução, conservação e operação, a possibilidade de emprego de mão de obra, materiais, tecnologia e matérias-primas existentes no local para execução, conservação e operação, a facilidade na execução, conservação e operação, a adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas e o impacto ambiental.

É importante lembrar que os critérios e práticas de sustentabilidade devem existir tanto na aquisição de materiais e bens, na contratação de obras e serviços de engenharia e na prestação de outros serviços, nos quais a contratada deve executar, considerando práticas de sustentabilidade e, sempre que possível, fornecendo bens com esses critérios.

Art. 7º O instrumento convocatório poderá prever que o contratado adote práticas de sustentabilidade na execução dos serviços contratados e critérios de sustentabilidade no fornecimento dos bens.

Dessa forma, é importante ressaltar que o instrumento convocatório deverá incorporar, por meio de sua especificação técnica ou outras exigências cabíveis, os critérios e as práticas de sustentabilidade. Veja agora os tipos de critérios/práticas de sustentabilidade utilizados nas contratações públicas. Esse rol não é taxativo, apenas exemplificativo.

Bens

São exemplos de critérios de sustentabilidade que podem ser empregados no termo de referência ou projeto básico para aquisição e locação de bens: aqueles bens que sejam constituídos por material reciclado, material não tóxico, material biodegradável e, ainda, material ecoeficiente.

O material reciclado resulta da transformação dos resíduos sólidos e envolve a alteração de suas propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas. Ele passa por transformação e gera novos insumos ou novos produtos. Além disso, considera as condições e padrões estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama.

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O material não tóxico é aquele que não contem substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances) em sua composição, em especial ao quantitativo de metais pesados como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).

O material biodegradável decompõe-se no ambiente pela ação de microrganismos que o utilizam como fonte de alimento/energia. Ele converte o material em biomassa, dióxido de carbono e água. Os resíduos finais da decomposição não apresentam resquícios de toxicidade, portanto, não são danosos ao ambiente.

O material ecoeficiente apresenta alta eficiência energética e durabilidade dos produtos, bem como busca consumir pouca água e maximiza o uso dos recursos naturais. Pode possuir menor uso de agrotóxicos ou a dispersão de tóxicos, bem como baixa emissão de gases do efeito estufa (Pegada de Carbono).

Obras

Confira também alguns critérios de sustentabilidade que podem ser empregados no termo de referência ou projeto básico para contratação de obras: espaço sustentável, eficiência energética e eficiência da água, materiais, mão de obra e tecnologias locais, materiais e recursos menos impactantes e gestão de resíduos da construção. Muitos desses critérios são utilizados em certificações para obras ou edificações.

Espaço/ambiente sustentável: pode ser considerado como um critério para obras ou edificações de menor impacto, pois ele deve priorizar aspectos como a seleção do terreno, a densidade e sua relação com a comunidade, remediação de áreas contaminadas, projeto de áreas pluviais, redução das ilhas de calor, prevenção da poluição do solo e ar, entre outros.

Isso significa que, para um local destinado a uma determinada obra ser considerado sustentável ou de menor impacto, algumas características devem ser consideradas, como a existência de um plano-diretor, a infraestrutura (sanitária, elétrica, telefonia, comércio e serviços, transporte alternativo), a existência de planos de recuperação de áreas degradadas e restauração de plantas nativas se for o caso, projetos que aumentem a permeabilidade do solo, taxa de infiltração e controle do escoamento superficial, a redução da temperatura dos materiais por meio da reflectância solar ou vegetação, bem como controle de sedimentação e erosão do solo, assoreamento e poeira na região.

A eficiência energética está relacionada ao uso racional e eficiente da energia. Isso pode vir a ser feito de várias maneiras. É destaque, até por força normativa, o uso da etiquetagem de edificações – PBE Edifica. Dessa forma, novas edificações devem buscar elaborar projeto de condicionamento de ar, de iluminação e de envoltória, reduzindo os custos com energia e tornando as instalações mais eficientes. Outros meios de utilização racional do recurso também são possíveis. Existe a possibilidade de geração local de energia renovável, preferência por projetos que valorizem a ventilação e iluminação natural, não utilização de gases refrigerantes proibidos como CFCs, entre outros.

Eficiência do uso da água refere-se ao uso racional e eficiente da água. Envolve aspectos como a utilização de sistemas de aproveitamento da água de chuva, sistema de reuso de águas

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cinzas e equipamentos sanitários, bem como o uso eficiente no paisagismo, reutilizando a água e escolhendo espécies adaptáveis ao clima que demandem pouca água.

Materiais, mão de obra e tecnologias locais estão relacionados à possibilidade de dar preferência aos insumos e recursos humanos que são originários da própria região. Muitos acreditam ser delicado determinar o que seria uma tecnologia local, por exemplo. Qual critério define o que é local ou regional? Um raio de distância em quilômetros? Ainda não há instrumento normativo que possa definir isso. No entanto, de forma justificada, o instrumento convocatório pode orientar a necessidade de uma delimitação. Alguns insumos ou tecnologias podem vir a favorecer e fortalecer municípios e estados, inclusive por meio dos pequenos negócios. Os materiais extraídos, processados e manufaturados podem proceder da própria região.

Material de menor impacto: são aqueles que possuem características como baixa emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs); são biodegradáveis, reciclados, não tóxicos, ecoeficientes, entre outros.

A gestão de resíduos é um critério que pode ser utilizado para que a obra seja considerada de menor impacto. Apesar de uma série de normas que tratam sobre esse assunto e tornam sua implantação obrigatória, é comum encontrar centenas de canteiros que descumprem as regras, da mesma forma que é comum a utilização de áreas públicas ou privadas que se transformam em grandes depósitos clandestinos de resíduos. Portanto, estabelecer esses critérios que levem em conta as resoluções do Conama, normas técnicas da ABNT, bem como a Política Nacional dos Resíduos Sólidos é necessário.

O Instituto para o Desenvolvimento da Habitação Sustentável (IDHEA) apresenta nove diretrizes para edificações sustentáveis semelhantes. Vale a pena conferir.

Serviços

Na prestação de serviços, podem ser considerados os mesmos critérios adotados na aquisição de bens ou materiais desde que a contratada utilize tais bens ou materiais que podem ser substituídos por similares de menor impacto (no caso, que venha a conter os critérios de sustentabilidade para esses itens – reciclados, biodegradável, não tóxico e ecoeficiente).

Além disso, é possível adotar práticas de sustentabilidade que podem ser empregadas no termo de referência ou projeto básico para contratação de serviços, tais como uso de biocombustível, uso de saneantes biodegradáveis, uso de equipamentos ecoeficientes, uso de produtos e mão de obra local, uso de bens reciclados ou recicláveis, aquisição de produtos orgânicos, biodegradáveis e não tóxicos.

Exemplos de bens e insumos com critérios sustentáveis

“Vai Comprar?” é uma publicação para informar os compradores dos órgãos públicos sobre os produtos de menor impacto em algum momento de sua cadeia de produção, fornecimento, uso e desfazimento, no Catálogo de Materiais (CatMat).

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Tabela 2 - Exemplos de itens reciclados (CatMat)ITENS RECICLADOS JUSTIFICATIVA LEGAL REFERÊNCIA

PLÁSTICO, PVC, EMBALAGENS, COPOS DESCARTÁVEIS, CANECAS, PNEU, TIJOLO, PAPÉIS, BATERIAS E PILHAS

Lei n° 12.305/2010 Artigos: 1°, 2°, 3° XIV, XVIII ,6°, 7° XI 8° VI e 13°

Decreto n° 7.746/2012 Artigos: 2°, 4° I , 5° e 16°

Lei n° 8.666/1993 Art 3°

Lei nº 12.462/2011 Art 7° III

IN SLTI/MP n° 1/2010 Art 4° VIII, 5° I

Fonte: Vai comprar? (BRASIL, 2014)

São outros exemplos de itens materiais esportivos e brinquedos, almofada carimbo e apagador, quadro branco, conjunto escolar, betume, plásticos, PVC, sacos plásticos, bloco de rascunho e blocos de recado, pastas tipo arquivo e eventos, cadernos, livros e papelão, papéis tipo A3, A 4, embrulho, flip, ofsete, recado, sulfite, caixas e caixa de papelão.

Tabela 3 - Exemplos de itens ecoeficientes (CatMat)ITENS ECOEFICIENTES JUSTIFICATIVA LEGAL REFERÊNCIA

COMPUTADORES, REFRIGERADORES, EQUIPAMENTOS DE AR CONDICIONADO, VEÍCULOS, CHUVEIROS, TINTAS, IMPRESSORAS

Lei n° 12.305/2010 Artigos: 6º v, 30. Parágrafo único (VI)

Decreto n° 7.746/2012 Artigos: 2º, 4º III, 5º e 16º

Lei n° 8.666/1993 Art. 3º

LEI nº 12.462/2011 Art. 3º, 4º ( § 1, III), 7º III

IN SLTI/MP n° 1/2010 Art. 1º, 4º VIII , 5º

IN SLTI/MP n° 2/2014 Art. 9º e 13

LEI nº 12.187/2009 Art. 5º XIII

LEI nº 10.295/2001 ARTIGOS: 1º, 3º e 4º

Fonte: Vai comprar? (BRASIL, 2014)

São exemplos de itens mais eficientes: refrigeradores e frigobar, fogões, equipamentos de ar condicionado, televisores, lâmpadas e reatores. Itens “TI Verde”: computador (estação de trabalho), microcomputadores pessoal—notebooks.

Tabela 4 - Exemplos de itens biodegradáveis (CatMat)ITENS BIODEGRADÁVEIS JUSTIFICATIVA LEGAL REFERÊNCIA

PLÁSTICOS, CONTEÚDOS ORGÂNICOS, MATERIAIS DE LIMPEZA, PAPÉIS, MADEIRAS

Lei n° 12.305 /2010 Artigos: 3º XVII e 42 II

Decreto n° 7.746/2012 Artigos: 4º I, 5º e 16º

Lei n° 8.666/1993 Art. 3º

Lei nº 12.462/2011 Art. 4º III

IN SLTI/MP n° 1/2010 Art. 4º VIII , 5º I

Fonte: Vai comprar? (BRASIL, 2014)

Vários itens no CatMat possuem o critério de ser composto por material biodegradável. É o caso de alguns aditivos, agente espumante e soluções de limpeza multiuso, alvejantes, limpadores e saponáceos, amaciantes de roupa, sabonetes e sabão em pó, anticorrosivos, canetas esferográficas, copos descartáveis, desincrostantes, desodorantes e detergentes, fita

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enxertia, óleos, sacos plásticos e sacolas, toalhas de papel e protetores sanitários, tubetes de cultivo, telas odorizantes.

No caso de obras, alguns produtos podem ser encontrados no mercado com critérios de sustentabilidade. Veja alguns exemplos:

• Estrutura: alvenaria estrutural, concreto pré-moldado, residências pré-fabricadas, estruturas metálicas, steel frame, light wood frame, EPS – poliestireno expandido.

• Insumos: uso de britas e areias recicladas, utilização de massa única pozolânica, chapisco com areia reciclada e cimento CPIII, cal pozolânica, areia sintética de EVA (etil, vinil e acetato).

• Madeiras/formas/escoramento: uso de madeira certificada em portas, rodapés, escadas etc. Uso de escoramento metálico, uso de formas de plástico reaproveitáveis, uso de madeira de reflorestamento para escoras, uso de placas de madeira reciclada OSB para formas, areia sintética de EVA (etil, vinil e acetato).

• Coberturas e forros: forro modular em fibra mineral, forro de matéria prima reciclada de tubos de pasta de dente ou embalagens longa vida, coberturas metálicas com baixo índice de reflectância, coberturas com telhas de fibrocimento sem amianto, telhas e cumeeiras produzidas com matéria prima reciclada, areias sintética de EVA (etil, vinil e acetato).

• Mobiliário/divisorias/tapumes: uso de madeira certificada para mobiliário, uso de placas recicladas de tubo de creme dental, mobiliário com papel reciclado e eucalipto, mobiliário de bambu, divisórias com tubos de pasta de dente, mobiliário com fibra de coco.

• Pisos e revestimentos: piso tátil de alerta e direcional em borracha reciclada, carpetes com material reciclado, piso intertravado permeável de material reciclado, piso de concreto armado com cimento CPIII, britas e areias, pintura poliuretano vegetal, piso laminado de madeira certificada, porcelanato de material reciclado, pastilhas de vidro de material reciclado, piso de pneu reciclado.

• Pinturas/vernizes/ceras: uso de materiais com baixa emissão de COVs, tintas minerais a base de água, textura mineral a base de silicato de potássio.

• Impermeabilizantes/adesivos/selantes: adesivos a base de água com baixa emissão de COVs, impermeabilizantes de poliuretano vegetal, vernizes e resinas vegetais a base d’água, solventes atóxicos acrílicos.

Selo, rotulagem e certificações

Barreto et al. (2007) explicam que a rotulagem ambiental é um meio de informar o mercado consumidor sobre os aspectos ambientais dos produtos ou serviços adquiridos e que possuem impactos positivos, diferenciando-os daqueles que geram algum tipo de impacto negativo. Eles são identificados com símbolos, marcas, textos, gráficos etc.

Comprar produtos com rótulos ambientais é uma manifestação da parte do consumidor em dispor-se a arcar com as externalidades (custos dos impactos ambientais e sociais) envolvidas no processo produtivo (GUÉRON, 2003). Existem três tipos de rotulagem definidos pela ABNT:

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a) Rotulagem Tipo I: a norma NBR ISO nº 14024 estabelece os princípios e procedimentos para o desenvolvimento de programas de rotulagem ambiental como a seleção de categorias, os critérios ambientais e as características funcionais dos produtos para avaliar e demonstrar sua conformidade. São relacionados os procedimentos de certificação para a concessão do rótulo. São os chamados programas de selo verde, pois são verificados por uma terceira parte (certificação e auditoria independentes).

Figura 3 - Tipos de Rotulagem segundo Barboza (2001)

b) Rotulagem Tipo II: a norma NBR ISO nº 14021 define os requisitos para autodeclarações ambientais, incluindo textos, símbolos e gráficos, no que se refere aos produtos. Essas declarações são realizadas por produtores, fornecedores ou distribuidores do produto. Apresenta uma metodologia de avaliação e verificação geral para autodeclarações ambientais.

c) Rotulagem Tipo III: a NBR ISO nº 14025 trata dos rótulos ambientais, ou seja, dados ambientais de produtos, qualificados de acordo com os conjuntos de parâmetros previamente selecionados e baseados na Avaliação do Ciclo de Vida (ACV). Eles são concedidos e licenciados por organizações externas independentes.

A certificação ambiental, diferentemente da rotulagem, é conferida às empresas que respeitam as normas legais quanto aos aspectos ambientais durante seu processo produtivo (ciclo de vida – obtenção da matéria prima, manufatura, produção, descarte, reciclagem, transporte, comercialização etc.), e pode ser para indústrias que produzem seus produtos ou para organizações prestadoras de serviços.

Vários setores já buscam certificar seu processo produtivo, como o Forest Stewardship Counci (FSC) e o Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor), no setor madeireiro. Do mesmo modo, o setor da construção civil tem buscado o alto desempenho nas construções com inovações nas metodologias e práticas desses processos, por meio de sistemas de avaliação como o Leadership in Energy and Environmental Design (LEED) e o Building Research Establishment Environmental Assessment (BREEAM). Os principais sistemas de certificação

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ambiental utilizados no Brasil para edificações são LEED, Alta Qualidade Ambiental (Aqua) e Selo Casa Azul.

O quadro abaixo sintetiza as diferenças entre rotulagem, selo e certificação ambiental, de acordo com estudos de Barboza (2001):

“Rotulagem ambiental é a certificação de produtos adequados ao uso e que apresentam menor impacto no meio ambiente em relação a outros produtos comparáveis disponíveis no mercado.

Os selos, como também outras atividades dos programas de rotulagem ambiental, servem a uma variedade de propósitos e têm como meta um número de diferentes audiências.

Convém aqui salientar a diferença entre rotulagem ambiental (eco-labeling) e certificação ambiental (eco-certification). O rótulo é voltado para os consumidores. A certificação ambiental, para indústrias de recursos. (...) Ambos desenvolvimentos são etapas evolucionárias importantes na busca da sustentabilidade” (BARBOZA, 2001).

Existe também o Programa Brasileiro de Avaliação da Conformidade (PBAC), que verifica a conformidade da competência técnica nas organizações, utilizando mecanismos como a certificação, a declaração de conformidade pelo fornecedor, a inspeção, a etiquetagem e o ensaio. O Inmetro é responsável por expedir os regulamentos técnicos e programas de avaliação da conformidade de produtos, serviços, processos e pessoas. Guéron (2003) explica assim:

“É importante observar que a Avaliação da Conformidade pode ser voluntária ou compulsória.

Voluntária: quando parte de uma decisão exclusiva do solicitante e tem como objetivo comprovar a conformidade de seus processos, produtos e serviços às normas nacionais, regionais e internacionais. Esse procedimento é usado por fabricantes ou importadores como meio de informar e atrair o consumidor.

Compulsória: quando é feita por um instrumento legal emitido por um organismo regulamentador e se destina, prioritariamente, à defesa dos consumidores, no que diz respeito à proteção da vida, saúde e meio ambiente” (Guéron, 2003).

Veja alguns exemplos de selos, certificações e rótulos ambientais:

Selo FSC para a produção responsável de produtos florestais, permitindo que os consumidores e as empresas tomem decisões conscientes de compra. <https://br.fsc.org/pt-br>

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Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor ) – certificação do manejo florestal sustentável e da cadeia de custódia de produtos florestais. <www.inmetro.gov.br/qualidade/cerflor.asp.>

Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE) fornece informações sobre o desempenho dos produtos, considerando atributos como a eficiência energética, o ruído e outros critérios que podem influenciar a escolha dos consumidores que, assim, poderão tomar decisões de compra mais conscientes.<http://www2.inmetro.gov.br/pbe/index.php.>

Selo Procel – Programa Nacional de Conservação de Energia – conta com a participação do Inmetro na avaliação dos produtos quanto à eficiência energética. < www.eletrobras.com/elb/procel/main.asp.>

Programa Selo Verde – Rótulo Ecológico ABNT – a ação consiste em uma metodologia voluntária de certificação e rotulagem de desempenho ambiental e que visa informar os consumidores sobre quais produtos são menos agressivos ao meio ambiente. <www.rotulo.abnt.org.br.>

Selo SisOrg – é feita por uma certificadora pública ou privada credenciada no Ministério da Agricultura. O organismo de avaliação da conformidade obedece a procedimentos e critérios reconhecidos internacionalmente, além dos requisitos técnicos estabelecidos pela legislação brasileira. <www.agricultura.gov.br/desenvolvimento-sustentavel/organicos.>

Mais a diante, você verá como pode ser utilizado esses mecanismos nos instrumentos convocatórios, paulatinamente, influenciando a escolha dos órgãos públicos e o comportamento dos fabricantes.

Guias e catálogos sustentáveis

Veja agora os principais guias e catálogos que trazem critérios e práticas de sustentabilidade que podem auxiliar na especificação dos objetos no instrumento convocatório.

Guia para eficiência energética nas edificações públicas. Orienta os gestores na elaboração de editais para a realização de diagnósticos energéticos e para a implantação de medidas de eficiência. Contém informações e sugestões de procedimentos técnicos para viabilizar o uso eficiente da energia elétrica no conjunto de edificações que compõem a Esplanada dos Ministérios, além de sugestões para elaboração de editais. As partes I, II e o anexo destinam-se aos gestores responsáveis pela área de manutenção predial de cada edificação. Já a parte III destina-se aos gestores responsáveis pela elaboração dos editais para contratação dos serviços. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/guia-efic-energ-edif-publ1-012-02-2015compacta.pdf.>

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Guia de contratações sustentáveis da justiça do trabalho. Manual que orienta as CPS na justiça do trabalho. A 2ª edição apresenta novos tópicos, ampliando o rol de itens sustentáveis que o integram. Os produtos são agrupados segundo os critérios de sustentabilidade por eles partilhados e, para cada critério definido, foi indicada a respectiva forma de comprovação, estabelecendo-se, sempre que necessário, o atendimento a requisitos mínimos de desempenho. Fornece a legislação sobre o assunto e exemplos para facilitar a identificação de produtos semelhantes com os mesmos critérios. As práticas de sustentabilidade. Disponível em: <http://www.csjt.jus.br/c/document_library/get_file?uuid=750deba9-30cc-4ead-a04c-6fcf316c9e8e&groupId=955023.>

Guia produção e consumo sustentáveis – tendências e oportunidades para o setor de negócios. Busca contribuir para a implementação de políticas e práticas de produção e consumo sustentáveis (PCS) nas pequenas e médias empresas (PME). Possui estudos de caso como exemplos concretos da viabilidade de produzir e gerar empregos, cuidando para que se mantenham as condições ambientais, de forma a sustentar o crescimento e o desenvolvimento socioeconômicos. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/dma-guia-pcs-web.pdf.>

Guia de boas práticas em contratações de tecnologia da informação v. 2.0. Esse guia surgiu como um produto do processo de revisão da Instrução Normativa SLTI/MP n° 04 de 12 de novembro de 2010, que já estabelecia boas práticas para contratação de soluções de TI. O manual demonstra que os estudos técnicos preliminares da contratação dessas soluções devem considerar, entre vários requisitos, os sociais, ambientais e culturais, por meio do levantamento de características e requisitos que a solução de TI deve apresentar ou obedecer, como limites de emissão sonora de equipamentos, espaço máximo que deverá ocupar, linguagem e textos em português, descarte sustentável de resíduos, entre outros que se apliquem. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/guia-de-boas-praticas-em-contratacao-de-solucoes-de-ti.pdf.>

Cartilha da agenda ambiental na administração pública (A3P). A cartilha demonstra como a A3P busca estimular os gestores públicos a incorporar princípios e critérios de gestão socioambiental em suas atividades rotineiras, alcançando a economia de recursos naturais e reduzindo os gastos institucionais por meio do uso racional dos bens públicos, da gestão adequada dos resíduos, da licitação sustentável e da promoção da sensibilização, capacitação e qualidade de vida no ambiente de trabalho. Disponível em: <http://www.mma.gov.br/estruturas/a3p/_arquivos/cartilha_a3p_36.pdf.>

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Coletânea desafios da sustentabilidade. O Projeto Desafio da Sustentabilidade foi realizado na forma de uma grande consulta pública com a utilização de uma nova técnica, que incentiva a inovação aberta, chamada crowdstorming. Derivado do brainstorm, o crowdstorming é uma técnica de geração de ideais que envolve um grande número de participantes. Essa coletânea, portanto, pretende disponibilizar, aos gestores das instituições federais de ensino e de outros órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, bem como à sociedade em geral, ideias e boas práticas para a redução de gastos com o consumo de água e energia elétrica. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/coletanea---espelhado.pdf.>

Manual Procura+ - Um guia para implementação de Compras públicas sustentáveis. A 3ª edição do manual consolida a relevância dessa agenda para a administração pública como uma referência para os interessados em compreenderem e implementarem compras mais sustentáveis. São apresentadas experiências e boas práticas de instituições participantes da Campanha Procura+, assim como resultados de estudos recentes e iniciativas de alguns setores específicos. O manual apresenta conceitos relacionados às CPS, como podem ser implementados e possíveis vantagens relacionadas. Também demonstra como as compras públicas para a inovação estão se tornando um ponto focal de políticas em diferentes níveis de governo e apresenta oportunidades para inovação ao longo do ciclo de compra. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/manualprocurabrfinal.pdf.>

O que fazer para tornar mais eficiente o uso da energia elétrica em prédios públicos. A publicação apresenta elementos do guia para eficiência energética em edificações públicas, incorporando as principais referências e materiais técnicos disponibilizados pelo PBE Edifica e Selo Procel. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/cartilha-energia-op1-(1).pdf.>

Edifícios públicos sustentáveis – Senado Federal. A publicação conta a experiência do Senado Verde na área de edificações sustentáveis, principalmente no setor público. A cartilha é um referencial para órgãos públicos ou privados que, assim como o Senado Federal, também estejam focados na busca por uma melhor relação com o meio ambiente urbano e com a eficiência energética de seus edifícios. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/cartilha---conteudo---20120329---cd.pdf.>

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Roteiro prático de ações sustentáveis na administração pública. Guia elaborado como parte do material didático do Curso de Práticas de Sustentabilidade na Administração Pública, ministrado no Centresa/RS. Ele fornece exemplos de procedimentos práticos que possibilitem a incorporação dos conceitos, bem como serve de apoio para a implementação das CPS e introdução de medidas de práticas de sustentabilidade. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/roteiro-pratico-de-acoes-sustentaveis-na-adm-publica.pdf.>

Guia de compras públicas sustentáveis para a administração federal. Publicação que apresenta a principal legislação sobre o tema, bem como conceitos e formas de implementar as contratações sustentáveis na administração pública. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/cartilha.pdf.>

Compra Sustentável: A força do consumo público e empresarial para uma economia verde e inclusiva. A publicação do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (GVces), em parceria com o ICLEI – Governos Locais pela Sustentabilidade/Secretariado para América do Sul (SAMS), consolida experiências advindas de ambas as instituições no tema das compras institucionais sustentáveis. Disponível em: <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/comprasustwebfinalpgdupla.pdf.>

Guia prático de licitações sustentáveis da consultoria jurídica da união no estado de São Paulo (AGU). O guia busca agrupar as informações legais mais relevantes, do ponto de vista ambiental, sobre objetos que fazem parte do dia a dia das licitações e contratações de qualquer órgão público, que podem acarretar algum tipo de impacto relevante no meio ambiente, seja na fase de fabricação, de utilização ou de descarte. Portanto, o órgão disporá de um manual de consulta que lista, de forma direta, as providências a serem tomadas para fins de assegurar o cumprimento à legislação vigente e a diminuição ou anulação do impacto ambiental inerente a cada objeto. É um compêndio de normas jurídicas que já estão em vigor e, por seu efeito vinculante, devem ser obrigatoriamente cumpridas, independentemente de quaisquer justificativas técnicas. Disponível em: <http://www.agu.gov.br/page/download/index/id/14134636.>

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Guia de compras públicas sustentáveis – uso do poder de compra do governo para promoção do desenvolvimento sustentável. O guia busca disponibilizar dados e informações que emprestam um novo sentido às compras governamentais, nos moldes das práticas internacionais. Demonstra como o edital de licitação se transforma numa ferramenta importante e eficiente de promoção do desenvolvimento sustentável na esfera pública, com repercussão direta na iniciativa privada. Disponível em: <http://archive.iclei.org/fileadmin/user_upload/documents/LACS/Portugues/Servicos/Ferramentas/Manuais/Compras_publicas_2a_ed_5a_prova.pdf.>

Cadernos de logística do governo federal. Publicações que orientam as contratações de serviços como limpeza, conservação, vigilância patrimonial, transporte, serviço de reprografia, etc. Disponível em: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/paginas/cadernos-de-logistica.>

Cadernos Técnicos de Serviços terceirizados (CADTERC) do Estado de São Paulo. Publicações que orientam as contratações de serviços como limpeza, conservação, vigilância patrimonial, transporte e cerca de mais 20 volumes sobre outros temas. Disponível em: <http://www.comprasgovernamentais.gov.br/paginas/cadernos-de-logistica.>

Guia para as boas práticas de sustentabilidade para a cadeia de suprimento das empresas eletrobras. O guia agrupa informações legais mais relevantes, do ponto de vista sustentável, à luz dos princípios da legalidade, impessoalidade, segregação de função, moralidade, publicidade, probidade, vinculação ao instrumento convocatório, julgamento objetivo, economicidade, eficiência e eficácia das aquisições de bens, obras e serviços processadas de acordo com as diretrizes traçadas pela Logística de Suprimentos para as empresas Eletrobras.

Roteiro de compras sustentáveis 2015 – Itaipu Binacional. Esse roteiro se constitui em um instrumento para confirmar que a sustentabilidade empresarial da Itaipu - pautada nas dimensões econômico-financeira, de governança corporativa, ambiental e da responsabilidade social - é parte integrante das atividades relacionadas a todo o processo logístico, compondo assim todos os documentos do processo de compras. Disponível em: <https://fornecedores.itaipu.gov.br/aplicacoes/conteudo_pcib.nsf/arquivos/ROTEIRO_COMPRAS_SUSTENTAVEIS/$FILE/ROTEIRO_COMPRAS_SUSTENTAVEIS.pdf.>

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Capítulo 2. Instrumento convocatório e os critérios de sustentabilidade

O Tribunal de Contas da União (TCU) vem ensinando aos órgãos públicos que a questão-chave para o processo de contratações e os critérios de sustentabilidade está relacionada à identificação da solução que atende ao interesse público com tempestividade, qualidade e quantidade, sem ser direcionada a um interessado, e que seja economicamente vantajosa e sustentável. Portanto, é importante avaliar como o instrumento convocatório deve formular as exigências de natureza ambiental/sustentável, de forma a não frustrar a competitividade. Entenda as fases da contratação sustentável:

O planejamento é a fase em que o órgão avalia a necessidade da contratação e deve levar em consideração a utilidade do objeto a ser contratado, a legalidade da contratação, a prioridade, bem como a oportunidade, a especificação técnica (envolve qualidade, quantidade, descrição do objeto e identificação) e a sustentabilidade (ciclo de vida, definição dos critérios, reciclagem descarte, durabilidade etc.).

Figura 4 – O TCU e as licitações sustentáveis.

Fonte: TCU, 2014.

A escolha do fornecedor envolve a opção pela modalidade licitatória, a imparcialidade, vantajosidade, princípios como moralidade e eficiência, justificativa, viabilidade (tempo hábil e dotação), disponibilidade do objeto no mercado, a comunicação com o mercado (realização de consulta pública, maturidade para oferecer o bem/serviço, características, tamanho, comportamento, preço etc.).

Execução contratual é a fase que, após o processo licitatório, deverá ocorrer por meio do acompanhamento para a gestão do contrato. Pode ocorrer capacitação, fiscalização e conferência.

O TCU orienta que nas licitações sejam observadas: a importância da definição adequada do objeto, a avaliação da pertinência dos critérios de sustentabilidade em cada caso concreto, a importância da motivação das decisões, e o equilíbrio entre os diversos princípios previstos no art. 3º da Lei nº 8.666, de 1993.

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Portanto, toda licitação deve buscar a sustentabilidade considerando os materiais renováveis envolvidos, as opções de reciclagem, os métodos de produção, logística e distribuição, além de outras fases do ciclo de vida como uso, operação e manutenção.

Sendo assim, é importante refletir: em que fase da licitação se aplica os critérios de sustentabilidade? A resposta não é tão complexa assim. Basicamente, a inclusão do aspecto ambiental não deve ser realizada como condição de habilitação do certame, mas na correta e motivada especificação do objeto. Deve-se, portanto, incluir a variável ambiental quando da definição das características do bem a ser adquirido, descrevendo-a como qualidade do produto que a administração deseja comprar. Isso significa que é possível manter o critério de julgamento por menor preço, mas com a qualidade definida no edital. Posteriormente, aferir a exigência durante a execução contratual.

Em síntese, lembre-se do que estabelece o Decreto nº 7.746, de 2012:

• Os critérios de sustentabilidade devem ser objetivamente definidos e veiculados como especificação técnica do objeto.

• As práticas de sustentabilidade devem ser objetivamente definidas e veiculadas como obrigação da contratada.

Leia o trecho do texto de autoria de Rafael Setúbal Arantes sobre os cuidados que se deve ter na comprovação dos requisitos de sustentabilidade das contratações públicas.

“Só é possível exigir como especificação para o bem ou serviço o que for:

I – imprescindível para garantir a qualidade e o desempenho do bem ou serviço, de acordo com a necessidade do órgão ou entidade contratante;

II – necessário para garantir a sustentabilidade da contratação; ou

III – exigido por Lei (exemplo: certificações compulsórias do INMETRO, se houver).

Portanto:

a) não é possível exigir um requisito para um bem, serviço ou obra se não houver uma justificativa técnica em termos de desempenho, qualidade e sustentabilidade, ou uma determinação legal;

b) sempre que existir uma certificação compulsória do produto ou serviço, ela deve ser exigida no edital;

c) rótulos voluntários de produtos podem ser exigidos (que atestem o desempenho, a qualidade ou a sustentabilidade do item) - devem ser pertinentes ao objeto, e se houver mais de um no mercado, devem-se admitir todos que tenham credibilidade nacional ou internacional;

d) sempre que houver mais de um tipo de produto considerado como sustentável no mercado, ou dúvida quanto à sustentabilidade da opção escolhida, todas as opções consideradas sustentáveis devem ser admitidas pelo edital.

Os critérios de sustentabilidade para serviços e obras devem ser estabelecidos por meio da exigência de práticas de sustentabilidade e utilização de insumos, mão de obra, métodos ou tecnologias de menor impacto ambiental ou social na execução da contratação.

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Para bens, deve-se evitar a utilização de critérios de sustentabilidade em relação ao processo de fabricação do produto sem nenhum vínculo com as suas características e atributos, tendo em vista que não será possível verificar o atendimento desses requisitos na licitação, com exceção dos casos em que esses critérios forem objetos de uma certificação compulsória.

Como verificar o atendimento dos critérios de sustentabilidade na licitação?

Para bens:

1 – A verificação do atendimento dos critérios de sustentabilidade segue os mesmos procedimentos da verificação dos requisitos de desempenho e qualidade do produto: na fase de aceitação da proposta no pregão.

2 – Havendo dúvidas se o produto atende às especificações de sustentabilidade, o órgão contratante poderá realizar diligências (ex.: enviar o produto para testes laboratoriais), ou convocar o licitante para que comprove a sustentabilidade do produto, de acordo com as exigências do edital.

3 – O edital poderá prever a comprovação dos critérios de sustentabilidade por meio de certificação, ou por qualquer outro meio de prova (IN nº 01/10, art. 5º § 1º), às custas do licitante.

4 – Alguns órgãos públicos já adotam certificações voluntárias como obrigatórias na licitação. A justificativa é a incapacidade do órgão comprador de verificar a sustentabilidade do produto de outro modo que não pela certificação.

Para serviços e obras:

1 – Os critérios de sustentabilidade para serviços e obras são critérios de execução contratual, e, portanto, devem ser fiscalizados durante a execução contratual. As práticas e critérios de sustentabilidade que não forem cumpridos pelo contratado devem ser objeto de glosa na fatura dos valores correspondentes, sem prejuízo das sanções contratuais e legais.

2 – Podem ser exigidos atestados (nos termos do artigo 30 da Lei nº 8.666/93), emitidos por instituição pública ou privada, que comprovem experiência prévia na execução do serviço ou obra com os critérios de sustentabilidade exigidos, caso necessitem de expertise técnica, de modo a garantir a Administração quanto ao cumprimento desses requisitos” (ARANTES,2014) .

As grandes dúvidas dos gestores é como especificar os critérios e requisitos sustentáveis no processo licitatório, mediante termo de referência, edital e minuta de contrato. Buscando demonstrar a aplicação essas especificações, a SLTI/MP disponibilizou alguns casos frequentes das compras sustentáveis comuns que apresentam os critérios apresentados no capítulo anterior e que estão identificados abaixo.

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BIODEGRADÁVEIS

Copo descartável

Copo descartávelCód. 407921, 409680, 421447 (amido de milho) & 413887, 409926 (bagaço de cana)

PREGÃO Nº 03/2013GERÊNCIA REGIONAL EM RECIFEINSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“3. ESPECIFICAÇÃO/QUANTITATIVO/VALOR MÁXIMO

3.1.1. Os critérios para aceitação do material são os seguintes:

c) para os itens 19 a 22, 25 a 30 e 45 a 47, deverá ser apresentada declaração/atestado/certificado de que os mesmos foram confeccionados com material sustentável/reciclado/biodegradável; ed) não obstante a indicação de amido de milho ou bagaço de cana como matéria-prima para a confecção do plástico do material referente aos itens 46 e 47, este poderá ser produzido a partir de qualquer outro material, desde que seja comprovadamente biodegradável.”

ATENDIMENTO NO CONTRATO

“8. DAS RESPONSABILIDADES E OBRIGAÇÕES DAS PARTES

8.1. DA CONTRATADA:

t) o CONTRATANTE poderá exigir:t.1) que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2;t.2) que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;t.3) que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; et.4) que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (PB), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenilpolibromados (PBDEs).”

PREGÃO Nº 04/2014COORDENACÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOSMINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1 INTRODUÇÃO

1.3 Para esta aquisição propomos a adoção da modalidade de pregão eletrônico com utilização do sistema de Registro de Preços em Ata, pelo critério do menor preço por unidade, na forma do inciso II do art. 15 da Lei nº 8.666/93.1.3.1 Recomendamos que esta aquisição esteja voltada ao Decreto nº 7.746, de 05 de junho de 2012, que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e às orientações e normas sobre a sustentabilidade ambiental, elencadas na Instrução Normativa nº 01, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que dispõe sobre os critérios de sustentabilidade ambiental e aquisição de bens, contratação de serviços ou obras para a administração pública federal direta, autárquica ou fundacional e dá outras providências transcritas a seguir:Capítulo IIIDOS BENS E SERVIÇOS: (...).”

ATENDIMENTO NO EDITAL

“12 DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

12.1 A CONTRATADA deverá contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável no cumprimento de diretrizes e critérios de sustentabilidade ambiental, de acordo com o art. 225 da Constituição Federal/88, e em conformidade com o art. 3º da Lei n.º 8.666/93 e com o art. 6º da Instrução Normativa/SLTI/MPOG nº 01, de 19 de janeiro de 2010.12.2 Aplicar as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR), referente ao uso de materiais atóxicos, biodegradáveis e recicláveis, correspondente ao Termo de Referência, Anexo I, deste Edital.I. Que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2;II. Que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares; III. Que os bens devam ser preferencialmente acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; eIV. Que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of Certain Hazardous Substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).”

PREGÃO Nº 03/2014UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARÁESTADO DO PARÁ

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“8 - DA HABILITAÇÃO

8.7. A empresa contratada adotará práticas de sustentabilidade na execução dos serviços, na conformidade do Termo de Referência e Decreto Federal nº 7.746/2012.8.8. A comprovação de sustentabilidade ambiental poderá ser feita mediante apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital.”

ATENDIMENTO NO CONTRATO

“CLÁUSULA DÉCIMA QUARTA - DA SUSTENTABILIDADE

14.1. Entregar produtos preferencialmente acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e armazenamento, conforme IN nº 01 de 19/01/2010.”

PREGÃO Nº 03/2013MEX/23.CISCUNSCRIÇÃO DO SERVICO MILITAR/PBCOMANDO DO EXÉRCITO

ATENDIMENTO NO EDITAL

“10 DA HABILITAÇÃO

10.4 Para a habilitação, o licitante deverá apresentar os documentos a seguir relacionados:10.6.4 Relativos à qualificação técnica:b. Declaração de sustentabilidade ambiental, conforme modelo do Anexo B deste Edital.”

PREGÃO Nº 23/20132 BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃOCOMANDO DO EXÉRCITO

ATENDIMENTO NO EDITAL

“3. DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2. Não será admitida nesta licitação a participação de pessoas jurídicas:3.2.5. Que estejam proibidas de contratar com a administração pública, em razão de sanção restritiva de direito decorrente de infração administrativa ambiental, nos termos do artigo 72, § 8°, inciso V, da Lei n° 9.605, de 1998.”

PREGÃO Nº 07/2013SUPERINT.ESTADUAL DE PERNAMBUCO-INCRA/SR-03INSTIT. NAC. DE COLONIZACAO E REFORMA AGRÁRIA

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1 DO OBJETO

1.1. Aquisição de material de consumo para atender demanda desta Superintendência Regional, conforme quantitativos, especificações e demais informações contidas no Anexo I deste Termo de Referência.1.2 Os materiais, conforme o item cotado, deverão ser novos, de primeiro uso, não sendo de forma nenhuma resultado de reprocessamento, seja parcial ou total, com exceção dos itens classificados como sustentáveis no anexo I deste Termo de Referência (indicados com “X” na última coluna), os quais deverão atender ao disposto no inciso I, art 5º da IN SLTI nº 01/2010: ‘que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2’.”

PREGÃO Nº 01/2014FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - SPFUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE

ATENDIMENTO NO EDITAL

“3. DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO 3.2. Não será admitida nesta licitação a participação de pessoas jurídicas: 3.2.6. Que estejam proibidas de contratar com a Administração Pública, em razão de sanção restritiva de direito decorrente de infração administrativa ambiental, nos termos do artigo 72, § 8°, inciso V, da Lei n° 9.605, de 1998.”

PREGÃO Nº 08/2013SUPER.REG.DO MÉDIO S.FRANCISCOINSTIT. NAC. DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA

ATENDIMENTO NO EDITAL

“1 - DO OBJETO

1.5. DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTALEste Edital observará em todas as fases do procedimento licitatório as orientações e normas voltadas para a sustentabilidade ambiental, prevendo, inclusive, as recomendações quanto à responsabilidade do fornecedor pelo recolhimento e descarte do material, bem como a apresentação de documentos físicos, copiados ou impressos, SOMENTE ATRAVÉS DE PAPEL RECICLADO.”

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1.2. DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

1.2.1.Conforme previsto no art. 5º da IN nº 01/2010, OBRIGATORIAMENTE, os matériais licitados deverão ter critérios de sustentabilidade ambiental dispostos no item 10 deste termo de referência.1.2.2. Os matérias devem ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento;1.2.3. A descrição dos matérias dispostos no item 10 deste termo de referência correspondem à descrição do CATMAT de itens sustentáveis do comprasnet.gov.br.”

PREGÃO Nº 29/20137 BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUCÃO-MEX/ACCOMANDO DO EXÉRCITO

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ATENDIMENTO NO EDITAL E TERMO DE REFERÊNCIA

“20. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

20.10. Integram este Edital, para todos os fins e efeitos, os seguintes anexos:20.10.4. ANEXO IV – Declaração de que a empresa atende aos critérios de sustentabilidade sócio-ambiental.

PREGÃO Nº 08/2013INST.F.ED.,CIENC.E TEC.DE NORTE DE MG/C.SALININST.FED.DE EDUC., CIENC.E TEC.DO NORTE DE MG

ATENDIMENTO NO EDITAL

“19 DA SUSTENTABILIDADE

19.1 O licitante vencedor deverá cumprir as determinações da Instrução Normativa nº 01, de 19 de janeiro de 2010/MPOG, nos termos do item 7, subitem 7.2 do Termo de Referência Anexo I do Presente Edital.”

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“7. OBRIGAÇÕES DA CONTRATADA

7.2 Observar, quando couber, todas as práticas de sustentabilidade, conforme preconiza a Instrução Normativa n° 01/2010.”

PREGÃO Nº 02/2014DELEGACIA DA REC.FEDERAL EM B.HORIZONTE/MGMINISTÉRIO DA FAZENDA

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“7 OBRIGAÇÕES DA CONTRATANTE E CONTRADADA

6.1. Constituem obrigações da contratante, além de outras a serem previstas no instrumento convocatório e legislação de regência:

g) adotar práticas de sustentabilidade na fabricação, envio e fornecimento dos objetos, bem como dos descartes dos materiais não utilizados quando da fabricação, tais como os relacionados nos incisos I a IV do art. 5º da IN nº 1, de 2010.”

PREGÃO Nº 22/2013BASE DE FUZILEIROS NAVAIS ILHA DO GOVERN./RJCOMANDO DA MARINHA

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“2. DO OBJETO

2.1. 2.1. O objeto da presente LICITAÇÃO é o Registro de Preços para aquisição de materiais de consumo de limpeza e descartáveis em geral, conforme especificado no Termo de Referência anexo “A” deste Edital. 2.2. Este Edital observará em todas as fases do procedimento licitatório as orientações e normas voltadas para a sustentabilidade ambiental, prevendo, inclusive, as recomendações quanto à responsabilidade do fornecedor pelo recolhimento e descarte do material, bem como a apresentação de documentos físicos, copiados ou impressos, somente em papel reciclado, sob pena de recusa dos mesmos.

8. DA HABILITAÇÃO

8.3. Habilitação jurídica:

8.4. Regularidade fiscal, trabalhista e ambiental:

8.4.7. Certidão Negativa ou de Inexistência de Dívida ou Débito Ambiental que comprove a regularidade da licitante perante o órgão ambiental do estado da federação, conforme previsto no Termo de Referência, demonstrando que não há a restrição para celebrar contratos com a Administração Pública, conforme previsto no inciso III do § 8º do artigo 2°, da Lei nº 3.467/2000.”

PREGÃO Nº 32/2013FUNDJORGE D.FIGUEIREDO DE SEG.MED.TRABALHO/SPFUND.JORGE D.FIGUEIREDO DE SEG.E MED DO TRAB.

ATENDIMENTO NO EDITAL

“3. DAS CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO

3.2. Não será admitida nesta licitação a participação de pessoas jurídicas: 3.2.5. Que estejam proibidas de contratar com a administração pública, em razão de sanção restritiva de direito decorrente de infração administrativa ambiental, nos termos do artigo 72, § 8°, inciso V, da Lei n° 9.605, de 1998.”

PREGÃO Nº 17/2013INST.FED.DE EDUC.,CIENC.E TEC.DE SERGIPEINST.FED.DE EDUC.,CIENC.E TEC.DE SERGIPE

ATENDIMENTO NO EDITAL

“1. DO OBJETO

1.3. Integram este Edital, para todos os fins e efeitos, os seguintes anexos:

ANEXO IV – Modelos de declarações (de menor, de inexistência de fato superveniente, de elaboração independente de proposta, declaração de ausência dos impedimentos descritos nos §§ 4º E 9º do art. 3º da Lei Complementar nº 123/2006 (Em caso de ME e EPP) e de sustentabilidade ambiental).”

PREGÃO Nº 19/2012COORDENAÇÃO-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOSMINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“1. INTRODUÇÃO

1.3 Para esta aquisição propomos a adoção da modalidade de pregão eletrônico com utilização do Sistema de Registro de Preços em Ata, pelo critério do menor preço por unidade, na forma do inciso II do art. 15 da Lei nº 8.666/93.1.3.1 Recomendamos, ainda, que essa aquisição esteja voltada às orientações e normas sobre a sustentabilidade ambiental, elencadas na Instrução Normativa nº 01, de 19 de janeiro de 2010, da Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que dispõe sobre os critérios ambientais transcritos a seguir:Capítulo IIIDOS BENS E SERVIÇOS:”

PREGÃO Nº 11/2014MEC-FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE RONDÔNIA/ROFUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1. DO OBJETO

1.5. Sustentabilidade: para possibilitar a aquisição de bens com menor impacto negativo ao meio ambiente, na especificação dos materiais pretendidos, buscou-se incluir critérios de sustentabilidade ambiental em cumprimento à Instrução Normativa nº 01/2010.1.5.1. Para os itens relacionados na especificação do objeto, cuja atividade de fabricação ou industrialização é enquadrada no Anexo II da Instrução Normativa Ibama n° 31, de 03/12/2009, só será admitida a oferta de produto cujo fabricante esteja regularmente registrado no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, instituído pelo artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981.1.5.2. Que os bens sejam, preferencialmente, constituídos por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2. Que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares. Com referência aos itens 03 e 04, as licitantes deverão comprovar que o produto ofertado atende às disposições deste item.1.5.3. Os materiais ofertados devem ser produzidos por fabricantes compromissados com o meio ambiente, que mantenham programa continuado de sustentabilidade ambiental, e que além de se enquadrarem no disposto nos itens anteriores, comprovem que cumprem a legislação ambiental pertinente ao objeto da licitação.”

Caneca

CanecaFibra de Coco Cód. 401329

PREGÃO Nº 05/2013INST. FED. DE EDUC., CIENC. E TEC. DO ESP. SANTOMINISTÉRIO DA EDUCAÇAO

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“11 DO JULGAMENTO, NEGOCIAÇÃO E ACEITAÇÃO DAS PROPOSTAS

11.5 Em atendimento aos critérios de sustentabilidade ambiental regulados pela IN/SRLTI/MPOG Nº 01, de 19 de janeiro de 2010, o licitante deverá apresentar declaração de sustentabilidade ambiental conforme Anexo V, assinada por representante legal.

22 - DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

22.15 Fazem parte do edital, como se nele transcritos fossem:a) Anexo I - Termo de Referência;b) Anexo II - Modelo de Carta Proposta;c) Anexo III - Minuta de Ordem de Fornecimento; d) Anexo IV – Minuta da Ata de Registro de Preços;e) Anexo V – Declaração de Sustentabilidade Ambiental.”

RECICLADOS

Caneta Esferográfica

Caneta esferográficaPlástico reciclado Cód. 405278, 405279, 411944 Polipropileno e papelão reciclado Cód. 406326Papel reciclado Cód. 425718, 399329Plástico biodegradável Cód. 410779

PREGÃO Nº 03/2014COORD. GERAL DE LOGÍSTICA E ADMINISTRAÇÃOMINISTÉRIO DO DESENV. SOCIAL E COMBATE À FOME

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“5. DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

5.1. Visando à efetiva aplicação de critérios, ações ambientais e socioambientais quanto à inserção de requisitos de sustentabilidade ambiental nos editais de licitação promovidos pela administração pública, e em atendimento ao artigo 5º e seus incisos da Instrução Normativa nº 1/2010 da SLTI/MPOG, o MDS, quando da aquisição de bens, poderá exigir os seguintes critérios de sustentabilidade ambiental:a) que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2;b) que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;c) que os bens devam ser preferencialmente acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; ed) que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (Restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenilpolibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).5.2. A comprovação do disposto no item 5.1 e seus incisos poderá ser feita mediante apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital.”

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PREGÃO Nº 10/2013MME-CGC-COORD.-GERAL DE RECURSOS LOGÍSTICOS/DFMINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA

ATENDIMENTO NA ATA DE REGISTRO DE PREÇO

“CLÁUSULA SEXTA - DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

A contratada deverá contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável no cumprimento de diretrizes e critérios de sustentabilidade ambiental, de acordo com o art. 225 da Constituição Federal/88, e em conformidade com o art. 3º da Lei nº 8.666/93 e com o art. 6º da Instrução Normativa/SLTI/MPOG nº 01, de 19 de janeiro de 2010. Subcláusula primeira - aplicar as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR) referentes ao uso de materiais atóxicos, biodegradáveis e recicláveis, correspondentes ao constante do Termo de Referência, Anexo I, do Edital.Subcláusula segunda – que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2; 4.2 – que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares.Subcláusula terceira - que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento.Subcláusula quarta - que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).Subcláusula quinta – utilizar produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos inanimados que obedeçam às classificações e especificações determinadas pela Anvisa, e prever a destinação ambiental adequada de pilhas e baterias usadas inservíveis, pois seus resíduos são utilizados para fabricação de vidros, tintas, cerâmicas, e segundo disposto na Resolução Conama nº 257, de 30/06/99.”

PREGÃO Nº 08/2014UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA-UF/BAUNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA

ATENDIMENTO NO EDITAL

“3 DA ACEITAÇÃO E JULGAMENTO DAS PROPOSTAS

3.1 Serão consideradas aprovadas as amostras que:a. Não apresentarem defeitos ou avarias constatados durante avaliação da equipe técnica.b. Atenderem a todas as especificações técnicas definidas nesse termo de referência, incluindo aqueles relacionados à sustentabilidade dos produtos, tais como a utilização de matérias-primas recicláveis ou recicladas, atóxicos, uso de madeira de reflorestamento, entre outros.3.2 As amostras de itens para os quais forem exigidos critérios de sustentabilidade deverão estar acompanhadas de laudo técnico ou outro documento que comprove o atendimento a esses critérios (ex: comprovação da utilização de madeira de reflorestamento, para o item 2, e do uso de papel reciclado para o item 3, ambos descritos na planilha anexa).”

PREGÃO Nº 17/2013INSTITUTO FEDERAL DE EDUC.CIENC.E TEC.DE SCINST.FED.DE EDUC.,CIENC.E TEC.DE STA.CATARINA

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“1 DO OBJETO

1.1 Contratação exclusiva de ME/EPP para aquisição de materiais de consumo com critérios de sustentabilidade para atender às necessidades do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina, conforme apresentado no Anexo I – Termo de referência deste Edital.

4 DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

4.4 As empresas participantes do certame deverão adotar os seguintes critérios de sustentabilidade ambiental, no que couber, em razão do disposto no art. 5º IN/MPOG nº 01/2010.4.5 A comprovação do disposto neste item poderá ser feita mediante apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital.4.6 Selecionada a proposta, antes da assinatura do contrato, em caso de inexistência de certificação que ateste a adequação, o órgão ou entidade contratante poderá realizar diligências para verificar a adequação do produto às exigências do ato convocatório, correndo as despesas por conta da licitante selecionada.4.4 Caso não se confirme a adequação do produto, a proposta selecionada será desclassificada.”

PREGÃO Nº 09/2013INST.FED.DE EDUC.,CIENC. E TECNOLOGIA PIAUÍINST.FED.DE EDUC., CIENC.E TECNOLOGIA PIAUÍ

ATENDIMENTO NO EDITAL

“4. O OBJETO

4.3. Os produtos objeto da aquisição contêm critérios de sustentabilidade ambiental e estão dentro da padronização seguida pelo órgão, conforme especificações técnicas e requisitos de desempenho constantes do Catálogo Unificado de Materiais (Catmat) do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG).”

PREGÃO Nº 01/2013SUPERINT. DE ADMINISTRACAO EM PERNAMBUCOADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO

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ATENDIMENTO NO EDITAL E TR

“1. DO OBJETO

1.1. O objeto desta licitação é o registro de preços para eventual aquisição de material de expediente, visando atender às necessidades das unidades da Advocacia-Geral da União jurisdicionadas administrativamente a SAD-PE, SAD-SP e SAD-RS, conforme especificações e quantidades estabelecidas no Termo de Referência e neste edital e seus anexos.1.1.1 Este certame visa adquirir material de expediente sustentável, que atente para razões ambientais, econômicas e sociais, de acordo com os comandos contidos no Decreto nº 7.746/12 de 05 de junho de 2012, que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666/93, que estabelece critérios, práticas e diretrizes gerais para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável por meio das contratações realizadas pela administração pública federal.

2. ESPECIFICAÇÕES DO OBJETO

2.1 Os produtos objeto da aquisição contêm critérios de sustentabilidade ambiental e estão dentro da padronização seguida pelo órgão, conforme especificações técnicas e requisitos de desempenho constantes do Catálogo Unificado de Materiais (Catmat) do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais (SIASG);2.2 A licitante detentora da melhor proposta/lance deverá apresentar:a) Atestado de Capacidade Técnica, que comprove já ter fornecido materiais da natureza da presente licitação, emitido por pessoa jurídica de direito público ou privado, informando sempre que possível quantidades, valores e demais dados técnicos, nome, cargo e assinatura do responsável pela informação, bem como se foram cumpridos os prazos de entrega e a qualidade dos materiais.b) Comprovação de Regularidade no Cadastro Técnico Federal (CTF) do Ibama/Ministério do Meio Ambiente, do fabricante do produto que será fornecido.2.3 Os bens devem ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento;2.4 Os bens não devem conter substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr (VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs);2.5 A comprovação do disposto neste item poderá ser feita mediante declaração do licitante, ou apresentação de certificação emitida por instituição pública oficial ou instituição credenciada, ou por qualquer outro meio de prova que ateste que o bem fornecido cumpre com as exigências do edital.”

PREGÃO Nº 15/2014DIRETORIA DE ADMINISTRAÇÃO DO CAMPUS-FIOCRUZFUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“PREÂMBULO

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por intermédio da Dirac, torna público, para conhecimento dos interessados, que realizará licitação, na modalidade pregão eletrônico, para registro de preços objetivando o fornecimento de material de expediente sustentável da Fiocruz.

1. DO SUPORTE LEGAL

1.1. A presente licitação será regida pela Lei nº 10.520/02, Lei nº 10.522/02, Decreto nº 3.555/00, Decreto nº 3.722/01, Decreto nº 4.358/02, Decreto nº 5.450/05, IN MPOG nº 02/09, IN MPOG nº 01/2010, Decreto nº 7.892/2013, IN MARE nº 8/98, Lei Complementar nº 123/06, Lei nº 12.349/10, Decreto nº 7.746/2012, Lei nº 8.078/90 e, subsidiariamente, pela Lei nº 8.666/93.

7. DOS CRITÉRIOS PARA A COMPOSIÇÃO DAS PROPOSTAS ELETRÔNICAS

7.12. A licitante deverá informar na proposta comercial se o produto tem certificação, ou selo, ou ISO, ou a ficha técnica do produto de acordo com o fabricante ou as características que compõem o certificado. A empresa licitante deverá buscar informações referentes à sustentabilidade do produto, através de consultas aos fabricantes. Esta exigência não tem caráter desclassificatório, e sim buscar contratar fornecedores que tenham responsabilidade socioambiental.”

Caderno e pilha

CadernoCód. 403415

PREGÃO Nº 12/2013DIR. DE PATR. HIST. E DOCUMENTAÇAO DA MARINHACOMANDO DA MARINHA

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“114. DOS CRITÉRIOS AMBIENTAIS

14.1 Os fornecedores deverão cumprir as exigências do Termo de Referência, sobretudo na questão socioambiental e observar os seguintes critérios abaixo:14.1.1 fornecer produtos que tenham certificação do fabricante, quanto ao meio de produção, transporte e fornecimento;14.1.2 fornecer produto dentro dos padrões de armazenamento e embalagem, exigidos pelas normas ambientais;14.1.3 Os produtos fornecidos deverão ser atóxicos, biodegradáveis e recicláveis.14.1.4 Em relação aos itens 151, 152, 153 e 154 (pilhas alcalinas), não são permitidas à contratada formas inadequadas de destinação final das pilhas e baterias usadas originárias da contratação, nos termos do artigo 22 da Resolução Conama n° 401, de 04/11/2008, tais como:a) lançamento a céu aberto, tanto em áreas urbanas como rurais, ou em aterro não licenciado;b) lançamento em corpos d’água, praias, manguezais, pântanos, terrenos baldios, poços ou cacimbas, cavidades subterrâneas, redes de drenagem de águas pluviais, esgotos, ou redes de eletricidade ou telefone, mesmo que abandonadas, ou em áreas sujeitas à inundação.c) A contratada deverá providenciar o adequado recolhimento das pilhas e baterias originárias da contratação, para fins de repasse ao respectivo fabricante ou importador, responsável pela destinação ambientalmente adequada, nos termos da Instrução Normativa Ibama n° 08, de 03/09/2012, conforme artigo 33, inciso II, da Lei n° 12.305, de 2010 – Política Nacional de Resíduos Sólidos, artigos 4° e 6° da Resolução Conama n° 401, de 04/11/2008, e legislação correlata.”

PREGÃO Nº 59/2013MEC-IBC-INSTITUTO BENJAMIM CONSTANT/RJMINISTÉRIO DA EDUCAÇAO

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“10. CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL PARA ACEITAÇÃO DO OBJETO

10.1. que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclável, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 E 15448-2;10.2. que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;10.3. que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; e10.4. que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteresdifenil-polibromados (PBDEs).”

Régua

RéguaCód. 406522

PREGÃO Nº 18/2013SUBSECRET. DE PLANEJ., ORÇ. E ADMINISTRAÇÃOMINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“19.DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

19.1.Visando à efetiva aplicação de critérios, ações ambientais e socioambientais quanto à inserção de requisitos de sustentabilidade ambiental nos editais de licitações promovidas pela administração pública, em atendimento ao art. 170 da CF/1988, ao art. 3º da Lei nº 8.666/93 alterado pela Lei nº 12.349/2010, a Lei nº 12.187/2009, Lei nº 12.305/2010 e art. 5º da Instrução Normativa nº 1/2010 da SLTI/MPOG, a adjudicatária deverá apresentar declaração de sustentabilidade ambiental conforme modelo abaixo:

DECLARAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

PREGÃO ELETRÔNICO Nº ____/2013PROPONENTE: ______________________________________________________ENDEREÇO: ________________________________________________________CNPJ: ____________________ FONE/FAX: _______________________________

Declaro sob as penas da Lei nº 6.938/1981, na qualidade de proponente do procedimento licitatório, sob a modalidade Pregão Eletrônico nº ____/2013, instaurado pelo Processo de nº 02000.00____/20___-__, que atendemos aos critérios de qualidade ambiental e sustentabilidade socioambiental, respeitando as normas de proteção do meio ambiente.Estou ciente da obrigatoriedade da apresentação das declarações e certidões pertinentes dos órgãos competentes quando solicitadas como requisito para habilitação e da obrigatoriedade do cumprimento integral ao que estabelece o art. 5º e seus incisos, no que couber, da Instrução Normativa nº 01, de 19 de janeiro de 2010, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG).Estou ciente da obrigatoriedade da apresentação do registro no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, caso minha empresa exerça uma das atividades constantes no Anexo II da Instrução Normativa nº 31, de 03 de dezembro de 2009, do Ibama.

Por ser a expressão da verdade, firmamos a presente.

______________ de __________________ de 2013.

Nome:

RG/CPF:

Cargo:

19.2.Tal exigência visa atender aos dispositivos normativos acima enumerados, bem como proporcionar e incentivar a inserção de novos produtos de natureza sustentável no mercado nacional, refletindo na responsabilidade da administração, no desempenho do papel de consumidor potencial e na responsabilidade ambiental e socioambiental entre as partes contratantes.”

Saco de lixo

Saco lixo, plásticoCód. 403318

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PREGÃO Nº 10/2013COORDENAÇÃO REGIONAL DE JI - PARANÁFUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO

ATENDIMENTO NO EDITAL

“30. DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

30.1. A CONTRATADA deverá cumprir os critérios de sustentabilidade ambiental disciplinados pela IN SLTI nº 01/2010, bem como as Normas Brasileiras (NBR), publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre resíduos sólidos e o Decreto nº 7.746, de 05 de junho de 2012.30.2. Não utilizar materiais que contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs);30.3. Com objetivo de atender AOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL, a Contratada deverá contribuir para a promoção do desenvolvimento nacional sustentável no cumprimento de diretrizes e critérios de sustentabilidade ambiental, de acordo com o art. 225 da Constituição Federal/88, e em conformidade com o art. 3º da Lei nº 8.666/93 e com o art. 6º da Instrução Normativa/SLTI/MPOG nº 01, de 19 de janeiro de 2010.30.4. Para o exercício de atividade de venda de materiais classificados como potencialmente poluidores, deverá a fornecedora aplicar as normas técnicas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT NBR), referente ao uso de materiais atóxicos, biodegradáveis e recicláveis.”

PREGÃO Nº 23/20132 BATALHÃO DE ENGENHARIA DE CONSTRUÇÃOCOMANDO DO EXÉRCITO

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“12. DIRETRIZES DE CARÁTER AMBIENTAL

12.1. Para os itens abaixo relacionados, cuja atividade de fabricação ou industrialização é enquadrada no Anexo II da Instrução Normativa Ibama n° 31, de 03/12/2009, só será admitida a oferta de produto cujo fabricante esteja regularmente registrado no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, instituído pelo artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981:12.1.1. Pilhas; 12.1.2. Papele papelão;12.1.3. Preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas; e12.1.4. Sabões e detergentes.12.2. Nos termos do Decreto n° 2.783, de 1998, e Resolução Conama n° 267, de 14/11/2000, é vedada a oferta de produto ou equipamento que contenha ou faça uso de qualquer das substâncias que destroem a camada de ozônio (SDO) abrangidas pelo Protocolo de Montreal, notadamente CFCs, Halons, CTC e tricloroetano, à exceção dos usos essenciais permitidos pelo Protocolo de Montreal, conforme artigo 1°, parágrafo único, do Decreto n° 2.783, de 1998, e artigo 4° da Resolução Conama n° 267, de 14/11/2000.”

ECOEFICIENTES

Lâmpadas

Lâmpadas flourescentesENCE Cód. 421866

PREGÃO Nº 02/2014BASE AÉREA DE NATALCOMANDO DA AERONÁUTICA

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1. DO OBJETO

1.3. ESPECIFICAÇÃO TÉCNICA DOS PRODUTOS:1.3.1. Só será admitida a oferta de lâmpadas fluorescentes compactas com reator integrado que possua a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), na classe de menor eficiência da ENCE, nos termos da Portaria Inmetro n° 289, de 16/11/2006, e Portaria Inmetro n° 489, de 08/12/2010, que aprova os Requisitos de Avaliação da Conformidade (RAC) do produto e trata da etiquetagem compulsória.1.3.2. Só será admitida a oferta de lâmpadas de uso doméstico – linha incandescente que possua a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), na classe de menor eficiência da ENCE, nos termos da Portaria Inmetro n° 283, de 11/08/2008, que aprova os requisitos de avaliação da conformidade (RAC) do produto e trata da etiquetagem compulsória.1.3.3. Só será admitida a oferta de lâmpadas a vapor de sódio à alta pressão que possua a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), na classe de menor eficiência da ENCE, nos termos da Portaria Inmetro n° 483, de 07/12/2010, que aprova os requisitos de avaliação da conformidade (RAC) do produto e trata da etiquetagem compulsória.1.3.4. Só será admitida a oferta de Reatores Eletromagnéticos para Lâmpadas à vapor de sódio e Lâmpadas à vapor metálico (Halogenetos) que possua a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), na classe de menor eficiência da ENCE, nos termos da Portaria Inmetro n° 454, de 01/12/2010, que aprova os requisitos de avaliação da conformidade (RAC) do produto e trata da etiquetagem compulsória.1.3.5. De acordo com o art. 5º da Instrução Normativa SLTI/MPOG nº 01 de 19.01.2010, os materiais ora licitados devem atender a alguns critérios de sustentabilidade ambiental, tais como:a) os bens devem ser constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme normas da ABNT;

b) devem ser observados os requisitos ambientais para obtenção de certificação do Inmetro como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;c) os bens devem ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir máxima proteção durante o transporte e o armazenamento;d) os bens não devem conter substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).”

Frigobar

FrigobarCód. 400719

PREGÃO Nº 12/2013COMANDO DE FRONT. – RR E 7. BAT. DE INF. DE SELVACOMANDO DO EXÉRCITO

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“15. “DOS CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

15.1 A empresa licitante, vencedora do certame, deverá adotar as seguintes práticas de sustentabilidade na contratação do objeto:15.1.1 Use produtos de limpeza e conservação de superfícies e objetos inanimados que obedeçam às classificações determinadas pela Anvisa.15.1.2 Adote medidas para evitar o desperdício de água tratada, conforme instituído no Decreto Nº 48.138, de 8 de outubro de 2003.15.1.3 Observe a Resolução Conama Nº 20, de 7 de dezembro de 1994, quanto aos equipamentos de limpeza que gerem ruído no seu funcionamento.15.1.4 Forneça aos empregados os equipamentos de segurança que se fizerem necessários, para o manuseio do objeto licitado e serviços de entrega.15.1.5 Realize um programa interno de treinamento de seus empregados, nos três primeiros meses de execução contratual, para redução de consumo de energia elétrica, de consumo de água e redução de produção de resíduos sólidos, observadas as normas ambientais vigentes.15.1.6 Realize a separação dos resíduos recicláveis descartados pelos órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional, na fonte geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas dos catadores de materiais recicláveis, que será procedida pela coleta seletiva de papel para reciclagem, quando couber, nos termos da IN/Mare Nº 6, de 3 de novembro de 1995 e do Decreto Nº 5.940, de 25 de outubro de 2006.15.1.7 Respeite as normas brasileiras (NBR) publicadas pela associação Brasileiras de Normas Técnicas sobre Resíduos Sólidos.15.1.8 Preveja a destinação ambiental adequada das pilhas e baterias usadas ou inservíveis, segundo disposta na resolução Conama nº 257, de 30 de junho de 1999.”

ATENDIMENTO NA DECLARAÇÃO DE SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

“DECLARAÇÃO

Declaramos, sob as penas da lei, na qualidade de proponente do procedimento licitatório, sob a modalidade Pregão SRP Nr 012/2013 - aquisição de material permanente, instaurado pelo Comando de Fronteira Roraima/7º Batalhão de Infantaria de Selva, de que atendemos aos critérios de sustentabilidade ambiental de acordo com o item 13 do Edital do Pregão SRP Nº 012/2013, respeitando as normas de proteção do meio ambiente, conforme estabelece a Instrução Normativa nº 01, de 19 de Janeiro de 2010, nos casos em que a referida instrução se aplica ao objeto.

PREGÃO Nº 13/2013PROCURADORIA DA REPÚBLICA/MT MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

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ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“2. JUSTIFICATIVA

2.1 Justifica-se a aquisição dos itens objeto deste certame licitatório para atender às demandas desta procuradoria e suas unidades instaladas no interior do Estado, visando dotá-las de infraestrutura adequada para a execução de suas atividades e diante da necessidade de abertura de novas unidades no interior do Estado de Mato Grosso.2.2 Faz-se necessária a aquisição dos eletrodomésticos acima nos padrões descritos neste objeto, visando uma melhor eficiência energética, contribuindo para a gestão socioambiental desta unidade.2.3 A contratação em apreço visa buscar, por meio das especificações apresentadas, a qualidade e a durabilidade do equipamento, impondo a compatibilidade técnica e desempenho na busca pela satisfação e melhores resultados no exercício das funções precípuas desta procuradoria.”

PREGÃO Nº 09/2014MEC-FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE RONDÔNIA/ROFUNDAÇÃO UNIVERDIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“1.6. Sustentabilidade: para os itens acima relacionados na especificação do objeto, cuja atividade de fabricação ou industrialização é enquadrada no Anexo II da Instrução Normativa Ibama n° 31, de 03/12/2009, só será admitida a oferta de produto cujo fabricante esteja regularmente registrado no Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, instituído pelo artigo 17, inciso II, da Lei n° 6.938, de 1981.1.6.1. Em atendimento às normas constantes da Instrução Normativa nº 01/2010/SLTI/MPOG, as licitantes deverão ofertar preferencialmente produtos que sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2, e cujo processo de fabricação observe os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares.1.6.2. As proponentes deverão ainda observar e cumprir a legislação ambiental pertinente ao objeto da licitação, tanto no processo de extração das matérias-primas utilizadas, como na fabricação, utilização, transporte e descarte dos produtos e matérias-primas.1.6.3. São diretrizes de sustentabilidade, conforme prevê o artigo 4º do Decreto Presidencial nº7.746 de 05 de junho de 2012, que regulamenta o art. 3º da Lei nº 8.666/93, entre outras:I – menor impacto sobre recursos naturais como flora, fauna, ar, solo e água;II – preferência para materiais, tecnologias e matérias-primas de origem local;III – maior eficiência na utilização de recursos naturais como água e energia;IV – maior geração de empregos, preferencialmente com mão de obra local;V – maior vida útil e menor custo de manutenção do bem e da obra;VI – uso de inovações que reduzam a pressão sobre recursos naturais; eVII – origem ambientalmente regular dos recursos naturais utilizados nos bens, serviços e obras.1.6.4. Em cumprimento à legislação ambiental, os produtos propostos, classificados como eletrodomésticos, deverão possuir SELO PROCEL e etiqueta ENCE com a melhor categoria de eficiência energética disponível no mercado, salvo na hipótese em que não houver propostas que atendam ao disposto neste item passível de aceitação, ou em que as referidas certificações não forem obrigatórias.1.6.5. Os fornecedores deverão comprovar possuir a Etiqueta Nacional de Conservação de Energia (ENCE), nos termos da Portaria Inmetro n° 20, de 01 de fevereiro de 2006, que aprova os requisitos de avaliação da conformidade (RAC) do produto e trata da etiquetagem compulsória.”

PREGÃO Nº 07/2013ESCRITÓRIO DE REPRES. DO MINIST. DA SAÚDE/SCMINISTÉRIO DA SAÚDE

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“20. DA SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL

20.1 que os bens sejam constituídos, no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR –15448-1 e 15448-2;20.2 que sejam observados os requisitos ambientais para a obtenção de certificação do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro) como produtos sustentáveis ou de menor impacto ambiental em relação aos seus similares;20.3 que os bens devam ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento; e20.4 que os bens não contenham substâncias perigosas em concentração acima da recomendada na diretiva RoHS (restriction of certain hazardous substances), tais como mercúrio (Hg), chumbo (Pb), cromo hexavalente (Cr(VI)), cádmio (Cd), bifenil-polibromados (PBBs), éteres difenil-polibromados (PBDEs).”

PREGÃO Nº 09/2013SUPERINTENDÊNCIA DE ADMINISTRAÇÃO DO MF - GOMINISTÉRIO DA FAZENDA

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ATENDIMENTO NO EDITAL

“FUNDAMENTAÇÃO DA LICITAÇÃO

A presente licitação observará os preceitos de direito público e, em especial, nos termos das Leis nº 10.520, de 17/07/2002, e Lei nº 8.666, de 21/06/1993, e suas alterações, Lei n° 11.488/2007, dos Decretos nº 5.450, de 31/05/2005, nº 3.722, de 09/01/2001, nº 2.271, de 07/07/1997, e suas alterações, n° 6.204/2007, n° 3.931/2001, n° 3.697/2000; da Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006; dos preceitos do direito público, das instruções normativas IN Mare nº 05, de 21/07/1995, do extinto Ministério de Administração Federal e Reforma do Estado e IN SLTI/MPOG nº 02, de 30/04/2008, e suas alterações, do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, principalmente pela IN SLTI/MPOG nº 03, de 15/10/2009; do Código de Defesa do Consumidor, das normas técnicas vigentes da ABNT, Inmetro e também normas de proteção ao meio ambiente através da IN nº 01, 19/01/2010 (critérios de sustentabilidade ambiental), demais normas legais vigentes e pertinentes, e, ainda, o estabelecido neste edital, bem como seus anexos.”

ATENDIMENTO NO TERMO DE REFERÊNCIA

“01. INTRODUÇÃO E BASE LEGAL

1.1. O presente Termo de Referência foi elaborado com base no inciso I e parágrafo 2º, do artigo 9º, do Decreto nº 5.450, de 31 de maio de 2005, publicado no DOU de 01/06/2005 e tem a finalidade de instruir procedimento licitatório, visando à aquisição de materiais permanentes tais como: frigobar, mesas retas com gavetas, cadeiras com rodízio (executiva) com espaldar médio, armários altos de duas portas e gaveteiros com rodízios três gavetas, para a SAMF-GO/TO, conforme especificações técnicas e exigências constantes neste termo de referência.1.2. A presente licitação está sendo realizada por meio de pregão eletrônico e observará os preceitos de direito público e, em especial, nos termos da Lei nº 10.520, de 17/07/2002, e Lei nº 8.666, de 21/06/1993, e suas alterações, Lei n° 11.488/2007, dos Decretos nº 5.450, de 31/05/2005, nº 3.722, de 09/01/2001, nº 2.271, de 07/07/1997, e suas alterações, n° 6.204/2007, n° 3.931/2001, n° 3.697/2000; da Lei Complementar n° 123, de 14/12/2006; dos preceitos do direito público, das instruções normativas IN Mare nº 05, de 21/07/1995, do extinto Ministério de Administração Federal e Reforma do Estado e IN SLTI/MPOG nº 02, de 30/04/2008, e suas alterações, do Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão e suas alterações, principalmente pela IN SLTI/MPOG nº 03, de 15/10/2009; do Código de Defesa do Consumidor, das normas técnicas vigentes da ABNT, Inmetro e também normas de Proteção ao Meio Ambiente por meio da IN nº 01, 19/01/2012 (critérios de sustentabilidade ambiental), demais normas legais vigentes e pertinentes, e, ainda, o estabelecido neste edital, bem como seus anexos.

04. DESCRIÇÕES DETALHADAS DOS PRODUTOS

Obs.: Nos termos da Instrução Normativa nº 1, de 19 de janeiro de 2010, da SLTI/MPOG, as especificações para a aquisição dos bens e serviços deverão, tanto quanto possível, conter critérios de sustentabilidade ambiental, considerando os processos de extração ou fabricação, utilização e descarte dos produtos e matérias-primas.Para o objeto desta licitação, essas exigências serão observadas, desde que não frustrem o caráter competitivo.”

Ar condicionado

Condicionador de arENCE Cód. 398485

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PREGÃO Nº 13/2013INST.F.ED.,CIENC.E TEC.DO NORT MG/C.ARINOSINST.FED.DE EDUC., CIENC.E TEC.DO NORTE DE MG

ATENDIMENTO NO EDITAL

“SEÇÃO XLI – CRITÉRIOS DE SUSTENTABILIDADE

198. Considerando que o desenvolvimento nacional sustentável é atualmente um dos três pilares das compras públicas (artigo 3º da Lei nº 8.666/93, na redação dada pela Lei nº 12.349/2010), torna-se necessária a observância das exigências ambientais e sociais inerentes envolvidas na prestação de Serviços , objeto do presente pregão, contidas na Instrução Normativa da SLTI/MPOG nº 01/2010, LEI nº 12.305 DE 02 DE AGOSTO DE 2010, Decreto Federal nº 7.746, DE 5 DE JUNHO DE 2012, e legislação correlata, devendo a contratada, entre outras obrigações estabelecidas no Termo de Referência (Anexo I), cumprir aquelas contidas no Anexo IX deste edital – declaração de responsabilidade ambiental e de adesão do objeto ofertado (serviços) aos critérios de sustentabilidade ambiental contidos no edital deste pregão e seus anexos, que deverá ser assinada por representante legal das empresas licitantes contratadas e enviada durante a sessão pública , e que servirá de prova autodeclaratória da própria empresa licitante de que a prestação dos serviços, objeto deste pregão, a ser fornecido cumpre com as exigências do Edital quanto a critérios de sustentabilidade estabelecidos neste Edital e contidos na retrocitada “Declaração de responsabilidade ambiental e de adesão do objeto ofertado (Serviços) aos Critérios de sustentabilidade ambiental contidos no edital do Pregão ” (Anexo IV), e que atendem aos critérios de sustentabilidade conforme regramento acima , sendo considerada a aludida declaração de responsabilidade ambiental, para os efeitos deste edital, um comprovante certificatório de fonte aceita referente à aderência dos seus objetos prestados e fornecidos pela contratante em relação aos critérios de sustentabilidade estabelecidos no instrumento convocatório e seus demais anexos.199- As empresas participantes do certame deverão adotar os seguintes critérios genéricos de sustentabilidade ambiental, no que couber, em razão do disposto no art. 5º IN MPOG/SLTI nº 01/2010, sem prejuízo do conteúdo de que trata o subitem imediatamente anterior.200- Os produtos/insumos utilizados na prestação dos serviços, objeto deste pregão, devem ser constituídos no todo ou em parte, por material reciclado, atóxico, biodegradável, conforme ABNT NBR – 15448-1 e 15448-2.201- Os produtos/bens e materiais comercializados devem ser, preferencialmente, acondicionados em embalagem individual adequada, com o menor volume possível, que utilize materiais recicláveis, de forma a garantir a máxima proteção durante o transporte e o armazenamento.202-Com a assinatura da Declaração de Responsabilidade ambiental, que se apresenta inclusa como uma autodeclaração da própria empresa licitante de que a prestação dos serviços por ela fornecidos atende aos critérios de sustentabilidade ambiental fixados neste edital e contidos em legislação diversa, que atingem o objeto dessa licitação, a empresa licitante assume as seguintes obrigações de cumprimento de critérios de sustentabilidade, além daqueles já contidos na retrocitada declaração:202-1-a não geração, redução, reutilização e tratamento de resíduos sólidos;202.2- destinação final ambientalmente adequada dos rejeitos advindos do Processo de Prestação de Serviços pela empresa licitante, objeto deste pregão ;202.3- diminuição do uso dos recursos naturais (água e energia, por exemplo) no processo de prestação de serviços , objeto deste pregão;202.4- aumento da reciclagem no ambiente organizacional da empresa licitante;202.5- prestação de Serviços que utilizem menos recursos naturais ;202.6- cumprimento das normas brasileiras (NBR) publicadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre resíduos sólidos;203 - Cumprir os parâmetros estabelecidos na Resolução Conama - Conselho Nacional do Meio Ambiente nº 273/2000.

Logística reversa na licitação

A cartilha de Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos do Ministério do Meio Ambiente (MMA) apresenta os conceitos de Responsabilidade Compartilhada e Logística

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Reversa conforme a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).

“A responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto é um conceito inovador que envolve o entendimento e comprometimento de toda a sociedade. Segundo a PNRS, os consumidores, fabricantes, distribuidores, comerciantes, importadores e governo são responsáveis pelos produtos desde a produção até o descarte” (ALMEIDA, 2014).

Na política, todos possuem responsabilidade pelos resíduos, por isso ela é compartilhada. Os consumidores, por exemplo, devem se engajar no processo da coleta seletiva, já os fabricantes, distribuidores, comerciantes e importadores devem buscar a implementação da logística reversa, que “é um instrumento de desenvolvimento econômico e social que permite a coleta do que foi consumido e sua restituição ao setor empresarial, para reaproveitamento no mesmo ciclo produtivo ou em outros ciclos”. Entenda esse ciclo por meio da figura abaixo:

Figura 5 - Ciclo da Logística Reversa

Fonte: MMA, 2014.

Uma das principais mudanças no modelo tradicional da logística por meio da PNRS foi tornar o processo reverso (da logística convencional para a logística reversa). Alguns sistemas definidos para a logística reversa compulsória são: 1) agrotóxicos, seus resíduos e embalagens; 2) pilhas e baterias; 3) pneus; 4) óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; 5) lâmpadas fluorescentes, e vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; 6) produtos eletroeletrônicos e seus componentes; 7) embalagens em geral (plásticas, metálicas ou de vidro).

De acordo com a Cartilha de PGRS do MMA (2014), a situação desses segmentos é a seguinte:

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a) Pneus – segundo os dados apresentados no relatório de pesquisa Ipea (2012) - os quais se baseiam na Pesquisa Nacional de Saneamento Básico – PNSB (IBGE, 2010) – apenas 25,81% (758) dos municípios brasileiros controlam a destinação dos pneus inservíveis. A Resolução Conama nº 416/2009 definiu que a responsabilidade é dos fabricantes e importadores que, em articulação com os distribuidores, revendedores, destinadores e consumidores finais, deverão implementar os procedimentos para a coleta dos pneus inservíveis.

A referida resolução prevê a elaboração de planos de gerenciamento de coleta pelos fabricantes e importadores, bem como a instalação de pontos de coleta de pneus usados. Também determina que nos municípios com mais de 100.000 habitantes, pelo menos um ponto de coleta tem que ser instalado pelos fabricantes e importadores.

Além disso, segundo o Relatório de Pneumático do Ibama (2012), em 2011, foram cadastrados 1.127 pontos de coleta, sendo que desses, 647 estão localizados nos municípios com população acima de cem mil habitantes. O relatório também informa que da meta de destinação global calculada para o ano de 2011, 85% dos pneus inservíveis foram destinados.

b) Pilhas e baterias – o mercado de pilhas é estimado entre 700 a 800 milhões e o descarte incorreto tem acarretado vários problemas ambientais. Em relação às baterias, que envolvem um mercado de 17 milhões/ano, os problemas ambientais têm crescido, principalmente com as dezenas de toneladas de baterias de telefone celular descartadas no lixo doméstico. A Resolução Conama nº 401/2008 estabeleceu os limites máximos de chumbo, cádmio e mercúrio para pilhas e baterias, bem como os padrões para o gerenciamento ambientalmente adequado.

Segundo esse documento, a destinação adequada é de responsabilidade do fabricante ou importador.

Em relação ao controle municipal, aproximadamente 52% dos municípios já realizam o controle sobre os serviços para esses resíduos (PNSB, 2010).

c) Lâmpadas fluorescentes – a produção de lâmpadas fluorescentes no Brasil é muito pequena, se comparada com o volume de importação do produto. Estima-se que o mercado envolva: 190 milhões/ano de lâmpadas compactas fluorescentes; 95 milhões/ano de lâmpadas fluorescentes tubulares; e 18 milhões/ano de lâmpadas fluorescentes compactas sem reator integrado. Grande parte desse contingente é utilizado na iluminação pública, o que aumenta a responsabilidade do poder público com a destinação ambientalmente correta conforme consta da PNRS.

Nesse cenário, há que se considerar também que, com a publicação das Portarias MME nº 1007 e nº 1008/2010, que estabeleceram o fim da comercialização de lâmpadas incandescentes no país até 2016, uma elevação do consumo de lâmpadas fluorescentes é inevitável. A decisão, que se baseia em um potencial de economia na vertente da eficiência energética, amplia as possibilidades de contaminação, em decorrência do descarte incorreto, o que é bastante preocupante no país.

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d) Resíduos Eletroeletrônicos – no Brasil, são descartados, de forma inadequada, mais de um milhão de computadores todos os anos - cerca de 2,6 Kg por ano de resíduos eletrônicos por habitante - e a produção tem aumentado cerca de 20 a 25%. Uma das grandes questões relacionadas ao aumento do volume de descarte desse tipo de resíduo diz respeito ao tempo de vida útil, ou obsolescência, que, com o avanço da tecnologia, cada vez mais é reduzido.

A logística reversa dos resíduos eletroeletrônicos ainda se encontra em fase de negociação e, até que não se tenha uma decisão definitiva, os órgãos públicos terão que observar o disposto nas normativas específicas que tratam do tema. No caso do poder público federal, especificamente, deverá ser observado o decreto do desfazimento e o programa de inclusão digital.

e) Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens – segundo os dados da Sindirrefino (2011), foram produzidos e comercializados cerca de 234 milhões de litros de óleo básico e, em relação às embalagens, consta do relatório da Fiesp (2007) que a cada ano são produzidas cerca de 305 milhões de unidades. Considerado o potencial poluidor desses produtos, algumas medidas já estavam sendo tomadas pelo poder público visando à redução dos impactos gerados até a publicação, em dezembro de 2012, do acordo setorial para implantação de sistema de logística reversa de embalagens plásticas de lubrificantes usadas. Segundo esse documento, as embalagens usadas de óleo lubrificante deverão ser devolvidas, diretamente, aos pontos de recebimento nos estabelecimentos dos comerciantes varejistas, onde serão armazenadas para posterior destinação final adequada. O acordo também previu que os produtores de embalagens desenvolvam tecnologia para ampliar o uso de material reciclado, respeitando o mínimo inicial de 10%.

f) Embalagens de agrotóxicos – desde 2002, com a publicação da Lei nº 9.974/2000 e decreto regulamentador nº 4.074/2002, as embalagens de agrotóxicos devem ser, obrigatoriamente, recolhidas. A norma determinou que os usuários de agrotóxicos e afins devem efetuar a devolução das embalagens vazias, e respectivas tampas, aos estabelecimentos comerciais em que foram adquiridos, no prazo de até um ano, contado da data de sua compra. A responsabilidade pelo recolhimento e destinação final das embalagens vazias, devolvidas pelos usuários aos estabelecimentos comerciais ou aos postos de recebimento, é das empresas titulares de registro, produtoras e comercializadoras de agrotóxicos. Segundo os dados do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev), atualmente, 94% do total de embalagens descartadas são coletadas para destinação final (MMA, 2014).

Os instrumentos de operacionalização dos sistemas de logística reversa podem ser: a) acordo setorial; b) regulamentos expedidos pelo poder público; e c) termos de compromisso. Esses instrumentos buscam distribuir as responsabilidades entre cada uma das partes do setor produtivo.

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“Os acordos setoriais são atos de natureza contratual, firmados entre o poder público e os fabricantes, importadores, distribuidores ou comerciantes, visando à implantação da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto. Os acordos setoriais podem ter abrangência nacional, regional, estadual ou municipal. Ressalta-se que os acordos firmados em âmbito nacional têm prevalência sobre os firmados em outras instâncias.

Também há possibilidade de se estabelecer a logística reversa diretamente por decreto, sem que para isso exista um acordo setorial. Nesse caso, o decreto definirá todo o processo e deve, necessariamente, ser precedido por uma consulta pública.

Os termos de compromisso, por sua vez, serão firmados quando não houver acordo setorial ou decreto, ou ainda, nos casos em que a fixação de compromissos e metas forem mais exigentes do que o previsto em acordo setorial ou regulamento específico” (ALMEIDA, 2014).

É evidente que a responsabilidade do agente público, setor produtivo, mercado e sociedade no ciclo de vida dos produtos não é finalizada no momento da aquisição do bem ou contratação do serviço, mas até a destinação ambientalmente adequada do produto pós-consumo.

“(...) se mostra perfeitamente aceitável a aplicabilidade da logística reversa nas licitações, tendo em vista que a Lei nº 8.666/1993 recepciona na integralidade, no âmbito ambiental, a Lei nº 12.305/2010, sendo possível a contratação de empresas que apliquem os benefícios de uma licitação sustentável” (VASCONCELOS, 2013).

Confira alguns editais que contemplam aspectos do gerenciamento dos resíduos nos órgãos públicos por meio da logística reversa:

Instrumento Objeto

Pregão nº 57.2012 – IFRS/RS

REGISTRO DE PREÇOS A presente licitação tem por objeto a aquisição de Material Elétrico para o IFRS – Reitoria e Campus (SRP) pelo sistema registro de preços, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e Anexo I, que passa a fazer parte integrante deste Edital, independente de transcrição. Fornecimento de lâmpadas (entregar plano de logística reversa). <http://www.sertao.ifrs.edu.br/site/midias/arquivos/201309171212671edital_pregao_eletronico_572012_-_aquisicao_de_material_eletrico_para_o_ifrs.pdf>

Pregão nº 78.2013 – TRT6

Registro de preço para eventual aquisição de SUPRIMENTOS DE INFORMÁTICA PARA IMPRESSORAS A JATO DE TINTA E A LASER, de acordo com o Anexo I (Termo de Referência) deste Edital. A empresa contratada deverá realizar a logística reversa dos itens 1 a 10; 12 e 13, bem como encaminhar o material descartado de acordo com as práticas e políticas de sustentabilidade ambiental previstas em lei, sem qualquer ônus para o Contratante, que se dará da forma descrita no Anexo I deste Termo de Referência.

<http://www1.trt6.jus.br/licitaconsulta/upload/78.13.pdf>

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Pregão nº 43.2013 – TRT2

Serviços de coleta, transporte, descontaminação e reciclagem de lâmpadas inservíveis, com a recuperação do mercúrio metálico e encaminhamento de seus subprodutos e demais resíduos químicos para tratamento adequado e reinserção em um novo ciclo produtivo.

<http://jusbrasil.com.br/diarios/64029306/trt-2-caderno-administrativo-30-10-2013-pg-38>

Pregão nº 34.2013 – TRT2

Fornecimento de cartuchos e cilindro para impressoras multifuncionais Samsung.

<http://www.jusbrasil.com.br/diarios/59189448/dou-secao-3-17-09-2013-pg-213>

Pregão nº 42/2016 – TJRS

Aquisição de lâmpadas fluorescentes t8 16w, com sistema de recolhimento por logística reversa.

<http://www.pregaoonlinebanrisul.com.br/editais/42_2016/204663>

Pregão nº 84.2014 – TJRJ

O objeto da presente licitação é compra de agua mineral, incluída a logística reversa pós-consumo que couber.

<http://www.radaroficial.com.br/d/5503264174899200>

Pregão nº 1/2016 – Comando Militar do Leste 1ªRM

Registro de preço para a aquisição de material de informática com prestação de serviço de assistência técnica pelo período de garantia, incluindo mão de obra, peças, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas no Edital e seus anexos. Bateria interna para nobreak 12V 7Ah deve possuir plano de logística reversa a ser cumprido pela empresa.

<http://www.comprasnet.gov.br/acesso.asp?url=/edital-160332-05-1-2016>

Conheça o serviço de logística reversa em agência dos Correios. O projeto teve como objetivo o lançamento de um serviço chamado “logística reversa em agência”, em conformidade com as necessidades de empresas dos segmentos de telefonia móvel, eletroeletrônicos e e-commerce (clientes dos Correios), bem como dos clientes dessas empresas, os usuários dos aparelhos e consumidores finais.

“Ao oferecer o serviço de logística reversa em agência com a utilização de e-tickets, os Correios não só estabeleceram um modelo para correios de todo o mundo, mas introduziram uma nova forma de gerenciamento da cadeia reversa de pós-venda no Brasil, melhorando o relacionamento dos consumidores com a indústria e o varejo. O sucesso da iniciativa pode ser mensurado pelos resultados que impactaram positivamente os processos de pós-venda das empresas de telefonia móvel, e-commerce e eletroeletrônicos, que passaram a ter um canal eficiente de devolução de seus produtos, com rastreabilidade universal e comodidade ao consumidor final, em todo Brasil.

Objetivos da iniciativa:

• Posicionar os Correios como um referencial de provedor de serviços e soluções de logística reversa para a sociedade brasileira.

• Contribuir com os clientes dos Correios para o sucesso da gestão de pós-venda e fidelização dos clientes, em especial dos segmentos de telefonia móvel, e-commerce e eletroeletrônicos.

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• Proporcionar celeridade e comodidade aos consumidores na postagem dos objetos oriundos da logística reversa.

• Melhorar o gerenciamento dos processos de logística reversa pelos Correios, consumidores finais e clientes dos Correios, por meio da integração dos sistemas dos Correios e dos clientes e também por meio da Internet.” (ECT; MCT, 2015).

Conheça a iniciativa na íntegra por meio do link: <http://repositorio.enap.gov.br/bitstream/handle/1/2151/Servi%C3%A7o%20de%20log%C3%ADstica%20reversa%20em%20ag%C3%AAncias%20dos%20Correios.pdf?sequence=1&isAllowed=y>

Veja também o caso do Tribunal Regional do Trabalho do Estado do Paraná na gestão integrada de resíduos sólidos e seu trabalho na descontaminação de lâmpadas:

“O TRT PR, comprometido com a gestão integrada dos resíduos sólidos, preocupa-se com o descarte de lâmpadas fluorescentes utilizadas em suas unidades, pois os componentes químicos presentes neste material podem causar prejuízos ambientais se não tiverem sua destinação final adequada. Neste ensejo, para fins de destinação final ambientalmente correta, o Nona Região promove, desde 2008, a contratação de empresa especializada para recolhimento e descontaminação de lâmpadas provenientes das unidades da capital e do interior.

Todo o procedimento é realizado mediante padrões técnicos de recuperação dos componentes das lâmpadas, com total segurança na operação e reaproveitamento de grande parte da matéria-prima utilizada na sua fabricação. O equipamento utilizado funciona com sistema a vácuo, evitando riscos de contaminação do ar por gases nocivos, devolvendo à atmosfera apenas o ar descontaminado. Trata-se de equipamento portátil, composto de tambor de 200 litros, sistema interno de aspiração e filtragem em três fases, sistema eletrônico de contagem de lâmpadas, controle de vida útil de filtros e desligamento automático. Por ser portátil, o sistema reduz custos de transporte, pois executa o trabalho no próprio local de armazenagem das lâmpadas a serem descontaminadas.

Em 2013, foram destinadas à reciclagem 3.570 lâmpadas, a custo zero para o TRT PR, pois, desde 2012, inovou-se no procedimento de descontaminação de lâmpadas fluorescentes. Cabe ressaltar, para efeito comparativo, que em 2011 foram descontaminadas 3.324 lâmpadas, ao custo de R$ 1.804,68. Portanto, em 2013, o custo seria aproximado ao citado anteriormente.

A inovação refere-se à primeira ocorrência de logística reversa efetuada no âmbito do TRT 9ª Região. A empresa fornecedora das lâmpadas adquiridas mediante Pregão (PO 03/2010) recolhe as lâmpadas inservíveis, destinando-as à descontaminação e posterior reciclagem. O custo referente ao processo de descontaminação é dispendido pela empresa contratada para fornecimento das lâmpadas. Anteriormente, o custo era suportado pelo TRT PR.

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Neste desiderato, em 2013, a logística reversa foi estabelecida mediante inserção de cláusula no contrato de fornecimento de lâmpadas fluorescentes: “VI – A empresa que fornece lâmpadas deverá recolher e dar destinação adequada ao material usado. Assim sendo, a fornecedora deverá, sem ônus ao Tribunal, recolher até o limite da quantidade fornecida, ou indicar, dentro dos limites do município previsto para entrega do material, local para descarte.”(TRT, 2014).

Fonte: http://www.trt9.jus.br/internet_base/pagina_geral.do?secao=4&pagina=Logistica%20

reversa.

Para não finalizar

Acompanhe os seguintes estudos de caso sobre contratações sustentáveis.

Instrumento Objeto

00059/2008 (SRP) – TCU

Registro de preço para eventuais aquisições de papel reciclado, tipo A4, medindo 210x297mm, 75 gramas por metro quadrado, conforme especificações constantes no Termo de Referência - Anexo I.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/papelrecicladotcu.pdf>

00031/2009 (SRP) – Companhia Docas do Pará

Registro de preços para aquisição de papel tipo A4, confeccionado em material reciclado para atendimento das necessidades em diversos setores da CDP, conforme especificado no termo de referência e demais condições deste edital.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/pregaoeletronico312009-papelreciclado.pdf>

00050/2010 (SRP) – Dataprev

Registro de preços, de empresa especializada na prestação de serviços de impressão (outsourcing), com fornecimento de equipamentos, sistema de gerenciamento de impressões efetivamente realizadas, manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos com substituição de peças, componentes e materiais utilizados na manutenção e fornecimento de insumos originais, exceto papel, pelo prazo de 36 (trinta e seis) meses.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/edital+tr+anexoszip.zip>

00001/2010 (SRP) - MARINHA

Formalizar a Ata de Registro de Preços de empresas para fornecimento de materiais de consumo e permanentes conforme especificado no Termo de Referência anexo A deste Edital.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/materialconsumopermanente.pdf>

Pregão nº 32.2012 – CNMP

Contratação de pessoa jurídica para prestação de serviços continuados de limpeza, conservação e higienização nas dependências do Edifício-Sede do Conselho Nacional do Ministério Público e de lavagem de veículos automotivos, com mão de obra residente, fornecimento de materiais de consumo e emprego de equipamentos necessários à sua execução, conforme as especificações constantes do Anexo I (Termo de Referência).<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-322012servico-de-limpeza.pdf>

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Pregão nº 73.2012 – UNIVASF

Contratação de empresa para prestação de serviços especializados que utilize tecnologia da informação na administração e controle da frota de veículos da Universidade Federal do Vale do São Francisco para abastecimento com combustíveis, manutenção preventiva e corretiva e fornecimento de peças por meio de rede credenciada de empreendimentos, conforme as condições estabelecidas em edital e seus anexos.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-732012servico-de-controle-de-frota.pdf>

Pregão nº 3.2014 – PGDF

Contratação de empresa especializada para a prestação de serviços de impressão, contemplando o fornecimento de equipamentos novos, de primeiro uso, em linha de fabricação, para impressões monocromáticas e policromáticas, com fornecimento de todos os insumos e reposição de peças originais, além dos serviços de instalação, manutenção e assistência técnica especializada dos equipamentos (exceto o papel), de acordo com as especificações e condições descritas no Termo de Referência que integra o Anexo I deste Edital.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-32014servico-de-impressao.pdf>

Pregão nº 1.2014 - UFVJM

Com a presente contratação, a Administração pretende garantir que as instalações prediais estejam limpas e conservadas para que o ensino, a pesquisa e a extensão possam ocorrer em espaços preparados para as referidas atividades. A UFVJM espera, com esta contratação, atingir maior economicidade, melhor aproveitamento de recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis, buscando a continuidade e qualidade dos serviços prestados respeitando os padrões de qualidade e excelência conforme as diretrizes do Plano de Gestão de Logística Sustentável (Instrução Normativa nº 10, de 12 de novembro de 2012) e o Projeto Esplanada Sustentável (Portaria Interministerial nº 244, de 6 de junho de 2012) do governo federal.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-12014servico-de-limpeza.pdf>

Pregão nº 14.2008 – ICMBIO

Contratação de empresa especializada na prestação de serviços de limpeza, conservação e higienização, de forma contínua, para atender às demandas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), conforme especificações e exigências estabelecidas no Anexo I deste Edital.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/pr14-limpezasede.pdf>

Concorrência nº 4.2013 - Fiocruz

Contratação da execução das obras de construção da infraestrutura e edificações do campus da Fiocruz no estado do Ceará, com certificação Alta Qualidade Ambiental – processo AQUA – 2ª etapa.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/concorrencia-42013campus-fiocruz.doc>

Concorrência nº 38.2012 - BCB

Execução, sob o regime de empreitada global, de obras e serviços para construção do novo edifício do Banco Central do Brasil, em terreno situado na 1º Avenida, nº 160, Centro Administrativo da Bahia - CAB, CEP 41745-001, na cidade de Salvador/BA.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/concorrencia-382012edificio-bacen.pdf>

Contrato nº 52.2009 - IPEA

Consultoria técnica e assessoramento em sustentabilidade, eficiência energética e certificação ambiental de edifícios (AQUA, LEED ou similar).<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/contrato-522009sede-ipea.pdf>

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Simulado

Agora é sua vez!Esta atividade pode ser realizada em dupla. Escolha uma das opções A ou B.

Atividade A

• Entre os editais abaixo, você deverá escolher um. Logo após, você deverá considerar que é o responsável pelo Edital, e que a consultoria jurídica do órgão no qual você trabalha está questionando radicalmente o emprego dos critérios/práticas de sustentabilidade, os quais você acredita fundamentais na contratação por força normativa, inclusive. A área jurídica afirma que isso fará com que a contratação seja mais cara e que isso fere alguns princípios da licitação.

• Sendo assim, seu chefe solicitou que você faça uma apresentação em reunião com a Conjur, explicitando todo o projeto da contratação com os critérios de sustentabilidade.

Instrumento Objeto

Pregão nº 11.2010 – SEGER/ES

REGISTRO DE PREÇOS para aquisição de materiais para segregação de lixo e de equipamentos para trituração de documentos oficiais, necessários à implantação do Programa de Coleta Seletiva Solidária em Órgãos e Entidades do Governo do Estado do Espírito Santo, conforme descrição no Anexo I deste Edital.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-112010material-de-coleta-seletiva.pdf>

Pregão nº 19.2013 – FNDE

Aquisição de equipamentos de ar condicionado conforme caderno de especificação técnica.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-192013ar-condicionado.pdf>

Pregão nº 22.2013 – Marinha

O objeto da presente LICITAÇÃO é o Registro de Preços para aquisição de materiais de consumo de limpeza e descartáveis em geral, conforme especificado no Termo de Referência Anexo “A” deste Edital.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-222013materiais-de-consumo-de-limpeza-e-descartaveis-.doc>

Pregão nº 1.2013 – AGU

O objeto desta licitação é o registro de preços para eventual aquisição de material de expediente, visando atender às necessidades das unidades da Advocacia-Geral da União jurisdicionadas administrativamente a SAD-PE, SAD-SP e SAD-RS, conforme especificações e quantidades estabelecidas no termo de referência e neste edital e seus anexos.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-12013material-de-expediente.doc>

Pregão nº 19.2012 – TRT 10ªRegião

Sistema de Registro de Preços para aquisição de mobiliário em madeira devidamente especificada no Anexo I deste edital.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-192012mobiliario.pdf>

Pregão nº 20.2014 – COM. AERONÁUTICA

O objeto da presente licitação é o registro de preços de material elétrico, conforme condições, quantidades e exigências estabelecidas neste Edital e seus anexos.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-202014material-eletrico.pdf>

Pregão nº 51.2010 – AGU

Registro de preços para aquisição de até 7 mil microcomputadores, 500 microcomputadores portáteis e 10 mil monitores do tipo LCD de 19” widescreen ou superior, com prestação de serviço de assistência técnica pelo período de garantia, incluindo mão de obra, peças, testes, instalação e configuração, em conformidade com as especificações e detalhamentos consignados no Anexo I deste edital.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/pregao-512010microcomputadores.pdf>

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Pregão nº 19.2013 – PGCE

Registro de preço para futuros e eventuais serviços de impressão corporativa - "outsourcing de impressão" - com fornecimento de equipamentos novos multifuncionais, dotados de Solução Embarcada com Workflow, e impressoras novas, todos de primeiro uso, suprimentos (exceto papel), manutenção corretiva e preventiva, fornecimento de sistemas de gestão e de monitoramento, e sistema de atendimento de suporte aos usuários, incluindo o treinamento na operacionalização dos equipamentos e no uso dos sistemas citados, de acordo com as especificações e quantitativos previstos no Anexo I – Termo de Referência deste edital.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-192013servico-de-impressao-corporativa.pdf>

Pregão nº 41.2014 – SEMARH-GO

Contratação de empresa para serviço de limpeza e conservação, com fornecimento de materiais para as unidades de conservação estaduais, de acordo com as condições e especificações constantes no Termo de Referência, Anexo I e demais disposições fixadas neste edital e seus anexos.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-412014servico-de-limpeza.pdf>

Pregão nº 4.2013 – MMA

Registro de preços para contratação de empresa especializada na prestação dos serviços de eventos, envolvendo as etapas de planejamento, coordenação, organização e execução, contemplando a locação do espaço físico, mobiliário adequado, equipamentos, acessórios, insumos e todos os demais materiais e serviços, indispensáveis à plena execução, devendo ser observado, quando necessário, o fornecimento de projeto que envolva a montagem e desmontagem de estruturas, a manutenção de instalações elétricas e hidráulicas e outros serviços correlatos à área, nas especificações e quantidades constantes deste documento e seus encartes.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/pregao-42013servico-de-realizacao-de-eventos.pdf>

00012/2011 (SRP) – MMA

Registro de preços para aquisição de 3.500 (três mil e quinhentas) canecas produzidas com material residual, contendo fibra natural de coco.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/midias/termoreferenciacanecascoco.pdf>

Convite nº 1.2011 – TCMS

Contratação de empresa para fornecimento de 600 (seiscentas) caixas com 10 resmas de papel sulfite branco alcalino 75 g/m A4(210x297), para o Tribunal de Contas.<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/convite-12011resma-de-papel.pdf>

Concorrência nº 1.2013 – STM

Contratação de empresa para elaboração de projetos de arquitetura e engenharia nas etapas de estudos preliminares, projeto básico, projeto executivo e serviços complementares da nova sede do Superior Tribunal Militar (STM), em Brasília – DF.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/concorrencia-12013sede-stm.pdf>

Concorrência nº 3.2009 – TJDFT

Contratação de empresa especializada para construção, montagem e comissionamento do edifício e seus sistemas prediais, onde será instalado o Fórum do Meio Ambiente do Distrito Federal, Bloco “M”, a ser construído no Setor de Áreas Isoladas Norte, com projetos executivos fornecidos pelo TJDFT com foco em sustentabilidade, ecoeficiência e baseado nos critérios LEED, com vistas a posterior certificação junto ao United States Green Building Council (USGBC), conforme projetos executivos, caderno de encargos, especificações técnicas e demais condições expressas no edital e seus anexos.<http://189.9.150.57/assets/conteudo/uploads/concorrencia-32009forum.pdf>

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Atividade B

Escolha um dos projetos de boas práticas abaixo que você conheceu em um seminário de CPS, depois, elabora uma apresentação do mesmo, pois você deverá defender a necessidade de implantação no seu órgão de um projeto/inciativa semelhante.

Órgão Objeto

PGR Seleção de cooperativa de catadores<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/projeto-de-selecao-de-cooperativa.pdf>

PGR Projeto de descontaminação de lâmpadas com mercúrio<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/projeto-de-descontaminacao-de-lampadas-com-mercurio.pdf>

PGR Projeto para aquisição de coletores<http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/assets/conteudo/uploads/projeto-para-aquisicao-de-coletores.pdf>

JBRJ Compras compartilhadas <http://seer.enap.gov.br/index.php/RSP/article/view/93/89>

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Unidade 5. Estratégia geral de logística e gestão de

logística sustentável

Capítulo 1. Estratégia geral de logística (EGL)

Esse é um assunto novo em logística pública. Afinal, apenas em 9 de dezembro de 2015 é que foi lançada a Estratégia Geral de Logística da Administração Pública Federal (EGL) para o biênio 2016-2017. Contudo, é preciso compreender qual a correlação entre a EGL e a sustentabilidade na logística pública.

Para iniciar, você deve saber que uma das finalidades do Sistema de Serviços Gerais (SISG) é fomentar o uso racional e sustentável dos recursos da administração pública federal. Desse modo, entende-se que o SISG deve proporcionar os meios de gestão sustentável em seus recursos logísticos, alcançando, assim, sua missão de prover serviços e infraestrutura logística para execução das políticas públicas, articulando as atividades dos órgãos por meio de diretrizes e normas e usando o poder de compra do Estado para induzir o desenvolvimento sustentável do País.

Segundo o MP, a Estratégia Geral de Logística (EGL) é o plano estratégico do Sistema de Serviços Gerais (SISG), o qual visa “estabelecer um novo paradigma na gestão da logística pública do Governo Federal, explorando, potencializando e orquestrando sinergias que promovam uma maior racionalização do uso dos recursos públicos, a busca pela eficiência na atuação estatal e a efetiva coordenação das ações de governo” (BRASIL, 2015).

Esse plano foi construindo pela então Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI/MP), órgão central do SISG na época, em conjunto com representantes de órgãos setoriais e seccionais. A EGL, além de orientar e comunicar a estratégia do SISG fornecerá, aos órgãos e entidades do sistema, as bases para elaboração dos Planos Diretores de Logística (PDL), instrumentos de planejamento tático que definirão indicadores e metas, em conformidade com os objetivos e iniciativas estratégicas estabelecidas na EGL.

Esses objetivos e iniciativas estratégicas visam promover a melhoria contínua na prestação

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de serviços e no fornecimento de bens voltados ao suporte da infraestrutura logística em toda a administração pública federal direta, autárquica e fundacional.

Aderente à temática da sustentabilidade nas compras públicas, o Objetivo Estratégico 4 é, justamente, promover a sustentabilidade e o uso do poder de compra do Estado. Isso significa que será necessário buscar desenvolver meios para que o governo desempenhe o papel de indutor do mercado, utilizando as licitações como mecanismo de promoção do desenvolvimento nacional sustentável, da padronização e da centralização de compras, esta como catalisador da economia de escala e diminuição dos custos operacionais nas contratações públicas.

Para o alcance do Objetivo Estratégico 4, foram propostas duas iniciativas estratégicas: IE11 – promover a sustentabilidade na logística pública e IE12 – fomentar a padronização e a centralização de contratações de bens e serviços. Nesse contexto, duas iniciativas estratégicas foram lançadas: IE11 – promover a sustentabilidade na logística pública e IE12 – fomentar a padronização e a centralização de contratações de bens e serviços. Buscar-se-á, por meio do Núcleo de Sustentabilidade do SISG, a realização desses dois objetivos, de forma colaborativa entre os demais órgãos da administração pública, monitorando sua implementação por meio dos indicadores previstos na EGL. Desse modo, não será apenas o órgão central do SISG o responsável por desenvolver e implantar as práticas e critérios de sustentabilidade na logística pública, mas será um papel comum a diversos atores com conhecimentos técnicos próprios ao tema.

Figura 6 - Objetivo estratégico 4 (EGL)

Fonte: BRASIL, 2015.

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Capítulo 2. Planos de gestão de logística sustentável (PLS)

Estamos em sua reta final de estudos e aprendizagem. É importante que você tente recapitular todos os conceitos e assuntos que viu até agora, pois nesta lição você certamente verá um método importante de implementá-los e mudar a sua forma de pensar e agir.

Alguns assuntos que você verá neste capítulo:

• Conceito de planos de gestão de logística sustentável

• Conteúdo mínimo de um PLS

• Temas e planos de ação para PLS

• Etapas de elaboração:

• Preparação

• Diagnóstico/Medição

• Elaboração do plano

• Implementação do plano

• Monitoramento

• Verificação e avaliação

Comece se perguntando se você já teve contato direto com um plano de gestão de logística sustentável (PLS). Muitos servidores de alguns órgãos não sabem ainda que a própria organização em que eles trabalham possui um plano de gestão. Assim, não dá mesmo para participar, não é mesmo?

Como se constrói um PLS? De onde surgiu essa ideia? De onde vêm todas as regras de elaboração? Para que serve? É de fato implementado? Existem resultados positivos? Quais são os casos de sucesso?

A primeira questão que se deve ter esclarecida em mente é saber de fato o que é um PLS. A Instrução Normativa que nos fornece as regras básicas de construção de um plano de gestão de logística sustentável, IN nº 10, de 12 de novembro de 2012, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão (MP), explica em quatro artigos o que são esses planos. Vamos conhecê-los?

Art. 3º Os PLS são ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permitem ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na Administração Pública.

Instrução Normativa SLTI/MP nº 10, de 12 de novembro de 2012.

Note, portanto, que os PLS são considerados uma ferramenta de planejamento para a gestão do processo de coordenação do fluxo de materiais, de serviços e de informações, do fornecimento ao desfazimento (logística), que considera a proteção ambiental, a justiça social e o desenvolvimento econômico equilibrado (sustentabilidade) no órgão ou entidade da administração pública.

O gestor público não pode identificar os PLS como mais uma atividade a ser desenvolvida

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no departamento, ou simplesmente como um documento qualquer a ser simplesmente cumprido. O PLS não é um plano que deve ser elaborado para, posteriormente, ser esquecido ou engavetado nos órgãos e entidades. Os PLS são documentos que irão registrar todo o planejamento da logística sustentável da organização.

Os planos servirão para reconhecer as etapas procedimentais da operação logística do órgão. Funcionarão como um manual de instruções: todos que tiverem acesso a esse documento poderão compreender a gestão de logística para sustentabilidade, as responsabilidade, as metas, os objetivos, o histórico, as funcionalidades das ações e a forma que poderá contribuir futuramente.

É importante lembrar que muitos órgãos ou entidades ainda não possuem áreas ou setores específicos de sustentabilidade, gestão socioambiental ou de responsabilidade social. O cenário em que se encontra atualmente na administração é de servidores excluídos, segregados ou que começam a se integrar na temática sustentável. Contudo, é importante lembrar que a inclusão dos servidores é a parte mais importante no processo da construção da sustentabilidade, pois todo servidor deve se sentir parte do processo e sentir que faz parte do ambiente (lembre-se da Unidade 1).

Inicialmente, cabe destacar que todo PLS deve possuir a identificação de uma comissão gestora do plano, que será composta por, no mínimo, três servidores que serão designados para esse fim e com a atribuição de elaborar, monitorar, avaliar e revisar o plano. As comissões também podem ser ratificadas caso exista necessidade.

A alta direção do órgão ou entidades deve aprovar os planos que forem submetidos pela delegação/comissão que elaborar o documento. Os planos podem ser subdivididos a critério de órgãos ou entidades, dependendo de sua estrutura, de modo a consolidar os resultados e apresentá-los à autoridade do órgão. Nesse momento, a instrução normativa busca inserir a responsabilidade da alta cúpula de envolver-se também na construção, implementação e melhoria contínua do plano e de seus objetivos. Significa que a administração possui interesse na participação construtiva da gestão da logística como política pública e, mais que isso, ela busca ser o modelo para que os demais possam replicar suas iniciativas.

Outro aspecto importante da IN nº 10, de 2012, está em seu artigo 5º, as principais regras do PLS, estabelecendo seu conteúdo mínimo. Isso significa que todos os planos devem conter necessariamente todos aqueles dispositivos.

Art. 5º Os PLS deverão conter, no mínimo:

I – atualização do inventário de bens e materiais do órgão ou entidade e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição;

II – práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços;

III – responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; e

IV – ações de divulgação, conscientização e capacitação.

Instrução Normativa SLTI/MP nº 10, de 12 de novembro de 2012.

Interessante notar que o art. 5º da norma trouxe quatro aspectos básicos como forma de elaborar o plano. Os PLS devem conter: a) inventário de bens e materiais do órgão ou

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entidade e identificação de similares de menor impacto; b) práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços; c) responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano; d) ações de divulgação, conscientização e capacitação.

Pense da seguinte forma: os incisos I e II serviriam como uma forma de realizar um diagnóstico sobre a organização, enquanto os incisos III e IV funcionariam como itens do plano para preparação da prática – o planejamento.

O inventário de bens e materiais que a organização possui é uma forma de identificar o que ela compra – o que possui. Assim, o inventário apresenta-se como uma forma de caracterizar a organização. Identificar itens similares de menor impacto é pesquisar por produtos que o órgão/entidade adquire, porém com características de sustentabilidade, ou que causem menor impacto.

Assim, se no inventário de bens/materiais a organização possui, por exemplo, “equipamento de ar condicionado” (convencional), e já se sabe tecnicamente que equipamentos com etiqueta nacional de conservação de energia geram menor impacto ao reduzir o consumo de energia elétrica, esse item poderia ser identificado como o similar de menor impacto, com o intuito de futuramente a compra convencional ser substituída por essa “mais sustentável”.

O inventário de bens móveis de que trata a IN deve ser realizado de acordo com as orientações da Instrução Normativa Sedap nº 205, de 8 de abril de 1988, ou normativo que a substituir. Os inventários devem ser formados pela listagem dos materiais de consumo para uso nas atividades administrativas, adquiridos pelo órgão ou entidade no período de um ano.

O levantamento de práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços é outro fator importante de diagnóstico da organização. O que se faz no órgão/entidade a favor da racionalização do uso de materiais e serviços? Existe elevação de consumo de materiais? Já existe algum programa de educação ambiental? Algum setor responsável pela implementação de práticas relacionadas à responsabilidade socioambiental?

É fundamental a identificação de tais práticas, pois caso já existam, poderão ser intensificadas, replicadas, aperfeiçoadas. Caso não existam, por meio dessa caracterização, a organização deverá propor em seu planejamento a implementação delas, buscando tornar suas atividades mais eficientes e causando menor impacto. Na administração pública já existem diversas práticas de sustentabilidade de sucesso. Você verá alguns exemplos logo mais.

Finalmente, é necessário apontar no PLS as responsabilidades, a metodologia de implementação e avaliação do plano, bem como propor ações de divulgação, conscientização e capacitação dos servidores e público envolvidos nas atividades.

Destaca-se aqui a necessidade de uma ferramenta de metodologia de implementação e avaliação do plano, pois assim será possível monitorar as propostas realizadas, ou seja, mensurá-las. Do mesmo modo, as ações de divulgação serão extremamente importante para se evitar que o PLS seja um “plano morto antes do nascimento”. Para isso, é necessário sensibilizar e capacitar pessoas.

É preciso inserir as iniciativas de capacitação no plano anual de capacitação das unidades integrantes da administração pública federal direta, das autarquias e das fundações, de acordo com o disposto no Decreto nº 5.707, de 23 de fevereiro de 2006, e nos planos de capacitação similares, no caso das empresas estatais dependentes. Os órgãos e entidades devem buscar

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agregar o máximo de servidores possível na elaboração, implementação e avaliação dos PLS, principalmente por meio das capacitações.

Os outros dois artigos da IN nº 10, de 2012, que são estratégicos para compreensão da norma são o art. 8º e 9º. O artigo 8º destaca quais são necessariamente os temas de práticas de sustentabilidade e racionalização de materiais e recursos que devem ser contemplados nos PLS. O art. 9º dispõe que, para cada tema, é necessário realizar um plano de ação no PLS.

Art. 8º Temas das práticas de sustentabilidade e racionalização:

I – material de consumo (papel e cartuchos para impressão e copos descartáveis);

II – energia elétrica; III – água e esgoto; IV – coleta seletiva;

V – qualidade de vida no ambiente de trabalho;

VI – compras e contratações sustentáveis (obras, equipamentos, serviços de vigilância, de limpeza, de telefonia, de processamento de dados, de apoio administrativo e de manutenção predial); e

VII – deslocamento de pessoal (foco na redução de gastos e de emissões de substâncias poluentes).

Art. 9º Plano de ação para os itens listados acima.

(Instrução Normativa SLTI/MP nº 10, de 12 de novembro de 2012)

Esses sete temas das práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de materiais e serviços devem ser avaliados semestralmente pela comissão gestora por meio de indicadores.

Os planos de ação devem ter necessariamente os seguintes aspectos:

• Objetivo do plano de ação

• Detalhamento de implementação das ações

• Unidades e áreas envolvidas pela implementação das ações e responsáveis

• Metas de cada ação

• Cronograma de implantação das ações

• Previsão de recursos (financeiros, humanos, instrumentais etc.)

Tanto no levantamento das práticas de sustentabilidade, como na proposição de tais práticas, podem-se observar iniciativas de sustentabilidade e de racionalização de uso de recursos já existentes na administração pública. Alguns exemplos são o Programa de Eficiência do Gasto Público (PEG) e o Projeto Esplanada Sustentável (PES) (Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - SOF/MP); Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel) (Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia - SPE/MME).

Alguns programas comumente adotados são a Agenda Ambiental na Administração Pública - A3P (Secretaria de Articulação Institucional e Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente - SAIC/MMA); a Coleta Seletiva Solidária, (Secretaria-Executiva do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - SE/MDS) e o próprio Programa de Contratações Públicas Sustentáveis – CPS (Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação – SLTI/MP).

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Pronto! Você já conseguiu, apenas com uma rápida análise de quatro artigos da norma, compreender o que é um PLS. Os demais dispositivos, não menos importantes do que esses quatro, são detalhes que você poderá se atentar quando do estudo, análise e construção de um plano. Por ora, essas informações são suficientes.

Agora você será capaz de compreender a forma de construção de um PLS, de acordo com as orientações da instrução normativa. Esta proposta de metodologia de elaboração dos PLS, por parte da SLTI/MP, foi desenvolvida pelo ICLEI e está disponível no Relatório de diretrizes para elaboração de planos de gestão de logística sustentável (ICLEI; MP, 2013), e consiste em 6 etapas:

Figura 7 – Etapas de elaboração dos PLS

Fonte: BRASIL, 2013.

1. Preparação2. Diagnóstico/medição3. Elaboração do plano4. Implementação do plano5. Monitoramento6. Verificação e avaliação

1. PREPARAÇÃO

De acordo com o Relatório de Diretrizes para a Elaboração de Planos de Logística Sustentável, a preparação é uma fase estratégica para elaboração do plano. Como a Instrução Normativa nº 10, de 2012, estabelece que a elaboração dos PLS deve ser realizada por meio de uma comissão gestora, será nesta etapa que se dará sua formação.

A Comissão Gestora do PLS, segundo a norma, deve ser composta por no mínimo 3 servidores, designados pelos respectivos titulares dos órgãos ou entidades. Daí, algumas questões que podem vir à cabeça sobre a formação dessa comissão:

• Quem designa esses servidores?

• De que áreas eles são?

• De qual forma se dará a criação dessa comissão? Ato normativo?

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Se você já sabe que o PLS é uma ferramenta para a gestão da logística de forma mais sustentável no órgão ou entidade, imagine que uma comissão gestora para a elaboração desse plano deve ser composta por servidores que espelhem o processo da compra, ou seja, estejam atuando principalmente com a logística da organização.

É importante ainda considerar as competências técnicas dos servidores que atuarão na elaboração, implementação e avaliação do PLS. Algumas outras considerações relevantes para a escolha desses servidores: o nível de conhecimento técnico em sustentabilidade, servidores que atuam e dominam a parte jurídica das licitações e contratos, envolvimento de outros setores como servidores das áreas de comunicação social, recursos humanos e capacitações, patrimônio e almoxarifado, manutenção predial, colaboradores terceirizados, como pessoal de limpeza, copa, jardinagem etc.

Normalmente a criação de uma comissão se dá por meio de portaria institucional, realizada por um dirigente do órgão ou entidade, informando as atribuições da comissão, bem como as competências dos servidores, titulares e suplentes. Apesar da norma não informar, as portarias e as comissões gestoras são identificadas nos PLS. Esse tipo de informação facilita a identificação dos responsáveis pelo desenvolvimento do plano, bem como auxilia na gestão das atividades.

Informações como telefone para contato e e-mail podem estar disponíveis no PLS, para que qualquer pessoa ou os próprios servidores recorram à comissão gestora para poder participar ou esclarecer dúvidas. Alguns órgãos e entidades desenvolvem sítios eletrônicos para compartilhar essas e outras informações a respeito dos PLS.

Cabe salientar que os membros podem ser substituídos e a comissão gestora, alterada. A ideia é que exista o mínimo de três servidores neste grupo; no entanto, o ideal é que representantes de todos os setores da organização participem, contribuam e multipliquem as propostas do plano na prática.

Um exemplo interessante de composição de comissão gestora é o caso do Ministério do Meio Ambiente. Em 30 de janeiro de 2013, foi criada a Comissão Gestora do PLS-MMA (CPLS) pela Portaria SECEX / MMA nº 24. Existe a Portaria nº 258, de 31 de dezembro de 2013, que institui a Comissão Gestora de Sustentabilidade no Ministério. Note que além de implementar o PLS, essa comissão deve integrar as ações da A3P, Coleta Seletiva Solidária e Planejamento Estratégico.

Figura 8 - Institui Comissão Gestora no MMA

Fonte: PLS-MMA, 2013.

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Outro exemplo de instituição de Comissão Gestora dos PLS foi realizada ainda no ano de 2012, pela Defensoria Pública da União – DPU. A Portaria nº 969, de 14 de dezembro de 2012, designou os servidores, com respectivas matrículas, para comporem a Comissão dos PLS. Note que ficou estabelecido a atribuição da comissão gestora, no art. 2º, a composição do PLS, no art. 3º e o prazo de elaboração do plano, no art. 4º, o qual seria submetido à aprovação do Defensor Público-Geral Federal.

A Portaria nº 29, de 13 de dezembro de 2012, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), também instituiu a formação de sua comissão gestora de elaboração do PLS. Nessa portaria, há a designação do representante titular da Coordenação-Geral de Recursos Logísticos como para a Presidência da Comissão, entre outras regras.

Alguns órgãos ou entidades também disponibilizam as informações do PLS, bem como da comissão gestora centralizados, para facilitar o acesso à informação. O Instituto Federal do Sul de Minas Gerais deixou em sua página na internet os dados sobre a comissão. Além de informar os representantes do campus específico, disponibilizou as portarias de designação, para acesso de todos.

Figura 9 - Institui Comissão Gestora no MMA

Fonte: PLS-DPU, 2012.

O caso da Advocacia-Geral da União, Superintendência de Administração em São Paulo, instituiu uma comissão regional gestora para tratar do assunto. A Portaria nº 12, de 10 de novembro de 2014, elenca uma série de considerações que subsidiam a designação dos servidores para tais atividades.

A Fundação Universidade Federal do Mato Grosso do Sul conseguiu definir bem as atividades da comissão, por meio de capítulos que tratam “Da Composição da Comissão Gestora”, “Das Reuniões da Comissão Gestora”, “Do inventário de Bens Permanentes Móveis” etc.

2. DIAGNÓSTICO/MEDIÇÃO

É o cenário atual do órgão/entidade. Como você viu no início deste capítulo, a IN nº 10, de 2012, em seu art. 5º, aponta o conteúdo mínimo dos PLS. Recorda-se de que os dois primeiros incisos possuem uma ideia de caracterização da organização? Portanto, é nessa

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segunda etapa em que ocorrerá o diagnóstico do órgão/entidade. O objetivo é simples: identificar um cenário inicial (CI ) com o intuito de alcançar um cenário final (CF).

Para realizar o diagnóstico da organização, a IN estabelece que sejam realizadas duas atividades iniciais: 1ª – atualização do inventário de bens e materiais do órgão ou entidade e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição; 2ª – levantamento de práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços.

Figura 10 – Práticas de sustentabilidade na APF

Neste momento (segunda etapa), a comissão gestora já deve ter sido designada e a forma de condução dos trabalhos para elaboração do plano também já deve ter sido estabelecida. Portanto, a comissão gestora poderá solicitar uma atualização ou elaboração de inventário de bens e outros materiais a área responsável. A comissão deve buscar responder às seguintes perguntas: o que meu órgão está comprando? Posso começar a comprar itens menos impactantes ao meio ambiente ou socialmente justos? Posso passar a adquirir bens ou serviços dos pequenos negócios? Da agricultura familiar?

Como você já viu, existem modelos de inventários para a realização da identificação dos itens de compra, seja do estoque, almoxarifado ou patrimônio. Em muitos casos existe a dúvida se toda a relação do inventário deve constar no PLS. A IN estabeleceu a necessidade da atualização do inventário de bens e materiais, no entanto, não fica muito claro se o inventário deve estar completamente no documento. Portanto, o ideal seria que aqueles bens e materiais que, após atualização do inventário, possuírem similares de menor impacto identificados, sejam apontados no PLS. Assim, a comissão poderá propor ações de substituição de compra desses itens em um plano de ação.

No mesmo raciocínio, realizar um levantamento de práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de materiais e serviços já realizados e/ou em andamento. A pergunta é: no meu órgão já existe alguma boa prática em andamento? Se sim, como fortalecê-la? Se não existem boas práticas, qual delas implementar? Por onde começar?

Atualmente, a sustentabilidade virou moda. Portanto, para o marketing de muitas empresas, a sustentabilidade é vital. Você já deve ter ouvindo algum comentário como esse. Para outros, sustentabilidade é coisa séria. É vista, de fato, como uma parte da responsabilidade social de diversas organizações. Nesse tipo de organização, existem programas que certamente são passíveis de serem replicados, até mesmo na administração pública. No governo também existem iniciativas que podem ser replicadas e que você verá mais adiante.

O MMA que conduz a gestão da A3P pode ser considerado no levantamento das práticas de sustentabilidade, pois é baseado em uma série de eixos temáticos, da mesma forma que

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os PLS, e que, quando em andamento em uma organização, auxilia na implementação de tais iniciativas de menor impacto.

O PLS do MMA pode ser consultado para demonstração do diagnóstico realizado em uma instituição que já adotava algumas práticas de sustentabilidade e racionalização no uso dos recursos, por meio do Programa da Agenda Ambiental (A3P).

Geralmente, órgãos e entidades que já possuem algum programa afeto à área de sustentabilidade disporão de uma série histórica de dados de monitoramento, a partir das quais poder-se-á estudar medidas de correções, melhorias/aperfeiçoamento das práticas e até abandono em alguns casos.

Figura 11 – Eixos temáticos A3P

Fonte: LUIZ; PFITSCHER, 2013.

3. ELABORAÇÃO DO PLANO

Talvez seja a etapa mais extensa do momento de elaboração do PLS. Essa fase é o momento de consolidação do documento, após a realização do diagnóstico. É a etapa em que são utilizados os incisos três e quatro do artigo 5º da IN nº 10, de 2012. O conteúdo mínimo do plano deve contemplar: identificação das responsabilidades, metodologia de implementação e avaliação do plano, ações de divulgação, conscientização e capacitação.

Portanto, a comissão gestora deverá identificar ações possíveis para melhoria, análise de mercado, definição de critérios de sustentabilidade e identificação de alternativas mais sustentáveis. Além disso, neste momento são definidos os planos de ação com objetivo, detalhamento de ações, responsáveis (áreas envolvidas), prazos, cronograma, metodologia, indicadores, metas, recursos para cada prática de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços.

O Relatório de Diretrizes para Elaboração de PLS, desenvolvido pelo ICLEI e pelo MP, orientam nesst etapa a elaboração de três apêndices mínimos:

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• Apêndice 1 – Inventário de bens e materiais

• Apêndice 2 – Diagnóstico de práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços

• Apêndice 3 – Materiais de consumo sustentáveis

Esses apêndices são os resultados da etapa de caracterização (diagnóstico). Eles podem subsidiar a elaboração de propostas seguindo os temas propostos sobre práticas de sustentabilidade que trata o art. 8º da IN, com a elaboração dos respectivos planos de ação. Finalmente, após a elaboração do PLS, exige-se a aprovação do plano pelo Secretário-Executivo ou equivalente.

Existem diversas metodologias utilizadas para a elaboração de PLS enquanto documento de preparação de propostas a serem implementadas. Apesar de não ser oficial, a estrutura de PLS apresentada abaixo foi utilizada pela equipe da SLTI/MP para orientar as comissões gestoras na elaboração dos planos.

Basicamente, nessa estrutura, o PLS é composto por quatro partes: a identificação, o conteúdo mínimo, as referências e os apêndices ou anexos. A equipe da SLTI chegou a propor essa estrutura em alguns eventos, após avaliar alguns PLS publicados, com o objetivo de padronizar um modelo de plano para todos os órgãos e entidades.

Figura 12 – Conteúdo de um PLS

Fonte: o autor, 2016.

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• Parte 1. Identificação

A primeira parte refere-se à identificação do órgão ou entidade. É necessário identificar as unidades responsáveis pela elaboração do PLS e incluir uma página para o expediente da publicação, com as informações básicas. Além disso, informar também a identificação da Comissão Gestora do PLS, o nome dos responsáveis, portaria de instituição etc. Essa identificação facilita por parte da SE-CISAP uma catalogação dos PLS publicados, além de ser um rápido mecanismo para pesquisa.

Sugere-se a inclusão de uma apresentação na identificação do PLS. Assim, a ideia é criar uma “carta” da autoridade responsável, destacando a importância dos PLS para implementação de critérios e práticas de sustentabilidade nas atividades do órgão ou entidades, demonstrando a mudança cultural que isso visa promover.

Figura 13 – Exemplo de Identificação de PLS

Fonte: PLS-INT, 2013.

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE), por exemplo, desenvolveu uma apresentação que destaca a integração entre a Agenda 21 brasileira e o Plano Plurianual (PPA), bem como os eixos temáticos do PLS para a promoção do desenvolvimento sustentável, com a participação de todos os empregados da empresa.

O Sumário Executivo é a seção que abre o PLS, descrevendo as partes integrantes de todo o documento, como ele está formado, facilitando o entendimento do leitor. O PLS também é um documento de capacitação, pois qualquer cidadão que tiver acesso ao plano poderá aprender sobre logística e sustentabilidade, por meio de uma sensibilização promovida por meio dos assuntos abordados.

Alguns órgãos como o MMA e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) desenvolveram um sumário executivo enxuto. Eles explicam a estrutura do documento para

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facilitar o entendimento e construção. Falam quais são as seções, os capítulos, o que eles descrevem e quais os objetivos, o que eles abordam etc.

Já a parte final da identificação, a introdução do PLS, contempla outros aspectos como as informações sobre diretrizes, objetivos, público, justificativas e metodologias do plano.

Inicialmente, as diretrizes são consideradas como orientações, instruções ou indicações que serão seguidas durante a construção do PLS. Como por exemplo, alguma ferramenta de gerenciamento de projetos, atendimento às normas vigentes, atendimento aos princípios de sustentabilidade.

Figura 14 – PLS da Advocacia-Geral da União

Fonte: PLS-AGU, 2014.

Vários PLS descrevem as diretrizes de sustentabilidade previstas no Decreto nº 7.746, de 2012, para iniciar esta parte. Por meio delas é possível fortalecer a importância da quebra de paradigma na administração pública, para a implementação de práticas sustentáveis. Da mesma forma, podem ser utilizadas referências relacionadas aos atributos e critérios de sustentabilidade, como você já viu anteriormente na Unidade 2.

A Advocacia-Geral da União (AGU) possui um bom exemplo de diretrizes de PLS para ser seguido. Em seu portal, fica definido que “as orientações do presente plano são linhas mestres que direcionam caminhos a trilhar pelos operadores de logística no intuito de aprimorar a gestão, propiciando a tomada de decisões e a implantação de ações na busca constante pelo desenvolvimento sustentável da sociedade”.

O PLS/AGU buscou envolver todas as unidades e servidores, pautando-se por meio de normas relacionadas à sustentabilidade e sistemas de gestão socioambiental, além de transparência e acesso a informação, comunicação e sensibilização.

O objetivo-geral é o propósito do plano. Não deve ser confundido com os objetivos e metas dos planos de ação temáticos. É o objetivo geral do PLS. Pode ser, por exemplo “alcançar a

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sustentabilidade na logística do órgão x”, ou “ser uma ferramenta de planejamento para a gestão de logística”. Enfim, é considerado de longo alcance; é a contribuição que se deseja oferecer com a execução do plano.

Para o cumprimento do objetivo-geral é preciso delimitar de modo específico o caminho para se alcançar esse propósito dentro do plano, pois, quando somados, eles conduzirão ao desfecho do objetivo-geral. Portanto, os objetivos específicos devem estar orientados para a meta, descrevendo a realidade, comparando-a com situações similares, sistematizando os pontos determinantes para sua ocorrência.

O PLS do Banco Central do Brasil (BCB), por exemplo, busca “consolidar, organizar, aprimorar, sistematizar as boas práticas de sustentabilidade já em andamento no Banco Central do Brasil (BCB) e fornecer diretrizes para novas ações. Tem como principais objetivos: a) difundir e promover a prática da ecoeficiência no âmbito do BCB; b) promover a sustentabilidade ambiental, econômica e social na comunidade do BCB; c) revisar e aprimorar os processos de compras e contratações, com vistas ao desenvolvimento de especificações para aquisição de bens, serviços e produtos pautados por critérios de sustentabilidade ambiental; d) qualificar as instalações e as edificações para melhor utilização e aproveitamento dos recursos naturais; e) estabelecer parcerias, visando à reciclagem de resíduos ou à destinação ambiental correta; e f) promover a qualidade de vida no ambiente de trabalho” (PLS-BCB, 2012).

Em contrapartida, o Observatório Nacional (ON) definiu dois principais objetivos: “1. Criar ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permitam ao órgão estabelecer práticas eficientes de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na gestão do Observatório Nacional; 2. Atender o disposto no art. 8º da IN 10/2012, na forma de objetivos específicos, a saber: 2.1 – elaborar e atualizar o inventário de bens móveis [...] 2.2 – Adotar práticas de sustentabilidade e racionalização do uso de materiais e serviços abrangendo os seguintes temas [...]” (PLS-ON-MCTI, 2013).

Note, portanto, que não existe uma fórmula mágica para o estabelecimento dos objetivos do PLS, assim como não existe receita de bolo para a definição de metas, prazos, planos de ação etc. Cada caso será específico. O Banco Central já possui práticas de sustentabilidade em andamento, e definiu que pretende utilizar o PLS para aperfeiçoá-las. O Observatório já pretende utilizar o PLS como instrumento para o planejamento e gestão de práticas sustentáveis por meio dos temas propostos pela própria IN. Deste modo, cabe à Comissão Gestora, por meio do diagnóstico do órgão/entidade, propor os objetivos que possam atender às necessidades da organização.

Público-alvo refere-se ao público específico que o PLS visa atingir quando da sua execução. O PLS não é um plano, um documento da comissão gestora. Não apenas para quem se tornou responsável por implementar ações dos planos temáticos. O PLS é uma ferramenta de planejamento para todos os envolvidos na organização. Sejam servidores, colaboradores, empregados, prestadores de serviços, comunidade vinculada e a própria sociedade que se utiliza dos serviços prestados pelos órgãos e entidades públicas.

Já parou para pensar em como a administração pública é diversificada em função do tipo de serviço que ela presta? Veja pela parte da educação: as universidades e os institutos federais de ensino, por exemplo. Qual é o público dessas organizações? Existem não apenas

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os servidores públicos trabalhando nesses locais. Mas há também todo o corpo discente. E as comunidades envolvidas na prestação dos serviços locais de extensão, pesquisa e ensino. Outros casos diferenciados: hospitais, bancos, previdência social... É bastante coisa, certo? Todos esses diferentes públicos influenciam nas atividades meio e fim da organização.

Portanto, é necessário que sejam levados em consideração no momento da elaboração e implementação do PLS, para que possam ser orientados a como contribuir para os bons resultados do plano. Sem esquecer, é claro, que desde o princípio o público já influencia no diagnóstico do órgão ou entidade.

O PLS também pode ser composto por uma justificativa, que é a explicação, motivo, razão pela qual o plano está sendo elaborado. Corrobora com a carta de apresentação do documento, mas, agora, menos formal. É uma breve exposição sobre a relevância da proposta, as razões pelas quais o PLS deve ser apoiado institucionalmente e porque deve ser elaborado de forma participativa.

No PLS do Museu Paraense Emílio Goeldi, o público-alvo foi descrito assim “é composto pelo corpo de colaboradores do MPEG, em número de 874, sendo 272 servidores, 389 bolsistas e 160 terceirizados e 53 estagiários; além da especial atenção que deve ser dada ao funcionamento diário do órgão, devido a um conjunto de visitantes que frequentam suas instalações. Ademais, serve como referencial para os demais órgãos do sistema de ciência e tecnologia do Governo Federal interessados em realizar benchmarking e aperfeiçoar seus próprios PLS”.

Finalmente, é crucial, e a própria IN estabelece a existência de uma metodologia do PLS, isto é, a explicação minuciosa, detalhada, rigorosa e exata do tipo de pesquisa, dos instrumentos utilizados (questionário, entrevista etc.), do tempo previsto, da equipe de pesquisadores e da divisão do trabalho, das formas de tabulação e tratamento dos dados, enfim, de tudo aquilo que se utilizou na construção do PLS. Podem ser descritos três tipos de metodologia nesta seção, a de elaboração, implementação e avaliação.

A metodologia de elaboração é a parte da metodologia que descreve a forma de construção do PLS, fornecendo um direcionamento a ser seguido por todos, identificando responsabilidades, garantindo alinhamento e oferecendo meios para medição do sucesso da estratégia de modo focado, visando ao alcance dos objetivos institucionais e a maximização dos resultados.

Metodologia de implementação é a parte da metodologia que descreve como serão materializadas as atividades planejadas na fase anterior. Qualquer erro cometido na fase anterior ficará evidente durante essa fase. Já a metodologia de avaliação é a parte que descreve como será feita a validação dos resultados do PLS, observando se os resultados obtidos estão em conformidade com o previsto nas etapas anteriores, o qual servirá de subsídio para a elaboração das próximas versões do plano.

É possível verificar diversos tipos de metodologias empregadas nos PLS. O MMA juntou-se com o Serviço Florestal Brasileiro para se reunirem semanalmente com servidores da Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação e Biodiversidade (ICMBio) e o Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). A metodologia referencial adotada foi a da Cartilha “Como Implantar a A3P”, constituída em 6 etapas (Etapa 1 – Diagnóstico, Etapa 2 – Elaboração do Plano, Etapa

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3 – Aprovação do plano, Etapa 4 – Implementação do plano, Etapa 5 – Avaliação do plano e Etapa 6 – Análise Crítica e revisão de metas). Portanto, bastou seguir os procedimentos para adaptá-los e utilizá-los.

O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) também descreve suas atividades conforme esta metodologia. “Etapa 1 – Diagnóstico: o ITA realizou diagnóstico próprio e específico para a sua realidade. A elaboração do diagnóstico foi focada em: a) atualização do inventário de bens e materiais, e identificação dos similares com atributos de sustentabilidade; b) levantamento de práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços. Nesse processo, foram levantadas as ações em andamento e as oportunidades de melhoria. Etapa 2 – Elaboração do Plano: foram feitas propostas de ações para serem incluídas no plano. Também foram identificados os responsáveis, os prazos e os possíveis custos envolvidos na implementação das ações. As propostas foram debatidas no âmbito das reuniões da comissão para aprovação conjunta dos representantes e elaboração da proposta do PLS-ITA. Etapa 3 – Aprovação do plano: a proposta do PLS-ITA, elaborada pela comissão, foi submetida à avaliação e à aprovação do Reitor do ITA, conforme determina o art. 2º da Portaria nº 265-T/IA-ST/2014. Etapa 4 – Implementação do plano: após aprovação do plano pelo Reitor do ITA. Etapa 5 – Avaliação do plano: conforme plano de monitoramento e avaliação. Etapa 6 – Análise Crítica e revisão de metas: 12 meses.

Figura 15 – Metodologia do PLS do IFES

Fonte: PLS-IFES, 2013.

A Universidade Federal do Maranhão buscou definir em sua metodologia algumas etapas simples como “a) elaboração do plano para o órgão ou entidade; b) publicar o PLS em site e encaminhá-lo à Secretaria-Executiva da CISAP; c) subdivisão, se necessário, em razão da complexidade; d) consolidação e aprovação dos resultados pela autoridade responsável pela sua provação; e) constituição de comissão gestora permanente do plano de logística sustentável”. Em outros exemplos de PLS, a metodologia utilizada se deu por meio do Balanced Scorecard e o famoso PDCA (plan, do, check, act). O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), por exemplo, utilizou esse método em seu PLS.

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O Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Norte decidiu apontar em sua metodologia de implementação que “as ações propostas serão executadas por meio de solicitações formais pelas unidades responsáveis”. Já o IFSULDEMINAS informou que a comissão gestora elaboraria modelos de fichas para facilitar e possibilitar o acompanhamento de relatórios de execução. Já para o acompanhamento, a metodologia consistia em realizar reuniões ordinárias a cada 45 dias entre os membros, solicitar relatórios dos setores das unidades sobre os itens ou ações a serem avaliados, com antecedência de 60 dias, acompanhar as metas estabelecidas no PLS e publicar as ações de sustentabilidade já realizadas e o resumo das ações – cumprimento das metas.

• Parte 2. Conteúdo mínimo

O conteúdo mínimo é formado pela caracterização do órgão/entidade e pelo estabelecimento das propostas de melhoria, ou seja, a definição dos objetivos e metas dos planos de ação. Portanto, é formado pelo inventário de bens, materiais e práticas de sustentabilidade, bem como dos sete ou mais planos de ação.

O Diagnóstico do órgão/ entidade deve ser compreendido como um mapeamento da situação atual da organização, levantando as características gerais, as potencialidades e vulnerabilidades relacionadas à sustentabilidade, principalmente no inventário de bens e materiais e nas práticas de sustentabilidade e/ ou racionalização de recursos. Por meio do mapeamento, será possível identificar iniciativas já implementadas no âmbito do órgão ou entidade e as áreas e/ ou inciativas que devam ser priorizadas em função da importância ou grau de complexidade.

O inventário de bens e materiais e identificação de similares de menor impacto ambiental para substituição é um relatório utilizado para conhecer o patrimônio do órgão ou entidade, neste caso, um levantamento de bens e materiais que integram o patrimônio, em determinada data, os quais deverão ser avaliados para identificação de similares de menor impacto, para possível substituição, bem como para identificar novas finalidades (desfazimentos) desses bens e materiais.

Desde a Instrução Normativa, em 2012, o que se nota é a diversidade de formatos e modelos de inventários de bens e materiais nos PLS publicados pelos órgãos e entidades. Basta consultar os documentos e você terá vários exemplos a seguir. Até mesmo o MP, ao publicar o Relatório de Diretrizes desenvolvido pelo Iclei, fornece um modelo que pode ser utilizado.

No geral, alguns PLS identificam os materiais ou bens por meio de um código e informam os quantitativos. Outros, como é o caso do BCB, detalham nos inventários informações como a estimativa de diferença de custos, percentual de substituição do volume total adquirido, a descrição detalhada do item, unidades de medida, valor total, identificação se o item é sustentável ou não.

Já o levantamento das práticas de sustentabilidade e/ ou racionalização do uso de materiais e serviços é um relatório utilizado para conhecer as práticas de sustentabilidade e/ ou racionalização do uso de materiais e serviços no âmbito do órgão ou entidade; tal qual o levantamento de inventário, esse relatório facilitará a construção do plano de ação, bem como permitirá a identificação de oportunidades de melhoria.

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Figura 16 – Diagnóstico do órgão

Fonte: PLS-MDIC, 2012.

Alguns exemplos do levantamento de práticas de sustentabilidade, enquanto diagnóstico para caracterizar ações de sustentabilidade no órgão ou entidade, podem ser encontrados nos PLS do MMA e do MDIC. Existem muitos outros claramente. No entanto, essas referências são apenas pontos de partida.

O diagnóstico do PLS do MDIC apresenta o levantamento do consumo de papel, de água e energia, bem como práticas relacionadas à coleta seletiva, compras públicas e qualidade de vida no trabalho. Assim como o MMA, as estatísticas demonstram uma série histórica de informações que dão suporte para o estabelecimento de metas de redução de consumo, em alguns recursos.

Planos de ação devem conter o detalhamento para cada eixo temático (material de consumo, contemplando pelo menos papel e cartuchos para impressão e copos descartáveis, energia elétrica, água e esgoto, coleta seletiva, qualidade de vida no ambiente de trabalho; compras e contratações sustentáveis e deslocamento de pessoal) definido no PLS para as práticas de sustentabilidade, contendo:

• Objetivo• Meta geral• Ações implantadas• Iniciativas• Histórico físico e financeiro• Indicadores• Previsão de recursos• Identificação de riscos• Cronograma

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A ideia do plano de ação é propor um novo cenário no órgão ou entidade, em função do que existe no cenário atual. Então, se atualmente não existem quaisquer práticas de sustentabilidade, o objetivo é que se possam implementar algumas. A IN é complexa e exige bastante. Talvez, o ideal é que a comissão gestora avalie a possibilidade de implementar tais ações paulatinamente. Se avaliarem que é impossível implementar, em função dos custos, por exemplo, ações para todos os 7 eixos temáticos, é aconselhável que se inicie por aquilo que é exequível.

Suponha que em determinado órgão não existem práticas de sustentabilidade em andamento. Isso foi constatado pelo levantamento de práticas. Por meio do inventário de bens e materiais, a comissão gestora notou que são adquiridos com certa frequência copos descartáveis e equipamentos de ar condicionado. No inventário de bens e materiais, foram identificados itens similares a esses, só que de menor impacto, pois, segundo pesquisa realizada, existem copos produzidos com amido de milho e bagaço de cana de açúcar, biodegradáveis, que impactam menos que o copo plástico. Quanto aos equipamentos de ar condicionado, constatou-se que existem equipamentos mais modernos, ecoeficientes e que consomem menos energia durante sua vida útil e necessitam de menor gasto com manutenções.

Após esse rápido diagnóstico, a comissão gestora pensa em elaborar um plano de ação para implementar algumas mudanças: substituir os itens de compras tradicionais pelos de menor impacto, reduzir o consumo de energia, reduzir o consumo de materiais, no caso, copos descartáveis. Como no PLS as ações são distribuídas em temas para planos de ação, a comissão define os seguintes planos: 1 – Plano de Ação “Material de Consumo” (Objetivo: reduzir o consumo de copos plásticos no órgão. Meta: reduzir 70% do consumo de copos plásticos utilizados pelos servidores em até janeiro de 2017. Iniciativas/Etapas: adquirir canecas biodegradáveis e fornecer aos servidores etc.); 2 – Plano de Ação “Energia” (Objetivo: reduzir o consumo de energia. Meta: reduzir 30% do consumo de energia na unidade em até janeiro de 2017. Iniciativas/Etapas: adquirir equipamentos de ar condicionado com ENCE A etc.); 3 – Plano de Ação “Contratações Sustentáveis” (Objetivo: elevar o número de contratações com critérios de sustentabilidade no órgão. Meta: incluir critérios de sustentabilidade em todos os TRs e editais até julho de 2016. Iniciativas/Etapas: desenvolver modelos de TRs sustentáveis nas unidades, incluir critérios de sustentabilidade nos editais de compras etc.).

Perceba que, de uma forma rápida, é possível pensar em algumas soluções para buscar a sustentabilidade no órgão, ou, de melhor forma, um consumo mais consciente dos recursos. Do mesmo modo, alguns PLS estão muito bem organizados e definidos. É importante inserir nos planos de ação todas as informações que estão previstas na Instrução Normativa, e, sempre que possível, inserir outras que a comissão julgar pertinente.

O BCB, por exemplo, definiu os temas para os planos de ação e, para cada tema, estabeleceu o objetivo, de forma genérica, a meta, de forma mais específica e mensurável, em um espaço de tempo, além das ações, local, responsáveis, prazos, etapas, indicadores e recursos para alcançar esses objetivos.

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Figura 17 – Plano de ação do Banco Central.

Fonte: PLS-BCB, 2012.

Os Planos de Ação do PLS do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE, MDIC), Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) também foram definidos dessa forma. Você ainda pode consultar vários outros PLS no portal de contratações públicas sustentáveis do Governo Federal, buscando em “recursos”.

Para finalizar essa parte do PLS, existem três aspectos do conteúdo mínimo que podem ser realizados em conjunto ou separadamente. As ações de divulgação buscam apresentar quais serão as ações de divulgação do plano, bem como de todas as estratégias elaboradas para implementação dos planos de ação.

Ações de conscientização buscam apresentar quais serão as estratégias para sensibilização do público-alvo do PLS. Finalmente, as ações de capacitação buscam apresentar quais serão as ações de capacitações dos servidores para a concretização da implementação do PLS e formação de multiplicadores.

O Ministério das Comunicações (MC) definiu ações de divulgação, conscientização e capacitação em uma mesma seção, e grande parte dos PLS publicados utilizaram esse padrão. Algumas ações do MC foram previstas para ser executadas conjuntamente com a Assessoria de Comunicação, abrangendo “divulgação na intranet de notícias e material de sensibilização e conscientização referentes ao tema de sustentabilidade; elaboração de folders e banners; promoção de campanhas em áreas temáticas como coleta seletiva solidária; treinamento dos funcionários da limpeza responsáveis pela coleta e separação dos resíduos; divulgação dos resultados parciais das ações implementadas no PLS; e divulgação de boas práticas de sustentabilidade” (PLS-MC, 2013).

O Ministério da Fazenda (MF) também definiu ações de conscientização e divulgação do PLS, principalmente por meio de campanhas e treinamentos nas dependências do órgão. O BCB e o MTE desenvolveram um plano de ação específico para cada uma dessas três ações, nos mesmos moldes dos planos de ações dos sete eixos temáticos previstos.

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• Parte 3. Referências

As referências bibliográficas constituem a seção que irá indicar todo o material consultado para a elaboração do PLS. Servem como referencial para utilização na elaboração dos termos de referência e editais, sensibilizações e treinamentos de servidores, além da própria conscientização para os servidores por meio de indicações de leituras complementares.

Figura 17 – PLS Universidade Federal de Sergipe.

Fonte: PLS-UFSE, 2012.

• Parte 4. Anexos/Apêndices

Seção que irá dispor de informações adicionais que não constam no corpo do PLS; porém, deverão ser incorporadas ao PLS como: normas, quadros, tabelas, portarias etc., criados ou não pela comissão.

Consulte alguns exemplos:

• Apêndice 1 – Inventário de bens, materiais, contratos e obras do MMA e SFB.

• Anexo – Sugestão de indicadores do PLS do Instituto de Energia Nuclear.

• Anexo – Resolução nº 019/2013-CUni que aprova o PLS da Universidade Federal de Roraima.

4. Implementação do Plano

Esta fase consiste na publicação do PLS em um site. A Instrução Normativa estabelece que os PLS devem ser publicados. Imagine só, em uma organização, como todos os servidores e demais colaboradores poderiam tomar conhecimento da publicação? Isso porque nem se sabe se todos participaram da elaboração do PLS. Existe publicidade desse plano via intranet? Comunicados sobre a publicação e como todos podem participar para colocar em prática todas as ações propostas?

Alguns órgãos e entidades desenvolvem um sítio eletrônico próprio para tratar de todos os assuntos relacionados ao PLS, outros utilizaram sites sobre sustentabilidade. Outros publicaram no portal eletrônico do próprio órgão/entidade. Portanto, existem diversas maneiras de publicar um plano de logística sustentável. O importante é que as pessoas saibam da proposta, da iniciativa. Não é raro encontrar servidores de um órgão ou entidade que sequer sabe que já existe um PLS em elaboração ou implementação.

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Veja alguns casos de publicação dos PLS:

Universidade Federal de Goiás

Universidade Federal da Fronteira Sul

Ministério do Trabalho e Emprego

É importante saber que, nesse aspecto, a IN não obriga que os PLS sejam encaminhados à Secretaria-Executiva da CISAP; no entanto, diversos órgãos e entidades fazem isso, para que possam ser publicados também no portal de contratações públicas sustentáveis do Governo Federal e dar conhecimento à SLTI/MP. Essa iniciativa é muito boa, pois auxilia na localização direta de diversos planos já elaborados, implementados e avaliados em um único local. Assim, a transparência das ações dos órgãos e entidades é maior, e ainda auxilia a disseminar boas práticas em andamento.

No mais, essa etapa consiste na realização das práticas e ações previstas em todos os sete ou mais planos de ações temáticos, bem como as iniciativas de sensibilização, capacitação e comunicação. A comissão gestora deverá acompanhar a implementação do PLS, após estabelecer a forma como será feita essa implementação de atividades.

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Possivelmente, no próprio PLS já está definida essa dinâmica, seja por meio da metodologia de implementação, seja por meio das regras definidas pela própria comissão durante sua rotina de trabalho. Algumas comissões gestoras subdividem-se em grupos de trabalho para implementar e monitorar um plano de ação temático, por exemplo. Outras, preferem nominar um servidor que será responsável pela implementação de cada proposta estabelecida (objetivos e metas), bem como um fiscal de monitoramento.

Dessa forma, cada comissão gestora irá determinar uma rotina de funcionamento, pois na administração pública nenhum caso é igual ao outro. Cada organização possui suas particularidades, número de servidores, públicos-alvo diferenciados etc. O importante para quem está começando agora é identificar bons casos de sucesso e verificar as possibilidades de replicar iniciativas, com adaptações, e um contato com os responsáveis, para aprender com os erros.

É possível acessar os PLS que são catalogados pela Cisap por meio do site Compras Governamentais. No banner central “Boas Práticas de Compras Sustentáveis”, ocorre o redirecionamento para o portal de Contratações Públicas Sustentáveis do Governo Federal.

Figura 18 – Acesso aos PLS no site CPSustentáveis

Fonte: www.cpsustentaveis.planejamento.gov.br.

No Portal CPSustentáveis é necessário seguir o caminho Assuntos > Recursos > Planos de gestão de Logística Sustentável > Pesquisar. É possível realizar filtros nessa seção; portanto, pode-se buscar um PLS específico diretamente pelo nome do órgão ou entidade.

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Figura 19 – Busca de PLS no portal cpsustentaveis.

Fonte: www.cpsustentaveis.planejamento.gov.br.

Existe um fórum colaborativo no portal, onde são discutidos aspectos importantes para elaboração dos PLS, além de troca de conhecimentos, informações, experiências e dúvidas entre membros das Comissões Gestoras dos PLS e outros servidores. Basta realizar um cadastro para poder participar.

5. Monitoramento

Conforme a norma, a Comissão Gestora do PLS deve realizar um acompanhamento semestral do plano, ou seja, monitorar os resultados alcançados utilizando, minimamente, os indicadores elencados no anexo da IN, caso tenham sido utilizados para as metas nos planos de ação temáticos.

O monitoramento semestral também dependerá da dinâmica estabelecida pela comissão gestora. Podem existir casos em que a comissão é formada por apenas três servidores que ficam extremamente sobrecarregados com as atividades e possuem dificuldades em realizar o acompanhamento.

Alguns órgãos e entidades têm adotado sistemas de monitoramento próprios para monitorar a implementação e resultados das ações. Uma ação que busque reduzir o consumo de papel na organização pode, por exemplo, utilizar a adoção do Sistema Eletrônico de Informações (SEI) – administração sem papel – e utilizar os próprios dados do sistema para monitorar a utilização/redução com gastos de papel.

Outro meio comum para se monitorar atividades e resultados é a utilização do Sistema Esplanada Sustentável (SisPES). O PES possui praticamente áreas temáticas semelhantes aos temas dos PLS e que podem ser utilizadas para acompanhamento por planilhas de fácil acesso, com metas e indicadores preestabelecidos.

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O intuito do acompanhamento semestral, entre outros, é compartilhar novas soluções, experiências exitosas e boas práticas com outras instituições e órgãos públicos. Do mesmo modo busca também identificar desvios, obstáculos e verificar a necessidade de ações adicionais, pois nem só de sucesso compõem-se os PLS.

Figura 20 – PLS AGU.

Fonte: PLS-AGU, 2015.

Consulte alguns exemplos:

• Relatório de Acompanhamento – Instituto Nacional de Tecnologia /RJ.

• 1º e 2º Relatório de Acompanhamento da EPE.

• Relatório de Acompanhamento do MF.

• Relatório de Acompanhamento da Nuclebras Equipamentos Pesados S.A.

• Relatórios de Acompanhamento do FNDE.

• Resultados da Advocia-Geral da União:

• PLS - Resultados SAD/DF

• PLS - Resultados SAD/RJ

• PLS - Resultados SAD/SP

• PLS - Resultados SAD/RS

• PLS - Resultados SAD/PE

• PLS - Resultados UA/MG

Recomenda-se consultar o site da AGU que disponibiliza diversas informações sobre o PLS de suas unidades.

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Para todos os temas de ação do plano, são fornecidas as diretrizes, os modelos de planilha para monitoramento sobre o tema, documentos com orientações sobre o uso das planilhas e uma apresentação sobre o tema.

O FNDE possui uma área em seu site chamada “FNDE sustentável”. Nessa área são disponibilizados os relatórios de acompanhamento dos planos de ação do PLS, por tema. É possível visualizar quais foram os objetivos, metas e prazos definidos.

Figura 21 – Relatórios de acompanhamento – FNDE

Fonte: PLS-AGU, 2015.

Para cada ação definida e meta estabelecida, foram criadas tarjas “meta concluída”, “meta parcialmente concluída” e “meta não concluída”. Esse mecanismo auxiliou os fiscais da comissão gestora a investigar os desvios e obstáculos de implementação das ações, pois os resultados são totalmente transparentes.

6. Verificação e Avaliação

A IN nº 10, de 2012, também estabeleceu que deverá ser realizada uma verificação/avaliação das ações do plano anualmente. Essa avaliação consiste na elaboração de relatório de acompanhamento do PLS, de forma a evidenciar o desempenho de cada órgão ou entidade, contendo a consolidação dos resultados alcançados, bem como a identificação e definição das ações a serem desenvolvidas ou modificadas para o ano subsequente. Finalmente, deverá ser realizada revisão do PLS.

A avaliação é a parte do PLS que apresenta a avaliação dos planos de ação, bem como a avaliação geral do plano, seguindo os objetivos definidos para observar o atendimento ou não às propostas realizadas e metas estabelecidas. A partir daí, será possível verificar se a proposta alcançou os entendimentos definidos pela comissão gestora, buscando-se melhorar o que vem funcionando bem e substituir o que não apresentou sucesso, bem como identificar os problemas das falhas.

Segundo a norma, esse é o único documento que deverá ser encaminhado à Secretaria-Executiva da Cisap, para fins de monitoramento dos órgãos e entidades que estão implementando ações de sustentabilidade e que poderão se destacar em práticas de logística sustentável.

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Da mesma forma que a publicação dos PLS ocorre por meio da SE-CISAP, os relatórios semestrais e anuais de acompanhamento também são publicados no portal de contratações públicas sustentáveis do Governo Federal.

Consulte alguns exemplos:

• Avaliação do PLS da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Ciclo 2013• Avaliação de Ministério de Minas e Energia (MME)• Avaliação do PLS da INB• Avaliação do PLS do FNDE

Você provavelmente notará que nem todos os objetivos e metas definidos foram cumpridos. E em alguns casos você poderá conhecer as justificativas para que isso ocorresse. Nos exemplos elencados para consulta, estão disponíveis práticas que podem ser adaptadas e replicadas, caso a comissão gestora de um órgão ou entidade julgue conveniente. Por meio desses exemplos exitosos, será possível nortear algumas ações. Para o caso das metas que não foram cumpridas, resta investigar caso a caso e buscar soluções para esses problemas. Se forem persistentes, cabe à comissão gestora avaliar se é necessário dispor energia com aquela ação ou se a mesma poderá ser substituída.

Note para o caso do FNDE que, no primeiro momento de monitoramento, a maior parte das ações era considerada como “parcialmente superadas”, e que, ao longo de mais dois monitoramentos do PLS, o número de ações caiu substancialmente, enquanto o número de ações superadas aumentou. Existem, contudo, ações que são resistentes e não foram superadas em nenhum período como aquelas relativas à água e esgoto. Cabe à comissão gestora se, no momento da revisão do PLS, irá promover alguma forma de mudança na definição dos objetivos e metas para esse plano de ação.

Figura 22 - Síntese da avaliação do PLS FNDE

Fonte: PLS-FNDE, 2014.

Com essas informações você encerra uma importante série de informações que o auxiliarão no desenvolvimento de estruturar um PLS. Além disso, você verá que é possível, por meio da busca de exemplos já em prática na administração pública, implantar boas práticas sustentáveis e desmistificar a cultura do conservadorismo.

Capítulo 3. O alcance dos PLS

Vamos falar sobre o legado dos PLS?

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Mesmo “nascido” em território do Poder Executivo, a importância do PLS como ferramenta de planejamento tornou-se algo evidente. Pode-se dizer que sua fama se espalhou pela administração pública, por meio dos gestores que possuíam o prazo de 120 dias para elaborar e implementar os planos quando a instrução normativa foi publicada.

Acontece que o alcance do PLS foi muito maior do que se imaginava. Ainda que no Poder Executivo, na administração direta, órgãos e entidades ainda demonstrassem morosidade para iniciar o processo de construção do plano, eles estavam em busca de informações, orientações e capacitação.

Apesar de, para muitos servidores e gestores públicos, a sustentabilidade ser um tema completamente novo e radical, capaz de quebrar paradigmas, os órgãos e entidades vão paulatinamente buscando o seu próprio meio de formular as estratégias para desenvolver seu plano. A própria administração indireta buscou formas de utilizar-se dos PLS para criar outros mecanismos de sustentabilidade em sua gestão estratégica.

Não foi diferente para o Poder Judiciário que, por meio da Resolução nº 201, de 3 de março de 2015, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), estabeleceu a criação e as competências das unidades ou núcleos socioambientais nos órgãos e conselhos do Poder Judiciário e implantação do respectivo Plano de Logística Sustentável. Consulte o PLS do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e o do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para conhecer uma série de ações que já estão em execução para inclusão de práticas sustentáveis no Poder Judiciário.

No âmbito do Tribunal de Contas da União, “cabe consignar que o assunto ‘sustentabilidade’ já faz parte da agenda administrativa do tribunal há algum tempo. Em 2007, foi instituído, no âmbito dessa Corte de Contas, o projeto ‘TCU Ecologicamente Correto’, com o objetivo de elaborar propostas e implementar ações destinadas a integrar o conceito de sustentabilidade ao funcionamento da Casa” (Relatório TC nº 025.881/2014-0).

Porém, mais recentemente, o tribunal também aderiu a uma política institucional de sustentabilidade por meio da Resolução nº 268, de 4 de março de 2015. Por meio do normativo, a política de gestão de pessoas do tribunal foi alterada, incluindo em seu escopo o Comitê Gestor de Logística Sustentável, que deverá coordenar o Programa de Logística Sustentável do tribunal.

Segundo o art. 13 da resolução, o PLS/TCU deverá promover a inclusão de critérios socioambientais nos editais de licitação para aquisição de bens permanentes e de consumo, contratação de serviços e de obras; a adoção de práticas de sustentabilidade e de racionalização do uso de materiais e serviços, baseada em estudos e pesquisas realizados, levando em consideração o ciclo de vida dos produtos, desde o planejamento e uso, até a destinação ambientalmente adequada dos produtos.

Finalmente, o PLS/TCU deve buscar implantar também ações sistemáticas de sensibilização, conscientização e capacitação de servidores e demais colaboradores do tribunal; o monitoramento e avaliação das medidas implementadas, inclusive quanto à relação custo/benefício; e a observância da variável socioambiental no processo de planejamento institucional.

Para conhecer essas e outras boas práticas de sustentabilidade e planos de logística sustentável, acesse <http://cpsustentaveis.planejamento.gov.br/>.

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Para não finalizar

Leia o texto abaixo para saber mais sobre os PLS.

O aumento das preocupações sociais e ambientais estimuladas pelas discussões e princípios do desenvolvimento sustentável refletiu aspectos relevantes para a normalização brasileira (ROCKSTRÖM et al., 2009). Buscando mitigar impactos que a logística pública pode gerar no meio ambiente, a administração pública vem buscando promover a institucionalização de iniciativas de sustentabilidade, entre elas os Planos de Gestão de Logística Sustentável (PLS). Instituído pelo Decreto nº 7.746/2012, em regulamentação ao art. 3º da Lei Geral de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/1993), os PLS são ferramentas de planejamento com objetivos e responsabilidades definidas, ações, metas, prazos de execução e mecanismos de monitoramento e avaliação, que permitem ao órgão ou entidade estabelecer práticas de sustentabilidade e racionalização de gastos e processos na administração pública. Esse artigo apresenta um diagnóstico dos PLS publicados até janeiro de 2014, identificando experiências, dificuldades a serem superadas e bons exemplos dos órgãos e/ou entidades nas fases de elaboração e implementação. Foram catalogados todos os PLS publicados até 31 de janeiro de 2014. O framework para análise consistiu na verificação do atendimento aos critérios mínimos estabelecidos na Instrução Normativa SLTI/MP nº 10/2012, a norma infralegal que regulamenta a elaboração dos PLS. Observaram-se as seguintes categorias de análise: conteúdo e organização do documento; abrangência temática dos planos de ação; aspectos de planejamento; aspectos de sustentabilidade. Nesta pesquisa foram utilizadas técnicas de análise descritiva, baseada na frequência em percentagem absoluta. Dos 53 PLS catalogados, 49 deles apresentavam versões completas passíveis de análise. Considerando que o prazo para publicação estabelecido pelo MP era 14 de setembro de 2013, esse número mostra baixo atendimento global das organizações a essa ferramenta de comando e controle. A mediana de atendimento a todos os itens avaliados nesta pesquisa foi de 67%. A organização que mais atendeu a esses itens, o Ministério do Meio Ambiente, respondeu a 94% dos 50 itens analisados. Em ordem alfabética, Ibama, Instituto Federal do Sul de Minas Gerais, Instituto Nacional de Tecnologia, Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Ministério da Cultura, Ministério de Minas e Energia, Universidade Federal Rural da Bahia, Universidade Federal de Sergipe, e Universidade Federal de Santa Maria vêm na sequência. Essas 10 organizações podem ser entendidas como aquelas que melhor conseguiram planejar a inserção de critérios e atributos de sustentabilidade em suas contratações e logística públicas. Por outro lado, nove entidades observam menos de 50% dos itens analisados. A preocupação com os direitos humanos e a valorização da diversidade não foram considerados na proposição das ações, ponto que enfraqueceu o aspecto social da sustentabilidade dos planos. Sempre que citados, estavam presentes nas diretrizes ou recomendações gerais, sem dar uma orientação clara de como deveriam ser aplicados concretamente. Da mesma forma, a compra de pequenas empresas locais e o uso de materiais, tecnologias e matérias-primas locais também não estavam presentes, negligenciando a cooperação das instituições para o desenvolvimento socioeconômico

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regional sustentável. Nota-se que o planejamento é um ponto fraco nos PLS. 36% dos PLS analisados continham falhas graves de planejamento, deixando de especificar, por exemplo, responsáveis, metas e indicadores – itens essenciais para a implementação e monitoramento das ações. Os itens de planejamento menos presentes nos PLS foram: a indicação dos recursos necessários para implementação dos planos de ação e a definição dos indicadores para monitoramento.

QUEIROZ, Fernanda Capdeville Fajardo de; UEHARA, Thiago Hector Nakashiro; CARDOSO, Jhéssica

Ribeiro. Sustentabilidade na logística pública: análise dos planos de gestão de logística sustentável da

administração federal. In: Congresso Internacional de Gestão de Inovação da Educação no Setor Público -

CIGISP. De 15 a 17 de abril de 2015 – Brasília (DF), Brasil.

Simulado

Esta atividade poderá ser realizada em grupos de três.

Você foi designado para compor a Comissão Gestora do PLS do órgão no qual trabalha. Agora, após um ano de trabalho, você e os demais membros da comissão foram convidados a prestar conta dos resultados para a realização da revisão do PLS do órgão, em um evento interno, para os demais colaboradores.

Lembre-se de todas as etapas para elaboração do PLS (preparação, diagnóstico/medição, elaboração do plano, implementação do plano, monitoramento, verificação e avaliação) e faça sua apresentação do plano para os demais participantes.

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EncerramentoPrezado cursista, parabéns, você chegou ao final do curso. Esperamos que você tenha

gostado e que o curso tenha atingido o objetivo proposto: que o conhecimento adquirido caminhe da teoria à prática e que os critérios de sustentabilidade sejam, partir de agora, aplicados e implementados por meio de sua abordagem técnica.

Seja um multiplicador dos conhecimentos e experiências aqui adquiridos. Para finalizar, uma pequena reflexão de Gandhi:

“Primeiro eles te ignoram, depois riem de você, então você luta, você ganha.”

Veja também um vídeo de motivação para buscar as soluções do seu trabalho e para a comunidade: https://www.youtube.com/watch?v=CfOBT1CUloc

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