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 CONTRATO DE COMPRA E VENDA  Introdução  1. Noção e aspectos gerais O contrato de compra e venda é aquele que desempenha maior e mais importante função económica. Encontra-se deferido nos arts. 874º ses. !!" aplicando-se além das suas reras próprias" os princ#pios e preceitos comuns a todos os contratos.  $ partir da definição do art. 874º !!" é poss#vel identificar com clare%a os seuintes efeitos essenciais da compra e venda enumerados no art. 87&º !!' - (m efeito real ) a transfer*ncia da titularidade de um direito+ - ,ois efeitos oriacionais' a  $ oriação recai sore o vendedor de entrear a coisa vendida+   $ oriação para o comprador de paar o correlativo preço. /0 na compra e venda" a transmissão correspec tiva de duas prestaç 1es' por um lado" a transmissão do direito de propriedade ou de outro direito+ por outro lado" o paamento do preço. ,o teor do art. 874º !!" resulta claramente a atriuição de nature%a real" e não apenas oriacional ao contrato de compra e venda o que resulta tamém do art. 87&º-a !! 2vide arts. 378º 5" 468º 5 ) 557º-a !! trata-se de uma concepção tradicional" seundo a qual a transmissão da coisa tem por causa o pró pr io contrato" emora" por ci rcunst ncias v0rias" o o9ect o possa ficar  dependente de determinação" quando se trate de coisa futura" ou ha9a reserva de pr op riedade 2a rt. 46&º !! . O qu e não po de é esta elecer- se qu e a transfer*ncia do direito fique dependente de nova convenção" sem se desfiurar" com isso" a nature%a do primeiro contrato. Esta função translativa ou real do contrato não impede que dele nasçam tamém oriaç1es a caro do vendedor e do comprador. ,a definição dada pelo art. 874º !!" resultam caracter#sticas fundamentais da compra e venda" que é um contrato oneroso 2art. :5;º !!" bilateral  2arts. 4;8º ses . !!" com  prestações recíprocas 2art. 4;4º !! e dotado de eficácia real ou translativa.  2. or!a do contrato de co!pra e "enda <ia de rera os contratos celerados pelos particulares são consensuais. =ormam-se mediante o simples acordo dos contraentes.  $ esta rera não fa% e>cepção a compra e venda. Ela pode ser celerada através de qualquer das formas admitidas por lei" para a declaração neocial 2arts. ;57º a ;;6º !! . $penas nal uns casos fo ram estaelecidas certas e>i*ncias de forma 2art. 873º !!. !o ntrato de co mp ra e ve nda de ens imóv eis est0 su 9e ito a re i sto" dependendo deste a sua efic0cia em relação a terceiros. ,o reisto deve ainda constar a cl0usula de reserva de propriedade" quando a alienação respeite a coisa imóvel ou móvel su9eita a reisto 2art. 46&º; !!"

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CONTRATO DE COMPRA E VENDA 

Introdução 

1. 

Noção e aspectos geraisO contrato de compra e venda é aquele que desempenha maior e maisimportante função económica.

Encontra-se deferido nos arts. 874º ses. !!" aplicando-se além das suasreras próprias" os princ#pios e preceitos comuns a todos os contratos.

 $ partir da definição do art. 874º !!" é poss#vel identificar com clare%a osseuintes efeitos essenciais da compra e venda enumerados no art. 87&º !!'

-  (m efeito real ) a transfer*ncia da titularidade de um direito+-  ,ois efeitos oriacionais'

a   $ oriação recai sore o vendedor de entrear a coisa vendida+   $ oriação para o comprador de paar o correlativo preço.

/0 na compra e venda" a transmissão correspectiva de duas prestaç1es' por um lado" a transmissão do direito de propriedade ou de outro direito+ por outrolado" o paamento do preço.

,o teor do art. 874º !!" resulta claramente a atriuição de nature%a real" enão apenas oriacional ao contrato de compra e venda o que resulta tamémdo art. 87&º-a !! 2vide  arts. 378º5" 468º5 ) 557º-a !! trata-se de umaconcepção tradicional" seundo a qual a transmissão da coisa tem por causa opróprio contrato" emora" por circunstncias v0rias" o o9ecto possa ficar dependente de determinação" quando se trate de coisa futura" ou ha9a reservade propriedade 2art. 46&º !!. O que não pode é estaelecer-se que atransfer*ncia do direito fique dependente de nova convenção" sem se desfiurar"

com isso" a nature%a do primeiro contrato.Esta função translativa ou real do contrato não impede que dele nasçamtamém oriaç1es a caro do vendedor e do comprador.

,a definição dada pelo art. 874º !!" resultam caracter#sticas fundamentais dacompra e venda" que é um contrato oneroso 2art. :5;º !!" bilateral  2arts. 4;8ºses. !!" com  prestações recíprocas 2art. 4;4º !! e dotado de eficácia real ou translativa.

 2.  or!a do contrato de co!pra e "enda

<ia de rera os contratos celerados pelos particulares são consensuais.=ormam-se mediante o simples acordo dos contraentes.

 $ esta rera não fa% e>cepção a compra e venda. Ela pode ser celeradaatravés de qualquer das formas admitidas por lei" para a declaração neocial2arts. ;57º a ;;6º !!. $penas naluns casos foram estaelecidas certase>i*ncias de forma 2art. 873º !!.

!ontrato de compra e venda de ens imóveis est0 su9eito a reisto"dependendo deste a sua efic0cia em relação a terceiros.

,o reisto deve ainda constar a cl0usula de reserva de propriedade" quando aalienação respeite a coisa imóvel ou móvel su9eita a reisto 2art. 46&º; !!"

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em como a cl0usula para pessoa a nomear" nas mesmas condiç1es 2art. 43:º!!.

 $ e>i*ncia da escritura p?lica vale não só para a transmissão dapropriedade" mas tamém para a transmissão ou constituição de qualquer outrodireito sore imóveis a que se refere o art. ;64º5-a" b" c  !!.

,o disposto no art. 873º !! resulta'a  @ue o contrato é nulo se for celerado sem forma nele consinada+  @ue o contrato só poder0 considerar-se celerado" quando a transmissão

da propriedade se operar" depois de lavrado o respectivo t#tulo. 

E#eitos essenciais 

$.  O e#eito rea%,istinuem-se tradicionalmente dois tipos de venda' a venda oriatória e a

venda real.Aos ordenamentos que conferem simples carácter obrigatório B compra e

venda entre vendedor e comprador apenas se criam e produ%em relaç1es decrédito. !ada um dos contraentes apenas t*m direito a e>iir do outro umaprestação'

•   $o vendedor cae o direito de e>iir do comprador o preço+•   $o comprador cae o direito de reclamar a transmissão ou alienação do

o9ecto vendido.Aos arts. 468º" 874º" 87&º-c !!" decorre a efic0cia real. Os arts. 874º e 87&º-c

!!" referem-se especificamente B compra e venda" o art. 468º !!" consara emtermos erais a efic0cia real dos contratos.

Ao nosso direito" o contrato de compra e venda como contrato de alienaçãode coisa determinada 2art. 468º5 !! reveste nature%a real. $ transmissão da

propriedade da coisa vendida" ou a transmissão do direito alienado" tem comocausa o próprio contrato" emora esses efeitos possam ficar dependentes de umfacto futuro. $lumas situaç1es estão previstas no art. 468º; !!" referindo-se oart. 46&º !!5C5D" B reserva de propriedade" que é uma outra hipótese em que atransmissão" tendo emora por causa a compra e venda se protela para ummomento posterior. @uem compra uma coisa su9eita ao direito de prefer*nciafica" enquanto não decorrer o pra%o de e>erc#cio desse direito" em situaçãoan0loa B de quem contrata so condição resolutiva.

Os arts. 874º e 87&º !!" incluem entre os efeitos da compra e venda atransmissão da propriedade de uma coisa ou doutro direito.

!onseue-se conciliar o art. 468º5 !!" com a afirmação cateórica do art.

87&º-a !!" no sentido da transmissão da titularidade da coisa constituir efeitoessencial da compra e venda.,esta forma" tamém conseue-se harmoni%ar o art. 468º5 !!" com o

disposto no n.º ; do art. 468º !!. $# o leislador especificou o momento datransfer*ncia de certas coisas com caracter#sticas especiais" sempre com a

1[1]  A reserva de propriedade (art. 409º/ CC) u!a venda condicional" e! #ue a condiç$o se restrin%e & transfer'ncia do

do!ínio" reserva #ue" no entanto" n$o pode ser feita se! li!ite de te!po" caso e! #ue a alienaç$o seria nula. A reservade propriedade e a venda a prestações n$o se confunde!. A#uela co!patível co! a venda e! #ue o pa%a!entodiferido do prao se faça por u!a s ve e a estipulaç$o da prestaç$o n$o obsta a u!a eficácia i!ediata.

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preocupação de não estaelecer qualquer liação enética entre a transmissãode uma coisa ou a titularidade de um direito e os factos que marcam o momentodessa transmissão.

 $o lado da sua nature%a real" a compra e venda tem tamém nature%aoriatória ou oriacional. O vendedor" por um lado" fica oriado a entrear a

coisa 2art. 87&º- !! e o comprador" por outro lado" a paar o preço 2art. 87&º-c!!. $ transmissão da propriedade não fica" porém" dependente documprimento destas oriaç1es" emora" em aluns casos" o não cumprimentopossa dar luar B possiilidade de resolução do contrato.

Enumeram-se no art. 87&º !!" apenas os efeitos essenciais da compra evenda" depois que no art. 874º !! se definiu através da causa ne%otti" a funçãoeconómico-social t#pica da compra e venda. Aote-se porém" que a oriação deentrea nem sempre e>iste" como sucede" quer nos casos em que a coisatransferida 90 se encontra na posse do comprador" quer naqueles em que atransfer*ncia não tem por o9ecto direitos reais" mas direitos de crédito" por e>emplo.

 $ compra e venda tem sempre car0cter real. (m contrato do qual não decorraa transmissão da titularidade de uma coisa ou direito não poder0 nuncaqualificar-se como compra e venda" mesmo quando reunidos os demaisrequisitos e efeitos deste contrato.

 &.  Os e#eitos o'rigacionais

* dever de entre%a da coisarata-se da transfer*ncia da titularidade da coisa ou do direito vendido. $lém

desse direito real a compra e venda produ% dois outros efeitos essenciais" decar0cter oriacional'

5   $ oriação que recai sore o vendedor de entrear a coisa+;   $ oriação que impende sore o comprador de paar o correlativo preço.O !ódio !ivil contém um artio relativo B oriação de entrea da coisa ) o

art. 88;º !!. $ oriação por parte do vendedor de entrear a coisa" est0 e>pressa no art.

87&º- !!" importa para o vendedor o dever de investir o comprador na posseefectiva dos direitos transmitidos para que o adquirente os possa fruir plenamente 2arts. 5;:º-+ 5;:4º !!. $ oriação de entrea é normalmentecontempornea da transmissão do direito ou posterior a ela+ mas pode"e>cepcionalmente" ser anterior" como na venda com reserva de propriedade 2art.46&º !!.

O art. 88;º5 !!" procura resolver os prolemas do deferimento ou protelar no tempo da oriação de entrea da coisa. F que" não sendo entreue nomomento da celeração do contrato o seu estado pode variar até B altura darespectiva entrea.

,ecorre do art. 88;º5 !! que'a  Ge a coisa adquirir v#cios ou perder qualidades entre o momento da venda

e o da entrea" são aplic0veis as reras relativas ao n$o cu!pri!ento dasobri%ações (art. +90º CC),

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  O vendedor tem obri%aç$o de %uardar a coisa" o que implica o dever deastenção de tudo o que é inconcili0vel com a prestação.

 $ oriação de entrear a coisa no estado em que se encontrava no tempo davenda envolve" implicitamente" a oriação de uardar a coisa que neste casoaparece como oriação instrumental e não como oriação fundamental ou

autónoma;C;D

. Este dever de custódia do vendedor tem se ser cumprido com omesmo rau de dili*ncia" quer a entrea se faça dentro do pra%oconvencionado" quer se faça posteriormente" ainda que a solicitação docomprador que não tenha possiilidade" se não mais tarde" de levantar ou retirar a coisa.

Ao art. 88;º; !!" o leislador procurou fi>ar no mito da oriação deentrea+ por força deste preceito essa oriação arane" salvo estipulaç1es emcontr0rio as partes interantes" os frutos pendentes e os documentos relativos Bcoisa ou direito vendido.

E>traem-se as seuintes conclus1es do art. 88;º; !!'-  O momento relevante para a fi>ação do mito da oriação é o

correspondente B data de venda+-  ,este modo" aranido pela oriação de entrea são apenas as partesinterantes ou frutos pendentes ao termo da venda+

-  E>cluem-se as partes interantes liadas B coisa em momento ulterior aoda venda. O mesmo vale para os frutos produ%idos depois desta data.

 (.  O de"er de pagar o preço

Hreço é por definição a e>pressão do valor em dinheiro" ou" -a !edida devalor epressa" típica e eclusiva!ente e! dineiro.  Isto não asta"oviamente" a que o comprador" com o acordo do vendedor" paue em ensdiferentes de dinheiro.

O modo de reali%ação do paamento cae no mito da autonomia davontade das partes.,e acordo com as reras do art. 88º !!" relevar0 em primeiro luar o preço

fi>ado por entidade p?lica" na falta dele recorre-se sucessivamente'-   $o preço normalmente praticado pelo vendedor B data da conclusão do

contrato+-   $o preço do mercado ou olsa no momento do contrato e no luar em que

o comprador deve cumprir+-   $o triunal.(ma ve% fi>ado o preço importa apurar qual o luar do seu paamento 2art.

883º !!.Ge a venda ficar" por força do art. ;&;º !!" ou qualquer outro preceito leal

limitada a parte do seu o9ecto" o preço respeitante B parte v0lida do contratoser0 o que neste fiurar" se houver sido descriminado como parcela do preçoloal 2art. 884º5 !!.

 Moda%idades

 

2C;D Caso do depsito.

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).  Venda co! reser"a de propriedadeO art. 46&º5 !!" permite porém" ao vendedor reservar para si a propriedade

da coisa até ao cumprimento total ou parcial das oriaç1es da outra parte ouaté a verificação de qualquer outro evento.

!om este artio 2art. 46&º !! pretende-se que o credor do preço fique numa

situação privileiada. Ge não houvesse a reserva" no caso de não paamento" odevedor poderia apenas e>ecutar o património do comprador tendo de suportar na e>ecução a concorr*ncia dos outros credores.

F nula a cl0usula de reserva de propriedade de uma coisa que se vai tomar parte constitutiva de outra coisa.

 $ venda com reserva de propriedade é uma alienação so condiçãosuspensiva+ suspende-se o efeito translativo mas os outros efeitos do neócioprodu%em-se imediatamente. O evento futuro de que depende a transfer*ncia dapropriedade ser0 em rera" o cumprimento total ou parcial das oriaç1es daoutra parte.

O princ#pio de que a transfer*ncia da propriedade da coisa vendida e

determinada se opera por mero efeito do contrato pode ser afastada por vontadedas partes mediante o pacto de reserva de dom#nio previsto no art. 46&º !!. $convenção de que a coisa vendida deveria ser seurada a favor do vendedor atécompleta liquidação do preço e a de que só após o interal paamento do peãoseria a coisa reistada em nome dos compradores não revelaminequivocamente que as partes tenham estipulado uma cl0usula de reserva depropriedade para o vendedor até Bquele paamento interal.

Ao tocante B forma" a cl0usula de reserva de propriedade est0 su9eita Bsmesmas formalidades que o contrato no qual se acha inserida.

 $ssim" se o contrato de compra e venda respeitar a coisa imóvel ou móvelsu9eita a reisto" a cl0usula de reserva de propriedade só ser0 opon#vel aterceiros se estiver reistada.

 *.  Venda a retro

O vendedor reserva para si o direito de reaver a propriedade da coisa oudireito vendido mediante a restituição do preço. Aa venda a retro o vendedor tema possiilidade de resolver o contrato de compra e venda 2art. &;7º !!.

O e>erc#cio deste direito do vendedor tem como consequ*ncia a aplicação dodisposto nos arts. 4;º ses. !!" em tudo quanto não for afastado pelo reimeespec#fico da venda a retro.

O art. &;8º; !!" pro#e o comprador de e>iir o reemolso de uma quantiasuperior B paa por ele próprio. Ao e>cesso é que poderiam ocultar-se 9urosusur0rios" deste modo proiidos.

 $ e>ist*ncia de um pra%o imperativo 2art. &;&º !!CD para o e>erc#cio dodireito de resolução não impede as partes de" dentro desse pra%o resolutivo"fi>arem um pra%o suspensivo" de modo apenas permitir a resolução do contratodecorrido certo per#odo.

Em rera a resolução dos contratos ou neócios 9ur#dicos não pre9udica osdireitos adquiridos por terceiros 2art. 43º5 !!.

3123  ois ou cinco anos a contar & data da venda

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 +.  Venda a prestaç,es

!omo forma de tornar mais activa a circulação de ens e de permitir o o%odos enef#cios por eles proporcionados ao maior n?mero poss#vel de pessoas onosso leislador consarou a venda a prestaç1es ) arts. &4º ses. !!.

O princ#pio eral reulador das d#vidas cu9a liquidação pode ser fraccionadaconsta do art. 785º !!. Hor força deste preceito" se uma oriação puder ser liquidada em duas ou mais prestaç1es" a não reali%ação de uma delas importa ovencimento de todas. E>istem porem reras especiais na compra e venda.rata-se dos arts. 88:º" &4º e &3º !!. O art. 88:º !!" aplica-se de uma formaeral a todos os casos de não paamento de preço pelo comprador e estaeleceque" transmitida a propriedade da coisa" e feita a sua entrea" o vendedor nãopode via de rera" resolver o contrato por falta de paamento. O art. &4º !!"aplica-se especificamente aos casos de falta de paamento de uma dasprestaç1es em contratos de compra e venda a prestaç1es.

 $s consequ*ncias por falta de paamento de uma prestação enunciadas no

art. &4º !!" são" resumidas por 5aptista 6opes7c) 

8e n$o tiver avido reserva de propriedade" trans!itida a propriedade dacoisa" ou o direito sobre ela" e feita a entre%a" o vendedor n$o pode resolver ocontrato por falta de pa%a!ento do preço (art. :º CC).

8 assi! n$o será se tiver avido convenç$o e! contrário #ue" no caso de oco!prador n$o efectuar o pa%a!ento de al%u!as prestações do preço" perderáa favor do vendedor as #uantias entre%ues" ficando este co! o direito de reaver a coisa" ob;ecto do contrato.

d)  8e tiver avido reserva de propriedade" u!a ve entre%ue a coisa vendidaao co!prador" á lu%ar & resoluç$o do contrato" se n$o for feito o pa%a!ento de#ual#uer prestaç$o" desde #ue esta eceda </ do preço total (art. 924º CC).

8e a coisa n$o for entre%ue ao co!prador" aplica!=se as re%ras %erais sobrea !ora e n$o cu!pri!ento das obri%ações.

>averá ta!b! lu%ar & resoluç$o do contrato se ouver falta de pa%a!entode duas ou !ais prestações #ue" no seu con;unto" ecede! </ do preço total"e!bora cada de per si n$o eceda tal proporç$o.

e) 

?uer a;a" #uer n$o a;a reserva de propriedade" o co!prador" pela faltade pa%a!ento de u!a s prestaç$o #ue n$o eceda a oitava parte do preçototal" n$o perde o benefício do prao relativa!ente &s prestações se%uintes"salvo se ouver sido convencionado o contrário (art. 924º CC).

@a!b! a#ui" a falta de pa%a!ento de duas ou !ais prestações #ue no seucon;unto" eceda! </ do preço i!porta a perda do referido benefício.

* art. 92º CC" define o re%i!e da cláusula penal no caso de o co!prador n$o cu!prir. A estipulaç$o de u!a cláusula penal ad!itida para os diversoscontratos" e de for!a %enrica" no art. <0º CC" co!o !eio de fiaç$o prvio deu!a inde!niaç$o pelo n$o cu!pri!ento de obri%ações.

Em princ#pio" nos termos do art. &3º5 !!" não pode a pena ultrapassar metade do preço. O que pode é estimular-se a ressarciilidade de todo opre9u#%o sofrido" não funcionando" neste caso" qualquer limite" pois a cl0usula

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dei>a de ser usur0ria. Ge a pena e>ceder aquele limite é automaticamenteredu%ida para metade 2art. &3º; !!.

 Pertur'aç,es t-picas do contrato de co!pra e "enda

 

Venda de 'ens a%/eios $ caracteri%ação da venda de ens alheios au>iliam os preceitos dos arts.8&º e &64º !!. $ssim" se as partes considerarem o em o9ecto da vendacomo efectivamente alheio" pode supor-se que o contrato se reali%ou naperspectiva de que a coisa viesse a interar o património do alienante' se assimfor" seue-se o reime da venda de ens futuros 2art. 886º !!. Hor sua ve%" oalcance do art. &64º !! é o de ressalvar a hipótese do art. 8&º !! e"soretudo" o de cominar com a nulidade qualquer venda que incida sore emde que amos os contraentes conheçam a falta de poder de disposição por partedo alienante. ,aqui decorre que o preceituado nos arts. 8&;º ses. !!pressup1e sempre a inorncia de uma das partes acerca do car0cter alheio da

coisa.O !ódio !ivil comina com a nulidade" a venda de ens alheios 2art. 8&;º!!. rata-se de uma sanção que apenas se refere B relação entre vendedor ecomprador. Ao que respeita ao verdadeiro titular do em" a venda é inefica%.

 $ nulidade não se apresenta como decorr*ncia da efic0cia real da compra evenda. Aa verdade" esta efic0cia limita-se a e>primir a idoneidade daconstituição de uma oriação de transmitir a cumprir mediante acto posterior"produ%indo o efeito translativo. $ compra e venda não postula" pois" no nossodireito" uma indispens0vel transmissão da propriedade no momento daconclusão do contrato como seu requisito de validade.

 $ venda de coisa alheia só é nula se o vendedor carecer de leitimidade paraa reali%ar. Ge é um representante4C4D do propriet0rio ou titular do direito" o actopode ser v0lido" no caso de o t#tulo ou a lei lhe conferirem poderes para ocelerar e é" eralmente anul0vel" se o não puder lealmente reali%ar.

O reime eral da nulidade nos neócios 9ur#dicos" prescritos nos arts. ;83ºses. !! é afastado do reime da venda de ens alheios em v0rios aspectos. Jparte da possiilidade e oriatoriedade da convalidação do contrato 2arts. 8&3ºe 8&7º !!" estaelecem-se no art. 8&;º !!" duas limitaç1es ao princ#pio eralda leitimidade e>presso no art. ;8:º !!. Hor outro lado" o vendedor não podeopor a nulidade a comprador de oa fé 2não importa que aquele este9a de oaou m0 fé+ por outro lado" o comprador que se comportou com dolo 2art. ;3º!! tamém a não pode opor ao vendedor de oa fé.

 $ oa fé nestes casos consiste na inorncia de que a coisa vendida nãopertencia ao vendedor.

O sistema de inoponiilidades institu#do oferece B parte de oa fé o direito dese prevalecer da efic0cia do contrato. Aão que lhe confira o direito aocumprimento do dever de entrea do preço ou do dever de entrea da coisa"pois foram precisamente estes deveres que a lei quis impedir que nascessem aocominar a nulidade. O alcance da inoponiilidade é outro' conferir B parte de oa

4C4D Boluntário ou le%al.

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fé determinadas posiç1es apesar da invalidade dos deveres prim0rios deprestação" as quais teriam de pressupor em princ#pio a inoservncia dedeveres prim0rios de prestação perfeitamente v0lidos e efica%es.

!omo consequ*ncia da sanção da nulidade" deve a coisa ser restitu#da aovendedor pelo comprador" independentemente da oa ou m0 fé daquele. $

correspectiva oriação de restituir o preço seue" no entanto" um reimeparcialmente diferente do que resultaria da aplicação do art. ;8&º !!. $ venda de ens alheios" sendo nula convalida-se loo que o vendedor 

adquira a propriedade do em vendido. O efeito translativo opera então" emoracom efic0cia e nunc  2art. 8&3º !!. $ sanailidade do v#cio e le%e funda-se navontade presum#vel do comprador ou vendedor de oa fé" cu9a reali%ação dei>oude estar impedida pelo ost0culo da alienidade da coisa. Aão h0 pois intençãode fa%er percludir ao contraente de oa fé a posição decorrente da nulidade doneócio. ,a#" no art. 8&:º !!" a enumeração de factos impeditivos daconvalidação" cu9a ocorr*ncia evidencia a vontade de contraente proteido seprevalecer da nulidade.

Hara além da previsão desta convalidação ipso facto" a lei imp1e ao vendedor a obrigação de convalidar o contrato em atenção B oa fé do comprador 2art.8&7º5 !!. rata-se de proteer o interesse de cumprimento do comprador"através da aquisição" pelo vendedor" da propriedade do em vendido.Estruturalmente" a oriação em causa representa a soreviv*ncia modificadada oriação de arantia da produção do efeito translativo da venda dada pelovendedor ao comprador da oa fé. Aestes casos" pode o comprador de oa férequerer ao triunal a fi>ação de pra%o para o cumprimento da oriação"decorrido o qual o contrato se9a definitivamente havido como nulo 2art. 8&7º;!!.

 $ lei afasta" a cumulação do pedido indemni%atório pela nulidade da vendacomo decorrente do incumprimento da oriação de convalidar quando este9amem causa pre9u#%os comuns 2art. &66º5 !!. E para evitar a duplicação doressarcimento dos lucros cessantes nos casos de dolo do vendedor" manda ocomprador optar entre a indemni%ação dos lucros cessantes pela celeração docontrato nulo e dos lucros cessantes pela falta ou retardamento da convalidação2art. &66º; !!.

 $ reulamentação da venda de ens alheios é completada por tr*s preceitos'o art. &65º !! nos termos do qual o vendedor arante solidariamente com odono do em a oriação que a este incuma de reemolsar o comprador deoa fé das enfeitorias que ele houver reali%ado3C3D" o art. &6;º !! que estendecom certas adaptaç1es anteriores aos casos em que os ens se9am apenasparcialmente alheios e o contrato deva valer na parte restante por aplicação doprinc#pio da redução+ e o art. &6º !! que prev* a possiilidade e asconsequ*ncias da derroação convencional dos preceitos relativos J venda deens alheios.

 10.

 

Venda de 'ens onerados

5C3D Ber ta!b! art. <+2º CC.

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Encontram-se situaç1es nas quais" apesar de o direito ter sido transferidopara o comprador por efeito da venda" ele não corresponde contudo" na suaconfiuração concreta ao interesse do comprador. O v#cio de direito revela comotal em sede de venda de ens onerados sempre que se tradu%a na su9eiçãodeste -a al%uns nus ou li!itações #ue eceda! os li!ites inerentes aos

direitos da !es!a cate%oria   2art. &63º !!. !aem no mito da venda deens onerados tanto a constituição sore o em de direitos reais de o%o denature%a controvertida" são no entanto efica%es em relação ao comprador.

Gup1e-se a e>ist*ncia de encaros ou ónus que incidam sore o direitotransmitido 2v#cios de direito e não a e>ist*ncia de v#cios da coisa.

Gão v#cios do direito um usufruto" uma hipoteca" um priviléio por oriaçãoanterior que se venha a e>ecutar" um penhor" uma servidão" etc.

/avendo ónus ou limitaç1es que e>cedam os limites normais aos direitos decerta cateoria" a venda é anul0vel por erro 2art. ;35º !! ou dolo 2art. ;34º!!" desde que no caso de verificarem os requisitos leais da anulailidade.

Aa definição do reime de tutela do comprador de em onerado 2art. &63º

!! ou defeituoso 2art. &5º !! h0 que separar tr*s rupos de hipóteses'<º Drupo"  arane -a#uelas e! #ue o co!prador epri!e u!a vontaderelativa ao dever=ser da coisa" &s suas características e #ualidades" #ue diversa da#uela #ue teria se n$o tivesse e! erro #uanto &s #ualidades de #ue acoisa carece para o fi! #ue te! e! vista E erro sobre os motivos.

º Drupo" identificada correctamente a coisa no seu dever-ser" o comprador erra na e>pressão ou declaração dessa vontade indicando dada coisa concretacomo e>emplar portador daquela caracter#stica e qualidades" que afinal severifica não as ter' há erro na declaração que" tamém ele pode ser simples ouqualificado por dolo do vendedor.

2º Drupo"  reentrarão as hipóteses em que" tendo o comprador formadocorrectamente a sua vontade neocial" não h0 qualquer prolema de erro" mastão-só de incumprimento" ou de parcial 2qualitativamente ou defeituosocumprimento.

 $ venda de ens onerados é nos termos do art. &63º !!" anul0vel arequerimento do comprador" sempre que este tenha aido comdesconhecimento da limitação do direito. !onforme o teor do preceito indicia-se"quis-se recondu%ir a tutela do comprador B doutrina eral do erro 2e do dolonum desvio Bs opç1es quanto B venda de ens alheios. O direito de anulaçãoem causa só se verifica se estiverem presentes os requisitos leais daanulailidade" isto é" se o erro for essencial e se a essencialidade for reconosc#vel pelo vendedor 2art. ;47º !!. rata-se de factos constitutivos dodireito" cu9a prova compete" seundo as reras erais" ao comprador 2errante.

Em consequ*ncia com o luar paralelo do art. 8&3º !!" o leislador previue>plicitamente no art. &6:º !! que a sanação do v#cio que atine o contrato sed* por mero efeito do desaparecimento" por qualquer modo" dos ónus oulimitaç1es a que o direito estava su9eito" a menos que o ónus ou as limitaç1estenham produ%ido 90 pre9u#%o ao comprador" presumindo-se então que aanulação é do interesse do comprador" e ainda" naturalmente" quando a acçãode anulação tenha sido 90 interposta em 9u#%o 2art. &6:º; !!. al como se

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afirmou quanto B venda de ens alheios" o convalescimento visa eneficiar ocomprador e não cercear os seus meios de defesa.

Hara além desta sanação autom0tica 2com efic0cia e nunc " o art. &67º !!imp1e ao vendedor a oriação de e>purar o direito dos ónus ou limitaç1ese>istentes" podendo-lhe ser fi>ado um pra%o para o efeito 2a doutrina paralela do

art. 8&7º !!:C:D

. rata-se aqui de proteer o interesse do comprador na aquisiçãode um direito livre de limitaç1es 2interesse de cumprimento.O reime leal da venda de ens onerados alança aparentemente entre dois

pólos incompat#veis. /0" no fundo" que reinterpretar B lu% das consideraç1esprecedentes" e di%er assim que ele reulamenta essencialmente umaperturação do prorama oriacional estaelecido pelo contrato. $sdeclaraç1es das partes são de interpretar no sentido de que se quis transmitir 2adquirir um direito livre de ónus ou de limitaç1es anormais. ,esta forma" o art.&63º !! na sua primeira parte" funciona como rera !aterial!ente interpretativaque desonera o comprador da prova daquele sentida das oriaç1es neociais.O direito transferido por efeito do contrato na reveste" na medida dos ónus ou

limitaç1es apontadas" as caracter#sticas que o pacto lhe assinalou. /0incumprimento" mais e>actamente" cumprimento defeituoso" e os meios de tutelado comprador são fundados no contrato" como remédios contra o rompimento dopro9ecto contratual que se estaelecera. Hara as fa%er valer" o adquirente sóter0" em rera" que fa%er a prova da defici*ncia do direito transmitido" caendo Bcontraparte a demonstração de que ele conhecia de antemão o v#cio do direito.

 11. Venda de coisas de#eituosas

Os v#cios da coisa vendida são" em princ#pio" equiparados pelo art. &5º !!"aos v#cios de direito" sendo-lhes aplic0veis as mesmas disposiç1es devidamenteadaptadas" em tudo quanto não se9a modificativo pelas disposiç1es seuintes.

,ir-se-ia assim" que" por força do art. &63º !!" os v#cios da coisa nãoconstituem fundamento autónomo da anulação interando-se nos reimes doerro e do dolo.

O art. &5º !!" cria um reime especial para as quatro cateorias de v#ciosque nele são destacadas'

f  <#cios que desvalori%e a coisa+  <#cios que impeça a reali%ação do fim a que ela é destinada+h  =alta das qualidades asseuradas pelo vendedor+i  =alta das qualidades necess0rias para a reali%ação do fim a coisa se

destina.,e notar" a propósito ainda do mito previsto do art. &5º !! que aparecem

a# parificados os casos em que o vendedor asse%urou  certas qualidades dacoisa ao comprador" e as hipóteses em que" falando emora qualquer declaração desse énero" a coisa apresentava v#cios ou falta de qualidades.Harece" no entanto" 9usto" admitir-se uma maior severidade de reime para ovendedor do primeiro rupo de situaç1es. $ pr0tica neocial conhece" na

6C:D * n.º 2 do art. 90+º CC prev' u! dever secundário #ue i!pende sobre o vendedor #uanto & obri%aç$o de trans!itir o

direito livre de nus ou encar%os. Fsse dever eiste ta!b! fora dos caos e! #ue tena avido obri%aç$o de faerconvalescer o contrato.

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verdade" hipóteses em que o vendedor por isso que arantiu ao adquirentecertas qualidades da coisa" deve responder ob;ectiva!ente pela sua aus*ncia.

!omo disposição interpretativa manda o n.º ; do art. &5º !! atender" parta adeterminação do fim da coisa vendida" B função normal das coisas da mesmacateoria.

O reime da venda de coisas defeituosos visa essencialmente definir ostermos e a medida em que o comprador pode ali9ar de si o risco do desvalor dacoisa que lhe e>clui ou diminui a utili%ailidade. Os arts. &5º ses. !! não seaplicam pois automaticamente Bquelas situaç1es em que estão em causa danosulteriores causados pelo defeito de que o em padecia. O tratamento destasespécies ravita" seundo os autores" em torno de tr*s orientaç1es. $ primeirapropende para a aplicação das reras comuns do cumprimento defeituoso.Outra mais recente" enquadra estes casos na responsailidade aquiliana 2arts.48º ses. !!" por considerar que os danos susequentes não estão inclu#dosno per#metro do contrato. =inalmente" a ?ltima advoa que sore o vendedor impendem determinados -deveres de protecç$o"  de oriem não-neocial"

destinados a proteer o património ou a sa?de do comprador na medida em quepossam ser afectados pelo contrato" e por cu9a violação o vendedor respondenos moldes da responsailidade contratual.

Os efeitos da venda de coisa defeituosa ot*m-se por remissão para odisposto da venda de ens onerados" na medida em que este ?ltimo reime se9acompat#vel com os preceitos nos arts. &54º a &;;º !! 2art. &5º !!. Hor issonos aproveitam nesta sede as consideraç1es 90 feitas aquando do estudodaquele outro reime

O comprador tem antes de mais o direito de anular o contrato 2art. &63º !!e vi   do art. &5º !!. !onseue assim reaver o preço pao pela coisa"liertando-se de ter de suportar a não conformidade daquela com o seuinteresse.

Ge tiver havido dolo do vendedor" a acção de anulação dever0 ser propostano pra%o de uma não ao contar do momento em que cessou o v#cio" mas poder0s*-lo a todo o momento" enquanto o neócio não tiver sido cumprido 2art. ;87º5e ; !!.

Aão havendo dolo" mas simples erro" o comprador ter0 de denunciar aovendedor o defeito no pra%o de trinta dias a contar do seu conhecimento edentro de seus meses após a entrea da coisa+ e poder0 intentar a acção deanulação competente até seis meses após a den?ncia" emora a todo o tempoenquanto o neócio não tiver sido cumprido 2art. &5:º e &57º !!. $ nãooservncia destes requisitos implica a caducidade do direito.

O comprador tem tamém o direito de e>iir do vendedor a reparação dacoisa ou" se for necess0rio e esta tiver nature%a fun#vel" a sustituição dela.rata-se de um meio de defesa aseado no contrato e destinado B correcção deuma prestação ine>acta em face de conte?do contratual. Hor isso" e porque 90 seest0 fora do que se encontra especificamente disposto quanto B acçãorediitória" ao comprador asta-lhe provar a defici*ncia da coisa e ser0 ovendedor quem" sendo caso disso" ter0 de alear e demonstrar que o adquirenteconhecia o defeito da coisa. Hor outras palavras' e>ceptuando o caso particular 

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do art. &63º !! 2e vi   do art. &5º !!" o erro do comprador não é factoconstitutivo dos direitos que a lei lhe confere e que a ele caia provar+ é a suaaus*ncia a que preclude esses direitos" pelo que" como facto impeditivo" o ónusda sua prova recai sore o alienante.

,i% a lei que o vendedor não tem" contudo" que proceder B reparação ou

sustituição da coisa se desconhecia sem culpa o v#cio ou a falta de qualidadede que ela padecia. Ele fica pois e>imido dessa oriação" suplementar relativamente aos seus planos iniciais" em atenção B lisura e não-censurailidade da sua conduta.

O direito de anular o contrato podem ir unidas pretens1es indemni%atórias. Geo vendedor aiu com dolo" indemni%a o interesse contratual neativo 2art. &68ºe vi do art. &5º !!. Ge houve erro simples do comparador" h0 tamém emprinc#pio de indemni%ação nos termos do art. &6&º !! a menos" aora que ovendedor ilida a presunção de culpa que sore ele impende 2art. &6&º !! e vi do art. &53º" art. 7&&º5 !!.

Os pressupostos fundamentais do reime especial consarado nos arts. &5º

ses. !!" assentam mais nas notas o9ectivas das situaç1es por ela aranidasdo que na situação su9ectiva do erro em que" aluns casos" se encontre ocomprador" ao contr0rio do reime da anulação do contrato" tamém aplic0velao caso com alumas adaptaç1es" que repousa essencialmente na situaçãosu9ectiva do comprador e no reconhecimento" por parte do vendedor" daessencialidade do elemento ou atriuto da coisa sore o qual o erro incidiu.

Oserve-se que o reime estaelecido nos arts. &5º ses. !!" se refereapenas Bs cosias defeituosas 2Bs coisas com defeito e que" entre os defeitos dacoisa" se aplica somente aos defeitos essenciais" se9a porque a desvalori%am nasua afectação normal" se9a porque a privam das qualidades asseuradas pelovendedor.

O comprador tem o direito de anular o contrato 2art. &63º - art. &5º !!.!onseue-se assim reaver o preço pao pela coisa liertando-se de ter desuportar a não conformidade daquela com o seu interesse.

O comprador tem tamém o direito de e>iir do vendedor a reparação dacoisa" ou" se for necess0rio e esta tiver nature%a fun#vel" a sustituição dela.

O vendedor não tem" contudo que proceder B reparação ou sustituição dacoisa se desconhecia sem culpa o v#cio ou a falta de qualidade de que elapadecia.

,o art. &5º !! resulta'a  Ge a coisa ou o direito tiverem aluns v#cios referidos no art. &5º !!" que

e>cedam os limites normais" o contrato é anul0vel por erro ou dolo desdeque no caso se verifiquem os requisitos da anulailidade só ao comprador sendo l#cito pedir a anulação+

  ,esaparecidos os v#cios da coisa" fica sanada a anulailidade do contrato"quer persistir0 se a e>ist*ncia dos v#cios 90 houver causado pre9u#%o aocomprador" ou se este tiver 90 pedido a anulação da compra e venda+

c  Em caso de dolo" o vendedor" anulado o contrato" deve indemni%ar ocomprador do pre9u#%o que este não sofria se a compra e venda nãotivesse sido celerada+

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d  Ge o vendedor se constituir em responsailidade por não sanar aanulailidade do contrato" a correspondente indemni%ação acresce Bquelaa que o comprador trem direito por virtude do erro ou dolo" salvoestipulação em" contr0rio. Kas no caso de ter havido dolo" ter0 ocomprador de escolher entre a indemni%ação dos lucros cessantes pela

celeração do contrato que veio a ser anulado e a dos lucros cessantespelo facto de não ser sanada a anulailidade+e  Ge as circunstncias mostrarem que" sem erro ou dolo" o comprador teria

iualmente adquirido os ens" mas por preço inferior" apenas lhe caer0 odireito B redução do preço" em harmonia com os defeitos da coisa" alémda indemni%ação que no caso couer.

O disposto no art. &54º !! postula realmente um incumprimento. Aão sepode di%er com seurança o mesmo das pretens1es indemni%atórias conferidasao comprador ao ario dos arts. &68º e &6&º !! porque elas se restrinem B0rea do interesse contratual neativo. odavia" asta aquela primeira asserçãopara oriar B ree>plicação dom0tica do instituto" porque" o erro e o

cumprimento e>cluem-se forçosamente. /avendo erro" o incumprimento doneócio" ainda que pela reparação ou sustituição da coisa" nunca satisfar0 ocomprador porque é o próprio contrato que se não apresenta como idóneo Bsatisfação do seu interesse. Kas se aquela reparação ou sustituição o servemrealmente" então a vontade do comprador arania de facto as qualidades" e oacordo neocial" a ser pontualmente e>ecutado" adequa-se aos fins que lhepresidiram" pelo que o prolema só pode ser de incumprimento.

 

CONTRATO DE OCIEDADE 

E%e!entos de caracter-sticas ua%i#icati"as do contrato de sociedade 12. Conceito de sociedade

 $ definição parece lacunosa por não incluir o elemento orani%açãoconformador de toda a actividade societ0ria.

O art. &86º !! não d0 uma definição de sociedade" mas do contrato desociedade.

Gão tr*s os requisitos essenciais do contrato de sociedade referidos no art.&86º !!' a contriuição dos sócios" o e>erc#cio em comum de certa actividadeeconómica que não se9a de mera fruição e a repartição dos lucros.

 $ contribuição ser0 de ens ou serviços. Hodem os sócios contriuir com apropriedade ou titularidade de ens" simplesmente com o seu uso e fruição 2art.&84º !! ou com a prestação de determinada actividade ou com os resultados

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desta. =alando intencionalmente na oriação de contriuir" o art. &86º !! nãoe>ie uma contriuição imediata.

 $tenta a nature%a oriacional que o contrato no fundo reveste" qualquer dossócios" se o outro ou outros não reali%a a prestação a que ficou adstrito" podee>iir do faltoso ou faltosos a contriuição em d#vida. Essa prestação não se

destina" porém" a quem tem o poder de a e>iir" mas ao con9unto dos sócios.Aeste aspecto se distinue o contrato de sociedade do contrato de troca oupermuta" em que a prestação de cada um dos contraentes se destina aopatrimónio do outro.

 $ actividade a exercer em comum – o fim comum a todos os sócios ) deveser determinada 2certa. Aão podem constituir-se sociedades para finsindeterminados. Estes t*m de ser sempre especificados ou individuali%ados nocontrato" emora possam ser v0rios" esses fins.

O fim comum deve consistir numa actividade económica" o que sinifica quedela deve resultar um lucro patrimonial" emora se não deva confundir actividade económica com simples produção de ens" pois a economia arane

outras actividades além da produção. $ sociedade tem sempre por o9ecto repartição de lucros, não astando queo sócio lucre directamente através da actividade em comum.

 Js sociedades civis são aplic0veis" susidiariamente as disposiç1es quereulam as pessoas colectivas" quando a analoia das situaç1es o 9ustifique 2art.537º !!.

 $ organização é a forma coordenada de prossecução do o9ecto. 

1$. E%e!entos constituti"os da sociedade* instru!ento7 contribuiç$o co! bens ou serviços.Gem esta contriuição frustrar-se-ia a possiilidade de surirem os outros

elementos. Ge o fim do contrato de sociedade é a otenção de lucros e o lucrorepresenta o aumento do valor do património no termo da actividade social" oudos seus ciclos periódicos" em relação aos elementos utili%ados para produ%i-lo"é óvio que a atriuição" por parte dos sócios" dos meios necess0rios aoe>erc#cio da actividade social" constitui elemento essencial do contrato.

 $s entradas dos sócios" destinam-se funcionalmente a possiilitar o e>erc#ciode uma empresa. Ora" no contrato de sociedade esse e>erc#cio vem a ser prosseuido através de uma orani%ação. $ssim" o t#tulo do direito de créditocorrespondente ter0 de ser a própria orani%ação e" portanto" a sociedadeenquanto entidade 9ur#dica.

 1&. O'3ecto

Fercício e! co!u! de u!a actividade econ!ica #ue n$o se;a de !erafruiç$o.

O que caracteri%a a sociedade é" a funcionali%ação atriu#da a essasprestaç1es que só se tornam relevantes em ordem J prossecução em comumde determinada actividade. Essa actividade que os sócios se prop1em e>ercer vem a constituir o seundo elemento do contrato de sociedade" o chamadoo9ecto social.

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O art. &86º !! e>ie que a actividade a desenvolver pelos seus sócios se9acerta" pelo que se faltar essa determinação o contrato não pode dei>ar deconsiderar-se nulo por indeterminailidade do o9ecto 2art. ;86º5 !!.

Horém" para se poder falar em sociedade é ainda necess0rio'-  @ue essa actividade tenha conte?do económico" não podendo este

consistir na mera fruição+-  @ue essa actividade se9a e>ercida em comum pelos sócios. 

1(. A organi4açãoFstrutura coordenada da %est$o da actividade societária.Esse contraste sócio-sociedade é resolvido através da interposição de uma

orani%ação" destinada a erir a prossecução desse o9ecto. ,a# o surimentode todo um sistema de órãos" através dos quais se prosseue a e>ecução docontrato 2arts. &83º ses. !!. ,este elemento deriva" por um lado" o car0cter e>traordinariamente comple>o da posição 9ur#dica dos sócios que" para além dasoriaç1es que assumiram pelo contrato" ficam su9eitos ao poder potestativo da

orani%ação que criaram" constranedor da sua actividade. 1). O #i!

 A repartiç$o dos lucros.O fim para o qual convere toda a actividade societ0ria é a repartição dos

lucros. !onstitui este" com efeito" o momento da reali%ação do interesseindividual dos sócios" por força do qual se suordinaram ao interesse social naprossecução do o9ecto. Hor essa mesma ra%ão é que o art. &86º !! vemconsiderar elemento do conceito de sociedade o fim de repartir os lucros e não asua produção.

=altando o elemento fim lucrativo não e>iste sociedade" mas sim associação

2art. 537º !!. 1*.

 

Caracter-sticas ua%i#icati"as do contrato de sociedadea)   A sociedade co!o contrato consensual O contrato de sociedade e>ie apenas a sua celeração pelas partes para se

constituir" não sendo necess0rio uma efectiva atriuição de ens B sociedade. Opreenchimento do elemento instrumental deste contrato verifica-se com asimples assunção de oriaç1es por parte dos sócios. Hor essa ra%ão asociedade não é um contrato real #uod constitutione!" mas antes um contratoconsensual.

b) 

 A sociedade civil co!o contrato pri!ordial!ente n$o for!al O art. &85º !! não e>ie a oservncia de forma especial para a constituição

de sociedades civis viorando portanto quanto a estas a rera eral do art. ;5&º!!. O art. &85º !! e>cepciona" porém" o caso de essa forma ser e>iida pelanature%a dos ens com que os sócios entram para a sociedade.

,e  per si" o contrato de sociedade tem simples nature%a oriacional e nãoreal" emora as entradas possam ser tituladas pelo mesmo acto" que passa"assim" a ter nature%a real 2art. &86º !!. /0 portanto independ*ncia entre os

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dois actos" não ostante a lei ter suordinado" quanto B forma" o reime decontrato de sociedade ao reime e>iido para as entradas dos sócios.

O art. &85º; !! vem estaelecer que a falta de forma -s anula todo one%cio se este n$o puder converter=se se%undo o disposto no art. 92º CC de!odo #ue & sociedade fi#ue o si!ples uso e fruiç$o dos bens cu;a transfer'ncia

deter!ina a for!a especial" ou se o ne%cio n$o puder reduir=se" nos ter!osdo art. 9º CC &s de!ais participações.!omo contrato que é na sua oriem" a sociedade est0 su9eita Bs causas de

nulidade e de anulação próprias dos contratos. F o art. &85º; !! conclui-seindirectamente que o reime" quer da nulidade" quer da anulailidade" não seafasta" neste caso da sociedade" do reime eral dos neócios 9ur#dicos.

 $ssim é" que tanto a redução como a conversão do neócio" emconsequ*ncia daquelas causas de invalidade" encontram aplicação no contratode sociedade com as meras adaptaç1es que o preceito consara.

c) 

 A sociedade co!o contrato de eecuç$o continuada ou duradoura $s oriaç1es do contrato de sociedade são oriaç1es de cumprimento

ininterrupto" tais como a oriação de colaoração" a oriação de nãoconcorr*ncia e as oriaç1es derivadas do e>erc#cio da er*ncia. !onsequ*nciado car0cter duradouro desta relação contratual é a faculdade de den?ncia ad nutu!" prevista no art. 566;º !! quando o contrato não tenha pra%o fi>ado.

d) 

 A sociedade co!o contrato sinala%!ático e oneroso=a% nascer oriaç1es rec#procas a caro de todas as partes. O facto de não

e>istir" em sede de sociedade" uma contraposição de interesses entre as partes"e>clui a correspectividade entre as suas prestaç1es" mas não e>clui osinalama" apenas o fa% confiurar-se de uma maneira espec#fica.

 $ sociedade assume-se como um contrato oneroso" dada a necessidade dehaver uma atriuição patrimonial por parte de todos os contraentes" uma ve%que o art. &8º !! que estaelece a oriação de entrada dos sócios éinderro0vel.

e) 

 A sociedade co!o contrato aleatrioImp1e-se a classificação da sociedade na cateoria dos contratos aleatórios.

Efectivamente" emora a atriuição patrimonial dos sócios se9a certa" o seucorrespectivo patrimonial é incerto" pois inora-se no momento da celeração oan  e o #uantu! do lucro" o que corresponde oviamente B e>ist*ncia de uma0rea ou risco económico neste contrato.

f) 

 A sociedade civil co!o contrato -intuito personae  $ e>ist*ncia de uma responsailidade ilimitada e solid0ria dos sócios pelas

d#vidas da sociedade 2art. &&7º !! imp1e que se verifique" para a celeraçãodo contrato uma relação de confiança m?tua entre todos" sem a qual asociedade civil não teria condiç1es de funcionamento. ,a# que se deve qualificar a sociedade civil como um contrato intuito personae"  atenta a importnciafundamental que nesta reveste a pessoa dos sócios.

%) 

 A sociedade civil co!o contrato obri%acional e ainda real -#uod effectu! O facto de as entradas no contrato de sociedade não serem t#picas" antes

podendo consistir em quaisquer ens ou serviços 2arts. &86º e &8º5 !!"desde que os aptos para a prossecução da actividade económica que os sócios

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se prop1em desenvolver" d0 oriem a que a sociedade" que se apresentaprimordialmente como um contrato oriacional" venha a ter nature%a realquanto a entrada consista na transmissão de um direito real. Aesse caso asociedade adquire caracter#sticas de um contrato real #uod effectu!.

 

As re%aç,es internas 1+.

 

O'rigaç,es dos s5cios*bri%aç$o de entrada!omo consequ*ncia do contrato 2art. &86º !!" os sócios são oriados Bs

entradas que entre si acordaram. Mas somente são oriados a essas entradas ) art. &8º5 !! ) e não a quaisquer prestaç1es suplementares" posteriores"emora ha9a necessidade de novos capitais para o funcionamento da sociedadee reali%ação dos respectivos fins" ou ha9a conveni*ncia em sustituir alumacontriuição que entretanto tenha perecido ou se tenha inutili%ado.

O valor da entrada é normalmente fi>ado no pacto" podendo variar de sócio

para sócio. $ lei manda atender h0 vontade das partes" porque neste pontoestão apenas em 9oo as relaç1es entre só sócios. Aão se fi>ando o valor" nemfornecendo o contrato os elementos necess0rios para a sua fi>ação" entende alei" supletivamente" que são iuais as entradas a que se oriam os sócios ouque os sócios reali%aram 2art. &8º; !!.

Ge a oriação de entrada não estiver determinada 2art. ;86º !! no contratonem e>istirem elementos para a sua determinação o neócio não pode dei>ar dese considerar nulo" por falta de um elemento essencial.

O art. &84º !! reula a e>ecução da prestação" arantia e risco da coisa"pelos arts. 377º e 4;4º ses. !! e os arts. 378º e 4;3º !! desenvolvem areulação dos requisitos e efeitos da cessão para os arts. &86º ses. !!.

 1. De"eres acess5rios i!postos pe%a 'oa #6

Encontra-se no reime do contrato de sociedade entre outras duas limitaç1esB actividade pessoal dos sócios'

-   $ proiição do uso dos ens sociais para fins estranhos B sociedade 2art.&8&º !!+

-   $ proiição da concorr*ncia 2art. &&6º !!. $ violação do dever de não usar das coisas da sociedade importa" para o

sócio" nos termos erais" a oriação de indemni%ar os outros pelo pre9u#%ocausado" não se prevendo nenhuma sanção espec#fica para o efeito. O usoindiv#duo das coisas da sociedade pode importar" todavia" a sanção da e>clusãodo sócio" se" nos termos do art. 566º-a !! se puder considerar" no casoconcreto" ou pela sequ*ncia dos casos" rave violação cometida. Aão podededu%ir-se da falta de refer*ncia a esta al#nea" ao contr0rio do que se fa% noartio seuinte" senão que" normalmente" o uso das coisas da sociedade nãoapresenta ravidade e>iida para a e>clusão.

Hretende-se evitar" com a proiição de concorr*ncia 2art. &&6º !!" que osócio se aproveite dos seus conhecimentos e da sua acção dentro da sociedadepara oter lucros para si próprio" em pre9u#%o dos outros sócios. Kesmo" porem"

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que não ha9a concorr*ncia desleal" deve ra%oavelmente e>iir-se de todo o sócioque diri9a a sua actividade no sentido de oter os melhores resultados para asociedade" o que é praticamente incompat#vel com o e>erc#cio da mesmaactividade em enef#cio próprio.

 $ proiição só vale" pelo esp#rito da lei" em relação B actividade que a

sociedade efectivamente e>erça" e não em relação Bquelas que" emoraprevistas no pacto social" não cheam a ser reali%adas.Estão previstas duas sanç1es para a concorr*ncia proiida' a

responsailidade pelos danos causados e a e>clusão 2art. 566º-a !!. 

20. 

Direitos dos s5ciosa)  Fpri!ir a sua vontade" em todas as fases relevantes da vida societ0ria

de modo a concorrer para a formação da vontade social. F nesse sentidoque v0rias disposiç1es e>iem o consentimento unnime de todos ossócios ) arts. &8&º" &&6º e &&3º !!+ acordo dos sócios ) arts. 5667º"5668º" 5655º" 5658º e 565&º !!+ e a delieração da maioria ) arts. &8:º"

&&5º e 5663ºb) 

Giscaliaç$o dos ad!inistradores (art. 9º CC)   atriui dois direitos denature%a e conte?dos diferentes' o direito à informação mediante o qualo sócio pode oter em qualquer altura as informaç1es que necessite soreos neócios da sociedade e consultar os documentos a eles relativos+ e odireito à prestação de contas  que o sócio pode e>iir apenasperiodicamente 2art. &88º; !!.

c) 

ireito aos lucros!orresponde B plena reali%ação do interesse individual dos sócios"

determinante da celeração do contrato de sociedade. $ distriuição de lucros e perdas pelos v0rios sócios encontra-se dependente

de certas reras" constantes pelos v0rios sócios encontra-se dependente decertas reras" constantes dos arts. &&;º e &&º !!. ratam-se" no entanto" dereras supletivas" pelo que se os sócios determinarem no contrato o método deproceder a essa repartição ser0 esse o critério que se aplica.

Aão havendo qualquer convenção" os sócios participam nos lucros e nasperdas da sociedade" seundo as proporç1es das respectivas entradas 2art.&&;º5 !!. O art. &&;º !! estaelece duas e>cepç1es quanto a esta rera.

-   J situação do sócio de ind?stria+-   J situação do sócio que apenas se oriou a facultar B sociedade o uso e

fruição de uma coisa. 21. Proi'ição de pacto %eonino

F nula" todas a cl0usula que e>clua um sócio da comunhão nos lucros ou queo isente das perdas.

Aão pode pLr-se em d?vida o acerto da solução. F a ?nica aceit0vel" pelomenos" na parte que se refere ao direito do sócio de participar nos lucros. Estedireito é um elemento essencial do próprio contrato. Gem ele" não h0 sociedade"como resulta da própria noção do art. &86º !! que alude e>plicitamente aointuito de repartição dos lucros sociais.

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 $ cl0usula leonina não torna nulo o contrato+ apenas atine a cl0usula viciada"ou melhor" a participação do sócio aranido pela cl0usula. $ sanção é" porém" ada nulidade" com todas as suas consequ*ncias leais 2art. ;8:º !! e não daanulailidade.

 

22. 

A estrutura organi4ati"aAo caso das sociedades civis" esta orani%ação estrutura-se unicamentenuma relação de administração" mediante a qual se atriuem poderes de estãoda empresa social a todos ou aluns dos sócios ou a terceiros" que assumem aqualidade de administradores.

 $ administração constitui assim um órão da sociedade enquanto entidade 9ur#dica" ao qual cae prosseuir o seu o9ecto. <erifica-se" no entanto" que arelação da administração adquire uma certa autonomia na estrutura do contratode sociedade" reulando-se pelas normas do mandato 2art. &87º5 !!.Kodalidades de e>erc#cio da administração'

-   dministração dis!unta "art. #$%&'( ))*+ os poderes da administração

concentram-se interalmente em cada um dos administradores" podendoestes individualmente praticar os actos que incumem Bquele órão" semnecessidade do consentimento nem su9eição Bs directivas dos outros+

-   dministração con!unta "art. #$%&', - e % ))*+ a administração precisado consenso de todos os administradores para praticar os actoscompreendidos na sua compet*ncia.

-   dministração maioritária "art. #$%&', - e % ))*+ e>ie-se apenas umadelieração maiorit0ria.

 Re%aç,es e7ternas

 

2$. 

Representação da sociedadeO art. &&:º !! atriui a representação da sociedade aos administradores nostermos do contrato ou da lei 2art. &83º !!.

O poder da administração tem por conte?do a possiilidade de e>ercer aestão da empresa comum" enquanto a faculdade de representaçãocompreende a imputação B sociedade dos actos praticados em seu nome.

Em princ#pio" as pessoas que t*m poderes de administração é quem o%a depoderes de representação. Hoderes de administração e poderes derepresentação são" assim" dois aspectos ou duas faces da mesma posição

 9ur#dica" reflectindo-se nos poderes de representação todo o conte?do dospoderes de administração atriu#dos a cada sócio.

!omo rera" todas as limitaç1es aos poderes de representação dosadministradores são opon#veis a terceiros. F a estes que cae" quandocontratam com a sociedade" averiuar quem são os administradores e quem sãoos representantes dela.

Kas" se insto é assim em relação aos poderes representativos que resultamdo contrato" 90 não é assim" por força do art. &&:º;3 !! em relação aospoderes que resultam da e>tinção ou modificação dos poderes deadministração.

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 2&. Responsa'i%idade pe%as o'rigaç,es sociais

Mefere o art. &&7º !! que pelas d#vidas sociais responde a sociedade" epessoal e solidariamente" os sócios.

 $ responsailidade dos sócios pelas d#vidas sociais representa apenas uma

arantia leal de oriação alheia" 9uridicamente imput0vel B sociedade. Essaarantia é imperativa" quando o sócio e>erce a administração ou quando ossócios a confiam e>clusivamente a terceiros. Kas essa imperatividade"e>plic0vel em virtude do princ#pio do risco de empresa" não pode levar asuverter o facto de as oriaç1es serem assumidas em representação dasociedade e portanto a este deverem ser imputadas 2art. ;38º !!. 

E7tinção do "-ncu%o socia% re%ati"a!ente a u! s5cio

CONTRATO DE COMODATO 2. Noção

O contrato de comodato 2art. 55;&º !! é" de sua nature%a" real" #uod constitutione! ) no sentido de que só se completa pela entrea da coisa. $ leidi% intencionalmente que o comodato é o contrato pelo qual uma das partesentreaN certa coisa" e n$o pelo #ual se obri%a e entre%ar.

Isto não quer di%er que não se possa" nos termos erais do art. 456º !!reali%ar um contrato ) promessa de comodato.

O comodato é um contrato ratuito" onde não h0" por conseuinte" a caro docomodat0rio" prestaç1es que constituam o equivalente ou o correspectivo daatriuição efectuada pelo comodante. Aenhuma das oriaç1es discriminadasno art. 553º !! est0 realmente liada a esta atriuição pelo ne>o próprio dosinalama ou mesmo dos contratos onerosos.

 $pesar de ratuito o comodato não dei>a de ser em rera um contratoilateral imperfeito' o contrato envolve oriaç1es" não só para o comodat0rio"mas tamém para o comodante.

 $ ratuitidade do comodato não nea a possiilidade de o comodante impor ao comodat0rio certos encaros 2cl0usulas modais. O comodato é ainda umcontrato feito no interesse do comodat0rio.

O o9ecto do comodato h0-de ser certa coisa" móvel ou imóvel" e portanto"uma coisa não fun#vel" dada a oriação imposta ao comodat0rio de restituir eade! re!. Gendo a coisa fun#vel" isto é" apenas determinada pelo énero"qualidade e quantidade 2art. ;67º !!" o contrato ser0 de m?tuo.

 $ entrea da coisa ao comodat0rio tem por fim o uso desta. rata-se pois" dasimples atriuição do uso da coisa" para todos os fins l#citos ou aluns deles"dentro da função normal das coisas da mesma nature%a 2art. 555º !! e não"em princ#pios" da atriuição do direito de fruição 2art. 55;º !!.

 

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$0. i! do contratoHor convenção entre as partes" pode fi>ar-se livremente o fim a que a coisa

emprestada se destinaria" desde que esse fim se9a l#cito. Esta limitação" a que oart. 555º !!" se refere apenas supletivamente" é aplic0vel em qualquer caso"visto não poder convencionar-se a entrea da coisa para fins il#citos 2art. ;85º

!!. $ determinação do fim pode resultar" do contrato e respectivas circunstncias.Hode" portanto" haver uma declaração e>pressa de vontade ou uma declaraçãot0cita 2art. ;57º !!. Kas o que as respectivas circunstncias não podem é criar uma vontade diferente da vontade oriin0ria.

 $ indicação do uso a que a coisa se destina não constitui uma oriação parao comodat0rio" a não ser dentro dos limites em que o contrato funciona nointeresse do comodante.

O fim da coisa serve apenas de limite ao direito do comodat0rio" nos termosdo art. 553º-c  d  !!.

 

$1. 

Responsa'i%idade do co!odanteO comodante só responde pelos v#cios de direito ou da coisa e>pressamentese tiver responsaili%ado ou tiver procedido com dolo.

Os v#cios ou limitaç1es dos direitos e os v#cios da coisa são os mesmos queestão reulados na compra e venda 2art. &63º ses. e &5º ses. !!.

 $ responsailidade a que se refere o art. 554º !! compreende os danoscausados pelo uso da coisa ao comodat0rio" os danos provenientes daimpossiilidade de o comodat0rio a usar" e ainda os danos causados a terceirosque o comodat0rio tenha de indemni%ar.

 $2. O'rigaç,es do co!odat8rio

 $ primeira oriação do comodat0rio é de guardar e conservar a coisaemprestada. Esta oriação corresponde" de certo modo" B do locat0rio depaar a renda ou aluuer 2art. 553º-a ) 568º-a !!.

Gão conceitualmente distintas as oriaç1es de uardar e de conservar. Helaprimeira 2a oriação de custódia" o comodat0rio oria-se a viiar a coisa eevitar que ela se9a sutra#da ou danificada por terceiros" nada impedindo que elecumpra este dever" recorrendo B actividade ou B colaoração de terceiros+ pelaseunda" oria-se a praticar os actos necess0rios B manutenção dela.

 $ oriação de facultar ao comodante o e>ame da coisa 2art. 553º-" odireito de e>aminar a coisa é conferida ao comodante em termos amplos" mas éclaro que não pode so pena de auso do seu direito 2art. 4º !!" e>erc*-loem condiç1es de pre9udicar o o%o da coisa pelo comodat0rio. $ oa fé imp1eque o faça de forma conciliatória para os dois direitos 2direito de e>aminar edireito de o%o da coisa.

O comodat0rio 2art. 553º-d !! não pode fa%er da coisa um uso imprudente.O art. 553º-e !! oria o comodat0rio a tolerar quaisquer enfeitorias

2se9am elas necess0rias" ?teis ou meramente voluptu0rias.O art. 553º-f !! pro#em-se quando não autori%adas" a cessação da posição

contratual" quer a t#tulo oneroso" quer ratuito" o sucomodato e a locação da

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coisa. O uso dela" pela própria nature%a do contrato" deve pertencer"continuadamente" ao comodat0rio" pois é em atenção a ele que o neócio écelerado.

 $ autori%ação prevista no art. 553º-f !! pode ser dada no momento daceleração do contrato ou posteriormente. $ lei não distinue" assim" como não

e>ie uma autori%ação e>pressa.

 

CONTRATO DE M9T:Ohttp://revistas.lis.ulusiada.pt/index.php/ldl/article/viewFile/91/pd!"4 

$$. 

NoçãoO art. 554;º !! indica tr*s notas distintas como caracteri%adoras do m?tuo

lealmente t#pico'-  (ma parte" desinada mutuante,  empresta certa coisa a outra"  o

mutuário-  ,epois" o o9ecto emprestado é dinheiro ou outra coisa fun#vel" e" por 

fim+-  O mutu0rio fica oriado a restituir outra tanto do mesmo enro e

qualidade.O m?tuo proporciona apenas uma cessação tempor0ria de uso de ens.

,este modo" de acordo com uma sistemati%ação de #ndole económica e social om?tuo intera-se com a locação 2art. 56;;º !! e o comodato 2art. 55;&º !!"na cateoria de contratos que proporcionam o o%o de ens alheios.

O mutu0rio recee a coisa para retirar dela o aproveitamento que a mesmaproporciona" incorrendo numa oriação de restituição. Aão se trata" porém" derestituir a própria coisa" individualmente considerada" mas outro tanto do mesmoénero e qualidade.

O m?tuo é" pois" na sua ess*ncia" um contrato pelo qual uma parte cedetemporariamente a outra um valor patrimonial. $ oriação que dele resulta parao mutu0rio é uma oriação enérica. Hode por esta ra%ão afirmar-se que" pelom?tuo" o direito de propriedade do mutuante sore a coisa mutuada ésustitu#do no seu património por uma pretensão B -restituiç$o.

 $ funiilidade a que a lei se refere" isto é" a susceptiilidade de as coisas emcausa serem sustitu#das na mesma função por outras do mesmo énero"qualidade e quantidade 2art. ;67º !! é a desinada funiilidade convencional.

O que caracteri%a o m?tuo oneroso é o paamento de 9uros como retriuiçãopor parte do mutu0rio" não se pode pLr em d?vida que um dos termos dacorrespectividade económica reside nessa remuneração.

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O m?tuo lealmente t#pico é" pois" o contrato pelo qual uma das partes" omutuante" como ou sem retriuição ren?ncia temporariamente B disponiilidadede uma certa quantia de dinheiro ou ao equivalente a certa coisa fun#vel quecedeu B outra parte" o mutu0rio" para que este delas possa retirar oaproveitamento que as mesas proporcionam.

O m?tuo é" na sua nature%a" um contrato real" no sentido do que só secompleta pela entrea 2empréstimo da coisa. 

$&. M;tuo consensua%!onsiderar a entrea da coisa como um elemento de qualificação do m?tuo

lealmente t#pico oferece" a ase adequada ao enquadramento do denominadom?tuo consensual. ,esina-se um contrato de conte?do id*ntico ao m?tuo t#picoe>cepto no afastamento da entrea do momento estipulativo para o momentoe>ecutivo do neócio. $luém oria-se a entrear certa coisa" em m?tuo. $entrea 90 não sure com um acto espontneo" indispens0vel ao surimento docontrato" mas como um acto derivado" praticado em e>ecução ou cumprimento

desse contrato.O m?tuo consensual é frequentemente considerado como um contrato at#pico"e na realidade assim deve ser. Houco sinificado teria esta afirmação" porém" selevasse a tornar inaplic0veis a este contrato o con9unto de reras relativas aom?tuo lealmente t#pico.

 $(. Contrato pro!essa de !;tuo

F eralmente afirmada a admissiilidade da celeração de contratospromessa de m?tuo" B qual não se reconhece" com efeito" qualquer impedimento.

!ontrato promessa de m?tuo" nos termos do art. 456º5 !! é a convençãopela qual uma ou amas as partes se oriam B futura celeração de umcontrato de m?tuo.

 $tendendo a que o acordo de vontades acompanha ou precede" em via derera" a entrea da coisa" é poss#vel confiurar" conclusivamente" quatrosituaç1es 9ur#dicas diferentes'

a  O acordo representa um momento do inter ne%ocial  que" com a posterior entrea da coisa" condu%ir0 B formação de um m?tuo lealmente t#pico7C8D.

 $ não concreti%ação da entrea pode implicar responsailidade pré-contratual" nos termos do art. ;;7º !!.

  O acordo dirie-se a pLr a caro de uma ou de amas as partes asoriaç1es de posterior celeração de um contrato de m?tuo8C&D. $ nãoceleração do contrato prometido pode implicar a responsailidadeoriacional 2art. 7&8º !!.

c  O acordo consustancia a imediata celeração de um contrato em cu9oconte?do se inscreve uma oriação de entrea 2m?tuo consensual. $

#8D Hreli!inares do contrato.

C&D Contrato pro!essa.

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oriação ine>ecutada pode ser 9udicialmente e>iida 2arts. 857º e 8;7º!!.

d  O acordo é acompanhado da entrea da coisa&C56D. Meali%a-se de imediato ointeresse contratual do mutu0rio.

 

$). 

or!a do !;tuo $s declaraç1es de vontade que interam o acordo" elemento indispens0velpara o aperfeiçoamento de qualquer contrato" t*m de se e>teriori%adas por forma reconhec#vel" por mais que se9a. Aesta perspectiva" o m?tuo tanto é umcontrato consensual como solene" porquanto emora a lei por ve%es admita alierdade de forma" noutras requer forma especial para a respectiva celeração.

 $s e>i*ncias leais especiais relativas B forma do m?tuo encontram-seconsaradas no art. 554º !!.

 $ forma é um requisito ad substantia! do contrato" de acordo com a reraeral consinada no art. :4º !!. $ respectiva inoservncia importa" assim" ainvalidade do contrato" conforme desde loo refere o art. ;5&º !!.

 $ invalidade é" no entanto caso concreto" a nulidade do contrato 2art. ;;6º!!" devendo consequentemente ser repetido aquilo que foi prestado 2art.;8&º5 !!.

 $*.

 

E#eitos do !;tuoa)  @ransfer'ncia de propriedadeO mutu0rio não tem a oriação de restituir a própria coisa entreue" mas

outra do mesmo énero e qualidade.@uanto B forma de efic0cia a que d0 luar" o m?tuo é um contrato real 2#uod 

effectu!. F certo que este contrato ano tem directamente por o9ectivo atransfer*ncia da propriedade sore a coisa mutuada" assumindo o efeitotranslativo um valor meramente instrumental' é mais efeito do que causa.

0 no m?tuo consensual a oriação de entrea a caro do mutuante pode ter por o9ecto uma coisa indeterminada" em rera enérica. Aeste caso" contudo" atransfer*ncia de propriedade ocorre apenas quando da respectiva entrea" por aplicação directa do art. 5544º !!. !onfiura-se aqui uma das e>cepç1esmencionadas na parte final do art. 468º5 !!. Iual solução sempre sealcançaria de uma interpretação e>tensiva deste preceito.

b)  *bri%aç$o do !utuanteGendo a entrea da coisa um elemento necess0rio ao aperfeiçoamento do

m?tuo lealmente t#pico" desde não resulta para o mutuante uma oriação de aentrear" pelo que a lei não fa% qualquer refer*ncia.

Ao reime leal deste contrato apenas se identificam as eventuais oriaç1esderivadas para o mutuante de v#cio 9ur#dico ou material da coisa mutuada. !omefeito o art. 5535º !! consara a aplicação B responsailidade do mutuante" nom?tuo ratuito" do disposto no art. 554º !! relativo ao comodato.

c) 

*bri%ações do !utuário

9C56D IJtuo le%al!ente típico.

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 $ definição leal de m?tuo realça o car0cter restituitório deste contrato" sendoa respectiva disciplina essencialmente diriida B reulação da oriação derestituir.

O contrato de m?tuo" seundo o art. 5543º !! tanto pode ser ratuito comooneroso" presumindo-se oneroso em caso de d?vida. F oneroso quando" por 

efeito da convenção das partes ou da referida presunção leal" são devido 9uroscomo retriuição. 

$+. E7tinção do !;tuoMesulta do art. 5548º !! que este contrato e>tinue-se pelo decurso do pra%o

estipulado. <isa-se" assim" o per#odo do tempo pelo qual o mutuante cede atomador do crédito a valuta" o qual é normalmente referenciado peloapra%amento da oriação de restituição a caro deste ?ltimo.

Ao m?tuo oneroso este pra%o presume-se estaelecido" como disp1e o art.5547º !! no interesse de amas as partes.

Ao m?tuo ratuito aplica-se a rera eral do art. 77&º !! considerando-se o

pra%o estipulado em enef#cio do devedor 2mutu0rio. Este tem" por conseuinte"a possiilidade de cumprir antecipadamente" sem que o credor 2mutuante opossa e>iir.

Aa falta de estipulação de pra%o são aplicadas as reras consinadas no art.5548º !!. Aos termos erais nos ns.º 5 e ; deste preceito" tratando-se de m?tuoratuito a oriação do mutu0rio vence-se trinta dias após a e>i*ncia do seucumprimento 2art. 5548º5 !! e tratando-se de m?tuo oneroso qualquer daspartes pode pLr termo ao contrato desde que o denuncie com uma antecipaçãom#nima de trinta dias 2art. 5548º; !!.

 

CONTRATO DE DOA<=O 

$. 

NoçãoGão tr*s os requisitos e>iidos no art. &46º !! para que e>ista uma doação'a  ,isposição ratuita de certos ens ou direitos" ou assunção de uma d#vida

em enef#cio do donat0rio" ou se9a" a atriuição patrimonial semcorrespectivos+

  ,iminuição do património do doador+c  Esp#rito de lieralidade.

 $ atriuição patrimonial" eradora de um enriquecimento" apresenta-secorrentemente nas doaç1es so a forma duma transfer*ncia" do doador para odonat0rio" de um direito" especialmente de um direito de propriedade ou de outrodireito real. Kas pode transferir-se por doação um direito de crédito 2art. 378º5!! e pode a transfer*ncia resultar do paamento ou da assunção duma d#vidado donat0rio" casos em que" iualmente" a uma diminuição de um dos

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patrimónios corresponde o aumento do outro" como pode resultar da remissãodum crédito do doador 2art. 8:º; !!. E pode a atriuição donativa consistir mesmo na remissão de um crédito a favor do devedor ou na contracção de umanova oriação" a t#tulo ratuito" para com a outra parte" como sucede napromessa de doação. $ pro!essa de doaç$o" aceita pelo enefici0rio" constitui

assim uma verdadeira doação" na medida em que cria desde loo um direito decrédito em enef#cio do promiss0rio B custa do património do promitente. Odireito real constitu#do no património do donat0rio pode não e>istir previamente"como tal" no património do doador" visto a doação não ter forçosamentenature%a translativa. $ssim" o usufruto o9ecto da doação tanto pode ser constitu#do pelo propriet0rio pleno 2mediante alienação ou sucessãoconstitutiva" como ser pura e simples transmitido pelo usufrutu0rio.

Hor ?ltimo" o enriquecimento patrimonial interador da doação pode consistir numa diminuição do passivo do enefici0rio 2perdão" remissão ou paamento deuma d#vida do enefici0rio" em ve% de se tradu%ir num aumento do activo" comoé mais frequente.

O m?tuo e o comodato tamém não interam a fiura eral da doação"porque ao enriquecimento otido B custa do património do mutuante ou docomodante" através da prestação constitutiva do contrato" corresponde" comoelemento t#pico deste contrato" a oriação de restituir" que neutrali%a talenriquecimento.

=orçoso é" para haver doação" que a atriuição patrimonial se9a ratuita" eque não e>ista" portanto" um correspectivo de nature%a patrimonial. Hode e>istir"entretanto" um correspectivo de nature%a moral" sem que o acto perca a suaratuitidade" assim como podem e>istir encaros impostos ao donat0rio2cl0usulas modais" que limitem o valor da lieralidade 2art. &:º !!.

Importa tamém" para que ha9a doação" que a atriuição patrimonial se9a feitaB custa do património do doador" que envolva uma diminuição da sustnciadeste" que não ha9a um simples o!issio ad#uirendi. Est0" portanto" e>clu#datoda a prestação de serviços" o comodato" o m?tuo sem 9uros" o não e>erc#ciodum direito de prefer*ncia na intenção de eneficiar aluém ) que não envolvemnenhuma diminuição do património do atriuinte.

E>ie-se" por ?ltimo" o esp#rito de lieralidade por parte do disponente. $liberalidade implica" em rera" a ideia de enerosidade ou espontaneidade"oposta B de necessidade ou de dever. $quele que cumpre" por e>emplo" umaoriação natural" não fa% uma doação.

O esp#rito de lieralidade é um elemento su9ectivo" sempre depende doEstado psicolóico do doador" ao contr0rio da ratuitidade que depende daestrutura t#pica de cada um dos neócios 9ur#dicos" tal como aprecem reuladosna lei.

 &0. Doação re!unerat5ria

O que caracteri%a as doaç1es remuneratórias 2art. &45º !! é a circunstnciade não terem os serviços que se pretende remunerar a nature%a de d#vidae>i#vel+ não h0 uma oriação por parte do doador em relação ao donat0rio.Goressai" pois" nos di%eres da lei" o princ#pio de que h0 doação sempre que

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ha9a lierdade e espontaneidade. Hor isso se não pode considerar como doação"por falta daquele requisito" nem o cumprimento da oriação natural" nem odonativo conforme aos usos sociais" mesmo que ha9a remuneração" como nocaso da or9eta. Aão havendo" porém" nem o dever 9ur#dico nem o dever moralou social de remunerar o serviço" a lieralidade não representa uma solutio nem

uma dação em cumprimento' é uma doação. F esta a solução a que condu% esteartio &45º !!.Hor outro lado" elevando os serviços receidos pelo doador B cateoria de

elemento t#pico ou diferenciador desta modalidade especial da doação 2doaçãoremuneratória" a lei atriui um relevo essencial a esses serviços ) cu9aine>ist*ncia h0-de" por conseuinte" arrastar consio a nulidade da doação.

 &1. O'3ecto da doação

 $ doação pode" em princ#pio" ter por o9ecto mediato ens de qualquer nature%a' móveis ou imóveis" coisas simples ou compostas" fun#veis ou nãofun#veis" consum#veis ou não consum#veis" divis#veis ou indivis#veis.

 $ doação de ens futuros é afastada por virtude da nature%a especial docontrato de doação.!onsideram-se ens futuros" nos termos do art. ;55º !! todos os que não

estão ainda no poder do disponente" ou a que este não tem direito" ao tempo dadeclaração neocial. $s coisas alheias são sempre" portanto" para este efeito"ens futuros" e" por isso" se consideram nulas as doaç1es de tais ens 2art. &3:º!!. Aão deve" porém" confundir-se a doação de ens futuros com a doação"não de ens" mas de um direito que tenha por o9ecto coisas ainda nãoe>istente no património do doador. !omo e>emplos caracter#sticos de taisneócios poder-se-0 citar o da doação de um usufruto e o da doação do direitode e>plorar uma pedreira ou uma mina. Os frutos" a pedra e o minério sãocoisas futuras" mas o direito transmitido é actual.

 &2. Aceitação da doação

Hara que se conclua o processo constitutivo do contrato de doação" énecess0rio a aceitação do donat0rio. $ntes dela" poder0 e>istir uma simplesproposta de doação" mas não uma doação" pois o acordo de vontades é sempreelemento essencial nos termos do art. ;;º !! da formação de qualquer contrato. $ lei admite" todavia uma e>cepção em relação Bs doaç1es puras"feitas a pessoas que não t*m capacidade para contratar" as quais produ%emefeitos independentemente da aceitação em tudo o que aproveite aos donat0rios2art. &35º; !!. Kas 90 não admite a possiilidade" de a doação se ter por consumada com a simples falta de rep?dio do donat0rio" no caso de o doador fi>ar um pra%o para a aceitação do donat0rio e este nada declarar dentro dopra%o estaelecido.

 $ aceitação deve ter luar" so pena de caducidade da proposta" durante avida do doador" não sendo necess0rio porém" que ocorra no mesmo momentoem que é feita a declaração do doador.

 J parte o caso de aceitação t0cita" previsto no art. &43º; !! deve entender-se" em rera" que a simples intervenção do donat0rio no acto da doação" sem

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que este e>prima o seu dissentimento" é manifestação astante de aceitação2art. ;57º !!

F havida como aceitação" nos termos do art. &43º; !! a tradição para odonat0rio" em qualquer momento" da coisa móvel doada ou do seu t#tulorepresentativo.

Hode a tradição verificar-se no momento da proposta ou num momentoposterior" mas ter0 de reali%ar-se antes da morte do doador 2art. &43º5 !!+ epode a tradição ser feita pelo doador ou por seu representante" mandat0rio oucomiss0rio. Ela tem sempre o mesmo sinificado" desde que" como di% a lei"se9a feita para o donat0rio" como tem o mesmo sinificado de aceitação aentrea do t#tulo representativo do direito transmitido. !laro que não é assim"imperativamente. $ tradição não sinifica aceitação" quando tem uma causadiferente" como acontece na hipótese de o declarat0rio receer os ens a t#tulode administrador e não de donat0rio.

@uando a proposta não é aceita no próprio acto 2aceitação contratual ou nãose verifica a tradição" a aceitação tem de oedecer" nos termos do art. &43º

!!" B forma prescrita no art. &47º !! e ser declarada ao doador" so pena deinefic0cia. ratando-se" pois" de doação de coisa imóvel" h0 necessidade denova escritura p?lica. ratando-se de coisa móvel" a aceitação tem de ser feitapor escrito.

Ge a coisa doada não for entreue no acto da doação" a reali%ação posterior da prestação devida pelo doador não constitui" evidentemente" uma novadoação ou uma doação renovada.

ratar-se-0 apenas do cumprimento duma oriação ou se9a" de umaatriuição patrimonial reali%ada solvendi causa" sem por esse facto dei>ar de ser uma atriuição ratuita" visto a sua causa repousar no contrato 0sico dedoação.

 &$. or!a de doação

 $ e>i*ncia de escritura p?lica para as doaç1es de ens imóveis éconfirmada pelo art. 86º5 !ódio de Aotariado. Essas doaç1es estão" alémdisso" su9eitas a reisto" nos termos do art. ;º5-a !ódio de Meisto Hredial.

Aão asta" para preencher o o9ectivo visado pela lei" a simples tradição dacoisa móvel" mediante constituto possessrio" que ali0s não é vular em relaçãoBs coisas móveis. @uando" por qualquer ra%ão" o doador pretenda continuar naposse da coisa doada" haver0 necessidade de recorrer a documento escrito"para asseurar a validade do acto.

 &&. Capacidade para #a4er ou rece'er doaç,es

a) 

Capacidade activaOs incapa%es não podem" portanto" fa%er doaç1es" e nem os seus

representantes o podem fa%er em nome deles" como se preceitua no art. &4&º;!! 2ver quanto ao tutor art. 5&7º-a !!. Envolve" porém" uma importantederroação a esta rera o disposto no art. 5768º !! quanto B capacidade paracelerar convenç1es antenupciais" e" consequentemente" quanto Bs doaç1esque podem constituir parte interante das mesmas convenç1es 2doaç1es entre

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esposados e doaç1es" por morte" de esposados a terceiros. Aestes casos"inspirados pelo favor !atri!onii" os menores" os inailitados" podendo celerar convenç1es antenupciais com autori%ação dos respectivos representantesleais" podem fa%er" nas mesmas condiç1es" doaç1es entre esposados edoaç1es por morte a terceiros" estas nos termos do art. 5766º5- !! desde que

tenham capacidade para contrair casamento. $ rera de que a capacidade é reulada pelo Estado em que o doador seencontra ao tempo da declaração neocial 2proposta de doação" con9uadacom a de que a capacidade do donat0rio é fi>ada no momento da aceitação 2art.&36º; !!" condu% B possiilidade de a doação se tornar efectiva nummomento em que o doador 90 não tem capacidade para doar. Aão se afasta a lei"de resto" so este aspecto" do princ#pio eral contido no art. ;5º !! acerca daincapacidade superveniente do proponente" emora quanto B morte destes ascoisas se passem de outra maneira" dado que as doaç1es t*m de ser aceitasem vida do doador 2art. &43º5 !!.

@uanto B capacidade das pessoas colectivas para fa%er doaç1es" importa ter 

presente a rera da especialidade" através da qual deve ser filtrada" no que tocaBs associaç1es e fundaç1es" a capacidade eral das pessoas sinulares 2art.5:6º !!.

b) 

Capacidade passivaal como no tocante B capacidade activa" tamém no que respeita B

capacidade do donat0rio se não adoptou o princ#pio da equiparação Bcapacidade em matéria testament0ria.

Aão se estaelece no art. &36º !! qualquer desvio Bs reras erais sorecapacidade contratual. $penas se admitem iniiç1es especialmente previstas nalei" entre essas iniiç1es" contam-se as aranidas no art. &3º !!. $lém disso"o art. &3;º !! admite que a doação se9a feita não só a favor dos conceidos"como de nascituros nem sequer conceidos ainda.

 $s pessoas colectivas tamém podem aceitar livremente doaç1es que lhesse9am feitas" mesmo que tenham por o9ecto imóveis.

 $ aceitação é a declaração de vontade constitutiva do contrato" por parte dodonat0rio. Ela pode ser contempornea da proposta de doação e pode ter luar num momento posterior e" consequentemente" num momento em que 90 seriaincapa% o proponente. Aão h0" neste aspecto" desvios das reras erais.

al como a declaração do doador" tamém a vontade de aceitação dodonat0rio tem car0cter pessoal" emora o donat0rio possa ser representadopara o efeito nos termos acima referidos e até por meio de representantevolunt0rio.

 &(. Car8cter pessoa% da doação

O car0cter pessoal das doaç1es ficou equiparado ao das disposiç1estestament0rias" admitindo-se as mesmas e>cepç1es" que são a da repartiçãodos ens doados por uma eneralidade de pessoas e a da escolha do donat0riode entre pessoas determinadas pelo doador 2art. ;58;º; !! ) casos em que avontade do terceiro" em luar de se sustituir B vontade do doador" vem apenas

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complet0-la ou e>ecut0-la" visto esta se encontrar 90 determinada nos seusaspectos fundamentais.

 $rt. &4&º; !! não admite tamém que os representantes leais dosincapa%es façam doaç1es em nome destes" ao contr0rio do que sucede quantoB possiilidade de" em nome deles" as aceitarem.

Ao !ódio !ivil em disposição especial" pro#e-se o tutor de dispor a t#tuloratuito dos ens do menor 2art. 5&7º-a !!" sendo esta disposição aplic0vel Btutela de maiores 2art. 5&º !! ) por aqui se vendo" com toda a clare%a" quenão é uma falta de capacidade dos menores ou interditos" que se trata" mas deuma falta de leitimação dos tutores para a reali%ação dos actos a t#tulo ratuito.

 &). E#eitos das doaç,es

a) 

Ffeitos essenciaisEste artio harmoni%a-se com a noção de doação e>pressa no art. &46º !!.Gempre que incida sore coisa determinada" a doação é um contrato de

efic0cia real 2#uod effectu!" no sentido de que a transfer*ncia da propriedade

ou da titularidade do direito se verifica em consequ*ncia do próprio contrato 2art.468º !!" e dele nasce" consequentemente" para o doador" a oriação deentrear a coisa doada 2não a oriação de transferir o dom#nio ou o direitodoado. Este preceito do art. &34º !! consarando a imediata efic0ciatranslativa ou constitutiva do contrato de doação" equivale ao do art. 87&º !!relativo B compra e venda. Aão h0 nele" porém" nenhuma refer*ncia ao preço"por este não e>istir" e h0 refer*ncia B assunção da oriação" que não e>iste nooutro. Esta diversidade reflecte a diferença entre a onerosidade da compra evenda e a ratuitidade da doação.

Os efeitos referidos são os efeitos essenciais. Kuitos outros resultam" oupodem resultar" quer das cl0usulas acessórias eventualmente insertas nocontrato" quer de eventos previstos na lei. $ aluns deles se far0 refer*nciaespecial.

ratando-se de doação de coisas imóveis" h0 sempre que ter em contra" nãosó a e>i*ncia de forma constante do art. &47º5 !! mas tamém anecessidade de reisto para a efic0cia do acto e" relação a terceiros.

b) 

Fntre%a da coisaOs dois n?meros do art. &33º !! correspondem" apenas com a necess0ria

adaptação" aos dois primeiros n?meros do art. 88;º !! relativos ao contrato decompra e venda.

 J oriação de entrea da coisa" que recai sore o doador" são no entantoaplic0veis as reras erais v0lidas para o comum das oriaç1es de prestaçãode coisa" nomeadamente as que se referem ao tempo" luar e modo documprimento e as que fi>am os efeitos da mora do devedor 2v.%. art. 867º !!"em como as consequ*ncias da violação positiva do contrato.

O princ#pio de que a coisa doada deve ser entreue no estado em que seencontra ao tempo da aceitação encontra-se intimamente relacionado com arera 2art. &37º !! que limita a sua responsailidade pelos v#cios da coisa.

c)  oaç$o de bens aleios

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!omo princ#pio eral" a doação de coisa alheia é nula" como nula é a comprae venda" não podendo o doador opor a nulidade do contrato ao donat0rio de oafé" como o vendedor não apode opor ao comprador nas mesmas condiç1es 2art.8&;º !!. Esta ?ltima solução dar0 como resultado que a doação se convalida"na hipótese de o doador" na hipótese de o doador vir a adquirir" por qualquer 

t#tulo" a coisa doada" antes de a declaração de nulidade ser requerida por aluminteressado.Helo que respeita" porém" B responsailidade do doador perante o donat0rio"

no caso de este ser privado da coisa ou do direito" 90 o reime é diferente. Emprinc#pio" o doador não é respons0vel pelo pre9u#%o que sofra o donat0rio. Kal secompreenderia" na verdade" que ele respondesse por esse pre9u#%o" tendo-sedespo9ado ratuitamente dos ens. Hode di%er-se mesmo" com rior" que odonat0rio não tem pre9u#%o. $penas se v* privado dum enef#cio" do lucro queteria" se o neócio fosse v0lido.

 $ t#tulo e>cepcional admite-se" porém" a responsailidade do doador" no art.&3:º; !!" se" por um lado" o donat0rio tiver procedido de oa fé" isto é" tiver 

aceitado a doação convicto de que a coisa ou o direito pertencia ao doador" e"por outro lado" se verificar uma das circunstncias previstas na lei. $ indemni%ação" quando ha9a luar a ela nos termos do art. &3:º; !!

arane apenas os danos emerentes e não os lucros cessantes 2art. 3:4º !!+mas é computado naqueles danos o valor da coisa ou do direito doado.

 $pro>ima-se esta solução da do art. 8&&º !! ha9a ou não dolo por parte dodoador 2art. &3:º;- !!.

 &*. Re"ogação das doaç,es

a) 

Kevo%aç$o da proposta de doaç$oEstaelecem-se no art. &:&º !! dois desvios Bs reras erais dos neócios

 9ur#dicos' o da livre revoação da proposta" enquanto não for aceita+ e o da nãocaducidade desta.

O direito de revoação duma proposta neocial não é reconhecido" emprinc#pio" depois de esta ser receida pelo destinat0rio ou ser dele conhecida2art. ;6º !!. Hor outro lado" porém" a proposta caduca" decorridos os pra%osreferidos nas tr*s al#neas do art. ;;8º5 !!.

Ora" em relação B doação" o receimento da proposta não priva o proponentedo direito de a revoar enquanto ela não for aceita" e o decurso daqueles pra%osnão inie" por seu turno" o donat0rio de a aceitar. $ refer*ncia enérica que éfeita a todos os pra%os no art. ;;8º5 !! mostra que esta possiilidade deaceitação e>iste mesmo no caso previsto no art. ;;8º5-a !! o que sinifica"afinal" que o doador não pode impor efica%mente" ao donat0rio um pra%o para aaceitação. Ge aquele quiser evitar que a doação se torne efectiva e irrevo0vel"precisa" em qualquer caso" de a revoar" com oservncia das formalidades daproposta.

b) 

Hrao e le%iti!idade para a acç$o $ nature%a pessoal do direito de revoação resulta claramente do art. &7:º5

!!. Em princ#pio" só o doador pode intentar a respectiva acção" e esta só podeser proposta contra o donat0rio e não contra os seus herdeiros. Aão h0" pois"

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possiilidade de e>erc#cio da acção su-roatória por parte dos credores 2art.:6:º !!. Hermite apenas" no art. &7:º; !! que a acção de revoaçãoprossia a favor de herdeiros ou contra herdeiros" se o doador ou os donat0riosfalecerem na pend*ncia dela" não sendo assim poss#vel aos herdeiros dodoador intentar a acção revoatória" mesmo que o doador tenha morrido antes

de decorrido o pra%o de um ano" dentro do qual ele a poderia instaurar.Estaelecem-se no art. &7:º !! dois pra%os para a proposição da acção' umpara o doador+ outro para os herdeiros deste" no caso especial do art. &7:º!!.

O primeiro é de um ano a contar do facto que deu causa B revoação ou domomento em que o doador teve conhecimento dele. Intentada" pois" a acçãodepois de decorrido um ano sore o facto" ter0 o autor de provar que sóposteriormente teve conhecimento da sua e>ist*ncia. Aos casos das alienas a) eb) do art. ;64 !! ou das al#neas a) e b) do n.º 5 do art. ;5::º !!" o facto quefundamenta a revoação é a condenação e não o crime" pelo que o pra%o seconta a partir da condenação.

O seundo pra%o é iualmente de um ano a partir da morte do doador. Fpreciso" porém" entender em termos h0eis a atriuição deste novo pra%o. Oque a lei pretende" oviamente" é asseurar aos herdeiros um pra%o m#nimopara a proposição da acção" e não limitar-lhes os pra%os concedidos ao doador.

 $mos os pra%os referidos são de caducidade" e não de prescrição"concluindo-se da sua revidade que h0 o maior interesse em que o doador ou osseus herdeiros definam com astante prontidão a sua atitude" quanto Bmanutenção da lieralidade" em face da conduta reprov0vel do donat0rio. Aãopodem os pra%os sofrer suspensão" nem podem ser interrompidos 2art. ;8º!!.

c) 

Ffeitos da revo%aç$o $ revoação dum contrato assemelha-se B sua resolução" mas não se

identifica com ela" por virtude da efic0cia retroactiva de que o%a" em princ#pio" aresolução. F por ve%es dif#cil fi>ar os limites divisórios dos dois fenómenos"porque" em qualquer dos casos" a ideia eral que domina a sua efic0cia é a daeliminação do contrato. Gimplesmente" aqui não pareceu correcto falar deresolução" com aplicação das disposiç1es dos arts. 4;º ses. !!" 9ulando-seantes prefer#vel falar em revoação" com aplicação do reime especial dos arts.&78º e &7&º !!' o primeiro" quanto aos efeitos em relação aos contraentes+ oseundo" quanto aos efeitos em relação a terceiros. Em ve% de se equiparar arevoação B nulidade" como se fe% no art. 4º !! em relação B resolução docontrato" considera-se apenas e>tinto o contrato a partir da proposição da acção"de acordo com a efic0cia e nunc  própria da revoação.

,ecretada a revoação pelo triunal" os ens doados devem ser restitu#dosao doador" no estado em que se encontrem. Este direito não tem porém"nature%a real+ é simplesmente um direito de crédito" pois se os ens tiverem sidoalienados ou não poderem ser restitu#dos em espécie" por causa imput0vel aodonat0rio" serão restitu#dos apenas em valor ) o valor que tinham ao tempo emque forma alienados ou se verificou a impossiilidade da restituição.

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Ge os ens tiverem perecido por causa não imput0vel ao donat0rio" este nãoé oriado B restituição" nem em espécie nem em valor. O risco corre" portanto"por conta do doador e não do donat0rio. O donat0rio o%a" na verdade" até Bproposição da acção" do direito asoluto de utili%ar a coisa em seu enef#cio. Odonat0rio responder0" no entanto" pelo pre9u#%o que cause intencional ou

culposamente" com ase na responsailidade por factos il#citos" uma ve% que odireito do doador B revoação e>iste desde a verificação do facto que lhe servede fundamento.

d)  Ffeitos e! relaç$o a terceirosMespeitam-se todos os direitos reais que tenham sido constitu#dos por terceiro

anteriormente B demanda. $ssim acontecer0 com uma hipoteca" um penhor"uma consinação de rendimentos" um usufruto" uma servidão" etc." sempre9u#%o" di% a lei" das reras relativas ao reisto. Estes direitos" quando incidamsore coisas imóveis" necessitam" pois" de ser reistados antes do reisto daacção de revoação.

 $ manutenção dos direitos reais constitu#dos em enef#cio de terceiros

importa para o donat0rio a oriação de indemni%ar o doador. $ soluçãoharmoni%a-se com a do art. &78º !! respeitante B alienação dos ens. Jrestituição em valor corresponde" neste caos" uma indemni%ação peladiminuição do seu valor.

 CONTRATO DE MANDATO

 

Lntroduç$o &+.  Noção

O mandato 2art. 5537º !! é um contrato de prestação de serviços em que oprestador é o mandatário.  Este ae de acordo com as indicaç1es e instruç1esdo mandante  quer quanto ao o9ecto" quer quanto B própria e>ecução+ osserviços são prestados de acordo com o querido e proramado pelo mandante+ao mandat0rio só é permitido dei>ar de e>ecutar o mandato ou afastar-se dasinstruç1es receidas nos casos previstos no art. 55:;º !!.

F elemento essencial do contrato de mandato" que o mandat0rio este9a

oriado" por força do contrato" B pr0tica de um ou mais actos 9ur#dicos 2art.5537º !!.O mandat0rio vincula-se" B pr0tica de um acto 9ur#dico. O acto 9ur#dico em

causa é um acto 9ur#dico alheio" aparecendo assim" o mandato como umcontrato de cooperação 9ur#dica entre su9eitos.

@uer os actos 9ur#dicos strictu sensu"  quer os neócios 9ur#dicos ) fiuras emque se desdora o acto 9ur#dico ) podem ser o9ecto de mandato" estando

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definitivamente afastada a doutrina que circunscrevia os actos 9ur#dicos" o9ectode mandato" aos actos neociais.

 $ circunstncia de o mandat0rio ficar adstrito B pr0tica de actos 9ur#dicos nãosinifica que não possa praticar actos materiais.

 

&.  Actuação do !andat8rio por conta do !andanteO air por conta encontra-se" estreitamente B occasio do mandato' ae>ist*ncia ou a prefiuração de um acto que o mandante não quer ou não podepraticar ele próprio" acto esse que pertence ao mandante sendo a actuação domandat0rio a de estão de um interesse daquele.

F por ve%es destacado" como elemento autónomo" a necessidade de omandat0rio air no interesse do mandante. $ posição do mandat0rio écomparada B do estor de neócios 2art. 4:4º !!.

O mandat0rio ae tamém" como estor contratual" no interesse domandante. !onforme decorre dos arts. 5576º e 5573º !!" por ve%es o mandatoé conferido tamém no interesse do mandat0rio ou de terceiro. O mandat0rio

mantém" nesses casos" o dever de air por conta do mandante que cont#nua aser o do!inus,  simplesmente" através da actuação estória é tamémperseuida a satisfação de um interesse do estor ou de um terceiro.

 

Características

 (0.

 

>ratuidade ou onerosidade do contrato $ ratuidade est0 estaelecida na lei como mera presunção" e é ainda como

presunção que se considera oneroso o mandato" quando ele tem por o9ectoactos que o mandat0rio pratica por profissão.

Aão se trata pois ) a ratuidade ou onerosidade ) de um elemento essencialdo neócio. O mandato pode ser ratuito ou oneroso" o que sinifica ser omandato" em si mesmo" indiferente aos caracteres de ratuidade ou deonerosidade+ o leislador simplesmente procurou afastar" as d?vidas que acomple>idade do acto podia provocar" e evitar a inseurança e as dificuldadesda prova.

 $ medida da retriuição" sendo o contrato oneroso" quer por convenção" querpor prevenção leal" é fi>ada" em primeiro luar" pelo a9uste de partes+ emseundo luar" na falta de a9uste" pelas tarifas profissionais+ não havendo tarifas"pelos usos" não havendo usos" por 9u#%os de equidade 2art. 5538º; !!.

O a9uste est0 su9eito Bs limitaç1es do art. ;8;º !!" outras limitaç1es podem

resultar de leis especiais.O car0cter oneroso ou ratuito do mandato depende do facto de haver ou nãoretriuição para a actividade que o mandat0rio e>erce. Aada contende com aratuidade ou onerosidade" o direito que o mandat0rio tenha ao reemolso dasdespesas feitas e B indemni%ação do pre9u#%o que tenha sofrido com o e>erc#ciodo mandat0rio. Esse direito e>iste sempre" ainda que o mandato se9a ratuito.

 (1.  Car8cter consensua% ou #or!a% do contrato

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O !ódio !ivil" no cap#tulo do mandato" não estaelece quaisquer e>i*nciasem matéria de forma desse contrato+ assim sendo" parece viorar neste dom#nioo princ/pio da liberdade de forma,  consarado no art. ;5&º !!. Hortanto"

 pri!a facie"  o contrato de mandato é um contrato consensual.Geundo o art. ;:;º; !! -salvo disposiç$o le%al e! contrário" a procuraç$o

revistará a for!a ei%ida para o ne%cio #ue o procurador deva realiar.,ado o reime do art. ;:;º; !! não ser0 de fa%er uma diferenciação dereime" em matéria de forma" consoante o mandato se9a representativo ou nãorepresentativo' de acordo com esta distinção" por força da remissão do art.5578º5 !!" quando o mandato fosse representativo aplicar-se-ia a rera do art.;:;º; !!+ no caso contr0rio" o contrato seria consensual" a não ser que a leiestaelecesse o contr0rio.

F #uanto ao !andato n$o representativoMF ine0vel que o !ódio !ivil não imp1e" e>pressamente" uma forma

espec#fica para o mandato" em função do acto a praticar" como fa% naprocuração 2art. ;:;º; !!. Kas tal circunstncia não resolve" pelo menos de

imediato" a questão no sentido da consensualidade do contrato" pese emora oprinc#pio da lierdade de forma e a correlativa e>cepcionalidade das disposiç1esque imp1em uma determinada forma para certos contratos.

Ao mandato para adquirir" perfilhada que se9a a tese da dupla transfer'nciasucessiva" o mandato alera a oriação t#pica de um  pactu! de contraendo"pelo que estar0 su9eito B e>i*ncia de forma decorrente do disposto no n.º ; doart. 456º !!.

 (2.  Contrato sina%ag!8tico ou não sina%ag!8tico ou sina%ag!8tico

i!per#eitoO mandato pode ser sinala%!ático quando d* luar a oriaç1es rec#procas

ou n$o sinala%!ático quando do mesmo apenas decorram oriaç1es para omandat0rio.

@uando o mandato é ratuito pode vir a revelar-se como sinalam0ticoimperfeito" uma ve% que o mandante fica adstrito ao cumprimento dasoriaç1es referidas no art. 55:7º-c d !!" as quais t*m car0cter acidental"nascendo de factos posteriores B constituição do v#nculo de estão.

 

Ftens$o do !andato

 ($. Mandato gera%

O art. 553&º !!" diferencia o mandato eral do mandato especial" mas não osdefine' o mandato geral   é aquele que -for!ulado e! ter!os absoluta!ente%enricos confere os poderes para a prática de u!a #uantidade indiferenciadade actos ;urídicos de ad!inistraç$o ordinária" relativa!ente a u!a situaç$o

 ;urídica de #ue su;eito o !andante. 

(&.  Mandato especia%

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F tradicionalmente definido como aquele que é conferido para a pr0tica de umou mais actos sinulares determinados.

O art. 553&º; !! refere que" o mandato especial arane" além dos actosnele referidos" todos os demais necess0rios B sua e>ecução.

 

Hluralidade de !andatos e !andato sub;ectiva!ente co!pleo

 ((. P%ura%idade de !andat8rios

Mesulta do art. 55:6º !!" que" tendo sido nomeadas duas ou mais pessoaspara a pr0tica do mesmo ou dos mesmos actos 9ur#dicos" haver0 tantosmandatos quantas as pessoas desinadas ) mandatos dis!untos. Ge porém" omandante declarar que devem air con9untamente" e>istiria um ?nico mandato )mandato con!unto  E com parte mandat0ria su9ectivamente comple>a.

Ao primeiro caso" uma ve% que e>istem v0rias relaç1es de mandato" cadamandat0rio actua de per si" prosseuindo isolado a actividade estória" assim"

vinculado nos mesmos termos que estaria se fosse o ?nico estor.@uando o mandato é con;unto os mandat0rios devem air con9untamente+nestes casos" a presença" a participação e o empenho estórios de cada um dosco-mandat0rios" aindo em concreto e colaoração" são essenciais para areali%ação da estão" diversamente do que ocorre na modalidade" 90 referida"dos mandatos dis9untos" em que a astenção estória por um dos mandat0riosnão inviaili%a" de per si"  a consecução estória por um outro mandat0rio.

O reime estaelecido no art. 55:6º !!" tem como consequ*ncia" o seuinte'na falta de declaração em contr0rio por parte do mandante" são distintas entresi" e independentes" as oriaç1es dos mandat0rios+ cada um deles pode" por sisó" reali%ar o acto 9ur#dico de que todos tinham sido encarreados.

Gendo v0rios os mandatos" tamém resulta daquela afirmação leal" não sóque h0 o direito por parte de cada um dos mandat0rios de celerar o acto" comoh0 a oriação" para cada um de o fa%er. !onclu#do o acto por um dosmandat0rios" todos os outros ficam liertados da sua oriação.

O sistema adoptado no art. 55::º !! foi o de estaelecer como reimesupletivo o da responsailidade de cada mandat0rio pelos seus actos+ naponderação das soluç1es parece não haver efectivamente fortes ra%1es paraintrodu%ir uma e>cepção ao reime rera do art. 35º !!. Aão é efectivamentera%o0vel que a responsailidade se9a solid0ria+ poderia" porém" contrapor-se"que a solução da solidariedade é mais ra%o0vel nos casos em que a ine>ecuçãoresulta de atitude passiva con9unta dos mandat0rios.

@uando o mandato se9a conferido con9untamente" só con9untamente pode sere>ercido+ se" porém" alum dos indicados não aceitar o mandato" os queaceitarem ficam oriados a cumpri-lo mas sempre con9untamente" seconstitu#rem a maioria.

Ocorrendo nomeação de novo mandat0rio em momento posterior ao doprinc#pio" torna-se necess0rio harmoni%ar o sistema do mandato sustitutivo como disposto no art. 5575º !! alusivo B revoação t0cita do mandato' a nomeaçãoposterior dum outro mandat0rio para a pr0tica do mesmo acto só não importar0

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a revoação do primeiro se dos seus termos resultar inequivocamente anature%a de mandato sustitutivo.

 ().  P%ura%idade de !andantes

Identificada uma ?nica relação de mandato" com v0rios mandantes" o

mandato será colectivo"  em sentido próprio" se tiver sido conferido para assuntode interesse comum aos v0rios su9eitos da parte plurisu9ectiva' aos v0riosdo!ini.

 J pluralidade de mandantes refere-se o art. 55:&º !!. $s oriaç1es dosmandantes su9eitos ao reime da solidariedade são todas aquelas a que serefere o art. 55:7º !!.

O reime da solidariedade consarado no art. 55:&º !!" para as oriaç1esassumidas por mais do que um mandante. Esta depende do facto de o mandatoter ser conferido para assunto de interesse comum dos mandantes" não seconfundindo com o chamado mandato de interesse comum referidonomeadamente no art. 5576º; !!.

 $o prescrito no art. 55:&º !! não osta a ratuitidade do mandato+simplesmente" quando o mandato se9a ratuito" o mandat0rio não poder0 e>iiro cumprimento da oriação do art. 55:7º- !! podendo" porém"responsaili%ar os mandates" solidariamente" pelo cumprimento das oriaç1esdas restantes al#neas" em como de outras oriaç1es eventualmenteassumidas por convenção.

O reime do art. 55:&º !! não dei>a" naturalmente" de ter aplicação quandoe>ista tamém pluralidade su9ectiva da parte mandat0ria.

 (*.  u'stitutos e au7i%iares do !andat8rio

Mesulta do art. 55:3º !!" que o mandat0rio pode" na e>ecução do mandato"fa%er-se sustituir por outrem ou servir-se de au>iliares" nos mesmos termos emque o procurador o pode fa%er 2arts. 55:3º" ;:4º !!.

,a cominação do art. 55:3º !!" com o art. ;:4º5 !!" resulta que omandat0rio só pode  fa%er-se sustituir por outrem se o mandante o permitir ouse a faculdade de sustituição resultar do conte?do do mandato. Mesulta por suave% do art. ;:4º; !!" que a sustituição não envolve a e>clusão do mandat0rioprimitivo" salvo declaração em contr0rio.

,a harmoni%ação do art. ;:4º4 !!" e do art. 55:3º !!" resulta que omandat0rio pode socorrer-se de au>iliares na e>ecução do mandato" salvo seoutra coisa resultar do neócio ou da nature%a do acto que ha9a de praticar. Osau>iliares estão normalmente numa posição de suordinação ao mandat0riomas nada impede que a relação se9a de prestação de serviços.

 

ireitos e obri%ações do !andatário

 (+.  O'rigação de e7ecutar o !andato co!o u! 'o! gestor 

O mandat0rio é oriado a praticar os actos compreendidos no mandato"seundo as instruç1es do mandante 2art. 55:5º-a !!.

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 $ oriação do mandat0rio de praticar actos compreendidos no mandatoconstitui o efeito essencial do contrato 2art. 5537º !!. $ afirmação da lei 2art.55:5º !! reflecte um aspecto muito particular das oriaç1es do mandat0rio"que resulta da comple>idade que a e>ecução do acto normalmente reveste. Aãose imp1e ao mandante a simples emissão de uma declaração de vontade" caso

em que o mandat0rio se transformaria num n?ncio" mas imp1e-se-lhe aoriação de neociar e dar e>ecução de um acto 9ur#dico ou a um con9unto deactos 9ur#dicos em que a determinação e a vontade do próprio aente tem umpapel preponderante.

 $s instruç1es podem ser dadas no momento em que o mandato é constitu#doou em momento posterior" durante a e>ecução do contrato.

(ma ve% que o !ódio !ivil não estaelece qualquer atenuação para o casodo mandato não oneroso" não houve necessidade de reafirmar o princ#pio queresulta dos arts. 7&&º5 e 487º; !!" que determina tamém a necessidade domandat0rio actuar como um diliente pai de fam#lia" dentro das instruç1es domandante.

O art. 55:5º-c !!" oria o mandat0rio a comunicar ao mandante" comprontidão a e>ecução do mandato ou" se o não tiver e>ecutado" a ra%ão por queassim procedeu.

 $ oriação de prestação de contas 2art. 55:5º-d !! só tem interesse para omandante quando ha9a" em relação Bs partes" créditos e déitos rec#procos.

O mandat0rio é oriado" a entrear tudo o que receeu em e>ecução domandato ou no e>erc#cio deste" se o não despendeu no cumprimento docontrato 2art. 55:5º-e !!.

Geundo o art. 55:4º !!" o mandat0rio deve paar ao mandante os 9urosleais correspondentes Bs quantias que receeu dele ou por conta dele" a partirdo momento em que devia entrear-lhas ou remeter-lhas" ou aplic0-las seundoas suas instruç1es.

 

*bri%ações do !andante

 (.  O'rigação de %ea%dade e cooperação

 $ oriação de lealdade e cooperação que incume ao mandante não resultaliteralmente do art. 55:7º !!" ela recondu%-se" porém" ao princ#pio e>presso noart. 7:;º; !!" seundo a qual as partes devem proceder de oa fé tanto nocumprimento da oriação quanto ao e>erc#cio do direito respectivo e tem inteirofundamento na nature%a do contrato de mandato como neócio t#pico de

cooperação entre pessoas" assente numa relação de confiança.Esta oriação constitui a equivalente B oriação que tem o mandat0rio deactuar como um bo! pai de fa!ília.

O mandante deve fornecer ao mandat0rio os meios necess0rios B e>ecuçãodo mandato" se outra coisa não foi convencionada 2art. 55:7º-a !!.

Em rera" sem o cumprimento desta oriação por parte do mandante" omandat0rio não é oriado a e>ecutar o mandato 2art. 55:8º !!.

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O art. 55:7º-a !! tem nature%a supletiva' pode por tanto" ser convencionadoque os meios necess0rios B e>ecução do mandato serão -adiantados pelomandat0rio que" no final da e>ecução" e>iir0 a sua entrea a t#tulo dedespesas+ como tamém pode ser convencionado que os meios necess0riossão suportados pelo próprio mandat0rio.

 $ se%unda obri%aç$o do !andante é a de paar a retriuição que ao casocompetir" e fa%er a provisão que for de uso 2art. 55:7º- !!. $ retriuição só e>iste quanto tiver sido convencionada ou o mandato tiver por 

o9ecto actos que o mandat0rio pratique por profissão 2art. 5538º5 !!. $medida de retriuição" não havendo a9uste entre as partes" é determinada pelastarifas profissionais pelos usos" ou por 9u#%os de equidade 2art. 5538º; !!.

 $ terceira obri%aç$o do !andante 2art. 55:7º-c !! é a de reemolsar omandat0rio de despesas feitas" com 9uros leais desde que foram efectuadas.Os 9uros são compensatórios  e não moratórios,  pois não h0 por parte domandante a falta de cumprimento de uma oriação. Gup1e-se em rera" que foiconvencionada a antecipação das despesas por parte do mandat0rio" nos

termos da parte final da al#nea a do art. 55:7º !!. $ lei e>ie que as despesas tenham sido fundadamente consideradas pelomandat0rio como indispens0veis.

Hor Jlti!o"  o mandante é oriado a indemni%ar o mandat0rio dos pre9u#%ossofridos em consequ*ncia do mandato. Esta oriação não depende de culpa domandante.

Meferindo-se a lei aos pre9u#%os sofridos em consequ*ncia do mandato" elasup1e e>istente um ne>o de causalidade 2adequada entre o mandato e opre9u#%o" afastando o pre9u#%o resultante de factos puramente fortuitos" queapenas tenham com o mandato um ne>o acidental" anormal" fora do usual. Gão"de resto aplic0veis as disposiç1es dos arts. 3:;º ses. !!" e portanto" a do art.3:º !!" que e>prime esse ne>o de causalidade. Hor outro lado" devem e>cluir-se da oriação de indemni%ar impostas ao mandante aos danos imput0veis aculpa do lesado ou de terceiro.

* !andatário %oa do direito de retenç$o sore as coisas que tenha em seupoder para a e>ecução da estão" pelo crédito proveniente desta 2art. 733º5-c!!. Gão créditos provenientes da estão todos os mencionados nas tr*s?ltimas al#neas deste artio.

 

Ftinç$o da relaç$o de !andato

 

)0.  Introdução $ cessação da relação oriacional de mandato opera-se" em primeiro luar"pelo cumprimento das oriaç1es comple>ivamente envolvidas coincidente como esotamento do prorama de reali%ação estória.

Kas para além desse modo normal de cessação do v#nculo" o mandato podecessar pela ocorr*ncia de factos 9ur#dicos 2lato sensu e>tintivos que" por não serecondu%irem ao interal cumprimento das oriaç1es decorrentes do contratosão" nessa medida anómalos.

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O mandato pode cessar por revoação" distrate" den?ncia" caducidade e porresolução.

 :5.  $ cessação do mandato por acordo das partes ) revoação em sentido

técnico

 $ revoação unilateral de um contrato só é admitida" nos termos do art. 46:º!!" nos casos e>cepcionais previstos na lei. Este" da revoação do mandato"quer ratuito" quer oneroso 2art. 557;º-c !!" é um deles. E a lei confere odireito de revoação a qualquer dos contraentes ) mandante ou mandat0rios ) oque não dei>as tamém de ser um caso e>cepcional dentro da e>cepção da livrerevoailidade" normalmente conferida apenas a um dos contraentes.

 $ fiura da revoação não corresponde B da resolução do contrato. Finaplic0vel B revoação" desinadamente" a disposição do art. 4º !!" queequipara" tanto aos seus efeitos" a resolução B nulidade do neócio 9ur#dico. $

revoação" neste caso" limita-se a fa%er cessar o mandato" com efic0cia enunc"  apro>imando-se astante" nesse aspecto" da den?ncia.

O !ódio !ivil não estaelece nenhuma medida especial quanto B forma darevoação. Em princ#pio" ao lado dos casos de revoação t0cita 2art. 5575º !!"o mandato pode ser revoado por qualquer das formas de celeração neocialadmitidas no !ódio !ivil 2arts. ;;4º ses. sem pre9u#%o da inadmissiilidade daprova da revoação por testemunhas" se o mandato tiver sido outorado pordocumento aut*ntico ou particular 2arts. &º ses. !!.

@uanto aos efeitos da revoação em relação a terceiros" sendo o mandatorepresentativo por força do art. 5578º5 !!. F necess0ria levar a revoação aoconhecimento de terceiro" por meio idóneo" ou então provar que eles tinham

conhecimento dela no momento da celeração do neócio. )2.  A cessação do !andato por den;ncia

 $ den?ncia constitui uma forma de e>tinção t#pica das relaç1es contratuaisduradouras" celeradas por tempo indeterminado.

Geria porém contr0rio ao princ#pio da oa fé que essa den?ncia pudesseoperar imediatamente" e>iindo-se que o denunciante informe a contraparte comum pré-aviso ra%o0vel.

Os efeitos da den?ncia processam-se e nunc"  donde resulta que o mandantetem de aceitar a actuação estória desenvolvida pelo mandat0rio em e>ecuçãodo mandato" até ao momento da cessação do v#nculo.

 $ fiura da den?ncia encontra-se enloada na previsão da revoação feitano art. 5576º e do art. 557;º-c in fine !!. @uer o mandante quer o mandat0riopodem denunciar livremente o mandato celerado por tempo indeterminado"porém" fa%*-lo com anteced*ncia conveniente.

 $ den?ncia feita sem pré-aviso adequado confere B contraparte direito a umaindemni%ação nos termos previstos no art. 557;º-c" d !!.

 )$.  A cessação do !andato por re"ogação uni%atera%

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,e acordo com o art. 5576º5 !! o mandato é livremente revo0vel paraqualquer das partes" não ostante convenção em contr0rio ou ren?ncia aodireito de revoação. $ licitude da desvinculação unilateral não tem apenasaplicação aos mandatos" pass#veis de den?ncia ) mandato duradouros portempo indeterminado ) mas tamém nos mandatos conferidos por certo tempo

ou para assunto determinado. O art. 5576º5 !! alera o e>emploparadim0tico de desvinculação unilateral de um contrato que" ao menos  pri!afacie"  não se compaina com a rec#proca e livre vinculação que o contratopressup1e e determina.

!omo pressupostos da livre revoailidade pelo mandante" pode-se apontarasicamente dois' pressuposto da não concorr*ncia de interesses e opressuposto da não reali%ação do acto estório.

,e acordo com o art. 5576º; !! a livre revoação é afastada" ou pelo menosfortemente restrinida" nos casos em que o mandato tenha sido conferidotamém no interesse do mandat0rio ou de terceiro.

Outro pressuposto da discricion0ria desvinculação pelo mandate é que o acto

estório ) o acto para cu9a pr0tica o mandato foi acordado ) não tenha sidoainda reali%ado" ainda que a sua e>ecução 90 tenha sido iniciada. $ partir domomento em que o acto estório é praticado de acordo com os termos domandato" qualquer manifestação de vontade do mandante no sentido de operara ruptura é inefica%" sem pre9u#%o de o mandate poder resolver o contrato nostermos erais se" por e>emplo" ocorre o não cumprimento definitivo da oriaçãode transfer*ncia" a caro do mandat0rio" no mandato para adquirir.

 )&.  A cessação do !andato por reso%ução

 $ 9usta causa a que se refere o art. 5576º; !! assume cari% e implicaç1esdiversas da 9usta causa de revoação no mandato puto e simples. Aeste" ainvocação do direito de den?ncia" podendo" porém ter o efeito de e>onerar orevoante" da oriação de indemni%ação a que" de outro modo" estivesseadstrito por força do disposto no art. 557;º !!.

 )(.  Cessação do !andato por caducidade

Ao art. 5574º !! v*m referidos os casos de caducidade. Aa al#nea a) do art.5574º !!" não considera" em princ#pio 2e>cepção do art. 5573º !!"transmiss#vel por sucessão" nem a posição do mandante" nem a posição domandat0rio. Isto é refle>o da nature%a pessoal das duas posiç1es. O intuitus

 personae que domina o contrato 9ustifica tamém" a caducidade no caso deinterdição de um ou de outro.

Helo que respeita B inailitação 2art. 5574º- !! esta não atine" em nenhumcaso" os actos que o inailitado ha9a de praticar por conta de outrem 2arts. 53ºe 534º !!.

@uanto ao mandante" é necess0rio" para que se verifique a caducidade domandato" que este tenha por o9ecto actos que não possam ser praticados semintervenção do curador.

 $ primeira parte do art. 5573º !!" admite uma e>cepção Bs reras decaducidade deste art. 5574º !!.

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 $ caducidade" que resulta da lei" e>tinue o mandato" tem por conseuinte"efic0cia e nunc.  Kesmo" porém" quanto aos efeitos futuros" a ;P parte do art.5573º !! admite duas e>cepç1es.

F evidente que o art. 5574º !! não pretende enumerar todas as causas decaducidade do mandato" mas apenas aquelas que t*m reime especial dentre

deste contrato. $lém destas" são ainda aplic0veis ao mandato" com asnecess0rias acomodaç1es" as causas de caducidade" a que o contrato este9asu9eito" em como de nulidade" anulailidade" resolução" etc." referidas aoneócio 9ur#dico.

 

Iandato co! representaç$o

 )).  Introdução

,e acordo com o disposto no art. 5578º5 !!" se o mandat0rio forrepresentante" por ter receido poderes para air em nome do mandante" é

aplic0vel ao mandato o disposto nos arts. ;38º ses. !!. $o lado do mandato" que imp1e ao mandat0rio a oriação de celerar umacto por conta do mandante" e>iste a procuração" que" uma ve% aceite oria omandat0rio-procurador" em princ#pio" a celerar o acto em nome daquele.Aestes casos" a que se pode chamar mandato representativo" são de aplicar asdisposiç1es do mandato" e são de aplicar tamém as disposiç1es relativas Brepresentação. Gão pois" de aplicar con9untamente as normas dos dois institutose não apenas as do mandato 2art. 578º5 !!.

Hara que funcione o mecanismo da representação é mister" que o aentetenha sido investido na qualidade de representante" através do conferimento depoderes de representação" o qual se processa através da procuração. Kas é

tamém necess0rio que o aente" titular do poder actue" invocando o nome dorepresentado.O art. 5578º; !!" oria o mandat0rio a air por conta e em nome do

mandante,  salvo se outra coisa tiver sido estipulada. Aão se lhe permite"portanto agir em seu nome e por conta do mandante. $ ra%ão de ser destepreceito est0 na conveni*ncia" que é normal" de dar conhecimento aoscontraentes das pessoas com quem contratam" por ser na esfera 9ur#dica destas"e não dos representantes" que os actos produ%em os seus efeitos 2art. ;38º !!e soretudo na vantaem de fa%er com que o neócio reali%ado pelointermedi0rio produ%a imediatamente os seus efeitos na esfera 9ur#dica dorepresentado" de harmonia com a vontade deste" sem necessidade de actos

posteriores de transmissão" como sucede no mandato sem representação. )*.  Mandato e representação

O !ódio !ivil trata autonomamente a representação e o mandato.Hela representação,  o representante ae em nome do representado e os

efeitos 9ur#dicos dos neócios por aquele reali%ados" nos limites dos seuspoderes" produ%em-se directamente na esfera 9ur#dica do representado 2art. ;38º!!.

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Helo mandato simples,  os efeitos do acto 9ur#dico praticado pelo mandat0riorepercutem-se na sua própria esfera 9ur#dica 2art. 5586 !!+ quando o mandatose9a representativo" repercutem-se na esfera 9ur#dica do mandante nos mesmostermos em que os actos praticados pelo representante se repercutemdirectamente na esfera do representante 2art. 5578º !!.

 $ representação não fa%" portanto" parte da ess*ncia do mandato' é alo quese lhe pode -acrescentar" mas que não fa% parte da sua estrutura. 

)+.  Re"ogação ou ren;ncia da procuraçãoImporta distinuir mandato e procuração' aquele é um contrato" ao passo que

esta é um neócio 9ur#dico unilateral autónomo. ,e facto o mandato imp1e aoriação de praticar actos 9ur#dicos por conta de outrem 2art. 5537º !!+ aprocuração confere o poder de os celerar em nome de outrem 2art. ;:;º5 !!.Hor outro lado" o simples mandat0rio ae por conta do mandante e em nomepróprio56  C55D  + só o mandat0rio-representante ae ao mesmo tempo por conta e emnome do mandante55  C5;D  . $ representação" que é a da ess*ncia da procuração 90

não é essencial ao mandato" pois que h0 mandato não representativo. E omandato não é a ?nica fonte da representação" por isso que pode e>istir estasem aquele.

Hara a celeração do acto" que constitui o o9ecto do mandato" em nome domandante" é necess0ria uma procuração pela qual se atriuam ao mandat0riopoderes representativos. Gem eles" este pode celerar o neócio em nome e por conta do mandante5;  C5D  " mas não em nome deste. Mevoando o mandante aprocuração ou renunciando o procurador a ela" poderia teoricamente admitir-seque cessava apenas o poder que o procurador tinha de air em nome da outraparte" mas não a faculdade e o dever de air por conta dela.

 J revoação e B ren?ncia da procuração referem-se os arts. ;:3º a ;:7º !!. 

Iandato se! representaç$o

 ). Noção

,e acordo com o disposto no art. 5586º !!" o mandat0rio" se air em nomepróprio" adquire os direitos e assume as oriaç1es decorrentes do acto quecelera.

O que caracteri%a o mandato sem representação" é o facto de o mandat0rioair em seu nome próprio.

Em ve%" assim" de os actos produ%irem os seus efeitos na esfera 9ur#dica do

mandante 2art. ;38º !!" produ%em-nos na esfera do mandat0rio. Ao fundo" oalcance da actuação em nome próprio é o de fa%er pro9ectar sore a esfera 9ur#dica do aente" além dos efeitos caracter#sticos da situação de parte" os de

1$C55D Iandato se! representaç$o E arts. <<0º se%s. CC.

11C5;D Iandato representativo E arts. <<º se%s. CC.

12C5D Iandato se! representaç$o.

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nature%a pessoal' é ele quem tem leitimidade para e>iir e receer ocumprimento das oriaç1es decorrentes do contrato" é contra ele que a outraparte se deve diriir" não só para reclamar os seus créditos como para fa%ervaler quaisquer acç1es pessoais derivadas do contrato" nomeadamente arespeitante B sua validade ou efic0cia.

Geundo o art. 558;º !!" o mandante deve assumir" por qualquer das formasindicadas no art. 3&3º !!" as oriaç1es contra#das pelo mandat0rio eme>ecução de mandato.

O art. 5585º5 !!" estaelece que o mandat0rio deve transferir para omandante os direitos adquiridos em e>ecução de mandato.

Os arts. 558º e 5584º !! reportam-se B responsailidade do mandat0rio. 

*0.  O !andato para a%ienar  $lienar sinifica transmitir" onerosa ou ratuitamente" o direito de propriedade

sore um em ou a constituição de um direito real que o onere.Aão constituindo o mandato um contrato translativo" a transfer*ncia no

mandato para alienar opera-se recta vie do mandate para o terceiro. ,aquiretira-se tr*s consequ*ncias' a primeira é que o mandate pode antes daalienação reivindicar a coisa em poder do mandat0rio" ao passo que na hipóteseda dupla transfer*ncia só se poderia socorrer de uma acção pessoal. $ seunda"é que os credores do mandante podem penhorar a coisa e impunar a vendafeita pelo mandat0rio. Hor ?ltimo" o mandato não carece de qualquer forma adsubstantia! para ser v0lida.

 *1.  Mandato para aduirir 

F pac#fica a ideia de que no art. 5585º !! se encontra consarado o princípioda dupla transfer'ncia.<21 <43 

Ao cumprimento do mandato para adquirir" o mandat0rio ao adquirir o em"est0 oriacionalmente adstrito a transferir para o mandante o direito adquiridoem e>ecução do mandato. Kas os efeitos reais resultantes da aquisiçãoradicam-se na esfera 9ur#dica do mandat0rio. $ alienação posterior para omandante é reali%ada através de um outro neócio 9ur#dico" que se denomina deacto alienatrio específico" cu9a causa 9ustificativa est0 no cumprimento daoriação que impede sore o mandat0rio" no mito das suas relaç1es internascom o mandante.

O mandante fica investido num direito de crédito' o direito de e>iir umaprestação de facere"  que consiste na celeração do neócio 9ur#dico alienatórioespec#fico" destinado a transferir os ens que entraram no património domandat0rio.

,aqui resulta que se o mandat0rio se recusar a transmitir os ens adquiridospor causa do mandato" o mandante tem de intentar uma acção pessoal e nãouma acção real. F que não sendo o mandante propriet0rio desses ens" ele não

13C54D * Cdi%o Civil s fa" por!" refer'ncia & tese da dupla transfer'ncia E do terceiro para o !andatário e deste para

o !andante E e" conse#uente!ente" & tese do carácter obri%acional dos direitos deste at & se%unda transfer'ncia" e!relaç$o & %est$o #ue tena por ob;ecto a a#uisiç$o de u! direito (art. <<<º/< CC). * n.º do art. <<<º CC estabelece"#uanto aos crditos" u! princípio especial. N$o obstante a obri%aç$o do !andatário de transferir para o !andante oscrditos provenientes do eercício do !andato" este pode substituir=se ao !andatário no eercício dos respectivosdireitos.

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pode reivindic0-los do mandat0rio. Hortanto a acção não é de reivindicação"porque antes da transfer*ncia" o mandante não tem nenhum direito sore osens adquiridos+ a acção destina-se apenas a oter o cumprimento de umaobrigação ) a de transferir os ens. ,aqui uma consequ*ncia' o mandante nãoo%a do direito de sequela" nem sequer do direito de separação" no caso de o

mandat0rio" este reponde" nos termos erais" pelo pre9u#%o causado aomandante com a falta de cumprimento da oriação" mas não pode o mandantereivindic0-los do património de terceiros

Os ens adquiridos em e>ecução do mandato" não podem ser penhoradospelos credores do mandat0rio apenas quando o documento do contrato demandato se9a anterior B penhora. Ge os ens em causa estiverem su9eitos aoreisto" são as reras do reisto que prevalecerão" mesmo que o contrato demandato conste de escritura p?lica.

 

CONTRATO DE DEP?ITO 

*2. NoçãoO contrato de depósito 2art. 5583º !! tem por o9ecto a uarda 2custódia de

uma coisa. F esta a oriação dominante no neócio' o deposit0rio recee acoisa para a uardar.

Hreceituando o art. 5583º !! que o depósito é um contrato pelo qual uma daspartes entrea B outra uma coisa" afirma esta disposição a sua entrea real. Aãohavendo entrea" não h0 depósito. Gem entrea da coisa" pode haver" quantomuito" um contrato-promessa de depósito" que tem por o9ecto a reali%ação deum neócio 9ur#dico e não a uarda de uma coisa" e que são aplic0veis os arts.456º ses. e não arts. 5583º ses. !!.

O depósito é as mais das ve%es efectuado pelo propriet0rio ou dono da coisa.Kas nada impede" que se9a constitu#do por titulares de outros direitos" comopelo usufrutu0rio" locat0rio" etc. O art. 55&;º !!" prev* inclusivamente apossiilidade de o depósito ter sido efectuado por quem não tenha direito a reter a coisa.

 $ afirmação de que o deposit0rio h0-de uardar a coisa e restitui-la" quandoela lhe for e>iida" não osta a que as partes convencionem que a restituiçãoha9a de ser feita independentemente de interpelação nesse sentido. O própriodeposit0rio pode ter le#timo interesse em efectuar a restituição antes de estalhe ser e>iida" para se liertar do dever que assumiu" quando no tempoultrapasse o pra%o fi>ado para a uarda da coisa ou quando tenha 9usta causapara o fa%er 2art. 5;65º !!.

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Entre as modalidades poss#veis de depósito" o !ódio !ivil destacou odepósito de coisa controvertida feito pelos dos litiantes 2reulado nos arts. 5;6;ses. !! e o depósito irreular 2arts. 5;63º e 5;6:º !! sem aludir ao depósito

 9udicial. 

*$. 

O'rigaç,es do deposit8rioDuardar a coisa" sinifica" providenciar acerca da sua conservação material"isto é" mant*-la no estado em que foi receida" defendendo-a dos perios desutracção" destruição ou dano. $ reali%ação destes fins requer do deposit0riocerta actividade" de conte?do el0stico e vari0vel seundo a nature%a da coisa.

Ao desempenho da sua missão" o deposit0rio n$o está subordinado &sordens ou & direcç$o do dono da coisa.

 $ obri%aç$o de restituir   tamém est0 contida na noção de depósito 2art.5587º-! e 5583º !!. $ restituição deve ter luar" #uando o depositante a ei%ir.O pra%o considera-se fi>ado em favor do depositante" mesmo que o deposit0riose9a oneroso 2art. 55&4º !!.

 $ coisa deve ser restitu#da ao depositante ou aos seus sucessoresdevidamente hailitados e não a terceiros. 

*&. O'rigaç,es do depositanteO paamento da retriuição 2art. 55&&º-a !! só tem luar nos casos de

depósito oneroso. Gendo v0rios os deposit0rios" cada um deles ter0" emprinc#pio" direito B sua quota na retriuição loal.

O deposit0rio o%a" em relação a este crédito" do direito de retenção sore acoisa depositada.

O depositante é oriado a indemni%ar o deposit0rio pelos pre9u#%os sofridosem consequ*ncia do depósito" salvo se aquele houver procedido sem culpa.Esta restrição p1e em relevo a circunstncia de os pre9u#%os deverem" emprinc#pio" correr por conta do deposit0rio" com risco do próprio neócio.

 $s indemni%aç1es a que se referem o art. 55&&º- !! t*m luar tanto nodepósito onerosos" como no ratuito. $ lei não distinue" visto essas oriaç1esnão constitu#rem o correspectivo ou a contraprestação da oriação assumidapelo deposit0rio.

Hara arantia destas oriaç1es o%a tamém o deposit0rio do direito deretenção 2art. 733º5-e !!.

 *(. Dep5sito irregu%ar 

-i=se irre%ular o depsito #ue te! por ob;ecto coisas fun%íveis 2art. 5;63º!!.

Ao depósito" quando reularmente constitu#do" o deposit0rio deve uardar erestituir eade! res" móvel ou imóvel" que lhe foi entreue" mesmo que se tratede coisas que normalmente se9am fun#veis ou consum#veis. ,evendo arestituição ser feita" não in natura"  mas apenas em énero" qualidade equantidade 2art. ;67º !! o depósito di%-se irreular.

-N$o co!pete ao le%islador"  escreve Qalvão elles" decidir a controvrsiadoutrinária" por#ue ao le%islador s pertence resolver proble!as dessa orde!"

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#uando isso se torne necessário & conveniente estruturaç$o das instituições ou& resoluç$o dos conflitos de interesses. N$o o caso. Hor isso o pro;ecto"adoptando a deno!inaç$o corrente de depsito irre%ular" e se! to!ar posiç$ono debate sobre a sua fisiono!ia ;urídica" li!ita=se a definir os seus efeitos e a!andar aplicar=le" e! princípio" as disposições sobre o !Jtuo. Fsta re!iss$o

n$o si%nifica atribuiç$o da naturea do !Jtuo" !as etens$o do seu re%i!e" #uese ;ustifica por !otivos de orde! prática e econ!ica" atendendo a #ue nodepsito irre%ular" co!o no !Jtuo" se fa entre%a de ob;ectos fun%íveis" co!translaç$o do do!ínio e conse#uente obri%aç$o de restituiç$o %enrica.

Ao depósito irreular" o fim principal continua a ser a uarda da coisa" a suaseurança económica" portanto a satisfação dum interesse do tradens"  e sóacessoriamente a lei atriui ao accipiens poderes de disposição. F! conclus$o"!Jtuo e depsito irre%ular t'! a!bos a !es!a causa %enrica" !as diversa acausa específica.

-Considera!=se aplicáveis ao depsito irre%ular" na !edida do possível asnor!as relativas ao contrato de !Jtuo  2art. 5;6:º !!. !omo reras aplic0veis

do contrato de m?tuo ao contrato de depósito tem-se' arts. 554º" 5544º !!" emvirtude da translação do dom#nio" tornam-se indirectamente aplic0veis aodepósito irreular as normas reuladoras do risco nos contratos de alienaçãocom efic0cia real 2arts. 468º e 7&:º !!+ o art. 5548º5 !! é aplic0vel aodepósito irreular" pois é em atenção B nature%a fun#vel da coisa que se facultaao devedor o pra%o de trinta dias para cumprir a oriação. Gão ainda aplic0veisas disposiç1es dos arts. 554&º e 5535º !!+ a do art. 5536º !! confunde-se comos direitos normais do depositante.

 $s disposiç1es dos arts. 5543º" 554:º e 5547º !! que se referem ao m?tuooneroso são inaplic0veis.

CONTRATO DE EMPREITADA 

* conceito de e!preitada

 *).  Noção

Ao art. 5;67º !! define-se empreitada como o contrato pelo qual uma daspartes se oria em relação B outra a reali%ar certa ora" mediante um preço.

,o art. 5;67º !! infere-se tr*s elementos da empreitada'

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5  Os su9eitos+;   $ reali%ação de uma ora+ e  O paamento do preço.F um contrato sinalagmático  na medida em que dele emerem oriaç1es

rec#procas e interpendentes+ é um contrato oneroso,  porque o esforço

económico é suportado pelas duas partes e h0 vantaens correlativas paraamas+ e é cumulativo,  porque as vantaens patrimoniais que dele emeremsão conhecidas" para amas as partes" no momento da celeração+ trata-se deum contrato consensual,  na medida em que" ao não cair so a estatuição denenhuma norma cominadora de forma especial" a validade das declaraç1esneociais depende do mero consenso 2art. ;5&º !!.

 $ noção leal de empreitada atende simplesmente ao requisito doresultado54  C53D  e ao critério da autonomia53  C5:D  .

Ao contrato de empreitada" o empreiteiro não é um suordinado do dono daora" mas antes um contraente que actua seundo a sua própria vontade"emora ao resultado a9ustado" não e>istindo" por isso" entre eles o v#nculo

próprio das relaç1es entre comitente e comiss0rio.Os su9eitos do contrato de empreitada t*m as desinaç1es leais dee!preiteiro e de dono da obra.  Esta ?ltima e>pressão tem de ser entendida noseu sinificado técnico e não vular. O dono da obra pode não ser o proprietárioda coisa"  como resulta e>pressamente do disposto do art. 5;5;º5 e ; !!+ ésimplesmente um dos su9eitos da relação 9ur#dica. Aote-se ainda que o dono daora podem tamém ser oriado a cooperar com o empreiteiro dela" quedependem da sua participação quer por vontade das partes" quer pela nature%adas coisas.

 **.  Direitos do dono da o'ra

a)  *btenç$o de u! resultadoO comitente que celera com o empreiteiro um contrato de empreitada tem

direito a que" no pra%o acordado" lhe se9a entreue uma ora reali%ada nosmoldes convencionados.

b)  Giscaliaç$o da obra (art. <09º CC) $ fiscali%ação por parte do dono da ora tem como fim principal impedir que o

empreiteiro oculte v#cios de dif#cil verificação no momento da entrea. Hodealém disso" o dono da ora" por meio de avisos ao empreiteiro" evitar que acoisa se9a e>ecutada em condiç1es de não poder ser aceite" ou de necessitar derandes ou pequenas alteraç1es ao pro9ecto para ser receida 2art. 5;53º !!.

O direito de fiscali%ação não pode ser afastado por vontade das partes" pois anorma do art. 5;6&º !! é imperativa.

Gendo a fiscali%ação feita no interesse imediato do dono da ora e por suainiciativa" é este que deve custear as despesas dela.

 *+.  De"eres do dono da o'ra

a)  Hrestaç$o do preço

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 $ oriação principal do dono da ora é a prestação do preço acordado. Aafalta de cl0usula ou de uso em contr0rio" o preço deve ser pao no acto daaceitação da ora 2art. 5;55º; !!.

b)  Colaboraç$o necessáriaAão constitui uma verdadeira oriação" mas antes um dever de credor cu9a

violação fa% incorrer o comitente em mora accipiendi   2arts. 85º ses. !!.c)   Aceitaç$o da obra $ violação do dever de aceitar a ora fa% incorrer o comitente em mora

accipiendi   e" eventualmente" a prestação do preço se vence na data em que aaceitação deveria ter sido efectuada 2arts. 5;55º;" 863º;-c !!.

Herante a recusa in9ustificada de aceitação" o empreiteiro poder0 consinar aora em depósito 2arts. 845º ses. !!.

 *.  Direitos do e!preiteiro

Herante o incumprimento de oriaç1es do dono da ora" ao empreiteiro caerecurso B e>cepção de não cumprimento 2arts. 4;8º ses. !! ou B condição

resolutiva t0cita 2art. 865º; !!" consoante as circunstncias.ireito de retenç$o7 para arantia de paamento do preço e de quaisquerindemni%aç1es derivadas do incumprimento de deveres contratuais" oempreiteiro o%a do direito de retenção sore as coisas criadas ou modificadas"nos termos dos arts. 734º ses. !!. Este direito de retenção pode por força dosarts. 738º e 73&º !!" incidir tanto sore coisas móveis como imóveis.

 +0.  De"eres do e!preiteiro

a)  Kealiaç$o da obraO empreiteiro est0 adstrito a reali%ar uma ora" a oter um certo resultado

2art. 5;67º !! em conformidade com o convencionado e sem v#cios 2art. 5;68º!!. Em suma" o contrato deve ser pontualmente cumprido 2art. 46:º !! e deoa fé 2art. 7:;º; !!. Esta é a oriação principal do empreiteiro.

O não cumprimento das oriaç1es referidas no art. 5;68º !!" d0 luar avariadas sanç1es. O empreiteiro pode ser compelido B eliminação dos defeitos2art. 5;;5º !! ou ficar su9eito B redução do preço 2art. 5;;;º !!" B resoluçãodo contrato 2art. 5;;;º !! ou a uma indemni%ação pelos danos causados 2arts.5;;º e 5;;3º !!.

b)  Gorneci!ento de !ateriais e utensílios (art. <<0º CC),c)  Conservaç$o da coisaO empreiteiro tem a oriação de conservar a ora reali%ada até a entrear

ao comitente. F um dever lateral que poder0 emerir do contrato de empreitada"não por qualquer especificidade deste neócio 9ur#dico" mas por o empreiteiroficar adstrito a uardar a coisa que" mas tarde tem de entrear.

d)  Fntre%a da coisa $ entrea é efectiva ou simólica. E como em rera" as despesas da entrea

correm por conta do empreiteiro" na medida em que as despesas documprimento" salvo convenção em contr0rio" são suportadas pelo devedor.

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Gor!aç$o e eecuç$o do contrato

 

+1.  Consignação da o'raEm certos contratos de empreitada 9ustifica-se que" da formação do contrato"

se autonomi%a a fase de consinação da ora" pois só a partir desse momentose poderão iniciar os traalhos.

 $ consi%naç$o da obra" é o acto pelo qual o dono da ora 2ou o seurepresentante faculta ao empreiteiro os locais onde irão ser e>ecutados ostraalhos" em como os materiais e plantas complementares do pro9ecto quese9am necess0rias para que se possa proceder B e>ecução.

O pra%o fi>ado para a e>ecução da ora começa a contar-se" não da data daceleração do contrato" mas sim da consinação da ora" pois só a partir desta?ltima o empreiteiro est0 em condiç1es de e>ecutar os traalhos a que se

oriou. 

+2. A%teraç,es ao p%ano con"encionadoAo decurso da e>ecução da ora pode o pro9ecto inicial ser alterado. Ge

essas variaç1es se limitarem a modificar o tipo ou a qualidade" a estrutura" otempo ou o luar de e>ecução da ora" etc." denominam-se alteraç1es.

a)   Alterações da iniciativa do e!preiteiro $ rera eral est0 consarada no art. 5;54º5 !! estaelece que o

empreiteiro não pode fa%er alteraç1es ao plano convencionado" sem autori%açãodo dono da ora 2art. 46:º5 !!.

 $s disposiç1es do art. 5;54º !!" referem-se apenas Bs alteraç1es ao plano

convencionado" feitas por iniciativa do empreiteiro 2não autori%adas" ouautori%adas ou aceites pelo dono. @uando se9am necess0rias em virtude decertas ra%1es o9ectivas" ou se9am e>iidas pelo dono da ora" são aplic0veis asdisposiç1es dos arts. 5;53º e 5;5:º !!.

 $s reras previstas no art. ;54º !!" quanto Bs alteraç1es sãos as seuintes'-  Elas não podem ser feitas pelo empreiteiro sem autori%ação do dono da

ora 2art. 5;54º5 !!" não se reconhecendo Bquele a faculdade de alterar unilateralmente a convenção estaelecida+

-  Ge o empreiteiro as fi%er sem autori%ação" a ora considera-sedefeituosa" e su9eita quem a fe% Bs sanç1es dos arts. 5;;5º ses. !!+

-  O dono da ora não est0" porém" impedido de a aceitar com as alteraç1es

feitas pelo empreiteiro" sem ficar por isso oriado a qualquer suplementode preço ou a indemni%ação pelo dono da ora por enriquecimento semcausa 2art. 5;54º; !!.

b)   Alterações necessáriasF poss#vel que" no decurso da e>ecução" para evitar imperfeiç1es da ora ou

em consequ*ncia de direitos de terceiro ha9a necessidade de proceder aalteraç1es ao plano convencionado 2art. 5;53º5 !!. $ necessidade de

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alteração pode ficar a dever-se a uma imperfeição ou uma insufici*ncia do planonão imput0vel a nenhuma das partes.

<erificando-se a necessidade da alteração" podem as partes chear a acordoquanto Bs modificaç1es a introdu%ir no contrato. Aesse caso estar-se-0 peranteuma modificação do contrato por m?tuo consentimento 2art. 46:º5 !!" que

seuem os termos erais 2arts. ;5&º e ;;;º; !!. $ den?ncia do contrato não ser0 de aceitar sempre que o empreiteiro tenhadado in#cio aos traalhos de alteraç1es da ora.

c)   Alterações ei%idas pelo dono da obraO art. 5;5:º !!" é uma das e>cepç1es ao disposto no art. 46:º5 !!" pois é

um dos casos admitidos na lei em que se pode modificar um contrato medianteuma manifestação unilateral da vontade.

Estaelece o art. 5;5:º5 !! dois limites Bs alteraç1es impostas pelo dono daora' o valor delas não deve e>ceder a quinta parte do preço estipulado" e nãodeve haver modificaç1es da nature%a da ora.

O direito de e>iir alteraç1es não é" todavia" ilimitado ) o art. 5;5:º5 !!"

redu% o mito de aplicação deste direito" na medida em que o empreiteiro nãofica adstrito" por um lado" a alteraç1es que e>cedam no seu valor a quita partedo preço total convencionado e" por outro" alteraç1es que impliquem umamodificação da nature%a da ora.

Gempre que as alteraç1es e>iidas pelo dono da ora violarem o disposto noart. 5;5:º5 !!" o empreiteiro pode recusar-se a reali%ar essas oras.

 +$.  O'ras no"as e a%teraç,es posteriores @ entrega

Oras novas ou traalhos e>tracontratuais são aqueles que t*m autonomiarelativamente B ora prevista no contrato" ou que foram reali%ados depois da suaentrea 2art. 5;57º5 !!.

Gão" por conseuinte" os traalhos que constituem uma ora independente"ou que foram e>ecutados após a entrea da ora.

 

Ftinç$o do contrato

 +&.  Veri#icação co!unicação e aceitação da o'ra

,epois de conclu#da a ora" o empreiteiro deve avisar o dono que ela est0 emcondiç1es de ser verificada. O comitente vai" então averiuar se a ora foireali%ada nas condiç1es convencionadas e se não apresenta v#cios 2art. 5;58º5!!.

 $ verificação a que se refere o art. 5;58º5 !! tem por finalidade permitir aodono da ora asseurar-se pessoalmente de que esta foi e>ecutada nascondiç1es convencionadas e sem v#cios' e é operação distinta da fiscali%açãoque o mesmo contraente pode e>ercer no decurso do contrasto" ao ario doart. 5;6&º !!. Kas ela interessa iualmente ao empreiteiro" pois que daverificação e da aceitação depende o vencimento do preço 2art. 5;55º; !!. Hor isso a lei a considerou oriatória para o dono da ora 2art. 5;58º5 !! e

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estaeleceu sanç1es para o caso de não se efectuada 2art. 5;58º3 !! emoranão conceda ao empreiteiro o direito de e>iir que o outro contraente a faça.

Aos termos do art. 5;58º3 !!" a falta da verificação ou da comunicaçãoimporta a aceitação da ora" sem reservas.

 

+(.  Trans#erBncia da propriedade da o'raAo art. 5;5;º !!" pretende-se resolver supletivamente a questão datransfer*ncia da propriedade da ora e nele consaram-se dois reimesdiversos" consoante se trata de coisas móveis ou imóveis.

Ao art. 5;5;º5 !! estaeleceu-se reras para a determinação dapropriedade no caso de empreitada de construção de coisa móvel. O n.º ; doart. 5;5;º !!" estaelece as reras para a determinação da propriedade nocaso de empreitada de construção de coisa imóvel.