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MESTRADO EM GESTÃO E ECONOMIA DA SAÚDE POLÍTICAS E SISTEMAS DE SAÚDE A contratualização nos Cuidados de Saúde Primários Realidade Institucional – ACES Pinhal Litoral II Fonte: Blog ANIMAR Alunos Nuno Rama N.º 1996028314 Rui Passadouro da Fonseca N.º 2012106612 Docente Professor Doutor Pedro Lopes Ferreira Coimbra, maio de 2013

Contratualização no cuidados de saúde primários

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O processo de contratualização nos CSP, sobretudo com as USF, trouxe evidentes benefícios para as populações abrangidas, em termos de ganhos em saúde, e para os profissionais, em termos de satisfação profissional. Os profissionais que trabalham nas USF agruparam-se por afinidade pessoal, o que facilitou o trabalho em equipa e por conseguinte o processo de contratualização e a concretização dos objetivos.A característica das equipas das USF, motivadas e organizadas, que contrastam com as equipas das UCSP, menos motivadas e com escassez de recursos, quer humanos quer materiais, pode explicar o nível de concretização dos objetivos, mais favorável para as USF. O rejuvenescimento das equipas, com a entrada de novos profissionais, deverá ter um impacto positivo no desempenho.

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Page 1: Contratualização no cuidados de saúde primários

MESTRADO EM GESTÃO E ECONOMIA DA SAÚDE

POLÍTICAS E SISTEMAS DE SAÚDE

A contratualização nos Cuidados de Saúde Primários

Realidade Institucional – ACES Pinhal Litoral II

Fonte: Blog ANIMAR

Alunos

Nuno Rama N.º 1996028314

Rui Passadouro da Fonseca N.º 2012106612

Docente

Professor Doutor Pedro Lopes Ferreira

Coimbra, maio de 2013

Page 2: Contratualização no cuidados de saúde primários

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Abreviaturas

ACES – Agrupamento de Centros de Saúde

ACSS – Administração Central do Sistema de Saúde

ARS – Administração Regional de Saúde

CCS – Conselho Clinico e da Saúde

CP – Contrato Programa

CSP – Cuidados de Saúde Primários

DE – Diretor Executivo

GDH – Grupos de Diagnósticos Homogéneos

DCARS – Departamento de Contratualização da ARS

PCCS – Presidente do Conselho Clinico e de Saúde

PD – Plano de Desempenho

PNS – Plano Nacional de Saúde

SAM – Sistema de Apoio ao Médico

SAPE – Sistema de Apoio à Prática de Enfermagem

SINUS – Sistema de Informação para as Unidades de Saúde

SNS – Serviço Nacional de Saúde

UAG – Unidade de Apoio à Gestão

UF – Unidades Funcionais

USF – Unidade de Saúde Familiar

Page 3: Contratualização no cuidados de saúde primários

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Índice

Capitulo I - O processo de contratualização nos Cuidados de Saúde Primários ............... 1

Introdução ......................................................................................................................... 1

Contratualização ............................................................................................................... 2

Metodologia da contratualização ................................................................................... 3

Contratualização com as unidades de saúde familiares (USF) ...................................... 4

Modelos de USF ........................................................................................................... 5

Fontes de Informação ................................................................................................... 6

Plano de desempenho .................................................................................................. 6

Contratualização interna ............................................................................................... 6

Carta de compromisso .................................................................................................. 8

Contratualização externa............................................................................................... 8

Contrato-Programa........................................................................................................ 9

Capitulo II - Contratualização: realidade institucional .......................................................10

A contratualização no ACES Pinhal litoral II (ACES PLII) ................................................10

Breve caraterização do ACES PLII ...............................................................................10

Contratualização interna no ACES PLII ........................................................................14

Contratualização externa no ACES PLII .......................................................................15

Conclusão e recomendações ...........................................................................................19

Bibliografia .......................................................................................................................22

Legislação consultada .....................................................................................................23

ANEXOS ............................................................................................................................ I

Page 4: Contratualização no cuidados de saúde primários

iii

Índice de Figuras

Figura 1 – Conceito de contratualização ........................................................................... 2

Figura 2 – O Ciclo da contratualização ............................................................................. 3

Figura 3 – Contratualização externa e interna................................................................... 4

Figura 4 – Área geográfica do ACES PL II .......................................................................10

Índice de Quadros

Quadro 1 – Tolerância (%) no cumprimento das metas por classe de indicador ............... 7

Quadro 2 – Tolerância (%) no cumprimento das metas para indicadores financeiros ....... 8

Quadro 3 – População residente e discriminação por género e grupos etários-chave,

Censos 2011. ..................................................................................................................10

Quadro 4 – Recursos Humanos a 31/12/2012 no ACES PLII ..........................................11

Quadro 5 – Evolução do nº de consultas realizadas entre 2009 e 2012 ...........................11

Quadro 6 – Taxa de mortalidade infantil (‰), na área geográfica do ACES PL II, da ARSC

e do Continente; nos anos 2006-2010 .............................................................................12

Quadro 7 – Risco de morrer até aos 5 anos (‰) ..............................................................12

Quadro 8 – Taxa de mortalidade padronizada pela idade – população padrão europeia

(‰00) ................................................................................................................................13

Quadro 9 – Taxa de anos potenciais de vida perdidos por 100.000 residentes................13

Quadro 10 – ZOPA para contratualização em 2011 para as USF e ACES PLII ...............14

Quadro 11 – Evolução dos indicadores institucionais de 2010 a 2012, USFx. .................15

Quadro 12 - Indicadores de desempenho da contratualização de 2010 e valores indicativos

de 2009............................................................................................................................16

Quadro 13 – Evolução dos indicadores de contratualização externa, ACES PLII 2009 a

2012 ................................................................................................................................18

Índice de Gráficos

Gráfico 1 – Pirâmide etária: população residente, ACES PL II, censos 2001 e 2011. ......11

Gráfico 2 – Evolução da taxa bruta de natalidade (%0 ) por local de residência, 2006-2011

........................................................................................................................................12

Gráfico 3 – Evolução da taxa bruta de mortalidade antes dos 65 anos: principais causas

(‰), 2002 a 2009, ACES PLII ..........................................................................................13

Page 5: Contratualização no cuidados de saúde primários

iv

Índice de Anexos

Anexo 1 – Processo de Contratualização 2013- CSP: Calendarização e faseamento do

processo ........................................................................................................................... II

Anexo 2 – Indicadores relacionados com a contratualização de incentivos institucionais

com as USF e contratualização interna com UCSP. .........................................................III

Anexo 3 – Indicadores de desempenho assistencial elegíveis para seleção pelas ARS para

a contratualização de incentivos institucionais com as USF e contratualização interna com

as UCSP .......................................................................................................................... IV

Anexo 4 – Indicadores relacionados com incentivos financeiros nas USF modelo B. ...... IV

Anexo 5 – Indicadores de eixo nacional ............................................................................ V

Anexo 6 – Cálculo de propostas, medicamentos faturados por utilizador do SNS, 2011-

2012 ................................................................................................................................ VI

Anexo 7 – Evolução dos indicadores de contratualização para incentivos institucionais das

USF dos anos 2010 a 2012 ............................................................................................ VII

Anexo 8 – Metas contratualizadas com a USF D. Diniz ................................................. VIII

Anexo 9 – Modelo de Carta de compromisso modelo B ................................................... IX

Anexo 10 – Plano de Desempenho do ACES PLII para o ano de 2011 .......................... XII

Page 6: Contratualização no cuidados de saúde primários

1

Capitulo I - O processo de contratualização

nos Cuidados de Saúde Primários

INTRODUÇÃO

Os Cuidados de Saúde Primários (CSP) são considerados a base do sistema de saúde. O

Plano Nacional de Saúde (PNS) 2012-2016 recomenda a adoção de medidas que reforcem

a primazia dos CSP, como cuidados de proximidade, continuidade e transversalidade (PNS

2012-2016, 2010). Devem ser a primeira linha no contacto entre a comunidade e o sistema

de saúde, assumindo uma importância relevante na melhoria do estado de saúde das

populações, através da promoção da saúde, prevenção da doença, prestação de cuidados

e articulação com serviços para continuação de cuidados.

A sustentabilidade do serviço nacional de saúde (SNS), na atual situação de restrição

orçamental, decorrente da situação financeira do País, põe a contenção de gastos na

ordem do dia. Os CSP favorecem a sustentabilidade do sistema ao permitir a utilização

racional das tecnologias hospitalares, mais dispendiosas. Por outro lado, os cidadãos de

países com um melhor desenvolvimento dos CSP tendem a ter um melhor nível de saúde

(Escoval, Ribeiro, Matos, 2010).

Os ganhos em saúde, objetivados na esperança de vida à nascença, diminuição das taxas

de mortalidade infantil, neonatal e perinatal, ou a redução dos anos de vida potencial

perdidos, demonstram o sucesso dos cuidados de saúde em Portugal. Esta evolução

acompanhou a implementação dos CSP a nível nacional (Escoval, Ribeiro, Matos, 2010).

A desproporção de recursos entre cuidados hospitalares e cuidados de saúde primários e

a consequente menorização dos CSP, sem capacidade de premiar e estimular os melhores

desempenhos, potenciaram a desmotivação dos profissionais e a progressiva redução da

capacidade de prestação de cuidados (Miguel, Sá, 2010).

A criação da Unidade de Missão para os Cuidados de Saúde Primários, em 2005, com a

finalidade de implementação da reforma dos CSP, permitiu a criação das Unidades de

Saúde Familiar (USF). Os profissionais organizavam-se de forma voluntária na escolha das

equipas, sendo-lhes exigido o cumprimento de um plano de ação, com objetivos definidos,

baseados no desempenho.

Estabelecidos os objetivos, passou-se para uma fase de maior responsabilização e

exigência com a negociação de metas a atingir, baseadas no desempenho, ou seja iniciou-

se a contratualização. Este avanço aconteceu em 2007, quando as USF contratualizaram,

com o Departamento de Contratualização da respetiva ARS, um conjunto de 20 indicadores

Page 7: Contratualização no cuidados de saúde primários

2

para a Carteira Base de Serviços e um indicador por cada atividade desenvolvida no âmbito

de Carteira Adicional de Serviços (Afonso, 2010).

CONTRATUALIZAÇÃO

A contratualização define-se como “Um processo de relacionamento entre financiadores e

prestadores, assente numa filosofia contratual, envolvendo uma explicitação da ligação entre o

financiamento atribuído e os resultados esperados, baseada na autonomia e responsabilidade das

partes e sustentado num sistema de informação que permita um planeamento e uma avaliação

eficazes, considerando como objeto do contrato metas de produção, acessibilidade e qualidade”

(Escoval, 2013), ou seja, é um processo que visa garantir a acessibilidade com os melhores

padrões de qualidade (Figura 1).

Figura 1 - Conceito de contratualização

Fonte: Escoval, 2013

O processo de contratualização com o ACES iniciou-se a título experimental em 2010.

Durante o período experimental a Unidade de Apoio à Gestão (UAG) e o Conselho Clinico

do ACES obtiveram formação com a finalidade de os capacitar a produzir informação que

permitisse a decisão do Diretor Executivo.

A contratualização externa e interna tiveram o apoio estreito da unidade de

contratualização da ARS em 2010 e 2011. Em 2012 não houve processo de

contratualização externa no entanto, o ACES manteve o compromisso inerente à

contratualização com as USF, assinando a carta de compromisso com base nos

indicadores de 2011.

Em 2013 o processo de contratualização externa inicia-se no mês de abril.

Os objetivos da contratualização são: identificar as necessidades da população; controlar

a despesa; maximizar a eficiência das unidades; assegurar a responsabilização da gestão;

Page 8: Contratualização no cuidados de saúde primários

3

maximizar a fiabilidade dos dados; assegurar um elevado nível de qualidade; contratualizar

um leque de serviços efetivos; utilizar parâmetros económico-financeiros devidamente

definidos; monitorizar a efetividade dos serviços contratualizados; assegurar que são

alcançadas melhorias na saúde e no bem-estar (Escoval, 2013).

Metodologia da contratualização

O processo da contratualização (Figura 2) inicia-se, em cada ACES, com a elaboração de

um diagnóstico de situação de saúde, onde são definidas prioridades assistenciais e

fixados objetivos, tendo em consideração as necessidades da população da área

geodemográfica do ACES e a capacidade instalada, em termos de recursos materiais,

humanos e financeiros. (Escoval, 2013).

Figura 2 - O Ciclo da contratualização

Fonte: Escoval, 2013

Segue-se o processo de negociação em que se tenta a conciliação entre as necessidades

em saúde e a oferta de serviços, tendo em conta o Plano Nacional de Saúde (PNS) em

vigor e os objetivos do ACES (Figura 3). Este processo negocial culmina com a assinatura

do Contrato-Programa entre a ARS e os ACES, que formaliza a contratualização externa,

e das Cartas de Compromisso entre o ACES e as suas Unidades Funcionais, que formaliza

a contratualização interna (ACSS, março, 2013).

A monitorização e acompanhamento é um processo fundamental do ciclo da

contratualização. A recolha sistemática da informação, assente em sistemas de informação

fiáveis, permite a monitorização do desempenho e a correção de eventuais desvios

detetados, em relação aos compromissos assumidos nas Cartas de Compromisso e no

Contrato-Programa.

Page 9: Contratualização no cuidados de saúde primários

4

Figura 3 - Contratualização externa e interna

Fonte: ACSS, 2013

A avaliação e aplicação das suas consequências terminam o ciclo do processo de

contratualização. Esta fase deve permitir a reflexão global sobre o desempenho das UF e

do ACES. Tendo em conta os resultados alcançados devem ser aplicadas medidas, no

sentido da mudança de comportamentos, que facilitem as boas práticas e que permitam a

melhoria do desempenho obtido (Escoval, 2013).

Contratualização com as unidades de saúde familiares (USF)

O processo de contratualização atual desenvolveu-se com a criação das USF e foram elas

que proporcionaram a formação e a maturação das equipas de contratualização dos ACES

e das ARS. A fase de contratualização centrada na ARS permitiu um tempo de

aprendizagem gradual que se revelou importante para consolidação da autonomia do

processo.

A criação dos ACES, através da reorganização dos CSP, permitiu que a contratualização,

que era feita entre as ARS e as USF, se desenvolvesse entre as ARS e os ACES, apenas

em 2010.

Os ACES passaram a contratualizar diretamente com as USF, sendo esses princípios de

contratualização aplicados às outras Unidades Funcionais (UF), que entretanto se

continuam a implementar.

O Departamento de Contratualização das ARS, em 2007, contratualizou com cada USF

um conjunto de vinte indicadores para a carteira básica de serviços e um indicador por

cada atividade da Carteira Adicional de Serviço. O cumprimento dos objetivos

contratualizados determinava se a USF teria acesso ao pacote financeiro, de incentivos

institucionais, que poderia investir em formação, equipamentos e reabilitação das

instalações (Afonso, 2010).

A publicação da Portaria n.º 301/2008 alargou os incentivos financeiros institucionais a

todas as USF, e não apenas às de Modelo A, e cria os incentivos financeiros para os

Page 10: Contratualização no cuidados de saúde primários

5

profissionais das USF do tipo modelo B. Segundo o diploma, “estas duas modalidades de

incentivos - institucionais e financeiros - criam condições para o desenvolvimento de

ambientes de motivação dos profissionais, ao atribuir, às equipas, melhorias nas unidades

de saúde, nomeadamente no contexto físico do seu exercício e no reforço de competências

decorrentes da facilitação na acessibilidade a ações de formação e ao atribuir aos

profissionais recompensas associadas ao desempenho” (Portaria n.º 301/2008).

Os incentivos financeiros dependem da concretização dos objetivos consagrados na Carta

de Compromisso assinada com cada ACES, referentes à vigilância de mulheres em

planeamento familiar e saúde materna, vigilância de crianças do nascimento até ao

segundo ano de vida, vigilância de diabéticos e de hipertensos.

Modelos de USF

As USF são unidades funcionais dos CS, constituídas por uma equipa multiprofissional,

prestadoras de cuidados de saúde personalizados, a uma população determinada,

garantindo a acessibilidade, a continuidade e a globalidade dos cuidados prestados. As

USF distinguem-se dos Centros de Saúde, essencialmente, pela contratualização de um

compromisso de prestação de serviços à população abrangida, pela autonomia

organizativa, funcional e técnica. O grau de autonomia organizacional, a diferenciação do

modelo retributivo e de incentivos dos profissionais e o modelo de financiamento e

respetivo estatuto jurídico, permitem organizar as USF em três modelos de

desenvolvimento (Despacho 24101/2007de 22 de Outubro):

• Modelo A: este modelo corresponde a uma fase de aprendizagem do trabalho em

equipa e da prática da contratualização interna. Representam uma fase de

transição para uma forma de organização mais estruturada. As regras de

remunerações são as definidas para a respetiva carreira profissional, em igualdade

de circunstâncias com os outros profissionais da Administração Pública.

• Modelo B: atinge-se a partir do Modelo A por equipas mais experientes em termos

de organização, onde o trabalho em equipa de saúde familiar seja uma prática

efetiva, com capacidade de contratualização com patamares de desempenho mais

exigentes. O regime retributivo reflete a complexidade da organização e a

remuneração base, suplementos e compensações pelo desempenho.

• Modelo C: modelo experimental a criar no caso de eventuais insuficiências

desmontadas pelo SNS. Abrange as USF dos sectores social, cooperativo e

privado, articuladas com o CS, mas sem dependência hierárquica deste, baseando

a sua atividade num contrato-programa.

Page 11: Contratualização no cuidados de saúde primários

6

Fontes de Informação

A informação tornou-se um recurso vital à sobrevivência das empresas, por permitir

minimizar o erro na tomada de decisão (Serrano, Caldeira, Guerreiro, 2004). No setor da

saúde, a informação é um recurso estratégico e para uma unidade de saúde, a gestão da

informação, é uma atividade crítica do seu desempenho (Lapão, 2010).

Um processo de contratualização credível deve ser baseado em informação rigorosa que

esteja disponível para as partes que contratualizam: a ARS, o ACES e as UF.

A informação sobre os indicadores de contratualização obtém-se do Sistema de

Informação das Administrações Regionais de Saúde (SIARS), que é um repositório de

informação relativa às UF de cada ACES. Este sistema permite a consulta de informação

de forma rápida e fiável, mas não permite a introdução ou alteração da mesma pelo

utilizador.

As principais fontes de informação do SIARS são o Sistema de Informação das Unidades

de Saúde (SINUS), Sistema de Apoio ao Médico (SAM), MedicineOne, Vitacare e Sistema

de Apoio à Prática de Enfermagem (SAPE) (ARS Norte, 2011).

Os indicadores, percentagem de recém-nascidos, de termo, com baixo peso, a taxa de

incidência de amputações major em diabéticos e a taxa de incidência de acidentes

vasculares cerebrais na população residente com menos de 65 anos, relativos à produção

hospitalar, mas que refletem, potencialmente, a ineficiências dos CSP, são disponibilizados

pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) a partir da base de dados dos

Grupos de Diagnósticos Homogéneos (GDH).

Plano de desempenho

O Plano de Desempenho (PD) é um documento fundamental, elaborado anualmente pelo

Diretor Executivo e pelo Conselho Clinico e da Saúde (CCS), com a colaboração do núcleo

de planeamento e da UAG, que visa caraterizar o ACES, através de indicadores

populacionais de cariz sociodemográfico, socioeconómico e de resultados em saúde.

Neste documento são definidas prioridades assistenciais para o ano seguinte e são

explicitados os recursos materiais, humanos e financeiros que o ACES tem ao dispor para

cumprir a sua missão assistencial (ACSS, março, 2013).

O PD contem as metas propostas pelo ACES, que são negociadas e contratualizadas

anualmente com a ARS.

Contratualização interna

A contratualização interna é um processo que tem como objetivo a definição de atividades

que irão ser desenvolvidas pelas várias UF do ACES: Unidade de Saúde Familiar, Unidade

Page 12: Contratualização no cuidados de saúde primários

7

de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP), Unidade de Saúde Pública (USP), Unidade

de Cuidados da Comunidade (UCC) e Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados

(URAP).

A contratualização com as USF constituiu um ponto fundamental de aprendizagem, indutor

de maior responsabilização e exigência. No ano de 2013, após um período experimental

com as USF, estão reunidas as condições para contratualizar com as restantes unidades

do ACES, segundo um cronograma aprovado pela ARS Centro (Anexo 1).

Em 2013, para incentivos institucionais, irão ser contratualizados 15 indicadores, sendo 13

de nível nacional (Anexo 2) e 2 definidos pela ARS, a escolher de um conjunto de 11

possíveis (Anexo 3), através de processo de seleção entre os vários ACES. Os 9

indicadores restantes do Anexo 3 serão utilizados para monitorização da atividade

desenvolvida pelas UF. Os indicadores são agrupados em quatro grandes áreas: acesso,

desempenho assistencial, satisfação de utentes e desempenho económico.

O apuramento dos incentivos institucionais faz-se de acordo com o cumprimento das metas

estabelecidas para os indicadores. Com exceção dos indicadores de eficiência e do PNV

aos 2 anos, existe uma tolerância de 10% para se considerar “Atingido” o objetivo. Para

cada indicador considerado “Atingido” são atribuídos 2 pontos e “Quase Atingido” 1 ponto.

A atribuição dos incentivos a 100% ou 50% depende dos pontos atribuídos, de acordo com

a Portaria n.º 301/2008.

Quadro 1 – Tolerância (%) no cumprimento das metas por classe de indicador

Fonte: ACSS, 2013

As USF Modelo B, para além dos indicadores para incentivos institucionais, irão

contratualizar 17 indicadores para incentivos financeiros. Pressupõe-se que os

profissionais deste tipo de USF aceitarão níveis mais exigentes de desempenho com

objetivos médios superiores.

As metas a atingir por cada indicador resultam do consenso negocial entre cada UF e o

ACES. Devem ser ambiciosas, mas viáveis, de modo a motivar os profissionais e as

equipas, favorecendo a obtenção de ganhos em saúde.

Page 13: Contratualização no cuidados de saúde primários

8

Tal como para os incentivos institucionais, o apuramento para os incentivos financeiros faz-

se de acordo com o cumprimento das metas estabelecidas. Com exceção do indicador

PNV aos 2 anos, existe uma tolerância de 10% para se considerar “Atingido” o objetivo. A

cada indicador considerado “Atingido” atribui-se 2 pontos e “Quase Atingido” 1 ponto.

No apuramento dos 17 indicadores, atribui-se a totalidade do incentivo quando se atingem

30 pontos e 50% se a pontuação se situar entre 25 a 29.

Quadro 2 - Tolerância (%) no cumprimento das metas para indicadores financeiros

Fonte: ACSS, 2013

Carta de compromisso

Trata-se de um documento assinado entre o Diretor Executivo do ACES e o Coordenador

das respetivas UF, que formaliza a contratualização interna. Identifica as obrigações e as

contrapartidas da UF e do ACES (Anexo 9).

Contratualização externa

A contratualização externa, processo de contratualização entre o ACES e a ARS, iniciou-

se apenas em 2010. Na época, e ainda hoje, tratava-se de um processo inovador, não

isento de riscos e incertezas e, por isso, se manteve em fase experimental, de forma a

capacitar as equipas com os conhecimentos e autonomia indispensáveis.

Terminada a fase de contratualização interna, inicia-se a fase de negociação da

contratualização externa. O Diretor Executivo (DE) e o Presidente do Conselho Clinico e

de Saúde (PCCS) do ACES elaboram o Plano de Desempenho (PD), que inclui, entre

outros, as propostas de metas para os indicadores da contratualização externa. No ano de

2013 incluirá 14 indicadores de nível nacional (Anexo 5), 4 de nível regional e 2 de nível

local.

O DE e o PCCS negoceiam com a equipa de contratualização da respetiva ARS o Plano

de Desempenho e as metas propostas para os indicadores. O processo termina com a

assinatura do Contrato-Programa. (ACSS, março, 2013)

O Plano de Desempenho e o Contrato-Programa são dois documentos fundamentais para

os órgãos de gestão dos ACES, pois materializam a transferência de autonomia e

responsabilização, face à ARS.

O apuramento dos incentivos a atribuir ao ACES depende do cumprimento das metas

Page 14: Contratualização no cuidados de saúde primários

9

propostas, segundo um “Índice de Desempenho Global”. Um grau de cumprimento, de um

indicador inferior a 90% é considerado negativo. Os indicadores “taxa de utilização”,

“vacinação” e de desempenho económico-financeiro têm que ser cumpridos entre 95% e

100%.

Se o Índice de Desempenho Global for inferior a 75%, não há atribuição de incentivo para

a instituição (ACSS, março, 2013)

Contrato-Programa

É um documento assinado pela ARS e pelo ACES, que surge na sequência da aceitação,

por ambos, do PD. Formaliza o compromisso assumido e identifica as obrigações e as

contrapartidas para a ARS e ACES. Define, ainda, as regras de monitorização e avaliação

(ACSS, março, 2013).

Page 15: Contratualização no cuidados de saúde primários

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Capitulo II - Contratualização: realidade

institucional

A CONTRATUALIZAÇÃO NO ACES PINHAL LITORAL II (ACES PLII)

O processo de contratualização externa, entre o ACES PLII e a ARS Centro, iniciou-se no

ano 2010, na sequência da reforma dos CSP. Anteriormente, desde 2007, o processo de

contratualização das USF era feito entre estas e a ARS do Centro.

O resultado da contratualização externa formaliza-se através da assinatura do contrato

programa. A carta de compromisso formaliza a contratualização interna, entre o ACES e a

UF.

Breve caraterização do ACES PLII

Apresenta-se alguma informação relativa ao ACES PLII, necessariamente resumida,

atendendo à limitação de páginas do trabalho.

O ACES PLII insere-se no Distrito de Leiria e abrange a área geográfica, dos concelhos da

Batalha, Leiria, Marinha Grande e Porto de Mós (Figura 4).

Figura 4 – Área geográfica do ACES PL II

Fonte: AEPORTUGAL, 2010

A população residente, segundo os censos de 2011, é 205 707 indivíduos. O género

feminino, com 106.237, representa 52% (%) da população (Quadro 3).

Quadro 3 – População residente e discriminação por género e grupos etários-chave, censos 2011.

ACES e Municípios

Grupos etários

TOTAL 0-14 15-24 25-64 65+

Pinhal Litoral II HM 205707 31250 22537 114515 37405

H 99470 16013 11565 55521 16371

M 106237 15237 10972 58994 21034

Fonte: INE, 2012

Page 16: Contratualização no cuidados de saúde primários

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A pirâmide etária da população residente, segundo os censos de 2001 e 2011, demonstra

um estreitamento da base e um alargamento do centro e do topo, refletindo o

envelhecimento da população (Gráfico 1). A diminuição da população é mais elevada nos

grupos etários dos 15 aos 29 e 0 a 4 anos.

Gráfico 1 – Pirâmide etária: população residente, A CES PL II, censos 2001 e 2011.

No final de 2012 o ACES PLII dispunha de 437 profissional (Quadro 4), sendo 112 médicos

de Medicina Geral de Família, 8 de Saúde Pública e 121 enfermeiros.

Quadro 4 - Recursos Humanos a 31/12/2012 no ACES PLII

CARREIRA/CATEGORIA PROFISSIONAL

Médicos Enfermeiros

Assistentes técnicos

Assistentes Operacionais

Técnicos Diagnostico

e Terapêutica

Técnicos Superiores

Técnicos Serviço Social

Técnicos Serviço Geral

Informática Total MGF SP

112 8 121 112 54 16 4 2 6 2 437

Fonte: Departamento de Recursos Humanos do ACESPL a 31/12/2012

Verifica-se uma diminuição de 14,9% (102.663) do número total de consultas entre os anos

de 2009 e 2012, sobretudo à custa da saúde de adultos e ao SAP (Quadro 5).

Quadro 5 - Evolução do nº de consultas realizadas en tre 2009 e 2012 CONSULTAS ANO DESVIO

2009-2012 CRESC.

2009 2010 2011 2012 (%) Saúde de Adultos ( ≥ 18 anos) 515344 509669 491876 455805 -59539 -11,6

Saúde infantojuvenil (< 18 anos) 59767 53926 52590 50738 -9029 -15,1

Saúde da Mulher 29686 28813 27498 27332 -2354 -7,9

Domicílios 2189 1811 1740 1699 -490 -22,4

Serviço Atendimento Permanente (SAP) 79502 80006 72353 51277 -28225 -35,5

Serviço de Apoio à Gripe H 1N1 3026

TOTAL GERAL 689514 674225 646057 586851 -102663 -14,9 Fonte: SIARS,2013 (01.Dados Tradicionais) CRESC.= Crescimento

0

1 00

0

2 00

0

3 00

0

4 00

0

5 00

0

6 00

0

7 00

0

8 00

0

9 00

0

10 0

00

11 0

00

2011

0

1 00

0

2 00

0

3 00

0

4 00

0

5 00

0

6 00

0

7 00

0

8 00

0

9 00

0

10 0

00

11 0

00

0-45-910-1415-1920-2425-2930-3435-3940-4445-4950-5455-5960-6465-6970-7475-7980-84>85

2001Fonte: INE,2013.

Page 17: Contratualização no cuidados de saúde primários

12

A taxa bruta de natalidade, Gráfico 2, teve um decréscimo em todas as unidades

geográficas, no período de 2006 para 2011, sendo o concelho de Pombal o que apresenta

a menor taxa, 7,3%0.

Gráfico 2 – Evolução da taxa bruta de natalidade (% 0 ) por local de residência, 2006-2011

Fonte: INE, 2012

A taxa de mortalidade infantil, Quadro 6, não apresenta valores constantes para a mesma

unidade territorial ou ano em estudo. No ano de 2008 foi mais elevada que nos restantes

períodos. Apesar das oscilações podemos afirmar que do primeiro, para o último ano em

estudo, a taxa de mortalidade infantil diminuiu em todas as áreas geográficas. Contudo,

em 2011 verifica-se um ligeiro aumento desta taxa, relativamente a 2010.

Quadro 6- Taxa de mortalidade infantil (‰), na área geográfica do ACES PL II, da ARSC e do Continente; nos anos 2006-2010

Ano Área Geográfica

2006 2007 2008 2009 2010 2011

ACES PLII 4,20 1,0 5,6 2,07 1,1 1,6

Região Centro (NUTS II) 3 3,2 3,6 2,4 1,8 2,9

CONTINENTE (NUTS I) 3,29 3,46 3,28 3,6 2,50 3,1 Fonte: INE, Anuário estatístico, 2011

O risco de morrer até aos 5 anos (óbitos de crianças com 0 a 4 anos de idade, num ano /

total de nados vivos, num ano) tem vindo a decrescer, tal como na Região Centro e no

Continente, mas sempre com taxa inferior. Em 2009 foi 2,59 ‰ (Quadro 7)

Quadro 7 – Risco de morrer até aos 5 anos (‰) Ano Área Geográfica

2002 2006 2007 2008 2009

ACES PLII 3,20 4,70 1,50 5,60 2,59

Região Centro (NUTS II) 5,41 3,83 4,06 4,36 3,59

CONTINENTE (NUTS I) 6,32 4,34 4,22 4,03 4,42 Fonte: ACSS, 2013

10,1

9,49,2

8,98,7

8,8

9,8 9,810

8,9

9,4

9,2

9,9

9,6

9,3

8,9

9,5

10,4

9,59,5

9,79,9

8,5

9,2

8,28,2

7,5 7,37,3

8,6

9,8

9

8,58,6 8,6

8,78,4 8,5

7,98

7,9

7

7,5

8

8,5

9

9,5

10

10,5

2006 2007 2008 2009 2010 2011

Ta

xa

Pinhal Litoral Batalha Leiria Marinha Grande

Pombal Porto de Mós Região Centro (NUTS II)

Page 18: Contratualização no cuidados de saúde primários

13

A taxa de mortalidade padronizada pela idade, segundo a população padrão europeia, foi

em 2009 de 525,32 ‰00 e é inferior à da região Centro e do Continente (Quadro 8).

Quadro 8 - Taxa de mortalidade padronizada pela ida de – população padrão europeia (‰ 00) Ano Área Geográfica

2002 2006 2007 2008 2009

ACES PLII 613,31 567,62 565,31 563,78 525,32

Região Centro (NUTS II) 685,45 602,35 604,88 596,87 569,84

CONTINENTE (NUTS I) 699,16 616,66 609,96 599,10 568,15 Fonte: ACSS, 2013

A taxa potencial de anos de vida perdidos tem vindo a sofrer uma redução importante. De

2002 a 2009, teve uma diminuição de 30% sendo de 3967,1 anos por 100.000 habitantes

em 2009 (Quadro 9).

Quadro 9 - Taxa de anos potenciais de vida perdidos por 100.000 residentes Ano Área Geográfica

2002 2006 2007 2008 2009

ACES PLII 5.667,03 4.460,75 5.219,81 5.548,68 3.967,10

Região Centro (NUTS II) 5.077,88 4.497,34 4.361,55 4.452,01 4.140,15

CONTINENTE (NUTS I) 5.426,31 4.589,80 4.541,01 4.421,53 4.354,17 Fonte: ACSS, 2013

A taxa de mortalidade por cancro da mama feminino sofreu um aumento de 2002 até 2008

e em 2009 sofreu um pequeno decréscimo, sendo de 0,1 ‰. O suicídio tem vindo a

aumentar no período em análise. As doenças atribuíveis ao álcool representam uma taxa

de mortalidade de 0,08 ‰ (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Evolução da taxa bruta de mortalidade (‰ ), antes dos 65 anos: 2002 a 2009, ACES PLII

Fonte: ACSS, 2013

0,090,08

0,12 0,150,1

0,020,01

0,02 0,02

0,030,07

0,07

0,07 0,07

0,060,07

0,02

0,030,03

0,050,09

0,06

0,060,06

0,080,04

0,020,02

0,01 0,020,09

0,030,04

0,06 0,09

0,12 0,070,05

0,110,08

2002 2006 2007 2008 2009

Doenças atribuíveis ao álcool antesdos 65 anosSuicídio antes dos 65 anos

HIV/SIDA antes dos 65 anos

AVC antes dos 65 anos

Doença isquémica cardíaca antesdos 65 anosCancro do cólon e recto antes dos65 anosCancro do colo do útero antes dos65 anosCancro da mama feminino antesdos 65 anos

Page 19: Contratualização no cuidados de saúde primários

14

Contratualização interna no ACES PLII

A contratualização interna no ACES PLII realizou-se com as USF Santiago e USF D. Dinis,

desde 2010, e com a USP Condestável em 2012. Após avaliação das necessidades, tendo

em conta a capacidade instalada, foram estabelecidas prioridades e fixados os objetivos.

Procedeu-se à negociação para cada indicador de incentivos institucionais e financeiros e

à formalização do acordo através da Carta de Compromisso.

O Diretor Executivo (DE) e o Conselho Clinico e da Saúde (CCS) elaboraram uma proposta

a atingir em 2012, que foi dada a conhecer a cada USF. Tendo como referência a evolução

de cada indicador, no passado, a capacidade instaladas e a disponibilidade das pessoas,

cada USF fez uma contraproposta que apresentou ao ACES.

Posteriormente, em reunião de trabalho, o coordenador de cada USF, e a sua equipa,

reuniram-se nas instalações do ACES com o DE, o CCS e a equipa de planeamento. Tendo

por base, a informação relativa a cada indicador e a ZOPA1, exemplificada no Quadro 10

com o indicador “Custo com medicamentos faturados por utilizador do SNS”, utilizando as

técnicas de negociação, e tendo como pressuposto a grande experiência organizacional e

o trabalho efetivo em equipa de cada USF, foi possível chegar a um acordo em patamares

de desempenho mais exigentes, conforme expresso no Quadro 10 e no Anexo 8,

formalizado na Carta de Compromisso (Anexo 9).

Quadro 10 – ZOPA para contratualização em 2011 para as USF e ACES PLII ACES

Cut 2010 ZP- Zp+ META 2011

D. Diniz 159,65 € 136,50 € -15% 156,45 € -2% 149,50

Santiago 133,81 € 114,41 € -15% 131,13 € -2% 126,60

ACES PLII 201,05 € 171,38 € -15% 185,15 € -8% 196,18

Fonte: Departamento de contratualização: ARS Centro, 2011

A evolução dos indicadores contratualizados com as USF, para incentivos institucionais,

tiveram evolução positiva, de 2010 a 2012, apesar dos objetivos se terem fixado, no

primeiro ano (2010), muito próximo e nalguns casos acima dos 90%. No entanto, de 2011

para 2012 a concretização dos indicadores assinalados a vermelho no Quadro 11 não

atingiu os valores contratualizados. A métrica para apuramento dos incentivos

institucionais, e também dos financeiros, permite alguma margem de erro (Quadro 1 e

Quadro 2). Aplicada essa margem às metas contratualizadas para 2012, considera-se que

1 A "Zona de Possível Acordo" representa o intervalo no qual um acordo pode ser feito. O preço limite de cada parte determina uma extremidade da ZOPA. A ZOPA, em si, somente ocorre quando há uma sobreposição entre esses dois extremos, alto e baixo, isto é, entre os preços limite das partes (ARS Centro).

Page 20: Contratualização no cuidados de saúde primários

15

todos os indicadores foram considerados “Atingido”, de acordo com a portaria 301/2008 de

22 de abril, com exceção do PNV aos 2 anos.

Quadro 11 - Evolução dos indicadores institucionais de 2010 a 2012, USFx. Indicador Meta para 2012 2012 2011 2010

% consulta pelo méd. familia 92,00 90,75 92,74 92,35

Tx utiliz. global de consultas 71,00 66,99 66,18 60,06

Tx visitas dom. medicas/1000 insc. 35,00 37,17 36,91 40,93

Tx visitas dom. enf/1000 insc. 150,00 137,20 139,09 129,81

% hipert com PA em cada semestre 93,00 87,40 92,10 86,07

% mulh 50-69 mamog. reg ult. 2 a 75,00 71,52 74,55 65,48

% mulh 25-64 c/ colpocit. actualiz. 61,00 58,15 58,49 53,07

% diab. >=2HbA1C reg. últ 12m 95,00 95,03 94,02 86,09

% 1as cons. vida feitas até 28d 95,00 96,19 98,47 85,95

% criancas c/PNV actlz aos 2a (S) 98,00 97,46 94,70 93,13

% criancas c/PNV actlz aos 7a (S) 98,00 92,86 97,48 91,53

% 1as cons. grav. 1º trim 90,00 96,39 90,38 87,37

CM medica/ presc. utilz (PVP) 175,46 211,47 204,12

CM medica/ fact (PVP), p/ utilz SNS 135,33 € 126,57 143,08 143,41 135,3

CM MCDT s presc p/ utilz 45,98 53,47 50,75

CM MCDT s fact. p/ utilizador SNS 43,81 € 37,64 43,81 41,87 43,81

83,7

67,5

54,9

85,5

85,5

88,2

81

Met

as p

ara

2012

com

pon

dera

ção

Metas 2012

82,8

63,9

31,5

135

Fonte: SIARS, 2013

Contratualização externa no ACES PLII

A contratualização externa, processo de contratualização entre o ACES PLII e a ARS

Centro, iniciou-se apenas em 2010. Contudo, só foi possível colher elementos relativos ao

processo de negociação para o ano de 2011.

Em 2011, o DE apresentou o Plano de Desempenho ao Departamento de Contratualização

da ARS Centro (Anexo 10), onde constava: Caracterização do ACES; Linhas estratégicas;

Plano de Atividades; Plano de Formação; Mapa de Equipamentos, Mapa de Recursos

Humanos, Indicadores de Desempenho.

Apresentaram-se os indicadores para incentivos institucionais contratualizados para 2010

e o seu nível de cumprimento em 2009 e 2010. (Quadro 12). Os sistemas de informação

foram referidos como obstáculos ao cumprimentos dos objetivos, ao mesmo nível da

carência de, médicos, enfermeiros e assistentes técnicos.

Page 21: Contratualização no cuidados de saúde primários

16

Quadro 12 - Indicadores de desempenho da contratual ização de 2010 e valores indicativos de 2009

Objetivos Nacionais de CSP - Eixo Nacional Valores 2009

Valores Contratualizados

2010

Valores Atingidos

2010

Taxa de utilização global de consultas médicas 64,14%* 67,5% 64,54%

Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar/15-49 anos 25,87%* 26,5 16,84

Permilagem de recém-nascidos, de termo, com baixo peso 18,50%0 a** 18,05% 21,7%

Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias 59,39%* 72% 63,68 Percentagem de Utentes com Plano Nacional de Vacinação atualizado

aos 14 anos 98,28%* 98,3% 78,40%

Percentagem de inscritos entre os 50 e 74 anos com rastreio de cancro colo-rectal efetuado 3,37%* s/efeito

Incidência de amputações em diabéticos na população residente 1,5 %00a ** 1,45% 1,2%

Incidência de acidentes vasculares cerebrais na população residente 33,86%00a ** 33,7% 34,7%

Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos e sedativos e antidepressivos no mercado do SNS em ambulatório (Dose Diária

Definida/1000 habitantes/dia) 137.1 135 n/d

Nº de episódios agudos que deram origem a codificação de episódio (ICPC2) / nº total de episódios

4,8% s/efeito

Percentagem de utilizadores satisfeitos e muito satisfeitos >78,23%**** Aguarda dados

da DGS

Percentagem de consumo de medicamentos genéricos em embalagens, no total de embalagens de medicamentos

19,29%* 21% 29,88

Custo médio de medicamentos faturados por utilizador 220,49 € * 240€ 229,40

Custo médio de MCDT faturados por utilizador 71,92 € * 63€ 76,99

Objetivos Regionais de CSP - Eixo Regional

Percentagem de hipertensos com registo de TA nos últimos 6 meses 59,49% * 70% 61,42% Percentagem de mulheres dos 25 aos 65 anos com colpocitologia

atualizada 42% * 45% 13,48

Percentagem de mulheres dos 50 aos 69 anos com mamografia registada nos últimos dois anos

50,6%* 52,6% 19,28%

Percentagem de diagnóstico precoce (THSPKU) até ao 7ºdia de vida 27,22%* / 97,0%*** 97%

56,57*/ 97,8***

Objetivos Regionais de CSP - Eixo Local

Percentagem de crianças com PNV atualizado aos 2 anos de idade 98,28%* 98,3% 93,18%

Taxa de visitas domiciliárias médicas/ 1000 inscritos 9,63%* 11% 7,81% Fonte: *SIARS/**ACSS/*** Colheita Manual /nd – não disponível/ **** Estudo Satisfação dos utentes face à reforma dos CSP - ACeS PL II - Março, 2010. (a

2008) Nota : Quadro extraída do Plano de Desempenho de 2011 do ACES PLII

Como previsto na metodologia do processo de contratualização, realizou-se uma reunião

de trabalho, na sede da ARS Centro, utilizando técnicas de negociação semelhantes às

usadas anteriormente na contratualização interna. Os representantes do ACES e da ARS,

com base na informação disponível sobre a evolução dos indicadores e tendo em

consideração os constrangimentos específicos do ACES, em termos de recursos,

chegaram a um acordo sobre as metas a atingir, formalizado pelo Contrato-Programa.

O processo de contratualização com a ARS, com a periodicidade anual, obriga à realização

de um relatório de atividade, com espirito crítico, e à proposta de metas a atingir que se

devem traduzir em ganhos de saúde. O ACES poderá receber incentivos institucionais para

investir em projetos de sua iniciativa, com potencial repercussão positiva na satisfação dos

seus profissionais e dos seus utentes.

Page 22: Contratualização no cuidados de saúde primários

17

O compromisso dos órgãos de gestão do ACES com a ARS, deve ser amplamente

discutido com os profissionais de modo a que seja entendido como o compromisso dos

profissionais e seja favorecida a sua exequibilidade.

Nos quatro anos em análise (Quadro 13) salienta-se uma evolução positiva em todos os

indicadores de eficiência. No entanto, a concretização destes indicadores denotam uma

menor eficiência a nível do ACES, quando comparados com os atingidos pelas USF. Estes

ganhos, especialmente a nível do ACES, segundo estudo efetuado na ARS Norte (2012)

refletem sobretudo a alteração da política de comparticipação do medicamento e o preço

dos mesmos no mercado e não a convicção dos profissionais.

Dando como exemplo o indicador “Custo médio para o SNS de medicamentos faturados

por utilizador”, verificamos que a USFx consumiu 126,57€ por utilizador, (Quadro 11)

enquanto o ACES PLII consumiu 176,0€ (Quadro 13) por utilizador do SNS.

A nível do consumo de genéricos, apesar do aumento sustentado, que passou de 19,6%

em 2009 para 34,57% em 2012, esperava-se um maior crescimento, já que a quota média

destes medicamentos é superior a 50% nos países europeus (Sheppard, 2013).

A nível do “Desempenho Assistencial” considera-se positiva a evolução. Foram os

indicadores com maior crescimento. A “Percentagem de primeiras consultas na vida

efetuadas até aos 28 dias” passou de 61,13% para 82,27%, apesar da notória carência de

profissionais médicos e de enfermagem (Quadro 13).

Em relação ao “Acesso”, regista-se apenas uma ligeira evolução positiva no Planeamento

Familiar e decréscimo da taxa de utilização global de consultas médicas (Quadro 13).

Page 23: Contratualização no cuidados de saúde primários

18

Quadro 13 - Evolução dos indicadores de contratuali zação externa, ACES PLII 2009 a 2012

Tipo de Indicador INDICADOR 2009 2010 Meta 2011

Valor Atingido

2011

Valor Atingido

2012

Acesso Taxa de utilização global de consultas médicas 66,28% 64,52% 68,00% 64,03% 62,34%

Aceso Taxa de utilização de consultas de planeamento familiar 15,27% 16,84% 20,50% 18,52% 19,85%

Desempenho Assistencial

Percentagem de recém-nascidos, de termo, com baixo peso (< 2.500 gr) 2,66% SD 1,86%

(a atingir em 2013)

SD SD

Desempenho Assistencial

Percentagem de primeiras consultas na vida efetuadas até aos 28 dias 61,13% 63,32% 72,04% 72,80% 82,27%

Desempenho Assistencial

Percentagem de Utentes com Plano Nacional de Vacinação atualizado aos 13 anos 88,04% 90,38% 95,00% 90,82/96,68%* 81,95/95,6%*

Desempenho Assistencial

Percentagem de inscritos entre os 50 e 74 anos com rastreio de cancro do colo-rectal efetuado 3,37% 5,29% 11,08% 11,78% 17,81%

Desempenho Assistencial

Incidência de amputações major em diabéticos na população residente (/10.000) 0,99 0,00 0,86 SD SD

Desempenho Assistencial

Incidência de acidentes vasculares cerebrais na população residente <65 anos (/10.000) 8,31 0,00

7,72 (a atingir em 2013)

SD SD

Desempenho Assistencial

Consumo de medicamentos ansiolíticos, hipnóticos e sedativos e antidepressivos no mercado do SNS em ambulatório (DDD/1000 habitantes/dia) 0,00

135,00 (meta a rever)

SD SD

Satisfação Percentagem de utilizadores satisfeitos e muito satisfeitos SD SD SD SD SD

Eficiência Percentagem de consumo de medicamentos genéricos em embalagens no total de embalagens de medicamentos 19,63% 24,98% 29,88% 31,29% 34,57% **

Eficiência Custo médio para o SNS de medicamentos faturados por utilizador 210,95€ 229,45€ 196,18 € 194,90 € 176,0 € **

Eficiência Custo médio de MCDT faturados por utilizador 69,84 € 76,99€ 65,00 € 57,15 € 53,87 € **

Fonte: SIARS, 2013 (* SIARS/SINUS) ** dados provisórios; SD: sem dados

Page 24: Contratualização no cuidados de saúde primários

19

CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES

O processo de contratualização nos CSP, sobretudo com as USF, trouxe evidentes

benefícios para as populações abrangidas, em termos de ganhos em saúde, e para os

profissionais, em termos de satisfação profissional. Os profissionais que trabalham nas

USF agruparam-se por afinidade pessoal, o que facilitou o trabalho em equipa e por

conseguinte o processo de contratualização e a concretização dos objetivos.

A característica das equipas das USF, motivadas e organizadas, que contrastam com as

equipas das UCSP, menos motivadas e com escassez de recursos, quer humanos quer

materiais, pode explicar o nível de concretização dos objetivos, mais favorável para as

USF. O rejuvenescimento das equipas, com a entrada de novos profissionais, deverá ter

um impacto positivo no desempenho.

É indiscutível que há mais utentes envolvidos nos programas de vigilância, no controlo da

hipertensão, diabetes e do cancro. Referência especial para as “1ª consulta até aos 28

dias” e ao “ Rastreio do cancro colo retal” que passaram de 61,3% para 82,27% e de 3,37%

para 17,8%, respetivamente.

A relação direta entre desempenho dos prestadores e o respetivo desempenho financeiro

pode levar a uma excessiva concentração no desempenho. Será necessário reduzir as

ineficiências, mas também promover a qualidade do serviço, a segurança e a satisfação

dos doentes. A monitorização torna-se fundamental, por permitir corrigir os desvios

detetados.

Numa fase mais avançada da contratualização, não só com as USF, mas com todas as UF

do ACES, admitindo que a contratualização pode estimular a competição entre as equipas

prestadoras de cuidados de saúde, esperam-se soluções inovadoras por parte destas, para

cativarem os utilizadores. Esta situação pode ser potenciada com a divulgação, junto dos

utilizadores, da concretização dos objetivos e dos ganhos em saúde, em cada UF.

A competição entre as unidades não será viável enquanto existirem desigualdades

remuneratórias, ligadas à contratualização, entre as várias UF. Será necessário alargar o

sistema de remuneração associado ao desempenho a todos os profissionais do ACES e

definir indicadores de eficiência para as UCC, USP e URAP à semelhança das USF e

UCSP.

Os indicadores disponíveis para contratualização e acompanhamento focam, sobretudo, o

desempenho do setor profissional médico e de enfermagem. É necessário encontrar

formas de medir o desempenho dos outros profissionais, entre eles os nutricionistas,

fisioterapeutas, psicólogos, higienistas orais e assistentes sociais.

Page 25: Contratualização no cuidados de saúde primários

20

Nenhum dos indicadores propostos favorece a investigação em saúde. A investigação

gera conhecimento que se poderá traduzir em novas estratégias, tecnologias e

intervenções efetivas que se devem disponibilizar para beneficiar as pessoas, em

particular, as mais pobres e vulneráveis (World Health Organization, 2005). Recomenda-

se a definição de indicadores que promovam a prática da investigação nas UF do ACES.

“A USP funciona como observatório de saúde da área geodemográfica do ACES em que

se integra, (…) ” (DL nº28/2008). Integram as competências das USP: identificar

necessidades de saúde; monitorizar do estado de saúde da população e seus

determinantes; promover a investigação e a vigilância epidemiológicas; avaliar o impacte

das várias intervenções em saúde (…) (DL nº81/2009). É essencial que o processo de

contratualização se estenda às USP, valorizando a sua intervenção, de modo a evitar o

colapso eminente da área profissional.

Os sistemas de informação são a base para a recolha de informação com vista à

contratualização. Não devem criar dúvidas quanto à validade do conhecimento gerado.

Nos indicadores de vacinação existe uma diferença considerável entre a informação

gerada pelo SINUS e pelo SIARS. Tendo como exemplo a ”Percentagem de Utentes com

Plano Nacional de Vacinação atualizado aos 13 anos”, indicador de desempenho

assistencial (Quadro 13), obtém-se uma cobertura vacinal de 81,95% no SIARS e 95,6%

no SINUS. Considerando a avaliação SIARS, a vacinação ficaria com um nível de

concretização inferior a 95%, pondo em risco a população, pois não seria atingindo um

nível de imunização que garantisse a imunidade de grupo. Enquanto o SINUS considera a

vacinação cumprida quando efetuada durante o ano recomendado, o SIARS, apenas

considera como cumprida a vacinação, se esta ocorrer até ao dia em que o utente atinge

a idade recomendada para a mesma. Consideramos que o critério SINUS está mais

próximo da realidade clinica, pelo que, devem ser corrigidas estas discrepâncias de modo

a que o sistema de informação seja credível.

Apesar do investimento em sistemas de informação de apoio à prática e decisão clinica e

à gestão, as condições de utilização são desfavoráveis para as UF que distam dos centros

urbanos. As limitações da largura de banda tornam-se um constrangimento para a

concretização dos objetivos. As USF, localizadas em centros urbanos, partem com uma

vantagem adicional. Torna-se urgente resolver esse problema técnico e colocar à

disposição de todas as UF um sistema de informação que permita a monitorização, análise

estatística, alertas e dispositivos de apoio á decisão clínica e à participação e envolvimento

dos utentes.

Page 26: Contratualização no cuidados de saúde primários

21

A cidadania constrói-se e evoluiu com o conhecimento; não há cidadania sem informação

(Lapão, 2010).

Em termos de conclusão, são inegáveis as vantagens que o processo de contratualização

teve na evolução dos CSP, especialmente na dinamização das equipas ligadas às USF,

medidas em termos de custo-efetividade, sobretudo devido à redução dos custos em

medicamentos e meios complementares de diagnóstico, e no aumento dos indicadores de

desempenho assistencial.

Existe ainda um caminho a percorrer, que se espera que não seja longo, que permita

corrigir as desigualdades na realização e satisfação profissional entre as várias UF e

promover o acesso equitativos dos utentes, independentemente das UF onde procurem

cuidados de saúde.

Por último, considerando os sistemas de informação como a pedra basilar da

contratualização, urge resolver os problemas atuais, nomeadamente os que se relacionam

com a interoperabilidade entre os vários níveis de cuidados.

Page 27: Contratualização no cuidados de saúde primários

22

BIBLIOGRAFIA

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ano de 2013: Monitorização do processo de contratualização. Lisboa: Ministério da Saúde.

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primários. Revista Portuguesa de Saúde Pública, pp. 59-64.

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Manual de Utilização. Obtido em Abril de 2013, de Portal da ARS Norte: http://portal.arsnorte.min-

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%20Manual%20de%20Utiliza%C3%A7%C3%A3o%20-%20Unidades%20Fu.pdf

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http://www.ensp.unl.pt/dispositivos-de-apoio/cdi/cdi/sector-de-

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do Plano Nacional de Saúde 2011-2016. Lisboa: Instituto de Higiene e Medicina Tropical.

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março de 2013, de Alto Comissariado da Saúde: http://pns.dgs.pt/files/2010/07/Documento-

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Lisboa: FCA - Editora de Informática.

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Obtido em 22 de Abril de 2013, de IMS HEALTH:

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2013, de World Health Organization:

http://www.who.int/rpc/summit/documents/Proposed_WHO_Networks_to_Support_Health_De

cision-Making.pdf

Page 28: Contratualização no cuidados de saúde primários

23

LEGISLAÇÃO CONSULTADA

DL nº81/2009 - Reestrutura a organização dos serviços operativos de saúde pública a nível

regional e local.

Portaria n.º 301/2008 - Regula os critérios e condições para a atribuição de incentivos

institucionais e financeiros aos profissionais das Unidades de Saúde Familiar

Decreto-Lei n.º 28/2008 - Estabelece o regime da criação, estruturação e funcionamento

dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES).

Despacho Normativo n.º 10/2007 - agiliza o funcionamento das USF e organiza-as em

três modelos .

Despacho 24101/2007 - Definição dos modelos de organização das USF: A, B e C, de

acordo com o grau de autonomia funcional, diferenciação de modelo retributivo e

patamares de contratualização.

Decreto-Lei nº 298/2007 - Estabelece o regime jurídico da organização e do

funcionamento das unidades de saúde familiar e o regime de incentivos a atribuir a todos

os elementos que as constituem (aplicável a todos os modelos de USF), bem como a

remuneração a atribuir aos elementos que integrem as USF de Modelo B.

Portaria 1368/2007 - Aprova a carteira básica de serviços e os princípios da carteira

adicional de serviços das unidades de saúde familiar (USF).

Page 29: Contratualização no cuidados de saúde primários

I

ANEXOS

Page 30: Contratualização no cuidados de saúde primários

II

Anexo 1- Processo de Contratualização 2013- CSP: Calendarização e faseamento do processo

Fonte: ARS Centro

Page 31: Contratualização no cuidados de saúde primários

III

Anexo 2 - Indicadores relacionados com a contratual ização de incentivos institucionais com as USF e contratualização interna com UCSP.

Fonte: (ACSS, março, 2013)

Page 32: Contratualização no cuidados de saúde primários

IV

Anexo 3 - Indicadores de desempenho assistencial el egíveis para seleção pelas ARS para a contratualização de incentivos institucionais com a s USF e contratualização interna com as UCSP

Fonte: (ACSS, março, 2013)

Anexo 4 - Indicadores relacionados com incentivos financeiros nas USF modelo B.

Fonte: (ACSS, março, 2013)

Page 33: Contratualização no cuidados de saúde primários

V

Anexo 5 - Indicadores de eixo nacional

Page 34: Contratualização no cuidados de saúde primários

VI

Anexo 6 - Cálculo de propostas, medicamentos fatura dos por utilizador do SNS, 2011-2012

ZOPA 2012

Ut PVP Cut 2012

CONDESTAVEL 11.627 2.319.021 199,45 €

D. DINIZ 8.056 1.015.316 126,03 €

SANTIAGO 7.393 686.139 92,81 €

ACES PL 279.125 43.625.173 € 156,29 €

Total 2012

Page 35: Contratualização no cuidados de saúde primários

VII

Anexo 7 – Evolução dos indicadores de contratualiza ção para incentivos institucionais das USF dos anos 2010 a 2012

Page 36: Contratualização no cuidados de saúde primários

VIII

Anexo 8 – Metas contratualizadas com a USF D. Diniz

Page 37: Contratualização no cuidados de saúde primários

IX

Anexo 9 - Modelo de Carta de compromisso modelo B

Page 38: Contratualização no cuidados de saúde primários

X

Page 39: Contratualização no cuidados de saúde primários

XI

Page 40: Contratualização no cuidados de saúde primários

XII

Anexo 10 - Plano de Desempenho do ACES PLII para o ano de 2011