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ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO ALISSON BORDWELL DA SILVA CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO PARA AS POLÍCIAS MILITARES Rio de Janeiro 2017

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO … · Menezes construído para os Jogos Pan Americanos (arquivo EsEqEx) Pg.26 Foto 11 – símbolo dos jogos Mundiais Militares

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ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO

ALISSON BORDWELL DA SILVA

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO PARA AS POLÍCIAS MILITARES

Rio de Janeiro 2017

1

ALISSON BORDWELL DA SILVA

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO PARA AS POLÍCIAS MILITARES

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Escola de Equitação do

Exército como parte dos requisitos para a

obtenção do Grau de Especialização em

Instrutor de Equitação.

Orientador: Maj Cav Bernardo Lacerda Ramos

Rio de Janeiro 2017

2

CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO BRASILEIRO PARA AS POLÍCIAS MILITARES

Trabalho de Conclusão de Curso

apresentado à Escola de Equitação do

Exército como parte dos requisitos para a

obtenção do Grau de Especialização em

Instrutor de Equitação.

COMISSÃO AVALIADORA

Maj Cav Bernardo Lacerda Ramos

Maj Cav Cláudio Adão de Jesus Meira

1º Ten Cav Júlio César Brum Ribeiro Fraga

3

Agradecimentos

Dedico este trabalho primeiramente a

minha família, pois cada passo, cada escolha, cada

respiração, faço em função deles, minha filha Luiza

Akemi e minha esposa Cristina Marques Bordwell,

além é claro de meus pais Raimundo da Silva e Marta

Diva Bordwell Silva e, também, meus queridos

irmãos Cínthia Maria Bordwell da Silva e André

Bordwell da Silva.

Não posso esquecer de meus

Comandantes, que sempre confiaram em mim, alguns

deles me atrevo a citar os nomes: Ten Cel PM Carlos

Eduardo de Oliveira, Cel PM Everton Rubens

Rodrigues da Cunha, Cel PM Marcelo Vieira Salles,

Cel PM Walter Gomes Motta e Cel PM José Felix de

Oliveira.

Injustiça esquecer dos meus

instrutores, não só da EsEqEx, mas também dos

meus amigos que me ajudaram na preparação para o

curso, dentre eles: 1º Ten PM Rafael Silva Gouveia,

1º Ten PM Fernando Medeiros Vasconcelos, 1º Ten

PM Vinícius de Nóbrega, 1º Ten PM Amilcar Filipe

Garcia de Souza Cavalcanti, este em especial, pelo

empréstimo da maravilhosa égua Esmeralda.

Um agradecimento muito especial ao

meu amigo e tratador Cb PM Marcio Sílvio Franco,

que abriu mão de seu convívio familiar para me ajudar

nesta difícil empreitada.

Por fim, que Deus abençoe meus

cavalos que suportaram calados todos os meus

defeitos, são eles: IZ Caravela, IZ Esqui e IZ Icone.

“Sou feliz porque tenho família, amigos e cavalos.”

4

RESUMO SILVA, Alisson Bordwell da. Contribuição da Escola de Equitação do Exército Brasileiro para as Polícias Militares. Rio de Janeiro: EsEqEx. 2017

O presente trabalho tem como objetivo comprovar a necessidade de

frequência de policiais militares de todo o Brasil nos cursos de formação da Escola

de Equitação do Exército Brasileiro, visando a prestação do serviço público de

segurança ostensiva e preventiva na modalidade policiamento montado. Dentro

desta necessidade procura-se demonstrar a importância da Equitação Acadêmica

como estrutura fundamental para o desenvolvimento do policiamento montado, além

de mensurar qual o campo de atuação que os profissionais de segurança pública

teriam à sua disposição, para a aplicação dos conhecimentos adquiridos após a

conclusão do curso.

Palavras chaves: Importância. Equitação Acadêmica. Policiamento Montado.

5

ABSTRACT

SILVA, Alisson Bordwell. Contribution of the horse Riding School of the Brazilian

Army for the Military Police. Rio de Janeiro: EsEqEx. 2017

The present work aims to prove the necessity of attendance of the military police

throughout Brazil in the training courses of the Riding School of the Brazilian Army,

aiming at the provision of public security ostensive and preventive in the mode of

policing mounted. Within this need seeks to demonstrate the importance of horse

Riding Academic as the fundamental structure for the development of policing

mounted, in addition to measuring what the playing field that the public security

professionals have at their disposal, for the application of the acquired knowledge

after the conclusion of the course.

Key words: Importance. Horse Riding Academic. Policing Mounted.

6

FOTOS

Foto 01 – curveta (arquivo da EsEqEx) Pg.18

Foto 02 – garupada (arquivo pessoal) Pg.19

Foto 03 – cabriola (arquivo pessoal) Pg. 9

Foto 04 - Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do

Exército Brasileiro. Fundador e presidente do primeiro Clube Hípico

do Brasil (arquivo da EsEqEx)

Pg.21

Foto 05 - General Garmellin Chefe da Missão Francesa (arquivo da

EsEqEx)

Pg.22

Foto 06 - Entrada da Escola de Equitação do Exército, em Realengo

(arquivo EsEqEx)

Pg.24

Foto 07 - Curso de Juiz de Adestramento ministrado pelo Cel Salim

Nigri, para civis na época da AENE (arquivo EsEqEx)

Pg.24

Foto 08 – Entrada atual da EsEqEx (arquivo EsEqEx) Pg.25

Foto 09 – símbolo dos jogos Pan Americanos Pg.25

Foto 10 – Vista da pista principal do Parque Hípico General Eloy

Menezes construído para os Jogos Pan Americanos (arquivo

EsEqEx)

Pg.26

Foto 11 – símbolo dos jogos Mundiais Militares (arquivo EsEqEx) Pg.26

Foto 12 - Sorteio dos cavalos na Prova de hipismo da modalidade

Pentatlo Moderno (arquivo EsEqEx)

Pg.27

Foto 13 – símbolo dos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro Pg.27

Foto 14 - vista aérea do Parque Hípico General Eloy Menezes todo

adaptado para receber os jogos Olímpicos de 2016 (arquivo

EsEqEx)

Pg.27

Foto 15 – a proximidade de crianças com a Polícia Montada da

PMERJ

Pg.36

Foto 16 – polícia montada de Detroit (EUA) Pg.38

7

Foto 17 – polícia montada francesa Guarde Republicaine Pg.38

Foto 18 – polícia montada holandesa Pg.39

Foto 19 – polícia montada alemã Polizei Munchen Pg.39

Foto 20 – polícia montada australiana Pg.39

Foto 21 – polícia montada portuguesa Guarda Nacional Republicana Pg.39

Foto 22 – polícia montada chilena Carabineiros Pg.40

Foto 23 – polícia montada de Santa Catarina Pg.40

Foto 24 – polícia montada de Minas Gerais Pg.41

Foto 25 – polícia montada de São Paulo Pg.41

Foto 26 – polícia montada do Rio Grande do Sul Pg.41

Foto 27 – polícia montada do Mato Grosso Pg.42

Foto 28 – polícia montada do Amazonas Pg.42

Foto 29 – polícia montada do Ceará Pg.42

Foto 30 – aluno em aula de carrière realizando saltos sem estribos,

buscando desenvolver equilíbrio e fixidez em situações difíceis.

(arquivo pessoal)

Pg.46

Foto 31 – aluno em avaliação de saltadores realizando a figura da

curveta (trabalho nos palanques pillier), sem estribos e sem contato

com as rédeas (arquivo pessoal)

Pg.47

Foto 32 – aluno em avaliação de saltadores realizando a figura da

garupada sem estribos e sem contato com as rédeas (arquivo

pessoal)

Pg.47

Foto 33 – aluno em instrução realizando uma reprise de

adestramento (arquivo pessoal)

Pg.48

Foto 34 – aluno em competição de salto no Centro Hípico Nacional

(arquivo pessoal)

Pg.49

Foto 35 – aluno em competição saltando um obstáculo chamado

muro, desenvolvendo em seu cavalo a coragem e a individualização

Pg.51

8

de suas condutas (arquivo pessoal)

Foto 36 – aluno em competição de cross country saltando um

obstáculo rústico (arquivo pessoal)

Pg.52

Foto 37 – aluno em treinamento de cross country saltando um

obstáculo de nível uma estrela (arquivo pessoal)

Pg.53

Foto 38 – aluno em treinamento de um potro de 05 anos (arquivo

pessoal)

Pg.54

Foto 39 – obstáculo de ensinamento de potros para iniciação no

cross country (arquivo pessoal)

Pg.54

Foto 40 – mapa de instrutores policiais militares formados na

EsEqEx, atualizado até a turma de 2016 (fonte EsEqEx)

Pg.56

Foto 41 - mapa monitores policiais militares formados na EsEqEx

atualizado até a turma de 2016 (fonte EsEqEx)

Pg.56

9

CONTEÚDO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 11

2. A EQUITAÇÃO ACADÊMICA...................................................................................................... 13

2.1. REFLEXÕES INICIAIS ............................................................................................................... 13

2.2. HISTÓRICO DA EQUITAÇÃO ACADÊMICA ................................................................................... 15

2.3. MÉTODO DA EQUITAÇÃO ACADÊMICA ...................................................................................... 18

2.4. DIVISÕES DA EQUITAÇÃO ACADÊMICA ..................................................................................... 22

3. A ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO............................................................................. 25

3.1. O INÍCIO DA EQUITAÇÃO NO BRASIL ......................................................................................... 25

3.2. HISTÓRICO DA ESEQEX .......................................................................................................... 27

3.3. A PARTICIPAÇÃO DA ESEQEX NOS GRANDES EVENTOS ESPORTIVOS MUNDIAIS .......................... 29

3.4. MISSÃO ATUAL DA ESEQEX .................................................................................................... 32

4. O POLICIAMENTO MONTADO ................................................................................................... 35

4.1. CONCEITO ............................................................................................................................. 35

4.2. CARACTERÍSTICAS DO POLICIAMENTO MONTADO ..................................................................... 36

4.3. O POLICIAMENTO MONTADO SERIA UM POLICIAMENTO MODERNO? ............................................. 39

4.4. O POLICIAMENTO MONTADO SERIA UM POLICIAMENTO ATUAL?................................................... 41

5. A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE A EQUITAÇÃO ACADÊMICA E O POLICIAMENTO

MONTADO ............................................................................................................................................ 48

5.1. ESCOLA DO CAVALEIRO A CAVALO (CARRIÈRE) ....................................................................... 49

5.2. SALTADORES EM LIBERDADE ................................................................................................... 50

5.3. ADESTRAMENTO ..................................................................................................................... 52

5.4. SALTO ................................................................................................................................... 53

5.5. CONCURSO COMPLETO DE EQUITAÇÃO (CCE) ........................................................................ 55

5.6. INICIAÇÃO .............................................................................................................................. 57

5.7. INICIAÇÃO ELEMENTAR, AMANSAMENTO E TRATO ...................................................................... 59

5.8. HIPOLOGIA ............................................................................................................................. 59

6. A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO PARA O POLICIAMENTO

MONTADO ............................................................................................................................................ 60

7. A DELIMITAÇÃO DO PÚBLICO DE POLICIAS MILITARES E CAVALOS QUE PODEM SER

INSTRUÍDOS POR INSTRUTORES E MONITORES FORMADOS PELA ESCOLA DE EQUITAÇÃO

DO EXÉRCITO ...................................................................................................................................... 62

7.1. METODOLOGIA ....................................................................................................................... 63

7.2. ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................................. 63

8. CONCLUSÃO ............................................................................................................................... 66

9. REFERÊNCIAS ............................................................................................................................ 68

10

10. ANEXOS ....................................................................................................................................... 71

10.1. TURMAS DE ALUNOS POLICIAIS MILITARES FORMADOS NA ESEQEX ........................................... 71

10.2. GRADE CURRICULAR DO CURSO DE INSTRUTOR DE EQUITAÇÃO ................................................ 87

10.3. GRADE CURRICULAR DO CURSO DE MONITOR DE EQUITAÇÃO ................................................... 88

10.4. PORTARIA NORMATIVA INTERMINISTERIAL Nº 18, DE 13 DE NOVEMBRO DE 2008 ........................ 89

11

1. INTRODUÇÃO

A história do homem moderno não pode ser registrada e estudada sem a

presença do cavalo.

Constata-se que o cavalo sempre teve papel primordial no desenvolvimento

da sociedade humana, seja no transporte, seja na cultura ou nas guerras. Desde os

tempos bíblicos, o cavalo vem sendo utilizado para preencher as necessidades

de potencialização da atividade humana.

A parceria entre o homem e o cavalo sempre foi tão intensa que, ao longo dos

séculos, a arte de montar tornou-se uma ciência extremamente complexa e

desenvolvida, sendo que nos principais centros urbanos surgiu a equitação

acadêmica, ou seja, a atividade de adestrar e montar cavalos vista como uma

ciência humana.

O autor Armando Teixeira Primo em sua obra: O mundo do cavalo, uma

história de 55 milhões de anos, assim dissertou:

O homem a cavalo um construtor da história. O tradicionalista e erudito

pesquisador Dr. Antônio Augusto Fagundes denominou apropriadamente o

cavalo um “fazedor de pátrias”1

Desta forma, continuou dissertando desta maneira:

O cavalo esteve sempre ligado à história da Humanidade. Pode-se afirmar,

com segurança, que haverá cavalos enquanto existirem homens sobre a

terra.2

No Estado de São Paulo a origem de uma tropa montada remonta à criação

da Força Pública Estadual quando, em 1831, a embrionária Guarda Municipal

Permanente foi criada, com 130 homens para proteger a cidade, dentre eles, 30

homens de cavalaria. Desde então, vem-se utilizando o cavalo como instrumento

1 PRIMO, Teixeira Primo, O mundo do cavalo, uma história de 55 milhões de anos. Porto Alegre:

Editora Sulina, 2012, pg 07

2 PRIMO, Teixeira Primo, O mundo do cavalo, uma história de 55 milhões de anos, pg.07. Editora

Sulina 2012, pg 07

12

em prol dos interesses do Estado e da sociedade paulista no que se refere à

segurança pública.

Com o passar do tempo, em virtude do recorrente clamor público por mais

segurança, as organizações policiais militares brasileiras, não sendo diferente no

Estado de São Paulo, envidam todos os seus esforços para proteger a vida, o

patrimônio e a dignidade humana, prevenindo e coibindo as ações delituosas,

garantindo assim, a preservação e a manutenção da ordem pública.

Nesse contexto, os Comandantes procuram reunir e disponibilizar todos os

meios, visando aumentar a presença, a ostensividade e a mobilidade dos Policiais

Militares no terreno, aumentando, assim, a ação preventiva local e,

consequentemente, a sensação de segurança da população.

Neste diapasão, a modalidade do policiamento montado foi sendo

aprimorada, ao longo do tempo, sendo possível ser notado nos grandes centros

urbanos brasileiros, do interior ao litoral, emprestando a sua ostensividade

peculiar, formada pelo conjunto homem e cavalo, em favor da prevenção da

criminalidade.

No entanto, para a prestação deste serviço público fundamental, ainda com a

eficiência e eficácia que a sociedade necessita, torna-se de suma importância que

este conjunto homem-cavalo seja minuciosamente especializado, ou seja,

treinado e bem equipado.

O presente estudo terá como objetivo apresentar ao leitor questionamentos

quanto à importância da contribuição do trabalho desenvolvido pela Escola de

Equitação do Exército Brasileiro (EsEqEx) em relação a aplicação dos

conhecimentos adquiridos, tanto no curso de Instrutor de Equitação como no

curso de Monitor de Equitação, no desenvolvimento da atividade de policiamento

montado realizado não só pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP),

como também por quase todas as unidades da Federação Brasileira.

Desta forma, tem-se como objetivo sensibilizar o leitor sobre a importância

da aplicação da equitação acadêmica como elemento estrutural para o

desenvolvimento da modalidade do policiamento montado.

Desta forma, o presente estudo deverá deixar claro ao leitor que a parceria

entre a EsEqEx e as Policiais Militares de todo o Brasil, que desenvolvem o

policiamento montado, torna-se fundamental e, principalmente, econômica para uma

eficiente prestação de serviço público à população brasileira.

13

2. A EQUITAÇÃO ACADÊMICA

2.1. Reflexões iniciais

Como já estudado anteriormente, o convívio tão próximo entre o homem e o

cavalo, durante séculos, fez com que surgisse um estudo científico de

desenvolvimento desta atividade, sendo criada, assim, a equitação acadêmica, ou

seja, a atividade de montar cavalos sendo transformada em uma ciência humana,

com pesquisa e desenvolvimento, assim como as demais ciências produzidas pelo

homem, por exemplo a medicina, a engenharia, a química, a ciência social, dentre

outras infinitas atividades de conhecimento humano.

O General Decarpentry, em sua secular obra chamada de Equitação

Acadêmica, de forma singela e com extrema precisão define a ciência em montar

cavalos da seguinte forma:

A Equitação Acadêmica propõe-se, primeiramente, devolver ao cavalo a

graça das atitudes e dos movimentos que ele tinha, naturalmente, em

liberdade.3

Completando o raciocínio do General Decarpentry, ainda em sua obra, o

doutrinador cita as palavras de outro renomado equitador chamado Newscastle:

Complementar a natureza pela sutileza pela arte 4.

Nesta parte do estudo, com o objetivo de dissecar tais citações de renomados

e históricos doutrinadores, vamos explicar, em linguagem menos abstrata, quais os

objetivos da equitação acadêmica.

Antes de tudo, devemos desmitificar uma assertiva popular: montar cavalos

3 Dercapentry, General. Equitação Acadêmica. Tradução Maj Mario Oswaldo da Silveira Magalhães.

Paris: Ed. Hazan, 1973, pg. 06

4 Dercapentry, General. Equitação Acadêmica. Tradução Maj Mario Oswaldo da Silveira Magalhães.

Paris: Ed. Hazan, 1973, pg. 06

14

dentro dos conceitos da Equitação Acadêmica é coisa para pessoas de classes

sociais mais abastadas que treinam somente o adestramento ou o dressage”. Isto

está longe de ser verdade, pois qualquer cavalo ou pônei pode ser adestrado ou até

mesmo reeducado utilizando-se o método da Equitação Acadêmica.

A Equitação Acadêmica é um processo racional e metódico de adestramento

de cavalos que tem como objetivo uma perfeita harmonia entre o cavalo e o homem,

buscando como objetivo final o restabelecimento do equilíbrio do cavalo.

Explicando melhor e, desta forma, provando que a Equitação Acadêmica é

uma ciência humana que mistura conceitos de física, matemática e psicologia. O

cavalo, quando em liberdade, não nasceu com um ser humano em seu dorso, logo,

a natureza desenvolveu um centro de gravidade no animal, determinando assim, o

seu equilíbrio perante às adversidades da natureza. No entanto, com o

desenvolvimento das relações humanas, os homens perceberam que, montados no

dorso deste magnífico animal, a vida seria demasiadamente facilitada.

A partir daí, o equilíbrio natural do cavalo foi perdido, pois, neste momento,

temos outro animal (ser humano) montado em seu dorso, exigindo as mais diversas

dificuldades. Através deste eminente desafio, os grandes equitadores, ao longo do

tempo, pesquisaram e desenvolveram um complexo conjunto de ginástica

educacional, tanto para o cavalo como para o cavaleiro, que tem como objetivo final

estabelecer uma perfeita harmonia de movimentos entre o conjunto (homem –

cavalo). A busca incessante da Equitação Acadêmica é que o cavalo

desenvolva a harmonia, a beleza e o equilíbrio das suas andaduras (passo,

trote e galope) com a mesma beleza que as realiza na natureza, no entanto,

com o homem montado em seu dorso. Este conceito quase filosófico, muitas

vezes, mistura conceitos científicos (racionais) com conceitos de arte (abstração e

sentimento).

Corroborando com a nossa pesquisa, é interessante citar neste estudo o

trabalho da jovem escritora Marijeki de Jonge que, em sua obra, o ebook: A Arte

Acadêmica da Equitação, discorre da seguinte maneira:

Quais os benefícios da arte acadêmica da equitação para você e seu

cavalo?

• Você irá aprender a treinar utilizando um sistema lógico e bem elaborado

de exercícios de ginástica, desenvolvendo-se a si mesmo e tornando-se o

personal trainer do seu cavalo.

15

• Você irá desenvolver seu cavalo partindo de um cavalo com problemas na

equitação, para um cavalo leve e cooperativo ao ser montado.

• Você terá mais discernimento em como os problemas na equitação são

gerados, e irá aprender a consertar e prevenir esses problemas. Como

consequência da clareza desse sistema estruturado, você terá sempre um

bom trabalho de base para voltar e que irá ajudá-lo a encontrar soluções

para qualquer tipo de problema na equitação que você venha a encontrar.

• Com a base da arte acadêmica da equitação funcionando como uma

fisioterapia, você irá reduzir e prevenir problemas no dorso lombar de seu

cavalo, bem como lesões por esforço.

• A partir daí, você poderá alcançar outro degrau: Você desenvolverá o

talento do seu cavalo ao máximo.

• Seu cavalo irá desenvolver-se fisicamente, tornando-se mais flexível e

manobrável, apresentando-se mais forte, obtendo mais flexionamento no

pós-mão (ancas e membros posteriores), e ficará mais fácil e mais leve

quando pedirmos sua reunião.

• Seu cavalo irá desenvolver-se mentalmente, tornando-se mais forte, mais

autoconfiante e se assustará menos. Ainda, seu cavalo se tornará mais leal

e afetuoso com você, e demonstrará menos resistência e estresse.5

2.2. Histórico da Equitação Acadêmica

Os primeiros manuscritos que tratavam de uma equitação racional datam do

século IV AC (antes de Cristo), escritos por um General grego chamado Xenofonte,

considerado o pai da Equitação Acadêmica, pois foi o primeiro equitador a

registrar para o mundo todas as sutilezas da doma, do adestramento e,

consequentemente da equitação. Sua obra intitulada “A arte da Equitação” ficou

desaparecida por quase 1900 anos, sendo redescoberta e divulgada pelo equitador

Frederico Grisone, mestre da Escola de Equitação de Nápoles.

Ainda no século XIV AC, na Mesopotâmia, existem registros históricos que o

General Kikkulis desenvolveu o primeiro treinamento científico e racional de

doma de cavalos. De acordo com o seu treinamento militar, o treino e o ensino dos

cavalos deveriam ser divididos em ciclos de 148 dias.

5 ©2011 Marijke de Jong www.academicartofriding.com http://equestreonline.com.br/wp-

content/uploads/2015/11/Ebook-AAOR-PT.pdf acesso em 20 de agosto de 2017

16

Já no século XVI, agora DC (depois de Cristo), na Itália, o mestre Frederico

Grisone não só retomou as lições de Xenofonte, como aperfeiçoou a Equitação

Ecadêmica, sendo assim considerado o fundador da Equitação Acadêmica. No

entanto, deve-se ressaltar que Grisone aplicava o princípio da submissão de forma

muito rigorosa. O controle do cavalo era pela força e desenvolveu embocaduras

extremamente severas. Vale ressaltar que outro mestre da equitação, Giovanni

Batista Pignatelli, foi aluno de Grisone e deu prosseguimento ao seu legado.

Giovanni Pignatelli, que foi Diretor da Academia de Equitação de Nápoles,

propagou, principalmente aos europeus, os severos conceitos de Grisone,

ressaltando-se também que seu legado foi, posteriormente, difundido pelo

competente aluno, o francês Antonie Pluvinel de La Baume.

Pluvinel inovou em conceitos, foi o criador dos trabalhos nos palanques (pillier)

e trabalhos em alta escola (discorreremos sobre o assunto mais adiante). Pluvinel

acreditava que a Equitação Acadêmica estaria ainda engatinhando e desenvolveu

métodos menos severos dos que aplicados pela doutrina napolitana, principalmente

em relação às embocaduras. Nesta fase da equitação, o trabalho com o cavalo era

voltado basicamente para a guerra, sendo que o fator primordial era a reunião dos

animais em todas as situações.

A escola francesa, no século XVIII apresentou ao mundo outro importante

mestre da Equitação Acadêmica, La Gueriniéri que, em 1773, escreveu o livro “École

de Cavalerie”. Seu trabalho, mais refinado, baseava-se no exercício de espádua a

dentro, além do flexionamento das ancas e espáduas dos animais.

Outro francês de extrema importância para a história da Equitação Acadêmica

foi François Baucher. Nascido em Versalhes em 1976, revolucionou a equitação,

sendo que suas obras influenciaram decisivamente para a formação dos princípios

da Equitação Acadêmica e foi considerado o “mestre dos mestres”.

Por fim, destacamos a obra do também francês General Decarpentry, que

entre os anos de 1933 e 1939 foi considerado um dos mais conceituados árbitros da

modalidade adestramento do mundo equestre. Com o título “Equitação Acadêmica”,

a obra do General francês organizou e sistematizou a divulgação da ciência e, para

alguns, a arte de montar e adestrar cavalos.

Dentre as mais tradicionais e antigas escolas de equitação do mundo devemos

citar :

17

Escola Espanhola de Viena: é a mais antiga e uma das mais

tradicionais escolas de equitação do mundo, localizada em Viena, Áustria. Suas

origens (1735) e principalmente o nome da escola remontam ao século XVI, quando

os Habsburgos começaram a criar e treinar cavalos puro-sangue vindos

da Espanha. Atualmente, os Lipizzaners, cujo nome provém de uma localidade da

atual Eslovênia, Lipitza, resulta de um cruzamento com cavalos trazidos da Espanha

pelos Habsburgos, no século XVI.

Escola de Versailles: foi criada em 1680 e deveria ser a escola de

equitação mais antiga do mundo. No entanto, suas portas foram fechadas em 1830

devido aos acontecimentos da Revolução Francesa e sua forte ligação com a

nobreza francesa. Foi o berço da equitação francesa e acadêmica, seus métodos

ainda eram baseados na tentativa e erro (tato). Em 1837 foi transformada em

museu.

Escola de Saumur: no site da web chamado Chateaux de Lai Loire

Finest France encontramos a seguinte síntese histórica da mais tradicional escola de

equitação do mundo, até hoje em funcionamento:

No fim do século XIV, Duplessis Mornay fundou uma universidade

protestante em Saumur. Uma academia de equitação passa a ser dirigida

pelo Senhor de Saint-Vual, na instituição.

Em 1763, o rei Luís XV confiou ao duque de Choiseul a reorganização da

cavalaria francesa. « A mais bela escola do mundo » foi construída sobre o

Chardonnet para receber os oficiais e suboficiais encarregados da instrução,

nos regimentos de cavalaria. Funcionou até 1788.

A escola de Saumur foi fundada em 1814. Compreende uma escola de

equitação militar na qual são ensinados seus princípios. A prática de

empinar o cavalo é oficial na escola. Em 1828, na primeira etapa, as

equipes apresentam os saltadores e instrutores. Esses últimos são vestidos

à carater com o chapéu de equitação, do tipo « lampião » ou de « dois bicos

», mas o traje ainda não é preto. Isso só passa a ocorrer no reinado de Luís

Felipe. Assim nasce a equipe negra (Cadre Noir também chamado de

Quadro negro - grifo nosso). Ela forma a equipe de instrutores de

equitação da Escola de Cavalaria.

Em 1972, a Escola Nacional de Equitação é constituída com base na

Equipe Negra, grupos de adestradores que privilegiam o estudo e o ensino,

18

assegurando igualmente a conservação da Equitação tradicional francesa.

A equipe Cadre Noir de Saumur é composta hoje de civis e militares que

formam o corpo docente da Escola Nacional de Equitação.6

Escola Napolitana: os princípios da moderna equitação acadêmica

foram sistematizados e transformados em livro no século XVI por Federico Grisone,

nobre italiano, fundador de uma das primeiras escolas de equitação na Europa. Em

consequência da conquista de Nápoles pelo Império Bizantino havia 1300 anos, a

Escola Napolitana de Equitação foi fundamentada em técnicas equestres bizantinas

que, como as gregas e as romanas, incluíam a reunião do cavalo e já eram

compostas de figuras de adestramento como o piaffer e o passage; o termo “ajudas”

e o uso de barbelas surgem, pela primeira vez, neste período.

Em uma história mais recente, vários países criaram suas escolas de

equitação, quase na totalidade seguindo os pilares das tradicionais escolas

européias. Dentro da América do Sul podemos destacar os seguintes países: Chile,

Argentina, Uruguai, Venezuela e o próprio Brasil, sendo a Escola de Equitação do

Exército Brasileiro (EsEqEx) o núcleo de nosso estudo.

2.3. Método da Equitação Acadêmica

O método científico da aplicação da Equitação Acadêmica tem como

premissa básica a utilização racional do princípio da submissão, ou seja, o

cavalo atender prontamente às solicitações do cavaleiro com o mínimo de reações

ou contraposições. Leva-se em conta que, primeiramente, utiliza-se meios mais

empíricos para a obtenção dos resultados, que gradualmente são substituídos

por uma linguagem convencional mais cômoda e suscetíveis a uma aplicação

mais ampla e graduada.

Esta linguagem convencional, também chamada de linguagem das ajudas, é

uma complexa e elaborada forma de comunicação com o animal que

6 site Chateaux de Lai Loire Finest France http://castelosdoloire.com.br/pt-br/cele-castele/cadre-

noir/imperdiveis disponível em 02 de setembro de 2017.

19

desenvolve os reflexos que desejamos criar, resultando em movimentos e

posições que se tornam imediatos e precisos. Resumindo, através da linguagem

das ajudas conseguimos a completa submissão dos animais.

Dentro da linguagem das ajudas temos como as ajudas propriamente ditas

(ferramentas básicas):

Ajudas naturais:

Mãos: que canalizam e orientam o movimento do conjunto (homem-

cavalo) para frente ou outra direção predeterminada pelo cavaleiro;

Pernas: produzem o movimento para frente, servindo também como

forma de aceleramento ou manutenção deste movimento, além de

produzirem os movimentos laterais das ancas dos animais;

Peso e posição do corpo: a ação do peso do corpo tem como função

principal garantir a manutenção do equilíbrio do conjunto. Uma das

premissas da Equitação Acadêmica é que a posição do corpo do

cavaleiro deverá estar em harmonia com o centro de gravidade do

cavalo, no entanto, em situações específicas a atuação do peso do

cavaleiro, de forma planejada, poderá modificar o equilíbrio do conjunto,

facilitando assim, a execução de outro movimento, como por exemplo,

as partidas ao galope pelo talão direto.

Ajudas artificiais:

Voz: tem um valor extremamente considerável na comunicação

homem-cavalo. Deve-se levar em conta que o cavalo não entende

exatamente o sentido das palavras, mas, no entanto, a mesma entonação e o

mesmo tom das palavras que regularmente são utilizadas servem como

associação para o cavalo, levando ao entendimento do animal de situações

como incentivo, calma, recompensa ou, até mesmo, repreensão;

Chicote ou pingalim: a principal função do chicote é garantir a

impulsão do cavalo para frente reforçando a ajuda das pernas. A função

secundária, que deve ser usada com moderação, é a correção de vícios

repetitidos. O cavaleiro deve ter o discernimento da falta de entendimento do

cavalo na execução de uma tarefa da falta de vontade ou rebeldia do animal.

20

Vale ressaltar que, de maneira nenhuma, o chicote deve ser utilizado no

ímpeto de cólera do cavaleiro.

Esporas: excelente é a definição da utilização das esporas

apresentada pelo Sr. Enio Monte em sua obra “Manual de Equitação da

Federação Paulista de Hipismo”, quando disserta da seguinte maneira:

Devem ser usadas com delicadeza, por cavaleiros experientes, como meio

de comunicação mais efetivo que as pernas. Nunca para a punição (grifo

nosso). São ajudas fundamentais para a produção e complementação de

melhor impulsão.7

Recompensa: o agrado físico manifestado através da voz, do afago,

do torrão de açúcar, da cenoura são de fácil entendimento que o cavalo está

colaborando com a necessidade e os comandos de seu cavaleiro, além de

estreitar uma relação de amizade entre o conjunto.

Punição: antes da aplicação de uma punição ao cavalo, o cavaleiro

deve certificar-se que o animal realmente não entendeu o que está sendo

pedido ou, na situação em que o animal já executou aquela tarefa por

diversas vezes, ele não esteja sentindo alguma dor e simplesmente está

reagindo a ela. É verdade que o cavalo, em algumas situações, pode

realmente apresentar má vontade para execução das tarefas ou até

mesmo certa rebeldia, no entanto, tais casos são exceções. Portanto, ao

punir um animal, tal situação deve acontecer com muita parcimônia e

maturidade. A voz enérgica será sempre a melhor maneira de punição, no

entanto, não sendo suficiente, o chicote poderá ser utilizado em casos

extremos.

Poder da mente: interessante ressaltar e, novamente citar a obra de

Enio Monte, que define esta ajuda artificial da seguinte maneira:

7 Monte Enio. Manual de Equitação da Federação Paulista de Hipismo. 1 Ed. São Paulo:

Federação Paulista de Hipismo, pg. 69

21

O poder da mente do cavaleiro é uma das ajudas mais importantes para a

execução dos trabalhos.

O cavaleiro deve visualizar perfeitamente o que vai fazer antes de pedir com

suas ajudas. Para fazer um cavalo virar à direita o cavaleiro deverá

primeiramente pensar que vai virar à direita, depois dar as ajudas

necessárias e o cavalo fará o exercício com grande facilidade.

Transpondo este conceito para outros exercícios o cavaleiro verá como isso

facilita ao cavalo entender as ajudas.8

Ainda dentro da linguagem das ajudas devemos obedecer a alguns princípios,

tais como:

As mesmas causas produzem os mesmos efeitos (ser preciso nos

pedidos, empregando sempre as mesmas ajudas);

Ir do simples para o complexo;

Para obter progressão, não executar movimentos para o qual não

esteja preparado;

Evitar defesas;

Dominar o cavalo com o mínimo de força;

Levar em consideração as faculdades psíquicas;

Recompensa, maior estímulo para a memória, que é a base de

qualquer adestramento;

Não confundir má vontade do cavalo com imperfeição do cavaleiro no

pedido das ajudas;

Regra geral: o cavalo deve sempre ser para frente, calmo e direito.

Como foi dito no início deste estudo, o método utilizado pela Equitação

Acadêmica é o desenvolvimento progressivo das aplicações do princípio da

8 Monte Enio. Manual de Equitação da Federação Paulista de Hipismo. 1 Ed. São Paulo:

Federação Paulista de Hipismo, pg. 68

22

submissão. Acabamos de estudar as ferramentas básicas para a aplicação deste

princípio que, conjugadas, possibilitam uma infinidade de movimentos e exercícios

de preparação e adestramento dos cavalos.

No tópico seguinte vamos estudar as divisões da Equitação Acadêmica.

2.4. Divisões da Equitação Acadêmica

Didaticamente, a Equitação Acadêmica é dividida da seguinte maneira:

Baixa Escola: o cavalo desenvolve a regularidade e cadência de suas

andaduras básicas, passo, trote e galope. Após essa consolidação de suas

andaduras no sentido vertical de sua coluna vertebral ou raquis, o cavalo também

desenvolve a capacidade de marcha com flexões laterais de raquis, que são os

trabalhos em uma ou duas pistas. Nesta Escola, ressalta-se ainda, que as transições

de anduraduras são executadas nitidamente.

Alta Escola: a partir de agora, trata-se da forma elevada das

andaduras (chamadas de escolas), sendo que a andadura passo escola não possui

forma elevada, já a andadura trote escola possui como forma elevada a passage e o

piaffer, enquanto a andadura galope escola possui a forma elevada do terre à terre e

o mézair. Por último, atingindo o grau máximo de adestramento de um cavalo,

devemos citar os Ares Altos que, atendendo ao princípio da submissão, permitem

que os cavalos executem, sob o comandamento do cavaleiro, todos os saltos

naturais que o cavalo realiza na natureza, como a curveta, a garupada e a cabriola.

Foto 01 – curveta (arquivo da EsEqEx)

23

Foto 02 – garupada (arquivo pessoal)

Foto 03 – cabriola (arquivo pessoal)

Concluindo esta parte do estudo, destacamos que a Equitação Acadêmica

deve, principalmente em relação à sua complexidade, ser considerada uma ciência

humana desenvolvida ao longo dos séculos, assim como a medicina, a engenharia,

a filosofia, dentre outros.

Alguns estudiosos, amplificando ainda mais a complexidade da Equitação

Acadêmica, acreditam que o adestramento do cavalo transcende a ciência,

equiparando-se a arte (sentimento).

Corroborando com a nossa conclusão, citamos a expressão do renomado

equitador Gustave Le Bon em sua obra “L’équitation Actuelle et ses príncipes”, de

1892 :

24

A habilidade em Equitação é um fator bastante considerável, mas o

emprego metódico de princípios seguros conduz a resultados superiores à

qualquer habilidade ou supostos dons9.

Na verdade, se arte ou ciência, o que devemos levar em conta é que a partir

da Equitação Acadêmica podemos desenvolver todas as atividades que o homem

realiza com o cavalo, seja o trabalho no campo, seja o combate militar, sejam as

modalidades esportivas (pólo, salto, cross-country, adestramento), seja o

policiamento montado, tema central de nosso estudo.

9 BON. Gustave Le. L’équitation Actuelle et ses príncipes. Paris: RCE Jacob, 1892, pg 30

25

3. A ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

3.1. O início da equitação no Brasil

Antes de iniciarmos o histórico da Escola de Equitação do Exército (EsEqEx),

para um melhor entendimento do contexto da época, torna-se interessante

conhecermos o início da equitação em solo brasileiro.

Um Decreto de Dom João VI, em 1808, criou o Regimento de Cavalaria de 1ª

linha, surgindo assim, no Brasil, o embrião da equitação militar. Já de 1808 até 1817

são consolidadas, dentro das instruções militares, as práticas de salto e

transposições de obstáculos rústicos.

Em 1848, com o objetivo de desenvolvimento de um cavalo nacional para

auxílio da arma de guerra, o saudoso Duque de Caxias e o Barão do Bom Retiro

criaram o Jockey Clube Fluminense, no Rio de Janeiro, possibilitando, assim, a

aproximação da sociedade civil com os militares no que tangia à equitação.

Foto 04 - Luis Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, patrono do Exército Brasileiro. Fundador e

presidente do primeiro Clube Hípico do Brasil (arquivo da EsEqEx)

Em 1864, o Imperador Dom Pedro II contratou o primeiro mestre de equitação

do Brasil, Luis Jácome de Abreu Souza , que além de fundador do primeiro Clube de

26

Equitação Brasileiro, foi instrutor do Esquadrão de Cavalaria do Colégio Militar e

instrutor da família imperial.

Inicialmente, duas doutrinas de equitação surgiram concomitantemente no

Brasil. Neste sentido, disserta o Capitão Cav Leonardo Martins Gomes, atual

instrutor da matéria Salto da EsEqEx, em sua pesquisa de Trabalho de Conclusão

de Curso:

Inicialmente duas doutrinas se difundiram no Brasil, uma introduzida por D.

Pedro II que após a Guerra da Tríplice Aliança trouxe de Portugal o Cap Luís

de Jácome, que tinha como missão difundir a doutrina equestre de Baucher,

doutrina Francesa, e estabelecer as bases para criação das coudelarias do

Exército, outra impulsionada pelo o Marechal Hermes Rodrigues da Fonseca

que após ter realizado cursos militares na Alemanha, enviou à Escola de

Cavalaria de Hanover oficiais do Exército, com isso, difundiu-se no Brasil a

doutrina Alemã. Com o término da Primeira Guerra Mundial, chegou ao Brasil

a Missão Militar Francesa comandada pelo General Garmellin. Vieram como

instrutores de equitação os comandantes Gipon e De Marrail. Em 1922, o

Ministro da Guerra criou o Centro de Formação de Oficiais Instrutores

de Equitação, com objetivo de formar instrutores de equitação, capazes

de transmitir, nas escolas e corpos de tropa, regras uniformes de

Equitação. Era o embrião da atual Escola de Equitação do Exército (grifo

nosso). Desde então o hipismo vem crescendo e se desenvolvendo, a

equitação que antes era cultivada só por militares com objetivo de treinar

cavalos e cavaleiros para o combate, passou a ser cultivada por civis como

esporte.10

Foto 05 - General Garmellin Chefe da Missão Francesa (arquivo da EsEqEx)

10 GOMES, Leonardo Martins. A História da Escola de Equitação do Exército. Escola de Equitação

do Exército, Monografia. Rio de Janeiro: 2011. pg. 09

27

3.2. Histórico da EsEqEx

A origem da EsEqEx foi um dos legados deixados pela Missão Militar

Francesa, que aconteceu no Brasil entre os anos de 1919 e 1940, com o objetivo da

modernização da instrução e doutrina militar brasileira. Na parte equestre

propriamente dita, compunham a equipe os renomados oficiais do Cadre noir de

Saumur, uma das mais importantes escolas de equitação do mundo, como já

referenciada no capítulo que trata sobre a Equitação Acadêmica.

O embrião da nossa escola equestre foi implantando por esta equipe em 1922,

chamado de Centro de Formação de Oficiais Instrutores de Equitação. Ainda em

1922, ano do centenário de nossa independência, foi realizado um concurso hípico

internacional alusivo à data e o insucesso das equipes brasileiras frente aos países

que possuíam realmente uma escola de equitação consolidada influenciaram o

então Ministro da Guerra, General de Divisão Setembrino de Carvalho a, em 1923,

criar o Núcleo de Adestramento de Equitação, que funcionou nas dependências da

Escola de Estado-Maior do Exército.

Em 1928, o estabelecimento de ensino equestre passa a se chamar Curso

Especial de Equitação, sob a chefia do saudoso Major Batistelli, que regressara da

França em 1923, sendo que os ensinamentos equestres franceses passam a ser

difundidos exclusivamente por Oficiais do Exército Brasileiro a partir de 1938, pois

com a Segunda Guerra Mundial o curso fora interrompido.

O curso foi retomado em 1946, ao término da Segunda Grande Guerra, agora

nas dependências do Departamento de Equitação e de Educação Física da Escola

Militar de Realengo, onde foi mantido até 1995. Já em 22 maio de 1954, foi

expedida uma Portaria do Comando do Exército Brasileiro estabelecendo o

nome atual de Escola de Equitação do Exército Brasileiro.

28

Foto 06 - Entrada da Escola de Equitação do Exército, em Realengo (arquivo EsEqEx)

Fato histórico e importante para o tema central de nosso estudo foram os anos

de 1991 a 1995, período de funcionamento da Associação Escola Nacional de

Equitação (AENE), tendo como objetivo transformar a EsEqEx em uma Escola

Nacional de Equitação, visando a difusão da Equitação Acadêmica dentro do

território nacional entre militares e civis, o que seria de extrema importância

para as Polícias Militares de todo o Brasil.

Foto 07 - Curso de Juiz de Adestramento ministrado pelo Cel Salim Nigri, para civis na época

da AENE (arquivo EsEqEx)

29

Em 1995, a Escola muda-se para as instalações do Regimento Escola de

Cavalaria (REsC), onde permaneceu até novembro de 2005. Em novembro de 2005

a Escola muda-se novamente, agora ocupando as antigas instalações do 21º

Batalhão Logístico, sede atual da Escola. Por fim, em 2007 a Escola passa a ser

subordinada ao Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx).

Foto 08 – Entrada atual da EsEqEx (arquivo EsEqEx)

3.3. A participação da EsEqEx nos grandes eventos esportivos

mundiais

Não podemos deixar de ressaltar a participação da EsEqEx nos

grandes eventos esportivos mundiais:

Em 2007, a EsEqEx sediou com maestria os Jogos Pan Americanos.

Dentre vários investimentos, destaca-se a construção do mais moderno

complexo esportivo hípico das Américas, o Parque Hípico General Eloy

Menezes.

Foto 09 – símbolo dos jogos Pan Americanos

https://www.google.com.br/search?biw=1350&bih=635&tbm=isch&sa=1&q=simbolo+jogos+PANAMERICANO+NO+BRASIL&oq

, disponível em 05 setembro de 2017.

30

Foto 10 – Vista da pista principal do Parque Hípico General Eloy Menezes construído para os

Jogos Pan Americanos (arquivo EsEqEx)

Em 2011, a Escola sediou o 5º Jogos Mundiais Militares do Conselho

Internacional do Esporte Militar (CISM), evento esportivo muito parecido com os

jogos Olímpicos. No entanto, somente atletas militares podem participar da

competições, destacando-se alguns esportes que somente são praticados pelas

Forças Armadas, como: pentatlo militar, naval e aeronáutico;

Foto 11 – símbolo dos jogos Mundiais Militares (arquivo EsEqEx)

31

Foto 12 - Sorteio dos cavalos na Prova de hipismo da modalidade Pentatlo Moderno

(arquivo EsEqEx)

Em 2016, a Escola sediou todas as modalidades equestres de nada

menos que os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro:

Foto 13 – símbolo dos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro,

https://www.google.com.br/search?biw=1350&bih=635&tbm=isch&sa=1&q=simbolo+jogos+olimpico+do+rio+de+janeiro&oq=si

mbolo+jogos+olimpico+do+rio+de+janeiro&gs_l=psy-, disponível 05 de setembro de 2017

Foto 14 - vista aérea do Parque Hípico General Eloy Menezes todo adaptado para

receber os jogos Olímpicos de 2016 (arquivo EsEqEx)

32

Fizemos questão de citar em nosso trabalho científico a participação da

EsEqEx no principais eventos mundiais que aconteceram no Brasil para comprovar

que a Escola, atualmente, possui a melhor estrutura hípica nacional para o

desenvolvimento da ciência da Equitação Acadêmica. Desta forma, a

contribuição da EsEqEx na formação dos instrutores e monitores que irão

desenvolver suas atividades profissionais nas policiais militares do Brasil possui um

enorme grau de excelência.

3.4. Missão atual da EsEqEx

Aprovadas pela Portaria Ministerial Nº 528, de 04 de setembro de 1992,

as missões confiadas à EsEqEx estão definidas no R-169 (Regulamento da Escola

de Equitação do Exército). Dentre as principais, destacamos:

Especializar oficiais com aptidão para a prática e o ensino da arte

equestre, habilitando-os ao exercício da função de Instrutor de Equitação;

Especializar graduados com aptidão para a prática da arte

equestre, habilitando-os ao desempenho da função de Monitor de Equitação;

Especializar militares, habilitando-os ao desempenho de funções

ligadas à área de apoio à Equitação;

Zelar pela manutenção de uma unidade de doutrina equestre no âmbito

do Exército Brasileiro;

Realizar pesquisas no campo da equitação e da genética equina,

inclusive, se necessário, com instituições congêneres ou afins, particularmente, em

estreita ligação com Coudelaria do Rincão;

Apoiar as OM de cavalaria e os Estabelecimentos de Ensino do

Exército nos assuntos pertinentes ao ensino de equitação, como órgão técnico-

normativo, conforme determinado pelo escalão superior;

Opinar como órgão consultivo sobre todas as questões concernentes

ao cavalo e à sua utilização;

Incentivar o desenvolvimento do hipismo;

33

Construir um centro de documentação no domínio do ensino e da

prática de equitação;

Apoiar o escalão superior na promoção e realização de competições

militares de caráter nacional e internacional e na organização, treinamento e

participação das equipes do Exército e das Forças Armadas;

Cooperar com entidades civis e militares, nacionais e

internacionais, de acordo com programas de interesse mútuo fixados pelo

escalão superior.

Os tópicos em negrito determinam o embasamento legal que permite a

EsEqEx receber policiais militares de todo o Brasil para a especialização em

Equitação Acadêmica, seja para Instrutores de Equitação (oficiais no posto de

Tenente e Capitão não aperfeiçoados) ou Monitores de Equitação (praças na

graduação de Sargento).

O curso de Instrutor de Equitação possui uma carga horária de 1560 horas-

aula, ministra as matérias de Iniciação de cavalos novos, Adestramento, Escola do

Cavaleiro a cavalo, Salto, Concurso Completo de Equitação, Hipologia, dentre

outras disciplinas, conferindo, ao final, o título de especialista em Instrutor de

Equitação, de acordo com a Portaria Normativa Interministerial nº 18, de 13 de

novembro de 2008, que dispõe sobre a equivalência de cursos nas instituições

militares de ensino em nível de pós-graduação lato sensu, desde que sejam

atendidos, dentre outros, alguns requisitos, como: portadores de diplomas de curso

de graduação, cumpram carga horária mínima de 360 horas, exijam a

apresentação e defesa obrigatória de monografia ou trabalho de conclusão

de curso.

Já o curso de Monitor de Equitação possui uma carga horária de 960 horas-

aulas e desenvolve disciplinas muito similares às do curso de Instrutor, no entanto,

com uma carga horária menor e não pode ser reconhecida como uma pós

graduação lato sensu, pois nem todos os graduados possuem diplomas de curso

de graduação e também não há a previsão de defesa de monografia ou trabalho de

conclusão de curso.

34

Vale ressaltar que a grades curriculares encontram-se, na íntegra, à

disposição do leitor no capítulo 10 (anexos), assim como a Portaria Normativa

Interministerial nº 18, de 13 de novembro de 2008.

Ainda ressaltamos que no capítulo 5 iremos realizar um estudo sobre a

interdependência das disciplinas ministradas nos cursos com o policiamento

montado desenvolvido pelas policiais militares do Brasil, mas, antes disso, é

importante esclarecer ao leitor as peculiaridades do policiamento montado.

35

4. O POLICIAMENTO MONTADO

4.1. Conceito

O policiamento montado, com muita propriedade, foi definido no trabalho

científico do então Cap PMESP José Balestieiro Filho, que assim concluiu:

Já o Policiamento Montado, ao longo do tempo, vem se mostrando eficiente

no desempenho de suas missões, utilizando o cavalo como elemento

dissuasivo, de transporte e de aproximação com as pessoas (grifo

nosso). Prova disto é que a tropa montada tem sido mantida e empregada

nas maiores cidades de vários países do mundo, tais como nas polícias

norte-americanas, na polícia francesa, polícia londrina, polícia montada

canadense, polícias alemãs, carabineiros italianos, polícia montada

argentina, carabineiros chilenos e outras tantas instituições policiais nos

cinco continentes. O cavalo impõe pela presença, ostensividade, poder

repressivo (de impacto), efeito psicológico, visibilidade a seu

cavaleiro, mobilidade e flexibilidade, proporcionando, em

consequência, uma grande eficácia operacional, com economia de

efetivo humano (grifo nosso).11

Complementando o conceito, não podemos deixar de citar a definição

desenvolvida no trabalho científico do então Cap PMERJ (Polícia Militar do Estado

do Rio de Janeiro) Alan de Carvalho Ramos, que dissertou da seguinte maneira:

Segundo o Manual de Policiamento Montado do Distrito Federal – PMDF

(2006), o policiamento montado se define no policiamento geral que,

utilizando como meio de locomoção o cavalo (grifo nosso), visa

satisfazer as necessidades básicas de segurança, inerentes a qualquer

comunidade ou qualquer cidadão. Excepcionalmente pode atuar como

11JOSÉ, Balestiero Filho. Policiamento a cavalo: concepção e emprego. Centro de

Aperfeiçoamento e Estudos da Polícia Militar de São Paulo, Monografia. São Paulo: 2003. Pg 44

36

policiamento de trânsito, de choque, comunitário e de guarda (grifo

nosso).12

4.2. Características do Policiamento Montado

Para tratar do assunto, não há como não citar a dissertação do então Cap

PMESP Alberto Nubie Policastro, devido à precisão e competência do que foi

registrado em benefício do policiamento montado:

O cavalo, inicialmente empregado como simples meio de transporte na

atividade policial (grifo nosso), foi se caracterizando, ao longo dos tempos,

como um elemento de comprovada eficiência no desempenho das missões

afetas à Segurança Pública. Prova disto é que a tropa montada tem sido

mantida nas maiores e mais desenvolvidas metrópoles do mundo (grifo

nosso), a despeito de todos os benefícios advindos do avanço tecnológico e

científico, disponíveis ao homem de hoje.

Destarte, não se pode ignorar que o cavalo impõe, pela simples

presença, ostensividade, efeito psicológico e poder repressivo, bem

como possibilita a seu cavaleiro grande visibilidade, mobilidade e

flexibilidade, propiciando, consequentemente, uma significativa

economia de efetivo. (grifo nosso)

Tais características, descritas a seguir, evidenciam não só a

propriedade do seu emprego, mas também a diversidade das missões que

cabem à Tropa Montada, sejam operacionais, sejam especiais e de

representatividade.

2.1 OSTENSIVIDADE E CAMPO DE VISÃO

12 RAMOS, Alan de Carvalho. A preparação do cavalo para ser utilizado junto às massas, em

praças desportivas e a legislação pertinente ao seu emprego. Escola de Equitação do Exército,

Monografia. Rio de Janeiro: 2014. Pg. 28

37

A missão da Policia Militar é a execução do Policiamento Preventivo

Ostensivo Fardado, ou seja, deve evitar a ocorrência do crime através de

uma presença ostensiva nas ruas, (grifo nosso) inibindo a ação dos

delinquentes. Portanto, quanto mais visível for a polícia à população tanto

menor será a probabilidade de acontecerem os ilícitos penais e,

consequentemente, maior a sensação de segurança.

Assim, segundo esse enfoque, ao se comparar as diversas

modalidades de policiamento, verificar-se-á que a tropa montada se

constitui numa das mais eficazes, uma vez não existir nada mais

ostensivo do que um policial a cavalo (grifo nosso), seja pelo porte físico

avantajado do animal, seja pela posição elevada e de destaque em que se

situa o seu cavaleiro, ou, ainda, pelo contraste produzido por sua

estranha presença em meio à agitação de carros e pessoas dos

grandes centros urbanos.(grifo nosso)

Além disso, o homem a cavalo, por encontrar-se numa altura mais

elevada que a das demais pessoas, tem seu campo de visão ampliado,

possibilitando-lhe ver e ser visto, mesmo à distância.(grifo nosso)

2.2 EFEITO PSICOLÓGICO

O cavalo, por seu porte físico, infunde respeito às pessoas, sendo

fator de grande êxito nas ações preventivas e repressivas, já que, embora

esteja sob o domínio de seu cavaleiro, resultante do adestramento que

recebe, o cavalo deixa, aos baderneiros e delinquentes, a dúvida quanto

ao perfeito controle de suas reações pelo policial, afastando qualquer

possibilidade de enfrentamento. (grifo nosso)

Em que pese o respeito que produz, ele propicia a aproximação

das crianças e pessoas de bem, principalmente nas grandes cidades

(grifo nosso), pois elas querem ver o animal mais de perto, criando, desta

38

forma, um vínculo com o policial, aumentando a confiança da população

na Organização. (grifo nosso)

2.3 PODER REPRESSIVO

Por inspirar noção de poder e força, em face do porte avantajado do

cavalo, tanto no policiamento, como no controle de tumultos, a ação da

tropa montada, além de eficaz, evita o confronto direto, causador do

maior número de baixas, uma vez que, na maioria das vezes, a turba se

evade e é canalizada para pontos de fuga estrategicamente

preparados, ante a simples aproximação da tropa montada. (grifo

nosso)

Por vezes, sua simples presença desencoraja desinteligências e

tumultos, levando as partes rapidamente à negociação.

2.4 MOBILIDADE

O policial a cavalo tem grande mobilidade, pois, mesmo ao passo,

pode percorrer com certa rapidez uma grande área de policiamento

(grifo nosso) e, em havendo necessidade, poderá utilizar-se das andaduras

trote ou galope, caso o terreno as permita, ou as circunstâncias as exijam.

2.5 FLEXIBILIDADE

O cavalo, por não depender de vias de acesso padrão para se

deslocar, pode ser utilizado em qualquer terreno, principalmente

naqueles onde é difícil o deslocamento de viaturas e mesmo do

homem a pé (grifo nosso). Além disso, pode se dirigir a qualquer ponto, não

ficando retido em congestionamentos ou no meio de grandes multidões.

2.6 ECONOMIA DE EFETIVO

A combinação da ostensividade, do efeito psicológico, do poder

repressivo, da mobilidade e da flexibilidade conferem ao

patrulhamento montado uma característica toda especial que o torna

capaz de ampliar a sua área de responsabilidade e de segurança, com

um número bem mais reduzido de patrulheiros (grifo nosso). O mesmo

39

acontece, analogamente, nas ações de Controle de Distúrbios Civis e

nas Operações Especiais.

Em outras palavras, o policial a cavalo, por seu extenso campo de

visão e consequente poder de fiscalização, bem como pela possibilidade de

ser visto por muitas pessoas ao mesmo tempo, além da facilidade em

chegar ao local necessário com grande rapidez e desembaraço, poderá

cumprir sozinho a tarefa que, de outra forma, exigiria um número maior

de policiais a pé. (grifo nosso)

Logo, é de vital importância conhecer as características acima

analisadas, pois elas conferem à tropa montada uma condição de destaque

em meio às outras modalidades de policiamento, justificando plenamente o

seu emprego na atualidade.13

Desta forma, podemos concluir que o cavalo potencializa as

capacidades do policial militar, o que será melhor explicado no item abaixo.

4.3. O policiamento montado seria um policiamento moderno?

Apesar do que foi apresentado em nosso estudo, comprovando, através das

características do policiamento montado, a eficiência e eficácia do modelo de

policiamento, é comum, dentro da sociedade, principalmente pessoas não técnicas

no assunto, afirmarem: “em pleno século XXI, com todo o avanço da tecnologia,

não teríamos nada mais moderno para utilizar no policiamento do que

cavalos?”. Para responder tal questionamento, citamos novamente o ilustre e então

Cap PMESP Balestieiro, que em seu trabalho científico afirma:

Além de ser objeto de análise e avaliação, este trabalho pretende mostrar

que, mesmo após tantas conquistas tecnológicas, o policiamento montado

não está ultrapassado, pois nada pode superar algumas de suas

vantagens (grifo nosso): a) o cavalo é um grande instrumento para ser

13 POLICASTRO, Alberto Nubie. Manual de Tropa Montada. Centro de Aperfeiçoamento e Estudos

Superiores do Estado de São Paulo. Monografia. São Paulo: 1995. Pg. 37

40

utilizado no policiamento em face de sua grande ostensividade; b) esta

modalidade de policiamento vem sendo utilizada e implementada em áreas

de grande fluxo de pessoas e veículos, como a operação visibilidade em

corredores de trânsito, parques, jardins, avenidas e outras vias urbanas

desta capital; c) o policiamento montado visa incrementar e complementar a

atuação de unidades de policiamento, em logradouros públicos, locais de

grande circulação de pessoas, eventos sociais e culturais de grande vulto e

na manutenção da ordem pública; Com isso, demonstrar-se-á que o

policiamento montado terá um maior desempenho operacional, ao ser

utilizado em locais de grande fluxo de pessoas, pois é uma modalidade

essencialmente preventiva, inibindo assim a ação de marginais.14

Ainda neste conceito, atrevemo-nos a ir mais longe, pois atualmente a

sociedade anseia por uma policia ostensiva mais próxima da sociedade. Tal

aproximação chama-se policiamento comunitário, sendo assim, é de fácil

percepção que o cavalo seduz o ser humano, principalmente as crianças, ficando

claro que ao mesmo tempo que o homem a cavalo representa força, também

representa respeito, carinho e ternura.

Foto 15 – a proximidade de crianças com a Polícia Montada da PMERJ

https://www.facebook.com/groups/112140669133174/, disponível 01 de outubro de 2017

Desta forma podemos concluir que, apesar do avanço da tecnologia, o

cavalo ainda potencializa as qualidades, ou melhor dizendo, as capacidades do

ser humano, seja na:

14 JOSÉ, Balestiero Filho. Policiamento a cavalo: concepção e emprego. Centro de

Aperfeiçoamento e Estudos da Polícia Militar de São Paulo, Monografia. São Paulo: 2003. Pg. 37

41

Ostensividade: três homens a cavalo são muito mais visíveis do que dez

homens a pé, em virtude ao tamanho do animal, transformando-se em uma

verdadeira plataforma de exposição do policial. Não precisamos dizer que a função

constitucional principal das policiais militares é a ostensividade e, consequentemente

a prevenção do acontecimento de crimes;

Restabelecimento e manutenção da ordem da Pública: seis homens a cavalo

inibem a atuação de manifestantes mais do que um pelotão (30) de homens com

escudos, cacetetes e munições químicas, devido ao impacto psicológico causado

nas pessoas principalmente em virtude do porte físico dos animais, evitando

assim, na maioria das vezes o confronto entre polícia e sociedade;

Aproximação com a sociedade: o cavalo é um animal que naturalmente

aproxima às pessoas de bem, potencializando a capacidade da aproximação e

contato da Polícia Militar com a sociedade.

Sendo assim, mesmo agregando pouca tecnologia, principalmente em

relação ao meio de transporte, poderemos considerar que o programa de

policiamento montado atende às necessidades modernas da sociedade.

Portanto, mesmo que algumas pessoas insistam em dizer que o policiamento

montado não é moderno, ao menos garantimos que não está desatualizado.

4.4. O policiamento montado seria um policiamento atual?

Embora algumas pessoas, principalmente leigas no assunto, considerem o

Policiamento Montado arcaico em virtude da utilização de um animal, tal situação

comprovadamente não é verdadeira. Poucas pessoas poderão contestar que a

modalidade de policiamento não é atual.

Ser atual significa ser empregado, utilizado pelas principais policiais de todo

mundo. Dentro da República Federativa do Brasil, dos vinte e seis Estados da

Federação e um Distrito Federal, somente quatro Estados não possuem esta

modalidade de policiamento, sendo estes: Amapá, Rondônia, Acre e Tocantins (vide

capítulo 7).

Em todo o Brasil temos pelo menos três mil cavalos à disposição da

sociedade brasileira, potencializando a capacidade dos policiais militares, seja

42

na ostensividade, seja na manutenção e restabelecimento da ordem pública ou do

policiamento comunitário.

Fotos de polícias montadas pelo mundo:

Foto 16 – polícia montada de Detroit (EUA) https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 17 – polícia montada francesa Guarde Republicaine

https://www.facebook.com/garde.republicaine/photos/pcb.653025804903368/653025754903373/?type=3&theater&ifg=1,

disponível em 04 de outubro de 2017

43

Foto 18 – polícia montada holandesa https://www.facebook.com/groups/112140669133174/, disponível

em 04 de outubro de 2017

Foto 19 – polícia montada alemã Polizei Munchen https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 20 – polícia montada australiana https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

44

Foto 21 – polícia montada portuguesa Guarda Nacional Republicana

https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 22 – polícia montada chilena Carabineiros

https://www.facebook.com/CarabinerosdeChile/photos/a.317316018447426.1073741829.317240651788296/779602258885464

/?type=3&theater&ifg=1,disponível em 04 de outubro de 2017

Fotos de polícias montadas pelo Brasil:

Foto 23 – polícia montada de Santa Catarina https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

45

Foto 24 – polícia montada de Minas Gerais https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 25 – polícia montada de São Paulo https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 26 – polícia montada do Rio Grande do Sul https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

46

Foto 27 – polícia montada do Mato Grosso https://www.facebook.com/groups/112140669133174/,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 28 – polícia montada do Amazonas https://www.facebook.com/groups/?ref=bookmarks,

disponível em 04 de outubro de 2017

Foto 29 – polícia montada do Ceará

https://www.facebook.com/210707962361785/photos/pcb.1367298186702751/1367297340036169/?type=3&theater&ifg=1,

disponível em 04 de outubro de 2017

47

Como comprovado pelas fotos o policiamento montado é utilizado em

praticamente todos os continentes do mundo e, dentro do Brasil, comprovamos que

é utilizado em todas as regiões deste continental território brasileiro. Desta forma,

comprovamos que praticamente o mundo inteiro utiliza o policiamento montado,

demonstrando ser um policiamento atual.

48

5. A INTERDEPENDÊNCIA ENTRE A EQUITAÇÃO ACADÊMICA E O

POLICIAMENTO MONTADO

Nesta fase do nosso estudo científico, começaremos a interligar os conceitos

até aqui estudados e vamos entender porque no início do trabalho detalhamos os

conceitos de Equitação Acadêmica, de Policiamento Montado, além de definir as

características e funções da Escola de Equitação do Exército Brasileiro.

Para ajudar a nossa compreensão, mais uma vez recorreremos aos estudos do

ilustre Oficial da Polícia Militar do Estado de São Paulo, que quando no posto de

Capitão PM, assim dissertou:

“Utilizando o binômio homem-cavalo, em lugares de grande fluxo de

pessoas e veículos, propicia ao policiamento montado maior eficácia e

dinamismo, oferecendo à população uma maior sensação de segurança

(grifo nosso). Verifica-se que o policiamento montado dispõe de importante

propriedade do serviço ostensivo preventivo, que é a possibilidade de ver e

ser visto à distância, principalmente em grandes aglomerações e a

possibilidade daquela visão estender-se por um tempo razoavelmente

longo. O policiamento montado tem por objetivo complementar, incrementar

e suplementar a atuação das unidades operacionais de área.”15

Percebe-se que nos ensinamentos do então Cap PM Balestieiro destaca-se

que o policiamento montado deverá proporcionar à população presente uma

sensação de segurança.

No entanto, imaginemos a seguinte situação controversa: um evento de praça

desportiva, ou seja, um grande clássico de futebol estadual, com aproximadamente

quarenta mil pessoas, sendo que uma equipe de policiamento montado, que está no

local para oferecer a tão almejada sensação de segurança ao público presente, de

15 MONOGRAFIA CAP JOSÉ, Balestiero Filho. Policiamento a cavalo: concepção e emprego.

Centro de Aperfeiçoamento e Estudos da Polícia Militar de São Paulo, Monografia. São Paulo: 2003.,

pg 20

49

repente, seja por um adestramento deficiente de um dos animais ou até mesmo de

um policial militar mal instruído para a realização da atividade de policiamento

montado, em virtude de um sobressalto (susto do animal ou policial), desequilibra-se

e cai ao solo, deixando assim a sua montada fugir e galopar sem controle em uma

verdadeira desabalada carreira, dentro de uma multidão de quarenta mil pessoas

que estão tranquilamente saindo do estádio ao final da partida. O que inicialmente

tinha o objetivo oferecer uma sensação de segurança, neste momento passa a ser

uma fonte de desespero e, na verdade, poderá se transformar em uma verdadeira

catástrofe, pois muitas pessoas poderiam ficar feridas.

Neste diapasão, começamos a defender a importância da EsEqEx na difusão

da doutrina da Equitação Acadêmica, pois somente um binômio homem-cavalo,

ambos bem adestrados e bem treinados, poderiam oferecer a almejada e difícil

sensação de segurança para a população presente. Caso contrário, ou seja, um

cavalo mal adestrado e um policial militar mal preparado, podem, na verdade,

transformam-se em um ponto sensível e perigoso para o início de uma grave

perturbação da ordem pública.

Neste capítulo discorreremos sobre as mais importantes matérias ministradas

na EsEqEx, comprovando a sua importância, como estrutura básica, ferramenta

indispensável para o desenvolvimento do policiamento montado.

5.1. Escola do Cavaleiro a Cavalo (Carrière)

A matéria Carrière, ou Escola do Cavaleiro a Cavalo tem como objetivo

primário ensinar o policial militar a montar cavalos. Além disso e, mais importante,

busca desenvolver as primordiais habilidades do futuro cavaleiro, sejam elas, o

equilíbrio do cavaleiro em relação ao movimento do cavalo ao passo, trote e

galope, seja desenvolver a fixidez do policial militar em relação a todas as

reações que pode apresentar o cavalo durante o policiamento, evitando ao

máximo, a queda do cavaleiro.

Visa trabalhar equilíbrio e fixidez, situações básicas, mas de extrema

complexidade para serem desenvolvidas em um policial militar. Somente um

instrutor altamente qualificado e criterioso poderá desenvolver, através de uma

50

instrução técnica e coordenada, tais atributos em um militar que, muitas vezes,

somente teve contato com o cavalo após a idade adulta, o que prejudica o

desenvolvimento, ou melhor dizendo, o sentimento de tais atributos.

Foto 30 – aluno em aula de carrière realizando saltos sem estribos, buscando desenvolver

equilíbrio e fixidez em situações difíceis. (arquivo pessoal)

5.2. Saltadores em liberdade

A matéria Saltadores em liberdade demonstra a aplicação dos atributos do

equilíbrio e da fixidez em seu grau máximo. Nesta matéria são simuladas todas

as reações que o cavalo pode ter na natureza. Geralmente, reações como empinar

(curveta) e coicear (garupada) acontecem quando o cavalo está assustado ou

preparando-se para fugir de um predador.

As figuras dos cavalos saltadores, também chamadas de ares altos, dentre

outras denominações, podem ser definidas como curveta, garupada e cabriola:

51

Foto 31 – aluno em avaliação de saltadores realizando a figura da curveta (trabalho nos palanques pillier),

sem estribos e sem contato com as rédeas (arquivo pessoal)

Foto 32 – aluno em avaliação de saltadores realizando a figura da garupada sem estribos e sem contato

com as rédeas (arquivo pessoal)

Este treinamento atinge o grau máximo de equilíbrio e fixidez que um policial

militar pode adquirir. Seria primordial que todo o policial militar, antes de iniciar o

policiamento montado, fosse submetido a este tipo de treinamento, pois, caso sua

montada apresente, durante a atividade operacional, uma reação inesperada, em

virtude de um susto (fogos de artifício, tiro real, bandeiras de torcida etc.) aumente

sua capacidade em manter-se a cavalo.

52

5.3. Adestramento

A matéria adestramento, deve ser entendida como pedra fundamental para o

exercício do policiamento montado. Somente com a excelência no adestramento de

um cavalo podemos, de forma segura, apresentá-lo perante um evento público e

garantir a segurança da população local.

Corroborando com o nosso pensamento, citamos a definição de adestramento

esportivo encontrado no Regulamento de Adestramento da Confederação Brasileira

de Hipismo:

O objetivo do Adestramento é o desenvolvimento do cavalo, de modo a

torná-lo um atleta feliz, através de uma educação harmoniosa. Em

consequência, o cavalo se mostra calmo, elástico, descontraído e flexível,

mas também, confiante, atento e impulsionado, realizando, assim, um

perfeito entendimento com seu cavaleiro (grifo nosso).16

Foto 33 – aluno em instrução realizando uma reprise de adestramento (arquivo pessoal)

Nas reprises de adestramento os fundamentos básicos são ensinados aos

cavalos, como transições de andaduras (passo, trote e galope), realizar alto,

círculos, movimentos laterais etc., ou seja, desenvolve-se o equilíbrio, a harmonia e

16 Regulamento de Adestramento da Confederação Brasileira de Hipismo. Edição 2017, em vigor a

partir de 1 de janeiro de 2017. Atualização 26/12/2016, pg. 06

53

a graça das andaduras que o cavalo tinha na natureza, mas, a partir de agora, ao

desenvolver a atividade operacional, carregando um policial militar em seu dorso.

Nesta matéria, o estudo das ajudas (já citado no capítulo 2) são

exaustivamente treinados, possibilitando, tanto ao cavalo como ao cavaleiro, o

correto entendimento dos comandos solicitados não só pela voz como também pela

ação de mãos, pernas e posição do corpo do cavaleiro.

Destaca-se também, dentro do equilíbrio do conjunto, o desenvolvimento da

reunião do cavalo (engajamento dos membros posteriores do cavalo), situação

indispensável para a realização de andaduras vivas (trote e galope) quando o piso

for o asfalto. Sem a reunião do cavalo, realizar a andadura galope, no piso asfalto

(piso mais comum durante o policiamento), aumenta-se em muito a possibilidade do

cavalo escorregar, e consequentemente, o acontecimento de um acidente.

5.4. Salto

A matéria salto tem como objetivo capacitar o conjunto homem cavalo a

realizar um percurso com vários e diferentes obstáculos sem derrubá-los, testando,

assim, a destreza, o adestramento, a agilidade e a coragem do conjunto.

Foto 34 – aluno em competição de salto no Centro Hípico Nacional (arquivo pessoal)

A modalidade salto, assim como as reprises de adestramentos, são

competições olímpicas, sendo que a necessidade do adestramento do cavalo para a

realização do policiamento montado, torna-se de fácil entendimento. Mas por que

seria importante a modalidade salto para o policiamento montado?

54

Para respondermos esta questão, primeiro precisamos entender a estrutura

social de convivência dos cavalos na natureza.

Primeiramente, o cavalo dentro da cadeia alimentar ocupa uma posição de

presa e não de predador. Levar um cão (predador) para o combate militar ou policial

torna-se de fácil entendimento. Agora, sendo o cavalo uma presa, ou de outra forma,

uma animal voador, que como ferramenta principal de defesa tem a fuga e não o

enfrentamento, como explicar que há milhares de anos o homem leva o cavalo para

o combate?

Na verdade, há milhares de anos os homens enganam os cavalos utilizando-se

de sua estrutura social. Uma manada de cavalos em liberdade, na verdade, é uma

sociedade matriarcal, quem comanda as ações da comunidade é a égua mais velha

(madrinha), sendo que sua proteção e a manutenção de seu poder são garantidas

pelos garanhões mais fortes.

Os cavalos possuem duas características básicas de sobrevivência: o instinto

da imitação e o instinto do amadrinhamento (sempre próximos uns dos outros). Os

cavalos sabem que, caso aconteça um ataque de predador, os cavalos mais idosos

e doentes certamente serão as presas a serem abatidas, pois não poderão

acompanhar o itinerário determinado pela égua madrinha em busca de fuga.

Essa égua madrinha, devido à sua função dentro da manada, possui

naturalmente um instinto mais individualizado de conduta, pois ela determinar o

rumo da fuga da sua comunidade, sendo que os demais cavalos, devido ao instinto

da imitação, seguirão cegamente o que for determinado pela égua madrinha.

E como os homens enganam os cavalos? Entre os militares, os de maior

patente assumem, junto com sua montada, essa função de madrinha (égua líder) e

determinam o sentido, in tese, que seria da fuga para seu pelotão, esquadrão,

regimento etc. No entanto, na grande maioria das vezes, o caminho seguido pelo

comandante militar é o do combate, do confronto, mas os instintos de imitação e

amadrinhamento sempre prevalecem e os demais cavalos seguem o cavalo do

comandante militar. Muitas vezes podemos observar que, mesmo com a queda do

cavaleiro, o cavalo, sozinho, acompanha os demais cavalos juntando-se à batalha. A

estratégia no policiamento montado segue a mesma lógica.

A partir daí podemos entender a importância da modalidade esportiva salto

para o instrutor de equitação (oficial) e o monitor de equitação (sargento), sempre

55

comandantes de frações de tropa. Realizar uma pista de salto condiciona o cavalo

do oficial e do sargento a individualizar as suas condutas, pois, durante a

competição, na pista só estarão o cavaleiro e o cavalo sozinhos, situação não

natural, principalmente para o cavalo.

Estão sendo trabalhados os atributos da área afetiva, como coragem,

iniciativa, determinação, superação, comandamento, liderança, tanto do militar como

do cavalo.

Durante o policiamento montado, principalmente em uma ação de

restabelecimento e manutenção da ordem pública, este cavalo estará adestrado

para, individualmente, determinar um itinerário e, desta forma, conduzir todo o

restante de fração de tropa para o confronto. Assim, a modalidade esportiva

funciona como uma ferramenta para que os militares, em combate, simulem a

estrutura social dos cavalos e garantam o sucesso da missão.

Foto 35 – aluno em competição saltando um obstáculo chamado muro, desenvolvendo em seu cavalo a

coragem e a individualização de suas condutas (arquivo pessoal)

5.5. Concurso Completo de Equitação (CCE)

O Concurso Completo de Equitação, comumente chamado de CCE, trata-se de

uma modalidade hípica esportiva que reúne as três provas olímpicas –

adestramento, salto e cross country, porém, utilizando um único cavalo.

56

Como já explicitamos anteriormente sobre a importância das provas de

adestramento e salto ao policiamento montado, neste tópico vamos tratar

especificamente do cross-country.

A prova de cross-country trata-se também de um percurso de saltos, porém tal

percurso não ocorre em uma pista de areia, em terreno plano e com obstáculos

móveis (caso o cavalo encoste no obstáculo, este será derrubado). No cross-country

o terreno é acidentado, geralmente o piso é de grama ou terra, também encontramos

água e os obstáculos são rústicos e fixos, ou seja, caso o cavalo encoste no

obstáculo ele não conseguirá derrubá-lo.

Nesta prova, além da individualização da conduta do cavalo, os atributos da

área afetiva, tanto do cavalo como do cavaleiro, são exigidos quase que ao

máximo, o estresse e a tensão da prova aproximam-se da situação real de combate,

exigindo, assim, muito preparo físico e psicológico do conjunto, reforçando atributos

como coragem, decisão, iniciativa, calma, utilizando técnicas diferenciadas de salto,

mesmo sob intensa pressão.

Foto 36 – aluno em competição de cross country saltando um obstáculo rústico (arquivo pessoal)

Existem diferentes níveis de provas de CCE, sendo o nível um, uma prova para

iniciantes, progredindo gradativamente para provas de duas, três ou quatro estrelas

(nível máximo de dificuldade).

57

Foto 37 – aluno em treinamento de cross country saltando um obstáculo de nível uma estrela (arquivo

pessoal)

Outra importante situação do cross-country, quando utilizado em seu nível mais

básico (anterior ao nível uma estrela), que pode ser utilizada como ferramenta

para o policiamento montado é a iniciação de potros, mas este estudo será no

próximo tópico.

5.6. Iniciação

No curso de Instrutor e Monitor de Equitação para as matérias citadas

anteriormente, cada aluno deve ter um cavalo já experiente na matéria, seguindo a

máxima “cavalo velho ensina o cavaleiro novo”. No entanto, na matéria Iniciação,

que é ministrada somente no curso de Instrutor, com 150 horas-aula de pura prática,

o policial militar receberá um jovem cavalo, também chamado de potro, com idade

entre 3,5 e 5 anos.

Nesta matéria, o aluno irá aprender a ensinar o potro a realizar um correto

adestramento, uma prova de salto e uma prova de cross-country, sempre com o

objetivo de preparar o cavalo para a liderança de sua fração de tropa, além da

preparação de seus atributos da área afetiva.

58

Foto 38 – aluno em treinamento de um potro de 05 anos (arquivo pessoal)

Como dito no tópico anterior o cross-country, em seu nível mais básico, auxilia

muito na estimulação dos atributos da área afetiva do cavalo, preparando-o para

uma vida adulta psicologicamente adaptada às dificuldades do policiamento

montado, que geralmente acontece em meio urbano.

Como o potro necessita, durante sua infância, enfrentar obstáculos e encará-

los como uma “brincadeira”, o cross-country, que acontece em um ambiente rural e

familiar ao cavalo, faz com que o potro desenvolva uma infância sadia, não só

psicologicamente como também cárdio-respiratória e muscular.

Sugere-se que todos os cavalos de policiamento sejam iniciados no cross-

country, pois um cavalo adulto psicologicamente e fisicamente equilibrado facilitará,

em muito, a sua adaptação ao policiamento montado, que na maioria das vezes

acontecerá em ambiente urbano.

Foto 39 – obstáculo de ensinamento de potros para iniciação no cross country (arquivo pessoal)

59

5.7. Iniciação elementar, amansamento e trato

No curso de monitor de equitação, ao invés da iniciação propriamente dita, o

Sargento recebe instrução de iniciação elementar, amansamento e trato, com cerca

de 264 horas-aula. Nestas matérias, o aluno aprende os ensinamentos básicos para

a lida com o potro, desde o aceitamento do primeiro cabresto, ou primeiro

encilhamento, a faxina diária, progredindo até que o cavalo aceite a primeira

montada.

Atualmente, todo o processo utiliza um método racional e sem violência,

sempre levando em conta que, para o desenvolvimento da atividade policial militar,

precisamos de um animal com seus atributos da área afetiva construídos e

desenvolvidos de forma sadia e equilibrada.

5.8. Hipologia

Em Hipologia, como o próprio nome determina, estuda-se o cavalo em vários

aspectos, desde a sua estrutura social indo até o funcionamento de seu sistema

digestório, respiratório, muscular e psicológico.

Dentre os principais objetivos da matéria, devemos ressaltar a forma correta de

manejo dos cavalos, que vai desde sua alimentação, sua faxina, a manutenção de

sua baia, suas principais doenças, sintomas e prevenções, até outros aspectos

relativos ao cotidiano da lida com os animais.

Neste capítulo estabelecemos uma interdependência entre as principais

matérias ministradas nos cursos de instrutor e monitor de equitação e o policiamento

montado, dissertando, assim, qual a real importância e aplicação de cada matéria

para a atividade policial militar.

No item 10 (anexos) deste estudo encontramos, para consulta, a grade

curricular completa dos dois cursos citados neste trabalho.

60

6. A CONTRIBUIÇÃO DA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

PARA O POLICIAMENTO MONTADO

foto 40 – mapa de instrutores policiais militares formados na EsEqEx, atualizado até a turma de 2016

(fonte EsEqEx)

foto 41 - mapa monitores policiais militares formados na EsEqEx atualizado até a turma de 2016

(fonte EsEqEx)

As atividades da EsEqEx iniciaram-se em 1922, sendo que até o ano de 2016

a instituição de ensino já formou 188 instrutores e 71 monitores policiais militares de

diversos estados da Federação.

61

O primeiro instrutor policial formado foi em 1934, o então Tenente FPESP

Benedicto Dorival Monteiro, da Força Pública do Estado São Paulo, atual Polícia

Militar do Estado de São Paulo.

Já o primeiro monitor policial militar formado foi em 1967, Sargento FPESP

Oswaldo Carreteiro, também da atual Polícia Militar do Estado de São Paulo.

No item 10 (anexos) deste trabalho podemos encontrar o nome e o ano de

todos os instrutores e monitores policiais militares formados nesta instituição de

ensino.

Deve-se ressaltar que nestes 82 anos de parceria entre a Escola e as Polícias

Militares a doutrina de policiamento foi consolidada em todo o Brasil. Claro que cada

Estado da Federação desenvolveu suas peculiaridades, principalmente por questões

culturais, no entanto, a disseminação da Equitação Acadêmica atingiu todas as

regiões do território brasileiro.

Por fim, destaca-se que os únicos Estados que não formaram nenhum

instrutor ou monitor em nossa tradicional escola são aqueles que não optaram ou

desistiram da utilização da modalidade do policiamento montado.

Vejamos, no próximo capítulo, uma pesquisa sobre quais são estes Estados.

62

7. A DELIMITAÇÃO DO PÚBLICO DE POLICIAS MILITARES E

CAVALOS QUE PODEM SER INSTRUÍDOS POR INSTRUTORES E

MONITORES FORMADOS PELA ESCOLA DE EQUITAÇÃO DO EXÉRCITO

Unidade Policial

Militar Hipomóvel Cidade/Estado Cavalos

Policiais Militares

Instrutores de Equitação

Monitores de Equitação

Contato

1 4º RPMon "Bento Gonçalves" Rio Grande do Sul 594 360 01

00 Cap PM Rodrigo

2 Regimento de Polícia Montada “9 de Julho”

São Paulo/SP 398 650

10 02

Ten PM Salles

3 Regimento de Polícia Montada

"Regimento Cel Rabello" Distrito Federal 260 270

02

01

TenPM Bruno

4 Regimento de Cavalaria

"Alferes Tiradentes" Minas Gerais 206 236

03

00

Sgt PM Andrade

5 Regimento de Polícia Montada

"Dias Cardoso" Pernambuco 186 210

06

05

Maj PM Gleidson

6 RPMon "Cel Enyr Cony dos

Santos" Rio de Janeiro 157 329

03

04

Ten PM Wood

7 Guarnição Especial de Polícia

Militar Montada Santa Catarina 146 104

02

02

Cap PM Andreia Frigtz

8 Regimento de Polícia Montada

"Cel Moura Brasil" Ceará 138 175

01

01

Maj PM Claudiomiro

9 RPMon "Cel Dulcídio" Paraná 109 112

08

00 Ten PM Galvao

10 Regimento de Polícia Montada "João Fernandes de Almeida”

Rio Grande do Norte 108 120

00

00 Maj PM Fontes

11 Regimento de Polícia Montada

do Espírito Santo Espírito Santo 97 133

01

00

Cap PM Andrei

12 RPMon "Ary Ribeiro Valadão

Filho" Goiás 93 45

01

00

Maj PM Alisson

13 RPMon da Policia Militar do

Estado de Alagoas Alagoas 91 32

03

01

Cel PM Ramon

14 Esquadrão de Polícia Montada

do Estado da Bahia Bahia 76 121

04

02

Cap PM Perazzo

15 1º e 2º Esquadrão de Polícia

Montada da PMMA Maranhão 74 137

00

02

Cap PM Lopes

16 Esquadrão de Policiamento Montado Sergipe 71 83

01

00 Maj PM

Claudionor

17

RPMon "Cel Calixto" Paraíba 68 183

01

01 Ten PM Vieira

18 RPMon “Cassulo de Melo”

*** tem policiamento com bufalos Para 59 127

00

00

Ten PM Gilberto

19 2º EPMON

“Major Bernardo Antonio Saraiva” Piauí 55 76

00

00

Maj PM Jansom

20

1º Esquadrão Independente de Polícia Militar Montada

Mato Grosso do Sul 36 60

01

00 Maj PM Schulls

21 Regimento de Policiamento

Montado - RPMon Mato Grosso 35 64

00

00

Maj PM Fernandes

22 Regimento de Polícia Montada da PM do Estado do Amazonas

Amazonas 34 52

00

00 Cap PM Muniz

23 1º Esquadrão Independente

de Polícia Montada Roraima 19 34

01

01

Cap PM Péricles

24 NÃO HÁ MODALIDADE DE POLICIAMENTO MONTADO

Amapa -- --

-- --

Ten PM Aldoney

25 NÃO HÁ MODALIDADE DE POLICIAMENTO MONTADO

Rondonia -- -- --

-- Cap PM

Whashington

26 NÃO HÁ MODALIDADE DE POLICIAMENTO MONTADO

Acre -- -- -- -- Maj PM Russo

27 NÃO HÁ MODALIDADE DE POLICIAMENTO MONTADO

Tocantis -- -- -- -- Maj PM Cristina

TOTAL ----------------------- 3110 3713 49 22 ------------------

63

7.1. Metodologia

Para a confecção de nosso quadro foi realizada uma pesquisa através de

contato telefônico com um Oficial ou Praça de cada Instituição Policial Militar, sendo

realizadas as seguintes perguntas:

quantos cavalos a PM tem à disposição do policiamento montado (potros,

senis, doentes, operacionais, enfim todos);

quantos policiais militares estão à disposição do policiamento montado

(efetivo total da unidade, mesmo que administrativos);

quantos instrutores de equitação em atividade profissional a Polícia Militar

possui;

quantos monitores de equitação em atividade profissional a Policia Militar

possui.

7.2. Análise dos dados

Nossa pesquisa nos leva ao entendimento de que as Polícias Militares de todo

o Brasil possuem 3110 cavalos à disposição da sociedade brasileira, além de 3713

policiais militares que podem exercer a atividade de policiamento montado. Já para a

instrução desta tropa pronta ou para a instrução de novos cavaleiros militares, as

policias brasileiras possuem 49 instrutores e 22 monitores à disposição para

instrução e assessoria quando o assunto for a equitação.

Em nossa pesquisa solicitamos os quantitativos de cavalos absolutos, sejam

senis, doentes, reformados, potros etc., pois acreditamos que o instrutor ou monitor

de equitação possui a qualificação técnica para sugerir ao comandante da unidade

quais providências devem ser tomadas em cada caso, ou seja, a qualificação do

policial militar formado na Escola de Equitação do Exército não se resume apenas à

instrução, mesmo sendo esta sua função principal.

Situação parecida acontece quando solicitamos, em relação ao efetivo, quantos

policiais militares estariam à disposição do policiamento montado, mesmo que em

funções administrativas, pois quem está fora da finalidade fim (montar cavalos), a

qualquer momento, de inopino, pode ser acionado a assumir suas funções

64

operacionais junto aos cavalos. Neste caso, o instrutor e monitor de equitação

devem estar prontos para uma reciclagem hípica destes policiais.

Apenas quatro Estados da Federação não possuem a modalidade de

policiamento montado: Tocantins, Acre, Amapá e Rondônia.

Além das respostas objetivas, os policiais militares, em algumas situações,

acrescentaram dados informais que valem ser registrados. Por exemplo:

No Estado de Goiás, o único instrutor de equitação é o comandante da

unidade. Já em relação aos monitores, o único profissional que eles tinham,

atualmente promovido a Tenente do Quadro Auxiliar Administrativo, está fora da

unidade e, portanto, não está atuando no policiamento montado;

No Estado do Pará, o único instrutor de equitação que auxilia (informalmente)

na preparação da equipe de salto é um 2º Tenente do Quadro Auxiliar de Oficiais do

Exército Brasileiro;

No Estado do Mato Grosso do Sul, o único instrutor de equitação também é o

Comandante da Unidade;

No Estado do Piauí existem dois Oficiais na ativa, que já foram Comandantes

da Unidade Hipo, mas, no momento, estão em outras unidades, ou seja, fora da

atividade. Em relação a monitores de equitação, segue a mesma situação do Estado

de Goiás, o único monitor que eles tinham, atualmente promovido a Tenente do

Quadro Auxiliar Administrativo, está fora da unidade e, portanto, não está atuando

no policiamento montado;

No estado de Sergipe, o monitor que trabalhava na unidade está aposentado

e o único instrutor de equitação é o próprio Comandante;

No Distrito Federal, nenhum dos dois instrutores está desempenhando a

função de instrutor de equitação, pois estão em outras atividades, mesmo que

lotados na unidade hipo móvel;

O Estado da Paraíba possui instrutores, mas estão em outras funções;

O Estado da Pará possui instrutores, mas estão em outras funções. Além

disso, na Ilha de Marajó, na cidade de Sodré, distante 4 horas de Belém, existe

um policiamento com búfalos, no entanto, tem o objetivo mais turístico do que

policiamento propriamente dito. São quarenta e nove animais;

Na Brigada Militar, no Rio Grande do Sul, a força de segurança passa por

uma reestruturação, atualmente com 594 cavalos, sendo que até alguns anos atrás

65

o número se aproximava a 700. Estão sendo realizados leilões para a venda dos

animais. O objetivo da Instituição é permanecer com no máximo 400 cavalos, ou

seja, metade do plantel.

No Estado do Acre, em virtude de custos, os animais foram doados e a

modalidade de policiamento foi extinta no ano de 2017;

66

8. CONCLUSÃO

O objetivo de nosso estudo foi comprovar a importância da parceria da Escola

de Equitação do Exército Brasileiro com as unidades hipo móveis das Polícias

Militares de todo o Brasil.

Tal parceria torna-se essencial, pois a Escola é a única que reúne condições

de difundir a Equitação Acadêmica, ciência da arte equestre desenvolvida durante

séculos e empregada no mundo inteiro até os dias atuais.

A Equitação Acadêmica deve ser considerada como pedra fundamental,

alicerce, estrutura básica para qualquer atividade que empregue cavalos, seja para o

trabalho rural, para o esporte de alto rendimento, seja para a atividade militar de

guerra e, da mesma forma, para o desenvolvimento do policiamento montado.

Destaca-se que com os altos investimentos que o Estado Brasileiro empregou

na EsEqEx, em virtude dos grandes eventos esportivos internacionais, o parque

equestre da Escola, com certeza, atualmente é o mais bem equipado do país.

Juntando-se ao fato do corpo docente altamente qualificado, tornaria totalmente

antieconômico, mesmo para o Estado de São Paulo, Estado mais rico da federação,

criar um curso próprio ou exclusivo para as Policiais Militares do Brasil.

A parceria entre o Exército e as Polícias Militares já existe, com sucesso, há

mais de 82 anos, no entanto, os números demonstram que tal parceria deveria ser

amplificada.

As Polícias Militares têm à disposição da sociedade mais de 3000 cavalos e

3000 cavaleiros atuando no policiamento montado, no entanto, mesmo que a

Escola, ao longo do tempo, tenha formado 259 instrutores e monitores policiais

militares, atualmente, temos apenas 71 profissionais ministrando instrução para

seus efetivos.

O objetivo inicial da EsEqEx, que era difundir a Equitação Acadêmica em todas

as regiões do Brasil, foi alcançado, diga-se de passagem, com grande êxito. No

entanto, existe a urgente necessidade da renovação dos quadros de policiais

instrutores e monitores.

Em alguns Estados, o único instrutor em atividade é o próprio Comandante,

alem do fato que em 05 Estados da Federação (Pará, Amazonas, Mato Grosso, Rio

Grande do Norte e Piauí), não há nenhum instrutor ou monitor em atividade.

67

Situações como estas são temerosas, pois a doutrina da Equitação Acadêmica

poderá perder-se ao longo do tempo.

De fato, mas não de direito (legalmente), a EsEqEx funciona como um

verdadeiro centro nacional de difusão da Equitação Acadêmica, porém, sugere-se a

criação de uma articulação nacional que potencializasse a presença de policiais

militares nos cursos oferecidos pela Escola.

Por fim, a Segurança Pública, função essencial e constitucional do Estado

Brasileiro, sofre a cada dia novas exigências da população brasileira e, acreditando-

se que a modalidade de policiamento montado, atividade extremamente ostensiva e

preventiva, núcleo constitucional da atividade fim da Polícia Militar, poderá ser cada

vez mais aprimorada e aumentada, caso a parceria Exército Brasileiro e Polícias

Militares se fortaleça.

68

9. REFERÊNCIAS

LICART, Comandante. A Arte da equitação: como aprender e a ensinar a montar. São Paulo: Papirus, 1988.

PRIMO, Armando Teixeira. O mundo do cavalo. Porto Alegre:Sulina, 2013.

OLIVEIRA, Nuno. Breves Notas de uma arte apaixonante (A Equitação). Avessada: Pyo. 2015.

CRONEMBERG, Policiamento Montado no Centro das Grandes Metrópoles. Fortaleza, 1993, 69f. Monografia apresentada à Academia de Polícia Militar do Ceará para obtenção do grau de Aperfeiçoamento de Oficiais.

LUDKE, Menga e ANDRÉ, Marli E. D. A. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1986.

MINAS GERAIS, Polícia Militar. Manual de Policiamento Montado. Belo Horizonte:1981.

POLICASTRO, Alberto Nubie. Manual de tropa montada. 2005. 261f. Monografia (Especialização em Segurança Pública) – Centro de Aperfeiçoamento e Estudos Superiores, São Paulo, 2005.

SARTÓRIO, Márcio Eugênio. Padronização de doutrinas para a implantação e manutenção de organizações policiais militares de policiamento montado. 2005. 113f. Tese (Pós-Graduação em Equitação) – Escola de Equitação do Exército Brasileiro, Rio de Janeiro, 2005.

SOEIRO, Eduardo da Costa. A preparação do cavalo para missões de garantia da lei e da ordem. 2004. 48f. Monografia (Especialização em Equitação) Escola de Equitação do Exército, Rio de Janeiro, 2004.

RICHARDSON, Robert Jerry et al. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 1985.

MORGADO, Felix B. Adestramento do cavalo. São Paulo: Nobel, 1990.

LICART, Comandante. A Arte da equitação: como aprender e a ensinar a

69

montar. São Paulo: Papirus, 1988.

PRIMO, Armando Teixeira. O mundo do cavalo. Porto Alegre: Sulina, 2013.

OLIVEIRA, Nuno. Breves Notas de uma arte apaixonante (A Equitação). Avessada: Pyo. 2015.

CRONEMBERG, Policiamento Montado no Centro das Grandes Metrópoles. Fortaleza, 1993, 69f. Monografia apresentada à Academia de Polícia Militar do Ceará para obtenção do grau de Aperfeiçoamento de Oficiais.

MINAS GERAIS, Polícia Militar. Manual de Policiamento Montado. Belo Horizonte:

1981.

GOMES, Leonardo Martins. A História da Escola de Equitação do Exército. Rio de Janeiro: EsEqEx, 2011.

JOSÉ, Balestiero Filho. Policiamento a cavalo: concepção e emprego. Centro de Aperfeiçoamento e Estudos da Polícia Militar de São Paulo, Monografia. São Paulo: 2003.

RAMOS, Alan de Carvalho. A preparação do cavalo para ser utilizado junto às massas, em praças desportivas e a legislação pertinente ao seu emprego. Escola de Equitação do Exército, Monografia. Rio de Janeiro: 2014.

ROBERTS, Monty. O homem que ouve cavalos. Rio de Janeiro. Bertrand Brasil. 2005.

A arte acadêmica da Equitação ebook http://equestreonline.com.br/wp-content/uploads/2015/11/Ebook-

AAOR-PT.pdf. disponível em 30 de agosto de 2017

Desempenho Instituto hommo- caballus http://www.desempenho.esp.br/livro/get_capitulo.cfm?id=54 disponível em 02 de setembro de 2017

Chateaux de Lai Loire Finest France http://castelosdoloire.com.br/pt-br/cele-castele/cadre-noir/imperdiveis disponível em 02 de setembro de 2017.

Polícia Militar do Estado de Piaui. http://www.pm.pi.gov.br/eipmon.php.disponível em 07 setembro de 2017.

70

Polícia Militar do Estado de Roraima. http://www.pm.rr.gov.br/index.php/component/content/article?id=159. Disponível em 07 de setembro de 2017.

Policiamento com búfalos é atração no Amapá: http://g1.globo.com/pa/para/noticia/2013/07/policiamento-com-bufalos-e-atracao-turistica-no-marajo.html. disponível em 07 de setembro de 2017.

Policia Militar de Rondonia : http://www.pm.ro.gov.br/index.php/component/search/?searchword=regimento&searchphrase=all&Itemid=149. disponível em 07 de setembro de 2017.

71

10. ANEXOS

10.1. Turmas de alunos policiais militares formados na EsEqEx

Fonte Seção Técnica de Estudo (STE) da EsEqEx

Turma de 1924

___________________________________________________________________

Turma de 1931

___________________________________________________________________

Turma de 1932

___________________________________________________________________

Turma de 1933

___________________________________________________________________

Turma de 1934

Tenente FPESP Benedicto Dorival Monteiro

___________________________________________________________________

Turma de 1935

Tenente PMDF Alonso Gomes

__________________________________________________________________

Turma de 1936

___________________________________________________________________

Turma de 1937

___________________________________________________________________

Turma de 1946

___________________________________________________________________

Turma de 1947

___________________________________________________________________

72

Turma de 1948

__________________________________________________________________

Turma de 1949

___________________________________________________________________

Turma de 1950

___________________________________________________________________

Turma de 1951

___________________________________________________________________

Turma de 1952

Tenente PMERJ Enyr Cony dos Santos

Tenente PMDF João Batista Medeiros de Carvalho

___________________________________________________________________

Turma de 1953

___________________________________________________________________

Turma de 1954

___________________________________________________________________

Turma de 1955

___________________________________________________________________

Turma de 1956

___________________________________________________________________

Turma de 1957

___________________________________________________________________

Turma de 1958

__________________________________________________________________

Turma de 1959

___________________________________________________________________

Turma de 1960

73

___________________________________________________________________

Turma de 1961

Tenente PMERJ Elias Flores da Silva

___________________________________________________________________

Turma de 1963

__________________________________________________________________

Turma de 1964

__________________________________________________________________

Turma de 1965

Tenente PMPR César Augusto Valente Aymoré

Tenente PMESP Dilton Carvalho de Souza

___________________________________________________________________

Turma de 1967

Capitão PMERJ Humberto Pinto

Tenente PMERJ Carlos Henrique Bravo Galvão

Sargento PMESP Oswaldo Carreteiro

___________________________________________________________________

Turma de 1968

Tenente BMRS Luiz Carlos Fernandes Porto

Tenente PMESP Ubiratan Guimarães

Tenente PMPR João Olavo de Castro

__________________________________________________________________

Turma de 1969

Tenente BMRS Murilo Ward Caldeira

___________________________________________________________________

Turma de 1970

Capitão PMERJ Acácio Torres Filho

74

Capitão PMERJ Jorge Marcos Pereira

Tenente PMPE Antônio Jesus dos Santos

Tenente PMMG Murilo Augusto de Assis Toledo

___________________________________________________________________

Turma de 1971

___________________________________________________________________

Turma de 1972

Capitão PMERJ José Bonfim Vieira dos Santos

___________________________________________________________________

Turma de 1973

Major BMRS Golbery Chagas Jordão

Capitão PMERJ Gilberto Pereira de Araújo

Tenente PMSC Paulo Tadeu Paiva

Tenente PMESP Armando Rafael de Araújo

Tenente PMESP Oscar Luiz Araújo de Oliveira

__________________________________________________________________

Turma de 1974

Capitão PMERJ Hamilton Dias Damasceno

Tenente PMESP Paulo Miranda de Castro

Tenente BMRS Milton Ximenes

__________________________________________________________________

Turma de 1975

Capitão BMRS Teodóro Pirola Neto

Capitão PMERJ Dênis Corrêa da Silva

Tenente PMESP Rui César Melo

Tenente PMESP João Alves Cangerana

Tenente PMPE Audas Diniz de Carvalho Barros

75

Tenente PMPR Antônio Fraveto

Tenente PMPE Brasilandes da Silva Lima Filho

___________________________________________________________________

Turma de 1976

Tenente PMERJ Joaquim Romualdo da Silva

Tenente PMPE Severino José do Carmo Barbosa

Tenente PMSC Paulo Della Justina

Tenente PMPR Luiz Antônio Borges Vieira

___________________________________________________________________

Turma de 1977

Tenente PMMG Valdi Caetano Leal

Tenente PMERJ Carlos Fernandes Ferreira Belo

Tenente PMPR Fabio Neuman de Lima

Tenente PMESP Vicente Benedito Marcelino da Silva

Tenente PMPE Iranildo Gomes Leal

Tenente PMMG Mário Veríssimo Pinto de Souza

___________________________________________________________________

Turma de 1978

Capitão BMRS Pedro Rubens da Silva Rodrigues

Tenente PMPE Ernesto Souza de Araújo

Tenente PMESP Dimas Cardoso

Tenente PMERJ Olavo Ramos Filho

Tenente PMPR Marino Ari Burille

___________________________________________________________________

Turma de 1979

Capitão PMESP Antônio de Jesus Gandolfi

Tenente BMRS João Carlos Bortoluzzi

76

Tenente PMERJ Maurício Soares Ghedini

Tenente PMPE Roberto Barbalho de Azevedo Viana

Tenente PMMG Roque Navarro da Silva

Sargento PMESP Alberto Herefeld

__________________________________________________________________

Turma “General Euclydes de Oliveira Figueiredo” – 1980

Tenente PMESP Ricardo Bezerra Damásio

Tenente BMRS Dalmo Itaboraí do Nascimento

Tenente PMSC Bruno Knitz

Tenente PMPE Weldon Rodrigues Nogueira

Tenente BMRS Voltaire dos Santos Abadio

___________________________________________________________________

Turma de 1981

Tenente PMESP Jorge Augusto Rêgo

Tenente PMPA Antônio Cronemberg Freitas

___________________________________________________________________

Turma de 1982

Tenente PMESP Alberto Nubile Policastro

__________________________________________________________________

Turma de 1983

Capitão PMPA Faustino Antônio Gonçalves Neto

Tenente PMESP Américo Martins

Tenente PMERJ Edison Estivalete Brilhalva

Tenente PMMG José Antônio Utsch Moreira

Tenente PMERJ José Aurélio Brazuma Maciel

Sargento PMMG João Pinto da Fonseca

Sargento PMESP Abílio Akamine

77

Sargento PMGO José da Costa Neto

Sargento PMGO Joaquim Batista de Oliveira

___________________________________________________________________

Turma de 1984

Tenente PMESP Eduardo José Félix de Oliveira

Tenente PMPR José Carlos Augusto Pinto

Tenente PMDF Luiz Augusto Penna

Sargento PMERJ Eliacyr Vasconcelos de Almeida

Sargento PMPA Oscar Pinheiro da Costa Filho

Sargento PMDF Nilton Gomes da Rocha

Sargento PMESP Adão Fernandes dos Santos

___________________________________________________________________

Turma de 1985

Capitão PMERJ Welligton Barros Lopes

Tenente PMESP Francisco de Oliveira e Silva

Tenente PMESP Edson Orrin

Tenente PMPR Nelson Francisco Muller Júnior

Tenente PMDF Luiz Fernando Gonçalves

Sargento PMSC Tarcísio Sebold

Sargento PMESP Aparecido Vitorino

Sargento PMERJ César Vellasco

___________________________________________________________________

Turma de 1986

Tenente PMESP Paulo Roberto Silva Vieira

Tenente PMDF Júlio César da Silva

Sargento PMDF José Paulo dos Santos

Sargento PMPA Ediberton Guilherme do Espírito Santo

78

Sargento PMESP Dirço Porcina

Sargento PMERJ Dionísio Braz dos Santos Filho

___________________________________________________________________

Turma de 1987

Tenente PMDF Luiz Sérgio Lacerda Gonçalves

Tenente PMESP Elias Miller da Silva

Tenente PMESP Ricardo Andrioli

Tenente PMERJ Jami Noa Medeiros de Araújo

Tenente PMERJ César Augusto Tanner de Lima Alves

Sargento PMDF Pedro Soares

Sargento PMESP Sérgio Salles Monteiro

___________________________________________________________________

Turma de 1988

Tenente PMESP Yvens Martini Catalano

Tenente BMRS Leandro Nazareno Martins Reis

Tenente PMDF Jorge Dorneles Passamani

Tenente PMPE Alberto Jorge do Nascimento Feitosa

Tenente BMRS João Zazycky Filho

Tenente PMSC Lindomar Nunes da Rosa

Tenente PMERJ José Arthur Samaha de Carvalho

___________________________________________________________________

Turma de 1989

Capitão PMESP Mardiros Marcos Burunsizian

Tenente BMRS Antônio Roque Francisco Ferreira

Tenente PMSC Luiz Ricardo Duarte

Tenente PMBA Álvaro Torres da Silva

Tenente PMERJ Edilson de Moraes Filho

79

Sargento PMSC João Crisóstomo Kuhnn

Sargento PMSC Carlos Arlindo Prudente Otero

___________________________________________________________________

Turma de 1990

Tenente PMESP Maximiliano Cássio Soares

Tenente PMGO Júlio César Motta Fernandes

Tenente PMPE José Marcelo Garcia Bessa Júnior

Tenente PMMT Domingos Martini

Tenente PMSC Carlos Alberto Ferreira

Tenente PMPR Lorival da Cunha Sobrinho

Tenente PMSE Adeilson Barros Meira

Sargento BMRS Elenilton da Silveira Karsten

Sargento BMRS José Zamir Nunes

Sargento PMGO Gilmar Luiz Camilo

Sargento PMPI Clariano Pereira da Silva

___________________________________________________________________

Turma de 1991

Tenente PMESP Walter Gomes Motta

Tenente PMDF Celso Velasco da Silva

Tenente PMDF José Alfredo da Silveira Guimarães

Tenente BMRS Leonel da Rocha Andrade

Tenente PMERJ Álvaro Rodrigues Garcia

Tenente PMPA Carlos Eduardo Barbosa da Silva

Tenente PMERJ Marcelo Ricardo Machado Alves

___________________________________________________________________

Turma de 1992

Capitão PMAL Fernando Gilberto Nunes Calaca

Capitão PMERJ José Domingos de Sales Filho

Tenente PMGO Antônio Carlos de Oliveira

Tenente PMPI Raimundo Nonato Feitosa

Sargento PMMS Herislandio Selestino Gonçalves

80

Sargento PMBA Carlos Batista Santana Nascimento

___________________________________________________________________

Turma “General Edgard Bonnecaze Ribeiro” – 1993

Capitão PMPE José Cassimiro Henrique de Albuquerque

Tenente PMDF Wilson Rogério Moreto

Tenente PMESP Everton R. Rodrigues da Cunha

Tenente PMERJ Augusto César Pinto

Tenente PMMG Daniel Castelo Branco Avellar

Tenente PMBA Antônio Edgard Santos de Jesus

Tenente PMESP Marcelo Vieira Salles

Tenente PMBA Jorge Gomes dos Santos Júnior

Sargento PMPE Alessandro Andrade Matos

Sargento PMMG Wagner Melo Ladeira Senna

Sargento PMDF Deuzodete da Silva Gomes

Sargento PMMA Raimundo Nonato Ferreira Cutrim

Sargento PMESP Osmar José Ribeiro

Sargento PMDF Carlos Humberto das Neves

Sargento PMAL Eraldo Pereira da Silva

___________________________________________________________________

Turma “General Íris Lustosa de Oliveira” – 1994

Capitão PMERJ Cristiano Luiz Gaspar

Tenente PMDF Joélcio Francisco Urtiga

Tenente PMESP Rogério Rodrigues dos Santos

Tenente PMPA Péricles Borges de Oliveira

Sargento PMMA Manoel da Vera Cruz Martins Sampaio

Sargento PMES Edilson Clementino da Costa Júnior

Sargento PMCE Ernandes Azevedo

Sargento PMSE Miguel Fagundes da Costa Neto

Sargento PMBA Amariudo Gonçalves Pereira

Sargento PMMT Juvenil Bonfim dos Santos

___________________________________________________________________

81

Turma de 1995

Capitão PMDF Marcos de Araújo

Tenente PMESP Carlos Eduardo de Oliveira

Tenente PMMG Willian Rebuitti dos Santos

Tenente PMPR Manoel Jorge dos Santos Neto

Tenente PMPE Paulo Fernando Andrade Matos

Tenente PMPA Janderson Monteiro Rodrigues Viana

Tenente PMMA Maurílio Claudino Pinto

Sargento PMPE Cláudio Jorge Matos

Sargento PMCE Francisco de Assis Lopes de Lima

Sargento PMMG Paulo Augusto de Andrade

Sargento PMDF José da Aparecida Gomes

Sargento PMES Ciel de Souza Costa

Sargento PMERJ Jorge Luiz Marques Soares

___________________________________________________________________

Turma de 1996

___________________________________________________________________

Turma de 1997

Tenente PMESP Henguel Ricardo Pereira

Tenente PMESP Ricardo Jum Kawauchi

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Mário Oswaldo da Silveira Magalhães” – 1998

___________________________________________________________________

Turma “General Fernando Monzon Abril” – 1999

___________________________________________________________________

Turma “General João Baptista de Oliveira Figueiredo” – 2000

___________________________________________________________________

Turma “General Anísio da Silva Rocha” – 2001

Tenente PMSC Márcio Ferreira

Tenente PMERJ Jorge Henrique Cardoso Batalha

___________________________________________________________________

82

Turma “Coronel Edison Murilo Serratine” – 2002

Capitão PMMG Maximiliano Augusto Xavier

Capitão PMPB Jefferson Pereira da Costa e Silva

Tenente PMESP Eder Ken Shikuma

Tenente PMPR Deoclécio Aires Barbosa

Sargento PMPE Edinaldo Mendonça da Silva

Sargento PMERJ Carlos Augusto Lima Costa

Sargento PMESP Emerson Gonçalves Carneiro

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Jair Marques Jacques” – 2003

Capitão PMPI Valdeney José Pacheco

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Francisco Rabelo Leite Neto” – 2004

Capitão PMPA Edivaldo Santos Souza

Capitão PMERJ Alexandre Magno Mouzinho Barreto

Tenente PMERJ Keldison Almeida da Sousa

Tenente PMDF Rodrigo Silva Abadio

Tenente PMESP Davi de Carvalho Freixo

___________________________________________________________________

Turma “General Antenor de Santa Cruz Abreu” – 2005

Capitão PMBA Valter Serpa de Oliveira Filho

Capitão PMES Marcio Eugenio Sartório

Capitão BMRS Cláudio de Azevedo Goggia

Capitão PMMA Everaldo Ferreira Santana

Tenente PMRN Antoniel Jorge dos Santos Moreira

Tenente PMPE Alexandre Arruda Pereira e Silva

Tenente PMERJ Renato Paulínio Senna dos Santos

Tenente PMES Ubirajara Egg de Resende

Sargento PMERJ Francisco das Chagas dos Santos Fonseca

Sargento PMES Jaílson Almeida da Cruz

___________________________________________________________________

83

Turma “Coronel João Severiano da Fonseca Hermes Netto” – 2006

Capitão André Portella Tavares

Capitão Paulo Eduardo Gressler da Rocha Paiva

Capitão PMSE Claudionor dos Santos Junior

Tenente PMPR Márcio Stange da Cruz

Tenente PMSC Luiz André Pena Viana de Oliveira

Tenente PMDF Genilson Figueiredo de Oliveira

Tenente PMGO Alyson Ferreira Sobrinho

Sargento PMDF Wellington de Araújo Gomes

Sargento PMPR Jose Manuel de Negreiros

Sargento PMDF José Geraldo Luciano

Sargento PMESP Evandro Barros Godoy

Sargento PMERJ Samuel de Sousa Fonseca

___________________________________________________________________

Turma “General Demócrito Corrêa Cunha” – 2007

Capitão PMBA Fabiano Teixeira Viana

Tenente PMMG Carlos Felipe Oliveira de Souza

Tenente PMDF Rodrigo de Araújo Ribeiro

Tenente PMPR Felipe Serbena

___________________________________________________________________

Turma “Osório 200 anos” – 2008

Major PMAM Marco Antônio Passos Mesquita da Silva

Capitão Luiz Fernando Coradini

Capitão PMCE Raimundo Daíso Rodrigues Filho

Tenente PMBA Vinícius Moreno de Jesus Veira

Tenente PMESP Sylas Iadach Oliveira Lima

Sargento PMES José Frassi

Sargento PMESP Fábio Soares Menezes

Sargento PMERJ Henrique de La Roque de Melo Gomes

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Pedro Bechara Couto” – 2009

84

Tenente PMERJ Michel Ferreira de Oliveira

Tenente PMRN Naílton Rodrigues do Nascimento

Tenente PMPB Sebastian Cordeiro Sanchez

Tenente PMESP Nivaldo Archimedes Pirola Júnior

Sargento PMDF Leônidas Carlos Santos

Sargento PMESP Marcos Roberto Navarro

Sargento PMERJ Gilson Dutra Portella

___________________________________________________________________

Turma “Missão Militar Francesa de 1922” – 2010

Capitão PMPE Djair Vaz de Medeiros Filho

Capitão PMERJ Ricardo Nascimento Alves

Tenente PMESP Carlos Eduardo Lima

Tenente PMPB Edmilson Florentino de Souza

Tenente PMAL Antônio Jorge Moreira Júnior

Tenente PMMG Jordane César Campos Costa

Sargento PMPB José Vieira dos Santos

Sargento PMPE Jefferson Correia de Souza

Sargento PMESP Ezequiel Lauriano da Silva

Sargento PMAL Antônio dos Santos Barbosa

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Ary Carlos Castilho” – 2011

Capitão PMDF Wendel Oliveira Andrade Silva

Capitão PMMG Adeir José Moreira

Capitão PMERJ Bernando Borges Lins Evangelho

Tenente PMERJ Ricardo Franco Nicodemos

Sargento PMDF Edgley Virgolino Guedes

Sargento PMESP Alexandre Silva e Lima

Sargento PMMG Gabriel Augusto Soares

___________________________________________________________________

Turma “Coronel Francisco Pereira de Holleben” – 2012

Capitão PMDF Marcos Henrique Gonçalves

Capitão PMCE Antonio Martins de Souza Filho

85

Tenente PMESP Rafael Silva Gouveia

Sargento PMCE Marcus Lopes Bezerra

Sargento PMDF Paulo dos Anjos Santos

Sargento PMESP João Marcos dos Santos

___________________________________________________________________

Turma – 2013

Tenente PMAL Diego Henrique Bezerra Vieira

Tenente PMESP Luis Olavo Campanhã Sant’anna

Tenente PMSC Rafael Carlos Dutra

__________________________________________________________________

Turma “General José Felipe Biasi – 2014

Capitão PMMT Fernando Shulz Galvão da Silva

Capitão PMERJ Alan de Carvalho Ramos

Tenente PMERJ Cássia Cestari Delboni

Tenente PMPR Rafael Kowalski

Tenente PMES Carlos Marx Orlandi Rocha

Sargento PMERJ Aldir Martins Cabra

___________________________________________________________________

Turma “ Tenente Coronel de Cavalaria Sérgio Murillo de Almeida Cerqueira

Filho” – 2015

Capitão PMERJ Sérgio Willian Silva Miana Júnior

Tenente PMAL Sidcley Freitas Constantino

Tenente PMESP Thais Cipolla

Tenente PMESP Vinícius de Nóbrega

Tenente PMPR Keyla Wosniak

__________________________________________________________________

Turma “Coronel Franco Pontes” – 2016

Capitão PMRR Péricles Dias de Araújo

86

Tenente PMMG Frederico Arruda Costa

Tenente PMESP Amilcar Filipe Garcia de Souza Cavalcanti

87

10.2. Grade curricular do curso de Instrutor de Equitação

88

10.3. Grade curricular do curso de Monitor de Equitação

89

10.4. Portaria Normativa Interministerial nº 18, de 13 de novembro de

2008