120
Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação para obtenção do grau de Mestre em Engenharia Civil Orientador: Prof. Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença Júri Presidente: Prof. José Joaquim Costa Branco de Oliveira Pedro Orientador: Prof. Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença Vogal: Prof. Luís Manuel Coelho Guerreiro Maio de 2017

Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico

de Sistemas de Elevadores

Ana Filipa Carrelo Carvalho

Dissertação para obtenção do grau de Mestre em

Engenharia Civil

Orientador: Prof. Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença

Júri Presidente: Prof. José Joaquim Costa Branco de Oliveira Pedro

Orientador: Prof. Jorge Miguel Silveira Filipe Mascarenhas Proença Vogal: Prof. Luís Manuel Coelho Guerreiro

Maio de 2017

Page 2: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

ii

Page 3: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

iii

RESUMO

Na eventualidade de um sismo, a operacionalidade dos serviços hospitalares é vital. A falha do

sistema de elevadores neste tipo de edifícios pode impossibilitar o transporte vertical dos doentes

e, assim, não permitir a prestação de cuidados médicos num momento tão crucial.

Como tal, este trabalho pretende a consciencialização para a importância do dimensionamento

de sistemas de elevadores face à ação sísmica, começando por uma breve descrição dos seus

diversos elementos e dando especial atenção aos dispositivos de segurança sísmica.

Segue-se uma análise retrospetiva de danos resultantes de eventos sísmicos baseada no registo

do desempenho destes sistemas em eventos anteriores. Tal análise revela o descarrilamento do

contrapeso como sendo a falha mais frequente, expondo o sistema contrapeso-guia como o que

requer mais atenção por parte de um dimensionamento à ação sísmica.

Sendo elementos não estruturais, os elevadores não são considerados na resistência estrutural

do edifício onde se inserem, existindo apenas alguns regulamentos onde se definem requisitos

mínimos de segurança específicos para os vários componentes. E, embora tenha sido aprovada,

recentemente, a norma europeia EN81-77 que apresenta critérios de dimensionamento e

instalação dos elevadores face à ação sísmica, ainda não é aplicada de forma generalizada em

Portugal. Assim, abordam-se estes documentos e tais metodologias são comparadas.

O método preconizado pela EN81-77 é o escolhido para ser confrontado no contexto de um caso

de estudo baseado no Hospital do Barlavento Algarvio. Para tal, realizam-se análises dinâmicas

com o intuito de obter a resposta dinâmica do sistema de guias das cabines e contrapesos.

Palavras chave: Comportamento sísmico, Contrapeso, Dispositivos de segurança sísmica,

Elevador, EN81-77:2013, Hospital.

Page 4: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

iv

Page 5: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

v

ABSTRACT

In the event of an earthquake, the perfect operation of hospital services is vital. The failure of the

elevator system in this type of building may make the vertical transportation of patients impossible,

and thus not allow medical care at such crucial time.

Therefore, this work intends to raise awareness to the importance of the seismic design of

elevators, starting with a brief description of its various components and emphasizing seismic

safety devices.

Following that, is presented a retrospective analysis of damages resulting from seismic events

based on the systems performance in previous events. Such analysis reveals the derailment of

the counterweight as the most frequent failure, exposing the rail-counterweight system as

requiring more attention by a project to the seismic action.

Since the elevators are non-structural elements and thus not considered to be part of the

structural strength of the building where they are installed, there are only a few regulations

developed by countries as USA and Japan where specific minimum safety requirements are

defined for the various components. And although EN81-77, approved in 2013, has design criteria

for elevators against seismic action, it is not yet widely used in Portugal. For this matter, these

documents are approached and such methodologies are compared.

The method recommended by EN81-77 is the one chosen to be confronted in the context of a

case study based on the Barlavento Algarvio’s Hospital. For this, dynamic analyses are carried

out in order to obtain the dynamic response of the car and counterweight guide rails.

Keywords. Counterweight, Earthquake safety device, Elevator/Lift, EN81-77:2013, Hospital,

Seismic behavior.

Page 6: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

vi

Page 7: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

vii

ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ....................................................................... 1

1.1 Enquadramento do tema ............................................................................................... 1

1.2 Objetivo ......................................................................................................................... 2

1.3 Organização do trabalho ............................................................................................... 3

2. SISTEMAS DE ELEVADORES .................................................. 5

2.1 Considerações Iniciais .................................................................................................. 5

2.2 Classificação de Sistemas de Elevadores .................................................................... 5

2.2.1 Elevadores Elétricos de Tração ............................................................................ 6

2.2.2 Elevadores Hidráulicos ........................................................................................ 12

2.2.3 Dispositivos de segurança .................................................................................. 16

2.3 Descrição das Normas Existentes .............................................................................. 17

2.3.1 Norma EN 81-77 .................................................................................................. 18

2.4 Dispositivos de Segurança Sísmica ............................................................................ 19

2.4.1 Eventos sísmicos ................................................................................................. 19

2.4.2 Sistema de Deteção Sísmica .............................................................................. 20

2.4.3 Detetor de Descarrilamento do Contrapeso ........................................................ 21

3. ELEVADORES SUJEITOS A CONDIÇÕES SÍSMICAS .................. 23

3.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 23

3.2 Danos Resultantes de Eventos Sísmicos ................................................................... 23

3.2.1 Principais Danos .................................................................................................. 23

3.2.2 Retrospetiva de danos devidos ao sismo............................................................ 26

3.3 Metodologias de Verificação de Segurança ................................................................ 30

3.3.1 Eurocódigo 8 ....................................................................................................... 30

3.3.2 Norma Americana – ASME A17.1: Safety Code for Elevators and Escalators ... 33

3.3.3 Norma Europeia - EN 81-77: 2013 ...................................................................... 39

Page 8: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

viii

3.4 Considerações Finais .................................................................................................. 45

4. HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO ................................ 47

4.1 Considerações Iniciais ................................................................................................ 47

4.2 Descrição da Estrutura ................................................................................................ 47

4.2.1 Corpo D ............................................................................................................... 49

4.2.2 Ações ................................................................................................................... 49

4.3 Descrição do Sistema de Elevadores ......................................................................... 51

4.4 Modelo de Elementos Finitos ...................................................................................... 54

4.4.1 Sistema de Guias ................................................................................................ 57

4.5 Análise Dinâmica ......................................................................................................... 58

4.5.1 Hipóteses Consideradas ..................................................................................... 58

4.5.2 Modelação da Cabine e do Contrapeso .............................................................. 59

4.5.3 Modelação da Ação Sísmica ............................................................................... 61

4.5.4 Resultados a Verificar ......................................................................................... 62

4.6 Análise de Resultados ................................................................................................. 65

4.6.1 Acelerações ......................................................................................................... 65

4.6.2 Deslocamentos .................................................................................................... 68

4.6.3 Momentos Fletores .............................................................................................. 71

4.6.4 Tensões de Flexão .............................................................................................. 73

4.7 Considerações Finais .................................................................................................. 76

5. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS .............................. 77

5.1 Conclusões .................................................................................................................. 77

5.2 Perspetivas Futuras..................................................................................................... 79

Page 9: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

ix

ÍNDICE DE FIGURAS

FIGURA 1.1 DANOS EM ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS DEVIDO A UM SISMO (A) NUM AEROPORTO; (B) NUM

EDIFÍCIO DE ESCRITÓRIOS (EERI, 2011) .................................................................................. 1

FIGURA 2.1 SISTEMAS DE ELEVADORES ............................................................................................ 5

FIGURA 2.2 CLIMBING ELEVATORS (A) ELEVADOR DE OBRA (ELEVATORS TYPES, 2016); (B) ELEVADOR

NUMA PLATAFORMA PETROLÍFERA (ALIMAK, 2016) .................................................................... 6

FIGURA 2.3 ELEVADOR A VÁCUO (PNEUMATIC VACUUM ELEVATORS, 2016) ....................................... 6

FIGURA 2.4 COMPONENTES DE UM ELEVADOR ELÉTRICO DE TRAÇÃO COM CASA DE MÁQUINAS PARA

PROJETOS DE EDIFÍCIOS [ADAPTADO DE (SCHINDLER)] .............................................................. 7

FIGURA 2.5 SECÇÕES TRANSVERSAIS DAS GUIAS (A) (AMERICA, 2016) (B) (P-WHOLESALE, 2016) ...... 7

FIGURA 2.6 (A) PÁRA-QUEDAS; (B) LIMITADOR DE VELOCIDADE (SPMET, 2016) .................................. 8

FIGURA 2.7 (A) RODADEIRA (PYBOM ELEVATOR PARTS, 2016); (B) ROÇADEIRA (ELECTRICAL KNOW-

HOW, 2016) ............................................................................................................................ 8

FIGURA 2.8 (A) CABOS DE AÇO (SUPREME, 2016); (B) CINTAS DE AÇO (OTIS, ELEVADOR GEN2TM FLEX,

2007) ..................................................................................................................................... 9

FIGURA 2.9 ESQUEMA DE CABOS DE TRAÇÃO E DE COMPENSAÇÃO NUM ELEVADOR ELÉTRICO ............ 10

FIGURA 2.10 MOTOR GEARED (A) [ADAPTADO DE (ELEVATOR MACHINE AND DRIVE SYSTEM, 2016)]; (B)

(ICARE ELEVATORS, 2016) .................................................................................................. 11

FIGURA 2.11 MOTOR GEARLESS (A) [ADAPTADO DE (ELEVATOR MACHINE AND DRIVE SYSTEM, 2016)];

(B) (ICARE ELEVATORS, 2016) ............................................................................................. 11

FIGURA 2.12 ELEVADORES ELÉTRICOS DE TRAÇÃO (A) COM REDUTOR; (B) SEM REDUTOR; (C) MRL (OTIS,

SOBRE ELEVADORES, 2016) ................................................................................................. 12

FIGURA 2.13 ELEVADORES HIDRÁULICOS DE AÇÃO DIRETA (A) CENTRAL; (B) LATERAL [ADAPTADO DE

(ASCENSORES, 2006) (OTIS, ABOUT ELEVATORS)] ............................................................... 14

FIGURA 2.14 ELEVADOR HIDRÁULICO DE AÇÃO INDIRETA (OTIS, ABOUT ELEVATORS) ....................... 15

FIGURA 2.15 ELEVADOR HIDRÁULICO SEM CASA DE MÁQUINAS (OTIS, 2015) .................................... 16

FIGURA 2.16 AMORTECEDORES (A) DE MOLA (MICROSTEELCRAFT, 2016); (B) A ÓLEO (AODEPU, 2016)

............................................................................................................................................ 17

FIGURA 2.17 (A) ONDAS P; (B) ONDAS S (DOMUS, 2016) ................................................................ 20

FIGURA 2.18 SISTEMA DE DETEÇÃO SÍSMICA (A) (HOTFROG, 2016) (B) (DRAKA, 2016) ..................... 21

FIGURA 2.19 ESQUEMA DO SENSOR DE DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO [ADAPTADO DE

(STRAKOSCH & CAPORALE, 2010)] ........................................................................................ 21

FIGURA 3.1 (A) GUIAS DO CONTRAPESO DEFORMADAS (FEMA, 2012); (B) DESCARRILAMENTO DO

CONTRAPESO; (C) RODADEIRA DEFORMADA; (D) DEFORMAÇÃO DE UM BRACKET (DU, 2008); .... 24

FIGURA 3.2 (A) CABO DANIFICADO; (B) CABOS FORA DOS GORNES (DU, 2008) ................................. 25

FIGURA 3.3 COMPARAÇÃO ENTRE AS FORÇAS DE INÉRCIA GERADAS DURANTE UM SISMO NUM (A)

ELEVADOR DE TRAÇÃO; (B) ELEVADOR HIDRÁULICO (CELIK, 2006) ........................................... 26

FIGURA 3.4 MOTOR GERADOR QUE DESLIZOU DA SUA FIXAÇÃO NO SISMO DE 1964 NO ALASCA (AYRES,

SUN, & BROWN, 1973) .......................................................................................................... 27

Page 10: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

x

FIGURA 3.5 CONTRAPESO DESCARRILADO (A) APÓS O SISMO DE 1989 DE LOMA PRIETA (B) NO HOSPITAL

OLIVE VIEW DEVIDO AO SISMO DE NORTHRIDGE DE 1994 (PORTER, SEISMIC FRAGILITY OF

TRACTION ELEVATORS, 2015) ................................................................................................ 27

FIGURA 3.6 SECÇÃO DAS GUIAS (A) DE 5KG/M; (B) EM T (YAO, 2000) ............................................... 28

FIGURA 3.7 ESQUEMA DO DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO [ADAPTADO DE (AYRES, SUN, & BROWN,

1973)] .................................................................................................................................. 29

FIGURA 3.8 (A) DESCARRILAMENTO DO CONTRAPESO; (B) COLISÃO DO CONTRAPESO COM A CABINE

(MIRANDA & MOSQUEDA, 2010) ............................................................................................ 29

FIGURA 3.9 (A) DANIFICAÇÃO DA MÁQUINA DE TRAÇÃO (B) DERRUBE DO PAINEL DE CONTROLO (MIRANDA

& MOSQUEDA, 2010) ............................................................................................................ 30

FIGURA 3.10 ESQUEMA DE UM LIMITADOR DE MOVIMENTO [ADAPTADO DE (SINGH, RILDOVA, & SUAREZ,

2002)] .................................................................................................................................. 34

FIGURA 3.11 FORÇAS SÍSMICAS SUPORTADAS PELAS GUIAS [ADAPTADO DE (SINGH, RILDOVA, & SUAREZ,

2002)] .................................................................................................................................. 36

FIGURA 3.12 GUIA COM LIMITADOR DE MOVIMENTO ......................................................................... 41

FIGURA 3.13 CATEGORIAS SÍSMICAS DE ELEVADORES PARA IMPORTÂNCIA/TIPO DE SOLO II-B, I-D E I-E

............................................................................................................................................ 46

FIGURA 4.1 HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO (CHALGARVE, 2016) ......................................... 47

FIGURA 4.2 BLOCOS ESTRUTURAIS DO HOSPITAL ............................................................................ 48

FIGURA 4.3 ESQUEMA DE UM ELEVADOR DO CORPO D .................................................................... 51

FIGURA 4.4 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DOS ELEVADORES 1, 2 E 3 (DIMENSÕES EM MM).......... 52

FIGURA 4.5 SECÇÕES TRANSVERSAIS EM T DAS GUIAS (A) T50 (B) T70, T82 E T125 (ISO 7465, 2001)

............................................................................................................................................ 52

FIGURA 4.6 CORTE VERTICAL DA CAIXA DE ELEVADOR (DIMENSÕES EM MM) ...................................... 53

FIGURA 4.7 VISTA 3D DO MODELO DE ELEMENTOS NUMÉRICOS EM SAP2000................................... 55

FIGURA 4.8 MODELO DA GUIA DA CABINE ........................................................................................ 57

FIGURA 4.9 LIBERTAÇÕES DO ELEMENTO DE BARRA (BRACKET) NO MODELO EM SAP2000 ................ 57

FIGURA 4.10 ESQUEMA DO CONTRAPESO E CABINE E MASSAS NAS GUIAS PARA AS DUAS SITUAÇÕES . 59

FIGURA 4.11 ESQUEMA DA GUIA COMO VIGA CONTÍNUA HORIZONTAL ................................................ 61

FIGURA 4.12 DIAGRAMAS DE MOMENTOS FLETORES PARA AS DUAS ANÁLISES EFETUADAS................. 64

FIGURA 4.13 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1: (A)

SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 .............. 66

FIGURA 4.14 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1: (A)

SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 .............. 66

FIGURA 4.15 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO TIPO 1:

(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 67

FIGURA 4.16 ACELERAÇÕES AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO TIPO 1:

(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 67

FIGURA 4.17 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO

1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 69

Page 11: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xi

FIGURA 4.18 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO

1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 69

FIGURA 4.19 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADOS PELO

SISMO TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y,

SITUAÇÃO 2 .......................................................................................................................... 70

FIGURA 4.20 DESLOCAMENTOS TOTAIS AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADOS PELO

SISMO TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y,

SITUAÇÃO 2 .......................................................................................................................... 70

FIGURA 4.21 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO

1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ..... 71

FIGURA 4.22 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADOS PELO SISMO TIPO 1:

(A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2 ......... 72

FIGURA 4.23 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADOS PELO SISMO

TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2

............................................................................................................................................ 72

FIGURA 4.24 MOMENTOS FLETORES AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADOS PELO SISMO

TIPO 1: (A) SEGUNDO X, SITUAÇÃO 1; (B) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 1; (C) SEGUNDO Y, SITUAÇÃO 2

............................................................................................................................................ 73

FIGURA 4.25 ORIENTAÇÃO E DISPOSIÇÃO DAS GUIAS TRANSVERSAIS NAS PAREDES DE BETÃO ........... 73

FIGURA 4.26 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T125B DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1:

(A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ........................................... 74

FIGURA 4.27 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T82A DA CABINE GERADAS PELO SISMO TIPO 1:

(A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ........................................... 74

FIGURA 4.28 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T70A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO

TIPO 1: (A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ................................ 75

FIGURA 4.29 TENSÕES DE FLEXÃO AO LONGO DA GUIA T50A DO CONTRAPESO GERADAS PELO SISMO

TIPO 1: (A) COMBINAÇÃO DIRECIONAL, SITUAÇÃO 1; (B) EM Y, SITUAÇÃO 2 ................................ 75

Page 12: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xii

Page 13: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xiii

ÍNDICE DE TABELAS

TABELA 2.1 TABELA COMPARATIVA ENTRE ELEVADORES ELÉTRICOS DE TRAÇÃO E ELEVADORES

HIDRÁULICOS [ADAPTADO DE (ASCENSORES, 2006)] .............................................................. 15

TABELA 2.2 NORMAS ISO RELACIONADAS COM ELEVADORES (ISO, 2016) ....................................... 18

TABELA 3.1 VALORES DE PICO DA ACELERAÇÃO DO SOLO PARA AS ZONAS SÍSMICAS DOS EUA

(MANCEAUX, 2008) ............................................................................................................... 33

TABELA 3.2 CATEGORIAS DE ELEVADORES SUJEITOS A AÇÕES SÍSMICAS .......................................... 40

TABELA 3.3 FATOR DE SEGURANÇA PARA AS GUIAS ......................................................................... 43

TABELA 4.1 MATERIAIS .................................................................................................................. 48

TABELA 4.2 AÇÕES PERMANENTES CONSIDERADAS ......................................................................... 49

TABELA 4.3 SOBRECARGAS CONSIDERADAS .................................................................................... 50

TABELA 4.4 CARACTERÍSTICAS DOS ELEVADORES DO CORPO D ....................................................... 51

TABELA 4.5 DESIGNAÇÕES DAS GUIAS METÁLICAS UTILIZADAS NOS ELEVADORES .............................. 52

TABELA 4.6 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DAS SECÇÕES DAS GUIAS T50, T70, T82 E T125 ....... 53

TABELA 4.7 MODELOS DE CONTRAPESO ......................................................................................... 54

TABELA 4.8 MODELOS DAS MÁQUINAS DE TRAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS CABOS .......................... 54

TABELA 4.9 RIGIDEZ DE ROTAÇÃO DAS SAPATAS ............................................................................. 56

TABELA 4.10 CARACTERÍSTICAS GEOMÉTRICAS DA FUNDAÇÃO E SOLO ............................................. 56

TABELA 4.11 FREQUÊNCIAS PRÓPRIAS E FATORES DE PARTICIPAÇÃO MODAL DE MASSA .................... 58

TABELA 4.12 MASSAS DO CONTRAPESO E DA CABINE PARA OS DOIS CONJUNTOS DE ELEVADORES ..... 59

TABELA 4.13 COEFICIENTES DE DISTRIBUIÇÃO VERTICAL DAS MASSAS POR COMPONENTE E DISPOSITIVO

............................................................................................................................................ 60

TABELA 4.14 MASSA DE CADA COMPONENTE POR DISPOSITIVO EM CADA DIREÇÃO (EM TONELADAS) .. 60

TABELA 4.15 PARÂMETROS PARA A DEFINIÇÃO DO ESPECTRO DE RESPOSTA PARA CADA AÇÃO SÍSMICA

............................................................................................................................................ 61

TABELA 4.16 COEFICIENTE DE COMPORTAMENTO PARA CADA DIREÇÃO ............................................ 62

TABELA 6.1 VALORES DOS COEFICIENTES DE IMPORTÂNCIA PARA ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS (NP EN

1998-1, 2010) ...................................................................................................................... 85

TABELA 6.2 VALORES DOS COEFICIENTES COMPORTAMENTO PARA ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS (NP

EN 1998-1, 2010) ................................................................................................................ 85

Page 14: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xiv

Page 15: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xv

SIMBOLOGIA

Latinas minúsculas

𝑎𝑑: aceleração de dimensionamento sísmico;

𝑑𝑟: valor de cálculo do deslocamento entre pisos;

𝑔: aceleração gravítica;

𝑞𝑎: coeficiente de comportamento do elemento;

Latinas maiúsculas

𝐸: módulo de elasticidade do aço;

𝐹𝑣: componente vertical da ação sísmica;

𝐹ℎ: componente horizontal da ação sísmica;

𝐼𝑝: coeficiente de importância do elemento;

𝑆𝑎: coeficiente sísmico aplicável ao elemento não estrutural;

𝑇1: período de vibração fundamental do edifício numa direção principal;

𝑇𝑎: período de vibração fundamental do elemento não estrutural;

Gregas minúsculas

𝛾𝑎: coeficiente de importância do elemento;

𝛿𝑚𝑎𝑥: deslocamento máximo no piso 𝑥;

𝛿𝑎𝑣𝑔: média dos deslocamentos em pontos extremos da estrutura no piso 𝑥;

𝜎𝑎𝑑𝑚: tensão máxima admissível nas guias;

Abreviaturas e Siglas

ASME – American Society of Mechanical Engineers:

EC8 – Eurocódigo 8;

FEMA – Federal Emergency Management Agency.

Page 16: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

xvi

Page 17: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

1

1. INTRODUÇÃO

1.1 ENQUADRAMENTO DO TEMA

Graças aos grandes avanços no projeto de estruturas e a regulamentos cada vez mais exigentes,

dão-se menos falhas estruturais e colapsos devido a eventos sísmicos. Já os danos nos

elementos não estruturais começam a destacar-se, sendo responsáveis por mais de 50% do total

do prejuízo (ver Figura 1.1) (FEMA, 2012).

(a) (b)

Figura 1.1 Danos em elementos não estruturais devido a um sismo (a) num aeroporto; (b) num edifício de

escritórios (EERI, 2011)

Um elemento não estrutural, devido à falta de resistência ou ao seu modo de ligação à estrutura,

não é considerado no projeto sísmico como um elemento resistente (NP EN 1998-1, 2010). Este

pode ser categorizado como um elemento arquitetónico (paredes interiores divisórias, fachadas

exteriores, janelas, tetos falsos, etc.), como um sistema mecânico (elevadores), elétrico,

hidráulico (condutas), etc. No total, estes elementos podem contabilizar cerca de 80 a 90% do

custo total de um edifício novo.

Projetar um edifício que permaneça intacto, sem qualquer dano, representa um esforço

económico muito grande, reservando-se essa ideia para estruturas com exigências especiais,

tais como centrais nucleares. Assim, a maioria dos edifícios é dimensionada para que, após um

sismo, a estrutura resista e os danos sofridos sejam reparáveis. Porém, após a ocorrência de um

sismo, não só o edifício tem que resistir como também, todos os elementos não estruturais como

o sistema elétrico, de gás, de água, elevadores e outros equipamentos, têm de permanecer

operacionais.

Como tal, hoje em dia, surge a preocupação de criar ou até aprimorar regras e propostas de

segurança para a construção e instalação destes elementos sujeitos a condições sísmicas. Dos

diversos elementos não estruturais existentes, dá-se especial atenção aos sistemas de

elevadores. Na ocorrência de um sismo, é reconhecida a importância do funcionamento normal

de um hospital e, para tal, os elevadores que permitem o acesso vertical de pessoas e

equipamentos, necessitam também de estar operacionais.

Page 18: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

2

Só após os sismos de Alasca e San Fernando em 1964 e 1971, respetivamente, é que se

começou a desenvolver um maior interesse em recolher e registar a informação quantitativa e

qualitativa fornecida pelos danos sofridos nos sistemas de elevadores devido a fortes eventos

sísmicos (Ayres, Sun, & Brown, 1973). Assim, em 1983, a FEMA (Federal Emergency

Management Agency) lançou um guia prático para reduzir os riscos dos danos de elementos não

estruturais devidos ao sismo. A partir dessa data, os EUA, o Japão e, mais recentemente, a

Europa, têm proposto várias normas e regulamentos com o intuito de aperfeiçoar o

comportamento sísmico de elevadores.

Embora, em 2013, tenha sido aprovada uma norma europeia que indica regras de segurança

para elevadores sujeitos a sismos, Portugal ainda carece de recomendações próprias. Além

disso, é necessário atualizar as empresas produtoras destes sistemas como também dar

formação aos projetistas neste sentido.

Como se pretende melhorar o comportamento sísmico destes sistemas, não só para instalações

hospitalares como também para todo o tipo de edifícios, a presente dissertação vem dar

seguimento a um conjunto de estudos anteriores da ACSS IP (Administração Central do Sistema

de Saúde) e do ICIST (Instituto de Engenharia de Estruturas, Território e Construção) surgindo

com os objetivos que se apresentam de seguida.

1.2 OBJETIVO

O objetivo principal desta dissertação é dar um contributo a uma possível elaboração de um

documento que sirva como manual de dimensionamento sísmico de sistemas de elevadores,

aplicável a todos os tipos de edifícios, em particular, às instalações de saúde.

Para tal, este trabalho segue uma metodologia que se foca nos seguintes pontos:

✓ Breve exposição de sistemas de elevadores, o seu modo de funcionamento e dos seus

elementos, dando especial atenção aos elevadores elétricos de tração e aos hidráulicos;

✓ Indicação das normas existentes aplicáveis a elevadores, dando-se relevância à norma

EN81-77:2013;

✓ Introdução de dispositivos de segurança sísmica (interruptor sísmico e detetor de

descarrilamento do contrapeso);

✓ Retrospetiva de danos em elevadores resultantes de eventos sísmicos e de

metodologias de verificação de segurança;

✓ Caso de estudo baseado no Hospital do Barlavento Algarvio com o intuito de aplicar os

procedimentos preconizados na norma EN81-77:2013 referente ao dimensionamento de

sistemas de elevadores;

✓ Zonamento do território nacional tendo em conta a EN 81-77:2013.

Page 19: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

3

1.3 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO

O presente documento encontra-se dividido em cinco capítulos, iniciando-se com esta

introdução, onde se enquadra e justifica-se o tema, determinam-se os objetivos e estrutura-se o

trabalho.

De seguida, apresenta-se a organização adotada nesta dissertação, fazendo-se uma síntese de

cada um dos restantes capítulos.

Capítulo 2 – Sistemas de Elevadores

O capítulo 2 é destinado à apresentação dos vários sistemas de elevadores, dando uma maior

relevância aos sistemas elétricos de tração e aos hidráulicos. Assim, são descritos os seus

modos de funcionamento, os principais elementos integrantes e ainda os dispositivos de

segurança. Faz-se também uma breve comparação entre estes dois sistemas. São indicadas

algumas normas e regulamentos aplicáveis aos elevadores e, por fim, expõem-se dois

dispositivos de segurança sísmica: interruptor sísmico e detetor de descarrilamento do

contrapeso.

Capítulo 3 – Elevadores Sujeitos a Condições Sísmicas

O terceiro capítulo inicia-se com uma breve apresentação dos principais danos sofridos pelos

diversos componentes de um sistema de elevadores. Faz-se, também, uma retrospetiva de

alguns eventos sísmicos com o objetivo de demonstrar os tais danos e os trabalhos de

investigação que daí surgiram para uma evolução dos regulamentos específicos de elevadores.

São indicadas metodologias de verificação de segurança de elementos não estruturais que

abordam o cálculo de forças de inércia, acelerações sísmicas e deslocamentos relativos entre

pisos devido à ação sísmica. Por fim, abordam-se duas normas com requisitos específicos para

elevadores: ASME 17.1 e EN81-77:2013.

Capítulo 4 – Hospital do Barlavento Algarvio

O caso de estudo inicia-se com uma descrição da estrutura e do sistema de elevadores. Seguem-

se as considerações tomadas para a execução do modelo numérico e a definição das ações para

a realização das análises dinâmicas (espectro de resposta de dimensionamento). Por fim,

apresentam-se resultados sob a forma de acelerações, deslocamentos, momentos fletores e

tensões, fazendo-se uma discussão dos mesmos.

Capítulo 5 – Conclusões e Perspetivas Futuras

No último capítulo, apresentam-se as considerações finais e propõem-se perspetivas para o seu

desenvolvimento futuro.

Page 20: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

4

Page 21: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

5

2. SISTEMAS DE ELEVADORES

2.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Um elevador é um tipo de transporte vertical que move pessoas e cargas entre pisos de um

edifício ou outro tipo de estruturas.

Até à Revolução Industrial, os mecanismos de elevação recorriam à força do homem, animais

ou água. Na Antiga Grécia, Arquimedes desenvolveu um sistema composto por cabos e

roldanas, mas foi apenas no século XIX que o seu uso se tornou generalizado devido ao

dispositivo de travagem inventado por Elisha Otis. Assim, é possível a existência de edifícios

cada vez mais altos que requerem também sistemas de segurança mais avançados.

Tal vai ser discutido mais à frente sendo, para já, indispensável o conhecimento dos tipos de

elevadores existentes, dos seus componentes básicos e do seu modo de funcionamento para

um melhor entendimento de como um sismo pode afetar estes sistemas.

2.2 CLASSIFICAÇÃO DE SISTEMAS DE ELEVADORES

Existem vários tipos de elevadores: consoante o mecanismo de funcionamento, as suas

características (velocidade e carga), a altura e tipo de edifício (hospital, residência, edifício

comercial, etc.) e até a localização do elevador. Neste documento indica-se apenas a

classificação de elevadores de acordo com o seu tipo de funcionamento.

Na Figura 2.1 apresentam-se os quatro tipos de elevadores existentes, fazendo-se uma

descrição mais detalhada apenas para os elétricos de tração e os hidráulicos, por serem os mais

comuns em edifícios.

Figura 2.1 Sistemas de elevadores

Sistemas de elevadores

Elétricos de tração

Com redutor

(Geared)

Sem redutor

(Gearless)MRL

Climbing Elevators

A vácuo Hidráulicos

Ação Direta

CentralTelescópica

Lateral

Ação Indireta

Page 22: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

6

Os designados climbing elevators ou elevadores de obra, são um tipo particular de elevadores

em que a máquina move-se com a cabine, ou seja, têm o seu próprio mecanismo de elevação.

São, geralmente, utilizados em construção civil ou em instalações industriais, incluindo

plataformas petrolíferas off shore (ver Figura 2.2).

(a) (b)

Figura 2.2 Climbing elevators (a) Elevador de obra (Elevators Types, 2016); (b) Elevador numa

plataforma petrolífera (Alimak, 2016)

Os elevadores a vácuo surgiram no ano 2000 e funcionam através da diferença de pressão de

ar na câmara, sendo ideais para residências por não ser necessária a construção de uma caixa

de elevador (ver Figura 2.3).

Figura 2.3 Elevador a vácuo (Pneumatic Vacuum Elevators, 2016)

2.2.1 Elevadores Elétricos de Tração

Os elevadores elétricos de tração movimentam-se ao longo de guias rígidas, num trajeto definido,

por meio de um sistema de cabos que passam por uma roda ligada a um motor elétrico (máquina

de tração) instalada na casa das máquinas (ver Figura 2.4). Para contrabalançar o elevador, tem-

se um contrapeso ligado aos cabos que permite menores gastos de energia e maiores

velocidades de percurso, comparando com os elevadores hidráulicos, sendo os preferenciais

para estruturas médias a altas.

Page 23: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

7

Figura 2.4 Componentes de um elevador elétrico de tração com casa de máquinas para projetos de

edifícios [Adaptado de (Schindler)]

O contrapeso é um conjunto de pesos em betão, aço ou chumbo que desliza também por perfis

de aço laminado com secção em T – guias do contrapeso (ver Figura 2.5). Este assegura a tração

entre a máquina e os cabos e equilibra o peso próprio da cabine e mais cerca de 50% da sua

carga nominal. Assim, a potência necessária do motor é idêntica quer a cabine esteja carregada

ou vazia, traduzindo-se em menores gastos de energia e maiores velocidades de percurso

(Schmitt Elevators, 2016).

(a) (b)

Figura 2.5 Secções transversais das guias (a) (America, 2016) (b) (P-Wholesale, 2016)

Page 24: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

8

As guias do contrapeso e da cabine controlam a trajetória destes componentes e garantem a

linearidade do seu movimento, sendo fixas às paredes ou à estrutura da caixa por fixações

(brackets) (Isidro, 2010). Tanto as guias como as suas fixações devem ser calculadas de forma

a suportar os esforços transversais provocados pela excentricidade da carga na cabine e

eventuais esforços provocados pela ação do pára-quedas (ver Figura 2.6 a). O pára-quedas é

um componente mecânico que funciona como um sistema de emergência, capaz de bloquear a

cabine nas guias em caso de rotura de cabos ou de excesso de velocidade da cabine, detetado

pelo limitador de velocidade (ver Figura 2.6 b) (Gomes, 2012) (Schmitt Elevators, 2016).

(a) (b)

Figura 2.6 (a) Pára-quedas; (b) Limitador de velocidade (SPMet, 2016)

Além das guias, o elevador é constituído por dispositivos de deslizamento que permitem o

movimento da cabine e do contrapeso ao longo do seu trajeto e servem para diminuir o atrito e

o ruído produzido entre a estrutura da cabine e as guias. Estes são de dois tipos:

✓ Rodadeiras (roller guides) - são constituídas por, pelo menos, três rodas que giram ao

longo das guias. Estas são utilizadas em elevadores de alta velocidade e, por isso, mais

indicadas para edifícios de alturas elevadas (ver Figura 2.7 a).

✓ Roçadeiras (sliding guides) - estes elementos de metal ou de plástico auto-lubrificantes

simplesmente deslizam sobre as guias. São utilizados para velocidades inferiores a 3

m/s (ver Figura 2.7 b).

(a) (b)

Figura 2.7 (a) Rodadeira (PYBOM Elevator Parts, 2016); (b) Roçadeira (Electrical Know-how, 2016)

Page 25: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

9

Num elevador elétrico de tração são usados quatro tipos de cabos com composições e diâmetros

diferentes para aplicações diversas (Ascensores, 2006):

✓ Cabos de tração (ou suspensão);

✓ Cabo ou corrente de compensação;

✓ Cabo limitador de velocidade;

✓ Cabo de comando (ou de manobra).

Os cabos de tração são responsáveis pela suspensão do conjunto cabine-contrapeso tendo de

resistir a esforços de extensão. Por razões de segurança, são utilizados no mínimo três cabos

de aço de elevada resistência (ver Figura 2.8 a) (Palha, 2010). Estes cabos de aço, embora

tenham elevada resistência, têm pouca elasticidade, necessitando de uma máquina de grandes

dimensões contendo uma roda de tração com um diâmetro de cerca de 50 a 60cm. Por esta

razõe, hoje em dia, já se usam cintas de aço planas revestidas a poliuretano flexível cujo interior

é constituído por 12 cabos de aço de alta resistência (ver Figura 2.8 b). Estas pesam menos,

proporcionam uma viagem mais silenciosa e suave e, tanto a roda de tração como o motor

necessários são menos volumosos (Isidro, 2010) (Otis, Elevador GeN2TM Flex, 2007).

(a) (b)

Figura 2.8 (a) cabos de aço (Supreme, 2016); (b) cintas de aço (Otis, Elevador GeN2TM Flex, 2007)

O cabo de compensação, obrigatório para edifícios de grande altura, é colocado entre a parte

debaixo da cabine e a parte debaixo do contrapeso de maneira a contrabalançar o peso dos

cabos de tração (ver Figura 2.9).

Page 26: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

10

Figura 2.9 Esquema de cabos de tração e de compensação num elevador elétrico

Os elevadores elétricos de tração podem ser divididos em três tipos básicos: com redutor

(geared); sem redutor, ou seja, de acoplamento direto, (gearless) e sem casa de máquinas (MRL

– Machine Room Less).

Os dois primeiros sistemas diferenciam-se quanto ao motor. Nos sistemas de tração geared, o

seu movimento vertical é devido a um motor que está diretamente acoplado a uma caixa de

engrenagem que, por sua vez, aciona a polia e impõe-lhe o movimento de rotação (ver Figura

2.10). Os cabos de aço, que se encontram sobre a polia, percorrem todo o caminho desde o topo

da cabine até ao contrapeso. A força para baixo provocada pela gravidade que atua sobre o peso

da cabine e do contrapeso, cria atrito entre os cabos de aço e a roldana criando, assim, tração.

À medida que esta roldana gira, o elevador sobe ou desce (Popp, 2009). Estes elevadores

funcionam, normalmente, a velocidades entre 1 e 2,5m/s.

Page 27: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

11

(a) (b) Figura 2.10 Motor geared (a) [Adaptado de (Elevator Machine and Drive System, 2016)]; (b) (ICARE

Elevators, 2016)

Os elevadores de tração gearless operam a velocidades superiores e são utilizados em edifícios

mais altos do que os anteriores. Neste tipo de sistemas, o motor está acoplado diretamente à

polia de tração traduzindo-se numa viagem mais suave e menos ruidosa (ver Figura 2.11).

(a) (b) Figura 2.11 Motor gearless (a) [Adaptado de (Elevator Machine and Drive System, 2016)]; (b) (ICARE

Elevators, 2016)

O sistema de tração sem casa das máquinas (MRL) é uma inovação dos dois sistemas

anteriormente apresentados. Por apresentar um motor e polia mais pequenos e com menor peso,

todo o equipamento da máquina é montado dentro da caixa do elevador, eliminando a

necessidade de uma casa das máquinas e, assim, obtém-se uma redução significativa de

espaço. Existem também fabricantes que substituem os tradicionais cabos de tração por cintas

de aço nestes sistemas, possibilitando uma viagem com muito maior qualidade.

A instalação deste modelo de elevadores é muito mais simples e permite uma maior poupança

de energia, sendo utilizados em edifícios de baixa a média altura. Na Figura 2.12 observam-se

os três tipos de sistemas de elevadores elétricos de tração.

Page 28: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

12

(a) (b) (c) Figura 2.12 Elevadores elétricos de tração (a) com redutor; (b) sem redutor; (c) MRL (Otis, Sobre

Elevadores, 2016)

2.2.2 Elevadores Hidráulicos

Os elevadores hidráulicos são usados em edifícios de baixa a média altura (cerca de 2 a 8 pisos)

e, geralmente, não possuem contrapeso sendo constituídos por um êmbolo (pistão), cilindro,

reservatório, válvula, motor rotativo e cabine.

Na sua maioria, estes elevadores têm um menor custo de instalação, comparativamente aos

elétricos, e os seus custos de manutenção são também mais baixos por terem um menor número

de componentes. Além disso, para cargas elevadas, são considerados mais eficazes.

Outra vantagem a destacar, principalmente numa zona de importância sísmica, é o facto de este

tipo de elevadores não impor cargas verticais à caixa do elevador, mas apenas às fundações do

edifício. Porém, têm maiores gastos energéticos devido ao seu mecanismo de funcionamento

(Çelik & Korbahti).

O modo de funcionamento destes elevadores baseia-se no Princípio de Pascal em que o motor

aumenta a pressão de um fluido, geralmente um óleo, para que este se mova do reservatório

para o cilindro (sentido ascendente), fazendo mover o êmbolo. Para tal, a válvula de controlo

encontra-se fechada de maneira a que o óleo não circule no sentido inverso. A cabine pára

quando a alimentação elétrica do motor é cortada. Para que o elevador desça, a válvula de

controlo abre-se, permitindo que o fluido volte ao reservatório.

Page 29: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

13

Assim, percebe-se que no sentido descendente, a potência necessária é bastante reduzida

porque o movimento gerado através do regresso do óleo ao reservatório é feito por gravidade.

Em contrapartida, no sentido contrário, a energia dispensada é muito superior à de um elevador

de tração por não se ter um contrapeso.

Tendo em conta que o percurso do óleo é garantido por tubagens, os elevadores hidráulicos

podem ter a casa das máquinas em qualquer parte do edifício.

Dependendo da posição do êmbolo em relação à cabine e de como é acionado, estes elevadores

podem ser classificados de ação direta (impulsão direta) ou indireta (impulsão diferencial).

Ação Direta

Na solução direta o êmbolo aciona diretamente a cabine podendo ser de dois tipos:

✓ Central em que o êmbolo “ataca” a cabine por baixo, empurrando-a. Neste caso, os

cilindros telescópicos utilizados são enterrados a uma profundidade igual à do curso do

elevador acrescida de 60cm a 1m (sistema In Ground) (ver Figura 2.13 a);

✓ Lateral que tem um ou dois cilindros instalados lateralmente à cabine (normalmente são

dois por razões de equilíbrio de cargas) (Holeless). Esta solução é ideal quando as

condições do solo não permitem a realização de um furo para o cilindro (ver Figura 2.13

b).

Page 30: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

14

(a) (b) Figura 2.13 Elevadores hidráulicos de ação direta (a) Central; (b) Lateral [Adaptado de (Ascensores,

2006) (OTIS, About Elevators)]

Ação Indireta

Neste sistema de ação indireta (roped) o êmbolo encontra-se na lateral da cabine conectando-

se a esta por meio de um sistema de cabos (ver Figura 2.14). Tal como acontece nos elevadores

hidráulicos de ação direta lateral, os cilindros são também instalados lateralmente, não sendo

necessário cravá-los no solo. A suspensão deste modelo é de 1:2, ou seja, por cada metro que

o êmbolo viaja, a cabine move-se 2.

Page 31: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

15

Figura 2.14 Elevador hidráulico de ação indireta (OTIS, About Elevators)

Como forma de resumo do que foi mencionado anteriormente, na Tabela 2.1 pode-se observar

uma tabela comparativa entre os elevadores elétricos de tração e elevadores hidráulicos.

Tabela 2.1 Tabela comparativa entre elevadores elétricos de tração e elevadores hidráulicos [Adaptado

de (Ascensores, 2006)]

Elétrico de tração Hidráulico

Facilidade de instalação Menor (casa das máquinas na

parte superior)

Maior (casa das máquinas em

qualquer parte do edifício)

Velocidade Maior (>1 m/s) Menor (<1 m/s)

Altura Qualquer Máximo 8 pisos

Carga Menor capacidade de carga Maior capacidade de carga

Ruído Mais ruidoso Mais silencioso

Embora a inovação de elevadores sem casa das máquinas tenha tido o seu princípio em

elevadores de tração, esta tecnologia já se aplica em modelos hidráulicos. Nestes sistemas não

existe a necessidade de uma casa de máquinas pois a unidade hidráulica localiza-se no interior

da caixa do elevador libertando espaço útil ao nível do piso (ver Figura 2.15).

Page 32: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

16

Figura 2.15 Elevador hidráulico sem casa de máquinas (Otis, 2015)

2.2.3 Dispositivos de segurança

Desde que foi inventado o primeiro sistema de segurança de elevadores, em 1852, por Elisha

Otis, que estas máquinas são construídas com vários sistemas de segurança redundantes que

as mantêm em posição.

As situações de movimento descontrolado que podem ocorrer num elevador são velocidade

excessiva, queda livre ou desnivelamentos. Para que tal não aconteça, existem os seguintes

dispositivos de segurança (Know-How, 2016) (Palha, 2010):

✓ Dispositivo para bloqueio de portas;

✓ Pára-quedas;

✓ Limitador de velocidade;

✓ Amortecedores;

✓ Interruptores de fim de curso;

✓ Interruptor de afrouxamento de cabos;

✓ Válvula de rotura.

Um dispositivo de bloqueio de portas impede a abertura de portas, em funcionamento normal, a

menos que a cabine se encontre parada ou se for numa zona de desbloqueio de portas. Esta

Page 33: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

17

zona estende-se 0,20m acima e abaixo do nível do piso. Caso as portas sejam forçadas, o

dispositivo de bloqueio é acionado e o elevador pára imediatamente.

Como já foi referido anteriormente, quando o elevador ultrapassa a velocidade limite

estabelecida, o limitador de velocidade aciona o pára-quedas que se fixa às guias, parando o

elevador.

Um amortecedor é um dispositivo projetado para suavizar a queda da cabine e do contrapeso

caso os outros mecanismos de segurança falhem e estes elementos entrem em queda livre.

Localiza-se no poço do elevador e pode ser de mola ou a óleo (ver Figura 2.16).

(a) (b)

Figura 2.16 Amortecedores (a) de mola (MicroSteelCraft, 2016); (b) a óleo (Aodepu, 2016)

Um interruptor de fim de curso deve ser ajustado de modo a funcionar o mais próximo possível

dos últimos pisos (inferior e superior) e operar sempre que a cabine ultrapasse a posição limite.

No sentido descendente, por exemplo, deve ser acionado antes que o elevador entre em contacto

com os amortecedores.

Um interruptor de afrouxamento de cabos desativa o movimento do elevador cortando o

fornecimento da eletricidade e ativa o pára-quedas quando existe a situação de um cabo solto

ou quando, pelo menos, um cabo perde tensão em relação aos restantes.

A válvula de rutura é um dispositivo exclusivo dos elevadores hidráulicos e é ativada sempre que

ocorre uma variação brusca de pressão no cilindro correspondente à descida repentina da

cabine.

2.3 DESCRIÇÃO DAS NORMAS EXISTENTES

Para a sua colocação no mercado, os elevadores têm que cumprir os requisitos necessários

impostos nas várias normas. Assim, existe regulamentação seguida, não só pelos fabricantes

dos ascensores como também pelos projetistas dos edifícios, que diz respeito à conceção,

fabrico, instalação e manutenção dos elevadores.

A legislação relacionada com estes equipamentos divide-se em Diretivas Europeias, legislação

Nacional (Decretos-lei) e Normas Harmonizadas.

Page 34: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

18

Destinadas aos mais diversos usos de elevadores: elevadores utilizados em barcos, para

pessoas com mobilidade reduzida, de passageiros, etc., a Organização Internacional de

Normalização (ISO) criou normas. Na Tabela 2.2 indicam-se alguns exemplos.

Tabela 2.2 Normas ISO relacionadas com elevadores (ISO, 2016)

Norma Descrição

ISO 4190: Instalação de Elevadores

Especifica as dimensões necessárias para permitir a instalação de elevadores de passageiros.

ISO 7465: Elevadores de passageiros e de serviço – guias para as cabines e contrapesos

Especifica os tipos e qualidade, as dimensões, tolerâncias e o acabamento das guias.

ISO/TR 11071: Comparação das normas mundiais de segurança dos elevadores

Consiste numa comparação entre certos requisitos abrangidos pelas normas de segurança em todo mundo excluindo regras nacionais.

ISO 14798: Avaliação de risco e metodologia de redução

Proporciona um processo para tomada de decisões relevantes para a segurança de elevadores durante a conceção, construção, instalação e manutenção de elevadores.

ISO 18738-1: Medição da qualidade da viagem

Medição da qualidade da viagem dos elevadores.

ISO/DIS 22201-1 Sistemas eletrónicos programáveis em aplicações relacionadas com a segurança para elevadores, escadas e passadeiras rolantes.

ISO/NP TR 25741: Elevadores e escadas rolantes sujeitos a condições sísmicas - Relatório de Compilação

Fornece uma compilação de normas de segurança pertinentes e relativas à proteção do utilizador e equipamentos de transporte vertical durante a atividade sísmica.

ISO 25745: Desempenho energético dos elevadores, escadas e passadeiras rolantes

Descreve os métodos de medição do consumo de energia real e os métodos de realização dos controlos periódicos de verificação de energia; considera apenas o desempenho energético durante a parte operacional dos seus ciclos de vida.

Além das normas indicadas em cima, importa referir as seguintes:

✓ Norma Europeia EN 81 – Regras de Segurança para Fabrico e Instalação de Elevadores;

✓ Norma Americana ASME A17.1 (American Society of Mechanical Engineers) – Regras

de Segurança para Elevadores e Escadas Rolantes;

✓ Norma Japonesa - Building Standard Law of Japan - Enforcement order - Section 2,

Elevator equipment.

2.3.1 Norma EN 81-77

A norma EN 81 emitida pelo Comité Europeu de Normalização (CEN) está dividida em várias

partes destacando-se as seguintes:

✓ EN 81-1:1998 – Ascensores elétricos;

✓ EN 81-2:1998 – Ascensores hidráulicos;

✓ EN 81-77: 2013 – Ascensores sujeitos a condições sísmicas.

Esta última parte, aprovada em Novembro de 2013, define regras de segurança adicionais

relacionadas com elevadores de passageiros e de carga com vista a salvaguardar pessoas e

Page 35: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

19

bens contra os riscos associados ao uso, manutenção, inspeção e operação de emergência de

elevadores sujeitos a condições sísmicas. Assim, os objetivos desta Norma Europeia são (EN81-

77, 2013):

✓ Evitar a perda de vidas e reduzir a extensão dos ferimentos;

✓ Evitar que as pessoas fiquem presas no elevador;

✓ Evitar danos;

✓ Evitar problemas ambientais relacionados ao vazamento de óleo;

✓ Reduzir o número de elevadores fora de serviço.

Assim, numa primeira parte desta norma, pode-se encontrar uma lista dos principais riscos

associados aos sismos, seguida de um capítulo onde se indicam os requisitos de segurança e

medidas de proteção a aplicar aos vários elementos de um elevador (cabine, contrapeso, etc.).

Encontra-se também neste documento uma pequena descrição do comportamento de um

elevador após ter sido ativado o sistema de deteção sísmico.

A norma EN 81-77 faz a divisão de sistemas de elevadores em quatro categorias de risco

sísmico, de 0 a 3, com exigências crescentes, de acordo com a aceleração de dimensionamento

sísmico (ad), sendo que a categoria 0 não necessita de ações adicionais e a categoria 3 precisa

de medidas corretivas substanciais. Os métodos de ensaio para a verificação de segurança dos

diversos componentes de um elevador são, assim, indicados de acordo com esta classificação.

Por fim, tem-se um exemplo de cálculo da aceleração de dimensionamento.

2.4 DISPOSITIVOS DE SEGURANÇA SÍSMICA

Um sismo, mesmo que leve, é capaz de distorcer ou quebrar os vários componentes de um

elevador. Os danos causados por um sismo num elevador muitas vezes não são visíveis. O dano

mais comum devido a um evento sísmico, e uma das maiores preocupações, é o descarrilamento

do contrapeso que, consequentemente, pode colidir com os cabos ou mesmo com a cabine. Um

contrapeso descarrilado tem grandes forças de inércia que, caso este se mova, podem danificar

as guias e os sistemas de deslizamento (rodadeiras e roçadeiras).

De maneira a prevenir tais situações, existem dispositivos de segurança sísmica que podem ser

instalados nos elevadores.

2.4.1 Eventos sísmicos

De maneira a se poder introduzir os dispositivos de segurança sísmica, importa perceber o que

é um evento sísmico.

Um sismo é o resultado da súbita libertação de energia devido ao deslizamento ou choque entre

placas tectónicas que formam a crosta terrestre. Esta força cria ondas sísmicas que comprimem

e expandem o solo. Assim, tem-se dois tipos de onda: ondas volúmicas e ondas de superfície.

Page 36: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

20

As ondas volúmicas propagam-se através do interior da Terra e dividem-se em: ondas P

(primárias) e ondas S (secundárias).

As primeiras são ondas longitudinais que se propagam em meios sólidos, líquidos ou gasoso,

com uma velocidade superior, daí serem as primeiras a chegar. As ondas S, mais lentas, apenas

se propagam em meios sólidos por serem ondas transversais (os fluidos não suportam forças de

tração).

Tendo em conta que as ondas P se deslocam a uma velocidade consideravelmente superior,

cerca do dobro das ondas S, o tempo entre a sua chegada aumenta à medida que se afastam

do epicentro do sismo.

(a)

(b)

Figura 2.17 (a) Ondas P; (b) Ondas S (Domus, 2016)

As ondas de superfície, como o nome indica, propagam-se à superfície da Terra e deslocam-se

a uma velocidade menor que as ondas de corpo.

2.4.2 Sistema de Deteção Sísmica

Como já foi referido, o dano causado por um sismo num elevador muitas vezes não é visível. Um

sistema de deteção sísmica pode ajudar os passageiros a saírem rapidamente do elevador

levando a cabine ao andar mais próximo. Este sensor eletrónico (interruptor sísmico) deteta e

mede a aceleração segundo três eixos (ver Figura 2.18). Um interruptor sísmico tem de ser capaz

de detetar as ondas P e S e atuar em conformidade. Quando este deteta uma onda P de

amplitude suficiente, envia um sinal ao elevador para parar no piso disponível mais próximo e

permitir a saída das pessoas antes da chegada das ondas S. O elevador ficará fora de serviço

até que um técnico qualificado o inspecione e, depois, o reinicie. Alguns sensores também

registam a data, hora, duração e aceleração de pico para cada eixo de um evento sísmico por

eles detetado. Assim, é possível, não só, determinar a extensão das consequências como utilizar

estas informações para investigação (Draka).

Page 37: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

21

(a) (b)

Figura 2.18 Sistema de deteção sísmica (a) (Hotfrog, 2016) (b) (Draka, 2016)

A zona de colocação deste aparelho não é consensual entre algumas normas e até entre

fornecedores e empresas de instalação. A norma EN 81-77 (EN81-77, 2013), por exemplo, indica

que se o sensor for utilizado exclusivamente para transmitir informação ao elevador, pode ser

colocado no poço. Já a ASME 17.1 (ASME, 2004) explicita que o interruptor deve ser instalado

na casa das máquinas.

2.4.3 Detetor de Descarrilamento do Contrapeso

O sensor de descarrilamento do contrapeso deteta os deslocamentos deste elemento em relação

à sua localização normal e está projetado de maneira a evitar o contacto entre o contrapeso e a

cabine.

(a) (b)

Figura 2.19 Esquema do sensor de descarrilamento do contrapeso [Adaptado de (Strakosch &

Caporale, 2010)]

Este sistema de segurança, designado por ring on a string, consiste num conjunto de dois cabos

paralelos às guias do contrapeso e que passam por um par de anéis metálicos localizados na

arcada metálica (ver Figura 2.19). Se um destes anéis entrar em contacto com o cabo, ou seja,

se o contrapeso sofrer um deslocamento horizontal devido a um evento sísmico, o sensor

transmite um sinal elétrico para a unidade de controlo que pára a cabine e a redireciona para o

piso disponível mais próximo (Draka, 2016).

Page 38: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

22

Page 39: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

23

3. ELEVADORES SUJEITOS A CONDIÇÕES SÍSMICAS

3.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Os elevadores têm uma função crítica em estruturas de grande importância como hospitais que

têm de se manter operacionais durante e após sismos. No entanto, ainda se observam problemas

de funcionamento depois destes eventos mesmo em elevadores com conceção antissísmica e

equipados de dispositivos de segurança exigidos pelos regulamentos em vigor. A maioria dos

danos sofridos é causada pelo sistema de contrapeso. Sendo o elemento mais pesado do

sistema do elevador, o contrapeso induz grandes efeitos dinâmicos no sistema de guias e pode,

ainda, colidir com a cabine e danificá-la.

Estima-se que em 2014 existiam cerca de 132.000 elevadores em funcionamento em Portugal,

estando muitos destes, localizados em zonas de elevado risco sísmico (Informa D&B, 2016). É,

por isso, natural questionar a vulnerabilidade destes sistemas mecânicos aquando dum evento

sísmico. De mencionar que, até agora, os elevadores têm tido um bom desempenho do ponto

de vista de salvaguardar vidas humanas devido ao esforço combinado da indústria e das

entidades reguladoras. Nos EUA, por exemplo, não há registo de mortes associadas a falhas de

elevadores durante um sismo. No entanto, as perdas económicas e perturbações devido aos

danos causados são significativas e surge, por isso, uma necessidade de promover ainda mais

a segurança e desempenho sísmico dos elevadores (Singh, Rildova, & Suarez, 2002).

Neste capítulo, pretende-se dar a conhecer os danos em elevadores devido aos sismos que

resultaram do registo e recolha de diversos eventos. Alguns sismos tiveram mais importância

que outros, na medida em que permitiram a evolução da segurança sísmica de elevadores

apresentando-se, por isso, alguns trabalhos de investigação que surgiram neste sentido. Por fim,

dá-se a conhecer metodologias de verificação de segurança para o dimensionamento de

elementos não estruturais e apresentam-se, também, códigos específicos com disposições

construtivas e verificações de segurança para os diversos componentes de um sistema de

elevadores.

3.2 DANOS RESULTANTES DE EVENTOS SÍSMICOS

3.2.1 Principais Danos

Os danos sofridos por elevadores devido a fortes eventos sísmicos começaram a ser registados

e compilados de forma sistemática após os sismos do Alasca, em 1964, e de San Fernando,

Califórnia, em 1971. Este último sismo, de intensidade 6,6 (na escala de magnitude de momento),

causou mudanças nos regulamentos e nas normas praticadas.

Os danos mais comuns em elevadores elétricos de tração, observados em diversos sismos

desde essa data, são os seguintes (Singh, Rildova, & Suarez, 2002):

✓ Danos nas fixações (brackets) das guias;

Page 40: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

24

✓ Deformação das guias e dispositivos de deslizamento;

✓ Descarrilamento do contrapeso para fora das guias;

✓ Colisão do contrapeso solto com a cabine;

✓ Deslocamento da máquina de tração para fora da sua fixação;

✓ Deslizamento do motor gerador para fora da casa das máquinas;

✓ Danos nos cabos devido a projeções e detritos existentes na caixa do elevador;

✓ Saída dos cabos de tração da sua trajetória;

✓ Rotura do cabo de compensação;

✓ Não acionamento dos interruptores sísmicos.

Descarrilamento do Contrapeso

O contrapeso é o componente mais pesado de um sistema de tração pesando o mesmo que a

cabine mais cerca de 50%, o que significa que está sujeito a forças de inércia superiores. O seu

descarrilamento é o dano que mais se verifica e constitui um problema grave pois, uma vez

saindo fora das guias, pode oscilar livremente no poço do elevador e colidir contra a cabine e

outros componentes, resultando na danificação ou mesmo rotura da arcada, das guias, brackets

e sistemas de deslizamento (ver Figura 3.1). Além disso, sendo constituído por blocos, se o

contrapeso se soltar das suas guias, estes podem cair para o poço ou mesmo sobre a cabine.

(a) (b)

(c) (d)

Figura 3.1 (a) Guias do contrapeso deformadas (FEMA, 2012); (b) Descarrilamento do contrapeso; (c)

Rodadeira deformada; (d) Deformação de um bracket (Du, 2008);

Page 41: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

25

Sistema de Cabos

Durante um sismo, são induzidas vibrações no sistema de cabos que podem provocar a sua

deformação, o seu deslocamento para fora dos gornes (ver Figura 3.2 b) ou até no seu

emaranhamento em outras componentes. Quando os cabos ficam emaranhados e o elevador

procede com o seu movimento, estes podem ficar deteriorados (ver Figura 3.2 a) e também

danificar os componentes aos quais ficaram presos.

(a) (b)

Figura 3.2 (a) Cabo danificado; (b) Cabos fora dos gornes (Du, 2008)

Ao contrário do que acontece para os elevadores de tração, existe muito pouca informação

relativa aos danos sofridos pelos elevadores hidráulicos aquando dum evento sísmico, não só

porque os de tração são em maior número como também porque ocorrem menos falhas nos

hidráulicos. Isto deve-se, sobretudo, à ausência do sistema de contrapeso.

Dos registos obtidos, os danos mais frequentes, exclusivos de elevadores hidráulicos, foram

(Porter, 2007):

✓ Vazamento do óleo;

✓ Deslocamento do cilindro e do êmbolo (pistão);

✓ Vazamentos nas tubagens hidráulicas;

✓ Perda de equilíbrio do reservatório.

Como já se viu no capítulo anterior, os sistemas hidráulicos requerem menos elementos do que

os de tração havendo, por isso, uma menor probabilidade de falha. Além disso, nos elevadores

hidráulicos, a carga é suportada pela fundação do edifício enquanto que nos de tração, é

suportada pelo edifício em si. Por fim, é de notar que os elevadores hidráulicos são instalados

em edifícios até 8 pisos e a casa de máquinas localiza-se, geralmente, nos pisos mais baixos,

onde as acelerações são menores. Observando a Figura 3.3, num sistema de tração aquando

de um fenómeno sísmico, são geradas maiores forças de inércia devidas às oscilações do

edifício.

Page 42: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

26

(a) (b)

Figura 3.3 Comparação entre as forças de inércia geradas durante um sismo num (a) elevador de tração;

(b) elevador hidráulico (Celik, 2006)

De uma forma geral, os danos apresentados são causados pela aceleração e deformação

induzidas no sistema de elevador através da estrutura. Tendo em conta estes dois fatores, os

vários componentes dos elevadores podem ser classificados de acordo com a sua sensibilidade

sísmica. O equipamento existente na casa das máquinas é sensível à aceleração, sofrendo perda

de equilíbrio devido às forças de inércia, enquanto que a cabine é afetada pelo deslocamento

relativo entre pisos, ou seja, sensível à deriva. Por fim, têm-se os elementos como o contrapeso

e as guias que são sensíveis tanto à aceleração como à deriva (Taghavi & Miranda, 2003).

De seguida, apresentam-se exemplos de várias ocorrências sísmicas onde os danos

supramencionados foram observados.

3.2.2 Retrospetiva de danos devidos ao sismo

Em 1964, a província de Anchorage, no Alasca, tinha cerca de 100 elevadores, sendo que

metade eram hidráulicos e a outra metade de tração. Após um sismo de Mw1=9,2, os elevadores

de tração ficaram severamente danificados: deslizamento dos motores geradores, guias do

contrapeso partidas e respetivas fixações, cabos entrançados, rodadeiras dobradas e

descarrilamento dos contrapesos. Neste evento, os contrapesos não colidiram com as cabines

porque a falha de energia parou os elevadores. Pelo menos 80% dos danos causados no

equipamento dos elevadores foi provocado pelos motores geradores que, devido a uma

deficiente fixação, deslizaram para fora do seu suporte isolador de vibração (ver Figura 3.4)

(Ayres, Sun, & Brown, 1973).

1 Escala de magnitude de momento, usada para medir a magnitude dos sismos em termos de

energia libertada.

Page 43: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

27

Figura 3.4 Motor gerador que deslizou da sua fixação no sismo de 1964 no Alasca (Ayres, Sun, &

Brown, 1973)

Embora o sismo do Alasca tenha revelado uma capacidade sísmica insuficiente dos elevadores

nos EUA, poucas medidas de melhoria foram adotadas. Só após 1971, com o sismo de San

Fernando (Mw=6,6) em que 11% dos elevadores foram afetados e cerca de 700 sistemas de

contrapeso descarrilaram, é que se tomou consciência da gravidade do problema começando-

se a remodelar os regulamentos relacionados com o dimensionamento de elevadores em

edifícios, e a aplicar as novas regras na construção em 1973.

Após este, o sismo de Whittier Narrows em 1987 (Mw=5,9) constituiu o primeiro grande sismo e,

embora tenha havido uma significativa redução de danos, o desempenho dos dispositivos de

proteção não corresponderam às expectativas.

Os dois grandes eventos seguintes, o sismo de 1989 de Loma Prieta (Mw=6,9) e o de 1995 de

Northridge (Mw=6,7), ambos nos EUA, foram também responsáveis por danos severos em

elevadores apesar das mudanças nos regulamentos. No entanto, uma vez que cerca de metade

destes equipamentos foram instalados após 1973 houve uma distinção de desempenho. Dos

dados analisados, os elevadores pós-1973 tiveram um desempenho superior aos pré-1973

(Porter, Seismic fragility of traction elevators, 2015). Os danos verificados foram, principalmente,

descarrilamento do contrapeso devido à deformação das guias e brackets e danificação das

cabines devido à colisão com o contrapeso (ver Figura 3.5).

(a) (b)

Figura 3.5 Contrapeso descarrilado (a) após o sismo de 1989 de Loma Prieta (b) no Hospital Olive View

devido ao sismo de Northridge de 1994 (Porter, Seismic fragility of traction elevators, 2015)

Page 44: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

28

Em 1999, dois grandes sismos abalaram Taiwan: 921 (21 de Setembro) em Chi-chi (M2L=7,3) e

1022 (22 de Outubro) em Min-Shong (ML=6,4). Além dos danos estruturais, muitos equipamentos

foram afetados, entre eles, os elevadores. Nos hospitais, o transporte vertical dos pacientes de

um piso para outro foi comprometido.

Estima-se que, dos cerca de 1.600 elevadores da cidade de Chia-Yi, 20% sofreram danos sendo

os mais frequentes relacionados com o descarrilamento do contrapeso e entrançamento dos

cabos.

Muitos dos danos no sismo 921 deram-se devido à reocupação dos elevadores depois do sismo

mas antes da chegada da equipa de manutenção, ou seja, antes de qualquer inspeção. Assim,

pequenos problemas relacionados com os cabos, foram agravados devido aos movimentos da

cabine. No sismo 1022, por ser posterior, os elevadores não foram utilizados sem aprovação das

autoridades responsáveis.

Durante o sismo 921, em pelo menos dois hospitais, o contrapeso saiu fora das guias e colidiu

com a cabine, danificando-a. A maioria dos descarrilamentos do contrapeso, cerca de 95%, deu-

se com guias de 5kg/m (ver Figura 3.6 a). Este tipo de guia é vulgarmente utilizado em edifícios

baixos por apresentar menor rigidez e resistência. Quando se pretende uma maior capacidade

de carga, usam-se guias de 8kg/m, com secção em T, de aço laminado a quente (ver Figura 3.6

b).

(a) (b)

Figura 3.6 Secção das guias (a) de 5kg/m; (b) em T (Yao, 2000)

Além dos problemas com a secção das guias do contrapeso, as vibrações sísmicas induzidas no

plano da arcada do contrapeso resultaram no embate com as guias, deformando-as. A força de

inércia perpendicular à arcada (ver Figura 3.7), fez com que o contrapeso saísse das guias e

forçou a distorção das rodadeiras levando ao descarrilamento (Yao, 2000).

2 Escala de magnitude local de Richter

Page 45: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

29

Figura 3.7 Esquema do descarrilamento do contrapeso [Adaptado de (Ayres, Sun, & Brown, 1973)]

Anos mais tarde, em 2006, Taiwan sofreu outro abalo de ML=6,7 (Mw=7,1) em que também foram

registados danos no sistema de contrapeso.

A 27 de Fevereiro de 2010, o Chile sofreu um abalo sísmico de Mw=8,8, sendo o quinto maior

evento registado no mundo. A maioria dos edifícios que exigiram evacuação perderam o uso dos

seus elevadores devido à falta de energia ou mesmo a danos sofridos. Esta perda dos elevadores

teve um impacto forte em muitos hospitais em que o transporte vertical dos doentes teve que ser

feito pelas escadas.

A maioria dos danos registados deveu-se ao descarrilamento do contrapeso para fora das suas

guias. Alguns destes chegaram a cair na cabine com resultados desastrosos, mas não se

registaram vítimas mortais (ver Figura 3.8).

(a) (b)

Figura 3.8 (a) Descarrilamento do contrapeso; (b) Colisão do contrapeso com a cabine (Miranda &

Mosqueda, 2010)

Page 46: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

30

(a) (b)

Figura 3.9 (a) Danificação da máquina de tração (b) Derrube do painel de controlo (Miranda &

Mosqueda, 2010)

Num hospital da cidade de Talcahuano, verificaram-se danos na casa das máquinas: o derrube

de painel de controlo e da máquina de tração (ver Figura 3.9).

3.3 METODOLOGIAS DE VERIFICAÇÃO DE SEGURANÇA

Por se tratarem de elementos não estruturais, os sistemas de elevadores não são considerados

na avaliação da resistência estrutural do edifício onde se encontram inseridos. Mas, tal como se

tem apontado, é importante preservar a sua integridade para permitir uma perfeita

operacionalidade em edifícios hospitalares.

Atualmente, em Portugal, os elevadores são dimensionados com base nas normas europeias

existentes: EN81-1 para os elevadores elétricos de tração (EN81-1, 1998) e EN81-2 para os

hidráulicos (EN81-2, 1998) que carecem de metodologias de dimensionamento sísmico.

Existem regulamentos desenvolvidos por países como os EUA e o Japão onde são definidos

requisitos mínimos de segurança específicos para os diversos componentes integrantes de um

sistema de elevadores. Adicionalmente, tem-se a Norma Europeia EN81-77, aprovada em 2013,

que também apresenta critérios de dimensionamento e instalação face à ação sísmica.

Assim, apresentam-se, de seguida, algumas metodologias de verificação de segurança para

elementos não estruturais e abordam-se os regulamentos específicos para os elevadores

abrangendo os seus vários componentes.

3.3.1 Eurocódigo 8

Na secção 4.3.5 do EC8 (NP EN 1998-1, 2010) estão dispostas verificações que devem ser

tomadas aquando o projeto de um edifício, para elementos não estruturais que possam, em

situação de colapso, pôr em risco as pessoas ou a estrutura em si.

Caso estes elementos sejam de elevada importância ou constituam perigo, deve-se realizar uma

análise sísmica baseada num modelo da estrutura em que a ação sísmica é definida através de

espectros de resposta.

Page 47: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

31

Para as outras situações, a ação sísmica pode ser determinada através de uma força horizontal

(𝐹𝑎) que atua no centro de gravidade do elemento não estrutural, segundo a direção mais

desfavorável (ver Equação (3.1)).

𝐹𝑎 =𝑆𝑎×𝑊𝑎×𝛾𝑎

𝑞𝑎

(3.1)

Em que:

𝐹𝑎: força sísmica aplicada horizontalmente no CG do elemento não estrutural;

𝑆𝑎: coeficiente sísmico aplicável ao elemento não estrutural;

𝑊𝑎: peso próprio do elemento;

𝛾𝑎: coeficiente de importância do elemento (ver Tabela 6.1 no Anexo A1);

𝑞𝑎: coeficiente de comportamento do elemento (ver Tabela 6.2 no Anexo A1).

Os valores definidos para os coeficientes de importância e de comportamento não fazem

qualquer referência aos sistemas de elevadores, no entanto, os valores tabelados no EC8 são

apresentados no Anexo A1.

O coeficiente sísmico 𝑆𝑎 é calculado através da Equação (3.2).

𝑆𝑎 = 𝛼×𝑆× [3 (1 +

𝑧

𝐻)

1 + (1 −𝑇𝑎

𝑇1)

2 − 0,5] ≥ 𝛼×𝑆 (3.2)

Em que:

α: quociente entre o valor de cálculo da aceleração à superfície para solos do tipo A (ag) e a

aceleração gravítica (g);

𝑆: coeficiente de solo;

𝑇𝑎: período de vibração fundamental do elemento não estrutural;

𝑇1: período de vibração fundamental do edifício na direção considerada em (3.1);

𝑧: altura do elemento não estrutural acima do nível de aplicação da ação sísmica;

𝐻: altura do edifício a partir da fundação ou topo de uma cave rígida.

Com esta metodologia, é possível contabilizar os mais diversos aspetos introduzindo-se, assim,

um alto nível de exigência:

✓ Efeito de ressonância (quando a relação 𝑇𝑎

𝑇1= 1);

✓ Importância do equipamento na estrutura (𝛾𝑎) e a própria funcionalidade da estrutura;

Page 48: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

32

✓ Tipo de solo (introduzido por 𝑆);

✓ Localização do elemento na estrutura (relação 𝑧 𝐻⁄ );

✓ Zonamento sísmico (introduzido por α).

A ação sísmica considerada pela expressão acima corresponde à ação sísmica de projeto com

uma probabilidade de ocorrência de 10% em 50 anos (equivalente a um período de retorno de

475 anos para um coeficiente de importância II) estando associada, assim a uma exigência de

não colapso – Estado Limite Último. Para um coeficiente de importância IV ( 𝛾𝐼 =1,4), o período

de retorno é de 1303 anos3 e a probabilidade de ocorrência é de 3,6% em 50 anos.

Análise Modal com Espectros de Resposta

Este processo de análise da resposta da estrutura apresenta resultados mais fiáveis sendo, por

isso, mais indicado para estruturas com exigências de segurança mais rigorosas, tal como os

hospitais.

A determinação dos esforços e deformações gerados nos diversos componentes do sistema de

elevadores aquando uma ação sísmica é feita com base no modelo numérico do edifício e a

partir de espectros de resposta inelásticos (espectros de resposta de cálculo) obtidos através de

espectros de resposta elásticos afetados do coeficiente de comportamento 𝑞. A modelação do

edifício considera também a influência do sistema de elevadores. Estes elementos podem ser

modelados como um sistema de um grau de liberdade, consistindo numa massa concentrada ao

nível do centro de massa do próprio elemento. As ligações são feitas através de elementos de

barra com rigidez igual à do equipamento e respetivo sistema de fixação. A análise global do

sistema permite a obtenção dos esforços gerados ao nível do elemento e a resultante das forças

de ligação na estrutura.

Esta abordagem para situação de projeto sísmica permite considerar as acelerações espectrais

correspondentes aos modos de vibração mais importantes tal como à respetiva configuração.

Limitação de Danos

Como foi mencionado anteriormente, certos componentes de um sistema de elevadores

apresentam suscetibilidade à deriva durante um evento sísmico por se encontrarem sujeitos às

deformações da própria estrutura. Por esta razão, estes elementos devem verificar um conjunto

de requisitos de dimensionamento de modo a garantir um bom desempenho e operacionalidade

após o sismo.

Assim, o EC8 apresenta mais uma exigência de desempenho, desta vez, uma exigência de

limitação de danos associada ao Estado Limite de Utilização no caso da atuação de um sismo

com maior probabilidade de ocorrência que o sismo de projeto (probabilidade de ocorrência de

3 Anexo Nacional EC8: 𝛾𝐼 = (𝑇𝐿𝑅

𝑇)

−1𝑘⁄

⟺ 1,4 = (475

𝑇)

−13⁄

⟺ 𝑇 = 1303 𝑎𝑛𝑜𝑠

Page 49: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

33

3,6% em 10 anos e um período de retorno de 261 anos considerando um coeficiente de

importância IV). Com o objetivo de evitar danos na estrutura e em elementos não estruturais

constituídos por materiais frágeis fixos à estrutura, limitam-se os deslocamentos entre pisos de

acordo com a Equação (3.3):

𝑑𝑟𝜈 ≤ 0,005ℎ (3.3)

Em que:

𝑑𝑟: valor de cálculo do deslocamento entre pisos;

𝜈: coeficiente de redução que tem em conta o menor período de retorno da ação sísmica

considerada;

ℎ: altura entre pisos.

Nesta verificação, considera-se o espectro elástico da ação sísmica correspondente ao espectro

de resposta utilizado na exigência de não colapso, ou seja, o mesmo espectro de resposta não

afetado pelo coeficiente de comportamento.

3.3.2 Norma Americana – ASME A17.1: Safety Code for Elevators and Escalators

A Sociedade Americana de Engenheiros Mecânicos (ASME) desenvolveu e publicou a norma

ASME A17.1 (ASME, 2004) com o intuito de servir de base para o projeto, instalação, inspeção

e manutenção dos sistemas de elevadores. Com base na aceleração sísmica, este código

apresenta verificações de segurança para os diversos componentes durante um evento sísmico.

Posteriormente a este documento e devido a novos estudos, foi publicado o código ASME 17.7

(ASME, 2007) que se baseia em requisitos de desempenho e é aplicado em conjunto com o 17.1.

Os requisitos de segurança presentes no código aplicam-se a sistemas compostos por

contrapeso ou hidráulicos de ação direta, presentes em zonas de risco sísmico 2 ou superiores.

Nos EUA, são 4 as zonas sísmicas em função do PGA (Peak Ground Acceleration) - valor de

pico da aceleração do solo – medido em g (aceleração gravítica). Na Tabela 3.1 encontram-se

os valores correspondentes do PGA para cada zona sísmica em g e a sua conversão para m/s2,

definidos para um período de retorno de 500 anos e um meio de fundação do tipo rocha.

Tabela 3.1 Valores de pico da aceleração do solo para as zonas sísmicas dos EUA (Manceaux, 2008)

Zona sísmica PGA (g) PGA (m/s2)

1 acc ≤ 0,09 acc ≤ 0,883

2 0,09 < acc ≤ 0,19 0,883 < acc ≤ 1,864

3 0,19 < acc ≤ 0,29 1,864 < acc ≤ 2,845

4 0,29 < acc 2,845 < acc

Page 50: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

34

De seguida apresentam-se as medidas a aplicar para cada componente, fazendo-se a separação

entre elevadores elétricos de tração e hidráulicos.

i) ELEVADORES ELÉTRICOS DE TRAÇÃO

• Cabine e sistema de contrapeso

De modo a prevenir possíveis embates entre elementos, o código fornece algumas disposições

construtivas, indicando folgas mínimas entre a cabine e contrapeso (50mm) e entre a arcada de

contrapeso e as paredes da caixa ou das vigas de apoio (50mm).

Adicionalmente, durante um sismo, o contrapeso e a cabine induzem deformações nas guias que

podem resultar em deslocamentos excessivos e podem mesmo resultar no desencaixe de um

destes elementos. Como tal, a norma impõe a utilização de limitadores de movimento, que

consistem em placas planas de aço aparafusadas sob o dispositivo de deslizamento (rodadeiras

ou roçadeiras) fixos tanto em cima como em baixo das arcadas respetivas, com um espaçamento

vertical mínimo correspondente à altura da própria arcada (ver Figura 3.10).

Figura 3.10 Esquema de um limitador de movimento [Adaptado de (Singh, Rildova, & Suarez, 2002)]

Estes dispositivos são concebidos de maneira a resistir a uma força horizontal sísmica induzida

pela soma do peso da cabine/contrapeso com 40% da sua capacidade, gerada por uma

aceleração de 4,91 m/s2 (0,50g) para zona sísmica 3 ou superior; ou 2,45 m/s2 (0,25g) para zona

2.

Da mesma forma, o contrapeso e a sua arcada são dimensionados de forma a limitar a força

máxima transmitida à guia pelo limitador de movimento a 2/3 da ação sísmica total gerada pelo

peso do contrapeso, produzida por uma aceleração de 0,50g para a zona 3 ou superior, ou 0,25g

para zona 2.

Se a cabine ou contrapeso estiverem centrados entre as guias, o espaçamento máximo entre

este limitador e a guia é de 5 mm.

Page 51: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

35

• Sistema de Guias (cabine e contrapeso)

As guias são constituídas por seções em T de aço estrutural com uma resistência à tração

mínima de 380 MPa.

O dimensionamento das guias é feito de forma semelhante ao referido anteriormente, em que

estas têm de resistir a uma força sísmica induzida pela massa da cabine ou contrapeso,

acrescida de 40% da sua capacidade em que a aceleração considerada é de 0,5g para a zona 2

e 0,25g para a zona 3 ou superior. A tensão gerada nas guias e nos seus reforços, se existirem,

não pode ultrapassar 88% da tensão de cedência mínima do material constituinte.

Para cada um dos 7 tipos de guias apresentados em cima, o código fornece um gráfico que

indica o espaçamento mínimo entre brackets que deve ser adotado e a carga máxima por par de

guias, tendo em conta a zona sísmica e o número de apoios intermédios (de nenhum a dois). Na

Figura 6.1 do Anexo A2, apresenta-se o referido gráfico para as guias com massa por metro

linear igual a 22,5 kg/m. No caso de guias reforçadas ou de seção superiores, é permitida a

utilização de espaçamentos superiores. Observando o gráfico, pode-se concluir que o aumento

do número de apoios permite maiores vãos entre brackets e também uma maior massa

suportada pelas guias.

É de notar que, nas situações em que a distância entre os limitadores de movimento (superior e

inferior) seja inferior a 65% do espaçamento entre brackets, a massa do contrapeso ou

cabine, 𝑊, usada para o dimensionamento da guia, terá de ser ajustada através de um fator de

carga, 𝑄 (ver Equação (3.4)).

𝑊𝑎 = 𝑊×𝑄 (kg) (3.4)

Em que:

𝑊𝑎: massa ajustada do componente (cabine ou contrapeso);

𝑊: massa atual do componente acrescida de 40% da sua capacidade;

𝑄: fator de carga.

O fator 𝑄 é determinado de acordo com o gráfico que se exibe na Figura 6.2 no Anexo A2, onde

este está relacionado com o quociente entre a distância entre os limitadores de movimento (𝐿),

inferior e superior, do componente e o espaçamento entre brackets (vão da guia) (𝑙).

Para além dos gráficos citados, existem também equações de dimensionamento das guias com

o intuito de determinar a massa máxima suportada por cada par de guias em função, também,

da zona sísmica, da presença de apoios intermédios e do vão das guias. Estas fórmulas são

estabelecidas para ambas as direções de aplicação da força sísmica: 𝐹𝑥𝑥 – força paralela à alma

da seção (normal ao eixo x); 𝐹𝑦𝑦 – força paralela ao banzo (normal ao eixo y).

Page 52: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

36

✓ Sem apoios intermédios:

𝑊𝑥 ≤ 504,5×𝑧𝑥

𝑙×𝛼 (3.5)

𝑊𝑦 ≤ 1009×𝑧𝑦

𝑙×𝛼 (3.6)

✓ Com um apoio intermédio a meio vão:

𝑊𝑥 ≤ 669×𝑧𝑥

𝑙×𝛼 (3.7)

𝑊𝑦 ≤ 1385,5×𝑧𝑦

𝑙×𝛼 (3.8)

✓ Com dois apoios intermédios igualmente espaçados entre brackets:

𝑊𝑥 ≤ 740,6×𝑧𝑥

𝑙×𝛼 (3.9)

𝑊𝑦 ≤ 1481×𝑧𝑦

𝑙×𝛼 (3.10)

Em que:

𝑊𝑥 e 𝑊𝑦: massas máximas do componente acrescidas de 40% da sua capacidade suportadas

por um par de guias para uma força normal aos eixos x e y, respetivamente (kg);

𝑙: distância entre brackets (m);

𝑧𝑥 e 𝑧𝑦: módulos de flexão da guia (mm3);

𝛼: adota o valor unitário para zonas sísmicas 2 e é igual a 2 para zonas 3 ou superiores.

Verifica-se que a constante a aplicar para as zonas 3 é o dobro, considerando assim um cenário

mais desfavorável e, também que, para as forças normais ao eixo y, os coeficientes são também

o dobro dos correspondentes ao outro eixo. Esta última constatação deve-se ao facto de a força

𝐹𝑦𝑦 ser suportada por ambas as guias (ver Figura 3.11).

Figura 3.11 Forças sísmicas suportadas pelas guias [Adaptado de (Singh, Rildova, & Suarez, 2002)]

As forças sísmicas, 𝐹𝑥𝑥 e 𝐹𝑦𝑦 (N) ,podem ser calculadas de acordo com as seguintes expressões:

Page 53: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

37

✓ Quando 𝐿 ≥ 𝑙 (distância entre brackets é igual ou superior à distância entre limitadores

de movimento):

𝐹𝑥𝑥 = 9,807×𝑊

3×𝛽 (3.11)

𝐹𝑦𝑦 = 9,807×

𝑊

6×𝛽

(3.12)

✓ Quando 𝐿 < 𝑙

𝐹𝑥𝑥 = 9,807×𝑊

2× (1 −

𝐿

3𝑙) ×𝛽 (3.13)

𝐹𝑥𝑥 = 9,807×

𝑊

4× (1 −

𝐿

3𝑙) ×𝛽

(3.14)

Os apoios das guias devem ser dimensionados de forma a resistirem às forças

supramencionadas. Os brackets têm uma deformação máxima admissível de 2,54 mm e a tensão

máxima admissível gerada pela ação sísmica não pode exceder os 88% da tensão de cedência

do material constituinte.

De modo a garantir um mínimo de rigidez das guias para resistirem às deformações provocadas

pelas forças sísmicas, impõem-se os seguintes limites dos momentos de inércia:

𝐼𝑥 ≤ 9,807×𝑊×𝑙3

249𝛥𝐸×𝛽 (3.15)

𝐼𝑦 ≤ 9,807×

𝑊×𝑙3

498𝛥𝐸×𝛽

(3.16)

Em que:

𝐼𝑥 e 𝐼𝑦: momentos de inércia da guia segundo os eixos x e y, respetivamente (m4);

𝛥: deslocamento máximo admissível a meio vão (m);

𝐸: módulo de elasticidade do aço (o regulamento admite um valor de 2,068x105 MPa);

𝛽: constante igual a 1 e 0,5 para as zonas 3 (ou superior) e 2, respetivamente.

Quanto à ligação entre os vários troços das guias, devem ser seguidos um conjunto de regras

de construção e dimensionamento, das quais se destacam as seguintes:

✓ Os empalmes devem ser fixos com, pelo menos, quatro parafusos (cujos diâmetros

mínimos estão tabelados consoante o tipo de guia);

✓ O diâmetro do furo do parafuso não pode exceder 2 mm o diâmetro dos parafusos nas

guias nem 3 mm nos empalmes metálicos;

✓ Os empalmes metálicos têm espessuras mínimas tabeladas de acordo com o tipo de

guia;

Page 54: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

38

✓ A largura do empalme não pode ser inferior à espessura do banzo da guia.

• Cabos e polias

Devem ser instalados dispositivos de retenção de cabos contínuos cobrindo as polias em, pelo

menos, dois terços do arco de contato entre o cabo e a respetiva polia mas não expondo mais

de um sexto do arco de contato em cada extremidade do retentor.

Os dispositivos de retenção pontuais podem ser usados no ponto médio do arco de contato

quando este tem um ângulo inferior a 30º ou, se este exceder este valor, os dispositivos são

instalados em cada extremidade e ao longo do comprimento do arco, espaçados por intervalos

inferiores a 30º.

• Suporte do equipamento elétrico

Os dispositivos de fixação e os respetivos parafusos utilizados para fixação do equipamento à

estrutura, são do tipo rígido e não estão sujeitos a cargas de impacto, devendo ser concebidos

para suportar forças sísmicas, horizontais e verticais, geradas pelas seguintes acelerações:

✓ 0,5g e 0,25g para aceleração horizontal e vertical, respetivamente (zona 2);

✓ 1,0g e 0,50g para aceleração horizontal e vertical, respetivamente (zona 3 ou superior).

• Dispositivos de emergência

Em todos os elevadores de tração cuja velocidade é igual ou superior a 0,75m/s, a norma prevê

que os mesmos devem estar providos de dispositivos de emergência, consoante a zona sísmica.

Para elevadores instalados na zona 3, deve existir, pelo menos, um interruptor sísmico que é

ativado por acelerações verticais iguais ou inferiores a 0,15g.

Relativamente à zona 2 ou superior, os elevadores devem possuir um sensor de deslocamento

do contrapeso, que é acionado pelo descarrilamento do mesmo, e um botão de reset instantâneo

instalado no painel de controlo da casa das máquinas. Este último dispositivo permite o

restabelecimento da operacionalidade normal do elevador caso o sensor de deslocamento não

seja ativado.

ii) ELEVADORES HIDRÁULICOS

Para elevadores hidráulicos que apresentem contrapeso, adotam-se as medidas mencionadas

para os elevadores de tração. Caso se trate de um edifício composto por juntas, a casa das

máquinas e a caixa do elevador devem estar localizados no mesmo bloco. Descrevem-se, de

seguida, as regras para cada componente.

• Sistema de Guias (cabine e contrapeso)

Adotam-se as regras de dimensionamento das guias de um elevador de tração, sendo que as

fórmulas para o cálculo da massa máxima suportada por cada de par de guias são as seguintes:

𝑊′𝑥 ≤ 168×𝑧𝑥

𝑙 (3.17)

Page 55: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

39

𝑊′𝑦 ≤ 336×𝑧𝑦

𝑙 (3.18)

Tendo-se:

𝑊′𝑖 =𝑊

3+

𝑊𝑝

4 (zona 2) (3.19)

𝑊′𝑖 =𝑊

6+

𝑊𝑝

8 (zona ≥3) (3.20)

Em que:

𝑊′𝑥 e 𝑊′𝑦: massas máximas suportadas por cada par de guias para forças normais aos eixos x

e y, respetivamente (𝑖 = 𝑥 , 𝑦) (kg);

𝑊𝑝: massa do pistão hidráulico (kg).

Os momentos de inércia e as forças sísmicas são calculadas da mesma forma que para os

elevadores de tração sendo que o valor da massa do componente, 𝑊,é agora calculado tendo

em conta a massa do pistão hidráulico como se apresenta nas Equações (3.19) e (3.20).

• Suporte do reservatório

Para prevenir o derrube ou deslizamento do reservatório, devem ser tomadas as mesmas

provisões apresentadas para o suporte do equipamento elétrico para os sistemas de tração.

• Suporte das tubagens

Devem ser instalados suportes para as tubagens de modo a restringir o movimento transversal

das mesmas, especialmente próximo de válvulas e zonas de mudança de direção. Estes

elementos são dimensionados do mesmo modo que os elementos de suporte do equipamento

elétrico. Em função das dimensões das tubagens, a norma estabelece espaçamentos horizontais

máximos entre suportes.

Também é indicado o valor máximo de 2,5 mm para a flecha a meio vão das tubagens e que a

tensão máxima de flexão combinada com esforço transverso é de 71,8 kPa.

• Dispositivos de emergência

Os elevadores hidráulicos que não estejam equipados de pára-quedas têm de ser providos de,

pelo menos, uma válvula de segurança contra roturas na tubagem.

3.3.3 Norma Europeia - EN 81-77: 2013

Em 2.3.1, fez-se menção à norma europeia e os seus objetivos. Tal como foi referido, a EN 81-

77 apresenta requisitos de segurança de acordo com a classificação dos elevadores em

categorias baseadas nos limites de aceleração de dimensionamento sísmico, ad, (ver Tabela

3.2).

Page 56: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

40

Tabela 3.2 Categorias de elevadores sujeitos a ações sísmicas

Categoria ad (m/s2)

0 ad < 1,0

1 1,0 ≤ ad < 2,5

2 2,5 ≤ ad < 4,0

3 ad ≥ 4,0

Relembrando a norma americana, o valor mínimo a considerar para a aceleração de

dimensionamento numa zona 2 é de 2,45 m/s2 (0,25g). Como se pode constatar na tabela

anterior e, tendo em conta que os requerimentos só são exigidos para elevadores de categoria

1 ou superior, a aceleração de dimensionamento mínima a considerar é 1,0 m/s2, valor bastante

inferior ao da ASME.

No Anexo B da norma pode-se encontrar a fórmula utilizada para calcular a aceleração de

dimensionamento que se baseia na abordagem do EC8 e, tal como este, considera os elevadores

como elementos não estruturais (ver Equação (3.21)).

𝑎𝑑 = 𝑆𝑎× (𝛾𝑎

𝑞𝑎) ×𝑔 (3.21)

Em que:

𝑎𝑑: aceleração de dimensionamento sísmico;

𝑆𝑎: coeficiente sísmico aplicável ao elemento não estrutural (ver Equação (3.2));

𝛾𝑎: fator de importância do elemento;

𝑞𝑎: coeficiente de comportamento do elemento;

𝑔: aceleração gravítica.

Na Tabela 6.1 do Anexo A1 indicaram-se os valores a adotar para o fator de importância do

elemento. Tratando-se de um elevador instalado em hospitais, o valor a usar é de 1,5.

De seguida apresentam-se as disposições construtivas e metodologias de dimensionamento

para cada componente, como se fez anteriormente, a título de comparação.

• Cabine e sistema de contrapeso

De forma semelhante à norma americana, as arcadas do contrapeso e da cabine têm de ser

providas de limitadores de movimento (inferiores e superiores) sendo que, para a cabine são só

necessários em elevadores das categorias 2 e 3. Estes dispositivos são instalados de maneira a

garantir uma distribuição de esforços de modo semelhante aos dispositivos de deslizamento.

Quando o componente (cabine ou contrapeso) se encontra centrado entre as guias, impõe-se

um valor máximo de 5 mm para o espaçamento entre o limitador de movimento e as guias (d1,

Page 57: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

41

d2 e d3). Além disso, durante um evento sísmico, há que garantir um encaixe mínimo de 5 mm (

ver Figura 3.12).

Figura 3.12 Guia com limitador de movimento

Os limitadores de movimento e as arcadas de cada componente são dimensionados de forma a

resistir às forças geradas pela aceleração de dimensionamento em que, analogamente à ASME

17.1, considera-se a massa do componente acrescida de 40% da sua capacidade (considerando

elevadores de passageiros). No caso do contrapeso, também se considera a distribuição vertical

dos blocos constituintes.

• Sistema de guias (cabine e contrapeso)

O sistema de guias, que inclui as suas fixações e empalmes, devem obedecer aos requisitos

propostos pelas normas EN81-1 e EN81-2 e ainda resistir às forças sísmicas geradas pela

aceleração de projeto.

No anexo D da norma encontra-se um exemplo de dimensionamento deste sistema em que a

ação a considerar é para o caso do elevador estar em movimento e a funcionar em condições

normais, ou seja, sem que os dispositivos de segurança estejam ativos e sem a entrada ou saída

de passageiros.

As forças sísmicas geradas pelas massas dos componentes sujeitos à aceleração de

dimensionamento são dadas pelas seguintes expressões:

𝐹𝑥 =𝑎𝑑𝑥×𝑃

𝑛𝑋𝑆𝐸 (3.22)

𝐹𝑦 =𝑎𝑑𝑦×𝑃

𝑛 2⁄𝑋𝑆𝐸 (3.23)

O parâmetro 𝑋𝑆𝐸 traduz a distribuição das forças transmitidas através dos dispositivos de

deslizamento ou pelos limitadores de movimentos (superiores e inferiores), podendo ser

calculado da seguinte forma:

Page 58: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

42

Superiores 𝑋𝑆𝐸 =𝑍𝑆𝐸

ℎ (3.24)

Inferiores 𝑋𝑆𝐸 =ℎ − 𝑍𝑆𝐸

ℎ (3.25)

Em que:

𝑍𝑆𝐸: ponto de aplicação das forças – altura do centro de massa do componente;

ℎ: distância entre dispositivos de deslizamento ou entre limitadores de movimento;

𝑎𝑑𝑥 e 𝑎𝑑𝑦: acelerações de dimensionamento nas direções x e y, respetivamente;

𝑃: massa do contrapeso ou massa da cabine vazia acrescida de 40% da sua capacidade de

carga;

𝑛: número de guias.

É de notar que a força sísmica segundo a direção Y, 𝐹𝑦, é o dobro de 𝐹𝑥, pois esta ação é

suportada por n/2 guias.

No anexo G da norma EN81-1:1998, pode-se consultar as equações estabelecidas para a

determinação dos momentos de flexão e tensões resultantes das forças transmitidas pelos

limitadores de movimento ou dispositivos de deslizamento (ver Equações (3.26) e (3.27)),

assumindo o seguinte:

✓ A guia comporta-se como uma viga simplesmente apoiada com vão 𝑙;

✓ A resultante das forças que causa esforços de flexão na guia atua a meio vão;

✓ Os momentos de flexão atuam na linha neutra da seção transversal da guia.

𝑀𝑥,𝑆 =3×𝐹𝑦,𝑆×𝑙

16 𝑀𝑦,𝑆 =

3×𝐹𝑥,𝑆×𝑙

16 (3.26)

𝜎𝑥,𝑆 =𝑀𝑥,𝑆

𝑊𝑥

𝜎𝑦,𝑆 =𝑀𝑦,𝑆

𝑊𝑦

(3.27)

O código indica que a tensão máxima admissível das guias pode ser calculada dividindo a

resistência à tração das guias, 𝑅𝑚, por um fator de segurança, 𝑆,que depende da extensão do

material, ε.

𝜎𝑎𝑑𝑚 =𝑅𝑚

𝑆 (3.28)

Em que:

𝑀𝑥,𝑆 e 𝑀𝑦,𝑆: momentos fletores a meio vão da guia segundo x e y, respetivamente;

Page 59: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

43

𝑊𝑥 e 𝑊𝑦: módulos de flexão da guia segundo x e y, respetivamente;

𝜎𝑥,𝑆 e 𝜎𝑦,𝑆: tensões de flexão na guia segundo x e y, respetivamente;

𝜎𝑎𝑑𝑚: tensão máxima admissível nas guias (N/mm2);

𝑅𝑚: resistência à tração das guias (N/mm2);

𝑆: fator de segurança (ver Tabela 3.3).

Tabela 3.3 Fator de segurança para as guias

Extensão (%) Fator de Segurança (S)

ε ≥ 12% 1,8

8% ≤ ε < 12% 3,0

As forças de encurvadura e respetivas tensões são dadas por:

Cabine

𝐹𝑘 =𝑘1×𝑔×𝑃

𝑛 (3.29)

𝜎𝑘 =(𝐹𝑘 + 𝑘3𝑀)×𝜔

𝐴

(3.30)

Contrapeso

𝐹𝑐 =𝑘1×𝑔×(𝑄×𝑞 + 𝑃)

𝑛 (3.31)

𝜎𝑘 =(𝐹𝑐 + 𝑘3𝑀)×𝜔

𝐴

(3.32)

Assim, a verificação da segurança aos ELU de flexão, compressão e encurvadura é feita de

acordo as seguintes expressões:

Flexão 𝜎𝑚 = 𝜎𝑥,𝑆 + 𝜎𝑦,𝑆 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.33)

Flexão

composta

desviada

Cabine 𝜎𝑆 = 𝜎𝑚 +𝐹𝑘 + 𝑘3×𝑀

𝐴≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.34)

Contrapeso 𝜎𝑆 = 𝜎𝑚 +𝐹𝑐 + 𝑘3×𝑀

𝐴≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.35)

Flexão e encurvadura 𝜎𝑐 = 𝜎𝑘 + 0,9𝜎𝑚 ≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.36)

Flexão do banzo

(seções em T) 𝜎𝐹𝑆 =

1,85𝐹𝑥,𝑆

𝑐2≤ 𝜎𝑎𝑑𝑚 (3.37)

Em que:

Page 60: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

44

𝐹𝑘 e 𝐹𝑐: forças de encurvadura na guia da cabine e do contrapeso, respetivamente;

𝜎𝑘: tensão de encurvadura;

𝐴: área da seção transversal da guia;

𝑀: força imposta na guia devido a equipamento auxiliar fixo à guia;

𝑄: carga nominal do contrapeso;

𝑞: coeficiente que traduz a carga da cabine equilibrada pelo contrapeso;

𝑘1 e 𝑘3: coeficientes de impacto associados à ativação do dispositivo de segurança e ao ressalto

do contrapeso devido a uma paragem brusca da cabine, respetivamente (valores tabelados no

Anexo G (EN81-1, 1998));

𝜎𝑚: tensão de flexão combinada na guia;

ω: valor ómega (ver Anexo A3);

𝜎𝑆: tensão de flexão composta de compressão;

𝜎𝐹𝑆: tensão de flexão no banzo;

𝑐: largura da alma na ligação com o banzo.

Na equação (3.37) apenas se considera a força exercida na direção x embora em (Singh,

Rildova, & Suarez, 2002) seja referido que as tensões no banzo são afetadas por ambas as

componentes x e y, sendo necessário considerar as duas no cálculo. Já para a alma, basta

considerar 𝐹𝑥,𝑆.

De modo a evitar o embate entre o contrapeso ou a cabine e outros componentes existentes na

caixa do elevador, são impostos limites para as deformações resultantes da ação sísmica. Assim,

para perfis em T das guias, o limite máximo admissível para a deformação é dado por (ver Figura

3.12):

𝛿𝑎𝑑𝑚 = 𝑧1 − 2𝑑1 − 5 ≤ 40𝑚𝑚 (3.38)

E os limites para as deformações resultantes da ação sísmica são dados por:

𝛿𝑥 = 0,7×𝐹𝑥,𝑆×𝑙3

48×𝐸×𝐼𝑦≤ 𝛿𝑎𝑑𝑚,𝑥 (3.39)

𝛿𝑦 = 0,7×

𝐹𝑦,𝑆×𝑙3

48×𝐸×𝐼𝑥

≤ 𝛿𝑎𝑑𝑚,𝑦 (3.40)

Page 61: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

45

• Cabos e polias

Os dispositivos para impedir que os cabos saiam para fora das polias deverão estar instalados a

menos de 15º dos pontos de entrada e saída do arco de contato e ao longo deste, pelo menos

um dispositivo a cada ângulo de 90º.

• Suporte do equipamento elétrico

A fixação dos equipamentos elétricos terá que ser concebida de forma a suportar as forças que

lhe são impostas, incluindo as forças geradas pela aceleração de projeto.

• Dispositivos de segurança

Os elevadores hidráulicos devem ser providos de uma válvula de rotura destinada a evitar

problemas ambientais devido a vazamentos.

No caso de um evento sísmico, elevadores das classes 2 e 3 deverão mover-se automaticamente

para o piso mais próximo de maneira a evitar o enclausuramento dos passageiros na cabine.

• Dispositivos de deteção sísmica

Estes dispositivos aplicam-se apenas a elevadores de categoria 3 e com contrapeso.

Nos casos em que estes dispositivos são utilizados exclusivamente para enviar informação

acerca do elevador, devem ser instalados no poço. Um sensor sísmico deve medir as

acelerações nos 3 eixos com frequências de resposta entre os 0,5 e os 10 Hz. O seu limite de

ativação é definido pelo fabricante mas, tal como a norma indica, esse valor, para qualquer

direção, tem de ser igual ou inferior a 1,0 m/s2.

O sistema de deteção sísmica deverá estar sempre operacional mesmo no caso de falha de

eletricidade pelo que é provido de um sistema de alimentação de energia elétrica de emergência.

Adicionalmente, possui um dispositivo de restabelecimento da operacionalidade (botão de reset)

que é colocado fora da caixa do elevador, apenas acessível a pessoal autorizado.

É de referir que, ao contrário da norma Americana, esta norma não menciona a instalação de um

sensor de descarrilamento do contrapeso, pressupondo-se que as medidas supramencionadas

são suficientes para prevenir o descarrilamento do mesmo.

3.4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A análise aos danos resultantes de sismos demonstra que os elevadores de tração são os que

apresentam pior comportamento e que o contrapeso é o componente mais vulnerável sendo,

também, o mais pesado e, por isso, tem a capacidade de causar ainda mais estragos noutros

elementos.

Embora não haja registo confirmado de vítimas mortais em elevadores durante um evento

sísmico, muitas vezes, a sua operacionalidade fica comprometida podendo afetar gravemente a

capacidade de resposta das equipas de emergência num edifício hospitalar, nomeadamente, no

transporte de doentes. Tendo isto em conta, verifica-se a necessidade de melhorar o

Page 62: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

46

desempenho destes sistemas através de verificações de segurança que se foquem no

dimensionamento sísmico destes elementos.

Existem já normas como a EN81-77 que, em conjunto com o EC8, apresentam requisitos de

segurança de acordo com a aceleração de projeto e considerando vários aspetos como o tipo de

solo, importância da estrutura, efeito de ressonância, etc.

Para se ter em conta as variações de rigidez e de massa dos elementos, pode-se recorrer a uma

análise modal com espectros de resposta. Esta análise, ao permitir considerar as acelerações

espectrais correspondentes aos modos de vibração mais importantes e a respetiva configuração,

apresenta resultados mais fiáveis, sendo o mais indicado para estruturas com maiores

exigências de segurança.

Os dois regulamentos específicos de elevadores apresentados, ASME A17.1 e EN81-77,

definem disposições construtivas para os diversos componentes de um sistema de elevadores.

Ambos estabelecem equações de dimensionamento tendo em conta a aceleração sísmica de

dimensionamento. Na EN81-77, a ação sísmica tem em conta um fator de intensidade que

depende da altura, propriedades dinâmicas da estrutura e da zona onde se insere. Também

nesta última, não é requerida a instalação de um sensor de descarrilamento do contrapeso.

É de referir que as verificações de segurança da norma europeia são só exigidas para elevadores

de categoria 1 ou superior, cuja aceleração é igual ou superior a 1m/s2 enquanto que no código

americano, a aceleração mínima a considerar é de 2,45 m/s2.

Por fim, com o intuito de dar um contributo para um possível manual de dimensionamento sísmico

de sistemas de elevadores, realizou-se o zonamento do território português (Continente e Ilhas)

tendo em conta a metodologia preconizada pela Norma EN81-77. Este zonamento foi realizado

para os 5 tipos de solo e os 4 coeficientes de importância, tendo-se obtido um resultado final de

10 mapas continentais, 5 dos Açores e 3 da Madeira. Assim, é possível saber qual a categoria

sísmica em que o elevador se insere após uma rápida consulta nas tabelas e mapas dispostos

nos Anexos A7 e A8, respetivamente. Na Figura 3.13 pode-se observar um exemplo.

Figura 3.13 Categorias sísmicas de elevadores para importância/tipo de solo II-B, I-D e I-E

Page 63: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

47

4. HOSPITAL DO BARLAVENTO ALGARVIO

4.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS

O presente capítulo é destinado ao estudo de um sistema de elevadores instalado no Hospital

do Barlavento Algarvio, em Portimão. Mais precisamente, pretende-se analisar a resposta do

sistema de guias do elevador quando solicitado a uma ação sísmica definida de acordo com o

EC8 (NPEN1998-1, 2010).

Para tal, elabora-se um modelo numérico de elementos finitos de uma parte do edifício, em

SAP2000, limitando a complexidade do mesmo. Isto justifica-se, pois, o objetivo desta análise

não é o de avaliar se os elevadores instalados no Hospital se encontram bem dimensionados,

mas sim de empregar e estudar a metodologia preconizada pela EN 81-77.

Serão realizadas análises dinâmicas modais por espectro de resposta (EC8), restringindo-se

apenas ao comportamento das guias da cabine e do contrapeso, por serem estes os

componentes sujeitos a deformações globais e locais.

A documentação fornecida que foi utilizada neste estudo é a seguinte:

✓ Projeto de Estabilidade e Estruturas (JSJ, Consultoria e Projetos de Engenharia, Lda.,

1996);

✓ Relatório ICIST EP nº10/2013: Avaliação generalizada do risco sísmico do Hospital

Barlavento Algarvio, em Portimão, através da metodologia ICIST/ACSS;

✓ Planos de Instalação do sistema de elevadores.

4.2 DESCRIÇÃO DA ESTRUTURA

O Hospital do Barlavento Algarvio (HBA), localizado em Portimão, tem uma área de cerca de

11.000 m2 e está dividido em sete corpos estruturais independentes por meio de juntas de

maneira a assegurar um bom comportamento em serviço (deformações impostas e ação sísmica)

(ver Figura 4.1).

Figura 4.1 Hospital do Barlavento Algarvio (CHAlgarve, 2016)

Page 64: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

48

O edifício tem, no máximo, 9 pisos de utilização (7 elevados e 2 subterrâneos) que correspondem

aos blocos C, D e E; nos blocos A, B e F, o nível da cobertura atinge o piso 3; O bloco G, o mais

baixo, tem apenas 4 pisos (termina no piso 2). Em todos estes corpos têm-se fundações diretas

localizadas abaixo do nível -2 (ver Figura 4.2).

A estrutura é constituída por sistemas de pórticos de betão armado, não sofrendo grandes

variações de rigidez, com um pé-direito a variar entre 4,5 e 3,0m (distância entre eixos de vigas)

a partir do piso 2. Tem-se, assim, um sistema reticulado composto por vigas e pilares em que os

elementos verticais distam, entre si, 7,2 ou 6,8m.

Figura 4.2 Blocos estruturais do Hospital

Datado de 1994, o projeto de estabilidade e estruturas foi realizado tendo em conta as diretrizes

do RSA (RSA, 1983), do REBAP (REBAP, 1984), e também seguindo algumas regras definidas

no EC2.

Será feita apenas a análise de um corpo, o corpo D, pois é neste bloco que se encontram os

acessos verticais (escadas e elevadores). Este é dos corpos mais altos e também o que deverá

apresentar menor risco sísmico devido à concentração de paredes estruturais.

Quanto aos materiais, estes podem ser observados na Tabela 4.1.

Tabela 4.1 Materiais

Betão Aço Alvenaria

Superestrutura C20/25 Armaduras A 500 NR

Paredes

Alvenaria de tijolo furado

de espessura

variável

Sapatas e vigas de fundação

C12/15 Malhas

eletrosoldadas das lajes

A 500 ER

Page 65: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

49

4.2.1 Corpo D

Este bloco, tal como mencionado anteriormente, é dos corpos mais altos, tendo 9 pisos no total

e perfazendo 39,50m de altura do piso -2 à cobertura. Apresenta uma planta retangular de

27,2x20,8 m2.

Distinguem-se quatro secções diferentes de vigas – V1 (0,75x0,50), V2 (0,75x0,25), V3

(0,70x0,40) E V4 (0,70x0,50). De notar que se recorre a vigas de menor secção a partir do piso

2, piso a partir do qual o pé-direito diminui de 4,5 para 3,7m.

Neste corpo estão instalados os principais acessos verticais: escadas e 6 elevadores, sendo

compostos por paredes estruturais resistentes de betão armado, com espessuras de 0,25m, que

se desenvolvem ao longo de toda a altura do edifício. Estas paredes formam o núcleo resistente

que, perante a ocorrência de um sismo, garante a estabilidade estrutural e a capacidade de

dissipação de energia da estrutura.

Este sistema porticado (lajes vigadas e pilares) em conjunto com a existência de paredes

estruturais é reconhecido pela sua eficiência face à ação sísmica.

Quanto às fundações, cada pilar é suportado por uma sapata quadrada de 3,6m de lado e na

zona dos acessos verticais tem-se uma laje de ensoleiramento de 12,9x7m2.

4.2.2 Ações

As ações consideradas – permanentes, sobrecargas (ver Tabela 4.3) e sísmica para o

dimensionamento da estrutura foram as indicadas no Projeto de Estabilidade e Estruturas (JSJ,

1996):

✓ Cargas permanentes:

As cargas permanentes consideradas são o peso próprio da estrutura e as restantes cargas

permanentes devidas às paredes de alvenaria (interiores e exteriores) e aos revestimentos (ver

Tabela 4.2).

Tabela 4.2 Ações permanentes consideradas

Elementos Cargas

Peso próprio do betão armado 25 kN/m3

Peso próprio dos revestimentos dos pisos (e = 0,12m) 1,8 kN/m2

Peso próprio das alvenarias interiores (e = 0,15m) 1,7 kN/m2

Peso próprio das alvenarias exteriores (e = 0,25m) 3,0 kN/m2

Peso próprio revestimento de impermeabilização da cobertura 1,5 kN/m2

A carga distribuída correspondente às paredes de alvenaria interiores foi calculada considerando

uma altura média de 3,9m e admitindo 30% do seu peso distribuído pelos pavimentos, tal como

indicado no RSA., tendo-se obtido então um valor de 2,0 kN/m2.

Page 66: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

50

Já o carregamento de bordo respetivo às paredes exteriores foi estimado admitindo uma altura

média de 3,5m e um coeficiente de aberturas de ¼, tendo-se chegado a um valor de 6,80 kN/m

(JSJ, 1996).

✓ Sobrecargas:

Tabela 4.3 Sobrecargas consideradas

Elementos Cargas

No geral 3,0 kN/m2

Arquivo, Garagem, circulação 5,0 kN/m2

Cobertura 0,3 kN/m2

✓ Ação sísmica:

A ação sísmica é definida com base nos espectros de resposta para os sismos 1 e 2 na zona de

Portimão de acordo com os parâmetros retirados do Anexo Nacional do EC8. O solo é do tipo II

(RSA) com correspondência ao solo C (EC8). Na secção 4.5.3 do presente trabalho apresentam-

se os cálculos para a determinação do coeficiente de comportamento e espectros de resposta.

No presente estudo não foram consideradas as ações da temperatura, vento e fogo por não

apresentaram qualquer relevância no dimensionamento de sistemas de elevadores quanto à

ação sísmica.

✓ Combinação de Ações

De forma a quantificar as ações para uma correta análise do edifício, respeita-se a filosofia

imposta pela norma europeia em vigor, a NP EN 1990 – Bases para o Projeto de Estruturas.

De acordo com este regulamento, define-se uma combinação de ações relativamente aos

Estados Limite Últimos. Estes Estados correspondem a situações de colapso da estrutura e a

sua verificação é feita segundo o princípio de que os esforços atuantes são inferiores aos

esforços resistentes. Para situações de projeto sísmicas, a combinação de ações é dada pela

seguinte expressão (NP EN 1990, 2009) (ver Equação (4.1):

𝑆𝑑 = ∑ 𝑆𝐺𝑖,𝑘 + 𝑆𝐸𝑘

𝑚

𝑖=1

+ ∑ 𝜓2𝑗𝑆𝑄𝑗,𝑘

𝑛

𝑗=2

(4.1)

Em que:

𝑆𝐸𝑘: representa o valor característico da ação sísmica. Para esta ação não se considera nenhum

coeficiente parcial de segurança visto que o espectro de resposta respetivo já vem majorado de

acordo com o Eurocódigo 8;

𝜓2𝑗: coeficiente para a determinação do valor quase permanente da ação variável.

Page 67: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

51

De acordo com o Quadro A1.1 do EC0, os valores recomendados para o coeficiente Ψ2 são 0,6

para a zona de reunião de pessoas (Categoria C) e 0 para a cobertura (Categoria H).

4.3 DESCRIÇÃO DO SISTEMA DE ELEVADORES

A informação relativa ao sistema de Elevadores do Hospital do Barlavento Algarvio foi retirada

das Peças Desenhadas fornecidas pela OTIS. Os seis elevadores instalados no corpo D são

elevadores elétricos de tração com casa de máquinas.

Na Tabela 4.4 pode-se observar a informação relativa a este sistema onde os elevadores se

encontram divididos em dois grupos: elevadores 1, 2 e 3 – os maiores, para transporte de

passageiros e macas; elevadores 4, 5 e 6 – mais pequenos para transporte de passageiros.

Tabela 4.4 Características dos elevadores do corpo D

Elevadores 1, 2 e 3 Elevadores 4, 5 e 6

Área da cabine 1,50x2,35 m2 1,30x1,20 m2

Carga 1.600 kg 630 kg

Nº de passageiros 21 8

Paragens/acessos 9 9

Velocidade 1,60 m/s 1,0 m/s

Diâmetro da roda de tração 750 mm 575 mm

Estes elevadores têm um curso de 33,6m, do piso -2 ao piso 6. Na Figura 4.3 apresenta-se um

esquema do sistema utilizado.

Figura 4.3 Esquema de um elevador do Corpo D

Page 68: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

52

A caixa do sistema de elevadores é composta por paredes de betão armado com 0,25m de

espessura e 38,8m de altura dos quais 4,0m pertencem ao extracurso4. As características

geométricas dos elevadores 1, 2 e 3 podem ser observadas na Figura 4.4.

Figura 4.4 Características geométricas dos elevadores 1, 2 e 3 (dimensões em mm)

Para cada elevador encontram-se dois conjuntos de guias metálicas, as guias da cabine e as

guias do contrapeso destinadas a guiar a cabine e o contrapeso, respetivamente (ver Tabela

4.5). As secções transversais destes elementos apresentam um formato em T (ver Figura 4.5).

Tabela 4.5 Designações das guias metálicas utilizadas nos elevadores

Guias de cabine Guias do contrapeso

Elevadores 1, 2 e 3 T125B T70A

Elevadores 4, 5 e 6 T82A T50A

(a) (b)

Figura 4.5 Secções transversais em T das guias (a) T50 (b) T70, T82 e T125 (ISO 7465, 2001)

4 Extracurso é a altura medida desde o topo da cabine de elevador, ao nível do piso mais elevado,

e a laje desse mesmo piso

Page 69: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

53

As suas dimensões, definidas de acordo com os parâmetros identificados na Figura 4.5, podem

ser observadas na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 Características geométricas das secções das guias T50, T70, T82 e T125

Dimensões (mm) Massa

(kg/m)

Área

(cm2)

Ixx

(cm4)

Iyy

(cm4) b h k g/p e

T50A 50 50 5 5 14,3 3,73 4,75 11,24 5,25

T70A 70 65 9 6 20,4 7,47 9,51 41,3 18,65

T82B 82,5 68,25 9 6 19,8 8,55 10,9 49,4 30,5

T125B 125 82 16 9 26,1 17,9 22,83 151 159

As guias encontram-se dispostas ao longo da altura do edifício, desde o piso -2 ao piso 6, em

intervalos maioritariamente regulares de 2,9 metros (ver Figura 4.6). O apoio e fixação das guias

é feito através de brackets e a ligação entre troços das guias é feita por meio de empalmes

através de quatro parafusos.

Os dispositivos de deslizamento utilizados são roçadeiras e a distância vertical entre elas é de

3,186m para o sistema de cabine e de 3,220m para o contrapeso.

Figura 4.6 Corte vertical da caixa de elevador (dimensões em mm)

Quanto ao sistema de contrapeso, os modelos podem ser observados na Tabela 4.7. Para os

primeiros elevadores, tem-se um contrapeso constituído por 49 pesos de ferro fundido com 36kg

Page 70: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

54

cada. O contrapeso 18 B50 é composto por 18 pesos de betão com 50kg cada. Assim, a massa

de cada contrapeso pode ser calculada pela soma do peso próprio da arcada de contrapeso com

o peso dos blocos (ver Equações (4.2) e (4.3)).

Tabela 4.7 Modelos de contrapeso

Modelo

Elevadores 1, 2 e 3 49 F36

Elevadores 4, 5 e 6 18 B50

𝑀𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜1 = 𝑀𝑎𝑟𝑐𝑎𝑑𝑎 + 𝑀𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 = 150 + 49×36 = 1.914 𝑘𝑔 (4.2)

𝑀𝐶𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜2 = 𝑀𝑎𝑟𝑐𝑎𝑑𝑎 + 𝑀𝑏𝑙𝑜𝑐𝑜𝑠 = 150 + 18×50 = 1.050 𝑘𝑔 (4.3)

Num projeto inicial, o peso do contrapeso é determinado através do peso da cabine em que o

mesmo deve ter uma massa próxima de 50% da carga nominal do elevador mais a tara da cabine

(peso combinado da cabine vazia mais arcada da cabine). Sendo assim, pode-se calcular o peso

das cabines de cada conjunto de elevadores de acordo com as seguintes expressões.

𝑀𝐶𝑎𝑏𝑖𝑛𝑒1 = 𝑀𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 − 50%×𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1914 − 1600

2= 1.114 𝑘𝑔 (4.4)

𝑀𝐶𝑎𝑏𝑖𝑛𝑒2 = 𝑀𝑐𝑜𝑛𝑡𝑟𝑎𝑝𝑒𝑠𝑜 − 50%×𝐶𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑛𝑜𝑚𝑖𝑛𝑎𝑙 = 1050 − 630

2= 735 𝑘𝑔 (4.5)

Como mencionado anteriormente, trata-se de um sistema de elevadores com casa de máquinas,

em que esta se encontra no último piso. A informação referente a este equipamento encontra-se

na Tabela 4.8. Os modelos apresentados das máquinas de tração tratam-se de modelos da

OTIS. Estas máquinas são responsáveis por fornecer ao sistema a energia necessária para o

movimento vertical do ascensor através de um conjunto de 5 ou 4 cabos de tração com diâmetros

de 13 e 10 mm, respetivamente.

Tabela 4.8 Modelos das máquinas de tração e características dos cabos

Máquina de tração Nº e diâmetro dos cabos

Elevadores 1, 2 e 3 18 ATF 5 cabos Φ13 mm

Elevadores 4, 5 e 6 140 VAT 4 cabos Φ10 mm

4.4 MODELO DE ELEMENTOS FINITOS

O modelo de elementos finitos da estrutura em pórtico foi realizado no programa de cálculo

automático SAP 2000 (ver Figura 4.7). Os elementos estruturais (pilares, vigas e paredes) foram

modelados admitindo elementos finitos do tipo barra, no espaço tridimensional, com dois nós de

extremidade. É de notar que, para atender à fendilhação do betão durante a ação sísmica e

consequente perda de rigidez, o EC8 recomenda uma redução de 50% da rigidez de corte e de

flexão.

Page 71: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

55

Admitem-se ligações rígidas (monolíticas) entre os elementos havendo, por isso, transmissão de

todos os esforços e compatibilidade dos deslocamentos entre os nós.

A interação das paredes estruturais com a restante estrutura é realizada através da ligação com

troços rígidos. Estes têm um módulo de elasticidade elevado de modo a restringir o

comportamento dos troços, simulando a indeformabilidade dos mesmos. À semelhança dos

outros elementos, considera-se praticamente nula a torção de modo modelar o empenamento

livre dos elementos.

Figura 4.7 Vista 3D do modelo de elementos numéricos em SAP2000

As lajes não foram materializadas no modelo, mas a sua massa e indeformabilidade ao nível do

plano dos pisos foram tidas em conta para a análise sísmica de acordo com a combinação de

ações apresentada na Equação (4.1). Como tal, adotou-se um comportamento de diafragma dos

pisos e, assim, a laje comporta-se como um corpo rígido no próprio plano, estando impedidos os

deslocamentos relativos dos nós nas direções x e y, não apresentando extensões nem distorções

no seu plano.

As sapatas foram modeladas como um apoio fixo com translações segundo x e y, e rotação

segundo z impedidos. A rigidez de rotação da sapata, 𝐾𝜃, segundo os dois eixos locais de flexão,

foi modelada através de molas, em função da deformabilidade do solo e as características

geométricas da sapata (ver Equação (4.6)).

𝐾𝜃 =𝜋×𝑎2×𝑏× (1 +

𝑎

4𝑏) ×𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜

18×(1 − 𝜈2) (4.6)

Z

X Y

Page 72: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

56

Em que:

𝐾𝜃: rigidez de rotação de uma sapata;

𝑎, 𝑏: dimensão da sapata nas direções do eixo e normal ao eixo de rotação, respetivamente;

𝐸𝑠𝑜𝑙𝑜: módulo de elasticidade do solo, 500 MPa;

𝜈: coeficiente de Poisson do solo (0,3).

Os resultados que se obtiveram para as sapatas quadradas podem ser observados na Tabela

4.9.

Tabela 4.9 Rigidez de rotação das sapatas

Sapata a b Kθx Kθy Esolo µ

A 3,6 3,6 559.273 559.273 50000 0,3

A laje de ensoleiramento sob as paredes estruturais foi modelada usando um elemento de área

(shell thin) com molas de área simulando, assim, o apoio desta laje sobre um meio elástico. A

rigidez das molas por unidade de área foi calculada consultando ábacos e tabelas de Bowles

(ver Tabela 4.10) e arbitrando valores razoáveis para alguns parâmetros (Florindo, 2013). O

ábaco e tabela de Bowles utilizados podem ser consultados no Anexo A4.

Tabela 4.10 Características geométricas da fundação e solo

Largura da

fundação

Comprimento da

fundação

Distância da fundação ao

estrato rígido

Profundidade da

fundação

B (m) L (m) H (m) D (m)

12,87 7,04 30 18,8

A rigidez é calculada através das fórmulas seguintes em que se calculam os coeficientes de

reação do solo no centro e no canto da fundação, 𝑘𝑆,𝑖 e, por fim, estima-se um valor médio

aplicável a toda a área da fundação, 𝑘𝑆,𝑚. O valor adotado é de 86.400 kN/m.

𝑘𝑆,𝑖 =𝐸𝑆𝑜𝑙𝑜

(1 − 𝜈2)𝑚𝑖 (𝐼1,𝑖 +1−2𝜈

1−𝜈𝐼2,𝑖) 𝐼𝐹,𝑖

𝑘𝑆,𝑚 =4𝑘𝑆,1 + 𝑘𝑆,2

5 (4.7)

Em que:

𝑚𝑖: Fator multiplicativo igual ao número de cantos de cada retângulo que abrange o ponto para

o qual se calcula 𝑘𝑆,𝑖. No ponto do centro é 4; no ponto do canto é 1;

𝐼1,𝑖 e 𝐼2,𝑖: Fatores de influência dependentes da geometria da fundação, da localização do ponto

i, e da espessura da camada elástica retirados da tabela (ver Figura 6.3 do Anexo A4);

𝐼𝐹,𝑖: Fator de profundidade retirado do ábaco (ver Figura 6.3 do Anexo A4).

Page 73: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

57

4.4.1 Sistema de Guias

As guias da cabine e do contrapeso foram modeladas com elementos de barra verticais em que

as secções transversais correspondem às indicadas na Tabela 4.6 (ver Figura 4.8). O aço

constituinte caracteriza-se por um módulo de elasticidade de 210GPa e um coeficiente de

Poisson de 0,3.

Figura 4.8 Modelo da guia da cabine

A ligação das guias às paredes estruturais faz-se por meio dos brackets que foram representados

por barras rígidas de secção quadrada (0,1x0,1m). Para tal ser possível, as paredes estruturais

foram divididas em vários blocos de maneira a coincidir o eixo da guia com o eixo do bloco de

parede onde se faz a ligação. A modelação desta ligação fez-se atribuindo libertações a cada nó

do elemento de barra, o bracket. Assim, considera-se uma ligação monolítica deste elemento à

parede de betão não havendo, por isso, qualquer libertação; e libertam-se os momentos fletores

e torsores na ligação entre a guia e o bracket fazendo com que este nó funcione como uma rótula

esférica (ver Figura 4.9).

Figura 4.9 Libertações do elemento de barra (bracket) no modelo em SAP2000

Os vãos das guias e os intervalos definidos para os brackets são os mesmos representados na

Figura 4.6.

Page 74: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

58

4.5 ANÁLISE DINÂMICA

Ao realizar uma análise modal, obtiveram-se as frequências e períodos para os 12 primeiros

modos de vibração (ver Tabela 4.11). A frequência fundamental, associada ao primeiro modo, é

de 0,701 Hz e o período correspondente é de 1,427s. Os fatores de participação modal permitem

analisar a influência de cada deslocamento para cada modo e, assim, perceber qual o movimento

predominante. Assim, constata-se que o modo fundamental se caracteriza pela predominância

de uma translação em X (69,1%); o segundo modo, por sua vez, apresenta movimentos de

translação em Y (42,3%) associados a torção; e o terceiro modo é caracterizado por uma rotação

em Z (43,5%). É de notar que os primeiros 5 modos traduzem cerca de 90% da resposta do

edifício.

Tabela 4.11 Frequências próprias e fatores de participação modal de massa

Modo de T f Fatores de participação modal de massa

vibração (s) (Hz) Ux Uy Rz ∑ Ux ∑ Uy ∑ Rz'

1 1,427 0,701 69,1% 0,6% 6,8% 69,1% 0,6% 6,8%

2 1,236 0,809 4,2% 42,3% 28,9% 73,3% 42,9% 35,7%

3 0,927 1,079 1,6% 29,1% 43,5% 74,9% 72,0% 79,1%

4 0,428 2,336 10,0% 0,9% 1,9% 84,9% 72,9% 81,1%

5 0,347 2,885 4,9% 5,2% 4,4% 89,8% 78,1% 85,5%

6 0,280 3,577 0,0% 0,0% 0,0% 89,8% 78,1% 85,5%

7 0,245 4,084 0,0% 8,5% 6,4% 89,9% 86,6% 91,9%

8 0,239 4,192 0,0% 0,0% 0,0% 89,9% 86,6% 91,9%

9 0,231 4,335 3,4% 2,3% 0,4% 93,2% 88,9% 92,3%

10 0,219 4,568 0,0% 0,0% 0,0% 93,2% 88,9% 92,3%

11 0,196 5,092 0,0% 0,0% 0,0% 93,2% 88,9% 92,3%

12 0,177 5,635 0,0% 0,0% 0,0% 93,2% 88,9% 92,3%

4.5.1 Hipóteses Consideradas

De modo a realizar a análise dinâmica para as direções X e Y, assumiram-se quatro situações

de carga correspondentes a três diferentes cenários de comportamento das guias durante uma

solicitação sísmica. Estes três casos são em função dos eixos da seção transversal e em todos

eles assume-se que o elevador se encontra parado:

✓ Direção X (translação): as roçadeiras, superiores e inferiores, entram em contacto com

as guias;

✓ Direção Y (translação): colisão da cabine ou contrapeso com uma das guias ao nível dos

dispositivos de deslizamento superiores e inferiores, transmitindo a força sísmica nesses

dois pontos de contacto;

✓ Direção Y (rotação): colisão da cabine ou contrapeso com uma das guias, mas ao nível

de uma só roçadeira.

A distribuição vertical das massas pelas guias é feita de acordo com a posição do centro de

massa do componente a considerar. Para o contrapeso, considera-se que os blocos constituintes

Page 75: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

59

preenchem 2/3 da arcada e, por isso, o centro de massa deste elemento encontra-se a 1/3 da

altura. Na cabine, o CM está a meia altura. Tendo em conta que a ação sísmica na direção Y é

suportada por ambas as guias, a massa a considerar é o dobro da massa na direção ortogonal.

Admite-se que estas ações são aplicadas nos eixos das guias, não existindo qualquer

excentricidade.

Para a situação de contacto entre um dos componentes e as guias, despreza-se o amortecimento

de rigidez das roçadeiras.

4.5.2 Modelação da Cabine e do Contrapeso

A contabilização das massas da cabine e do contrapeso faz-se através da aplicação de massas

concentradas em cada guia e dependendo da situação em análise. Para a primeira situação, de

translação nas direções X e Y, aplicam-se duas massas em cada guia nos pontos

correspondentes aos dispositivos de deslizamento (afastadas de L). Na segunda situação,

relativo à rotação em Y, como diz respeito a apenas um dispositivo, só é aplicada uma massa,

na guiadeira superior ou na guiadeira inferior, (ver Figura 4.10). Assim, perfazem-se os 4 casos

de carga.

Figura 4.10 Esquema do contrapeso e cabine e massas nas guias para as duas situações

As massas do contrapeso e da cabine, anteriormente calculadas em kg, podem ser observadas

na Tabela 4.12. A massa da cabine foi acrescida de 40% da sua carga tal como preconizado na

norma EN81-77.

Tabela 4.12 Massas do contrapeso e da cabine para os dois conjuntos de elevadores

Elevadores 1, 2 e 3 Elevadores 4, 5 e 6

kg ton kg ton

Massa contrapeso 1914 1,914 1050 1,050

Massa cabine 1560 1,560 1029 1,290

Page 76: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

60

De acordo com a posição do centro de massa de cada componente considerado, estas massas

são multiplicadas pelo respetivo coeficiente de distribuição (ver Tabela 4.13) e, para a direção Y,

considera-se o dobro (ver Tabela 4.14).

Tabela 4.13 Coeficientes de distribuição vertical das massas por componente e dispositivo

Dispositivo

inferior Dispositivo

superior

Cabine 1/2 1/2

Contrapeso 2/3 1/3

Tabela 4.14 Massa de cada componente por dispositivo em cada direção (em toneladas)

Elevadores 1, 2 e 3 Elevadores 4, 5 e 6

Direção Guiadeira

inferior Guiadeira superior

Total (ton)

Guiadeira inferior

Guiadeira superior

Total (ton)

Cabine X 0,390 0,390 0,780 0,257 0,257 0,515

Y 0,780 0,780 1,560 0,515 0,515 1,029

Contrapeso X 0,638 0,319 0,957 0,350 0,175 0,525

Y 1,276 0,638 1,914 0,700 0,350 1,05

Para a realização da análise dinâmica, considera-se a situação mais desfavorável e, por isso, as

massas em cima mencionadas são aplicadas em 31 pontos distintos das guias, referenciados

pela guiadeira inferior, correspondendo ao nível dos brackets e a meia altura entre eles.

A análise do comportamento global do sistema de guias reparte-se em duas análises distintas:

✓ 1ª Parte – prende-se com os deslocamentos entre brackets, os quais estão relacionados

com os deslocamentos entre pisos;

✓ 2ª parte – deformação local da guia devido à cabine ou contrapeso.

Assim, para a realização da primeira parte, recorre-se ao modelo de elementos numéricos e,

sem incluir as massas correspondentes ao sistema cabine/contrapeso, determinam-se os efeitos

relacionados com a deformação da própria estrutura quando sofre uma ação sísmica. Numa

segunda fase, aplicam-se as massas em cada ponto, contabilizando os dois aspetos

mencionados.

Para além destas duas análises que recorrem ao modelo do edifício, é necessário recorrer a um

modelo, em separado, da guia, de forma a obter os períodos fundamentais deste sistema para

cada posição referida. Deste modo, a guia é modelada com elementos de barra, como viga

contínua horizontal, com propriedades geométricas e físicas idênticas às consideradas no outro

modelo (ver Figura 4.11). Os brackets são simulados por meio de apoios deslizantes e aplica-se

um apoio fixo numa das extremidades da guia, de modo a impedir as translações na base.

Page 77: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

61

Figura 4.11 Esquema da guia como viga contínua horizontal

4.5.3 Modelação da Ação Sísmica

Como já foi mencionado anteriormente, recorre-se a espectros de resposta de dimensionamento

para análise sísmica do sistema edifício-elevador de acordo com as regras definidas no EC8. O

Hospital do Barlavento Algarvio é um edifício de betão armado (ξ=5%) assumindo uma classe de

importância IV pois a sua operacionalidade é fundamental após a ocorrência de um sismo. Os

parâmetros para caracterizar a ação sísmica a aplicar à estrutura, para cada tipo de sismo,

podem ser observados na Tabela 4.15.

Tabela 4.15 Parâmetros para a definição do espectro de resposta para cada ação sísmica

AS1 AS2

Zona Sísmica Portimão 1.1 2.3

Aceleração de referência agr (m/s2) 2,5 1,7

Coeficiente de importância Classe IV

γI 1,95 1,5

Aceleração à superfície ag (m/s2) 4,88 2,55

Coeficiente de amortecimento ξ 5%

Limite inferior do espectro β ag (m/s2) 0,975 0,51

Os espectros de resposta de acelerações de dimensionamento definidos pelo EC8 têm em conta

um coeficiente de comportamento que permite corrigir os valores obtidos por meio de uma

análise em regime elástico linear, constituindo a resposta mais aproximada da estrutura quando

sujeita a uma deformação imposta.

Este coeficiente pode ser determinado de acordo com a Equação (4.8) exposta no EC8.

𝑞 = 𝑞0×𝑘𝑤 ≥ 1,5 (4.8)

𝑘𝑤 =

1 + (∑ ℎ𝑤𝑖

∑ 𝑙𝑤𝑖⁄ )

3≤ 1

(4.9)

Em que:

𝑞0: valor básico do coeficiente de comportamento;

𝑘𝑤: coeficiente que reflete o modo de rotura predominante num sistema estrutural de paredes;

ℎ𝑤𝑖: altura da parede i;

𝑙𝑤𝑖: largura da parede i.

Page 78: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

62

O valor base do coeficiente de comportamento é determinado tendo em conta o tipo estrutural e

a classe de ductilidade. Ao fazer-se uma primeira análise à estrutura e aos esforços absorvidos

por cada parede estrutural, determinaram-se as percentagens de paredes para cada direção e,

assim, o tipo de sistema. Como tal, calcula-se um coeficiente de comportamento para cada

direção considerando uma classe de ductilidade média em que 𝑞0 = 3,0× 𝛼𝑢 𝛼𝑖⁄ . Quanto a 𝑘𝑤, o

seu valor dado pela Equação (4.9) é superior a 1, tomando, assim, este valor. Tendo em conta o

artigo 4.2.3. do EC8, o edifício em estudo é irregular em altura e, como tal, o coeficiente de

comportamento deve ser multiplicado por 0,8. Os valores utilizados e o resultado final podem ser

observados na Tabela 4.16.

Tabela 4.16 Coeficiente de comportamento para cada direção

Direção % Paredes Sistema q0 αu/α1 kw Redução q

X 41,4 Misto equivalente a sistema porticado

3 1,3 1 0,8 3,12

Y 75,29 Misto equivalente a sistema de paredes

3 1,2 1 0,8 2,88

Assim, e de acordo com as equações estabelecidas na secção 3.2.2.5 do EC8, é possível traçar

os espectros de resposta de projeto, correspondentes ao Estado Limite Último para as duas

ações sísmicas, nas direções X e Y. Estes são apresentados nas Figura 6.3 e Figura 6.4 no

Anexo A5.

Os efeitos devido à ação sísmica foram determinados usando a combinação modal CQC

(Combinação Quadrática Completa) que tem em conta a proximidade das frequências da

estrutura, considerando a interação dos primeiros 12 modos, que contabilizam cerca de 93% da

resposta da estrutura.

4.5.4 Resultados a Verificar

O objetivo deste trabalho é realizar uma análise comparativa de modo a confrontar a metodologia

de dimensionamento sísmico das guias de elevador proposta pela norma EN81-77. Assim, os

parâmetros a verificar são os seguintes: acelerações horizontais, deslocamentos horizontais,

momentos fletores e tensões de flexão.

Utilizando o modelo isolado da guia como viga contínua horizontal, retiraram-se os períodos

fundamentais (𝑇𝑎) para cada posição em análise e para cada guia. Com base nestes valores, foi

possível aplicar as fórmulas (3.2) e (3.21), do EC8 e da EN81-77, respetivamente, para calcular

o coeficiente sísmico e as acelerações de dimensionamento sísmico.

Através das acelerações, calcularam-se, para cada guia, as forças sísmicas (equações (3.22) e

(3.23)), momentos fletores (equação (3.26)) e tensões de flexão (equação (3.27)). Para tal,

adotaram-se os coeficientes de comportamento (𝑞𝑎) e de importância (𝛾𝑎) do elemento, com

valores iguais a 2 e 1,5, respetivamente. A altura acima das fundações (H) considerada é de

39,5m e a altura do elemento não estrutural acima do ponto de aplicação da ação sísmica (z)

varia entre 0 e 38,3m.

Page 79: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

63

A norma EN81-77 propõe no seu Anexo B, a análise da situação correspondente à extremidade

superior da guia (z máximo) e considerando o sistema como rígido (Ta=0). Faz-se também esta

análise.

• Acelerações

Tratando-se de um edifício em que o sistema de elevador é constituído por casa de máquinas

no seu topo, onde as acelerações são, de um modo geral, máximas, este parâmetro toma

especial importância. Desta forma, determinam-se as acelerações induzidas pela ação sísmica

com base na análise dinâmica por espectro de resposta e são comparadas com os valores

calculados pela abordagem da norma EN81-77.

É necessário ter em conta que na norma europeia não é considerado nenhum coeficiente de

comportamento da estrutura, apenas incorporando o coeficiente de comportamento do elemento

não estrutural (qa) reduzindo, assim, as acelerações devido ao comportamento não linear do

sistema. Já o espectro de dimensionamento utilizado na análise dinâmica vem afetado do

coeficiente de comportamento. Posto isto, embora os valores utilizados não sejam iguais, ambas

as metodologias permitem a consideração da resposta em regime não linear.

• Deslocamentos

É fundamental garantir limites para este parâmetro uma vez que a deformação das guias

condiciona o movimento vertical dos sistemas de contrapeso e cabine. Estando fixa à estrutura,

a guia sofre, não só as deformações provocadas pelo próprio edifício, como também as induzidas

pelo contrapeso ou cabine.

Tendo sido efetuada uma análise elástica linear baseada no espectro de resposta, de acordo

com o EC8 (art.º 4.34), os deslocamentos devidos à ação sísmica de cálculo devem ser

multiplicados pelo coeficiente de comportamento da estrutura (q). É de notar que tal não acontece

na abordagem definida pela norma EN81-77, uma vez que os deslocamentos continuam

afetados do coeficiente de comportamento do elemento (qa). Tal limita a viabilidade da

comparação direta entre análises.

Assim, recorreu-se à seguinte expressão para calcular os deslocamentos:

𝑑 = (𝑑2 − 𝑑1)×𝑞 (4.10)

Em que:

𝑑: deslocamento total da guia devido à ação sísmica;

𝑑1: deslocamento resultante da primeira análise linear com o modelo do edifício, mas a guia sem

massas aplicadas;

𝑑2: deslocamento resultante da segunda análise linear como o modelo do edifício, em que a guia

tem as massas da cabine/contrapeso aplicadas no ponto em estudo.

Page 80: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

64

• Momentos Fletores

Os momentos que se obtêm pela análise dinâmica resultam das duas análises efetuadas:

interação guia-edifício e guia-componente (ver Figura 4.12).

Figura 4.12 Diagramas de momentos fletores para as duas análises efetuadas

No que diz respeito aos momentos associados à deformação local da guia, esses obtêm-se pela

diferença entre os momentos resultantes das análises do modelo da guia sem e com elevador

(M2-M1). Tal como se viu para os deslocamentos, esta última componente vem afetada pelo

coeficiente de comportamento quando, na realidade, se tratam de esforços gerados pelo

deslocamento entre pisos e, deste modo, se deve multiplicar por q. Assim, os momentos finais

são obtidos através da seguinte equação:

𝑀 = 𝑀1×𝑞 + (𝑀2 − 𝑀1)

𝑀 = 𝑀1×(𝑞 − 1) + 𝑀2 (4.11)

Em que:

𝑀: momento fletor total na guia no ponto em estudo devido à ação sísmica;

𝑀1: momento fletor resultante da primeira análise linear com o modelo do edifício, mas a guia

sem massas aplicadas;

𝑀2: momento fletor resultante da segunda análise linear como o modelo do edifício, em que a

guia tem as massas da cabine/contrapeso aplicadas no ponto em estudo;

• Tensões de Flexão

As guias, sendo constituídas por seções de aço, têm uma capacidade resistente limitada pela

cedência do material. As tensões geradas nas guias devido à ação sísmica são determinadas

através da seguinte expressão:

𝜎𝑖 =𝑀𝑖

𝑊𝑖

(𝑖 = 𝑥, 𝑦) (4.12)

Page 81: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

65

Apenas se calculam tensões de flexão, desprezando-se a contribuição do esforço axial, uma vez

que apresenta uma componente muito reduzida.

Numa análise dinâmica, uma massa aplicada numa direção e sujeita à correspondente

componente direcional do espectro, produz também momentos na direção oposta, devido às

características de torção da própria estrutura. A combinação direcional das tensões é dada pela

Equação (4.13). É de notar que na norma EN81-77 aplica-se a soma direta das componentes

(ver (3.33)).

𝜎 = √𝜎𝑥2 + 𝜎𝑦

2 (4.13)

Em que:

𝜎𝑖, 𝜎𝑥, 𝜎𝑦:: tensões de flexão na guia com a(s) massa(s) do componente aplicada na direção i, x

e y, respetivamente;

𝜎: combinação direcional das tensões produzidas na guia;

𝑀𝑥, 𝑀𝑦: momentos fletores segundo as direções x e y, respetivamente;

𝑊𝑥, 𝑊𝑦: módulos de flexão segundo os eixos x e y, respetivamente.

4.6 ANÁLISE DE RESULTADOS

4.6.1 Acelerações

Nas figuras seguintes apresentam-se os gráficos obtidos para a envolvente de acelerações

geradas em cada guia tanto pela análise dinâmica como pelos cálculos efetuados através da

metodologia da norma EN81-77 (ver Figura 4.13 a Figura 4.16). Apenas se expõem os valores

obtidos para a ação sísmica tipo 1 uma vez que se apresenta como sendo a mais condicionante.

Para cada guia apresentam-se 3 gráficos correspondentes às várias situações de carga: o

primeiro diz respeito à aplicação das duas massas na direção X; no segundo têm-se as duas

massas na direção Y e no último têm-se as duas situações de apenas 1 massa na direção Y

(guiadeira inferior e guiadeira superior).

No caso da segunda situação para a direção Y, apenas se apresentam as acelerações

calculadas pela norma para a guiadeira inferior por ser a mais condicionante. No Anexo A6

apresenta-se uma tabela com os valores máximos de acelerações para cada guia e para cada

método (Tabela 6.3).

Page 82: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

66

(a) (b) (c)

Figura 4.13 Acelerações ao longo da guia T125B da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a) segundo X,

situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

(a) (b) (c)

Figura 4.14 Acelerações ao longo da guia T82A da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a) segundo X,

situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

T125B

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

T82A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Aceleração (m/s2)

Page 83: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

67

(a) (b) (c)

Figura 4.15 Acelerações ao longo da guia T70A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a) segundo X,

situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

(a) (b) (c)

Figura 4.16 Acelerações ao longo da guia T50A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a) segundo X,

situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

T70A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

T50A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Acelerações (m/s2)

Page 84: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

68

Observando os gráficos relativos à envolvente de acelerações dos sistemas de “Guia sem

Contrapeso” e “Guia sem cabine”, pode-se afirmar que apresentam um comportamento muito

análogo à exceção da guia T70A segundo a direção X. É de referir que esta guia é a única cujo

eixo X da secção está disposto segundo o eixo X do edifício (ver Figura 4.25). A semelhança

deste comportamento deve-se ao facto de que as acelerações, neste caso, são devidas apenas

às vibrações induzidas pela estrutura às guias, não havendo influência das massas nem da

distribuição dos componentes.

Comparando a mesma situação com as diversas guias, percebe-se que existe um aumento nas

acelerações da guia T125 para a guia T50. Tal deve-se à diminuição de rigidez das secções e

aumento da massa.

Quanto às acelerações dos sistemas com massas, salienta-se o comportamento das guias com

contrapeso em que a guiadeira inferior, com maior massa aplicada, apresenta maiores

acelerações. As acelerações dos sistemas com massas são iguais ao dos sistemas sem massas

ao nível dos brackets.

Os gráficos respeitantes à norma EN81-77 apresentam uma evolução linear das acelerações ao

longo da guia e, embora com valores muito superiores, acompanham a tendência verificada nos

sistemas das guias sem massas aplicadas. Tal linearidade é menos acentuada nas guias de

contrapeso não só devido ao aumento de massa como também, devido à distribuição vertical

das mesmas nas diversas posições que afeta os períodos fundamentais do sistema.

No que concerne ao limite de disparo do sensor sísmico, a EN81-77 propõe a sua instalação ao

nível dos pisos inferiores e com um limite de ativação de 1,0 m/s2. Ora, ao verificar os resultados

obtidos ao nível do primeiro bracket, constata-se que a maior aceleração é de cerca de 0,3 m/s2,

a qual é inferior ao limite proposto. No entanto, as acelerações obtidas apenas incluem a

aceleração relativa, desprezando-se a aceleração do solo. Tal justifica o facto de se terem

acelerações nulas na base do sistema quando se deveria ter valores iguais à aceleração do solo,

o que implicaria um aumento das acelerações nos pisos seguintes. Como tal, dependendo do

limite proposto pelo fabricante, o sensor sísmico poderia ser ativado.

De acordo com a norma EN81-77, o sistema de elevadores encontra-se na categoria sísmica 3.

4.6.2 Deslocamentos

Por serem bastante superiores e, daí, tornarem a leitura dos gráficos mais difícil, não se

representam os deslocamentos determinados através da EN81-77, fazendo apenas menção dos

mesmos. De seguida apresentam-se os deslocamentos totais calculados para cada guia

resultantes da análise dinâmica (EC8) (ver Figura 4.17 a Figura 4.20).

Page 85: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

69

(a) (b) (c)

Figura 4.17 Deslocamentos totais ao longo da guia T125B da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

(a) (b) (c)

Figura 4.18 Deslocamentos totais ao longo da guia T82A da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,06 0,12

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dx (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2,5 5

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

T125A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2,25 4,5

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 0,08 0,16

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dx (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 4 8

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

T82A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 3,5 7

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

Page 86: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

70

(a) (b) (c)

Figura 4.19 Deslocamentos totais ao longo da guia T70A do contrapeso gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

(a) (b) (c)

Figura 4.20 Deslocamentos totais ao longo da guia T50A do contrapeso gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

Como seria expectável, os deslocamentos máximos observam-se para as zonas de meio vão e

os deslocamentos obtidos pela análise dinâmica não excedem, em nenhum caso, os valores

calculados pela norma.

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10 15 20 25

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dx (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 3,5 7

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

T70A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 3 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 1 2

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dx (mm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 7,5 15

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

T50A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 12,5 25

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

dy (mm)

Page 87: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

71

Os valores calculados pela norma são muito elevados, principalmente nas guias T50 e T70, do

sistema de contrapeso, não só devido às grandes massas como também a valores de inércia

muito inferiores. Relembra-se que, por exemplo, a inércia em Y da seção T125 é cerca de 30

vezes superior à da secção T50.

Mais uma vez, é de notar que a secção T70A, orientada segundo outro eixo em relação às outras

secções, apresenta deslocamentos em x muito superiores às outras guias.

A norma EN81-77 indica o valor de 40mm como deslocamento máximo admissível, assim, as

guias correspondentes aos sistemas de contrapeso são as que ultrapassam esse valor.

No entanto, os deslocamentos obtidos pela abordagem europeia não consideram o efeito

associado ao movimento dos pisos do edifício e à deformação local da guia. Tal devia ser

contabilizado uma vez que a deformação da estrutura ligada às guias interfere no comportamento

das mesmas.

Na Tabela 6.4 do Anexo A6 apresentam-se os valores máximos obtidos para os deslocamentos

para cada guia e para cada método.

4.6.3 Momentos Fletores

Nas Figura 4.21 a Figura 4.24 apresentam-se os momentos totais resultantes das análises

dinâmicas como os momentos calculados pela metodologia da norma EN81-77. Na Tabela 6.5

do Anexo A6 apresentam-se os momentos máximos de cada guia e para cada metodologia.

(a) (b) (c)

Figura 4.21 Momentos fletores ao longo da guia T125B da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a) segundo

X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0,0 2,5 5,0 7,5 10,0

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Mx ( kNm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

T125B

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

Page 88: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

72

(a) (b) (c)

Figura 4.22 Momentos fletores ao longo da guia T82A da cabine gerados pelo sismo tipo 1: (a) segundo

X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

(a) (b) (c)

Figura 4.23 Momentos fletores ao longo da guia T70A do contrapeso gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Mx (kNm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

T82A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

T82 -

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Mx (kNm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

T70A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 5 10

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

Page 89: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

73

(a) (b) (c)

Figura 4.24 Momentos fletores ao longo da guia T50A do contrapeso gerados pelo sismo tipo 1: (a)

segundo X, situação 1; (b) segundo Y, situação 1; (c) segundo Y, situação 2

Observando os gráficos obtidos, constata-se que o cenário mais condicionante corresponde ao

da guia inferior e que, para os sistemas de contrapeso, os valores determinados pela norma são

excedidos em vários pontos enquanto que, para os sistemas de cabine, tal ocorre com menos

frequência.

4.6.4 Tensões de Flexão

Nas Figura 4.26 a Figura 4.29 apresentam-se, para cada guia, as tensões de flexão resultantes

do efeito combinado dos momentos segundo ambas as direções, para a situação 1; e as tensões

de flexão em Y resultantes dos momentos em Y para as guiadeiras superior e inferior.

Figura 4.25 Orientação e disposição das guias transversais nas paredes de betão

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

Mx (kNm)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

T50A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 2 4 6

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

My (kNm)

Page 90: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

74

(a) (b)

Figura 4.26 Tensões de flexão ao longo da guia T125B da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a)

combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2

(a) (b)

Figura 4.27 Tensões de flexão ao longo da guia T82A da cabine geradas pelo sismo tipo 1: (a)

combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 200 400

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σ (MPa)

T125B

0

5

10

15

20

25

30

35

0 200 400

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σy (Mpa)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 500 1000

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σ (MPa)

T82A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 200 400

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σy (MPa)

Page 91: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

75

(a) (b)

Figura 4.28 Tensões de flexão ao longo da guia T70A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a)

combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2

(a) (b)

Figura 4.29 Tensões de flexão ao longo da guia T50A do contrapeso geradas pelo sismo tipo 1: (a)

combinação direcional, situação 1; (b) em Y, situação 2

0

5

10

15

20

25

30

35

0 1000 2000

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σ (MPa)

T70A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 1000 2000

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σy (MPa)

0

5

10

15

20

25

30

35

0 1000 2000 3000

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σ (MPa)

T50A

0

5

10

15

20

25

30

35

0 1000 2000 3000

Altu

ra d

a G

uia

(m

)

σy (MPa)

Page 92: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

76

Na Tabela 6.6 do Anexo A6 apresentam-se as tensões de flexão máximas obtidas para o sismo

1.

Com base nos resultados obtidos, constata-se, de novo, o comportamento condicionante das

guias T70A e T50A. Isto resulta, como já foi referido, não só pelos maiores esforços associados

às elevadas massas aplicadas como também pelas suas características geométricas. Estas

seções apresentam menos área transversal e menor inércia, o que traduz uma menor rigidez do

sistema, em comparação às secções de cabine.

Na seção T125B, os valores obtidos pela análise dinâmica através do SAP2000, ultrapassam

pontualmente os valores calculados pela norma. Mas ao diminuir a área da secção, os valores

ultrapassam com maior frequência, atingindo valores bastante elevados. Para as secções de

contrapeso, os valores obtidos são evidentemente superiores à da tensão de cedência do

material (370 MPa).

Verifica-se que as tensões máximas não ocorrem no topo, ao contrário do que seria de esperar

num edifício, em que as acelerações são, tendencialmente, superiores nos pisos mais elevados.

Tal pode ser justificável com o facto de o posicionamento dos componentes afetar fortemente a

resposta do sistema.

4.7 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao elaborar as análises dinâmicas aos sistemas de contrapeso e de cabine em diferentes

secções de guias, constatou-se o que já se tem referido ao longo deste trabalho: que o sistema

de contrapeso apresenta um pior comportamento face à ação sísmica. Tal comportamento deve-

se muito ao facto de, não só o contrapeso apresentar uma maior carga associada como também

a distribuição vertical da mesma.

Constata-se também que as secções T50A e T70A apresentam resultados muito aquém do que

seria admissível, principalmente, no que diz respeito às tensões em que a tensão do material é

largamente excedida.

A metodologia preconizada pela norma EN81-77, ao não contabilizar de uma forma explícita, o

efeito associado aos deslocamentos entre brackets que, por sua vez, estão associados aos

deslocamentos entre pisos, pode comprometer a viabilidade da garantia de segurança do

sistema.

No entanto, é necessário ter em conta que esta análise é realizada num único caso de estudo e

que o modelo de elementos numéricos elaborado pode não retratar totalmente um

comportamento verosímil do sistema, o que compromete a análise comparativa entre

metodologias.

Page 93: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

77

5. CONCLUSÕES E PERSPETIVAS FUTURAS

5.1 CONCLUSÕES

A operacionalidade dos elevadores de um edifício hospitalar é fulcral após um evento sísmico,

altura em que é bastante expectável uma maior afluência de pessoas necessitadas de cuidados

médicos. Por essa razão, o transporte vertical dos doentes tem de ser assegurado na sequência

desse fenómeno.

Através da pesquisa dos sismos registados em anos passados, verifica-se que não há registo de

vítimas mortais nos elevadores durante este evento, pelo que se constata que estes sistemas

apresentam um comportamento favorável à proteção humana. Porém, os danos materiais

observados nos vários componentes comprometem a funcionalidade do sistema podendo

mesmo causar graves consequências económicas e sociais.

Para um melhor entendimento de tais danos, a presente dissertação iniciou-se com uma

distinção dos sistemas de elevadores de acordo com o seu mecanismo de funcionamento,

destacando-se os elevadores elétricos de tração e os hidráulicos por serem os mais

comummente utilizados em edifícios.

De acordo com a informação recolhida, é possível fazer uma comparação entre estes dois tipos

de sistemas: os elevadores de tração apresentam maiores velocidades e acarretam menos

gastos energéticos sendo, por isso, instalados em estruturas médias a altas; os elevadores

hidráulicos são usados em edifícios com um máximo de 8 pisos e apresentam menores custos

de instalação e de manutenção por serem constituídos por um menor número de componentes.

Relativamente à suscetibilidade à ação sísmica, o sistema de contrapeso faz com que os

elevadores de tração tenham um pior comportamento. Nos elevadores hidráulicos destaca-se

apenas o perigo de impactes ambientais devido a vazamentos do fluído hidráulico.

A subsequente análise retrospetiva de danos em sistemas de elevadores, devido a eventos

sísmicos, permitiu indicar o descarrilamento do contrapeso como o mais frequentemente

observado embora não seja o único, o que evidencia a importância da existência de

regulamentação específica para o dimensionamento sísmico dos diversos componentes.

Como tal, este trabalho abordou também as diversas metodologias de verificação de segurança

existentes que definem um conjunto de disposições de instalação e critérios mínimos para

elementos não estruturais. Dá-se especial importância à norma EN81-77 por ser específica para

elevadores sujeitos a condições sísmicas.

Com o intuito de confrontar a metodologia preconizada por esta última norma estudou-se o

Hospital do Barlavento Algarvio cujo sistema de elevadores elétricos de tração foi alvo de uma

análise modal com espetro de resposta de dimensionamento de acordo com o Eurocódigo 8.

Page 94: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

78

A análise dinâmica referida foi realizada com base num modelo de elementos finitos de um dos

corpos do edifício, o corpo mais alto com acessos verticais, elaborado no SAP2000 (versão 19)

de acordo com as peças desenhadas e planos de instalação dos elevadores fornecidas pelas

empresas JSJ e OTIS, respetivamente.

A partir deste modelo foram realizadas duas análises distintas para o sismo tipo 1, por ser o mais

condicionante: uma primeira análise considerando cada guia como um sistema isolado, ou seja,

sem as massas dos componentes aplicadas; uma segunda análise considerando a massa do

componente para 4 casos de carga diferentes.

Para se poder confrontar os resultados obtidos a partir da análise anterior com os métodos da

norma EN81-77, realizou-se também um modelo de cada guia como viga contínua horizontal de

onde foram retirados os períodos fundamentais do sistema para cada uma das posições

consideradas.

A ação de dimensionamento sísmico tem em conta os seguintes parâmetros:

✓ Importância do elemento não estrutural no edifício e a própria funcionalidade da

estrutura;

✓ Localização do elemento na estrutura (introduzido pela relação z/H);

✓ Tipo de solo;

✓ Zonamento sísmico.

Os resultados obtidos vieram comprovar o comportamento condicionante do sistema do

contrapeso durante uma ação sísmica devido, essencialmente, à elevada carga associada como

também à distribuição vertical da mesma. Além disso, ao fazer esta análise para quatro seções

de guias diferentes, tornou-se óbvio que as seções de menores inércias são inadequadas para

resistir a esta ação e que a tensão de cedência do material é largamente excedida.

As discrepâncias entre as duas análises efetuadas, dinâmica através do SAP2000 e a

preconizada pela norma, são evidentes e tais podem ser justificadas pelos seguintes aspetos:

✓ Consideração de diferentes valores de coeficientes de comportamento - 3,12 e 2,88

para os coeficientes de comportamento da estrutura nas direções X e Y, respetivamente,

e 2 para o coeficiente de comportamento do elemento não estrutural. Estes coeficientes

traduzem o comportamento não linear da estrutura e do elemento;

✓ A norma europeia não contabiliza na íntegra os efeitos associados ao movimento dos

pisos do edifício e à consequente deformação local da guia.

Porém, volta-se a reforçar a ideia de que os resultados obtidos provêm de um único caso de

estudo.

Os referidos movimentos entre pisos podem provocar deformações excessivas nas guias e,

assim, comprometer a operacionalidade dos elevadores. Como tal, se existir um

Page 95: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

79

dimensionamento conjunto do sistema estrutural com o sistema de elevadores, é possível limitar

as deformações da caixa de elevadores e, assim, garantir o seu funcionamento.

Por fim, com o intuito de dar um contributo para um possível manual de dimensionamento sísmico

de sistemas de elevadores, realizou-se o zonamento do território português (Continente e Ilhas)

tendo em conta a metodologia adotada pela Norma EN81-77. Assim, para cada concelho ou ilha

do país, é possível saber, mais rapidamente, qual a categoria sísmica em que o elevador se

insere tendo em conta a classe de importância e o tipo de solo. Esta informação, em forma de

tabelas e mapas, encontra-se disposta nos Anexos A7 e A8, respetivamente.

5.2 PERSPETIVAS FUTURAS

Para finalizar este trabalho fazem-se as seguintes recomendações no âmbito de ações a tomar

e de futuras investigações:

✓ Inclusão do dimensionamento sísmico dos diversos elementos de um sistema de

elevadores num projeto de elevadores destinados a integrar uma instalação hospitalar.

O mesmo terá de ser feito com base na importância da estrutura, o nível de sismicidade

e a par do dimensionamento do edifício, tendo que haver uma cooperação entre

engenheiros civis e fabricantes de elevadores;

✓ Instalação de dispositivos de segurança sísmica, tais como o interruptor sísmico e sensor

de descarrilamento com a garantia de serem realizadas inspeções periódicas por

técnicos especializados;

✓ Reflexão sobre a possível consideração de um requisito de limitação de danos tendo

em conta que a norma EN81-77 não refere qualquer critério correspondente a um estado

limite de utilização.

Em particular, e tendo em conta o objetivo deste trabalho, a maior recomendação a fazer é o da

elaboração de um documento que sirva como manual de dimensionamento sísmico de sistemas

de elevadores, aplicável a todos os tipos de edifícios, tomando como ponto de partida o

zonamento do território realizado.

Page 96: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

80

BIBLIOGRAFIA

Alimak. (31 de Março de 2016). Obtido de Alimak: http://alimakhek.com/Industries/Oil-Gas-

Offshore/Three-Alimak-elevators-with-6-000-kg-capacity-gives-access-to-the-hull-

columns

America. (06 de Abril de 2016). Obtido de http://america.pink/guide-rail_1817339.html

Aodepu. (20 de Abril de 2016). Obtido de http://www.aodepu.com/en/Index.asp

Ascensores, M. (2006). Curso de Formacion de Ascensores.

ASME. (2004). Safety Code for Elevators and Escalators. EUA: American National Standard.

ASME. (2007). ASME A17.7: Performance-based safety code for elevators and escalators. The

American Society of Mechanical Engineers.

Ayres, J. M., Sun, T.-Y., & Brown, F. R. (1973). Nonstructural Damage to Buildings. Em C. o.

Council, The Great Alaska Earthquake of 1964 (pp. 370-384). Washington: National

Academy of Sciences.

Boroschek, R., & Muñoz, E. (2002). Diseño Sismico de Ascensores de Tracción. Anales del

Instituto de Ingenieros de Chile.

Bowles, J. E. (1997). Foundation Analysis and Design. McGraw-Hill.

Celik, F. (2006). Elevator Safety in Seismic Regions. Blain Hydraulics GmbH.

Çelik, F., & Korbahti, B. (s.d.). Por que os elevadores hidráulicos são tão populares?

CHAlgarve. (16 de Maio de 2016). Centro Hospital Algarve. Obtido de http://www.chalgarve.min-

saude.pt/

Dedering, U. (01 de Abril de 2017). Thanh Nien. Obtido de http://thanhnien.vn/the-gioi/nhin-lai-

khung-hoang-ten-lua-eo-bien-dai-loan-775113.html

Domus. (27 de Abril de 2016). Obtido de http://allshookup.org/quakes/wavetype.htm

Draka. (27 de Abril de 2016). Prysmian Group. Obtido de

http://www.prysmiangroup.com/en/business_markets/markets/elevator/products/compo

nents-systems

Draka. (s.d.). The importance of seismic detection devices. Carolina do Norte: Prysmian Group.

Du, P. (2008). From the Wenchuan Seism: Statistics & Analysis of Elevator Damages in Xi’an.

Em Elevator World India - Fourth Quarter 2008 (pp. 72-75). India: Elevator World India.

EERI. (2011). Seismic Design and Performance of Nonstructural Elements. EUA: FEMA.

Page 97: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

81

Electrical Know-how. (6 de Abril de 2016). Obtido de http://www.electrical-

knowhow.com/2012/04/basic-elevator-components-part-one.html

Elevator Machine and Drive System. (12 de Abril de 2016). Obtido de Electrical Knowhow:

http://www.electrical-knowhow.com/2012/04/elevator-machine-and-drive-system.html

Elevators Types. (28 de Março de 2016). Obtido de Electrical Know How: http://www.electrical-

knowhow.com/2012/04/elevators-types-and-classification-part.html

EN81-1. (1998). EN81-1 - Safety rules for the construction and installation of lifts - Part 1 : Electric

lifts. European Comittee for Standardization.

EN81-2. (1998). EN81-2 - Safety rules for the construction and installation of lifts - Part 2:

Hydraulic lifts. European Comittee for Standardization.

EN81-77. (2013). EN81-77 - Safety rules for the construction and installations of lifts. European

Committee for Standardization.

FEMA. (2012). Reducing the Risks of Nonstructural Earthquake Damage – A Practical Guide.

NEHRP.

FEMA 450-1. (2003). NEHRP Recommended Provisions for Seismic Regulations for New

Buildings and Other Structures. Federal Emergency Management Agency.

Florindo, N. (2013). Projeto de Estruturas duma Torre Habitacional em Sines. Lisboa: Instituto

Superior Técnico.

Gomes, C. (2012). Manual de Manutenção Preventiva de Sistemas de Elevação Vertical para

Transporte de Pessoas. Instituto Superior de Engenharia de Lisboa.

Hotfrog. (27 de Abril de 2016). Obtido de http://www.hotfrog.ca/business/bc/burnaby/vancor-

elevator-modernization-specialists

ICARE Elevators. (12 de Abril de 2016). Obtido de

http://www.icareelevators.com/index.php?action=gallery#!prettyPhoto[unusual]/16/

Informa D&B. (04 de Maio de 2016). Obtido de http://blog.informadb.pt/2014/02/o-mercado-de-

elevadores-perdeu-5-em-2013.html

Isidro, L. M. (2010). Sistemas de Automação e Manutenção de Edifícios – Eficiência Energética

dos Sistemas de Elevação Vertical para Transporte de Pessoas. Lisboa: Instituto

Superior de Engenharia de Lisboa.

ISO. (21 de Abril de 2016). Standards Catalogue. Obtido de ISO:

http://www.iso.org/iso/iso_catalogue/catalogue_tc/catalogue_tc_browse.htm?commid=5

3970

Page 98: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

82

ISO 7465. (2001). Passenger lifts and service lifts - Guide rails for lift cars and counterweights -

T-type. International Standard.

JSJ, C. e. (1996). Projecto de Estabilidade e Estruturas - Cálculos Justificativos.

Know-How, E. (20 de Abril de 2016). Elevator Safety System. Obtido de Electrical Know-How:

http://www.electrical-knowhow.com/2012/04/elevator-safety-system.html

Manceaux, D. (2008). Seismic Hazards and Response Spectrum Fundamentals. Sixth National

Seismic Conference on Bridges and Highways.

MicroSteelCraft. (20 de Abril de 2016). Obtido de http://www.microsteelcraft.com/buffer-

spring.html

Miranda, E., & Mosqueda, G. (2010). Brief Report on Earthquake Reconnaissance after the M

8.8 February 27th 2010 Maule, Chile Earthquake. Earthquake Engineering Research

Institute.

Nationwide Lifts. (04 de Maio de 2016). Obtido de Nationwide Lifts:

http://www.elevatordesigninfo.com/tag/taipei-101

NP EN 1990. (2009). Eurocódigo - Bases para o Projecto de Estruturas. Portugal: Instituto

Português da Qualidade.

NP EN 1998-1. (2010). Eurocódigo 8 - Projecto de Estruturas para resistência aos sismos; Parte

1: Regras gerais, acções sísmicas e regras para edifícios. Portugal: Instituto Português

da Qualidade.

NPEN1998-1. (2010). Eurocódigo 8 - Projecto de Estruturas para resistência aos sismos; Parte

1: Regras gerais, acções sísmicas e regras para edifícios. Portugal: Instituto Português

da Qualidade.

Otis. (2007). Elevador GeN2TM Flex. Construlink. Obtido de http://construlink.com/

Otis. (2015). Hydrofit - Machine Roomless holeless hydraulic elevator. Otis.

OTIS. (2016). Máquinas de Tracção. Obtido de OTIS:

http://www.otis.com/site/pt/pages/ProdModMAQUINAS.aspx?menuID=5

Otis. (07 de Abril de 2016). Sobre Elevadores. Obtido de Otis:

http://www.otis.com/site/pt/pages/sobreelevadores.aspx

OTIS. (s.d.). About Elevators. OTIS.

Palha, J. I. (2010). Comportamento Sísmico de Sistemas de Elevadores em Hospitais. Lisboa:

Instituto Superior Técnico.

Page 99: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

83

Pneumatic Vacuum Elevators. (29 de Março de 2016). Obtido de PVE:

http://www.vacuumelevators.com/principles-components

Popp, J. (2009). Elevator Systems. Virginia: APPA.

Porter, K. (2007). Fragility of Hydraulic Elevators for Use in Performance-Based Earthquake

Engineering. Em Earthquake Spectra (pp. 459-469). Earthquake Engineering Research

Institute.

Porter, K. (2015). Seismic fragility of traction elevators. Colorado: John Wiley & Sons, Ltd.

Proença, J. M., & Henriques, J. (2013). Avaliação generalizada do risco sísmico do Hospital do

Barlavento Algarvio, em Portimão, através da Metodologia ICIST/ACSS. ICIST, IST.

P-Wholesale. (06 de Abril de 2016). Obtido de http://www.p-wholesale.com/cn-

pro/19/746to1/elevator-guide-rail-672863.html

PYBOM Elevator Parts. (06 de Abril de 2016). Obtido de PYBOM: http://www.china-elevator-

parts.com/guide-shoe-GDX05.html

REBAP. (1984). Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado. Lisboa:

Imprensa Nacional - Casa da Moeda.

RSA. (1983). Regulamento de Segurança e Ações para Estruturas de Edifícios e Pontes.

MHOPT.

Schindler, A. (s.d.). Manual de Transporte Vertical em Edifícios - Elevadores de Passageiros,

Escadas Rolantes. Brasil: Atlas Schindler.

Schmitt Elevators. (05 de Abril de 2016). Obtido de Schmitt: https://www.schmitt-

elevators.com/pt_pt/ascensores/planeamento/dicionario_da_tecnologia_de_ascensores

.php

Singh, M. P., Rildova, & Suarez, L. E. (2002). Seismic Behavior of Rail Counterweight Systems

of Elevators in Buildings. Virginia: MCEER - Virginia Polytechnic Institute and State

University.

SPMet. (5 de Mabril de 2016). Obtido de Sociedade Portuguesa de Metrologia:

http://www.spmet.pt/Eventos/Encontro5/Posters/Metrologia%20para%20a%20seguran

%C3%A7a%20em%20elevadores.pdf

Strakosch, G. R., & Caporale, R. S. (2010). The Vertical Transportation Handbook. John Wiley &

Sons, Inc.

Supreme. (07 de Abril de 2016). Obtido de Supreme:

http://www.supremelub.com.br/noticias/15/cabos-de-aco

Page 100: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

84

Taghavi, S., & Miranda, E. (2003). Response Assessment of Nonstructural Building Elements.

Pacific Earthquake Engineering Research Center.

Weng, Y.-T., & Lin, C.-C. J. (s.d.). Learning from Earthquakes, The ML 6.7 (MW 7.1) Taiwan

Earthquake of December 26, 2006. National Center for Research on Earthquake

Engineering (NCREE).

Yao, G. C. (2000). Seismic Performance of Passenger Elevators in Taiwan. Department of

Architecture, National Cheng Kung University, Taiwan: Earthquake Engineering and

Engineering Seismology.

Page 101: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

85

ANEXOS

ANEXO A1 – VALORES DE COEFICIENTE DE IMPORTÂNCIA E DE

COMPORTAMENTO PARA ELEMENTOS NÃO ESTRUTURAIS

Tabela 6.1 Valores dos coeficientes de importância para elementos não estruturais (NP EN 1998-1, 2010)

Elementos 𝜸𝒂

Equipamentos necessários aos sistemas vitais de segurança ≤ 1,5

Reservatórios contendo substâncias perigosas

Outros casos 1,0

Tabela 6.2 Valores dos coeficientes comportamento para elementos não estruturais (NP EN 1998-1, 2010)

Elementos 𝒒𝒂

Parapeitos ou ornamentos em consola

Sinalização

Chaminés, mastros e depósitos sobre pilares funcionando como consola não

contraventada em mais de metade da sua altura

1,0

Paredes exteriores e interiores

Divisórias e fachadas

Chaminés, mastros e depósitos sobre pilares funcionando como consola não

contraventada em menos de metade da sua altura ou contraventada ou espiada à

estrutura ao nível do seu centro de massa

Elementos de fixação de armários e estantes apoiados em pavimentos

Elementos de fixação de tetos falsos e de acessórios de iluminação

2,0

Page 102: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

86

ANEXO A2 – ASME A17.1 – SISTEMA DE GUIAS

Figura 6.1 Espaçamento mínimo entre brackets para guias de 22,5 kg/m (Adaptado de (ASME, 2007))

Figura 6.2 Fator de carga Q do contrapeso ou cabine

Page 103: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

87

ANEXO A3 - MÉTODO ω

Os valores de ω são avaliados de acordo com o seguinte parâmetro:

𝜆 =𝑙𝑘

𝑖 𝑙𝑘 = 𝑙 (6.1)

Em que:

𝑙𝑘: comprimento de encurvadura (mm);

𝑙: distância máxima entre brackets (mm);

𝑖: raio de giração mínimo entre os eixos x e y (mm);

Para aços com tensão de cedência de 370 MPa, tem-se:

20 ≤ 𝜆 ≤ 60 𝜔370 = 0,0001292𝜆1,89 + 1,0 (6.2)

60 < 𝜆 ≤ 85 𝜔370 = 0,00004627𝜆2,14 + 1,0 (6.3)

85 < 𝜆 ≤ 115 𝜔370 = 0,00001711𝜆2,35 + 1,04 (6.4)

115 < 𝜆 ≤ 250 𝜔370 = 0,00016887𝜆2 (6.5)

Page 104: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

88

ANEXO A4 – ÁBACO E TABELA DE BOWLES

Figura 6.3 Identificação dos valores utilizados no ábaco e tabela de Bowles (Florindo, 2013) (Bowles,

1997)

Page 105: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

89

ANEXO A5 – ESPECTROS DE RESPOSTA

Figura 6.4 Espectro de Resposta para a ação sísmica 1

Figura 6.5 Espectro de Resposta para a ação sísmica 2

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Acele

ração S

d (

m/s

2)

Período T (s)

Espectro de Resposta - Ação Sísmica 1

AS1X

AS1Y

βag AS1

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

3,0

3,5

4,0

0,00 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

Acele

ração S

d (

m/s

2)

Período T (s)

Espectro de Resposta - Ação Sísmica 2

AS2X

AS2Y

βag AS2

Page 106: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

90

ANEXO A6 – ACELERAÇÕES, DESLOCAMENTOS, MOMENTOS E

TENSÕES DE FLEXÃO MÁXIMOS OBTIDOS PARA CADA GUIA E POR

METODOLOGIA

Tabela 6.3 Acelerações máximas nas guias obtidas para cada metodologia

ax (m/s2) ay (m/s2) ay (m/s2)

Guia SAP 2000 (EC8)

EN81-77

SAP 2000 (EC8)

EN81-77

SAP 2000 (EC8)

EN81-77

zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

G. Inf.

G. Sup.

T125 1,97

8,98

8,32 4,95

8,98

8,36 5,01

8,98

8,32 8,36

T82 2,1 8,33 4,6 8,45 4,4 8,32 8,45

T70 5,97 8,33 5,15 9,04 5,43 9,46 9,04

T50 4,57 8,34 8,39 8,86 8,52 9,64 9,67

Tabela 6.4 Deslocamentos máximos na guia obtidos para cada metodologia

dx (mm) dy (mm) dy (mm)

Guia SAP 2000 (EC8)

EN81-77

SAP 2000 (EC8)

EN81-77 SAP 2000

(EC8)

EN81-77

zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

G. Inf.

G. Sup. G.

Inf. G.

Sup.

T125B 0,10 5,60 5,19 4,92 11,80 10,97 4,08 1,07 11,80 10,92 10,97

T82A 0,15 17,00 27,05 7,57 21,00 19,75 6,11 0,62 21,00 19,44 19,75

T70A 24,00 41,50 38,54 6,22 37,50 37,74 5,17 2,62 37,50 34,74 37,74

T50A 1,57 81,00 75,12 13,60 75,60 74,7 22,67 3,48 75,60 70,03 74,7

Tabela 6.5 Momentos fletores máximos obtidos para cada guia e por metodologia

Mx (kNm) My (kNm) My (kNm)

Guia SAP 2000 (EC8)

EN81-77

SAP 2000 (EC8)

EN81-77 SAP 2000

(EC8)

EN81-77

zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

G. Inf.

G. Sup. G.

Inf. G.

Sup.

T125 8,34 8,71 8,10 5,27 4,35 4,03 5,27 5,36 4,35 3,67 4,03

T82 5,39 5,07 4,80 2 2,54 2,35 1,7 1,69 2,54 2,35 2,35

T70 9,59 7,58 7,60 8,87 3,79 3,50 9,02 5,32 3,79 3,50 3,50

T50 4,83 4,16 4,10 5,19 2,08 1,93 5,29 0,66 2,08 1,93 1,93

Page 107: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

91

Tabela 6.6 Tensões de flexão máximas para cada guia e por metodologia

σ (MPa) σy (MPa)

Guia SAP 2000 (EC8)

EN81-77 SAP 2000

(EC8)

EN81-77

zmax (Ta=0)

Guiad. zmax (Ta=0)

G. Sup.

G. I. G. S.

T125 297 374 468 211 207 171 317

T82 544 600 781 269 270 343 318

T70 1907 1083 1508 1757 995 708 657

T50 2557 1649 2219 2575 286 990 918

Page 108: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

92

ANEXO A7 – ZONAMENTO DO TERRITÓRIO

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Abrantes Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Águeda Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Aguiar da Beira Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Alandroal Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Albergaria-a-Velha Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Albufeira Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Alcácer do Sal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Alcanena Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Alcobaça Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Alcochete Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Alcoutim Faro 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Alenquer Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Alfândega da Fé Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Alijó Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Aljezur Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

Aljustrel Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Almada Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Almeida Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Almeirim Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Almodôvar Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Alpiarça Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Alter do Chão Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Alvaiázere Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Alvito Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Amadora Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Amarante Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Amares Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Anadia Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Ansião Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Arcos de Valdevez Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Arganil Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Armamar Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Arouca Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Arraiolos Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Arronches Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Arruda dos Vinhos Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Aveiro Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Page 109: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

93

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Avis Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Azambuja Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Baião Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Barcelos Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Barrancos Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Barreiro Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Batalha Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Beja Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Belmonte Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Benavente Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Bombarral Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Borba Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Boticas Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Braga Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Bragança Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Cabeceiras de Basto Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Cadaval Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Caldas da Rainha Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Caminha Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Campo Maior Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Cantanhede Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Carrazeda de Ansiães Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Carregal do Sal Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Cartaxo Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Cascais Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Castanheira de Pêra Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Viseu Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Castelo de Paiva Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Castelo de Vide Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Castro Daire Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Castro Marim Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Castro Verde Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Celorico da Beira Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Celorico de Basto Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Chamusca Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Chaves Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Cinfães Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Coimbra Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Condeixa-a-Nova Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Constância Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Page 110: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

94

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Coruche Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Covilhã Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Crato Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Cuba Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Elvas Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Entroncamento Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Espinho Aveiro 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Esposende Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Estarreja Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Estremoz Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Évora Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Fafe Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Faro Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Felgueiras Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Ferreira do Alentejo Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Ferreira do Zêzere Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Figueira da Foz Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3 Figueira de Castelo

Rodrigo Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Figueiró dos Vinhos Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Fornos de Algodres Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Freixo de Espada à Cinta Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Fronteira Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Fundão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Gavião Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Góis Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Golegã Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Gondomar Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Gouveia Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Grândola Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Guarda Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Guimarães Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Idanha-a-Nova Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Ílhavo Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Lagoa Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

Lagos Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

Lamego Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Leiria Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Lisboa Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Loulé Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Loures Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Page 111: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

95

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Lourinhã Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Lousã Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Lousada Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mação Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Macedo de Cavaleiros Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mafra Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Maia Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mangualde Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Manteigas Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Marco de Canaveses Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Marinha Grande Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Marvão Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Matosinhos Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mealhada Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Meda Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Melgaço Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mértola Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Mesão Frio Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mira Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Miranda do Corvo Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Miranda do Douro Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mirandela Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Mogadouro Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Moimenta da Beira Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Moita Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Monção Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Monchique Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Mondim de Basto Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Monforte Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Montalegre Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Montemor-o-Novo Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Montemor-o-Velho Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Montijo Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Mora Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Mortágua Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Moura Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Mourão Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Murça Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Murtosa Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Page 112: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

96

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Nazaré Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Nelas Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Nisa Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Óbidos Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Odemira Beja 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Odivelas Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Oeiras Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Oleiros Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Olhão Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Oliveira de Azeméis Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Oliveira de Frades Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Oliveira do Bairro Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Oliveira do Hospital Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Ourém Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Ourique Beja 1 2 3 3 1 2 3 3 3 3

Ovar Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Paços de Ferreira Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Palmela Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Pampilhosa da Serra Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Paredes Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Paredes de Coura Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Pedrógão Grande Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Penacova Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Penafiel Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Penalva do Castelo Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Penamacor Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Penedono Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Penela Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Peniche Leiria 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Peso da Régua Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Pinhel Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Pombal Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Ponte da Barca Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Ponte de Lima Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Ponte de Sor Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Portalegre Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Portel Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Portimão Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

Porto Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Page 113: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

97

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Porto de Mós Leiria 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Póvoa de Lanhoso Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Póvoa de Varzim Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Proença-a-Nova Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Redondo Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Reguengos de Monsaraz Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Resende Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Ribeira de Pena Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Rio Maior Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Sabrosa Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Sabugal Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Salvaterra de Magos Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Santa Comba Dão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Santa Maria da Feira Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Santa Marta de Penaguião Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Santarém Santarém 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Santiago do Cacém Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Santo Tirso Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

São Brás de Alportel Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

São João da Madeira Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

São João da Pesqueira Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

São Pedro do Sul Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Sardoal Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Sátão Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Seia Guarda 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Seixal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Sernancelhe Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Serpa Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Sertã Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Sesimbra Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Setúbal Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Sever do Vouga Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Silves Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Sines Setúbal 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Sintra Lisboa 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Sobral de Monte Agraço Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Soure Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Sousel Portalegre 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Tábua Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Tabuaço Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Page 114: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

98

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Tarouca Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Tavira Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Terras de Bouro Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Tomar Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Tondela Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Torre de Moncorvo Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Torres Novas Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Torres Vedras Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Trancoso Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Trofa Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vagos Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vale de Cambra Aveiro 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Valença Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Valongo Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Valpaços Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vendas Novas Évora 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Viana do Alentejo Évora 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Viana do Castelo Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vidigueira Beja 1 1 2 2 1 2 2 3 3 3

Vieira do Minho Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila de Rei Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vila do Bispo Faro 2 3 3 3 2 3 3 3 3 3

Vila do Conde Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Flor Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Franca de Xira Lisboa 1 2 2 3 2 3 3 3 3 3

Vila Nova da Barquinha Santarém 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vila Nova de Cerveira Viana do Castelo

1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Nova de Famalicão Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Nova de Foz Côa Guarda 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Nova de Gaia Porto 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Nova de Paiva Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Nova de Poiares Coimbra 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vila Pouca de Aguiar Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Real Vila Real 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Real de Santo António Faro 1 2 3 3 2 3 3 3 3 3

Vila Velha de Ródão Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vila Verde Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vila Viçosa Évora 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3

Vimioso Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Page 115: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

99

Concelho Distrito I -A II-A I-C

III -A

IV-A

II-C I - B

II-B I-D I-E

III-B II-E

IV-B III-C

IV-C

IV-D

II-D

III-D

III-E

IV-E

Vinhais Bragança 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Viseu Viseu 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vizela Braga 1 1 1 1 1 1 2 2 2 3

Vouzela Viseu 1 1 2 2 1 2 2 2 3 3 Tabela 6.7 Categorias dos elevadores para o território português - Continente

Açores I-A

III-A II-C

II-A I-B

I-C IV-C II-D III-D IV-D

III-E V-E

IV-A III-C

II-B I-D

III-B I-E

IV-B II-E

Ilha de Santa Maria 2 3 2 3 3

Ilha de São Miguel 2 3 3 3 3

Ilha Terceira 2 3 3 3 3

Ilha da Graciosa 2 3 2 3 3

Ilha de São Jorge 2 3 3 3 3

Ilha do Pico 2 3 3 3 3

Ilha do Faial 2 3 3 3 3

Ilha das Flores 1 2 1 1 3

Ilha do Corvo 1 2 1 1 3 Tabela 6.8 Categorias dos elevadores para o território português - Açores

Madeira I -A II-A III-A I-B II-B I-C

I-D I-E

IV-A III-B IV-B II-C III-C IV-C II-D III-D II-E III-E

IV-E IV-D

Ilha da Madeira 0 1 2 Tabela 6.9 Categorias dos elevadores para o território português - Madeira

Page 116: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

100

ANEXO A8 – ZONAMENTO DO TERRITÓRIO POR CLASSE DE

IMPORTÂNCIA E TIPO DE SOLO - MAPAS

I-A II-A e II-C

III-A IV-A e II-C

Page 117: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

101

I-B II-B, I-D e I-E

III-B e II-E IV-B e III-C

Page 118: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

102

IV-C, II-D, III-D, III-E e IV-E IV-D

Açores: I-A

Page 119: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

103

Açores: II-A e I-B

Açores: I-C

Açores: III-A, IV-A, II-B, III-B, IV-B, II-

C, III-C, I-D, I-E e II-E

Açores: IV-C, II-D, III-D, IV-D, III-E e IV-

E

Page 120: Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de ... · Contributo para um Manual de Dimensionamento Sísmico de Sistemas de Elevadores Ana Filipa Carrelo Carvalho Dissertação

104

Madeira: I-A, II-A, III-A, I-B, II-B, I-C, I-D e I-E

Madeira: IV-A, III-B, IV-B, II-C, III-C, IV-C, II-D, III-D, II-E, III-E e IV-E

Madeira: IV-D