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CONTROLE DA PODRIDÃO DE RAIZ (Pythium aphanidermatum) E PROMOÇÃO DE CRESCIMENTO EM ALFACE HIDROPÔNICA ÉLIDA BARBOSA CORRÊA 2006

Controle da podridão de raiz (Pythium aphanidermatum)

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Controle da podridão de raiz (Pythium aphanidermatum) e promoção de crescimento em alface hidropônica

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  • CONTROLE DA PODRIDO DE RAIZ (Pythium aphanidermatum) E PROMOO DE

    CRESCIMENTO EM ALFACE HIDROPNICA

    LIDA BARBOSA CORRA

    2006

  • LIDA BARBOSA CORRA

    CONTROLE DA PODRIDO DE RAIZ (Pythium aphanidermatum) E PROMOO DE CRESCIMENTO EM ALFACE HIDROPNICA

    Dissertao apresentada Universidade Federal de Lavras como parte das exigncias do curso de mestrado em Agronomia, rea de concentrao em Fitopatologia, para a obteno do titulo de Mestre.

    Orientador

    Prof. Dr. Wagner Bettiol

    LAVRAS

    MINAS GERAIS BRASIL 2006

  • Ficha Catalogrfica Preparada pela Diviso de Processos Tcnicos da

    Biblioteca Central da UFLA

    Corra, lida Barbosa. Controle da podrido de raiz (Pythium aphanidermatum) e promoo de crescimento em alface hidropnica / lida Barbosa. Corra. -- Lavras : UFLA, 2006.

    93 p. : il.

    Orientador: Wagner Bettiol. Dissertao (Mestrado) UFLA. Bibliografia. 1. Alface. 2. Hidroponia. 3. Doena fungica. 4. Controle biolgico. I.

    Universidade Federal de Lavras. II. Ttulo. CDD-635.5285

  • LIDA BARBOSA CORRA

    CONTROLE DA PODRIDO DE RAIZ (Pythium aphanidermatum) E PROMOO DE CRESCIMENTO EM ALFACE HIDROPNICA

    Dissertao apresentada Universidade Federal de Lavras como parte das exigncias do curso de mestrado em Agronomia, rea de concentrao em Fitopatologia, para a obteno do ttulo de Mestre.

    APROVADA em 2 de fevereiro de 2006

    Prof. Dr. Edson Amplio Pozza UFLA

    Prof. Dr. Ludwig Heinrich Pfenning UFLA

    Dr. Amaury da Silva dos Santos Instituto Biolgico, Campinas/SP

    Prof. Dr. Wagner Bettiol

    EMBRAPA/CNPMA

    (orientador)

    LAVRAS

    MINAS GERAIS - BRASIL

  • Aos meus pais, Sidnei e Vilma, e ao

    meu irmo, Rod,

    pela confiana, fora, amor e

    sonhos compartilhados.

    Dedico

  • AGRADECIMENTOS

    A Deus, e ao meu querido anjo da guarda. Universidade Federal de Lavras, pela realizao do curso. Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientifico (CNPq), pelo apoio financeiro. Embrapa Meio Ambiente, pela infra-estrutura para a realizao dos trabalhos. Ao Prof. Dr. Wagner Bettiol, por tantos ensinamentos, orientao e amizade. Ao Prof. Dr. Edson Amplio Pozza, pela co-orientao e aprendizado.

    Ao Prof. Dr. Ludwig Pfenning, pela amizade e aprendizado. Ao Prof. Dr. John Sutton, pela amizade e ajuda cientfica, mesmo a longa distncia. Ao Prof. Dr. Itamar Soares Melo, pelos conselhos e amizade. Dra. Raquel Ghini, pela ajuda e conselhos. Dra. Carmen Zotarelli, do Instituto de Botnica, pelos ensinamentos quanto ao gnero Pythium. Ao Dr. Marcelo Morandi, pela ajuda nas anlises estatsticas e amizade. Aos profissionais da SIT (Cleonice, Isabel, Sandro e Fernanda) e da biblioteca (Victor e Maria Amlia), da Embrapa Meio Ambiente, por tanta ajuda no transcorrer do perodo. Aos profissionais dos Campos Experimentais da Embrapa Meio Ambiente (Abraho, Waldemore, Tadeu, Henrique, Antnio, Larcio, Brasilino, Valdecir e Vicente), pela pacincia, boa vontade, aprendizado, interesse e constante desejo de melhoria. Aos tcnicos do Laboratrio de Microbiologia Ambiental, Rosely, Joo Luiz, Elke e Mrcia Maria, por tantos socorros no desenvolvimento dos trabalhos e outros. Renata (secretria do DFP), pela compreenso e boa vontade. Ao Bruno e Carlos, da Qualifrtil, pela colaborao e doao dos materiais de hidroponia. Ao Alaor, pela doao do computador. Aos meus amigos do corao, Lucianas (Maria, Reyes, vila), Dagma, Rayris, Louise, Flvio, Helena, Jean, Nina, Amanda, Daniela, Liliana, Giseli, Cristina, Sarah, Alexandre, Pablo, Cris, Joo, Eduardo, Zayame, Helosa, Isabeli, Kelly, Ktia e Ges, to presentes na minha vida e to importantes nestes dois anos de mestrado e durante o resto da vida.

  • SUMRIO

    RESUMO.................................................................................................... i ABSTRACT .............................................................................................. ii 1 INTRODUO...................................................................................... 1 2 REFERENCIAL TERICO................................................................... 5 2.1 Cultivo da alface hidropnica.............................................................. 5 2.2 Podrido de raiz causada por Pythium spp. ......................................... 6 2.3 Pythium ................................................................................................ 8 2.4 Fonte de inculo e disseminao de Pythium ...................................... 9 2.5 Infeco por Pythium spp. ................................................................... 9 2.6 Colonizao e sintomatologia............................................................ 10 2.7 Controle da podrido de raiz induzida por Pythium spp.................... 10 2.8 Controle biolgico ............................................................................. 11 2.9 Promoo de Crescimento ................................................................. 14 3 MATERIAL E MTODOS.................................................................. 17 3.1 Produo de alface em sistema hidropnico...................................... 17 3.2 Preparao da soluo nutritiva e monitoramento da condutividade eltrica, pH e temperatura........................................................................ 18 3.3 Microrganismos utilizados................................................................. 20 3.4 Produo dos microrganismos........................................................... 21 3.5 Avaliao da promoo de crescimento de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico ........................................................................... 25 3.5.1 Promoo de crescimento com Trichoderma sp............................. 25 3.5.2 Promoo de crescimento com Clonostachys rosea....................... 26 3.5.3 Promoo de crescimento com Bacillus subtilis ............................ 27 3.5.4 Promoo de crescimento com Paenibacillus lentimorbus ............ 27 3.5.5 Promoo de crescimento com Saccharomyces cerevisiae ............ 27 3.5.6 Promoo de crescimento com Polyversum ................................. 28 3.5.7 Promoo de crescimento com o produto comercial P.S.B Solan 28 3.5.8 Promoo de crescimento com fertilizante base de fermentado de peixe......................................................................................................... 29 3.6 Avaliao do potencial de controle biolgico de Pythium aphanidermatum em plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico................................................................................................................. 29 3.6.1 Potencial de Clonostachys rosea no controle da doena ................ 29 3.6.2 Potencial de Clonostachys rosea, Trichoderma sp., Saccharomyces cerevisiae e Polyversum no controle da doena .................................. 32

  • 3.6.3 Potencial de Bacillus subtilis, Paenibacillus lentimorbus, P.S.B e fermentado de peixe no controle da doena ............................................ 32 3.7 Anlise estatstica .............................................................................. 33 4 RESULTADOS .................................................................................... 34 4.1 Promoo de crescimento .................................................................. 34 4.1.1 Promoo de crescimento com Trichoderma sp............................. 34 4.2.1 Promoo de crescimento com Clonostachys rosea....................... 40 4.1.3 Promoo de crescimento com Bacillus subtilis ............................ 43 4.1.4 Promoo de crescimento com Paenibacillus lentimorbus ............ 44 4.1.5 Promoo de crescimento com Saccharomyces cerevisiae ............ 46 4.1.6 Promoo de crescimento com Polyversum ................................. 48 4.1.7 Promoo de crescimento com P.S.B Solan................................... 50 4.1.8 Promoo de crescimento com fertilizante base de fermentado de peixe......................................................................................................... 52 4.2 Controle biolgico de Pythium aphanidermatum.............................. 56 4.2.1 Controle biolgico de Pythium aphanidermatum com Clonostachys rosea ........................................................................................................ 56 4.2.2 Potencial de Clonostachys rosea, Trichoderma sp., Saccharomyces cerevisiae e Polyversum no controle da podrido de raiz causada por Pythium aphanidermatum........................................................................ 64 4.2.3 Potencial de Bacillus subtilis, Paenibacillus lentimorbus, PSB e fermentado de peixe no controle da podrido de raiz causada por Pythium aphanidermatum ...................................................................................... 69 5 DISCUSSO ........................................................................................ 75 5.1 Promoo de crescimento .................................................................. 75 5.2. Controle biolgico ............................................................................ 79 6 CONCLUSES .................................................................................... 85 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS .................................................... 86

  • i

    RESUMO CORRA, lida Barbosa. Controle da podrido de raiz (Pythium aphanidermatum) e promoo de crescimento em alface hidropnica. UFLA: 2006, 93 p. (Dissertao em Fitopatologia).1

    Devido s caractersticas do sistema hidropnico, a podrido de raiz

    causada por Pythium limitante para a cultura, no existindo fungicidas registrados para esse patossistema e as tcnicas de controle disponveis apresentam alto custo e baixa eficincia. Alm disso, por ser um sistema de alto custo, importante incrementar o crescimento das plantas. Assim, o presente trabalho teve por objetivo estudar a capacidade de agentes de controle biolgico (Trichoderma sp., Clonostachys rosea, Bacillus subtilis, Paenibacillus lentimorbus e Saccharomyces cerevisiae) e dos produtos P.S.B Solan, Polyversum e fermentado de peixe (Fishfrtil) em controlarem a podrido de raiz causada por Pythium aphanidermatum e promoverem o crescimento de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. C. rosea, Trichoderma sp., P. lentimorbus, S. cerevisiae, Polyversum, P.S.B e fermentado de peixe no promoveram o crescimento de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. As concentraes de 107 condios/mL de Trichoderma sp., 10% do meio de cultura fermentado por B. subtilis ou no fermentado pelas bactrias, 250, 500 e 1000g/50L de soluo nutritiva do fermento biolgico Itaiquara (S. cerevisiae) e 100, 150 e 250mL/100L de fermentado de peixe (Fishfrtil) foram prejudiciais ao desenvolvimento das plantas. Meio de cultura fermentado por B. subtilis na concentrao de 1% promoveu o crescimento de plantas de alface. C. rosea controlou a podrido de raiz causada por P. aphanidermatum em plantas de alface cultivada em sistema hidropnico e diminuiu a porcentagem de recuperao de P. aphanidermatum nas razes das plantas em 29% e 43%, nos tratamentos com C. rosea aplicado trs dias antes e no momento da infestao com o patgeno e trs dias antes, no momento e trs dias aps a infestao dos tanques com o patgeno, respectivamente.

    1 Comit Orientador: Wagner Bettiol Embrapa Meio Ambiente (Orientador),

    Edson Amplio Pozza UFLA (Co-orientador)

  • ii

    ABSTRACT

    CORRA, lida Barbosa. Control of root rot (Pythium aphanidermatum) and growth promotion in lettuce crops in hydroponic system. UFLA: 2006, 93 p. (Dissertation M.Sc. in Phytopathology).2

    Due to the characteristics of hydroponic systems, root rot caused by Pythium is limiting for the crop. There are no fungicides registered for this pathossystem and available control techniques are expensive and little efficient. As it is a high-cost system, enhancement of plant growth is imperative. The present work aimed to study the capacity of biological control agents such as Trichoderma sp., Clonostachys rosea, Bacillus subtilis, Paenibacillus lentimorbus and Saccharomyces cerevisiae, and products like P.S.B Solan, Polyversum and Fishfrtil, a product based on fermented fish, in a hydroponic system to control root rot caused by Pythium aphanidermatum and to promote lettuce growth. C. rosea, Trichoderma, P. lentimorbus, S. cerevisiae, Polyversum, P.S.B and Fishfrtil did not promote lettuce growth in the hydroponic system. The concentrations of 107 conidia/mL of Trichoderma sp.; 10% of culture medium fermented by B. subtilis or not; 250, 500 and 1000g/50L of nutrient solution of biological ferment Itaiquara (S. cerevisiae); and 100, 150 and 250mL/100L of Fishfrtil were harmful to the plant development. A culture medium fermented by B. subtilis in the concentration of 1% promoted lettuce growth. C. rosea controlled the root rot caused by P. aphanidermatum in lettuce grown in hydroponic system and reduced the percentage of recovery of P. aphanidermatum in 29% (first trial) and 43% (second trial) in the treatments with C.rosea, delivered three days before and at the moment of infestation with the pathogen for the first trial and three days before, at the moment and three days after infestation with the pathogen for the second trial.

    2 Guidance Committee: Wagner Bettiol Embrapa Meio Ambiente (Adviser),

    Edson Amplio Pozza - UFLA (Co-adviser)

  • 1

    1 INTRODUO

    A cultura da alface possui grande importncia econmica no Brasil e no

    mundo, sendo a hortalia mais consumida e cultivada (Bueno, 1998). Seu

    cultivo pode ser realizado da forma convencional, orgnica ou hidropnica e

    concentra-se nos cintures verdes prximos aos grandes centros urbanos.

    Devido antecipao do ciclo da cultura, elevada qualidade,

    homogeneidade, maior durabilidade em ps-colheita e programao da

    produo, o cultivo hidropnico da alface vem crescendo entre os produtores de

    hortalias (Yanez, 2000; Zinnen, 1988).

    Apesar de oferecer inmeras vantagens, o cultivo hidropnico uma

    tcnica que exige cuidado especial quanto sanidade das plantas por parte dos

    produtores, pois um sistema com baixa diversidade biolgica, elevada

    densidade e uniformidade gentica de plantas, caractersticas que favorecem o

    desenvolvimento de epidemias. Alm disso, devido soluo nutritiva circular

    por todo o sistema, a disseminao dos patgenos eficiente (Paulitz, 1997;

    Stanghellini, 1988; Zinnen, 1988).

    Podrides radiculares so os principais problemas que acometem

    culturas desenvolvidas em hidroponia. Dentre os mais importantes e destrutivos

    patgenos de diferentes culturas em sistemas hidropnicos destacam-se as

    espcies pertencentes ao gnero Pythium (Utkhede et al., 2000). Diversas

    espcies de Pythium so capazes de causar podrido de raiz em diferentes

    culturas em sistemas hidropnicos. No entanto, Pythium ultimum e Pythium

    aphanidermatum so as espcies mais comuns e destrutivas que afetam a cultura

    da alface hidropnica (Stanghellini & Rasmussem, 1994).

    A principal medida de controle da doena o impedimento da entrada

    do patgeno no sistema de produo por meio de mudas sadias, gua de boa

  • 2

    qualidade, materiais e ferramentas no contaminadas (Paulitz & Blanger, 2001;

    Sutton, et al., 2000).

    Aps a entrada de Pythium no sistema hidropnico, medidas culturais

    podem ser adotadas para a desinfestao do sistema (limpeza por meio de

    solues de cloro) e da soluo nutritiva (remediao com radiao ultravioleta,

    filtrao e elevadas temperaturas). No entanto, medidas de desinfestao da

    soluo nutritiva tm se mostrado pouco efetivas, pois no afeta a populao do

    patgeno presente diretamente na zona de infeco e somente a populao que

    se encontra na soluo nutritiva (Khan et al., 2003).

    O controle qumico da doena no recomendado, pois no existe

    fungicida registrado para a cultura. Alm disso, estudos demonstraram que a

    aplicao de fungicidas causa fitotoxidez em plantas de alface (Paulitz &

    Belnger, 2001; Utkhede et al., 2000).

    Devido s perdas causadas por podrides radiculares, provocadas por

    espcies de Pythium em cultivos hidropnicos e falta de medidas eficientes de

    controle, torna-se necessrio a busca por alternativas para o controle da doena

    economica e tecnicamente viveis e ecologicamente corretas.

    Recentemente, vrios autores demonstraram a potencialidade de

    utilizao do controle biolgico como uma alternativa para conter os danos

    causados pela doena (Chatterton et al., 2004; Khan et al., 2003; Liu et al., 2002;

    Paulitz & Blanger, 2001; Punja & Yip, 2003; Utknede et al., 2000).

    Microrganismos pertencentes aos gneros Pseudomonas, Bacillus,

    Trichoderma, Clonostachys e Saccharomyces e isolados de Pythium oligandrum

    so estudados com comprovada eficincia no controle biolgico em diversos

    patossistemas (Khan et al., 2003; Paulitz & Blanger, 2001; Piccinin, 1995;

    Utkhede et al., 2000; West et al., 2003).

    Clonostachys rosea demonstrou capacidade no controle de diversas

    doenas, como a podrido de raiz em ervilha, causada por um complexo de

  • 3

    fitopatgenos, incluindo Pythium spp. (Xue, 2003). Produto base de C. rosea

    est sendo registrado no Canad e Estados Unidos para o cultivo hidropnico

    com a finalidade de controlar Pythium em pepino e tomate (J.C. Sutton, 2005,

    comunicao pessoal). Espcies de Trichoderma so reconhecidas como agentes

    de controle biolgico de Pythium. Devido a esta caracterstica, existem produtos

    formulados e registrados para controle da doena como o RootshieldTM

    (Trichoderma harzianum, isolado T-22) e o SoilGard (Trichoderma virens) nos

    Estados Unidos e Canad (Paulitz & Belnger, 2001). Polyversum um

    produto comercial formulado com Pythium oligandrum, registrado para controle

    biolgico de Pythium. P. oligandrum um micoparasita agente de controle

    biolgico de diversos fungos fitopatognicos e tem a capacidade de induzir a

    resistncia de plantas (Picard et al., 2000). Entre as leveduras, Saccharomyces

    cerevisiae um promissor agente de biocontrole de doenas e agente indutor de

    resistncia de plantas. A aplicao de S. cerevisiae reduziu a incidncia da

    antracnose incitada por Colletotrichum gloeosporioides em mamo, quando

    aplicada 24 horas antes da inoculao do patgeno (Cia et al., 2004). Dentre as

    bactrias, Pseudomonas chlororaphys e Bacillus subtilis foram relatadas como

    eficientes agentes de controle de Pythium em sistemas hidropnicos (Paulitz &

    Blanger, 2001).

    Muitos dos microrganismos reconhecidos como agentes de controle

    biolgico de doenas de plantas tambm so capazes de promover o crescimento

    de plantas. Quantum-4000, YIB, Kodiak e Kodiak plus so produtos

    existentes no mercado do exterior, formulados com Bacillus subtilis e

    registrados como promotores de crescimento e com eficincia para controlar

    doenas em diversas culturas (Luz, 1996). C. rosea e P. oligandrum tambm

    foram relatados como promotores de crescimento de plantas (Al-Rawahi &

    Hancock, 1998; Liu & Sutton, 2002).

  • 4

    Produtos orgnicos constitudos de hidrolisados de peixe foram

    eficientes no controle de Pythium. Dramm Corp um produto constitudo de

    peixe hidrolisado que, aplicado na concentrao de 0,2%, promove crescimento

    e controla a podrido de raiz em pepinos cultivados em sistemas hidropnicos no

    Canad (J.C. Sutton, 2005 comunicao pessoal). Alm disso, disponibilizam

    nutrientes para as culturas.

    O objetivo deste trabalho foi estudar a capacidade de agentes de controle

    biolgico (Trichoderma sp., Clonostachys rosea, Bacillus subtilis, Paenibacillus

    lentimorbus, Saccharomyces cerevisiae) e dos produtos P.S.B Solan,

    Polyversum e fermentado de peixe em promoverem o crescimento de plantas de

    alface cultivadas em sistema hidropnico e controlarem a podrido de raiz

    causada por Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp.

  • 5

    2 REFERENCIAL TERICO

    2.1 Cultivo da alface hidropnica

    Hidroponia um termo derivado de duas palavras de origem grega:

    hidro gua e ponia trabalho.

    O cultivo hidropnico uma tcnica de cultivo protegido na qual o solo

    substitudo por uma soluo nutritiva que contm macro e micronutrientes

    necessrios para o desenvolvimento da planta. Este tipo de cultivo apresenta

    algumas vantagens, como a antecipao do ciclo da cultura e maior

    homogeneidade das plantas, razo pela qual vem sendo amplamente utilizado e

    difundido entre os produtores de hortalias e plantas ornamentais.

    Alface, rcula, agrio, tomate, morango, salsa, cebolinha, aipo, menta,

    manjerico e pepino so as principais culturas produzidas em sistemas

    hidropnicos no Brasil (Furlani, 1999).

    O cultivo da alface hidropnica no Brasil realizado

    predominantemente no sistema de cultivo nutrient film technique ou NFT, que

    se caracteriza em uma tcnica de fluxo laminar de soluo nutriente (Furlani,

    1998).

    Alm de ser a hortalia mais consumida entre os brasileiros, a alface

    destaca-se como a principal hortalia produzida em sistemas hidropnicos,

    devido elevada qualidade do produto final que se apresenta mais tenro, limpo e

    com maior longevidade aps a colheita, pois comercializado com as razes

    (Yaez, 2000). O destino final deste produto so as grandes redes de

    supermercados, empresas processadoras de verduras que adquirem o produto por

    peso, varejes e feiras.

  • 6

    2.2 Podrido de raiz causada por Pythium spp.

    Sistemas de produo hidropnicos oferecem ambiente favorvel ao

    progresso de epidemias, pois, alm da proximidade entre as plantas e da baixa

    diversidade genotpica, estes sistemas possuem baixa diversidade biolgica.

    Assim, fitopatgenos, uma vez introduzidos no ambiente, podem desenvolver-se

    plenamente, sem competio com outros microrganismos. Alm disso, so

    eficientemente transportados por meio da circulao da soluo nutritiva

    (Paulitz, 1997; Zinnen, 1988).

    Podrido de raiz causada por espcies de Pythium o principal problema

    patolgico de vegetais cultivados em sistemas hidropnicos, podendo acarretar

    na destruio da cultura (Utkhede et al., 2000). Stanghellini & Russel (1971)

    atriburam perda de 100% na produo de mudas de tomate hidropnico a P.

    aphanidermatum.

    Nos diversos estados brasileiros onde se pratica hidroponia a podrido

    de razes causada por Pythium foi diagnosticada como a principal causa de

    perdas econmicas por parte dos produtores. No estado do Par, Santos et al.

    (2005) realizaram o primeiro relato sobre a ocorrncia de Pythium causando

    apodrecimento de razes e murcha das folhas em cultivos hidropnicos de alface.

    Em um levantamento realizado no Norte do estado do Paran no perodo de

    2003 a 2005, a podrido radicular causada por Pythium foi o principal problema

    da cultura da alface hidropnica, sendo o vero o perodo mais crtico (Severino

    et al., 2005).

    A podrido de raiz causada por Pythium spp. tambm considerada

    uma ameaa para a produo de biomassa vegetal em veculos espaciais e

    instalaes extraterrestres, pois, o fitopatgeno j foi isolado de materiais

    vegetais de veculos espaciais que estavam operando na rbita da Terra (Jenkis

    et al., 2000; Novikova, 2001; Schuerger, 1998).

  • 7

    A fase de maior suscetibilidade das plantas podrido de raiz o inicio

    de desenvolvimento. No entanto, em todos os perodos de desenvolvimento das

    plantas, as razes novas podem ser parasitadas (Paulitz & Belnger, 2001).

    Verifica-se maior incidncia e severidade da doena nos meses de vero,

    sendo a temperatura um fator importante no seu desenvolvimento. Elevadas

    temperaturas favorecem o patgeno e ocasionam estresse nas plantas,

    diminuindo a sua resistncia natural. Plantas em estado de estresse e florao so

    mais suscetveis ao ataque de Pythium devido ao aumento da exsudao

    radicular (Hamlen et al., 1972). Yanez (2000) verificou que a 30oC isolados de

    P. helicoides provocaram a morte de sementes de alface em germinao, e que

    na temperatura de 21oC, os isolados induziram subdesenvolvimento de plntulas

    acompanhado ou no de necrose dos tecidos radiculares.

    Ao mesmo tempo em que Pythium spp. causa enormes perdas na cultura,

    ele tambm pode causar infeces subclnicas. Essas infeces levam a uma

    reduo de produo, no havendo exibio de sintomas bvios da doena nas

    plantas, ocasionando a no deteco da doena pelo produtor (Utkhede et al.,

    2000). Em estudo do efeito de diferentes densidades de inculo de P.

    aphanidermatum no progresso da podrido de razes em pepino, foi observado

    que, nas concentraes de 2 x 105 a 2 x 106 UFC/100L, ocorre o escurecimento

    das razes das plantas e que, na concentrao de 2 x 106 UFC/100L, todas as

    plantas morrem entre 7 e 28 dias aps a inoculao. Baixas concentraes do

    patgeno levaram a uma reduo de crescimento e produo (Menzies et al.,

    1996).

    Pythium pertencente ao grupo F foi encontrado colonizando razes de

    tomate hidropnico, sem exibio de sintomas aparentes quando as plantas

    desenvolviam-se em condies ideais. No entanto, alguns isolados so capazes

    de causar severas necroses, principalmente em plantas sob estresse (Chrif et al.,

    1996; Rey et al., 1997; Rey et al., 1998).

  • 8

    2.3 Pythium

    Espcies de Pythium foram reclassificadas como pertencentes ao Reino

    Chromista. Algumas caractersticas que compreendem a classificao destes

    microrganismos neste Reino so a produo de esporos assexuais com flagelos

    heterocontos (tipo tinsel e chicote), denominados zosporos, produo de

    esporos sexuais de parede espessa chamados osporos, constituio da parede

    celular de celulose, fase vegetativa diplide e crista mitocondrial tubular

    (Corliss, 1994; West et al., 2003).

    Espcies de Pythium so os principais agentes causais de podrides

    radiculares em sistemas hidropnicos, pois so microrganismos altamente

    adaptados ao ambiente aqutico. Devido a produo de zosporos apresenta uma

    vantagem biolgica para disseminao e estabelecimento do seu ciclo de vida

    (Paulitz & Blanger, 2001).

    Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp., P. debaryanum Hesse, P.

    dissotocum Drechsler, P. irregulare Buisman, P. myriotylum, P. ultimum Trow

    e outras espcies pertencentes ao grupo F e G foram diagnosticados como

    agentes causais de podrides radiculares de pepino, tomate, alface e espinafre

    em sistemas hidropnicos (Bates & Stanghellini 1984; Favrin et al., 1998;

    Jenkins & Averre, 1983; Menzies et al., 1996). Pythium helicoides e espcies de

    Pythium pertencentes ao grupo F e T foram isolados de razes de alface

    hidropnica, exibindo ou no sintomas da doena de diferentes procedncias do

    estado de So Paulo (Yanez, 2000). No entanto, de acordo com Stanghellini &

    Rasmussen (1994), P. ultimum e P. aphanidermatum so as espcies

    encontradas com maior freqncia e agressividade que afetam a cultura da alface

    hidropnica.

  • 9

    2.4 Fonte de inculo e disseminao de Pythium

    A introduo do fitopatgeno em culturas hidropnicas ocorre por meio

    de gua utilizada para preparo da soluo nutritiva, solos e resduos vegetais

    contaminados. Estes podem ser veiculados por ferramentas contaminadas, poeira

    e sapatos (Martin & Loper, 1999; Owen Going et al., 2003; Rey et al., 1997).

    Entretanto, mudas contaminadas a principal forma de disseminao do

    patgeno a curtas e longas distncias.

    Substratos utilizados para a produo de mudas tambm podem ser

    fontes de inculo. Favrin et al. (1988) reportaram a contaminao da casa de

    vegetao com Pythium por meio de turfa contaminada.

    Insetos vetores tambm podem atuar como agentes de disseminao de

    Pythium. Scatella stagnalis uma mosca freqentemente encontrada em

    sistemas hidropnicos e sua alimentao constituda basicamente de algas.

    Alm destes insetos se alimentarem de algas, tambm se alimentam de razes de

    pepino colonizadas por P. aphanidermatum (Goldberg & Stanghellini, 1990).

    Segundo os mesmos autores, larvas e adultos so capazes de transmitir o

    fitopatgeno para plantas sadias.

    2.5 Infeco por Pythium spp.

    A infeco por Pythium pode ocorrer por meio de diversas estruturas,

    como esporngios, zosporos, miclio e osporos. Esporngios e osporos

    podem germinar diretamente pela formao do tubo germinativo ou

    indiretamente produzindo zosporos. No entanto, as principais estruturas de

    infeco so zosporos e miclio (Endo & Colt, 1974; Stanghellini, 1988). A

    infeco por zosporos na superfcie das razes segue as etapas de atrao,

    fixao, encistamento, germinao do cisto e orientao do tubo de germinao.

    A infeco por zosporos na epiderme radicular pode ocorrer em um perodo de

    cinco minutos, seguida de rpido desenvolvimento na zona de elongao das

  • 10

    razes (Stanghellini & Rasmussen, 1994). Isolados virulentos podem produzir

    inculo secundrio para outras plantas dentro de 24 horas (Johnstone, 2001).

    2.6 Colonizao e sintomatologia

    A colonizao de razes de plantas cultivadas em sistemas hidropnicos

    por Pythium spp. segue um estdio biotrfico e outro necrotrfico de

    desenvolvimento. Owen-Going et al. (2003) verificaram que a colonizao de P.

    aphanidermatum e P. dissotocum em razes de plantas de pepino inicia-se com

    um estdio biotrfico, sem desenvolvimento de sintomas aparentes, seguindo

    para um estdio necrotrfico. Na fase necrotrfica, as razes tornam-se

    descoloridas, adquirindo diferentes tons de marrom (P. aphanidermatum) e

    amarelo (P. dissotocum).

    Alteraes estruturais, como mudanas arquiteturais nos sistemas

    radiculares, subdesenvolvimento, engrossamento e proliferao de razes,

    tambm ocorrem nas razes parasitadas por esses patgenos em diferentes tipos

    de culturas desenvolvidas em sistemas hidropnicos, como pepino, crisntemo e

    alface (J. C. Sutton; W. Liu; M. Johsntone; N. Ortiz-Uribe, 2002-2003,

    observaes no publicadas, Owen-Going et al., 2003). Sintomas na parte area

    das plantas afetadas por Pythium incluem subdesenvolvimento, diminuio da

    area foliar, murchamento e diminuio na frutificao (Zheng et al., 2000).

    Embora considerado um patgeno de zonas corticais das razes, espcies de

    Pythium podem se desenvolver em tecidos vasculares, como Fusarium e

    Verticillium (Chrif et al., 1991).

    2.7 Controle da podrido de raiz induzida por Pythium spp.

    A principal forma de controle da doena a preventiva, evitando a

    entrada do patgeno no sistema, principalmente, por meio da utilizao de gua

    de boa qualidade e mudas sadias.

  • 11

    O controle da doena por meio de cultivares resistentes ainda no

    possvel, pois, no existem cultivares com esta caracterstica disponvel no

    mercado.

    Mtodos culturais, como a esterilizao ou a desinfestao da soluo

    nutriva por meio da radiao UV (Stanghellini et al., 1984), filtragem (Goldberg

    et al., 1992), ozonizao e o uso de surfactantes (Stanghellini & Miller, 1997),

    tm a utilizao comercial limitada (Menzies & Blanger, 1996; Paulitz, 1997;

    Paulitz & Blanger, 2001) e possuem o inconveniente de no afetar a populao

    do patgeno presente na zona de infeco (Khan et al., 2003). Tanaka et al.

    (2003) desenvolveram um sistema automatizado de aquecimento solar para

    tratamento trmico da gua para controle de fitopatgenos e conseguiram

    eliminar Pythium, Fusarium, Phytophthora e Rhizoctonia solani, trabalhando na

    faixa de 60OC.

    Mtodos qumicos, como a utilizao de fungicidas, no so

    recomendados, pois, no possuem registro para a cultura e podem causar

    fitotoxicidade. Utkhede et al. (2000) testaram a capacidade de fosetyl-Al e

    metalaxyl em controlar a podrido de raiz causada por Pythium em alface sob

    cultivo hidropnico e demonstraram que os fungicidas foram fitotxicos s

    plantas, causando reduo de peso de parte area e radicular. Segundo Cohen &

    Coffee (1986), a aplicao destes fungicidas eficiente no controle de doenas

    causadas por espcies de Pythium onde o substrato de cultivo utilizado o solo.

    Este efeito fitotxico observado nas plantas em cultivo hidropnico pode ser

    explicado pela ausncia de poder tamponante do solo, encontrado na soluo

    nutritiva (Utkhede et al., 2000).

    2.8 Controle biolgico

    O controle biolgico da podrido de raiz causada por espcies de

    Pythium vem sendo estudado e insere-se neste contexto como uma medida

  • 12

    promissora e eficiente de controle da doena (Chatterton et al., 2004; Khan et

    al., 2003; Liu et al., 2002; Paulitz & Blanger, 2001; Punja & Yip, 2003;

    Sutton, 2003; Utkhede et al., 2000).

    Alm de no apresentar os inconvenientes do controle qumico,

    como a contaminao do ambiente e, conseqentemente do homem, a

    utilizao do controle biolgico em hidroponia tem a vantagem da

    atuao de agentes de biocontrole ser diretamente na zona de infeco do

    fitopatgeno, pois, ambos os microrganismos competem pelos exsudados

    presentes na zona radicular.

    Dentre os microrganismos promissores estudados para controle da

    doena, encontram-se Pseudomonas chlororaphis Tx-1 Chatterton et al., 2004;

    Khan et al., 2003), Pseudomonas fluorescens 63-28 (Liu et al., 2002; Paulitz &

    Blanger, 2001), Comamonas acidovorans C-4-7-28 (Liu et al., 2002), Bacillus

    cereus HYU06 (Liu et al., 2002), Bacillus subtilis BACT-O (Utkhede et al.,

    2000), Gliocladium catenulatum J1446 (Punja & Yip, 2003), Trichoderma spp.

    (Paulitz & Blanger, 2001), Pythium oligandrum (Picard et al., 2000) e

    Clonostachys rosea (Liu & Sutton, 2002).

    Khan et al. (2003) demonstraram o elevado antagonismo desempenhado

    por Pseudomonas chlororaphis Tx-1 a P. aphanidermatum e a capacidade do

    isolado bacteriano em controlar a podrido de raiz de pepino cultivado em

    sistema hidropnico.

    A avaliao da capacidade in vitro de 604 isolados rizobacterianos

    provenientes de plantas de pepino hidropnicos de diferentes localidades do

    estado de Qubec, Canad, foi realizada por meio da inibio do crescimento

    micelial e da germinao de zosporos de Pythium para o controle da podrido

    de raiz in vivo. O melhor teste in vitro para selecionar os isolados foi o de

    inibio de germinao de zosporos, pois, os cinco melhores isolados no

    controle da doena in vivo foram os melhores isolados in vitro. Bactrias podem

  • 13

    reduzir a podrido de raiz interferindo no estdio inicial da doena como na

    atrao, adeso, encistamento e germinao dos zosporos nas razes das

    plantas. Dentre os isolados rizobacterianos avaliados, o isolado que melhor

    controlou a doena foi responsvel pela reduo do nmero de zosporos

    encistados e germinados na superfcie das razes (Paulitz et al., 1992).

    A aplicao do produto comercial Boost (Bacillus subtilis), a 1x109

    UFC/L, aumentou a produo de alface na presena de P. aphanidermatum

    cultivado em sistema hidropnico em 21,5% a 28,4%, quando comparado

    testemunha inoculada (Utkhede et al., 2000).

    O isolado de Clonostachys rosea (ACM941) foi capaz de controlar a

    podrido de raiz em ervilha, causada por um complexo de fitopatgenos,

    incluindo Alternaria alternata, Aphanomyces euteiches, Fusarium oxysporum f.

    sp. pisi, F. solani f. sp. pisi, Mycosphaerella pinodes, Pythium spp., Rhizoctonia

    solani e Sclerotinia sclerotiorum, no campo (Xue, 2003). C. rosea tambm

    capaz de suprimir o desenvolvimento e a esporulao de Botrytis cinerea em

    tecidos vegetais por meio de hiperparasitismo, competio por nutrientes e pela

    colonizao dos tecidos senescentes (Sutton et al., 1997; Yu & Sutton, 1997).

    Espcies de Trichoderma so microrganismos padres nos estudos de

    controle biolgico. Atualmente, existem diversos produtos registrados base de

    Trichoderma para controle de doenas e, inclusive, para o controle da podrido

    de raiz induzida por Pythium (Howell, 2003; Paulitz & Blanger, 2001).

    Tambm pertencentes ao Reino Chromista existem micoparasitas, como

    Pythium oligandrum, Pythium acanthicum e Pythium periplocum, que so

    capazes de suprimir o desenvolvimento de vrios patgenos de plantas

    veiculados pelo solo (Al-Rawahi & Hancock, 1998; Benhamou et al., 1997;

    Madsen & Neergaard, 1999). Picard et al. (2000) demonstraram a potencialidade

    da utilizao de P. oligandrum e das enzimas celulolticas produzidas por esta

    espcie no controle de patgenos como Phytophthora e Pythium spp., em

  • 14

    cultivos protegidos. A aplicao de P. oligandrum em plantas de tomate

    inoculadas com Fusarium oxysporum f.sp. radicis-licopersici controlou a

    doena por meio da induo de resistncia nas plantas e do micoparasitismo

    desempenhado pelo agente de controle biolgico (Benhamou et al., 1997).

    A aplicao da bactria Paenibacillus macerans na microbiolizao de

    sementes de trigo foi capaz de proteger as plantas contra os patgenos Bipolaris

    sorokiniana e Drechslera tritici-repentis (Luz, 1996).

    Produtos orgnicos podem ser eficientes no controle de doenas. El

    Ghaouth et al. (1994) aplicaram quitosana na concentrao de 100 L e 400 L

    em plantas de pepinos cultivados em sistema hidropnico e verificaram o

    controle da podrido de raiz induzida por P. aphanidermatum e a induo de

    alguns mecanismos de defesa como barreiras estruturais nos tecidos radiculares

    e a produo de enzimas antifngicas como quitinases e -1,3-glucanase nas

    razes e folhas. O produto Dramm Corp, formulado base de peixe hidrolisado,

    tem-se mostrado eficiente no controle da podrido de raiz causada por Pythium e

    Fusarium oxysporum em plantas de pepino, promovendo o desenvolvimento

    vigoroso do sistema radicular (J.C. Sutton, comunicao pessoal, 2005).

    2.9 Promoo de Crescimento

    A aplicao de rizobactrias promotoras de crescimento destaca-se como

    um dos mtodos mais promissores de incremento na produo agrcola e na

    biodegradao de poluentes em solos (Van Veen et al., 1997). Microrganismos

    promotores de crescimento de plantas so capazes de colonizar a zona radicular

    e atuar como agentes de controle biolgico de fitopatgenos.

    A promoo de crescimento das plantas por estes organismos realizada

    por mecanismos diretos de promoo de crescimento ou por mecanismos

    indiretos, como a eliminao da populao de microrganismos deletrios na

    zona radicular. No entanto, a maioria dos microrganismos estudados atualmente

  • 15

    capaz de promover o crescimento das plantas por meio do mecanismo indireto

    (Luz, 1996).

    A aplicao de Pseudomonas corrugata e Pseudomonas fluorescens

    subgrupo C promoveu o crescimento das plantas em 134%, quando comparado

    testemunha livre da bactria e do patgeno (Paulitz et al., 1992). Paulitz et al.

    (1997) constataram que, dentre os trs isolados bacterianos capazes de promover

    o crescimento de plantas de pepino hidropnico, dois possuam capacidade de

    controlar a doena em condies de casa de vegetao. Os autores sugerem que

    a capacidade dos isolados em controlar a doena pode ser explicada pela

    capacidade de promover o crescimento das plantas, compensando, dessa forma,

    os danos causados pelo fitopatgeno.

    O isolado de Bacillus subtilis (OG), reclassificado como Paenibacillus

    lentimorbus (OG), demonstrou capacidade em promover crescimento em

    diversas plntulas (citros, pepino e tomate) e controlar a podrido de raiz

    causada por Phytophthora parasitica e Phytophthora citrophthora em plntulas

    de citros (Amorim & Melo, 2002 e Melo et al., 1995).

    Estudando a colonizao de razes de tomateiro por rizobactrias

    promotoras de crescimento e antagnicas a P. aphanidermatum e Rizoctonia

    solani em microscopia eletrnica de varredura, Melo et al. (2004) verificaram

    que o isolado de Bacillus (AD13) se desenvolveu em regies lesionadas de

    zonas de crescimento e base da regio pilfera. Esta caracterstica de crescimento

    do isolado (AD13) pode inibir o processo de infeco de fitopatgenos que

    penetram por ferimentos, resultando em controle da doena.

    Rizobactrias promotoras de crescimento do gnero Bacillus produzem

    uma ampla gama de antibiticos e so utilizadas como agentes de controle

    biolgico de diversos fitopatgenos nas mais diferentes culturas (Dunleavy,

    1955, Landy et al., 1948; Michener & Smell, 1949; citados por Luz, 1996).

  • 16

    A capacidade de espcies de Trichoderma em promover o crescimento

    direto, aumentar a germinao e o florescimento de plantas foi demonstrada por

    diversos autores, como Baker (1989), Linch et al. (1991), Martins & Melo

    (1989), Okleifeld & Chet (1992), Paulitz et al. (1986), citados por Melo (1996).

    Trichoderma harzianum (T-203) aplicado no solo de cultivo de plantas de

    pepino foi capaz de promover o crescimento das plantas. No entanto, quando

    este mesmo isolado foi aplicado em plantas de pepino cultivadas em hidroponia,

    a absoro de nutrientes como zinco, fsforo e mangans foram incrementada,

    resultando em plantas com maiores nveis destes nutrientes na parte area

    (Yedidia et al. 2001).

    Na avaliao da efetividade de agentes de controle biolgico em

    suprimir a podrido de raiz causada por P. aphanidermatum e P. dissotocum, em

    plantas de pepino cultivadas em sistema hidropnico, Clonostachys rosea (PG-

    710) protegeu as plantas contra a infeco e promoveu o crescimento das

    plantas, na presena do patgeno (Liu & Sutton, 2002). Com a aplicao de C.

    rosea (isolado IK726) para controle de Pythium tracheiphilum em couve

    chinesa, ocorreu o controle do patgeno e as plantas ganharam incremento de

    10% na produo (Moller et al., 2003).

    Al-Rawahi & Hancock (1998) demonstraram a capacidade de P.

    oligandrum na promoo de crescimento em plantas de pepino e no controle

    biolgico de Verticilium dahliae. Os autores atriburam ao mecanismo de

    promoo de crescimento o sucesso de controle biolgico do fitopatgeno.

  • 17

    3 MATERIAL E MTODOS

    3.1 Produo de alface em sistema hidropnico

    Para a produo de alface, sementes da cultivar crespa Vera, produzidas

    pela empresa Sakata Seed Amrica, foram semeadas em espumas fenlicas 2,0

    x 2,0 x 2,0cm (Green-up Atlanta) e mantidas nestas at atingirem o ponto de

    desenvolvimento para a transferncia para o berrio. O tempo mdio entre a

    semeadura e o ponto de transplante foi de, aproximadamente, 16 dias. Aps esse

    perodo, as clulas da espuma fenlica foram destacadas e as mudas transferidas

    para um sistema de produo de mudas denominado berrio.

    O berrio contm 10 canaletas de 6,4m de comprimento, 1,5m de

    largura e 1,22m de altura, e 60 furos de 3cm dimetro por canaleta, com 30% de

    declividade. O sistema alimentado por uma bomba de mquina de lavar roupa,

    com uma caixa como reservatrio com capacidade para 100L de soluo

    nutritiva. As plntulas permaneciam no berrio at atingirem o ponto de

    transferncia para o sistema definitivo, em mdia, 19 dias.

    O sistema de produo definitivo de alface utilizado no experimento

    constitudo de dois tipos, sob e fora do telado (Figura 1). Sob telado (SST), o

    sistema formado de duas mesas de 1,22m de altura e 1,5m de largura e 15% de

    declividade. Cada mesa possui seis canaletas de 5,9m de comprimento, com 23

    furos de 5cm de dimetro. Cada canaleta possui um tanque sob a mesa para a

    soluo nutritiva a qual reciclada por uma bomba de aqurio submersa da

    marca Sarlo Better, modelo B500, com capacidade para 540L/h e tanques

    reservatrios de soluo nutritiva com capacidade para o volume de 50L. O

    sistema fora do telado (SFT) semelhante ao sob telado. No entanto, as bombas

    utilizadas para este sistema pertencem marca Resun modelo SP-2500 L e tm a

  • 18

    capacidade de 1400L/h e os tanques reservatrios de soluo nutritiva possuem a

    capacidade de 100L de gua.

    3.2 Preparao da soluo nutritiva e monitoramento da condutividade

    eltrica, pH e temperatura

    A preparao da soluo nutritiva foi feita em gua no clorada, por

    meio da diluio de um kit composto com macro e micronutrientes para a

    produo de alface hidropnica (produzido pela Qualifrtil Comrcio e

    Representaes Ltda). A condutividade eltrica (CE) da soluo nutritiva do

    berrio foi mantida em 0,7mS. Por outro lado, a do sistema definitivo foi

    mantida em 1,5 mS, com monitorao a cada 4 dias.

    O monitoramento da temperatura da gua foi realizado diariamente, no

    perodo da manh e da tarde, por meio de um termmetro Chektemp. Tambm

    foram medidas diariamente as temperaturas mximas e mnimas do ar, com

    auxlio de um termmetro de mxima e mnima.

    O pH da soluo nutritiva foi determinado a cada quatro dias,

    conjuntamente com a medio da condutividade eltrica.

  • 19

    FIGURA 1. Sistema de produo definitivo de alface hidropnica: A) sistema de produo fora do telado, e B) tanques e canaletas do sistema de produo sob telado.

    A

    B

  • 20

    3.3 Microrganismos utilizados

    Utilizaram-se no trabalho dois isolados de P. aphanidermatum,

    provenientes da coleo de culturas da Embrapa Meio Ambiente (CCMA 242) e

    do Instituto de Botnica de So Paulo (SPC 1973), obtidos de plantas de pepino.

    Os agentes de controle biolgico utilizados foram: Clonostachys rosea,

    isolado Cr61, obtidos de plantas de morango da cidade de Bento Gonalves, RS;

    Trichoderma sp. obtido em solo cultivado com algodo no municpio de Roda

    Velha, BA; Bacillus subtilis, isolado AP-3, descrito por Bettiol (1988);

    Paenibacillus lentimorbus, isolado da rizosfera de feijoeiro da regio de Guair,

    SP todos mantidos na coleo de culturas da Embrapa Meio Ambiente;

    Saccharomyces cerevisiae (fermento biolgico Itaiquara, produzido na Usina

    Itaiquara de Acar e lcool S.A, no municpio de Tapiratiba, SP); Pythium

    oligandrum (Polyversum, produzido pela Biologisches Pflanzen Hilsfs-Und

    Starkungsmittel e introduzido pela Biocontrol Ltda, com Registro Especial

    Temporrio).

    Alm dos agentes de controle biolgico, foram estudados mais dois

    produtos: Fishfrtil (fertilizante orgnico obtido pela fermentao de pescados

    frescos marinhos, indicado como ativador do metabolismo geral das plantas e

    usado para aumentar a resistncia das plantas - Gerbi Ltda, Tabela 1) e o produto

    P.S.B Solan, fornecido pela Enzimac Indstria Orgnica Ltda, como sendo

    uma formulao de Rodopseudomonas. P.S.B um produto orgnico indicado

    para controle de diversas doenas foliares e radiculares e, como agente promotor

    de crescimento de plantas, sua utilizao realizada por produtores de alface

    hidropnica para controle da podrido de raiz causada por Pythium. De acordo

    com o representante comercial da empresa, sua formulao realizada por meio

    da fermentao da bactria Rodopseudomonas sp. em resduo da indstria

    Fleischmann. No entanto, a bactria isolada do produto foi identificada como

  • 21

    Bacillus sphaericus, por meio da anlise de cidos graxos realizada no

    Laboratrio de Microbiologia Ambiental, da Embrapa Meio Ambiente.

    TABELA 1. Atributos do produto Fishfrtil

    P/P (P/V)

    Nitrognio 1% 11,5g/L P2O5 sol. emH2O 2% 23g/L Clcio 1% 11,5g/L Ferro 0,25% 2,88g/L Mangans 0,05% 0,58g/L Molibdnio 0,01% 0,12g/L Carbono orgnico 18% 207g/L

    3.4 Produo dos microrganismos

    Para a produo de inculo de P. aphanidermatum utilizaram-se trs

    tcnicas: 1) produo de miclio, 2) produo de miclio e zosporos e 3)

    produo de zosporos.

    1) Para a produo de miclio, P. aphanidermatum foi mantido em

    placas de Petri contendo aproximadamente 20mL do meio de cultura V8

    (100mL de suco de tomate V8 e 16g de gar em 900mL de gua destilada). Para

    tanto, as culturas foram incubadas por cinco dias a 25oC 1C, sob regime de

    luz continua.

    2) Para a produo de miclio e zosporos, foi utilizada a tcnica de

    produo de zosporos descrita por Rahimian e Banihashemi (1979). O cultivo

    de Pythium foi realizado em meio de cultura V8 na concentrao de 10% por 48

    horas, sob regime de luz fluorescente a 25C 1C. Decorrido o perodo, o meio

    contido nas placas foi cortado em tiras de 1 cm de espessura e metade do

    contedo de uma placa foi transferido para outra placa. Adicionaram-se em cada

  • 22

    placa, 20mL de gua destilada e as culturas foram incubadas por mais 48 horas

    sob regime de luz fluorescente a 25C 1C. Aps 48 horas, a gua das placas

    foi novamente trocada e as culturas foram incubadas por mais quatro horas, a

    20oC 1C para liberao dos zosporos. O miclio e os zosporos foram

    utilizados para inoculao das plantas (Figura 2).

    3) Para a produo de zosporos, P. aphanidermatum foi cultivado em

    placas de Petri contendo meio de cultura suco de tomate (V8 acrescido de 2g de

    CaCo3/1000mL) durante quatro dias em regime de luz continua, a 25oC 1C.

    Decorrido este perodo, o meio de cultura com crescimento micelial foi cortado

    em tiras de aproximadamente 1cm de largura e metade do contedo foi

    transferida para outra placa vazia. Adicionoram-se, em cada placa de Petri,

    aproximadamente 20mL de gua destilada autoclavada e seguiu-se a incubao

    em regime de luz continua, a 25oC 1C, durante mais quatro dias. Aps a

    incubao das culturas no perodo descrito o lquido das placas foi retirado e

    substitudo por mais 20mL de gua destilada autoclavada, aps

    aproximadamente 4 horas ocorreu a liberao dos zosporos (Figura 3). A

    concentrao utilizada para a inoculao foi ajustada para 1x104 zosporos/mL.

  • 23

    FIGURA 2. Produo de zosporos e miclio de Pythium aphanidermatum

    FIGURA 3. Produo de zosporos de Pythium aphanidermatum

    Placas de Petricom meio de

    cultura V8 a 10%

    V8V8

    P. aphanidermatum

    25 1oCluz contnua

    48 horas

    25 1oCluz contnua

    48 horas

    1 cm2

    O meio de cultura foi cortado

    1 cm2

    O meio de cultura foi cortado Metade do contedo

    foi transferidopara outra placa

    20mL de gua destilada

    autoclavada25 1oC luz contnua

    48 horas

    Nova troca de gua e incubao 20+-1oC

    por 4 horaspara liberao dos zosporos

    Aps o recolhimento dos zosporos o meio de cultura foi agitado por 30s no

    Mix para inoculao.

    1 cm

    O meio de culturafoi cortado

    foi transferido

    20mL de guadestilada

    autoclavada

    Nova troca de guae aps 4 horas ocorreu a

    liberao dos zosporos

    Metade do contedo

    para outra placa

    25 1oC luz contnuaquatro dias

    25 1oCluz contnuaquatro dias

  • 24

    Clonostachys rosea foi multiplicado em sacos de polipropileno

    (25x35cm) contendo arroz com casca. Anteriormente inoculao com C. rosea

    o arroz foi lavado e cozido por aproximadamente 1 hora em gua destilada.

    Aps o resfriamento e retirada do excesso de gua do arroz por meio de

    escoamento, foram adicionadas 600g de arroz por cada saco de polipropileno.

    Os sacos de polipropileno foram autoclavados em dois dias alternados por 30

    minutos. Aps as autoclavagens, adicionaram-se 10mL de uma suspenso

    contendo 2x107 condios/mL de Clonostachys por saco e procedeu-se

    incubao em sala de crescimento com fotoperodo de 12 horas, a 25OC 1C,

    por 10 dias. Transcorrido o perodo, em cada saco foi aberto um orifcio para

    instalao de uma janela com papel filtro esterilizado e incubado por mais vinte

    dias.

    A produo de Trichoderma foi realizada em substrato base de arroz.

    Adicionaram-se, em sacos de polipropileno (25x35cm), 400g de arroz + 125mL

    de gua destilada. Aps autoclavagem por 20 minutos, adicionaram-se nos sacos

    10mL de suspenso (106condios/mL) do fungo obtida pela diluio de uma

    placa de Petri, tomada com o crescimento do fungo em um litro de gua

    destilada autoclavada. Depois de 14 dias de incubao a 25OC 1C, sob luz

    constante e homogeneizao em dias alternados, o inculo foi utilizado nos

    experimentos.

    A produo de Bacillus subtilis e Paenibacillus lentimorbus foi

    realizada em meio de cultura lquido (0,5% de milhocina + 0,5% de melao +

    0,3% de fosfato monobsico), em fermentador Microferm (Produzido pela New

    Bronswick Scientific C.O INC) ou em shaker, a 180 rpm, por cinco dias. Para

    tanto, 1000 mL de inculo foram transferidos para o meio de cultura contido no

    fermentador.

  • 25

    3.5 Avaliao da promoo de crescimento de plantas de alface cultivadas

    em sistema hidropnico

    3.5.1 Promoo de crescimento com Trichoderma sp.

    Para a avaliao da capacidade de Trichoderma em promover o

    crescimento em plantas de alface foram aplicadas suspenses do fungo para

    atingir as concentraes de 107, 106, 105, 104 e 103 e 0 condios/mL de

    Trichoderma nos tanques de soluo nutritiva, aps 24 horas da transferncia

    das plantas do berrio para o sistema definitivo. As plantas utilizadas neste

    experimento permaneceram 12 dias na espuma fenlica, 24 dias no berrio e 11

    dias no sistema definitivo (SFT) na qual, o Trichoderma foi aplicado. A

    avaliao das plantas foi realizada aps 11 dias, determinando-se a massa fresca

    da parte area e do sistema radicular. Tambm foi determinada a massa seca do

    sistema radicular. O ensaio foi desenvolvido durante os meses de junho e julho

    de 2005.

    Um segundo ensaio com Trichoderma foi realizado, tendo a

    metodologia sido mesma descrita no ensaio anterior, somente com algumas

    mudanas no perodo em que as plantas permaneceram na espuma fenlica (22

    dias), no berrio (20 dias) e 17 no sistema definitivo. A avaliao das plantas

    foi realizada aps 17 dias, determinando-se a massa fresca e seca das plantas.

    Neste segundo ensaio, tambm foi realizada a monitorao da populao de

    Trichoderma na soluo nutritiva. Para tanto, amostras da soluo nutritiva dos

    tanques foram diludas em srie (10-3) e uma alquota de 100 L foi transferida

    para meio de Martin (1g de KH2PO4; 0,5g de MgSO4.7H2O; 5,0g de peptona;

    10g de dextrose; 0,03g de rosa bengala; 16 g de gar em 1000mL de gua

    destilada e 0,03g de sulfato de estreptomicina adicionado aps autoclavagem)

    contido em placas de Petri. As placas foram mantidas a 25OC 1C, no escuro.

    Transcorridas 24 horas foram contados os nmeros de colnias por placa. O

    ensaio foi desenvolvido durante o perodo de julho e agosto de 2005.

  • 26

    Ainda um terceiro ensaio foi realizado com esse antagonista, tendo a

    mesma metodologia sido descrita anteriormente. Nesse ensaio, as plantas

    permaneceram na espuma fenlica por 17 dias, no berrio por 13 dias e 21 dias

    no sistema definitivo. O ensaio foi desenvolvido nos meses de agosto e setembro

    de 2005. O delineamento experimental foi arranjado em dois blocos

    casualizados com seis tratamentos, em que cada parcela experimental foi

    constituda por 20 plantas.

    3.5.2 Promoo de crescimento com Clonostachys rosea

    Na avaliao da capacidade de C. rosea em promover o crescimento de

    plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, testaram-se as mesmas

    concentraes utilizadas para os ensaios com Trichoderma. As plantas

    permaneceram na espuma fenlica por 17 dias, no berrio por 13 dias e no

    sistema definitivo, sob telado, por 21 dias, quando foram determinadas as

    massas fresca e seca das plantas. A populao de Clonostachys na soluo

    nutritiva foi determinada de forma semelhante ao descrito para Trichoderma,

    sendo utilizado o meio de cultura PSTA (200g de batata, 15g de D-glucose, 12g

    de gar, 1000mL de gua destilada e 2mL de Triton XR 100 + 100mg de sulfato

    de estreptomicina adicionados aps autoclavagem) e a incubao ocorreu por 72

    horas, a 25OC 1C, sob luz constante. O ensaio foi desenvolvido nos meses de

    agosto e setembro de 2005. O delineamento experimental foi arranjado em dois

    blocos casualizados com seis tratamentos, em que cada parcela experimental foi

    constituda por 20 plantas.

  • 27

    3.5.3 Promoo de crescimento com Bacillus subtilis

    Na soluo nutritiva, foi adicionado o meio de cultura fermentado por B.

    subtilis, nas concentraes de 0%; 0,1%, 1% e 10%. Alm desses tratamentos,

    foram estudados os efeitos das concentraes de 1% e 10% de meio de cultura

    nos tanques de soluo nutritiva. O meio de cultura, fermentado ou no, foi

    acrescido na soluo nutritiva aps 24 horas da transferncia das plantas para o

    sistema definitivo. As plantas permaneceram por 22 dias na espuma fenlica, 21

    dias no berrio e 14 dias no sistema definitivo fora do telado, quando foram

    determinadas as massas fresca e seca das plantas. O ensaio foi desenvolvido nos

    meses de setembro e outubro de 2005. O delineamento experimental foi

    arranjado em dois blocos casualizados com seis tratamentos, em que cada

    parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

    3.5.4 Promoo de crescimento com Paenibacillus lentimorbus

    Para se avaliar a promoo de crescimento de plantas de alface

    cultivadas em sistema hidropnico, sob telado, com P. lentimorbus, utilizou-se a

    mesma metodologia descrita para o ensaio com B. subtilis, sendo realizado

    tambm no mesmo perodo.

    3.5.5 Promoo de crescimento com Saccharomyces cerevisiae

    Saccharomyces cerevisiae foi avaliado como agente promotor de

    crescimento, por meio da aplicao de 50, 100, 250, 500 e 1000 gramas do

    produto comercial fermento biolgico Itaiquara/50L de soluo nutritiva,

    correspondentes a 1x106, 2x106, 5x106, 1x107 e 2x107 clulas/mL,

    respectivamente. O produto foi aplicado nos tanques aps cinco dias da

    transferncia das plantas para o sistema definitivo. As plantas permaneceram na

    espuma fenlica por 11 dias, no berrio por 22 dias e por 18 dias no sistema

    definitivo sob telado. O ensaio foi desenvolvido nos meses de setembro e

  • 28

    outubro de 2005. A avaliao foi realizada aps 18 dias, determinando-se a

    massa fresca das plantas. O delineamento experimental foi arranjado em dois

    blocos casualizados com seis tratamentos, onde cada parcela experimental foi

    constituda por 20 plantas.

    3.5.6 Promoo de crescimento com Polyversum

    O produto comercial Polyversum (Pythium oligandrum) foi aplicado

    nos tanques de soluo nutritiva nas concentraes de 12,5, 25 e 50g do

    produto/50L, aps 24 horas de transferncia das plantas para sistema definitivo

    sob telado. As plantas desenvolveram-se na espuma fenlica por 14 dias, no

    berrio por 20 dias. A avaliao foi realizada aps as plantas permanecerem 14

    dias, no sistema definitivo determinando-se as massas fresca e seca das plantas.

    O ensaio foi desenvolvido durante o perodo de outubro e novembro de 2005. O

    delineamento experimental foi arranjado em dois blocos casualizados com seis

    tratamentos, em que cada parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

    3.5.7 Promoo de crescimento com o produto comercial P.S.B Solan

    O produto comercial P.S.B Solan foi testado como agente promotor de

    crescimento de plantas de alface por meio da adio de 0; 0,25; 0,5; 0,75; 1 e 2g

    do produto/100L de soluo nutritiva. A adio do produto foi realizada aps

    cinco dias da transferncia das plantas para sistema definitivo. As plantas

    permaneceram 11 dias na espuma fenlica, 22 dias no berrio e 19 dias no

    sistema definitivo fora do telado. A avaliao foi realizada aps 19 dias

    determinando-se as massas fresca e seca das plantas. O ensaio foi desenvolvido

    nos meses de setembro e outubro de 2005. O delineamento experimental foi

    arranjado em dois blocos casualizados com seis tratamentos, em que cada

    parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

  • 29

    3.5.8 Promoo de crescimento com fertilizante base de fermentado de

    peixe

    Avaliou-se o fermentado de pescado Fishfrtil como agente promotor

    de crescimento por meio da aplicao de 50, 100, 150 e 250mL do

    fermentado/100L de soluo nutritiva, aps 24 horas de transferncia das plantas

    para sistema definitivo. O perodo de permanncia das plantas na espuma

    fenlica foi de 14 dias e de 20 dias no berrio. A avaliao ocorreu aps 14 dias

    de transferncia para o sistema definitivo (SFT). O ensaio foi desenvolvido nos

    meses de outubro e novembro de 2005. O delineamento experimental foi

    arranjado em dois blocos casualizados com seis tratamentos, em que cada

    parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

    3.6 Avaliao do potencial de controle biolgico de Pythium

    aphanidermatum em plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico

    3.6.1 Potencial de Clonostachys rosea no controle da doena

    Trs ensaios foram instalados para avaliar o potencial de C. rosea no

    controle de P. aphanidermatum em alface. No primeiro, o agente de biocontrole

    foi aplicado: 1) trs dias antes e no momento da inoculao com o patgeno e 2)

    trs dias antes, no momento e trs dias aps a infestao com o fitopatgeno. Os

    demais tratamentos foram: Clonostachys sem a infestao com o patgeno e

    testemunha com e sem infestao. A concentrao de C. rosea utilizada na

    infestao dos tanques de soluo nutritiva foi de 106 condios/mL. Realizou-se

    a infestao com o isolado CCMA 242, que foi produzido conforme

    metodologia descrita na tcnica 1 de produo de inculo de P.

    aphanidermatum, por meio da introduo, na soluo nutritiva, de um sach de

    tela de nilon com cinco placas de meio de cultura V8 com o patgeno em pleno

    desenvolvimento.

  • 30

    Transcorrido o perodo de trs dias, as culturas foram retiradas dos

    tanques. As plantas permaneceram na espuma fenlica por sete dias, no berrio

    por 17 dias e 21 dias no sistema definitivo, sob e fora do telado. Alm da

    avaliao das massas das plantas, foram realizadas recuperaes de P.

    aphanidermatum e C. rosea das razes da alface. A recuperao do patgeno das

    razes foi realizada por meio do plaqueamento de 10 fragmentos de

    aproximadamente 1 cm de comprimento das razes, em meio de cultura gar-

    gua, acrescido de ampicilina (250mg/L) e rifampicina (10mg/L). A incidncia

    do patgeno na raiz foi determinada aps quatro dias de incubao, a 25oC

    1C, sob regime de luz constante.

    Utilizou-se a mesma metodologia descrita na recuperao de P.

    aphanidermatum para a recuperao de Clonostachys nas razes. No entanto,

    utilizou-se o meio de cultura PAM (200mg de cloranfenicol, 0,1mL de paraquat

    e 16g de gar, em 1000mL). O experimento foi instalado nos meses de fevereiro

    e maro 2005. O delineamento experimental foi arranjado em dois blocos

    casualizados com seis tratamentos, em que cada parcela experimental foi

    constituda por 12 plantas.

    No segundo ensaio, C. rosea foi introduzido nos tanques da soluo

    nutritiva: 1) dois dias antes da infestao com o patgeno (-2), 2) no momento

    em que o patgeno foi aplicado (0), e 3) dois dias antes, no momento e trs dias

    aps o patgeno ser aplicado (-2, 0 e +3). Como tratamentos adicionais, foram

    estudados: testemunha com e sem a inoculao com o fitopatgeno e plantas

    desenvolvidas em soluo nutritiva com C. rosea sem o fitopatgeno. Utilizou-

    se a mesma concentrao de C. rosea do ensaio anterior. A produo de inculo

    de Pythium foi realizada pela tcnica 2, descrita no item produo de

    microrganismos. A inoculao foi realizada com o CCMA 242, na metade das

    plantas, isto , 10 plantas, por meio da deposio de razes das plantas em uma

    suspenso de miclio + zosporos, por 20 horas. Para a inoculao das plantas, o

  • 31

    lquido das placas de Petri composto por uma suspenso de zosporos (1x104

    zosporos/mL) foi recolhido em um bcker, e o meio de cultura com

    crescimento micelial contido nas placas foi agitado em mix por 30 segundos.

    Utilizaram-se 20 placas com crescimento micelial para 800mL de gua

    destilada. A inoculao foi realizada adicionando-se 100mL da suspenso de

    zosporos + 100mL da suspenso de miclio + 100mL de uma soluo nutritiva

    com condutividade eltrica de 0,7 mS em uma bandeja na qual as plantas foram

    acondicionadas, de modo que a suspenso cobriu todo o sistema radicular. Na

    outra metade das plantas, a inoculao foi natural, isto , com o inculo

    fornecido pelas plantas inoculadas artificialmente.

    As plantas permaneceram em espuma fenlica por 7 dias, no berrio

    por 22 dias e 33 dias no sistema definitivo, sob e fora do telado. O ensaio foi

    instalado nos meses de maro e abril de 2005. O delineamento experimental foi

    arranjado em dois blocos casualizados com seis tratamentos, em que cada

    parcela experimental foi constituda por 26 plantas.

    No terceiro ensaio, C. rosea foi aplicado nos tanques da soluo

    nutritiva da seguinte forma: 1) dois dias antes e no momento da inoculao, na

    concentrao de 105 condios/mL, 2) dois dias antes e no momento da inoculao

    (-2 e 0), na concentrao de 106 condios/mL, 3) dois dias antes, no momento e

    trs dias aps a inoculao, na concentrao de 105 condios/mL e 4) dois dias

    antes, no momento e trs dias aps a inoculao (-2, 0 e +3), na concentrao de

    106 condios/mL. Como tratamentos adicionais foram estudados testemunha com

    ou sem inoculao com o fitopatgeno. Procedeu-se a inoculao de todas as

    plantas conforme tcnica descrita no ensaio anterior, em que as razes das

    plantas permaneceram por 15 horas submersas na suspenso de miclio +

    zosporos do isolado (CCMA 242). A permanncia das plantas na espuma

    fenlica foi de 26 dias, no berrio de nove dias e 26 dias no sistema definitivo,

    sob e fora do telado. O ensaio foi instalado nos meses de junho e julho de 2005.

  • 32

    O delineamento experimental foi arranjado em dois blocos casualizados com

    seis tratamentos, em que cada parcela experimental foi constituda por 30

    plantas.

    3.6.2 Potencial de Clonostachys rosea, Trichoderma sp., Saccharomyces

    cerevisiae e Polyversum no controle da doena

    Considerando-se os dados dos testes com promoo de crescimento

    foram utilizadas as seguintes concentraes dos agentes de biocontrole: C. rosea

    e Trichoderma (106 condios/mL), S. cerevisiae (25 g do fermento biolgico

    Itaiquara, correspondente 5x105 clulas/mL) e Polyversum (12,5g/50L de

    soluo nutritiva) adicionados nos tanques de soluo nutritiva dois dias antes e

    quatro dias aps a inoculao de P. aphanidermtatum (isolado SPC 1973) na

    metade das plantas, sendo considerada inoculao artificial. Na outra metade das

    plantas, a inoculao foi natural, isto , com o inculo fornecido pelas plantas

    inoculadas artificialmente. A inoculao foi realizada mantendo-se as razes das

    plantas imersas em suspenso de zosporos (1x104/mL) do isolado SPC 1973

    por 30 minutos. A produo do inculo do patgeno foi descrita na tcnica 3 do

    item 3.4. As plantas utilizadas neste experimento permaneceram 10 dias em

    espuma fenlica, 19 dias no berrio e 19 dias no sistema definitivo sob telado.

    O experimento foi instalado no perodo de novembro a dezembro de 2005. O

    delineamento experimental foi arranjado em dois blocos casualizados com seis

    tratamentos, em que cada parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

    3.6.3 Potencial de Bacillus subtilis, Paenibacillus lentimorbus, P.S.B e

    fermentado de peixe no controle da doena

    Avaliaram-se, para o controle biolgico da podrido de raiz, os seguintes

    tratamentos: 1) meio de cultura fermentado por B. subtilis (1L/100L de soluo

    nutritiva), 2) meio de cultura fermentado por P. lentimorbus (1L/100L de

  • 33

    soluo nutritva), 3) 2g de P.S.B/100L de soluo nutritiva e 4) 15 mL do

    fermentado de peixe Fishfrtil/100L de soluo nutritiva. Os produtos foram

    introduzidos dois dias antes (-2) e quatro dias aps (+4) a inoculao com o

    patgeno (isolado SPC 1973) na metade das plantas conforme ensaio anterior.

    As plantas utilizadas neste experimento permaneceram 10 dias em espuma

    fenlica, 19 dias no berrio e 19 dias no sistema definitivo fora do telado. O

    experimento foi instalado no perodo de novembro e dezembro, de 2005. O

    delineamento experimental foi arranjado em dois blocos casualizados com seis

    tratamentos, em que cada parcela experimental foi constituda por 20 plantas.

    3.7 Anlise estatstica

    Os testes F, varincia e Tukey, com probabilidade de 5%, foram

    realizados utilizando-se o Programa Estatstico SAS.

  • 34

    4 RESULTADOS

    4.1 Promoo de crescimento

    4.1.1 Promoo de crescimento com Trichoderma sp.

    No primeiro ensaio, o Trichoderma, nas concentraes estudadas, no

    promoveu o crescimento das plantas (Figuras 4 e 5). No entanto, na

    concentrao de 107 condios/mL, o desenvolvimento das plantas foi

    comprometido (Figuras 4 e 5). O maior valor de massa fresca e seca do sistema

    radicular desse tratamento foi devido densa biomassa de Trichoderma aderida

    nas razes (Figura 6).

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area fresca sistema radicular fresco total fresca

    FIGURA 4. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    a a a a a

    b

    cd c cd b a d

    a a a a

    b

    a

  • 35

    0,52

    0,54

    0,56

    0,58

    0,6

    0,62

    0,64

    0,66

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema radicular seco

    FIGURA 5. Massa seca do sistema radicular de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    a

    b

    b

    b

    b b

  • 36

    FIGURA 6. Plantas de alface tratadas com diferentes concentraes de Trichoderma (A e B). A. 1 = 107condios/mL; 2 = 106condios/mL; 3 = 105condios/mL; 4 = 104condios/mL; 5 = 103condios/mL e 6 = testemunha. B. Sistema radicular de alface tratada com 107condios/mL de Trichoderma. C. Colnias de Trichoderma em meio de Martin.

    A C

    B

    1

    6 5 4

    3 2

  • 37

    Nas Figuras 7 e 8 verifica-se que o isolado de Trichoderma sp., de forma

    semelhante ao ensaio anterior, no promoveu o crescimento das plantas. As

    massas foram superiores ao primeiro ensaio, pois, as plantas permaneceram

    quase o dobro do tempo no sistema definitivo. A populao de Trichoderma na

    soluo nutritiva do ensaio 2 foi reduzida em aproximadamente mil vezes, aps

    seis dias de sua aplicao nos tanques (Tabela 2), mantendo a tendncia de

    reduo tambm aps 13 dias.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area fresca sistema radicular fresco total fresca

    FIGURA 7. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    ab

    b ab a

    c

    ab

    a b

    b

    ab

    b

    b

    b

    a

    a

    a

    a

    a

  • 38

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area seca sistema radicular seco total seco

    FIGURA 8. Massa da parte area, radicular e total seca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    TABELA 2. Populao de Trichoderma na soluo nutritiva, no perodo de seis e treze dias aps infestao com o agente de biocontrole.

    Tratamento Primeira avaliao ufc/mL (+6 dias)

    Segunda avaliao ufc/mL (+ 13 dias)

    Testemunha 0 * 0 Trichoderma 103 condios/mL 5 0 Trichoderma 104 condios/mL 51 0 Trichoderma 105 condios/mL 5,65 x 102 10,33 Trichoderma 106 condios/mL 4,8 x 103 30 Trichoderma 107 condios/mL 8 x 104 3,6 x 103 * dados so mdias de quatro repeties em unidades formadoras de colnia/mL (ufc/mL)

    ab

    a ab a

    a a

    a

    a

    a

    ab

    a

    a

    b

    a

    a

    a a

    a

  • 39

    Os resultados do terceiro ensaio com o isolado de Trichoderma sp.

    comportaram-se de forma semelhante aos ensaios anteriores, no ocorrendo a

    promoo de crescimento das plantas (Figuras 9 e 10) e ocorrendo efeito

    prejudicial de diminuio da massa das plantas submetidas concentrao 107

    condios/mL de Trichoderma.

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    180

    200

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area fresca sistema radicular fresco total fresca

    FIGURA 9. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    b

    c

    ab

    c

    ab b

    ab

    ab

    ab

    ab

    ab a

    c

    bc

    a

    ab

    c

    a

  • 40

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    8

    9

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area seca sistema radicular seco total seco

    FIGURA 10. Massa da parte area, radicular e total seca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Trichoderma sp. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    4.2.1 Promoo de crescimento com Clonostachys rosea

    A aplicao de Clonostachys, em todas as concentraes testadas, no

    promoveu o crescimento das plantas de alface, mas tambm no inibiu o seu

    crescimento (Figuras 11 e 12). A populao de C. rosea na soluo nutritiva

    reduziu acentuadamente aps quatro dias de sua aplicao nos tanques.

    Entretanto, ocorreu a visualizao de seu crescimento no sistema radicular das

    plantas. Aps 19 dias, no foi recuperado Clonostachys da soluo nutritiva

    (Tabela 3).

    b

    bc

    a

    a

    a

    bc a

    a

    a

    ab ab

    ab

    c

    a ab a

    ab

    c

    a

  • 41

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area fresca sistema radicular fresco total fresca

    FIGURA 11. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Clonostachys rosea. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%. Dados sem letra no foram significativos no teste F.

    a

    a

    a

    ab

    a

    ab

    a

    a a

    ab

    b ab

  • 42

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    1,00E+03 1,00E+04 1,00E+05 1,00E+06 1,00E+07 test.

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area seca sistema radicular seco total seca

    FIGURA 12. Massa da parte area, radicular e total seca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Clonostachys rosea. Dados no significativos, pelo teste F.

    TABELA 3. Populao de Clonostachys rosea na soluo nutritiva, no perodo de quatro e 19 dias aps infestao com o agente de biocontrole.

    Tratamento Primeira avaliao ufc/mL

    (+4 dias)

    Segunda avaliao ufc/mL

    (+ 19 dias) Testemunha 0 * 0 Clonostachys rosea 103 condios/mL 0 0 Clonostachys rosea 104 condios/mL 11,5 0 Clonostachys rosea 105 condios/mL 10 0 Clonostachys rosea 106 condios/mL 51,5 0 Clonostachys rosea 107 condios/mL 2,65 x 102 0 * dados so mdias de quatro repeties expressas em unidades formadoras de colnia/mL

  • 43

    4.1.3 Promoo de crescimento com Bacillus subtilis

    A aplicao, do meio fermentado por B. subtilis ou no, na concentrao

    de 10%, reduziu significativamente o desenvolvimento das plantas (Figuras 13 e

    14). Por outro lado, o meio fermentado com B. subtilis nas menores

    concentraes estimulou o desenvolvimento das plantas (Figuras 13 e 14).

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    90

    100

    0,1%Bacillussubtilis

    1% Bacillussubtilis

    10% Bacillussubtilis

    1% meio decultura

    10% meio decultura

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    parte area sistema radicular total

    FIGURA 13. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Bacillus subtilis. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%. Dados sem letra no foram significativos no teste F.

    b a

    ab

    c

    a

    d

    ab

    a

    c

    b

    c

    ab

  • 44

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    0,1% Bacillussubtilis

    1% Bacillussubtilis

    10% Bacillussubtilis

    1% meio decultura

    10% meio decultura

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    parte area sistema radicular total

    FIGURA 14. Massa da parte area, radicular e total seca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Bacillus subtilis. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    4.1.4 Promoo de crescimento com Paenibacillus lentimorbus

    A aplicao do meio de cultura na concentrao de 10% causou

    fitotoxicidade nas plantas, diminuindo o seu desenvolvimento (Figuras 15 e 16).

    Os demais tratamentos no diferiram estatisticamente da testemunha em relao

    s massas da parte area, radicular e total fresca e seca (Figuras 15 e 16).

    b

    a

    b

    a

    b

    a

    a

    a

    a

    a

    ab

    ab

    b

    a

    b

    bc

    c

    a

  • 45

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    80

    0,1%Paenibacilluslentimorbus

    1%Paenibacilluslentimorbus

    10%Paenibacilluslentimorbus

    1% meio decultura

    10% meio decultura

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    parte area sistema radicular total

    FIGURA 15. Massa da parte area, radicular e total fresca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Paenibacillus lentimorbus. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    a

    ab

    ab

    a

    b

    ab

    a

    c

    b

    ab

    ab

    ab

    b

    ab b

    b

    c

    a

  • 46

    0

    0,5

    1

    1,5

    2

    2,5

    3

    3,5

    4

    4,5

    0,1%Paenibacilluslentimorbus

    1%Paenibacilluslentimorbus

    10%Paenibacilluslentimorbus

    1% meio decultura

    10% meio decultura

    testemunha

    mas

    sa (

    g/pl

    anta

    )

    parte area sistema radicular total

    FIGURA 16. Massa da parte area, radicular e total seca de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico, aps tratamento com Paenibacillus lentimorbus. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    4.1.5 Promoo de crescimento com Saccharomyces cerevisiae

    A aplicao de 1.000, 500 e 250g/50L de fermento biolgico Itaiquara

    base de S. cerevisiae reduziu acentuadamente o desenvolvimento das plantas de

    alface (Figuras 17 e 18). Por outro lado, nas concentraes de 100 e 50g/50 L, o

    desenvolvimento foi semelhante ao da testemunha (Figuras 17 e 18).

    a

    bc

    a

    a

    b

    ab

    a

    a

    a

    a

    a

    b

    a

    a c

    a

    a a

  • 47

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    1000gfermentobiolgico

    500gfermentobiolgico

    250gfermentobiolgico

    100gfermentobiolgico

    50g fermentobiolgico

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    parte area sistema radicular massa total

    FIGURA 17. Efeito de Saccharomyces cerevisiae, fornecido pelo fermento biolgico Itaiquara, na massa fresca do sistema areo, radicular e total de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    c

    b

    c c

    c

    a

    a

    c c b

    c

    b

    a

    a

    a

    b

    a

    a

  • 48

    0

    0,1

    0,2

    0,3

    0,4

    0,5

    0,6

    0,7

    0,8

    0,9

    1

    1000gfermentobiolgico

    500gfermentobiolgico

    250gfermentobiolgico

    100gfermentobiolgico

    50g fermentobiolgico

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema radicular

    FIGURA 18. Efeito de Saccharomyces cerevisiae, fornecido pelo fermento biolgico Itaiquara, na massa na massa seca do sistema radicular e plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    4.1.6 Promoo de crescimento com Polyversum

    A aplicao do produto Polyversum, formulado base de P.

    oligandrum, no apresentou efeito em promover o crescimento de alface nas

    concentraes testadas, quando analisada a massa da parte area e total.

    Entretanto, na concentrao de 50g/50L de soluo nutritiva foi verificado

    incremento no sistema radicular das plantas, diferindo estatisticamente de todos

    os tratamentos (Figuras 19 e 20).

    c

    c c

    b

    b

    a

  • 49

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    12,5g dePolyversum

    25g de Polyversum 50g de Polyversum testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema areo sistema radicular total

    FIGURA 19. Efeito de Polyversum, formulado base de P. oligandrum, na massa fresca do sistema areo, radicular e total de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    c

    b

    a

    a a

    a

    a

    a

    c

    a

    a

    a

  • 50

    0

    1

    2

    3

    4

    5

    6

    7

    12,5g de Polyversum 25g de Polyversum 50g de Polyversum testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema areo sistema radicular total

    FIGURA 20. Efeito de Polyversum, formulado base de P. oligandrum, na massa seca do sistema radicular e plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    4.1.7 Promoo de crescimento com P.S.B Solan

    A massa das plantas no foi incrementada com a aplicao do produto,

    tendo a aplicao de 1 e 2g causado um efeito negativo nas plantas (Figuras 21 e

    22).

    a c b d

  • 51

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    PSB 0,25g PSB 0,50g PSB 0,75g PSB 1g PSB 2g testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema areo sistema radicular total

    FIGURA 21. Efeito de PSB na massa fresca do sistema areo, radicular e total de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%. Dados sem letra no foram significativos no teste F.

    c

    bc

    ab bc

    ab c

    a

    a c

    ab c

    ab

  • 52

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    PSB 0,25g PSB 0,50g PSB 0,75g PSB 1g PSB 2g testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema areo sistema radicular total

    FIGURA 22. Efeito de PSB na massa seca do sistema radicular e plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.Dados em letra no diferiram estatisticamente no teste F.

    4.1.8 Promoo de crescimento com fertilizante base de fermentado de

    peixe

    O fermentado de peixe nas concentraes de 250, 150 e 100mL/100L de

    soluo nutritiva reduziu acentuadamente o desenvolvimento das plantas de

    alface (Figuras 23, 24 e 25). Por outro lado, na concentrao de 50mL/100L, no

    diferiu da testemunha (Figuras 23 e 24).

    ab

    ab

    ab

    b

    a

    b

    a

    ab b

    ab

    b

    ab

  • 53

    0

    20

    40

    60

    80

    100

    120

    140

    160

    50mLfermentado de

    peixe

    100mLfermentado de

    peixe

    150mLfermentado de

    peixe

    250mLfermentado de

    peixe

    testemunha

    mas

    sa (g

    /pla

    nta)

    sistema areo sistema radicular total

    FIGURA 23. Efeito de fermentado de peixe (Fishfrtil) na massa fresca do sistema areo, radicular e total de plantas de alface cultivadas em sistema hidropnico. Mdias seguidas pela mesma letra no diferem estatisticamente, no teste de Tukey, a 5%.

    c

    a b

    b e d

    a

    b

    d

    c