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ELE073 Acionamentos Elétricos Trabalho Controle de uma Máquina Síncrona André Sousa Ramos Departamento de Engenharia Eletrônica Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Belo Horizonte, Brasil [email protected] Jordana Laís Vimiero Melo Departamento de Engenharia Eletrônica Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG Belo Horizonte, Brasil [email protected] Resumo Simulação de uma máquina síncrona de ímãs permanentes utilizando o software Simulink e controle desta através de malhas de corrente e de velocidade. Palavras-chave Máquina Síncrona, Controlador, Corrente, Velocidade I. INTRODUÇÃO Uma Máquina Síncrona é uma máquina de corrente alternada que possui uma relação constante entre a frequência de alimentação e a sua velocidade de rotação. Este tipo de máquina é usado em um volume bem menor de aplicações, quando comparadas às Máquinas de Corrente Contínua e de Indução, contudo, existem aplicações onde o uso das máquinas síncronas é, sem dúvida, a melhor escolha. Segundo Martins [1], as seguintes aplicações justificam o uso de uma máquina síncrona. - Aplicações em potência elevada com rotação substancialmente constante; - Aplicação em que se deseja rotação rigorosamente constante, como em relógios elétricos, aparelhos de som; Neste trabalho será simulado um motor de corrente contínua. A simulação será realizada a partir do modelo de motor de corrente contínua originado através das equações diferencias que regem a dinâmica elétrica e mecânica do sistema. O ambiente de simulação será o Matlab. Será projetado um sistema de controle em cascata com malha interna de corrente e malha externa de velocidade . II. EQUAÇÕES DIFERENCIAS QUE REGEM A DINÂMICA DO SISTEMA Figura 1: Circuito Elétrico Equivalente, Fonte: Adorno (4) A queda de tensão na armadura, seguindo o esquemático da figura 1, é dada pela equação diferencial (1), abaixo. (1) Também é possível relacionar a tensão com a velocidade angular do motor, através da equação (2). (2) O torque é relacionado com a rotação através da equação (3).

Controle de Maquinas Sincromas No Matlab

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Simulação do Controle de Maquinas Sincronas no Matlab

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  • ELE073 Acionamentos Eltricos

    Trabalho Controle de uma Mquina Sncrona

    Andr Sousa Ramos

    Departamento de Engenharia Eletrnica

    Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

    Belo Horizonte, Brasil

    [email protected]

    Jordana Las Vimiero Melo

    Departamento de Engenharia Eletrnica

    Universidade Federal de Minas Gerais - UFMG

    Belo Horizonte, Brasil

    [email protected]

    Resumo Simulao de uma mquina sncrona de ms permanentes utilizando o software Simulink e controle desta atravs de

    malhas de corrente e de velocidade.

    Palavras-chave Mquina Sncrona, Controlador, Corrente, Velocidade

    I. INTRODUO

    Uma Mquina Sncrona uma mquina de corrente alternada que possui uma relao constante entre a frequncia de

    alimentao e a sua velocidade de rotao. Este tipo de mquina usado em um volume bem menor de aplicaes, quando comparadas s Mquinas de Corrente Contnua e de Induo, contudo, existem aplicaes onde o uso das mquinas sncronas , sem dvida, a melhor escolha. Segundo Martins [1], as seguintes aplicaes justificam o uso de uma mquina sncrona.

    - Aplicaes em potncia elevada com rotao substancialmente constante;

    - Aplicao em que se deseja rotao rigorosamente constante, como em relgios eltricos, aparelhos de som;

    Neste trabalho ser simulado um motor de corrente contnua. A simulao ser realizada a partir do modelo de motor de corrente contnua originado atravs das equaes diferencias que regem a dinmica eltrica e mecnica do sistema. O ambiente de simulao ser o Matlab. Ser projetado um sistema de controle em cascata com malha interna de corrente e malha externa de velocidade .

    II. EQUAES DIFERENCIAS QUE REGEM A DINMICA DO SISTEMA

    Figura 1: Circuito Eltrico Equivalente, Fonte: Adorno (4)

    A queda de tenso na armadura, seguindo o esquemtico da figura 1, dada pela equao diferencial (1), abaixo.

    (1)

    Tambm possvel relacionar a tenso com a velocidade angular do motor, atravs da equao (2).

    (2)

    O torque relacionado com a rotao atravs da equao (3).

  • (3)

    Por fim, relacionamos o torque mecnico com a corrente de armadura, atravs da equao (4).

    (4)

    As variveis presentes nas equaes acima esto descritas na tabela 1 juntamente com os valores encontrados algumas delas

    durante os experimentos com um motor real e as unidades adequadas.

    Parmetro Valor / Unidade

    Ra - Resistncia de Armadura 0,913

    La - Indutncia de Armadura 9,2 mH

    Ia Corrente de Armadura A

    Vb Tenso Induzida V

    V Tenso de Alimentao V

    J Momento de Inrcia 0,061 kg.m2

    w Velocidade Angular Rad /seg

    - Fluxo Magntico Wb

    Tm Torque Geral Nm

    Tl - Torque da Carga Nm

    Tabela 1: Variveis Utilizadas

    III. CURVAS TEORCAS DE TORQUE VERSUS VELOCIDADE

    Tomando como base a condio de operao da mquina com fluxo nominal (corrente de campo nominal) e em regime

    permanente, foram traadas as curvas abaixo para quatro nveis de tenso de armadura: 25, 50, 75 e 100% da tenso nominal, os

    resultados esto mostrados na figura 2 a seguir.

    Figura 2: Curvas Torque x Velocidade Variando a Tenso de Armadura

    Tomando como base a condio de operao da mquina com tenso de armadura nominal e em regime permanente, foram

    traadas as curvas abaixo para quatro nveis de tenso defluxo magntico: 55, 70, 85 100% do fluxo nominal, os resultados esto

    mostrados na figura 3 a seguir.

  • Figura 3: Curvas Torque x Velocidade Variando o Fluxo

    Na anlise das curvas presentes nas figura 2 e 3 vemos que a variao na tenso de armadura, com todos os demais parmetros

    mantidos constantes, gera um deslocamento da curva ao longo do eixo x, sem alterar a inclinao da curva, representando que para

    o mesmo torque teremos uma velocidade cada vez maior a medida que a tenso de armadura aumenta, se aproximando do valor

    nominal.

    Para alteraes do valor do fluxo, com todos os demais parmetros mantidos constantes, percebe-se a alterao na inclinao

    das curvas, sendo assim, para o mesmo torque haver uma velocidade maior a medida que o fluxo se aproxima do nominal. A

    medida que o torque aumenta a influencia do aumento do fluxo se torna maior tambm, ao contrrio do que acontece quando

    variamos a tenso de armadura onde a curva deslocada de um valor constante proporcional variao na corrente, para a

    alterao no fluxo a influencia varivel.

    IV. SIMULAO E CONTROLE

    Atravs do software Simulink, foi criada uma rotina de simulao para um motor de corrente contnua. O circuito utilizado est

    na figura 4.

    Figura 4: Circuito para o motor CC

    A partir do sistema modelado exibido na figura 4 foi inserido um sistema de controle em cascata com malha interna de corrente

    e malha externa de tenso. O sistema completo composto pelos controladores em cascata e o motor CC est mostrado na figura 5.

  • Figura 5: Diagrama para o Controle em Cascata

    O controle em cascata com malha interna de corrente se justifica pelo fato de a dinmica eltrica do sistema ser

    consideravelmente mais alta do que a dinmica mecnica, primeiramente foi considerada apenas a parte do diagrama relacionada

    com a dinmica eltrica, mostrada no figura 6. Foi ento utilizado o mtodo de alocao de plos atravs do Lugar Geomtrico das

    razes. A partir da funo de transferncia do sistema mostrado na figura 6, traou-se o Lugar Geomtrico das razes considerando

    um controlador proporcional, tambm foi acrescentada uma restrio para que o tempo de subida fosse inferior a 0,05 s, resultado

    obtido est mostrado na figura 7.

    Figura 6: Malha de Controle de Corrente

    Figura 7: Lugar Geomtrico das Razes Malha de Corrente

    O compensador projetado atravs da figura 7 foi um ganho Kp de 2,7141, a resposta da corrente em relao referncia est

    mostrada na figura 8, percebe-se atravs desta figura que necessrio um aumento do ganho Kp, para que a sada se aproxime da

    referncia, como o aumento do ganho Kp possvel sem desestabilizar o sistema, este parmetro foi reajustado para 10, a resposta

  • da corrente em relao a referencia mostrada na figura 9. Para as figuras 8 e 9 a curva rosa a corrente obtida e a amarela e

    desejada.

    Figura 8: Sada e Referncia de Corrente para KP = 2,7141

    Figura 9: Sada e Referncia de Corrente para KP =10

    Uma vez que a malha interna de corrente foi ajustada, o funo de transferncia do sistema completo, considerando a malha de

    controle de corrente, conforme a figura 5, foi calculada e um novo lugar das razes foi traado, desta vez o objetivo de projetar

    um controlado PID. O Lugar Geomtrico das razes traado para overshoot inferior a 10% e tempo de subida inferior a 0,1 s est

    mostrado na figura 10. Obteve-se a sadas mostradas na figura 11 para tenso e corrente do sistema completo de controle em

    cascata. O controlador projetado foi KP = KI = 2,2291 e Kd = 1,124.

    Figura 10: Lugar Geomtrico das Razes Sistema Completo

  • Figura 11: Sada e Referncia de Velocidade

    Uma vez projetados os controladores, algumas entradas diferentes foram impostas ao sistema controlado, os resultados esto

    exibidos nas figuras abaixo.

    A) Variao em Degrau da Referncia de Corrente com a Malha Externa Desabilitada

    Figura 12: Resultados obtidos Malha de Corrente

  • B) Variao em Degrau da Referncia de Velocidade

    Figura 13: Resultados obtidos Variao em Degrau da Referncia de Velocidade

    possvel verificar na figura 13 que o controlador de velocidade no ofereceu uma boa resposta para a Variao em Degrau da

    Referncia, como tentativa de melhorar estes desempenho, o ganho Kp foi ajustado para 5. Foi obtida uma melhora considervel,

    como pode ser visto na figura 14.

    Figura 14: Resultados obtidos Variao em Degrau da Referncia de Velocidade

  • C) Variao em Rampa da Referncia de Velocidade

    Figura 15: Resultados obtidos Variao em Rampa da Referncia de Velocidade

    Na figura 15 possvel perceber que a saturao de tenso e corrente foram atingidos, simulando uma proteo eltrica do

    motor.

    D) Variao em Degrau do Torque de Carga

    A primeira simulao, mostrada na figura 16, foi feita com o torque de 50% do torque mximo do motor, o controlador no foi

    capaz de compensar a perturbao, ficando abaixo da velocidade desejada. A simulao mostrada na figura 17 considerou 30% do

    torque mximo, mostrando que para esta amplitude o controlador compensa bem esta perturbao.

    Figura 17: Resultados obtidos Variao em Degrau do Torque de Carga (50% de Tmax)

  • Figura 17: Resultados obtidos Variao em Degrau do Torque de Carga (30% de Tmax)

    V. CONCLUSO

    O controle em cascata uma ferramenta muito til quando falamos em controlar sistemas complexos como o motor de corrente

    contnua. A malha interna de corrente, apesar de possuir um controlador muito simples, com apenas um ganho Kp possibilita

    melhorar o resultado final da planta. Por possuir apenas um ganho proporcional, adotado para simplificar o sistema final, no

    possvel zerar o erro em estado estacionrio dentro da malha de corrente, mas o resultado pode ser considerado satisfatrio.

    Vale ressaltar que as duas saturaes introduzidas para simular a proteo eltrica do motor so fontes de no linearidades para

    o sistema.

    VI. REFERNCIAS

    [1] Disponvel em http://www.motoresdecorrentecontinua.com.br/. Acesso em 24 de setembro de 2013.

    [2] FUENTES, Rodrigo Cardoso. Apostila de Automao Industrial, Universidade Federal de Santa Maria, 2005.

    [3] Notas de aula do Professor Victor Flores Mendes.

    [4] Notas de Aula do Professor Bruno Adorno.