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Controle e Uso da Água na Ouro Preto dos Séculos XVIII e XIX Alberto Fonseca / 24 de setembro de 2012 / Apresentação Prêmio ANA 2012

Controle e Uso da Água na Ouro Preto dos Séculos XVIII e XIXarquivos.ana.gov.br/premioana/doc/20121123_AGUA E PATRIMONIO... · “resolveu por despacho de dez do corrente mês conceder

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Controle e Uso da Água na Ouro Pretodos Séculos XVIII e XIXAlberto Fonseca / 24 de setembro de 2012 / Apresentação Prêmio ANA 2012

O Projeto

. Objetivo Principal: Entender como a água era utilizada eregulada durante os séculos XVIII e XIX em Ouro Preto

. Objetivos Secundários: a) Desvendar o mistério da“primeira” ETE do Brasil e b) Inserir a variável “água” nahistória e cultura de Ouro Preto

. Gênese em dissertação de mestrado doPROAMB (2002-2004)

. “Equipe” de dois: Alberto e José Francisco/ Inspiração e apoio: Antenor Barbosa eJorge Adílio

. Um projeto ainda “em andamento”

Abordagem Metodológica

. Métodos típicos da história ambiental

. Consulta a arquivos (municipal, mineiro, BN, Passo Imperial)

. Inspeções de campo

. Entrevistas

. Foco na mineração e saneamento

Resultado 1: Re‐contextualização da“descoberta do ouro” como um marco nagestão das águas no Brasil

1681 1751

Resultado 2: Revelação da épica relaçãoentre água e mineração no período colonial

“Sem água de nada vale uma serra de ouro” Ferrand, 1894

Resultado 3: Valorização das ruínas mineráriasutilizadas no manejo da água (e.g. mundéus,valos, calhas, etc.): passivo virando ativo

Bairro São Cristóvão

Bairro Piedade

Resultado 4: Ampliação e Correção daHistória da Regulação e Gestão das Águasno Brasil

Livro da ANAde 2002: Paradigma X

Dissertação Proambde 2004: Paradigma Y

1720 – Provisão das Águas : guardas-mores deveriam repartir as águas conforme a possibilidade dos que mineravam, e que ninguém poderia se apropriar da água dos córregos sem licença por escrito.

1736 – Aditamentos no Regulamento dos guarda-mores (...) de 1702.

• Uso preferencial da água para mineração;• Medidas de proteção a mananciais:

E que os roceiros não possam roçar de novo nas cabeceiras dos córregos de pouca água.E que se não entulhem ou danifiquem os regos de água limpa que corre com pouca decida.

1702 – Regimento dos superintendentes, guardas-mores: sendo os riachos pequenos, pertencerão estes descobrimentos ao primeiro descobridor que descobriu o rio principal, porém se forem grandes, posto que venham dar no rio principal já descoberto, estes então pertencerá (sic) à pessoa que os descobrir (...)”

1749-1752 – Normas tácitas - Ouvidor Caetano da Costa Matoso: Quando um mineiro, em vertentes de água de chuva, quisesse passar seu rego de água acima do de outro mineiro, deveria o fazer “por cima da terra, em bicas levantadas do chão e estas cobertas com tábuas, para que nem a que chover em cima das bicas desencaminhe aos donos das tais vertentes”.

Controle Ecológico <> Controle Econômico

Resultado 5: REVELAÇÃO de detalhestécnicos, culturais, administrativos eestéticos do sistema de águas e esgotos deOuro Preto entre 1700 e 1892

A água é melhor que o latim (BURTON, 1977, p. 301

“resolveu por despacho de dez do corrente mês conceder-lhe a dita pena de água pela referida quantia de duzentos mil réis com a clausula de cedê-la para o uso público quando houver falta”Provfisão de pena d’água de 1878

o cidadão Francisco de Assis de Azevedo Coutinho que para o uso e misteres de sua Chácara que possuía no caminho das Lages precisava de uma porção de água que arrebentava ao lado de uma mina, atrás da chácara do finado José das Sa Amorim, assim como também das sobras de água de uma fonte que existe no poente da chácara do dito Amorim para as conduzir para a dita sua chácara para onde mais cômodo lhe for e que para a ajuda das despesas desta Câmara oferecia por uma só vez a quantia de doze mil e oitocentos réis, e sendo ouvido a este respeito o Senhor Fiscal, que não duvidou na concessão requerida,

Dizem os moradores do Piçarrão e Alto da Cruzes do Padre Faria que eles, suplicantes, experimentam muita falta de água para o seu ministério (sic), por causa desta faltar a um chafariz que se acha na dita paragem feito por este Senado, em cujos termos lhe é preciso aos ditos moradores recorrerem a vosmecê para que se dignem de lhe mandar meter água (...)

Tenho a honra de levar ao conhecimento de V. Exa. que, estando concluído a organização dos projetos de abastecimento d’água e esgotos desta Capital, feita conjuntamente pelo Dr. José de Castro Teixeira de Gouvêa e por mim e para cujos estudos fui convidado por oficio do antecessor de Va. Exa., por indicação daquele Diretor, retiro-me para a Corte no dia 22 do corrente mês. (...) Deus Guarde á Va. Exa. Victor Francisco Braga Mello. [1887]

Resultado 6: Maior inventário mapeado dechafarizes públicos, privados e demolidosde Ouro Preto já realizado

Resultado 7: Alerta e subsídios para ainclusão de obras hidráulicas e sanitáriasnas políticas de preservação e valorizaçãopatrimonial

- 2007: Embasou o processo de tombamento dos Tanques de Desinfecção da Barra foi iniciado após aprovação unânime do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio;

- 2008-2010: Subsidia as crescentes discussões sobre o Museu da Água de Ouro Preto

Resultado 8: Incentivos e subsídios parapesquisas na área de água, patrimônio eculturaProjeto já foi citado em:

- Artigos científicos- Dissertações de mestrado- Teses de doutorado- Monografias- Websites- Artigos de jornal- Relatórios Técnicos

Projeto frequentemente elogiado por:

- Analistas e especialistas em RH- Acadêmicos- Moradores de Ouro Preto

Divulgação

2004 2006 2008 2010 2012

Livro

2014

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Muito obrigado

Alberto Fonseca, PhDDepartamento de Engenharia AmbientalEscola de MinasUniversidade Federal de Ouro [email protected]