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GUIA DE ESTUDOS Convenção para o Banimento de Minas Antipessoais de 2024 O Espaço de Armas Primitivas em um Mundo Globalizado Tainá Estanislau Siman Alves Diretora Marina Nunes Bernardes Diretora Assistente Marcus Brandão Drummond Diretor Assistente Rafael Licínio Tavares Diretor Assistente

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GUIA DE ESTUDOS

Convenção para o

Banimento de Minas

Antipessoais de 2024

O Espaço de Armas Primitivas em um

Mundo Globalizado

Tainá Estanislau Siman Alves Diretora

Marina Nunes Bernardes

Diretora Assistente

Marcus Brandão Drummond Diretor Assistente

Rafael Licínio Tavares

Diretor Assistente

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 3

2 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE ............................................................................................. 4

3 AS MINAS ANTIPESSOAIS ................................................................................................... 5

3.1 Definição .......................................................................................................................... 5

3.2 Implicações do Uso de Minas Antipessoais ............................................................... 7

4 O COMITÊ PARA O BANIMENTO DE MINAS ANTIPESSOAIS ....................................... 11

4.1 Histórico......................................................................................................................... 11

4.2 Estrutura ........................................................................................................................ 17

4.3 Grupos Armados Não-Estatais ................................................................................... 18

5 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES ............................................................................... 20

A. Estados Unidos da América ....................................................................................... 20

B. Rússia ........................................................................................................................... 21

C. China ............................................................................................................................. 21

D. Países Vítimas.............................................................................................................. 21

6 QUESTÕES RELEVANTES NAS DISCUSSÕES ............................................................... 22

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1 INTRODUÇÃO

Caro Delegado,

É com muito prazer que lhe apresento o Guia de Estudos da Convenção para o

Banimento de Minas Antipessoais. A intenção desse guia é lhe apresentar o primeiro

contato do tema com os assuntos a serem abordados no comitê, lhes oferecer a

compreensão sobre o tema e ferramentas para estruturar os argumentos a serem utilizados

por vocês nos dias da simulação. Nas seguintes páginas você vai encontrar uma breve

introdução da equipe que compõe a mesa do comitê, formada por uma diretora e três

assistentes. Na seção seguinte, „As minas antipessoais‟, existem informação a definição das

minas, e as consequências civis e estatais para seu uso, e por fim, informações sobre a

assistência às vitimas e prevenção. Na terceira seção „A Convenção para o Banimento de

Minas Antipessoais‟ será levantado um histórico sobre a formação do comitê, sempre ligado

a conceitos que contextualizam o momento da formação do Comitê, além de apresentar

como é formada a estrutura da Convenção. A seguir são apresentadas a „Posição dos

Principais Atores‟, e caso seu país não esteja na lista, você pode consultar o dossiê

disponível no blog (na aba preta, ítem „Dossiês‟), e as „Questões relevantes à discussão‟,

que apresenta perguntas cuja temática será abordada nos dias de simulação, e que servirão

de guia para a elaboração do Documento de Posição Oficial de vocês.

Além do Guia, temos também canais de contato direto com vocês, como o Blog e a

página do Facebook. O endereço do blog é https://16minionuapmbc2024.wordpress.com/,

(Não se esqueça de clicar na aba „Primeiro acesso? Clique aqui‟ no seu primeiro acesso,

para que você saiba aproveitar ao máximo o conteúdo disponível no blog) e lá postaremos

curiosidades e informações extras e interessantes relativas ao tema. A página do facebook

está disponível em https://www.facebook.com/16minionuapmbc2024 e lá você vai ser

notificado através do feed de notícias sempre que tiver material novo no Blog, e não

esqueça de curtir, compartilhar e comentar. Qualquer dúvida relativa ao tema, ao comitê, às

regras ou ao MINIONU não pense duas vezes antes de nos comunicar através do inbox da

página do facebook ou pelo e-mail [email protected].

Aproveite e bons estudos,

Equipe do APMBC 2024

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2 APRESENTAÇÃO DA EQUIPE

Meu nome é Tainá Estanislau Siman Alves e sou a diretora do APMBC 2024. Sou

estudante do 6º período do curso de Relações Internacionais da PUC Minas. Fui diretora

assistente da Comisión Interamericana de Mujeres no 14º MINIONU e estive na Logística do

13º MINIONU. Eu era uma estudante do segundo ano do ensino médio (assim como vocês)

quando um dia na hora do almoço liguei a televisão para ver o meu programa favorito na

época: “Não conta lá em casa”, ainda ao ar no canal pago Multishow. Era um episódio no

Afeganistão que mostrava um campo com armamentos da invasão soviética. Me chamou a

atenção como gerações que nem estavam vivas na época da guerra ainda conviviam com

parte da sua presença. Comecei o curso de Relações Internacionais, me aprofundei no

assunto, e cá estamos!

Eu sou Rafael Tavares, estou cursando o quinto período de Relações Internacionais

na PUC Minas e estou muito animado com o que é minha primeira participação como diretor

assistente no MINIONU. Vim a conhecer o projeto aqui mesmo na faculdade e desde então

passei a conhecê-lo como um meio de integração do corpo docente e de aprimoramento

pessoal e profissional. Fico à disposição dos senhores para responder quaisquer dúvidas

sobre o projeto e ajudá-los da maneira que for possível.

Olá, meu nome é Marcus Brandão, sou do 2º período de Relações Internacionais e

serei Diretor Assistente do comitê APMBC (Convenção para o Banimento de Minas

Antipessoais) nesse 16º MINIONU. Fui voluntário de Logística durante o 15º MINIONU, mas

mesmo não participando diretamente dentro dos comitês, foi uma ótima experiência e isso

fez com que eu voltasse a participar do evento. Se precisarem de alguma ajuda, vocês

podem entrar em contato comigo e farei o possível para ajudá-los.

Eu sou a Marina Bernardes e estou no terceiro período em Relações Internacionais.

Eu tive o meu primeiro contato com o MINIONU no ano passado como voluntária e aprendi

muito dentro do projeto; estou muito entusiasmada em poder ter uma participação ainda

maior esse ano como diretora assistente! Eu tenho grandes expectativas que esse

MINIONU, e mais especificamente o APMBC, seja carregado de aprendizado e nos deixe

mais conscientes da importância desse assunto tão pouco divulgado na mídia atual. Espero

conhecer todos pessoalmente durante esse período e podem me procurar se tiverem

qualquer dúvida! Até breve!

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3 AS MINAS ANTIPESSOAIS

As minas terrestres antipessoais são consideradas o tipo de arma mais persistente

da atualidade, chegando a ser caracterizada como “o soldado perfeito” pelo general do

Khmer Vermelho, grupo político responsável pelo genocídio no Camboja (1975-1979): “Elas

não precisam de água ou comida, não precisam de salários ou descanso, vão apenas ficar à

espreita por anos e anos aguardando por sua vítima.” (POT, 1995, tradução nossa1). Nesse

capitulo vocês encontrará informações sobre a definição das minas, sua composição e

fabricação, sua criação e uso, e seu objetivo militar

3.1 Definição

As minas terrestres são formalmente definidas como: “Uma mina concebida para

explodir em consequência da presença, proximidade ou contato de uma pessoa e que

incapacite, fira ou mate uma ou mais pessoas.” (APMBC, 1997). O relato mais antigo de

uso de minas foi descoberto por arqueólogos no norte da China, e data mais de 600 anos de

antiguidade. Tecnicamente, elas são compostas por certa quantidade de material explosivo

dentro de uma caixa2, e por um mecanismo de fuzis para provocar a explosão. (GICHD,

2004).

Estima-se a fabricação, até os anos 1990, de mais de 600 tipos de minas

antipessoais diferentes. As mais comuns de serem encontradas são as minas de onda

explosiva (detonada abaixo do próprio solo, logo após ser acionada por uma pisada) e as

minas de fragmentação (acionadas por fios de tropeço, que “pulam” sendo projetadas acima

do solo para 1,80 m de altura, com o objetivo de liberar projéteis que atingem o abdômen ou

a cabeça). Outros tipos importantes são as minas inteligentes (programadas para se auto-

desativarem se não acionadas em um período de 2 a 48 horas), ou minas químicas, que

contêm certa quantidade de gás neurotóxico. (GICHD, 2004).

1 Do inglês original: “It doesn‟t need food or water, it doesn‟t take any salary or rest, and it will lie in

and wait for it‟s victim.” Existe divergência de informação sobre a autoria da frase, havendo inclusive outras versões dela. A ideia geral, no entanto, permanece a mesma. 2 Nas minas mais antigas, as caixas que compõem as minas eram feitas de madeira ou metal. Ao

longo do tempo, e com o avanço da tecnologia, esses materiais foram substituídos pelo plástico. Optar pelo plástico faz com que eles sejam mais leves, menores, mais estáveis, resistentes à agua, e reduzem os custos de fabricação. Além disso, é um material maleável, podendo ser facilmente moldável em formatos aerodinâmicos (possibilitando que as minas sejam despejadas de aviões e helicópteros) e mais difíceis de serem localizadas pelos detectores de metal utilizados nos processo de desminagem (MASLEN, 2004).

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Tipos de minas antipessoais

Fonte: GICHD, 2004.

As minas antipessoais foram criadas com o objetivo militar de demarcar uma linha de

defesa com a intenção de “atrasar o inimigo” seja ferindo, matando, desviando ou

simplesmente parando as tropas inimigas. Também são usadas para evitar que a população

ocupe uma determinada região, ou limitar a população a uma determinada área,

desmoralizando e aterrorizando a pulação, ocupando espaço destinado a fontes de

alimentação, etc. (INTERNATIONAL COMMITTEE OF THE RED CROSS, 1997).

Por outro lado, segundo General americano Alfred Grey Gard (1997), ex-comandante

do corpo de fuzileiros navais dos Estados Unidos da América aponta, a efetividade do uso

das minas em combate é questionável: “O emprego de minas tem um alto potencial de

fratricídio –isso é, infligir baixas às suas próprias tropas”, gerando assim mais problemas do

que soluções. Outro exemplo é dado pelo baixo número de relatos de soldados feridos

durante o combate, principalmente se comparado ao grande número de civis vítimas das

minas no período pós-combate. Isso leva Gard a inferir que

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Infelizmente, a única proposta para a qual as minas foram utilizadas com total sucesso pelos seus colocadores e com total impacto no alvo foi para a detenção e assolamento de civis. (...) De qualquer maneira, o uso de minas para esses propósitos não tem valor militar, e o sucesso das minas antipessoais neste papel não pode ser usado como justificativa militar para sua retenção (GARD, 1998, tradução nossa

3).

As minas antipessoais são na maior parte das vezes utilizadas em guerras civis e

conflitos regionais por serem fáceis e baratas de implantar, com o custo variando de 2 a 50

dólares por mina, sendo as armas preferidas dos grupos de guerrilha, que, muitas vezes,

têm menor quantidade de recursos do que as forças militares estatais (UNMAS, 2011). Esse

fator constitui frequentemente uma relação entre o uso das minas e o baixo índice de

desenvolvimento econômico local. (LANDMINE AND CLUSTER MUNITION MONITOR,

1999).

3.2 Implicações do Uso de Minas Antipessoais

O efeito da presença das minas antipessoais é internacional e geral, chegando a

atingir mais de 108 países. O Departamento de Estados dos EUA estima que haviam sido

implantadas aproximadamente 400 milhões de minas terrestres só no período sucessor à

Segunda Guerra Mundial (VINES, 1998). A produção anual de minas, também no período

anterior à criação do Tratado de Ottawa4 era estimada entre cinco e dez milhões de minas

por ano (AXWORTHY, 2004). Parte desses milhões de minas implantadas aguardam por

vítimas, resultando em mutilação ou morte. O número de acidentes com minas antipessoais

antes da criação do Tratado de Proibição das Minas estava entre trinta e quarenta mil por

ano.

As crianças estão entre as principais vítimas, e estima-se que haja uma mina para

cada 12 crianças no mundo. Variando de país para país, a porcentagem de crianças varia

entre 20% a 50% do total das vítimas das minas (UNICEF, 2004). O motivo principal para

isso é apontado pela ex-diretora da UNICEF, Carol Bellamy: “A curiosidade natural e a

necessidade de brincar leva as crianças inadvertidamente para os locais de perigo.” O uso

3 Do inglês original: “Sadly, the only purpose for which mines have been used with total success by

the layer and total impact in the target is for the containment or harassment of civilians (…) However, the use of mines for such purposes has no military value, and the success of the AP mines in this role cannot be used as a military justification for their retention” 4 Também conhecido como Tratado para o Banimento de Minas Antipessoais, assinado em 1998 em

Ottawa, Canadá, que deu origem à Convenção para o Banimento de Minas Antipessoais. As informações detalhadas podem ser encontradas na sessão „Histórico‟ desse guia.

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de minas constitui assim em crime de guerra5 contra os direitos humanos, por serem armas

de efeitos indiscriminados segundo o Estatuto de Roma (TPI, 2002), e segundo o artigo 51

da Convenção de Genebra, por não fazer distinção entre suas vítimas, atingindo alvos não

militares.

Por diversas vezes os ferimentos causados pelas minas contaminam o corpo com

sujeiras do solo, bactérias, e fragmentos de plástico que levam a infecções secundárias. “a

onda de choque da explosão da mina pode destruir os vasos sanguíneos muitos acima da

perna, levando cirurgiões a amputarem muito acima de onde foi o ferimento inicial” (VINES,

1998, tradução nossa6). O alto número de mutilados acarreta diversas consequências

sociais e econômicas para os países atingidos. Em países de baixo nível de

desenvolvimento, as principais atividades econômicas são a agricultura e outras atividades

braçais, de forma que um grande número de mutilados representa enfraquecimento da

economia pela redução de mão de obra. O nível individual também é afetado, levando os

filhos a largarem a escola para trabalharem, o que leva a família à redução de renda, fome e

miséria.

Os custos relativos à assistência total aos mutilados e engloba o fornecimento de

próteses, seções de fisioterapia, e em alguns casos, pensão por invalidez, e se mostram,

por vezes, altos demais para que os países se disponham à prestar assistência. Em

Moçambique, por exemplo, o tratamento de vítimas de minas correspondia, em 2004, a 30%

do orçamento anual de saúde do governo (VINES, 1998). É necessário ressaltar que os

países recém-saídos de conflitos se encontram fragilizados econômica e socialmente,

muitas vezes com grande parte da infraestrutura de atendimento e auxílio (como hospitais,

por exemplo) comprometidos, e os países que permitem que suas forças coloquem minas

em territórios estrangeiros (seja pelo comando direto ou pelo fornecimento a terceiros) não

se responsabilizam por prestar assistência às vítimas ou fornecer recursos para que o país

fragilizado o faça (UNMAS, 2014).

Os campos minados ameaçam também a vida selvagem e as criações de animais.

Em 1980 foram reportadas as mortes de mais de nove mil cabeças de gado pelas minas

antipessoais, somando assim mais um importante âmbito no qual as minas causam

deficiência econômica, já que o gado para as populações pobres africanas têm funções

econômicas críticas. O problema envolve também consequências ambientais, já que parte

5 Crimes de guerra são violações dos direitos humanos internacionais que tenha ocorrido em épocas

de guerra (seja ela civil ou internacional). Mais informações sobre direitos humanos e os documentos citados nesse parágrafo podem ser encontrados a partir da página 9 desse guia. 6 Do inglês original: The shock wave from an exploding mine can destroy blood vessels wall up the

leg, causing surgeons to amputate much higher than the site of the primary wound.

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dos campos se tornam pontos foco de moscas tsé-tsé, que transmitem a “doença do sono7”

resultando na morte de centenas de elefantes (VINES, 1998).

Bebê elefante vítima de mina

Fonte: Daily Mail UK, 2009

Os problemas econômicos levam parte da população a optar por maneiras não

seguras de garantir a sobrevivência, como pessoas que vão aos campos minados e

desenterram as minas na tentativa de abri-las para retirarem delas o cobre e outras partes

reaproveitáveis (como as caixas, caso elas sejam feitas de metal), que serão vendidos em

mercados. Esses materiais podem ser reaproveitados de diversas maneiras, inclusive na

fabricação de novas minas (UNMAS, 2014). Esse tipo de profissão representa um risco para

a população, sendo responsável pelo aumento no número de acidentes e trazendo à pauta a

importância de conscientizar a população.

Em países nos quais o nível de escolaridade e alfabetização é baixo, os esforços

precisam ser redobrados no que diz respeito à transmissão de informação à população

sobre os riscos das minas e prevenção de acidentes. As crianças recebem palestras nas

escolas a fim de serem educadas sobre porque, ao serem levadas pela curiosidade, não

devem se aproximar ou brincar com as minas. Elas ganham panfletos de informação

(normalmente no formato de desenhos) e ao chegar em casa, repassam a informação para

os pais, o que as tornam peça-chave nos programas de prevenção. A sinalização local e o

isolamento das áreas minadas também são essenciais (UNMAS, 2012).

7 As moscas tsé-tsé depositam suas larvas diretamente no solo, de maneira que o espaço aberto e

inutilizado dos campos minados tornam esses os lugares perfeitos para sua reprodução. A doença do sono ataca o sistema nervoso central, podendo levar a morte pessoas e animais (MIYAJI, [s. d.]).

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Processo de desminagem (à esquerda), educação infantil sobre minas (à direita)

Fonte: UNMAS, 2009

De forma geral a presença física das minas enfraquece a população criando áreas

marginais à pobreza, isolando populações, desagregando a sociedade e impedindo que as

pessoas voltem aos seus lares, e que os refugiados retornem a ocupar o seu espaço. Elas

impedem fisicamente a agricultura e pecuária, bem como a reconstrução de casas e da

infraestrutura como um todo. Elas causam grandes obstáculos à reconstrução dos países,

altos custos econômicos, e aterrorizam a população a partir de sua (ameaça de) presença.

O medo causado pelas minas causa na sociedade como um conjunto uma sensação

psicológica de que, de alguma forma, a guerra ainda está presente (ICBL, 2014).

Se por um lado, as minas tem baixo valor de custo e implantação, o processo de

desminagem, por outro lado, requer um grau bem mais avançado de tecnologia que a

implantação das minas, custando aproximadamente de cem a mil dólares a remoção de

cada mina, além do alto risco de acidentes nas operações de retirada. (UNMAS, 2011).

Novamente, é necessário ressaltar que os países recentemente saídos de conflitos não têm

as condições necessárias para a retirada das minas, e a sua não retirada agrava ainda mais

os problemas enfrentado por eles nessa época tão crucial para sua reestabilização e

reconstrução pós-conflito, e novamente, os países responsáveis por produzi-las ou implantá-

las raramente as retiram ou fornecem aos Estados recursos que os possibilitem a fazê-lo

(LANDMINES MONITOR, 2014).

Esse conjunto de fatores estabelece uma barreira ao desenvolvimento nas áreas

pós-conflito. Em um resumo, as minas terrestres antipessoais agem fisicamente continuando

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a ocupar as áreas da população, criando áreas marginais à pobreza e desencorajam os

refugiados a retornarem ao seu país de origem; agem psicologicamente como fantasmas de

guerra a partir de sua presença e ameaça, sendo empecilho para que a população

reconstrua a história do seu país; e agem economicamente, impedindo a atividade

agropecuária, demandando altos gastos com o processo de desminagem, assistência às

vitimas e aumento do número de mutilados, sendo muito deles incapazes de continuar suas

atividades profissionais.

4 O COMITÊ PARA O BANIMENTO DE MINAS ANTIPESSOAIS

O capítulo pretende fazer um levantamento sobre o histórico de criação do Tratado e

da Convenção de Banimento de Minas, além de introduzir informações e conceitos

necessários para contextualizar esse momento e fornecer embasamento teórico para os

argumentos dos delegados. Logo depois será apresentada a estrutura do comitê.

4.1 Histórico

Para contextualizar o processo de criação do Tratado de Ottawa, é necessário

destacar dois pontos que possibilitaram a emergência da discussão das minas terrestres

antipessoais: a emergência da pauta de direitos humanos e a governança global.

O Direito Internacional Humanitário diz respeito a todos os tratados oficiais nos quais

os países signatários se comprometem a seguir o proposto mesmo em situações de guerras

e conflitos, tendo por fim a intenção de limitar, de alguma forma, o uso da violência e de

determinadas armas, criando e impondo limites nas ações durante os conflitos armados.

Eles têm início em 1864, com a primeira Convenção de Genebra (e as Convenções de

Haia), tendo sido aplicados pela primeira vez durante a Primeira Guerra Mundial, e tendo

seu debate ainda mais intensificado após a Segunda Guerra Mundial, momento a partir do

qual os tratado ficam ainda mais específicos, e as punições mais severas. A emergência e

intensificação do debate sobre o direito humanitário é caracterizada pelo fato de que as

condutas e ações na guerra deixam de ser tratadas no ambiente doméstico para se

tornarem um assunto cada vez mais recorrente na pauta internacional, conforme explicitado

por Nye:

Os direitos humanos são cada vez mais tratados como mais do que apenas preocupações nacionais. Em 2005,

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a Assembleia Geral da ONU decidiu que embora os estados tenham a responsabilidade básica de proteger os direitos humanos de seus cidadãos, a comunidade internacional deveria assumir essa responsabilidade se os estados forem incapazes ou não se dispuserem a fazê-lo. (NYE, 2001)

Para o caso das minas terrestres antipessoais, esses Tratados definem o seu uso

como Crime de Guerra por serem armas de efeitos indiscriminados (ou seja, que não fazem

a distinção entre combatentes e não-combatentes), ponto reforçado pela criação do Estatuto

de Roma em 1998, que deu origem ao Tribunal Penal Internacional.8

Juntamente com os direitos humanos, outro assunto relevante é a governança

global. A governança global é um fenômeno recente caracterizado pela atuação de

autoridades não-centralizadas, tais como Organizações Internacionais e ONG‟s, conforme

definido por Rosenau

A governança abrange as instituições governamentais, mas implica também em mecanismos informais, de caráter não-governamental, que fazem com que as pessoas e as organizações dentro de sua área de atuação tenham uma conduta determinada, satisfaçam suas necessidades e respondam às suas demandas (ROSENAU, 2000)

A governança global passa a ser importante para a formação da APMBC a partir de

1990, ano no qual surgiam inúmeras Organizações Internacionais e ONG‟s responsáveis

pelo auxílio às vítimas, área na qual havia nenhuma ou baixa atuação estatal. A Humans

Right Watch9, por exemplo, juntamente com a Médicos pelos Direitos Humanos lançaram a

pesquisa „Minas Terrestres no Camboja: A Guerra dos Covardes‟, a Fundação dos

Veteranos do Vietnã abriu a primeira clínica para próteses no Camboja, e a ONG Hadicap

International10 iniciou a advocacia política através de um programa de auxílio e desminagem.

Com o tempo ficava cada vez mais claro para essas Organizações que o seu

trabalho seria em vão enquanto as minas não fossem banidas, e, além disso, os gastos com

próteses e auxílio às vítimas aumentavam os gastos ao ponto das Organizações não

conseguirem lidar com a demanda. Assim, aliança dessas quatro Organizações deu origem

à ICBL (Campanha Internacional para o Banimento de Minas)11, que buscava a união e

8 Primeiro Tribunal Internacional, tendo sido criado em 2002 para julgar indivíduos que tenham

cometidos Crimes de Guerra, crimes contra a humanidade e crimes de agressão. 9 Organização internacional não-governamental que defende e realiza pesquisas sobre os direitos

humanos. 10 Organização internacional não-governamental que presta auxílio a refugiados. 11

Nome no inglês original: International Campaign to Ban Landmines.

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articulação entre as Organizações Internacionais e ONG‟s, além de ter por objetivo o

banimento das minas Antipessoais.

Tudo mudou quando, em 1994, a ICBL se alia à Cruz Vermelha. O fato da Cruz

Vermelha se engajar no processo de apoio ao banimento de minas tem especial significado

por ser uma organização presente em mais de cem países, tendo articulação direta (e

credibilidade) com diversos atores da política internacional. Então, em 1996, o governo do

Canadá convocou uma Conferência Diplomática para a erradicação das minas terrestres,

dando início ao chamado processo de Ottawa, com a presença de 74 países, a Cruz

Vermelha e a ICBL. O clima da reunião era levemente tenso devido à presença das ONG‟s e

dos civis e todos participantes tinham espaço igual na mesa. Lloyd Axworthy, na época

ministro das Relações Exteriores do Canadá, abriu a reunião com um discurso que pedia

que os governos estivessem dispostos a trabalharem juntos e desenvolvessem e

assinassem um Tratado até o ano de 1997. O anúncio mudou completamente o tom da

reunião, causando surpresa, aplausos e incredulidade entre as autoridades ali presentes. A

expectativa da reunião agora era incerta e foi criada uma controvérsia diplomática sobre se

os países iriam aderir à proposta de formular o Tratado. Essa primeira reunião marca o

chamado Processo de Ottawa, que constitui em uma série de reuniões entre 1996 e 1997

(AXWORTHY, 2004).

Existiam diversos dilemas a respeito da elaboração e assinatura do Tratado, todos

eles relacionados às grandes potências militares. Para começar, entre os principais críticos

estavam os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança (Estados Unidos,

França, Reino Unido, Rússia e China), que alegavam a impossibilidade das minas serem

proibidas por não haver um substituto ao seu uso. Era de conhecimento geral que as

grandes potências eram as mais fortes fabricantes e exportadoras de minas, sendo que

esse consistia em um negócio relevantemente lucrativo no mercado militar (AXWORTHY,

2004).

Além disso, parte dos países se recusava a assinar o Tratado por medo de suas

consequências, ou seja, os países assinantes se tornariam vulneráveis aos que não

assinaram, principalmente levando em conta que as grandes potências militares estavam

entre os não signatários. Outro dilema que foi levantado foi a inutilidade da „coalizão dos

anjos‟, ou seja, do que adiantaria os países assinarem o Tratado, sendo que os assinantes

seriam exatamente aqueles de baixo poder militar e que fabricam minas em pequena

escala? Do que adianta um país prometer que não vai mais fabricar/usar minas, se isso não

causaria impacto no banimento internacional? Nesse caso, mesmo que um Tratado fosse

criado, ele não significaria o banimento das minas (AXWORTHY, 2004).

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Foto de uma das reuniões do Processo de Ottawa

Fonte: ICBL, 2011

Por outro lado, a população civil, as ONG‟s e as Organizações Internacionais se

alinharam para mobilizar a opinião e pressionar os governos. “Algo como duas mil

organizações num trabalho em rede haviam trazido atenção ao problema. Agora esta rede

devia ser alinhada ao foco no processo do tratado (AXWORTHY, 2004)”. Os dias das

reuniões eram marcados por um forte trabalho por parte das organizações internacionais

para influenciar os delegados através de diversos eventos nas ruas, conferências à

imprensa, emissão de comunicados e alertas e exposições dentro dos salões de

conferência. A pressão civil a favor do Tratado era forte, organizada e direcionada.

O objetivo era influencia líderes específicos, um a um (...) Um dia eu recebi um telefonema de um ministro estrangeiro europeu perguntando se eu poderia ajudar a estancar o dilúvio de faxes de todo o mundo que estava inundado os escritórios dos legisladores de seu país. Eu disse a ele que isto não estava a meu alcance fazer. A mensagem estava sendo distribuída (AXWHORTY, 2004, tradução nossa

12).

12

Do inglês original: “The aim was to influence specific leaders one by one (…) One day I received a call from a European foreign minister asking if I could help turn off the deluge of faxes from all over the globe that was flooding the offices of legislators in this country. I told him it wasn‟t in my purview to do. The message was being delivered.”

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Dessa forma, é possível também destacar a relevância das tecnologias de

comunicação. Se em 1992, assim que surgiram as primeiras organizações para assistências

às vítimas de minas, faltava um modo de fácil integração e articulação entre elas, a troca de

informação feita graças às tecnologias muda esse cenário.

As telecomunicações e os trabalhos em rede ligados via internet são importantes em diversos aspectos. Primeiro, elas provêm uma rede de observadores que não apenas facilitou a difundir o esclarecimento das fontes de problemas mas também vai facilitar muito o papel de monitoramento da sociedade civil a classificar os Estados e a indústria com relação ao tabu das minas terrestres antipessoais. Assim, por exemplo, com a circulação de informações da Human Rights Watch através de listas de e-mail, distribuição de notícias, e diretamente na Internet, ativistas tem posto a escrutínio público o que os Estados e as indústrias estava satisfeitas em manter fora dos olhos do público. (PRICE, 1998, tradução nossa

13)

Em 3 e 4 de dezembro de 1997, na cidade de Ottawa, Canadá, 121 países

assinaram o Tratado de Ottawa (também conhecido como Tratado para o Banimento de

Minas Antipessoais) e firmaram seu compromisso com a erradicação das minas

antipessoais. Um número tão alto de signatários em um primeiro momento apenas

exemplifica a urgência com a qual o assunto deveria ter sido debatido e erradicado. Os

países signatários se comprometem a nunca fabricar, usar, manter, exportar ou importar

minas antipessoais, nem a encorajar ou ajudar a outros países que o façam, além de

destruir todo o seu arsenal. Além disso, os países signatários são responsáveis pela

desminagem do seu território, e o Tratado encoraja as doações para desminagem e

assistências às vítimas a todos os seus signatários.

O tratado dá origem também ao UNMAS e à APMBC. O UNMAS (Serviço das

Nações Unidas para Ações Antiminas14) é um serviço das Nações Unidas que apoia a

erradicação de minas, agindo na educação preventiva da população, assistência às vítimas,

destruição de arsenal (para os países que muitas vezes não tem condições financeiras para

fazê-lo) ou processo de desminagem, além de agir em conjunto com outros 14

13

Do inglês original: “Telecommunications and hyperlinked networks on the Internet are important in several respects. First, they provide a web of surveillance that has not only facilitates widespread awareness of the sources of the problem but also will greatly facilitate the watchdog role of civil society in grading state and industry compliance with the AP land mine taboo. Thus, for example, by circulating information from Human Rights Watch through e-mail lists, news releases, and directly on the Web, activists have put under public scrutiny activities that states and industries previously were quite content to keep out of public eye.” 14

Em inglês United Nations Mine Action Service, sem sigla oficial em português.

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departamentos das Nações Unidas para quaisquer outras ações necessárias15 (UNMAS,

2015). A APMBC (Convenção para o Banimento de Minas Antipessoais16) é o nome dado à

Convenção que se reúne anualmente para debater problemas e demandas relativas às

minas antipessoais e ao Tratado de Banimento de Minas.

A assinatura do Tratado estabelece um marco histórico segundo Kofi Annan, na

época secretário geral da ONU, “um passo marcante na história do desarmamento”, não só

por sua rapidez (o Tratado foi criado em pouco mais de um ano, um acontecimento até

então nunca visto), mas também pela inovação que ele trouxe no âmbito da diplomacia

(ICBL, 1999). Como consequência do Processo de Ottawa, e em reconhecimento às

inovações em diplomacia, a ICBL ganha o Prêmio Nobel da Paz de 1997 (juntamente com a

sua coordenadora, Jody Williams).

Jody Williams recebendo o Prêmio Nobel

Fonte: ICBL, 2011

15

Caso haja demanda, por exemplo, de refugiados isolados pelas minas, a UNMAS se torna responsável por entrar em contato com outras agências da ONU para que esses refugiados recebam suprimentos de emergência. “A extensão do envolvimento do UNMAS depende do âmbito do problema”. 16

Em inglês APMBC significa Anti-personnel Mine Ban Convention, e não tem sigla oficial no português. O nome completo e formal, tanto do Tratado quando da Convenção é “Tratado (ou Convenção) sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção, e Transferência de Minas Antipessoais e sobre sua Destruição”.

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Essa inovação foi, claro, possível graças às condições do momento, abordadas

nesse tópico: a governança global, o crescimento da importância dos direitos humanos no

cenário internacional e as tecnologias de comunicação. E para o contexto do ano de 2024,

ainda existirá espaço para as minas antipessoais?

4.2 Estrutura

O escritório da Convenção do Banimento de Minas Antipessoais é localizado em

Genebra e é responsável por fornecer informações à mídia e institutos de pesquisa e a

receber toda documentação dos países signatários e não-signatários que façam referência á

seu status na Convenção ou assuntos a serem debatidos nas próximas reuniões. Esses

documentos podem ser pedidos de ajuda humanitária, informações relativas a extensão de

áreas minadas e em processo de desminagem, e relatórios sobre quantidades de minas no

arsenal (alguns países signatários mantém pequenas quantidades, sem poder explosivo,

para fim de treinamento do exército) e destruição de arsenal, tipo, localização e quantidade

das minas em território minado e arsenal, entre outras.

A Convenção conta também com dois tipos de reuniões: as Reuniões dos Estados

Partes e as Conferências de Revisão. As Reuniões dos Estados Partes acontecem

anualmente e tem o objetivo de considerar qualquer assunto relativo à aplicação ou

implementação da Convenção, incluindo cooperação e assistência internacional,

desenvolvimento de novas tecnologias de desminagem, solicitações de ajuda para

desminagem etc. As Conferências de Revisão acontecem de 5 em 5 anos e tem o objetivo

de revisar o funcionamento e estado da Convenção, tomar decisões sobre as solicitações de

ajuda humanitária para desminagem e assistência às vítimas e adotar conclusõs finais

relacionadas a implementação da Convenção.

Estados que ainda não assinaram o Tratado, as Nações Unidas e outras

organizações internacionais e regionais pertinentes podem ser convidadas a participarem de

ambas as reuniões como atores observadores. No caso da 5ª Conferência de Revisão

(2024) da APMBC, levando em conta que todas decisões tomadas serão Emendas ao

Tratado de Banimento de Minas Antipessoais, e que o número de atores signatários do

Tratado é relevantemente maior que o número de atores não signatários, decidiu por

declarar os Estados não-signatários como atores com direito à voto.17

17 As informações adicionais e completas sobre o funcionamento do comitê e da simulação poderão

ser encontradas no Guia de Regras disponível no blog.

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4.3 Grupos Armados Não-Estatais

O objetivo do Tratado de Banimento de Minas é claro e objetivo: banir e uso e

produção de minas terrestres antipessoais sobre todos os territórios, utilizando-se de um

Tratado, no qual os Estados se comprometem a não mais produzir ou usar minas

antipessoais para alcançar esse fim. Porém, conforme apontado pelo mapa abaixo, as

ferramentas não estão exatamente garantindo o fim.

O uso de minas antipessoais

Fonte: ICBL, 2014

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O mapa acima compara o uso pré-tratado de minas antipessoais, (sendo esse em

sua maior parte caracterizado pelo uso por parte do Estado, em vermelho), com o uso de

minas antipessoais em 2013-2014, em um momento pós-tratado. É possível observar que a

maior parte dos usos de minas antipessoais atualmente não é realizado pelos Estados, mas

sim por grupos armados não-estatais (representado pelas caveirinhas no segundo mapa).

Essa questão não foi, até hoje, abordada nas reuniões da APMBC. Consta apenas, no

Tratado de Banimento de Minas Antipessoais, que a responsabilidade quanto à produção e

uso de minas por Grupos Armados Não-Estatais cabe aos Estados nos quais esses grupos

têm origem:

Cada Estado Parte tomará todas as medidas legais, administrativas e outras apropriadas, inclusive a imposição de sanções penais, para prevenir e reprimir toda atividade proibida a um Estado Parte de acordo com esta Convenção executada em território ou por pessoas sob sua jurisdição ou controle. (APMBC, 1997)

A definição de grupos armados não estatais é incerta e extensa, englobando grupos

que tem apoio dos governos, milícias parcialmente controladas pelos governos, grupos de

oposição, autoridades parcialmente reconhecidas pelo governo, ou até mesmo autoridades

que de fato controlam determinadas áreas, sendo reconhecidos pela população local com

legitimidade. Os grupos armados não estatais são inclusive reconhecidos por uma infinidade

de nomes: movimentos rebeldes, movimentos de guerrilha, grupos terroristas, ou grupos

armados de oposição são apenas alguns deles (GENEVA CALL, 2000).

Esses grupos na maior parte das vezes não têm recursos financeiros comparáveis

aos dos exércitos estatais oficiais, o que os levam muitas vezes a optarem pelas minas

antipessoais como armamento devido ao seu baixo custo e facilidade de acesso à

tecnologia necessária para fabricá-las. Além disso, os grupos armados não estatais podem

estar envolvidos de outras formas, como na permissão da desminagem de áreas controlada

por eles, na articulação em contatar e engajar outros grupos armados não-estatais, ou até

mesmo pressionar governos aos quais eles se opõe, principalmente no caso desses

governos estarem fazendo o uso de minas e colocando a culpa em grupos armados não-

estatais (GENEVA CALL, 2000).

A maior dificuldade encontrada está em estabelecer diálogos com os grupos

armados não estatais. A maioria dos governos se recusa em estabelecer diálogo direto com

esses grupos pois isso é um sinal de reconhecimento de sua autoridade e existência. Para

isso, existem Organizações Internacionais responsáveis por negociar diretamente com

esses grupos. Para que a negociação seja feita além de grande quantidade de recursos

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para que sejam estabelecidas essas linhas de diálogo, pois muitos desses grupos são

difíceis de serem encontrados ou contatados. Eles são então, informados sobre o mau dos

usos das minas e dependendo de seus interesses, optam ou não por banir as minas

antipessoais. Esses compromissos são então formalizados através de declarações

unilaterais ou acordos bilaterais. Eles podem também, através dessas ferramentas,

formalizar aos Estados sua pré-disposição a renunciar ao uso de minas em um futuro

próximo ou declarar seu suporte aos processos de desminagem de áreas sob seu controle

(GENEVA CALL, 2000)

A falta de objetividade no Tratado ao abordar a questão levantada demonstra

emergência a debater sobre grupos armados não estatais, caso seja realmente de interesse

das nações banir completamente as minas antipessoais, conforme apontado pela ICBL:

Qual o propósito prático de um Tratado que dialoga apenas como metade dos atores que se utilizam das minas? Um Tratado que ignora, por razões de conduta diplomática, alguns dos mais ativos usuários dessa arma? Eu aceito que existam diversas razões pelas quais governos e grupos armados não estatais possam estar restritos, por circustâncias prevalescentes, de se engajarem em um diálogo direto ou reconhecer a legalidade um do outro. Mas a ICBL é uma organização internacional em parceria com diversas ONG‟s com um mandato para parar o sofrimento humano causado pelas minas antipessoais. Nós (a ICBL) não temos restrições, nem deveríamos ter

18 (MCGRATH, 2000, tradução nossa

p. 27).

5 POSIÇÃO DOS PRINCIPAIS ATORES

A. Estados Unidos da América

O posicionamento da maior potência militar da atualidade tem variado de gestão para

gestão. Bush descartou totalmente a possibilidade de assinar o Tratado, porém prometeu

estudar alternativas que não ferissem o direito à segurança do Estado, divergindo de seu

antecessor, Bill Clinton, que pareceu favorável à aderência (ARMS CONTROL

18 Do inglês original: What is the practical purpose of a treaty which only addresses half the ‘Mine Laying Actors?’ A treaty which ignores, for reasons of diplomatic nicety, some of the most active users of the weapon? I accept that there are many reasons why governments and NSAs may be restricted by prevailing circumstances from engaging in direct dialogue or recognizing each other’s legality. But the ICBL is an international partnership of NGO’s with a mandate to stop human misery caused by landmines. We have no such restrictions, nor should we have.

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ASSOCIATION, 2001). Já em julho de 2014, a Casa Branca emitiu uma nota na qual os

Estados Unidos se compromete a não fazer uso de minas antipessoais, com a exceção de

que elas sejam necessárias para a defesa da Coreia do Sul (WHITE HOUSE, 2014).

B. Rússia

A Rússia afirma sua pré-disposição em assinar o Tratado em algum momento futuro,

porém levanta sua preocupação com a ausência de uma alternativa ao uso de minas

antipessoais. Além disso, alega que os prazos apresentados no Tratado seriam curtos

demais, tornando financeiramente inviável a tarefa de destruir o estoque e desminar o seu

território. As minas de produção russa estão implantadas nos territórios das grandes vítimas

do seu uso, tais como Angola, Moçambique e Afeganistão. (LAND MINES ANS CLUSTER

MUNITION MONITOR, 2014)

C. China

A China afirma interesse em iniciar diálogo com os países signatários, porém em

nenhum momento mencionou a possibilidade de assinar o Tratado. No entanto, não existem

registros de uso de minas antipessoais chinesas em conflitos recentes. (LAND MINES ANS

CLUSTER MUNITION MONITOR, 2014)

D. Países Vítimas

São aqueles considerados as principais vítimas das minas antipessoais. Eles têm

como característica uma alta porcentagem de território minado, um alto número de vítimas e

acidentes com minas, e são signatários do Tratado. Grande parte deles possui também

baixos níveis de desenvolvimento humano e fraca economia, consequências decorrentes de

anos de conflito. As minas em seu território têm origem estatal e são majoritariamente

provenientes de guerras civis, ou guerra internacionais. Exemplos de países vítimas são:

Congo, Somália, Moçambique, Camboja, Afeganistão e Angola. (UNMAS, 2012)

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6 QUESTÕES RELEVANTES NAS DISCUSSÕES

• Como incentivar a universalização de aderência ao Tratado, principalmente no que

diz respeitos às superpotências?

• Os principais países fabricantes devem passar a se responsabilizar diretamente

pelas consequências do uso de suas minas mesmo que fora do seu território, como por

exemplo no sentido de prestar assistência?

• É possível estabelecer punições aos Estados signatários que tenham o seu uso ou

produção de minas antipessoais comprovados?

• As minas inteligentes devem ser consideradas opções aos países não signatários?

• Qual a origem das minas pessoais utilizadas pelos grupos armados? Elas seriam

fabricadas por eles mesmos, ou compradas de países produtores?

• Os países devem buscar o diálogo com grupos armados não estatais produtores de

minas? Se não, quais as possíveis soluções para o problema?

REFÊRÊNCIAS

APMBC (ANTI-PERSONNEL MINE BAN CONVENTION). Convenção sobre a Proibição do Uso, Armazenamento, Produção e Transferência de Minas Antipessoal e sobre sua Destruição. Canadá, 1997. Disponível em: <http://www.apminebanconvention.org/fileadmin/APMBC/other_languages/portuguese/MBC/MBC_convention_text/CONVENCAO_DE_OTTAWA_portugues_1.pdf>. Acesso em 10/11/2014

ARMS CONTROL ASSOCIATION. Bush Team Shies From Clinton Landmine Policy.

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TABELA DE DEMANDA DAS REPRESENTAÇÕES

Na tabela a seguir cada representação do comitê é classificada quanto ao nível de

demanda que será exigido do delegado, numa escala de 1 a 3. Notem que não se trata de

uma classificação de importância ou nível de dificuldade, mas do quanto cada

representação será demandada a participar dos debates neste comitê. Esperamos que essa

relação sirva para auxiliar as delegações na alocação de seus membros, priorizando a

participação de delegados mais experientes nos comitês em que a representação do colégio

for mais demandada.

Legenda

Representações pontualmente demandadas a tomar parte nas

discussões

Representações medianamente demandadas a tomar parte nas

discussões

Representações frequentemente demandadas a tomar parte nas

discussões

República Islâmica do Afeganistão

República da Albânia

República Federal da Alemanha

República de Angola

República Democrática e Popular da Argélia

Comunidade da Austrália

República da Áustria

República do Azerbaijão

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Reino da Bélgica

República da Bósnia e Herzegovina

República do Burundi

Reino do Camboja

Canadá

República do Chade

República Popular da China

República da Colômbia

República Democrática Popular da Coreia

República da Coreia

República de Cuba

República da Croácia

El Salvador

Emirados Árabes Unidos

República do Equador

Estado da Eritreia

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Estados Unidos da América

República da Estônia

República Democrática Federal da Etiópia

República da Finlândia

República do Iêmen

República da Índia

República Islâmica do Irã

República do Iraque

Estado de Israel

República Italiana

Japão

Reino Hachemita da Jordânia

República Democrática Popular Lau

República Libanesa

Estado da Líbia

República da União de Mianmar

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República de Moçambique

República da Nicarágua

República do Níger

Reino da Noruega

Reino dos Países Baixos

República Islâmica do Paquistão

República do Peru

Reino Unido da Grã Bretanha e Irlanda do Norte

Federação Russa

República do Senegal

República de Singapura

República Árabe Síria

República Federal da Somália

República do Sudão

República do Sudão do Sul

Confederação Suíça

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Reino da Tailândia

República do Tajiquistão

República Tunisina

República da Turquia

Ucrânia

República de Uganda

República Socialista do Vietnã

CICV - Comitê Internacional da Cruz Vermelha

ICBL - Campanha Internacional pelo Banimento de Minas Terrestres

UNMAS - Serviço das Nações Unidas para Ação Antiminas