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CONVIVER E MELHORAR FRANCISCO DO ESPRITO SANTO NETO DITADO PELOS ESPRITOS LOURDES CATHERINE E BATURA NDICE Conviver e Melhorar Agradecimentos Apenas oua PRIMEIRA CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO CAPTULO PARTE - LOURDES CATHERINE 1 = Perfume de Deus 2 = Autntica liderana 3 = O dom de expresso 4 = Melancolia 5 = Harpa silenciosa 6 = O calcanhar de Aquiles 7 = Nvel de conscincia 8 = O frio da incompreenso 9 = O calvrio da indeciso 10 = Presuno 11 = Molstia da alma 12 = O canto das sereias 13 = Bem-querer 14 = Exteriorizando a paz 15 = A doce brisa dos ventos 16 = Po do amor 17 = Modelagens da vida 18 = Pensamentos indesejveis 19 = Amor no correspondido 20 = A dor do abandono 21 = Estranho amor 22 = Lgrimas de decepo 23 = O vo de caro - BATURA s ovelhas do Bom Pastor Nas lides da direo Lutas contra o tdio xitos e fracassos Edifcio divino Saber ou vir para decidir bem Exigncias incoerentes Trabalho de equipe Na rea social Ideal comum Aqueles que desertam A cura real Entrevistas e triagens Delegando servios Companheiros hipcritas Autoridade e autoritarismo Instrues claras Elogios Buscando recursos externos Resistindo a mudanas Foras ambientais Princpios unificadores Equipe juvenil O poder de sntese

SEGUNDA PARTE CAPTULO 24 = CAPTULO 25 = CAPTULO 26 = CAPTULO 27 = CAPTULO 28 = CAPTULO 29 = CAPTULO 30 = CAPTULO 31 = CAPTULO 32 = CAPTULO 33 = CAPTULO 34 = CAPTULO 35 = CAPTULO 36 = CAPTULO 37 = CAPTULO 38 = CAPTULO 39 = CAPTULO 40 = CAPTULO 41 = CAPTULO 42 = CAPTULO 43 = CAPTULO 44 = CAPTULO 45 = CAPTULO 46 = CAPTULO 47 =

Conviver e Melhorar

Todos ns venceremos com mais tranqilidade os solavancos da vida quando r eunidos em uma equipe esprita que nos encoraje a sensibilidade e o crescimento in telectual e, alm disso, nos possibilite a descoberta da riqueza de nossos talento s inatos. Assim, estas pginas, que ora passamos s suas mos, caro leitor, tm como obj etivo lev-lo aprendizagem de novas habilidades, fortalecendo as antigas e aprimor ando sua capacidade de realizao na lavoura do bem comum. Observando uma colmia, podemos aprender a nos organizar e a trabalhar em regime de cooperao, como fazem as abelhas. Com elas, aprendemos a conviver e a melhorar, pois so educadoras exemplares. Desde os primrdios das grandes civilizaes, essas laboriosas e minsculas criat uras j eram reverenciadas e louvadas pelos homens, no s pelo eficiente sistema de d iviso do trabalho como tambm pela perfeita comunicao entre elas por meio de sons e m ovimentos, relacionamentos harmnicos e comportamentos de extrema unio. Resistem un idas a qualquer fora que as ameace. Operrias disciplinadas e infatigveis, sublimam em mel a suave fragrncia das flores, transformando sua morada em alegre ateli, ou mesmo, em usina de arte fatos de sade. As abelhas foram retratadas nas paredes dos palcios e templos, nos ce tros e coroas, bordadas em fios de ouro nos mantos dos soberanos. Sua imagem sem pre indicou riqueza, sabedoria, trabalho, organizao e prosperidade. Atendendo ao convite do Mundo Maior, Batura e Lourdes Catherine se pr opuseram a escrever sobre suas experincias junto s criaturas, ensinando-nos a ente nder aquelas pessoas que s vezes nos pedem ajuda, dentro ou fora da Casa Esprita; da mesma forma, a responder a elas, a conviver com elas e a aconselh-las. Instrue m-nos ainda a respeitar o desejo delas de sair de onde esto para onde querem ou n ecessitam chegar. A presena desses Benfeitores Espirituais nesta obra simboliza a interao da razo com a sensibilidade. O princpio masculino ocupa-se eminentemente da determinao, da lgica, do clculo, da fora, da coragem, da proteo. O princpio feminino est associado inspirao, s ar geral, melodia, s flores e ao simbolismo. Lourdes Catherine retrata a alma compreensiva, representa a sntese das qual idades femininas, conduzindo-nos ao mais alto entendimento dos problemas humanos . Dialoga conosco sobre a sabedoria da Natureza, encorajando-nos a solucionar os conflitos de relacionamento e a conquistar a elevao espiritual. Batura, apstolo do Espiritismo, representa os diversos aspectos das qualidad es masculinas - energia, ao e fora. Dirige-se especialmente aos seareiros do Cristi anismo Redivivo, com a finalidade de transformar o grupo esprita num saudvel labor atrio de relaes humanas, para que seus elementos possam melhor servir nas tarefas d a Nova Revelao. Os autores pretendem auxiliar-nos a ter um bom relacionamento com ns mesmos , para que possamos lidar melhor com as personalidades difceis que encontramos em nossa esfera familiar, nos ambientes profissional e social e, algumas vezes, no grupo de f religiosa. No existem maridos e esposas, pais e filhos, dirigentes e dirigidos, amigos e parentes. Somos todos professores e alunos, partilhando a mesma Escola da Vid a, aprendendo uns com os outros. Os papis que representamos na atual encarnao so asp ectos passageiros da personalidade humana, que ocultam a nossa essncia verdadeira . Se pudermos enxergar o que h por trs dessa mscara transitria, a ento compreenderemo a razo de nossos relacionamentos - encontros, reencontros e desencontros; e desc obriremos seu significado real. Nossas necessidades de ascenso evolutiva atraem para nossas vidas indivduos que tm interiormente fragmentos de lies ou de advertncias que precisamos assimilar. Nossos traos de personalidade so caracterizados pela forma costumeira atravs da qual percebemos o meio ambiente e a ns mesmos, assim como pela nossa habitual maneira de nos comportar e reagir diante do mundo. O carter distintivo das pessoas um produto complexo das influncias do meio e m que viveram desde os primeiros dias como beb (em alguns casos, mesmo antes, no

prprio ventre materno) somado s predisposies inatas (resultado de vidas pretritas). Ningum escolhe ter um temperamento complicado intencionalmente. Quem buscar ia, de propsito, edificar para si uma personalidade hipersensvel, obsessivo-compul siva, narcisista, possessivo-agressiva, superdependente, manaco-depressiva, exces sivamente ansiosa ou obcecada por detalhes? Precisamos compreender e respeitar as dificuldades de mudana das criaturas. Mudar implica longo processo de demolio / reconstruo . No se trata apenas de escutar rtas regras de conduta, mas sim de desembaraar-se de outras tantas acumuladas nas noites do tempo. Portanto, com que direito decidimos o que est certo ou errado e impomos iss o a algum? Muitos de ns temos o hbito de dar lies de moral aos outros. Na vida, cabe s to-s promover dilogos fraternos de ajuda mtua; encontros sinceros de alma para alm a. Por fim, despedimo-nos sentindo grande alegria pelo lanamento desta publicao e rogamos ao Mestre Jesus que nos guarde e ilumine cada vez mais, para que possa mos entender melhor a vida dentro e fora de ns. Hammed Catanduva, SP, 6 de abril de 1999. Agradecimentos

Inicialmente, queremos manifestar nosso agradecimento sincero a Deus e a J esus por todas as bnos que nos proporciona a Codificao Kardequiana. Os apontamentos aqui lanados representam os frutos humildes de nossas exper incias no Grupo Esprita acrescidos de um sumrio de anotaes relacionadas vivncia de ros seareiros. No nosso caso, alm da satisfao e da honra de haver recebido lies de notveis mes res, particularmente de Bezerra de Menezes, Emmanuel, Cairbar Schutel, Eurpedes B arsanulfo e de tantos outros benfeitores, imensa nossa alegria de v-los includos c omo companheiros de ideal e amigos devotados. No nos moveu a pretenso de escrever um guia completo da boa convivncia . Mesmo porque partimos do pressuposto que precisamos fortalecer muito ainda nossa compreenso, idias e dedicao na aprendizagem da lei da interdependncia e dos pr incpios cristos de cooperao mtua. Sabemos, no entanto, que h dias de difceis exames, em que a tempestade da di scrdia derrama, na lavoura da lide comum, desordem, desnimo, deseres e acusaes. Assim refletindo, que resolvemos oferecer, a quem se interessar, nossa parca contribuio. Entendemos que os cooperadores do Bem fazem parte de uma s famlia atuando na intimidade do lar de Jesus. Em vista disso, colocamo-nos como um simples compon ente desse ambiente domstico, cujo lema trabalhar e servir sempre mais. Se acaso no conseguirmos transmitir com fidelidade os conceitos que aprende mos com os bons e sbios instrutores da Vida Maior, queremos deixar bem claro que as falhas devem ser atribudas apenas e to-somente a este aluno desatento, nunca ao s exmios professores do Cristianismo Redivivo. Batura Catanduva, SP, 23 de maro de 1999. Apenas oua Atravs destas mensagens desejo partilhar boas novas com todos vocs. So os fru tos de minhas tarefas e contatos medinicos na Casa Esprita. Por muitos anos ouvi pessoas de todas as idades e de ambos os sexos, e com elas aprendi a dar, receber e explorar o universo da convivncia. Cada uma cooper ou com uma nova semente de sabedoria no solo de meu corao. No entanto, a cada dia que passa, encontro mais criaturas sequiosas de ori entao, que buscam na mensagem esprita um alvio para suas dores fsicas e morais.

Indivduos inseguros que esperam defesa, doentes que pedem remdio, iludidos q ue buscam a verdade, ignorantes que necessitam de instruo, traidos que anseiam con solo, revoltados que reclamam considerao, mdiuns que procuram esclarecimento e outr os tantos que solicitam auxlio fraterno e refrigrio para a prpria alma. Todavia, para que de fato possamos abrir o corao e orientar com eficincia, pr ecisamos, antes de tudo, aprender a arte de bem ouvir. H alguns inconvenientes que interferem muito na compreenso dos reais sentime ntos expressos pelo entrevistado. Ou ficamos muito presos s ocorrncias em si, s rec lamaes e aos conflitos que ele apresenta, ou nos desligamos pouco a pouco daquilo que ele est revelando, e passamos a nos envolver com nossos prprios problemas e qu estionamentos. Acabamos por no ouvir e muito menos identificar o que o entrevistado na ver dade est querendo dizer. Muitas vezes descobrimos que no orientamos as pessoas devidamente, porque d eixamos falar primeiro os preconceitos. No ouvimos nem auxiliamos, mas julgamos t udo, por eles. Ficamos mais ansiosos para dar respostas, de acordo com aquilo que imagina mos, do que orientar pura e simplesmente, levando as pessoas a lanar mo de seu pot encial e a resolver, elas prprias, suas dificuldades. Apenas oua. Na maioria das vezes, uma ateno silenciosa tem maior poder de con solo e cura do que mil palavras bem-intencionadas. Ao entregar ao mundo visvel estas mensagens, cabe-nos dizer que elas foram inspiradas unicamente nos ensinos renovadores e fundamentais do Espiritismo. Utilizamos como figura de linguagem o simbolismo das flores - um cdigo flor al usado na Frana do sculo 17 para presentear as pessoas, decorar praas e residncias . Tambm lanamos mo da mitologia grega, com seu rico manancial de lendas, deuses e h eris, alm de monstros horrendos, que representam, em verdade, as foras incontrolveis e ainda incompreensveis da intimidade humana. A vitria dos homens sobre essas criaturas terrveis simboliza sua capacidade in ata para superar o medo primitivo do desconhecido, atravs da coragem, determinao, s ensibilidade e inteligncia. Ariadne serviu-se de um novelo de linha para guiar os passos de Teseu pelos corredores escuros do labirinto (1) Ao descobrir a ponta do fio de Ariadne, esta r o homem iniciando seu autodescobrimento, porqanto capacitado para escapar da fria do Minotauro - as foras desconhecidas de sua natureza ntima. Ele atingir as portas da libertao, porque passar a compreender que Deus jamais esteve distante dele; ele que no havia percebido em si a presena de Deus. Orientados e orientadores, ouamos uns aos outros. Pertencemos a uma s comunidade universal, suspirando pelo ensejo de vivermos reunidos na plenitude d o amor. Esperamos que cada leitor aprenda a viver Jesus Cristo por meio do Espirit ismo. Doutrina que abrange todos os conhecimentos humanos, usa o critrio lgico e a f raciocinada para abrir ao homem, que se julga mortal, o mundo da imortalidade, tomando-o, assim, consciente de sua Vida Ilimitada. Lourdes Catherine Catanduva, SP, 19 de maro de 1999. (1) Ariadne - figura mitolgica, filha de Minos, rei de Creta, auxiliou Teseu a li vrar sua ptria de vergonhoso tributo, que consistia em sacrificar jovens para ali mentar o Minotauro. Ela serviu-se de um novelo de linha para guiar o heri atravs d o labirinto tenebroso. PRIMEIRA PARTE 1 Perfume Fatores limitantes: Cultivei com exagero o hbito de pedir conselhos a LOURDES CATHERINE

meus pais e a meus amigos na maior parte de minha vida, mas nunca me senti sati sfeita com isso. Tenho uma situao financeira tranqila e uma famlia sadia que muito m e ama. Moro em casa extremamente agradvel e compartilho amizades queridas. Mesmo assim, sinto-me muito infeliz. Sou vacilante e me deixo conduzir com facilidade, pois receio que minhas opinies e decises sejam incorretas. Ouvi dizer que a felic idade no deste mundo. Devo atribuir meu desencanto de viver a essa afirmativa? Te nho que conformar-me passivamente? Expandindo nossos horizontes:

A maioria das pessoas que se proclamam religiosas costumam afirmar c ategoricamente que a felicidade encontra-se apenas em Deus. Esquecem-se, porm, de que o Todo-Poderoso habita em tudo, inclusive nelas mesmas. Ento, por que no comea r a procur-la em sua prpria intimidade? No importa se as pessoas acreditem ou no em Deus. O fato de no O amarem ou de terem conceitos diferentes a respeito dEle, em nada altera a Sagrada Real idade em ns. O Pai Supremo responde a cada um de acordo com sua necessidade. Enco ntra-se a felicidade em forma de Toque Divino em toda parte. Na leitura de uma p oesia, num buqu de miostis, na visita amorosa a um lar de idosos, no aroma extico d os jasmins, na colheita de conchinhas na praia, nos gestos de ternura. So muitos os momentos em que se pode ser venturoso. Felicidade sentimento ntimo. Os contextos exteriores nos quais voc vive apen as o ajudam a entrar em contato com esse sentimento, j existente em sua intimidad e; quer dizer, eles interpretam sua essencialidade divina. Confie em sua sabedoria interior; s voc pode decidir o que certo para si mes mo. O homem criou a linguagem para poder comunicar-se com os outros adequadame nte. Descobriu que algumas expresses lhe permitiam pensar e agir com maior preciso e organizar melhor suas emoes. Planejou palavras que o ajudassem intelectualmente a cumprir certas funes e a administrar seu meio ambiente. De incio estereotipou na palavra felicidade o conjunto de satisfaes dos senti dos, por acreditar apenas na existncia do mundo das impresses exteriores em que se movimentava. Comeou a agir como se todas as pessoas tivessem essa mesma viso estti ca e avaliassem a felicidade por esse mesmo estreito prisma. verdade que a maioria dos seres pensa de modo semelhante acerca da palavra felicidade. Usam-na constantemente para denominar um estado de completo bem-est ar, contentamento e satisfao. No entanto, apesar da designao comum, ela se apresenta sob os mais variados aspectos, maneiras, situaes, fatos e pessoas. Muitos acreditam que, satisfazendo suas carncias afetivas, profissionais ou sexuais, se tornaro plenamente felizes. Alegria no o resultado de tudo aquilo que possumos ou desejamos. Felicidade ou infelicidade no resultam das circunstncias, mas dependem de su a fora de vontade e determinao. Se voc aceitar isso como verdade, assumindo a respon sabilidade pela sua prpria felicidade, se libertar da exigncia dos requisitos da so ciedade superficial e da falsa importncia que o mundo externo lhe impe. A partir d a, poder encontr-la com mais clareza e discernimento. Quanto mais crer em sua voz do corao , tanto mais nitidamente ela falar com voc. Olhando para dentro de si mesmo e analisando sua essncia divina, que nunca falha nem se altera, voc encontrar realmente a verdadeira alegria de viver. As criaturas de conscincia desperta compartilham e repartem seu contentamen to. Aprenderam a amar os outros, porque amam a si mesmas. Desfrutam o tempo de f orma singular: seus gestos de benevolncia se estendem tanto a seus semelhantes co mo a si prprias. As violetas, desde os tempos mais antigos, foram celebrizadas nas poesias, fbulas e narrativas. Shakespeare sempre as citava com admirao. So muito estimadas p or seu aroma delicado. Fazendo aluso s violetas e sua fragrncia, poderamos dizer, em sinonmia quase q e perfeita, que a felicidade o perfume de Deus.

Lourdes Catherine 2 Autntica liderana Fatores limitantes: Freqento um Centro Esprita onde ha enorme rivalida de entre dois grupos. E uma verdadeira guerra dissimulada entre duas pessoas. Um a quer continuar a ser o Lder; a outra quer o lugar daquela, a qualquer preo. Por trs, existe um interesse mesquinho e particularista em servir e agradar os searei ros, a fim de conquistar simpatia e amizade e, como resultado, obter adeptos de uma causa prpria. Como entender tudo isso? Qual deve ser minha posio num lugar onde se ensina unio, solidariedade e amor e, no entanto, disfarada-mente, atacam e reb aixam uns aos outros? Expandindo nossos horizontes:

O homem livre no precisa dominar outras criaturas, porqanto a liberdad e um sentimento oposto ao desejo de mando. Os dominadores so aqueles que no conseg uem sentir-se valorizados como pessoa, a no ser quando esto dominando os outros. Quem livre realmente no pretende ser mestre de ningum. Descobriu que no to pequeno quanto pensou, nem to admirvel quanto gostaria de ser. Simplesmente res gatou a idia de que a principal autoridade em seu mundo ntimo, e no no mundo dos ou tros. O ser liberto faz sua caminhada evolucional sabendo que a prpria exis tncia depende exclusivamente de sua auto-compreenso. Entendeu que, na cidade da vida, quando pensamos estar subindo a rua da felicidade, s vezes podemos estar descendo a ladeira da decepo. H diversas formas de se atingir uma liderana. Descreveremos apenas duas, par a que voc possa discernir a situao que vivencia: a do lder nato e a do lder calculist a ou produzido. O lder natural criativo e engenhoso, traz das vidas passadas um manancial e xpressivo de experincias e conhecimentos. Essa liderana vem revestida de carisma, organizao e equilbrio na capacidade de comando. Identifica-se com os ideais de um g rupo e os representa bem; firme e objetiva, inspira confiana, pois sempre est segu ra do que realiza. Talvez possamos fazer uma analogia entre os lderes natos e ris, a mensageira dos deuses gregos. Ela, segundo a mitologia, aparecia para os mortais em forma de arco-ris. Esses lderes tambm so arcos coloridos e iluminados; fazem uma ponte ent re a Terra e o Cu. De modo geral, esto ligados a famlias espirituais, que lhes do ampla assistnci a do plano invisvel. Realizam, incansavelmente, uma tarefa de amor em consonncia c om as altas esferas a que se acham vinculados pelas leis de afinidade ou simpati a. Aprenderam a ouvir para auxiliar, sem a presuno de resolver. Entendem em pro fundidade a funo da dor e mantm a f sempre renovada. Possuem um bom humor extraordinr io pelo fato de - tentando cumprir proveitosamente sua misso terrena - se acharem bem consigo mesmos. Jesus Cristo o exemplo magno da autntica liderana. Considerado o Lder dos lder es, reformou as regras religiosas e sociais da poca, iluminando a Terra com sua s ublime mensagem. Os que saem dos padres rigorosos do convencional que impulsionam o progresso da humanidade. O lder nato original, ou seja, ele mesmo; no copia ningum. No se limita a seg ir caminhos j percorridos; tem a capacidade de elaborar concepes novas e encontrar solues inditas para antigos problemas. A par disso, participa ativamente de todas a s realizaes da Casa Esprita, recebendo sempre com simpatia e sensatez quaisquer crti cas ou sugestes destinadas ao aprimoramento das tarefas. Os lderes calculistas ou produzidos muitas vezes so homens dominados pela pa ixo do comando e da autoridade. Valem-se da fora e do discernimento que os lderes n atos lhes emprestam. Depositam sua segurana neles, e no em si mesmos. Vivem sombra das opinies.

O lder produzido assemelha-se flor-de-lis. Vaidosa, porque era usada como e mblema dos reis de Frana. Cresce lanando seu olhar superior para as outras flores que a circundam, como um rei olharia para seus vassalos. Comumente, encontra pessoas imaturas que o acompanham. manipulador, mexe os cordes de suas marionetes , usando-as em benefcio pessoal e fazendo-as viver como r obs - sem vontade prpria. Seus adeptos acreditam ser idealistas e auto-determinado s, no se dando conta de que, por detrs das cortinas, existe algum guiando o espetcul o, onde a estrela no o ideal esprita-cristo, ele mesmo. Esses seguidores desavisados so flores frgeis, medrosas e sem resistncia; entrelaam-se como trepadeiras nos outr os, buscando segurana e equilbrio. Os lderes produzidos, que se utilizam do poder de persuaso por meio de uma v oz meiga e amistosa, so paternalistas. Querem arrumar e resolver problemas que no so de sua competncia, demonstrando empenho oportunista em relao ao bem-estar das pes soas. Instigam seus simpatizantes contra o inimigo imaginrio, pensando, assim, ob ter unio da equipe que dirigem. Quando manipulamos o outro, atramos para ns sua vida. Ele passar a fazer part e de nosso destino, com todos os seus problemas e necessidades. Dessa forma, so c riados muitos elos entre pessoas que no tm afinidade, resultando disso situaes compl icadas e convivncias desastrosas. Esse tipo de liderana imita quase sempre outra, que atingiu o xito que ela p retende alcanar. severa condenadora, somente aceita as velhas interpretaes com as q uais est acostumada, no consegue vislumbrar conceitos inovadores nem criar situaes n ovas. As rivalidades comeam, em muitas circunstncias, quando admiramos algum e no co nseguimos ser como ele. A discrdia inicia-se no por causa da antipatia, mas porque essa pessoa e um espelho onde vemos o que gostaramos de ser e no somos. Voc me pergunta como deve entender tudo isso? Eu lhe peo que compreenda que voc participa de um grupo de seres humanos em busca de crescimento; no de uma asse mblia de anjos. Tenha como ponto pacfico a condio humana e encontre o lado positivo em todas as ocorrncias e situaes que a vida lhe apresentar. As maiores oportunidades de apre ndizagem surgem em nossa vida disfaradas em desafios e dificuldades. No se atenha de forma exclusiva crtica; lembre-se de que dias sombrios surgem ocasionalmente, mas no final podemos retirar as vantagens do entendimento. Sabemos que o ser humano est em constante processo de aprendizagem; em vist a disso, todos podem aprender a liderar convenientemente. A poda, o corte de uma haste floral, embora parea no seguir nenhuma regra, deve ser feita prximo ao tronc o de onde a haste surgiu. Corte a haste das intrigas e da maledicncia de sua vida , observe as pessoas e analise os fatos. Veja por si mesmo a fragilidade dessa s ituao. Examine os pontos fortes e os fracos e, dessa maneira, encontrar um denomina dor comum em sua equao existencial. Com essa conduta, voc ter subsdios bastantes para tomar uma deciso prudente e sensata. Lourdes Catherine 3 O dom de expresso Fatores Iimitantes: Sou uma pessoa tmida e reservada desde a infncia. Gosto de ficar sozinha por no me considerar capaz de fazer as coisas to bem como o s outros. Sou mdium com vrias atividades na Casa Esprita; porm, quando me solicitam uma prece ou um comentrio sobre o Evangelho, fico muda de vergonha. Procuro escon der meu nervosismo, mas ruborizo com facilidade. No suporto lugares onde h multides ; um misto de medo e ansiedade me dominam, sempre que estou na companhia de outr os. Quando essa fobia se manifesta, tenho palpitaes e a impresso de que vou perder os sentidos. Quero saber como lidar com meu acanhamento? Expandindo nossos horizontes: Aceite o fato de que voc mdium e de que sua sensibilidade algo muito p

recioso em sua vida. Sensitivos podem, na presena dos outros, experimentar diversas impres ses - inexplicveis sob o ponto de vista fsico, mas espiritualmente compreensveis - p orque possuem uma constituio orgnica especfica para receb-las e transmiti-las com cer ta facilidade. O corpo astral dos mdiuns capta, atravs dos sentidos ( radares invisveis ), todo tipo de energia emanada de outras pessoas ou lugares. A sintonia que se es tabelece do encontro com essas mensagens energticas de seres e de foras inesperada s e s vezes, completamente desconhecidas que causa esse tipo de fobia e ansiedade . Em vista disso, procure criar um espao vibracional a seu redor; uma cmara de proteo na qual voc possa abrigar-se sempre que for preciso. Busque tambm desenvolve r sua vida mental com a orao, leituras e meditaes, examinando as correntes de pensam ento, comparando idias, mas pensando por si mesma. Nunca queira ser mais nem se sinta menos que os outros. Voc tmida porque no r econhece seus verdadeiros valores nem aceita suas limitaes. Quanto mais sufocar su a essncia, mais aumentar sua timidez. Uma pessoa autntica espontnea, por isso cativa muito mais do que se usasse diversas artimanhas. lei da prpria natureza: a flor se expressa atravs do perfume, os pssaros pelo canto, as rvores pelos frutos, o arco-ris pelas cores. A vida a divina expresso de Deus. O que manifestado no exterior reflete o que ocorre no imo da prpria alma. O s seres humanos tm grande necessidade de se exprimir por gestos, palavras, sentim entos. Na auto-expresso ocorre uma mostra explcita da individualidade - quanto mais consciente for a criatura, mais espontnea e desenvolta ser sua atuao. Se voc colocar obstculos ao dom da comunicao, dote natural de todo ser humano, ser chamada de pessoa sem eco. No quero dizer que, para se fazer entender, precis e ser superdotada; mas simplesmente que se exprima da melhor maneira possvel. Vale muito a chama de uma vela na escurido. Na religio dos antigos gregos e romanos, Eco era a divinizao do fenmeno acstico ; Juno - senhora do Cu e da Terra - a esposa do deus Jpiter e filha de Saturno. Um certo dia Eco, famosa pela arte de conversar , foi convocada por Jpiter par a que entretivesse Juno. O poderoso deus queria ter mais liberdade e tempo para descer Terra, pois dessa forma se livraria do controle ciumento e possessivo da esposa. Eco obedeceu ordem do soberano dos deuses, mas o estratagema foi descobert o por Juno. Enfurecida, voltou-se contra a pobre jovem e castigou-a impiedosamen te. Privou-a de seu bem mais precioso - o dom de se expressar -, ordenando: tu no fars da palavra seno um uso reduzido! Seria permitido a Eco somente repetir as palavras alheias e nunca mais pod eria comunicar seus sentimentos e emoes a ningum. Apavorada com a terrvel maldio, Eco, diante da vingativa deusa, ainda tentou dizer alguma coisa em sua defesa, mas de sua garganta nunca mais saiu som algum. A bela moa, inesperadamente silenciada, abandonou a morada dos imortais cho rando seu triste destino. Caiu numa tal desventura que s lhe restaram os ossos, t ransformados em penhascos e cavernas. Dela apenas restou a voz como efeito sonor o. O castigo que Juno deu a Eco voc est dando a si mesma. A relao da Divina Provi dncia com o ser humano semelhante a uma me embalando o filho nos braos. Ela sorri, fala, canta para ele, sussurra-lhe mil palavras ao ouvido, envi a-lhe inmeras mensagens atravs dos gestos e da tonalidade da voz. Assim tambm se pr ocessa o dilogo do Criador com suas criaturas. Portanto, deixe que se manifeste a inspirao que h em voc; ela como a nvoa da manh a espalhar-se em sua atmosfera espi ual. Voc, como todas as outras pessoas, rica de inspirao. Para identific-la, basta que abra as comportas da alma. Toda timidez formada pelo desejo de agradar e pel o medo de no o conseguir. produto do orgulho e no da modstia. Voc fica ruborizada porque ningum consegue controlar o corpo por compl eto.

O corpo no mente. Mesmo que voc procure esconder seus verdadeiros sent imentos por meio de atitudes artificiais, a expresso corporal denunciar sua impost ura. Transmita as melodias do sentimento e os musicais da intuio; eles esto presentes no concerto de sua prpria vida. A mesma fora que voc utiliza para conter seu dom de expresso a mesma pa ra solt-lo na comunicao espontnea. Lourdes Catherine 4 Melancolia Fatores limitantes: Sinto uma tristeza profunda! Sou muito fraca e i ndefesa; estou aqui para voc solucionar meu conflito! Sentimentos depressivos env olvem-me repentinamente, tornando-me incapaz de vencer esse estado de alma. Evit o a companhia de outras pessoas, pois estou dominada por um desespero insuportvel . Por mais que use argumentos racionais e lgicos, permaneo sem condies de reverter e sse quadro sombrio. Tenho tudo para ser feliz, mas, infortunadamente, a idia de s uicdio no me sai da mente. Ser que viver assim vale a pena? Expandindo nossos horizontes:

Tudo que nos acontece uma mensagem da Vida Mais Alta tentando equilibrar n osso mundo interior. Se desejamos sair do circuito do desespero e ir gradativame nte resolvendo dificuldades e conflitos, comecemos por compreender que a nossa e xistncia controlada por uma Fonte Divina - perfeita e harmnica cuja nica inteno somente a evoluo das criaturas. Reconheo que as dores ntimas so como preldios de um violino ferindo o pe ito profundamente. Mas lembre-se: ningum pode procurar nos outros um recado que e st dentro de si. Aprendamos a ler essas mensagens impronunciveis; elas so a chave d a soluo dos sofrimentos. As leis divinas esto em nossa conscincia. Hoje voc busca livrar-se da melancolia, apegando-se s pessoas para que cuide m de voc; mas haver um dia em que perceber que a busca ineficiente, pois essa pesso a ter que ser voc mesma. No se faa de fraca e impotente; retire de seus olhos a angstia e a aflio. Voc pode transformar esse processo doloroso em fator saudvel de crescimento e progresso. Voc gostaria de ser poupada dessa dor aflitiva imediatamente, mas no pode se esquecer de que ela o resultado de atitudes negativas do passado que voc mesmo c riou. Somente atravs de crescente conscientizao de suas concepes errneas, ou de falsa solues, que poder atingir o entendimento exato de seu sistema de causa e efeito. No basta mudar um mau comportamento irrefletidamente; preciso mudar a causa que provoca esse comportamento. Apenas assim poder efetuar uma autntica mudana. De incio, no espere satisfao e felicidade imediatas, porque os efeitos negativ os vo continuar cruzando o seu caminho - resultado de anos vividos entre padres in adequados. No entanto, quando descobrir esses padres e comear a modificlos de manei ra gradativa, automaticamente ter incio a reduo das sensaes desagradveis e aflitivas e voc experimenta. A alma, na agonia moral, semelhante a um pssaro de asa partida: quer voar, mas no consegue. S com o tempo ele se equilibra; a, ento, pode alar vo perfeitamente. A imensa decepo dos suicidas perceber no Alm que no podem fugir de si mesmos. Problemas so considerados desafios da vida promovendo o desenvolvimento interior. A autodestruio alm de intil, intensifica a dor j existente, por interferir no proces so natural da existncia terrena. A alma humana pode ser comparada a um candelabro: acesas as chamas da verdade, dissipam-se as sombras da iluso. Todos temos uma te ndncia de culpar o mundo por nossas aes, comportamentos, emoes e sentimentos inadequa dos. Justificamos nosso desalento acusando indiscriminadamente, mas preciso assu mirmos plena responsabilidade por tudo o que est acontecendo em nossa vida. Devem

os reconhecer honestamente que est em ns a fonte que determina e controla nossas aes e reaes. Somos responsveis tanto pela nossa felicidade quanto pela nossa infelicid ade. Perceba que voc nutre uma falsa crena de que est totalmente indefesa e espera que algum, ou o destino, lhe traga uma milagrosa alegria. Acima de tudo, acredit e: nenhuma destinao cruel est vitimando sua existncia. Depende essencialmente de voc o seu bem-estar, de seus esforos, de sua vontade de mudar, de sua autoconfiana e d e um novo senso de fora em sua vida interior. Alm disso, a compreenso esprita, acrescida da criao de uma nova viso interior, oder gerar toda a satisfao que sua alma anseia, anulando os velhos pensamentos dest rutivos que voc nutria inadvertidamente. Melhore seu ntimo; essa a maneira mais eficiente de ser feliz. Podemos dest ruir o corpo, mas no temos o poder de acabar com a vida. Quem faz a sua parte e deposita nas mos de Deus todas as suas dificuldades alcana a to almejada tranqilidade. Lourdes Catherine 5 Harpa silenciosa Fatores Iimitantes: Estou iniciando o desenvolvimento da mediunidade . Sou mdium consciente e por isso estou inseguro quanto veracidade do fenmeno espi ritual que ocorre comigo. Estou perdido em meu mundo interno e (por que no dizer? ) um tanto confuso. Tenho idias geniais, mas, em determinados momentos, irreais e excntricas. No sei distinguir o que meu do que dos espritos! O que eles dizem est erto ou errado? Devo seguir suas orientaes em todos os momentos? Expandindo nossos horizontes:

Os Espritos Superiores no ditam normas de conduta a ningum. Eles tm um e norme respeito pelo livre-arbtrio de cada um. Sabem que, na atual etapa evolutiva da humanidade, a compreenso da verdade muito relativa. O que hoje se entende de uma maneira amanh sofrer mudana e aperfeioament o e se compreender de outra forma. Em face do avano das cincias e das idias, tudo se retifica continuamente. ... por isso que os Espritos verdadeiramente superiores nos recomenda m, sem cessar, submeter todas as comunicaes ao controle da razo e da mais severa lgi ca. Sensibilidade medinica uma harpa silenciosa criada pelo sopro divino para son orizar as melodias da criatividade e da evoluo espiritual. Mediunidade uma faculdade natural do ser humano e ocorre em determinado mo mento de sua evoluo. um fenmeno irreversvel, quer dizer, no se pode evit-lo, pois f parte do desenvolvimento inato das criaturas. O sentido da palavra desenvolver desenrolar, abrir ou libertar algo que es tava envolvido. Os botes de gernio se formam inclinando-se para fora dos vasos ou descendo pelos muros de pedra, desabrochando suas ptalas pouco a pouco em forma d e flor. As madressilvas, com seu perfume doce e suave, medram nos campos, transf ormando tudo em sua volta, num encantamento inebriante. Podemos dizer que uma semente completou seu ciclo evolutivo quando se torn ou um vegetal adulto. Nela havia em grnlen um potencial a se manifestar. Em vista disso, conclumos que o princpio do perfume ou das ptalas est no mago d e suas flores, assim como as faculdades psquicas existem no homem em estado laten te. Temos o hbito de falar em desenvolvimento de um programa, porque ele tambm, no estgio inicial, comeou de uma idia, ou seja, de seu embrio intelectual. Com a viso ampliada a respeito do significado lingstico dessa palavra, perceb emos que nenhum desenvolvimento pode ocorrer de fora para dentro. Ele sempre tem incio a partir de uma potencialidade j existente em estado natural. Portanto, a mediunidade apenas um canal inerente s criaturas, capaz de regi

strar mensagens das dimenses invisveis da Vida. No se preocupe com sua conscincia durante as comunicaes. O mdium um filtro imp escindvel ao pensamento do esprito comunicante e seus sentidos no podem ser complet amente desprezados. As funes mentais, intelectuais, emocionais e espirituais do me dianeiro somam-se s do esprito no ato medinico, produzindo a mensagem falada ou esc rita. Para que possamos identificar aquilo que genuinamente nosso sentimento, idi a, pensamento e emoo, preciso antes conhecer e compreender bem nosso mundo interio r. bvio que as leituras clssicas e as complementares da Doutrina Esprita vo auxil iar muito o desenvolvimento de sua mediunidade. Mas, antes de pedir opinies aqui e acol, procure analisar os fenmenos com seus critrios e valores mais ntimos. A maneira mais segura de voc no ser ludibriado pelos espritos desencarnados e tambm (por que no dizer?) pelos encarnados, no usar o senso comum, mas seu senso i nterior. Evidente que voc o possui, e quanto mais voc us-lo, mais ele se tornar clar o e eficiente, mantendo sua conscincia desperta e evidenciando sua sabedoria inte rior. Somos uma unidade fsico-psquico-espiritual e precisamos dar a cada coisa sua devida importncia. Identificando de modo gradual nossos estados interiores, no se remos levados a confundi-los com os dos outros. Identificar quer dizer registrar algo - um fato, um encontro, uma sensao, um lugar - que pode ou no pertencer nossa identidade. Para aprendermos o que nosso, necessrio olhar para dentro de ns mesmos, com toda a clareza que pudermos, alm do corpo somtico, abstraindo-nos das idias preconc ebidas, dos sentidos externos e dos papis que representamos na vida. Permanecendo nesse exerccio de constante auto-identificao, veremos, pouco a p ouco, o que estamos sentindo e absorvendo: as energias alheias, ou as nossas prpr ias sensaes energticas. A identificao/desidentificao vai modificar nossa postura interior diante das p essoas e das situaes exteriores, ou sej a, iremos distinguir aquilo que pensamos s er ou pensamos sentir daquilo que realmente somos e sentimos. A abertura da sensibilidade pode proporcionar-nos momentos de muito jbilo. Nossa ligao com os planos superiores da Vida se reverte num extraordinrio rep ositrio de lucidez e serenidade para o nosso corao. O ser humano torna-se original apenas quando percebe o toque da inspirao div ina em si mesmo. Mediunidade so pupilas invisveis para vermos e admirarmos os espetculos ocult os do Universo. ver sem valer-se dos olhos, saber antes de tomar conhecimento do s fatos. Lourdes Catherine (1) O Livro dos Mdiuns 6 O calcanhar de Aquiles 2 parte, captulo 10, n 136. Edio Ide.

Fatores limitantes: Estou sofrendo, h anos, de pequenos inchaos nas ar ticulaes dos dedos. Sou uma pessoa constantemente acometida por alguma enfermidade . Ora uma indigesto, ora uma enxaqueca, ora uma dor reumtica. Na verdade, rarament e estou bem. Eu era uma mulher gentil e alegre; hoje, costumo perder o controle por qualquer coisa. Quanto mais tensa ou nervosa, mais se agravam meus problemas de sade. Essas doenas so provaes relacionadas a vidas passadas ou ser que estou send vtima de mandingas ou feitiarias? Expandindo nossos horizontes: Doena o produto final de um distrbio profundo, ou mesmo estgio derradeiro de foras intrnsecas, desde h muito em atividade, que se corp orificam no veculo fsico.

A vida energia. Sua sade fsica, seus pequenos ou grandes gestos, seu tom de voz, seu comportamento, suas relaes com os outros, tudo isso so fenmenos energticos. Embora a enfermidade parea to cruel, no dever ser analisada como tal; mas, se interp retada de forma correta, a guiar supresso de crenas, pensamentos e atitudes incoere ntes - autntica origem de suas doenas. Na mitolgica Grcia, Ttis, filha de um deus, desposa um mortal, o rei Peleu, n ascendo dessa unio Aquiles. Ttis, no entanto, recusa-se a aceitar que a criana nasc ida de seu ventre no possa ter uma vida infinita, e busca um meio de torn-la imort al. Com um manto, procura abafar o choro do filho recm-nascido e o conduz a uma clareira onde resplandece um fogo prateado, que surgia do nada. A me, meio amedr ontada, retira o pequenino Aquiles de entre os panos e o mergulha nas chamas inc andescentes e plidas. Ele grita de dor, mas ainda no pode pedir socorro. Durante vr ias noites, Ttis expe a bela criana s labaredas alvas e solitrias, curando logo em se guida suas queimaduras com ambrosia - manjar dos deuses do Olimpo. A deusa sabe que s assim o filho conquistar a imortalidade; ela sofre, mas e ntende que pouco a pouco vai tornando Aquiles imune s doenas e morte. Na noite em que Ttis completaria sua tarefa, Peleu arranca-lhe a criana dos braos. Acredita que sua mulher seja uma criminosa desalmada. Apesar das splicas, p or meio das quais ela tenta explicar suas razes, ele se mantm completamente surdo. Demonstrando estranheza e incompreenso, enfurecido, foge com o filho. Naquela noite, Ttis tornaria Aquiles invulnervel por completo. Infelizmente, ela no se lembrou de proteger-lhe o calcanhar, por onde sempre o segurava. Por i ronia do destino, no cerco de Tria, Aquiles, j moo, foi mortalmente atingido por um a flecha envenenada... no calcanhar. Condi-me ver a penria de sua alma. Mas compreenda que as enfermidades so corr etivos que destacam ensinos inadiveis que, de outra forma, no aprenderia to facilme nte. Elas jamais deixaro de existir at que essas lies sejam totalmente assimiladas. Seu calcanhar de Aquiles so seus pontos vulnerveis - reas de seu psiquismo susc etveis ao desequilbrio, bloqueadores do desenvolvimento de sua paz interior. Portanto, investigue calmamente seus comportamentos auto-destrutivos. Apen as poder alter-los dia aps dia, pois medida que voc se tornar consciente de como ele s agem em seu corpo fsico que comear a transform-los, ou seja, libertar-se de suas c ruzes e lgrimas. O rei Peleu, que era mortal, o smbolo dos seres incapazes de ir alm da viso m aterial das enfermidades. Ocupam-se dos efeitos, no das causas. O conhecimento que voc adquire ao longo das experincias terrenas serve para desenvolver suas virtudes inerentes e extinguir tudo o que h em voc de deficiente. Dessa forma, ele lhe proporcionar o controle pleno da vida. A doena seria evitvel se voc pudesse perceber os erros que est perpetuando. Podem ser desta ou de outras existncias. Problemas de sade no so punies, mas at tudes negativas que voc no modifica e que atraem sempre novos problemas. O que acontece que a criatura envenena os ares, tisna os lagos, polui os o ceanos e depois culpa a Natureza. Se voc corrigir seus erros atravs dos recursos m entais e espirituais que possui, no precisar passar pelas severas lies da insanidade . Poucos seres humanos transitaram pela Terra isentos, desde o nascimento, d a enfermidade. Temos como exemplo o Cristo, conscincia liberta, vivendo a plenitu de do amor. Os nveis superiores da vida no so atingidos pelos elementos venenosos q ue geram as molstias. O sintoma de sua patologia uma espcie de orientador que a ajudar a tornar ca da vez mais conscincia de si prpria. Esse sinal quer dizer-lhe coisas importantes; preste ateno no que ele lhe transmite, um companheiro que de fato a conhece a fun do. Pensamentos obscuros, destrutivos, mal-intencionados, mantidos constanteme nte, fazem seu corpo adoecer, ou mesmo, repercutem em todo o seu cosmo orgnico. As toxinas no entram apenas atravs dos alimentos, mas tambm por meio de pensa mentos e condutas inadequadas, que se transformam em energias negativas e vo se a lojar no campo mental. Caso no sejam combatidas, podero causar srios danos ao corpo somtico. Molstias aparentemente inexplicveis so decorrncias do grande acmulo de vibr

negativas no transcorrer do tempo. necessrio limpar a mente e sanear o corao das emoes do pessimismo, dos preconc itos, dos complexos de culpa, dos murmrios da inveja e das ansiedades. Esse sofri mento cravado em sua alma so posturas em desalinho conservadas h muito tempo. So ret alhos de iluso que voc colecionou na colcha de seu destino. Confie nas foras divinas que regem sua vida. Se voc quer uma psicosfera saudv el, modifique suas atitudes ntimas; assim alcanar a cura definitiva. Lourdes Catherine 7 Nvel de conscincia Fatores limitantes: Sou por natureza uma pessoa de personalidade mui to determinada. Estabeleo para toda a minha famlia firmes princpios religiosos a se r seguidos. mas parece que de nada adianta. Nasci numa poca em que os pais que sa biam o que era melhor para seus entes queridos. Sei exatamente o que meus filhos devem fazer e quais as boas qualidades que lhes faltam. Quero promover o desenv olvimento espiritual deles, porm no me ouvem, nem aceitam meu ponto de vista. Esto u desgastado, perco sempre a pacincia. Que devo fazer nesta situao crtica? Expandindo nossos horizontes: Quem vive num baixo nvel de conscincia tem uma viso primria e muito acanhada d as pessoas, dos atos e dos acontecimentos. O discernimento ou a opinio que fazem sobre as coisas estreita e rudimentar. H um ditado que diz: a verdade uma tocha que brilha nas trevas, mas no as ex tingue. Esse adgio leva a entender que diferentes pessoas, num mesmo ambiente, po dem perceber o mesmo fato de maneira divergente, e at mesmo antagnica. A aurora boreal extasia com seu espetculo fascinante e encantador, mas para alguns mero fenmeno que passa despercebido, sem valor algum. A brisa do mar semp re aromtica e revigorante, mas para determinados indivduos simplesmente vento inop ortuno e incmodo, que despenteia os cabelos. Cada um v a criao e as criaturas exatam ente como v a si mesmo. Quando voc estiver com a conscincia desperta, notar com facilidade em todos o s acontecimentos um roteiro ou um ensinamento de vida. Ficar atento a tudo que a contece, aos fatos interiores e exteriores, pode conduzi-lo a um autntico caminho de realizao, fazendo com que voc encontre um verdadeiro orientador interno. Conferncias, cursos, mtodos e disciplinas o ajudaro a iniciar a caminhada asc ensional, mas lembre-se de que, para aprender a ver e discernir, voc ter como requ isito bsico o aperfeioamento de seus potenciais. No menospreze as opinies e os sentimentos de seus familiares, nem exija-lhes obedincia absoluta. Respeite a individualidade de cada um e oriente seus parente s queridos com compreenso, sem usar mos imperiosas. A evoluo ocorre de forma surpreendente quando as pessoas esto preparadas. Trata-se de processo que vai se desenvolvendo ao longo do tempo e que tem incio quando elas mesmas se sentirem habilitadas. No se pode reformar o mundo, ape nas reformar o prprio mundo individual. Quem tem olhos sensveis e lcidos enxerga nas aes humanas, mesmo nas que paream ms, alguns valores positivos, e identificam nos erros oportunidades de cresciment o. Ao contrrio, aqueles que possuem os olhos turvos pela ignorncia vem de acordo co m o que eles realmente so em seu interior. Como veria o Cristo nessa circunstncia? uma indagao sempre oportuna e conveni ente em todas as situaes. Entretanto, no devemos cair em uma angelitude ingnua, vive ndo em um paraso antecipado, crendo facilmente em tudo o que dito ou mostrado pel os intrpretes intransigentes da vida crist. Os objetos exteriores nos estimulam ao de formular idias ou ativar o raciocnio , mas o que se percebe no se encontra nos objetos, e sim na mente de quem os inte rpreta. A qualidade da percepo no se acha nas coisas que vemos, mas, proporcionalme nte, no desenvolvimento espiritual do indivduo que examina.

Nossa forma de ver uma riqueza que no se vende nem se compra, mas se conqui sta. O desrespeito a verdadeira sepultura do discernimento do homem. Seja acessvel. Lembre-se de que o direito de cada um consiste nas resolues ad otadas conforme sua vontade, podendo ou no coexistir com o arbtrio dos demais. Ess e o fundamento da lei de liberdade. Lourdes Catherine 8 O frio da incompreenso

Fatores limitantes: s vezes, sinto que estou desamparado neste mundo. Fao o possvel para manter boas relaes com as pessoas; procuro ajud-las e me esforo p ra perdoar-lhes. Tenho-me dedicado semanalmente s obras assistenciais e s atividad es doutrinrias. Sinto o peso da responsabilidade e parece que no vou suport-lo. Tenho a sensao de que vou esmorecer. Apesar de minha perseverana no bem, por que continu o sofrendo as intempries da vida? Expandindo nossos horizontes: Pessoas aprenderam que devem dedicar a vida aos ideais do amor, ocup ando-se dos valores da bondade e dos gestos da fraternidade. Simplesmente isso b astaria? Ser que agem assim por terem adquirido uma autntica conscincia crstica, ou por obedecerem a mera prescrio religiosa, fundamentada num sentimentalismo superfi cial? Quais so os valores que mobilizam suas atitudes ntimas? O que as impulsiona interiormente? Criaturas fogem dos desgostos da vida buscando um ideal maior para s uportarem suas dores existenciais, mas no percebem que muitas vezes esto vivendo u ma fantasia. Nutrem-se do produto de uma imaginao enganosa. Mais alm, quando confro ntam a realidade, padecem mais intensamente com a morte das iluses recm-cultivadas do que com o prprio sofrimento em que viviam. O caminho do conhecimento de si mesmo amplia a mente, desenvolve a razo e p roporciona uma inteligncia lcida, retirando a conscincia da alienao em que vive. Quando voc compreender que uno com Deus, conseguir sair de uma suposta vida de devoo, centrada em interesses imediatistas, para uma existncia de realizao plena c om o Ser Onipresente. Constitui o mais elevado grau de religiosidade a certeza de que Ele est em mim, e eu estou nEle. Quando voc faz o bem esperando recompensa e gratido, imediatamente a ao consid erada interesseira e mercantilista. Portanto, no doe alguma coisa nem se dedique a algum sob condies. Porventura o jasmim com sua alva cor, graa e elegncia revela seu aroma inebriante pela obrigao de que lhe agradeam por isso? Por que voc no se esfora para entender os mecanismos naturais do Universo? A dor , em si mesma, benfica e tem por objetivo conduzi-lo ao equilbrio. Se v oc pudesse perceber por si prprio os erros que est cometendo e corrigi-los, no haver ia necessidade de atravessar rigorosas lies de sofrimento. Logo, sofrer no castigo, aprendizagem. A questo que voc no quer aprender, mas unicamente livrar-se dos problemas, se m esforo e de forma milagrosa. Voc quer prmios e concesses divinas na prtica de aes dosas, no equilbrio e entendimento. A atuao mais importante que voc pode ter em benefcio de si e dos outros conhec er cada vez mais a verdade e o amor em plenitude. O autoconhecimento o aproxima amorosamente de todos os seres humanos, sem distino de credo, raa e condio social. As dores aparecem como ltimo recurso a ser aplicado. Elas apenas solicitamlhe transformao interior. Embora a conscincia exterior no esteja certificada do motivo do sofrimento, julgando-o severo e doloroso demais, a conscincia ntima ir gui-lo para o curso da ev oluo espiritual, a qual todos esto destinados. Aceitar isso implica um passo import antssimo para o auto-descobrimento e, como resultado quase que imediato, o alvio; e, por fim, a cura definitiva.

Por maiores que sejam, ou por mais que paream interminveis, as horas cinzent as no inverno da vida, procure ouvir a mensagem oculta que elas nos trazem. O fr io da incompreenso, que voc carrega por dentro por no entender os mecanismos da Vid a, pode ser muito mais atroz e desapiedado que os flocos de neve causticantes e glidos que caem l fora, nos dias de intenso inverno. Lourdes Catherine 9 O calvrio da indeciso

Fatores limitantes: Sou incapaz de decidir entre duas opes. Acredito q ue perdi minha bssola interna , pois minhas opinies so muito vacilantes. No consigo ir para frente; estou petrificada no tempo. Pretendo fazer muitas coisas, mas no con sigo; sinto-me envolvida por enorme insegurana. Toda vez que sou solicitada a tom ar uma deciso, em casa ou no trabalho, sou acometida de inmeras preocupaes quanto a meu desempenho. Qual a causa dessa falta de autoconfiana? Que devo fazer para enc ontrar meu lugar no mundo ? Expandindo nossos horizontes:

Se voc fixa os olhos na perfeio, provavelmente nunca far as coisas de ma neira natural e tranqila. Somente aqueles que exploraram seu interior que reconhe cem a capacidade limitadora para decidir as coisas. A realidade semelhante ao trabalho de azulejar uma parede. Ela no fic a pronta com a aplicao de um s lote de azulejos; cada caixa traz uma parte, e cada parte assentada por vez. Peas distintas e de cores variadas so colocadas a cada no vo dia at completarem a construo definitiva do painel decorativo. Portanto, no seja temerosa e categrica em suas decises. A resoluo correta deve ser a experimental, no a definitiva. Isso no quer dizer que deva ser inconst ante, mas malevel. Em vista das diversas encarnaes pelas quais passam todos os seres humanos, v oc h de convir que todas as coisas se transformam, e as criaturas tambm. Sua vinda a este Planeta tem como objetivo um aprendizado constante. Voc es t se descobrindo por meio de inditas experincias, e natural sua vacilao e inseguran Atravs da anlise de suas decises erradas que voc ficar mais apta para agir ace tadamente em suas prximas atitudes. Aprenda a correr riscos, assuma a condio de cri atura humana e se desligue do fervor pela perfeio presunosa. Pessoas rgidas no conseguem conviver com a possibilidade de ter dvidas. Preci sam resolver tudo rapidamente. Por analogia, sua personalidade uma lente desfoca da da luz do equilbrio; por isso se mantm num estado flutuante, dirigida inteirame nte pela ambigidade terrena, ou seja, vive sob a presso da dualidade do certo e do errado. Voc encontrar na teraputica esprita o autoconhecimento, a lucidez mental, a co nvico e a estabilidade que tanto busca na vida. Esse encontro deve ser o primeiro passo; a seguir, estabelea uma escala de valores morais/espirituais e exercite a confiana em seus impulsos interiores. Alinhe a mente ao fsico a fim de encontrar seu ritmo interno. Quando surgir em novas evidncias que complementam os fatos (base de suas decises), ajuste as con cluses e retifique as interpretaes anteriores. Ser que voc quer resolver as coisas apressadamente por medo de explorar nova s idias e concluses? Sua viso interna deve estar receptiva para que veja em cada di a uma nova oportunidade para refazer atitudes e melhorar sua qualidade de vida. A cultura religiosa ocidental hoje predominantemente nutrida pela raiz do judasmo. No , pois, de estranhar o fato de o homem contemporneo estar convencido de que tudo que existiu antes do monotesmo de Moiss no passava de paganismo, constitui ndo, portanto, um conjunto de ensinamentos herticos que nada podem contribuir par a sua busca de religiosidade. Dificilmente se tem a idia de procurar algo, em pocas e culturas mais antiga s, que satisfaa s necessidades da alma humana ou amplie os horizontes de seu conhe

cimento espiritual. Na mitologia, o heri Perseu, graas orientao dos deuses protetores, partiu para a grande misso de sua vida. O filho de Jpiter seguiu para uma regio sombria, onde o sol jamais penetrara; era ali a morada de Medusa, uma das Grgonas (monstros ter rveis), que tinha sobre a cabea, feio de cabelos, um emaranhado de serpentes. Sabendo que mortal algum poderia olhar diretamente para ela sem transforma r-se em pedra (entre outros, tinha o poder de petrificar as criaturas), o heri le vou consigo um escudo polido que lhe serviria de espelho no ataque contra a horr ipilante inimiga. Perseu entrou na caverna guiando-se pela superfcie espelhada do escudo. Quando a avistou, percebeu que dormia profundamente; aproximou-se pouco a pouco. Ao notar que Medusa havia acordado e ao ver seu pescoo refletir-se no metal do escudo, de u um s golpe certeiro, decepando a cabea da mulher-monstro. Medusa a personificao do pensamento paralisado dentro da psique humana. Simbol iza tendncias das pessoas que jamais admitem uma falha e que, por ser inflexveis, esto sempre indecisas e/ou desorientadas. Como tm medo de errar, petrificam a ment e e no conseguem ir adiante. Bloqueiam a capacidade de realizao e, como resultado, cerceiam seu desenvolvimento pessoal. O jovem e corajoso Perseu significa a ao, a determinao e a valentia daqueles qu tm a audcia de correr riscos para realizar sua misso terrena. o ser consciente que admite ensaios e erros e sabe que assim que se alcana o desenvolvimento espiritu al. Aprende tanto com os erros quanto com os acertos. Essa verdade ir introduzi-l a nos reinos da segurana e do bem-estar interior. Do mito de Perseu e Medusa se pode deduzir que certos estados mentais dest rutivos, cultivados durante muito tempo, acabam por dificultar a habilidade de v er com clareza, dissociando a mente e impedindo as pessoas de solucionar os prob lemas da jornada terrena. No seja uma prisioneira da infalibilidade, das experincias que no deram certo , das vivncias difceis do passado. No continue remoendo todos esses acontecimentos; isso s dificultar um desfecho feliz e decisivo para seus desafios existenciais. Lourdes Catherine 10 Presuno Fatores limitantes: Sou um militante esprita h longo tempo. No momento , estou bastante preocupado em saber quando as pessoas assimilaro o significado v erdadeiro de minhas palestras, obras e ideais. Fico apreensivo sobre quem e quan tos iro compreender o trabalho que realizo junto Espiritualidade. Sinto que nem t odos conseguem reconhecer os sacrifcios que fao para concretizar essa rdua tarefa. Isso me aborrece muito! Quando receberei a aprovao que tanto espero? Expandindo nossos horizontes: Algumas pessoas passam um tempo enorme examinando a impresso que causam seu comportamento, trabalho e palavras, e avaliando, sempre ansiosas, como o seu de sempenho afetar os ouvintes ou companheiros de ideal. Ningum est excludo do processo de aprender e crescer espiritualmente, pois a Vida Primorosa conduz cada alma de acordo com suas necessidades e exigncias inter iores. O homem aprende, reaprende ou desaprende infinitamente. Quem quiser instru ir-se, instruir-se-. A aprendizagem ocorrer atravs do meio mais adequado, conforme sua realidade pessoal e no momento apropriado, considerando sempre a receptivida de e disposio ntima de cada um para captar a experincia. O sono fsico tem diversos graus de profundidade; de forma parecida tambm aco ntece com o sono espiritual. O grau de importncia ou interesse que se d s coisas co rresponde ao nvel de lucidez ou despertamento da criatura. O que lhe chama ateno ou o que o atrai so suas aspiraes interiores. De nada adi anta abarrotar exaustivamente sua mente com episdios e narrativas, sem levar em c

onta sua intimidade evolutiva. As coisas acontecem entre voc e seu pblico, se assim poderamos dizer. H certos semblantes num auditrio que sobressaem e certas almas que se destacam pela sua v ibrao. Elas o tocam e voc as toca; houve entre vocs perfeita sintonia. A alma o refl exo da Vida Mais Alta, e o olhar o reflexo da prpria alma. Se voc conseguir que apenas uma criatura assimile a mensagem crist e despert e para o bem, isso j ser suficiente e gratificante para que possa continuar com tu do aquilo que est realizando e desenvolvendo. H homens presunosos que se acreditam geniais; a vaidade uma paixo muito exige nte. No se deve esperar, em hiptese alguma, admirao ou reconhecimento pelos feitos pessoais ou realizaes coletivas. Voc pode, sim, se considerar um educador, mas deve averiguar o sentido desse vocbulo. Derivado do latim, educare significa auxiliar, conduzir, possibilitar. iss o que o professor faz no processo de desenvolvimento das faculdades intelectuais e morais de seus discpulos, incentivando-os a cultiv-las e aprimor-las, sem a pres uno, no entanto, de que ter sido ele o realizador efetivo da aprendizagem. No so os sucessos e os resultados exteriores, nem a aceitabilidade social e religiosa que deve sensibiliz-lo, mas o aspecto interior de seus atos e aes. Lembre-se de que aprovao tambm uma forma de julgamento. Quando se aprova algum , se faz dele um julgamento positivo e, a partir desse momento, ele passa a no te r mais descanso, buscando sempre um empenho maior e uma atuao impecvel. A mesma flo r que hoje voc recolheu do jardim lhe sorri exuberante; amanh, porm, estar sem vio e expirando. Tomemos cuidado com as aprovaes; elas podem ser retiradas a qualquer mo mento. preciso que voc considere o que quer realmente: que os outros se sintam bem e cresam verdadeiramente, ou publicidade que o enquadre no rol de pessoas espiri tualmente maravilhosas. Os que tm grande pressa de ser entendidos so, na verdade, aqueles que ainda no perceberam o valor do seu prprio trabalho, e anseiam realizar-se contando com o af de que todos os compreendam completamente. No deseje ser um centro das atenes, mas d ateno energia divina, que lhe d for gurana. O egocentrismo dispersa sua vitalidade e o afasta da realizao de sua jornad a interior. As vermcas crescem com naturalidade nas margens dos lagos e rios. Entrelaam-se entre as cercas feitas de arbustos ou de estacas de madeira e cobrem na primavera as campinas verdejantes com suas flores azul-reluzentes. Par a florescer, elas jamais esperam a presena de algum por perto para admir-las ou apr eci-las. Cumprem seu destino na Terra, fazendo espontaneamente o que devem fazer. Na sua existncia faa aquilo que h de melhor em voc e entregue o produto de seu trabalho nas mos dAquele que sabe o que fazer com esse resultado. Lourdes Catherine 11 Molstia da alma Fatores limitantes: Tenho distrbios de comportamento, mental e emocio nal. H muitos meses, venho tomando ansiolticos e antidepressivos, mas nada melhora meu estado ntimo. Vivo sentimentos contraditrios: excesso de alegria ou de triste za, agitao ou apatia, idias fixas ou dispersivas. Disseram-me que estou obsediado. Sofro constantes crises de medo e de desconfiana sem motivo algum. Considero-me u m ser humano bom; nunca fiz mal a ningum. Por que sofro esse assdio impiedoso? Que fazer para livrar-me da agresso dessas entidades infelizes? Expandindo nossos horizontes: Sei que a fogueira da aflio queima junto a seu peito e voc sente estran ha aura ao redor de sua mente.

Enquanto voc no assumir a responsabilidade por tudo o que lhe est acont ecendo, no encontrar a verdadeira cura para sua alma. No se deve criar um mundo de explicaes falsas, culpando os espritos pela infelicidade e desarmonia vivenciadas. Isso distorcer o real sentido dos acontecimentos. Voc no pode culpar os outros por suas emoes e sensaes, sob pena de nada aprender sobre si mesmo. Aceitar a total responsabilidade por sua vida a forma mais fcil de res olver dificuldades ntimas, mas certamente uma tarefa que no se realiza da noite pa ra o dia. A auto-responsabilidade e o significado verdadeiro das coisas submet em-se mutuamente; so itens existenciais inseparveis. Obsesso molstia da alma. Quando voc compreender a simultaneidade que existe e ntre as influncias espirituais negativas e seus atos e pensamentos ntimos, mais ra pidamente dissolver o elo existente entre eles. A lei da compensao se perpetua at qu e o homem tenha resolvido suas aes equivocadas e se engajado no legtimo fluxo das l eis universais. Para cada conduta ou atitude errada a natureza solicita uma cont ra-ao que a equilibre. Na vida estamos tecendo uma malha existencial. A cada nova situao se interli gam os fios que comeamos a utilizar nas experincias anteriores. No podemos simplesm ente anular o passado, mas podemos reformul-lo e redirecion-lo para a luz. O percurso de um novo dia , inevitavelmente, influenciado pelas experincias e aes dos dias precedentes. A aflio para voc tem sabor de eternidade, mas, em breve, ela poder desaparecer . Basta procurar nos princpios espritas os apontamentos lgicos e a exata orientao de que necessita para se libertar do desequilbrio mental e emocional - causa princip al de sua obsesso. As reunies medinicas auxiliaro em muito a higienizar e restaurar a atmosfera fludica de sua aura, contaminada por energias deletrias ali armazenadas. Provavelmente, sero afastadas as entidades que atuam em seu dia-a-dia; mas se voc no modificar seu modo de pensar e agir, abandonando suas limitaes, elas ou ou tras companhias desagradveis podero retornar. Sua mente guarda, zelosamente, fatos, informaes, idias e conceitos. Sua memria o registro fiel de tudo quanto ocorreu com voc atravs dos tempos, tanto no corpo fsico como fora dele. Voc cria a prpria realidade com sua mente. Na verdade, voc veste as emoes e os pensamentos dos espritos e coopera na assim lao das sensaes aflitivas lanadas sobre seu corpo astral. Voc um canal de expresso m sua intimidade, esto todas as matrizes de seus desarranjos. Suas emoes so semelhan tes s fases da lua: ora crescente , ora minguante . No se esquea tambm de que voc o nico responsvel pelas foras negativas que su uas energias e tentam dominar sua casa mental. No existe fatalidade em sua vida, apenas atrao e repulso, conforme sua afinidade. Na esfera fsica como na espiritual s se percebe e age em um espao delimitado, quer dizer, cada pessoa atua segundo seu grau de conscincia ou em consonncia sua faixa vibratria. Na esquina da vida, voc um pedinte que suplica a esmola da paz. Mas, lembre -se de que igualmente uma usina de foras, recebendo, doando e assimilando o magne tismo de outros seres, encarnados ou no. Os espritos desequilibrados que esto a seu redor apenas exploram suas fraquezas. Buscam pontos vulnerveis, envolvendo-o neg ativamente em seu baixo padro vibracional. Portanto, ningum tem o poder de transto rnar sua mente, a no ser que voc ceda diante da perturbao. Quando voc diz que um ser humano bom, que nunca fez mal a ningum, acredita e star vivendo um ato de injustia. Porventura, j se perguntou: fao mal a mim mesmo? S er que respeito meus direitos pessoais? Considero minhas necessidades to important es quanto as dos outros? Para voc se livrar das agresses dessas entidades, procure encontrar a rea de sua vida que est mais insegura e fragilizada. Reforce-a e inicie um trabalho inte rior. Desfaa a necessidade de querer dos outros o que deve providenciar por si me smo. Isso o aproximar da libertao. Pouco a pouco, a aflio que lhe atormenta os sentid os se esvair, e experimentar uma fora nova que brotar do seu interior, equilibrando seus sentimentos descompensados.

Lourdes Catherine 12 O canto das sereias Fatores limitantes: Sinto como se tivesse um cordo me apertando a gar ganta. Tenho dificuldade para engolir e, com freqncia, me engasgo. Sofro de incmoda indigesto e de constante acidez estomacal. Os mdicos no definiram um diagnstico par a esses sintomas; apenas prescrevem remdios para ameniz-los. Por orientao de amigos, fiz consulta espiritual com um mdium que promove tratamento de doenas incurveis. R ecomendaram-me uma interveno cirrgica a cargo de mdico do plano astral. Como devo me comportar? Tenho receio de estar sendo iludido e expondo minha sade em risco. Expandindo nossos horizontes:

O ideal supremo da moralidade grega era conhece-te a ti mesmo . Esse id eal foi proclamado numa epgrafe colocada no frontal do templo de Apolo, em Delfos . Foi adotado por Scrates e pelos maiores filsofos gregos e, na atualidade, muito utilizado pela psicologia moderna como requisito na conquista do equilbrio pessoa l. Inmeros mitos revelam a complexidade da luta ntima vivida pelas criatu ras, como, por exemplo, as tendncias ao fascnio, isto , a necessidade de enganar a si prprias ou a outras pessoas, por falta de total compreenso de si mesmas. Pode-se dizer, com certa relatividade, que os mitos podem significar a anli se do contedo real dos acontecimentos, ou os sentimentos envolvidos nesses mesmos fatos. Nas rijas encostas dos penhascos beira-mar, as sereias se arrastavam com d ificuldade; a presena delas era anunciada por um murmrio melodioso que chegava ao corao dos marinheiros. As sereias eram apenas trs, mas confundiam os homens como se fossem muitas. Filhas de Aquelo, deus-rio, e de Calope, habitavam uma ilha vizinha do cabo Pelore. Para ouvi-las melhor, os navegantes expunham o corpo impensadamente sobre as guas, tentando alcanar a fonte de to fascinante canto. Caam no mar, suas embarcaes despedaavam-se contra os rochedos; seus viveres, utenslios e tesouros desciam para as profundezas do oceano. Diz a lenda que durante sculos as fascinantes cantigas das sereias desviara m os homens de seus caminhos. Voc s se tornar saudvel quando comear a se auto-observar e a certificar-se de q ue o agente de seus pensamentos, aes e reaes. Quando se tornar um espectador imparci al de tudo o que ocorre dentro e fora de voc, chegar concluso de que est forjando su a misteriosa doena. As pessoas no criam intencionalmente um sintoma; sua motivao inconsciente. Em diversos casos, o paciente escolhe uma determinada molstia porque ela representa a melhor simbologia para o mal que o golpeia. Por definio, as percepes so o portal da alma. atravs delas que voc se liga a do exterior, e como resultado passa a compreender melhor tudo o que acontece em seu ntimo. Se quiser findar essa longa crise turbulenta, deve aprender a ficar aberto e receptivo a todas as suas emoes - origem de seu sintoma pungente. Seus sentimen tos devem ser expressos, quer dizer, dirigidos para fora, no para dentro. So considerados inadequados tanto o ato de conter-se como o de exceder-se n a demonstrao dos sentimentos. O ideal ser aprender a equilibr-los e a lidar mais con scientemente com seu mundo interior. Certas agitaes da alma atrapalham a capacidade do ser humano de ingerir . H coisas da vida que no se pode e tambm no se quer engolir . A ingesto compuls ode causar uma sensao de estrangulamento e muitas horas de amargura. Existem questes que ficam engasgadas - verdadeiros ns na garganta. Isso est entalado em mim uma frase comumente usada na dor oculta; mostra a

relao entre os processos orgnicos e os somticos. preciso que voc aprenda o que deve pode aceitar em seu reino interno. A Medicina Esprita uma realidade incontestvel. Equipes de mdicos e cientistas de vrias nacionalidades j provaram a eficincia da mediunidade de cura em casos de enfermidades irreversveis. Intervenes cirrgicas sem anestesia beneficiaram inmeros ca sos drsticos e considerados insolveis pela medicina convencional. Porm, h diferena en tre mediunismo e Medicina Esprita. Esta ltima racional e lgica, extingue sem alarde as chagas secretas. Os mdiuns que a ela se submetem auxiliam nas pesquisas neces srias para o esclarecimento dos fenmenos que com eles ocorrem e tambm nos estudos d e natureza cientfica que regem essa teraputica. As sereias podem estar cantando para voc. Liberte-se dessa escravido que cos tuma no ser admitida - as amarras da seduo. A verdade esparge luz onde mora o engan o. No se prenda ao maravilhoso, ao curandeirismo e s promessas fascinantes que o induzem a uma soluo imediatista. entre as sombras espessas do querer tudo fcil qu e ficam os estigmas do sofrimento. Perceba o visvel como uma forma de condensao do invisvel e, assim, poder decif o seu significado. Pergunte a si mesmo: o que est acontecendo em minha vida que no estou querendo ver ou admitir? Por que razo estou nesta trilha escura? Tranqilize-se. A noite espera o dia, a rvore o fruto; espere a paz entre as plantaes do amor. Talvez no saiba, mas o remdio para lhe restaurar as chagas do corao fatigado v em da farmcia da vida - dentro de si mesmo. Lourdes Catherine 13 Bem-querer Fatores limitantes: Ensinaram-me que servir deveria ser o meu lema. Outros, porm, disseram-me que, para poder ajudar as pessoas, eu preciso antes apr ender a ajudar a mim mesmo. Ajudar a si prprio no um interesse pessoal e egostico, reprovvel e inferior? No devo esquecer de mim mesmo e voltar toda a minha ateno s ao amor pelos outros? Estou confuso! Como devo proceder para progredir espiritualme nte? Expandindo nossos horizontes: A solidariedade vir como conseqncia do conhecimento de si mesmo. medida que f or investigando quem voc , poder saber quais as verdadeiras razes que o levam a ajud ar os outros. Geralmente, as pessoas vivem adormecidas, sem ter uma conscincia lcida do se ntido real da vida. So induzidas pelos outros, no sabem o que querem, o que esto fa zendo e por que esto fazendo; e, quando sentem algo incomum, normalmente no procur am conhecer as razes desse sentimento. Algumas criaturas buscam na ajuda ao prximo a salvao das almas; por isso, uti lizam-se do seu eu-crena. Outras lanam mo de uma dedicao desenfreada, valendo-se do s eu eu-criana, para suprir as carncias de amor na infncia e equilibrar sua existncia enraizada em sentimentos de autodesvalorizao. Diversos companheiros cooperam gener osamente porque desejam ter um comit eleitoral, ocupando-se do seu eu-poltico; enq uanto muitos outros abraam causas filantrpicas servindo-se do seu eu-social, para participar das condecoraes e homenagens da vida comunitria. Voc precisa saber quem q ue o dirige: seus eus aparentes ou o legtimo eu que existe em seu ser profundo. Quando se sente alegria mesclada com a satisfao de ajudar aos semelhantes, p orque se fez uma perfeita conexo com a alma. Tudo espontneo e natural. Assemelha-s e serena brisa que nos acaricia nos passeios por campos floridos. Quando a solidariedade, entretanto, no passar de uma linda teoria intelectu al, como vivenciam alguns, a entrega aos outros permanecer difusa e restrita, por que a hipottica ajuda prestada ao prprio ego, centralizado na realizao de interesses imediatos.

So inmeras as pessoas que, escravas da imagem que desejam ter de si mesmas, intensificam todos os esforos para aliment-la. Muitas, presas s idias medievais de cu s e infernos, preocupam-se em ser boas aos outros para receber recompensas e evi tar as penas eternas. Ser caridoso com o intuito de conseguir uma bno no bondade. Cumprir os preceit os da benevolncia por temor ao castigo no a concreta prtica do bem. Os que so bondosos por causa da gratificao ou da punio divina so rfos da plen do amor. Se voc ignora quem , faz de suas aes uma demonstrao aparente de generosidade, p rque lhe falta conscincia do reino de Deus que est em seu interior. Se soubesse prestar ateno em seus mais ntimos sentidos bssola divina a gui-lo alvez aprenderia muito mais sobre a beneficncia. Solidariedade o sentimento que leva os homens ao auxlio mtuo; jo auto-conheci mento, aliado a esse altrusmo, leva-os ao reconhecimento de que o templo de Deus est em toda parte, e no somente em lugares predeterminados. Percebem igualmente a presena divina nas ptalas de uma rosa, na sombra majestosa de uma vetusta rvore, no silncio de uma prece, no borbulhar das fontes de guas cristalinas, na transcendnci a de um amanhecer, enfim nas obras da criao universal. A ajuda a si mesmo durante muito tempo foi vista como egostica ou narcisist a. No entanto, no auto-amor encontramos o elixir da vida, base de onde se ori gina todo o aprendizado do amor integral. Quem aprendeu a amar a si mesmo vive em harmonia, em profunda compreenso da s emoes humanas e distanciado das atitudes possessivas. Portanto, conhea a si mesmo; assim, sua vida ser um constante compartilhar, um compartilhar solidrio sem exigir ou pedir qualquer recompensa neste ou no plan o espiritual. Quando voc for convidado a fazer alguma coisa pelo mundo ou por seus compan heiros de humanidade, precisa saber quem que realmente o est motivando para esses eventos. Se tiver desenvolvido a autoconscincia, estar em contato com as verdadei ras razes e, dessa maneira, modificar de forma significativa o valor e a importncia de seu bem-querer. Lourdes Catherine 14 Exteriorizando a paz Fatores limitantes: Busco a paz interior. Por isso, passo a vida me dedicando a agradar e socorrer os outros; mas, no final, sou sempre mal compreen dido e mal interpretado. Ao ser criticado, fatalmente perco a pouca harmonia int erna que havia conseguido, e me sinto um nada . Tenho certa tendncia para agir sempr e de forma irrepreensvel. Por que sou to vulnervel s opinies alheias? Estou cansado! O que devo fazer? Expandindo nossos horizontes: A paz se exterioriza nos olhos de quem aprendeu a arte de ser sincer o consigo mesmo. A meta mais fcil do mundo para se alcanar ser como somos. A mais difcil ser como as outras pessoas gostariam que fssemos. A serenidade interior con quista de quem possui auto-lealdade. A artemsia uma planta baLsmica, de gosto amargo e utilizada como remdio . O sndalo uma rvore de madeira resistente, da qual se extrai um leo empr egado em farmcia e perfumaria. Ambos so aromticos e originrios da sia, possuem algo e m comum, mas tm utilidades completamente diferentes. A Natureza refuta a igualdade. Jamais foram encontradas duas flores idnticas; as semelhantes se modificam com o passar do tempo. At as folhas de uma m esma rvore so desiguais, assim como varivel cada amanhecer. Para desfrutarmos a paz verdadeira, precisamos entender que somos um ncleo

de vida distinto; vivemos em comunidade, mas sobretudo com ns mesmos. Somente emp regando de maneira responsvel nossa capacidade de sentir, de raciocinar e de real izar, livre das interferncias dos cegos instintos e dos laos de dependncia, que pod emos nos apaziguar de modo essencial. No nos reportamos a isso para nos envaidecer ou diminuir os outros, e sim p ara que tenhamos mais considerao pelo nosso universo pessoal. preciso que nos perguntemos: quem escolhe o que penso e o que sinto? quem determina como vou agir? Cabe-nos, portanto, o domnio de nossa vida, pois falsas identidades podem estar controlando-nos a ponto de desperdiarmos energias impresc indveis nossa harmonia e segurana. Dente-de-leo, no folclore da flora silvestre, significa vontade firme e lea ldade aos prprios objetivos, por ser capaz de crescer em abundncia em todos os pero dos do ano, ou em qualquer campo ou terreno. Seu nome vem do francs, dent-de-lion . Essa flor amarelo-ouro apresenta como semente um talo de pelos brancos e sedosos que o vento dissemina com facilidade; por isso se reproduzem rapidamente. Se voc procura serenidade, assimile a linguagem de auto-fidelidade que lhe inspiram os dentes-de-leo e, ao mesmo tempo, liberte-se dessa reao exagerada aos de sejos dos outros. Visualize a tranqilidade dos ambientes campestres. O vislumbre de uma tarde em lindo campo florido fala de paz a seu corao e o alivia prolongadamente. Sua memria est repleta dessas associaes, que seu dia-a-dia inquieto e intranqil o deixa muitas vezes escondido em sua mente. Paz , acima de tudo, harmonia consigo mesmo; em seguida, com os outros. har monia com Deus e com a Natureza. Paradoxo almejar a paz e viver em discordncia nti ma. A Excelsa Criao deu-lhe a habilidade de realizao atravs da Natureza, assim como outorgou s plantas a capacidade de florescer. Nenhuma rvore de sndalo necessita qu e um botnico lhe diga como produzir sua essncia aromatizante. Se voc quiser translu zir a paz, seja fiel ao que , dando ao Planeta os frutos de sua prpria natureza. A verdade que, por mais que voc se esforce para ser justo e consciente, sem pre haver algum que interpretar mal seus atos e atitudes. Ningum consegue agradar a todos. Confie em si mesmo, confie em Deus. Apenas Ele maneja os fios invisveis e i nfinitos de toda existncia humana. Voc encontrar a paz conscientizando-se de que cada um uma ferramenta exclusi va e especfica da Natureza, circunstancialmente trabalhando na Terra sob o Comand o Divino. Lourdes Catherine 15 A doce brisa dos ventos Fatores limitantes: Esforo-me intensamente para atingir os altos padre s da Vida Superior. Nunca me permito satisfaes ou divertimentos sem que tenha cump rido rigorosamente todos os meus deveres espirituais. Tenho uma noiva, mas no con sigo entend-la. Eu a amo muito, mas estou profundamente desapontado com ela por no viver de acordo com os meus ideais religiosos. Sou um reformador de almas. Quer o incentiv-la a uma vida sublimada, porm ela diz que apenas quer viver uma existnci a normal. Vive sempre afirmando que sou muito crtico em relao a tudo e que criei um a imagem discreta de superioridade, que me afasta da naturalidade. Acusa-me de v iver isolado num pedestal e, por isso, de no conseguir entrosar-me com ningum, a no ser com aqueles que pensam como eu. Gostaria que os Benfeitores Espirituais a i mpulsionassem a concordar com meus objetivos elevados de atingir a espiritualida de. Expandindo nossos horizontes: A Natureza - cntico da perfeio de Deus - representa um longo itinerrio n o universo das criaturas. Em tudo existe segurana e estabilidade; desde as estrel

as at os mais simples vermes. O homem alcana a espiritualizao quando se torna capaz de transcender, o u seja, de se relacionar com a Vida em seus fundamentos mais amplos e profundos. Essa potencialidade humana existe em todos os nveis da civilizao. Permanecer como ser humano uma das fases que o Criador destinou suas criat uras a viver. Recusar ser o que se , ou mesmo, no viver essa etapa existencial ser ia o mesmo que negar os sbios propsitos da Providncia Divina. Para crescer e progredir espiritualmente no preciso fazer nada fora do comu m. No necessrio executar coisas extraordinrias, mas simplesmente viver ou cumprir a normalidade da condio humana. Voc acredita que viver humanamente viver na irresponsabilidade, no vcio, na iluso, no orgulho, enfim nas chamadas imperfeies terrenas. No entanto, a grande fal ha das pessoas, ou mesmo, o seu pecado oculto viver longe do senso de realidade. Jesus Cristo, Mestre Humanitrio, a criatura que viveu a mais primorosa e pe rfeita normalidade sobre a Terra. Erroneamente, julgamos como anormais os feitos da vida de Jesus. Os prodgio s de toda sorte descritos no Evangelho -suas curas milagrosas , sua ampla capacidad e de amar e compreender - nada mais eram do que manifestaes normais, fruto de seu alto grau de desenvolvimento espiritual. Suas faanhas no eram contrrias s leis da Na tureza, mas fenmenos naturais, velados somente aos olhos da ignorncia, razo pela qu al passavam por miraculosos. H uma enorme dificuldade em compreender que, para evoluir, ningum precisa to rnar-se santo, mas apenas ser um homem normal. A criatura religiosa pode no ser necessariamente espiritualizada. Porque mu itas religies so verdadeiros catlogos de modelos e regras que dizem como se deve vi ver ou se comportar. Por isso, as pessoas ficam presas a uma infinidade de prece itos impostos, enquanto que o ser espiritualizado pensa e age por si mesmo e faz voluntariamente as coisas em seu cotidiano. Percebe a essncia da Vida Mais Alta em tudo, quer dizer, v o esprito da Natureza . A evoluo faz parte de um processo natural da humanidade. Decorre de mltiplas experincias conscienciais; vivncias essas que produzem graduais e profundas mudanas na viso interior das criaturas. No se cresce intimamente sufocando a espontaneida de, as energias inatas ou adotando um comportamento social de intolerncia mesclad o a uma aparncia santificante. Renovao ntima planejada e imposta no transforma, somen te artificializa. Os trigais no buscam orientao nos palavrrios afetados e pomposos, aos formalis mos radicais, nem pedem permisso para as filosofias extremistas da Terra - simple smente produzem o gro de trigo. Os poetas gregos e romanos descrevem a unio de Flora, a divindade dos veget ais, com Zfiro, o vento Oeste. Diz-se que um dia ambos se encontraram: A senhora da primavera recuou amedro ntada e, num gesto de brandura, estende as mos sobre plantas e flores para proteglas do mpeto destruidor de Zfiro. Ele tinha como nico prazer desacatar a Natureza, danificar as florestas, de vastar as plantaes, arruinar as flores com seu sopro devastador e impiedoso. Todavia, ante a luminosa beleza de Flora, a divindade do vento refreia o s opro, enamorando-se ternamente por ela. Aps esse encontro, ele no mais se empenhou em desrespeitar a Natureza - a protegida de sua amada. Embora apaixonada, Flora recusa triste a corte de Zfiro; teme a sua ndole to diferente da sua. Para no perd-la, ele promete aprender com o equilbrio da Natureza a pacincia e a serenidade do reino vegetal. Ento, na festa de npcias, entre cores fulgurantes e perfumes dulcssimos, unese Flora a Zfiro. E desde esse acontecimento, o vento Oeste passa a ser apenas um a doce brisa que tremula as ptalas das roseiras e a ramagem das campinas. Observe na cartilha da Vida: a fonte nasce de um humilde filete de gua para transformar-se um dia em enorme rio que descansar, futuramente, na glria dos ocea nos. O amor e o respeito Natureza produziram uma verdadeira metamorfose na ment alidade de Zfiro. Importante notar que ele continuou sendo vento , porm transformado agora em branda aragem . Aqui est uma expressiva alegoria para todos aqueles que se

candidatam espiritualizao. Lourdes Catherine 16 Po do amor

Fatores limitantes: Sou homossexual. Esse foi meu segredo desde cria na. At algum tempo, no ousava mencion-lo a ningum. Desde cedo aprendi como lio vital e minha sobrevivncia dependia de um bom disfarce. A presso social levou-me, contud o, a fazer drama de minha prpria situao - vivia confuso acerca de mim. Algumas veze s, cheguei a me considerar uma m pessoa, quando no ridcula. A sociedade, de modo ge ral, cruel e sarcstica em relao minha identidade sexual. Aprecio muito a leitura es piritual. Gostaria de melhorar-me interiormente trabalhando na Casa Esprita, porm receio ser discriminado. Busco ser feliz, isso ser possvel? Expandindo nossos horizontes:

No se preocupe com o que os outros pensam de voc. Busque alimento em sua essn cia divina; isso o que verdadeiramente importa. Quanto mais voc se sentir um esprito imortal, filho de Deus em busca de asce nso evolutiva; quanto mais se sentir uma pessoa digna de ser feliz como outra qua lquer, ocupando uma provisria roupagem fsica na Terra, mais estar perto do autntico conhecimento existencial. Algumas pessoas podem ser comparadas s flores silvestres. Sua sensibilidade e ternura nem sempre so percebidas, muito menos valorizadas. Mas se essas flores forem colhidas e examinadas com ateno e carinho, quase certo que sero notadas suas propores e combinaes harmnicas e especiais - elas tm uma beleza incomum. Os que aprenderam a amar realmente olham para alm das aparncias e das limitaes corpreas e buscam o conhecimento da verdade, o qual muitos nem se preocuparam ai nda em procurar. H beleza nas flores silvestres que crescem casualmente em meio dos imensos campos de cereais. Se voc ama a verdade, ocupe-se em busc-la cada vez mais, e no s nas palavras e pensamentos alheios. O que os demais acham unicamente isso: o entendimento dele s. Viver dependendo de como os outros analisam nossa vida viver em uma insegu rana constante. Gostam de mim? Estimam-me? Ento estou feliz. No gostam de mim? Desprezam-me? Nesse caso, tudo vai mal. Depender da inconstncia do julgamento alheio viver em contnuo estado de nimo heterogneo. possvel ser feliz? Obviamente que sim, porm no se esquea de que quanto mais vo c se respeitar, mais sua felicidade depender de voc e menos dos outros, apesar dos murmrios irnicos e da incompreenso das pessoas. No existe bem-estar sem liberdade de pensar e de agir. O Criador no quer esc ravos, quer filhos livres. Portanto, nossa felicidade o resultado da maneira pel a qual vivenciamos aquilo que somos. O importante no a etiqueta que usamos, mas o q ue fao da vida, com a vida e pela vida. A felicidade no simplesmente uma meta a s nada, mas uma conseqncia: a colheita de nossos atos e atitudes diante da existncia. Se voc quer melhorar-se um bom sintoma. Quem acha que em si no h nada para mu dar e se sente perfeito est imaturo espiritualmente. A vida dinmica; mudana ininter rupta. A procura interior prenncio de progresso. Lembre-se de que as mudanas devem ser feitas naturalmente, sem for-las; devem representar um ato espontneo, devem ser desejadas. Sentindo amor e respeito por si mesmo, sentir igualmente respeito e amor po r quem est a seu lado. A pior tristeza viver toda uma existncia sem amar. Como seria lamentvel, atr avessar uma encarnao sem nunca ter falado de seu amor a todos aqueles que voc ama!. .. Tudo efmero na vida, menos voc, alma imortal, pois o acompanhar como conseqnci

- aonde voc for e para sempre sua conscincia amorosa. O ser humano faz parte dos seres vivos, porm todos so instrumentos transitrio s pelos quais a Vida Maior se manifesta. Tenho a certeza de que voc no ser discriminado na Casa Esprita, visto que todo cristo compreende que quem mais agrada ao Senhor no aquele que d o po de trigo, mas aquele que d o po do amor. Lourdes Catherine 17 Modelagens da vida Fatores limitantes: Oh! meu Deus! parece que sou tratado injustament e pela vida! Estou amargurado e me encontro no limite de minha resistncia! No mereo essa falta de sorte! Por que tudo tem que acontecer logo comigo, enquanto os ou tros vivem tranqilamente? Qual a razo disso tudo? Ser que a vida na Terra uma etern a reincidncia de abalos emocionais? Expandindo nossos horizontes: Juntos e ao mesmo tempo sozinhos, estamos viajando pela estrada da E ternidade. A existncia para algumas pessoas assemelha-se a noites interminveis, co mo se estivessem predestinadas a viver incessantes sofrimentos. Por mais desafortunado que voc esteja, vivendo em obscuridade aparent emente irreparvel, recorde o fato de que a luz e a noite fazem parte da vida e qu e existimos interdependentemente. Todos somos unos com a Natureza. A noite diluir-se- com o aparecimento do sol, a no ser que voc prefira prender-se eternamente a ela. Muito alm do cu encoberto de tristeza est o astro-rei radiante de alegria. Nem as tempestades nem a escurido so ms. Como apreciar as estrelas se no houver noites escuras? Depois de uma tarde turva e chuvosa, pode-se desfrutar a brandura de um entardecer resplandecente. A existncia um jogo de luzes e sombras, e para a criatura desperta tudo uti lidade e contribuio, cooperando com seu aprendizado evolutivo. A luz se torna para todos os que vem a principal fonte de informao acerca do ambiente onde vivem. Ela de tal modo importante que mesmo os peixes que habitam os enormes abismos ocenicos, de difcil acesso para os raios solares, fazem uso de seu campo visual, permutando elementos com microrganismos capazes de emitir luz. A germinao das sementes e o florescimento de certas plantas so desencadeadas quando os dias so mais longos, certamente por receberem luminosidade por mais tem po. As flores silvestres cobrem os bosques como tapetes coloridos, ano aps ano, p or causa das carcias da luz solar. Em pocas de penumbra e de muito frio, alguns animais reduzem suas atividade s ao mnimo, permanecendo numa espcie de sono profundo (hibernao). Por meio desse fenm eno, tais seres co