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30/12/2014 CooJornal Revista Rio Total http://www.riototal.com.br/coojornal/academicos098.htm 1/13 Opinião Acadêmica O PROJETO DEMOCRÁTICO DO PSB DIANTE DA DEMOCRACIA BRASILEIRA (19471964) Leonardo Soares dos Santos INTRODUÇÃO A historiadora Margarida Vieira, procura no seu estudo sobre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) no período de 1945 a 1964, reconstituir a construção de um projeto socialista de cidadania desenvolvido ao longo daquele período pelo partido. Tenta questionar ou pelo menos relativizar as tradicionais versões que se tem sobre as suas características: pouca definição ideológica, frágeis ligações com a classe operária, etc. A autora até os reconhece, mas insiste que: “Sua importância foi muito maior porém nos temas, proposições e na forma de fazer política que no aspecto quantitativo. O estudo de seu projeto nos revela não apenas caminhos pouco explorados pelo conjunto da esquerda da época, hoje em muitos casos retomados. Revela, também, por oposição a outros, parte da trama histórica da República de 46” 1 A meu ver a abordagem da autora se aproxima em muito da de Dainis Karepovs e José Castilho Marques Neto, que procuram resgatar no estudo de organizações consideradas de pouca expressão política e social, como as trotskistas, a leitura de alguns aspectos que fugiam às grandes forças políticas da época. Mais do que isso, esses autores tentam mostrar que a história do movimento operário (sua interpretação e seu fazerse) não pode ser vista como um monopólio de tal ou qual perspectiva teórica e política. 2 E é geralmente acompanhando a atuação desse tipo de força política, pequena e de pouca expressão, que podemos desvendar alguns dos principais limites e impasses do sistema político nacional. Por isso nos propusemos a examinar as posições dos socialistas quanto ao jogo político eleitoral, a questão da ilegalidade do PCB e da autonomia sindical. Recorremos aos programas do partido e ao jornal que era ligado a ele e que foi editado no Rio de Janeiro (então Distrito federal) durante os anos de 195054. TRAJETÓRIA A Esquerda Democrática (ED) foi criada em 24 de agosto de 1945 e tinha como seus principais nomes figuras da política nacional como João Mangabeira, Hermes Lima, Domingos Vellasco e intelectuais como José Honório 01/04/2006 Número 470

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Opinião Acadêmica

O PROJETO DEMOCRÁTICO DO PSB DIANTE DA

DEMOCRACIA BRASILEIRA

(1947­1964)

Leonardo Soares dos Santos

INTRODUÇÃO

A historiadora Margarida Vieira, procura no seuestudo sobre o Partido Socialista Brasileiro (PSB) no períodode 1945 a 1964, reconstituir a construção de um projetosocialista de cidadania desenvolvido ao longo daquele períodopelo partido. Tenta questionar ou pelo menos relativizar astradicionais versões que se tem sobre as suas características:pouca definição ideológica, frágeis ligações com a classeoperária, etc. A autora até os reconhece, mas insiste que:

“Sua importância foi muito maior porém nos temas, proposições e na forma defazer política que no aspecto quantitativo. O estudo de seu projeto nos revela nãoapenas caminhos pouco explorados pelo conjunto da esquerda da época, hoje emmuitos casos retomados. Revela, também, por oposição a outros, parte da tramahistórica da República de 46” 1

A meu ver a abordagem da autora se aproxima emmuito da de Dainis Karepovs e José Castilho Marques Neto,que procuram resgatar no estudo de organizaçõesconsideradas de pouca expressão política e social, como astrotskistas, a leitura de alguns aspectos que fugiam àsgrandes forças políticas da época. Mais do que isso, essesautores tentam mostrar que a história do movimento operário(sua interpretação e seu fazer­se) não pode ser vista comoum monopólio de tal ou qual perspectiva teórica e política.2 Eé geralmente acompanhando a atuação desse tipo de forçapolítica, pequena e de pouca expressão, que podemosdesvendar alguns dos principais limites e impasses do sistemapolítico nacional. Por isso nos propusemos a examinar as posições dossocialistas quanto ao jogo político eleitoral, a questão dailegalidade do PCB e da autonomia sindical. Recorremos aosprogramas do partido e ao jornal que era ligado a ele e quefoi editado no Rio de Janeiro (então Distrito federal) duranteos anos de 1950­54. TRAJETÓRIA

A Esquerda Democrática (ED) foi criada em 24 deagosto de 1945 e tinha como seus principais nomes figuras dapolítica nacional como João Mangabeira, Hermes Lima,Domingos Vellasco e intelectuais como José Honório

01/04/2006Número ­ 470

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Rodrigues, Rubem Braga, Sérgio Buarque de Holanda, JoséLins do Rego, Sérgio Milliet e Antônio Cândido. A maior partedesses nomes constituía a “esquerda radical” da UDN, que empouco tempo já conhecia a sua primeira dissidência sob aforma da ED, que funcionou como uma tendência política atéagosto de 1946, quando a partir daí resolveu formalizar suacondição de partido político. O curioso é que já em 1945 a EDbuscava boa inserção no cenário político, participandoativamente das eleições presidenciais, buscando realizar o seuprimeiro e principal objetivo político, que era o de consolidar aoposição ao Estado Novo, e para isso apoiando a candidaturado Brigadeiro Eduardo Gomes, da União DemocráticaNacional.3

A ED tinha como princípios a total e irrestritatolerância frente aos mais diversas concepções filosóficas emesmo credos religiosos: “reconhece a cada um o direito deseguir, nessa matéria, a sua própria consciência”.4 Naconcepção socialista que João Mangabeira (principal liderançasocialista) defendia, objetivava­se a socialização dos meios deprodução, secundarizava a luta de classes ao querer o partidosendo de todo o povo (proletariado e classe média) em vez de“partido de classe”: “O partido não se destina a lutar pelosinteresses exclusivos de uma classe, mas pelos de todos osque vivem do próprio trabalho”.5 Eram enfatizadas ainda asvinculações com a tradição internacional e a nacional,reconhecia como um valioso legado as conquistasdemocrático­liberais, mas que não eram suficientes paraabolir o regime de exploração capitalista, que por sua vezdevia ser realizado seguindo processos democráticos de lutapolítica. A perspectiva do partido, como se pode inferir, eraeminentemente social­democrata.6

Na realização da segunda convenção nacional da EDem seis de agosto de 1947, decidiu­se pela transformação daED em Partido Socialista Brasileiro ­ PSB, a não ser o nome,nada de substancial tinha de diferente quanto à ED. Oentendimento que o partido tinha sobre a sociedade brasileiraera de que ela: “assenta em uma ordem econômica de quedecorrem, necessariamente, desigualdades sociais profundase o predomínio de umas nações sobre outras, o que entrava odesenvolvimento da civilização”. A transformação econômica esocial que conduziria à supressão de tais desigualdades seriaobtida mediante processos democráticos. E ainda que o Brasilpossuísse as suas peculiaridades, elas não eram suficientespara o situar “fora do mundo contemporâneo”. Por tudo issoestes eram os princípios do partido: “I ­ O Partido considera­se, ao mesmo tempo, resultado da experiência política esocial dos últimos cem anos em todo o mundo e expressão particular dasaspirações socialistas do povo brasileiro. II ­ As peculiaridades nacionais serão, pelo Partido, consideradas de modo que aaplicação de seus princípios não constitua solução de continuidade na históriapolítica do país, nem violência aos caracteres culturais do povo brasileiro. III – Sem desconhecer a influência exercida sobre o movimento socialista pelosgrandes teóricos e doutrinadores que contribuíram, eficazmente, para despertar nooperariado uma consciência política necessária ao progresso social, entende que ascisões provocadas por essa influência nos vários agrupamentos partidários estãoem grande parte superadas. IV – O Partido tem como patrimônio inalienável da humanidade as conquistasdemocrático­liberais, mas as considera insuficientes, como forma política, para sechegar à eliminação de um regime econômico de exploração do homem pelohomem.

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V – O Partido não tem uma concepção filosófica da vida, nem credoreligioso;reconhece a seus membros o direito de seguirem, nessa matéria, suaprópria consciência. VI – Com base em seu programa, o Partido desenvolverá sua ação no sentido defazer proselitismo, sem prejuízo de organização partidária, princípio que respeitará,uma vez alcançado o poder. VII – O objetivo do Partido, no terreno econômico, é a transformação da estruturada sociedade, incluída a gradual e progressiva socialização dos meios de produção,que procurará realizar na medida em que as condições do país o exigirem. VIII – No terreno cultural,o objetivo do Partido é a educação do povo em basesdemocráticas, visando a fraternidade humana e a abolição de todos os privilégiosde classe e preconceito de raça. IX – O Partido admite a possibilidade de realizar algumas de suas reivindicaçõesem regime capitalista, mas afirma sua convicção de que a solução definitiva dosproblemas sociais e econômicos, mormente os de suma importância como areforma agrária, a industrialização, a democratização da cultura e a saúde pública,só será possível mediante a execução integral de seu programa. XI – O Partido não se destina a lutar pelos interesses exclusivos de uma classe,mas pelos de todos os que vivem do próprio trabalho, operários do campo e dascidades, empregados em geral, funcionários públicos ou de organizações para­estatais, servidores das profissões liberais, ­ pois os considera, todos, identificadospor interesses comuns. Não lhe é, por isto, indiferente a defesa dos interesses dospequenos produtores e dos pequenos comerciantes”.7 No ano seguinte, trotskistas, reunidos na LigaComunista Internacionalista pensaram em aderir ao PSB.Houve por conta disso uma cisão dentro do PSB entre o grupode Edmundo Muniz (que era contra) e o de Mário Pedrosa eHilcar Leite (a favor)”. Na queda de braço a vitória ficou como segundo, que ainda trouxeram junto com os trotskistas ojornal “Vanguarda Socialista”em 1948. Mas o caminhoreformista que o PSB vinha tomando acabou afastandoadeptos de propostas mais radicais, os que permaneceram seenvolveram em várias brigas internas, o que acabouresultando na exclusão do grupo trotskista e o fechamento daVanguarda Socialista no mesmo ano.8

Durante o período Dutra (1946­51) o partido atuoucomo um partido crítico do governo, denunciando oenvolvimento de seus principais quadros com os interesses docapitalismo mais do que com a coisa pública. Ainda em 1950,o PSB define com mais clareza suas diretrizes de sua políticaexterna: trabalhar pela paz, fortalecimento da ONU, contra oexpansionismo tanto dos EUA quanto da URSS, apoio aointercâmbio comercial e de informações entre Ocidente eOriente, contra os intuitos da contra­revolução burguesa e porum “socialismo com espírito democrático” e independência dasnações. No plano interno o PSB não tinha muito sucesso nassuas investidas eleitorais. Nas eleições presidenciais lançou achapa João Mangabeira/Alípio Correa Neto, que só obteve9.466 votos. Para se ter uma idéia, o vencedor,GetúlioVargas, conseguiu 3.849.040.Para o legislativo elegeu umsenador, Domingo Vellasco, o único de todo o Congresso. Nasassembléias estaduais, elegeu apenas dois (todos de SãoPaulo) e um vereador no Distrito Federal.9

Nos anos seguintes o partido sofreu baixasimportantes: em 1951 João Mangabeira se desligou pormotivos de saúde; em 1953 Hermes Lima abandona o partidoe vai para o PTB. As únicas iniciativas marcantes nesseperíodo são a atuação de João Mangabeira, que tenta aprovaruma nova lei sobre os sindicatos; a de Domingos Vellasco emdefesa da nacionalização da exploração do Petróleo e criaçãopor este em parceria com Francisco Mangabeira (filho de JoãoMangabeira) do jornal “O Popular”, que não era órgão oficial

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do partido mas divulgava suas campanhas e críticas aogoverno federal.10

Escaldado que foi por todos esses fracassos e aindatendo a convicção de que só poderia realizar seus objetivostendo uma grande influência na administração pública, o PSBcomeça a investir na formalização de grandes alianças,primeiramente com partidos de pequeno porte como ele. Foiassim que conseguiu seu primeiro grande triunfo, em 1952, aoeleger Jânio Quadros para a prefeitura de São Paulo, numaaliança com o PTN.11 Nas eleições estaduais de 1954, o PSBaliou­se ao Partido Social Democrático, Partido TrabalhistaBrasileiro, União Democrática Nacional, Partido Republicano ePartido Social Trabalhista, conseguiu bons resultados em SãoPaulo, mas fracassou no Distrito Federal. Nas eleiçõespresidenciais de 1955, apoiou Juarez Távora do PartidoDemocrático Cristão junto com o Partido Liberal ,UDN edissidentes do PSD. Nas eleições estaduais de 1958 priorizouas alianças com partidos mais fortes como PTB e UDN. Paraas assembléias estaduais elegeu 15 representantes e 8 para acâmara dos deputados (quatro de SP, todos ligados a JânioQuadros).

Se de início a ligação com o nome de Jânio Quadrosfoi benéfica, no começo da década de sessenta ela era causade grandes transtornos. O grupo ligado a ele formou a “AçãoSocialista”, uma organização política que propunha ser a“intérprete” dos anseios de operários, camponeses,comerciários e transportadores, militares e classe média. Estegrupo acabou saindo do partido,ainda tentou voltar quandoJânio assumiu a presidência em 1961 mas não conseguiu,além do que o PSB passou a fazer oposição a Jânio.12

Quando este renunciou, o PSB foi favorável à possede João Goulart, foi contra a adoção do parlamentarismo, queconsiderava uma “medida inconstitucional”. Nas eleições parao Senado de 1963 aliou­se ao PSP de Ademar de Barros (opartido que mais crescia na época), PTN, PRT, PR, UDN, PL eMRT. Elegeu seis deputados federais, entre eles FranciscoJulião, o grande líder do fenômeno Ligas Camponesas.13 Foi a“fase áurea” do PSB. João Mangabeira, pelas mãos de Jango,foi alçado ao ministério da Justiça, onde aboliudefinitivamente a exigência de atestado ideológico paradirigentes sindicais e proibiu a intervenção policial nossindicatos.14

NAÇÃO E NACIONALISMO

A visão que o PSB tinha sobre o Estado nacional, eque era a mesma apresentada no manifesto inaugural da ED,tomava ele como um instrumento sob o controle dos grandesindustriais, banqueiros e latifundiários. Os socialistas, aocontrário dos trabalhistas, não confundiam Estado com Nação.Esta era constituída de classes e grupos sociais, para ela nãohavia um projeto nacional, mas projetos. Sua democratizaçãosó poderia ser viabilizada pela ação política do proletariado,consolidada pelo peso de suas representações em órgãoslegislativos soberanos.15 Não enxergavam a intervenção

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estatal como a grande solução para o país. Defendiam, istosim, a socialização da economia, permitindo que ostrabalhadores participassem da direção das empresasnacionalizadas. Se os trabalhistas formulavam sua identidadecom base no nacionalismo e estatismo, para os socialistas agrande referência era o socialismo democrático.16

Pode­se perceber que ao formular este ponto devista, os socialistas têm na sua alça de mira os Trabalhistas.Isto fica ainda mais claro ao verificarmos quais são suasidéias frente ao nacionalismo. Em primeiro lugar, ele não évisto como uma via para se obter a igualdade social, massomente uma atitude defensiva frente ao imperialismo; emsegundo, a questão nacional é tratada dentro da questãodemocrática, negando­se qualquer forma de nacionalismoautoritário e carismático (como o getulista por exemplo);17por ultimo, tinha uma visão não estática do nacionalismo, elenão era um fim mas um meio para se obter o controle socialdos meios de produção e a democratização do Estado, que porsua vez só poderia ser resultado do movimento dostrabalhadores (pela via legal) e não por uma ação de caridadeou por um plano de manipulação de elementos da culturapolítica dos “trabalhadores do Brasil”.18

Margarida Vieira ressalta que a prioridade que ossocialistas davam a questão democrática não eram simplesargumentos retóricos , mas “um valor trabalhadoinstitucionalmente e no cotidiano”.19 É claro que devemos tertodo cuidado com afirmações como esta, ainda mais tendo­seem conta que a referida autora faz parte do quadro político doPSB atual, sendo, assim, é grande a possibilidade de estarmoslidando com argumentos que são mais políticos (oupanfletários) do que propriamente analíticos. Mas a afirmaçãoparece ganhar em sentido e em confiabilidade quandopassamos a lê­las em confronto direto com as práticas dostrabalhistas no que se refere a uma questão em particular:aexclusão do PCB da legalidade.

Os trabalhistas nunca chegaram a um consensosobre tal questão, sobre a defesa ou condenação dailegalidade do PCB, embora um dos autores da célebredenúncia feita ao TSE em 1946 tenha sido o deputadopetebista Himalaya Virgulino.20 Pelo menos até meados dadécada de 1950, quando PCB e PTB se unem para a formaçãodo Movimento Nacional Trabalhista Popular para as eleiçõespresidenciais de 1955, a atitude dos trabalhistas era de umapoio velado, transformando­se em alguns momentos numaaprovação explícita pela repressão governamental contra oscomunistas. Prova são as abordagens que os jornais ligadosaos trabalhistas (O Radical, Diário do Povo, A Voz Trabalhista,Diário Popular e Diário Trabalhista) faziam das ações políticasrealizadas por trabalhadores (greves, levantes no campo,etc). Estas eram na maior parte das vezes fruto da “sórdida” e“impatriótica” agitação dos “insufladores”comunistas(“serviçais da Rússia vermelha”, “agentes do Kominform”).21Fatos que eram suficientes para demonstrar o perigo que os“vermelhos” representavam à Nação e que justificavam a suamarginalização do plano institucional e a dura repressão dapolícia política contra eles.

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Aqui vemos plenamente confirmada a afirmação deM.Vieira de que os “trabalhistas acentuavam a ‘democraciasocial’, deixando em plano secundário a democracia política econvivendo com as práticas autoritárias”.22

As coisas mudam de figura quando passamos aanalisar o caso dos socialistas.Antônio Gurgel destaca que aprimeira grande luta do PSB foi contra a cassação dosrepresentantes comunistas. Alguns de seus membros nãoapoiaram essa iniciativa, argumentando que esta postura era“avançada demais” para a época. A defesa dos comunistasteria valido ao partido a pecha de “linha auxiliar docomunismo”.23

Esta linha de conduta ­ de defesa dos direitospolíticos dos comunistas ­ também era veiculada no jornal OPopular, em editoriais escritos pelos principais nomes do PSB.Num deles, Domingos Vellasco satiriza as obscurasmotivações da “indústria do anti­comunismo”:

“uma das mais rendosas ‘indústrias’que têm florescido recentemente no Brasil é ado anti­comunismo. Jornais falidos, escritores semi­analfabetos, jornalistas semleitores, ‘pelegos’ desprezados pelos trabalhadores, tiras fantasiados de‘orientadores’ e ‘técnicos’ sindicais do ministério do trabalho – todos êsses têmconseguido gordas subvenções e polpudas gorjetas, com a exploração do ‘anti­

comunismo(...).Como tem sido rendosa a indústria do anti­comunismo”.24

Em outro, aquele autor, volta a enfatizar os interessesque estariam por trás da repressão aos comunistas, e ao queparece nada tinham a ver com a segurança da nação e do seucordato povo:

“Estamos assistindo, no Brasil, ao esfôrço tenaz e persistente de alguns jornaispara se criar o clima de intolerância, de mêdo e de ódio, que facilite tôdas asaventuras. O pretexto é o perigo comunista (...). É claro que não pretendem essesanti­comunistas combater na realidade, o comunismo. Querem apenas usá­locomo arma para a intimidação, o acovardamento, a coação moral contra aquelesque se opõem a seus planos políticos ou a seus negócios (...) Combater ocomunismo é uma coisa. Defender, sob êsse pretexto as negociatas dostubaronetes ou o aviltamento do povo brasileiro, é coisa muito diferente que nosprovoca a maior repugnância.”25

Não que os socialistas tivessem lá grande simpatiapelos comunistas, talvez houvesse mais motivos para brigasentre o PSB e o PCB do que troca de gentilezas: DomingosVellasco achava que o quadro dirigente comunista era incapazde avaliar com um mínimo de nitidez o jogo de forças docenário político e social brasileiro, não tendo conseguido aindaabsorver os “ensinamentos” de 1935; por seu turno, oPCB,através do seu jornal ­ Imprensa Popular, nãoeconomizava nos “elogios” ao PSB (“partido dos tubarões”), eà Domingos Vellasco ( “reacionário”, “grileiro” e “porta­vozdos banqueiros”) e ao próprio O Popular ( “folhetim dos trustsamericanos”, “jornal dos imperialistas ianques”). Contudo ossocialistas faziam questão de afirmar que as diferenças (quenão eram poucas) podiam e deveriam ser resolvidas nocampo democrático do debate de idéias. Para Vellasco, ocomunismo:

“(...) não se combate com a mentira, com a violência ou com a tortura. Combate­se o comunismo apontando­lhe os erros de doutrina e a amoralidade dosprocessos. Mas combate­se, sobretudo, apressando o fim de um sistema deprodução, que o engendra e o mantém. No Brasil, as mais das vezes, os quejulgam combater comunismo não fazem de verdade, senão servi­lo. Cremos que

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somente a Igreja Católica tem entre nós combatido o comunismo com tenacidade,eficiência e sabedoria”.26

* * *

Mas se havia dentro do PSB uma corrente (a de SãoPaulo) que tratava a questão nacional por meio de umdiscurso ideológico que defendia os princípios do socialismodemocrático e que combatia a demagogia nacionalista e aoestatismo; outras correntes, como a da Paraíba, Pernambucoe o então Distrito Federal (RJ), que defendiam uma visão deviés economicista sobre o assunto, pelo qual o nacionalismoera representado desde um simples movimento anti­capitalista até uma forma de “maioridade econômica”. Estascorrentes teriam sido seduzidas, segundo Daniel Pécault, pelaonda trabalhista.27

Esta última corrente passa a ter predominância naescolha dos rumos do partido a partir de 1953. Neste ano érealizada a Quinta Convenção do partido, e no seu resultado jáse nota grande influência do nacional­desenvolvimentismo. Aproposta de nacionalização das fontes básicas de energia nãoé acompanhada da exigência de participação dostrabalhadores na direção das empresas nacionalizadas. Acrítica ao conceito de burguesia nacional e a prioridade de lutapelo socialismo sobre o nacionalismo ficam restrito a algunsnúcleos.28 É neste momento que o PSB começa a dar osprimeiros passos em busca da formulação das grandesalianças, com partidos das mais diferentes colorações político­ideológicas, com o fim de conquistar posição de destaque noplano político.

AUTONOMIA SINDICAL

Para o grupo de ex­trotskistas que editava o“Vanguarda Socialista” (VS) sob a liderança de Mario Pedrosae Hilcar Leite, a questão sindical vinha sempre ligada àautonomia sindical e ao direito de greve. O último dizia em 31de agosto de 1945: “A ausência do direito de greve como daautonomia sindical anula a função do sindicato operário, que ée há de ser o órgão de resistência e de luta de classe”.29

Os grandes obstáculos da autonomia seriam emprimeiro lugar a legislação trabalhista que a proibia e tambémpunia a greve; em segundo a existência de setores que aapoiavam ou não a combatiam: as classes dominantes quegostaram do “regime getuliano” porque “resolveu” a questãooperária; os amarelos que vivem do imposto sindical e ostotalitários getulistas e comunistas de Prestes [na época,aliado de Getúlio]”; o terceiro seria o desenvolvimento de um“espírito de tutela”que se desenvolveu entre certas camadasda classe trabalhadora, que teriam incorporado o discursogetulista, no qual as conquistas não eram vistas comoresultado de lutas mas como “presente do tutor”. A principal alternativa para a conquista daautonomia sindical, segundo Hilcar Leite, seria a ação daclasse trabalhadora: “É preciso continuar a luta pela

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autonomia sindical e pelo reconhecimento do direito de greve.A única força capaz de obrigar o governo de José Linhares, ouo futuro, a revogar os dispositivos getulianos é a própriaclasse operária, agindo independentemente”.30

Entendiam os socialistas que as grandes forças domovimento sindical eram os burocratas ministerialistas, osqueremistas e os prestistas, e que por isso era necessária aconstrução de uma política ampla de alianças que incluísseoutras forças que também tivesse divergências com aquelastrês. Era o caso de católicos, anarquistas e os sindicalistasindependentes. Junto a eles os socialistas da VS esperavamter uma maior atuação nos sindicatos. No entanto apesar detodas as críticas eles acabaram se aliando aos queremistas eprestistas na criação da Confederação Geral dosTrabalhadores do Brasil em 1946. Mesmo assim ponderavam:

“as entidades sindicais, ao mesmo tempo que assumem maior responsabilidadepara com aqueles que a integram, precisam se capacitar de que o movimento emque estão empenhados deve se orientar no sentido de maior independência tantono que se refere ao poder público, como no que diz respeito aos partidos políticose instituições religiosas, por mais sedutores que sejam seus programas ouprincípios. Somente assim poderá ser mantida a magnífica unidade agoraconquistada”.31

A CGTB acabou sendo extinta junto com o PCB emmaio de 1947. A partir daí os socialistas tentaram chegar àautonomia sindical através da ação parlamentar. Apoiandotodos os candidatos da ED nas eleições para a AssembléiaConstituinte: todos foram derrotados. Continuaram pregando aautonomia pelo jornal, buscando exercer pressão sobre osparlamentares eleitos, mas sem grandes resultados.32 Aprincipal razão, segundo M.Vieira, era que “apesar de todo oavanço na crítica à estrutura sindical estadonovista, aincapacidade dos militantes da Vanguarda (VS) de ganharemum grande número de adeptos no movimento sindical torna asua ação mais educativa que eficaz a curto prazo”.33

No início década de 1950, já tendo sido expulso dopartido o grupo da VS, o debate sobre o movimento sindicalpassava às mãos das lideranças parlamentares do PSB, comoDomingos Vellasco e João Mangabeira. O conceito sobre osindicato era substancialmente o mesmo. A “cúpula”pessebista considerava que: “Os sindicatos são uma escola defraternidade, aplicada à conquista de melhores salários, demelhores instrumentos de trabalho, de melhores condições devida”, mas que para desempenharem esse papel ele nãopoderia ser um instrumento dependente do governo e nem dequaisquer partido político:

“O Sindicato deve ser livre de qualquer compromisso político. Nem caudatário nemhostil à política dos partidos que defendem a classe operária: mas ativos eatuantes, a fim de interessarem realmente o trabalhador na defesa de suasreivindicações imediatas fora do campo política, formando, ao mesmo tempo,espíritos de luta, homens e mulheres que saibam o significado da palavra união,corações abertos à cooperação e ao mesmo tempo consciências capazes de manterum pensamento crítico e construtivo sôbre os problemas do país”.34

O grande problema do sindicalismo continuava sendoa autonomia sindical. Os socialistas batiam pé firme sobreela,não poupando críticas ao governo. Num artigo de 1951,Domingos Vellasco ressaltava que:

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“O presidente Getúlio Vargas fêz um apelo no dia 1° de maio para a sindicalizaçãoem massa dos trabalhadores. Entretanto, o que está fazendo o ministério dotrabalho com seus ‘pelêgos’ é matar a sindicalização livre;é transformar ossindicatos dos trabalhadores numa espécie de curral em que os operários eempregados, como animais ou como escravos, são tangidos pelos senhores doministério”.35

Francisco Mangabeira considerava que o climaduramente repressivo do governo Dutra estava se repetindono governo do “Pai dos Pobres”: eram inúmeros os sindicatossob intervenção, inúmeras as ocorrências de violência policialem reuniões e encontros de operários e grande a repressão àsgreves.

Em que pese a existência desses obstáculos, o PSBacreditava que em 1951, o sindicalismo do país passava porum novo surto, nele os sindicatos tentavam se libertar datutela do ministério do trabalho. Aproveitando­se dessaconjuntura, os dirigentes socialistas com a “massa operária”,o maior exemplo seria a apresentação na Câmara Federal doprojeto sobre a Nova Lei Sindical, de autoria de JoãoMangabeira. O PSB procurava criar com a autonomia, ummovimento sindical livre do “intervencionismo” tanto doministério do trabalho (“oficial”) quanto do PCB(“partidário/sectário”).36 Esta lei, no entanto, abrigava váriasincoerências, como a manutenção do imposto sindical, quesempre tinha sido combatida pelo PSB.

CONCLUSÃO

O fato do PSB ter pouco contato com a classetrabalhadora e com seu movimento, parece ter sido encaradocomo um problema apenas na década de 1940, nos primeirosanos de sua criação, quando ali tinha voz ativa o grupo de ex­trotskistas, esforços (mal­sucedidos é verdade) foramempreendidos no sentido de criar uma ligação mais profundaentre o PSB e as entidades dos trabalhadores. Com a expulsãodo grupo em 1948, a tendência reformista passou a terpredominância na vida do partido. O contato com os sindicatospassa a ser realizada em função de objetivos eleitorais.Acreditam que toda e qualquer transformação econômica esocial deve transcorrer pela via institucional. Tal opção éradicalizada em meados da década de 1950, quando o PSB selança em alianças com partidos das mais variadas tendências,o que de certa estava coerente com a linha pluralista eeclética expressa nos primeiros programas do partido.

Há de se reconhecer,no entanto,o exemplo derespeito aos princípios democráticos, quando o PSB nadoucontra a maré,condenando algo que era oficial e quase quenacionalmente incentivado: a repressão aos comunistas.Emque pese as gravíssimas divergências existente entre eles.

Outra iniciativa digna de menção foi o esforço daslideranças do PSB em constituir um amplo debate sobre algomal resolvido até os dias de hoje:a autonomia sindical.Aobater de frente com a defesa do corporativismo e unicidadesindicais dos trabalhistas,e ao tentar diferenciar liberdadesindical (defendida por comunistas)de Autonomia Sindical,ossocialistas procuravam criar condições para a renovação da

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estrutura sindical.

BIBLIOGRAFIA Fontes PrimáriasFundo DOPS, série Comunismo, pasta 16/ Arquivo Público do Estado do Rio deJaneiro.O Popular 1951­54/ Biblioteca Nacional

Fontes SecundáriasCHACON, Vamireh. A história das idéias socialistas no Brasil. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1981.COSTA, Dante. O Socialismo. Rio de Janeiro: s/ed., 1954.DICIONÁRIO HISTÓRICO­BIOGRÁFICO BRASILEIRO Pós­1930. Rio de Janeiro:

Ed. FGV/CPDOC,2001.GURGEL, Antônio de Pádua. Socialistas no Brasil: partidos, programas e

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Caderno, p.7.SONBRA, Luiz Henrique. “D.F.S.P:Ruptura ou permanência?”, In DOPS: a lógica da

desconfiança. Rio de Janeiro: secretaria de Estado de Justiça; APERJ, 1993.VIEIRA, Margarida Luiz de Matos. Semeando democracia: o projeto de cidadania do

PSB(1945­1964). Tese de Doutorado em História, Universidade FederalFluminense, 1994.

1 VIEIRA, Margarida Luiz de Matos. Semeando democracia:o projeto de cidadania

do PSB (1945­1964). Tese de Doutorado em História. UFF, 1994. p. 18.

2KAREPOVS, Daniel & NETO, José Castilho Marques. “Os Trotskistas brasileiros e

sua organizações políticas (1930­1966)”. In: RIDENTI, Marcelo & REIS FILHO,

Daniel Aarão (Orgs.). História do Marxismo no Brasil, Vol. 5. Campinas:

Editora da Unicamp, 1995. pp. 103­4.

3 Dicionário Histórico Biográfico Brasileiro (DHBB), Pós­1930. Rio de Janeiro:Ed.

FGV/CPDOC, 2001. p. 4410.

4 COSTA, Dante. O Socialismo Rio de Janeiro: s/ed., 1954. p. 82.

5 CHACON, Vamireh. .A história das idéias socialistas no Brasil. Rio de Janeiro:

Civilização Brasileira, 1981. pp. 224­5.

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6 Idem, p. 223.

7 Costa, Dante, op.cit., pp. 84­6 .

8 DHBB, p. 4411.

9 idem.

10 idem.

11 idem.

12 idem.

13 ibidem, p. 4413.

14 Gurgel, Antônio de Pádua Socialistas no Brasil: partidos, programas e experiências.

Brasília: Thesauros, 1984. p. 55.

15 Vieira, Margarida. op.cit., p.222.

16 ibidem, p. 224.

17 Algo vivamente tolerado (até mesmo ambicionado) não só pelos trabalhistas de

ontem como também pelos de hoje. Os exemplos atuais são notórios, veja­se

por exemplo o artigo de Celina Vargas do Amaral Peixoto – “O Getulio

populista”, O Globo, 27/08/2002. Nele a neta de Getúlio defende que ele não

foi na década de 30 um Ditador e sim um”centralizador” e que na década

seguinte “se submeteu” ao jogo democrático; antes de morrer em 54, teria

“deixado” o país redemocratizado (em que pese a repressão policial sobre o

movimento operário, intervenção nos sindicatos...); mas a melhor parte é onde

diz que os maiores prazeres do “centralizador” gaúcho era a vida no campo,

cavalgar, fumar charutos, jogar golfe e de começar os seus discursos

pronunciando, “com uma voz pausada – ‘Trabalhadores do Brasil’ ”.

18 Vieira, Margarida. op. cit.

19 ibidem, p. 20.

20 Sombra, Luiz Henrique. “D.F.S.P: Ruptura ou permanência?”, In DOPS: a lógica

da desconfiança. Rio de Janeiro: secretaria de Estado de Justiça; APERJ, 1993.

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p. 41.

21 Fundo DOPS, Série ­ Comunismo(Arquivo Público do estado do RJ). Numa edição

de 1953, o jornal Diário Trabalhista estampava como sua principal manchete :

“Morte aos Comunistas!”.

22 Vieira, Margarida. op. cit., p. 20.

23 Gurgel, Antônio de Pádua. op. cit., p. 53.

24 O Popular, 14/07/1951, p. 3.

25 O Popular, 21/08/1951, p. 3.

26 O Popular, 08/11/1953, p. 3.

27 Vieira, Margarida. Op. cit., p. 26.

28 idem. Segundo a autora a persistência desses núcleos, notadamente o paulista,

na preocupação sobre a questão democrática até a década de 1960 fez com que

a POLOP se aproximasse do PSB.

29 Apud Vieira, Margarida. op. cit., p. 250.

30 ibidem, pp. 252­3.

31 ibidem, p. 255.

32 idem.Declarou em 1988, Hilcar Leite: “Nós queríamos uma revolução no

movimento sindical, mas não houve jeito (...). Acabar com toda a parte da

Consolidação (CLT) que diz respeito ao sindicato. Isso não conseguimos”.

33 ibidem, p. 257.

34 Costa, Dante. Op.cit., p.108.

35 O Popular, 9/7/1951, p.1.

36 O Popular, 22/6/54, p. 3.

Leonardo Soares dos Santos é doutorando em História Social pela [email protected] telefone: (21)2445­3789

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(01 de abril/2006)

CooJornal no 470