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Cosit Fls. 1 1 Coordenação-Geral de Tributação Solução de Consulta Interna nº 21 - Cosit Data 29 de setembro de 2014 Origem DIVISÃO DE TRIBUTAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 4ª REGIÃO FISCAL ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA REQUSITOS PARA O ALFANDEGAMENTO DE LOCAIS E RECINTOS ADUANEIROS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DETERMINAÇÃO CONCRETA. PROCEDIMENTO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. FATO GERADOR. Os requisitos para alfandegamento, conforme disposto no art. 34 da Lei nº 12.350, de 2010, constituem obrigação acessória que, em determinados casos, depende da atuação direta da autoridade competente, em virtude das disposições constantes da norma infralegal. Assim, quando a especificação concreta dos requisitos depender de atuação de autoridade aduaneira, a hipótese de incidência da penalidade pecuniária abrange também essa circunstância prévia, isto é, nesse caso, o fato gerador da sanção pecuniária deve ser entendido como a circunstância do não atendimento, pelo interessado, das exigências técnicas fixadas pela autoridade competente mediante o procedimento legal cabível, conjugado com o escoamento do prazo previsto na legislação para cumprimento de determinado requisito. Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966, arts. 113 e 116; Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 1º e 7º; Lei nº 9.784, de 1999, arts. 1º a 3º, 9º, 26 a 29 e 69; Lei nº 8.987, de 13 de fevereiro de 1995; Lei nº 12.350, de 2010, arts. 34 a 39. Dispositivos Infralegais: Decreto nº 3.724, de 2001, art. 2º; Portaria RFB nº 2.438, de 2010; Portaria RFB nº 3.518, de 2011; Portaria RFB nº 113, de 2013; e Portaria RFB nº 1.001, de 2014. (e-processo 10480.735567/2012-41) Relatório 1. A Divisão de Administração Aduaneira da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 4ª Região Fiscal (Diana/SRRF04) formulou Consulta Interna (CI) à Divisão de Tributação daquela Superintendência (Disit/SRRF04), a fim de dirimir dúvidas relativas à aplicação de penalidades pecuniárias por desatendimento a requisitos para alfandegamento de locais e recintos aduaneiros. 2. A consulente relata que, em obediência ao fixado pelo legislador, a Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB editou as Portarias RFB nº 2.438, de 21 de dezembro de 2010, Fl. 111 DF COSIT RFB Impresso em 13/10/2014 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA CÓPIA Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001 Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente e m 29/09/2014 por JUDIVAN IDEAO LEITE, Assinado digitalmente em 01/10/2014 por LIZIANE ANGELOTTI MEIR A, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por JOAO HAMILTON RECH, Assinado digitalmente em 13/10/2014 p or FERNANDO MOMBELLI

Coordenação-Geral de Tributação CÓPIA...Solução de Consulta Interna n.º 21 Cosit Fls. 2 2 e nº 3.518, de 30 de setembro de 2011, as quais estabeleceram prazos para adimplemento

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Cosit

Fls. 1

1

Coordenação-Geral de Tributação

Solução de Consulta Interna nº 21 - Cosit

Data 29 de setembro de 2014

Origem DIVISÃO DE TRIBUTAÇÃO DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL DA 4ª REGIÃO FISCAL

ASSUNTO: NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

REQUSITOS PARA O ALFANDEGAMENTO DE LOCAIS E RECINTOS ADUANEIROS. OBRIGAÇÃO ACESSÓRIA. DETERMINAÇÃO CONCRETA. PROCEDIMENTO. PENALIDADE PECUNIÁRIA. FATO GERADOR.

Os requisitos para alfandegamento, conforme disposto no art. 34 da Lei nº 12.350, de 2010, constituem obrigação acessória que, em determinados casos, depende da atuação direta da autoridade competente, em virtude das disposições constantes da norma infralegal. Assim, quando a especificação concreta dos requisitos depender de atuação de autoridade aduaneira, a hipótese de incidência da penalidade pecuniária abrange também essa circunstância prévia, isto é, nesse caso, o fato gerador da sanção pecuniária deve ser entendido como a circunstância do não atendimento, pelo interessado, das exigências técnicas fixadas pela autoridade competente mediante o procedimento legal cabível, conjugado com o escoamento do prazo previsto na legislação para cumprimento de determinado requisito.

Dispositivos Legais: Lei nº 5.172, de 1966, arts. 113 e 116; Decreto nº 70.235, de 1972, arts. 1º e 7º; Lei nº 9.784, de 1999, arts. 1º a 3º, 9º, 26 a 29 e 69; Lei nº 8.987, de 13de fevereiro de 1995; Lei nº 12.350, de 2010, arts. 34 a 39.

Dispositivos Infralegais: Decreto nº 3.724, de 2001, art. 2º; Portaria RFB nº 2.438, de 2010; Portaria RFB nº 3.518, de 2011; Portaria RFB nº 113, de 2013; e Portaria RFB nº 1.001, de 2014.

(e-processo 10480.735567/2012-41)

Relatório

1. A Divisão de Administração Aduaneira da Superintendência Regional da Receita Federal do Brasil da 4ª Região Fiscal (Diana/SRRF04) formulou Consulta Interna (CI) à Divisão de Tributação daquela Superintendência (Disit/SRRF04), a fim de dirimir dúvidas relativas à aplicação de penalidades pecuniárias por desatendimento a requisitos para alfandegamento de locais e recintos aduaneiros. 2. A consulente relata que, em obediência ao fixado pelo legislador, a Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB editou as Portarias RFB nº 2.438, de 21 de dezembro de 2010,

Fl. 111DF COSIT RFB

Impresso em 13/10/2014 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA

CÓPIA

Documento assinado digitalmente conforme MP nº 2.200-2 de 24/08/2001Autenticado digitalmente em 29/09/2014 por ROSANIA ROSA CARDOSO DE OLIVEIRA, Assinado digitalmente em 29/09/2014 por JUDIVAN IDEAO LEITE, Assinado digitalmente em 01/10/2014 por LIZIANE ANGELOTTI MEIRA, Assinado digitalmente em 30/09/2014 por JOAO HAMILTON RECH, Assinado digitalmente em 13/10/2014 por FERNANDO MOMBELLI

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e nº 3.518, de 30 de setembro de 2011, as quais estabeleceram prazos para adimplemento dos aludidos requisitos. 3. Aduz que a Portaria RFB nº 3.518, de 2011, dispõe que a unidade competente “procederá acompanhamento diário das condições de operação e segurança dos recintos alfandegados” impondo as sanções cabíveis. Ao chefe da unidade competente também foi outorgada a prerrogativa de dispensar requisitos, em razão das especificidades locais e operacionais. 4. Classifica o cumprimento integral ou parcial de requisitos de alfandegamento em função da existência ou não de prévia notificação de pendências, na esteira dos seguintes questionamentos:

“1) Em relação ao não cumprimento integral de requisitos, para os quais não tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos (aplicação, localização, quantitativo, dimensionamento, forma etc), poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011?

2) Em relação ao não cumprimento integral de requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], a penalização do obrigado deveria ser retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011 ou àquela da notificação?

3) Em relação ao cumprimento parcial de requisitos, para os quais não tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...] ou ateste de inconformidade daqueles disponíveis, poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011?

4) Em relação ao cumprimento parcial de requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], porém sem qualquer ateste de inconformidade do atendimento, poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011 ou àquela da notificação do obrigado?

5) Em relação ao cumprimento parcial dos requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], e posterior ateste de inconformidade do atendimento, a penalização do obrigado deveria ser retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011, àquela da notificação ou àquela do ateste de inconformidade?”

5. Em seguida, ao discorrer sobre a proposta de solução, a Diana consulente alega que há incongruência em proceder-se a “autuação dos recintos sem qualquer notificação anterior, identificando o quê, onde e como” deveria ser cumprido, no que toca aos requisitos de alfandegamento. 6. Afirma que, “sem as definições da autoridade administrativa, o cumprimento das obrigações estaria bastante prejudicado em desfavor do administrado e do próprio fim público”. Por outro lado, defende que “a permissiva de dispensa dos requisitos gera considerável incerteza àquele que deva cumpri-los, especialmente sob o escopo genérico que se encontra prevista”. 7. Entende não ser “justo ou razoável que a autoridade administrativa, tendo se omitido na definição dos requisitos necessários ao devido controle aduaneiro, possa, ao final, puni-lo por descumprimento”, o que conduziria à necessidade de se notificar o interessado previamente à imposição de sanções, a fim de que lhe fosse dada oportunidade para, dentro de prazo razoável, cumprir a obrigação devida.

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8. Complementa sua posição mencionando que, no caso específico de cumprimento parcial, somente uma verificação concreta da autoridade administrativa poderia caracterizar o não atendimento integral, o que deveria ser procedido sempre previamente à sanção, e não de forma concomitante a esta. 9. Por fim, arremata opinando que, dada a discricionariedade e a imprecisão na definição dos requisitos, “qualquer penalização do obrigado apenas poderia retroagir até à data de notificação do mesmo pela autoridade administrativa, para especificação dos requisitos,e, no caso de cumprimento parcial, até a data de ateste de sua inconformidade, após a concessão de prazo razoável que possibilite a efetiva oportunidade de cumprimento pelo obrigado”. 10. Cumpre observar que a Portaria RFB no 379, de 27 de março de 2013, regulamentada pela Ordem de Serviço (OS) Cosit no 1, de 8 de abril de 2013, atualmente são as normas que disciplinam a formulação, o encaminhamento e a Solução de Consulta Interna relativa à interpretação da legislação tributária. 11. Destarte, em atenção ao disposto no Parágrafo único do art. 5º da OS Cosit nº 1, de 2013, a Consulta Interna Diana/SRRF04 em apreço foi analisada pela Disit/SRRF04, a qual elaborou a minuta de Solução de Consulta Interna (SCI), datada de 1º de abril de 2012, cujo entendimento foi enviado, para revisão, à Disit/SRRF05, conforme dispõe o inciso IV do § 2o do art. 5o da OS Cosit no 1, de 2013. 12. No mérito, a Disit/SRRF05 manifestou-se em conssonância com o posicionamento exposto pela Disit/SRRF04, submetendo a minuta de Solução de Consulta Interna constante deste processo à aprovação da Cosit.

Fundamentos

13. O fundamento legal para a edição, por parte da RFB, de regras sobre os requisitos para alfandegamento de locais e recintos alfandegados encontra-se na Lei nº 12.350, de 20 de dezembro de 2010:

Art. 34. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil definir os requisitos técnicos e operacionais para o alfandegamento dos locais e recintos onde ocorram, sob controle aduaneiro, movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias procedentes do exterior, ou a ele destinadas, inclusive sob regime aduaneiro especial, bagagem de viajantes procedentes do exterior, ou a ele destinados, e remessas postais internacionais.

§ 1o Na definição dos requisitos técnicos e operacionais de que trata o caput, a Secretaria da Receita Federal do Brasil deverá estabelecer:

I – a segregação e a proteção física da área do local ou recinto, inclusive entre as áreas de armazenagem de mercadorias ou bens para exportação, para importação ou para regime aduaneiro especial;

II – a disponibilização de edifícios e instalações, aparelhos de informática, mobiliário e materiais para o exercício de suas atividades e, quando necessário, de outros órgãos ou agências da administração pública federal;

III – a disponibilização e manutenção de balanças e outros instrumentos necessários à fiscalização e controle aduaneiros;

IV – a disponibilização e manutenção de instrumentos e aparelhos de inspeção não invasiva de cargas e veículos, como os aparelhos de raios X ou gama;

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V – a disponibilização de edifícios e instalações, equipamentos, instrumentos e aparelhos especiais para a verificação de mercadorias frigorificadas, apresentadas em tanques ou recipientes que não devam ser abertos durante o transporte, produtos químicos, tóxicos e outras mercadorias que exijam cuidados especiais para seu transporte, manipulação ou armazenagem;

VI – a disponibilização de sistemas, com acesso remoto pela fiscalização aduaneira, para:

a) vigilância eletrônica do recinto;

b) registro e controle:

1. de acesso de pessoas e veículos; e

2. das operações realizadas com mercadorias, inclusive seus estoques.

§ 2o A utilização dos sistemas referidos no inciso VI do § 1o deste artigo deverá ser supervisionada por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil e acompanhada por ele por ocasião da realização da conferência aduaneira.

§ 3o A Secretaria da Receita Federal do Brasil poderá dispensar a implementação de requisito previsto no § 1o, considerando as características específicas do local ou recinto.

Art. 35. A pessoa jurídica responsável pela administração do local ou recinto alfandegado, referido no art. 34, fica obrigada a observar os requisitos técnicos e operacionais definidos pela Secretaria da Receita Federal do Brasil.

Art. 36. O disposto nos arts. 34 e 35 aplica-se também aos atuais responsáveis pela administração de locais e recintos alfandegados.

§ 1º Ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda fixará os prazos para o cumprimento dos requisitos técnicos e operacionais para alfandegamento previstos no art. 34, assegurado, quanto aos requisitos previstos nos incisos IV e VI do § 1º daquele artigo, o prazo de até dois anos a partir da publicação do ato da Secretaria.(Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014)

§ 2º No caso do requisito previsto no inciso IV do § 1º do art. 34, o prazo de cumprimento é 31 de dezembro de 2014 para: (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014)

I - os portos alfandegados que apresentem movimentação diária média, no período de 1 (um) ano, inferior a 100 (cem) unidades de carga por dia, conforme fórmula de cálculo estabelecida em ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil; ou (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014)

II - os recintos alfandegados que comprovarem haver contratado a aquisição dos equipamentos de inspeção não invasiva, mas que, por dificuldades da empresa fornecedora, nos casos devidamente justificados, não tenham recebido tais equipamentos. (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014)

§ 3o O descumprimento do requisito previsto no inciso IV do § 1o do art. 34 não enseja a aplicação das penalidades previstas nos arts. 37 e 38 para os recintos alfandegados que, na data de publicação da Medida Provisória no 634, de 26 de dezembro de 2013, já tenham recebido os equipamentos de inspeção não

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invasiva, ainda que a entrega tenha ocorrido depois de esgotado o prazo de que trata o § 1o. (Incluído pela Lei nº 12.995, de 2014)

Art. 37. A pessoa jurídica de que tratam os arts. 35 e 36, responsável pela administração de local ou recinto alfandegado, fica sujeita, observados a forma, o rito e as competências estabelecidos no art. 76 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, à aplicação da sanção de:

I – advertência, na hipótese de descumprimento de requisito técnico ou operacional para o alfandegamento, definido com fundamento no art. 34; e

II – suspensão das atividades de movimentação, armazenagem e despacho aduaneiro de mercadorias sob controle aduaneiro, referidas no caput do art. 34, na hipótese de reincidência em conduta já punida com advertência, até a constatação pela autoridade aduaneira do cumprimento do requisito ou da obrigação estabelecida.

Parágrafo único. Para os fins do disposto no inciso II, será considerado reincidente o infrator que, no período de 365 (trezentos e sessenta e cinco) dias, contados da data da aplicação da sanção, cometer nova infração pela mesma conduta já penalizada com advertência.

Art. 38. Será aplicada a multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por dia, pelo descumprimento de requisito estabelecido no art. 34 ou pelo seu cumprimento fora do prazo fixado com base no art. 36.

Parágrafo único. O recolhimento da multa prevista no caput não garante o direito à operação regular do local ou recinto nem prejudica a aplicação das sanções estabelecidas no art. 37 e de outras penalidades cabíveis ou a representação fiscal para fins penais, quando for o caso.

Art. 39. A Secretaria da Receita Federal do Brasil, no âmbito de sua competência, disciplinará a aplicação do disposto nos arts. 34 a 37 desta Lei.

14. Deve-se salientar que o art. 38 da Lei nº 12.350, de 2010, dispõe expressamente que a penalidade pecuniária tem como fato gerador “descumprimento de requisito estabelecido no art. 34 ou pelo seu cumprimento fora do prazo fixado com base no art. 36”.

15. Ocorre, contudo, que o art. 36 não estabelece prazos (com exceção do prazo máximo para atendimento aos itens IV e VI do art. 34), apenas remete às normas a serem editadas pela RFB.

16. Por outro lado, observa-se que a lei, ao delegar à RFB competência para estabelecer requisitos, não especificou as situações em que seria necessária a participação da autoridade local em sua determinação. Nada obstante, quando a especificação concreta dos requisitos depender de atuação da autoridade competente, em virtude de disposição constante de norma infralegal, a hipótese de incidência da penalidade pecuniária abrange também essa circunstância.

17. Observe-se que a Portaria RFB nº 2.438, de 2010, apesar de revogada pela já citada portaria subseqüente, estabeleceu requisitos e prazos, e que o art. 43 da portaria superveniente fixou expressamente os prazos para cumprimento do disposto nos arts. 14 e 17 da norma em vigor, mas também dispôs que os requisitos aos quais a administradora do local ou recinto alfandegado já estivesse obrigada a cumprir, e que tivessem sido mantidos pela regulamentação posterior, deveriam ter respeitadas as datas de adimplemento anteriormente

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fixadas (com exceção, evidentemente, das disposições específicas já expressas). Assim, faz-se necessário cotejar os textos das duas portarias, no sentido de verificar quais disposições estão mantidas, bem como quais os prazos específicos a serem observados. Cabe também ressalvar que a Portaria RFB nº 3.518, de 2011, foi alterada pelas Portarias RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013, e nº 1.001, de 6 de maio de 2014.

18. Segue o cotejamento entre as Portarias de nº 2.438, de 2010, e 3.518, de 2011, valendo atentar para o grau de participação da unidade competente na especificação concreta de cada um dos requisitos.

Segregação e Proteção Física do Local ou Recinto

Portaria RFB nº 2.438, de 2010 Art. 5º A área do local ou recinto a ser alfandegado deverá estar segregada de forma a permitir a definição de seu perímetro e oferecer isolamento e proteção adequados às atividades nele executadas. § 1º A segregação do local ou recinto poderá ser feita por muros de alvenaria, alambrados, cercas, divisórias ou pela combinação desses meios, com altura mínima de 2,50m (dois inteiros e cinquenta centésimos de metro), de forma a direcionar a entrada ou saída de pessoas, veículos e cargas por portão ou ponto autorizado. § 2º Poderá ser dispensada a segregação pelos meios referidos no § 1º quando obstáculos naturais garantirem o isolamento da área ou quando as características específicas das mercadorias puderem permitir o controle de sua movimentação e armazenamento. Art. 6º A segregação dentro do recinto será exigida entre as áreas de armazenagem de mercadorias ou bens importados ou destinados à exportação ou para regime aduaneiro especial. § 1º A segregação entre essas áreas deve ser de tal forma que ofereça obstáculo à passagem de uma para outra. § 2º A dimensão das áreas segregadas dentro do recinto poderá ser alterada pela administradora em razão de conveniência e do volume das cargas a armazenar, desde que seja preservada a efetividade do controle aduaneiro sobre a movimentação interna de mercadoria e observado o disposto no art. 26 desta Portaria.

§ 3º Fica dispensada a segregação dos silos, tanques e outras estruturasdestinadas ao armazenamento de granéis.

§ 4º O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá dispensar a segregação em outras hipóteses, com base em relatório técnico da Comissão de Alfandegamento de que trata o art. 33 desta Portaria, considerando as características específicas do local ou recinto.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011 (alterada pela Portaria RFB nº113, de 31 de janeiro de 2013, e nº 1.001, de 2014) Art. 6º A área do local ou recinto a ser alfandegado deverá estar segregada de forma a permitir a definição de seu perímetro e oferecer isolamento e proteção adequados às atividades nele executadas.

§ 1º A segregação do local ou recinto poderá ser feita por muros de alvenaria, alambrados, cercas, divisórias ou pela combinação desses meios, de forma a

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direcionar a entrada ou saída de pessoas, veículos, cargas e bens de viajantes por ponto autorizado. (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

§ 2º Poderá ser dispensada pelo titular da unidade de jurisdição do local ou recinto a segregação pelos meios referidos no § 1º quando obstáculos naturais ou medidas de segurança não compreendidas no citado parágrafo garantirem a segurança das cargas, ou quando suas características específicas permitirem o controle de sua movimentação e armazenamento independentemente de meios de segregação física do local. (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

Art.7º A segregação dentro do recinto será exigida entre as áreas de armazenagem de mercadorias ou bens: I importados; II destinados à exportação; ou III amparados por regime aduaneiro especial. § 1º A segregação entre essas áreas deve ser de tal forma que ofereça obstáculo à passagem de uma para outra. § 2º A dimensão das áreas segregadas dentro do recinto poderá ser alterada pela administradora em razão de conveniência e do volume das cargas a armazenar, desde que seja preservada a efetividade do controle aduaneiro sobre a movimentação interna de mercadoria e observado o disposto no art. 27 desta Portaria. § 3º Fica dispensada a segregação dos silos, tanques e outras estruturas destinadas ao armazenamento de granéis. § 4º O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá dispensar a segregação em outras hipóteses, considerando as características específicas do local ou recinto. (redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 2013)

19. Como visto, a redação do tópico acima é basicamente a mesma nas duas normas infralegais, cabendo ressaltar o fato de que a segregação pode ser dispensada quando “obstáculos naturais garantirem o isolamento da área ou quando as características específicas das mercadorias puderem permitir o controle de sua movimentação e armazenamento”. Em outras hipóteses, a segregação pode também ser dispensadas a critério do titular da unidade responsável pela circunscrição em que se encontre o local ou recinto alfandegado, em razão das especificidades do local ou recinto. Além disso, a segregação será dispensada quando se referir a silos, tanques e outras estruturas destinadas ao armazenamento de granéis.

20. Percebe-se que a dispensa, seja por conta de condições já fixadas na norma, seja pela existência de características peculiares a serem sopesadas pela administração aduaneira, deve ser pronunciada pela autoridade competente.

Edifícios, Instalações, Equipamentos de Informática e Mobiliário

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 7º O local ou recinto que receba carga em contêineres, transportada em carrocerias rodoviárias fechadas do tipo baú, vagões ferroviários não graneleiros ou em paletes de transporte aéreo, deve reservar área exclusiva para verificação de mercadorias, com as seguintes características:

(...)

§ 1º Deverá também ser reservada área coberta, compatível com o movimento médio diário do recinto, própria para o estacionamento de caminhões

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carregados com cargas em trânsito aduaneiro, visando possibilitar a execução dos procedimentos aduaneiros.

§ 2º As dimensões e características das áreas referidas neste artigo estarão sujeitas à aprovação do titular da unidade de despacho jurisdicionante.

Art. 8º As vias de circulação interna, os pátios de estacionamento e as áreas para contêineres vazios, para contêineres com cargas em trânsito aduaneiro, para cargas perigosas (explosivas, inflamáveis, tóxicas etc.) ou que exijam cuidados especiais para o seu transporte, manipulação, tratamento químico ou armazenagem, deverão estar convenientemente distribuídas em relação às linhas de fluxo no local ou recinto, de forma a proporcionar a segurança das pessoas e do patrimônio, permitir o adequado fluxo de veículos e facilitar os controles aduaneiros.

Parágrafo único. As vias, pátios e áreas referidas no caput, bem como as áreas de segurança e os corredores de circulação de pessoas deverão ser sinalizados horizontal e verticalmente.

Art. 9º A administradora do local ou recinto deverá disponibilizar, sem custo para a RFB, durante todo o período de vigência do alfandegamento, escritório exclusivo, próximo das áreas de conferência física de cargas e veículos, bem como vagas de estacionamento exclusivas da RFB e de seus servidores.

§ 1º O escritório deverá dispor de:

(...)

§ 2º Os aparelhos de informática e a rede exclusiva a que se referem os incisos II e VIII do § 1º deverão obedecer às especificações técnicas estabelecidas em Ato Declaratório Executivo (ADE) da CoordenaçãoGeral de Tecnologia da Informação (Cotec).

§ 3º Desde que garantidas a privacidade e a segurança das pessoas, dos dados e das informações, o escritório poderá ser instalado em edifício de uso comum dos demais órgãos da administração pública que atuam no local e da administração do recinto, devendo, neste caso, ser isolado por meio de portas e paredes ou divisórias pisoteto.

§ 4º O escritório compreende áreas adequadas, isoladas e exclusivas para:

(...)

§ 5º O mobiliário compreende mesas, cadeiras, poltronas, estantes, gaveteiros e racks para aparelhos de informática.

§ 6º Aparelhos de informática compreendem:

(...)

§ 7º Nos locais onde houver terminais de passageiros internacionais ou lojas francas, a administradora deverá disponibilizar área privativa para verificação de bens de viajantes que procedam do exterior ou que a ele se destinem, dotada de bancadas apropriadas para esta atividade.

§ 8º O escritório, bem como quaisquer das exigências acima dispostas, poderão ser dispensados pelo titular da unidade de despacho jurisdicionante, desde que

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não haja prejuízo ao desempenho das atividades aduaneiras ou à qualidade dos serviços prestados.

§ 9º O dimensionamento, a distribuição interna, a adequação das divisões do escritório, bem como os demais recursos de que trata este artigo, deverão ser verificados quando da vistoria prevista no inciso I do art. 24, levando em conta as atividades a serem exercidas no local ou recinto, a demanda de despachos aduaneiros e as características do atendimento ao público.

§ 10. As áreas administrativas das Alfândegas e Inspetorias da RFB, quando instaladas em portos e aeroportos, ficarão sujeitas ao rateio das despesas correntes.

Art. 10. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem custo para a RFB, durante todo o período de vigência do alfandegamento, observadas, no que couber, as disposições do art. 7º:

I - local e equipamentos para guarda e conservação temporária de amostras;

II instalações privativas destinadas à guarda e armazenamento de mercadorias retidas ou apreendidas, ressalvadas as situações previstas no art. 31 do Decreto-Lei nº 1.455, de 7 de abril de 1976.

Art. 11. No caso em que outro órgão da administração pública federal atuante na condição de anuente em operação de comércio exterior manifeste a necessidade de exercer suas atividades de controle de forma presencial e habitual no local ou recinto a ser alfandegado, a administradora deverá disponibilizar sem custo para o órgão, instalações e equipamentos necessários ao exercício de suas competências.

Parágrafo único. Na hipótese em que qualquer dos órgãos que tenha se manifestado nos termos do caput não estabeleça especificação detalhada, a administração do local ou recinto observará para ele as mesmas especificações estabelecidas para a RFB.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 8º O local ou recinto que receba carga em contêineres, transportada em carrocerias rodoviárias fechadas do tipo baú, vagões ferroviários não graneleiros ou em paletes de transporte aéreo, ou que receba bens de viajantes internacionais, deve reservar área exclusiva para sua verificação física, com as seguintes características: (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

(...)

§ 1º Deverá também ser reservada área coberta, compatível com o movimento médio diário do recinto, própria para o estacionamento de caminhões carregados com cargas em trânsito aduaneiro, visando possibilitar a execução dos procedimentos aduaneiros.

§ 2º As dimensões e características das áreas referidas neste artigo estarão sujeitas à aprovação do titular da unidade de despacho jurisdicionante.

§ 3º No local ou recinto onde houver terminal de passageiros internacionais ou loja franca, a administradora do local ou recinto deverá disponibilizar área privativa para verificação de bens de viajantes que procedam do exterior ou que

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a ele se destinem, dotada de bancadas apropriadas para essa atividade, de forma inclusive a preservar a intimidade do viajante.

Art. 9º As vias de circulação interna, os pátios de estacionamento e as áreas para contêineres vazios, para contêineres com cargas em trânsito aduaneiro, para cargas perigosas (explosivas, inflamáveis, tóxicas etc.) ou que exijam cuidados especiais para o seu transporte, manipulação, tratamento químico ou armazenagem, deverão estar convenientemente distribuídas em relação às linhas de fluxo no local ou recinto, de forma a proporcionar a segurança das pessoas e do patrimônio, permitir o adequado fluxo de veículos e facilitar os controles aduaneiros.

Parágrafo único. As vias, pátios e áreas referidas no caput, bem como as áreas de segurança e os corredores de circulação de pessoas deverão ser sinalizados horizontal e verticalmente.

Art. 10. A administradora do local ou recinto deverá disponibilizar, sem ônus para a RFB, durante a vigência do alfandegamento, área segregada de escritório, próxima das áreas de conferência física de cargas e veículos, bem como vagas de estacionamento para uso de veículos oficiais e dos servidores da RFB com atuação no local ou recinto.

§1º A área segregada de escritório de que trata o caput deverá dispor de recursos e utilidades relacionados no Anexo Único a esta Portaria.

§ 2º O escritório, bem como quaisquer das especificações constantes no Anexo Único a esta Portaria poderão ser dispensados pelo titular da unidade de despacho jurisdicionante, desde que não haja prejuízo ao desempenho das atividades aduaneiras ou à qualidade dos serviços prestados.

§ 3º O dimensionamento, a distribuição interna, a adequação das divisões do escritório, bem como os demais recursos de que trata este artigo, deverão ser verificados quando da vistoria prevista no inciso I do art. 25, levando em conta as atividades a serem exercidas no local ou recinto, a demanda de despachos aduaneiros e as características do atendimento ao público.

§ 4º As áreas administrativas da RFB, quando instaladas em portos e aeroportos, ficarão sujeitas ao rateio das despesas correntes.

§ 5º Para fins desta Portaria, a área administrativa a que se refere o § 4º é constituída pelas instalações do escritório de uso privativo da RFB, destinada à realização das atividades de expediente diferentes de:

(...)

Art. 11. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem ônus para a RFB, durante a vigência do alfandegamento, observadas, no que couber, as disposições do art. 8º:

I- local e equipamentos para guarda e conservação temporária de amostras; e

II- instalações exclusivas à guarda e armazenamento de mercadorias retidas ou apreendidas. (Redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

Parágrafo único. A remuneração por parte da RFB pela guarda e a armazenagem de mercadorias consideradas abandonadas pelo decurso do prazo de permanência em recintos e locais alfandegados, devidamente comunicado

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pela administradora à unidade de despacho jurisdicionante, ficará sujeita aos termos de prévio contrato firmado entre a União e a administradora do local ou recinto. (Incluído pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

Art. 12. No caso em que outro órgão da administração pública federal atuante na condição de anuente em operação de comércio exterior manifeste a necessidade de exercer suas atividades de controle de forma presencial e habitual no local ou recinto a ser alfandegado, a administradora deverá disponibilizar, sem ônus para o órgão, instalações e equipamentos necessários ao exercício de suas competências.

Parágrafo único. Na hipótese em que qualquer dos órgãos que tenha se manifestado nos termos do caput não estabeleça especificação detalhada, a administração do local ou recinto observará as especificações estabelecidas para a RFB.

21. No presente tópico, observa-se que as dimensões e características dos locais ou recintos alfandegados deverão sujeitar-se à aprovação da autoridade administrativa competente e que o escritório e suas respectivas facilidades, a serem disponibilizados pela administradora para a execução dos trabalhos de fiscalização aduaneira, devem ser objeto de vistoria a ser efetuada pela comissão de alfandegamento (art. 25, inciso I, da Portaria RFB nº 3.518, de 2011). Por fim, verifica-se que o próprio escritório poderá vir a ser dispensado pela autoridade aduaneira competente, caso tal providência não interfira no desempenho das atividades aduaneiras ou nos serviços prestados.

Balanças e Outros Instrumentos

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 12. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem custo para a RFB, inclusive no que concerne à manutenção, durante todo o período de vigência do alfandegamento, os seguintes aparelhos e instrumentos para quantificação de mercadorias:

I- balança rodoviária, quando por ele transite mercadorias neste modal;

II- balança ferroviária, quando por ele transite mercadorias neste modal;

III-balança de fluxo estático ou dinâmico, na hipótese de cargas a granel sólido movimentadas por esteiras;

IV- medidor de fluxo, na hipótese de cargas a granel líquido movimentadas por dutos;

V- balança para pesagem de volumes, com capacidade mínima de 500kg (quinhentos quilogramas) e escala em 200g (duzentos gramas) ou menor, quando no local houver movimentações de carga solta ou em contêiner;

VI- balança de precisão, para pesagem de pequenas quantidades, para os locais ou recintos que operem com mercadorias que requeiram esse tipo de aparelho, inclusive para fins de quantificação de amostras.

§ 1º As balanças e medidores de fluxo referidos nos incisos I a IV deverão estar integrados aos sistemas informatizados de controle, de forma que os registros sejam automáticos, prescindindo da digitação dos dados decorrentes de tais pesagens ou medições.

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§ 2º Para o alfandegamento de tanques e recintos destinados ao armazenamento de cargas de granel líquido será dispensado o medidor de fluxo, desde que seja possível estabelecer com precisão as quantidades embarcadas ou desembarcadas a partir da mensuração do volume dos tanques

realizada por outros equipamentos automatizados que, com medição de nível ou outro meio de efeito equivalente, estejam interligados a sistema com os mesmos requisitos previstos no § 1º.

§ 3º Os equipamentos previstos neste artigo poderão ser substituídos por outros de funções equivalentes, desde que, mediante inspeção e análise por parte da Comissão de Alfandegamento, seja confirmada sua eficácia.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 13. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem ônus para a RFB, inclusive no que concerne à manutenção, durante a vigência do alfandegamento, os seguintes aparelhos e instrumentos para quantificação de mercadorias:

I- balança rodoviária, quando por ele transite mercadorias neste modal;

II- balança ferroviária, quando por ele transite mercadorias neste modal;

III- balança de fluxo estático ou dinâmico, na hipótese de cargas a granel sólido movimentadas por esteiras;

IV- medidor de fluxo, na hipótese de cargas a granel líquido movimentadas por dutos;

V - balança para pesagem de bagagens e volumes, com capacidade e escala compatíveis entre si e com a movimentação do recinto, a critério do titular da unidade da RFB de jurisdição do local ou do recinto; e (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014). e

VI- balança de precisão, para pesagem de pequenas quantidades, para os locais ou recintos que operem com mercadorias que requeiram esse tipo de aparelho, inclusive para fins de quantificação de amostras.

§ 1º A disponibilização dos aparelhos e instrumentos referidos no caput deverá contemplar a transmissão e integração ao sistema informatizado de trata o art.

18, de forma que os registros dos resultados obtidos por sua utilização sejam automáticos, prescindindo da digitação de tais pesagens ou medições.

§ 2º Para o alfandegamento de tanques e recintos destinados ao armazenamento de cargas de granel líquido será dispensado o medidor de fluxo, desde que seja possível estabelecer com precisão as quantidades embarcadas ou desembarcadas a partir da mensuração do volume dos tanques realizada por outros equipamentos automatizados que, com medição de nível ou outro meio de efeito equivalente, estejam interligados a sistema com os mesmos requisitos previstos no § 1º.

§ 3º Os equipamentos previstos neste artigo poderão ser substituídos por outros de funções equivalentes, desde que, mediante inspeção e análise por parte da Comissão de Alfandegamento seja confirmada sua eficácia.

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22. Constata-se que, para a concretização do disposto no art. 13 da Portaria em vigor, o interessado deve, segundo informa o § 1º daquele comando, disponibilizar aparelhos e instrumentos que sejam integrados ao sistema informatizado de que trata o art. 18 da mesma norma, vale dizer, somente com o adimplemento do contido neste último dispositivo é possível o atendimento ao requisito contido no art. 13. Faculta-se, também, a substituição dos equipamentos previstos no art. 13 por outros de funções equivalentes, após inspeção e análise efetuadas pela comissão de alfandegamento.

Instrumentos e Aparelhos de Inspeção Não Invasiva

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 13. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem custo para a RFB, inclusive no que concerne à manutenção, durante todo o período de vigência do alfandegamento, equipamentos de inspeção não invasiva de cargas, unidades de carga, mercadorias e veículos.

§ 1º ADE da CoordenaçãoGeral de Administração Aduaneira (Coana) estabelecerá as especificações dos equipamentos de inspeção não invasiva, considerando as características de cada tipo de carga, unidade de carga, mercadoria e veículo que transitará ou será movimentada no recinto alfandegado.

§ 2º Fica dispensada a exigência do caput quando a movimentação anual média (MVAM) do local ou recinto, calculada conforme a fórmula abaixo, for inferior a 100 (cem) unidades:

MVAM = (T + C + V) / 30 x M

onde:

T = nº de contêineres, em TEUs (Twentyfoot

Equivalent Unit), movimentados no

ano

C = caminhões de carga solta ou granel, movimentados no ano

V = vagões contendo carga solta ou granel, movimentados no ano

M = meses de operação do local ou recinto no ano

§ 3º O quantitativo de equipamentos de que trata o caput deverá ser, no mínimo, de uma unidade quando a MVAM do local ou recinto, calculada conforme a fórmula estabelecida no § 2º, for superior a 100 (cem) e inferior a 400 (quatrocentas) unidades.

§ 4º Na hipótese do § 3º, quanto a MVAM for superior a 400 (quatrocentas) unidades deverá ser disponibilizado um equipamento adicional cada vez que a MVAM ultrapassar novas 400 (quatrocentas) unidades.

§ 5º Os limites de que tratam os §§ 3º e 4º poderão ser alterados pelo titular da unidade de despacho jurisdicionante, para mais ou para menos, consideradas as características da movimentação de cargas e veículos no local ou recinto.

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§ 6º Para fins do cálculo mencionado nos §§ 2º e 4º deverão ser consideradas as declarações aduaneiras registradas no ano calendário anterior ou, nos casos de nova solicitação de alfandegamento, a expectativa de movimentação de cargas no local ou recinto, declarada pelo interessado.

§ 7º Aos recintos alfandegados instalados em portos ou aeroportos alfandegados não se aplica a dispensa prevista no § 2º.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 14. A administradora do local ou recinto deve disponibilizar, sem ônus para a RFB, inclusive no que concerne a manutenção e operação: (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

I - equipamentos de inspeção não invasiva (escâneres) de acordo com os tipos das cargas, bens de viajantes internacionais, veículos e unidades de carga movimentados no local ou recinto , durante a vigência do alfandegamento; e (Incluído pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

II - e disponibilizar pessoal habilitado para a operação dos equipamentos referidos no inciso I, sob o comando da RFB. (Incluído pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

§ 1º Entende-se por disponibilizar, nos termos do caput, a transmissão em tempo real das imagens resultantes da inspeção não invasiva ao local determinado pela unidade de despacho jurisdicionante.

§ 2º Ato Declaratório Executivo (ADE) da Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) estabelecerá as especificações dos equipamentos de inspeção não invasiva, considerando as características de cada tipo de carga, bagagem, veículo e unidade de carga que transitará ou será movimentada no local ou recinto alfandegado. (Redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

§ 3º O quantitativo de equipamentos de que trata o caput, observadas suas capacidades nominais, deverá ser suficiente para verificação da totalidade das unidades de carga movimentada no local ou recinto.

§ 4º Fica dispensada a disponibilização de escâner quando a movimentação diária média no período de um ano (MDM) do local ou recinto for inferior a 100 (cem) unidades de carga por dia, calculada conforme a seguinte fórmula:

MDM = (T + C + V) / (30 x M)

onde:

T = quantidade de contêineres, em TEUs (Twentyfoot

Equivalent Unit),

movimentados no ano;

C = quantidade de caminhões baú ou contendo carga solta ou granel,

movimentados no ano;

V = quantidade de vagões contendo carga solta ou granel, movimentados no

Fl. 124DF COSIT RFB

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ano; e

M = meses de operação do local ou recinto no ano.

§ 5º O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá dispensar a disponibilização de escâner quando o local ou recinto alfandegado, situado em porto organizado ou em instalação portuária de uso público ou de uso privativo, operar exclusivamente com:

I- transporte Roll on Roll off;

II- carga que permita a inspeção visual direta; ou

III- carga a granel.

§ 6º O quantitativo de equipamentos de que trata o caput deverá ser, no mínimo, de um escâner quando a MDM do local ou recinto, calculada conforme a fórmula estabelecida no § 4º, for superior a 100 (cem) unidades de carga por dia.

§ 7º Para fins de confirmação pela Comissão de Alfandegamento do cálculo mencionado nos §§ 4º e 6º, deverão ser consideradas as declarações aduaneiras registradas no ano calendário anterior ou, nos casos de nova solicitação de alfandegamento, a expectativa de movimentação de cargas no local ou recinto, declarada pelo interessado.

§ 8º Aos recintos alfandegados instalados em portos ou aeroportos alfandegados não se aplica a dispensa prevista no § 4º, ressalvada a possibilidade de compartilhamento nos termos do art. 20.

23. O art. 14 da portaria vigente trata de requisito cujo prazo venceu em 3 de março de 2013, conforme consta do art. 43 dessa norma. Por outro lado, a disponibilização de escâner pode ser dispensada pela autoridade aduaneira competente, na forma do § 5º do art. 14. Na nova redação, contudo, os limites mínimos já não são mais passíveis de alteração pelo titular da unidade de despacho aduaneiro competente.

Instalações e Equipamentos para Mercadorias que Exijam Cuidados Especiais

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 14. O local ou recinto que receba animais vivos, plantas ou parte delas, movimente cargas frigorificadas, tóxicas, explosivas ou quaisquer outras que exijam cuidados especiais no transporte, manipulação ou armazenagem, deverá dispor de curral, baias, armazém especial, câmara frigorífica ou área isolada especial, conforme o caso, que permita a descarga e a verificação, no mínimo, do conteúdo total da maior unidade de carga a ser movimentada no recinto, de acordo com os requisitos técnicos, condições operacionais e de segurança definidos pelas autoridades competentes.

Parágrafo único. Esta exigência poderá ser dispensada no local ou recinto que movimente tais cargas somente em trânsito aduaneiro, ressalvadas as condições estabelecidas pelos outros órgãos da administração pública.

Art. 15. O local ou recinto deverá dispor de instalações e equipamentos para o bom atendimento ao público em geral, condutores de veículos de transporte, despachantes aduaneiros e outros intervenientes que atuem ou circulem por suas dependências, proporcionandolhes boas condições de segurança, conforto,

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higiene e comodidade, observando, no tocante às questões de acessibilidade, as disposições da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 15. O local ou recinto que receba animais vivos, plantas ou parte delas, movimente cargas frigorificadas, tóxicas, explosivas ou quaisquer outras que exijam cuidados especiais no transporte, manipulação ou armazenagem, deverá dispor de curral, baias, armazém especial, câmara frigorífica ou área isolada especial, conforme o caso, que permita a descarga e a verificação, no mínimo, do conteúdo total da maior unidade de carga a ser movimentada no local ou recinto, de acordo com os requisitos técnicos, condições operacionais e de segurança definidos pelas autoridades competentes.

Parágrafo único. A exigência de que trata o caput poderá ser dispensada no local ou recinto que movimente tais cargas sem armazenálas, ressalvadas as condições estabelecidas pelos outros órgãos da administração pública.

Art. 16. O local ou recinto deverá dispor de instalações e equipamentos para o bom atendimento aos usuários, condutores de veículos de transporte, despachantes aduaneiros e outros intervenientes que atuem ou circulem por suas dependências, proporcionando-lhes condições de segurança, conforto, higiene e comodidade, observando, no tocante às questões de acessibilidade, as disposições da Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000, e do Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004.

24. No presente tópico, vê-se que a possibilidade de dispensa sofreu alteração, uma vez que a antiga redação era mais restritiva, admitindo-a somente no caso de trânsito aduaneiro, enquanto que, atualmente, tal dispensa é possível em qualquer hipótese em que haja apenas movimentação de cargas, sem armazenamento.

Sistemas de Monitoramento, Vigilância e Controle de Acesso

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 16. O local ou recinto deverá dispor de sistema de monitoramento e vigilância de suas dependências, dotado de câmeras que permitam captar imagens com nitidez, inclusive à noite, nas áreas de movimentação e armazenagem de mercadorias, nos portões de acesso e saída e outras definidas pela RFB.

§ 1º Nos portões de acesso e saída de veículos será obrigatória funcionalidade capaz de identificar os caracteres das placas de licenciamento e, onde couber, o número de identificação de contêineres.

§ 2º A administradora do local ou recinto alfandegado deverá, sem custo para a RFB, transmitir em tempo real, para a unidade de despacho jurisdicionante, as imagens e dados do sistema referido no caput e manter os arquivos correspondentes pelo prazo mínimo de 90 (noventa) dias.

§ 3º O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá determinar local distinto do previsto no § 2º, para recepção das imagens e dados do sistema referido no caput.

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§ 4º A administradora do local ou recinto deverá disponibilizar, sem custo para a RFB, inclusive no que concerne à manutenção, durante todo o período de vigência do alfandegamento, os equipamentos e softwares necessários à visualização das imagens captadas pelo sistema de monitoramento e vigilância.

§ 5º ADE Conjunto da Coana e da CoordenaçãoGeral de Informação da Tecnologia (Cotec) estabelecerá os requisitos mínimos do sistema previsto neste artigo.

Art. 17. O local ou recinto deve dispor de sistema informatizado que controle o acesso de pessoas e veículos, movimentação de cargas e armazenagem de mercadorias.

§ 1º ADE Conjunto da Coana e da Cotec estabelecerá as especificações técnicas do sistema previsto neste artigo.

§ 2º O sistema deverá funcionar ininterruptamente, com acesso via Internet para a RFB, em tempo real.

Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 17. O local ou recinto deverá dispor de sistema de monitoramento e vigilância de suas dependências, dotado de câmeras que permitam captar imagens com nitidez, inclusive à noite, nas áreas de movimentação de viajantes e cargas, e de armazenagem de mercadorias, e nos pontos de acesso e saída autorizados e outras definidas pela RFB. (Redação dada pela Portaria RFB nº 1.001, de 6 de maio de 2014)

§ 1º Nos pontos de acesso e saída de veículos, o sistema de que trata o caput deverá contar com funcionalidade capaz de efetuar a leitura e identificar os caracteres das placas de licenciamento e, onde couber, o número de identificação de contêineres.

§ 2º A administradora do local ou recinto alfandegado deverá, sem ônus para a RFB, transmitir em tempo real, para a unidade de despacho jurisdicionante, as imagens e dados do sistema referido no caput e manter os arquivos correspondentes pelo prazo mínimo de 90 (noventa) dias.

§ 3º O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá determinar local distinto do previsto no § 2º, para recepção das imagens e dados do sistema referido no caput.

§ 4º A administradora do local ou recinto deverá disponibilizar, sem ônus para a RFB, inclusive no que concerne à manutenção, durante todo o período de vigência do alfandegamento, os equipamentos e softwares necessários à visualização das imagens captadas pelo sistema de monitoramento e vigilância.

§ 5º ADE Conjunto da Coana e da CoordenaçãoGeral de Tecnologia da Informação (Cotec) da RFB estabelecerá os requisitos mínimos do sistema previsto neste artigo.

Art. 18. O local ou recinto deve dispor de sistema informatizado que controle o acesso de pessoas e veículos, movimentação de cargas e armazenagem de mercadorias.

§ 1º ADE Conjunto da Coana e da Cotec estabelecerá as especificações técnicas do sistema previsto neste artigo.

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§ 2º O sistema deverá funcionar ininterruptamente e disponibilizar imagens e informações de forma instantânea, com acesso via Internet para a RFB, em tempo real.

§ 3º O sistema poderá ser compartilhado nos casos em que os alfandegamentos de silos ou tanques sejam tratados em processo autônomo e que estejam sob a responsabilidade da mesma administradora." (incluído pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

25. O requisito previsto no art. 17 transcrito acima teve seu prazo de cumprimento elastecido pelo art. 43 da própria Portaria RFB nº 3.518, de 2011, o termo final foi prorrogado para 15 meses após a edição da referida portaria. Doutro turno, constata-se a existência de margem decisória para que a autoridade aduaneira competente possa modificar o local estabelecido para a recepção de imagens. Ressalta-se a competência da Cotec e da Coana para, conjuntamente determinarem os requisitos mínimos e as especificações técnicas dos sistemas de que trata o presente tópico.

Dispensa e Compartilhamento de Requisitos

Portaria RFB nº 2.438, de 2010

Art. 18. O titular da unidade da RFB de despacho jurisdicionante poderá dispensar locais e recintos alfandegados de bases militares, exposições, feiras, congressos, apresentações artísticas, torneios esportivos e assemelhados, lojas francas e destinados à quarentena de animais, entre outros, das obrigações a que se referem os arts. 10 a 17, consideradas as características locais e operacionais.

Art. 19. Os locais e recintos alfandegados localizados em áreas próximas poderão, desde que autorizados pelo titular da unidade da RFB de despacho jurisdicionante, compartilhar:

I- edifício de escritórios dos órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 9º;

II- local, equipamentos e instalações previstos no art. 9º; e

III – aparelhos e instrumentos relacionados nos arts. 12 e 13.

§ 1º Para fins de compartilhamento, considera-se em área próxima aqueles recintos cuja distância máxima até o local ou instalação compartilhada, por via de transporte em boas condições de tráfego, seja de 10km (dez quilômetros).

§ 2º O compartilhamento não exclui a responsabilidade de cada recinto pelo atendimento dos requisitos para alfandegamento.

§ 3º A autorização fica condicionada ao emprego, por parte de cada um dos recintos, de meios que garantam a inviolabilidade e o rastreamento das cargas nos trajetos entre o local ou instalação compartilhada e os respectivos recintos.

Art. 20. O sistema de monitoramento e vigilância eletrônica de que trata o art. 16 poderá ser compartilhado por locais e recintos alfandegados, ainda que jurisdicionados por distintas unidades de despacho da RFB, desde que autorizado pelos titulares das respectivas unidades.

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Portaria RFB nº 3.518, de 2011

Art. 19. O titular da unidade de despacho jurisdicionante poderá dispensar, mediante solicitação devidamente justificada apresentada pelo interessado, a implementação de requisitos a que se referem os arts. 8º a 18, consideradas as características especificas do local ou recinto. (Redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

Art. 20. Os locais e recintos alfandegados localizados em áreas próximas poderão, desde que autorizados pelo titular da unidade de despacho jurisdicionante, compartilhar:

I- escritórios dos órgãos da administração pública, observado o disposto no art. 10;

II- local,

equipamentos e instalações previstos no art. 12; e

III- aparelhos e instrumentos relacionados nos arts. 13 e 14.

§ 1º Para fins de compartilhamento, considerase em área próxima aqueles recintos cuja distância máxima até o local ou instalação compartilhada, por via de transporte em boas condições de tráfego, seja de 10km (dez quilômetros).

§ 2º O compartilhamento não exclui a responsabilidade de cada recinto pelo atendimento dos requisitos para alfandegamento.

§ 3º A autorização fica condicionada ao emprego, por parte de cada um dos recintos, de meios que garantam a inviolabilidade e o rastreamento das cargas nos trajetos entre o local ou instalação compartilhada e os respectivos recintos.

Art. 21. O sistema de monitoramento e vigilância eletrônica de que trata o art. 17 poderá ser compartilhado por locais e recintos alfandegados, ainda que jurisdicionados por distintas unidades de despacho, desde que autorizado pelos respectivos titulares.

26. Verifica-se que a norma em vigor mantém a competência da autoridade aduaneira titular da unidade pertinente para dispensar requisitos entre os relacionados nos arts. 8º a 18, para locais e recintos alfandegados listados de forma exemplificativa, consideradas as características locais e operacionais. Também estabelece a possibilidade de autorização para compartilhamento de sistemas de monitoramento e vigilância eletrônica entre locais e recintos alfandegados, mesmo que situados em circunscrições de distintas unidades aduaneiras, mediante autorização das autoridades competentes.

27. Vale ressaltar que as disposições contidas na Portaria RFB nº 3.518, de 2011, abrangem tanto os recintos já alfandegados ao tempo de sua edição quanto aqueles para os quais houvesse sido requerido, e ainda não tivesse sido concedido, o alfandegamento. Entretanto, o contexto da consulta diz respeito especificamente à aplicação de sanções sobre administrador de local ou recinto já alfandegado. Nesse sentido, cabe a leitura do disposto no art. 35 da Portaria RFB nº 3.518, de 2011:

Art. 35 . A unidade de despacho jurisdicionante procederá ao acompanhamento diário das condições de operação e segurança para o funcionamento dos locais ou recintos alfandegados, estando os administradores dos locais ou recintos

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alfandegados sujeitos às sanções cabíveis, nos termos da legislação em vigor, no caso de descumprimento de requisito exigido para o alfandegamento.

Parágrafo único. O titular da unidade de despacho jurisdicionante deverá cientificar a Comissão de Alfandegamento das sanções aplicadas às administradoras dos locais e recintos alfandegados. (Redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

28. Observa-se que a redação anterior do parágrafo único foi simplificada, no sentido de esclarecer que a imposição de sanções administrativas é de responsabilidade da unidade em cuja circunscrição se encontrem os locais e recintos alfandegados. Nesse mesmo diapasão também foi alterada a redação do art. 36, que passou a vigorar com o seguinte texto:

Art. 36. A Comissão de Alfandegamento realizará avaliação anual e elaborará relatório sobre a situação de cada local ou recinto, observado cronograma estabelecido pela SRRF jurisdicionante.

§ 1º O eventual descumprimento de requisito para alfandegamento verificado durante a avaliação anual deverá ser objeto de representação ao titular da unidade de despacho jurisdicionante, oferecida pela Comissão de Alfandegamento, com vistas à aplicação da correspondente sanção administrativa. (Redação dada pela Portaria RFB nº 113, de 31 de janeiro de 2013)

29. Por fim, a Portaria ressalva que, quando da verificação de irregularidades relativas ao alfandegamento cujo saneamento ultrapasse a competência da unidade local, os fatos e conclusões devem ser comunicados ao titular da SRRF competente:

Art. 37. Os locais e recintos de fronteira alfandegados, administrados pela RFB, serão avaliados, no que couber, nos termos desta Portaria.

Parágrafo único. Na hipótese de ocorrência de irregularidade cujo saneamento encontre-se fora da competência do titular da unidade de despacho jurisdicionante, cabe a este comunicar o fato com proposta de regularização ao Superintendente da Receita Federal do Brasil.

Obrigações Acessórias

30. A obrigação acessória objetiva o cumprimento de prestações formais, de natureza administrativa, ou, conforme as palavras do legislador, no art. 113, § 2º, da Lei nº 5.172, de 1966 (Código Tributário Nacional - CTN), prestações positivas ou negativas, no interesse da arrecadação e da fiscalização de tributos.

31. O CTN, em seu art. 113, § 3º, dispõe que a inobservância da obrigação acessória é fato que a converte em obrigação principal, vale dizer, a obrigação de pagar penalidade pecuniária tem por fato gerador o descumprimento de obrigação acessória.

32. Cabe ressaltar, igualmente, que a instituição de penalidade pecuniária sempre se configura mediante lei, enquanto que a obrigação acessória pode decorrer de disposição legal ou infralegal.

33. Reza o art. 116 do CTN que, em se tratando de situação de fato, a ocorrência do fato gerador dá-se quando se verificam as circunstâncias materiais necessárias à produção dos

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efeitos que lhe são próprios. Já no caso de situação jurídica, essa ocorrência se verifica quando a situação esteja devidamente constituída, nos termos da legislação aplicável.

34. Paulo de Barros Carvalho (in Curso de Direito Tributário. 21ª ed.. São Paulo: Saraiva, 2009. p. 308) faz importante observação a respeito do art. 116, no que é seguido pela maior parte da doutrina. Diz o jurista, após afirmar que ambas as hipóteses descritas no dispositivo são situações jurídicas, “que ficou estabelecida a diferença entre duas situações jurídicas: a) uma não categorizada como instituto jurídico; b) outra, representada por entidade que o direito já houvera definido e prestigiado, sendo possível atribuir-lhe regime jurídico específico. Os primeiros, meros fatos jurídicos; os demais, atos ou negócios jurídicos”.

35. Luciano Amaro (in Direito Tributário Brasileiro. 12ª ed.. Saraiva: São Paulo, 2006. p. 252), discorrendo a respeito das obrigações acessórias, entende que estas:

“ (...) também nascem com a ocorrência do respectivo fato gerador e devem ser satisfeitas uma vez presentes os pressupostos materiais que lhes dão nascimento. Porém, há obrigações acessórias cujo nascimento pode depender de uma providência do sujeito ativo. Ao contrário da obrigação de, por exemplo, emitir nota fiscal em razão da venda de mercadoria [...], a obrigação de atender a um pedido de informações formulado pelo sujeito ativo nasce da conjugação de duas circunstâncias de fato: uma é a de o sujeito passivo estar na situação material que, em face da legislação, o submete ao dever de prestar informações, e a outra é a efetiva formulação do pedido pelo sujeito ativo. Em ambos os casos, a obrigação surge com a presença, no mundo dos fatos, dos pressupostos necessários ao nascimento do dever jurídico [...], mas na segunda hipótese esse conjunto de fatos é integrado por um pedido do sujeito ativo.”

36. Desse modo, o autor estabelece uma condição específica, de natureza temporal, para o surgimento da obrigação acessória que dependa de providência do sujeito ativo.

37. Conjugando-se os ensinamentos anteriores de Paulo de Barros Carvalho e de Luciano Amaro, percebe-se, de um lado, que as obrigações acessórias definidas casuisticamente pela legislação tributária, por não constituírem institutos jurídicos, dizem respeito apenas à verificação de fatos juridicamente relevantes à constituição da própria obrigação, isto é, às “circunstâncias materiais necessárias a que produza os efeitos que lhes são próprios”. Doutro turno, quando a obrigação acessória dependa de ato a ser produzido pela Administração, somente com a realização de tal ato pode o administrado ser considerado em mora, ante essa obrigação.

38. Trazendo a questão para o caso ora apreciado, constata-se que a participação da Administração Aduaneira é, em diversas hipóteses, instrumental para que o administrado possa cumprir a obrigação acessória prevista abstratamente na norma.

39. Essa constatação também vincula-se à questão de como o administrado participa na decisão a ser proferida pela autoridade competente, acerca da imposição concreta da obrigação acessória.

40. Nesse ponto, cabe lembrar que, desde a edição da Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, foram definidas as normas gerais para a atuação da Administração Pública Federal no que se refere aos processos administrativos, normas estas que têm caráter subsidiário quando houver rito legal específico. Também deve ser levado em consideração as disposições contidas

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na Lei nº 8.987, de 1995, que dispõe sobre o regime de concessão e permissão de prestação de serviços públicos previstos no art. 175, da Carta Magna, onde são definidas penalidades contratuais e administrativas a que se sujeita a concessionária e sua forma de aplicação.

41. No que se refere à definição de processo e procedimento, e de sua relação com o aperfeiçoamento de um ato administrativo que visa a outorga de direitos, cabe o ensinamento de José dos Santos Carvalho Filho (in Manual de Direito Administrativo. 23ª ed.. Editora Lúmen Júris: Rio de Janeiro, 201. pp. 10591061), para quem:

“Todo processo representa um instrumento para alcançar determinado fim. É esse elemento dinâmico que o caracteriza. Sempre que há referência a um processo, certamente haverá a menção a algo que é pretendido, ao fim a que se destina, a um objeto, enfim.

(...)

Assim, considerando-se o aspecto teleológico genérico, inerente ao processo, podemos consignar que constitui objeto do processo administrativo a prática de um ato administrativo.

(...)

Objetos específicos do processo administrativo são as providências especiais que a Administração pretende adotar por meio do ato administrativo final.

(...)

Há (...) processos que têm objeto de controle, porque visam a proporcionar um ato administrativo final que espelhe o resultado desse controle.

(...)

Esse tipo de processo pode eventualmente provocar a instauração de outro processo com objeto diverso: é o caso em que o controle resulta em verificação de irregularidade nas contas prestadas, hipótese em que outro processo deverá ser iniciado com objeto punitivo. (...) processos com objeto punitivo. Como indica a própria expressão, têm eles como objetivo a averiguação de situações irregulares ou ilegais na Administração e, quando elas se positivam, ensejam também a aplicação de penalidades. O objeto punitivo pode ser interno (...), e externo, quando a verificação tem em mira a relação entre o Estado e os administrados em geral.

(...)

Por, fim temos os processos com outorga de direitos. Nesse tipo de processo, a Administração, atendendo a pedido do interessado, pode conferir-lhe determinado direito ou certa situação individual. Exemplos destes processos são aqueles em que o Poder Público concede permissões e autorizações; (...) etc.”

42. Conforme disposto no já transcrito art. 37 da Lei nº 12.350, de 2010, o rito a ser observado no caso de imposição de penalidades de advertência ou suspensão nas hipóteses de “descumprimento de requisito técnico ou operacional para o alfandegamento, definido com fundamento no art. 34”, deve ser o disposto no art. 76 da Lei nº 10.833, de 2003. O disposto no art. 76 do diploma legal referido, entretanto, não se aplica na hipótese de imposição de penalidade pecuniária.

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43. É importante ressaltar que o legislador impôs penalidades para administradores ou responsáveis de recintos e locais alfandegados cujo alfandegamento já tivesse sido concedido antes da edição da Lei nº 12.350, de 2010, e cujo alfandegamento viesse a se concretizar sob a vigência desse diploma legal. Desse modo, tais penalidades não são aplicáveis àqueles interessados cujo procedimento para concessão de alfandegamento ainda esteja em curso. Sabendo-se que o questionamento também abrange a aplicação da sanção pecuniária prevista no art. 38 da Lei nº 12.350, de 2010, o rito específico para o processo correlato, que possui objetivo punitivo, é o disposto no Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.

Sanções Pecuniárias

44. As sanções pecuniárias estão abrangidas pelo Decreto nº 70.235, de 1972, conforme dispõe seu art. 1º:

At. 1° Este Decreto rege o processo administrativo de determinação e exigência dos créditos tributários da União e o de consulta sobre a aplicação da legislação tributária federal.

45. Uma vez que o processo ao qual se refere o art. 1º do decreto acima encontra-se balizado pelo procedimento estabelecido no mesmo diploma, cabe também a leitura de seu art. 7º:

Art. 7º O procedimento fiscal tem início com: (Vide Decreto nº 3.724, de 2001).

I- o primeiro ato de ofício, escrito, praticado por servidor competente, cientificado o sujeito passivo da obrigação tributária ou seu preposto;

II- a apreensão de mercadorias, documentos ou livros;

III- o começo de despacho aduaneiro de mercadoria importada.

§ 1° O início do procedimento exclui a espontaneidade do sujeito passivo em relação aos atos anteriores e, independentemente de intimação a dos demais envolvidos nas infrações verificadas.

§ 2° Para os efeitos do disposto no § 1º, os atos referidos nos incisos I e II valerão pelo prazo de sessenta dias, prorrogável, sucessivamente, por igual período, com qualquer outro ato escrito que indique o prosseguimento dos trabalhos.

46. Dessarte, quanto ao procedimento fiscal relacionado à exigência de créditos tributários, seja por conta da incidência de tributos, seja em razão do descumprimento de obrigação acessória sancionada com penalidade pecuniária, tem especial relevância a compreensão do momento em que tal procedimento tem início, a fim de que se possa delimitar a área de atuação desse rito processual.

47. O Decreto nº 3.724, de 10 de janeiro de 2001, estabeleceu outros parâmetros para o início do procedimento fiscal, a par daqueles já definidos no Decreto nº 70.235, de 1972, como segue:

Art. 2º Os procedimentos fiscais relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil serão executados, em nome desta, pelos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil e somente

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terão início por força de ordem específica denominada Mandado de Procedimento Fiscal (MPF), instituído mediante ato da Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007).

§ 1º Nos casos de flagrante constatação de contrabando, descaminho ou qualquer outra prática de infração à legislação tributária, em que o retardamento do início do procedimento fiscal coloque em risco os interesses da Fazenda Nacional, pela possibilidade de subtração de prova, o Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil deverá iniciar imediatamente o procedimento fiscal e, no prazo de cinco dias, contado de sua data de início, será expedido MPF especial, do qual será dada ciência ao sujeito passivo. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007).

§ 2º Entende-se por procedimento de fiscalização a modalidade de procedimento fiscal a que se referem o art. 7º e seguintes do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007).

§ 3º O MPF não será exigido nas hipóteses de procedimento de fiscalização: (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007).

I- realizado no curso do despacho aduaneiro;

II- interno, de revisão aduaneira;

III – de vigilância e repressão ao contrabando e descaminho, realizado em operação ostensiva;

IV- relativo ao tratamento automático das declarações (malhas fiscais).

§ 4º O Secretário da Receita Federal do Brasil estabelecerá os modelos e as informações constantes do MPF, os prazos para sua execução, as autoridades fiscais competentes para sua expedição, bem como demais hipóteses de dispensa ou situações em que seja necessário o início do procedimento antes da expedição do MPF, nos casos em que haja risco aos interesses da Fazenda Nacional. (Redação dada pelo Decreto nº 6.104, de 2007).

48. Desse modo, sempre que a ação desempenhada pela fiscalização aduaneira estiver fora dos limites estabelecidos no Decreto nº 3.724, de 2001, pode-se inferir que não se trata, ou que ainda não se trata, de procedimento tendente à exigência de créditos tributários da União, inclusive quanto ao lançamento de multa pecuniária.

49. Percebe-se que, na situação ora analisada, o procedimento anterior à instauração do processo punitivo têm por finalidade a verificação do cumprimento de requisitos, isto é, o controle dos atos do administrado.

Obrigações Acessórias e a Lei do Processo Administrativo Federal (Lei nº 9.784, de 1999)

50. Considerando que a Lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999, é de aplicabilidade geral para os processos administrativos que não possuam rito definido em diploma legal específico, sendo de aplicação subsidiária para os que o possuam (art. 69), cabe verificar sua incidência no presente caso.

51. A divisão consulente, no que diz respeito ao cumprimento dos requisitos por parte da administrada, alega que “ante à penalização, carece-se de prudência na notificação

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daquilo a ser cumprido [...], inclusive em prazo razoável, de forma a se oferecer a devida oportunidade de cumprimento da obrigação pelo obrigado”.

52. Deve-se, paralelamente, salientar a importância que o legislador conferiu à aplicação dos princípios da ampla defesa e do contraditório no âmbito das relações entre a Administração Pública Federal e o administrado, começando por seu art. 2º e estendendo-se pela maior parte do texto.

53. Nesse sentido, e tendo-se em mente que os procedimentos não referidos a lei específica e que envolvam interesses de administrados devem coadunar-se ao disposto na Lei do Processo Administrativo Federal, constata-se a incidência dos seguintes dispositivos à hipótese trazida pela divisão consulente:

Lei nº 9.784, de 1999

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.

Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:

(...)

XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados;

(...)

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam assegurados:

(...)

II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas;

III – formular alegações e apresentar documentos antes da decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente;

(...)

Art. 9º São legitimados como interessados no processo administrativo:

I – pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares de direitos ou interesses individuais ou no exercício do direito de representação;

II – aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada;

(...)

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Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.

§ 1º A intimação deverá conter:

I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;

II – finalidade da intimação;

III -= data, hora e local em que deve comparecer;

IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazerse representar;

V – informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;

VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.

§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de comparecimento.

§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.

§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefinido, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.

§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.

Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.

Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao interessado.

Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interessado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e atividades e os atos de outra natureza, de seu interesse.

(...)

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e comprovar os dados necessários à tomada de decisão realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos interessados de propor atuações probatórias.

(...)

Art. 38. O interessado poderá, na fase instrutória e antes da tomada da decisão, juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como aduzir alegações referentes à matéria objeto do processo.

§ 1º Os elementos probatórios deverão ser considerados na motivação do relatório e da decisão.

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54. Vê-se, pela leitura dos dispositivos acima colacionados, que, quando for passível de ser qualificado como interessado, em conformidade com o art. 9º, o administrado passa a ter direito ao conhecimento de processos nos quais tenha interesse, bem como direito de ter ciência das decisões nele proferidas. Também pode apresentar alegações e documentos antes que seja proferida decisão, de acordo com o disposto no art. 3º, incisos II e III. Tais direitos refletem-se nos arts. 26, 27, 29 e 38, entre outros, da lei em comento.

55. Destarte, considerando que a verificação do cumprimento de requisitos constitui procedimento de controle da atividade do administrado (isto é, de seu interesse), o início de tal procedimento deve ser-lhe comunicado, assim como é necessário intimá-lo de atos que resultem em imposição de deveres ou ônus. Deve-se também lhe apresentar oportunidade para oferecer alegações e requisitar diligências e perícias, previamente a elaboração de relatório ou ao proferimento de decisão.

56. No que toca à data do fato gerador da infração, cabe reconhecer que o ponto de partida já está fixado na legislação incidente.

57. Conforme dispõe o art. 43 da Portaria nº 3.518, de 2011, a instalação de aparelhos e instrumentos de inspeção não invasiva (art. 13) e de sistemas de monitoramento de vigilância e controle de acesso (art. 17) deve ser realizada no prazo de quinze meses da publicação daquela portaria, enquanto que os demais requisitos devem obedecer aos prazos já estabelecidos na Portaria RFB nº 2.438, de 2010.

58. Considerando que o cumprimento de vários dos requisitos estabelecidos na legislação pode exigir a participação da unidade competente, no sentido de especificá-los concretamente, sempre que essa participação for necessária, a incidência dos prazos deve ser atrelada ao procedimento legal, vale dizer, à obediência às regras contidas na Lei do Processo Administrativo Federal.

59. Desse modo, o nascimento do fato gerador da sanção pecuniária, na hipótese tratada no parágrafo anterior, deve ser entendido como a circunstância do não atendimento, pelo interessado, das exigências técnicas fixadas pela órgão competente da administração aduaneira (exigências estas estabelecidas de forma concreta e mediante intimação), obedecida a condição prévia de haver transcorrido o prazo previsto na legislação para cumprimento de determinado requisito.

Conclusão

60. Assim, respondendo às indagações da consulente, tem-se que:

1) Em relação ao não cumprimento integral de requisitos, para os quais não tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos (aplicação, localização, quantitativo, dimensionamento, forma etc), poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011?

A imposição da sanção, nas hipóteses em que a fixação da exigência prevista pela legislação implique a participação concreta da unidade competente, somente pode se dar após o curso do procedimento administrativo que permita estabelecer tecnicamente o requisito, nos moldes da Lei nº 9.784, de 1999.

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Nessas hipóteses, o fato gerador da penalidade pecuniária deve ser considerado ocorrido quando do transcurso do prazo fixado pela autoridade competente para cumprimento do requisito, juntamente com o prazo fixado abstratamente na legislação aduaneira. Assim, apenas quando transcorridos ambos os prazos sem que os requisitos tenham sido atendidos, configura-se o fato gerador da penalidade pecuniária.

2) Em relação ao não cumprimento integral de requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], a penalização do obrigado deveria ser retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011 ou àquela da notificação?

A mesma resposta do item anterior.

3) Em relação ao cumprimento parcial de requisitos, para os quais não tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...] ou ateste de inconformidade daqueles disponíveis, poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011?

O descumprimento do requisito técnico já configura a ocorrência do fato gerador da penalidade pecuniária. Desse modo, a verificação do descumprimento (“ateste de inconformidade”) não constitui fato gerador, mas simples constatação da ocorrência desse fato, o qual terá ocorrido na forma da resposta ao item 1 (isto é, nos casos em que for necessária a atuação especificadora da autoridade aduaneira, após o transcurso do prazo constante da notificação para cumprimento do requisito, bem como do prazo constante da norma). Destarte, a possibilidade de lavratura do auto de infração para aplicação da penalidade não se vincula à prévia existência de termo de constatação (“ateste de inconformidade”).

4) Em relação ao cumprimento parcial de requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], porém sem qualquer ateste de inconformidade do atendimento, poderia ocorrer a penalização do obrigado, e caso sim, retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011 ou àquela da notificação do obrigado?

A mesma resposta do item anterior.

5) Em relação ao cumprimento parcial dos requisitos, para os quais tenha ocorrido prévia notificação da autoridade administrativa para especificação dos mesmos [...], e posterior ateste de inconformidade do atendimento, a penalização do obrigado deveria ser retroativa à data prevista na Portaria RFB 3.518/2011, àquela da notificação ou àquela do ateste de inconformidade?”

A mesma resposta do item 3.

À consideração superior.

Assinado digitalmente

JUDIVAN IDEÃO LEITE

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Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil(RFB)

De acordo. À consideração do Coordenador da Cotex

Assinado digitalmente

LIZIANE ANGELOTTI MEIRA Auditora-Fiscal da RFB – Chefe da Dicex

De acordo. À consideração do Coordenador-Geral da Cosit.

Assinado digitalmente

JOÃO HAMILTON RECH Auditor-Fiscal da RFB – Coordenador da Cotex

Aprovo a Solução de Consulta Interna. Publique-se na internet e divulgue-se nos termos da Ordem de Serviço Cosit nº 1, de 8 de abril de 2013.

Assinado digitalmente

FERNANDO MOMBELLI

Auditor-Fiscal da RFB - Coordenador-Geral da Cosit

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