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1 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL GOIANO CAMPUS CERES CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO APOSTILA DE ZOOTECNIA GERAL Professor: Adalto José de Souza Linhares e-mail: [email protected] Aluno:________________________________________ “O pessimista queixa-se do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas.” - Willian George Ward “É fácil livrar-se das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por se ter livrado delas” - Graciliano Ramos Há dois tipos de alunos: os que estudam e comemoram com os resultados e os que enrolam e sofrem no final. Procure estar no primeiro grupo. Pois as oportunidades passam. Adalto Linhares CERES, 2011.

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Zootecnia Geral

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA

INSTITUTO FEDERAL GOIANO – CAMPUS CERES

CURSO TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA INTEGRADO AO ENSINO MÉDIO

APOSTILA DE ZOOTECNIA GERAL

Professor: Adalto José de Souza Linhares

e-mail: [email protected]

Aluno:________________________________________

“O pessimista queixa-se do vento. O otimista espera que ele mude. O realista ajusta as velas.” - Willian George Ward

“É fácil livrar-se das responsabilidades. Difícil é escapar das consequências por se ter livrado delas” - Graciliano Ramos

Há dois tipos de alunos: os que estudam e comemoram com os resultados e os que enrolam e sofrem no final. Procure estar

no primeiro grupo. Pois as oportunidades passam. – Adalto Linhares

CERES, 2011.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO GERAL ........................................................................................ 4

1.1. HISTÓRIA E EVOLUÇÃO DA ZOOTECNIA ..................................................................................... 5 1.1.1. O HOMEM CAÇADOR .................................................................................................... 5 1.1.2. RELACIONAMENTO DO HOMEM COM OS ANIMAIS ............................................................. 7 1.1.3. CENTROS DE DOMESTICAÇÃO ....................................................................................... 8 1.1.4. A ARTE DE CRIAR ........................................................................................................ 8

1.1.5. ZOOTECNIA CIÊNCIA ...................................................................................................13 1.2. CONCEITUAÇÃO DA ZOOTECNIA ...............................................................................................14 1.3. DIVISÃO DA ZOOTECNIA ..........................................................................................................15

1.4. IMPORTÂNCIA DA ZOOTECNIA E SUAS DIVERSAS ÁREAS E INTER-RELAÇÕES COM AS OUTRAS

CIÊNCIAS. .....................................................................................................................................17

2. DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS ...................................................................... 19

2.1. CONCEITOS DE ANIMAL DOMÉSTICO ........................................................................................19 2.2. ATRIBUTOS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS ....................................................................................20 2.3. FASES DE DOMESTICAÇÃO ......................................................................................................22

2.4. MOTIVOS DA DOMESTICAÇÃO ..................................................................................................23 2.5. MÉTODOS EMPREGADOS DURANTE A DOMESTICAÇÃO ..............................................................25

2.6. ASSELVAJAMENTO .................................................................................................................25 2.7. TENTATIVAS DE DOMESTICAÇÃO ..............................................................................................26 2.8. MODIFICAÇÕES APRESENTADAS PELOS ANIMAIS EM DOMESTICIDADE ........................................26

2.9. RESPONSÁVEIS PELAS MODIFICAÇÕES APRESENTADAS ............................................................31

2.10. CONSEQUENCIAS GENÉTICAS DA DOMESTICAÇÃO ..................................................................32

3. AS ESPÉCIES DOMÉSTICAS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO ........................ 33

3.1. TAXONOMIA ZOOLÓGICA DAS ESPÉCIES ...................................................................................33

4. UTILIZAÇÃO DOS ANIMAIS .............................................................................. 41

4.1. APROVEITAMENTO DAS ATIVIDADES FISIOLÓGICAS ...................................................................41

4.1.1. REPRODUÇÃO (PARTO, POSTURA, DESOVA) ................................................................41 4.1.2. LACTAÇÃO ................................................................................................................43

4.1.3. CRESCIMENTO ...........................................................................................................46 4.1.4. LOCOMOÇÃO .............................................................................................................51

4.2. CLASSIFICAÇÃO DAS UTILIDADES ............................................................................................52

4.2.1. PRODUÇÃO DE ALIMENTOS ..........................................................................................53 4.2.2. PRODUÇÃO DE DERIVADOS NÃO COMESTÍVEIS ..............................................................59 4.2.3. ALIMENTOS PARA ANIMAIS ..........................................................................................63

4.2.4. TRABALHO E ESPORTE ...............................................................................................63 4.2.5. ELEMENTO CIENTÍFICO ................................................................................................64 4.2.6. ELEMENTO DECORATIVO E DE COMPANHIA ...................................................................65

5. FATORES LIMITANTES À PRODUÇÃO ANIMAL ............................................. 66

5.1. GENÉTICO ..............................................................................................................................66 5.2. AMBIENTE – SITUAÇÃO DE CRIAÇÃO DE ANIMAIS NOS TRÓPICOS ................................................68 5.3. INTERAÇÃO: SOLO-CLIMA- PLANTA-ANIMAL-HOMEM ................................................................68

6. NOÇÕES DE MELHORAMENTO GENÉTICO ................................................... 69

6.1. PIRÂMIDE ZOOTÉCNICA ...........................................................................................................70 6.2. MELHORAMENTO GENÉTICO ....................................................................................................72

6.2.1. SELEÇÃO ...................................................................................................................72

6.2.2. CRUZAMENTOS ZOOTÉCNICOS .....................................................................................75 6.2.3. CRUZAMENTO X SELEÇÃO ..........................................................................................76

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6.3. SISTEMA DE CRUZAMENTOS ...................................................................................................77

6.3.1. CRUZAMENTO ABSORVENTE ........................................................................................77 6.3.2. CRUZAMENTO SIMPLES OU INDUSTRIAL .......................................................................78 6.3.3. CRUZAMENTO TRIPLO OU TRI-CROSS .........................................................................78 6.3.4. CRUZAMENTO ALTERNADO .........................................................................................79

7. BIOCLIMATOLOGIA APLICADA A PRODUÇÃO ANIMAL ............................... 81

7.1. CONCEITOS SOBRE BIOCLIMATOLOGIA ....................................................................................81

7.2. EFEITOS DO CLIMA .................................................................................................................81 7.3. POR QUE EXISTEM DIFERENTES TIPOS DE CLIMAS? ....................................................................84 7.4. AÇÃO DA TEMPERATURA NOS ANIMAIS ....................................................................................86 7.5. REGULAÇÃO DA TEMPERATURA. ..............................................................................................88

7.5.1. TRANSFERÊNCIA DE CALOR NO CORPO ........................................................................89

7.5.2. BALANÇA DE EQUILÍBRIO TÉRMICO OU CONFORTO TÉRMICO ..........................................90 7.5.3. COMPORTAMENTO E TERMORREGULAÇÃO EM ANIMAIS DOMÉSTICOS ..............................93

8. ALIMENTOS E NUTRIÇÃO ................................................................................ 95

8.1. INTRODUÇÃO À IMPORTÂNCIA DOS ALIMENTOS À NUTRIÇÃO DOS ANIMAIS ..................................95 8.2. COMPOSIÇÃO DO ORGANISMO ANIMAL.....................................................................................96

8.3. INFORMAÇÕES GERAIS SOBRE SISTEMA DIGESTIVO DOS ANIMAIS .............................................97 8.4. COMPARAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DIGESTIVO DOS ANIMAIS .............................99

8.4.1. CLASSIFICAÇÃO ANIMAL DE ACORDO COM O TIPO DE ALIMENTAÇÃO ...............................99 8.4.2. CLASSIFICAÇÃO ANIMAL DE ACORDO COM O SISTEMA DIGESTIVO .................................100

8.5. COMPOSIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS ...................................................................107 8.5.1. ANÁLISE BROMATOLÓGICA DOS ALIMENTOS ...............................................................107

8.5.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ALIMENTOS ...............................................................................108

8.5.3. COMPOSIÇÃO DE ALGUNS ALIMENTOS MAIS UTILIZADOS ..............................................109

8.5.4. RELAÇÕES ENTRE DIFERENTES EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS ..........................................111

9. SANIDADE ....................................................................................................... 117

9.1. INTRODUÇÃO À SANIDADE .....................................................................................................117 9.2. O FENÔMENO DA IMUNIDADE .................................................................................................118

9.2.1. DEFESAS DO CORPO .................................................................................................119

9.2.2. TIPOS E PROCEDIMENTOS DE IMUNIZAÇÃO: IMUNIZAÇÃO PASSIVA E ATIVA ...................121 9.3. CUIDADOS SANITÁTIO ...........................................................................................................126

9.3.1. DIFERENÇIAÇÃO ENTRE ANIMAIS SAUDÁVEIS E DOENTES ............................................126 9.3.2. PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DE DOENÇAS ...............................................129 9.3.3. PRINCIPAIS ENFERMIDADES EM RUMINANTES ..............................................................131

9.4. PRINCIPAIS PRODUTOS E SUA UTILIZAÇÃO NA SANIDADE ANIMAL ............................................139 9.4.1. ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS .........................................................................139 9.4.2. SOLUÇÃO ANTISSÉPTICAS ......................................................................................141

9.4.3. VACINAS .................................................................................................................142 9.4.4. ANTI-PARASITÁRIOS ...............................................................................................142 9.4.5. ANTIBIÓTICOS .........................................................................................................142 9.4.6. OUTROS .................................................................................................................142

10. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 143

11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 144

ANEXOS .............................................................................................................. 145

GLOSSÁRIO ........................................................................................................ 154

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1. INTRODUÇÃO GERAL

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1.1. Evolução Histórica e Geográfica da Zootecnia

A espécie humana é considerada um exemplo típico de animal onívoro, inicialmente com preferência por produtos de origem vegetal, obtidos através de coletas de frutos e raízes. Posteriormente pequenos lagartos e insetos encontrados entre raízes, tubérculos e frutas, foram as primeiras fontes de proteína animal ao homem primitivo. Depois lançaram mão de alimentar-se de ovos, répteis, aves e pequenos mamíferos. Daí em diante o homem tornou-se caçador, não mais se contentando com a colheita. De modo geral a mulher e crianças passaram a ocupar esta atividade, enquanto os homens dedicavam à tarefa de caça, comportando-se assim desde os confins das regiões polares às luxuriantes florestas tropicais (TORRES, 1990). Ex. Índígenas

Figura. Homonídeos da Idade da Pedra Figura. Homem das cavernas

1.1.1. O homem caçador

Os instrumentos para caça evoluíram de simples bastão para facas, lanças, arcos, flechas e passaram a influir sobre toda a cultura, servindo também como instrumento de guerra. A caça e a guerra tornaram-se atividades paralelas em busca por espaço territorial, desenvolvendo-se independentemente, em toda a sociedade primitiva. O arpão, similar a lança, prestou-se particularmente à caça de animais aquáticos pela facilidade de manter presa a vítima atingida, tornando-se o homem pescador (TORRES, 1990).

À proporção que o homem evolui, vai aperfeiçoando sua arte de caçar. Novos instrumentos são descobertos e novos artifícios são criados para facilitar a captura. De perseguição e simples corrida surge a caça em grupo, o cerco e a emboscada, instrumentos inventados ou aperfeiçoados, permitindo a caça aos animais de maior porte, como mamutes, bisões, ursos e renas.

Figura. Lanças e Arpões

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Figuras. Murais com representações de caça e técnicas de captura em grupo. Quadro. Evolução da Atividade de Caça no Homem Primitivo

ÉPOCA

CULTURAL

PRÉ-IDADE DA

PEDRA

PALEOLÍTICO NEOLÍTICO

Inferior Médio Superior

Tipos Homonídeos Homo erectus Homem de

Neanderthal

Homem de

Cromagnon

Homo sapies

Técnicas de

caça

presumíveis

Coleta

Caça a pedrada e

cacetada

Bastão

Caça em grupo

Emboscada

Perseguição em

corrida

Caça em grupo

Emboscada

Perseguição em

corrida

Cerco

Caça em grupo

Emboscada

Cerco

Armadilha

Domesticação

do lobo para

caça

Caça variada

tanto em

grupo como

individual

Caça com

cães

Laços e

armadilhas

Armas e

utensílios

Pedras

Paus aguçados

Cacetes

Bastão

Pedras em lascas

Madeira

endurecida no

fogo

Machados

manuais

Fogo

Pedras em lascas

Madeira

endurecida no

fogo

Machados

manuais

Fogo

Ossos

pontiagudos

Lâminas de

Silex

Lança com

osso e marfim Arpões

Armas de

arremesso

Arco e flecha

Lâminas de

Silex

Lanças

diversas

Arco e Flecha

Anzóis e

Canoas

Animais

perseguidos

Insetos

Lagartos

Roedores

Aves

Animais em

ninho

Animais jovens

Lebres

Carneiros

Cabras

Veados

Boi

Cavalos

Lebres

Carneiros

Cabras

Veados

Boi

Cavalos

Renas

Ursos

Rinocerontes

Boi

Cavalos

Renas

Ursos

Rinocerontes

Alces

Javalis

Bisões

Peixes

Boi

Renas

Ursos

Rinocerontes

Alces

Javalis

Bisões

Mamutes

Peixes

Focas

Aves

Época

provável

2.000.000 anos 500.000 anos 100.000 anos 30.000 anos 10.000 anos

Fonte: Torres (1990).

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1.1.2. Relacionamento do homem com os animais

Essas descobertas dão a impressão de que, antes da domesticação, os homens já exerciam alguma forma de controle sobre os animais.

Os longos invernos e as grandes estiagens forçaram o homem a seguir a caça, que por sua vez também migrava à procura de alimentos. Pressionando o homem a aprende a rastrear, a tocaiar, a imitar os sons emitidos pelos animais, ou mesmo a utilizar disfarces zoomorfos, os quais passam a integrar o seu contexto cultural e religioso.

Se a paciência (espera) e a resistência (fome, sede, frio, calor) nem sempre são suficientes, o caçador tem que lançar mão da astúcia, ateando fogo à vegetação, cercando os animais, forçando-os a se lançarem na água e em precipícios.

Com estas técnicas mais avançadas, surge-se uma grande dificuldade: como manter o animal abatido em condições de ser consumido. Mesmo com o artifício do cozimento da carne, tornava-se cada vez mais difícil manter o “estoque”, sobretudo em determinadas épocas do ano, em que a caça passava a ralear. O congelamento das carcaças durante o inverno também era um obstáculo.

Figura. Eskimos Abatendo e Cozinhando um Cervo.

A vida de caçador não significava “guerra” entre homens e animais. Produzindo uma

modificação entre aquela relação, quando os animais, em lugar de serem uma presa procurada, se fizeram necessário, tornando-se imprescindível protegê-los pela sua importância para a sobrevivência das primeiras comunidades humanas.

A ingestão de carne tinha se tornado uma necessidade dietética quase insuperável para a sobrevivência humana.

A sequência evolutiva lógica seria de que inicialmente alguns grupos humanos limitavam-se simplesmente a caçar, seguindo as manadas e suas migrações. Na etapa que se segue, os animais eram conduzidos para melhores zonas de pasto e abatidos quando necessário. Posteriormente a estes comportamentos, foram aprisionados alguns indivíduos para serem mantidos em cativeiro, vindos finalmente a ser exercido sobre eles um controle social total. Todavia, é bem provável que alguns animais como o cão e o porco,

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possivelmente, tivessem de forma espontânea procurando aproximação do homem, aproveitando-se de restos de comida e proteção por acaso existente nos acampamentos.

1.1.3. Centros de domesticação

Segundo pesquisas efetuadas, após o período Paleolítico superior (15.000 anos a.C.) na fase remota começando a domesticar o lobo, prosseguindo a domesticação do cão para participação de caçadas junto ao homem, ou mesmo já utilizado como elemento de guarda.

Já no período Neolítico (10.000 anos a.C.), no imenso espaço da Ásia Central que seguramente efetivou-se a domesticação da grande maioria dos animais. Concomitantemente na Mesopotâmia, no Vale do Nilo, na Europa e no extremo oriente.

Algumas espécies foram domesticadas em pontos diversos e ao mesmo tempo (caso do cão, porco, cabras, ovelhas, boi, jumento, cavalo, camelo, galinha, peru), podendo afirmar que todas as grandes civilizações domesticaram animais e desenvolveram seu uso e que quase todos os povos que se expandiram na superfície da erra foram pastores por excelência, tendo hábitos consequentes ao modo de exploração animal.

1.1.4. A arte de criar

As informações concretas mais antigas de que se têm notícias, evidenciando a passagem do homem caçador para criador, parece advir da cidade estada de Catal Huyuk (7.000 a.C), situada em território da atual Turquia.

Achados arqueológicos comprovam que seus habitantes se dedicavam a criação de bovinos, ovino, e caprinos, pela presença de artesanato em couro. Os murais ali encontrados referem-se a cenas de caça de animais como javalis, veados, gazelas, leões e leopardos.

Figura. Caça com arco e flecha Figura. Ordenhando uma vaca

Todos os povos da antiguidade deixaram marcados em inscrições a presença dos

animais servindo ao homem. Todavia, do Egito nos chegaram as maiores provas de utilização de animais no cotidiano (dia-a-dia), através de inscrições, esculturas e murais representando cenas de ordenha, matadouro, parto, alimentação, tratamento, enfim todas as lidas comuns entre homens e animais.

Descrevendo os costumes dos antigos hebreus, a Bíblia ainda é uma fonte inesgotável de citações sobre animais e sua presença junto às comunidades de então, destacando-se o jumento, o carneiro e o dromentário. Segundo as cavalariças do rei Salomão (950 a.C.) podia abrigar 40.000 cavalos de carroças e 12.000 de montarias.

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O cavalo como arma de guerra

Aproximadamente em 1.700 anos a.C. chegaram do planalto iranianos os cassitas, nômades que se estabeleceram na Mesopotâmia Inferior, dominando a Babilônia, provavelmente tendo sido eles os primeiros homens a utilizar o cavalo como montaria, pois até então era animal reconhecido de carga, como o jumento.

Pela mesma época os hicsos, pastores vindos da Ásia Central, invadiram facilmente o delta do rio Nilo e dominaram o Egito com um exército equipado com carros de combate leves, tracionados a cavalo, e com carroças pesadas de apoio.

Figura. Hicsos 1630 anos a.C. contra os Egípicios Figura. Arqueiro

Posteriormente, a batalha de Kadesch entre egípcios e hititas (1249 anos a.C) proporcionou o encontro de 5.000 carros (já de eixo móvel), cujo combate contribuiu decididamente para o uso do cavalo na guerra e para a expansão do império egípcio.

Não há dúvida de que o cavalo deu grande impulso à criação de animais. Transformando em arma de guerra, levou o homem às grandes conquistas e à expansão dos seus impérios.

Os assírios, por volta de 663 anos a.C. organizaram o primeiro grande exército regular do mundo, formado, sobretudo de carros de animais e uma cavalaria montada de lanceiros e arqueiros, rápida e eficiente.

Figura. Carro Assírio Figura. Cavaleiro Assírio

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Os persas montaram exercito fabulosos para defrontaram-se com os gregos, os quais, por intermédio de Alexandre (356-323 anos a.C.), ocuparam a maior parte do mundo conhecido com o apoio de cavalos bastante selecionados.

Em seguida os gregos, os romanos estabeleceram um império de dimensão ainda maior, mantendo tropas de grande eficiência bélica. Os romanos aperfeiçoaram o correio montado, estruturando em um perfeito sistema viário, aliado a cavalos ágeis e resistentes, levando comunicação rápida a todas as partes do império. O desenvolvimento da criação de animais

Oriente Médio - Os povos do Oriente Médio, como pastores típicos, foram sem dúvida responsável pelo desenvolvimento e pela expansão dos animais domésticos, porém tudo dentro do total empirismo e sabedoria divina, sem dúvida os ovinos e caprinos foram responsáveis por alimentar e cobrir a humanidade.

Os Tratadista da Antiguidade Clássica- Gregos e Romanos

Gregos – A zootecnia, evoluindo de “arte de criar” para ciência começa seus passos na “Grécia Clássica” quando surgiram os primeiro tratados sobre saúde dos animais, ressaltando a importância da saúde para o desenvolvimento na criação de animais, os quais além de descritivos servirão de orientação e legado histórico para os interessados, escrito por Epicarnus cerca de 450 anos a.C. Depois, Hipócrates em 390 anos a.C., considerado o “pai da medicina” descreve as doenças típicas e sua terapia. Nos anos de 350 a.C. o general grego Xenofonte, especialista da arma de cavalaria redigiu “Anabasis” obra magnífica sobre equitação, criação de cavalos e seu uso militar. E Por volta dos anos 300 a.C. o maior destaque grego foi Aristóteles que edita sua grandiosa “História Natural dos Animais”, descrevendo detalhadamente enfermidades e seus tratamentos, preocupando-se com a anatomia, Fisiologia e Reprodução.

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Figura. Escultura de cavalos em Roma

Romanos – Herdeiros da cultura grega, os romanos passaram a considerar os animais como fonte de riquezas, originando o nome de moeda (pecus=animal) e expressando a riqueza, opulência (opes=ovelha). Como criadores dos códigos, os romanos legislaram também sobre o uso e transações comerciais com os animais.

Os romanos também herdaram dos gregos e dos povos do oriente, rituais religiosos, envolvendo animais ofertados em sacrifício aos deuses.

Em Roma surgiu as primeiras exposições de animais, exibindo os exemplares de maior destaque e negociados os reprodutores de maior categoria.

O escritor romano Catão (100 anos a.C.) em sua obra (DE RE Rustica) escreve sobre os campos e integra agricultura e pecuária. Também descreve a distinção entre enfermidades transmissíveis e definiu pela primeira vez a necessidade de quarentena. Em 75 a.C. escreveu trabalhos sobre agricultura e as formas de utilização dos animais para o cultivo de vegetais.

O grande naturalista Plínio, chamado “o velho” tendo grande conhecimento do espaço geográfico de então, publicou nos ano 50 a.C. uma história em cujo conteúdo descreve as formas de criação e enfermidades, entre outros temas relacionados com animais.

Figura. Templário e as Cruzadas Figura. Guerras Medievais

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A Idade Média

Figura. Calendário Agrícola Medieval Figura. Agricultura Camponesa

Árabes – Na idade média com a decadência de Roma, que foi uma civilização de agricultores e não de pastores, a importância dos animais decresce comparativamente a agricultura, excluindo-se do cavalo que mantém sua importância militar e como produtor de força motriz. Durante a idade média os arames progrediram no interesse sobre criação de animais, absorvendo a cultura Greco-romana. No ano 700. Elnaceri escreveu uma obra importante, “criação de cavalos” no qual fundamentaram para desenvolver seus equinos leves e rápidos, os quais vieram para contribuir para a formação de todas as raças de sela da atualidade. Já nos anos 980, Avicena, considerado um dos primeiros especialista em Veterinária redigiu uma obra intitulada em “Patologia Animal” e por volta dos anos de 1.100, outro grande médico Ibnalavan, compôs o “Livro da Saúde”, concentrando todo conhecimento sobre saúde dos animais domésticos. Posteriormente em 1.250, Jordano Rufo publicou “Medicina dos Cavalos”.

Além da contribuição científica e do melhoramento dos cavalos, aos árabes deve ser dado o reconhecimento à importância que deram à criação de carneiros, tendo contribuído para formação dos Merinos para produção de lã fina de alta qualidade. Os Naturalistas – Dentro do aspecto animal, o primeiro entre os grandes naturalistas foi Konrad Gesner em 1551, escrevendo “História Animalium” e em 1598 “Deli Infermitá Del Cavallo”. Depois o classificador dos animais Georges Louis Leclerc, conde de Buffon, que em 1749, escreveu conceitos sobre “História Natural”.

No século XVIII, despontam os grandes pensadores das ciências biológicas. O sueco Karl Von Linné (1758) sob o título de “Systema Naturae” sugeriu a classificação racional dos seres vivos proporcionando melhor entendimento entre os homens de ciência.

Nesta mesma época uma série de cientistas contribuiu para o desenvolvimento da ciência animal. Destacando Alfred Russel Wallace e Charles Darwin, que consolidaram a teoria da evolução para justificar a origem das espécies.

O francês Claude Bernad (1865) editou “Introdução ao Estudo da Medicina Experimental”, que deu subsídio ao estudo de fisiologia animal. No mesmo ano Gregor Mendel, torna do conhecimento público sua “Teoria de Hereditariedade”, base de toda técnica empregada no desenvolvimento da Zootecnia.

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Figuras. Linné

1.1.5. Zootecnia Ciência

Com o embasamento dados pelos grandes naturalistas, a “arte de criar” evoluiu para uma nova ciência.

O valor do cavalo como “máquina de guerra” continuou a ser a mola propulsora da aplicação dos conhecimentos científicos já existentes na criação de animais.

Fundamentada na necessidade prioritária do aprimoramento do cavalo, foram criadas pelo governo francês, sob inspiração de Claude Bourgelat, as primeiras escolas de veterinária do mundo, (Lion/1761 e Alfort/1766), que se tornaram instrumentos substanciais para o aparecimento da ciência zootécnica.

No entanto, a distinção formal entre o cultivo de vegetais e a criação de animais se deu em 1844, quando o Conde Adrien de Gasparin publicou o livro "Cours d'Agriculture", separando definitivamente o estudo dos vegetais cultivados e dos animais criados pelo homem. O estudo do cultivo dos vegetais já era conhecido com o nome de Agricultura. Para o estudo da criação dos animais domésticos, o autor propôs o termo “Zootechnie”, do grego: zoon = animal, e technê = arte.

Em 1848, com a instalação do Instituto Agronômico de Versailles, em Paris (França), foi adotada a distinção proposta pelo Conde de Gasparin e para o ensino teórico da exploração dos animais domésticos foi estabelecida a Cátedra de Zootecnia.

A Zootecnia como ciência surgiu em 1849, na França, com a aprovação de uma tese apresentada pelo naturalista Emile Baudement em concurso para a Cátedra de Zootecnia do Instituto Agronômico de Versailles, ao tornar-se o primeiro docente de Zootecnia. Nesta tese, foi estabelecido o princípio teórico que consiste em considerar o animal doméstico como uma máquina viva transformadora e valorizadora dos alimentos, constituindo-se no fundamento de todos os conhecimentos zootécnicos. Assim, constata-se que a arte de criar é remota, enquanto a ciência de criar surgiu há um pouco mais de um século e meio.

Com isso, a agricultura e a criação de animais foi um passo muito importante para a alteração do modo de vida do homem, pois deu a ele não só a possibilidade de não ter de se deslocar para obter a carne e as peles necessárias à sua alimentação e conforto, mas também o leite, e com a domesticação do boi, uma força para tração.

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Em seguida foi traduzida para os demais idiomas latinos de povos de cultura fortemente influenciada pela ciência francesa. Porém em 1951 foi criada a Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), e em 1966 o primeiro Curso de Zootecnia, no Brasil, foi criado pela Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), na cidade de Uruguaiana, no Estado do Rio Grande do Sul. E logo após, a profissão de Zootecnista foi regulamentada em quatro de dezembro de 1968 pela lei federal 5.550. Em 12 de julho de 1969, através do Parecer 406, Resolução n° 6, foi estabelecida o currículo mínimo e a duração para o curso de Zootecnia.

No sentido de melhor conhecimento da Zootecnia, recomenda-se recorrer ao vasto volume de fontes

bibliográficas, desde aquelas pioneiras, como os livros Introdução à Zootecnia e Elementos de Zootecnia Tropical, de

autoria do professor Octávio Domingues, grande responsável pela consolidação da Zootecnia no Brasil, às mais atuais, que

apresentam uma visão atualizada da evolução da Zootecnia no Brasil, incluindo-se Ferreira e Pinto (2000), Fonseca (2001)

e Miranda (2001), sendo recomendado ainda o conhecimento da História da Sociedade Brasileira de Zootecnia, segundo

Peixoto (2001).

1.2. Conceituação da Zootecnia

Baudement conceituou que os “animais são máquinas”, não querendo com isto fazer comparações configurativas, mas expressando um conceito com é entendido na indústria. Pois, os animais comem, são máquinas que consomem, que queimam certa quantidade de combustível de alguma espécie. Eles movem-se: são máquinas em movimento obedecendo as leis da mecânica. Produzem leite, carne e força: são máquinas fornecendo um rendimento, por uma determinada despesa.

Essas máquinas animais são constituídas segundo um plano, sendo compostas de

elementos determinantes, de órgãos, como se diz em anatomia e também em mecânica. Todas suas partes têm funções certas, conservam entre elas relações e funcionam em virtudes de determinadas leis, produzindo trabalho útil.

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As atividades dessas máquinas constituem a própria vida, que a fisiologia resume em quatro grandes funções: nutrição, reprodução, sensibilidade e locomoção. Esse funcionamento, que caracteriza a vida, é também a condição efetiva de exploração zootécnica, a causa das despesas e de rendimentos, que devemos balancear de maneira a atenuar os preços de custos, para aumentar os lucros.

A definição de zootecnia tem sido tentada por vários autores:

Ciência de produção e da exploração de máquinas vivas (Sanson).

Pode-se definir zootecnia como produção animal com objetivo de "produzir o máximo, no menor tempo possível, a um menor custo sempre visando lucro"(Dechambre).

A zootecnia é a ciência aplicada que estuda e aperfeiçoa os meios de promover a adaptação economica do animal ao ambiente criatório e deste ambiente ao animal (Octávio Domingues, 1929).

Zootecnia é a produção racional e comercial de animais.

A Zootecnia é a ciência que estuda a criação de animais com objetivos econômicos e envolve uma grande formação nas áreas de melhoramento, nutrição, fisiologia, morfologia e anatomia de animais, e também de fatores relacionados à terra e a sua exploração sustentável, bem estar e comportamento animal, aspectos econômicos, sociais e ambientais, entre muitos outros.

Uma ciência do ramo biológico, encarregada de estudar os métodos de criação, o aumento da produtividade e do seu rendimento econômico

Zootenia é uma ciência aplicada a produção animal de forma econômica e sustentável

Zootecnia - porque estuda as técnicas de criação dos animais domésticos. Aplicada - pois seu processo acompanha o progresso de outras ciências que se interagem, tanto como as ciências que vocês aprenderam no ensino fundamental e continuarão aprendendo no ensino médio (Biologia, Química, Matemática, Física, Português), como as ciências agrárias (Agronomia; Veterinária; Engenharia de alimentos; Gestão ambiental; Administração, entre outras). Produção Animal - porque do animal aproveita produtos essenciais para alguma finalidade Econômica - porque todo processos criatórios fundamenta no lucro, tem seus valores que possibilita geração de renda nos diversos segmentos. Sustentável – porque devemos continuar produzindo no futuro, com as novas gerações. 1.3. Divisão da Zootecnia

A Zootecnia tem como objeto de estudo o animal doméstico e visa o perfeito conhecimento deste e dos demais fatores envolvidos no seu processo produtivo, sempre visando alto grau de especialização.

Com relação ao alto grau de especialização, o animal mais produtivo não é o mais aperfeiçoado no sentido geral ou o mais especializado em determinada função produtiva. A "máquina viva" mais perfeita, capaz de oferecer maior retorno econômico, é aquela que está adaptada às condições de criação e exploração.

Quando se busca alto grau de especialização em determinado animal, dois princípios devem ser considerados:

A especialização não deve acarretar desequilíbrio fisiológico no animal;

O animal adaptado às condições de criação e exploração não deve sofrer comprometimento das características adaptativas.

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Para fins didáticos, a Zootecnia é subdividida em Zootecnia Geral e Zootecnia Especial.

Em Zootecnia Geral, os animais domésticos são considerados como seres vivos que evoluíram e apresentam características de natureza étnica e zootécnica, influenciando-se por fatores ambientais de ordem natural ou artificial (alimentação, sanidade, bem estar e manejo) e que se reproduzem sujeitos às leis da hereditariedade, portanto, capazes de sofrer melhoramento genético.

Em Zootecnia Especial, são estudados processos, técnicas e sistema de criação, variáveis com a finalidade da exploração e o destino dos produtos, com a qualidade dos animais a multiplicar, e com as potencialidades do ambiente criatório. Assim, surge a Zootecnia de cada espécie doméstica, cada uma com sua denominação particular, dentre elas destacam: bovinocultura, bubalinocultura, ovinocultura, caprinocultura, equideocultura suinocultura, avicultura, aquicultura (piscicultura), apicultura, cunicultura, sericicultura, entre outras, ou mesmo, aquelas que, embora não ainda consideradas domésticas, sejam exploradas racionalmente, como por exemplo, a ranicultura (rãs), a carcinicultura (crustáceos – camarões); minhocultura, e mais atualmente a criação de animais silvestre e aves alternativas.

A Zootecnia como ciência investiga, por meio da observação e da experimentação, os fenômenos biológicos aos quais estão sujeitos os animais domésticos, em determinado ambiente natural ou artificial. Entretanto, não se trata de uma ciência pura, sendo dependente de outras ciências para desenvolver-se. Portanto, além do conhecimento individual, proporcionado pela Anatomia e Fisiologia Animal, a Zootecnia se fundamenta em ciências auxiliares quando da adaptação, alimentação, melhoramento e sanidade animal, gerenciamento da produção e tecnologia de alimentos, destacando-se:

Na Adaptação: Climatologia, (Bioclimatologia), Etologia;

Na Alimentação: Nutrição (Bromatologia), Forragicultura, Botânica, Bioquímica, Química;

No Melhoramento Genético Animal: Genética, Estatística, Bioestatística, Matemática e Informática;

Na Sanidade: Medicina Veterinária;

No Gerenciamento da Produção: Economia e Administração;

Na Tecnologia de Alimentos: Engenharia de Alimentos. Para o perfeito exercício das atividades na área de Zootecnia, exige-se identidade

profissional, determinada pelo Núcleo de Conteúdos Profissionais Essenciais, integrando as subáreas de conhecimento que identificam atribuições, deveres e responsabilidades, segundo Fonseca (2001), assim constituído:

● Zoologia;

● Citologia, Histologia, Embriologia;

● Bioquímica

● Microbiologia;

● Anatomia e Fisiologia Animal e Vegetal;

● Higiene e Profilaxia;

● Parasitologia animal;

● Solos e Nutrição de Plantas;

● Meteorologia e Bioclimatologia;

● Pastagens e Forragicultura;

● Bromatologia;

● Alimentos e Alimentação

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● Nutrição e Formulação de Rações;

● Melhoramento Genético;

● Raças, Exterior e Julgamento;

● Reprodução Animal;

● Produção Animal (Principais espécies de interesse zootécnico);

● Tecnologia de processamento de Alimentos;

● Industrialização de Produtos de Origem Animal;

● Técnicas e Análises Experimentais.

● Instalações e Equipamentos Zootécnicos;

● Mecânica e Máquinas Agrícolas;

● Construções Rurais;

● Administração e Economia Rural;

● Gestão de Recursos Ambientais;

● Gestão Empresarial e Marketing;

● Planejamento e Projetos Rurais

● Política e Desenvolvimento Agrário;

● Sociologia e Extensão Rural;

● Ética e Legislação; 1.4. Importância da Zootecnia e suas diversas áreas e Inter-relações com as outras ciências.

Assim, o grande objetivo da disciplina de Zootecnia Geral é trazer os conhecimentos referentes ao processo de domesticação dos animais e o próprio desenvolvimento da zootecnia aliado aos conceitos que envolvem essa ciência nos seus diversos campos de conhecimento como nutrição, bioclimatologia, melhoramento genético, reprodução, sanidade animal, administração rural, dentre outros.

A Zootecnia passa por constantes alterações, devido às necessidades da sociedade, devendo o produtor se adequar a essas mudanças, visando uma produção mais econômica, recorrendo a técnicas mais eficientes para atender às exigências do mercado consumidor.

Outra profissão de grande importância é o Técnico em Agropecuária que de forma mais superficial, voltada às técnicas de criação, são capacitados a atuar na área agropecuária com grande eficácia na produção animal e/ou agricultura em geral, pois, além da Zootecnia estuda outras áreas específicas como a Agricultura, Agrimensura, Mecanização agrícola, Agroindústria, Administração, dentre outras. Que faz um grande conhecimento geral de funcionamento completo e complexo do agronegócio, possibilitando atuar em diversas áreas, além de terem base forte para continuar os estudos em nível superior nas áreas das ciências agrárias com maior profundidade dos conhecimentos, como: Engenharia Agrícola; Agronomia; Zootecnia; Medicina Veterinária; Engenharia de alimentos; Engenharia ou Gestão Ambiental; Agrimensura; Administração Rural; etc.

O curso de Zootecnia formar técnicos de nível superior capacitados para atuar junto aos meios de produção, pesquisa, ensino e extensão zootécnica, através da aplicação dos fatores de produção, visando o aumento da produtividade animal que atenda aos interesses sociais da comunidade em que estiver inserido.

O Zootecnista pode atuar em diferentes áreas da produção animal, trabalhando por conta própria (Profissional Autônomo), através da prestação de serviços com assistência, assessoria, e consultoria técnica, bem como, para empresas do ensino, da pesquisa e de outros órgãos públicos (Secretaria de Agricultura, Ministério da Agricultura, Emater, Agrodefesa, SENAR), entre outros. Pode ser denominadas como principais atividades específicas a realizar:

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- elaborar, avaliar e executar projetos pecuários de interesse zootécnico; - realizar análises químicas e físicas das matérias-primas e rações utilizadas na alimentação animal; - supervisionar e organizar exposições oficiais de animais; - atuar como jurado nas exposições oficiais de animais; - participar dos exames dos animais para efeito de suas inscrições na Sociedade de Registro Genealógico; - ter uma visão empreendedora e perfil pro - ativo, gerenciar ou assistir diferentes sistemas de produção animal, inseridos desde o contexto de mercados regionais até grandes mercados internacionalizados disponíveis e tecnologias social e economicamente adaptáveis; - formular e balancear rações para diferentes espécies de animais explorados zootecnicamente; - conhecer e atuar em mercados do contexto agroindustrial, cumprindo o papel de agente empresarial, auxiliando e motivando a transformação social. - desenvolver atividades que visem à preservação ecológica do meio-ambiente, através da defesa da fauna e do controle da exploração das espécies de animais silvestres; - implantar, utilizar e manejar corretamente as principais pastagens naturais e cultivadas utilizadas na alimentação animal. - identificar e realizar a tipificação e classificação de carcaças e avaliar as características sensoriais da carne e dos fatores que alteram sua qualidade.

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2. DOMESTICAÇÃO DOS ANIMAIS

Doméstico latim domus casa - “Convivem em casa sob o domínio do homem”

Domesticação é considerada a operação em tornar animais selvagens em domésticos A exploração dos animais domésticos já existia antes da criação da palavra, inicialmente tratada como a forma de criar a partir da domesticação dos primeiros animais pelo homem primitivo. O objetivo da zootecnia é o animal doméstico, ou seja, o animal que pertence a uma espécie criada e reproduzida pelo homem, dotada de mansidão hereditária e que proporciona algum proveito ao homem. 2.1. Conceitos de Animal Doméstico GERAL: “Criado e reproduzido pelo homem em cativeiro e de mansidão natural para uma utilidade ou serviço.” Ex: bovinos, ovinos, suínos, eqüinos, etc. -O fato de conviver ou mesmo depender do homem, não cria condições do animal ser considerado doméstico. Ex: aves canoras, ratos, focas, elefantes e outros. BAUDEMENT (1869): “Os animais domésticos são os que estão sob o domínio do homem, não individualmente, mas de geração em geração.” -Animal aprisionado, não é domesticado.

A tese de Baudement deu à Zootecnia o necessário embasamento teórico: O animal doméstico é como máquina viva transformadora e valorizadora dos alimentos. KELLER (1909): “Possuem uma simbiose durável com o homem, por ele utilizados com fim econômico determinado, reproduzem-se indefinidamente nessas condições.” - Homem dá cuidados e alimentação e recebe em troca utilidades e serviços. Ex. Cão, Porco, Cabras e Ovelhas

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“DOMÈSTICO é o animal que criado e reproduzido pelo homem, perpetua tais condições através de gerações por hereditariedade, oferecendo utilidades e prestando serviços em mansidão.”

2.2. Atributos dos Animais Domésticos

O animal doméstico deve passar aos seus descendentes (hereditariamente),

características próprias que podem ser agrupadas nos seguintes atributos: Sociabilidade; Mansidão; Fecundidade em Cativeiro; Função Especializada; Facilidade de adaptação Ambiental: Sociabilidade: A conduta da maioria dos animais é de viver em grupos/conjunto, sendo um ser sociável. Praticamente todas as espécies vivem em grupos e são sociáveis, seno este comportamento uma condição que permitiu sua aproximação ao homem e seu amansamento

Figura. Rebanho de bovinos e outros animais

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Mansidão: É a expressão da ausência do extinto selvagem, que passa essa tendência aos descendentes por hereditariedade.

Reprodução/ Fecundidade em Cativeiro: A perpetuação da espécie em cativeiro tem sido ponto decisivo para condicionar a perpetuação e expansão das espécies domésticas.

Reprodução- Animais silvestres sendo domesticado.

Reprodução de Peixes em Cativeiro-Indução hormonal Função Especializada: O animal deve apresentar uma função de interesse pelo homem, sem o qual não há motivo de sua domesticação.

Pele

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Facilidade de adaptação Ambiental: Devido às mudanças de ambientes, que são comuns durante a domesticação, o animal que tem dificuldades nesta adaptação tem dificuldades de atingir o final deste processo.

2.3. Fases de Domesticação

Os animais, para atingirem a domesticidade, estágio final do processo de domesticação, passam por três fases distintas, sob o domínio do homem: 1ªFase - Cativeiro: Fase inicial, quando o homem mantém os animais presos, todavia, em princípio, não obtendo dele nenhuma utilidade. É o caso dos animais de zoológicos.

2ªFase - Amansamento: É a fase de amansamento, mansidão ou domação, em que o animal convive pacificamente com o homem, prestando utilidade ou alguma forma de serviço, Exemplificando nesta fase de pré-domesticação a maioria dos animais de laboratório.

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3ª Fase – Domesticação propriamente dita: Última e fundamental fase, que constitui o estágio total de domesticidade, atingindo o nível máximo do processo, onde a necessidade de ter esses animais em domesticidade se tornou inevitável para a vida do homem.

2.4. Motivos da Domesticação

Observaram-se vários motivos para a domesticação dos animais, além do evidente interrelacionamento a própria necessidade de sobrevivência do homem, destacando-se:

1-Alimentação: -Necessidade de uso dos animais e/ou seus produtos como alimento, tendo uma reserva principalmente para os períodos de escassez.

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-O parto de fêmeas em cativeiro foi um avanço, para o uso do leite animal pelo homem. 2-Sobrevivência Ambiental: -O uso de peles ou pêlos como agasalhos para enfrentar as intempéries climáticas e também como artefatos: sandálias, capas, tapetes e tecidos.

Figura. Eskimos com agasalhos de urso Figura. Pele de proteção 3-Aproveitamento da Força Motriz: -O uso dos animais no transporte de cargas, montarias, e cultivo da terra.

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4-Inspiração Religiosa: -A presença do animal como fonte de motivação para a caça, ritos religiosos etc.

Figura. Deus Carneiro Cnun – Homem Cavalo - Adoração ao bezerro de ouro 2.5. Métodos Empregados Durante a Domesticação Violentos: Foram utilizadas aqui a violência, a força, a fome e a prisão, paralelamente aos castigos corporais. O cavalo foi o que mais utilizou este método.

Figura. Cavaleiro amansando o cavalo Ex. Meu pai deixando burro de castigo sem comida e bebida Pacíficos: Neste método não foi utilizado à força, os animais pelo instinto de sociabilidade, ofereciam condições de conviver junto ao homem, o animal aproximou do homem em busca de alimento e proteção contra intempéries e outras situações de dificuldade. Exemplo: Cão, Gato e Porco. Ex. Doma racional Intermediários: Método mais utilizado na domesticação dos animais, o hábito de viver em rebanhos facilitou essa domesticação onde os mesmos eram aprisionados em lotes, facilitando o manejo pelo homem. Ex: Boi, Cabra e Aves. Ex. Animais acostumado com o manejo e manejador – Bovino Corte x Leite 2.6. Asselvajamento

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Vale ressaltar que o processo de domesticação é dinâmico, havendo necessidade de assistência e vigilância sobre os animais, pois, os animais abandonados a própria sorte, podem voltar ao estado selvagem, em um processo chamado asselvajamento. Ex. Búfalos na Ilha do Marajó; Cavalos selvagens nos E.U.A. (Filme – Corcel Negro), Espanha, Austrália, França e Inglaterra (mantidos sob proteção governamental), Boi de brabeza (Histórias de Goiás).

2.7. Tentativas de Domesticação

Torres (1990), ao fazer um levantamento histórico da utilização e aproveitamento dos animais, observou que muitos foram aqueles que prestaram alguma forma de serviço, estiveram quase em domesticidade, mas foram completamente relegados por motivos desconhecidos ou superados pelo tempo e novas descobertas, em virtude do aparecimento de outros animais que ofereciam melhores condições, tornando os outros desnecessários para serem considerados domésticos, ou mesmo por terem ocorrido acontecimentos que o impediram de chegar a plenitude da domesticidade.

Como exemplos podemos citar: Os egípcios utilizando gazelas para aproveitamento do leite, e posteriormente sendo

substituída por outras fontes. Ex. Cabra e Vaca – São mais produtivos. O guepardo (felino altamente veloz – capaz de alcançar 110 km/h, utilizados pelos

asiáticos para na ajuda da caça, porém a mansidão necessária não é passada por hereditariedade. Ex. O cachorro transmite a mansidão

O falcão caçador foi muito utilizado na arte de caçar (muito comum na idade média), a falcoaria ainda tem adeptos no oriente, porém sua reprodução em cativeiro impede a perpetuação da espécie sob guarda do homem.

O corvo-marinho é uma ave usada na china e no Japão para ajudar na pesca. O pescador utiliza a ave por intermédio de um argola no pescoço e atada a uma corda que é puxada quando o animal pega o peixe, que é então retirado de sua boca.

2.8. Modificações Apresentadas Pelos Animais em Domesticidade

As modificações que os animais em domesticidade adquiriram são bastante significativas, se comparadas aos seus congêneres selvagens. Essas modificações são consequências de processos evolutivos dinâmicos que tendem, inclusive, a acelerar-se cada vez mais em virtude da ampliação dos conhecimentos da Genética e das inesgotáveis possibilidades de Biotecnologia.

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O meio ambiente está relacionado a situações divergentes e que devem ser comparadas em conjunto, para facilitar nosso entendimento destaca o ambiente físico e biológico atuando sobre os animais.

MEIO AMBIENTE SELVAGENS X DOMÉSTICOS

MEIO FÍSICO: Poderá ser estudado inicialmente os fatores climáticos, ou seja, as conseqüência da temperatura, radiação, da umidade e suas variações Animais selvagens: Têm a iniciativa de procurar condições favoráveis de abrigo e micro habitat, ou usar de recursos migratórios, bem como utilizar as mais variadas adaptações individuais de conduta. Animais domésticos: São manejados e protegidos dentro de ambientes imposto pelo homem, podendo ser instalações simples à complexas, como uma cerca ou um galpão. Estes animais ficam dependentes do homem, que estão sempre adaptando o manejo somado aos ajustes fisiológicos específico de cada indivíduo. Usam abrigos artificiais e vegetações apropriadas para sombreamento, entre outros. MEIO BIOLÓGICO: Consiste da interação de fatores que envolvem os animais dentro dessa área específica.

Os alimentos (incluindo a água) podem ser considerados os mais importantes, seguido dos aspectos sanitários, principalmente a relação parasitária x hospedeiro.

Os animais selvagens selecionam sua própria dieta que está disponível e necessitam de muito tempo e energia para procurar alimentos. Ex. Veados campeiros, Falcões-Rapinagem / Predatismo leis da sobrevivência. Já os animais domésticos apreciam a dieta disponibilizada pelo homem, geralmente não variadas. Com a presença de alimentos constantes, sendo mais sujeitos às deficiências alimentares qualitativas.

O parasitismo e a presença de enfermidades entre os animais selvagens tornam-se relativo poder de agressão devido a resistência neles desenvolvidas. Entre os animais de criação, a depender das condições, da falta de cuidados especiais e da concentração de indivíduos, fica favorecida sua freqüência e disseminação em níveis altos. Torna-se necessário a presença do homem para estabelecer um perfeito equilíbrio de sanidade, alimentação e conforto. Ex.:

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Principais modificações Algumas espécies sofreram profundas modificações morfológicas, fisiológicas e

psicológicas, ao passo que, em outras, essas transformações foram pequenas. As causas das modificações foram à mudança do meio e do regime, e a seleção artificial exercida pelo homem, fazendo reproduzir com maior intensidade.

São bastante evidentes tais observações, atingindo as formas, as funções e o comportamento dos animais. Assim podem ser agrupados em:

Morfológicas - Atingem a estrutura do organismo dos animais com conseqüência

sobre as atividades fisiológicas. Fisiológicas - Estas modificações são sem dúvida, as mais notáveis, exatamente pelo

fato da exploração animal depender de maior intensidade fisiológica Etológicas - Diz respeito ao comportamento individual e social dos animais e sua

conseqüência nas condições sob estudo.

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No quadro abaixo está resumido estas principais modificações.

Morfológicas: Atingem a estrutura do organismo dos animais com conseqüência sobre as atividades

fisiológicas.

Carac.Morfológicas Selvagem Doméstico Qualidade do pêlo São grosseiros, mal distribuídos e,

às vezes apresentando maior concentração em torno da cintura da escapular

Finos e sedosos, distribuídos uniformemente pelo corpo

Coloração da pelagem Uniforme, discreta, parda e curta, podendo mudar com a estação do ano

Combinações das mais variadas, formando pelagens compostas e conjugadas

Tamanho e dimensões corporais: Ex. Suíno

São mais ou menos uniformes, com maior desenvolvimento da cintura escapular.

Varia com a raça, e havendo maior equilíbrio entre a cintura pélvica e escapular.

Orelhas Em geral são bastante móveis Variado

Defesas Bastante desenvolvida (Chifres, Garras e Dentes fortes)

Menor tamanho ou mesmo ausentes

Gordura

Reduzida às necessidades de suprir períodos carências

Têm o panículo adiposo desenvolvido e o deposito de gordura muitas vezes exagerado

Esqueleto Ósseo Fortes e grossos Estrutura relativamente fraca e leve

Fisiológicos - Estas modificações são sem dúvida, as mais notáveis, exatamente pelo fato da

exploração animal depender de maior intensidade fisiológica.

Carac. Fisiológicas Selvagem Doméstico Velocidade de locomoção

Mais desenvolvido pela necessidade de defesa.

Bastante reduzida, com exceção do cavalo e alguns cães.

Vôo Ex. Galinha caipira e frango de corte

Com exceção das aves terrestre, todas têm capacidade para o vôo.

Algumas aves perderam parcial ou totalmente essa capacidade, devido o excesso de peso corporal.

Fertilidade Pouco acentuada, e tendem a estacionalidade reprodutiva.

Férteis e a maioria são poliéstricas contínua.

Prolificidade Ex. Porca Caipira e de Granja

Numero limitado devido a necessidade de proteção da prole

São mais prolíferos

Lactação - Ex. Bovino, Bubalino,Ovino,Caprino. Tipo Corte e Leite.

Restrita a alimentação das crias Alta produção e Persistência de Lactação.

Choco Característica própria das aves para incubar os ovos

Vem desaparecendo em algumas aves de alta produtividade (Galinha e Codornas de Postura)

Velocidade crescimento

Lento ou mesmo retardada Baixo ganho em peso

Acelerada Alto ganho em peso

Precocidade sexual Animais tardios - demoram a iniciar a atividade reprodutiva

Animais precoces - começam reproduzir muito jovens

Etológicos – Diz respeito ao comportamento individual e social dos animais e sua conseqüência nas condições sob estudo.

Carac. Etológicas Selvagem Doméstico Instinto de defesa Bastante aguçado: Audição,

Visão e Olfato muito evoluído e adaptados por necessidade de auto proteção.

Reduziram bastante seus instintos de defesa, sendo em algumas espécies incapaz de sobreviverem em ambiente selvagem.

Comportamento sexual Monogamia na maioria das espécies, mantendo o instinto reprodutivo limitado à temporada da reprodução. Os machos lutam acirradamente pela dominância.

Há maioria é orientado pelo homem, e são pressionados a reproduzir constantemente e com curto intervalo de tempo.

Relacionamento com o homem

Ausente Em virtude da intensa observação, e cuidados ocorre a interação harmoniosa.

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Exemplos:

50%

12,5%

25 %

50 %

50 %

25%

(Geração 0)

(Geração 1)

(Geração 2)

(Geração 3)

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Produção e Persitência

2.9. Responsáveis pelas Modificações Apresentadas Quase todos os animais, ao sofrerem as mais diversas modificações durante o

processo de domesticação , tiveram como responsáveis: A Seleção (Adaptação x Produtividade) O regime de criação A alimentação

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A Seleção: Alterando a atividade da seleção natural, substituindo pela seleção artificial, o trabalho do homem foi de fazer reproduzir, em separado, formas com características próprias. Em conseqüência muitas espécies hoje em domesticidade não apresentam nenhuma ou quase nenhuma semelhança com seus ancestrais selvagens. Convém salientar que o processo seletivo inicial, muito provavelmente, o homem deve ter separado para reprodução indivíduos mais mansos e dóceis, tendo depois partido pelas vantagens produtivas apresentada para exploração, devido a presença de atributos especiais mais destacados.

O regime de criação: As transformações radicais sugeridas pelas modificações

introduzidas nos regimes de criação, quando os animais se afastaram de seu meio ecológico original e se disseminarão pelas várias partes do mundo contribuíram, por um princípio de adaptação ambiental, para que aparecem novas formas de vida que, por sua vez, apresentaram condições adaptativas aos ambientes novos e que foram levadas.

A alimentação: Sem sombra de dúvida, a alimentação que o homem direcionou aos

seus animais em domesticidade constituiu um dos mais fortes responsáveis pelas modificações que hoje estes animais apresentam, comparativamente aos seus semelhantes que continuaram na vida silvestre.

As pastagens perenes e abundantes, as aguadas bem distribuídas oferecidas aos herbívoros são exemplos citados a toda hora.

A criação em confinamento de aves e suínos representam exemplos de como a tecnologia humana passou a oferecer as necessidades mínimas para estes animais . Na alimentação foram descobertas novas opções e fontes mais aproveitada e acessíveis aos animais, permitindo aumentar seus rendimentos.

2.10. Consequencias Genéticas da Domesticação

Em condições naturais

Intensidade da Endogamia- Consaguinidade (apuração e fixação de genes que deram origem as diversidade de raças, Além da seleção natural adaptativa, Formação de raças

Predomínio da Seleção Artificial – Aumento da produtividade e redução da adaptabilidade

Maior possibilidade de exogamia – Cruzamentos de Raças

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3. AS ESPÉCIES DOMÉSTICAS DE INTERESSE ZOOTÉCNICO

3.1. Taxonomia Zoológica das Espécies

A classificação das espécies é baseada em aspectos estruturais, funcionais,

tamanhos, proporções, entre outros. O Sistema de classificação estabelecido por LINEU distribui as espécies domésticas em REINO, FILO, CLASSE, ORDEM, FAMÍLIA, GÊNERO e ESPÉCIE, podendo ocorrer subdivisões entre estes agrupamentos. A apresentação dos nomes científicos das espécies consiste em apresentar o nome genérico com inicial maiúscula, seguido pelo nome específico com inicial minúscula, sendo ambos grifados ou em itálico e seguidos da inicial ou nome do classificador, separados por vírgula, devendo ainda, ser citado entre parênteses. Conforme descrito, a título de exemplo, o nome científico dos taurinos é Bos taurus L.

As espécies animais domésticas estão agrupadas em seis CLASSES zoológicas Mammalia, Aves, Répteis, Anfíbios, Peixes e Insetos, pertencentes ao REINO Animal, com as cinco primeiras classes possuidoras de coluna vertebral, crânio e encéfalo, considerados cordados superiores e pertencentes ao FILO Vertebrata, e a última ao FILO Invertebrata.

A seguir, são apresentadas as principais espécies domésticas e suas classificações taxonômicas:

ESPÉCIES DE INTERESSE ZOOTÉCNICO Inicialmente, admitia-se que todas as espécies domésticas teriam se originado na

Ásia, entretanto, com os trabalhos de paleontologia desenvolvidos ficou esclarecido que, embora os asiáticos tivessem domesticado grande parte das espécies domésticas atuais e, naquele continente tivessem origem grande números de espécies, em outros continentes surgiram e foram domesticadas espécies de interesse zootécnico.

A seguir, são apresentadas as principais espécies domésticas de interesse zootécnico, com possíveis origens e ancestrais.

Principais Animais Domésticos de Interesse Zootécnico TAURINO (Bos taurus taurus) - Todos os bovidae, domésticos ou não, descendem de

um tronco filogênico comum, o "Antílope" do Mioceno e Plioceno, o qual originou todos os cavicórneos: Ovis, Capra, Antilope, Bos, Bubalus, etc. Dentre os animais domésticos primitivos os Bos taurus e Bos indicus, os de mais difícil determinação da origem, superados apenas pela dificuldade de determinação de origem do cão. Os Taurinos, possivelmente foram domesticados após o Cão, a Cabra e o Carneiro, entre 6000 a 4000 anos a.C., possivelmente na Índia, Oriente Médio, e Egito. Depois foram desenvolvidos em toda Europa.

ZEBUÍNO (Bos taurus indicus) - Os Zebuínos, espécie diferente dos taurinos, foram domesticados possivelmente no Egito e na Índia, antes dos taurinos. E teve um grade desenvolvimento nas regiões tropicais.

BÚFALO (Bubalus bubalis) - Originado e domesticado na Ásia. Possivelmente descende do Arni (Bubalus indicus). A época da domesticação é imprecisa, embora na cultura do Mohenjo Daro na Índia (2.500 anos a.C.) e na China (1.000 anos a.C.) já era conhecido prestando utilidade.

CAPRINO (Capra hircus) - Segunda espécie a ser domesticada e primeiro animal leiteiro domesticado, superando os ovinos em prioridade quanto à maior abundância de fósseis (DOMINGUES, 1968), possivelmente no Oriente Médio, tendo-se sugerido a Pérsia ou a Palestina como locais (HEISER JUNIOR, 1977).

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OVINO (Ovis aries) - Domesticado na Ásia no mesmo período que os caprinos. SUÍNO (Sus domesticus) - Descende provavelmente de duas espécies primitivas,

uma delas sobrevivente, o Sus scrofa ou Javali europeu; e o Sus indicus ou javali asiático, forma selvagem desconhecida, que apresenta Sus vittatus como forma sobrevivente, em extensa área da China. Sendo domesticado inicialmente na China, cerca de 4.000 anos a.C.

GALINHA (Gallus domesticus) - Originada na Índia e domesticada na Índia, China e Pérsia. Possui como antepassado direto o Gallus bankiva ou galinha selvagem da Índia e Indochina, ainda sobrevivente. Podendo ser incluídas como ancestrais da galinha doméstica, devido à interfecundidade, três espécies selvagens da Ásia meridional, Gallus sonnerati ou galinha parda da Índia, Gallus lafayetti ou galinha do Ceilão e Gallus varius ou galinha de Java.

CAVALO (Equus caballus) - Domesticado na Ásia na Idade dos Metais, cerca de 3.500 anos a.C.

ASININO (Equus asinus) - Originado na África (Núbia e Etiópia) e na Ásia (Tibé), onde foi encontrado em estado selvagem. Possivelmente, foi domesticado antes dos eqüinos, no vale do Nilo, na África, cerca de 5.000 anos a.C.

COELHO (Oryctolagus cuniculus) - Descende do Oryctolagus cuniculus, de origem européia. Provavelmente foi domesticado na Península Ibérica.

CARPA (Cyprinus carpio) - da Pérsia e Ásia Menor, onde foi iniciada a criação em cativeiro. A domesticação iniciou na China, desde 2.100 anos a.C.

BICHO-DA-SEDA (Bombyx mori) - Descende de Bombyx religiosae, de origem chinesa, onde foi criado inicialmente antes de 2.500 anos a.C.

ABELHA (Apis mellifera sp.) - Descende das subespécies primitivas de Apis mellifera fasciata ou abelha alemã, de Apis mellifera ligustica ou abelha italiana e de Apis mellifera adansonii ou abelha africana. A primeira abelha criada foi provavelmente a Apis mellifera ligustica. Segundo IOIRISH (1981), antes de domesticar as abelhas, o homem pilhava o mel. Há cerca de 5.000 a 6.000 anos existiam colméias primitivas no Egito e em outros países da Antiguidade, de formas diversas, fixas em argila cozida.

Principais Animais Silvestres Hydrochoerus hydrochaeris – Capivara Sus scrofa – Javali Taiassu tajacu-Cateto ou catitu Taiassu percari - Queixada Agouti paca – Paca Dasyprocta sp. - Cutia Rhea americana – Ema Caiman latirostris – Jacaré Chelydridae - Tartaruga

Principais Animais de Estimação

CCaanniiss ffaammiilliiaarreess –– CCaanniinnoo:: CCaacchhoorrrroo xx CCaaddeellaa Felis domestica – Felino: Gato x Gata

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Classificação zoológica REIN

O FILO SSUUBB--FFIILLOO CLASSE ORDEM SUB-ORDEM FAMÍLIA

SUB-FAMÍLIA

GÊNERO ESPÉCIE NOME

Animal

CChhoorrddaattaa--

VVeerrtteebbrraadd

oo,, CCrrâânniioo

EE EEnnccééffaalloo

VVeerrtteebbrraattaa

MMaammmmaalliiaa

((MMaammííffeerroo

))

AArrttiiooddaaccttiillyyaa Dedos em n° par

RRuummiinnaannttiiaaee

Bovidae Característica

de possuir cornos

Bovinae

Bubalus Bubalus bubalis Bubalino Búfalo

Bos Bos taurus taurus Bos taurus indicus

Bovinos Taurinos E Zebuínos

CCaapprriinnaaee CCaapprraa CCaapprraa hhiirrccuuss CCaapprriinnoo -- CCaabbrraa

OOvviinnaaee OOvviiss OOvviiss aarriieess Ovinos - Ovelha

Suiformes Suidae Suinae Sus

Sus domesticus(Sus scrofa, Sus vittaus, Sus mediterraneus

Suínos - Porco

Sus scrofa Javali

Tayassuidae Tayassuidae Taiassu

Taiassu tajacu Cateto ou Catitu

Taiassu percari Queixada ou porco-do-mato

Perissodactyla Dedos em n° impar

Perissodactyla EEqquuiiddeeooss EEqquuiiddaaee Equus

Equus caballus Equinos Cavalo

Equus asinus Asinino, Jumento

Equus híbrido Muar- Burro

Rodentia Dentes insisivos

superiores pares e grandes

Hystricognathi

Hydrochoeridae Hydrochoerus Hydrochoerus hydrochaeris Capivara,

Agoutidae Agouti Agouti paca Pacas

Dasyproctidae Dasyprocta sp. Dasyprocta sp. Cutias

LLaaggoommoorrpphhaa Leporidae Oryctolagus Oryctolagus cuniculus Coelho

CCaarrnníívvoorraa Canidae Canidae Canis CCaanniiss ffaammiilliiaarreess Cachorro

Felidae Felidae Felis Felis domestica Gato

Aves

Galiformes

Phasianidae

Gallus Gallus domesticus Galinha

Coturnix Coturnix coturnix japonica Codorna

Phasianus Phasianus colchicus Faisão

Pavo Pavo cristatus Pavão

Numidae Numilda Numilda galcaia Galinhola/ Cocar

Meleagrididae Meleagris Meleagris gallopavo Peru

Anseriformes Anatidae

Cairina Cairina moschata Pato

Anas Anas boschas Marreco

Anser Anser domesticus Ganso

Cygnus Cygnus olor Cisne

Struthioniformes Struthionidae Sthuthio Sthuthio camelus Avestruz

Rheiformes Rheidae Rhea Rhea americana Ema

Répteis Crocodylia Crocodylidae Caiman Caiman latirostris Jacaré

Chelonia Cryptodira Chelydridae Tartaruga

Anfhibia Anura Ranidae Rana Rana catesbeiana Rã Touro

Peixes Cypriniformes Cyprinidae Cyprinus Cyprinus carpio Carpa

Artrópodes

IInnvveerrtteebbrraa Insecta Hymenoptera Apidae Apis Apis mellifera Abelha

Lepidoptera Bombycidae Bombyx Bombyx mori Bicho-da-seda

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Imagens de animais de interesse zootécnico

Bubalus bubalis – Bubalino: Búfalo x Búfala Bos taurus taurus- Taurino- Bovino: Touro x Vaca Bos taurus indicus – Zebuino- Bovino: T x V

CCaapprraa hhiirrccuuss –– CCaapprriinnoo:: BBooddee xx CCaabbrraa OOvviiss ÁÁrriieess –– OOvviinnoo-- CCaarrnneeiirroo xx OOvveellhhaa

Sus domesticus – Suino- Cachaço x Porca Sus scrofa – Javali Taiassu tajacu-Cateto ou catitu Taiassu percari-queixada

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Imagens de animais de interesse zootécnico

Equus caballus – Equino:Cavalo x Égua Equus asinus – Azinino: Jumento x Jumenta Equus caballus x Equus asinus -Híbrido- Muares: Burro e Mula

Hydrochoerus hydrochaeris – Capivara Agouti paca - Paca Dasyprocta sp. - Cutia Oryctolagus cuniculus – Coelho

CCaanniiss ffaammiilliiaarreess-- CCaanniinnoo:: CCaacchhoorrrroo:: CCaacchhoorrrroo xx CCaaddeellaa Felis domestica: Felino: Gato x Gata

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Imagens de animais de interesse zootécnico

Gallus domesticus: Galinha Numilda galcaia- Galinhola/ Cocar Coturnix coturnix japônica- codorna

..... Phasianus colchicus- Faisão Pavo cristatus - Pavão Meleagris gallopavo - Peru Sthutio camelus - Avestruz Rhea americana – Ema

Cairina moschata - Pato Anas boschas - Marreco Anser domesticus - Ganso Cygnus olor - Cisne

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Imagens de animais de interesse zootécnico

Caiman latirostris - Jacaré Chelydridae sp- Tartaruga Rana catesbeiana - Rã Touro

Principais Espécies Comerciais Adaptadas aos CultivoPiraputanga Tilápia Nilótica- Linhagem Supreme Tilápia vermelhas hibridas– Saint Peter

Tilápia Nilótica - L.Tailandesa

Pintado Surubim-Cachara

Pirarucu

Piau Três Pinta Piau çuLambari

Carpa Comum

Carpa CabeçudaCarpa Capim

Curimbatá ou Papa-Terra

Matrinxã

Tambaqui Pacu Pirapitinga

Peixes Nacionais Pintado – Pseudoplatystoma coruscans Surubim – Pseudoplatystoma fasciatum Pirarucu – Arapaima gigas Tambaqui – Colossoma macropomum Pacu – Piractus mesopotamics Pirapitinga – Piractus brachypomum Matrinxã – Brycon cephalus Piraputanga – Bricon hilarri Piauçu – Leporinus abtusidens Curimbatá – Prochilodus sp. Lambari – Astyanax bimaculatus

Peixes Exóticos Tilápia – do –Nilo – Oreochromis niloticus Carpa comum – Cyprinus carpio Carpa chinesas Cabeça – grande: Aristchthys nobilis Prateada : Hypophthalmichthys molitrix Capim: Ctenophryngodon idella

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Principais espécies de peixes adaptadas aos cultivos Obs.: Não inclui peixes ornamentais

Insecta- Apis mellifera-Abelha Bombyx mori- Bicho-da-seda

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4. UTILIZAÇÃO DOS ANIMAIS

Desde o primórdio da domesticação, em conjunto com a evolução das necessidades, do conhecimento e do comportamento humano, a produtividade dos animais tornou-se um imperativo do homem e tem sido cada vez explorada mais intensamente, o que leva a um maior estreitamento desta dependência que evolui para uma das principais atividades econômicas. Assim do extrativismo (caça e pesca) passou o homem a cultivar os animais, cada vez deles mais requisitando tudo aquilo que tivesse utilidade direta ou indireta.

4.1. Aproveitamento das Atividades Fisiológicas Procurando aumentar a produtividade animal, têm-se feito nos últimos anos enormes

esforços, no sentido de aumentar os conhecimentos no campo da fisiologia, objetivando aplicações imediatas desses conhecimentos. O entendimento perfeito das funções do organismo animal constitui a base para o desenvolvimento da ciência zootécnica, pois funciona basicamente como uma indústria em que o animal é aproveitado como máquina viva. Todo aproveitamento econômico dos animais está relacionado às suas funções, que é o resultado de um conjunto de processos harmonicamente coordenados.

Classicamente tem sido agrupadas e relacionada as atividades fisiológicas em: De Relação: que são aquelas que põem os animais em contato com o meio; De Nutrição: que concorre para a conservação do indivíduo; De Reprodução: que asseguram a perpetuação da espécie. Do ponto de vista zootécnico, consideramos algumas atividades fisiológicas (ou

funções) isoladamente, levando se em conta principalmente:

Reprodução: Cria, Ovo

Lactação: Leite

Crescimento: Carne

Locomoção: Força motriz e condução 4.1.1. Reprodução (Parto, Postura, Desova)

È a função encarregada da perpetuação da espécie no aspecto econômico, melhor

seria dito ser ela a responsável pela expansão dos rebanhos, no seu aspecto quantitativo. Pode se afirmar que o aproveitamento total de um animal de alta qualificação

depende de sua capacidade como reprodutor. A reprodução é a atividade mais complexa, dependendo de vários fatores, como:

formação e descida de óvulos dos ovários, ardor sexual no momento da nidação do óvulo, formação e conduta dos espermatozóides, fecundação, implantação e desenvolvimento do embrião e, finalmente o parto e/ou a postura. Todos esses segmentos são de grande importância e comandados, sobretudo, por hormônios de alta complexidade.

Ultimamente os estudos em reprodução dos animais domésticos tomaram impulsos consideráveis, face aos grandes avanços no campo da fisiologia, da patologia, da tecnologia e conservação do sêmen e na transferência e cultivo de embriões e no aproveitamento de doadoras de alta capacidade genética, objetivando utilizá-las positivamente no melhoramento genético na produção animal. Mas recentemente as técnicas de indução hormonal em peixes permitiram um grande avanço no desenvolvimento da piscicultura.

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Toda vez que se fala em reprodução, estará falando em fertilidade, que é a maneira de externar a boa capacidade de reprodução. A fertilidade está sempre representada por número de animais nascido por estação, intervalo entre parto (duração entre dois partos (IEP)), período de serviço (período do parto a uma nova concepção), número de ovos produzidos, números de ovos eclodidos, ou mesmo produção de óvulos, fertilidade dos óvulos, número de larvas por desova, entre outros. Exemplos:

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De uma maneira geral, as animais fêmeas mantêm seus ciclos estrais durante todo o ano, como a vaca, a búfala, a porca e algumas raças de ovinos e caprinos. Tendo em vista que algumas espécies ou raças têm uma época que concentra suas atividades reprodutivas em determinado período do ano, conhecido como reprodução estacional (Sazonalidade reprodutiva). Este caso é notável a interferência da luminosidade nas atividades fisiológicas reprodutivas, podendo algumas espécies ser estimuladas quando a luminosidade diminui (Fotoperíodo Curto- Outono/Inverno (Maioria das Raças de Ovinos e Caprinos)) ou quando a luminosidade aumenta (Fotoperíodo Longo – Primavera/Verão (Aves e Equínos). Além da relação entre a sazonalidade de produção natural de alimentos.

Especificamente, dependendo da reprodução, está a produção de ovos nas aves, cujos conhecimentos científicos do setor alcançaram tais níveis que a maior ou menor produção de ovos não é o problema primordial. Os maiores obstáculos são aqueles ligados ao manejo, conforto, nutrição e sanidade.

Ex. Porque as aves diminui a postura na quaresma?

Nos peixes e répteis (Desova com Fecundação Externa), por terem seu metabolismo influenciado pela temperatura da água, a reprodução naturalmente ocorre na época quente do ano (Primavera/Verão), ou seja na época das chuvas.

Peixes- Piracema-Migração dos peixes na época das cheias, rio acima, para desova

4.1.2. Lactação

A lactação é uma atividade fisiológica própria das glândulas mamárias cujos produtos (Colostro e leite) são os primeiros alimentos necessários para a preservação da vida nos mamíferos.

Sobre a função leiteira, grandes esforços foram efetuados (principalmente na vaca), para atingir produções extraordinárias (acima de 10 ton./vaca/lactação). Tais esforços no melhoramento genético são surpreendentes, sobretudo se considerarmos a intensa atividade fisiológica da produção de leite, pois, para a produção de 30 kg, há necessidade de que o úbere circulem cerca de 7 toneladas de sangue (exemplo da vaca).

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A mama é uma glândula de secreção externa (exócrina) semelhantes àquela como as sudoríparas e sebáceas, sendo todas de formação embrionária do tipo cutâneo. A função de secreção de leite é divida em três fases: Iniciação da Produção; Manutenção da Produção; e Expulsão (descida) do leite. Todas estas são de alta complexidade, resultantes (sobretudo as duas primeiras) de fatores genéticos e ambientais.

Figura. Fisiologia da glândula mamária

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Figuras. Correlação das Fases da Lactação com as Condições Corporais

Figura. Genótipo e Fase de Desenvolvimento na Produção de Leite

Nem todos os animais têm sistema mamário iguais. Entre os animais produtores de

leite, destaca a vaca e a búfala que possui 4 glândulas de formação independente, enquanto a cabra e a ovelha possuem duas. Os eqüídeos (Égua, Jumenta) também possuem dois pares. Porém existem espécies mais prolifiticas com grande número de glândulas mamárias, como exemplo podemos destacar a porca, cachorra e a gata.

Vaca e Búfala Ovelha, Cabra e Égua

Curva de Produção durante a Lactação

0

10

20

30

40

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Periodo de Lactação(meses)

Pro

du

ção

méd

ia d

iári

a

(L leit

e) nº1

nº2

nº3

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A dependência hormonal da lactação está inicialmente ligada a estrógenos e à

progesterona, no que diz respeito a fase inicial, somada à prolactina hipofisária, bem como a hormônios séricos adrenais e da tiroxina, tudo aliado a comandos nervosos cuja ação pode, inclusive, impedir a expulsão do leite.

Vários condicionamentos de ordem fisiológica e ambiental são responsáveis pela alteração da quantidade de leite produzida, bem como pela sua composição, independentemente de fatores genéticos de base orgânica.

Assim, a quantidade e a qualidade de leite produzido podem variar de acordo com a etapa de lactação, fase da gestação, idade, presença de cio, bem como tamanho e conformação do úbere dos animais. O ambiente pode ser responsável por alterações devido a alimentação, temperatura, luminosidade e umidade, bem como acometimento de enfermidades.

Exemplos: 4.1.3. Crescimento

A produção de leite, independentemente de seu aspecto econômico voltado para a

alimentação humana, tem importância decisiva no aumento e na manutenção dos rebanhos mamíferos domésticos, dele dependentes na fase inicial de vida. Animais que não foram bem alimentados no primeiro período de vida não terão um acréscimo satisfatório e conveniente devido à má formação óssea e muscular em idades próprias. Nos ovíparos, como peixes e aves possuem o saco vitelínico para nutrir o recém-nascido nas primeiras horas ou dia de vida.

Entende-se por crescimento o aumento correlativo da massa corporal, comparativamente ao espaço de tempo. A superfície corporal, oferecendo peles de maior extensão é uma conseqüência do maior desenvolvimento do volume corporal e da eficiência da atividade fisiológica de crescimento. O crescimento contínuo da parte pilosa do tegumento é fato primordial para o aproveitamento da lã (ovinos), plumas e penas (aves).

Nos animais domésticos e suas raças, existem acentuadas diferenças na velocidade de crescimento, como conseqüência do meio ambiente (trato e alimentação) e da sua disposição genética. Para a evolução do crescimento são necessários fatores ligados a herança.

Alta produção de hormônios específicos, como tiroxina, insulina, testosterona e o próprio hormônio de crescimento;

Atividade das epífises ósseas;

Síntese de proteínas ao nível do fígado e da musculatura;

Devemos entender que a atividade de crescimento está relacionada com uma determinada fase de vida, ou melhor, o animal adulto, embora aumente o seu peso corporal, não é considerado incluído como em crescimento quando aumenta seu peso.

O aumento do peso e da massa corporal devido ao acúmulo de tecido adiposo, cuja produção se acentua após o crescimento real, não deve ser levado em conta. O crescimento verdadeiro ocorre nos músculos e ossos, entendendo-se que se encerra após a calcificação

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das epífises. Assim, não é considerada a “engorda” como crescimento, muito embora na prática, seja de certa forma difícil fazer tal distinção.

Figura. Curva de crescimento animal (sigmóide)

1- Fase de Crescimento Gestacional (Pré-Natal) 2- Fase de Crescimento Acelerado (Pós- Natal) 3- Início à Puberdade – Fase de mudanças comportamentais e corporais 4- Maturidade Sexual – Fase de crescimento desacelerado- Desenvolvimento corporal- Início as atividades reprodutivas – (1ª a 3ª cria) 5- Animal Adulto- Ponto de estabilização (3ª a 7ª cria) 6- Animal Velho - Ponto de inflexão

O crescimento tem sido expresso por representações gráficas, nas quais compara o

peso em relação à idade. Tais representações formam curvas do tipo sigmóide. Quando o peso do animal atinge de 40 a 50% daquele que alcançará a idade adulta, diz que alcançou a puberdade, faixa em que há uma sensível aceleração do crescimento, em vista do desenvolvimento da musculatura e do tecido adiposo, sendo nesta fase (e idade) onde o peso é considerado o mais econômico para o abate dos animais ou aptos à reprodução (65 a 70% do Peso Adulto), quando a partir de então, verifica-se que a curva de crescimento tende a se manter reduzida até sua estabilização (para os mamíferos – as fêmeas entre a 1ª e 3ª reprodução), quando se torna adulta (da 3ª até por volta da 7ª reprodução) e na velhice começa a declinar lentamente, vinda a ocorre a morte.

A composição corporal pode ser observada na figura abaixo, em que os tecidos são formados ao mesmo tempo, porém existem fases onde há maior desenvolvimento de determinado tecido, em que podemos observa a fase de vida dos animais, e principalmente atender as suas exigências nutricionais.

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Figura. Curva de desenvolvimento dos tecidos corporais

Quanto a questão de eficiência nutricional e econômica podemos utilizar do exemplo a criação de frangos de corte, onde observa que o ganho de peso reduz à medida que aumenta o ganho de peso, mostrando a fisiologia estabelecida na curva sigmóide de crescimento, enquanto o consumo torna-se maior a medida que o animal cresce, pois aumenta as necessidade de nutrientes para manter sua composição e vida.

Figura. Desempenho Nutricional de Frangos de Corte

Tendo em vista que o maior gasto na criação de animais refere-se a alimentação, os estudos busca abater os animais quando eles terminam a fase de desenvolvimento muscular e inicia o desenvolvimento do tecido adiposo, onde a parti de então a eficiência alimenta tende a reduzir a níveis anti-econômicos, pois já não tem eficiência considerável para

0

50

100

150

200

250

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56

Gra

ma

s/ d

ia

Idade ( dias)

Desempenho Nutricional em Frangos de Corte

Ganho g/dia

Consumo g/dia

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crescimento e necessitarão de muito alimento para produzir pequenas quantidade de massa corporal

Figura. Relação entre Tamanho e Precocidade

Estes conhecimentos preliminares são muito valiosos para o entendimento científico da exploração dos animais produtores de carne ou leite, independente da espécie.

0102030405060708090

100

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56

Efi

ciê

nc

ia A

lim

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tar

Idade (dias)

Eficiência alimentar em funcão da Idade/PesoVivo

Idade (dias)

Eficiência Alimentar Ganho/Consumo*100

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Curva média de crescimento das principais espécie de peixes comerciais

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4.1.4. Locomoção Ultimamente, o estudo da locomoção tem sido mais considerado, sobretudo em

decorrência dos esportes hípicos nos tempos atuais. A locomoção, conseqüência da movimentação do organismo animal é uma troca do

estado de equilíbrio provocada de maneira deliberada, cuja regulação e duração determinam as formas de progressão.

De maneira simples, pode se definir a locomoção, como: ato ou faculdade de transladar-se de um lugar para outro em progressão contínua, partindo de uma postura inicial de equilíbrio.

Entre as diversas espécies animais, o cavalo, tem sido aquela que despertou maior interesse no estudo da função locomotora, evidenciando características que tornarão esta espécie o protótipo de utilização racional dos movimentos e, consequentemente, da sua potencia motora. Partindo deste conhecimento, têm-se feito as devidas comparações para o melhor entendimento de outras espécies, como o jumento, o burro, bois, búfalos, cães, entre outros.

A locomoção requer atividades coordenadas e integradas de muitos sistemas, solicitando a interveniência de vários órgãos bob o comando do sistema nervoso central.

Os seguimentos envolvidos na locomoção estão agrupados em: Ativos e Passivos. Os ativos são referentes à musculatura, que constitui a base funcional das atividades

locomotoras, pois são os músculos que provocam os movimentos orgânicos e espaciais, atendem as solicitações para flexão, extensões e aduções de acordo com suas especializações.

Os passivos são os ossos e suas ligações, cartilagens, bainhas tendinosas, bolsas sinoviais e tendões. Os ossos, no conjunto, constituem o principal componente; permitem a resistência à tração e à pressão, formado, por intermédio do esqueleto, uma estrutura estável, que vem facilitar a força da muscular durante os movimentos.

Grande parte dos conhecimentos da atividade locomotora está voltada para estudo das peculiaridades e características próprias de cada tecido, de maneira a ter uma fundamentação biológica para o estudo da mecânica dos movimentos.

Quando em repouso, os animais têm somente que enfrentar o equilíbrio entre a força da gravidade e seu posicionamento, durante a movimentação, têm que harmonizar a força vertical com a horizontal (ou propulsiva e ainda forças de lateralidade, cujo conjunto em harmonia provoca a locomoção. Vale salientar que nesse conjunto de forças, devem ser considerados a morfologia e o peso corporal, tamanho do pescoço, da cabeça e da calda, destacando-se, no conjunto, os membros.

A dinâmica corporal representa os chamados movimentos locais e com deslocamento. Os movimentos locais são aqueles que não aparecem na locomoção, portanto sem deslocamento, como: Decubitar, levantar e escoicear. Os movimentos com deslocamento constituem o próprio ato da locomoção, engloba todo um processo dinâmico, ou seja, a andadura, cuja posição, elevação, lançamento, apoio e resistência dos membros envolvem comprometimento da cintura pélvica, cintura escapular e coluna vertebral, provocando o deslocamento do cento da massa corporal e, consequentemente do gravitacional, gerando as diversas formas de deslocamento. Constitui, este deslocamento, o passo (rápido, comum, reduzido e de carga), o trote (curto, médio e de corrida), o galope (curto, médio e de corrida), e a marcha (meia marcha e marcha rápida). Existem, ainda, os movimentos espaciais, como recuar, saltar, escalar, e nadar.

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Figuras. Cavalos em Locomoção

Figura. Estrutura do Equino, Suíno e Bovinos

4.2. Classificação das Utilidades

Ao serem considerados as atividades fisiológicas aproveitáveis na produção animal, bem como o destino do produto, podemos classificá-las em:

Produção de alimentos; Produção de derivados não comestíveis; Alimentos para animais; Trabalho e esporte; Elemento científico; Elemento decorativo e de companhia

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4.2.1. Produção de alimentos

A necessidade vital do homem nas suas etapas primitivas fez com que os alimentos fossem procurados dentro do seu próprio meio e, como vimos, os animais caçados constituíram um fator por demais importante nos elos evolutivos da espécie humana.

Carne, Vísceras e Toucinhos: Incontestavelmente, o homem, no seu estágio inicial,

comia a carcaça e as vísceras dos animais abatidos, crus ou putrefados, sem nenhum artifício, inclusive o da cocção, o qual só apareceu depois da descoberta do fogo. A necessidade de manter a vida útil dos alimentos, preservando-os contra as alterações provocadas por agentes químicos, físicos e biológicos, e sua conseqüente deteriorização, levou o homem a ser instalado a desenvolver técnicas simples, como a salga, até os mais sofisticados, como a liofilização.

São considerados carnes as massas musculares dos animais abatidos os pescados, abrangendo mamíferos, répteis, aves e peixes. As vísceras são definidas genericamente como os órgãos internos com características comestíveis, excetuando-se as glândulas apoterápicas, principalmente, e suas coleções de secreções. O toucinho é constituído pelo panículo adiposo subcutâneo dos animais.

As carnes, vísceras e toucinhos são considerados resfriados, quando mantidos em torno de 0°C, enquanto só serão considerados congelados quando mantidos a temperaturas inferiores a 10°C. Carnes, vísceras e toucinhos salgados são produzidos devido a uma técnica muito antiga pela intervenção do cloreto de sódio que, ao absorver a água, provoca a desidratação parcial dos tecidos. Quando submetido a processos físicos, como o calor (sol ou estufa), e mesmo com prensagem final, considera-se que são produtos desidratados. A defumação é um processo em que o calor produzido de madeiras especiais (nunca resinosas), além da desidratação, impregnam os tecidos de odores característicos. A produção de enlatados é uma conseqüência da esterilização, à vácuo, de carne em geral, acondicionadas em recipientes próprios já destinados diretamente à comercialização.

Carne

Carcaça de Ovinos

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Principais Cortes da Carcaça de Ovinos/ Caprinos

Carcaça de Bovino Carte bovino-Picanha

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Carne de Frango e seus Cortes e aproveitamento comerciai

Carne e os principais cortes de Suínos

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Carne de Peru

Carne de Jacaré

Carne de Rã Rã pronta para consumo

Peixe Pintado Peixe pronto para consumo

Vísceras

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Toucinho

Toucinho de Porco

Derivados da Carne: Material resultante do aproveitamento final de carne, vísceras, gorduras e aponeuroses, miscigenados ou não (inclusive com o uso de condimentos), recipientes de vidro, bisnagas e laterais, defumados ou esterilizados à vácuo ou liofilizados, sempre destinados à alimentação humana. Aqui são classificados os embutidos, patas, enlatados diversos, banhas, óleos de mocotó, bem como vergas, tendões e medulas transformadas em gelatina comestível.

Lingüiça Polpa de carne Peixe defumado

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Leites: Definido como o produto proveniente da ordenha de animais de exploração láctea e obtido após a fase colostral. O leite, para ser mantido na sua integridade biológica, deve e pode ser submetido a um dos inúmeros processos de conservação existentes, como: pasteurização (quando submetidos a temperaturas de 72°C por 20 minutos, provocando a eliminação da flora bacteriana termolábel, principalmente a patogênica), esterilização (quando a temperatura é elevada a 142°C, ficando exposto por apenas 2 a 4 segundos, é eliminado toda flora do leite), condensado (quando parcialmente desidratado, ao qual é adicionado açúcar), fermentado (quando a ele são juntados germes pré-selecionados e cultivados em laboratório, tendo sido anteriormente pasteurizado, podendo, neste caso, ser a ele acondicionados materiais que alterem o seu sabor), em pó ou desidratado (quando a água é retirada na sua quase totalidade por processo industrial de temperatura elevada e vácuo intenso.

Derivados do Leite: Subprodutos resultantes do aproveitamento parcial e da decomposição dos integrantes do leite, destacando-se: creme (o resultado da retirada da parte sólida, composta por gordura e proteínas), manteiga (obtida da parte gorda do leite), queijo e caseína (obtidos da matéria protéica, resultando uma parte líquida, o soro, ao qual pode ser juntado ao soro obtido do creme, formando a ricota.

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Queijos do Leite de Cabras

Ovos: São considerados, genericamente, os de galinha, podendo ser comercializados os de outras aves domésticas, como codornas, cocar, patos, marrecos. Independente de sua classificação pelo peso, podem ser consumidos frescos, refrigerados e transformados em conservas pela desidratação, salga ou transformação em pastas.

Ovos: Galinha e Codorna Ovos de Galinha e de Codorna embalados

Mel e correlatas: Retirado de insetos da família Apidae, criados especialmente para

essa finalidade, é classificado de acordo com a sua coloração, sendo comercializados naturais, ou após centrifugação ou prensagem.

Favo de Mel Mel em embalagens

4.2.2. Produção de derivados não comestíveis

Quase todos eles obtidos como subprodutos de matadouros, são destinados ao preparo de material não reservado à alimentação humana ou mesmo animal

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Seda: Produto obtido do casulo de inseto do bicho-da-seda, com ampla utilização na

indústria de confecções.

Lã, Pêlos, Cerdas e Crinas: À exceção da Lã de carneiros, cabras e coelhos criados com esta finalidade, são recolhidos após o abate dos animais e submetidos ao tratamento de lavagem e reservados para inúmeras finalidades industriais, como: colchões, colchas, pincéis, etc.

Lã de Ovinos Abatidos Lã de animais Tosquiados

Roupas e Casacos de Lã de Ovinos Chifres e Cascos: Materiais formados de tecidos córneos utilizados para artesanatos (ex. berrante) ou após submetê-los ao fogo são triturados para formação de adubos.

Peles e Couro: Conceitua-se pele como sendo o resultado da esfola do animal, logo

após o abate (pele fresca, salgada e/ou seca), e entende-se como couro a pele que sofreu tratamento especial, curtimento e outras técnicas conforme demanda industrial.

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A pele e vendidas para curtumes, que trabalham e retiram o couro para vender para empresas especializadas em produzir diferentes produtos à base de couro

Pele de Caprinos

Chapéu Cinto Calcados (Butina)

Arréio / Sela Bolsas

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Couro de Jacaré e Bota feita do seu couro

Couro de Avestruz e Bota de Couro de Bovino e Avestruz

Couro de Tilápia Couro de Tambaqui

Gorduras não comestíveis: Obtida após a fusão de partes de tecido não destinado à

alimentação, chamados genericamente de sebos e graxas. Penas e Plumas: Recolhidas em matadouro de aves, geralmente são transformadas

em farinha para adubo, ou na confecção de espanadores, colchões e travesseiros, enquanto outras como as de Pavões, Faisões, Perus, Avestruzes, podem ser destinado à indústria de confecções (Ex. Trajes do carnaval – Rio e SP).

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Pena de Faisões Bile e Cálculos Biliares: Também subproduto da matança, tem larga aplicação na

indústria farmacêutica, de cosméticos (como fixadores de perfumes) e na química em geral, aproveitados, inclusive, na confecção de vernizes e lacas especiais.

Produtos Opoterápicos: Empregados largamente na indústria farmacêutica, obtidos

de animais abatidos e retirados em condições muito especiais, dos quais são aproveitados desde o a pele de rã, plasma sanguíneo (soro antiofídico), bem como tireóide, supra-renais, pâncreas, hipófise, testículos e ovários, cuja aplicação farmacêutica (hormônios) e facilmente identificável.

Enxertia com pele de rã

Adubo orgânico: Resultante do aproveitamento dos excretos naturalmente

recolhidos, a ele pode ser juntados vários resíduos de matadouros que se prestem para tal, havendo, muitas vezes, necessidade de tratamento industrial.

4.2.3. Alimentos para animais

Sempre subprodutos, principalmente da indústria de carne que, completamente processados, destinal- se a alimentação animal. Neste caso são consideradas as farinhas de carne, de sangue, de ossos e a tancage (a qual é o conjunto dos resíduos das demais). Acrescenta na indústria de leite, o soro integral e o soro do leite em pó, e a raspa do leite em pó.

Farinha de Carne e Ossos de Aves Farinha de Peixes

4.2.4. Trabalho e Esporte

São inúmeros os animais dos quais é aproveitada a força motriz (a expressão utilizada é mecânica – cavalo de força – tem aqui sua origem). Pode se situar em animais de carga, de tração, de sela, ou juntando todas estas situações em uma única, da qual o cavalo

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sempre representa a melhor imagem. A guarda e o aproveitamento do faro dos cães é uma utilidade muito explorada. Dentro desta mesma linha, podemos considerar os animais dos quais o homem aproveita sua força, agilidade, e inteligência para promover em esportes ou entretendimentos. Outra forma muito utilizada no cães, principalmente em criações, de ovinos como cães pastores, e de bovinos, cães são muito utilizados para manejo do gado.

Burro Apicultor Burro Garimpeiro

Cavalo de Tração Boi de Tração

Cão Pastor Gato controlando (predador) ratos

4.2.5. Elemento científico

Trata-se de uma forma de serviços prestados a humanidade por intermédio da ciência e da tecnologia, em que o coelho e a cobaia se destaca como animais que são utilizados largamente em pesquisas laboratoriais, visando o desenvolvimento e a preservação da própria espécie humana. Neste grupo podem ser nominadas, também, inúmeras espécies selvagens, criadas com o mesmo objetivo.

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4.2.6. Elemento decorativo e de companhia

Não considerados como de exploração econômica, entretanto, de comercialização muito proveitosa. São criados com esse objetivo principalmente aves, como o pavão, o cisne e certas raças de galinhas, bem como o gato e o cão. Os cães guias de cegos são utilíssimos, não só como animais de companhia, sobre tudo pelo serviço a que são destinados. Também podemos citar os gatos que além de servir de companhia, tem função de controlar ratos. Outra modalidade de criação que tem se destacado é a criação de peixes ornamentais, principalmente consorciados com algumas aves, em diversos ambientes, especialmente bosques, parques, entre outros.

Casal de Pavões Casal de Cisne Casal de Faisões . .....Ganso

Cães e Gatos Peixes ornamentais

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5. FATORES LIMITANTES À PRODUÇÃO ANIMAL

A produção animal depende de vários fatores, podendo ser simplificado em dois grandes fatores, o genético e o ambiental (meio ambiente em que vive o animal), sendo que qualquer um destes fatores pode limitar o desempenho produtivo do animal. PRODUÇÃO = (GENÓTIPO + AMBIENTE)

FENÓTIPO

O fenótipo é a expressão do potencial genético, ou seja, são todas as características visíveis, palpáveis e mensuráveis no animal, formado através da união do genótipo com o ambiente.

Sendo que o genótipo, ou seja, a carga genética do animal é puramente hereditária e o meio ambiente o grande responsável pela resposta de como será o animal.

Podemos dizer que o meio ambiente é um dos grandes responsáveis pela produtividade animal, pois, aliado à herança genética (genótipo), expressa no fenótipo (morfologia externa) do indivíduo seu potencial genético de produção.

FENÓTIPO = POTENCIAL GENÉTICO (GENÓTIPO) + AMBIENTE

5.1. Genético

E notável, que a maior evolução e melhoramento na criação de animais ocorreram nas regiões temperadas, destacando a Europa e E.U.A, e quando estes animais foram transferidos para as regiões tropicais, apresentaram menor capacidade produtiva que animais existentes nos trópicos, que mesmo sendo menos produtivo foram ao longo do tempo adaptados a produzir sob condições limitantes, por isso, procuraram-se melhorar os índices zootécnicos dos animais nos trópicos, principalmente com a introdução de raças de clima temperado para serem criadas puras e passando por um processo de aclimatação ou mesmo sendo utilizados em cruzamentos com os animais nativos e adaptados.

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Alguns destes animais, por terem sido selecionados e melhorados em regiões temperadas, sentiram muita dificuldade de se aclimatarem nos trópicos, resultando em mortes ou redução drástica na produção em função dos rigores climáticos, e como modificavam sua capacidade produtiva ao longo do tempo devido à aclimatação adaptativa foram sendo selecionados os indivíduos mais produtivos.

Estas modificações produtivas influenciadas pelo ambiente passaram a serem estudadas, por pesquisadores e cientistas, na Bioclimatologia e Melhoramento Genético Animal.

Produtividade x Adaptabilidade (Resistência e Rusticidade)

Figura. Nível de produção de duas raças em diferentes ambientes

Figura. Progresso Genético

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5.2. Ambiente – Situação de criação de animais nos trópicos

McDowell (1972) publicou que no geral, as melhores condições para a criação dos

animais homeotérmicos adultos seria a de uma temperatura (amena) entre 13 -18ºC; uma umidade relativa de 60 a 70%; a velocidade do vento de 5 a 8 Km/h e a radiação solar com incidências das encontradas na primavera e no outono (conforto térmico); solos férteis (boa produção de alimentos), sem parasitos e bactérias patogênicas (animais saudáveis) ().

Estas condições são praticamente impossíveis de acontecer em climas tropicais, obrigando o homem a evoluir e ter maior responsabilidade direta sobre os animais e principalmente nas conseqüências mais acentuada nas criações mais tecnificada (sistemas intensivos), principalmente relacionados a três fatores ambientais que merece destaque, ou seja, instalação (conforto), alimentação e sanidade.

Neste contexto, o conhecimento de outras ciências, como o meio ambiente, especialmente a geografia interagindo com a biologia, química e física, tem permitido o homem aplicar técnicas que melhora a resposta dos animais nos trópicos. Melhorando o desempenho significativamente à medida que melhora as condições ambientais.

Instalações – As instalações destinadas ao abrigo dos animais de criação devem ser construídas (↓) para diminuir os efeitos das variações ambientais, facilitando as ações das atividades fisiológicas em função do bem estar dos animais.

Alimentação – Alimentos em quantidade e qualidade são extremamente importantes aos animais. Como a produção é variável e sazonal, faz necessários a produção, conservação e armazenamento de alimentos para período de escassez. Além da suplementação mineral.

Saúde – Grande parte das enfermidades que acometem os animais é perfeitamente controlável pela ação do homem, através de melhorias no ambiente de criação e adequando as condições de maneira preventiva.

5.3. Interação: Solo-Clima- Planta-Animal-Homem

O solo, interagindo com o clima, permite o desenvolvimento vegetal que certas

espécies animais utilizam como fonte alimentar. Essas reações em cadeia se interagem sucessivamente devendo ser estendida para incluir o homem. Este, ultimamente, tem demonstrado sua particular capacidade intelectual não só de explorar como também de controlar, pelo menos parcialmente, o seu ambiente.

A temperatura, umidade relativa a níveis de radiação solar, predominantes nas latitudes tropicais, geralmente estão acima da faixa ideal de conforto para a ótima eficiência do desempenho animal, no entanto apresenta condições favoráveis para desenvolvimento dos principais vegetais utilizados como alimento para os animais e/ou para o homem. Em virtude disso, buscam-se caminhos de modificar o impacto do meio sobre as atividades zootécnicas e com a potencialização da produção de alimentos (forragem, grão/cereais).

Daí a compreensão do modo pelo quais os diversos fatores do meio físico influem sobre o animal, tanto direta como indiretamente através de suas interações, é de extrema importância. Exemplos:

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6. MELHORAMENTO GENÉTICO BÁSICO

FENÓTIPO = POTENCIAL GENÉTICO (GENÓTIPO) + AMBIENTE

Estes fatores limitantes de produção são fundamentais a criação de animais, sendo

que neste tópico abordaremos alguns conhecimentos sobre a origem dos genes dos animais, e a transmissão destes genes através da reprodução e os resultados expressos em índices zootécnicos e no exterior dos animais, no qual são importantes ferramentas no processo de melhoramento genético animal.

É importante relembrar que o corpo de um animal (indivíduo), é um conjunto de sistema, formado por vários órgãos, que é constituído de tecidos, que são compostos por um gigantesco número de células vivas, microscópica, cada uma dessa célula possui em seu interior um núcleo, no qual está o DNA, que é uma estrutura onde o código genético do animal está armazenado, o gene.

Gene – Célula – Tecido – Órgão – Sistema – Indivíduo

Neste código está cifrada de forma muito complexa informações sobre a constituição física que vão determinar maior ou menor capacidade de crescer, engordar, reproduzir ou produzir leite. Todos os animais têm o código armazenado em todas as suas células.

O óvulo que é a célula reprodutiva da fêmea carrega em seu interior as informações genéticas materna. O espermatozóide que é a célula reprodutiva do macho carrega em seu interior as informações genéticas paterna.

Quando ocorre o acasalamento entre o reprodutor e a matriz há uma combinação dos

códigos dos dois animais na formação do novo indivíduo, nessa concepção metade das informações genéticas da mãe se combina com metade do pai, misturando (fusão) suas características.

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ou

O ovo formado na concepção tem o núcleo com os genes do novo ser vivo, ele começa a se dividir e as células que surge vão se diferenciando, formando novos tecidos com diferentes funções, até ter um novo ser vivo completo. Cada célula desses tecidos contém uma cópia do DNA no seu núcleo.

O animal formado herdou característica da mãe e do pai que se recombinaram, e

podem ter herdado boa conformação física, e também maior capacidade de engorda, pode inclusive ter herdade a capacidade de transmitir a seus descendentes mais capacidade de engorda.

Neste contexto é importante entender dois conceitos fundamentais: Raça - Segundo Kronacher, raça é um conjunto de animais da mesma espécie, em função da origem apresentam caracteres morfológicos, fisiológicos e econômicos semelhantes. Diferindo dos demais indivíduos da espécie, e que em idênticas condições de meio são capazes de gerar filhos iguais ou parecidos (características hereditárias), tanto em seu aspecto externo como em suas funções orgânicas que permitem separá-los dos demais indivíduos da mesma espécie. Cruzamento - Do ponto de vista do melhoramento genético, cruzamento refere-se ao acasalamento de animais pertencentes a raças diferentes. Os produtos de cruzamentos denominam-se mestiços ou cruzados (F1) e os acasalamentos entre mestiços chama-se mestiçagem.

Caso o acasalamento seja de animais pertencentes à mesma raça, as crias obrigatoriamente deverão ser semelhantes a raça dos pais. No entanto se acasalarem animais de raças diferentes, e devido à mistura dos genes, as crias poderão sair com características morfológicas, fisiológicas e econômicas bem diferentes dos pais, podendo ser mais parecido com um do que o outro.

6.1. Pirâmide Zootécnica

Ao longo dos tempos alguns produtores foram selecionando alguns animais com características semelhantes (Apuração dos Genes) e formando as raças (Maior homozigose- AA ou aa), no qual chegou-se a uma diversidade enorme de raças espalhadas por todo o mundo, onde cada raça tem sua característica que torna adequada a diferentes meios de produção.

Independente da espécie ou raça, o processo de melhoramento genético têm o formato de um pirâmide, onde no ápice ficam os animais extremamente selecionados de uma determinada raça, sendo considerados, animais de elite, e por isso são supervalorizados, no qual são responsáveis em reproduzir descendentes, que irão cruzar com animais multiplicadores melhorados, que serão responsáveis por produzir animais que irão melhorar os rebanhos de menor valor comercial. No qual são os chamados de rebanho comercial, destinados a produzir alimentos à população em geral, e por estar na base da pirâmide, torna-se o grande responsável por toda estruturação da pirâmide genética, com

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reflexo direto em toda cadeia produtiva que pertence a espécie, tipo ou raça, Variedade, Linhagem. Ex. Espécie Tipo Raça Variedade Linhagem

↓ ↓ ↓ ↓ ↓ Ex. Bovina Corte Nelore Mocha Big Ben Ex.: Bovina Leite Holandesa Malhada de Preto Mimosa Ex.: Ovino Carne Santa Inês Mick Tyson Ex.: Ovino Lã Merino Australiano Filler Ex.: Aves Carne Ex.: Ave..................Postura Ex.: Suíno Carne Ex.:Suíno...............Banha

É importante destaca que o processo de melhoramento genético é contínuo, pois o

rebanho considerado elite no momento, já foi um rebanho comercial, de baixo desempenho, e aos poucos foram surgindo animais com desempenho superiores, atingindo status de multiplicados de menor desempenho, no qual foram selecionados até tornarem multiplicadores superiores, que ao realizar maior pressão, extrai indivíduos de alto desempenho, sendo considerado elite, no qual pode ser cruzado com animais elite superiores, melhorando mais os seus descendentes. Esse processo é contínuo e as vezes muito demorado, mas a medida que realiza a pressão de seleção, consequentemente aumenta seu valor no mercado.

Figura. Pirâmide dos rebanhos de elite, multiplicadores, comercial.

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6.2. Melhoramento Genético

O objetivo do melhoramento é conseguir fazer que os animais de um rebanho tenham

cada vez mais características positivas de produção. Podendo adquirir através de técnicas que vão interferir no processo de reprodução, em especial na escolha dos reprodutores. Para que ao longo do tempo as características positivas sejam maiores que as negativas.

Estas técnicas basicamente consistem na identificação dos melhores indivíduos, determinarem a taxa de utilização desses indivíduos dentro da população de forma a aumentar à freqüência dos genes favoráveis a produção, afim de que a partir de gerações em gerações vai acorrendo um ganho genético nos descendentes, refletindo posteriormente em produtividade.

Em toda propriedade ou plantel, existe animais que se destacam, sistematicamente apresentam mais férteis, e se desenvolvem mais que outros em um mesmo manejo e ambiente. Por outro lado existem animais que se comportam exatamente o contrário, anos após anos são exatamente os menos produtivos, apesar de receber o mesmo manejo e condições ambientais que os mais produtivos. Isso se deve a constituição física dos animais que está diretamente relacionado à sua genética.

6.2.1. Seleção

Seleção é o processo no qual um determinado indivíduo de uma população é escolhido para produzirem descendentes. Ou seja, selecionar é identificar, classificar, descartar os piores animais e/ou manter os melhores.

Pode-se observar que podemos realizar a seleção de forma direta ou indireta: Seleção direta - onde escolhemos os melhores e descartamos os piores. Seleção indireta – onde escolhemos os piores para descartar e consequentemente ficarão os melhores. Ex.: No lote têm 100 animais Quero comprar 10 animais–Seleciono 10 animais, então indiretamente descartei 90 animais. Quero comprar 90 animais–Descarto 10 animais, então indiretamente selecionei 90 animais.

No entanto a seleção deve ser baseada em parâmetros zootécnicos, no qual diferentes critérios são observados e utilizados. Estes critérios são variados em função da pressão de seleção e dos objetivos que deseja obter.

A pressão de seleção deve ser maior na parte superior à inferior da pirâmide genética. Além de ser maior nos machos (pois têm maior capacidade de deixar descendentes). Parâmetros Zootécnicos

Os processos de seleção para promover o melhoramento genético deve ser baseada em parâmetros zootécnicos, no qual podemos utilizar da simples escolha do animal pela sua aparência externa ou principalmente pelos resultados zootécnicos, que também denominamos de índices zootécnicos.

O estudo do exterior e o julgamento são baseados no fato de que há uma correlação entre a forma e a função nas diversas classes de animais domésticos. Este ponto de vista é aceito pelos selecionadores do passado, serviu de base para a seleção fenotípica.

A escolha dos animais domésticos, com base na forma e aparência, tem sido utilizada a centenas de anos. O conjunto de característica externa dos animais, próprias de cada raça, levou o estabelecimento de padrões raciais à instituições de registros genealógicos, através das associações de raças, que se encarregam de preservar e melhorar tais

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características, procurando ajustá-la às tendências funcionais e de mercado, de cada uma das raças, através dos registros seletivos.

A seleção genealógica, posteriormente, desempenhou importante papel uniformizador e fixador, especialmente depois que a produção consangüínea passou a ser empregada intensivamente.

Genealogia

Linhagem Paterna Indivíduo Linhagem Materna

Tetravós Trizavós Bisavós Avós Pai Filho Mãe Avós Bisavós Trizavós Tetravós

Participação da composisão sanguínea (Genética)

3,13% 6,25% 12,5% 25% 50% 100% 50% 25% 12,5% 6,25% 3,13%

Indivíduos na Geração por Linhagem

16 8 4 2 1 1 2 4 8 16

50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00% 50,00%

Quadro Genealógico

Na 5ªGeração os animais são considerados puros (31/32), pois sua composição sanguínea já está muito próxima dos 100%

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A seleção genotípica, mais tarde ainda, promoveu um melhoramento genético mais rápido e seguro, alicerçada em novos conhecimentos a respeito da herdabilidade e em mais eficientes meios de verificação da produção, como controle leiteiro, além da prova de progênie, e provas zootécnicas.

As características econômicas dos animais domésticos são de natureza poligênica, isto é, são controladas por um grande número de pares de genes que afetam a expressão destas características. Assim sendo os indivíduos são avaliados pelos seus fenótipos, no caso, por qualquer característica que podem ser observadas ou mensuradas.

Para que os genes possam provocar o desenvolvimento de uma característica, é necessário que disponham de ambiente adequado. Por outro lado, as modificações que o ambiente pode causar no desenvolvimento de uma característica são limitadas pelo genótipo do indivíduo. No entanto, e preciso reconhecer que a variabilidade observada em algumas características pode ser causada pelas diferenças gênicas entre os indivíduos. Por isso é que quando numa pista de julgamento, deve-se dar preferência para o animal com melhor desempenho em relação aos seus contemporâneos, seja no controle de desenvolvimento ponderal, conformação muscular e/ou controle leiteiro, pois como não há maneiras de se comparar os meios a que todos os concorrentes estavam expostos, tem-se a certeza de que o animal que apresentou os melhores índices teve maior expressão genética das características avaliadas naquele momento, traduzidas pelo fenótipo apresentado.

È verdade que, muitas vezes a conformação e a capacidade de produção herdam independente; não é raro encontrarem-se animais bem conformados e com baixa produção e vice-versa. Todavia, a seleção contínua e racional, o acasalamento de bem conformado com bons produtores, através de gerações de descendentes, assim como a constante eliminação de indesejáveis, torna sempre maior a correlação entre a forma e função, dentro das raças especializadas.

Seleção pela avaliação do exterior e/ou tipo (forma e função)

Está forma de seleção está muito relacionada às características das diferentes raças

e da finalidade da exploração. Onde, dizemos que Tipo é a soma de característica morfológica (exterior) que indica a função econômica predominante desempenhada pelo animal (produtivo, racial, sexual).

É o ramo da zootecnia que estuda a conformação externa dos animais domésticos, apreciando as belezas e defeitos, para a conseqüente avaliação do mérito de cada indivíduo. Podendo também definir como estudo da morfologia externa dos animais em função de suas atividades econômicas. Para esse estudo se requerem noções gerais de Anatomia e Fisiologia.

A apreciação dos animais com base no seu exterior se apóia na existência de uma associação entre a forma do indivíduo e a função por ele desempenhada. Essa correlação entre forma e função resulta em última análise no tipo.

Está técnica muito utilizada no dia-a-dia têm muita importância prática, pois nem sempre é possível ter dados que comprove a eficiência de um ou outro animal, mas dá uma noção do potencial do animal, por isso interessa principalmente no ponto de vista do melhoramento do rebanho. Só se pode melhorar alguma coisa quando se conhece bem. Permitir identificar e característica racial dos animais e reconhecer os atributos morfológicos de importância econômica. Sendo muito utilizado nas transações comerciais. Pois, toda vez que o animal é comprado ou vendido entra em cena o seu julgamento, ou a apreciação dos seus méritos e especialidade de produção, e com isso a sua valorização.

Composição Corporal ou do Peso (Osso/Músculo/Gordura) Estrutura Óssea e Aprumos; Estrutura Muscular e Distribuição do Peso;

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Estrutura das Glândulas Mamárias; Aparelho reprodutor (Masculino e Feminino) Estrutura e Coloração da Pele, Pêlos, Lã, Penas; Característica adaptativa ao ambiente; Características comportamentais (etológicas): Docilidade, Ausência de Vícios

Seleção pela avaliação dos índices zootécnicos

Relacionados aos aspectos reprodutivos Controle da reprodução: Fertilidade; Parição; Intervalo de partos; Habilidade materna (Alimentação e/ou Cuidados maternos); Prolificidade; Taxa de Sobrevivência; Idade a primeira reprodução (Cobrição ou Acasalamento/Parto/ Postura); Precocidade

sexual; Relacionados ao desempenho produtivo:

Ganho em Peso, Peso ao Nascer; Peso aos Desmame, Peso ao Abate ou Cobertura; Velocidade de ganho em peso até determinada época; Produção de Leite por dia ou por lactação; Produção de Ovos por ciclo;

Relacionados ao aspecto sanitário Ausência de doenças, principalmente doenças crônicas; Resistência a parasitos internos ou externos

Controle do rebanho para registros zootécnicos

Para identificar e avaliar os indivíduos, é fundamental a utilização da escrituração zootécnica, com a coleta de dados para posteriormente serem analisados detalhadamente. Para um bom controle é fundamental a identificação individual dos animais, fichas de dados do indivíduo, entre outros.

Para fêmeas são interessantes os seguintes dados: Nº do animal Data de nascimento Data e peso a desmama Data e peso na época de cobertura ou inseminação Data de parto Outros registros

Para machos são interessantes os seguintes dados: Nº do animal Data de nascimento Data e peso a desmama Data e peso a puberdade Data e peso de abate

Com essas informações é possível, verificar a média e conhecer através dos filhos (as) as melhores matrizes e reprodutores (genitores), e fazer a pressão de seleção que busque os objetivos de produção do criador.

6.2.2. Cruzamentos zootécnicos Apesar dos grandes avanços dos últimos anos em novas biotécnicas que, sem

dúvidas, irão contribuir como importantes ferramentas para o melhoramento animal, suas incorporações ao sistema produtivo são gradativas e geralmente lentas. Além disto, o desenvolvimento de novas metodologias de avaliação do mérito genético dos animais, o melhor conhecimento das vantagens e desvantagens de cada raça e os resultados já alcançados com seleção e cruzamentos indica que esta forma tradicional, utilizando-se ou

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não ferramentas avançadas, continuará sendo, por bom tempo, meio seguro de se produzir animais mais produtivos e eficientes, que venham compor sistemas de produção comercial mais competitivos .

O cruzamento tem sido utilizado em diversas espécies de animais domésticos como forma de produzir carne, leite ou ovos. É um termo utilizado quando a produção de determinada geração de indivíduos envolve o acasalamento de duas ou mais raças. O cruzamento raças de animais explorados economicamente tem como objetivos: Apurar uma raça ou formar novas raças (Bimestiço Sintético ou Composto) Complementaridade de raças (Produtividade x Adaptabilidade): Complementar uma a

outra (efeito aditivo) – (Combinação de méritos genéticos de diferentes raças em um único indivíduo);

Potencializar o desempenho pela heterose ou vigor híbrido (refere-se a superioridade dos mestiços em relação a média pura de seus pais- A heterose é mais eficiente quanto maior distância de origem das raças além de ser maior na primeira geração, caindo pela metade a cada geração);

Possibilidade de incorporação de material genético desejável de forma rápida; Usar machos produtivos e menos adaptados em fêmeas adaptadas e menos produtivas; Corrigir manejo e proporcionar maior flexibilidade no sistema de produção

6.2.3. Cruzamento X Seleção

O fato do cruzamento se constituir em uma forma rápida, e muitas vezes econômica,

de produzir comercialmente, não elimina a necessidade, nem diminui a importância, da seleção como método de melhoramento genético a ser realizado concomitantemente. Pois, as raças puras melhoradas são, na verdade, elementos fundamentais ao sucesso do cruzamento. E a seleção, além de fundamental na melhoria das raças puras, tem de ser componente essencial em um programa de cruzamentos. Onde os cruzamento sem seleção resultará em vantagens facilmente superáveis pela seleção em raça pura

DESEMPENHO X TEMPO

Tendências de desempenho em populações puras e mestiças relacionadas ou não e, a combinação de cruzamentos e seleção após o nível inicial de heterose ter sido atingido pelo cruzamento.

Adaptado de Warwick & Legates (1979).

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6.3. Sistema de Cruzamentos

Sistema

de

acasalamento

Simples

ou

Industrial

Alternados

e/ou

TriploAbsorventes

6.3.1. Cruzamento absorvente

Cruzamento Absorvente da Raça

♀ B X ♂ A ▼ ♀ ½ A X ♂ A ▼

♀ ¾ A X ♂ A ▼ ♀ 7/8 A X ♂ A ▼ ♀ 15/16 A X ♂ A ▼ ♀ 31/32 PC (Puro por Cruza)

Objetivo principal: Apurar uma raça para formar um plantel com menor custo inicial

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6.3.2. Cruzamento Simples ou Industrial

A (100%) x B (100) ▼ Mestiço (F1) ( ½ A-50% + ½ B-50%)

Objetivos principais: Complementação de Raças e Ganho em Heterose Relação- Produtivo X Adaptado Mito Exigente X Menos exigente Mais Sensível X Mais Rústico

6.3.3. Cruzamento Triplo ou Tri-Cross

A (100%) x B (100%) ▼ Mestiço (F1) x C ( ½ A-50% + ½ B-50%) x C -100% ▼ Mestiço (F2) ou Tri cross (¼ A-25% + ¼ B-25% + ½ C-50%)

Complementara raças com a união das característica de mais de duas raças em um animal e manter a heterose elevada

Exemplo: Vaca comum – Touro Holandês – Touro Gir – Touro Jersey

50%

12,5%

25 %

50 %

50 %

25%

(Geração 0)

(Geração 1)

(Geração 2)

(Geração 3)

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6.3.4. Cruzamento Alternado

Forma uma Raça Sintética ou Alternar as raças para manter a relação entre Produtividade x Adaptabilidade

Período possível para sair de um rebanho Comum e chegar a um rebanho Puro por Cruza Depende do Ciclo reprodutivo de Cada Espécie

Exemplo da espécie Ovina

Qual tempo para formar um PC

G (Geração) = IPG (Idade à Primeira Gestação) + PG (Período de Gestação)

G 1 = 5 m G 1 = 5 m

G 2 = 12 + 5 = 17 m G 2 = 10 + 5 = 15 m

G 3 = 12 + 5 = 17 m G 3 = 10 + 5 = 15 m

G 4 = 12 + 5 = 17 m G 4 = 10 + 5 = 15 m

G 5 = 12 + 5 = 17 m G 5 = 10 + 5 = 15m

PC= 73 m / 12 m = 6 PC= 65 m / 12m = 5.4

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Exemplo com Bovino Exemplo com Suínos Exemplo de Aves

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7. BIOCLIMATOLOGIA APLICADA A PRODUÇÃO ANIMAL

7.1. Conceitos Sobre Bioclimatologia

Bioclimatologia é a ciência que estuda a influência do ambiente (efeito do clima) sobre a produção animal. Tornando-se importante em função do ambiente influir na reprodução, ganho em peso, produção de leite, lã e ovos. Esta influência é mais marcante quando a produção animal é feita em ambientes naturais, sobretudo em pastagens (a campo) na produção de herbívoros. E em ambientes artificiais mais modernos.

Segundo, Baccari Junior (1986) é o ramo da climatologia e da ecologia que trata dos efeitos do ambiente físico sobre os organismos. Titto (1998) diz que é uma ciência que busca entender as relações entre os elementos climáticos e a fisiologia animal, para buscar superação de barreiras (limitações) imposta pelo meio ambiente sobre a expressão do potencial genético dos animais vivos. Pereira (2005) relata que é uma ciência multidisciplinar que visa vincular o clima e seus elementos físicos com o bem estar animal na perspectiva de oferecer condições de conforto ambiental capazes de permitir a expressão plena do genótipo. MacDowell sugere que seja o estudo das inter-relações das ciências diretas e indiretas entre o ambiente geofísico e geoquímico da atmosfera e os seres vivos em geral (animais e plantas). Busca estudar o comportamento dos animais sob as condições tropicais, elementos e fatores climáticos, que afetam a desempenho dos animais, buscando sempre possibilitar uma zona de conforto próximo do ótimo para a criação. Toda a fauna (animais) da terra está perfeitamente adaptada aos seus ecossistemas e os animais, quando deslocados do seu habitat para ambientes diferentes, reagem de forma diversificada nas diferentes espécies. E por buscar de forma econômica e rentável a exploração dos animais domésticos faz se o uso do conhecimento do problema e das técnicas que busquem o maior conforto dos animais para uma boa produção.

7.2. Efeitos do Clima

O clima atua sobre os animais de duas formas: direta e indireta. Isso ocorre devido a

ação isolada ou interação dos fatores climáticos que modificam os elementos ou variáveis climáticas.

Efeito Direto:

Ocorre principalmente pela ação dos elementos climáticos sobre os animais, tais como, a radiação solar, a temperatura do ar, e a umidade do ar. Esta ação se relaciona principalmente com as funções orgânicas envolvidas na manutenção da temperatura normal do corpo e influenciando em todo o metabolismo e fisiologia.

Radiação - ↑ raios solares ↑ da luminosidade e ↑temperatura ↑estresse térmico. Temperatura – É considerada mais importante, sua ação incide de maneira

considerável nos animais homeotérmicos (mamíferos e aves) e pecilotérmicos (peixes, anfíbios e répteis).

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Luminosidade – Importante na influência reprodutiva de algumas espécies (Fotoperíodo Reprodutivo (Aves, Égua e Ovinos), no Crescimento e Florescimento Vegetativo.

Precipitação e Umidade – ↑ Raios solares ↑ Luminosidade ↑ Temperatura e ↑ Evaporação ↑ Umidade ↑ Nuvens ↑ Chuvas.

Vento – manifestação da atmosfera em movimento. ↑ a perda de calor e melhora a sensação térmica. Por outro lado, ↑ disseminação de agentes infecciosos e outros componentes que predispões ao surgimento de doenças, principalmente junto à poeiras.

Efeito Indireto:

Dá-se através do solo (Fertilidade do solo – Disponibilidade de nutrientes para desenvolvimento de plantas e pH do solo – Produção ideal próximo à neutralidade (6,0 a 6,5), nos cerrados, geralmente são ácidos (4,0 a 4,5), havendo necessidade de correção) e a interação do clima para o desenvolvimento da vegetação (alimentos).

Neste aspecto vegetativo, os elementos climáticos mais importantes são a precipitação/umidade, temperatura e luminosidade, que controla a quantidade e a qualidade dos alimentos vegetais indispensáveis à nutrição e criação animal.

Além disso, o clima quente e úmido favorece o aparecimento de doenças infecto-contagiosas e parasitárias (Endoparasitos e Ectoparasitos – ↑ Climas tropicais, ↑ Épocas de maiores temperaturas e umidades (Chuvas-Primavera/Verão)), que atingem à saúde animal e, conseqüentemente, o seu desempenho produtivo.

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A ilustração citada por Muller, Bonsma e McDoweel, na forma de uma “roda de

carreta”, explica melhor a influência dos efeitos diretos e indiretos do clima sobre os animais

Na “Roda de Carreta” de Bonsma, o homem funciona como eixo, o animal como cubo

e o manejo como lubrificante que facilita a rotação do cubo em torno do eixo. O meio ambiente é representado pelo aro e, os raios, que ligam o cubo ao aro, correspondem aos diversos elementos ou variáveis ambientais. As interações possíveis entre estes elementos são representados pelas flechas concêntricas. Nas regiões temperadas as condições ambientais são consideradas satisfatórias para o desempenho animal, pois as interações dos elementos climáticos propiciam uma situação de conforto, proporcionando um funcionamento harmônico da “roda”.

Nas zonas tropicais, a atuação dos elementos climáticos, de forma mais intensa, isolados ou em interação, faz com que a ação do raio sobre o cubo seja tão forte, que este se rompe, provocando um desequilíbrio entre o meio ambiente e o animal e, como conseqüência, uma redução na produtividade e até mesmo, em casos mais graves, a morte

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do animal. A ilustração mostra, de forma bastante clara, a necessidade de se conhecer os efeitos diretos e indiretos do clima sobre o animal, para que se possa interferir no meio com o objetivo de melhorar a desempenho produtivo do animal.

7.3. Por que existem diferentes tipos de climas? A Terra recebe energia do Sol, na forma de radiação. Nosso planeta é quase esférico, e a quantidade de luz que recebe depende do ângulo que os raios solares formam com a superfície da Terra. O Equador e os Trópicos recebem maior quantidade de luz, por isso são zonas de clima quente. Ao contrário, as zonas polares recebem muito pouca radiação e por isso são zonas de clima frio. Entre as zonas tropicais e polares,estão as zona temperada com clima intermediário.

No Geral, é fácil de observar que quanto mais se distância da linha do equador (maior latitude), mais a temperatura reduz. Assim, a distinta incidência dos raios solares sobre a superfície faz com que a Terra apresente cinco zonas climáticas. Na zona tropical a temperatura é relativamente alta todo o ano; nas zonas polares há frio em todos os meses do ano; porém, nas zonas temperadas, as mudanças na temperatura e na duração do dia e das noites são marcantes durantes as diferentes estações. Ou seja, na zona tropical e polar há pouca variação de TºC, sendo alta em zonas temperadas.

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Fatores Climáticos: Movimento de Translação e Rotação

A terra executa em torno do sol um movimento de translação, percorrendo uma trajetória chamada órbita terrestre. Considerando o Sol imóvel no espaço (Galileu Galilei), verifica-se que a órbita terrestre tem a forma de uma elipse (bola de futebol americano ou um olho), com o Sol ocupando um dos focos. A terra ocupa uma translação completa com aproximadamente 365 dias e 6 horas (6 horas/ano x 4 anos = 24 horas = 1 dia- Ano Bisexto- Fevereiro com 29 dias). Nesse movimento ela ora se aproxima do sol (1º de Janeiro) denomina-se periélio e o mais afastado (1º de Julho), afélio. Solstícios: Cada hemisfério recebe o máximo de radiação solar durante seu solstício de verão. Nesse mesmo dia, o hemisfério oposto recebe o mínimo da sua radiação anual: é o solstício de inverno. Equinócios: Ambos os hemisférios, recebem exatamente a mesma radiação nos equinócios da primavera e do outono. O eixo de rotação terrestre é inclinado. Por isso, o número de horas de radiação que os Hemisférios Norte e Sul recebem varia ao longo do ano e isso influencia diretamente e todos os elementos climáticos.

Figura: - Inclinação dos raios solares mostradas

para o início do verão no hemisfério norte e

início do inverno no hemisfério sul.

Figura: Iluminação dos pólos. Note que o polo norte permanece iluminado e o polo sul no escuro, mesmo

que a Terra complete uma rotação

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Estações do ano e seus Elementos Climáticos. Nas criações deve-se conhecer e estar atentos as estações do ano e às variações dos elementos ambientais, no qual podemos dividir as estações em: Verão(22/12): Solstício de Verão-Dia mais longo do ano:Dia>Noite Outono(21/03): Equinócio de Outono-Duração do Dia = Noite Inverno(21/06):Solstício de Inverno - Dia mais curto do ano: Dia<Noite Primavera (23/09): Equinócio de Primavera-Duração do Dia = Noite Para facilitar a memorização vamos chama as estações de VOIP – onde podemos recordar lembrando que na Primavera (Plantamos) os Vegetais (alimento) que desenvolvem muito neste período, para que no Outono (os animais estejam bem e Gordo e não Fiquem igual um Palito no Inverno mostrando as costelas, e podendo até Padecer na Primavera causando Prejuízo ao Produtor,

VverãoOoutonoIinvernoPprimavera

7.4. Ação da Temperatura nos Animais

Na Bioclimatologia (logia (estudo); climato (do efeito do clima); bio (vida)) aplicada a Zootecnia a temperatura é o elemento climático de maior influência, no qual discutirmos mais aprofundado.

MacDowell (1975), informou que a temperatura, a umidade do ar e os níveis de radiação solar prevalecentes na região inter-tropical, que geralmente são superiores ao ideal de conforto para a expressão de boa produtividade na criação de animais. Assim, para que

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se obtenha pleno êxito na criação das espécies domésticas, é necessário que se conheçam bem as relações entre os animais e o ambiente climático, o que torna a compreensão dos mecanismos de termorregulação essencial em Zootecnia.

Homeostasia – Manutenção do equilíbrio físico - químico nos animais

A temperatura (TºC) de um tecido é um dos principais fatores que afetam sua função.

A função corpórea resulta de processos físico-químicos sensíveis à alteração na TºC.

Os animais utilizam várias estratégias para regular a TºC de seus tecidos.

Quando a temperatura corporal (TºCC) ↓ muito ↓ processos metabólicos.

Quando a TºCC ↑ muito (38 a 45ºC) ↑ a desnaturação de proteínas. Dependo da estratégia para regular a TºCC, os animais são classificados

como Pecilotérmicos e Homeotérmicos Pecilotérmicos ou Ectotérmicos

São animais de sangue frio e sua TºCC varia com a do ambiente ;

Peixes em Geral, Anfíbios (Rã) e Répteis (Jacaré, Lagarto, Cobra);

São animais com baixa taxa metabólica com reduzido fluxo energético, necessitando complemento energético do ambiente, no entanto são animais mais lentos;

Porém, esse fato permite reduzir a taxa metabólica e sobreviver a longos períodos de escassez de alimentos;

Usam métodos comportamentais para impedir alterações significativas na TºCC.

Homeotérmicos ou Endotérmicos

São animais de sangue quente e sua TºCC NÃO varia com a do ambiente;

Os Mamíferos (Homem, Bovinos, Ovinos, Eqüinos, Suínos) e Aves em geral são exemplos de homeotérmicos;

São animais que apresenta alta taxa metabólica e fluxo energético, proveniente dos alimentos, o que faz serem animais mais velozes;

Conseguem manter a TºCC constante na presença de alterações consideráveis da temperatura ambiente, pois possuem mecanismos fisiológicos controladores;

Embora a manutenção de uma temperatura constante permita que os mamíferos sobrevivam em uma ampla diversidade de ambiente e permaneça ativo durante a época fria do ano, isso não é isento de custo, sendo este custo adquirido basicamente da energia dos alimentos, tornando-os muito mais exigentes em comparação aos animais pecilotérmicos;

Os homeotérmicos precisam manter um alto índice metabólico para obterem o calor necessário para manter a temperatura corpórea;

Isso requer um alto consumo de energia e, portanto, a procura quase constante por alimentos.

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7.5. Regulação da Temperatura. Os animais homeotérmicos apresentam variações térmicas na temperatura corporal

(TºCC), pois, está diretamente relacionada com a taxa metabólica, no qual é variável em diferentes fases fisiológicas no decorrer de sua vida. Ou seja, animais que tão metabolizando ou produzindo mais, teoricamente tende a apresentar a TºCC mais elevada

Como exemplo, podemos citar diferentes grupos etários, categoria, estágio fisiológico T°C Corporal Jovens (Recém-Nascido > Crescimento) > Adultos; Fêmeas > Machos; Gestantes > Vazias; Estro > Início da Gestação < Final da Gestação, Final da Gestação < Parto Lactação > Secas. A manutenção da TºCC se efetua, sob controle do SNC, mediante ajustes fisiológicos

e comportamentais, exigindo que a produção e a perda de calor pelo organismo sejam equivalentes (HARDY, 1981).

Centro regulador (SNC) - Hipotálamo (termostato normal) ajustado pelas

reações Termogênicas e Termolíticas. Através de célula termoreceptora em contato com o meio externo (ambiente), informa ao

centro hipotalâmico, que ativa os órgãos fisiológicos para regular a taxa metabólica e os mecanismo fisiológicos.

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7.5.1. Transferência de calor no corpo Como os tecidos são maus condutores, o calor é transferido mais efetivamente pelo sangue. O calor produzido principalmente nos músculos é eliminado através da pele e das vias respiratórias, sendo necessário que seja distribuído pelo corpo. O sangue capta o calor da parte central do corpo (produzido pelos órgãos ativos) e transfere para as pares mais frias do corpo (periferia-Tecido epitelial – Pele (externa) e vias aéreas (interna)). Mesmo quando a temperatura ambiente está elevada, o fluxo sangüíneo aumenta de duas formas (1º as arteríodas dos leitos vasculares cutâneos se dilatam, resultando em aumento do fluxo capilar e 2º Abrem-se a anastomose arteriovenosas dos membros, orelha e focinho, o que aumenta bastante o fluxo sangüíneo total ao longo do membro, na direção da temperatura central). Em caso de estresse pelo frio ocorre um vasoconstrição dos leitos vasculares cutâneos e fechamento das anastomoses arteriovenosas, de maneira que a temperatura da pele cai, resultando em menor perda de calor a partir da pele e redução no gradiente das temperaturas ao longo do membro

A pele é o local de maior perda de calor por transferência para o meio ambiente que geralmente tem a temperatura inferior a 38°C. O sangue arterial aquecido vai à superfície, é resfriado e volta ao centro corporal diminuindo a TºC interna.

O aumento do fluxo sangüíneo para a pele eleva a temperatura cutânea e, portanto, intensifica a perda de calor (Vasodilatação), enquanto uma redução do fluxo sanguíneo cutâneo diminui a perda de calor (Vasoconstrição).

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7.5.2. Balança de equilíbrio térmico ou Conforto Térmico

O equilíbrio térmico está relacionado ao que chamamos de conforto térmico e

refere-se à situação em que o balanço térmico é nulo. A TºCC dos animais deve estar equilibrada para que tenha um melhor conforto

térmico e consequentemente uma melhor produção, para isso deve-se ter um equilíbrio entre a quantidade de calor produzida e absorvida do ambiente e a quantidade de calor perdida para o ambiente.

Termogênese – Produção de calor ou ganho de calor – Endógeno + Exógeno

O calor corpóreo para manter a temperatura provém do metabolismo energético e de fontes externas. Calor endógeno:

Metabolismo (Conversão de Energia química (alimentos) em calórica que é eliminada)

Esforço físico – atividade física – combustão na contração muscular.

Tremores da derme pela musculatura lisa em decorrência da contração muscular. A energia química consumida (especialmente pela oxidação de gorduras) nos tremores surge como calor. Calor exógeno:

Os animais obtêm calor a partir do ambiente quando: Exposto a fonte que irradiam calor e quando a TºC Ambiente > TºC da Superfície Corporal

Ex.Exposto à luz solar ou é colocado junto a objetos sólidos mais quentes que seu corpo.

Termólise – Perda de calor - Irradiação; Convecção; Evaporação; Condução.

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Na Zona Termo Neutra, cerca de 75% do calor que perde o organismo, se dissipam por condução, convecção e radiação. Quando a temperatura do ambiente fica muito elevada, a evaporação e o principal meio para perda de calor.

A água é um dos mais importantes nutrientes, particularmente para os animais mantidos em climas quentes, pois exerce efeito no conforto térmico pelo resfriamento direto - desde que a água esteja em temperatura inferior à do corpo - e serve como veículo primário de transferência de calor através da evaporação, cutânea e respiratória.

Também é importante ressaltar que elevadas temperaturas associadas a uma alta umidade do ar dificultam muito a dissipação de calor pelo animal, seja por meio da respiração ou da transpiração (LALONI, 1997.)

Condução - para superfícies mais frias com que o animal esteja em contato. Ou seja, o calor corporal é transferido quando o corpo está em contato com uma superfície mais fria.

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Como os animais não costumam repousar sobre superfícies frias por longos períodos, a condução não é em geral, uma das formas principais de perder calor. Contudo, há algumas situações em que a perda condutiva de calor pode ocasionar hipotérmia. Principalmente para recém-nascidos, onde deve providenciar isolamento térmico ou uma fonte de calor. Como exemplo, observa-se que nos leitões recém nascidos podem perder muito calor quando ficam sobre um piso de concreto frio. Já os suínos adultos se refrescam por condução chafurdando em poças de lama fria.

Radiação - a superfície corpórea imite irradiação infravermelha para um objeto ou ambiente mais frio. É a transferência de energia térmica de um corpo a outro através de ondas eletromagnéticas.

Todos os objetos sólidos emitem radiação eletromagnética invisível na faixa infravermelha. Quando essas emissões se chocam com outro objeto, algumas são absorvidas e, portanto, transferem calor. Embora todos os objetos emitam calor radiante, a transferência do mesmo se dá dos objetos quentes para os frios. È importante lembrar que a perda de calor radiante pode ocorrer mesmo quando o animal está rodeado por um ambiente termicamente neutro ou aquecido. Pode haver perda de calor de um animal para as paredes sem isolamento de uma instalação, mesmo que o ar no ambiente esteja aquecido.

Convecção - à medida que o ar ou a água em volta são aquecidos pelo corpo. Ocorre perda de calor por convecção quando um líquido é aquecido pelo corpo. A quantidade de calor perdida por convecção depende do gradiente térmica (diferença de temperatura) entre a pele (superfície) do animal e o líquido que o circunda; um gradiente térmico maior resulta em maior troca (perda) de calor.

Na convecção natural, o ar ou a água aquecido (a) a partir da superfície corpórea do animal aumenta seu volume, porque é menos denso (a) que o líquido mais frio.

Na convecção forçada, o líquido mais frio se move sobre a superfície cutânea por meio de uma brisa ou corrente de ar, ou simplesmente porque os membros ou o próprio animal estão em movimento. A convecção forçada é mais eficiente que a natural como forma de perder calor, porque o gradiente térmico é mantido pela renovação constante do ar ou água mais frio(a).

Animais jovens ou pequenos deixados em um lugar frio podem perder bastante calor corpóreo por convecção, devendo ser protegido de tais situações. A pelagem é importante no controle térmico, pois tem a capacidade de aprisionar o ar e prejudica a convecção. A espessura da camada de pêlo pode alterar-se em decorrência da piloeração (elevação dos pêlos) e pelo crescimento de uma pelagem mais densa no inverno.

A espessa camada de gordura presente nos mamíferos também constitui um isolante térmico. Há redução da área da superfície corpórea quando o animal se enrosca sobre si mesmo ou se aninha com outros animais, também reduz a perda de calor por convecção.

Evaporação - é a transferência de energia térmica quando a água contida no suor, na saliva e nas secreções respiratórias é convertida em vapor d’água.

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A perda de calor por evaporação torna-se cada vez mais importante à medida que a temperatura ambiente ultrapassa a do corpo. A eficiência da evaporação diminui conforme a umidade relativa aumenta e o ar fica mais saturado com vapor d´agua.

Há perda de valor por evaporação continuamente, devido à difusão de água através da pele e pela perda de vapor d´água das vias respiratórias. Essa perde de água é obrigatória, porém, em condições de estresse térmico, o resfriamento evaporativo pode aumentar bastante, porque as glândulas sudoríparas são ativadas ou o animal começa a ofegar.

O ofego é uma forma de aumentar a evaporação pelas vias respiratórias. O ofego ocorre junto à freqüência ressonante do sistema respiratório, de modo que o trabalho da respiração é minimizado e não se acrescenta à perda de calor. O aumento da salivação em em alguns animais, como, suínos e cães acentua a perda de calor por evaporação,

Em eqüinos e bovinos, a sudorese é a principal forma de perda de calor por evaporação. Os ovinos suam, mas o ofego também importância considerável. O cão perde calor quase totalmente por ofego.

o Excreção - há perda de pequenas quantidades de calor através da urina e das fezes.

7.5.3. Comportamento e termorregulação em animais domésticos

Os animais nem sempre estão em equilíbrio térmico ou conforto térmico e quando a temperatura corporal começa a sair desta zona de conforto, tornando se crítica, o animal ativa e utilização de várias reações fisiológicas e comportamentais para mantê-la dentro de seu conforto, e isso ocorre com um gasto energético proporcional ao desconforto que causa o estresse térmico, seja por frio ou por calor (SILVA, 1998).

Gonyou (1991), explica que os animais devem, dentro dos limites impostos pelos seus genes, ajustar seu metabolismo, através de reações fisiológicas e comportamento para mostrar respostas adequadas às diversas características e condições do ambiente.

Animais endotérmicos reagem ao serem submetidos a diminuição (↓) da temperatura, ativando processos fisiológicos que promovem uma redução (↓) da perda e/ou uma elevação (↑) da produção de calor corporal.

Animais endotérmicos reagem ao serem submetidos a aumento (↑) da temperaturas, ativando processos fisiológicos que promovem um elevação (↑) da perda e/ou uma redução (↓) da produção de calor corporal.

Titto (1998) diz que há uma faixa ideal de conforto térmico para os animais e, acima ou abaixo desse intervalo, elas passam a uma condição de tolerância (Homeotermia) ao calor ou ao frio. Porém, quando o limite de tolerância ao calor (Hipertermia) ou ao frio (Hipotermia) é ultrapassado, o animal entra numa zona de estresse térmico, e que este estado permanecer ao extremo por um período muito longo pode levar o animal à morte.

Segundo Baccari (1998), a maior influência do estresse pelo calor sobre a produção ocorre pela redução no consumo de alimentos - matéria seca para limitar o metabolismo e produção de calor endógeno. Com isso a redução de ingestão de alimentos aliada o gasto

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energético proveniente dos alimentos para regulação da temperatura faz com que os animais sobre estresse de calor seja a principal limitação de altas produtividades nos trópicos.

A adequação do ambiente térmico traz benefícios à produção animal, aumentando a produtividade e a eficiência na utilização de alimentos. Portanto é importante o homem crie meio que proporcione conforto aos animais, principalmente através do planejamento de boas instalações rurais. Pois os animais também gostam de “abrigo (casa), comida e água fresca”, Figura. Dinâmica da termorregulação em animais homeotérmicos sob variação da temperatura do ambiente (adaptado de Hafez,1973).

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8. ALIMENTOS E NUTRIÇÃO

Fenótipo ↔ Produção = Genética (Herança) + Meio ( Clima + Alimentação + Sanidade)

Como alimentação, devemos entender o ato dos animais ingerirem, transformarem,

assimilarem e utilizarem certos materiais de composições e propriedades definidas. A esses materiais usados na manutenção da vida e produtividade dos animais chamamos alimentos

A capacidade de ingestão, transformação, assimilação dos alimentos dependerá das características inerentes ao mesmo e das espécies que o recebem. Com relação às características inerentes aos alimentos podemos citar tamanho da partícula, fatores antinutricionais, palatabilidade, densidade, textura, disponibilidade, equilíbrio entre proteína e energia ou outros nutrientes, entre outras. Já as características inerentes aos animais estão mais relacionadas às funções morfofisiológicas de cada espécie, adaptação ao clima, fase ou estádio da vida produtiva, grau de especialização genética, entre outras. Portanto para maior entendimento deste processo faz-se necessário o conhecimento do sistema digestivo das diferentes espécies, as características físicas e químicas que influenciam na degradabilidade e digestibilidade dos alimentos mais utilizados na nutrição, bem como os requerimentos nutricionais dos animais domésticos, nos seus diferentes estádios produtivos.

A ciência da nutrição integra conhecimentos bioquímicos e fisiológicos relacionando o organismo animal com o suprimento alimentar de suas células.

O objetivo final da nutrição animal é de transformar recursos alimentares de menor valor nutricional em alimentos para o consumo humano, de melhor valor biológico. Para alcançar este objetivo foi necessário o desenvolvimento dos conhecimentos envolvendo os alimentos e o organismo animal.

8.1. Importância dos Alimentos à Nutrição dos Animais

Lavoisier (Químico Francês) mudou o pensamento das pessoas com a famosa frase: “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Exemplificando que ninguém consumia diretamente o capim, mas indiretamente todos consumiam o capim transformado pelos animais em carne e/ ou leite.

Isso fez Baudement (1848) definir que os animais domésticos é uma máquina viva transformadora e valorizadora de alimentos, e por isso deveria ser dado cuidado e alimentação correta, dando origem aos estudos da zootecnia.

No entanto, o Brasil demorou a entender isto, sendo considerado como mau produtor, engatilhando na quantidade e qualidade dos seus produtos, que geralmente era proveniente de sistemas extensivos e de animais tardios, velhos, mal alimentados e de baixo padrão genético.

Porém através dos estudos, destacando no início a Secretaria da Agricultura de Minas Gerais (1936), que após diagnosticar os gargalos e entraves da pecuária brasileira, apresentou medidas para melhorar a atividade, com bases na: ALIMENTAÇÃO + GENÉTICA. De lá para cá as coisas mudaram significativamente, a nutrição animal evoluiu bastante e assim adquiriu grande complexidade, devido ao constante progresso das ciências que formam a sua base. Na criação e exploração dos animais, a alimentação é importante pelas influências direta e indireta que exerce sobre a capacidade de desempenho produtivo e nos resultados econômicos de forma individual ou coletiva.

No aspecto produtivo destaca os efeitos sobre: a reprodução e melhoramento genético, no crescimento e produção propriamente dita (carne, ovos, secreção de leite, desenvolvimento da lã, trabalho muscular), e essencial para a saúde e bem estar dos

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animais. No aspecto econômico destaca que a alimentação correta contribui para a produção mais econômica e eficiente, no qual corresponde aproximadamente entre 50 a 80% dos custos totais de produção animal. Isso nos leva a obter conhecimentos básicos dos nutrientes e dos valores nutricionais dos alimentos. Bem como, do sistema digestivo e das exigências nutricionais das principais espécies de interesse zootécnico. Pois estes conhecimentos são fundamentais para o melhor aproveitamento dos alimentos ingeridos, reduzindo os desperdícios e os custos operacionais na formulação. Além disso, abre as possibilidades de buscar alternativas de aproveitamento de alimentos que não atendem a exigências das diferentes peculiaridades alimentares de maiores interesses econômicos, em especial o ser humano. Não se deve esquecer, que uma ração perfeitamente equilibrada, para produzir o máximo resultado, depende da influência exercida sobre os animais pelos outros fatores limitantes: condições ambientais; capacidade genética; estado sanitário. Envolvido por manejo realizado pelos homens técnicos habilitados com a produção animal. E neste contexto alimentar é que abordaremos alguns conhecimentos afim de o técnico faça entrar e sair produtos para a vida.

8.2. Composição do Organismo Animal Orgânicos–C, H, N e O: corresponde a 95-97% Peso corporal Vazio do animal(PCVA); Inorgânicos – 40 minerais: corresponde de 3-5 % PCVA Elemento Concentração no corpo animal

Porcentagem (%) Grama (g)

Oxigênio 65,0 45.500

Carbono 18,0 12.600

Hidrogênio 10,0 7.000

Nitrogênio 3,0 2.100

Sub-Total 96,0 66.700

Cálcio (Ca) 1,5 1.050

Fósforo 1 700

Potássio 0,35 245

Enxofre 0,25 175

Sódio 0,15 105

Cloro 0,15 105

Magnésio 0,05 35

Sub-Total 3,45 2.415

Ferro 0,004 3

Manganês 0,0003 0,2

Cobre 0,0002 0,1

Iodo 0,00004 0,03

Sub-Total 0,00454

Outros 0,5545

Total 100 69.480

Animais e suas exigências

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8.3. Informações Gerais Sobre Sistema Digestivo dos Animais Funções do aparelho digestivo O trato gastrointestinal e suas glândulas associadas servem três funções fundamentais, nas quais: - DIGESTÃO - as substâncias nutritivas de uma forma complexa são transformadas em substâncias simples. - ABSORÇÃO – atravessa a parede intestinal entrando no sistema linfático ou sangüíneo - EXCREÇÃO - os resíduos não aproveitados são eliminados. A digestão é um processo complexo que envolve a ação de uma série de fatores responsáveis pelo funcionamento normal do trato gastrointestinal, que são: Fatores mecânicos - Apreensão, mastigação, deglutição, motilidade gástrica, intestinal e

fecal. Fatores secretórios - Corresponde à atividade das glândulas digestivas (salivares,

gástricas, intestinais, pâncreas, fígado). Fatores químicos - Atividade de enzimas, ácidos e substâncias tamponantes (bicarbonatos,

fosfatos, sais biliares, etc.). Fatores microbiológicos - Processos fermentativos. Fatores hormonais - Hormônios produzidos nas diversas secreções do trato gastrointestinal

que controlam todo o processo digestivo. O alimento que entra pela boca é transportado até o estômago através do esôfago por contrações rítmicas e gravidade. O estômago funciona como reservatório temporário do alimento além de uma ação química sobre o alimento, como o caso dos monogástricos. Para os ruminantes, além de reservatório, ocorre fermentação biológica com degradação dos nutrientes neste compartimento. A digestão dos carboidratos solúveis nos suínos se inicia durante o processo de mastigação. Já nas aves, existe um processo fermentativo no nível de inglúvio, que começa o desdobramento de alguns nutrientes. O intestino delgado representa o principal sítio da digestão e absorção, onde ocorre a maior quebra dos carboidratos, proteínas e lipídeos, além de grande absorção de minerais e vitaminas neste segmento de aves e suínos. O intestino grosso funciona basicamente como receptor e excretor dos resíduos dos alimentos não digeridos nos segmentos anteriores, que ainda podem sofrer fermentação anaeróbica com produção de ácidos graxos voláteis e vitaminas do complexo B e K. No entanto, a principal função do intestino grosso seria de reduzir a umidade dos resíduos proporcionando grande recuperação de água e eletrólitos. O estômago é um dos principais órgãos do trato gastrointestinal. Nos ruminantes, o estômago compreende quatro compartimentos: os pré-estômago (contendo o rúmen, retículo e omaso), e o estômago verdadeiro, o abomaso. Nos animais ruminantes, a estrutura da mucosa dos compartimentos do rúmen, retículo e omaso é semelhante a estrutura da mucosa da região esofágica do estômago dos monogástricos e da primeira parte do abomaso. Nestes compartimentos, não existem secreções, e predomina a presença de microorganismos (bactérias, fungos, leveduras, protozoários) responsáveis pela “digestão microbiana”, fundamental no suprimento de nutrientes para o animal, especialmente substrato para produção de energia. A degradação física do alimento é a principal função da primeira parte do trato digestivo dos ruminantes, que vai desde os lábios até a ligação omaso-abomasal. Esta degradação, contínua e efetiva, é dividida em dois processos principais: a mastigação, que ocorre durante a ingestão do alimento e, a ruminação e fermentação microbiana, favorecida pela maceração através do atrito no rúmen-retículo.

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Nos animais ruminantes, devemos diferenciar os processos que ocorrem nos pré-estômagos e no estômago verdadeiro: Nos pré-estômagos ocorre o armazenamento do alimento, a digestão microbiana (fermentação) e absorção de determinados produtos; No abomaso, ocorre o processo de digestão química e enzimática. O fenômeno da ruminação do conteúdo ingerido há algum tempo, é um dos destaques mais característicos de animais ruminantes. A ruminação envolve a regurgitação da ingesta para o retículo-rúmen e remastigação dos sólidos acompanhados por insalivação e re-deglutição do bolo. O interesse em alimentar ruminantes somente com dietas fibrosas, tem reforçado a atenção no grau de trituração obtida durante a ingestão e ruminação. Resumo do processo de digestão

O processo de digestão compreende a ingestão do alimento com sua hidrólise no

trato gastrointestinal, a atividade das glândulas acessórias e excreção dos resíduos não absorvidos. Um grande número de processos químicos e físicos estreitamente relacionados e sob controle dos sistemas nervoso e hormonal, faz parte da digestão.

Os alimentos contêm os nutrientes essenciais aos animais, na generalidade são consumidos pelos animais sobre formas complexas e para que possam ser absorvidos pelo organismo devem passar por processos de transformações que convertem esta composição complexas em substâncias mais simples (unidade básica) para que ocorra a absorção através das membranas celulares, tais transformações em conjunto constituem a digestão (digerir), e de acordo com a natureza são definidas as ações em mecânicas e químicas. Processos Físicos – Redução do tamanho e transporte do alimento

Compreendem apenas as ações mecânicas que ocorrem ao longo do tubo digestivo, que começa na boca e vai até o ânus. Iniciando na ingestão do alimento, que envolve desde a captura à deglutição até a eliminação pelo ânus.

Esta captura e deglutição envolvem vários órgãos, às vezes algumas espécies utilizam da mastigação e outras não. Na boca, pode conter lábios que auxilia na captura, mas às vezes o bico nas aves faz este papel. A língua ajuda a direcionar o alimento aos dentes e/ou faringe, os dentes cortam, rasgam, quebram, ou trituram os alimentos para que reduza o tamanho para serem ingeridos, além de ser fundamental para aumentar a superfície de contato para atuação das enzimas digestivas. Quando o alimento forma um pequeno bolo alimentar na boca ele é conduzido com ajuda da língua para a faringe para que ocorra a deglutição (engolir) do alimento.

Após deglutir o alimento o transporte é realizado involuntariamente através dos ductos digestivo por movimentos peristálticos. Passando pelo esôfago, estômago (químico e/ou físico), intestino delgado (duodeno, jejuno e ílio), intestino grosso (colo, ceco, reto) até serem excretados pelo ânus.

Nos animais poligástricos têm outros compartimentos estomacais (Rúmen, Retículo e Omaso) que não libera enzimas digestivas, mas serve como uma câmara de fermentação, para armazenamento de alimentos e ambiente favorável para atuação de microrganismos que digere a fibra dos alimentos. Nas aves existe o papo para armazenamento e a moela, conhecida como estômago físico, para triturar o alimento devido à ausência de dentes.

O tamanho do intestino delgado varia de acordo com os hábitos alimentares. Um animal carnívoro apresenta um tamanho relativo do intestino menor do que os animais considerados herbívoros, devido à dificuldade na digestão das fibras. Um intestino maior permite um tempo mais prolongado da digestão, o suficiente para ação enzimática, realizada por microorganismos simbióticos.

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O intestino grosso de alguns animais monogástrico apresenta o ceco bastante desenvolvido, onde realiza a digestão das fibras, tornando particularidades destes animais monogástricos herbívoros alimentarem de fibras. Processos Químicos - Atuação das enzimas digestivas

Enzima Local de produção Local de secreção

Atuação do PH

Substrato Produtos

Ptialina Glândulas salivares Boca Neutro Amido Dissacarídeos

Pepsina Estômago Estômago Ácido Proteínas Peptídeos

Tripsina Pâncreas Duodeno Básico Proteínas Peptídeos

Lipase Pâncreas/Intestino delgado Duodeno Básico Lipídeos Ác.Graxo Glicerol

Amilase Pâncreas Duodeno Básico Amido Dissacarídeos

Dissacaráses Intestino delgado Intestino delgado Básico Dissacarídeos Monossacarídeos

Peptidase Intestino delgado Intestino delgado Básico Peptídeos Amino Ácidos

Observações importantes:

Na boca existem glândulas salivares que produz a saliva que é rica na enzima ptialina que atua na digestão do amido.

O estômago (Abomaso) secreta pepsinogênio que, em contato com ácido clorídrico (HCl), transforma-se em pepsina que é a enzima ativa para iniciar a digestão das proteínas.

O fígado participa dos processos digestivos, produzindo os sais biliares (“fel”) que fica armazenada na vesícula biliar e aos poucos vão sendo secretada no duodeno (intestino delgado). Os sais biliares, sintetizados no fígado a partir do colesterol, ajudam na manutenção do pH alcalino e agem como emulsificantes que separam os glóbulos de gordura e dá a lípase maior área de superfície de contato para agir.

O Pâncreas produzir várias enzimas pancreáticas que atua especificadamente em diferentes substratos. As secreções biliares e pancreáticas neutralizam os ácidos gástricos e fornecem enzimas para hidrólise de amido, proteína e gordura.

8.4. Comparação das Características do Sistema Digestivo dos Animais

8.4.1. Classificação animal de acordo com o tipo de alimentação

De acordo com o tipo de alimentação, os animais classificam-se em: A) Carnívoros: São aqueles animais cuja alimentação é de origem animal. O cão e o gato são carnívoros por excelência. O trato gastrointestinal é proporcionalmente curto em relação ao comprimento do corpo (relação 1:5), sua alimentação consiste basicamente de alimentos ricos em nutrientes de alta digestibilidade. B) Herbívoros: São aqueles animais cuja alimentação é de origem vegetal. Dentre estes, destacam-se o cavalo, bovino, ovinos, caprinos e o coelho. Os herbívoros apresentam no tubo digestivo segmentos ampliados (estômago, intestino grosso), que são particularmente importantes para a decomposição dos componentes da parede celular (celulose, hemicelulose, etc.) C ) Onívoros: Os onívoros são colocados em posição intermediária, pois sua alimentação pode ser tanto de origem vegetal quanto animal. O homem e o suíno são considerados

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representantes desta classe. O trato gastrointestinal dos onívoros é consideravelmente mais longo do que o dos carnívoros, e já apresenta diferenciação. Nos animais carnívoros e onívoros, a digestão é basicamente química (enzimática). O suíno adulto, em condições de campo, pode ter um pouco de digestão microbiana. Nos herbívoros a digestão é microbiana e enzimática.

8.4.2. Classificação animal de acordo com o sistema digestivo Monogástrico; Monogástrico herbívoro; Poligástrico (Ruminantes). Componentes básicos ou partes do aparelho digestivo das diferentes espécies. Compreende o aparelho digestivo (também chamado por alguns pesquisadores como trato gastrointestinal), todos os órgãos, desde a boca até o ânus e algumas glândulas acessórias, conforme tabela abaixo. Tabela . Componentes do aparelho digestivo das diferentes espécies.

PARTE HOMEM SUÍNO BOVINO EQUINO AVES

Boca + + + + Bico, não tem dentes.

Faringe + + + + + Esfincter Grico-

faríngeo + + + + +

Esofago + + + + + e papo (inglúvio) Cardia + + + + +

ESTOMAGO Simples Simples Rúmen Simples Proventrículo Retículo Moela Omaso Abomaso

Piloro + + + + +

INTESTINO DELGADO

+ + + + +

Duodeno + + + + + Jejuno + + + + +

Ileo + + + + +

Valvula Ileo-cecal

+ + + + +

INTESTINO GROSSO

+ + + + +

Ceco Apendice + + + + Colon (Colo,

Ascendente, transversal e descendente)

+ + Ceco e Colo

desenvolvido

Apresenta 2 Ceco, sendo que o colo é

pequeno ou não tem

Reto + + + + +

Esfincter anal interno e externo

+ + + + ?

Anus + + + + Cloaca

GLÂNDULAS AUXILIARES : Salivar; Fígado (Vesícula Biliar); Pâncreas

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Monogástrico

Os monogástricos apresentam apenas um estômago, embora tenha preferências alimentares diversificada são muito semelhantes. No qual, incluem neste grupo os Répteis, os Peixes, os Suínos, as Aves, e o próprio ser humano, no qual faremos inúmera analogias que comparações para facilitar o entendimento.

Figura ilustrativa de um peixe

Componentes do sistema digestório humano

Figura - Desenho esquemático do aparelho digestivo dos suínos e aves

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As aves apresentam características particulares:

Figura - Desenho esquemático das particularidades do aparelho digestivo das aves

Na figura acima pode-se notar a presença do papo (10) cuja função é armazenar alimento. Isto ajuda, por exemplo, a alimentação de filhotes e em aves migratórias, serve de reserva de alimento. Outra característica importante nas aves é a presença de um estômago com ações mecânicas fortes, denominado moela. A moela contém pequenas pedras que auxiliam na trituração dos alimentos para suprir a falta de dentes.

Monogástrico herbívoro

São os monogástricos com capacidade efetiva de digerir fibra, entre eles, destaca os

Coelhos, as Capivaras, e os Eqüídeos que são representados pelos Eqüinos (Cavalo), Mures (Burro), Azininos (Jumento), além de outras espécies selvagens como Elefantes, Veados, entre outros.

São monogástricos evoluídos no aproveitamento de fibras, através do desenvolvimento do CECO, no intestino grosso.

Figura. Sistema digestivo do Equíno

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Si Figura. Sistema digestivo do Coelho (herbívoro) comparado com Carnívoro,

A figura acima esquematiza um estômago composto encontrado em animais monogástricos

herbívoros e dos poligástricos que são os ruminantes. Poligástricos ou ruminantes

Os poligástricos ou ruminantes apresente a principal característica de ter quatro compartimentos estomacais, neste grupo estão presente as espécies de Bovinos, Bubalinos, Ovinos e Caprinos.

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Utilizar vegetais como alimento tem algumas grandes vantagens, pois além de serem abundantes, os vegetais não saem correndo. Em contrapartida, o conteúdo nutricional da matéria vegetal é menor que o dos tecidos de animais, e como as células vegetais possuem uma parede celular constituída do polissacarídio celulose (composto de unidades de glicose), os herbívoros devem digerir esta parede celular para melhor aproveitar o conteúdo nutricional presente no citoplasma das células. Os Mamíferos não possuem celulase, a enzima que digere a celulose, então para que possam aproveitar de forma satisfatória os alimentos de origem vegetal, é necessário que viva de forma simbiótica com microrganismos produtores de celulase presentes em seus aparelhos digestórios, em câmaras de fermentação ou no ceco intestinal. Informações sobre o sistema digestivo do ruminante Nos ruminantes, as transformações mecânicas se operam por meio da mastigação, deglutição, regorgitamento, ruminação e a motilidade gástrica e intestinal. As transformações químicas são devidas à ação de enzimas, bactérias, protozoários e substancias químicas.

Os poligástricos apresentam quatro compartimentos, sendo os três primeiros desprovidos de glândulas (aglandular) que funcionam como uma câmara de armazenamento e fermentação, no qual a primeira porção, rúmen ou pança, encontram-se inúmeras bactérias e protozoários que secretam enzimas para digestão do alimento e convertem os produtos da digestão em ácidos orgânicos (AGV), vitaminas, metano (CH4) e gás carbônico (CO2). Do rúmen ou pança, o alimento continua sofrendo fermentação e passando para o retículo ou barrete, que de tempos em tempos, sofrerá uma grande contração (através de um peristaltismo esofágico invertido) e retornará (regurgitado) à boca para nova mastigação( ruminação ou remastigação) e é engolido (deglutição) novamente. Após a deglutição o do bolo alimentar que irá diretamente para o terceiro estômago denominado de omaso ou folhoso, onde é triturado e ocorre absorção de água. Como as partículas já estarão pequenas, passará por um pequeno orifício (piloro), chegando ao quarto segmento denominado de abomaso ou estômago químico/verdadeiro (glâdular), semelhaste aos monogástricos, onde ocorre a digestão de proteínas e de microrganismos que se desenvolve e morrem constantemente nesta câmara fermentativa. Por fim, o alimento passa para o intestino delgado, onde continuará sendo digerido e absorvido, a fim de terminar a digestão de outras substâncias por enzimas secretadas pelo próprio animal, semelhante aos monogástricos.

A parte (fração) não digerida é excretada na forma de fezes. Sendo a quantidade diretamente relacionada a quantidade ingerida e não-digerida, que está diretamente

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relacionada ao teor de fibra na dieta, especialmente a lignina que é um composto indigestível.

Figura. Esquema mostrando o aparelho digestório de um ruminante típico. Poligástricos – Ruminantes em fase distinta. Jovem- Em desenvolvimento Adulto- Rúmem altamente desenvolvido

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Os animais ruminantes jovens têm pouca eficiência no aproveitamento de alimentos de maior complexidade, especialmente as fibras, pois nascem com a o sistema digestivo imaturo e com as câmeras fermentativas (Rúmen, Retículo, Omaso) pouco desenvolvido. Esse desenvolvimento ocorre gradativamente, e deve ser estimulado com a ingestão de concentrados e volumosos, para desenvolver as papilas ruminais e o tamanho/ volume do rúmen, respectivamente. Crescimento do estômago dos ruminantes - bovinos e ovinos

Idade Peso Vivo (PV) Rúmem-Retículo Omaso Abomaso

Semanas (Kg) % % %

Bovinos

Nascimento 23,9 35 14 51

4 32,6 55 11 34

8 42,9 65 14 21

12 59,7 66 15 19

Adulto 325,4 62 24 14

Ovinos

Nascimento 5,7 32 8 60

4 14,4 62 5 33

8 21,5 77 5 18

16 38,9 72 6 22

Adulto 61,6 73 9 18

Adaptado de Lyford, Jr., 1988.

Parâmetros para observações do Trato Gastro Intestinal (TGI) de diferentes espécies Capacidade Relativa do TGI de alguns animais

Capacidade Relativa (%)

Animal Estômago I.Delgado Ceco I.Grosso

Poligástrico Ruminante

Herbívoro

Bovino 71 18 3 8

Ovino 68 20 2 10

Monogástrico

Herbívoro Eqüino 9 34 16 45

Onívoro Suíno 29 34 5 32

Carnívoro Gato 70 15 - 15

Capacidade alimentar do aparelho digestivo de alguns animais

Animal Capacidade alimentar (litros)

Estômago I.Delgado Ceco-Cólon

Bovino 252 66 37

Eqüino 18 63 129

Suíno 8 9 10

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8.5. Composição e Classificação dos Alimentos

8.5.1. Análise bromatológica dos alimentos Alimentos com teor de umidade ≤20%, seus resultados das análises freqüentemente estão expressas na matéria natural. Geralmente os alimentos concentrados para suplementação animal, denominado equivocadamente por ração, expressa em seus níveis nutricionais do produto um máximo de 12% de Umidade (água). As reduções de umidade permitiram uma conservação maior evitando a formação de bolores causados por fungos que liberam substâncias tóxicas (toxinas) aos animais. Os demais alimentos úmidos (aquosos) são expressos na matéria seca, devido à alta quantidade de água que pode limitar consumo por enchimento do órgão responsável(papo, estômago químico, ou rúmen). No processo de ensilagem de volumosos úmidos, que requerem de 28-32% de MS, para uma boa fermentação desejável e conservação do alimento. Os resultados de análises de alimentos mais comuns que os laboratórios apresentam a composição química em quantidade percentual de: MS, MM, PB, EE, FB, FDN. Um dos métodos empregados é modelo de Weend

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8.5.2. Classificação dos alimentos Segundo Morrison, podemos classificas os alimentos da seguinte forma:

Alimentos volumosos: São aqueles alimentos de baixo teor energético, com altos teores em fibra, com muita ou pouca água. Normalmente possuem menos de 60% de NDT e apresenta mais de 18% de fibra bruta (FB) ou acima de 35 % FDN, e podem ser divididos em secos (ex. Fenos) e úmidos (ex. Silagem). São os de mais baixo custo na propriedade. Os mais usados para os herbívoros são as pastagens (gramíneas e leguminosas), capineiras (capim elefante), silagens (capim, milho, sorgo), cana-de-açúcar, bagaço de cana hidrolisado; fenos de gramíneas e leguminosas, palhadas de culturas, e cascas de certos grãos e sementes.

Alimentos concentrados: São aqueles com alto teor de energia, normalmente com mais de 60% de NDT, e apresenta menos de 18% de FB ou inferior a 35% FDN, sendo divididos em: Energético: Alimentos concentrados com menos de 20% de proteína bruta (PB); origem vegetal - milho, sorgo, trigo, arroz, melaço, polpa cítrica; origem animal - sebos e gordura animal; Protéicos: Alimentos concentrados com mais de 20% de PB; origem vegetal - farelo de soja, farelo de algodão, farelo de girassol, soja grão, farelo de amendoim, caroço de algodão; origem animal - farinha de sangue, de peixe, carne e ossos (sendo esta última atualmente proibida pelo Ministério Agricultura para uso em ruminantes). Outros alimentos Minerais: São substâncias inorgânicas, essenciais na dieta animal. São necessários em quantidade relativamente pequenos, comparados à energia e a proteína. Principais fontes de minerais: Alimentos (animal, vegetal, mineral, etc., água e ar; Cinzas , óxidos, carbonatos e sulfatos). Compostos de minerais usados na alimentação animal: fosfato bicálcico, calcário, sal comum, sulfato de cobre, sulfato de zinco, óxido de magnésio, etc.

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Minerais no Organismo Animal (Superior): Orgânicos – C, H, N e O: corresponde a 95-97% Peso corporal Vazio do animal(PCVA); Inorgânicos – 40 minerais: corresponde de 3-5 % PCVA. Vitaminas: Compostas das vitaminas lipossolúveis e hidrossolúveis; A, B, C, D, E, K Aditivos: compostos de substâncias com função não nutritiva adicionada a um alimento, geralmente em pequenas quantidades, para melhorar sua aparência, sabor, textura, conservação ou como antibióticos, hormônios, probióticos (promotor de crescimento), prebióticos, antioxidante, corantes, etc. Outros: São aqueles que não se classificam nos itens anteriores (TEIXEIRA, 1998; MELLO, 1999). Exemplo disso é a água e a uréia.

8.5.3. Composição de alguns alimentos mais utilizados Tabela 3:composição básica dos alimentos mais utilizados nas rações bovinas (MS).

Alimento PB PDR Psol NDT EE FDN Ca P

Silagem milho 7.0 5.2 3.5 59.0 2.5 53.0 0.30 0.17

Silagem sorgo 6.7 4.8 4.0 55.0 1.0 54.0 0.28 0.18

Cana –de- açúcar 3.1 2.1 1.5 57.0 0.5 62.0 0.08 0.05

Soja grão 42.0 31.5 18.5 94.0 18.0 14.0 0.27 0.66

Farelo soja 51.0 33.0 10.0 83.0 1.7 15.0 0.29 0.67

Casca soja 12.5 8.5 2.2 66.0 1.7 70.0 0.55 0.12

F. algodão 30.8 17.5 6.2 77.0 0.8 32.0 0.17 0.95

F:algodão 41.8 24.5 8.4 79.0 1.0 27.0 0.18 1.00

F. amendoim 50.5 40.4 16.6 76.0 2.3 14.0 0.26 0.445

P.cítrica 7.1 3.0 1.9 71.0 1.4 24.0 1.61 0.12

F. trigo 17.7 13.7 5.2 80.0 2.8 50.0 0.13 0.88

F. arroz 14.4 8.7 5.8 77.5 1.3 33.0 0.11 0.68

C.algodão 23.0 15.6 9.2 82.0 17.0 52.0 0.27 0.65

F.girassol 31.0 25.0 9.3 70.0 2.5 47.0 0.23 0.72

Milho grão 9.6 5.5 1.2 90.0 3.8 9.2 0.02 0.28

Sorgo grão 10.9 5.6 1.3 80.0 3.2 18.0 0.03 0.28

MDPS 4.5 2.0 0.6 65.0 1.5 40.0 0.01 0.18

F.Glúten milho 23.5 18.0 11,5 83.0 1.0 50.0 0,22 0.95

Glúten milho 65.0 28.0 2.6 85.0 4.0 15.0 2.30 0.35

Uréia 282.0 282.0 282.0 - - - - -

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Editor:Horácio Santiago Rostagano.-2.ed-Viçosa:UFV,Departamento de Zootecnia,2005.186 p.

Tabela 1 - Composição química dos alimentos para aves e Suínos (na matéria natural)

NUTRIENTES

MA

RIA

SE

CA

MA

RIA

OR

NIC

A

MA

RIA

MIN

ER

AL

LC

IO

SF

OR

O D

ISP

.

PR

OT

EIN

A

BR

UT

A

P.

DID

ES

TÍV

EL

AV

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P.D

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CE

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EL)

EN

ER

GIA

BR

UT

A

Energ

ia

ME

T.A

VE

S

Energ

ia

ME

T.S

UÍN

OS

ALIMENTO % kcal/kg Caseína 91,35 88,75 2,6 2,6 0,7 84,21 82,48 82,53 0,8 3,74 5210 3529

Leite-Soro em pó 93,49 87,04 8,45 0,75 0,68 12,05 11,09 0,9 74,09 3675 3322

Leite-Desnatado-pó 93,93 86,23 7,7 1,17 0,68 33,62 31,98 0,73 51,88 4163 3502

Açúcar 99,93 99,79 0,14 99,79 4008 3831 3737

Amido 87,69 87,69 87,69 87,69 3821 3625 3520

Óleo Soja 99,60 99,6 99,6 9333 8790 8300

Gordura 99,60 99,6 99 9282 8681 8228

F.Sangue 92,79 89,35 3,44 0,23 0,22 82,8 65,41 59,28 0,48 6,07 5134 3067 2986

F.Víceras Aves 93,90 82,3 11,6 3,64 1,88 55,3 45,74 45,68 20,57 6,42 5343 3682 4106

F.Víceras Suínos 92,93 65,4 27,52 7,64 4,78 44,5 38,86 34,98 14,57 6,33 4006 2114 3735

F.Carne e Osso 35% 92,65 50,46 42,19 15,02 7,92 35,04 25,84 24,42 13,4 1,66 3122 1778 1618

F.Carne e Osso 55% 93,28 67,37 25,91 8,46 4,18 54,58 44,75 44,21 9,8 2,99 4017 2710 2580

F.Carne e Osso 60% 94,07 72,3 21,76 7,54 3,18 60,1 49,28 48,98 10,49 1,72 4341 2872 2798

F.ALG.30% 89,09 83,72 5,38 0,23 0,29 29,80 22,71 22,94 1,28 29,55 3,00 41,70 30,79 23,09 4130 1666 1996

F.ALG.38% 89,99 83,71 6,27 0,46 0,35 39,45 31,06 32,55 1,39 28,80 4,00 29,53 16,97 14,08 4166 1943 2323

F.SOJA 45% 88,59 82,69 5,90 0,24 0,18 45,32 41,65 40,79 1,66 30,29 12,38 13,86 8,16 5,41 4079 2256 3154

F.SOJA 48% 88,21 82,49 5,72 0,31 0,21 47,90 44,13 43,59 1,40 28,91 3,00 14,93 12,28 4,27 4164 2302 3253

F.Glúten Milho 60% 90,95 89,40 1,55 0,03 0,15 60,35 56,13 56,13 2,57 25,41 14,34 16,39 8,63 1,07 5047 3696 3929

Farelo de Trigo 88,00 83,20 4,79 0,14 0,33 15,52 12,11 12,01 3,46 54,56 31,35 40,59 13,85 9,66 3919 1824 2242

Farinha de Trigo 86,93 86,47 0,47 0,11 0,02 12,26 11,45 14,40 1,70 76,50 72,51 2,65 1,80 1,34 3775 3503 3624

Arroz Quirera 88,04 87,07 0,97 0,04 0,05 8,47 7,86 7,46 1,22 76,83 74,45 14,28 7,43 0,55 3846 3507 3491

Farelo de Arroz 89,30 80,48 8,82 0,11 0,32 13,24 10,28 9,86 14,81 44,55 22,70 21,30 12,58 7,88 4394 3143 3111

Milho 87,11 85,84 1,27 0,03 0,08 8,26 7,19 6,73 3,61 72,24 62,48 11,75 3,54 1,73 3925 3381 3340

Sorgo 87,97 86,59 1,39 0,03 0,09 9,23 7,94 7,48 3,00 72,05 60,79 10,03 5,90 2,30 3928 3192 3348

Mandioca 87,67 84,07 3,6 0,2 0,03 2,47 1,14 0,87 0,59 75,59 67,85 11,75 4,27 5,42 3621 2973 3020

Milheto 89,64 88,06 1,58 0,03 0,08 13,1 12,09 9,7 4,22 66,55 63,29 19,33 9,66 4,19 3894 3168 2872

Page 111: Cópia de Apostila Zootecnia Geral - 2011- Completa

111

8.5.4. Relações entre diferentes exigências nutricionais

NUTRIÇÃO ANIMAL

ÁGUA

ENERGIA

PROTEÍNA

MINERAIS

VITAMINAS

Lei de Mínimo - O fator limitante interfere na máxima produção

Imagine que a nutrição é como um barril formado de tábuas que corresponde os nutrientes essenciais para o animal expressar sua capacidade de produção, porém todos os nutrientes devem atender a necessidade do animal para a produção ocorrer no nível máximo, caso falte algum nutriente que esteja em menor quantidade, este nutriente será considerado o fator limitante.

Observando neste exemplo o barril pode verificar que a ordem crescente dos fatores limitantes é: Energia, Proteína, Minerais, Fósforo, Sódio, Selênio, Zinco, Vitamina. Observa também que este barril (animal) está sendo alimentado, e à medida que fornecer todos estes nutrientes limitantes a animal estará nutrido.

Relação da curva de crescimento e da composição corporal

Page 112: Cópia de Apostila Zootecnia Geral - 2011- Completa

112

Variação da dieta de acordo com o desenvolvimento dos animais Suínos

Fases

Unid. Inicial Crescimento Terminação

Peso Vivo Kg 15 a 30 30 a 50 50 a 70 70 a 100 100 a 120

Peso Médio kg 22,5 40 60 85 110

Ganho de Peso kg/dia 0,57 0,76 0,86 0,87 0,81

Consumo Kg/dia 1,03 1,96 2,68 3,19 3,52

C.A Kg/kg 1,79 2,59 3,11 3,67 4,35

PB % 17,35 15,8 14,3 12,71 11,6

Ca % 0,72 0,63 0,55 0,48 0,45

P % 0,4 0,32 0,28 0,25 0,24

Frango

Frango Pré-Inicial Inicial Crescimento 1 Crescimento 2 Terminação

1 a 7 8 a 21 22 a 33 34 a 42 43 a 46

Idade Média dias 4,00 14,50 27,50 38,00 44,50

Peso Médio Kg 0,12 0,44 1,25 2,07 2,52

Ganho g/dia 18,5 40,5 74,1 82 80,6

Consumo g/dia 22,2 60 130,2 170,3 190

Conversão(C.A.) kg 1,20 1,48 1,76 2,08 2,36

Eficiência(E.A.) % 83 68 57 48 42

EM Kcal/Kg 2925 2980 3050 3100 3150

PB % 21,85 20,65 19,1 17,74 16,97

Ca % 0,931 0,878 0,81 0,751 0,717

P disponível % 0,466 0,439 0,405 0,374 0,357

Exemplo com Aves de Corte

0

50

100

150

200

250

1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56

Gra

ma

s/ d

ia

Idade ( dias)

Desempenho Nutricional em Frangos de Corte

Ganho g/dia

Consumo g/dia

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113

TABELAS PARA AVICULTURA DE CORTE

Tab. 27 - Exigências Nutricionais de frangos de Corte Machos de Desempenho Médio

Pré-Inicial Inicial Crescimento 1 Crescimento 2 Terminação

1 a 7 8 a 21 22 a 33 34 a 42 43 a 46

Idade Média 4,00 14,50 27,50 38,00 44,50

Peso Médio Kg 0,124 0,463 1,33 2,198 2,675

Ganho g/dia 19,6 45,8 77,6 87 85,7

Consumo g/dia 23 65,8 134,5 178,4 196,1

Eficiência(E.A.) % 85 70 58 49 44

Conversão(C.A.) kg 1,17 1,44 1,73 2,05 2,29

EM Kcal/Kg 2950 3000 3100 3150 3200

PB % 22,04 20,79 19,41 18,03 17,24

Ca % 0,9391 0,884 0,824 0,763 0,728

P disponível % 0,47 0,442 0,411 0,38 0,363

Relação Ca:P 2,00 2,00 2,00 2,01 2,01

Tab. 30 - Exigências Nutricionais de frangos de Corte Fêmeas de Desempenho Médio

Pré-Inicial Inicial Crescimento 1 Crescimento 2 Terminação

1 a 7 8 a 21 22 a 33 34 a 42 43 a 46

Idade Média 4,00 14,50 27,50 38,00 44,50

Peso Médio Kg 0,123 0,442 1,189 1,874 2,228

Ganho g/dia 18,9 41,7 63,3 65,3 63

Consumo g/dia 22,5 61,1 117,5 148,6 159,8

Eficiência(E.A.) % 84 68 54 44 39

Conversão(C.A.) kg 1,19 1,47 1,86 2,28 2,54

EM Kcal/Kg 2950 3000 3100 3150 3200

PB % 20,98 19,9 18,74 17,53 16,86

Ca % 0,891 0,839 0,781 0,723 0,691

P disponível % 0,448 0,421 0,391 0,362 0,345

Relação Ca:P 1,99 1,99 2,00 2,00 2,00

EXIGÊNCIA PARA AVES DE REPOSIÇÃO E POSTURA

Tabela 35 pág. 100- Exigências Nutricionais de Aves de Reposição Leves

de acordo com o Nível Energético da Ração

Fase Inicial Cria Recria

Idade(semanas) Semanas 1 a 6 7 a 12 13 a 18

EM(Kcal/Kg) (Kcal/Kg 2900 2900 2900

PB % 18 16 14

Ca % 0,94 0,83 0,8

P disponível % 0,44 0,39 0,31

Tab.42 - Exigências Nutricionais de Galinha Poedeiras Leves ( g/ave/dia)

Nutriente Poedeiras Leves

Proteina Bruta 16,5

Cálcio 4,02

Fósforo Disponível 0,375

Peso Corporal(kg) 1,47 1,6 1650

Ganho, g/dia 1,5 0,5 0

Massa do Ovo,g/dia 55 50 45

Tab 45 - Exigências Nutricionais(%) de Galinhas Poedeiras Leves de acordo com

a produtividade, a Energia Metabolizável e o Consumo de Ração

Peso Corporal Kg 1,47 1,6 1,65

Ganho g/dia 1,5 0,5 0

Massa do Ovo g/dia 55 50 45

Exigência de EM Kcal/kg 304 303 297

Consumo de Ração g/dia 105 108 110

Nutrientes

EM da Ração Kcal/Kg 2900 2800 2700

Proteina Bruta % 15,71 15,28 15

Cálcio % 3,83 3,72 3,66

Fósforo disponível % 0,36 0,35 0,34

Reação Ca:P 11 11 11

Page 114: Cópia de Apostila Zootecnia Geral - 2011- Completa

114

Exemplo com Suíno

TABELAS PARA SUINOCULTURA EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE SUÍNOS EXIGÊNCIAS NUTRICIONAIS DE SUÍNOS

Tab.71 pág.149 - Exigências Nutricionais de Suínos Machos castrados Tab.74 pág.152 - Exigências Nutricionais de Suínos Fêmeas

de Alto Potencial Genético com Desempenho Médio de Alto Potencial Genético com Desempenho Médio

Fases

Fases

Unid. Inicial Crescimento Terminação

Unid. Inicial Crescimento Terminação

Peso Vivo Kg 15 a 30

30 a 50

50 a 70

70 a 100

100 a 120 Peso Vivo Kg

15 a 30

30 a 50

50 a 70 70 a 100

Peso Médio kg 22,5 40 60 85 110 Peso Médio kg 22,5 40 60 85

Ganho de Peso kg/dia 0,616 0,825 0,96 0,996 0,953 Ganho de Peso kg/dia 0,613 0,805 0,914 0,931

Consumo Kg/dia 1,051 1,81 2,494 3,25 3,571 Consumo Kg/dia 1,108 1,76 2,48 2,64

E.A %

E.A %

C.A Kg/kg

C.A Kg/kg

Nutrientes

Nutrientes

EM Kcal/kg 3230 3230 3230 3230 3230 EM Kcal/kg 3230 3230 3230 3230

PB % 18,13 16,82 15,43 13,83 12,39 PB % 18,5 17,55 16,45 15,01

Ca % 0,72 0,63 0,55 0,48 0,45 Ca % 0,72 0,63 0,55 0,48

P disponível % 0,4 0,32 0,28 0,25 0,24 P disponível % 0,4 0,32 0,28 0,25

Relação Ca:P

2 2 2 2 2 Relação Ca:P

2 2 2 2

Tabela 79 - Exigências Nutricionais de Suínos na Fase de Gestação e Lactação

de Acordo com o Nível Enérgético e o Consumo de Ração

Gestação Lactação

Marrãs Porcas Marrãs Porcas

Exigência EM Kcal/Kg 6340 7000 15000 18500

Nível EM da Ração Kcal/Kg 3020 3040 3330 3100

Consumo Kg/dia 2,099 2,303 4,505 5,968

Nutriente

Energia Metabolizável Kcal/kg 3020 3040 3330 3300

Proteina % 14,3 12,4 19,0 18

Cálcio % 0,71 0,7 0,85 0,8

Fósforo disponível % 0,38 0,37 0,45 0,43

0

0,5

1

1,5

2

2,5

3

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Kg

Idade (semanas)

Desempenho de Suínos

Ganho Kg/dia Consumo Kg/dia

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115

8.5.5. Formulação de Rações

EXEMPLO - 01

Formule um concentrado com 19% de PB, com 5% Núcleo

1ºPasso: Correção da PB Quantidade em % da Mistura Total 100

Quant. em % de Inclusão do Núcleo 5

Quantidade em % Para Correção 95

Correção da PB 19 %PB em 95 %Mistura

x %PB

100 % do Pearson

x é = a 20 % de PB no Quadrado de Pearson

Ingredientes disponíveis Ingredientes % da Mistura

Mistura %PB Exigida

% 95

F.Soja 46

12 Partes de F.Soja 31,58 30

20

Milho 8

26 Partes de Milho 68,42 65,0

Sub-Total 38 Partes de FS e M 100 95,0

Tabela para Mistura Final Batida(kg) Valor da batida

Mistura Inclusão %PB %PB EM (kcal/kg) 500

F.Soja 30,00 46 13,8 677 150 111

Milho 65,00 8 5,2 2198 325 97,5

Núcleo 5 0 0 25 75

Total 100,00 19,0 2874 500 283,5

Valores dos Ingredientes

Ingredientes F.Soja Milho Núcleo R$/Kg 0,567

Valor R$/ kg 0,74 0,30 3

Page 116: Cópia de Apostila Zootecnia Geral - 2011- Completa

116

EXEMPLO - 02

Formule um concentrado com 19% de PB, com 5% Núcleo, utilizando mais de 3 ingredientes

1ºPasso: Correção da PB Quantidade em % da Mistura Total 100

Quant. em % de Inclusão do Núcleo 5

Quantidade em % Para Correção 95

Correção da PB 19 %PB em 95 %Mistura

x %PB

100 % do Pearson

x é = a 20 % de PB no Quadrado de Pearson

Ingredientes disponíveis Ingredientes % da Mistura

Mistura 1 %PB Exigida Partes

% 95

F.Soja 46

30 Partes de F.S 83,33 79,17

40

Sorgo 10

6 Partes de Sorgo 16,67 15,83

Sub-Total 36 Partes de FS e S 100 95,0

Mistura 2 %PB Exigida

% 95

F.Algodão 38

2 Partes de F.A. 6,67 6,33

10

Milho 8

28 Partes de Milho 93,33 88,67

Sub-Total 30 Partes de FA e M 100 95,0

Ingredientes %PB Exigida Partes % % Final

M 1 - F.S. + Sorgo 40

10 Partes da M1 33,33 26,39

20

5,28

M 2 - F.A. + Milho 10

20 Partes da M2 66,67 4,22

59,11

Sub-Total 30 Partes da M1+M2 100,00 95,00

Ingredientes % %PB PB EM(kcal/Kg) EM(kcal/Kg) F.Soja 26,39 46 12,14 2256 595,3 Sorgo 5,28 10 0,53 3192 168,5 F.Algodão 4,22 38 1,60 1943 82,0 Milho 59,11 8 4,73 3192 1886,8 Núcleo 5,00 0 0 0 0 Sub-Total 100,00 PB 19 EM(kcal/Kg) 2733

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117

9. SANIDADE

Como já mencionado anteriormente, a produção animal depende dos fatores genético e ambiental, dentre os fatores ambientais, a sanidade é limitante na exploração animal, causando prejuízos econômicos de forma direta e indireta. Então, para o animal expressar sua capacidade genética ele deve estar bem nutrido, confortável, sem estresse, e principalmente saudável, ou seja, ausente de qualquer doença ou enfermidade que comprometa expressar seu potencial genético.

È importante destacar o grande trabalho e avanço da medicina veterinária, que é a formação habilitada em cuidados com a saúde dos animais, entre outras. Portanto, este material foi extraído de livros voltados ao conhecimento da saúde dos animais, e nos traz informações sobre os aspectos sanitários em geral das principais espécies de interesse zootécnico, para que possamos ter um conhecimento abrangente e generalizado sobre a saúde dos animais, para que possamos adotar medidas que potencialize a saúde e minimize a entrada ou disseminação de doenças, bem como, saber identificar um animal com sinais, sintomas ou comportamentos anormais, que pode ser de alguma doença, para que possamos informa ao veterinário, entender as recomendações e princípios de prevenção, tratamento e cuidados a serem seguidos, bem como, utilizar as principais técnicas e administrar medicamentos nas principais vias de aplicação, receitado pelo profissional habilitado a esta função, ou seja, os profissionais Médicos Veterinários.

9.1. Introdução à Sanidade

No centro-oeste que têm uma densidade populacional ainda baixa associada às

condições edafo-climáticas do cerrado, os episódios de enfermidades são relativamente moderados, porém bastante variável, devido as diferentes espécie, raças e sistema prdutivo.

No entanto, em geral predomina algumas enfermidades, destacando as doenças: parasitárias (as verminose e cocidioses ou eimeriose); infecto-contagiosas (mastite, pneumonia, diarréias, clostridioses, brucelose, podridão de cascos,) as nutricionais (timpanismo, intoxicação, hipocalcemia, e fotossensibilização).

As enfermidades que atacam podem ser evitadas, adotando-se os programas e/ou recomendações básicas de alimentação, instalações confortáveis e higiênicas e boas práticas de manejo sanitário.

O criador deve concentrar seus esforços na adoção de medidas preventivas, estabelecendo um programa de controle de parasitas internos e externos bem como um esquema básico de vacinação associado a medidas gerais de higiene e desinfecção das instalações. Com isso evita-se os tratamentos que oneram sobremaneira os custos de produção, reduz-se o índice de mortalidade, principalmente de animais jovens e se alcança alvos de produção e produtividade que justifiquem a exploração economicamente rentável.

Nexte contexto sanidade abrange uma série de atividades técnicas, conduzidas para manter as condições de saúde dos animais, as quais são influenciadas pelo meio ambiente, pelo genótipo e práticas de manejo, entre outras causas.

A manutenção da saúde de um rebanho tem início com uma adequada educação sanitária das pessoas envolvidas e com uma correta alimentação dos animais. Assim, um rebanho bem alimentado tem maior probabilidade de estar saudável, e resiste melhor às doenças. Por outro lado, uma deficiência nutricional aumenta o índice de doenças e de mortalidade no rebanho. Portanto, os animais devem ser bem nutridos para permanecerem saudáveis.

Desta forma, entenda-se que “bem nutrido” é o animal que ingere alimentos com qualidade e em quantidade suficientes para atender suas necessidades de mantença e de produção.

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118

A saúde dos rebanhos também recebe influência das instalações. Quando construídas de forma adequada, proporcionam conforto e proteção, facilitam o manejo e contribuem para manter a saúde dos animais.

O produtor e demais pessoas que lidam com os animais devem estar familiarizados com o comportamento desses animais, de forma a reconhecer imediatamente qualquer desvio de suas condições normais, para tomar as medidas corretas na hora certa. No entanto vamos iniciar com fatos históricos. Informações históricas

Falar em sanidade é arrepiante e tem histórias de origens biblícas: como exemplo. Abraão disse ao rei: nossos rebanhos fertilizaram suas terras sedentas, e agora quer

dobrar(1/4 p/ ½) os impostos, porque somos férteis... (Fertilizantes naturais: fezes rica em nutrientes para os vegetais e microorganismo em geral (bonzinho(benéficos) e/ou malvado (maléficos)).

Isac filho de abraão disse ao seu filho: “ ...jacó, leve os animais á pastorear em pastagens novas e saudáveis...” (Hábito de pastejo: plantas jovens, tenras, geralmente próximo ao solo e às larvas infectantes de parasitos sobem até 15-20 cm na planta)

Os animais eram intinerantes como os nossos patriarcas (Intinerante: nunca dormiam ou pastejavam em um mesmo local, reduzindo o contato com agentes cusadores de doenças, com isso a imunidade adquirida naturalmente ficava prejudicada

Geralmente apresentam instinto gregários e unidos (Instinto gregário: rápida disseminação de doenças);

Moisés falou a um de seu seguidores: “...entes animal se feriu nas colinas, vamos abate-lo e consumir sua carne, antes que os vermes o faça (Ferida- Porta de entrada e ambiente ideal para entrada e para desenvolvimento de microrganismo patogênicos e de larvas de alguns insetos que causa bicheiras ou miíases).

Davi: “tocava harpa para expulsar os espíritos maus dos animais” (Conforto, bem estar, e sem estresse, são fundamentais para saúde dos animais)

9.2. O Fenômeno da Imunidade

O corpo animal vivo comtém todos os componentes necessários para sustentar a

vida. Ele é quente, úmido, repleto de nutriente. Como resultado, o tecido animal é extremamente atrativo a uma vasta variedade de microrganismo. Isso pode ser facilmente observado quando um animal morre. Ele começa a exalar mal cheiro quano ocorre invação microbiana. No climas quentes, isso pode ser muito rápido.

Os tecidos dos animais vivos e saldáveis são resistentes a invasão microbiana devido a muitos mecanismos de defesa interligados. De fato, a sobrevivencia de um animal depende do sucesso da defessa contra a invação microbiana.

Caso algum microrganismo utrapasse e entra no animal, é essencial que o corpo expulse o invasor que pode causar doenças ou reduzir a capacidade do animal sobreviver. Pelo fato de a resistencia à infecão ser um fator crítico, o corpo não pode contar com um único mecanismo de defesa. Para ser efetivo e confiável , múltiplos sistemas de defesa deve estar disponíveis. Alguns sistema devem ser efetivos contra diversos invasores. Outros são específicos. Alguns irão atuar na superfície do corpo para eliminar invasores. Outros agirão profundmente dentro do corpo para destruir organismos que vencerão os mecanismos de defesa externos. Alguns irão defender contra bactérias, outros contra vírus, e até contra grandes invasores, como vermes parasitários e insetos.

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As defesas do corpo provêm de um sistema complexo de mecanismo sobrepostos e interligados para que juntos possam destruir ou controlar grande parte dos invasores. Uma falha nessas defessas pode desenvolver uma enfermidade que podera ressultar em morte.

Os microrganismo de interesse na sanidade são aqueles achados em associação com animais, já que podem às vezes ser perigosos e pode causar doenças (patôgeno). No entanto, é importante destacar que somente uma pequena porção é patogênica, ou seja que pode invadir os tecidos ou danificá-los. A capacidade de causar doença é variada e denomina de virulência, podendo ser altamente virulento ou com baixa virulência, alguns organimos de baixa virulência só chega a causar doença se penetrar em dose muito alta ou em caso das defesas imunes do corpo estiverem prejudicadas, ou seja, quando o animal estiver debilitado ou suprimidos. Esses são conhecidos como patôgenos oportunistas. Como exemplos podemos citar: bactérias, tais como a Pasteurella hemolytica, que raramente causam doenças em animais saldáveis e normais.

9.2.1. Defesas do corpo

Imunidade Inata O corpo apresenta múltiplas camadas de defesa (barreiras físicas). A pele é a

primeira e mais óbvia barreiras físicas contra a invasão de microrganismos, além de proteger contra ressecação e a sua descamação contínua renova as células junto com à liberação de ácido graxos (sebo) permite o pH baixo para desenvolvimento de microrganismo. Pois nessas condições já reside microrganismos benéficas que exclui outras bacterias e fungos. Se essa flora da pele for perturbada, essas propriedades protetoras serão reduzidas. E comum observar animais forçados a permanecer em pé na água ou na lama mostrar aumento na frequencia de infecções podais (de casco) à medida que a pele encharca, distruindo sua estrutura e alterando a flora residente em resposta a alterações no ambiente local. Se ala sofrer algum dano, o processo de cicatrização assegura que será reparada muita rapidamente, mais enquanto isso a porta fica aberta e suceptível.

Nas outras superfícies corpóreas interna, como as membranas mucosas do intestino e do trato respiratório são pelo menos 200 vezes maiores em área que a pele, as defesas simples inclue o processo de autolimpeza, lacrimejamento, mucose e cilios permite o fluxo

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do muco na trato respiratório (junto com a tosse e o espirro), o fluxo de fluído no trato gastrointestinal (o vômito e diarréia). A presença de uma flora normal e condições anaeróbicas estabelecida também elimina muitos invasores potenciais, isso pode ser vista com maior efeito no intestino de herbívoros, onde é essencial não somente para o controle de patôgenos potenciais, mas para a propria digestão das fibras contida nos alimentos. No estômago, o pH baixo tem efeito bactericidade e virucida. Porém alguns alimentos como o leite são tampões potentes que impede redução do pH a níveis baixos, porém o ácido lático tem enorme poder bacteriostático.

O fluxo urinário no sistema urinário é importante, pois esse processo de lavagem e o pH baixo da urina geralmente proporcionam uma proteção adequada. Nas fêmeas adultas, a vagina é revestida por um epitélio escamso composto por células ricas em glicogênio. Quando estas células descamam, proporcionam um substrato para lactobacilos, que, por sua vez, geram uma grande quantidade de ácido lático, que protege a vagina contra uma invasão.

A glândula mamária utiliza vários mecanismos de defesa. Em um animal não lactante, um tampão de ceratina bloqueia o orifício da teta e assim impede a entrada de bactérias patogênicas. Em um animal lactante a ação de lavagem do leite ajuda a evitar a invasão e proporciona a expulsão dos já instalados, enquanto o próprio leite contém muitas substancias antibacterianas (chamadas de lacteninas). Além disso o leite contêm IgA sistetizada na glândula mamária que fica associada aos glóbulos de gordura do leite. Essas células constitue uma fonte de anticorpos contra potógenos intestinais

As barreiras físicas, embora muito úteis, não podem ser completamentes efetivas por si só. Com tempo e persitência, um invasor por fim irá supera obstáculos físicos. A segunda camada de defesa, portanto, consiste em mecanismos químicos e celulares de defesa coletivamente (geral) conhecidos como sistema imunoinato (imunidade inata).

Esse sistema conta com o fato de que muitos microrganismo invasores são quimicamente diferentes dos componentes normais do copo. Dessa maneira os animais tem enzimas que pode digerir a parede celular de bactérias e desencadear a sua destrição. Outro aspecto da imunidade inata é a habilidade do corpo de mobilizar suas defesas, e focalizar os mecaninmo de ligação, ingestão e destruição do material estranho por um processo conhecido como fagocitose (Invasor – antígeno x Defensor - anticorpo) no local onde ocorre a invasão bacteriana que causa dano ao tecido e faz desenvolver a inflamação, que aumenta o fluxo sanguíneo e acúmulo de célula (macrófagos) que irá atacar, captura e destruir partículas estranhas como a maioria dos invasores bacterianos e outros microrganismos. Essas células são chamadas de leucócitos ou glóbulo brancos do sangue (neutrófilos e monócitos) formados na medula óssea e migrão para a corrente sanquínea e para o interior dos tecidos, que podem destruir a maioria dos organismos invasores e impedir que espalhem a áreas não infectadas pelo corpo. Porém, após sua curta vida (poucos dias) morrem e são novamente substituidos por novas células, num processo constante da medula óssea.

A inflamação é a resposta do tecido a pesença de microrganismo ou uma lesão. É um mecanismo protetor vital, já que corresponde ao meio pela qual as células fagocíticas e as moléculas de defesa, tais como os anticorpos ganham acesso aos locais de invasão microbiana ou de danos teciduais. As celulas fagocitárias são facilmente encontradas no sangue. Devem emigrar para o interior dos tecidos para destriur os invasores. Essas grandes moléculas não podem deixar os vasos sanguíneos normais , mas podem escapar para o interior dos tecidos nos locais de inflamação. A inflamação consequentemente proporciona um mecanismo através do qua os mecanismos-chave protetores são focalizados numa localizada região do tecido. Portanto, localiza e elimina os invasoes e ajuda a iniciar o reparo do dano tecidual.

Imunidade Adquirida

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Se todo o material estranho que entra no corpo fosse totalmente ingerido, digerido e

destruido pela células fagocíticas, não haveria nehuma nessecidade de estímulo para uma resposta imune. Entretanto, alguns antígenos (invasor) devem persistir para desencadear uma resposta imune, por outro lado se todo o material estranho que entrasse em contato com um corpo dessencadease uma resposta imune, então o sistema se sobrecaregaria na tentativa de responder a cada estímulo estranho.

O sistema inuno adquirido tem receptores específicos antigênico e aprende o processo e reconhecimento de cada invasor específico e crião célular de memória (Linfócitos B e T) que quando encontrá-los novamente responde mais rápido e eficiente. Esse tipo de resposta adptativa é função do sistema imunoadiquirido. Como um animal desenvolve imunidade específica a um invasor, as chances de sucesso na invasão por um organismo serão menores.

O sistema imunoadquirido é extraordinariamente um sistema de defesa efetivo. Pode reconhecer invasores estrangeiros, destruí-los e reter em sua memória esse encontro. Se um animal encontrar o organismo pela segunda vez , o sistema imune responde mais rápido e eficientemente. Uma razão para essa complexidade é a defesa do animal a uma ampla variedade de microrganismos.

Anticorpos específicos são formado primariamente no órgão do timo, baço, linfonodos, que são formadores de células T e B.

9.2.2. Tipos e procedimentos de Imunização: Imunização Passiva e Ativa

Existem dois métodos básicos pelos quais pode-se tornar um animal imune a uma

doença infectocontagioso. Um método chamado de imunização passiva, que produz uma resistencia temporária por meio de uma transferência de anticorpos de uma animal resistente para um susceptível. Esses anticorpos passivamente transerido confere uma proteção imediata, mas, como são gradualmente catabolizados, essa proteção diminue e o receptor finalmente fica susceptível a uma reinfecção. O outro método chamado de imunização ativa, que envolve a administração de antígenos em uma animal de maneira que ele responde por meio de montagem de uma rsposta imune protetora. A reimunização ou a exposição a uma infecção resultará em uma resposta imune secundária.

A desvantagem da imunização ativa é que a proteção não é conferida imediatamente (prevenção), como a imunização passiva (proteção imediata ou tratamento). No entanto, uma vez estabelecida, ela possui uma duração longa e é capaz de reestimulação.

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Exemplo. Imunidade Passiva e Ativa em Suínos

Exemplo. Imunidade Passiva e Ativa em Equínos

Resposta imune dos animais recém-nascido Após se desenvolver no ambiente estério do útero, os mamíferos nascem em

ambiente rico em microrganismo. Os filhotes dos animais domésticos são capazes de montar resposta imune ao nascer. No entanto, qualquer resposta imune montado por um animal recém nascido deve ser uma resposta primária com um período de intervalo prolongado e concentrações baixas de anticorpos. Portanto, a menos que seja providenciada uma assistencia imunologica, os animais recém-nascidos pode ser mortos por organismos que apresentam pouca ameaça para um adulto. Essa assistência imunológica é proporcionada pelos anticorpos transferido da mãe para o seu descendente através do colostro.

Imunidade Passiva

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Transferencia de Imunidade de Forma Natural da Mãe para o Descendente Mamíferos : Secreção e composiçõ do colostro e do leite O colostro representa as secreções acumuladas da glândula mamária nas últimas

semanas de gestação junto com proteinas ativamente transferidas a partir da corrente sanguínea, sob a influência dos estrógenos e progesterona. É, portanto, rico em IgG e IgA, mas também contém um pouco de IgM e IgE. Além de ser repleto de linfócito e células T, esses linfócitos colostrais podem permanecer por até 36 horas no intestino de recém-nascidos, e alguns penetram na parede intestinal e vão para a circulação sanguínea, contribuindo com a proteção dos récem-nascidos, principalmente contra bactérias enteropatogênicas comum, como é o caso da E.Coli que causa diarréia e morte neo-natal

Esse tipo de imunidade passiva é fundamental no primeiro mês de vida dos mamíferos depois o organismo começa a adquirir imunidade ativa.

Absorção de Colostro: Os animais jovens que mamam logo após o nascimento

levam o colostro para o interior do seu trato gastrointestinal. Nesse animais jovens o nível de atividades proteolíticas no trato digestivo é baixo e é posteriormente reduzido por inibidores da tripsina no colostro. Portanto, as proteínas colostrais não são degradadas e utilizadas como fonte de alimento, mas, em vez disso, atingem o intestino delgado intactas. A imunoglobulina do colostro se conjuga com um receptor especializados nas células epiteliais intestinais dos recém-nascidos que faz a pinacitoce, e absorve estas imunoglobulinas que vão para a circulação sistêmica egarantindo aos récem-nascido uma transfusão massiva de imunoglobulinas materna.

Os animais domésticos diferem na na duração da permeabilidade intestinal. Em geral a permeabilidade é maior imediatamente após o nascimento e declina após 6 h, sendo mínima após as 24 h do nascimento. A alimentação feita através do colostro tende a acelerar este fechamento, enquanto o retardo da alimentação resulta em um ligeiro retardo do fechamento. Animais que não mamarão normalmente possuem níveis baixos de imunoglobulinas no seu soro.

Imunidade Ativa- Vacinação de animais jovens : Pelo fato dos anticorpos maternos passivelmente derivados inibirem a síntese de imunoglobulinas neonatais, eles impedem o sucesso da vacinação em animais jovens. Essa inibição deve persistir por muitas semanas à meses, e sua duração depende da quantidade de anticorpos transferido e da espécie animal, mas geralmente fica em torno de 4 a 8 semanas de vida, onde já inicia os protocolos de imunização ativa específica (Vacina).

Aves: Imunidade passiva no pintinho As aves recém-eclodidas emergem do ambiente estério, o ovo, e como os mamíferos, exigem uma assitência imunológica temporária. As imunoglobulinas (IgG) do sangue da galinha são facilmente transferidas para a gema, enquanto o ovo ainda se encontra no ovário. As medida que o ovo desce do oviduto a IgM e IgA das secreções ovidutais são adquiridas junto com a albumina (clara). O pintinho recém-eclodido não absorve todo o seu anticorpo do saco vitelinico até cerca de 24 horas após a eclosão.

Transferência de Imunidade Passiva de Forma Artificial Imunização Passiva- Soro: A imunização passiva com soro, reque que os anticorpos sejam produzidos em um animal doador ( geralmente desenvolvido em equínos) por meio de uma imunização ativa e que esses anticorpos sejam administrados a animais susceptíveis

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para conferir proteção imediata. O papel mais importante se dá na proteção contra organismos toxigênicos, tais como, o Clostridium tetani e o C. perfringens. Os soros produzidos dessa forma são conhecido como imunoglobulinas e são comumente produzidos em equínos jovens por uma série de injeções imunizantes (toxóides). As toxinas de clostridios são proteínas que podem ser desnaturalizadas e assim se tornarem não toxicas por tratamento com formaldeído, passando ser chamadas de toxóides. A imunoglobulina tetânica é administrada nos animais para conferir proteção imediata contra o tétano. Outo soro comumente empregado na pecuária, é o soro antiofídico polivalente, elaborado com o mesmo procedimento do soro anti-tetânico, porém o antígeno é o veneno de diferentes espécies de cabras pesonhentas.

Imunidade Ativa Ambiente natural No próprio ambiente existe inúmeros microrganismo, sendo alguns deles patogênicos, de baixo, médio e alto risco de levar o animal a morte. Naturalmente é o maior ativador do sistema imune, pois constantemente o animal está em contato com o ambiente em que vive. Porém, dependendo do patógeno e na quantidade (ambiente contaminado) em contado com o animal pode trazer sérios prejuísos, tanto individualmente com atinguir todo um rebanho. Vacinação e Vacinas A vacinação foi comprovada nos últimos 120 anos ser o método mais eficiente e efetivo no controle de doenças infecciosas. A erradicação da varíola, a eliminação da cólera suína e da brucelose da América do Norte, e o controle de doenças como a febre afosa, raiva, entre outras, não seria possível sem o uso de vacinas. Contudo, a vacinação não é sempre um procedimento inócuo, e seu uso deve ser acompanhado de uma avaliação cuidadosa dos riscos e benefícios do procedimento. Dois critérios principais devem ser comtemplados para determinar se a vacinação deve ser utilzada para controlar uma doença específica. Em primeiro lugar, deve-se estabelecer que o sistema imune pode proteger contra a doença em questão. Em algumas doenças como a anemia infecçiosa equina, a resposta imune é responsável por muito dos processos patológicos. Em outra infecções, tais como a febre aftosa nos suínos e a peste suína, pode-se induzir uma imunidade protetora muito fraca ou nenhuma imunidade, no caso da aftosa do suíno não previni por muito tempo, no máximo 3 meses, sendo a resposa imune inferior a infecção natural. Em segundo lugar , antes de se usar uma vacina, devemos nos certificar de que os riscos da vacinação não excedam os riscos associados à chance de contrair a doença propriamente dita. Dessa forma, o uso da vacina deve ser inapropriado contra uma doença que é rara e ou contra uma doença que não esteja associada a alta morbidade. Também deve utilizar outros meios e procedimentos disponíveis de controle ou tratamento. A imunização ativa possui vária vantagens importantes comparada à imunização passiva. Essas vantagens incluem o prolongado período de proteção e a recuperação e o reforço dessa resposta protetora por meio de injeções repetidas do antígeno ou pela exposição à infecção. Uma vacina ideal para imunização ativa deve, portanto, conferir forte imunidade prolongada, e não deve ter efeitos colaterais adversos. Essa imunidade deve ser conferida tanto ao animal imunizado como ao feto gerado por ele. Deve também ser barata, estável, adaptável à vacinação em massa, e teoricamente deverá estimular uma resposta imune distinguível da infecção natural de forma que a imunização e a eradicação possam ocorrer simutaneamente.

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Vacinação e Vacinas

Vacinação contra dois antígenos

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9.3. Cuidados Sanitátio

Devemos ter uma sére de cuidados com a sanidade dos animais, sendo para isso importante saber identificar a situação do animal ou do rebanho através de sinais ou sintomas que permitem fazer a diferençiação entre animais saudáveis e doentes, e tomar as medidas necessárias para evitar a morte do animal ou mesmo a disseminação da doença por todo o rebanho, , bem como controlar a doenças e verificar os fatores que predispôs ao surgimento da doença e que tome as medidas para que novas doenças não venha acometer o rebanho.

9.3.1. Diferençiação entre animais saudáveis e doentes

Respostas sistêmicas à Invasão Quando ocorre uma inflamação ou danos teciduais em qualquer lugar do corpo, o animal também responde fabricando novas proteínas e montando uma série de resposta que ajudam a proteger o corpo como um todo. Essas respostas sistêmicas incluem o desenvolvimento da febre (alevação da temperatura corporal), neutrofilia (elevação dos neutrófilos sanguíneos), tetargia (tremores), bem como a produção de muitas novas proteínas que funcionam nas defesas do hospedeiro e são importantes componentes do sistema imune. A invasão microbiana estimula a produção de macrofágos que produz citocinas, estas agem no cérebro elevando a temperatura corpórea, induzindo sono e suprimendo o apetite, por isso é comum os sintomas de depressão e perda de apetite. Além disso, estas citocinas provoca alterações metabólicas, agem na musculatura esquelética para potencializar o catabolismo proteíco e mobilizar reservas de aminoácidos disponíveis, servindo para aumentar a produção de anticorpos. Estas citocinas também age na medula óssea, estimulando a liberação de neutrófilos na circulação sanguínea, causando uma neutrofilia.

Em função das mudanças no metabolismo, na própria fisiologia , e no próprio comportamento do animal, torna-se possível identificar vários sintomas ou sinais clínicos que indica que o animal pode estar doente.

Sinais de Saúde de Doença

TºC Corporal Normal: 37 a 39ºC, podendo ir a 40ºC

Alta: acima de 40ºC (Febre)

Freqüência Respiratória Normal. Acelerada

Batimentos Cardíacos

Alimentação Normalmente Inapetência,Anorexia

Ruminação Normal Parada(Atonia)

Fezes Normais Pastosas, Líquidas, Gelatinosas,

Fétidas, Escuras, Sangue

Urina Amarelo e Cheiro Normal Alterada:Cor escura ou Vermelha

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Pêlos Lisos com Brilho Ásperos,Secos,Sem Brilho,

Arrepiados,Quebradiços, Queda

Olhos “Vivos” e Brilhantes Tristes e Fundo

Conjuntiva Rosa ou Vermelho Vivo Clara à Branca

Instinto Socável, Ativo e Gregário Isola, Fica para Trás, Diferente do

Normal e do Grupo

Animais quando saudáveis apresentam:

Vivacidade e altivez; Apetite normal, selecionando e ingerindo os alimentos com avidez; Pêlos lisos, sedosos e brilhantes; Temperatura corporal variando de 38,5 a 40,5º C; Fezes de consistência firme; Urina de coloração amarelada, odor forte e em volume dentro da normalidade; Processo de ruminação presente (para ruminantes); Boa condição corporal e porte compatível com a idade e a raça

Alguns sinais e sintomas que podem indicar doenças:

Tristeza e isolamento do rebanho; Diminuição, ausência ou depravação do apetite (comer terra, ossos, etc). Pêlos arrepiados, ásperos e sem brilho ou queda dos pêlos; Temperatura corporal acima de 40,5º C – febre: Fezes de consistência pastosa, mole ou diarréica, com mau cheiro, com sangue ou

coloração escura; Urina de coloração escura, vermelha e com cheiro diferente; Condição corporal de magreza, porte atrofiado.

Identificação diária

Fundamental: O olho e a percepção são dons de Deus, seja bastante tranqüilo, devagar e observe melhor os animais.

Melhores Locais e Horários

Na hora que fornecer alimentos, na área de descanso ou no pátio, na hora de conduzir as instalações, no início e final do dia.

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9.3.2. Prevenção, Controle e Tratamento de doenças

Após conhecer os principais sintomas entre os animais saudáveis e doentes é fundamental que busque medidas que evite o aparecimento da doença, através da prevenção. Porém, a prevenção apenas ajuda ou minimiza o risco do animal adoecer, isto não impede que animais venham a adoecer, e neste caso outras medidas deve ser realizadas, ou seja, o tratamento do animal doente. É importante destacar que algumas ienfernidades sempre existiram e impossíveis de erradicar, mas é importante que controle sua ação sobre os animais, destacando as doenças parasitárias.

“previnir é melhor do que remediar” “remediar para cura e salvar” “isolar para não disseminar e contaminar” “Controlar para não prejudicar e não proliferar”

MEDIDAS PREVENTIVA

RELARELAÇÇÃO ENTRE RESISTÊNCIA E SURGIMENTO DE DOENÃO ENTRE RESISTÊNCIA E SURGIMENTO DE DOENÇÇAA

ALTA

MÉDIA

BAIXA

ALTAALTA

MMÉÉDIADIA

BAIXABAIXA

IMUNIDADE SUSCEPTIBILIDADE

SITUASITUAÇÇÃO A: O ANIMAL APRESENTA IMUNIDADE ALTA, COM RESISTÊNCIA ORGÂNICÃO A: O ANIMAL APRESENTA IMUNIDADE ALTA, COM RESISTÊNCIA ORGÂNICA EM A EM

FUNFUNÇÇÃO DAS CONDIÃO DAS CONDIÇÇÕES FAVORÕES FAVORÁÁVEIS DE NUTRIVEIS DE NUTRIÇÇÃO, SEM ESTRSSE, HIGIENE E MEDIDAS ÃO, SEM ESTRSSE, HIGIENE E MEDIDAS

PREVENTIVAS. SAUDPREVENTIVAS. SAUDÁÁVEL E EFICIENTEVEL E EFICIENTE

SITUASITUAÇÇÃO B: FALHAS DE MANEJO: SANITÃO B: FALHAS DE MANEJO: SANITÁÁRIO E / OU NUTRICIONAL. FASE FISIOLRIO E / OU NUTRICIONAL. FASE FISIOLÓÓGICA OU GICA OU

SITUASITUAÇÇÃO ESTRESSANTE. REFLEXO NO DESEMPENHO. SURGIMENTO DE DOENÃO ESTRESSANTE. REFLEXO NO DESEMPENHO. SURGIMENTO DE DOENÇÇA SUBCLA SUBCLÍÍNICANICA

SITUASITUAÇÇÃO C: A DOENÃO C: A DOENÇÇA SE MANIFESTA CLINICAMENTE. O ORGANISMO APRESENTA A SE MANIFESTA CLINICAMENTE. O ORGANISMO APRESENTA

IMUNIDADE BAIXA, SURGINDO AS DOENIMUNIDADE BAIXA, SURGINDO AS DOENÇÇAS OPORTUNISTA. AS OPORTUNISTA.

NORMALMENTE OCORRE BAIXA IMUNIDADE EM CORDEIROS E OVELHAS NO PERNORMALMENTE OCORRE BAIXA IMUNIDADE EM CORDEIROS E OVELHAS NO PERIPARTO, OU IPARTO, OU

ALGUMA CONDIALGUMA CONDIÇÇÃO ESTRESSANTE.ÃO ESTRESSANTE.

AA

BB

CC

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Adotando programas e / ou recomendações básicas:

Alimentação: Animais bem nutridos, ou seja, com alimentação equilibrada e de boa qualidade dificilmente adoencem;

Instalações higiênicas, desinfetadas e confortáveis: Baixa contaminação no ambiente e animais com mínimo de estresse garantindo um conforto animal favorecem a sanidade do rebanho;

Boas práticas de manejo sanitário: Vacinações (calendário) e Vacinação estratégicas específica por categorias susceptíveis, que merecem atenção especial (periparto, lactantes, animas jovens e quando apresentar sintomas clínicos);

Controle de parasitos- internos e/ou externos (manejo de pastagens, seleção de animais resistentes, tratamento estratégico);

Limitar presença de animais não desejáveis, que podem ser um possível veículo transmissor de doenças (pombo, rato, mosca, entre outros);

Exemplos: Higiene – Limpeza e Desinfecções das Instalações

Limpeza periódica das instalações (por varredura, raspagem ou lavagem) e dos equipamentos (bebedouros e procedendo-se a troca periódica da água; dos comedouros ante do fornecimento de alimentos); Recolhimento das fezes para esterqueiras ou composteira, e potencializar o aproveitamento do adubo orgânico na agricultura; Manter o ambiente sempre limpo e seco para evitar a alta contaminação e/ou desenvolvimento de organismos patogênicos.

A desinfecção de Piso; Materiais e Equipamentos; Reservatório de água são muito

importante, e vários produtos são utilizados, como, Cal Virgem (desidratação de microrganismo); Vassoura de fogo (queima microrganismos esparulados); Desinfetantes químicos (mata a maioria dos microrganismos) Ex: Creolina, Benzocreol, Fenol, Amônia Quartenária, Iodo concentrado(Ler bula do desinfetante).

OUTROS CUIDADOS EVENTUAIS

QUARENTENA: A quarentena é uma recomendação muito importante na criação de animais, mas com pouca utilização ou aplicação na prática. Onde os as animais adquiridos devem ser isolados e ficar em observação por um período de aproximadamente 40 dias (entre 30-60 dias) com o objetivo principal de conhecimento do estado sanitário dos animais,

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e certificar-se de que os mesmos não são portadores de doenças, que dependendo pode ser fatal a contaminação do rebanho inteiro. ISOLAMENTO OU ENFERMARIA: Os sistemas de criação devem ter uma área afastada do centro de manejo ou de maior circulação e concentração de animais, para o isolamento e tratamento dos animais doentes de doenças infecto-contagiosas para evitar que está doença espalhe por todo ambiente e para os demais animais. No entanto deve ter o cuidado para não isolar o animal do tratador e dificultar o tratamento, e só retornar este animal ao rebanho quando estiver completamente curado.

Descarte: É um procedimento utilizado para retirar do rebanho animal com: Doenças

crônicas; Seqüelas irreversíveis; Improdutivo, Animais Susceptíveis. O descarte pode ser por meio do abate ou sacrifício. Em caso de abate esperar a cura e o período de carência do medicamento utilizado, e no caso de sacrifício o animal

MEDIDAS CURATIVA

TRATAMENTOS – Oneroso (Caro), eficiente no início da doença, e devemos realizar o

tratamento até a cura completa, para salvar o animal e não permitir que a doença volte mais forte e o microrganismo crie resistência ao principio do medicamento utilizado. Dependendo da doença deve isola o animal ou sacrificá-lo para evitar a disseminação da doença para os demais. Para tratar um animal, deve ter vários conhecimentos que se completam, lembrando que a recomendação do tratamento e indicação profissional dos produtos deve ser baseada na orientação de médico veterinário. Porém a utilização, uso e aplicação do produto pode ser feito pelo próprio produtor. No entanto faz necessário conhecer as principais vias de aplicação dos produtos, no qual veremos adiante.

9.3.3. Principais enfermidades em ruminantes

A seguir apresentaremos de forma sucinta as principais doenças que acometem a

principais espécies de ruminantes, mostrando o quadro clínico para sua identificação, com destaque para as medidas profiláticas recomendadas para manter a saúde e a produção do rebanho.

TIPOS DE ENFERMIDADES PARASITÁRIAS

ENDOPARASITOS ECTOPARASITOS

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Helmintos Protozoários Carrapatos

Nematóides Eimeriose(Coccidiose) Mosca-do-Chifre

Cestóides Berne

Trematódeos Míiases (bicheiras)

Oestrose (bicho de cabeça)

Sarna (Ácaros)

Pediculose (Piolhos)

TIPOS DE ENFERMIDADES/DOENÇAS

INFECCIOSAS DIVERSAS

Vírus Bactérias AlimentaçãoI ManejoI Intoxicação

Febre Aftosa Mastite Hipotermia

Raiva Pneumonia (Pasteurelose) Timpanismo

Ectima Diarréias (Campilobacteriose,

Salmonelose) Intoxicação por uréia

Clostridioses (Enterotoxemia ou Morte Súbita,

Tétano, Butulismo, Gangrena Gasosa).

Toxemia da Gestação

Pododermatite Fotossensibilização

Ceratoconjuntivite Urolitíases ou cálculos renais

Doenças Parasitárias

A relação entre algumas espécies de organismos, muita das vezes são desarmônicas,

podendo esta ser da forma parasitária, onde o parasito é beneficiado do seu hospedeiro, que fica prejudicado. Dependendo do nível de infestação (externo) ou infecção (interno) pode comprometer severamente o desempenho do animal e caso não seja controlado pode levar a morte ou mesmo deprimir o animal, tornando-o fracos e vulneráveis a doenças secundárias.

Os parasitos geralmente passam por um ciclo de vida dividido em dois períodos, sendo um período de vida livre (no ambiente) e um período de vida parasitária (no hospedeiro), obtendo seus nutrientes para desenvolvimento e reprodução. Muitos trabalhos tem mostrados que a maioria (95-97%) está presente no ambiente e apenas uma pequena minoria (3-5%) está no hospedeiro, então fica difícil erradicar, porém é possível controlar estrategicamente a população de parasitos, atuando de forma direta e indireta, de acordo com o ambiente e o animal, e sem dúvida o manejo é muito importante neste controle.

Veja o exemplo abaixo, com controle estratégico de verminose em bovinos

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No meio rural existe vários parasitos com diferentes meios de sobrevivência, no entanto destacaremos algumas de grande importância na pecuária para melhor explicação e

entendimento deste fator limitante na produção animal.

Verminose A verminose é uma doença que ataca os animais e é uma das principais causas de

baixo desempenho, morbilidade, mortalidade nos animais. É causada por vermes que se localizam no trato digestivo do animal, onde se fixam e sugam o sangue do mesmo. Os principais helmintos identificados incluem: Haemonchus contortus, Strongyloides papillosus, Cooperia sp., Oesophagostomum columbianun, Oesophagostomum venulosum, Trichostrongylus colubriformis, Trichostrongylus axei, Skrjabinema ovis, Trichuris sp., e moniezia sp. Quando o animal tem grande número de vermes, fica magro, fraco, sem apetite, com o pelo arrepiado e sem brilho e em alguns casos com a “papada inchada” (edema submandibular) e diarréia. Para atenuar os prejuízos causados pela verminose, o criador deve desverminar periodicamente o rebanho. Recomenda-se também desverminações nas seguintes ocasiões e adoção de outras medidas auxiliares:

um mês antes ou logo após o parto, pois fêmeas lactantes promovem maior disseminação de ovos nas pastagens;

com maior intensidade, a partir de um mês de idade; ugar todo animal de compra antes de incorporá-lo ao rebanho;

ou através de coprocultura

(verificação de quais parasitos e verificação da eficiência dos princípios ativos) para evitar a resistência dos vermes;

os animais adultos dos jovens;

Exemplos de Doença Causada por Endoparasitos (parasitos internos

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Larvas móveis de vermes, nas pastagens em condições ideais de umidade e temperatura

Fundamentação para manejo de pastagens

Outro método para orientação do tratamento anti-helmíntico é a observação da coloração da mucosa ocular. Quando esta se apresenta pálida deve-se proceder a vermifugação. Este método é conhecido como FAMACHA.

Endoparasitos

Alta susceptibilidade à parasitos

Baixa resistência à

doenças

Hemoncose

Tabela - Informações do cartão FAMACHA©

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Resistência dos nematódeos aos anti-helmínticos Consiste na habilidade de algumas cepas de parasitas sobreviver à ação das doses

de uma droga, em geral, letal para a maioria dos indivíduos da mesma espécie. A utilização inadequada e indiscriminada de anti-helmínticos tem reduzido a eficiência no combate aos parasitos, pelo aparecimento ou seleção de populações de parasitas resistentes aos diferentes grupos químicos utilizados no tratamento dos animais. Recomendações gerais para a utilização de anti-helmínticos

Estas medidas visam reduzir o desenvolvimento e a disseminação de nematódeos resistentes:

Os anti-helmínticos, conhecidos também como vermífugos, devem apresentar alta eficiência com baixo risco de intoxicação e grande segurança para fêmeas em gestação. Devem possuir amplo espectro de ação, isto é, apresentar ação sobre todos os vermes adultos e formas imaturas, tanto dos vermes gastrintestinais quanto dos vermes pulmonares;

Os anti-helminticos de largo espectro são classificados em quatro grupos conforme o mecanismo de ação sobre os nematódeos ou vermes.

Quadro - Classificação dos anti-helmínticos

Grupo Princípio Ativo Produtos Comerciais Disponível

Benzimidazóis Albendazole Ricobendazole, Albendathor, Aldazol,

Oxfendazole Systamex Febendazole Panacur

Imidazotiazóis Tetramisol Tetramisol Levamisol Citec, Protall , Ripercol

Salicilanilidas Closantel Clorantel, Diantel, Zuletel , Rentec

Avermectinas

Ivermectina Ivomec, Ivotan, Imectin, Altec,

Cloramectina -

Abamectina Lancer, Duotin

Moxidectin Cydectin

Doramectin Dectomax

Não fazer uso contínuo e freqüente de vermífugos com nomes comerciais diferentes se o ingrediente ativo for o mesmo ou pertencerem ao mesmo grupo; A mudança freqüente da classe química do vermífugo ou do princípio ativo pode provocar o desenvolvimento de resistência múltipla dos vermes;

Fazer a alternância de vermífugo anualmente, utilizando produtos de denominação técnica diferente é necessário para evitar a criação de cepas resistentes;

Separar os animais em lotes com mesmo peso para facilitar a aplicação ou se possível pesar individualmente os animais e aplicar a dose conforme o peso, evitando administrar doses acima ou abaixo do necessário;

Seguir o calendário de estratégico preconizado pela pesquisa-extensão para a região; Verificar a presença de parasitas resistentes através de exames laboratoriais; Além disso, é importante selecionar animais com maior resistência aos nematódeos. Evitar excesso de manejo que cause estresse e traumatismos nas ovelhas em

gestação. Coccidiose ou Eimeriose

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É uma enfermidade comum em rebanhos que permanecem entabulados. Ataca animais de qualquer idade, porém é mais comum em animais jovens. Doença causada por um protozoário do gênero eimeria e tem sua ocorrência amplificada pela falta de higiene geral, contaminação de água por fezes com oocistos, concentração das crias em ambiente úmido, bem como sobrelotação nas instalações e nas pastagens por animais das diversas categorias.

Os sintomas incluem diarréia fétida, falta de apetite, desidratação, perda de peso e crescimento retardado, podendo levar à morte. Nos animais adultos, esta doença é ocasional (condições de estresse).

O controle da doença é feito pelo isolamento e tratamento dos doentes com

medicamentos à base de sulfa (Sulfonamidas) por via oral (Ex: Coccifin®), durante dois a três dias.

A prevenção se faz mantendo-se as crias separadas dos animais adultos, pois estes são portadores da doença e constituem uma fonte de infecção para os animais jovens; fazendo-se a limpeza diária dos alojamentos e bebedouros e evitando-se umidade nas instalações, criando condições que favoreça a ventilação e evaporação da umidade.

• O uso de cocciostáticos como salinomicina na dose de 1 mg / kg misturada ao leite ou

ração dos 14 a 210 dias de vida de cabritos e cordeiros é recomendado como medida preventiva em sistemas intensivos de criação. Outro cocciostáticos é monesina sódica (ionóforos) a pode ser incorporado no concentrado. No mercado é fácil de encontrar o Rumensin® a 10 % de monesina sódica, podendo utilizar na quantidade de 300 a 400 g Rumensin® por tonelada de concentrado.

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Ectoparasitos

Carrapato

Mosca-do-Chifre/ Berne Oestrose

Os ectoparasitos que acometem os caprinos e os ovinos são os piolhos mastigadores (Bovicola) e sugador (Linognathus), os ácaros (Psoroptes caprae e demodex caprae) causadores de sarnas e as larvas de moscas (Cocchliomya hominivorax), que causam prejuízos pelos danos na pele dos animais afetados. As medidas para o controle das pediculoses e das sarnas contemplam:

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Foto à direita, achados de Oestrus ovis, em um corte transversal da cabeça de um ovino

Miiases A miíases (bicheira) é causada pela larva da mosca “varejeira” (Cocchliomya

hominivorax), que põe seus ovos nas feridas frescas. Depois de algumas horas, as larvas saem dos ovos e penetram nos tecidos vivos onde se alimentam e crescem por aproximadamente uma semana. Em seguida, caem no solo onde se transformam em moscas, completando assim seu ciclo de vida. Durante o período em que as larvas permanecem na ferida, vão comendo a carne do animal chegando a causar grandes estragos. O animal fica irritado, observando-se inquietação, perde o apetite, emagrece e se não for tratado pode morrer. Como medida preventiva, proceder à desinfecção da pele após ocorrência de traumatismos, tais como: brincagem, castração, corte do cordão umbilical e ou da cauda, além da higienização das instalações para evitar moscas. Para tratar miíases já instalada, retirar todas as larvas da ferida e usar um produto repelente e cicatrizante.

Miíases (bicheira)• Bicheira no umbigo

Mal cura do umbigo ao nascer• Bicheira na cauda

Diarréia com sangue e substrato para

Mosca colocar

Ovos-Larvas

Miíases (bicheiras)

Orelha- Brinco grande e Castração

Piolho Sarna

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9.4. Principais Produtos e sua Utilização na Sanidade Animal È importante saber manusear os principais produtos utilizados na sanidade dos

animais, e para isso devemos tomar conhecimento de algumas informações sobre seu uso, e utilizaremos várias bulas dos principais produtos disponíveis do mercado, tendo uma orientação sobre sua indicação e contra-indicação, princípio ativo, dosagem utilizada, período de tratamento e carência, vias de aplicação, restrições, entre outros.

Nesta parte exemplificaremos com alguns produtos mais utilizados e destacando as vias de aplicação e os equipamentos necessários.

9.4.1. Administração de medicamentos

É muito comum no dia-a-dia das propriedades a necessidade de aplicação de injeções nos animais para prevenir ou mesmo curar doenças. Existem diversas vias de aplicação que se utilizam conforme o tipo de medicamento (fármaco) a ser utilizado, pois a via precisa ser compatível com a forma de absorção, concentração e com o tempo necessário para que ela atinja o local desejado. As vias mais comuns de administração dos medicamentos são as formas: injetável, oral, tópica, vaginal, intraperitoneal e intramamária. Em função da importância dessa prática, descrevem-se a seguir regras práticas de aplicação:

INJETÁVEIS

1. Subcutânea, também chamada hipodérmica (SC)

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A injeção subcutânea, como o próprio nome diz, deve ser dada debaixo da pele, sem atingir vasos sanguíneos e músculos. Pode ser aplicada em qualquer parte do corpo. A região compreendida atrás ou à frente da pá, que todos conhecem como paleta, é uma área fácil de ser atingida, e apresenta maior segurança para o aplicador. Para que a injeção seja melhor aplicada, recomenda-se dobrar a pele, para atravessar a agulha com maior facilidade. Ao sentir que atravessou a pele injeta-se o conteúdo da seringa, depois retira-se a agulha e pressiona-se o local com um algodão embebido em álcool iodado. É usada para aplicação de vacinas e alguns medicamentos. Doses maiores que 10 ml devem ser aplicadas em diferentes locais. As agulhas mais utilizadas são curtas e de pequeno calibre, variando de 15x10, 15x15, 10x10 a 10x15.

2. Endovenosa (IV ou EV)

De todos os tipos de injeções, é a que proporciona ação mais rápida do medicamento: é aplicada diretamente na corrente circulatória (direto no sangue). É a via preferencial para administração de soros (Solução Fisiológica, Hidratantes, Fortificantes, etc.). Os melhores locais de aplicação são as veias jugular (pescoço) e mamária (barriga).

Normalmente, os produtos vêm acompanhados dos materiais necessários para realizar a medicação (equipo e agulha descartáveis). Alguns medicamentos anestésicos, utilizados em intervenções cirúrgicas, também podem ser aplicados IV – lentamente (Ex: Xilasina, nome comercial Rompum)

3. Intramuscular (IM) É a injeção aplicada dentro do músculo. As agulhas para esta aplicação são maiores

(calibre 40x12 para adultos e 30x8 para bezerros). Deve-se tomar cuidado com o tamanho da agulha porque, se for uma injeção a ser aplicada em um bezerro, pode o tamanho da agulha ser de tal forma que atravesse todo o músculo e a aplicação seja fora do local ideal.

Os melhores locais de aplicação são a região glútea (garupa), o músculo da tábua do pescoço e na parte detrás da coxa, justamente os mais volumosos.

4. Intradérmica (ID) Como o nome diz, deve ser aplica da dentro da pele, isto é, não chega a atingir a

região debaixo da pele. Esta aplicação é muito específica, somente usada para testes alérgicos, como é o caso do exame de tuberculose. É uma aplicação que deve ser realizada pelo médico veterinário.

5. Intra – Ruminal A injeção intra-ruminal é bastante específica e é aplicada dentro do rumem

(estômago). A aplicação desse tipo de injeção deve ser atribuição do veterinário ou de pessoal habilitado. Como é uma aplicação de risco pode provocar grandes problemas, como infecções dentro da barriga do animal (peritonite).

6. Intraperitonial É uma injeção que deve ser aplicada com muito critério pois pode trazer problemas

sérios de infecções dentro da barriga (peritonite). Ela é aplicada dentro da barriga, sem ser dentro dos intestinos. É uma aplicação que deve ter a orientação do médico veterinário ou pessoa bem treinada.

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Outras vias de administração:

Oral – via utilizada na administração de alguns vermífugos, complexos vitamínicos. Nestes casos deve-se ter o cuidado para que o medicamento não ingresse no trato respiratório, o que pode provocar pneumonia por aspiração e até matar o animal por asfixia. Tópica – utilizada para aplicação de pomadas (Ungüento) para cicatrização de ferimentos na pele, Sprays (matabicheiras) para tratamento de miíases, aplicação de carrapaticidas por pulverização, etc. Vaginal – via utilizada para aplicação de certos antibióticos indicados para tratamento de metrites e/ou vaginites, como por exemplo na aplicação de velas uterinas realizada via canal vaginal. Ex: GENTRIN infusão intra-uterina (sulfato de gentamicina 300 mg; cloridrato de bromexina 150 mg e nitrofurazona 100 mg); GINOVET tabletes efervecentes (cloridrato de tetraciclina 1 g e nitrofurazona 150 mg) Intra-mamária – esta via é utilizada na aplicação de medicamentos para tratamento e prevenção de mastite. Inicialmente esgota-se o úbere completamente, depois introduzimos uma sonda adaptada a uma seringa contendo o medicamento no orifício da teta. Já existem no mercado produtos especiais para aplicação intra-mamária, que vêm acondicionados em aplicadores prontos para aplicação. Deve-se ter o cuidado para evitar traumatismos no interior dos tetos. Exemplo de alguns medicamentos: MASTICLOR (cloranfenicol 200mg e deltahidrocortizona 5 mg) MASTICILIN (3.000.000 UI penicilina); MASTITEC 250; MASTIZONE (cefoperazone sódico 250 mg); GENTOCIN MASTITE 150 mg e 250 mg; MASTIFIN (gentamicina 150 mg); ANAMASTIT S (vacas secas); ANAMASTIT L-200 (vacas em lactação).

9.4.2. Solução antissépticas Tintura de iodo a 10% Fórmula: 100 g de lodo ressublimado + 60 9 de lodeto de potássio + 50 ml de água

potável + 950 ml de álcool absoluto. A formulação pronta pode ser adquirida em lojas de produtos hospitalares. Indicações:

Desinfetar feridas de abscessos drenados;

Tratar o umbigo de recém-nascidos;

Tratar as lesões causadas pela pododermatite (Mal dos cascos);

Curar escoriações da pele e miíases (bicheiras). Álcool lodado Fórmula: 100 ml de tintura de iodo a 10% + 900 ml de álcool comum. Indicações:

Desinfecção da pele no local de aplicação de medicamentos; Solução de Permanganato de Potássio Fórmula: 30 g de permanganato de potássio + 1000 ml de água potável Indicações:

Tratar e desinfetar as lesões da boqueira e outros ferimentos. lodo Glicerinado - solução 1:1 Fórmula: 50 ml de Tintura de iodo a 10% + 50 ml de glicerina Indicações:

Aplicar nas tetas de vacas após a ordenha

Tratar lesões de causadas pelo ectima ou boqueira e pele em reconstituição por fotossensibilização.

Solução de Sulfato de Cobre a 5% e 10% Fórmulas: 5% = 50 g de sulfato de cobre em 950 ml de água potável 10% = 10 kg de

sulfato de cobre em 100 litros de água; Indicações:

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Prevenir e tratar as lesões causadas pela pododermatite (mal dos cascos); Solução indicada para uso coletivo em pedilúvio ou tratamento individual.

Solução de sulfato de Zinco a 5% e 10% Fórmula: 5% = 50 g de sulfato de zinco + 950 ml de água potável 10% = 10 kg de sulfato de zinco em 100 litros de água Indicação:

Prevenir e tratar as lesões causadas pela pododermatite ou mal dos cascos. Solução Mista Formula: 5 kg de sulfato de Zinco + 4 kg de sulfato de cobre + 1 lata de creolina + 2

litro de Formol Estabilizado + 95 l de água. * Usar no pedilúvel Solução Desinfetante Formula :Iodo 200 ml + 100ml de Biocid + 100 ml de álcool + 100 ml de água. Desinfetar pisos e Tratar casco Soluções para desinfecção das instalações

Creolina : Anti-Séptico e Germicida Dosagem: 2-4% de Creolina dissolvida em água

9.4.3. Vacinas

Aftosa Raiva Brucelose Polivacina (Clostridioses) Pneumoenterite ou Paratifo

9.4.4. Anti-parasitários

9.4.5. Antibióticos

9.4.6. Outros

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10. CONSIDERAÇÕES FINAIS

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11. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DOMINGUES, O. Introdução à Zootecnia. 3. ed. Rio de Janeiro, MA/SIA, 1968. 392p. DOMINGUES, O. Elementos de Zootecnia Tropical. 5. ed. São Paulo, Nobel, 1981. 143p.

FERREIRA, A.S.; PINTO, R. Formação do Zootecnista para o Próximo Milênio. In: NASCIMENTO JÚNIOR, D.; LOPES, P.S.; PEREIRA, J.C. Anais dos Simpósios da XXXVII Reunião Anual da SBZ. Viçosa: SBZ, 2000. 325 P., p. 339-352.

FONSECA, J.B. O ensino da Zootecnia no Brasil: dos primórdios aos dias atuais. In: MATTOS, W. R. S. et al. (Ed.). A Produção Animal na Visão dos Brasileiros. Piracicaba: FEALQ, 2001. 927 p., p. 15-39.

PEIXOTO, A.M. História da Sociedade Brasileira de Zootecnia. 3.ed. Piracicaba: SBZ, 2001. 202p.

TORRES, G.C. de V. Bases para o Estudo da Zootecnia. Salvador, UFBA, 1990. 464p.,

p.217-319. TIZARD, IRAN R. Imunologia Veterinária: Uma Introdução. 6.ed. São Paulo: Roca, 2002.

532p. STORER, T.I.; USINGER, R. L.; STEBBINS, R.C. et al. Zoologia Geral. 6. ed. São Paulo,

Nacional, 1986. 816 p.

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ANEXOS

Estrutura Óssea Esqueleto das Classes de animais domésticos

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Estrutura Muscular

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Tipo = Forma e Função

Conformação: Tipo Corte (Paralelepípedo) e Tipo Leite (Cunha) Exterior dos animais

ConformaConformaçção em 3 cunhasão em 3 cunhas

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Aprumos

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Defeitos

Figura. Lordose Sinfose Escoliose

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GLOSSÁRIO Grupamentos zootécnicos

A terminologia técnica normalmente empregada em veterinária e zootecnia é usada de certo modo pelos criadores, deve ser perfeitamente conhecida de forma a evitar contradições e dúvidas sobre o assunto.

Os termos mais utilizados e que devemos entender são: Indivíduos, Espécie, Gênero, Raça, Variedade, Sangue, Linhagem,Rebanho, Plantel,

População, Reprodutor, Matriz e Cria. Indivíduo: unidade biológica básica dos seres vivos. Constitui-se do animal isolado

em relação a sua própria espécie a a outras. Espécie: é o grupamento de indivíduos suficientemente diferenciados de outros para

merecer um nome comum entendendo que terão seus produtos nascidos semelhantes a do acasalamento e gerando descendestes férteis.

Gênero: está ligado ao conceito de espécie e quando estas apresentam características comuns.

Raça: tem sido o agrupamento considerado mais importante no aspecto zootécnico. É o conjunto de indivíduo de mesma espécie, com origem comum, finalidade econômicas definidas e gerando descendentes com mesma característica de produtividade.

Variedade: variação da raça original que não são mantidas todas as características comuns e gerais. É definida por um ponto particular.

Sangue: o conceito sangue está ligado ao conceito de herança. Na prática, ao chamar-se um animal de “puro sangue” refere-se ao indivíduo registrado e o termo pode ser entendido como puro de origem.

Linhagem: é o grupamento de indivíduos descendentes direto de um genitor ou mesmo genitora, sendo muitas vezes um animal relacionado a descendência de um ancestral.

Rebanho: Conjunto de famílias ou linhagens criadas dentro de um mesmo ambiente e sujeitas as mesmas condições de trato, alimentação e nutrição.

Plantel: grupo de animais pertencentes a um mesmo criador, geralmente formados de indivíduos e parentes entre si sujeitos ao mesmo tipo de trato, alimentação e seleção.

População: conjunto de indivíduos que ocupam a mesma região e pertencentes a mesma espécie.

Reprodutor: Animal do sexo masculino encarregado da perpetuação da espécie, inclusive por inseminação artificial (IA)

Matriz: animal do sexo feminino reservado a perpetuação da espécie, inclusive por inseminação artificial, ou transferência de embriões.

Cria: refere-se aos animais lactantes e dependentes das matrizes. O processo de formação de uma espécie e o que a determina está ligado a fatores

genéticos, bioquímicos, morfológicos, sexuais e ecológicos. Genéticos: animais que pertencem à mesma espécie e possuem o mesmo número

de cromossomos. Bioquímicos: composição protéica idênticas, assim como reações químicas e

fisiológicas. Morfológicas: a semelhança entre os indivíduos (anatomia) Sexuais: animais que pertencem à mesma espécie reproduzem livremente na

natureza escolhendo animais para gerarem seus semelhantes. Ecológicas: Ambiente favorece a adaptação dos indivíduos com características

vitoriosas ao meio onde o animal vive.

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Raça é definida como agrupamento de animais de mesma espécie e origem, com caracteres morfológicos, fisiológicos e econômicos comuns e transmissíveis hereditariamente sob condições ambientais e de exploração ideais. Raça é definida como certo número de animais da mesma espécie, vivendo em condições semelhantes, com a mesma aparência exterior, as mesmas qualidades produtivas, cujos caracteres reaparecem em seus descendentes tal como existiam em seus antepassados. A pureza racial é um conceito convencional, resultante da existência de um "pedigree", de um registro oficial do animal. As raças podem ser puras racialmente, mas geneticamente são parcialmente puras. A pureza genética de uma raça pode ser atingida para alguns caracteres, devido à dificuldade de se atingir alto grau de homozigose para todos os genes. Raça Primitiva - Raça natural de determinada região, formada por seleção natural, submetida ou não, posteriormente à seleção artificial. Ex.: Bovinos Schwyz. Raça Derivada - Raça que provém de outras, ditas primitivas ou naturais, por variabilidade espontânea ou cruzamento (Derivada sintética). Ex.: Raças bovinas Santa Gertrudis, Canchim, Pitangueira. Raça Nativa - Raça natural ou mesológica, formada em determinada região por seleção natural, acompanhada ou não de ação seletiva e conservadora do homem. É dita "nativa melhorada" quando sujeita à seleção artificial, no sentido de seu melhoramento genético, com aperfeiçoamento econômico. Ex.: Raça caprina Moxotó. Raça Exótica - Raça introduzida em região diferente da região de origem. Ex.: Raça bovina holandesa, no Brasil. APTIDÃO ECONÔMICA: Considera-se a aptidão produtiva da raça. Ex.: Raças bovinas leiteiras; Raças de caprinos para abate; Raças de aves para postura; Raças de suínos tipo carne. ÁREA GEOGRÁFICA: Por "área geográfica da raça" entende-se o espaço territorial onde vivem e se aclimaram indivíduos da raça, em estado de pureza ou em alto grau de sangue; e por "berço da raça" entende-se o local onde a raça se definiu e formou, daí se dispersando para outras regiões, nas quais se aclimou. VARIEDADE: Principalmente em raças cosmopolitas, é possível formar-se grupamentos de indivíduos em diversos locais, mais ou menos isoladamente, e que apresentam distinções sensíveis, de modo a permitir certas diferenças entre a raça e os novos grupamentos. Essa variação limitada a certos caracteres pode ser provocada ou mantida pelo criador visando um melhor rendimento. Assim, se constituem, dentro da raça, as variedades ou sub-raças. Essa diversificação pode basear-se em atributos zootécnicos ou em caracteres sem valor econômico como pelagem, conformação craneana, etc. FAMÍLIA: Conjunto de descendentes de um casal, direta e colateral, até a quinta geração. LINHAGEM: Constituída pelos descendentes "diretos", a partir de um genitor macho ou fêmea. Os descendentes devem apresentar, com notável fixação, certos traços ou qualidades adquiridos por herança biológica daquele antepassado comum. Em geral, é usado o macho, por gerar muito mais descendentes no mesmo espaço de tempo. LINHAGEM PURA: Decorre de atributos fixos e puros nos descendentes diretos a partir de um determinado genitor. SANGUE: Sob o ponto de vista zootécnico, é a parte hereditária. Os animais de mesmo sangue pertencem à mesma raça ou descendem dos mesmos antepassados, isto é, possuem antepassados comuns. MISTURA DE SANGUE: É uma alusão a cruzamentos de animais de raças diferentes. FORMA: É o conjunto de animais cuja herança ainda é uma incógnita. A fixação dos caracteres não está comprovada. É um termo geral, servindo para designar um grupo que ainda não pode ser considerado raça.

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POPULAÇÃO: É um grupamento qualquer de indivíduos, considerado do ponto de vista numérico, desde que vivam em determinada área geográfica comum. INDIVÍDUO: É a unidade indivisível. O indivíduo nunca é totalmente igual a outro de mesma raça, variedade ou família, porque um se torna portador de características diferentes da herança biológica dos antepassados. Mesmo sendo irmãos há sempre um meio de distinguí-los, pois as variações se fazem notar. Quanto mais fixa e homogênea for a raça, menos diferenças são notadas. Nos gêmeos univitelinos e clones há alto grau de igualdade. GENÓTIPO: É o indivíduo considerado segundo sua origem genética ou sua herança biológica. O genótipo é uma combinação acidental de heranças que têm origem no passado e seu futuro na eternidade. No melhoramento animal, o que mais interessa é o genótipo, pois na conservação ou melhoramento da raça o genótipo precisa ser conhecido, pois, este passa às novas gerações. No genótipo está a garantia da permanência da raça, da sua fixação ou de seu aperfeiçoamento. FENÓTIPO: É a expressão exterior do genótipo sob a influência de determinadas condições de ambiente. O fenótipo é efêmero, passageiro e morre com o animal. Ao explorador de animais o que mais interessa é o fenótipo, seus caracteres raciais expressos somaticamente, suas finalidades zootécnicas.

TERMOS EMPREGADOS NA NUTRIÇÃO/ALIMENTAÇÃO Alimentos – Produto que contém nutrientes, são substâncias que podem ser ingeridas, digeridas e assimiladas, contribuindo assim para manutenção e a produção do animal. O alimento é qualquer produto de origem natural ou artificialmente preparado que, quando corretamente usado, apresenta valor nutritivo. Alimentação - Fornecimento ou ingestão de alimentos. Nutriente – É o constituinte dos alimentos, sua composição química em geral, assim como certas substâncias, que contribuem para manutenção da vida do animal: carboidratos, graxas, proteínas, vitaminas, minerais etc. Nutrição–Fornecimento de todos os nutrientes exigidos para satisfação das necessidades dos animais Exigência Nutritiva – quantidade de cada nutriente requerida por determinada espécie e categoria animal, para desempenho normal. Ração – Definida como a quantidade total de alimentos consumido pelo animal em 24 horas. Refeição – É à parte da ração distribuída e consumida de cada vez. Dieta – É o que o animal ingere em 24 horas, capaz de cobrir ou não suas necessidades. Indica os componentes de uma ração, ou seja, é o ingrediente alimentício ou mistura de ingredientes, incluindo a água. Ração Balanceada – É a mistura de alimentos calculada para satisfazer as necessidades diárias de um animal, incluindo todos os nutrientes necessários, nas quantidades e proporções devidas. Ingredientes – componentes de uma mistura de alimentos, mesmo não nutrientes. Digestão – processo de desdobramento do alimento em substância simples que possam ser absorvidas pelo organismo. Hidrólise - reação química de substância complexa em água, resultando em outras mais simples. Degradação ou Degradabilidade - Maior ou menor facilidade de um alimento se decompor por ação enzimática; expressão mais relativa ao meio ruminal. Nutriente Digestível - É a fração de um nutriente que pode ser digerida e aproveitada pelo organismo. Aplicada aos constituintes orgânicos dos nutrientes. Coeficiente de Digestibilidade – Valor percentual de um nutriente de um alimento que é digerido ( ou absorvido).

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Eficiência alimentar – quantidade de produto animal por uma quantidade unitária de alimento (kg de produto / Kg de ração)*100 . Conversão Alimentar – Capacidade de um alimento se converter em uma unidade de produto animal (Kg de ração/ Kg de produto. Biodisponibilidade biológica – pode ser definida como a porção de um nutriente presente no alimento que é absorvida pelo animal e utilizada nas funções biológicas. Equivalente protéico – Potencial de uma substância nitrogenada não-protéica (NNP) que se converte em proteína pelo organismo, com base em seu teor de nitrogênio multiplicado pelo fator de conversão de 6,25.(N x 6,25= EP). Micotoxinas – Toxina produzida por fungos. Exemplo: bolor, fermentação de concentrados úmidos. Oxidação – União de uma substância com oxigênio, aumentando a valência positiva, decréscimo de valência negativa. Exemplo: rancificação de gorduras. Núcleo - processo ou material relativo à mistura uniforme de nutrientes macronutrientes minerais e Premix (microminerais, vitaminas, aditivos). Premix – processo ou material relativo à mistura uniforme de micros nutrientes – microminerais, vitaminas, aditivos. TERMOS EMPREGADOS EM ANÁLISE DOS ALIMENTOS (BROMATOLOGICA)

Matéria Orgânica (MO): MO = MS + H2O: representa o alimento total. Matéria Seca (MS): MS = MO - H2O representa o material isento de água, obtida através da secagem no sol ou na estufa. Matéria Mineral (MM): MM = MS-MO: representa a matéria inorgânica (elementos minerais), determinada através da incineração da amostra em mufla a 550ºC até obter cinza bem clara, indicando ausência de matéria orgânica. Proteína Bruta (PB): representa a fração nitrogenada (compostos nitrogenados) dos alimentos, obtida através da determinação do nitrogênio total multiplicado pelo fator 6,25. Considera-se que em média toda proteína tem 16% de nitrogênio (16/100 = 6,25). Extrato Etéreo (EE): representa o teor de óleo ou gordura dos alimentos e substâncias solúveis no EE, como pigmentos essenciais e algumas vitaminas (ADE e K). As gorduras ou lipídios são substâncias insolúveis em água, mas solúveis no éter, clorofórmio, benzeno e outros solventes orgânicos chamados de extratores. Na dieta de ruminantes não se deve ultrapassar a 5% de EE, pois impede os microorganismos entrar em contato direto com a fibra, provocando redução na digestão da fibra e na queda de consumo animal.

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CARBOIDRATOS Fibra bruta(FB): corresponde ao carboidrato total subtraindo do extrativo não nitrogenado(CHO sol.) Expressa basicamente o teor de celulose (atualmente pouco usual – Erro de Weend). Fibra insolúvel em Detergente Neutro (FDN): representa a quantidade total de fibra na forragem expressada pela parede celular, composta por, “pectina”, celulose, hemicelulose e lignina. Níveis elevados de fibra de forragem limitam o consumo de matéria seca, que resultam no não-atendimento às exigências nutricionais e em maior demanda de alimentos concentrados. Valores ideais de FDN : > 25 e < 50%. Fibra insolúvel em Detergente Ácido (FDA): avalia a digestibilidade da parede celular, através dos componentes celulose (baixa digestibilidade) e lignina (indigestível), sendo utilizada para estimar a densidade energética da forragem. Portanto, silagem contendo níveis inferiores de FDA apresenta maior concentração energética. Valores ideais de FDA inferior a 30%. A lignina constitui a fração indigerível da porção fibra e limita a digestibilidade da FDN de forragens. Baixos níveis de lignina na silagem são desejáveis, não devendo passar de 5%. Em silagem de milho e de sorgo os níveis de lignina variam entre 3% e 8%. Lignina: é um composto fenólico de alto peso molecular, não carboidrato, de extrema importância na avaliação da digestibilidade dos alimentos. Nutrientes Digestíveis Totais (NDT), utilizado para expressar a quantidade de energia fornecida pelo alimento. Representa a soma dos nutrientes que tem energia multiplicada pelos coeficientes de digestibilidade específica. A nova metodologia proposta pelo NRC (2001), permite calcular o NDT através dos dados de composição do alimento, pelo somatório da digestibilidade dos carboidratos não fibrosos (dCNF), Proteína Bruta (Proteína Digestiva) e Digestibilidade da FDN (dFDN), conforme fórmula: NDTa (%) = dCNF + dPBf + (dEE x 2,25) + dFDN- 7 Por cálculo determina-se:

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CHOtt = 100 - (PB+EE+MM) - Água ENN(extrativo não nitrogenado) ENN = CHOtt - FB CHOs = CHOtt - FDN CNF= 100 – (PB+FDN+EE+MM) Hemicelulose=FDN-FDA Celulose = FDA – Lignina

TERMOS EMPREGADOS REFERENTE ÀS FORRAGENS E MANEJO FORRAGEIRO Forragem (Forage ou Herbage): partes comestíveis das plantas, exceto os grãos, que podem servir na alimentação dos animais em pastejo, ou colhidas e fornecidas. Também definida como a biomassa de plantas herbáceas, exceto os grãos, geralmente acima do nível do solo, mas incluindo raízes e tubérculos comestíveis. Dossel ou relvado (Sward): população de plantas herbáceas, caracterizada por um hábito de crescimento relativamente baixo, e uma cobertura do solo relativamente uniforme, incluindo tanto a parte aérea como órgãos subterrâneos. Massa de forragem (Forage mass ): quantidade - massa ou peso seco - total de forragem presente por unidade de área acima do nível do solo (preferencialmente, mas não obrigatoriamente). Medida de caráter pontual, normalmente expressa em kg MS/ha. Acúmulo de forragem (Forage accumulation): aumento na massa de forragem de uma área de pastagem durante um determinado período de tempo. Forragem disponível (Available forage): porção da massa de forragem, expressa como peso ou massa por unidade de área, que está acessível para o consumo dos animais. Este é um termo não recomendado uma vez que "forragem" é uma entidade definida e a "porção da massa que está disponível para consumo" é algo hipotético e sujeito à controvérsia da especulação, mesmo quando um resíduo pós-pastejo é usado como referência. Pode ocorrer, por exemplo, de parte da forragem abaixo do resíduo ser consumida antes que a altura média do resíduo seja atingida. Os termos "forragem disponível" e "disponibilidade de forragem" são frequente e erroneamente usados como sinônimos de "massa de forragem". Também é comum o uso de "crescimento" como sinônimo de acúmulo. "Acúmulo" é o resultado líquido do balanço entre crescimento (síntese de novos tecidos vegetais), que soma massa, e os processos que subtraem massa (senescência e morte de tecidos) da comunidade vegetal. Alguns autores, para maior clareza, usam o termo "acúmulo líquido", embora, pela definição, isso seja redundante. Pastagem (Pasture): um tipo de unidade de manejo de pastejo, fechada e separada de outras áreas por cerca ou outra barreira, e destinada à produção de forragem para ser colhida principalmente por pastejo. Piquete (Paddock): área de pastejo correspondente a uma sub-divisão de uma unidade de manejo de pastejo (e.g., uma pastagem), fechada e separada de outras áreas por cerca ou outra barreira. Freqüência de corte ou pastejo: refere-se ao intervalo de tempo entre os cortes ou pastejos sucessivos. Desfolhação: é a remoção, por corte ou pastejo, das partes aéreas de uma planta(colmo, folhas, flores e sementes). Modificações botânicas: são alterações da população de cada espécie de plantas de uma pastagem. Persistência: é a habilidade de uma planta sobreviver numa pastagem. Palatabilidade: é uma expressão que indica a aceitabilidade de uma planta, ou parte de uma planta, pelo animal em pastejo. Capacidade de suporte (Carrying capacity): a máxima taxa de lotação que proporciona determinado nível de desempenho animal, dentro de um método de pastejo, e que pode ser aplicada por determinado período de tempo sem causar a deterioração do ecossistema. A capacidade de suporte é flutuante entre anos e dentro de anos, e pode ser abordada e discutida dentro de estações ou de períodos do ano. A capacidade de suporte média de uma pastagem, geralmente se refere à média de vários anos, ao passo que a capacidade de suporte anual geralmente se refere a um ano específico. Sendo um reflexo da produtividade do pasto, a capacidade de suporte é melhor apreciada em função de níveis de adubação, principalmente a nitrogenada. Oferta de forragem (Forage allowance): relação entre o peso (matéria seca) de forragem por unidade de área e o número de unidades anima is (ou "unidades de consumo de forragem", definidas como um animal com uma taxa de consumo de forragem de 8 kg MS/dia) em um ponto qualquer no tempo. Uma relação quantitativa e instantânea entre forragem e animal. O inverso de "pressão de pastejo”. Disponibilidade de forragem: é a quantidade de forragem presente numa pastagem e que está disponível para o animal. Pressão de pastejo (Grazing pressure): relação entre o número de unidades animais ou unidades de consumo de forragem e o peso (MS) de forragem por unidade de área, em um ponto qualquer no tempo. Uma relação animal-forragem. Deve ser preterido em favor de "oferta de forragem".

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Superpastejo: é a situação em que há excesso de animais por forragem produzida. É uma das principais causas da degradação das pastagens, pois, em virtude do grande número de animais, o superpastejo reduz o vigor das plantas e sua capacidade de rebrotação e de produção de sementes. Isto acontece porque a intensidade com que o animal promove o pastejo é aumentada, podando as plantas cada vez mais próximas do nível do solo, reduzindo a quantidade de resíduo vegetal (forragem não consumida) que cai ao solo e passa a constituir fonte de nutrientes que são reaproveitados pelas plantas forrageiras, o que se conhece como reciclagem de nutrientes. A conseqüência desses efeitos do superpastejo sobre a pastagem será menor produtividade e menor capacidade de competição com as invasoras e gramíneas nativas. Subpastejo: é a situação em que há sobra de forragem produzida. Se o manejo for incorreto, mesmo em um solo de alta fertilidade natural ou adubado intensivamente, ocorrerá a degradação da pastagem. E importante sabermos que da MS total de uma forrageira, somente 5 a 10% são nutrientes minerais (N, P K, Ca, Mg, S, Cu, Zn, Bo, Mo, Fe, Mn) ou seja, todo o esforço em termos de conhecimento científico, de investimentos em adubações, em indústrias de corretivos e fertilizantes, entre outros, etc. é realizado para fornecer apenas 5 a 10% do total de forragem que queremos produzir. Os restantes 90 a 95% são apenas carbono (C), hidrogênio (H) e oxigênio (O) que constituem a matéria orgânica propriamente dita e pode-se dizer que esta é a principal fração influenciada pelo manejo das pastagens. Taxa de lotação (Stocking rate): relação entre o número de animais ou de unidades animais (UA) e a área da unidade de manejo por eles ocupada, durante um período específico de tempo (uma estação de pastejo, um verão, etc.). Densidade de lotação (Stocking density ): relação entre o número de animais ou de unidades animais (UA) e a área da unidade de manejo por eles ocupada, medida num ponto específico do tempo (portanto, uma medida instantânea). Também chamada de taxa de lotação instantânea. A diferença entre taxa de lotação e densidade de lotação está na janela de tempo usada para definir as duas grandezas. Considere-se, por exemplo, uma pastagem de 1 ha ocupada por quatro UA durante toda a estação de pastejo (por exemplo, 180 dias de verão). A taxa de lotação é 4 UA/ha. Se essa pastagem for dividida em 4 piquetes de 0,25 ha e o lote de 4 UA permanecer 10 dias em cada um deles, voltando ao mesmo piquete após 30 dias, a taxa de lotação durante os 180 dias de pastejo continua sendo 4 UA/ha, mas a densidade de lotação, expressa pontualmente, é de 4 UA em 0,25 ha ou 16 UA/ha. Degradação de pastagens: termo usado para designar um processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade e da capacidade de recuperação natural de uma dada pastagem, tornando-a incapaz de sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais, bem como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e invasoras Sistema de pastejo (Grazing system ): combinação integrada entre os componentes animais, planta, solo, e fatores ambientais, mais o método de pastejo, com o objetivo de se atingir metas específicas. Na literatura nacional é frequente o equívoco de autores que escrevem "sistema de pastejo", querendo dizer "método de pastejo". Também é comum o uso incorreto de "pastoreio" (que é o ato, geralmente humano, de conduzir o rebanho ao pasto) como sinônimo de "pastejo" (ato, do animal, de colher forragem com a boca). Método de pastejo (Grazing method ): procedimento ou técnica de manejo do pastejo, idealizada para atingir objetivos específicos. Referente à estratégia de desfolha e colheita pelos animais. Lotação contínua (Continuous stocking): método de pastejo onde os animais têm acesso irrestrito a toda a área pastejada, sem sub-divisão em piquetes e alternância de períodos de pastejo com períodos de descanso. Frequentemente (e erroneamente) expressa por "pastejo contínuo". Pastejo contínuo: é caracterizado quando numa pastagem sempre há animais para pastejo. Lotação rotacionada (Rotational stocking ): método de pastejo que utiliza subdivisão de uma área de pastagem em dois ou mais piquetes que são submetidos a períodos controlados de pastejo (ocupação) e descanso. Também conhecido como "pastejo rotacionado", este um termo não recomendado, uma vez que o que é "rotacionado" (movimento este que nem sempre é óbvio) é a lotação (ocupação) e não o pastejo. Pastejo rotacionado: é o pastejo intermitente, intercalando-se períodos de descanso e pastejo