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Relações e perspectivas de comunidades frente às unidades de conservação: um estudo aplicado no Parque Estadual de Campos do Jordão/SP Autor: Fábio Pozati 1 1 Introdução A ideia de Unidade de Conservação surgiu efetivamente no Brasil na década de 30, com a criação do Parque Nacional do Itatiaia, localizado no Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de se manter e proteger as áreas naturais remanescentes e com o propósito principal de incentivo a pesquisa cientifica e possibilidade de lazer às populações urbanas. Segundo Quintão (1983), a proposta do parque foi feita inicialmente por Alberto Lofgren, em 1913, que na ocasião estava muito mais interessado nas possibilidades de pesquisa e lazer para as populações urbanas. Esse modelo implementado no Brasil segue basicamente o padrão norte-americano empregado desde o final do século XIX, a partir do Parque Nacional de Yellowstone, quando foram designados milhares de hectares da porção nordeste de Wyoming para a criação desse Parque, em 1872. A decisão em se praticamente copiar na íntegra o modelo norte americano trouxe uma série de consequências que fragilizaram a possibilidade de uma melhor gestão das unidades de conservação e a própria possibilidade de preservação da natureza existente nesses espaços naturais, refletindo inclusive na limitação de um modelo de prática do turismo que pudesse melhor contribuir para a preservação da biota presente nesses espaços e a suas respectivas comunidades tradicionais. Vale destacar ainda que o modelo norte- americano ao qual tanto nos apegamos é atualmente contestado pela própria política e sociedade americana, principalmente em função da pressão que movimento capitalista assume a partir do século XX, onde se defende que a melhor opção para a atual sociedade seria a comercialização desses espaços, 1 Doutorando em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas UNICAMP. Informações e contato: [email protected] Orientador Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - [email protected]

copiar - XVI Congresso Internacional do FoMerco · um estudo aplicado no Parque Estadual de Campos do Jordão/SP ... Está distante 173 km do Município de São Paulo, 350 km do Rio

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Relações e perspectivas de comunidades frente às unidades de conservação:

um estudo aplicado no Parque Estadual de Campos do Jordão/SP

Autor: Fábio Pozati1

1 Introdução

A ideia de Unidade de Conservação surgiu efetivamente no Brasil na

década de 30, com a criação do Parque Nacional do Itatiaia, localizado no

Estado do Rio de Janeiro, com o objetivo de se manter e proteger as áreas

naturais remanescentes e com o propósito principal de incentivo a pesquisa

cientifica e possibilidade de lazer às populações urbanas. Segundo Quintão

(1983), a proposta do parque foi feita inicialmente por Alberto Lofgren, em

1913, que na ocasião estava muito mais interessado nas possibilidades de

pesquisa e lazer para as populações urbanas. Esse modelo implementado no

Brasil segue basicamente o padrão norte-americano empregado desde o final

do século XIX, a partir do Parque Nacional de Yellowstone, quando foram

designados milhares de hectares da porção nordeste de Wyoming para a

criação desse Parque, em 1872.

A decisão em se praticamente copiar na íntegra o modelo norte

americano trouxe uma série de consequências que fragilizaram a possibilidade

de uma melhor gestão das unidades de conservação e a própria possibilidade

de preservação da natureza existente nesses espaços naturais, refletindo

inclusive na limitação de um modelo de prática do turismo que pudesse melhor

contribuir para a preservação da biota presente nesses espaços e a suas

respectivas comunidades tradicionais. Vale destacar ainda que o modelo norte-

americano ao qual tanto nos apegamos é atualmente contestado pela própria

política e sociedade americana, principalmente em função da pressão que

movimento capitalista assume a partir do século XX, onde se defende que a

melhor opção para a atual sociedade seria a comercialização desses espaços,

1 Doutorando em Geografia pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.

Informações e contato: [email protected] Orientador – Prof. Dr. Edvaldo Cesar Moretti - [email protected]

e não mais sua conservação ou limitação de atividades econômicas em seus

domínios.

Nesse sentido, propõe-se um artigo que analise o processo de ocupação,

mercantilização e uso das unidades de conservação brasileiras classificadas

como parques, principalmente no que diz respeito ao que ocorre nesses locais

em relação a comunidade que reside em seu entorno, procurando assim, a

partir dessa análise, melhor entender sua visão e perspectivas com relação as

Unidades de Conservação presente em seu entorno. Será dada ainda uma

ênfase na relação das UCs com a prática da atividade turística, já que uma das

principais propostas de ocupação dos parques é a visitação, conforme

estabelece o SNUC (Sistema Nacional de Unidades de Conservação).

O objetivo geral dessas áreas naturais protegidas é preservar espaços com atributos ecológicos importantes. Algumas delas, como parques, são estabelecidas para que sua riqueza natural e estética seja apreciada pelos visitantes, não se permitindo, ao mesmo tempo, a moradia de pessoas em seu interior. (DIEGUES, 1997, p. 85)

No nosso caso em especial, o foco não serão os turistas, mas a relação

da comunidade que vive no seu entorno com a unidade de conservação em si,

já que entende-se que a comunidade seja a grande responsável, mesmo que

de forma indireta, pela preservação e valorização da unidade de conservação,

assim como a receptividade e hospitalidade dos visitantes, que dependendo da

forma como ocorre, pode fazer do turista um indivíduo interessado em

preservar ou destruir a unidade de conservação que visita. A forma como ele é

acolhido pela comunidade receptora pode, nesse sentido ser decisiva na forma

como o visitante se comporta no espaço que visita e que não lhe pertence do

ponto de vista histórico-cultural. Segundo BOO (1992), a prática do turismo em

Unidades de Conservação permite a divulgação da própria unidade e o

estabelecimento de “redes” de interessados em sua manutenção.

O pressuposto inicial que fundamentou a existência de áreas naturais protegidas em muitos países foi o da socialização do usufruto, por toda a população, das belezas cênicas existentes nesses territórios. (BRITO, 2000, p. 20)

Para aproximar a discussão teórica do campo prático optou-se por uma

abordagem por meio de um estudo de caso. Tendo em vista os objetivos do

artigo será analisado e discutido a relação existente entre a comunidade que

vive na Estância Turística de Campos do Jordão/SP com o Parque Estadual de

Campos do Jordão (PECJ), unidade de conservação que representa um terço

da área total desse município e que é um dos parques mais antigos do Estado

e que ainda se destaca como um dos mais visitados do Estado de São Paulo2.

Entende-se, portanto, que a escolha dessa unidade de conservação e

município permite estudar a percepção da comunidade sobre uma unidade de

conservação relevante para o seu cotidiano em termos territoriais, não só pela

área que ocupa no município, mas pela sua importância como um dos

principais atrativos turísticos de um município que tem no Turismo sua principal

atividade econômica, como será descrito a seguir.

1.1 Perfil socioeconômico do município de Campos do Jordão

Segundo os dados do censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística), Campos do Jordão possuía, em 2014, a população de 50 541

habitantes, ocupando uma área de 290,520 km², o que representa uma

densidade média (hab/km²) de 173,95, o que é similar ao Estado de São Paulo,

que possui uma densidade demográfica de 177.4 hab/ km², a maior do país,

segundo o próprio IBGE. Está distante 173 km do Município de São Paulo,

350 km do Rio de Janeiro/RJ e 500 km de Belo Horizonte/MG. Sua principal via

de acesso é a Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP 123). Encontra-se

vizinho aos municípios mineiros de Piranguçu, Wenceslau Braz e paulistas de

Guarantiguetá, São Bento do Sapucaí e Santo Antônio do Pinhal,na

mesorregião do Vale do Paraíba, que tem São José dos Campos como

município mais importante do ponto de vista econômico

O município fica a uma altitude de 1 628 metros, considerado por isso o

mais alto município brasileiro quando se toma como base a altitude da sede da

prefeitura municipal. A elevada altitude justifica o clima temperado marítimo

(Cfb), atípico para a latitude onde se encontra (22º44´20” S). A temperatura

2 SECRETARIA DO MEIO AMBIENTE DO ESTADO DE SÃO PAULO. Parque Estadual de

Campos do Jordão. Disponível em http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-campos-do-jordao/sobre-o-parque/. Acesso em 26 de junho de 2017.

média anual gira em torno dos 14 °C3,chegando a cair para abaixo de zero

no inverno, com sensação térmica que pode ser ainda menor, de acordo com

INMET (Instituto Nacional de Metereologia). Apesar de situada em altitude

elevada, a ocorrência de neve em Campos do Jordão é rara, tendo sido

registrada em anos como 1928, 1942, 1947 e 1966, segundo a prefeitura do

município

Figura 1 - Localização de Campos do Jordão/SP no Estado de São Paulo/SP

Fonte – Disponível em https://pt.wikipedia.org/wiki/Campos_do_Jord%C3%A3o. Acesso em 17

jul 2017

É justamente o frio com indicadores bem acima de média da macrorregião

do Vale do Paraíba (19,3ºC)4 e do próprio Estado de São Paulo que mais

motiva a vinda de um grande número de visitantes para o município. Em 2016,

por exemplo, foram registrados 3,9 milhões de visitantes de acordo com a

Prefeitura de Campos do Jordão, ou seja, aproximadamente 78 vezes a

população do Município, principalmente entre os meses de abril e agosto,

considerados os meses mais frios do ano com destaque para julho, um dos

mais frios do ano e que normalmente é caracterizado pelas férias escolares, o

que aumenta ainda mais a demanda em Campos do Jordão. Por

consequência, tais condicionantes levam o setor de serviços e em especial o

Turismo ao patamar de principal atividade econômica do município. A Figura 2

descrita abaixo demonstra o amplo predomínio do setor de serviços (a qual o

3 De acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Disponível em

http://www.inmet.gov.br/portal/index.php?r=tempo2/verProximosDias&code=3509700. Acesso em 17 de julho de 2017. 4 Disponível em https://pt.climate-data.org/location/6151/. Acesso em 17 de julho de 2017.

turismo está inserido) em Campos do Jordão, tanto em relação ao PIB gerado

como aos empregos ocupados.

O predomínio da atividade turística na economia do Município pode ser

medido também na arrecadação do ISSQN (Imposto sobre Serviço de

Qualquer Natureza). Em 2016 foram R$ 11,667 milhões de acordo com dados

da Prefeitura Municipal, o que representa 6,7% da arrecadação total do

município no ano passado, o que ainda não representa a maior parte da receita

gerada pelos turistas. Em Campos do Jordão há 15.381 casas de veraneio e

somente com IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) pago pelas pessoas

que possuem segunda residência em Campos do Jordão foram arrecadados

R$ 21, 5 milhões no último ano. A arrecadação é maior do que a proveniente

dos moradores locais. Isso se deve também, em parte, à política fiscal

implantada na cobrança pela Prefeitura desde 2014, onde as áreas mais

populares, pertencentes em grande parte aos moradores locais, têm imposto

menor que as áreas mais nobres, cujos imóveis pertencem aos não residentes

de Campos do Jordão (segunda residência).

Figura 2 - Produto Interno Bruto e Pessoas Ocupadas por Setor - Campos do Jordão/SP Fonte – IBGE, em parceria com os Órgãos Estaduais de Estatística, Secretarias Estaduais de Governo e Superintendência da Zona Franca de Manaus - SUFRAMA, 2013. (1) ExcluI Administração e Serviços públicos.

1.2 O Parque Estadual de Campos do Jordão

O Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ) foi criado através de

uma desapropriação de uma área de mais de 8.000 hectares, por meio do

decreto nº 11.908, de 27 de março de 1941, de propriedade de Corina Duvivier

Kok. O Interventor Federal em São Paulo, dr. Adhemar de Barros, criou o

Parque Estadual de Campos do Jordão, que, após, sucessivas

desapropriações, possui atualmente 8.341 hectares, cerca de um terço da

superfície do Município e está localizado na porção leste do Estado de São

Paulo, com posição geográfica determinada pelas coordenadas 22º44´S e

45º30´W.

Figura 3 – Mapa do Parque Estadual de Campos do Jordão e Município de Campos do Jordão/SP Fonte – Google Maps (2017)

A vegetação do Horto, como é tradicionalmente conhecido o PECJ, abriga

mais de 300 espécies identificadas, Além de uma diversificada fauna silvestre

com mais de 200 gêneros catalogados. Ali são encontrados animais

considerados ameaçados de extinção pelo IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio

Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), como a onça suçuarana, o

monocarvoeiro (maior macaco das Américas) e o papagaio de peito roxo, além

de catetos, cotias, veados, macacos pregos, canários, curiós, gaviões, jacus,

macucos, nhambus, papagaios, sabiás, saracuras, urus, andorinhas, perdizes,

gralhas e siriemas, assim como inúmeros insetos e ofídios, como a cascavel, a

coral,a caniana, a jararaca e a uriatu.

Os visitantes do Parque encontram os mais variados atrativos, como

bosques, cachoeira, lagos e riachos com trutas e carpas coloridas, áreas de

piquenique, capela, cantina, sorveteria, pesqueiro esportivo, viveiro com

vendas de mudas arbóreas e ornamentais, centro de exposição com coleção

de madeiras e insetos da região, serraria movida por roda d´água,

equipamentos para ginástica, duchas, a imagem de Santo Antônio das

Aráucarias e do Curupira (protetor das florestas), ateliê ambiental, trilhas de

ciclismo e interpretativas da natureza, que propiciam ao visitante se aproximar

com o ambiente natural protegido.

Figura 4 –Imagens do Parque Estadual de Campos do Jordão Fonte – Acervo Google Imagens (2017)

Atualmente, o Parque Estadual de Campos do Jordão é administrado

pela Fundação Florestal, entidade vinculada à Secretaria do Meio Ambiente,

que administra ao todo 48 Unidades de Conservação de Proteção Integral do

Estado de São Paulo, o que representa uma área de aproximadamente 938 mil

hectares. Segundo dados da Fundação o PECJ recebeu, em 2016, o total de

142 mil visitantes,

O Parque Estadual de Campos do Jordão (PECJ) é aberto para visitação

diariamente da 08h às 17h, com entrada permitida até as 16h, exceto as

quartas-feiras, quando é fechado para visitação. Nos feriados e nos meses de

janeiro, junho, julho e dezembro, considerados meses de alta temporada, o

Parque abre também as quartas-feiras. Visitas monitoradas ou por grupos

devem ser previamente agendadas.

Dentre os principais atrativos turísticos do Parque pode-se destacar quatro

trilhas oficialmente demarcadas (04 pontes, Cachoeira, Sapucaí e dos

Campos), que apresentam níveis de dificuldade variados para sua execução e

permite ao visitante melhor conhecer a diversidade de flora e fauna existente

no local.

Pode-se afirmar que o Parque Estadual de Campos do Jordão possui uma

oferta contextualizada ao espaço, porém com uma estrutura fragilizada para

receber visitantes, quando se leva em consideração o número de monitores

existentes, número de seguranças para observar o comportamento dos turistas

ou até mesmo na falta de um estudo de capacidade de carga para se prever o

número máximo possível de visitantes por dia, nem tão puco nenhum plano de

manejo de demanda para promover uma um maior envolvimento do visitante

com a natureza visitada ou evitar sua concentração excessiva em

determinados locais e intervalos de tempo. Por outro lado, observa-se que as

empresas terceirizadas localizadas dentro do Parque, como restaurante,

cafeteria, oferta de passeio de tirolesa, locação de bicicletas e loja de

artesanato pertencem a pessoas moradoras da comunidade, permitindo assim

que a comunidade localizada no entorno da unidade de conservação seja

beneficiada de fato, pelo menos nesse aspecto, pela visitação ocorrida na

unidade de conservação analisada.

Mas será que os empregos gerados no Parque à comunidade seria o

único benefício do parque para a população que residem nos outros dois terços

do município? Qual a relação dessa comunidade com o parque? Essa

população conhece o Parque Estadual ? Valoriza esse local? Entende sua

importância? Apoia a sua existência? Dialogaremos a seguir para tentarmos

melhor esclarecer a respeito dessas inquietações.

1.3 Percepções das comunidades frente às unidades de conservação:

um estudo aplicado no Parque Estadual de Campos do Jordão/SP

Tendo em vista a importância da atividade turística para o município e a

proporção territorial do PECJ para Campos do Jordão, considerado ainda um

relevante local de visitação, seria de se esperar uma relação íntima entre os

moradores desse município e essa unidade de conservação localizada no seu

entorno. Para se constatar se de fato isso ocorre e principalmente como ocorre,

e assim analisar essa percepção foram realizadas 50 entrevistas com os

moradores do município de Campos do Jordão no período de abril a julho de

2016, por meio de questionários aplicados pelos alunos do Curso de Turismo

da Universidade Paulista de Campinas. A amostra foi escolhida por meio de

um critério não probabilístico por conveniência, onde a escolha ocorre em

decorrência daqueles que estão fisicamente mais próximos do entrevistador

sendo, portanto, mais fáceis de serem entrevistados.

A pesquisa teve como principal intuito avaliar qual é a imagem que esses

moradores têm sobre o parque, que usos fazem do local e quais são as

relações e perspectivas que há entre os moradores de Campos do Jordão e o

PECJ. A partir da análise dos resultados obtidos, apresentados a seguir, e com

base nas premissas teóricas inicialmente discutidas, apontam-se as

fragilidades e riscos dessa realidade frente aos ideais de conservação e

sustentabilidade defendida para a criação e manutenção de uma unidade de

conservação.

De acordo com os dados da Figura 5 abaixo descrita observa-se que a

grande maioria dos entrevistados já visitou o Parque Estadual de Campos do

Jordão, o que pode ser considerado um dado favorável a sua valorização, já

que muitas vezes se critica ou se questiona aquilo que não se conhece. Essa

situação parece não prevalecer a partir dos dados obtidos.

Figura 5 – Conhecimento sobre o Parque Estadual de Campos do Jordão

Sim93%

Não7%

Fonte – Dados obtidos pelo próprio autor (2016)

Por outro lado, observa-se, a partir dos dados descritos na Figura 6

abaixo descrita, que a maioria dos entrevistados (52%) visitou o PECJ apenas

uma vez (32%) ou no máximo 02 vezes (20%) até agora, o que pode

demonstrar um baixo interesse da comunidade com relação ao PECJ, pois

embora haja uma relativa proximidade do Parque com o município (a portaria

de acesso está localizada a apenas 10 Km do Centro de Campos do Jordão

por meio de estrada em bom estado de conservação) e bom acesso ao Parque

por carro, moto ou até mesmo ônibus (a estrada que liga o município ao

Parque é totalmente asfaltada e há linha regular de ônibus ligando o centro de

Campos do Jordão ao Parque), o número de visitas é muito baixo tendo em

vista as facilidades existentes.

Parece que ir ao Parque não faz parte da rotina da população

jordanense visitar o PECJ, o que prejudica sua valorização e proximidade da

UC a comunidade.

Figura 6 – Frequência de Visitas ao Parque Estadual de Campos do Jordão Fonte – Dados obtidos pelo próprio autor (2016)

Esse baixo interesse no Parque se torna mais evidente quando se

observa, a partir dos dados apresentados na Figura 7 abaixo descrita, onde

para a grande parte dos entrevistados não há perspectiva em se voltar a visitar

a UC analisada, o que reforça a impressão de que a população de Campos do

Jordão pouco se interessa pelo Parque e suas possibilidades.

1 Vez32%

2 Vezes20%

3 Vezes7%

4 Vezes3%

5 Vezes7%

Mais de 5 vezes5%

Não me lembro quantas vezes

24%

Não respondeu2%

Figura 7 – Interesse da Comunidade de Campos do Jordão em visitar o PECJ nos próximos 12 meses Fonte – Dados obtidos pelo próprio autor (2016)

A situação apresentada pode ser explicada por dois motivos principais, um

deles consiste no que Philip Kotler (2000) denomina de Lei da Utilidade

Marginal, teoria que defende que quando mais se tem um produto disponível

menos valor se dá a ele. O autor usa como exemplo para essa situação o

preço de um quilo de sal em comparação a um quilo de ouro, onde o ouro trem

o preço infinitamente superior ao sal, pois está disponível em uma proporção

muito menor do que o sal. O mesmo raciocínio pode ser utilizado em uma

cidade litorânea, onde o visitante geralmente valoriza muito mais a praia

daquele determinado município do que quem reside por lá, afinal, para o

residente dessa cidade litorânea a praia sempre estará lá, todos os dias,

enquanto que para o visitante ir aquela determinada praia pode ser uma

oportunidade única. No caso da comunidade que reside em Campos do

Jordão, objeto de nossa pesquisa, o PECJ sempre está disponível e seu

acesso é fácil, o que contribui para a redução de seu valor para a comunidade.

Outra razão para esse desinteresse consiste na falta de políticas públicas,

seja por parte da Prefeitura de Campos do Jordão, Instituto Florestal (gestor do

Parque) ou Governo do Estado de São Paulo, em estimular a comunidade de

Campos do Jordão a se aproximar do parque. Nas visitas realizadas tanto no

PECJ como no município de Campos do Jordão não foram observadas práticas

que provoquem esse estímulo.

O que ocorre, raramente, são ações pontuais junto às escolas municipais

de Campos do Jordão, para que ocorram visitas monitoradas ao Parque com o

Pretende visitar nos

próximos 12 meses14%Não

Pretende visitar nos

próximos 12 meses…

Não respondera

m11%

objetivo de se praticar a educação ambiental, mesmo assim, são visitas

consideradas obrigatórias aos alunos, sem uma explicação mais precisa ou

clara por parte da direção dessas escolas ou da própria gestão do parque

sobre o porquê ou benefícios que podem ocorrer ao se praticar essa atividade,

o que pode ser associada pelas crianças como algo que deve ser feito por

obrigação, o que leva esse alunos e nem tão pouco seus pais a não entender

de forma clara o que poderia ser essência da proposta, vinculada muito mais a

valorização do Parque e da natureza existente no local frente a comunidade,

perdendo-se assim uma grande oportunidade de integrar o Parque a cultura e

história do município.

Por fim, a ideia de que os parques são áreas reservadas apenas para

turistas endinheirados pode gerar exclusão social e ressentimentos para os

residentes locais pobres, que veem o seu acesso ao parque limitado por razões

econômicas, algo que poderá comprometer o apoio aos parques e incitar tanto

a comunidade como os visitantes, muitas vezes influenciados pela cultura local,

a infringir as regras de conservação e valorização do patrimônio natural.

O estímulo à aproximação da comunidade com o Parque Estadual de

Campos do Jordão poderia ampliar também o conhecimento e estímulo do

visitante de Campos do Jordão a conhecer o parque como uma de suas

principais atividades de visitação no município, o que poderia, por sua vez,

ampliar a arrecadação por meio de ingressos de visitantes e por consequência,

melhorar as condições financeiras para preservação do PECJ. Essa

perspectiva se amplia quando analisamos, a partir dos dados da Figura 8, onde

observa-se que 96% dos entrevistados certamente (69%) ou provavelmente

(27%) indicariam a visita ao parque, demonstra uma imagem favorável dos

moradores com relação a unidade de conservação estudada, apesar do baixo

interesse em visitá-lo conforme foi discutido anteriormente. De qualquer forma,

essa imagem favorável pode contribuir para o aumento de indicações da

comunidade para que o visitante se interesse em conhecer o local. Se essa

comunidade aumentar sua própria frequência de visitação, esse índice de

indicação para os outros tende aumentar ainda mais, gerando assim um circulo

virtuoso favorável à conservação e valorização do Parque.

Figura 8 – Possibilidade de indicação do PECJ pelos moradores de Campos do Jordão/SP Fonte – Dados obtidos pelo próprio autor (2016)

A partir da Tabela 1 abaixo citada, observa-se que 33,4% dos moradores

entrevistados estão de fato satisfeitos com a estrutura ao visitante oferecida no

Parque. Dentre os quesitos avaliados, o item “Limpeza” se destaca como um

dos mais elogiados (56,8% dos entrevistados consideram esse indicador de

nível “excelente”),. Por outro lado, verifica-se que “Comércio Existente” é o

item menos elogiados pelos moradores. De uma forma geral, o nível regular

prevalece dentro os demais níveis, o que é preocupante, pois demonstra que

para os moradores de Campos do Jordão entrevistados, ainda há muito para

ser melhorado no PECJ, impressão que pode comprometer a indicação do

parque para outros visitantes ou inibir ainda mais a freqüência do morador no

PECJ.

Tabela 1 – Avaliação da qualidade dos serviços e equipamentos do PECJ pelos moradores de Campos do Jordão/SP

Certamente indicaria esse

local para outras pessoas

conhecerem69%

Provavelmente indicaria esse

local para para outras pessoas

conhecerem27%

Certamente não indicaria esse

local para outras pessoas

conhecerem2%

Não responderam

2%

Fonte – Dados elaborados pelo próprio autor, 2016

Os resultados apresentados na Tabela 1 são bem diferentes dos

resultados obtidos em outra pesquisa realizada, focada na opinião dos

visitantes não moradores de Campos do Jordão sobre o PECJ. Nessa

pesquisa, realizada no mesmo período, observou-se que a maior parte dos

visitantes entrevistados (59,3%) estão satisfeitos com a estrutura ao visitantes

oferecida no Parque. A única coincidência entre os resultados dos diferentes

levantamentos foi que o item “Limpeza” se destaca como um dos mais

elogiados pelos visitantes (74,5% dos entrevistados consideram esse indicador

de nível “excelente”), seguido de perto por “Atendimento ao Visitante” (63,8%

dos entrevistados consideram esse indicador de nível “excelente”).

A diferença de opinião entre visitante e visitado sobre o mesmo lugar já

era esperada, pois de uma forma geral quem mora no lugar ou no seu entorno

possui uma visão mais crítica sobre quem a visita, nesse caso parece

prevalecer uma ideia de que para o morador, de uma forma geral, sempre

outros parques ou outros destinos serão mais bonitos e estruturados que o seu.

Além disso, nos atentamos mais aos defeitos dos lugares que conhecemos

mais e temos uma visão mais racional deles, enquanto que o visitante tem uma

visão mais bucólica sobre o mesmo lugar, que muitas vezes está sendo

visitado pela primeira vez.

Por fim, os moradores foram convidados a expressar seu grau de

concordância sobre aspectos relacionados à natureza, atividade turística e

/ NÍVEL PERCEBIDO

ITEM AVALIADO

Excelente Regular Ruim

Sinalização e Informação 31,8% 59,1% 9,1%

Limpeza 56,8% 43,2% 0,0%

Atendimento ao Visitante 29,5% 61,4% 9,1%

Estado de Conservação Equipamentos 45,5% 43,2% 11,4%

Acesso ao Local 34,1% 54,5% 11,4%

Quantidade Atividades Disponíveis 22,7% 63,6% 13,6%

Comércio Existente 13,6% 68,2% 18,2%

TOTAL (%) 33,4% 56,2% 10,4%

responsabilidade sobre a conservação do espaço e posse do Parque Estadual

de Campos do Jordão. Na

, abaixo, são descritas as respostas obtidas nessa questão em especial.

Essas respostas podiam apresentar uma variação de zero (total discordância a

afirmação) até cinco (total concordância em relação à afirmação colocada).

Tabela 2 – Percepção dos moradores sobre aspectos relacionados ao PECJ.

Fonte – Dados elaborados pelo próprio autor, 2016

De acordo com os dados apresentados na tabela acima, a afirmação

que teve maior grau de concordância (3,9 em um valor máximo de 05) está

relacionada ao fato de que o “turismo pode ajudar na preservação e

valorização do Parque Estadual de Campos do Jordão”. Isso ocorre, pois para

muitos moradores a atividade turística é algo que oferece a essa comunidade a

possibilidade de obtenção de rendimentos e empregos e, portanto, é natural

que o parque, na visão dos moradores entrevistados, tenha o mesmo processo

do que ocorre no Município de entorno. Ao mesmo tempo, observa-se pelos

entrevistados que turismo e poluição estão associados, quando observa-se que

a maior parte dos entrevistados (3,4 na escala de concordância de 0 a 5)

demonstrou concordar com a afirmação de que “os visitantes são os maiores

responsáveis pela poluição e destruição do PECJ”. A concordância dos

entrevistados com relação a essa afirmativa não chega a ser uma

unanimidade, mas observa-se uma alta incidência daqueles que concordam

com esse argumento. Esse resultado demonstra haver, dentre os moradores

entrevistados, um certo contracenso sobre a atividade turística no PECJ, pois

se ao mesmo tempo a prática do turismo pode colaborar para a preservação e

valorização do PECJ, talvez muito em função da receita obtida com o fluxo

Os visitantes são os maiores responsáveis pela poluição e destruição do PECJ (Horto) 3,4

O turismo pode ajudar na preservação e valorização do Parque Estadual de Campos do Jordão (Horto) 3,9

O Governo é o ÚNICO dono e responsável por todo o Parque Estadual de Campos do Jordão (Horto) 2,2

O Parque Estadual de Campos do Jordão (Horto) é um local feito somente para turistas 2,3

Considero-me preparado, motivado e instruído para receber, orientar e informar aos turistas sobre o PECJ 3,0

Acho que deveria haver uma cobrança de ingresso MAIOR para que o Parque pudesse ser mais bem preservado 2,2

A natureza é intocável e qualquer interferência humana nessas áreas será prejudicial para sua existência 2,0

O turismo não traz nada de bom ao Parque Estadual de Campos do Jordão (Horto) 2,0

Não vejo qualquer tipo de interesse para mim e/ou minha família no PECJ (Horto) 2,0

turístico, a mesma demanda pode, segundo os mesmos entrevistados,

comprometer a preservação do local, tendo em vista a poluição gerada por

esses visitantes.

Com relação às afirmativas de menor nível de concordância pelos

moradores entrevistados (nível 2 numa escala até 05), destaca-se aquele em

que se afirma que a natureza “não é um bem que deve se manter intocável

pela ação humana”, que o “turismo não traz nada de bom ao PECJ” e ainda

com relação a afirmativa “não vejo qualquer tipo de interesse por mim e pela

minha família com relação ao PECJ”. Os mesmos entrevistados e

demonstraram, de certa forma, um “incômodo pela possibilidade de cobrança

de ingressos de entrada com valores maiores que os atuais”5 (2,2 na mesma

escala), mesmo que esse valor seja cobrado para fins de conservação e

valorização do Parque Estadual de Campos do Jordão.

Observou-se ainda um sentimento de proximidade e de certo

pertencimento entre os moradores entrevistados e o Parque Estadual de

Campos do Jordão, o que pode se afirmar quando se constata, por meio dos

resultados coletados na pesquisa desenvolvida com os moradores de Campos

do Jordão, que há um aparente interesse pelos moradores entrevistados com

relação ao PECJ, pois conforme descrito anteriormente, a maioria considera

que o Parque é de seu interesse assim como de sua família. Além disso, houve

um índice predominante de discordância com relação às afirmativas de que o

“parque é um lugar somente para turistas” (nível 2,3 de concordância numa

escala que vai até 05) e de que o “governo é o único dono e responsável pelo

PECJ” (nível 2,2 de concordância numa escala que vai até 05).

1.4 Considerações Finais

5 Atualmente (maio 2016) a entrada do PECJ possui os seguintes valores: Ingresso por pessoa R$ 13,00, sendo que crianças de até 12 anos, adultos com mais de 60 e pessoas com deficiência também não pagam. Estudantes pagam meia-entrada, mediante apresentação de documento. Informações disponíveis em http://www.ambiente.sp.gov.br/parque-campos-do-jordao. Acesso em 23 de maio de 2016.

A forma como uma comunidade enxerga as unidades de conservação

localizadas no seu entorno podem ser decisivas na definição das políticas

públicas favoráveis para a efetiva preservação das áreas de proteção

ambiental definidas, como o Parque Estadual de Campos do Jordão, utilizado

aqui como estudo de caso. Essas políticas podem interferir, por exemplo, na

decisão sobre o montante de verbas alocadas para as unidades de

conservação num determinado período, as quais podem ser utilizadas para a

fiscalização, monitoramento, pesquisa e atendimento ao visitante, influenciando

diretamente na garantia para a efetiva preservação das UCs, como prevê a lei

Lei nº 9985, conhecida como a lei do SNUC (Sistema Nacional de Unidade de

Conservação).

Então o grande desafio passa a ser descobrir formas de se obter o apoio

da comunidade para a existência e manutenção das unidades de conservação

e por consequência das políticas públicas que favoreçam as UCs que existem

no seu entorno e que por consequência pertencem ao seu cotidiano, pois

quando a comunidade conhece, visita e considera a unidade de conservação

parte de sua vida, de sua história e de sua cultura e faça essa associação

mesmo que somente para fins recreacionais ou de simples contemplação da

natureza existente no local, a possibilidade de compreensão e por

consequência valorização desses locais por parte dessa comunidade aumenta

consideravelmente, já que dificilmente apoiamos a existência daquilo que nos é

estranho, que não faz parte do nosso cotidiano.

O distanciamento físico e moral da comunidade com a unidade de

conservação localizada no seu entorno é preocupante, pois pode comprometer

a valorização dessa área pelos moradores, que muitas vezes são incapazes de

perceber a importância do local para a sua vida e até questionam, em muitos

casos, o porquê de uma área tão extensa não poder ser aproveitada para

nenhuma finalidade econômica, o que pode comprometer sua sustentabilidade

para os próximos anos em virtude da falta de apoio da opinião pública, e por

consequência de políticas públicas que garantam a preservação do local

estudado.

A análise da relação entre a comunidade de Campos do Jordão e o PECJ

buscou compreender, principalmente, por que essa comunidade não considera

a unidade em estudo como um território a qual faz parte, tanto do ponto de

vista histórico, cultural como econômico, apesar dessa área compor um terço

de seu território. O que se observou, a partir da análise dos resultados obtidos

com a pesquisa aplicada junto a comunidade de Campos do Jordão, é que

essa comunidade pesquisada até valoriza a existência do Parque Estadual de

Campos do Jordão e de certa forma se sente coresponsável pela sua

preservação, mas por outro lado, pouco o visita ou tem interesse em visitá-lo,

apesar de indicar sua visita aos turistas. Esse resultado poderia ser diferente

se houvesse por parte do governo estadual e municipal ações efetivas para

ampliar a visitação por parte da comunidade, como a divulgação do local para

essa comunidade, visitas monitoradas com roteiros e horários pré-definidos

voltados à comunidade ou até mesmo um número maior de acontecimentos

programados no Parque Estadual de Campos do Jordão voltados

especificamente a comunidade que vive no seu entorno.

Ao contrário disso, o que se verifica são apenas ações isoladas por parte

da própria administração do parque voltadas a pratica de educação ambiental,

direcionadas apenas as crianças do ensino fundamental do município, sem um

apoio mais amplo das esferas governamentais de nível municipal ou estadual

para essas ações e sem a determinação de uma programação regular que

garanta a continuidade dessas propostas, o que enfraquece o programa e por

consequência o estabelecimento de uma política que garanta a compreensão e

valorização da comunidade frente ao PECJ a médio e longo prazo.

Mesmo que o campo pesquisado e aqui apresentado esteja limitado à

relação de uma comunidade com uma unidade de conservação específica

localizada no interior do Estado de São Paulo, entende-se que a situação

apresentada não seja exclusividade desse local nem tão pouco dessa

comunidade, mas algo que se repete em diversas outras unidades localizadas

não somente no Brasil como no exterior e em especial nos países latino

americanos, que apresentam por muitas vezes uma situação socioeconômica

muito parecida com a brasileira e por isso tendem a possuir um cenário similar.

Sugere-se então que o estudo apresentado não seja conclusivo, mas que

estimule a ampliação da discussão para outras unidades de conservação latino

americanas a fim de que se consiga estabelecer, a longo prazo, um efetivo

diálogo entre as comunidades e suas respectivas unidades de conservação

localizadas ao seu entorno, conseguindo a partir disso encontrar ações

integradoras que promovam benefícios tanto para a comunidade de entorno

como para as unidades de conservação, a fim de que a preservação de um

elemento não represente necessariamente a exclusão do outro.

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