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82 B O L E T I M 26/08/2014 NÚMERO DO DIA R$ 463 mil é a média de arrecadação de bilheteria nos jogos do Campeonato Brasileiro em 2014 POR ERICH BETING A polêmica estratégia ado- tada pelo Corinthians de elevar o valor cobrado pelo ingresso para suas partidas surtiu efeito. Pelo menos para os cofres do clube, que é responsável por 20% de toda a arrecadação de bilheteria do Campeonato Brasileiro. Levantamento com os borde- rôs das 17 rodadas realizadas até agora no Nacional revela que os clubes faturaram R$ 80 milhões com a venda de ingressos. Desse montante, o Corinthians é responsável por R$ 16,9 milhões, pou- co mais de 20% do total. O ganho elevado do clube paulista está ligado diretamente ao novo estádio, inaugurado às vésperas da Copa do Mundo. Na Arena Corinthians, foram disputadas seis das dez partidas do time no campeonato. A arre- cadação em bilheteria chegou a R$ 13,9 milhões, média de R$ 2,3 mi por partida. Em média, o torcedor paga R$ 71,93 para ver um jogo na Arena. Só para se ter uma ideia, o tíquete médio da com- petição é de R$ 31,85. Em segundo lugar no ranking de faturamento está o Internacional, que arrecadou até agora R$ 7,6 milhões em nove partidas (média de R$ 842 mil por partida). Se apenas o reformado estádio do Beira-Rio entrasse na conta, os números são ainda melhores: R$ 7,3 milhões arrecadados em sete partidas (pouco mais de R$ 1 milhão por jogo). O líder em público é o São Paulo, que leva em média 29.969 torcedores por par- tida. Mas, com uma política de ingressos mais baratos, o clube é o quinto em fatura- mento, tendo arrecadado até agora R$ 5,8 milhões. O time do Morumbi, porém, é o único entre os cinco primeiros que não possui estádio novo. Corinthians fatura 20% de toda a bilheteria do Brasileirão FOTO: DANIEL AUGUSTO JR. CLUBE RECEITA CORINTHIANS R$ 16,979 mi INTER R$ 7,580 mi FLAMENGO R$ 7,227 mi CRUZEIRO R$ 7,098 mi SÃO PAULO R$ 5,830 mi OS CINCO MAIORES QUEM MAIS FATUROU COM INGRESSOS 1. 2. 3. 4. 5.

Corinthians fatura de toda a bilheteria do Brasileirão · emissora subiu o preço de tabela sistematicamente nos últimos anos, mesmo com o Ibope caminhando na direção contrária

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Page 1: Corinthians fatura de toda a bilheteria do Brasileirão · emissora subiu o preço de tabela sistematicamente nos últimos anos, mesmo com o Ibope caminhando na direção contrária

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B O L E T I M

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N ú M E r O d O d I a

R$ 463 milé a média de arrecadação

de bilheteria nos jogos do

Campeonato Brasileiro em 2014

POR ERICH BETING

A polêmica estratégia ado-tada pelo Corinthians de elevar o valor cobrado pelo ingresso para suas partidas surtiu efeito. Pelo menos para os cofres do clube, que é responsável por 20% de toda a arrecadação de bilheteria do Campeonato Brasileiro.

Levantamento com os borde-rôs das 17 rodadas realizadas até agora no Nacional revela que os clubes faturaram R$ 80 milhões com a venda de ingressos. Desse montante, o Corinthians é responsável por R$ 16,9 milhões, pou-co mais de 20% do total.

O ganho elevado do clube paulista está ligado diretamente ao novo estádio, inaugurado às vésperas da Copa do Mundo. Na Arena Corinthians, foram disputadas seis das dez partidas do time no campeonato. A arre-cadação em bilheteria chegou a R$ 13,9 milhões, média de R$ 2,3 mi por partida. Em média, o torcedor paga R$ 71,93 para

ver um jogo na Arena. Só para se ter uma ideia, o tíquete médio da com-petição é de R$ 31,85.

Em segundo lugar no ranking de faturamento está o Internacional, que arrecadou até agora R$ 7,6 milhões em nove partidas (média de R$ 842 mil por partida). Se apenas o reformado estádio do Beira-Rio entrasse na conta, os números são ainda melhores: R$ 7,3 milhões arrecadados em sete partidas (pouco mais de R$ 1 milhão por jogo).

O líder em público é o São Paulo, que leva em média 29.969 torcedores por par-tida. Mas, com uma política de ingressos mais baratos, o clube é o quinto em fatura-mento, tendo arrecadado até agora R$ 5,8 milhões. O time do Morumbi, porém, é o único entre os cinco primeiros que não possui estádio novo.

Corinthians fatura 20% de toda a bilheteria do Brasileirão

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CLUBE RECEITA

CORINTHIANS R$ 16,979 mi

INTER R$ 7,580 mi

FLAMENGO R$ 7,227 mi

CRUZEIRO R$ 7,098 mi

SÃO PAULO R$ 5,830 mi

Os cincO maiOres

quem mais faturOu cOm ingressOs

1.

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POR ERICH BETING

A NFL deve anunciar em breve a renovação do contrato com a DirecTV para a transmis-são dos jogos de domingo da temporada regular do futebol americano. Com isso, a liga deverá alcançar a cifra recor-de de US$ 7 bilhões ao ano de arrecadação apenas com os direitos de transmissão.

O faturamento é, disparado, o maior do mundo em direi-tos de TV no esporte. Só para ter os jogos dos domingos, a DirecTV paga cerca de US$ 1 bilhão ao ano, de acordo com o “Sports Business Jour-nal”. A renovação do contra-to deve gerar mais US$ 150 milhões anuais para a NFL.

Além da DirecTV, a NFL tem acordos com CBS, ESPN, Fox, NBC e Verizon. Cada uma des-sas empresas de mídia tem pro-

priedades distintas de transmis-são, não apenas para a TV, mas também em internet e disposi-tivos móveis (celular e tablet).

Atualmente, a DirecTV conta com 2 milhões de assinantes do pacote de jogos do domingo, que em 2014 completa 20 anos de existência. A importância da transmissão da NFL no merca-do americano é tanta que, no contrato de compra da DirecTV pela At&T, assinado em maio deste ano, uma cláusula exige que a empresa mantenha os di-reitos dos jogos aos domingos. Do contrário, o acordo, de US$ 49 bilhões, pode ser desfeito.

Ao ser vendida para a AT&T, a DirecTV passa a ser concor-rente da Verizon, que detém o acordo de transmissão em dispositivos móveis da NFL. A liga estuda como fazer os dois negócios serem possíveis.

Acordo faz NFL bater

US$ 7 bilhões em direitos de TV

PACOTE AFC(us$ 1 BIlHãO)

PACOTE NFC (us$ 1,1 BIlHãO)

MONdAy NIGHT (us$ 1,9 BIlHãO)

THURSdAy NIGHT (us$ 1 BIlHãO)

PLATAFORMAS MóvEIS (us$ 1 BIlHãO)

SUNdAy TICkET (us$ 1 BIlHãO)

direitOs de mídia da nfL

quem tem Os direitOs e quantO paga

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da rEdaçÃO

Duda Lopes é gerente de novos negócios da Máquina do Esporte

No início do mês, uma reportagem da revista Quatro Rodas especulou a possibilidade de a Globo encerrar as transmissões da Fórmula 1 em 2015. A emissora rechaçou a pos-sibilidade imediatamente, lembran-do que mantém um contrato com a disputa até 2020. Ainda assim, fica cada vez mais claro que a emissora precisa repensar a categoria de pro-moção da modalidade na TV aberta.

A Globo mantém a Fórmula 1, principalmente, porque a conta fe-cha. Para vender a publicidade, a

emissora subiu o preço de tabela sistematicamente nos últimos anos, mesmo com o Ibope caminhando na direção contrária. Está cada vez mais difícil de acreditar que esse modelo será sustentável.

Aparentemente, o principal pro-blema da emissora foi a dependên-cia de um grande ídolo. Com Senna na pista, grande parte da população brasileira criou o hábito de acordar cedo para ver a disputa. A última grande audiência da Fórmula 1 foi justamente quando outro brasileiro

disputava o título. Em 2008, Felipe Massa perdeu a taça na última volta, e o Ibope chegou a 33 pontos de mé-dia, número raro até para o futebol.

No último domingo, ficou clara uma situação nova: o brasileiro já prefere acordar mais cedo para as-sistir ao vôlei feminino a assistir ao Felipe Massa e Cia. Agora, a Globo terá que pensar em uma solução que não é simples. Basta lembrar que a Fórmula 1 já faz parte de toda a programação; é difícil promovê-la mais do que já acontece.

POR DuDa lOPEs

Não é de hoje que a Fórmula 1 tem problemas com audiência no Brasil. Sem um piloto brasileiro no topo, o Ibope tem caído nos últimos anos. No último domingo, a falta de apelo da categoria ficou explícita na comparação com o vôlei feminino.

Foi uma situação pouco comum. A Fórmula 1 co-meçou imediatamente após o fim da partida entre Brasil e Japão, que deu o título do Grand Prix à seleção feminina. Em São Paulo, o jogo, que teve início às 7h15, ficou com oito pontos de média. Já a prova de F-1, às 9h, teve média de sete pontos.

A diferença pode parecer pouco significativa, mas o horário deveria ter dado força à Fórmula 1. Quando o jogo de vôlei era disputado, menos gente mantinha a televisão ligada na manhã de domingo. Por isso, a disputa teve 38% de share, a participação dos aparelhos acessos. Com o auto-mobilismo, esse número caiu para 26%.

No Rio de Janeiro, por exemplo, a audiência che-gou a crescer um ponto com a Fórmula 1, passan-do de oito para nove. Ainda assim, a participação na programação diminuiu de 38% para 34%.

Não foi a primeira vez que a Fórmula 1 derra-pou na audiência este ano. Em junho, a Globo viu seu Ibope ser ultrapassado pela Record durante o Grande Prêmio do Canadá, transmitido à tarde.

Em São Paulo, modalidadederruba a audiência do vôlei

Globo precisa repensar Fórmula 1

2011

A Fórmula 1 em São Paulo:550 mil

109

8 8

domicílios

média de pontos

496 mil 522 mil 520 mil*

*Restam sete provas neste ano.

2012 2013 2014

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Aproximação com público leva Ayrton Senna ao Twitter

Na próxima quarta-fei-

ra, será aberta ao públi-

co uma exposição sobre

Senna no Shopping Vila

Olímpia, em São Paulo.

O evento, que já pas-

sou por Belo Horizonte,

terá a exposição “SENNa

Na CaBEça E NO CO-

raçÃO”. Serão exibidos

30 capacetes customi-

zados por celebridades

convidadas.

Entre os nomes que as-

sinaram as pinturas, estão

os atores Thiago Lacerda

e reynaldo Gianecchini,

o apresentador Otávio

Mesquita e até o jogador

daniel alves, além dos

artistas plásticos Zezão e

Letícia Matos.

shOpping terá expOsiçãO de capacetes

POR DuDa lOPEs

Ayrton Senna entrou no Twitter nesta segun-da-feira (25), no mesmo dia do mês em que ele venceu o GP da Bélgica pela quarta vez conse-cutiva, há 23 anos, em 1991.

A criação da conta faz parte de estratégia do Instituto Ayrton Senna, que resolveu criar uma

conta exclusiva do ex-piloto a fim de ter mais um canal de comuni-cação com o fã do tricampeão.

As mensagens deverão ressal-tar eventos e homenagens, assim como já acontece no perfil de Senna mantido no Facebook.

O avanço nas redes sociais foi algo percebido pelo Instituto Ayrton Senna, que administra a imagem do brasileiro morto em 1994. Um relatório entregue pelo instituto Ibope Repucom para o IAS identificou que 70% dos co-mentários com menção a Ayrton Senna são feitos via Twitter.

No Facebook, o pi-loto já tem quase 6 milhões de seguidores. No Twitter, o objetivo é chegar a 50 mil até o fim do ano.

“É uma meta até certo pon-to tímida, dado o sucesso no Facebook. Só no primeiro dia, nós já conseguimos mais de mil seguidores”, explicou o diretor de negócios do Instituto, Marco Crespo, em entrevista exclusiva.

A presença de Senna no mundo online ainda terá mais novidades durante o ano. Um dos planos é lançar uma conta no Instagram ainda no segundo semestre.

Segundo a Repucom, essa é segunda plataforma mais usada pelos fãs para falar de Senna.

Além disso, a Senna Store de-verá ganhar uma versão brasilei-ra. O lançamento será feito antes da corrida da Fórmula 1 neste ano, em 9 de novembro, em São Paulo. Na corrida, também have-rá homenagens ao piloto.