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CORONELISMO, ENXADA E VOTO – Victor Nunes Leal Resumo de Rafael Nachtigall de Lima ([email protected]) O termo “coronel” vem da extinta guarda nacional imperial, que lutou nas guerras do prata, do Uruguai e do Paraguai entre os anos de 1851 e 1870, tendo tornado- se meramente decorativo depois disso e abolido na República Velha. No Império cada município possuía um regimento da guarda nacional, o posto de “coronel” era ao chefe político deste município, que normalmente era o mais rico comerciante, industrial ou fazendeiro. O termo é, nos dias da publicação, ainda utilizado para identificar aqueles que mandavam na política local. Podemos entender a influência social desses “coronéis” fazendo referencia à estrutura agrária do país. “O “coronelismo” é, sobretudo, um compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido e a decadente influência social dos chefes locais” (p.20). O poder desses fazendeiros e a sua importância para o poder público se dão pela forma de representação proporcional e a então recente ampliação do sufrágio, porque “o governo não pode prescindir do eleitorado rural, cuja situação de independência ainda é incontestável” (p.20). Os chefes políticos que não são “coronéis” são ligados a essa classe de gente. Mas “qualquer que seja, entretanto, o chefe municipal, o elemento primário desse tipo de liderança é o “coronel” que comanda discricionariamente um lote considerável de votos de cabresto ” (p.23). Ele exerce uma ampla jurisdição e poderes de polícia sobre seus dependentes. A sua qualidade de proprietário rural faz com que ele seja considerado rico por esse povo sertanejo sofrido, justamente por ter acesso à educação, boa alimentação, saneamento básico e outros “luxos” que não chegam às camadas populares do campo. Essa falta de estrutura é “remediada” pelo “coronel” que passa a ser visto como um benfeitor, sendo “dele, na verdade, que recebe os únicos favores que sua obscura existência conhece. Em sua situação, seria ilusório pretender que esse novo pária tivesse consciência do seu direito a uma vida melhor e lutasse por ele com independência cívica” (p.25). Para se compreender melhor a influência política dos fazendeiros, tão importante no mecanismo da liderança local, cumpre examinar alguns aspectos de distribuição da propriedade e da composição das classes na sociedade rural ” (p.26). O autor aponta o crescimento numérico das pequenas e médias propriedades, apesar do percentual de concentração não ter diminuído. Tabela 1- Encontrada no texto, p.29, levemente modificada segundo critérios do autor, onde cada proprietário possui apenas uma propriedade. Área Número total de propriedades % sobre o numero total % sobre a área total Superpropriedades latifundiárias (de 1000 ha e mais) 27.819 1,46 48, 31 Grandes propriedades (entre 200 e 1000 ha) 120.803 6,34 24,79

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