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Corpo, Movimento e Psicomotricidade

Corpo, Movimento e Psicomotricidadecapacidades brincando, assim como fazem os cães, os leões, etc. Graças à capacidade intelectual do ser humano, que além de possibilitar reflexões

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Corpo, Movimento e Psicomotricidade

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Desenvolvimento Funcional

Material Teórico

Responsável pelo Conteúdo:Prof. Esp. Marcelo Viana

Revisão Técnica:Profa. Ms. Maria Stella Aoki Cerri

Revisão Textual:Profª. Esp. Marcia Ota

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•Introdução

•O Movimento e Cada uma das Faixas Etários

•Habilidades Motoras

Ao ler e aprofundar o estudo na unidade IV, você terá o conhecimento necessário para proporcionar atividades com variadas situações de movimento, potencializando os fatores que afetam o desenvolvimento motor, cognitivo e socioafetivo para cada uma das faixas etárias que integram a Educação Infantil e o Ensino Fundamental I.

Acesse no item Documentos da Disciplina o conteúdo teórico.

Em seguida, leia com atenção as questões que compõem a Atividade de sistematização, procurando sempre interagir com a proposta apresentada.

Você encontrará indicação de materiais complementares, que enriquecerão ainda mais seu estudo sobre o tema. A bibliografia, também, constitui um material complementar valioso para o aprofundamento do seu estudo.

Na atividade de aprofundamento da unidade, participe do Fórum, que o levará a refletir acerca da teoria estudada.

Então, bons estudos e lembre-se que em caso de dúvidas estarei em contato com você através do ambiente virtual.

Esta unidade tem por objetivo apresentar as possibilidades envolvidas em atividades relacionadas com os movimentos humanos e as emoções geradas a partir da relação entre meio/aluno, aluno/aluno e aluno/professor, tanto na perspectiva intrínseca e extrínseca, viabilizando situações adequadas para os diferentes momentos de desenvolvimento dos alunos da Educação Infantil e Ensino fundamental I, otimizando, assim, a relação de ensino- aprendizagem na perspectiva do desenvolvimento do cidadão crítico e reflexivo.

Desenvolvimento Funcional

•Habilidades de Estabilização

•Habilidades de Locomoção

•Habilidades de Manipulação

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Unidade: Desenvolvimento Funcional

Contextualização

Para nosso momento de contextualização, sugerimos que leia um artigo, que resume os estudos de David L Gallahue, intitulado: Educação Física Desenvolvimentista.

O artigo apresenta a importância do movimento no desenvolvimento do indivíduo, apontando características do desenvolvimento motor, aprendizagem cognitiva e crescimento sócio afetivo.

Para Pensar

Leia o artigo e faça uma reflexão sobre a importância do movimento no currículo escolar em relação a sua prática profissional futura, ressaltando a importância do estudo da unidade para a sua formação pessoal e profissional.

O artigo está no seguinte endereço eletrônico:

• http://goo.gl/EO9KA

Acessado em 28/05/2013 – 15hs

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Introdução

Ao longo da história da humanidade, o movimento vem sofrendo modificação quanto a sua funcionalidade. Além disso, por muito tempo, as destrezas e as capacidades físicas eram elementos essenciais para a sobrevivência do ser humano.

Assim, a necessidade de ter força, agilidade e resistência estavam relacionadas a situações de vida ou de morte. Afinal de contas, a caça para a alimentação e uso da força para a defesa de suas famílias contra outros predadores exigiam de forma natural essas habilidades e capacidades.

As atividades relacionadas à infância já possuíam uma relação direta com esse desenvolvimento que podemos comparar com os outros animais, que testam e desenvolvem suas habilidades e capacidades brincando, assim como fazem os cães, os leões, etc.

Graças à capacidade intelectual do ser humano, que além de possibilitar reflexões mais complexas que os outros seres da natureza, faz com que seja possível guardar informações para as gerações futuras se apropriarem desse conhecimento sem ter vivenciado uma determinada situação que levou ao conhecimento específico.

Com isso, as sobrevivências foram se tornando menos ameaçadas. A manipulação de novas ferramentas que facilitavam a vida cotidiana do ser humano e o desenvolvimento de novas tecnologias tornaran o homem cada vez menos dependente de suas capacidades e destrezas físicas.

Na sociedade moderna, o uso exacerbado de alguns utensílios, como carros, motos, escadas rolantes, elevadores entre outros, afasta ainda mais o movimento da rotina diária de cada dos indivíduos e assim por falta de estímulo estamos ficando cada vez mais gordos, com menos músculos, com deficiências físicas (força, resistência e flexibilidade), fatores esses que estão relacionados diretamente com o desenvolvimento de doenças crônicas além de problemas psicossociais.

Pesquisas atuais mostram a importância da presença do movimento no desenvolvimento dos indivíduos. Crianças restritas de brincadeiras com a presença de ações motoras, por terem a maior parte do seu tempo de diversão relacionados a uma postura estática em frente a uma tela, seja de computador, televisão, vídeo games e tablet acabam não vivenciando atividades fundamentais para seu desenvolvimento motor, cognitivo e psicosocial. Crianças sedentárias têm maior possibilidade de serem adultos sedentários, sendo que podemos ainda relacionar tal fator aos pais sedentários que aumentam a incidência dessas características em seus filhos.

Então, a falta de conhecimento dos pais em relação às potências de aprendizagem envolvidas nas brincadeiras coletivas que contenham movimento, raciocínio para solucionar problemas que solicitam aspectos intelectuais, destrezas corporais e adaptações contínuas de ambas contribuem ainda mais para a ausência do movimento na rotina das crianças.

Podemos ainda destacar fatores da sociedade contemporânea como a violência que nos torna cada vez mais presos dentro de nossas casas, condomínio, shoopingcenter, etc. Dentro desse contexto, a escola tem um papel fundamental para estimular ações que possibilitem aos alunos vivências motoras, afetivas e sociais a fim de estimular práticas que contribuirão para o desenvolvimento pleno de um cidadão critico reflexivo e autônomo.

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Unidade: Desenvolvimento Funcional

Nesta unidade, iremos refletir sobre questões como:

• O que devemos apresentar em termos de movimento para cada uma das faixas etárias que compõem a Educação Infantil e os Anos Iniciais do Ensino Fundamental?

• Sobre qual contextualização devemos apresentar cada uma dessas atividades?

• Qual o potencial de aprendizagem em atividades interdisciplinares que envolvem o movimento?

• Quais são os movimentos essenciais para garantir o desenvolvimento global de nossos alunos?

• Quais são os estímulos sociais relacionados com essas atividades?

• Quais as emoções envolvidas nas atividades a fim de proporcionar o desenvolvimento do um aluno equilibrado emocionalmente?

O Movimento e Cada uma das Faixas Etários

O movimento está presente na vida do ser humano, desde a concepção até os últimos dias de vida. Na barriga de suas mães, no chamado período fetal, a criança apresenta seus primeiros movimentos perceptíveis. Nessa fase, há movimentação da boca e punhos e, de forma reflexa, o sugar do polegar e com o desenvolvimento do seu tamanho e o espaço restrito, os movimentos reflexos já são consistentes e consideráveis, tornando-se cada vez mais ativo até o nascimento.

Nos dois primeiros anos de vida, há um desenvolvimento motor substancial. A criança passa de um ser sem defesa, relativamente sedentária, para uma criança consideravelmente maior, vertical e ativa. O desenvolvimento motor tem uma forte influência do crescimento físico e o desenvolvimento de suas capacidades como força e resistência. Nessa fase, cabe aos responsáveis e aos educadores possibilitarem um ambiente seguro para uma exploração nata das crianças, sendo que critérios de comparação não devem ser estabelecidos, pois algumas características físicas, como tamanho da cabeça, que influencia no equilíbrio em pleno desenvolvimento, o tamanho da mão que influência na manipulação de objetos e as capacidades físicas (principalmente força e resistência) alteram o tempo de desenvolvimento subjetivo.

No primeiro ano de vida, o aumento tanto de peso como de comprimento ocorre de maneira veloz que continua de forma acentuada até o segundo ano, mas já com intensidade relativamente menor.

Os movimentos reflexos têm funções importantes na sobrevivência das crianças e servem de base para o desenvolvimento dos movimentos voluntários posteriores, embora haja algumas contestações entre anatomistas e neurologistas quanto à parte do encéfalo que age sobre a responsabilidade dos movimentos reflexos e da transição desse para os movimentos voluntários. Ações como engatinhar e caminhar apresentam uma relação de dependência para o desenvolvimento funcional das crianças que serão a base para futuras ações mais complexas.

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Tabela 1 – Sequência de desenvolvimento e taxa aproximada de aparição e inibição de reflexos selecionados primitivos e posturais.(Adaptado de Gallahue, D L; 2003)

Os reflexos primitivos estão relacionados diretamente com a obtenção de alimento e a segurança dos bebês. Portanto, apresentaremos alguns reflexos primitivos que devem ser acompanhados ao longo do desenvolvimento das crianças.

Reflexo de moro, testado a partir de uma condição de insegurança que pode ser gerada a partir de uma postura supina, também pode ser provocada por um barulho ou até a própria tosse do bebê. A permanência desse reflexo por mais que seis meses pode ser um indício de distúrbios neurológicos e quando esse reflexo ocorre de forma assimétrica pode indicar paralisia de Erb ou lesão de um membro.

O reflexo de busca e de sucção estão associados diretamente com a busca pelo alimento e deve ser estimulado principalmente na amamentação e é um reflexo presente em todos os recém-nascidos normais.

O reflexo palmar de pressão ocorre desde os primeiros meses e com tamanha intensidade que é possível que a criança sustente o peso do seu próprio corpo em suspensão. Um aperto sem força e o prolongamento de ato, após o primeiro ano de vida, pode ser um sinal de retardo no desenvolvimento motor ou de hemiplegia; nesse caso, cabe uma investigação com laudo específico para esse diagnóstico.

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E o reflexo de Babinski se desenvolve para o reflexo plantar a persistência de ato, após o sexto mês, pode ser um indicador de falha no desenvolvimento.

Os reflexos posturais se enquadram em uma classe de ações que precedem os movimentos voluntários e por esse motivo devem ser estudados pelos indivíduos envolvidos no desenvolvimento motor das crianças. De uma forma geral, esse reflexo posiciona a criança em uma postura ereta, em relação ao seu ambiente e pode durar até o primeiro ano de vida, sendo identificado em todas as crianças normais.

Os reflexos corretivos labirínticos e visuais estão envolvidos diretamente na manutenção da postura ereta das crianças e podem ser identificados com inclinações diferenciadas do tronco, sendo que a cabeça se posiciona sempre para um equilíbrio da postura eretas. Essas ações ainda são reforçadas pelo reflexo de levantamento que envolve os braços em uma ação para o mesmo objetivo postural.

Os reflexos de engatinhar, andar e nadar embora, aparentemente, estejam relacionados com atos voluntários posteriores não estão bem esclarecidos nos estudos do desenvolvimento motor. Thelen (1985) propõe que o estímulo de um reflexo desenvolva a força dos membros envolvidos, facilitando o desenvolvimento futuro dos movimentos voluntários.

Habilidades Motoras

As habilidades motoras estão relacionadas diretamente com fatores intrínsecos às atividades diárias, ao ambiente e ao indivíduo, sendo denomidado de rudimentares, quando nos referimos ao desenvolvimento motor crescente da primeira infância.

O desenvolvimento motor da criança está associado diretamente com os estímulos apresentados em sua rotina mesmo que a solução do problema apresentada como estímulo para a criança gere um movimento rudimentar, ele deve ser persistente a fim de afinar as características motoras da criança.

Assim, o controle da musculatura, a experiência com a ação da força da gravidade e o ato de se movimentar em espaços restritos são fundamentais para o desenvolvimento motor da criança, sendo que o desenvolvimento se dá de forma sequencial previsível, mas em ritmos individualizados, de acordo com a subjetividade e estímulo apresentado a cada uma das crianças.

As habilidades rudimentares poder ser divididas em: estabilidade, locomoção e manipulação.

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Habilidades de Estabilização

Tabela 2 – Sequência de desenvolvimento e idade aproximada de surgimento de habilidades rudimentares de estabilidade. (Adaptado de Gallahue, D L; 2003)

De forma segmentada, o controle, relacionado à estabilidade, inicia pela capacidade motora do pescoço e prossegue com o desenvolvimento do controle do tronco e das pernas suscetivelmente.

Ao nascer, temos uma preocupação constante quanto aos cuidados apresentados ao posicionamento da cabeça dos bebês, os músculos relacionados ao controle do pescoço são os primeiros controles de estabilização observados, a velocidade de desenvolvimento de força e resistência dessa região, assim como das outras irá depender dos estímulos. Então, crianças privadas de movimento, como eram usados os “charutinhos de fraldas” em bebês recém-nascidos em tempos passados inibem esse controle.

O controle seguinte a ser desenvolvido é o do tronco, tanto da região torácica (porção superior do tronco) como da região lombar (porção inferior do tronco). Esse controle é detectado com o posicionamento inclinado do tronco e a reação de inclinação do bebê na busca pela posição ereta. Outra habilidade observada nessa fase é a rotação do tronco da posição supinada para a posição pronada que ocorre aproximadamente no 6º mês ou um pouco mais tarde.

Com o controle completo do tronco, o bebê está apto a iniciar a postura de sentar. O sentar com apoio na região lombar exige o controle pleno do tronco, mas ainda não há o controle das pernas. A necessidade de apoio vai diminuindo com o tempo, estando inversamente proporcional ao ganho de controle dos membros inferiores, sendo que a indecência de auxílio para o sentar se dá aproximadamente no 7º mês de vida, lembrando que, em paralelo, o controle das mãos e dos membros superiores ocorre de forma simultânea ao desenvolvimento dessas habilidades.

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O marco no processo de desenvolvimento relacionado à estabilidade é o ato de ficar em pé, o controle involuntário da musculatura dos membros inferiores em processos recontração e relaxamento para ação estável do corpo na posição ereta com apoio exclusivo das pernas.

Essa ação, de uma forma geral, é tida como a mais espetacular nessa fase de desenvolvimento motor, pois é a partir desse momento que o bebê inicia a ação de caminhar, sendo os primeiros passos realizados com apoio transcendendo de uma forma muito veloz para as primeiras tentativas de excluí-los. Assim, os estímulos são fundamentais para essa realização e o encorajamento de ser feito de forma contínua e segura para que não ocorram inibições traumáticas e riscos excessivos.

Habilidades de Locomoção

Tabela 3 – Sequência de desenvolvimento e idade aproximada de início de surgimento de habilidades de locomotoras rudimentares. (Adaptado de Gallahue, D L; 2003)

A capacidade de explorar um mundo em plena expansão se dá com o desenvolvimento das habilidades de locomoção, a familiarização com a ação constante da força da gravidade se faz necessária para esse processo, os movimentos de locomoção têm uma relação de dependência das habilidades rudimentares anteriores para que seja desenvolvida.

Arrastar-se é o primeiro indício que a criança está apta a iniciar as habilidades relacionadas à locomoção com o apoio dos braços no solo. A criança estimulada por algum desejo pessoal empurra seu tronco em direção aos seus pés e, no retorno do tronco, há um leve deslocamento iniciando a ação dessa habilidade. Cabe destacar que o estímulo para esse desenvolvimento está relacionado ao fato da criança ficar no solo solta, pois quando a criança é privada dessa situação, dificilmente, haverá alguma evolução nesse sentido; lembrando que o uso do andador é um exemplo dessa privação, pois inibe o desenvolvimento da musculatura que atua como base para movimento motor e cognitivo da criança.

O primeiro deslocamento eficaz das crianças é o engatinhar, com a combinação de movimentos dos membros superiores com os membros inferiores associados ao controle pleno da cabeça e pescoço, há evolução de velocidade e estabilidade. Segundo Carl Delacano (1966), o aprimoramento do engatinhar e as técnicas de se arrastar são necessários para o alcance do domínio hemisférico cortical, sendo que esse domínio de um lado do córtex está relacionado à organização neurológica apropriada, considerando ainda que uma organização com falhas levará a problemas motores, perceptivos e de linguagem na criança e no adulto. Essa hipótese é confirmada por neurologistas, pediatras e pesquisas na área de desenvolvimento infantil.

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Com o domínio geral do corpo, as crianças iniciam a tentativa de colocar-se na postura em pé. Com os pés afastados, virados para fora e joelhos levemente flexionados, a habilidade de caminhar não ocorre inicialmente de maneira fluida, os fatores ambientas são fundamentais para o estímulo dessa habilidade, pois o sentimento de segurança da criança propulsionará o maior número de tentativas e, consequentemente, uma evolução mais rápida. Essa fase do desenvolvimento tem uma relação direta com o desenvolvimento do sistema nervoso e das aptidões físicas.

Shyrley (1931) destacou quatro estágios, relacionados ao desenvolvimento das crianças, para o caminhar sem auxílio:

a- Período precoce do caminhar, no qual pouco progresso é realizado.

b- Período de ficar em pé com ajuda.

c- Período de caminhar amparado.

d- Período de caminhar sozinho.

Com o domínio do caminhar, as crianças iniciam as tentativas de suas variações como caminhar para os lados e para trás (Eckert, 1973), e nas pontas dos pés (Bayley, 1935).

Habilidades de Manipulação

Tabela 4 - Sequência de desenvolvimento e idade aproximada de início de surgimento de habilidades de manipulação rudimentares. (Adaptado de Gallahue, D L; 2003)

As habilidades de manipulação estão relacionadas com ajustes visuais e manuais, o processo de interação com objetos dispostos no ambiente da criança funciona como estímulo para o desenvolvimento dessa habilidade, movimentos de ombros e braços mesmo que descoordenados inicialmente antecedem os movimentos de punho e das mãos.

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As crianças, desde muito cedo, conseguem segurar alguns objetos de forma reflexiva, mas é necessário colocarmos um objeto em suas mãos, agindo como os primeiros estímulos para o desenvolvimento das habilidades manipulativas.

Eckert (1987) resumiu seis atos para a conquista da preensão:

a- Transição da localização visual de um objeto para a tentativa de alcançá-lo.

b- Transição da coordenação simples, visual e manual, para a progressiva independência do esforço visual com sua expressão máxima em atividades com dedilhar, digitar ou tocar um piano.

c- Transição do movimento máximo inicial da musculatura corporal para um envolvimento mínimo, com maior economia de esforço.

d- Transição da atividade proximal dos grandes musculosdos braços e dos ombros para a atividade distal dos músculos finos dos dedos.

e- Transição dos movimentos precoses, rudimentares e abrangentes, na manipulação de objetos, para a precisão de controle similar à de uma pinça, com o polegar e o dedo indicador em oposição.

f- Transição do alcance e da manipulação inicial bilateral para o uso ideal da mão perfeita.

A habilidade de soltar os objetos ocorre para um polimento final. As habilidades rudimentares de manipulação: desde os seis meses, a criança consegue segurar, mas o controle motor relacionado ao soltar ocorre de forma tardia, aproximadamente 14 meses. O desenvolvimento dessas habilidades proporciona a criança o explorar de um mundo com mais detalhes, não se limitando apenas em segurar e colocar na boca, conseguido assim identificar formas e detalhes mais minuciosos.

Considerações finais

O conhecimento apresentado, nesse capítulo, se faz necessário aos educadores para fomentar habilidades adequadas para cada uma das faixas etárias na qual está atuando, auxiliando na avaliação de habilidades pré-adquiridas em fases anteriores. Mesmo sabendo que a curiosidade nata de explorar um mundo desconhecido ocorra naturalmente e que poderíamos por esse motivo apenas monitorar as crianças em um ambiente seguro de deixa-las interagir por si só o uso do imaginário, do faz de conta, de atividades lúdicas, de músicas são possibilidades importantes para o desenvolvimento dessas habilidades rudimentares, ressaltando que em paralelo teremos aspectos sociais e afetivos envolvidos desse período.

Obrigado e bons estudos.

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Material Complementar

Explore

Como material complementar sugerimos que você leia o capítulo 9 (Percepção infantil) do livro Compreendendo o desenvolvimento motor. Bebês, crianças e adultos. de David L. Gallahue e John C. Ozmun – 2. ed. – São Paulo: Editora Phorte, 2003.

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Referências

BRASIL. Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.v.3

DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição Andrade; Educação física na escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro, RJ:Guanabara Koogan, 2005.

GALLAHUE, David L; OZMUN, Jonh C. Compreendendo o desenvolvimento motro: bebês, crianças adolecentes e adultos. São Paulo, SP: Phorte Editora, 2003.

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Anotações

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