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Aprender ciências brincando

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Notícias FAPESP - Ed. 38

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A Egeria densa no Reservatório

de Jupiá. Para sua remoção, já

foi necessário usar 77

caminhões por dia

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA

----..........,' ;l O fungo que pode

salvar as hidrelétricas Em mais quatro ou cinco anos, a

Hidrelétrica Engenheiro Souza Dias, conhecida como Reservatório de Ju­piá, situada no município de Castilho, no oeste paulista, poderá finalmente funcionar sem os crescentes proble­mas operacionais provocados pela proliferação de plantas aquáticas sub­mersas. Desde 1994, vem ocorrendo ali uma superpopulação de duas des­sas plantas, a E geria densa e a E geria najas. Em apenas 20 dias de fevereiro de 1997, a Companhia Energética de São Paulo (CESP) teve um prejuízo superior a R$ 700 mil, devido à redu­ção na geração de energia elétrica, pro-

vocada por essas plantas.A hidrelétri­ca é uma das maiores do Estado de São Paulo.

A partir de janeiro próximo, pes­quisadores da Universidade Estadual Paulista (Unesp) dos campus de Jabo­ticabal e de Botucatu, encarregados de estudar o problema, começam a testar, em condições similares às do reserva­tório, o controle biológico dessas plan­tas, através da utilização de um fungo do gênero Fusarium . A espécie ainda está sendo identificada, mas já se sabe que é um fungo bastante específico e o mais apropriado para conter o cres­cimento das plantas e promover ore-

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equi líbrio do sistema. A torcida agora é para que tudo dê certo.

"O início desse trabalho está de­pendendo apenas da liberação de um Registro Especial Temporário (RET) pelo lbama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Natu­rais Renováveis), que permitirá a uti­lização do fungo em pequenas lagoas, inicialmente. A idéia é fazer uma aná­lise de impacto ambiental, observar a segurança das outras culturas de inte­resse econômico, ambiental e social, a toxicidade aos peixes da Bacia do Paraná e a toxicidade humana", adian­ta o pesquisador Robinson Antonio Pitelli, professor titular de Ecologia da Faculdade de Ciências Agrárias e Ve­terinárias da Unesp de Jaboticabal.

Pitelli coordena o projeto deno­minado Desenvolvimento de um Pro­grama de Manejo de Elodea densa e Egeria densa no Reservatório de lu­piá, que está sendo financiado pela FAPESP e pela CESP, no âmbito do Programa de Parceria para Inovação Tecnológica, no valor total de R$ 301.168,00. Iniciada em 1995, a pes­quisa entra agora na fase de aplicação prática do tratamento formulado pelos pesquisadores.

Peixe carnívoro é culpado Os problemas começaram a par­

tir do crescimento descontrolado da Egeria densa no Reservatório de lu­piá, que pertence ao sistema do Rio Paraná e engloba o trecho final do Rio Tietê. Essa planta nativa brasileira, comumente usada para ornamentar aquários,jamais causaria danos se es­tivesse em equilíbrio com o sistema, esclarece o professor Robinson Pite­IIi . A hipótese mais viável para a ex­plosão populacional das duas espéci­es- E. densa e E. najas- é que, com a introdução de peixes carnívoros no reservatório, como o tucunaré e a pes­cada-branca, sem a devida avaliação do impacto ambiental, os peixes her­bívoros foram sendo reduzidos a ní­veis insuficientes para controlar o crescimento da planta.

O resultado já se sabe: uma super­população de E geria, responsável por prejuízos que envolvem, principal­mente, a redução na geração de ener­gia elétrica. Segundo a CESP, em ape­nas 20 dias em fevereiro de 1997, dei­xou-se de produzir 235.000 megawat­ts por hora, de energia, o que, na épo­ca, representou perda de R$ 705 mil. Além disso, o problema acarreta gran­de número de paradas não programa­das das máquinas: 132,em 1995,127, em 1996, e 42, em 1997.

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LIVRO

Os estudantes brasileiros em 68 Em 28 de março de 1968, o estu­

dante secundarista Edson Luís morre com um tiro no peito na repressão po­licial à manifestação dos estudantes no restaurante universitário Calabouço, no Rio de Janeiro. A partir daí, as ma­nifestações estudantis se propagam pelo país com maior intensidade. Esse acirramento da ação dos estudantes ocorre simultaneamente ao recrudes­cimento do regime, que culmina com a edição do Ato Institucional n° 5 em 13 de dezembro do mesmo ano.

Boa parte dos fatos daquele perí­odo está no livro 1968 Faz Trinta Anos, organizado pelo cientista polí­tico João Roberto Martins Filho, da Universidade Federal de São Carlos e autor do texto inicial da coletânea: "Os Estudantes nas Ruas, de Goulart a Co­llor". O livro, editado pela Editora da UFSCar e Mercado das Letras, com apoio da FAPESP, traz ainda artigos sobre os acontecimentos no Rio de Ja­neiro, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Goiânia e Maceió.

Maria Ribeiro do Valle retrata em seu artigo os episódios ligados à morte de Edson Luís no Calabouço, que mo­tivou 26 grandes passeatas em 15 capi­tais de estados durante uma semana, segundo Martins Filho. O enterro de Edson Luís foi a maior mobilização popular após o golpe de 64, con-centrando mais de 50 mil pessoas. No dia 1°deabril novas manifestações são realizadas e no dia 4, data da Missa de Sétimo Dia da morte do estudante, a cidade é ocupada por tro-pas das Forças Armadas. No dia 6, o presidente • ._ Costa e Silva reúne-se com os ministros no Rio de Janeiro e descarta mais uma vez a decretação de estado de sítio.

Maria Antonia Irene Cardoso analisa a chama­

da "Guerra da Maria Antonia", que levou à depredação da edificio da en­tão Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da USP pelo Coman­do de Caça aos Comunistas (CCC), alojado na Universidade Mackenzie, em 3 de outubro. O artigo baseia se em dados do "Livro Branco" sobre "Os Acontecimentos da Rua Maria Anto­nia (2 e 3 de outubro de 1968)", ela­borado por uma comissão de profes-

sores à época. Esse documento desa­pareceu dos arquivos da USP, mas pôde ser resgatado porque Antonio Candido, relator da comissão, guar­dara uma cópia.

Cardoso considera que, junto com o ataque ao prédio, a FFCL teve minado o seu papel de "coordenação" da USP. Isso levou à dispersão de vá­rios de seus departamentos pela Cida­de Universitária, com a criação de outras unidades.

Em Minas Gerais, o ressurgimen­to do movimento estudantil começou na chamada "passeata dos calouros" da UFMG, em 1966, quando os calouros desfilaram carregando faixas com crí­ticas ao regime militar, lembra Marga­rida Luiza de Matos Vieira. A reação policial foi violenta e os ataques che­garam ao interior da igreja São José. A reação dos estudantes se deu em protes­tos de rua em vários estados, dando ori­gem às manifestações dos anos seguin­tes em todo o país. Foi em Belo Hori­zonte, nos anos 60, que surgiu aAção Popular ( AP), a partir das organizações católicas universitárias.

No Paraná, tema do artigo deRa­fael RosaHagemeyer, a luta centralizou­se contra a tentativa de implantação do ensino pago na Universidade Federal do

Paraná pelo reitor Flávio Suplicyde Lacerda, ex-mi­nistro da Educação e autor daleiquecolocouaUNEna clandestinidade. Às véspe­ras do 1 o. de maio, mais de 500 estudantes ocupa,.am o campus do Centro Politéc­nico. O confronto entre es­tudantesepoliciaisnasime­diações do campus aconte­ceu num domingo. Seis policiais foram derrubados

a pedradas. No dia 14, os estudantes in­vadiram a reitoria da universidade no centro da cidade e conquistam do gover­no o compromisso da não implantação do ensino pago.

Em Goiânia, segundo o artigo de Teresinha Duarte,"' as questões edu-

SECRETARIA DA CIÊNCIA TECNOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO

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cacionais não resolvidas, como a re­forma universitária, somavam-se o problema dos 'excedentes' e o repúdio ao Acordo MEC-Usaid". A morte de Edson Luís levou os estudantes a pla­nejar uma passeata em 1°. de abril. As ruas da cidade tomaram se um campo de batalha. Um lavador de carros foi confundido pela polícia com um líder secundarista e morto. No dia seguinte os estudantes saíram em passeata para protestar contra a morte do lavador de carros. Perseguidos pela polícia, re­fugiaram-se na catedral, invadida por policiais civis que feriram a tiros dois estudantes. Os estudantes voltaram a se manifestar com vigor no desfile de 7 de setembro.

Em Maceió, por sua vez, o movi­mento estudantil centralizou-se em 1968 na luta pela inclusão dos "exce­dentes" aprovados no exame de entra­dada Universidade Federal de Alago­as. Após o assassinato de Edson Luís, os diretórios acadêmicos decretaram luto oficial de sete dias, mas preferi­ram não realizar manifestações de rua por causa da possível ação repressiva por parte da Secretaria de Segurança Pública. A forma de protesto encontra­da foi a decretação de uma greve de 72 horas em várias unidades. Segundo José Alberto Saldanha de Oliveira, "a trajetória alagoana teve a marca da atuação dentro da legalidade, uma tá­tica política de unir forças contra um inimigo mais forte, seja durante as mobilizações de 1968, como também no transcorrer de toda a década de 70 e início dos anos 80".

GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO