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Alexandre von humboldt e karl Ritter: a geografia tradicional
• É de uma Alemanha, ainda não consolidada (Prússia), que temos o nascimento da Geografia.
• A experiência capitalista ainda era incipiente na região onde a força política ainda estava centrada sobre o latifúndio.
• Porém este amontoado de pequenos feudos e reinos, a partir da revolução francesa e expansão napoleônica, passam a perceber a necessidade da unificação territorial.
• Diferente da França, onde a sociologia se desenvolveu frente a profunda divisão de classes, na Alemanha a necessidade de um território alimentava as discussões entre os membros da elite.
• Humboldt e Ritter faziam parte desta elite e se dividiram em duas análises: o primeiro mais empírico (observação/contemplação) e o segundo mais metodológico/religioso (estudo dos lugares a partir de suas individualidade e sua vinculação com o plano divino).
• Para estes pensadores a geografia representava uma ciência da síntese, sem um objeto de pesquisa definido. Ao se sustentar neste princípio ela era a própria contradição do positivismo de onde saiu.
Alexandre von humboldt
karl [email protected]˚ R
obert ROC
Frederich Ratzel e o determinismo geográfico
• O determinismo geográfico (ou Antropogeografia), formulado no século XIX, basea-se na percepção de que o homem sofre influência das condições naturais do seu ambiente natural, determinando assim o seu grau de evolução.
• Para Ratzel e seus seguidores esse fato determinava a necessidade dos grupos mais desenvolvidos em ampliar seus territórios (Espaço Vital).
• Posteriormente suas teorias influenciaram o expansionismo alemão de Bismarck e a superioridade ariana dos nazistas.
[email protected]˚ Robert R
OC
Paul Vidal de La Blache e o Possibilismo Geográfico
• O pensamento geográfico francês estava em posição diametralmente oposta ao pensamento alemão.
• Diferente da Alemanha, a França já tinha consolidado sua unificação territorial e política anteriormente e conquistado vastas áreas coloniais.
• A França também foi palco da primeira revolução burguesa que consolidou definitivamente o capitalismo e varreu os resquícios feudais, porém possibilitou a luta de classes.
• No século XIX, os dois países (anteriormente a Prússia) disputavam a hegemonia européia e o surgimento da geografia francesa visava combater as ideias de Ratzel que possibilitaram várias vitórias prussianas sobre a França.
• A perspectiva francesa, em uma primeira análise, buscava reduzir a influência política sobre o pensamento científico, alegando que está deveria estar livre deste vinculo. De fato, este ponto representava o medo da burguesia consolidada no poder na França, frente ao avanço das ciências humanas.
• Porém a mais importante contribuição de La Blache para a evolução do pensamento geográfico está na percepção do meio como matéria-prima das relações humanas, visto a sua transformação para atender seus interesses.
• Logo, o homem é quem molda o meio de acordo com os seus interesses, criando assim uma segunda natureza: O Espaço Geográfico.
Paul Vidal de La Blache
Prof˚ Robert R
OC
A geografia Regional As consequências do pensamento francês
• Tanto La Blanche quanto Hartshorne passaram a coletar dados e informações descritivas sobre partes específicas do planeta, determinadas como regiões.
• A homogeneidade entre uma sequencia de informações físicas, sociais e econômicas estabeleceriam a região.
• Em boa parte ainda notamos que a prática da geografia regional ainda permeia a docência da geografia no ensino fundamental e médio (análise do relevo, clima, população e economia e relações políticas), sem uma perspectiva crítica dos fenômenos políticos e sociais.
Richard Hartshorne
Prof˚ Robert R
OC
A geografia quantitativa (ou Pragmática ou teorética ou Nova Geografia)• Baseava-se em uma ação mais metodológica/matemática
e menos empírica (apreender os fenômenos em campo).
• A estatística e a percepção matemática escamoteiam a análise humana e política dos processos geográficos.
• A negação da analise humanística deriva de seu aspecto dual e reflexivo, onde os aspectos históricos são levados em consideração.
• Os defensores da Geografia Quantitativa desprezam os elementos históricos e sociais enaltecem o elementos estatísticos, não analisando as especificidades
• Sua utilização como elemento de analise Estatal foi amplamente difundido, sendo o PIB per capita um exemplo de como a riqueza era dividida para os pensadores da Nova Geografia.
Walter Christaller
[email protected]˚ Robert R
OC
(UECE/2015)
Adotando o positivismo lógico como método de conhecimento da realidade, esse novo paradigma da geografia buscava leis ou regularidades representadas sob a forma de ordenamentos espaciais. Empregava-se o uso de técnicas estatísticas e modelos matemáticos como método de apreensão do real, assumindo uma pretensa neutralidade científica para o ordenamento espacial. A corrente do pensamento geográfico que se relaciona com o enunciado acima é denominada
a) Possibilismo. b) Geografia Crítica. c) Nova Geografia. d) Determinismo Ambiental.
Prof˚ Robert R
OC
Geografia Crítica• Representa uma oposição ao desenvolvimento da Geografia
Tradicional e Quantitativa e a colocação da questão humanística em um segundo plano.
• Yves Lacoste, com o livro “Geografia: Isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra” da início a Geografia Crítica.
• Neste livro ataca as duas Geografias existentes: A Geografia dos Estados Maiores (determinista) e a Geografia dos Professores (Possibilista e despolitizada), mostrando o caráter expansionista/imperialista da primeira e a visão escamoteadora/despolitizada da realidade criada pela segunda.
• O brasileiro Milton Santos é um dos principais representantes desta corrente no mundo, ao publicar os livros “Por uma Geografia Nova”, "O trabalho do geógrafo no Terceiro Mundo” e "Pobreza urbana”, todos lançados em 1978.
• Esta abordagem da geografia quebra o rompimento com a neutralidade política quanto aos fenômenos sócio-espaciais e foi a principal responsável pela renovação do ensino da geografia nas escolas, possibilitando uma análise crítica e estimulando o papel social dos indivíduos frente as desigualdades, injustiças e ausência do Estado, frente as demandas dos excluídos.
Yves Lacoste
Milton Santos
[email protected]˚ Robert R
OC
(UNIMONTES MG/2015)
Contudo, a despeito das aparências, a geografia não é um saber sem utilidade, do qual apenas se memoriza um amontoado de informações. Na verdade, ela é útil para a vida prática e interessa bastante a todos os cidadãos, pois a geografia serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. Isso não significa que ela só sirva para conduzir operações militares, ela serve também para organizar territórios, para exercer o poder do Estado sobre um espaço, para que as pessoas aprendam a se organizar no espaço para nele atuar.
Adaptado de: LACOSTE, Yves. A geografia – isso serve, em primeiro lugar, para fazer a guerra. 5 ed. Campinas, Papirus, 1998.
Com base no texto do geógrafo francês Yves Lacoste, assinale a alternativa que CONTRARIA a ideia do texto.
a) No contexto de conflito entre nações, a geografia contribui para conhecer o espaço inimigo e assim definir estratégias de combate.
b) O Estado, para exercer o papel de soberania sobre seu território, necessita conhecer detalhadamente o espaço geográfico, ou seja, sua geografia.
c) O MST, por exemplo, usa a geografia para definir as áreas de maior atuação, através da identificação dos espaços com terra improdutiva; assim, pressiona o Estado a fazer a reforma agrária.
d) A geografia destaca-se como a ciência mais importante para tornar o cidadão crítico sobre seus direitos políticos, fazendo, assim, com que o governo atenda às suas necessidades.Prof˚ R
obert ROC
Geografia Cultural
Yu-Fu Tuan
Anne Buttimer
Roberto L. CorreaProf˚ Robert R
OC
Geografia Humanista ou cultural
• Sob esse prisma de estudo da Geografia, tem-se como premissa que cada indivíduo possui uma percepção do mundo que se expressa diretamente por meio de valores e atitudes para com o meio ambiente, ou, em outras palavras, a Geografia Humanista busca a compreensão do contexto pelo qual a pessoa valoriza e organiza o seu espaço e o seu mundo, e nele se relaciona.
• Possuem uma grande preocupação com os conceitos chaves da Geografia (Lugar, Espaço, Paisagem, Região e Território) e sua percepção no mundo presente.
A Geografia Humanista procura um entendimento
do mundo humano através do estudo das relações
das pessoas com a natureza, do seu comportamento
geográfico, bem como dos seus sentimentos e idéias a
respeito do espaço e do lugar. (TUAN, 1982)
Prof˚ Robert R
OC
Prof˚ Robert R
OC
Os 5 objetos da geografia
contemporânea
Prof˚ Robert R
OC
O Espaço Geográfico
• Para Gloria da Anunciação Alves (1999), o espaço “é produto das relações entre homens e dos homens com a natureza, e ao mesmo tempo é fator que interfere nas mesmas relações que o constituíram. O espaço é, então, a materialização das relações existentes entre os homens na sociedade”.Prof˚ R
obert ROC
Prof˚ Robert R
OC
O Lugar
• Representa uma porção do espaço geográfico onde notamos a consolidação de valores emocionais e subjetivos, onde se estabelece ou se estabeleceu o cotidiano dos indivíduos.
Prof˚ Robert R
OC
Prof˚ Robert R
OC
(IFMG/2015)
Conceitos são elementos fundamentais para o estudo nas diversas áreas da ciência. Na Geografia, aqueles denominados Categorias Geográficas são a base para o entendimento das relações entre a sociedade e a natureza. Segundo Leite (1998) um desses conceitos inclui “a valorização das relações de afetividade desenvolvidas pelos indivíduos em relação ao seu ambiente”.
(LEITE, Adriana Filgueira. O lugar: duas acepções geográficas. Anuário do Instituto de Geociências. Rio de Janeiro: UFRJ, v. 21, p. 9-20, 1998.)
Assinale a alternativa que corresponde ao conceito mencionado pela autora:
a) Território b) Região c) Espaço d) LugarProf˚ R
obert ROC
A região
• Este é o objeto com a maior diversidade de significados e abordagens. Normalmente representa uma parte ou recorte da do espaço onde notamos características similares como relevo, clima, questões econômicas e sociais dentro deste recorte.
Prof˚ Robert R
OC
Prof˚ Robert R
OC
o território
• Representa um determinado recorte da superfície onde notamos a fixação de uma relação de poder, onde as fronteiras, as leis e o controle os determinam.
Prof˚ Robert R
OC
Prof˚ Robert R
OC
A Paisagem
• Representa a analise individual através dos sentidos, especialmente a visão, sobre o ambiente geográfico no qual o indivíduo se insere. Logo esta análise é muito pessoal e a percepção da paisagem pode abarcar diferentes “silhuetas".
(...) qualquer paisagem é composta não apenas
por aquilo que está à frente dos nossos olhos, mas
também por aquilo que se
esconde em nossas mentes.
(MEINIG, 2002, p. 35)
Prof˚ Robert R
OC
Prof˚ Robert R
OC
FONTES• ALVES, Glória da Anunciação. Cidade, Cotidiano e TV. In: CARLOS, A. F.
(org.) A geografia na sala de aula. In: DUARTE, M. de B. (et all) Reflexões sobre o espaço geográfico a partir da fenomenologia. Revista eletrônica: Caminhos de Geografia 17 (16) 190-196. UFU, 2005.
• LACOSTE, Yves. Geografia: Isso Serve, em Primeiro Lugar, Para Fazer a Guerra. Ed. Papirus.
• MORAES, Antonio Carlos Robert. Geografia: Pequena História Crítica. ed. Annablume.
• SANTOS, Milton.Por Uma Geografia Nova. EDUSP.
• http://edivaldobessa.blogspot.com.br/2011/01/correntes-do-pensamento-geografico.html
• http://geografiageoradical.blogspot.com.br/2009/11/geografia-critica-radical-ou-marxista.htmlProf˚ R
obert ROC