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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P. UFCD VIVER EM PORTUGUÊS | Ler a imprensa FICHA FORMATIVA – a crónica A – Leitura 1. Leia a crónica seguinte e corrija os erros. "Ser visto e ser ouvisto pelos portugueses é também uma razão de justificar o investimento" - Miguel Relvas A gente somos um país muita curioso. Houveram eleições e, com base no que tínhamos visto e ouvisto na campanha eleitoral, votámos maioritariamente nos partidos que assinaram com a troika um acordo, digamos, difícil de cumprir. Mas hádem dizer-me quantos são, mesmo entre os que votaram no seu partido, aqueles que admiram, respeitam ou sequer toleram o trabalho e a figura de Miguel Relvas. O ministro não parece ser muito popular, derivado do seu envolvimento em alguns escândalos como, por exemplo, o da licenciatura. Mas nem por isso deslarga o poder. Entrou para dentro do Governo, há dois anos atrás, e ninguém o tira de lá para fora. Prontos, mas as pessoas não são só defeitos. E Miguel Relvas tem o grande mérito de constituir um exemplo, parece-me a mim. Muitos desempregados não conseguem arranjar emprego por causa que têm habilitações a mais. Miguel Relvas obteve o seu com emprego mesmo tendo claramente habilitações a menos. Apontou para baixo e foi bem sucedido. Estabeleceu um objectivo mais modesto e atingiu-o. E ainda o acusam de ser muito ambicioso... Os cortes no Estado social não são uma necessidade de poupança, são uma estratégia de futuro. Relvas deseja que o Governo faça cortes na educação porque ele próprio cortou na sua e venceu. Conhece, por experiência própria, as vantagens de desinvestir na educação. É um exemplo de sucesso de deformação profissional. Como cidadões, temos muito a aprender com ele. Ou a desaprender, já não sei. Soares fala mal francês, Sócrates falava mal inglês e espanhol, e Relvas fala mal português. Quase todos os políticos que nos

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INSTITUTO DO EMPREGO E FORMAÇÃO PROFISSIONAL, I.P.

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FICHA FORMATIVA – a crónica

A – Leitura1. Leia a crónica seguinte e corrija os erros.

"Ser visto e ser ouvisto pelos portugueses é também uma razão de justificar o investimento" - Miguel Relvas

A gente somos um país muita curioso. Houveram eleições e, com base no que tínhamos visto e

ouvisto na campanha eleitoral, votámos maioritariamente nos partidos que assinaram com a troika um

acordo, digamos, difícil de cumprir. Mas hádem dizer-me quantos são, mesmo entre os que votaram no

seu partido, aqueles que admiram, respeitam ou sequer toleram o trabalho e a figura de Miguel Relvas.

O ministro não parece ser muito popular, derivado do seu envolvimento em alguns escândalos como,

por exemplo, o da licenciatura. Mas nem por isso deslarga o poder. Entrou para dentro do Governo, há

dois anos atrás, e ninguém o tira de lá para fora.

Prontos, mas as pessoas não são só defeitos. E Miguel Relvas tem o grande mérito de constituir

um exemplo, parece-me a mim. Muitos desempregados não conseguem arranjar emprego por causa que

têm habilitações a mais. Miguel Relvas obteve o seu com emprego mesmo tendo claramente

habilitações a menos. Apontou para baixo e foi bem sucedido. Estabeleceu um objectivo mais modesto e

atingiu-o. E ainda o acusam de ser muito ambicioso...

Os cortes no Estado social não são uma necessidade de poupança, são uma estratégia de futuro.

Relvas deseja que o Governo faça cortes na educação porque ele próprio cortou na sua e venceu.

Conhece, por experiência própria, as vantagens de desinvestir na educação. É um exemplo de sucesso de

deformação profissional. Como cidadões, temos muito a aprender com ele. Ou a desaprender, já não sei.

Soares fala mal francês, Sócrates falava mal inglês e espanhol, e Relvas fala mal português.

Quase todos os políticos que nos governam hoje falam mal português, aliás. Veja-se o caso de Ângela

Merkel. Saberá dizer duas, três palavras no máximo. Os nossos dirigentes sempre tiveram um problema

com as línguas. E, tendo em conta o estado em que o país se encontra, também não parecem ser

melhores nos números. Talvez tenham sido daqueles alunos que só eram bons em educação física.

Ricardo Araújo Pereira, Crónica in Boca do Inferno 7 de fevereiro 2013: http://visao.sapo.pt/u-omai-qe-dava-pulus-i-potapes-na-gueramatica=f711252

B – Compreensão/ expressão escrita

1. Qual o facto da atualidade que motivou a escrita da crónica?2. Faça o levantamento de marcas da 1ª pessoa: verbos, pronomes.3. Retire exemplos de ironia e humor.4. Atente na linguagem: retire exemplos de linguagem coloquial.

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Outra crónicahttp://www.dn.pt/inicio/interior.aspx?content_id=640326&page=-1