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ISSN 0100-1485 entrevista Ano 11 Nº 53 Ago/Set 2014 Nilo Martire Neto, consultor na área de pintura corrosão por falta de tratamento adequado preparação de superfície preparação de superfície

corrosão por falta de tratamento adequado - ABRACO · sionais que atuam no setor e o desenvolvimento de normas por meio do Comitê Brasileiro de Corrosão – CB-43 e da CEE 212

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ISSN 0100-1485

entrevista

Ano 11Nº 53Ago/Set 2014

Nilo Martire Neto,

consultor na área

de pintura

corrosão por falta detratamento adequado

preparação de superfíciepreparação de superfície

Capa53:Capa35 9/23/14 5:22 AM Page 1

AnuncioWS:AnuncioWS 9/25/14 12:24 PM Page 1

Sumário

4Editorial

Desafios à vista

6Entrevista

Prevenção e combate à corrosãona indústria automobilística

8PREPARAÇÃO de Superfície

Corrosão por falta detratamento adequado

34Opinião

Como “sustentabilizar” o ROIRoberta Valença

C & P • Agosto/Setembro • 2014 3

A revista Corrosão & Proteção é uma pu bli cação oficial daABRACO – Asso ciação Bra sil eira de Corrosão, fundada em17 de outu bro de 1968. ISSN 0100-1485

Av. Venezuela, 27, Cj. 412Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892www.abraco.org.br

Diretoria Executiva – Biênio 2013/2014PresidenteEng. Rosileia Mantovani – Jotun Brasil

Vice-presidenteDra. Denise Souza de Freitas – INT

DiretoresAécio Castelo Branco Teixeira – química uniãoEng. Aldo Cordeiro DutraCesar Carlos de Souza – WEG TINTASM.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – CENPESIsidoro Barbiero – SMARTCOATEng. Pedro Paulo Barbosa LeiteDra. Simone Louise Delarue Cezar Brasil

Conselho Científico M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRNM.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTECM.Sc. Hélio Alves de Souza JúniorDra. Idalina Vieira Aoki – USPDra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTECEng. João Hipolito de Lima Oliver –PETROBRÁS/TRANSPETRODr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPEDr. Luís Frederico P. Dick – UFRGSM.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPTDra. Olga Baptista Ferraz – INTDr. Pedro de Lima Neto – UFCDr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – FrançaDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ

Conselho EditorialEng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRODra. Célia A. L. dos Santos – IPTDra. Denise Souza de Freitas – INTDr. Ladimir José de Carvalho – UFRJEng. Laerce de Paula Nunes – IECDra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQSimone Maciel – ABRACODra. Zehbour Panossian – IPT

Revisão TécnicaDra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPTDra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPTM.Sc. Anna Ramus Moreira – IPTM.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPTM.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT

Redação e PublicidadeAporte Editorial Ltda.Rua Emboaçava, 93São Paulo – SP – 03124-010Fone/Fax: (11) [email protected]

DiretoresJoão Conte – Denise B. Ribeiro Conte

EditorAlberto Sarmento Paz – Vogal Comunicaçõ[email protected]

RepórterCarlos Sbarai

Projeto Gráfico/EdiçãoIntacta Design – [email protected]

GráficaAr Fernandez

Esta edição será distribuída em outubro de 2014.

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição darevista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ouparcial das ma térias e imagens publicadas sem a prévia auto -ri zação da editora responsável.

Artigos Técnicos

18Avaliação da corrosão por frestas dediferentes ligas nobres para aplicação

de poços injetoresPor Flávia Maciel F. Guedes, Eva Maria de

Oliveira Paiva, Eduardo Gullo Muller Lopes eCynthia de Azevedo Andrade

26Inspeção para galvanização

a fogo adequadaPor Paulo Silva Sobrinho

29Obtenção de oxidação anódica denanotubos de TiO2 sobre Ti para

aplicações biomédicasPor Nilson Tadeu C. de Oliveira, Claudemiro

Bolfarini e Julia Felipe Verdério

Sumário53:Sumário/Expedient36 9/24/14 6:00 AM Page 1

stamos em ritmo de eleições. Esta edição deve chegar às mãos dos leitores em cima da vo -ta ção de primeiro turno, com os preparativos (ao que tudo indica) para o segundo turno para presi -dente e vários governadores. Nosso editorial não é voltado à eleição em si, mas aos enormes desafios

dessa nova classe dirigente (lembremos que, além dos cargos no Poder Executivo, também vamos renovarum terço do Senado e toda a Câmara dos Deputados, bem como nas assembleias legislativas estaduais).O modelo atual de desonerações pontuais, incentivo ao crédito, entre outras medidas, se esgotou. O PIB

e outros indicadores importantes estão estagnados, apesar de o governo ter lançado mão desse repertório.Admite-se entre os economistas que o Brasil tem potencial de crescimento na casa de 5 % por seguidosanos, mas isso não ocorre em função do atraso e/ou defasagem do país em diversos pontos, principalmentena infraestrutura que estrangula e impossibilita o escoamento da produção em condições adequadas.Este grande desafio envolve pensar o país no longo prazo e, para tanto, atuar em reformas (política, tri -

bu tária e previdenciária), estabelecer prioridades, planejar com afinco, estabelecer metas e, principalmente,concretizá-las. Tudo de forma transparente, dentro do “jogo” democrático e do estado de direito.

Apesar de parecer simples, temos a certeza de que não é. Adotaressas medidas requer comprometimento e compartilhamento deresponsabilidades entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciárioe também com representantes da sociedade. E isso é recorrente emtodas as democracias, um novo presidente sempre tem “cacife” maiorjunto ao Legislativo e mesmo junto à sociedade. Que então aproveiteesse momento para lançar as bases de um governo voltado a reforçaras conquistas obtidas até aqui e investir em destravar as amarras queimpedem o crescimento sustentável do Brasil.

Mais do que nunca, se faz necessário um amplo entendimento nacional em prol do futuro do Brasil. Acizânia político-partidária deve ser relativizada para que o Brasil e os brasileiros possam ter um horizonteharmonioso e condizente com as grandes riquezas que o País detém.

ABRACO – Também no final deste ano será definida a nova diretoria da ABRACO. Assim como naseleições gerais, na ABRACO a nova gestão terá desafios importantes. Primeiro, dar continuidade a todas asconquistas da entidade até hoje; depois, avaliar e atuar para ampliar ainda mais a força e a representativi-dade da associação.Uma entidade representativa tem que necessariamente se reinventar continuamente, sob o risco de se

tornar sem utilidade para seus associados. Historicamente, a entidade vem se atualizando e, assim, man-tendo sua importância e relevância.Isso pode ser comprovado acompanhando-se a evolução, por exemplo, do INTERCORR, maior even-

to internacional sobre corrosão que se realiza no Brasil, que a cada ano consegue, apesar das inúmeras facili -dades hoje existentes com as ferramentas online, reunir um número expressivo de pesquisadores, profis-sionais e empresas.Outros pontos importantes são a atuação cada vez mais proativa da ABRACO na capacitação de profis-

sionais que atuam no setor e o desenvolvimento de normas por meio do Comitê Brasileiro de Corrosão –CB-43 e da CEE 212 – Comissão de Estudo Especial de Mitigação de Interferências Elétricas.E, ainda mais, para estar alinhada às demandas atuais e atender o associado com excelência presteza, a

ABRACO tem feito uma série de aperfeiçoamentos administrativos e gerenciais. Enfim, o desafio é apro-fundar cada vez mais as melhorias, com o objetivo de manter a entidade como referência nacional e inter-nacional quando o assunto é proteção anticorrosiva.

Boa leitura!

Os editores

Desafios à vista

Carta ao leitor

A nova diretoria da ABRACO terá grandes

desafios pela frente, como dar continuidade a

todas as conquistas da entidade e depois

avaliar e ampliar sua representatividade

4 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Editorial53:Editorial36 9/23/14 5:15 AM Page 1

O II Seminário Brasileiro de Pintura Anticorrosiva tem como objetivo reunir especialistas e demais profissionaisdo segmento de pintura anticorrosiva para apresentação e discussão de temas de grande relevância técnica paratodas as empresas brasileiras que utilizam esta técnica na proteção de equipamentos e estruturas metálicas emgeral. Neste sentido, estão previstasapresentações, por especialistas renomados, de palestras referentes aos temas descritos a seguir, os quais poderãosofrer ligeiras alterações até a divulgação da programação final:

• Normas de tintas canceladas pela Petrobras – Alternativas técnicas;• Fundamentos de stripe coating (demão de reforço) em pintura anticorrosiva;• Perfil de rugosidade de superfícies de aço carbono X espessura de esquemas de pintura;• Ensaio de aderência pelo método de resistência à tração (pull off test) – Discussão e consideraçõestécnicas;

• Seleção de esquemas de pintura com base no desempenho anticorrosivo;• Novas tecnologias de tintas antiincrustantes;• Especificação técnica de esquemas de pintura – Fatores importantes a serem considerados;• Desempenho anticorrosivo de esquemas de pintura com tintas de base aquosa – Estudo realizadoe estágio atual;

• Problemas de campo em pintura anticorrosiva e• Novos critérios para recertificação de inspetor de pintura, com base na ABNT NBR 15218:2014.

II SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PINTURA ANTICORROSIVADevido ao grande sucesso da primeira edição do SBPA,

solicitamos que antecipem suas inscrições, pois as vagas são limitadas.

Assegure a sua participação!

Local: Othon Rio PalaceCopacabana – RJ

Data: 16/12/2014

Mais informações: www.abraco-sbpa.com.br

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Prevenção e combate à corrosãona indústria automobilística

Pesquisa e investimento levaram à indústria automobilística a apresentar paraseus consumidores produtos que têm grande resistência à corrosão

Entrevista

indústria automobilísticaé um exemplo quando oassunto é proteção anti -

cor rosiva. A evolução do conheci -mento e os investimentos em no -vas tecnologias trouxeram parapa tamares mínimos o problemada corrosão nos automóveis. “Ain dústria automobilística estudaas formas de combate à corrosãoem veículos desde a década de1930 e mais detalhadamente apartir dos anos de 1960 quando oprocesso de eletrodeposição co -me çou a ser utilizado em largaescala”, argumenta Nilo MartireNeto, Engenheiro Químico, comMestrado em Administração deNegócios pela USP.

Nilo tem larga experiência nosetor de tintas e vernizes. Por qua-tro décadas atuou em Pesquisas eDesenvolvimento, onde desen -vol veu patente em Pintura porEletrodeposição Catódica paratin tas automotivas e industriais;setor de manufatura e qualidade,além de atendimento a clientes detintas em toda a América Latina.Atuou também em empresas dosegmento de serviços de pintura,automotiva e de equipamentos.

Nilo trabalhou em três dasmaiores multinacionais de tintas,DuPont, PPG e BASF ocupandodiversos cargos como o de Ge -rente Técnico, Gerente de Negó -cios e Diretor Técnico e de Qua -lidade Total. Também desenvol -

agressores tais como sais, ácidos eumidade. Já em meados de 1970desenvolveu-se o processo catódicoque multiplicou em inúmeras vezesa proteção já obtida pelo sistemaanódico. As espessuras do filme sãoinfinitamente pequenas na ordemde 20 micras, obtendo-se resultadosde resistência à corrosão que ultra-passam às 1.500 horas no teste deSalt Spray, por exemplo. Aliados àCataforese as indústrias automoti-vas desenvolveram designs e siste -mas de manufatura de veículosque favorecem a proteção contra acorrosão, além do uso quase quetotal de chapas de aço prétratadas,como as galvanizadas, além do usode peças em alumínio e plástico.

Quem desenvolve as novas tec-nologias, a indústria automo-bilística ou os fabricantes detintas?Martire – A corrosão é um processonatural impondo aos manufatura-dos voltar à suas matérias-primasno estado original de onde foramretirados. Assim, trata-se de umatarefa impossível de ser vencida nasua totalidade, requerendo um tra-balho intenso de toda a cadeia en -volvida. As indústrias produtorasde aço, fabricantes de insumos, co -mo prétratamento e tintas, alémdos fabricantes de peças e de auto -móveis, formam grupos de traba -lho cada vez mais estruturadoscom o objetivo de obter uma cons -

veu trabalhos de Consultoria emempresas químicas, serviços depin tura, montadoras automotivase atualmente dirige na ABB doBrasil o setor de robótica e auto -mação para linhas de pintura.

Palestrante internacional, es -cre ve regularmente artigos técni-cos em revistas especializadas,tendo participado de inúmeroscongressos nacionais e interna-cionais. Ganhou o premio Paint ePintura em 2.000 como Persona -lidade do Ano em Pesquisas e de -senvolvimento. Por seu vasto co -nhecimento técnico e relevânciano cenário nacional de proteçãoautomotivo, Nilo foi convidadopara participar de entrevista sobrea questão da corrosão na indús-tria automobilística. Acompanhe.

De que forma a indústria auto-mobilística eliminou a açãocorrosiva das carrocerias dosveículos?Nilo Martire – A indústria auto-mobilística estuda as formas decombate à corrosão em veículosdesde a década de 1930 e maisdetalhadamente a partir dos anosde 1960 quando o processo deeletrodeposição começou a ser uti-lizado em larga escala. Este sistemade pintura, inicialmente atravésdo processo anódico, cobria comum filme homogêneo toda a super-fície metálica de uma carroceria,isolando-o parcialmente contra

6 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Nilo MartireNeto

Por Alberto Sarmento Paz

Entrevista53:Entrevista36 9/23/14 5:20 AM Page 1

tante melhoria nas condições dofilme aplicado afim de se desen-volver revestimentos mais atraentese duráveis e, assim, alcançar asmetas estabelecidas pa ra a vida deum determinado ma terial manu-faturado. Os fabrican tes de tintascombinam e manipulam centenase até milhares de ma térias-primasque estão em seu port fólio, sendoaqueles que dedi cam grande partedos recursos de P&D na busca dastais melhorias, algumas vezes ínfi-mas, porém fundamentais nocombate à corrosão.

Quais as normas e legislaçõesmais recentes que impactam ecomo elas modificaram ouestão modificando o mercado?Martire – A indústria automobilís-tica trabalha em grande partedesenvolvendo produtos globais eem alguns casos customizando-ospara um certo segmento ou merca-do. Os padrões de qualidade sãopraticamente iguais para todas aspartes onde o produto é comercia -li zado. As redes de fornecedores dosetor seguem os pa drões por elas es -ta belecidos e os fabricantes de tin-tas seguem também ao padrões in -ternacionais. Procuram tambémeli minar ou nacionalizar as ma -térias-primas que não são aceitaspelas normas internacio nais de usoindustrial e de agressão ao meioambiente mantendo competitivi-dade. Posso assim assegurar que astintas hoje utilizadas no Brasil se -guem as mesmas exigências dequalidade que nos países maisavançados da Europa, Japão e Es -tados Unidos. Não é por acaso queo Brasil está dentro dos cinco mai -ores produtores de veículos e de tin-tas no mundo e os produtos na cio -nais, como sabemos, competem emigualdade de condições, dentro desuas categorias, com os importados.

Qual é a expectativa, em ter-mos de tempo, para que osveículos não apresentem pro -blemas de corrosão?

Martire – Cada fabricante de veí -culo, baseados em estudos e testesem campos de prova, estabelecem oslimites de garantia para seus pro-dutos. Mas se lembrarmos o queocorria com os veículos no idos de50 e 60 e fizermos uma analogiacom a situação atual, onde nacompra de um veículo usado poucose dá de atenção para o estado dacarroceria, podemos imaginar osalto quilométrico que foi dado emtermos de tecnologia. Isto inclui atinta original e também os sistemasde repintura de veículos avariados,onde a qualidade final e aparênciasão praticamente idênticas à origi-nal. Hoje se avalia muito mais osequipamentos auxiliares de umveí culo do que se há corrosão oureparo na lataria. É comum obser-varmos veículos rodando com maisde dez anos de vida, em perfeito es -tado de conservação.

Quais cuidados deveriam serutilizados, por parte dos usuá -rios, para prevenção da corro -são nos automóveis?Martire – O veículo quando sai damontadora tem todas proteções ne -cessárias para o seu uso. Eu particu-larmente não faço nenhum ti po detratamento além daquele que estáoficialmente aprovado pela monta-dora. No dia a dia, será im portantemanter a pintura lim pa lavando-ocom sabão neutro. Exis tem excelen -tes ceras de proteção, apli cadas du -rante e apósa lavagem, que auxili -am a manutenção da pinturaquan do as condições de uso sãomui to agressivas. No mo mento atu -al de estiagem na região Sudeste, euparticularmente tenho evitado a la -va gem rotineira do veículo, porques tões de cidadania. A maresia,poeira, produtos áci dos oriundos dapoluição, excrementos de pássaros eresinas das ár vores que, quandoimpregnadas na pin tura, podemcausar sérios problemas, necessitan-do em muitos casos um polimentopro fundo no verniz de proteçãoafim de recuperar o brilho original.

C & P • Agosto/Setembro • 2014 7

Qual a importância da prepa -ração da superfície para pinturana indústria automobilística?Martire – Quando focamos especi-ficamente na corrosão a preparaçãode superfície é uma das técnicas quemais contribui para um bom resul-tado. O substrato que vem já pre -parado com superfície lisa e semoxidação, além de oleamento espe -cí fico para proteção e estampagem,depois de conformado segue para oestágio de desengraxe e passivaçãoonde forma-se um filme de fosfati-zação ou, mais atualmente, filmesde conversão, que além de ajuda -rem no combate à corrosão formamuma base de adesão às ca ma das detintas que atendem a prote ção exi -gida. Aliás, após o trata men to quí -mico, há ainda a camada de cata -forese, um primer nivelante, umabase colorida e um verniz final re -sultando em espessura total de apro -ximadamente 110 micras.

Quais tintas apresentam me -lhor desempenho na prevençãoe controle da corrosão?Martire – O tema é muitoabrangente, mas começando pelosistema industrial, além da indis-pensável da correta preparação desuperfície, os fundos anticorrosivosepóxi-catalizados com espessurasaci ma de 80 micras, temos tam-bém os inúmeros fundos industriaiscustomizados, curados a estufa.Nes te caso específico, o tipo de peçae processo de pintura sã os que maisdeterminam o tipo de material. Osepóxi amínicos ou uretânicos, comoé o caso da cataforese são os maisresistentes. Vale ressaltar que toda avez que temos na formulação re -sinas epóxi, que têm boa resistênciaà umidade e química, não há boaresistência à radiação solar. Sendoassim para a completa proteção deum artefato, deve-se aplicar tam-bém sobre o fundo anticorrosivouma tinta final de acabamento.

Contato com o entrevistado:[email protected]

Entrevista53:Entrevista36 9/23/14 5:20 AM Page 2

Cortesia Acervo Fragata/ICZ

MateriaCapa53:MateriaCapa37 9/24/14 8:16 AM Page 1

Preparação de Superfície

preparação de superfície é uma das etapas mais importantes,senão a mais importante, para que um revestimento pro-porcione uma boa proteção anticorrosiva ao substrato.

“Trata-se de uma etapa que tem dois objetivos básicos, a saber:remover contaminantes da superfície e proporcionar condições ade-quadas para a aderência dos revestimentos. Entende-se por conta-minantes quaisquer materiais capazes de afetar a durabilidade dosrevestimentos como, por exemplo, sais solúveis em água, óleos egra xas, produtos de corrosão e pinturas velhas deterioradas. É im -portante ter-se em mente que, apesar do grande avanço tecnológi-co na indústria de tintas, não existe milagre na área de pintura anti-corrosiva, ou seja, o desempenho é proporcional ao grau de limpezada superfície. Cerca de 65 % dos casos de falhas prematuras emrevestimentos, com o aparecimento de corrosão e/ou empolamen-to, foram decorrentes de algum tipo de erro na preparação de super-fície”, revela o engenheiro químico, consultor e instrutor Fernandode Lou reiro Fragata.

Com relação aos métodos de preparação de superfície utilizadosna pintura industrial, principalmente quando o objetivo é proteçãoanticorrosiva de substratos de aço carbono, o jateamento abrasivo édos mais importantes. Como explica Fragata, o tratamento, queconsiste em projetar partículas a alta velocidade por meio de arcomprimido ou força centrífuga, é um processo altamente eficientetanto na remoção de contaminantes visíveis quanto na formação deum perfil de rugosidade. Esta propriedade é fundamental para aaderência mecânica dos revestimentos aos substratos. Paralela -mente, o hidrojateamento à alta ou superalta pressão representa umavanço tecnológico na área de preparação de superfície. Basica men -te, a limpeza é feita por meio de água à alta pressão, (10.000 a30.000) psi ou superalta pressão (> 30.000) psi (figura 1)”, comen-ta Fragata.

Ainda acrescenta que se trata de um método altamente eficaz naremo ção de contaminantes visíveis (produtos de corrosão, pinturasve lhas etc.) e invisíveis (sais solúveis em água). Estes últimos são,sem dúvida alguma, uns dos piores contaminantes de superfície.Além disso, o processo não gera pó, faíscas etc. Uma das desvanta-gens é que o hidrojateamento somente com água não proporcionarugosidade à superfície. Logo, só pode ser utilizado em serviços demanu tenção em estruturas que já tenham sido jateadas.

“Para contornar o problema referente à rugosidade, foi desen-volvido um processo em que o hidrojateamento é feito em conjun-to com um abrasivo comercial que não provoca silicose, conformeapresentado na figura 2. Neste caso, tem-se, ao final do tratamen-to, uma superfície completamente limpa, isenta de sais solúveis ecom uma rugosidade suficiente para garantir boa aderência aosrevestimentos por pintura”.

Cerca de 65 % dos casos de falhas prematuras em revestimentos, com o aparecimento de corrosão e/ouempolamento, foram decorrentes de algum tipo de erro na preparação de superfície

Corrosão por falta detratamento adequado

C & P • Agosto/Setembro • 2014 9

Outro tipo é o tratamentopor meio de ferramentas me câ -nicas e/ou manuais: estes méto-dos de limpeza são utilizadosem serviços de manuten ção,nos casos em que, por ra zõestéc nicas ou operacionais, o ja -teamento abrasivo ou hidro ja -teamento não puderem ser apli-cados. Estes métodos de lim -peza não limpam completa -men te a superfície. No caso desuperfícies oxidadas, sempreha verá a presença de óxidosade ridos à superfície, o que po -de reduzir em muito a dura bi -lidade da pintura. Se a corro sãoocorreu em atmosfera marinhae/ou industrial, a corrosão éain da mais acelerada e intensa.Portanto, os métodos tradicio -nais que envolvem a utilizaçãode escovas de aço, lixadeira, es -merilhadeira e pistola de agu -lhas são paliativos para os casosem que haja impedimento paraa utilização de modalidadesmais efi cazes.

Fragata avalia que, dentre osgraus de limpeza obtidos pormeio de ferramentas mecâni-cas, é importante chamar aatenção daquele estabelecido nanorma SSPC-SP 11. Este pa -drão de limpeza corresponde auma condição em que a super-fície do aço carbono tem queapresentar o metal desnudo (as -pec to metálico) e com perfil derugosidade mínimo de 25 µm.“Para tal, ferramentas mecânicasespeciais têm que ser utilizadas,uma vez que as tradicionais ten-dem a polir o metal. No Brasil, aferramenta denominada de má -quina Monti (Bristle Blasting)

Carlos Sbarai

Cortesia Acervo Fragata/ICZ

MateriaCapa53:MateriaCapa37 9/24/14 8:16 AM Page 2

menta que propicia bom grau de limpeza nos cordões de solda eáreas adjacentes (veja figura 4)”, argumenta Fragata.

O tratamento de superfície por meio de métodos químicos de con-versão é um dos mais utilizados em nível mundial. Neste sentido, afosfatização é um dos métodos mais empregados para posterior apli-cação de esquemas de pintura. No processo, a peça a ser pintada é sub-metida a várias etapas prévias de limpeza e tratamentos de condi-cionamento de superfície até a fosfatização propriamente dita. Destaforma, ocorre então a fosfatização da superfície metálica, on de o resul-tado final é a formação de uma camada de fosfato metálico (figura 5).Esta camada de fosfatização contribui substancialmente para a aderên-cia da pintura, bem como para o aumento da durabilidade da pro-teção anticorrosiva. Estes tratamentos químicos de superfície estãopresentes em vários segmentos do setor industrial como, por exem plo,automobilístico e linha branca.

“Convém ressaltar que tais tratamentos quando executados deforma adequada produzem resultados excelentes de proteção anticor-rosiva. Entretanto, se forem realizados de forma errada os resultadossão catastróficos. Logo, são métodos de limpeza que só devem serfeitos por profissionais e empresas que tenham experiência nesta áreade preparação de superfície”, explica Fragata.

(veja a figura 3), tem sido amais utilizada. Ela propicia àsuperfície o as pecto metálicoes pecificado na norma SSPC,bem como a rugosidade míni-ma estabelecida (25 µm). Alémdisso, trata-se de uma ferra-

10 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Figura 1 – Hidrojateamento à alta ou superalta pressão

Fernando L. Fragata, engenheiroquímico, consultor e instrutor

Cortesia Flow (acervo Fragata)

MateriaCapa53:MateriaCapa37 9/24/14 8:16 AM Page 3

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ambiente industrial com altaumidade e atmosfera agressiva,é classificado como C5-I e co -mo categoria de corrosividademuito alta industrial. A perdade massa nestes dois ambientes,C5-M e C5-I, é estimado em>650 a 1500 g/m2 de aço porano.

Por estes motivos, relata

Névoa salinaO gerente de treinamento técnico da Sumaré, Celso Gnecco,

explica que como o nosso país tem uma costa marítima imensa,com mais de 9.000 km, a presença de névoa salina proveniente daarrebentação de ondas é comum nesta região, e deve ser considera-da como fator crítico. “A concentração de sais na água do OceanoAtlântico é de cerca de 3,5 %, dos quais 85 % é de cloreto de sódio(NaCl). A importação de aço tem sido muito frequente e o tempono porto antes do embarque, a viagem transoceânica e o tempo noporto após a chegada ao Brasil são longos e durante este período oaço fica exposto à deposição da névoa salina em suas superfícies. Apresença de cloretos na superfície antes da pintura provoca o surgi -mento de bolhas na tinta quando esta é colocada em ambientesúmidos ou imersa em água”, pontua Gnecco.

Segundo a norma ISO 12944 parte 2, o ambiente costeiro e off-shore com alta salinidade é classificado como C5-M e como catego-ria de corrosividade muito alta marítima. Também a presença desulfatos de metais, que ocorre em ambientes industriais, onde aqueima de combustíveis como o ATE, BTE, BPF e óleo diesel pro-duz SO2 (anidrido sulfuroso ou dióxido de enxofre) que, combina-do com a umidade do ar ambiente ou da queima do próprio com-bustível produz ácido sulfúrico, que por sua vez reage com os me -tais e produz sulfatos, sais que como os cloretos provocam o surgi-mento de bolhas na tinta se esta for aplicada sobre os sais sem a dev-ida limpeza para a sua remoção. A norma ISO 12944 parte 2, o

Celso Gnecco, gerente detreinamento técnico da SherwinWilliams do Brasil

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Gnecco, a detecção e a determi-nação do teor de sais nas super-fícies antes da pintura são ne -cessárias para que providênciassejam tomadas para a elimina -ção ou a sua diminuição. “As fa -lhas decorrentes da não elimi-nação destes contaminantes po -dem ser desastrosas para a longaduração dos equipamentos e es -truturas. O limite tolerável decon taminantes solúveis em águana superfície varia de norma paranorma e de empresa para empre-sa. Por exemplo, a norma IMOResolution MSC.215(82) falaem, no má xi mo, 50 mg/m2 de

clo reto de sódio (5 �µg/cm2). A norma N-9 G da Petrobras fala emteor de cloretos de no máximo 7 �µg/cm2 em regiões atmosféricas eno máximo 3 �µg/cm2 em áreas imersas, enterradas ou sub mersas,determinadas se gun do as normas ISO 8502-6 e ISO 8502-9, ime-diatamente an tes da aplicação do primer”, re vela Gnecco.

Nas normas ABNT NBR 7348:2007 e Norma NACE nº5/SSPC-SP 12 são encontrados padrões chamados de SC ou NVque fixam limites aceitáveis de contaminantes não visíveis nassuperfícies a serem pintadas que podem servir de referência para oespecificador. A norma NACE No5/SSPC-SP 12 de no mina estesníveis como sen do: NV-1, NV-2 e NV-3 e os valores são exata-mente os mesmos. NV, segundo a norma NACE/SSPC, significaNon visi ble Contamination, ou seja, contaminantes não visíveis ouquase invisíveis.

A aplicação de sistemas de pintura sobre estes contaminantespode provocar o defeito de bolhas por osmose. “Por estes motivos,a eliminação de contaminantes solúveis da superfície com provi-dencias simples como lavagem com água limpa e uso de uma esco-va de náilon antes de iniciar qualquer tratamento para preparaçãode superfície para pintura é fundamental”, comenta Gnecco.

Como evitar o dano?Segundo o consultor técnico da Petrobras/Cenpes/PDP/TMEC,

Joaquim Pereira Quintela, dizer que preparação de superfície é funda-mental para proporcionar uma boa proteção anticorrosiva todomundo sabe, o grande desafio é evitar o dano causado pela falta dessaproteção, até porque esse é um problema centenário. “Além disso, ofato gera um custo elevadíssimo. A exemplo da li xadeira, que, naminha opinião, é um grande erro, porque após pouco tempo depoisda aplicação da tinta a corrosão reaparece. Por essa razão temos acabarcom a lixadeira. Quando isso acontece tem que se fazer um reparo e éonde o custo torna-se muito elevado. Isso significa que temos que evi-tar essa ocorrência. Outro fator são as obras que utilizam o hidro-jateamento, onde as máquinas são bem modernas, mas às vezes temosque fazer uma otimização desse trabalho, por que o tempo de con-clusão do processo de hidrojateamento é muito maior, principalmentedependendo do tamanho da área de aplicação”, destaca Quintela.

Ainda, segundo Quintela, a área de revestimentos anticorrosivosé responsável por mais de 80 % dos gastos com proteção contra acorrosão. O que se impõe é uma abordagem mais tecnológica emenos conservadora na área. “Uma boa e simples ação do ponto devista químico pode gerar grande economia quando comparada auma metalurgia complexa. Também quero chamar a atenção para ofato de que nessa área há muitas pessoas acreditando que dominamo tema pintura, mas na verdade não estão devidamente preparadas.O profissional de pintura capacitado estabelece tais condições ante-cipadamente e apresenta soluções adequadas às necessidades doempreendimento. Seguir esse raciocínio e conduzir um trabalho emequipe são princípios básicos para a receita do sucesso”, esclareceQuintela.

Complexidade no descarteNa opinião do engenheiro químico, Segehal Matsumoto,

enquanto a areia era utilizada como principal abrasivo para o jatea-mento na pintura anticorrosiva, não houve mudanças durantedécadas neste processo de preparação de superfície. “Durante o

Joaquim Pereira Quintela,consultor técnico da Petrobras

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Figura 2 – Hidrojateamento àalta pressão em conjunto comabrasivo

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processo de jateamento abrasi-vo, a areia fragmentada em par -tículas menores que 5 µm, pro -voca a doença profissional co -nhe cida como silicose, que é ir -re versível e pode provocar amor te. Devido a esta preocu-pação foi lançado na década de80 o ja teamento com abrasivoúmi do (slurryblasting) usando umca beçote úmido junto ao bico de

Segehal Matsumoto, engenheiroquímico e instrutor

Figura 3 – Máquina Monti (Bristle Blaster), usada para obtenção dograu de limpeza SP 11

Cortesia Tecnofink (acervo Fragata)

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jato que molhava o abrasivo an -tes de atingir a superfície. Es teprocesso eliminava o pó cau-sador da silicose, porém era umprocesso mais trabalhoso por -que, além de difícil remoção dalama que se formava e se acu-mulava em superfícies horizon-tais, produzia também grandequantidade de resíduos parades pejo”, explica Matsumoto.

Segundo Matsumoto, estefoi o início da transformação

nos métodos de preparação de superfície com o lançamento do hi -drojateamento a altíssima pressão, acima de 30.000 psi na décadade 90 na Alemanha, país que proi biu o uso de abrasivo na pre pa -ração de superfície. Com isto, o mercado de preparação de su per -fície tomou um formato bem definido, com o lança men to da tintatolerante a su per fícies úmidas também na década de 90. Emboramuitos países, inclusive os Estados Uni dos, permitam o uso da areiacomo abrasivo, no Brasil, em 19 de outubro de 2004, foi assinadauma portaria proibindo o uso de areia nas ati vidades de jateamen-to abrasivo para preparação de superfície, fosqueamento de vidros elimpeza de peças metálicas em fundição.

Acrescenta Matsumoto que os abrasivos utilizados em obrasnovas são caros e não são utili zados em pintura de manu ten ção nocampo em que o abra sivo é descartado após o uso. O grande prob-lema é dar destino final ao resíduo deixado após o jateamento. “Emcampo aberto, o abrasivo mais utilizado no Brasil é a escória docobre que também é comumente usada em países como Cinga pu -ra, Japão, Estados Unidos e países da Europa. Atualmente muitosabrasivos que se intitulam ‘verdes’ estão entrando no mercado. Otermo ‘verde’ se refere aos efeitos do abrasivo no meio ambiente. Oimportante é saber qual o impacto ao meio ambiente e se o recur-so natural é sustentável para a escolha do melhor abrasivo do abra-sivo no próximo projeto. O resíduo deixado pelo jateamento abra-sivo em pintura de manutenção tem sido o grande problema paraseu descarte. Compõe este resíduo, entre outros do abrasivo, a pin-tura e ferrugem removida da superfície”.

A complexidade é ainda maior nos casos em que a pintura exis-tente contenha componentes tóxicos como, por exemplo, o pig-mento zarcão (óxido de chumbo), na formulação. Assim como aescória do cobre, a escória da siderurgia do ferro também tem sidoutilizada, bem como rocha basáltica triturada. “Em alguns lugaresutilizam até garrafas de vidro triturados como abrasivo de jatea-mento”, conclui Matsumoto.

Mudança de mentalidadeSegundo o diretor superintendente da Italtecno do Brasil, Adeval

Antônio Meneghesso, o pré-tratamento de superfície do alumínio noprocesso de anodização tem a finalidade de preparar a superfície doalumínio para o recebimento da camada de óxido (camada anódica)na superfície da peça de alumínio, conferindo um nível de resistênciaa intempéries compatível com o local de sua aplicação. “O pré-trata-mento também tem a finalidade e a função de definir o nível doacabamento e da textura exigida na superfície do alumínio, visto que,a camada anódica é transparente e irá revelar todos os efeitos decora-tivos aplicados sobre a superfície do alumínio pelo pré-tratamento. Opré-tratamento da superfície do alumínio para o processo de pinturatem a finalidade exclusiva de preparar e garantir a limpeza, a remoçãodos óxidos presentes na superfície do alumínio e a formação de umacamada de conversão nessa superfície para uma perfeita aderência datinta aplicada com uma resistência à corrosão compatível com asexigências do mercado”, afirma Meneghesso.

Na visão de Meneghesso, já é possível notar uma clara mudançade atitude e de mentalidade nas empresas do setor de acabamentodo alumínio. Nos últimos anos, houve uma convergência de fatoresque promoveram o desenvolvimento do setor de acabamento desuperfície do alumínio pelo investimento mássico em equipamen-

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Figura 4 – Grau de limpeza SP11 em cordão de solda e áreasadjacentes

Adeval Antônio Meneghesso,diretor superintendente daItaltecno do Brasil

Figura 5 – Superfície de aço car-bono fosfatizada

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suportar mais de 100 micro me -tros de tinta de boa qualidade,resguardando a beleza da super-fície e protegendo contra a cor-rosão”, argumenta acrescentan-do que hoje, no Brasil, estãoins taladas as melhores indús-trias automobilística do mun -do, com o que existe de maismo derno em instalações de

tos, processos, tratamento de efluentes e resíduos. Os níveis de exi -gência e fiscalização dos órgãos governamentais de proteção aomeio ambiente também estão contribuindo para essa mudança dementalidade. “A indústria química, de forma geral, tem investidoem novas tecnologias que reduzem drasticamente a agressão aomeio ambiente. O maior vilão no processo de pré-tratamento doalumínio é a formação da camada de conversão que é feita com ometal cromo, elemento extremamente poluente e agressivo ao meioambiente e nocivo à saúde do ser humano, sendo classificado comoelemento cancerígeno”, alerta Meneghesso.

Segundo Meneghesso, a Italtecno do Brasil desenvolveu umprocesso de nanotecnologia totalmente isento de cromo, produtoneutro, não agressivo ao meio ambiente e aos seres humanos queproduz uma camada de conversão colorida (único produto comessa característica no mercado mundial), que garante e atende atodas as exigências técnicas. Esse produto já é responsável por con-siderável parcela do pré-tratamento do alumínio para pintura.“Atualmente se percebe uma preocupação maior por parte dos pro-dutores em atender as exigências de meio ambiente, todavia a inse-gurança ca rac terística dos novos processos, novos procedimentos eaumentos de custos que envolvem essas mudanças inibem a veloci-dade de implantação de novas tecnologias. O Brasil quando com-parado com os países mais avançados como EUA, Canadá e os daEuropa, está num estágio bastante inferior quanto à qualidade doacabamento como regra geral, porém se nota claramente um dese-jo e uma evolução rápida e constante na busca da melho-ria da qualidade da pintura, pelos investimentos emequipamentos e processos de produção. A qualidade dadu rabi lidade da pintura, garantida contra a corrosão, quenosso mercado segue as normas internacionais apresentaum padrão compatível com os grandes centros produto -res”, comenta Meneghesso.

Para Antonio Carlos de Oliveira Sobrinho, especialistada indústria automobilística, as normas ambientais e as desegurança ocupacional influenciam bastante a escolha denovas tecnologias, mas avalia que, entre as atuais, a quemais impactou o mercado de tratamento de superfície, efortemente interferiu nos novos desenvolvimentos dastintas foi a “Diretiva Europeia 2000/53/EC”, pois buscaeliminar os metais pesados das tintas, forçando a busca denovas formulações para proteção anticorrosiva e na pró -pria composição das cores, que partiram parcialmente pa -ra pigmentos orgânicos. “Penso que esta expectativa aindafica como uma utopia, pois enquanto os veículos fo remproduzidos, predominantemente em aço, a preocu pa çãocom a corrosão se fará presente, mesmo com aplicação dananotecnologia, que tem desenhado caminhos interes-santes”, destaca Oliveira Sobrinho.

Ele destaca ainda a importância da preparação dasuperfície para pintura na indústria automobilística. “Eudiria que é tão importante, ou até mais que a qualidadeda pintura final, pois uma pintura de boa qualidade apli-cada sobre uma superfície com pré-tratamento inadequa-do irá desplacar rapidamente e expor o substrato.Tomando como exemplo superfícies de aço, 4 microme -tros de camada de fosfato bem aplicado, é base ideal para

Antonio Carlos de OliveiraSobrinho, especialista daindústria automobilística

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função direta da limpeza e preparo da superfície a proteger”.Gama avalia que se pode afir mar que não existe um tra tamento

preparatório de su per fícies metálicas de caráter universal. São diversasas variáveis: o tipo do metal, fim a que se destinam, condiçõeseconômicas, além da quantidade e quali dade das impurezas ou sujida -des a serem removidas. A principal finalidade do pré-tratamento, émelhorar e prolongar a vida útil do pós-tratamento.Em sua opinião, a fosfatização aumenta a resistência da tinta agin-

do de duas formas, aumentando a aderência da tinta no metal e pre-venindo a formação de corrosão subcutâ nea. “O aumento da aderên-cia é causado pelo fato da afinidade química entre Camada deFosfato/Metal e Camada de Fosfato/Tinta ser maior que a afi nidadeMetal/Tinta. Outro fator é o fato da superfície fosfatizada apresentarmaior rugosidade e maior porosidade que a superfície do metal cru, oque conferirá uma maior retenção da tinta. Esta sinergia entre o pré-tratamento e a pintura aumenta a proteção à corrosão”, avalia Gama.Para o químico industrial e vendedor técnico da SurTec do Brasil,

Wanderley de Cicco Filho, uma das principais características do trata-mento químico de superfícies e o grande benefício desse processo éaumentar a resistência à corrosão e aderência da camada de tinta. Elecomenta que na SurTec acredita-se que o termo “nano tecnologia” estásendo usado pelo mercado como ferramenta de marketing e não refletea realidade e o conceito. “O que temos para oferecer ao mercado sãoprocessos que estão classificados no grupo da passivação com base emcromo trivalente, onde a SurTec é líder mundial. Esta tecnologia é aque melhor substitui os produtos com base em cromo hexavalente.Também temos o grupo da camada de conversão isenta de Cromo(Cr-free), com base em zircônio e polí meros. O desenvolvimento daaplicação destes processos está evo luindo bastante no Brasil, comfoco em melhoria da produtividade e qualidade e consequente-mente aquisições de novas linhas por parte dos aplicadores”,comenta Cicco Filho.Ainda sobre a empresa, Cicco Filho esclarece que a SurTec nor teia

os desenvolvimentos tendo como princípio a elaboração de produtosamigáveis ao meio ambiente e sustentáveis, ofertando produtos combase em cromo trivalente por não ser tóxico e de fácil tratamento nosefluentes, assim como outros produtos sem cromo.

Linha BrancaKarla Freire, responsável por desenvolvimento de novos processos

químicos da Electrolux, explica que a empresa atua de forma ativa nocontrole de qualidade dos seus processos e fornecedores, a fim de mi -ni mizar os riscos de qualidade para seus clientes. Com base nessa pre-missa, a Electrolux atua constantemente na melhoria dos acabamen-tos de seus produtos.Neste campo, ela cita dois projetos recentes desenvolvidos com

parceiros sobre novas tecnologias: o desenvolvimento de uma tinta empó com efeito metalizado, utilizada em refrigeradores, freezers, lavado-ras, fogões e micro-ondas da marca, desenvolvido com a PPG (par-ceira para tintas em pó) e quanto à sustentabilidade e condições ambi-entais (parceria com a Henkel).Não há como estabelecer um tempo para que o produto não apre-

sente corrosão, pois o processo de desgaste a que o produto é expostonão é um fator isolado, ele depende de fatores externos como tempe -ratura, umidade relativa, agentes salinos, agentes quí micos, agentesbiológicos, entre outros. “As indústrias utilizam normas de referência

pintura, com profissionais alta-mente treinados, as melhoresem presas na produção de pro -cessos de pré-tratamento e naprodução de tinta. “Assim te -mos o que há de melhor, inclu-sive com qualidade para expor-tar para qualquer país do mun -do”, observa Oliveira Sobrinho.Segundo Ronald Gama, quí -

mico industrial, coordena dor devendas da Steelcoat, a escolha dotratamento químico depende dafinalidade e de qual o objetivo aser alcançado e a eficiência dosrevestimentos ou recobrimentosprotetores do preparo da superfí-cie receptora. “Uma superfíciebem limpa, li vre de ferrugem,graxa e sujida des são tidas comoo melhor substrato a um bomrecobrimento protetor ou deco-rativo. Pode-se então, dizer queesse recobrimento não é melhordo que a superfície à qual foiaplicado, e o seu desempenho é

Ronald Gama, químicoindustrial, coordenador de vendasda Steelcoat

Wanderley de Cicco Filho,químico industrial e vendedortécnico da SurtTec do Brasil

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questão da aplicação fi nal, utili -za-se o processo de pintura a póeletrotástica. Esta tecnologia nosgarante uma aplicação uniformee um melhor as pecto final visual.Além disso, é um processo detecnologia limpa em que não sãogerados efluentes e nem borrasde tintas”, esclarece Karla.

como ASTM B 117 para a realização de testes laboratoriais, que simu -lam condições ambientais agressivas na avaliação do comportamentodas peças com pintura. Um dos testes mais conhecidos é o Salt Spray,em que corpos de prova são submetidos a um ensaio de 500 a 1000horas, dependendo do subs trato metálico, em uma névoa salina. Atítulo de comparação, de acordo com o GENTIL, V. (1996), emcondição ambiental em que se tem uma atmosfera industrial poluída,tem-se um potencial de agressividade à corrosão metálica até três vezesmaiores, quando comparado à atmosfera marinha”, argumenta Karla.Para Karla, a preparação da superfície é a primeira etapa para o

sucesso do processo da pintura como um todo. Para o caso da LinhaBranca, as chapas metálicas apresentam em geral dois tipos de im -purezas que necessitam ser re movidas no pré-tratamento: as im purezasoleosas e as im purezas de sujidades superficiais. Para isto, as peças sãosubmetidas a uma limpeza com de sengraxante alcalino. Após as peçasestarem livres das impu rezas, as mesmas passam pela etapa de enxáguee, posteriormente, por um conversor de camada, que tem por finali-dade a formação de um filme inor gânico na superfície do substratometálico para melhorar a resistência à corrosão e auxiliar na aderênciada tinta no subs trato na etapa final.“Na Electrolux, desde 2007, utilizamos no pré-tratamento uma

tecnologia chamada de Nanoceramic. Este processo trou xe para a em -presa benefícios ambientais como redução no consumo de água e deenergia, eliminação de borra no processo de pré-tratamento, e reduçãona geração de efluentes, pois se trabalha à tempe ra tura ambiente. Na

Karla Regina Rattmann Freire,especialista em NovosDesenvolvimentos Químicos –Electrolux do Brasil S.A.

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Artigo Técnico

Avaliação da corrosão por frestas dediferentes ligas nobres para aplicação

de poços injetores

AbstractMost Petrobras reservoirs locat-

ed in deep water depends stronglyon water injection for its develop-ment. In some situations wherethere are technical or economicconstraints to the installation ofsurface equipments for waterinjection treatment, especially sea-water filtration and deaerationequipments, can turn the projectnot feasible. In these cases, thetechnology of subsea raw seawaterinjection may be an alternative toincrease the share of injectionwithout significant impact onexisting surface facilities. However,the presence of dissolved oxygenincreases the corrosivity of theenvironment and restricts thematerials of construction of thesubmarine system. Moreover, onemust take into consideration thatin the case of injection wells, thematerials should be suitable for useat reservoir temperatures, since incase of injection pump shut in, thewater injected will reach similartemperatures as the reservoir,which can vary until very hightemperatures. Immersion andcyclic polarization lab tests wereperformed in order to ranking thesusceptibility to crevice corrosion ofalloys UNS N10276, UNSN06059, UNS N08825, UNSN08031, UNS N06625 e UNSS32750 to stagnant seawater at90oC. Alloys UNS N10276 andN06059 presented the best per-formances to these conditions.

IntroduçãoTradicionalmente, a repres -

su riza ção dos reservatórios ma -ri nhos é realizada pela injeção

de água do mar. Antes de serinjetada, a água do mar é de -saerada, fil trada e tratada combiocidas. Es tes sistemas conven-cionais de tratamento e in jeçãode água em poços submarinosrequerem, no entanto, a instala -ção de vários equipamentos nasplataformas de produção, ha -ven do necessi da de de grandesáreas disponí veis para sua im -plantação.Em algumas situações onde

existem restrições técnicas oueco nômicas à instalação deequi pamentos de superfície parao tratamento e a injeção de águado mar, a tecnologia de capta -ção e injeção submarina de águado mar minimamente tratada(RWI – Raw Water Injection),po de ser uma alternativa para seaumentar a cota de injeção semimpactos significativos nas faci -li dades de superfície existentes.A implantação destes sistemasal ternativos envolve, contudo,de terminados desafios tecnoló -gi cos relacionados, principal-mente, à especificação de mate-riais de construção, pois a altacorrosividade da água do marcon tendo oxigênio dissolvidoassociada à alta pressão de inje -ção, alta temperatura do reser -va tó rio e à possibilidade de es -tag na ção, limita, significativa -men te, os materiais disponíveispara sua construção. Os equipa-mentos de contenção de areiaes tão entre as instalações maiscríticas, pois estão assentadosdi retamente no reservatório e,em ge ral, apresentam uma geo -metria pro pícia a ocorrência decorro são por frestas.

Por FláviaMaciel F. Guedes

ResumoA maior parte dos reserva tó -

rios da Petrobras situados emáguas profundas depende forte-mente da injeção de água paraseu desenvolvimento. Em algu-mas situações onde existem res -trições técnicas ou econômicas àinstalação de equipamentos desu perfície para tratamento e in -jeção de água, a tecnologia de in -jeção submarina de água do marminimamente tratada, pode seruma alternativa para aumentar acota de injeção sem im pac to sig-nificativo nas facilidades de su -perfície existentes. No entanto, apresença de oxigênio dissolvidoele va a corrosividade do meio erestringe os materiais de cons tru -ção do sistema submarino.Além disso, se deve levar em

considera ção que no caso de po -ços injetores, os materiais próxi-mos ao reservatório devem seradequados à utilização em tem-peraturas mais elevadas, já que,em caso de parada de funciona-mento das bombas injetoras, aágua do mar injetada ficará es -tag nada no poço tendendo a al -cançar temperatu ras próximas àdos reservatórios que podem va -riar até valores bastante elevados.Ensaios de imersão e de polari -za ção cíclica foram realizadospa ra avaliação da susceptibilida -de à corrosão por frestas emágua do mar natural a 90 ºCdas ligas UNS N10276, UNSN06059, UNS N08825, UNSN08031, UNS N06625 e UNSS32750. As ligas UNS N10276e UNS N06059 apresentaramas me lho res performances nes-tas condições.

CRA crevice corrosion evaluation for injector wells equipment

Co-autores:Eva Maria de

Oliveira Paiva,Eduardo GulloMuller Lopes,

Cynthia deAzevedoAndrade

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TABELA 1 – COMPOSIÇÕES QUÍMICAS, EM PERCENTUAL EM PESO E PREN DOS MATERIAIS TESTADOS

* PREN = %Cr + 3,3 (%Mo + 0,5 x %W) + 16x%N

No presente estudo, conside -ra-se que a temperatura da águado mar injetada nas condiçõesnormais de injeção não ultrapas-sa 20 ºC, e que no caso de para-da de injeção a temperatura má -xima a ser alcançada seria de90 ºC (temperatura do reserva -tó rio). Com base em dados da li -teratura técnica recente 1, 2, 3 e

nos limites de temperatura dosmateriais metálicos citados nanor ma NORSOK M-001 4, osmateriais resistentes à corrosãopor frestas na condição de para-da de injeção, temperatura de re -ser vatório de 90 °C, seriam as li -gas C-2000, 59 e o titânio degrau 12. No entanto, buscando-se ampliar as alternativas de me -

talurgia, e evitar possíveis proble-mas de fornecimento destes ma -teriais no prazo requerido para oprojeto, outros materiais foramavaliados. Ensaios de imersãosob condições de estagnação e depolarização cíclica foram realiza-dos para avaliação da susceptibi -lidade à corrosão por frestas emágua do mar natural a 90 ºCpara as ligas UNS N10276,UNS N06059, UNS N08825,UNS N08031, UNS N06625 eUNS S32750.

MetodologiaA susceptibilidade à corrosão

por frestas em água do mar aera-da e aquecida a 90 ºC foi avalia-da a partir de ensaios de imersãoe de polarização eletroquímicapa ra diferentes ligas de níquel,sendo elas liga 825 (UNSN08825), liga 625 (UNSN06625), liga 31 (UNSN08031), liga 59 (UNSN06059) e hastelloy C-276

N° UNS Ni Cr Mo N Fe Outros PRENS31600 10 - 14 16 - 18 2 - 3 – Bal. Mn max 2, P max 0045, S max 0,03, Si 1,0 18S32750 6,5 25 3,6 0,26 64,64 – 41,04N06625 Min 58 20-23 8-10 – Max 5 Al max 0,4, Co max 1, Ti max 0,4, Si max 0,5, Nb max4,15 52,7N08825 38 - 46 19,5-23,5 2,5-3,5 – – Al max 0,35, Mn max 0,35, Ti 1 – 1,7, S max 0,01 35,05N06059 56 - 63 22 - 24 15 -16,5 – Max 1,5 Co max 0,3, Mn max 0,5, S max 0,005, P max 0,015 75N08031 31 27 6,5 0,2 – – 51,6N10276 57-59 14,5- 16,5 15-17 – 4-7 Co max 2,5, Mn max 1,0, S max 0,03, P max 0,04 68,3

Figura 1 – (a) Suporte contendo os corpos-de-prova e seus respectivos dis-positivos de frestas, (b) Detalhe da montagem do dispositivo de frestas nocorpo de prova

Figura 2 – Fotos do corpo de prova AISI 316, com aumento de 20x (foto da esquerda) e 10x (foto da direita),na lupa, após término da primeira etapa

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Material Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3S31600 +, A +, A NAS32750 +, A +, B (+), BN06625 (+), B (+), B (+), BN08825 +, A +, A (+), AN06059 NA 0, B 0, BN08031 NA 0, B 0, BN10276 NA NA 0, B

zado em uma autoclave emHas tel loy C-276 com capacida -de de 150 litros utilizando-seágua do mar natural filtradagros seira men te pressurizada comar comprimido em 600 psi, demodo a se garantir a presençade oxigênio.

tabela 1 apresenta a composiçãoquímica nominal e o númeroequivalente de resistência ao pite,PREN destes materiais, cujo nú -mero considera-se dar uma me -dida relativa da resistência deuma liga à corrosão localizada.O teste de imersão foi reali -

(UNS N10276), também foiavaliado o aço inoxidável super -du plex (SDSS – UNS S32750).Para referência, devido à sua re -co nhecida baixa resistência à cor-rosão em água do mar, inclui-seo aço inoxidável AISI 316 (UNSS31600) na matriz de testes. A

TABELA 2 – RESULTADOS AO FINAL DE CADA ETAPA DOS ENSAIOS DE IMERSÃO EM ÁGUA DO MAR NATURAL A 90 ºC

NA: não avaliado A: alta densidade de corrosão por pites0: ausência de corrosão por frestas (< 20 µm) B: baixa densidade de corrosão por pites (≤ 2,5 x 103 /m2 conforme(+): leve ataque por frestas (pites na região da fresta) norma ASTM G-46)+: corrosão por frestas

Figura 3 – Fotos do corpo de prova em liga 825, com aumento de 20x (foto da esquerda) e 10x (foto da direi-ta), na lupa, após término da primeira etapa

Figura 4 – Fotos do corpo de prova em aço superduplex (25 %Cr), com aumento de 20x (foto da esquerda) e10x (foto da direita), na lupa, após término da primeira etapa

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pos de prova de uma mesmaetapa era fixado em suportesconstruídos em liga C-276 demodo a facilitar a retirada dosmesmos (Figuras 1a e 1b).Após o término de cada eta -

pa, um suporte era retirado paraavaliação da superfície dos cor-pos de prova. Os corpos de provaeram, então, limpos e fotografa-dos, sendo em seguida levados alupa e ao microscópio ótico paraavaliação mais detalhada da su -perfície, incluindo medida máxi-ma de profundidade de pite,contagem dos pites e densidade eprofundidade de frestas de acor-do com ASTM G-46 6.Os ensaios eletroquímicos

foram realizados com o mesmotipo de corpo de prova com dis-positivo de frestas apresentadona figura 1(b), porém foi feitauma rosca para fixar haste decon tato elétrico, e respectiva -men te, um eletrodo Lazaran(Ag/AgCl) e um de platina,como referência e contra-eletro-do. Cada montagem em auto-clave, continha apenas um cor pode prova que era deixado estabi-lizando a temperatura ambientede um dia para o outro (por cer -ca de 20 h), e então, apósalcançar-se a temperatura de90 ºC, deixava-se estabilizando ocorpo de prova por mais duashoras antes de iniciar a polariza-ção eletroquímica. Também foiavaliado o potencial redox daágua do mar natural tanto natemperatura ambiente quanto à90 ºC utilizando-se um eletrodode platina e como referência umeletrodo Lazaran.A polarização potenciodinâ -

mica com taxa de varredura de0,1 mV/s era realizada até sealcançar uma densidade de cor-rente eletroquímica de aproxi-madamente 500 µA/cm², eentão, se procedia a varredurareversa (redução do potencialcom a mesma taxa de varredurade 0,1 mV/s). Ao final de cadateste eletroquímico, observava-se

tados em triplicata para cada eta -pa, no entanto, devido à quanti-dade reduzida de determinadosmateriais, especificamente paraas ligas 31 e 59, somente foramretirados corpos de prova após asegunda e a terceira etapas, e nocaso do Hastelloy C-276 somen -te foram retirados os corpos depro va em triplicata após a ter-ceira etapa. A referência em açoinoxidável AISI 316 somente foiincluída nas duas primeiras eta-pas. Os corpos de prova utiliza-dos nos ensaios tiveram suas su -perfícies preparadas de acordocom a norma ASTM G-48 5.Cada dispositivo de frestas dotipo MCA (Multiple CreviceAssemble) foi fabricado em acetalde acordo com as dimensões des -critas nesta mesma norma e otor que aplicado a cada um foi de8,5 N.m. Cada conjunto de cor-

O teste de imersão para osmateriais com os dispositivos defrestas foi realizado em três eta-pas consecutivas. Nas duas pri -mei ras etapas, os corpos de provaforam imersos em água do marpor uma semana à temperaturaambiente (cerca de 25 ºC), eentão, eram aquecidos a 90 ºC,sendo mantidos nesta tempera -tura por mais 30 dias. Na terceiraetapa, os corpos de prova tam-bém ficaram inicialmente imer-sos por uma semana à tempera -tura ambiente antes de se au -mentar a temperatura do sistemapara 90 ºC, no entanto, nestater ceira etapa, os corpos de provaforam mantidos a 90 ºC pormais 60 dias. A cada etapa todoo inventário de água do mar eratrocado e os materiais eram reti-rados para análise.Todos os materiais foram tes-

TABELA 3 – POTENCIAIS A CIRCUITO ABERTO (ECORR) E DE FRESTAS OBTIDOSPARA OS MATERIAIS ENSAIADOS EM ÁGUA DO MAR A 90 ºC

Número UNS Ecorr, mV(Ag/AgCl) Efrestas, mV(Ag/AgCl)S31600 -126,2 77,4N6625 -172,4 364N8825 -167,41 158,2N08031 -119,49 613,2N10276 -227,77 340S32750 -150,38 339,2Liga 59 -288,62 423,4

Figura 5 – Curvas potenciodinâmicas com varredura reversa obtidaspara o AISI 316, superduplex, liga 825, liga 625, liga 59, hastelloyC-276, liga 31 e platina em água do mar natural a 90 ºC

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a região de fixação (rosca) e sehavia ocorrido corrosão por fres -tas, em caso positivo, a curva depolarização obtida era descartada.A partir deste ensaio obtinha-

se o potencial de frestas, ou seja, opotencial no qual a densidade decorrente alcançava 10 µA/cm², ecom a varredura reversa obtinha-se o potencial de repassivação pa -ra cada material (também ao al -cançar 10 µA/cm²), ou seja, opotencial no qual o filme passivoera restabelecido.

Resultados e discussãoOs resultados dos testes de

imersão obtidos após a primeiraetapa indicaram que o materialde referência AISI 316 e a liga825 foram os que apresentarammaior densidade de pites, assimcomo, apresentaram corrosãopor frestas com profundidadesmáximas de, respectivamente,0,158 mm e 0,024 mm (Figuras2 e 3). Os demais materiais apre-sentaram pouquíssimos pites porunidade de área (da ordem de2,5 x 103/m2 conforme normaASTM G 46-94), embora tam-bém tenha sido observada aocor rência de corrosão por fres -tas no material superduplex nes -ta etapa, conforme apresentadona Figura 4.A análise superficial dos ma -

teriais retirados após a segunda ea terceira etapas do teste de imer-são, indicou que a liga 825 e oaço inoxidável superduplex, nes -ta ordem, foram os materiais queapresentaram maior densidadede pites, assim como, morfologiacaracterística de corrosão porfrestas. Os demais materiaisapre sentaram baixa densidade depites apenas.A Tabela 2 apresenta, de for -

ma resumida, os resultados dasanálises de superfície dos materi-ais testados para cada etapa doensaio de imersão em água domar natural aquecida a 90 ºC.Foi considerada como corrosãopor frestas, a corrosão ocorrida

Figura 6 – Variação entre potencial de frestas e potencial de repassivaçãopara os diferentes materiais testados

Figura 7 – Curvas de polarização potenciodinâmica com varredurareversa para a liga C-276 com e sem dispositivo de frestas em água domar natural a 90 ºC

Figura 8 – Curvas de polarização potenciodinâmica com varredurareversa para a liga 825 com e sem dispositivo de frestas em água do marnatural a 90 ºC

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aços inoxidáveis superduplex emágua do mar natural a tempera -tura ambiente devido à formaçãode biofilmes sobre a su perfíciedos mesmos, chegando-se a valo -res entre 250 mV(Ag/AgCl) e300 mV(Ag/AgCl). No caso, porexemplo, de poços injetores deágua do mar, os equipamentosde poço estarão geralmente ex -pos tos a temperaturas mais bai -xas próximas a 20 ºC, e somenteno caso de parada de injeção, atemperatura dos equipamentosde poço em contato com o reser-vatório equalizariam suas tem-peraturas com as do reservatório.Foram realizadas curvas de

polarização potenciodinâmicacom varredura reversa para al -guns materiais e, também, paraos materiais sem o dispositivo defrestas. Observa-se, na Figura 7,a similaridade entre as curvas depolarização obtidas para a liga C-276 com ou sem o dispositivo defrestas em água do mar natural a90 ºC, indicando não haver ten -dência à corrosão por frestas nes-tas condições. Para a liga 825, nográfico comparativo apresentadona Figura 8, observa-se que opotencial de quebra do filme pas-sivo e o potencial de pite ocorremem potencial mais nobre que opotencial de frestas e que nestascondições de teste este materialsusceptível tanto à corrosão porfrestas quanto por pites. Já nocaso da liga 625, o comparativoentre as curvas de polarizaçãoobtidas com e sem dispositivo defrestas mostra que na ausência dedispositivo de frestas este materi-al apresenta muito baixa his-terese, não se mostrando suscep-tível a ocorrência de pites emágua do mar na tu ral a 90 ºC, eque este comportamento mudaao se incluir a fresta, indicandoque este material é passível àocorrência de corrosão por frestasnestas condições.Os resultados eletroquímicos

corroboram, de modo geral, comos resultados dos testes de imer-

de varredura. A ordem crescentede potencial de frestas obtidapara os materiais testados é apre-sentada abaixo:

fi 316 < liga 825 < Superduplex< liga C276 < liga 625 < liga 59 <liga 31

Observa-se nas curvas de po -larização obtidas que para os ma -teriais de maior PREN, ligaC276 e liga 59, ocorre apenasuma pequena histerese, resultan-do em menores diferenças entreo potencial de frestas e de repas-sivação, e indicando que estesmateriais não são susceptíveis àcorrosão por frestas nestas con -dições. Para os demais materiaisobserva-se uma histerese signifi -ca tivamente maior.A Figura 6 apresenta grafica-

mente as diferenças entre o po -tencial de frestas e o potencial derepassivação obtidos para cadamaterial. Embora a liga 31 apre-sente a maior diferença entre ospotenciais de frestas e de repassi-vação, o seu potencial para inici-ação da fresta é bastante elevado,da ordem de 600 mV(Ag/AgCl).Na literatura técnica 7, 8 encon-tra-se referência sobre o enobre -cimento do potencial a circuitoaberto de ligas de níquel e de

sob o dispositivo de frestas comprofundidade de pelo menos20 µm. Para avaliação da densi-dade de pites foram consideradostodos os pites acima de 10 µm.Embora não sejam exata-

mente correlatos entre si, os re -sultados dos testes de imersão semostraram coerentes com o es -perado quanto à susceptibilidadedos materiais à corrosão localiza-da em água do mar de acordocom os PRENs (tendência deque quanto maior o PRENmaior a resistência à corrosãolocalizada).O potencial redox da água do

mar à temperatura ambiente foide 172 mV(Ag/AgCl) aproxi-madamente e à 90 ºC observou-se um aumento do potencial sig-nificativo, tendo alcançado288 mV(Ag/AgCl).A Figura 5 apresenta as cur-

vas potenciodinâmicas com var -redura reversa obtidas para osdiferentes materiais avaliados,en quanto que na Tabela 3 en -contram-se os valores dos poten-ciais de corrosão a circuito aber-to (Ecorr) e dos potenciais defrestas (Efrestas) extraídos destesensaios eletroquímicos. Tambémfoi realizada polarização poten-ciodinâmica para a platina, apli-cando-se os mesmos parâmetros

Figura 9 – Curvas de polarização potenciodinâmica com varredurareversa para a liga 625 com e sem dispositivo de frestas em água do marnatural a 90 ºC

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de imersão sob condições de es -tagnação foram realizados emtrês etapas consecutivas comtotal troca do inventário de águado mar a cada etapa, totalizando19 semanas.Sob estas condições de teste,

obteve-se a seguinte classificaçãoem ordem de pior para a melhorperformance dos materiais avali-ados: UNS N08825< UNSS32750 < UNS N06625 < UNSN08031 < UNS N10276 <UNS N06059. As ligas UNSN10276 e UNS N06059 foramas únicas que demonstraramresistência à ocorrência de cor-rosão por frestas em água do marnatural a 90 ºC tanto a partirdos testes de imersão quanto dostestes eletroquímicos.Os materiais UNS N08825 e

UNS S32750 apresentaram cor-rosão por frestas significativa, nãosendo apropriados para os equi -pamentos de fundo de poço su -jeitos a altas temperaturas em ca -so de parada de injeção de águado mar, situação na qual as tem-peraturas podem alcançar 90 ºC.Os materiais UNS N08031 e

UNS N06625 apresentaramcomportamentos intermediárioscom vantagem para a liga 31observada nos testes de imersão.O material UNS N06625 apre-sentou leve corrosão por frestascaracterizada pela ocorrência depites com profundidade maiorque 20 µm sob a região do dis-positivo de frestas, o mesmo nãofoi observado para o materialUNS N08031 nos testes deimersão, embora os ensaios ele -troquímicos indiquem a possi-bilidade de ocorrência de cor-rosão por frestas em potenciaismais elevados.Para a aplicação dos materiais

UNS N08031 e UNS N06625,sobretudo da liga UNS N06625,em sistemas de contenção deareia expostos a reservatórioscom temperatura de 90 ºC, sedeverá empregar equipamentosque minimizem a geometria de

dio), gases dissolvidos (oxigê -nio), sólidos suspensos, matériaorgânica e organismos vivos,sendo difícil obter resultadosrepresentativos em laboratório,que reproduzam o aumento depotencial natural causado pelafor mação de biofilmes sobre asuperfície dos materiais. No en -tanto, nas condições de tempera -tura do presente trabalho, ouseja, 90 ºC, não são propícias àatividade microbiana, e somentenas condições normais de inje -ção de água do mar com tempe -ra turas na faixa ideal à atividademicrobiana é esperado um au -men to dos potenciais dos mate-riais pela atividade microbiana.Porém, neste caso, as tempera tu -ras são bem inferiores da ordemde 20 ºC. Conforme dados daliteratura os materiais comPREN superiores a 40, apresen-tam boa resistência à corrosãolocalizada (pite e frestas) naausência da adição de oxidantes,tais como hipoclorito, utilizadoscomo tratamento biocida 3.Vale ressaltar que a geometria

de frestas, incluindo o tipo dematerial do dispositivo, o torqueaplicado, a profundidade da fres-ta, a rugosidade, entre outros pa -râmetros, interfere na susceptibi -lidade à corrosão por frestas dosmateriais que formam filmespassivos.

ConclusõesEnsaios de imersão e de po -

larização potenciodinâmica comvarredura reversa foram realiza-dos para avaliação da susceptibi -li dade à corrosão por frestas emágua do mar natural a 90 ºC dasligas UNS N10276, UNSN06059, UNS N08825, UNSN08031, UNS N06625 e UNSS32750. Dispositivos de frestasdo tipo MCA (Multiple CreviceAssemble) foram fabricados emacetal de acordo com as dimen-sões descritas na norma ASTMG-48 e o torque aplicado a cadaum foi de 8,5 N.m. Os ensaios

são obtidos a 90 ºC. As ligasUNS N10276 e UNS N06059,valores de PREN, respectiva-mente de 68,3 e 75, apresen-taram os melhores resultadostanto nos testes de imersão quan-to nos de polarização eletroquí -mica, enquanto os piores resulta-dos foram obtidos para a referên-cia em aço inoxidável AISI 316,seguidos dos materiais UNSN08825 e UNS S32750. Osmateriais UNS N08031 e UNSN06625, com valores de PRENpróximos entre si, apresentaramcomportamentos intermediárioscom vantagem para a liga 31observada nos testes de imersão.Os resultados dos ensaios eletro-químicos corroboram com estavantagem em função do elevadopotencial de frestas necessáriopara iniciação da fresta obtidopara este material, porém, con-forme indicado pela grande his-terese em sua curva de polariza-ção com varredura reversa, apósiniciado o processo de corrosãopor frestas este material dificil-mente reformará seu filme passi-vo, já que apresentou a maiordiferença entre os potenciais defrestas e de repassivação entre osmateriais avaliados. Com isso,levando-se em consideração, tan -to os ensaios de imersão quantoos eletroquímicos, a ordem cres-cente de resistência à corrosãopor fretas é apresentada a seguir:liga 825 < Superduplex < liga 625< liga 31< liga C276 < liga 59.Para a aplicação dos materiais

UNS N08031 e UNS N06625,sobretudo da liga UNS N06625,em sistemas de contenção deareia expostos a reservatórioscom temperatura de 90 ºC, de -ve rá empregar sistemas de con-tenção que minimizem a geome-tria de frestas, de modo a mitigaro risco de redução da vida útil dainstalação e de produção de areiadevido à corrosão por frestas.A água do mar é uma mistu-

ra complexa de sais inorgânicos(principalmente cloreto de só -

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Eduardo Gullo Muller LopesTécnico Químico de Petróleo, Petrobras

Cynthia de Azevedo AndradeMSc., Química de Petróleo, Petrobras

Contato com a autora:[email protected]

Este trabalho foi classificado em primeirolugar pela melhor apresentação oral erecebeu o Prêmio Prof. Vicente Gentil noINTERCORR 2014, realizado em maioúltimo em Fortaleza/CE.

Corrosion Resistance of Stainless Steelsand Related Alloys by Use of FerricChloride Solution.

6. Norma ASTM G-46 – 94, StandardGuide for Examination andEvaluation of Pitting Corrosion.

7. F. J. Martin , E. J. Lemieux , W. E.O’Grady, and P. M. Natishan ,“Long-term ennoblement studies onNi_Cr-Mo alloys”, NACE Corrosion2006, paper n° 06305.

8. Stein Olsen, Perry Nice, ManuelMaligas and John Vicic, “MaterialSelection for Wellhead EquipmentExposed to Chlorinated and NaturalSeawater”, NACE Corrosion 1996,paper n° 80.

Flávia Maciel Fernandes GuedesDSc., Engenheira de Processamento,Pertrobras

Eva Maria de Oliveira PaivaTécnica Química de Petróleo, Petrobras

frestas, de modo a mitigar o riscode redução da vida útil da insta-lação e de produção de areia de -vi do à corrosão por frestas.

Referências bibliográficas1. Pit, B., Huizinga, S. and Jong, J.,“Materials and Corrosion Challengeswith Raw Seawater Injection”, NACECorrosion 2005, paper n° 05106.

2. Crum, J. R., Hazeldine, P. andShoemaker, L.E., “Evaluation ofMaterials for Seawater PlateExchanger Applications”, NACECorrosion 2007, paper n° 07248.

3. Alves, H., Aberle, D. and Stenner, F.,“Nickel Alloys and High Stainless Steelsfor Heat Exchangers and otherApplications in Chlorinated Seawater”,NACE Corrosion 2007, paper n°07215.

4. Norsok Standard M-001, rev. 4,“Materials Selection”, Agosto de 2004.

5. Norma ASTM G48 – 03, StandardTest Methods for Pitting and Crevice

A próxima edição terá como tema da Matéria de Capa a cobertura jornalística do II Seminário de Pintura Anticorrosivaque será realizado pela ABRACO em dezembro. Apresentará os principais avanços tecnológicos registrados e contará

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26 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Artigo Técnico

Inspeção para galvanizaçãoa fogo adequada

Fogo) é o mais eficiente. O pro -cesso é normalizado através daABNT NBR 6323 – Galvaniza -ção de produtos de aço ou ferrofundido – Especificação.Neste processo, a peça é to -

tal mente imersa no banho dezin co líquido (zinco fundidoentre 450 °C – 460 °C) e, toda asua superfície (externa e interna)que permitir o acesso do banhode zinco, será protegida. A mo -lha bilidade do zinco na superfí-cie da peça ocorre, com facilida -de, em função da boa fluidez dozinco fundido.A inspeção do material a ser

galvanizado é da maior impor -tân cia. A aceitação de um mate-rial de baixa qualidade antes dagalvanização conduzirá a umpro duto galvanizado de baixaqua lidade ao final do processo.O sucesso total do processo degal vanização a fogo começa pelasetapas de recepção e inspeçãodos bens, que nunca devem serconsideradas como etapas demenor importância.A principal vantagem da gal-

vanização a fogo é a possibilidadede processar grandes volumes detrabalho, isto é, um serviço per-feito estará diretamente relacio -nado à organização logística daplanta.Antes de começar todo o

pro cesso de galvanização (desdeo pré-tratamento da superfícieaté a galvanização propriamentedita) o supervisor de desloca-mento assegurar-se-á de que osartigos que esperam a galvaniza-ção tenham sido identificados

com uma etiqueta de aceitação eque o Inspetor e o Verificadorrea lizaram com sucesso as se -guin tes verificações na área derecepção:• Ventilação adequada para osar tigos “tipo embarcação” for -necida para evitar explosões.• Os artigos terão, onde necessá -rio, perfuração apropriada paraevitar os bolsões de ar, que re -sultarão em superfícies não gal-vanizadas e material flutuandono zinco.• A solda deverá estar livre deescória e de fluxo. Os respingosda solda devem ser mínimos.Os artigos, que forem soldadoscom alumínio ou têm inserçõesde alumínio, devem ser rejeita-dos devido ao fato de que estesmetais reagirão com o zincodu rante o processo de galvani -zação e serão danificados.• As estruturas fabricadas têm oscantos rebarbados para permi-tir o fluxo e a drenagem livredo zinco durante o processo deimersão.• Nenhuma pintura (à exceçãoda pintura solúvel em água)pode estar presente na superfí-cie do aço.• O potencial de distorção nãoexista.• O material, que foi danificadomecanicamente ou distorcido,em consequência da soldagem,deve ser excluído do grupo. Es -tes devem então ser reparadosou substituídos antes da galva-nização.• As quantidades e a massa con-forme destacadas nas notas de

Por Paulo Silva

Sobrinho

ResumoEste artigo apresenta o pro -

cesso de galvanização por imersãoa quente como o mais efici entepara proteção do aço e ferro con-tra a corrosão. A abordagemprin cipal é a forma como o pro-duto deve ser enviado pelo fabri-cante ao galvanizador, de forma agarantir o acabamento ideal dogal vanizado, assim como, seupro jeto possa permitir que toda asuperfície (interna e externa) te -nha contato com o zinco lique-feito. Desta forma o artigo men-ciona o quanto é importante averificação do acabamento dopro duto a ser galvanizado no re -cebimento da galvanizadora.

AbstractThis article presents the hot dip

galvanizing process as the mostefficient for protection of the steeland iron against the corrosion.The main boarding is the form asthe product must be sent by themanufacturer to the galvanizer, ofform to guarantee the ideal finish-ing of the galvanized one, as wellas, its project can allow that all thesurface (internal and external) hascontact with liquefied zinc. Insuch a way the article mentionshow much the verification of thefinishing of the product to be gal-vanized in the act of receiving ofthe galvanizer is important.

IntroduçãoEntre os processos de prote -

ção contra corrosão de peças deaço e de ferro fundido, a Galva -ni za ção por Imersão a Quente (a

Inspection for adequate galvanizing by fire

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C & P • Agosto/Setembro • 2014 27

entrega do material entrantetêm e devem reconciliar com asquantidades refletidas na docu-mentação de processamento.• Nenhum material não ferroso épermitido passar pelo processo,à exceção do bronze ou docobre.As Figuras 1 e 2 são exemplos

de adequação de peças para gal-vanização.Todos os componentes rece-

bidos pela companhia devem serinspecionados para assegurar aconformidade com a especifica -ção e às exigências colocadas. Ocontrolador de qualidade compi-

lará registros do fornecedor.O Controlador da Qualidade

verificará se todos os artigos en -trantes estão em conformidadecom as exigências especificadas,que são gravadas no registro deinspeção. Se os componentesforem aceitos, o controlador daqualidade finalizará a folha deregistro do fornecedor com ainformação relevante. Todos oscomponentes serão identificadoscomo aceitos com uma etiquetaapropriada e liberados para se -rem processados.Os componentes encontra-

dos não aceitáveis serão relatados

ao Gerente da Galvanização de -pois que uma etiqueta específicaseja fixada ao material não acei -to. Depois que os materiais sus-peitos forem retificados, po derãoser liberados unindo-se uma eti-queta de liberação. Alternativa -men te, se caso determinados ma -teriais não puderem ser retifica-dos, uma etiqueta de REJEI -ÇÃO é anexada e os ma teriaisnão devem ser galvanizados. Umrelatório de não conformidade éelaborado, o cliente informado,seguido por uma ne gociação como mesmo, que po de concordar,com intuito de me lhorar a quali-dade dos produtos zincados.No processo de galvanização,

todas as superfícies, interior e ex -terior, são revestidas com o zincoque se liga metalurgicamente aoaço base, inibindo a corrosão.Esta ligação metalúrgica ocorrerásomente se a superfície do açoestiver perfeitamente limpa. Ométodo preliminar da limpezaem uma planta de galvanização éa imersão do aço nos banhosquí micos (desengraxe, decapa -gem e fluxagem) durante a etapade pré-tratamento.Quando a limpeza química

não é previamente eficaz devidoà presença de verniz, de tintas àbase de óleo, de marcadores in -dustriais, escória de solda, ou,areia (usada na manufatura defundidos), pode-se sugerir o jate -amento abrasivo.É importante notar que o

jateamento abrasivo é eficaz nalimpeza de superfícies exteriores,mas pode não ser eficaz na remo -ção dos contaminantes em fen -das pequenas, frestas ou em su -perfícies escondidas, tais como, ointerior de uma tubulação. Assu perfícies com essas configura -ções poderão beneficiar-se dalimpeza química, além do jatea-mento abrasivo.

Material entranteA inspeção cuidadosa dos

artigos, antes de serem galvaniza-

Figura 1 – Galvanização de montagens enclausuradas

Figura 2 – Montagem com cantoneiras

Abertura de inspeçãoVentilação

Defletoresrecortadosnos cantos

Furo deenchimentoe drenagem

Cantoneiras em ângulo devem,se possível, ser interrompidasantes da base da flange principal

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em produtos completamente re -vestidos, com espessura de cama-da especificada, com perfeitoacabamento e, principalmente,sem riscos para os colaboradorese sem danos ao meio ambientedurante todo o processo.

Referências bibliográficas1. Guia da Galvanização – ICZ –Instituto de Metais não Ferrosos;

2. Inspector Course – HDGASA – HotDip Galvanizers Association SouthAfrica.

Paulo Silva SobrinhoEnge nheiro Metalurgista, graduado pe laFAAP-SP..Atualmente é Coordenador Técnico doICZ – Instituto de Metais Não Ferrosos eCoordenador da CEE 114 –Galvanização por Imersão a Quente – doCB 43 da ABNT

Contato: [email protected]

mento liso do revestimento;• os artigos fornecidos com dre -nagem e furos de respiradouroserão suspensos de tal maneiraque a drenagem e a ventilaçãosejam eficazes durante a imer-são isto é, de modo que o arpossa esca par das superfíciesinternas durante a imersão, evi-tando assim superfícies semrevestimento e fazendo comque o zinco adicional seja dre -nado durante a retirada do ba -nho de zinco fundido;• os gabaritos serão carregados àcapacidade máxima, pa ra atin-gir o melhor na qua lidade e naprodutividade;• a máxima largura, comprimen-to e profundidade de cada car -ga estejam dentro das dimen-sões dos tanques de processa-mento evitando, assim, os da -nos às paredes e aos assoalhosdos tanques;• o material será suspenso, de talmaneira que o contato com osganchos e as correntes reutili -záveis seja limitado tanto quan-to possível, reduzindo o des-perdício de produtos químicosdo pré-tratamento e de zinco.

Desta forma, o material es -tará pronto para a passagem portodas as etapas do processo degalvanização a fogo, resultando

dos, assegura que:• os artigos foram identificados eas quantidades foram verifica -das conforme documento depro cessamento;• o material inadequado para gal -vanização, conforme menciona-do anteriormente, foi ar maze -nado separadamente e a do cu -mentação necessária de nãoconformidade foi preenchi da.

Cabe ressaltar que o fornece-dor deve ser notificado imediata-mente de toda não conformida -de a respeito do projeto e da fa -bricação.

Carregamento para agalvanizaçãoO material será carregado nos

gabaritos de imersão que foramprojetados apropriadamente pa -ra acomodar artigos específicos.As correntes, ganchos ou aramessão fornecidos para a fixação domaterial junto aos gabaritos.Antes de mergulhar as peças

é importante assegurar-se que:• sempre que possível, os artigosserão suspensos verti cal mente,ou, num ângulo o quanto pos-sível próximo de 45º. Isto for -necerá a dre na gem eficiente deprodutos químicos do pré-tra -tamento e do zinco fundido,ten do por resultado um aca ba -

Figura 3 – Exemplo de sustentação de materiais a serem galvanizados

28 C & P • Agosto/Setembro • 2014

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Artigo Técnico

Obtenção de oxidação anódicade nanotubos de TiO2 sobre Ti para

aplicações biomédicas

IntroduçãoAtualmente, a demanda por

implantes artificiais em huma -nos está aumentando rapida -men te, devido ao aumento daexpectativa de vida da populaçãoe a perda de funções do corpodevido ao processo de envelheci-mento e a acidentes, tornandone cessário maiores estudos ares peito de materiais que possamser utilizados para este fim1 – 4.Para expandir a aplicação de al -gumas ligas metálicas comobiomateriais, é necessário de -sen vol ver e estudar metais e li -gas que possuam resistênciame cânica adequada e resistên-cia à corro são, que é condiçãonecessária pa ra que ocorra abiocompatibi li dade5, 6. Por isso,algumas ligas de Ti tornam-semateriais inte res santes para pes -quisas na área biomédica, porapresentarem propriedades me -câ nicas adequadas, resistência àcorrosão e biocompatibilidadelocal e sistêmica 2, 3.Sabe-se que a resposta bioló -

gi ca e o sucesso de um implantedependem das propriedades físi-co-químicas de sua superfície, edeste modo, a superfície pode serconsiderada como uma partemui to importante de materiaisutilizados em implantes ortopé -di cos. Como o Ti é consideradoum material bioinerte, ou seja,ele não se liga diretamente ao or -ganismo vivo, torna-se necessáriaa utilização de métodos de modi -ficação de superfície para melho-rar a atividade biológica destesma teriais e favorecer a formação

óssea 1, 7 – 9. Assim, uma série detécnicas de tratamentos de su -perfícies tem sido utilizada paramodificar a superfície do materi-al, com o objetivo de atender aum melhor desempe nho fun-cional do produto.Atualmente, diversos trata-

mentos de superfícies têm sidoaplicados aos implantes de titâ -nio ou de suas ligas, envolvendodesde tratamentos puramentemecânicos que visam o aumentoda rugosidade superficial até tra -tamentos que envolvem mudan -ças nas propriedades físico-quí -mi cas da superfície, tais comofor mação de uma fase de TiO2

anatase, recobrimento por apati-tas, tratamentos químicos, e ob -tenção de superfícies nanoestru-turadas, como, por exemplo,nanotubos de TiO2

10.Materiais nanoestruturados

propiciam interações completa-mente novas entre superfíciesdos implantes e as células, pois aárea superficial é notavelmenteau mentada, além da topografiapoder ser nanomodificada paraassemelhar ao tecido ósseo nati-vo 11. Nanoestruturas de TiO2

têm recebido muita atenção nosúltimos anos devido a proprie -dades de foto-excitação e fortespropriedades catalíticas, além deoutras potenciais aplicações téc-nicas como, por exemplo, emimplantes ortopédicos e odon-tológicos 10. Recentemente, veri -fi cou-se que tanto poros nano -mé tricos como camadas tubula -res de óxidos sobre ligas de Tipo dem aumentar a bioatividade

Por Nilson Tadeu

C. de Oliveira

ResumoÉ conhecido que a resposta

bio lógica e o sucesso de um im -plante dependem das proprie -da des físico-químicas e biológi-cas de sua superfície, e como oTi é considerado um materialbio i ner te, torna-se necessária auti li zação de métodos de modi -fica ção de superfície para me -lhorar sua atividade biológica efavorecer a formação óssea. Re -cente men te, verificou-se quetan to po ros nanométricos co -mo nano tu bos sobre titânio esu as ligas po dem aumentar abio atividade e melhorar a osse -o integração dos implantes. Por -tan to, o objetivo do presentees tudo foi a obten ção via oxida -ção anódica de na no tubos deTiO2 sobre Ti para apli caçõesbiomédicas.

AbstractIt is known that the biologi-

cal response and the success of anim plant depends on the physico-chemical and biological proper-ties of its surface and as Ti is con-sidered a bioinert material, it be -comes nec es sary to use methods ofsurface mod ification to improveits biological activity and pro-mote bone formation. Recently itwas found that nanometric poresand nanotubes formed on Ti andits alloys can enhance the bioac-tivity and im prove osseointegra-tion of the im plants. Thereforethe aim of this stud y was toobtain self-organized TIO2 nan-otube layers on Ti for bio medicalapplications.

C & P • Agosto/Setembro • 2014 29

Obtaining TiO2 nanotubes by anodic oxidation on Ti for biomedical applications

Co-autores:Claudemiro

Bolfarini e Julia

Felipe Verdério

Nilson53:Cristiane43 9/24/14 3:12 PM Page 1

e a osseointegração de um im -plante 12 – 14.Nanotubos de TiO2 podem

ser obtidos por várias técnicastais como método sol-gel, depo -sição eletroforética e anodizaçãoeletroquímica. Para aplicaçõesbio médicas, a adesão e integri-dade mecânica são muito impor-tantes, sendo que o método deanodização é o que apresenta osmelhores resultados, além de,sob condições otimizadas, serum método eficiente e econômi-co para a obtenção de nanotubosordenados em superfície de bio-materiais 10, 12 – 14.Segundo a literatura 8, 15, 16, a

obtenção via eletroquímica e as

ca racterísticas dos nanotubos deTiO2 (como por exemplo geo -me tria, comprimento, diâme -tro), dependem de vários parâ -me tros e condições experimen-tais. Dessa forma, a obtenção dosnanotubos sobre o titânio e suasligas demanda uma extensiva oti -mi zação dos parâmetros eletro-químicos utilizados.Nesse contexto, um projeto

de Jovem-Pesquisador financiadopela FAPESP, vem sendo de sen -volvido sob nossa coordena çãodesde 2012 no Departamen to deEngenharia de Materiais daUFSCar, integrando várias áreasdo conhecimento, visando deter-minar as melhores condições ex -

pe rimentais empregando-se ométodo eletroquímico de oxida -ção anódica para a obtenção denanotubos com diâmetros, com-primentos, geometrias e micro es -truturas otimizadas para aplica -ções em implantes, tanto sobre Tipuro grau II como sobre as ligasbiomédicas de titânio já consa -gradas ou recém-desenvol vidas.No presente trabalho são apre sen -tados os estudos para o Ti puro.

Materiais e MétodosPara a formação de nanotubos

sobre as superfícies de amos trasde Ti puro grau II (ASTM F67),foi empregado o método de oxi-dação anódica em solução con-tendo íons fluoreto, com au xíliode uma fonte de potência. Nestatécnica, o potencial esco lhi do eraaplicado diretamente so bre o sis-tema, e mantido pelo tempo totaldo experimento, sem interrupçãoou alteração em seu valor.

ResultadosEm estudos preliminares,

rea lizados para analisar a influên-cia do tempo de anodização naformação dos nanotubos, utili-zou-se uma solução eletrolítica epotencial de anodização citadosna literatura 17.Parâmetros experimentais:

• Solução de H3PO4 1 mol/L + + HF 0,3 % (m/m);

Figura 1 – a) Variação da corrente em função do tempo para anodização de Ti, a 20V em solução de H3PO4

+ HF por 1h. b) Fotografia de amostras de Ti anodizadas nas mesmas condições do item (a), mas durantediferentes tempos: 1 min., 8 min., 20 min. e 1 h.

a b

Figura 2 – Micrografias MEV das amostras de Ti (Fig. 1) anodizadas a20V em solução de H3PO4 + HF durante 1 min., 8 min., 20 min. e1 h.

30 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Nilson53:Cristiane43 9/24/14 3:12 PM Page 2

aleatoriamente começa a ocorrersobre toda a superfície, levando aformação e crescimento de porosna camada superficial de óxido,causando aumento na densidadede corrente. No estágio final, amor fologia de crescimento dospo ros muda gradualmente, che -gando a uma morfologia homo -gê nea e auto-organizada. Nestepro cesso, ocorre competição en -tre a formação e a dissolução detubos de óxidos. A mudança decrescimento irregular para regu-lar dos tubos ocorre gradualmen -te, onde uma situação de fluxoestacionário de corrente é esta -belecida 18.Análises por MEV (Figura 2)

mostram aumento da rugosida deda superfície com o aumento dotempo de anodização, sendo queapós 20 minutos já é possí vel no -tar alguns nanotubos, e após 1 h.pode verificar a presen ça de na -no tubos auto-organizados so bretoda a superfície do metal.Baseando-se nestes resulta-

dos, se verificou que 1 h. é tem -po suficiente de aplicação dopotencial para a obtenção dosnanotubos sobre Ti, utili zando-se esta solução eletrolítica es -pecífica, sen do que para temposmaiores, ocorre apenas o au -mento do com primento dosnanotubos.Fixando-se o tempo de ano -

dização em 1 h, variou-se o po -ten cial de 5 V a 25 V, e os resul-tados obtidos são exemplificadosna Figura 3, para 15 V e 20 V.Nestas micrografias, pode-se ve ri -ficar nanotubos auto-organiza-dos, distribuído homogenea men -te sobre todo superfície e comdiâmetro maior para o potencialmais alto.Para se analisar a influência

do potencial de anodização sobreo diâmetro dos nanotubos, naFigura 4, representou-se os dife -rentes potencias e diâmetros ob -tidos para a solução estudada.Nota-se que o diâmetro dos na -no tubos varia linearmente com o

Amostras de Ti foram retiradascom diferentes tempos nas mes-mas condições de anodização, everificou-se mudanças significa-tivas na cor da superfície, partin-do de azul escuro a 1 min. che -gando a cinza após 1 h. A corazul é indicativa da presença deum filme de TiO2 sobre a super-fície 19, sugerindo a formaçãodes te filme no início da anodiza-ção, com posterior desapareci-mento do mesmo com o passardo tempo e ação dos íons F-. Aqueda inicial da corrente é usual-mente associada com a formaçãode uma camada compacta deóxi do na superfície, e então umadissolução localizada distribuída

• Potencial de anodização: 20 V;• Tempo de anodização: 1 min.,8 min., 20 min. e 1 h.Na Figura 1, é apresentada a

variação da corrente com tempopara anodização durante 1 h., epode-se verificar um perfil seme -lhante ao apresentado na litera -tura 8, 15, 16, 18 para o caso em quehá formação de nanotubos, ouseja, inicialmente há uma quedarápida no valor da corrente e cer -ca de dois minutos após a apli -cação do potencial ocorre umno vo aumento da corrente, se -gui do de estabilização após apro -ximadamente 10 min., sem mai -ores alterações em seu valor du -rante o resto do experimento.

C & P • Agosto/Setembro • 2014 31

Figura 3 – Micrografias MEV das amostras de Ti anodizadas emsolução de H3PO4 + HF durante 1 h, a (a) 15 V e (b) 20 V

a b

Figura 4 – Diâmetro dos nanotubos em função do potencial aplicado,para anodização em solução de H3PO4 + HF

Nilson53:Cristiane43 9/24/14 3:12 PM Page 3

AgradecimentosOs autores agradecem a

FAPESP pelas bolsas (proc.2012/11350-0, 2012/17944-9)e auxílios (proc. Jovem-Pes -quisador 2012/01652-9) quetornaram este trabalho possível.

Referências bibliográficas1. PARK H.H., PARK I.S., KIM K.S.,

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3. OKAZAKI Y., RAO S., TATEISHIT., ITO Y. “Cytocompatibility of var-ious metals and desenvelopment ofnew titanium alloys for medicalimplants” Materials Science andEngineering, A243, 250-256,1998.

4. KURELLA, A., DAHOTRE, N.B.,“Review paper: Surface Modifica tionfor Bioimplants: The Role of LaserSurface Engineering” J. Bio ma te rialsAppl.; V.20; 2005.

5. OLIVEIRA N.T.C.; GUASTALDIA.C.; “Estudos eletroquímicos de ligasTi-Mo de interesse para biomateriais”Corr. Prot. Mat., Vol. 26, n. 2,2007.

6. OLIVEIRA N.T.C.; GUASTALDIA.C.; “Electrochemical stability andcorrosion resistance of Ti-Mo alloysfor biomedical applications” ActaBiomaterialia, Vol. 5, 399, 405,2009.

7. OLIVEIRA N.T.C; VERDERIOJ.F.; BOLFARINI C.; “Obtainingself-organized nanotubes on biomed-ical Ti–Mo alloys” ElectrochemistryCommunications, 35, 139–141,2013.

8. MINAGAR S., BERNDT C.C.,WANG J., IVANOVA E., WEN C.

ConclusõesOs resultados obtidos, no

presente estudo, podem ser su -ma rizados como se segue:• É possível obter, via anodizaçãoeletroquímica, nanotubos auto-organizados, definidos e homo-geneamente distribuídos pelasuperfície do Ti em soluçõesaquosas e orgânicas.• Análises por MEV revelaramque nanotubos auto-organiza-dos podem ser obtidos com 1 hde anodização.• Os diâmetros dos nanotubossão proporcionais ao potencialaplicado, apresentando relaçãoli near entre o diâmetro e o po -tencial.• Usando-se solução orgânica(eti le noglicol) com baixa con-centração íon F- e altos poten-ciais e tempo de anodização,foi possí vel a obtenção de na -no tubos al tamente organiza-dos, com geo metria bem defi -nida e circular.

potencial. Esta propriedade épar ticularmente importante paraaplicações em biomateriais, poisde acordo com a literatura 20 – 22,o diâmetro dos nanotubos ouna noporos formados nas superfí-cies de implantes influencia demaneira significativa a osseointe-gração destes dispositivos.De acordo com diversos

autores 8, 15, 16, 23 a geometria dosnanotubos pode ser influenciadapela solução eletrolítica utilizada,alterando-se não somente o pH,mas também utilizando-se solu -ções não aquosas (ex, etilenogli-col, glicerol), com pouca ou semnenhuma água.Por isso, utilizando-se uma

solução totalmente sem água,0,25 mol/L de NH4F em etile -no glicol 7, obteve-se nanotubosho mogêneos, com geometriabem definida e circular, sendo,no entanto, necessárias no míni-mo 4 horas de anodização a 40 V(Figura 5).

Figura 5 – Micrografia MEV de vista parcial lateral de camada denanotubos formados sobre Ti em solução de etilenoglicol + NH4F, comaplicação 40 V por 4 h

32 C & P • Agosto/Setembro • 2014

Nilson53:Cristiane43 9/24/14 3:12 PM Page 4

Nilson Tadeu Camarinho de OliveiraMestrado em Química pela UniversidadeFederal de São Carlos (2000) e doutoradoem Química com ênfase em Físico-Química pela Universidade Federal deSão Carlos (2004). Experiência na áreade Química, com ênfase emEletroquímica, atuando principalmentenos seguintes temas: ligas de titânio, ligasbiocompativeis, corrosão, modificação desuperfície de implantes e obtenção de car-acterização de nanotubos de TiO2.

Julia Felipe VerdérioGraduação em Engenharia de Materiaisprevista para dezembro de 2015 pelaUniversidade Federal de São Carlos.

Claudemiro BolfariniMestre em Engenharia Metalúrgica e deMateriais pela Universidade Federal doRio de Janeiro e Doutor em Tecnologia deFundição pela Rheinisch-WestfalisheTechnische Hochschule em Aachen,Alemanha. Professor titular doDepartamento de Engenharia deMateriais da Universidade Federal de SãoCarlos.

Contato com o autor:[email protected]

Este trabalho recebeu o Prêmio deExcelência da Sessão Pôster noINTERCORR 2014, realizadoem maio último em Fortaleza/CE.

Ed., 50, p.2904 – 2939, 2011.17. BAUER S., KLEBER S., SCHMU-

KI P. “TiO2 nanotubes: Tailoring thegeometry in H3PO4/HF electrolytes”Electrochem. Communications 8,1321–1325, 2006.

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21. PARK J., BAUER S., SCHLEGELK.A., NEUKAM F.W., VON DERMARK K., SCHMUKI. “TiO2

Nanotube Surfaces: 15 nm — AnOptimal Length Scale of SurfaceTopography for Cell Adhesion andDifferentiation.” Small, 5, No. 6,666–671, 2009.

22. BAUER S., PARK J., FAL-TENBACHER J., BERGER S.,VON DER MARK K., SCHMU-KI P. “Size selective behavior of mes-enchymal stem cells on ZrO2 andTiO2 nanotube arrays”. Integr. Biol.,1, 525–532, 2009.

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C & P • Agosto/Setembro • 2014 33

Nilson53:Cristiane43 9/24/14 3:12 PM Page 5

Opinião

ransformar o substantivoem verbo. O que isso querdizer?

• Já fez até o final aquela dietaque sempre começa?

• Tirou aquele projeto tão pen-sando do papel?

• Consegue tirar proveito de to -das as ações e decisões do diapara se aprimorar para o diaseguinte, mais consciente ealerta das oportunidades?

• Contribuiu de alguma formapara auxiliar alguém que váalém dos seus, dos que ama?

Se respondeu não ao menosduas vezes para as perguntasaci ma, você precisa passar dosubs tantivo para o verbo. Pre ci -sa agir e realizar! Para isso, te -mos que es tipular metas, comob jetivos e in dicadores preci -sos. Sem data-li mi te para acon-tecer, nada funciona.

O ROI (Return on Invest -ments) ser ve para avaliarmos se asmetas, objetivos e indicadores es -tão de acordo com o investimen-to empregado, seja de tempo, di -nheiro, pessoas, tecnologias etc.Não vejo problema em ser assim,pois é dessa forma que gira omundo capitalista.

O desafio da abordagem sus-tentável na estratégia de qual-quer empresa está em tornarmensurável o que é qualitativo.

Em um hospital, por exem -plo, questões ligadas aos im pac -tos ambientais nas operações, co -mo a utilização da água nas la -van derias especiais, o aproveita-mento das edificações na coleta

Roberta Valença

Como “sustentabilizar” o ROI?O que é complexo deveria ser mais simples, pois existe um valor intrínseco nos resultados intangíveis

Roberta ValençaCEO da Arator, consultoria especializada em projetos de sustentabilidade com inovaçãoCon ta to: [email protected]

da água da chuva, a gestão correta dos resíduos sólidos que ge ramriscos à sociedade e a racionalização dos custos e aumento de receitasão indicadores passíveis de gerar boa visualização do ROI.

Por outro lado, o bem-estar dos pacientes, resultado de diversasvariáveis como a excelência no atendimento prestado pelo corpo clíni-co; a arquitetura e design ligados à hotelaria hospitalar, que reúnemcuidados com o ambiente e as acomodações, dando suporte físicomais adequado; os aspectos nutricionais; a orientação dos pacientespara ajudá-los a entender suas enfermidades; e as terapias comple-mentares são elementos fundamentais na cura, mas difíceis de quan-tificar. Como saber o retorno efetivo?

Como avaliar o ROI que um bom relacionamento com o pacientee todos os stakeholders pode gerar para o hospital? Basicamente, os cus-tos são mão de obra, treinamento e tecnologia. Mas será que a avali-ação é somente sobre esses aspectos?

O que é complexo, na verdade, deveria ser mais simples, poissabemos que existe um valor intrínseco nos resultados intangíveis.No entanto, o modelo de gestão enxerga resultados por meio dosnúmeros.

Comecemos por olhar alguns quadrantes que afetam o mercadodo seu negócio. Podem ser interferências de longo prazo, mudançasno parâmetro legal que alteram o curso vigente, atualizações nos va -lores cobrados e também o peso da concorrência atenta e proativa. Asugestão é elencar áreas-chave para a instituição, que forneçam indi-cadores necessários.

Feito isso, é hora de traçar dois cenários: como era a empresa antesdas ações de sustentabilidade e como ficou depois. No centro fica aregião mais importante do processo, pois aqui se misturam os novosvalores com as crenças, visão e missão da companhia. É o momentode resgatar o sonho do fundador e fazer o link com essa nova abor-dagem. Estes passos vão determinar, diferenciar e definir o bom anda-mento do projeto.

Daí para frente, com iniciativas desenhadas, metas claras e causastransparentes e compartilhadas, é bem mais provável que seja feitauma boa entrega do que foi proposto, com ganhos mensuráveis.

Aos poucos, o exercício de tornar o que é qualitativo em quantita-tivo fica mais fácil e será possível perceber que, apesar da sustentabili-dade prover assertivamente resultados a longo prazo, também é pos-sível aferi-los em curto prazo.

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Opinião53:Opinião40 9/23/14 5:47 AM Page 1

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PRÉ-TRATAMENTO PARA PINTURA DO ALUMÍNIO

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