28
maggio - agosto 2016 - n 5-8, 2016 - filiale di roma, italy - tassa pagata - taxe Perçue - mensile, anno Xlviii - sped. 2. comma 20/c, legge 662/96 - Poste Italiane S.p.a.- spedizione in abbonamento postale - D.L. 353/2003 - (Conv in L. 27/02/2004 n. 46) Art. 1, comma 2 DCB C OSMO C OSMO Bollettino del centro delle comunicazioni dell’ordine dei servi di maria Bulletin of the center for communications of the servite order Forlimpopoli: Madonna dei Servi - Modigliani Livio (1561-1606)

COSMO - servidimaria.netservidimaria.net/sitoosm/po/noticias/2016/c02.pdf · Frei Souriraj M. Arulananda Samy, ... história e a intuição carismática dos Sete Santos Fundadores,

Embed Size (px)

Citation preview

maggio

- a

gost

o 2

016 -

n 5

-8, 2016 -

filiale

di r

om

a, italy

- t

ass

a p

agata

- t

axe

Perç

ue -

mensi

le, anno X

lviii

- s

ped

. 2. com

ma 2

0/c

, le

gge 6

62/9

6 -Po

ste Italiane S.p.a.- spediz

ione in abbonamento postale - D

.L. 353/2003 - (Co

nv in L. 27/02/2004 n. 46) Art. 1, com

ma 2 DC

B COSMOCOSMOBollettino del centro delle comunicazioni dell’ordine dei servi di maria

B u l l e t i n o f t h e c e n t e r f o r c o m m u n i c at i o n s o f t h e s e r v i t e o r d e r

Forlimpopoli: Madonna dei Servi - Modigliani Livio (1561-1606)

FAMÍLIADOS SERVOS

DE MARIAUNIFAS

Frades Mosteirosfemininos

Religiosasvida

activa

Institutosseculares

OrdemsecularOSSM

DiaconiasLaicales

Gruposjovens

União de escolos dos servos

Presentesno exterior

Recente fundação uns

40 casais Cofradias daDolorosa

15.000 ca. membrosnos 5 continentes

Regnum Mariaeservite secular institute

19 congregaçöes nos 5continentes

8.500 religiosas

Presentes en Espanha,Moçambique, Italia,México - Alemanha

800 c. frades presentesnos 5 continentes

www.servidimaria.org 1 [email protected]

EDITORIAL

Lembra (olhar o passado com gratidão).Vive (viver o presente com paixão). Vai(abraçar o futuro com esperança). Essassão as três palavras inspiradoras do PapaFrancisco que meditamos durante i Ano daVida Consagrada (21 de novembro de2014 a 2 de fevereiro de 2016). Elas conti-nuam ecoando em nossos corações e emnossas mentes. O apelo do Papa Franciscoé como um sinal de trânsito em nossa vidafrenética, que nos pede para parar umpouco, olhar ao redor e seguir adiantecom uma nova compreensão e avaliaçãoda nossa vida cotidiana.

O Ano da Vida Consagrada (2014-2015) foimarcado por várias iniciativas dignas denota no mundo todo. Também o Centro deComunicações dos Servos de Maria mobi-lizou-se, em colaboração com os secreta-riados e oficiais gerais da Ordem, paraenfatizar a importância do evento. Por isso,a edição temática de COSMO (5-8, 2015)foi publicada em colaboração com o secre-tariado de Formação Permanente sob o tí-tulo “Os Servos de Maria no Ano da VidaConsagrada”. Nela encontramos o teste-munho de vida de alguns nossos irmãos eirmãs consagrados.

COSMO on line, por seu turno, tem veicu-lado periodicamente notícias e outras ativi-dades realizadas em toda a Ordem paracelebrar o Ano da \vida consagrada. Alémdisso, três artigos sobre tremas específicosforam publicados, em resposta ao apelo doPapa Francisco. O primeiro artigo foi pre-parado pelo Instituto Histórico dos Servosde Maria sobre o primeiro objetivo da Cartado papa, isto é, "Olhar o passado com gra-

tidão" (Carta Apostólica do Papa Franciscoàs pessoas consagradas por ocasião doano da Vida Consagrada, nº I/1), [cf. COL.8/2]. O Centro de Comunicações OSM, emcolaboração com o secretariado geral daOrdem Secular e dos Grupos Leigos, ela-borou uma reflexão sobre o segundo obje-tivo indicado na Carta do papa, isto é,“Viver o presente com paixão", (nº I/2), [cf.COL. 8/8]. O secretariado geral de Forma-ção e Estudos preparou a terceira reflexãosobre o objetivo “Abraçar o futuro com es-perança", (nº I/3), [cf. COL. 9/1].A Congregação dos Institutos de Vida Con-sagrada e as Sociedades de Vida Apostó-lica publicou quatro cartas circulares paraenfatizar a importância do Ano da VidaConsagrada: Alegrai-vos, Perscrutai,Contemplai e Proclamai. Quando forampublicadas, elas foram apresentadas tam-bém em COSMO on line [cf. COL. 7/3; 7/9-10; 9/1; 9/10]

As três palavras do Papa Francisco juntocom os quatro títulos das cartas circularesda Congregação – um número global desete palavras – nos convidam hoje tambéma olhar o passado, viver o presente eabraçar o futuro para ver a vida consa-grada que dia após dia se nos apresentacom alegria, vigilância, contemplação eproclamação. Por isso, o Centro de Comu-nicações da Ordem houve por bem publicareste número temático de COSMO (5-8,2016), reunindo em edição única todos osartigos já publicados em COSMO on line.Santa Maria, nossa Mãe, nos acompanhepelo caminho da Vida Consagrada

Frei Souriraj M. Arulananda Samy, O.S.M.

Secretário Geral do Centro de Comunicações

dos Servos de Maria

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

O primeiro objetivo é olhar o passado com gratidão. Cada um dos nos-sos Institutos provém de uma rica história carismática. Repassar a pró-pria história é indispensável para manter viva a identidade e tambémrobustecer a unidade da família e o sentido de pertença dos seusmembros. Não se trata de fazer arqueologia nem cultivar inúteis nos-talgias, mas de repercorrer o caminho das gerações passadas paranele captar a centelha inspiradora, os ideais, os projetos, os valoresque as moveram, a começar dos Fundadores, das Fundadoras e dasprimeiras comunidades. […] Neste Ano, será oportuno que cada famí-lia carismática recorde os seus inícios e o seu desenvolvimento histó-rico, para agradecer a Deus que deste modo ofereceu à Igreja tantosdons que a tornam bela e habilitada para toda a boa obra (cf. Lumengentium, 12). Narrar a própria história é louvar a Deus e agradecer-Lhe por todos os seus dons. (Carta do papa Francisco, nº I/1).

Embora vivendo quase oitocentos anos depois do início da nossaOrdem, graças a Deus, contamos com uma documentação de ar-quivo e alguns textos hagiográficos de muito valor, entre os quais sedestaca, sem dúvida, a Legenda de origine Ordinis (LO). Atravésdesses textos podemos aproximar-nos da fonte da qual nasceu aOrdem. Tendo em mãos esse rico patrimônio, procuramos reler ahistória e a intuição carismática dos Sete Santos Fundadores, se-gundo as orientações dadas pelo papa Francisco a todos os consa-grados e consagradas.

www.servidimaria.org 2 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

OLHAR O PASSADOCOM GRATIDÃO

www.servidimaria.org 3 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

1. Ideais, projetos e valores.

Bem no começo da nossa Ordem, quandoestes nossos ilustres Primeiros Pais se reuni-ram para viver em comunidade, todo o povocomeçou a chamá-los de frades Servos daSanta Virgem Maria (LO 32).

É com certo orgulho que temos consciência deser na Igreja a única Ordem formada, desde ocomeço, por “uma pequena comunidade dealmas irmãs” (Paulo VI) – frades –, que olhampara a Virgem Maria considerando-a como sua“centelha inspiradora” – Servos da Santa Vir-gem Maria.

Por isso, é fácil reconhecer que “os ideais, osprojetos e os valores” dos Sete Primeiros Paissão a comunhão fraterna o serviço inspiradona Virgem Maria. Assim foi logo percebido pelopovo.

Diz a Legenda: Unindo-os um ao outro de maneira íntima e ra-dical, [Nossa Senhora] fundou a Ordem sua edos seus Servos. Quis Nossa Senhora iniciara Ordem sua e dos seus Servos com sete ho-mens para que, com esse número, ficasse de-monstrado a todos, com absoluta clareza, queela queria orná-la, dotando-a em modo especialcom os sete dons do Espírito Santo (LO 15).

1 . I D E A L S ,P R O J E -T O S E V A L O -R E S

www.servidimaria.org 4 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

2. A ação de Deus: algo que vem antes.

Nas suas origens, está presente a ação deDeus que, no seu Espírito, chama algumaspessoas para seguirem de perto a Cristo,traduzirem o Evangelho numa forma parti-cular de vida, lerem com os olhos da fé ossinais dos tempos, responderem criativa-mente às necessidades da Igreja. (Carta dopapa Francisco, nº I/1).

Para qualquer forma de vocação cristã e,em modo particular, para a vocação à vidaconsagrada, é fundamental o que diz Mar-cos: Jesus chamou para seu seguimentoaqueles que quis e escolheu Doze “que per-manecessem com Ele” para colaborar naobra da salvação de vários modos (Mc3,13-15). Na origem da vocação está umchamado misterioso e real, a ação de Deus,“uma efusão particularmente abundantedos sete dons do Espírito Santo” (LO 15), àqual o homem e a mulher respondem, atra-ídos e surpresos:

Eles não se conheciam entre si.Mas, graças a Nossa Senhora,que os preparava para iniciar a suaOrdem, eles, por iniciativa própriae pelos frequentes encontros denegócios, acabaram se unindo porprofunda amizade e por laços deamor (LO 29)

Pouco a pouco, os Sete se dãoconta que Deus lhes mostra ummonte onde iriam se estabelecer“para finalmente realizar o desejoque tinham dEle” (ob sui desideriumadimplendum accederent: LO 41).

O modo como os Sete participa-ram da obra de salvação de Deus– “traduzir o Evangelho numaforma de vida particular, [...] lercom os olhos da fé nos sinais dostempos e [...] responder com cria-tividade às necessidades daIgreja” – é descrito pela Legendade origine Ordinis com uma fór-mula extraordinária: perfecte cari-tatis amicitia – «profunda amizadede caridade»:

Um sinal certo de que eles já esta-vam perfeitamente unidos por pro-funda amizade de caridade, com aintenção de instituir a nossaOrdem, é o fato que essa amizadefundada na caridade os levou aviver plenamente concordes, combenevolência e amor, nas coisasdivinas e humanas, segundo avontade de Deus. Já não podiam

suportar a ausência tem-porária entre eles e nemtolerar, sem grave incô-modo, de ser separadosum do outro, sequer poruma hora. Sua mente,que os mantinha unidos eos levava a se compraze-rem mutuamente nas coi-sas divinas e humanas,inspirou-os também aabandonar tudo e deixardefinitivamente de lado ascoisas terrenas. Movidospor esse firme propósito,decidiram viver juntos sob

o mesmo teto, comun-gando espiritual e fisica-mente uns com os outrose edificando-se mutua-mente com bons exem-plos, palavras e obras, afim de poderem um dia,na glória celeste, juntar-seem corpo e alma a Cristo,por cujo amor se haviamfeito amigos uns dos ou-tros (LO 29).

Dois aspectos tornam fas-cinante e concreta estaperfecte caritatis amicitia.

O primeiro é um ponto originário misteriosa-mente comum para avaliar a realidade – « eramplenamente concordes, com benevolência eamor, nas coisas divinas e humanas». É, de fato,uma novidade “revolucionária” o fato que o crité-rio para julgar a realidade não está na pessoaconsiderada individualmente, mas tem sua ori-gem na experiência pessoal de Deus de cadaum dos irmãos, que estão assim unidos à origempor um ponto que antecede a opinião pessoal.

O segundo elemento é a ternura face ao coti-diano: o fato de não poderem “suportar a ausên-cia temporária entre eles e nem tolerar, semgrave incômodo, de ser separados um do outro,sequer por uma hora” – segundo frei Pier GiorgioM. Di Domenico – demonstra a vontade de cres-cerem juntos, de jamais ceder à tentação de agirsozinhos porque talvez se poderia fazer as coi-sas melhor e mais depressa, de aceitar com pa-ciência os ritmos de cada um. Mostra-se aqui aconfiança absoluta na vida comum que, para a

2. AAÇÃO

DEDEUS:

A L G O Q U EV E M A N T E S .

www.servidimaria.org 5 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Legenda tem seu ponto de partida exata-mente na amizade. De fato, a amizadeajudou nossos Pais a se manterem fieis aoseu propósito de vida penitente e os levoua cultivar o ideal de “viver juntos numa uni-dade não apenas espiritual, mas tambémde vida concreta, de modo que pudessemapoiar-se mutuamente com bons exem-plos, palavras e obras” (LO 29). A influên-cia da concepção religiosa de SantoAgostinho é aqui evidente. “Para SantoAgostinho, que começou a viver a expe-riência religiosa junto com um grupo deamigos, é inconcebível a busca da ver-dade sem a comunhão: sem a amizadenão pode existir a busca religiosa, e nemsequer a vida humana. […] A amizade in-jeta em nossas relações a abertura, a con-fiança e a carga afetiva sem as quais avida comum se torna fria: uma vida que dizpouco ».

A “forma de vida particular” com a qual osFundadores respondem “com criatividadeàs necessidades da Igreja”, aparece maisconcretamente no trecho que fala das três“tendas” ou “tabernáculos” (LO 44-45),que é mais uma jóia da experiência hu-mana e religiosa dois Sete.

Casa, memória de Cristo, fe-cundidade: estes são os trêselementos que encontraremossempre em nossa vida de reli-giosos ou leigos, em força donosso batismo, e que são ospilares que sustentam a nossaexistência.

Casa. Como a agente se sentebem numa casa bonita, numconvento bem cuidado. Sabe-mos como ao longo dos sécu-los a arquitetura e a arte têmsido escola de fé para muitasgerações. Mas não se trata defausto: as pedras da capela deMonte Senário sugerem umestilo de vida sóbrio, mas bemcuidado. Nossas casas, nos-sos conventos: quantos delesestão ornados sobriamente ecom bom gosto, de forma queestando neles a gente se sentebem. Isso porque nós fomoscriados para a beleza.

www.servidimaria.org 6 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Memória de Cristo. Este é o fundamento misterioso de tudo, exata-mente como o alicerce de uma casa e as raízes de uma árvore quenão se vêem, mas sustentam tudo. A intimidade com Ele, que sabe-mos estar presente nas circunstâncias da vida de tal forma que setorna possível descobrir Sua mão também nos acontecimentos quepodem levar a decisões importantes. Assim escreveu frei Ángel M.Ruiz em relação a um momento fundamental da vida dos Sete: «porum lado, a decisão de viver por um tempo vida mais retirada, saindoda cidade em obediência à vontade de Deus (LO 40 e 41) e, poroutro lado – depois de ter acolhido alguns companheiros – a decisãode deixar Monte Senário para ir ao encontro dos irmãos» (A. M.RUIZ GARNICA, Frei Aleixo, um dos Sete, Roma 2010, n. 9).

Quantos irmãos e irmãs, ao longo dos séculos e nos dias de hoje,renunciaram a seus projetos pessoais para obedecer às circunstân-cias! Não é possível que essa experiência aconteça alegremente –sem qualquer ressentimento – a não ser que se esteja em perfeitacomunhão e memória com Cristo. Também o fato que o governo daOrdem tenha passado ainda no começo das mãos do grupo originá-rio para outros mostra que tal desapego é uma criatura dos Funda-dores, alguns dos quais ainda vivos, e é uma prova da humildadedeles. Daí se compreende o que era considerado mais importantepara frei Aleixo e seus companheiros.

Fecundidade. No mundo ociden-tal não é fácil ter como perspec-tiva a construção de uma família,seja ela carnal ou religiosa: pa-rece que temos pouco fôlegopara enfrentar situações difíceisdevido aos ares de relativismoque respiramos.

Mas como é bom quando irmãose irmãs se encontram juntos etêm perspectivas de futuro, dedar continuidade à obra que está

sendo construída: a universali-dade da nossa linda Família,continuamente fortalecida porpedidos de pessoas que queremcompartilhar a vocação dos Ser-vos e Servas de Maria em váriasformas de vida, confere ao nossoanseio de fecundidade um funda-mento sólido. Isso é o que su-gere o papa quando pede para“ler com os olhos da fé os sinaisdos tempos”.

www.servidimaria.org 7 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

CASA, MEMÓ-RIA DE

CRISTO,AND

FECUN-DIDADE

“ler com os olhosda fé os sinaisdos tempos”

3. Os ramos da “videira” de MonteSenário expandem-se pelo mundo in-teiro.

Depois a experiência dos inícios cre-sceu e desenvolveu-se, tocando outrosmembros em novos contextos geográfi-cos e culturais, dando vida a modosnovos de implementar o carisma, anovas iniciativas e expressões de cari-dade apostólica. É como a sementeque se torna árvore alargando os seusramos. […] É uma forma também parase tomar consciência de como foi vividoo carisma ao longo da história, quecriatividade desencadeou, que dificul-dades teve de enfrentar e como foramsuperadas. Poder-se-á descobrir incoe-rências, fruto das fraquezas humanas,e talvez mesmo qualquer esquecimentode alguns aspectos essenciais do cari-sma. Tudo é instrutivo, tornando-se si-multaneamente apelo à conversão.(Carta do papa Francisco, nº I/1).

O crescimento e o desenvolvimento daexperiência inicial não aconteceu semtraumas. É bonito e surpreendente con-statar já na própria Legenda de origineo caminho de conversão que significoupara os Sete a abertura a situaçõesnovas, que o papa Francisco definecomo “surpresas de Deus”.

Como já dissemos os Sete, vivendouma experiência concreta de “amizadede caridade que os levava, com doçurae amor, [...] a viverem concordes naavaliação, à luz da vontade de Deus,das coisas divinas e humanas” (LO 29),chegam a descobrir que, assim comowww.servidimaria.org 8 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Deus estivera comeles no início de suaaventura espiritual, domesmo modo “daação de Deus depen-dia também o propó-sito radical dessaspessoas desejosas deunir-se a eles na prá-tica da penitência” e,modificando seu pro-jeto inicial, emboralhes custasse aban-donar as delícias dacontemplação paradedicar-se aos cuida-dos dos outros, no en-tanto, querendo emtudo cumprir a vonta-de de Deus - e elesbem sabiam que eravontade de Deus tudoo que acima referimos- dispuseram-se aaceitar os irmãos queconsideravam temen-tes a Deus. E, desdeentão, admitiram al-guns ao seu convívio(LO 48).

É sempre assim: todocrescimento, toda mu-dança traz em si tam-bém a experiência davirgindade e do desa-pego da “criatura” àqual se dera a vida.Mas vejam que como

esta virgindade é fe-cunda! Disso são si-nais inequívocos, em-bora não únicos, osvinte e nove irmãos eirmãs que a Igreja ele-vou à honra dos alta-res, os mosteiros fe-mininos de vida con-templativa, as congre-gações femininas devida ativa, os institutosseculares, as nume-rosas fraternidades daOrdem Secular, asdiaconias leigas, osvários movimentos lai-cais e a Rede deEscolas Servitas, alémdos professos solenese dos jovens em for-mação, dos cinco con-tinentes. Não podemos esque-cer o destaque dadodesde o século XVI àdevoção a Nossa Sen-hora das Dores, am-plamente correspon-dida pela sensibilida-de do povo, contri-buindo para a forma-ção de numerosasconfrarias e inspiran-do muitas congrega-ções femininas agre-gadas à Ordem. Em-bora a redescobertado mistério global da

pessoa de Maria, apartir da segunda me-tade do século passa-do, tenha corrigido al-gumas distorções des-sa devoção, NossaSenhora das Dorescontinua sendo umdos aspectos mais ori-ginais que o carismados Servos de Mariacontinua a oferecer àIgreja.

Digno de destaque é,por fim, o fato que to-das as tentativas dereforma que se suce-deram ao longo da hi-stória da Ordem (ostrês grandes movi-mentos reformistas eoutros, as tentativasde alguns até as quevieram depois do Con-cílio Vaticano II), em-bora provocando ten-sões significativas eaté duradouras, nuncachegaram a uma se-paração definit iva:este é fruto históricodo carisma da per-fecte caritatis amicitiavivida pelos Sete.

www.servidimaria.org 9 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

www.servidimaria.org 10 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Além disso, este Anochama-nos a vivercom paixão o pre-sente. A lembrançaagradecida do passadoimpele-nos, numaescuta atenta daquiloque o Espírito diz hojeà Igreja, a implementarde maneira cada vezmais profunda osaspectos constitutivosda nossa vida consa-grada (Papa Francisco,Carta, nº I/2).

O P R E S E N T E

Irmãos humildes eoperantes

A Ordem dos fradesServos de Santa Maria(OSM) nasceu emmeados do século XIII,época de expressivoretorno ao Evangelhofortalecido pelo surgi-mento das OrdensMendicantes. Os SetePrimeiros Pais, cultores

da amizade, quiseramviver o Evangelho emcomunhão fraterna, in-spirando-se em SantaMaria, Mãe e Serva doSenhor. No intuito deviver plenamente omandamento da cari-dade, fizeram-se ser-vos, a exemplo deCristo que veio paraservir e dar a vida emresgate de muitos.

1. Para nós, reunidos em nomedo Cristo e chamados a segui-lo de perto, será que Ele é defato amor que nos guia emnossa vida e inspira o nossoserviço?

2. Como vivemos nosso propó-sito de testemunhar o Evan-gelho em comunhão fraterna?Será que existem contrateste-munhos ou aspectos a seremrevistos à luz do Evangelho?

VIVER COM PAIXÃOO PRESENTE

www.servidimaria.org 11 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Desde os inícios do primeiro mona-quismo até às «novas comunida-des» de hoje, cada forma de vidaconsagrada nasceu da chamada doEspírito para seguir a Cristo segundoo ensinamento do Evangelho (cf.Perfectae Caritatis, 2). Para os Fun-dadores e as Fundadoras, a regraem absoluto foi o Evangelho; qual-quer outra regra pretendia apenasser expressão do Evangelho e in-strumento para o viver em plenitude.O seu ideal era Cristo, aderir inteira-mente a Ele podendo dizer comPaulo: «Para mim, viver é Cristo» (Fl1, 21); os votos tinham sentido ape-nas para implementar este seu amorapaixonado. A pergunta que somoschamados a pôr neste Ano é se ecomo nos deixamos, também nós,interpelar pelo Evangelho (PapaFrancisco, Carta, nº I/2).

A Videira de Monte Senário cre-sceu na história.

Ao longo dos séculos cresceu a vi-deira de Monte Senário: surgiram vá-rias expressões de vida cristãligadas à Ordem, mas com o mesmoobjetivo e a paixão de viver a men-sagem evangélica em contextos di-ferentes que exigiam uma respostaurgente de caridade operante.

Qual é o presente da nossa Ordeme da nossa família religiosa? Em pri-meiro lugar, é preciso dizer que o ca-risma da Ordem se estendeu avárias expressões de vida cristã.

Além dos frades, estão ligados ànossa família religiosa monjas, irmãsde 19 Congregações, membros dedois Institutos Seculares, da OrdemSecular e de Grupos Leigos (Leigasconsagradas, Diaconias leigas OSM,jovens missionários, amigos, benfei-tores…). E eles estão presentes,com a Ordem, nos cinco continentes,onde vivem sua vocação e compro-misso de serviço nas mais variadasculturas e situações.

Orantes e vigilantes no coraçãoda Igreja.

Na Família Servita, alguns foramchamados à vida contemplativa,orante e labori¬osa, hospitaleira efraterna, e assim nasceram os mo-steiros das monjas Servas de Maria(MON), hoje existentes na Itália(Arco [1689], Carpenedo di Mestre[1619], Montecchio Emilia [1805],Roma [1803], Sant'Angelo in Vado[c.1256]), na Espanha (Madrid, Sa-gunto), na Alemanha (Munique[1715]), no México (Celaya [1989]) eem Moçambique (Nampula [1986],Lichinga, Chokwe). Em Verona, se-guindo o ideal da vida contemplativa,algumas mulheres foram chamadasa rezar principalmente pelos sacer-dotes: em 2 de julho de 1927, o mo-steiro das Servas de Maria OblatasSacerdotais; e em 31 de julho de1964, o Movimento das TerciáriasRegulares Servas de Maria “Proclero”.

www.servidimaria.org 12 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

3. Nossa vida pessoal e comu-nitária fala de Deus? Nossavida de oração é verdadeira-mente tal que facilita o encon-tro com Deus?

4. Nossa casa oferece hospita-lidade adequada para os quebuscam a Deus? E nossa hos-pitalidade, eventualmenteacompanhada espiritualmente,constitui uma resposta ade-quada à sua busca?

Servas do s ú l t imo s no

campo edu ca c i ona l , s an i t á r i o , pa s t o ra l e s o c i a l

Em nossa família, outros sentiram-se chamados a prestar ser-viço aos mais abandonados no campo educacional, sanitário,pastoral e social. São dezenove as Congregações de irmãs Ser-vas de Maria.

SERVAS DE MARIA DE NÁPOLESNAP: Em 8 de maio de 1840, em Nápoles, Itália, a irmã MariaLuísa de Jesus Ascione (1799-1875), sob a orientação do Pe.Luigi Navarro (†1863), renunciou ao seu sonho de vida mo-nástica e, ao ver muitas crianças desprotegidas e abandona-das vagueando pelas estradas fundou o Pio Instituto de SantaMaria das Dores, para dirigir uma escola gratuita para as me-

ninas do bairro. O mosteiro de clausura em cons-trução tornou-se casa de acolhida e de educaçãopara muitas jovens. Além de uma ampla correspondência(cerca de 600 cartas), a fundadora publicou comentários (ver-sículo por versículo) de quase todos os 68 livros da Bíblia. O

Instituto foi agregado à Ordem em 25 de outubro de 1951

www.servidimaria.org 13 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

SERVAS DE MARIA DE CUVES/LONDRESLON: Em 10 de junho de 1840, três jovens (Barbe MarieGuyot (1821-1849), Élizabeth Plique, Louise Garnier) reuni-das em Cuves, França, sob a orientação do Pe. NicholasChantôme (1810-1877), deram início à Congregação dasirmãs Servas de Maria de Cuves/Londres (chamados ini-

cialmente de “Irmãs do Calvário”) para abrir uma escola parameninas pobres. A Congregação foi agregada à Ordem, em

junho de 1864.

IRMAS DE NOSSA SENHORA DA COMPAIXAO DE MARSELHAMAR: Em 26 de junho de 1843, em Marselha, França, o padre jesuíta,Jean-François Régis Barthès (1790-1861), com a autorização dosanto bispo Eugène de Mazenod (1782-1861), orientou um grupoinicial de nove irmãs (Madeleine Paul [†1844], Louise Constancede Privas [†1849], Elisabeth Albany Yve Barbet [†1849], ElisabethZénaïde Escalon [†1866], Victoire Zoé Maurin [†1859], HenrietteSauze [†1889], Rosalie Elisabeth Roche [†1900], Joséphine Bazin[†1881] e Rosalie Pierre [†1888]) para fundar a Congregação dasirmãs de Nossa Senhora da Compaixão de Marselha, para que se ocu-passem com a educação de meninas pobres e abandonadas. O Institutofoi agregado à Ordem em 7 de junho de 1992.

SERVAS DE MARIA DE RAVENARAV: Em 25 de agosto de 1852, em Ravena, Itália, Pe. Gior-gio Ghiselli (1815-1897) e Margherita Zamara,sensibilizadosdiante da situação de abandono e de marginalização em quese encontravam muitas meninas e adolescentes, fundaramo Instituto das Servas de Maria de Ravena, que foi agregado

à Ordem em 1868 (agregação confirmada em 24 de abril de1926 e em 1º de novembro de 1949).

SERVAS DE MARIA SANTISSIMA DOLOROSA DE FLORENÇAFIR: Em Florença, Itália, a irmã Verônica Donati (1824-), junto comum grupo de terciárias da Ordem, para responder às necessidadesde educação de meninas carentes e dos pobres, em 1854 fundou aCongregação das Servas de Maria Santíssima Dolorosa de Flo-rença que, em 1865, foi entregue pelo bispo local à irmã Maria Ju-liana Signorini (1815-1873) e que foi agregada à Ordem em 27 demarço de 1876.

www.servidimaria.org 14 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

IRMAS DA MADRE DOLOROSA SIERVAS DE MARIAINS. Em 8 de dezembro de 1854, em Tiruchirapalli, Índia, cinco

jovens (Amirthammal [1834-1905],Chinna Savriammal [1833-1868], Maria Nachathirammal [1834-1905], Maria Savariam-mal [1833-1864],Ursulammal [1830-1870]), orientadas porum jesuíta, pelo bispo local e por irmãs Reparadoras daFrança, lançaram as bases da Congregação de Nossa Sen-

hora das Sete Dores (que depois passou a chamar-se “Con-gregação da Mãe Dolorosa Servas de Maria), com a finalidade

de atuar no capo educacional, sanitário e pastoral. A Congregaçãofoi agregada à Ordem em 18 de setembro de 1927.

MANTELADAS SERVAS DE MARIA DE PISTOIAMSM: Em 6 de outubro de 1861, em Treppio (Pistoia), Itália, duas

terciárias Servas de Maria, Elena (irmã M. Filomena) Rossi(1822-1878) e Marianna (irmã M. Giovanna) Ferrari (1832-1900) - as quais haviam recebido o hábito na Basílica da San-tíssima Anunciada de Florença das mãos de frei G. Duccicom novo nome, respectivamente em 15 de dezembro de1858 e em 4 de outubro de 1861 - fundaram a Congregação

das Manteladas Servas de Maria, convocadas pelo povo “paradar aulas e cuidar dos enfermos”. A Congregação foi agregada à

Ordem em 16 de novembro de 1868.

SERVAS DE MARIA DE GALEAZZAGAL: Em 23 de junho de 1862, com o início da vida em comum de três

terciárias da Ordem (M. Giuliana Busi [1824-1891], M. Luigia Busi[1841-1896], M. Rosa Gallerani [1836-1909]), o beato FernandoMaria Baccilieri (1821-1893), pároco, fundou a Congregação dasirmãs Servas de Maria de Galeazza, com a finalidade de ajudar nasatividades pastorais da paróquia (catequese, visita às famílias e aosdoentes, cuidar da igreja paroquial, etc.). A Congregação foi agregada

à Ordem em 1883 e em 8 de dezembro de 1932.

MINIMAS DE NOSSA SENHORA DAS DORESMIN: Em 1˚ de maio de 1868, em Le Budrie, Bolonha, Itália, Santa Clélia

Barbieri (1847-1870), junto com três companheiras (Orsola Donati[1849-1935], Teodora Baraldi, Violante Garagnani), sob a orientaçãodo pároco Pe. Gaetano Guidi (†1900), deu início ao Instituto dasMínimas de Nossa Senhora das Dores com a finalidade de cola-borar com a paróquia na educação da juventude e na assistênciasocial. O Instituto posto sob a proteção de Nossa Senhora das

Dores e de São Francisco de Paula (1416-1507), fundador daOrdem dos Mínimos, foi agregado à Ordem em 9 de janeiro de 1951.

www.servidimaria.org 15 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

IRMAS COMPASSIONISTAS SERVAS DE MARIACOM: Em Castellamare di Stabia, Nápoles, Itália, a beata Maria Madalena Starace(1845-1921), ao fazer a profissão como terciária da Ordem, em 1867, re-cebeu do bispo a missão de dirigir a Pia União das Filhas de Maria ede ensinar catecismo às meninas. Em seguida, após fundar em 16de julho de 1869 com quatro coirmãs (Concetta Torre [†1883], Raf-faella Somma [†1922], Antonietta Scelzo [†1878], Giovanna Gaeta[†1919]) o Instituto das irmãs Compassionistas Servas de Maria, quis“associar-se à Paixão de Jesus e a Nossa Senhora das Dores e serviro próximo em todas as suas necessidades materiais e espirituais”. OInstituto foi agregado à Ordem em 1˚ de novembro de 1893.

SERVAS DE MARIA DOLOROSA DE NOCERASMN: E, 13 de julho de 1872, em Casola di Nocera, Salerno, Itália. airmã Maria Concília do Espírito Santo (Emilia Pasqualina Addatis,1845-1900), junto com três companheiras (M. Annunziata Marinelli,M. Serafina Giannattasio e M. N.), fundou o Instituto das Eremitasde Nossa Senhora das Dores (depois chamadas “Servas de MariaDolorosa de Nocera”) com a finalidade de cuidar das meninas órfãs.O Instituto foi agregado à Ordem em 15 de outubro de 1880.

SERVAS DE MARIA DOLOROSA DE CHIOGGIACHG: Em Chioggia, Veneza, Itália, Madre Elisa Sambo (1816-1897), orientada pelo Pe. Emilio Venturini (1842-1905), que-rendo solucionar a situação de marginalização e abandono emque viviam tantas meninas órfãs, depois e fundar em 1870 oInstituto São José, em 19 de março de 1873, lançou as basesda Congregação das Servas de Maria Dolorosa de Chioggia,que foi agregada à Ordem em 12 de fevereiro de 1918.

IRMAS SERVAS DE MARIA DOLOROSA DE PISAPIS: Em 28 de dezembro de 1895, em Pisa, Itália, sete oblatas hospi-taleiras do Conservatório de Santa Clara (Giovanna Pardelli [1834-1898], Concetta Sassetti [1866-1961], Maria Sassetti [1863-1958],Giuliana Brogi [1853-1923], Agostina Grisanti [1865-1897], TeresaGrisanti [1858-1947] e Eletta Dini [1862-1952]), abandonaram oinstituto onde prestavam serviço devido a dificuldades com seusadministradores e deram início ao Instituto das Irmãs Servas deMaria Dolorosa de Pisa, recebendo o hábito das mãos de frei Se-rafino M. Marcucci (1835-1905), autorizado pelo prior geral que go-vernou a Ordem de 1895-1901, frei Giovannangelo M. Pagliai(1847-1916). Era objetivo da nova Congregação dedicar-se à assistência dos do-entes. O Instituto foi agregado à Ordem em 1˚ de novembro de 1916.

www.servidimaria.org 16 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

SERVAS DE MARIA REPARADORASSMR: Em 12 de julho de 1900, em Rovigo, Itália, quatro irmãs,

M. Elisa Andreoli (1861-1935), sua mãe Margherita Ferraretto(1839-1914) e outras duas companheiras, Carmela Regonesi(1864-1928) e Agnese Vimercati (1869-1931), emitiram aprofissão religiosa, dando início à Congregação das IrmãsServas de Maria. Pouco tempo depois, em 1911, assumiram

como próprio o carisma da reparação mariana, acolhendo suapromotora, a irmã M. Dolores Inglese (1866-1928). Atuavam

no campo educacional, sanitário e pastoral. A Congregação quehoje denominada das Servas de Maria Reparadoras foi agregada à Ordemem 19 de janeiro de 1910.

SERVAS DE MARIA DE LADYSMITHLAD: Em 19 de setembro de 1912, seis irmãs de São José de

LaGrange (Illinois, USA) (M. Alphonse Bradley [1880-1950], M.Rose Smith [1879-1955], M. Evangelist Corcoran [1875-1962], M. Charles Kolmesh, M. Irene Drummond, M. BonifaceHayes [1878-1964]), orientadas pelas Manteladas Servas deMaria de Pistoia, deram início a uma nova Congregação em

resposta ao pedido de ajuda dos frades Servos de Maria paraque se dedicassem ao ensino na escola paroquial de Ladys-

mith. Essa Congregação que hoje se chama das Servas de Mariade Ladysmith fo agregada à Ordem em 16 de novembro de 1921.

SERVAS DE MARIA DO BRASILSMB: Em 17 de junho de 1917, em São Gonçalo, Niterói,Brasil, Maria Cândida de Castro (†1945), sob a orientaçãodo Mons. José Silveira da Rocha e depois do Pe. Nino Mi-nelli (†1958), fundou a Congregação das Servas de Mariado Brasil para dedicar-se à assistência dos mais abando-nados. A Congregação foi agregada à Ordem em 2 de maio

de 1922.

SERVAS DE MARIA DA ÁFRICASWS: Em 6 de janeiro de 1935, na Zululândia, com a profis-

são religiosa das primeiras irmãs, Dom Romualdo M. Mi-gliorini (1884-1953), com a ajuda inicial das irmãsDominicanas (1932-1945) e depois das Manteladas Ser-vas de Maria de Pistoia, fundou a Congregação das irmãsServas de Maria da África (African Servite Sisters), que foi

agregada à Ordem em 1935.

www.servidimaria.org 17 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

MISSIONÁRIAS DE NOSSA SENHORA DAS DORES DE MÉXICOMMD: Em Ciudad Juárez (México), sob a orientação do bispolocal, Dom Baudelio Pelayo Brambila(1900-1975), foi fundada aCongregação das Missionárias de Nossa Senhora das Dorescom um grupo inicial de oito irmãs (María del Refugio Cortinas[1908-], Asunción Lazcano [1899-1998], María del CarmenOrozco [1921-], Maria del Refugio Beltrán [1921-], María delRosario Ramírez [1926-], Juliana Hernández [1924-], SoledadMuñoz [1906-1954], María de la Gracia Torres [1926-]), com a fi-nalidade praticar a caridade com os mais pobres e colaborar na evangeliza-ção. A Congregação foi agregada à Ordem em 19 de março de 1953.

SERVAS DE MARIA DO CENÁCULOSMC: Em 5 de agosto de 1983, em Xai-Xai, Moçambique, teveinício a Pia União das irmãs Servas de Maria do Cenáculo,por iniciativa das irmãs Alda Uambene Boa Macuácua e Ma-tilde Nhabanga (†1986), com a autorização do bispo local,dom Júlio Duarte Langa, para prestar serviço aos mais ne-cessitados e colaborar nas atividades pastorais.

5. Nosso serviçoresponde a necessi-dades ainda hojeatuais? É prestadocom a necessáriacompetência e comcaridade evangé-lica?

6. Há outras neces-sidades emergenteshoje que exigem onosso serviço?Continua vivanossa paixão origi-nária pelo próximo?

7. No carisma dofundador ou da fun-dadora ou das prim-wiras irmãs,existem aspectosque ainda devemser desenvolvidos evalorizados?

Os nossos Fundadores e Fundadoras sentiram em si mesmos a compaixãoque se apoderava de Jesus quando via as multidões como ovelhas extravia-das sem pastor. Tal como Jesus, movido por tal compaixão, comunicou a suapalavra, curou os doentes, deu o pão para comer, ofereceu a sua própriavida, assim também os Fundadores se puseram ao serviço da humanidade,à qual eram enviados pelo Espírito servindo-a dos mais diversos modos: com

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

www.servidimaria.org 18 [email protected]

a intercessão, a pregação do Evangelho, a catequese, a instrução, o serviçoaos pobres, aos doentes... A inventiva da caridade não conheceu limites esoube abrir inúmeras estradas para levar o sopro da Evangelho às culturase aos sectores sociais mais diversos (Papa Francisco, Carta, nº I/2).

Fermento evangélico na sociedade.

Na Família Servita, os membros dos Institutos Seculares responderam aochamado para viver a vida consagrada no mundo e ser fermento evangélicona sociedade.

. SSI: Em 1947, em Londres, Inglaterra, com a colaboração defrei Gerard M. Corr (1910-2000), frade Servo de Maria, foi fun-dado o Instituto Secular Servita por Joan Bartlett (1901-2002), à qual se juntou logo depois Barbara Brosnan (†2003)l ggiunta presto da Barbara Brosnan (+6.11.2003) - l . A esseinstituto juntaram-se a Associação Servita Laical fundada em

1954 na Itália por Piera Icardi com a colaboração de frei TarcisioM. Bozzo, Servo de Maria, e o Instituto Secular de espiritualidade ser-vita fundado na Alemanha por Anne-Marie Stoklossa (1922-2013), coma colaboração de frei Hugo M. Körbel (1923-1999), Servo de Maria. OInstituto foi agregado à Ordem em 28 de maio de 1964.

REM: Em 2 de maio de 1959, em Ancona, Itália, na paróquiado Sagrado Coração de Jesus, originou-se de um grupo dejovens da Ordem Terceira dos Servos de Maria o InstitutoSecular “Regnum Mariae”, sob a orientação de frei Luigi M.Poli (1926-2008). O Instituto foi agregado à Ordem em 23 denovembro de 1976.

8. Minha vida pessoal e socialpromove os valores evangéli-cos?

9. Em minhas atividades doutestemunho de amor e miseri-córdia pelo próximo? Tenhotendências seletivas nos meussentimentos e na comunhãofraterna

www.servidimaria.org 19 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Servir por amor com Santa Maria.

A maior parte da Família Servita é formada pelos membros da Ordem Se-cular Servita (OSSM) que somam cerca de 10.000 membros, distribuídosem 300 fraternidades espalhadas pelos cinco continentes. Essa expressãode vida servita existe desde o primeiro século da Ordem, sendo que a pri-meira Regra de Vida foi aprovada pelo papa Martinho V (†1431) em 16 demarço de 1424 (e a última em 29 de abril de 1995). Os membros da OrdemSecular Servita querem viver sua consagração batismal à luz da Regra deVida, testemunhando o Evangelho em todo lugar, inspirando-se em Maria,trilhando o caminho da santidade e construindo a Igreja-Comunhão.

Da Ordem Secular Servita nasceu em 8 de setembro de 1982, por intuiçãode frei Davide M. Montagna (1937-2000), o Movimento das Diaconias Lei-gas dos Servos de Maria (DIA), que tem como objetivo viver o carisma ser-vita em família, igreja doméstica, inspirando-se na Sagrada Família. Cadadiaconia recebe um nome mariano e assume o compromisso de deixar-seinterpelar e modelar pelo Verbo de Deus, pelo seu Evangelho.

10. A oração pes-soal e comunitária ea meditação da Pa-lavra de Deus fazemcrescer nos cora-ções a chama doamor e nos levam afazer pelos outros o

que queremos queeles façam a nós?

11. Nossa vida irra-dia o amor? Nossacasa está abertaaos vizinhos e aosque estão em buscasincera de um sen-tido para sua vida?

C O M P A I X Ã OO primeiro amor.

Diz o Espírito à Igreja de Éfeso, que é fiel e generosa: “E sofreste, e tens pa-ciência; e trabalhaste pelo meu nome, e não te cansaste. Tenho, porém, con-tra ti que deixaste o teu primeiro amor. Lembra-te, pois, de onde caíste, earrepende-te, e pratica as primeiras obras”. (Ap 2, 3-4).

www.servidimaria.org 20 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

Somos intimados a retomar o primeiro amor. Evocando a experiência dosdiscípulos de Emaús, nossa família é convidada a escutar de novo a Jesus,toda vez que ela volta para “Jerusalém”, vindo de situações dedecepção:“Não ardia nosso coração enquanto ele nos falava pelo ca-minho?” (Lc 24, 32). Só Cristo, o Verbo que caminha conosco, pode trans-formar-nos interiormente e possibilitar-nos de ver todas as coisas sob umanova luz. O que antes era decepção, tristeza e medo, torna-se de repetentegratidão, paixão e esperança.

12. Será que Jesus é de fato o amor da nossa vida? Será quesua Palavra continua a iluminar a nossa mente e a inflamar onosso coração?

Jesus – devemos perguntar-nosainda – é verdadeiramente o pri-meiro e o único amor, como nos pro-pusemos quando professamos osnossos votos? Só em caso afirma-tivo, poderemos – como é nossodever – amar verdadeira e misericor-

diosamente cada pessoa que encon-tramos no nosso caminho, porqueteremos aprendido d’Ele o que é oamor e como amar: saberemosamar, porque teremos o seu própriocoração. (Papa Francisco, Carta, nºI/2).

Espertos em comunhão.

Ao canonizar juntos como se fossem um só, aos 15 de janeiro de 1888, osSete Primeiros Pais da Ordem, a Igreja viu de certa forma refletido neles oideal de vida da primeira comunidade eclesial (cf. At 2, 42-47; 4, 32-35; 5,12s), um ideal de fraternidade que a Ordem é enviada a estender aos ho-mens e mulheres de hoje, divididos pela idade, nacionalidade, raça, religião,riqueza e educação (cf. Const. 74).

No seio da nossa família religiosa, ao longo da história, segundo uma tradi-ção muito antiga e sempre viva, formamos uma só família com várias ex-pressões de vida cristã ligadas à Ordem (monjas, irmãs, membros dosInstitutos Seculares, da Ordem Secular Servita, dos grupos Leigos). Recen-temente, aos 4 de maio de 1987, na primeira Assembleia dos Responsáveisdas várias entidades que compõem a Família Servita (Santa Marinella, 30de abril a 6 de maio de 1987), foi criada a União Internacional da FamíliaServita (UN.I.FA.S.), que tem sua sede em Roma.

www.servidimaria.org 21 [email protected]

Mayo - Agosto 2016 COSMO 7-8

D i f i c u l d a d e s... (3) Abraçar com esperança o futuro é o terceiro

objetivo que se pretende neste Ano. Conhecemos as dificuldades que enfrenta a vida

consagrada nas suas diversas formas: a diminuição das vocações e o envelhecimento,

especialmente no mundo ocidental, os problemas econômicos na sequência da grave

crise financeira mundial, os desafios da internacionalidade e da globaliza-

ção, as insídias do relativismo, a marginalização ea irrelevância social. [...]

Partindo das situações difíceis do atual mo-mento histórico, às quais o papa Francisco serefere nestas poucas linhas da Carta Apostólicae nas quais todos estamos envolvidos comoconsagrados e consa-gradas, é urgente refletire redefinir nossa atitude diante do drama da in-certeza e do possível desânimo que podemafetar nossa experiência de Deus e, podem,portanto, apagar a chama que Ele mesmoacendeu em cada um de nós, isto é, nossa vo-cação.

Com efeito, as dificuldades que enfrenta a vidaconsagrada têm várias facetas: a escassez devoca-ções, não porque Deus não chama, masporque não se quer dar ouvidos à sua chamadae, quando ela é percebida, não há resposta de-finitiva: prefere-se voltar-se para as coisasdeste mundo que dão pra-zer imediato antesque deixar tudo para seguir a Cristo (cf. Lc 18,

22-23); o envelhecimento, não por-que sejaalgo vergonhoso chegar à idade da sabedoriae da experiência, mas porque, não havendo re-sposta da parte de vocações mais jovens, asvocações existentes chegam à “velhice”. E, em-bora es-ta seja uma realidade que leva à pleni-tude da vida, é evidente que a diminuição dasforças físicas já não permitem continuar trabal-hando como antes e, além disso, vai-se che-gando ao fim da vida terrena (cf. Sl 90, 10); osproblemas econômicos, não porque devemospreocupar-nos em encher os bolsos para ga-rantir o futuro e o bem-estar (cf. Lc 12,16-19),mas porque um número sempre maior depesso-as è obrigado a viver em condições depobreza e acabam na miséria, no desespero ena morte; a in-ternacionalidade e a globaliza-ção, não porque devamos perder nossa indivi-dualidade ficando “sem identidade” no mundoque não consegue identificar-se e menos aindaporque, para garantir a seguran-ça do nossoestilo de vida, temos que limitar-nos a vivernum microcosmo, ficando isolados do resto darealidade, mas porque são desafios que repre-sentam o compromisso de abrir-nos ao novo,de aceitar as diferenças, de esforçar-nos paramudar, de ser disponíveis a colaborar, de con-hecer de nós mes-mos e, por fim, de compre-ender o sentido universal da nossa vocação; orelativismo, a marginalização e a irrelevânciasocial, que são flagelos da indiferença, do de-sinteresse e do conformismo, e resultado da

ABRAÇAR O FUTUROCOM ESPERANÇA

www.servidimaria.org 22 [email protected]

Maio - Agosto 2016 t 2016 COSMO 5-8

valorização fácil e imediata do desprezo ao ser humano, da diferenciação e da de-generação... da presença de novos deuses.... e da ausência do Deus verdadeiro.

Confor mar / Conf i r mar... É precisamente nestas incertezas,

que partilhamos com muitos dos nossos contemporâneos, que se atua a nossa esperança, fruto da fé no Senhor da história

que continua a repetir-nos: «Não terás medo (…), pois Eu estou contigo» (Jr 1, 8).A esperança de que falamos não se funda sobre números ou sobre as obras,

mas sobre Aquele em quem pusemos a nossa confiança (cf. 2Tm 1, 12) e para quem «nada é impossível» (Lc 1, 37). [...]

Quando decidimos dar nossa reposta ao chamado de Deus, nos encontramos ju-stamente no prolon-gamento de um processo de transformação de vida que Elemesmo tinha começado em nós, porque Ele já nos conhecia (cf. Jr 1, 5). Vivíamosum processo de formação que possibilitou-nos conformar nossa experiência de féao serviço em favor da humanidade a partir da nossa mesma humanidade, is-to é,um serviço gratuito e difícil, como consagrados e consagradas. Mas, diante dasdificuldades que a vida consagrada encontra nas mais variadas formas, é funda-mental fortalecer e confirmar nossa fé e a confiança que depositamos nEle queestá e estará sempre conosco (cf. Lc 5, 5).

Conhecemos a passagem do Evangelho de Lucas sobre os discípulos de Emaús(Lc 24,13-35), que mostra a experiência decepcionante dos dois discípulos deJesus que voltavam para Emaús desani-mados e tristes diante de tudo o que tinhaacontecido em Jerusalém: perderam a esperança, porque já se haviam passadotrês dias e aquele que devia salvar Israel fora morto crucificado. Mas o desânimo,a decepção, a tristeza, que emergem nas dificuldades e situações dramáticas davida e da missão são radicalmente transformadas (cf. Lc 24, 32) no encontro como Deus Vivo, com Jesus que nos acompa-nha e caminha ao nosso lado, expli-cando-nos as Sagradas Escrituras, mostrando-nos a novidade de sua mensagem,e indicando-nos outros caminhos diferentes dos nossos, mudando nosso modo depensar, doando-nos um novo olhar para ver uma nova perspectiva da história, danossa própria histó-ria.

Confirmar o nosso compromisso com Deus, portanto, não é apenas repetir sempre«Eu te seguirei pa-ra onde fores» (cf. Mt 8, 19). Confirmar o compromisso com oDeus é abrir-se à experiência contínua de deixar-se acompanhar por Ele, confor-mando a nossa vida às novas exigências da vida, na escuta atenta e permanentede tudo o que Ele nos diz, mesmo quando as dificuldades se apresentam como«uma voz que clama no deserto» (cf. Jo 1, 23), voz esta que nos convida e expe-rimentar uma mudan-ça verdadeira e profunda da nossa vida, para vivermos assimem plenitude nossa missão como ho-mens e mulheres de fé, consagrados a Deusnas formas concretas que escolhemos. Ele é nossa espe-rança!

www.servidimaria.org 23 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

De braços abertos... Esta é a esperança que não desilude eque permitirá à vida consagrada continuar a escrever uma grande história no futuro,para o qual se deve voltar o nosso olhar,

cientes de que é para ele que nos impele oEspírito Santo

a fim de continuar a fazer, conosco, grandes coisas. [...]

O apelo que o papa Francisco nos faz éabraçar o futuro com esperança, por-tanto, abrir os braços para acolher asrealidades do mundo, mostrando nossafé em Deus e assumindo nossas re-sponsabili-dades com entusiasmo, parafazer aquilo que fomos chamados afazer. Mas, para nós que cremos, a ex-pressão “ de braços abertos” nos lembralogo o madeiro onde Jesus está de bra-ços abertos pra aco-lher-nos apagandonossos pecados através da morte, parafazer-nos viver com Ele e compartilharseus sofrimentos (cf. Rm 8, 17). Porisso, a cruz não é lugar só de dor, mastambém de renovação. Nosso Docu-mento mariano "Faça-se em mim se-gundo a tua Palavra” (Lc 1, 38)", nosfala na “sabedo-ria da cruz" (cf. nº 90-91) e diz que ela “não é algo acidentalou temporário, que se descobre e secon-quista só em alguns momentos ecircunstâncias da vida das comunidadese das pessoas, para depois pôr-se delado e substituí-la por outras coisas. […] Mas é antes uma realidade cotidiana epermanente que pede para entrar navida de todos e de cada um para “gerar”uma vida autenticamente “nova” por-que vem do Alto e para o alto conduz(cf. Ap 3,20; Jo 3,3-21)».

Neste sentido, para abraçar um futuroque nos dê a possibilidade de escrever

uma nova história, antes de tudo deve-se abraçar a cruz de Cristo com maisforça e responsabilidade: nela o silênciofala de mistério, e no silêncio se poderátambém compreender o mistério danossa vocação. Citando ainda o nossoDocumento Mariano, sabemos que«nossa vida é feita de muitos momentosde silêncio, mas nem todos são expres-são da “sabedoria da cruz”». Precisa-mos estar atentos: «De fato, existemmuitas “cruzes falsas” que atraem nossaatenção, nossa mente, nossa afetivi-dade, nosso corpo e nossas re-lações[…]. As "falsas cruzes", antes de “silen-ciar” a nós mesmos, “silenciam” os ou-tros. “Substituem” a realidade por aquiloque é nossa percepção da realidade,mudando a verdade em ilusões e con-fundin-do as consciências».

A t i t u d e s... Não cedais à tentação dos números eda eficiência, e menos ainda à tentação

de confiar nas vossas próprias forças. Com atenta vigilância, perscrutai os hori-

zontes da vossa vida e do momento atual.Repito-vos com Bento XVI: «Não vos unais

aos profetas de desventura, que proclamam o fim ou a insensatez da

vida consagrada na Igreja dos nossosdias; pelo contrário, revesti-vos de Jesus

Cristo e muni-vos das armas da luz – como exorta São Paulo (cf. Rm 13, 11-

14) –, permanecendo acordados e vigilantes». Prossigamos, retomando sem-

pre o nosso caminho com confiança noSenhor. [...]

Acordados e vigilantes: esta a atitudeque nos é solicitada a todo momento...inspirando-nos em Maria, Senhoranossa, que soube pôr toda sua atençãosó no Filho que, com sua morte, procla-mou o início de uma nova vida, fazendo

www.servidimaria.org 24 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

da cruz uma fonte inesgotável de luz ede esperança que ilumina os cora-çõesdaqueles que se abrem ao mistério doamor... É com essa mesma luz e comessa mesma espe-rança que é precisoexaminar os horizontes da nossa vidano momento atual, discernir e perscru-tar, perguntar e responder, escutar etudo guardar no coração (cf. Lc 2, 51),num coração que não se per-ca em de-vassidão, embriaguez e preocupaçõesda vida (cf. Lc 21,34), mas que saiba en-contrar-se a si mesmo, na sua interiori-dade, onde mora o silêncio de Deus.«Permanecendo junto à cruz, Maria nosexorta a ser pessoas que saibam discer-nir, como ela, o grão da palha (cf. Sl1,4)» (Documento maria-no “Faça-seem mim segundo a tua palavra [Lc1,38]” nº 91), nos ensina o sentido doverdadeiro silên-cio para não cairmosna tentação da confusão e dos mal-en-tendidos, mantendo firme nossa atitudede homens e mulheres de fé, para inter-pretar de modo correto e viver o silênciode Deus e, neste silêncio, anunciar aesperança de um mundo novo atravésdo nosso testemunho de consagradosque, longe de ser profetas de desventu-ras que proclamam o fim ou a insensa-tez da vida consagrada na Igreja dosnossos dias, se encontram num mo-mento de permanente renovação emCristo.

Como Servos e Servas de Maria, a pe-dido do papa Francisco, é nosso com-promisso permanecer fir-mes nestacontínua renovação em Cristo, e inspi-rar-nos sempre na presença da "Materdolorosa", à qual nosso Documento ma-riano se refere, uma vez que «a contem-plação fiel do mistério de Maria ao pé dacruz, que sempre acompanhou a vidada nossa Ordem, ainda hoje é motivo

para uma verdadei-ra educação da fé»,para fazer crescer a esperança e reto-mar o nosso caminho, confiando plena-mente em Deus. «O patrimônio datradição da Ordem pode e deve servirpara a renovação da nossa vida consa-grada, não só em termos de adaptaçãoaos tempos, à linguagem e à cultura,mas em termos pessoais e comunitá-rios, de fraternidade e de grupo, alcan-çando seu objetivo se for vivido como seapresenta e se for compartilhado comoum modo necessário para entrar no mi-stério do silêncio de Deus » (cf. nº 97do Documento mariano).

Desafio... Dirijo-me sobretudo a vós, jovens.

Sois o presente, porque viveis já ativa-mente dentro dos vossos Institutos,

prestando uma decisiva contribuição como frescor e a generosidade da vossa

opção. Ao mesmo tempo, sois o seu futuro, por-que em breve sereis chamados a tomar

nas vossas mãos a liderança da anima-ção, da formação, do serviço, da missão. Este Ano há de ver-vos protagonistas no

diálogo com a geração que vai à vossafrente; podereis, em comunhão fraterna,enriquecer-vos com a sua experiência e

sabedoria e, ao mesmo tempo, repropor-lhe o ideal que conheceu no seu início,

oferecer o ímpeto e o frescor do vosso en-tusiasmo, a fim de elaborardes em con-

junto novos modos de viver o Evangelho e respostas cada vez mais adequadas àsexigências de testemunho e de anúncio.

Sobretudo vós, jovens! De 25 ou 30anos de idade? De 3 ou 5 anos de con-sagração? Ou que se en-contram no ca-minho da formação inicial? ... Aexortação á clara e não permite descul-pas: é dirigida a todos aqueles que exi-stem hoje e que vivem ativamente nos

www.servidimaria.org 25 [email protected]

Maio - Agosto 2016 COSMO 5-8

próprios Institutos! Àqueles que serão chamados a tomar a rédeas do governo, da ani-mação, da formação, do serviço, da missão! Àqueles que ainda trazem o frescor e a ge-nerosidade da própria opção de vida! Mas, para nossa reflexão, não nos limitamos aconsiderar só aqueles que estão no começo da experiência, mas teremos em conta tam-bém todos aqueles que têm no coração o desejo de “renascer” e de viver sua vocaçãosempre re-novada em Deus.

É claro, portanto, que a questão do crescimento pessoal está intimamente ligada ao temada perfeição. A perfeição à qual somos todos chamados como filhos de Deus é o amor(cf. Cl 3, 14). Uma expressão do Antigo Testamento mostra Deus como modelo de perfei-ção a ser imitado: «Sede santos porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo (Lv 19,1).No Novo Testamento Jesus retoma a mesma exortação formulando-a assim: “Sede mise-ricordiosos, como vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36). A santidade do Amor é, sem dú-vida, fonte de inspiração para transformar a nossa imperfeição, para fazer reativar nossavida de serviço, para que a oferta de nós mesmos seja mais generosa, para restabelecero diá-logo cortado com o irmão, para aproximar-nos mais ainda dos necessitados e ajudá-los, para propor antes que protelar, e para criar novas maneiras de viver o Evangelho queatraiam as novas gerações, para regenerar-nos na amizade com Deus e para estabelecerlaços de amor e de amizade sempre mais fortes entre os homens e mulheres de boa von-tade, para entrar em diálogo com as dificuldades que enfrenta a vida consagrada, paraenriquecer-nos da experiência e sabedoria das gerações que nos precederam, para apren-der a permanecer na presença de Deus.

Nosso processo de formação está em constante movimento e prolonga-se pela vida in-teira. Todos de-vemos assumir as responsabilidades do nosso caminho de crescimentopessoal e espiritual, deixando-nos guiar pelo Espírito Santo para descobrirmos novamentea nossa verdade interior e dirigir sempre nossos passos no caminho da paz, seguindo atrilha que conduz a Deus nosso Pai, isto é, à felicidade plena. Procuremos manter-nos fir-mes na resposta que demos livremente a Deus e que continuamos a dar sempre. Procu-remos manter sempre voltado para o alto o nosso olhar: um “olhar alegre” dereco-nhecimento e gratidão diante da obra que nosso Deus continua a realizar em cadaum de nós; um “olhar sereno” de compromisso e de responsabilidade entre nosso con-stante esforço humano de con-versão e a missão que nos é confiada; por fim, um “olhartransparente” de amor e de esperança capaz de abraçar o futuro que devemos construircomo homens e mulheres consagrados, pondo nossa intei-ra confiança em Deus nossoSenhor.