Costa Et Al, 2014 UEM

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    DOI: 10.4025/reveducfis.v25i3.21968

    Rev. Educ. Fs/UEM, v. 25, n. 3, p. 353-364, 3. trim. 2014

    EFEITO DE UM PROGRAMA DE INTERVENO MOTORA SOBRE ODESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANAS EM SITUAO DE RISCO SOCIAL

    NA REGIO DO CARIRI CE

    THE EFFECT OF A PROGRAM FOR MOTOR INTERVENTION ON MOTOR DEVELOPMENT OFCHILDREN AT SOCIAL RISK IN CARIRI - CE

    Cicero Luciano Alves Costa*

    Glauber Carvalho Nobre**

    Francisco Salviano Sales Nobre***

    Nadia Cristina Valentini****

    RESUMOObjetivou-se neste estudo, verificar o efeito de um programa de interveno motora sobre o desenvolvimento motor (DM) deescolares de uma comunidade em situao de vulnerabilidade socioeconmica na Regio do Cariri, Cear, Brasil. Participaramdo estudo 46 escolares de ambos os gneros (23 Grupo Interveno e 23 Grupo Controle), com idades entre 7 e 9 anos ( X =8,27 - s = 0,61). A interveno motora foi baseada na proposta de Valentini e Toigo (2006) e nos Processos Proximaisdestacados por Bronfenbrenner e Morris (2007). O desempenho motor foi avaliado por meio do Teste de DesenvolvimentoMotor Grosso-2 (TDMG-2). Os resultados evidenciaram efeito positivo e significativo no DM das crianas atendidas noprograma interventivo. Conclui-se que a proposta didtico-pedaggica adotada mostrou-se eficaz para promover odesenvolvimento das habilidades locomotoras e manipulativas dos escolares, mostrando-se como uma alternativa vivel parapromover o DM das crianas do Ensino Fundamental I.

    Palavras-chave: Educao fsica. Desenvolvimento infantil. Habilidades motoras.

    * Mestrando. Escola de Educao Fsica, Fisioterapia e Terapia Ocupacional da Universidade Federal de Minas Gerais,Belo Horizonte-MG, Brasil.

    ** Doutorando. Escola de Educao Fsica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil.

    *** Doutor. Instituto Federal de Educao, Cincia e Tecnologia do Cear, Juazeiro do Norte- CE, Brasil.**** Doutora. Escola de Educao Fsica, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil

    INTRODUO

    O modelo de Newell elaborado a partir doparadigma dos sistemas dinmicos tem servidode base para boa parte dos estudos emdesenvolvimento motor (HAYWOOD;GETCHELL, 2010; GALLAHUE; OZMUN,2005). Tal fato d-se em funo desse modeloconsiderar que a interdependncia que seestabelece entre as caractersticas do indivduo,

    do ambiente e da tarefa influencia o ritmo e asequncia em que o desenvolvimento motorocorre (KREBS, 2000; MARQUES, 2003;MANOEL, 2008). Ao se considerar que algumasrestries do indivduo e/ou do ambiente podeminterferir e/ou at mesmo inibir a aquisio dahabilidade motora, h que se ter presente que a

    organizao da tarefa pode exercer umimportante papel para suprir as restries dessesdois outros elementos do modelo de Newell(GALLAHUE; DONNELLY, 2008).

    No modelo bioecolgico de UrieBronfenbrenner e Morris (2007), o qualestabelece uma relao bidirecional entre apessoa e o contexto ao logo do tempo, tambm atribudo ao processo uma importncia mpar nodesenvolvimento humano. Isso porque o

    processo diz respeito forma como umorganismo biopsicologicamente ativo serelaciona com o(s) contexto(s). Essa relao d-se por aes promotoras ou inibidoras dodesenvolvimento. Quando promovem odesenvolvimento so denominadas dedesenvolvimentalmente instigadoras e quando

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    no, desenvolvimentalmente disruptivas(KREBS, 2003). Assim, conformeBronfenbrenner e Morris (2007), para que osprocessos proximais ocorram de formadesenvolvimentalmente instigadora faz-senecessrio obedecer alguns critrios: a pessoa emdesenvolvimento deve estar envolvida ematividades que sejam significativas para ela; taisatividades devem ocorrer de formaprogressivamente mais complexa, envolvendo amanipulao de objetos e smbolos junto apessoas mais experientes e dentro de umambiente de reciprocidade. Se assim ocorrer, taisaes mostrar-se-o profcuas para instigar aateno e estimular a explorao, manipulao e

    a imaginao da pessoa em desenvolvimento.Em particular, na rea do comportamento

    motor, as atividades de interveno motora desdeque bem planejadas e orientadas apresentampotencial para atender a estes critrios dosprocessos proximais desenvolvimentistasestabelecidos por Bronfenbrenner e Morris(2007) e promover a aquisio das habilidadesmotoras. Isso parece ser de fundamentalimportncia para a rea da educao fsica, vistoque as crianas devem ter oportunidades devivenciar uma grande diversidade de prticasmotoras ao longo da infncia, com o intuito dedesenvolver e aprimorar o seu repertrio motor.Neste sentido preciso destacar que embora aaquisio das habilidades motoras fundamentais,em seu padro maduro, esteja relacionada idade, ela no depende exclusivamente disso(GALLAHUE; OZMUN, 2005).

    consenso na literatura dodesenvolvimento motor que as habilidadesmotoras fundamentais so pr-requisitos paraque a criana se envolva posteriormente em

    habilidades motoras especficas do esporte,danas e lutas, trazendo srias consequnciassobre um estilo de vida fisicamente mais ativo(GOODWAY; ROBINSON; CROWE, 2010),atuando na preveno de doenas hipocinticas(LEE et al., 2010) e aceitao social(ALMEIDA; VALENTINI; BERLEZE, 2009).Entretanto, prticas motoras tais como jogos,lutas, esportes e danas, apesar de serem maisprazerosas e promoverem tais benefcios,requerem um considervel nvel de proficinciamotora.

    importante destacar que o contexto porsi s no garante o desenvolvimento do

    indivduo, preciso a ao de um agentemediador mais experiente que favorea aosprocessos proximais operarem positivamente(KREBS, 2003). Neste sentido tem-se observadoque no contexto da regio do Cariri cearense e,infere-se que tambm em muitas outraslocalidades das regies Norte e Nordeste doBrasil, crianas do Ensino Fundamental I tmcerceado seu direito a aulas de educao fsica.Desta forma no seria de surpreender que seencontrasse prevalncia de atrasos motores emcrianas dessas regies, visto que nacontemporaneidade a escola e, em alguns casos,os projetos sociais esportivos tm se tornado oespao hegemnico para prticas motoras

    orientadas.A falta de oportunidades apresenta-seento como o principal vis que depe contra odesenvolvimento da proficincia motora infantil(GALLAHUE; OZMUN, 2005; VALENTINI;TOIGO, 2006). Neste cenrio, programas deinterveno motora se mostram de importnciacrucial para promover o catch upem crianas nafaixa etria dos 7 aos 10 anos (HAYWOOD;GETCHELL, 2010), ou seja, desenvolverhabilidades motoras fundamentais em um padromotor maduro as quais j deveriam ter sidodesenvolvidas ao final do perodo pr-escolar(GALLAHUE; OZMUN, 2005). Taisafirmativas encontram respaldo no trabalho deRiethmuller, Jones e Okely (2009), que a partirde um extenso estudo de reviso bibliogrficaadvogam que apesar de haver ainda uma carnciaquantitativa e qualitativa de estudos abordandoessa temtica, fica explcito o impacto que essasaes podem ter sobre o desenvolvimento motordas crianas.

    A literatura aponta para alguns esforos

    que tm sido realizados para investigar o impactode estratgias de educao motora sobre odesenvolvimento motor de crianas (SOUZA;BERLEZE; VALENTINI, 2008; BRAGA et al.,2009; PIFFERO, 2007; GUARAGNA; PICK;VALENTINI, 2005; MONTEIRO; PICK;VALENTINI, 2008). Em particular, interessaneste estudo verificar se a estratgia de educaomotora proposta por Valentini e Toigo (2006),apoiada nos critrios dos processos proximaisestabelecidos por Bronfenbrenner e Morris(2007), mostra-se profcua para promover odesempenho das habilidades motoras fundamentaisem crianas do Ensino Fundamental I de uma

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    comunidade de risco social localizada em ummunicpio economicamente emergente da Regiodo Cariri, Cear, Brasil.

    MTODOS

    Caracterizao do estudo

    A presente pesquisa caracteriza-se comoquase-experimental, na medida em que se propemanipular a varivel independente - intervenomotora - para tentar verificar possveisinfluncias desta (relaes de causa e efeito)sobre a varivel dependente - desempenho em

    habilidades motoras (SAMPIERI; COLLADO;LUCIO, 2006).

    Contexto onde se desenvolveu o estudo

    A Regio do Cariri est localizada noextremo sul do Estado do Cear, no Nordestebrasileiro, fazendo fronteira com os Estados doPernambuco e Paraba. O contexto onde sedesenvolveu este estudo foi uma escolalocalizada em um bairro de periferia de umacidade emergente da Regio do Cariri. Dados

    divulgados pelo Instituto de Pesquisa e EstratgiaEconmica do Cear, IPECE (2013), apontamque na cidade onde o estudo foi realizado haviauma populao de 249.939 habitantes, dos quais96,1% residem na zona urbana. O ndice deDesenvolvimento Humano (IDH) do referidomunicpio era de 0,694. O Produto Interno Bruto(PIB) de R$ 1.959.969,00 e PIB per capita deR$ 7.842,00 por ano. Ainda, 17,8% dapopulao, a qual foi objeto deste estudo,possua rendimento domiciliar per capta mensalde at R$70,00, o que a classificava comoextremamente pobre.

    Participantes do estudo

    Os participantes do estudo constituramuma amostra por convenincia atendendo aosseguintes critrios: estar na faixa etria entre 7 e

    9 anos ( X = 8,27 - s= 0,61), estar matriculadonas sries iniciais do Ensino Fundamental I (2ao 4 ano) em uma escola da rede pblicalocalizada em uma comunidade considerada devulnerabilidade social e, aparentemente, noapresentar nem uma deficincia fsica ou mental.Desta forma, fizeram parte da pesquisa 46

    crianas. Estas foram pareadas conforme gneroe o desempenho motor obtido na realizao doteste na fase pr-interveno. Nestes termos,teve-se a composio de dois grupos: umcomposto por 23 escolares (grupo intervenoGI) e outro por 23 escolares do grupo controle(GC). Cada um desses grupos foi constitudo por10 crianas do sexo feminino e 13 do sexomasculino.

    Instrumentos e Procedimentos

    Inicialmente o projeto foi apresentado aodiretor, coordenadores e pais de uma escola deEnsino Fundamental da rede pblica, para

    explicao dos objetivos da pesquisa e dasatividades s quais as crianas seriam expostas.A partir de ento, solicitou-se o preenchimentodo Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    TCLE a fim de registrar a autorizao dos paispara a participao dos seus filhos no estudo.Esta pesquisa foi aprovada pelo Comit de ticaem Pesquisa da Universidade Federal do RioGrande do SulProcesso n 19861.

    O desempenho motor de todas as crianasfoi avaliado em dois momentos: antes e aps operodo correspondente a interveno motora.

    Para estes fins, fez-se uso do Test of GrossMotor Development-2 - TGMD-2 (ULRICH,2000) validado para populao brasileira(VALENTINI, 2012). A aplicao do teste foirealizada na quadra da escola, em duplas, comtrs tentativas para cada habilidade motora,sendo a primeira tentativa desconsiderada para aanlise. As crianas foram filmadas por umacmara frontal e outra lateral (marca Sonymodelo DCR-HC28), para anlise e pontuao.Antes da aplicao do teste foi realizada uma

    demonstrao e descrio verbal da habilidade aser executada pelas crianas. A durao daaplicao foi de aproximadamente 20 minutos.

    Com o intuito de homogeneizar os grupos(experimental e controle) em relao idade edesempenho motor, distriburam-se osparticipantes em uma tabela de registro, deacordo com sexo, idade e ordem de desempenhonos testes motores (do maior para o menorescore). Realizou-se um pareamento amostral, noqual os indivduos eram inseridos em doisgrupos, selecionando os dois primeiros sujeitos

    da tabela ordenada por desempenho edesignando um para cada grupo, repetindo o

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    procedimento em todos os sujeitos dadistribuio. Para averiguar se a distribuio dossujeitos nos grupos foi equivalente em relao idade, composio corporal e desempenhomotor, aplicou-se o teste de t de student paraamostras independentes, considerando-se umnvel de significncia = 0,05,e verificou-se queno havia diferenas estatsticas entre os grupos.O quadro 01 mostra os nveis de significnciaapontados pelo teste t na comparao dasvariveis estudadas antes do perodo deinterveno. No pr-teste, no foram encontradasdiferenas significativas em nenhuma dashabilidades motoras investigadas, com os nveisde significncia variando entrep=0,098e 0,687.

    Quadro 1Comparao entre o GI e GC no perodopr-interveno.

    Idade MC Estatura IMC %G CoeficienteMotor

    P 0,265 0,787 0,317 0,692 0,897 0,513

    Legenda: MC Massa corporal; IMC: ndice de massa corporal;%GPercentual de gordura.Fonte: Dados coletados pelos autores.

    Interveno Motora

    O programa de interveno motora foirealizado aps a autorizao da coordenao daescola e dos pais dos alunos, sendo constitudode trs aulas semanais, totalizando 36 sesses deprtica em 12 semanas, tendo cada sesso porvolta de 50 minutos de durao. As aulas foramelaboradas mediante a proposta de ensinosugerida por Valentini e Toigo (2006),procurando atender tambm aos critrios dosprocessos proximais propostos porBronfenbrenner e Morris (2007) j comentadosanteriormente. Desta forma as aulas foram

    executadas procurando criar um ambiente deensino favorvel ao desenvolvimento daproficincia motora centrada no aprendiz e semnegligenciar os aspectos cognitivos e afetivo-sociais do mesmo.

    Em atendimento a proposta de Valentini eToigo (2006) e aos processos proximaisdestacados por Bronfenbrenner e Morris (2007),elaborou-se um protocolo de regras na intenode garantir a boa conduo das aulas. Assim, osalunos, juntamente com o professor, formularamas regras que consideraram importantes seguir.Tal procedimento facilitou a reciprocidade entretodos os envolvidos nas atividades

    (BRONFENBRENNER; MORRIS, 2007). Amaioria das aulas foi ministrada por doisprofessores, sendo planejadas e discutidas porambos com o intuito de minimizar a diferena nametodologia aplicada. A turma foi dividida emduas, com nmero igual ou aproximado deintegrantes, onde cada turma, com seu respectivoprofessor, ocupava uma das metades da quadra.Assim, enquanto de um lado da quadra eramrealizadas atividades centradas na tcnica dosmovimentos de habilidades locomotoras,estabilizadoras e manipulativas selecionadas paraaula, na outra metade, eram realizadas atividadescentradas na perspectiva do jogo, querequeressem tais habilidades. Quando

    transcorrido metade do tempo da aula, os gruposinvertiam o procedimento didtico-pedaggicoadotado, procurando-se maximizar o tempo deaula para uma prtica mais efetiva das atividadespropostas (para mais informaes sobre aproposta de interveno motora consultarValentini e Toigo (2006).

    No que diz respeito s atividades centradasna tcnica, foram construdos circuitos, onde emcada aula era enfocado uma ou mais habilidadesmotoras fundamentais. A turma foi subdivididaem pequenos grupos, sendo que cada um destes

    ficava em uma determinada estao do circuitoonde executavam a habilidade duranteaproximadamente trs minutos at a mudana deestao. As tarefas do circuito objetivavam fazercom que o aprendiz tivesse a oportunidade deexecutar as habilidades manipulando objetos emdiferentes formas. As instrues sobre as tarefasda aula eram dadas sempre no incio das aulascom o objetivo de reduzir a necessidade deesclarecer possveis dvidas a cada mudana deestao. Em atendimento s perspectivas de

    Bronfenbrenner e Morris (2007), todas asatividades foram desenvolvidas respeitando umahierarquia de complexidade, permitindo que osalunos estabelecessem metas possveis de seremalcanadas por eles. Ainda, quando se fazianecessrio os professores ofereciamfeedbackaosaprendizes no que diz respeito execuo corretados movimentos.

    Para que as atividades se tornassemsignificativas para os alunos(BRONFENBRENNER; MORRIS, 2007), naoutra metade da quadra era realizado um jogo, namaioria das vezes adaptado com simbologiaprpria que envolvia as mesmas habilidades

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    motoras que estavam sendo trabalhadas nocircuito. Foram realizados jogos populares e decooperao-oposio com a formao deequipes mistas, tanto em relao ao gneroquanto ao nvel de desenvolvimento motor.Para contribuir no aspecto cognitivo e tambmpara a autonomia dos aprendizes, usualmente ojogo era interrompido para que as crianaspudessem criar e combinar estratgias para ojogo, promovendo-se tempos para as equipesse reunirem e planejarem tticas para aobteno do sucesso, sendo esta contribuiotambm inerente competncia afetivo-social.O professor responsvel por orientar asatividades relacionadas ao jogo fornecia

    feedback para os aprendizes na execuo dashabilidades, assim como podia tambm, emconjunto com os aprendizes, alterar algumasregras do jogo, objetivando uma maiorinterao e motivao dos mesmos nas aulas.

    O grupo controle tinha apenas uma auladedicada recreao, por semana, na qual noeram direcionadas brincadeiras ou atividadesespecficas e orientadas para os mesmos pelasprofessoras polivalentes da escola. Geralmenteera dada uma bola com a qual alguns meninosjogavam, enquanto as meninas e os demaismeninos, que no gostavam de futsal,realizavam brincadeiras livremente, comojogos de pega-pega, trancelim (elstico), entreoutras. Ou seja, o grupo controle noparticipava de atividades orientadas nas aulasde recreao da escola.

    Anlise Estatstica

    Utilizou-se o teste de Shapiro-Wilk paraverificar a normalidade da distribuio dos dados

    (p=0,138 para o Coeficiente Motor Amplo),assim como o teste de Levenepara a igualdadedas varincias. Os resultados foram expostos pormeio de estatstica descritiva: mdia, desviopadro, frequncia absoluta e relativa. Foiutilizada uma Anlise de varincia three way,

    para os fatores grupo com 2 nveis, sexo,

    tambm com 2 nveis, e o fator fase (medidasrepetidas correspondendo a antes e aps ainterveno) . Alm disso, foi aplicado o posthoc de Bonferroni, sendo ajustado o nvel designificncia para < 0,007. O critrio de Wilkslambda () foi adotado. O teste t pareado foiutilizado para verificar possveis diferenas no

    desempenho motor dos grupos em cadahabilidade motora avaliada. O nvel designificncia adotado foi de < 0,05.

    RESULTADOS E DISCUSSES

    Ao analisar os resultados do desempenhodas crianas foi possvel observar interaosignificativa entre os Grupos (experimental econtrole) x Desempenho motor (pr e ps-teste)(=0,317 F(1,42) =90,548, p< 0,001, 2= 0,683,poder =1). Na comparao entre gneros, osresultados no evidenciaram uma interaosignificante entre o fator Desempenho motor pr e

    ps-teste - (=0,999 F(1,42) =0,044 p = 0,835,2= 0,001, poder =0,008). Tambm no houveefeito de interao entre os fatores Grupos x Sexo xDesempenho motor pr e ps-teste (=1,00F(1,42) =0,017 p = 0,897 2= 0,000, poder=0,007).

    Pde-se observar que houve efeitopositivo das aes interventivas nodesempenho motor das crianas em ambos osgneros, considerando-se o coeficiente motoramplo que um ndice que representa o

    desempenho geral nas habilidadesinvestigadas. Na Tabela 1 possvel averiguaras mdias e desvios padro da referidavarivel, alm do escore padro e da avaliaodescritiva do desempenho motor das crianasdos Grupos Controle (GC) e Interveno (GI)na pr e ps-interveno.

    Nota-se que as mdias do Coeficiente MotorAmplo dos dois grupos no perodo pr-intervenoapresentaram-se relativamente homogneas. Asmdias do coeficiente motor amplo no perodo pr-interveno se aproximam dos resultados de

    Marramarco (2007) em um estudo realizado com287 crianas de 5 a 10 anos de idade de ambos osgneros no municpio de Farroupilha-RS(masculino: 77,7 + 11,3 / feminino: 70,1 + 9,9),apesar de ocorrer uma maior disperso dosresultados devido maior amplitude da faixa etriae do maior nmero de participantes. Em relao aoestudo de Roncesvalles et al. (2007), os resultadosaqui encontrados assemelham-se tanto no que dizrespeito mdia do coeficiente de motricidadeampla (M=77,8), quanto similaridade do

    desempenho entre meninos (M=78,4) e meninas(M=77,2).

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    Tabela 1 Mdias, desvios padro e classificao do coeficiente motor amplo dos grupos controle e intervenode acordo com o gnero, nas fases de pr e ps-teste.

    Fase Sexo GruposEP

    ( X )(S)

    QMA

    ( X )(S)Avaliao Descritiva

    Pr-interveno

    Grupo Geral

    (n=46)

    GC (n=23) 12,1+2,8 76,5+8,4 Pobre

    GI (n=23) 12,7+3,0 78,2+9,0 Pobre

    Masculino

    (n=26)

    GC (n=13) 12,4+3,4 77,2+10,2 Pobre

    GI (n=13) 12,2+2,9 76,5+8,8 Pobre

    Feminino

    (n= 20)

    GC (n=10) 11,9+1,9 75,7+5,7 Pobre

    GI (n=10) 13,5+3,1 80,5+9,2 Abaixo da Mdia

    Ps-interveno

    Grupo Geral

    (n=46)

    GC (n=23) 11,7+3,0 75,2+8,9 Pobre

    GI (n=23) 20,5+2,8 101,4+8,5 Na Mdia

    Masculino

    (n=26)

    GC (n=13) 12,1+2,8 76,2+8,3 PobreGI (n=13) 19,9+2,5 99,8+7,4 Na Mdia

    Feminino

    (n=20)

    GC (n=10) 11,3+3,3 73,9+9,8 PobreGI (n=10) 21,2+3,2 103,6+9,7 Na Mdia

    Legenda: QMACoeficiente motor amplo; EP soma dos escores padro.Fonte: Dados coletados pelos autores.

    Assim como fora identificado na RegioSul do Brasil (VALENTINI, 2002a;VILLWOCK; VALENTINI, 2007;MARRAMARCO, 2007; BRAGA et al., 2009;BRAUNER; VALENTINI, 2009; SILVA,2009), as crianas do presente estudo tambmapresentaram atrasos motores no perodo pr-interveno, visto que a mdia do coeficientemotor amplo foi considerada baixa, tendo emvista que o mesmo pode variar de 46 a 160pontos (ULRICH, 2000). No que diz respeitoaos atrasos motores das crianas deste estudo,pode-se inferir que tal fenmeno decorre da

    falta de oportunidades em prticas motorasorientadas, uma vez que no haviaregularidades nas aulas de educao fsica naescola e, quando essas ocorriam, eram emforma de recreao, sob orientao deprofessores polivalentes. Ademais, as crianasdeste estudo no eram atendidas por projetosesportivos sociais, colaborando assim, paraque as mesmas fossem menos fisicamenteativas.

    A anlise de medidas repetidas revelouque o desempenho motor amplo do GI

    melhorou aps o perodo de interveno, tantopara as meninas (p

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    Figura 1Comparao das mdias e desvios padro do Coeficiente Motor Amplo dos GC e GI antes e aps o perodo deinterveno.

    Fonte:Dados coletados pelos autores.

    Tais atividades contemplaram uma gamade habilidades motoras fundamentais delocomoo, manipulao e estabilidade, sendoestas praticadas em diferentes situaes deprevisibilidade e imprevisibilidade ambiental.Assim, alm de promover a melhora do

    coeficiente motor amplo, infere-se que ainterveno tambm pode contribuir para queas crianas possam, posteriormente, sercapazes de utilizar essas habilidades em outroscontextos que no seja o escolar, ratificando oprincpio da aprendizagem que garantir a

    aplicao do conhecimento em diferentesambientes (GALLAHUE; OZMUN, 2005). AFigura 2, desenvolvida a partir da classificaonormativa (ULRICH, 2000) refora o que aquise expe, evidenciando a fragilidade docontexto escolar de vulnerabilidade social na

    Regio do Cariri cearense em promover odesenvolvimento motor dos escolares doEnsino Fundamental I quando comparadosqueles que tiveram oportunidades de prticasmotoras orientadas.

    Figura 2 Distribuio de frequncia relativa dos valores descritivos do coeficiente motor amplo.

    Fonte: Dados coletados pelos autores.

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    Na Figura 2, a categorizao normativamostra prevalncia de classificao abaixo damdia, pobre e muito pobre no perodo pr-interveno, aproximando-se do que foraencontrado por Silva (2009) e Vieira et al.(2009) em estudos desenvolvidos no Paran. digno de nota que houve, no presente estudo,uma preocupao em fazer o pareamento dosgrupos, garantindo a similaridade nodesempenho motor entre os GC e GI para ascategorias normativas no perodo pr-interveno. Consequentemente pde-se verificar

    as alteraes motoras positivas no grupointerveno que migraram das categorias dedesempenho motor pobre e abaixo da mdia noperodo pr-interveno (74%), para ascategorias na mdia (74%), acima da mdia(15%) e superior (4%) no perodo ps-interveno. Na inteno de melhor detalharcomo o desempenho motor das crianascomportou-se nas subcategorias dos testeslocomotores e de controle de objetos, a Tabela 2mostra as mdias dos escores brutos de cadahabilidade.

    Tabela 2 Mdias e desvios padro das habilidades de locomoo e de controle de objeto no pr e ps-teste.

    GRUPO MaT** Pr-interveno Ps-interveno PCorrida Controle

    8,06,87+1,10 7,43+0,84 0,029*

    Experimental 6,70+1,49 7,60+0,72 0,014*

    Galope Controle8,0

    4,87+1,82 5,60+1,55 0,070

    Experimental 4,09+2,13 7,04+1,10

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    nesta ltima habilidade. J o GI, apresentoumelhoras nos escores em quase todas ashabilidades motoras investigadas. Tais diferenass no foram estatisticamente significativas para ashabilidades da passada, salto horizontal e de chutar.Pode-se considerar que os avanos no desempenhomotor nas habilidades locomotoras e manipulativasso peculiares aos diferentes programas deinterveno motora. Assim, por exemplo, noestudo de Goodway, Crowe e Ward (2003), ahabilidade de passada apresentou-se como uma dashabilidades locomotoras com maior ganho mdiode escore, ficando abaixo apenas da corrida. Emcontrapartida, a habilidade de chutar, apesar detambm apresentar uma melhora, foi a habilidade

    de controle de objeto que obteve menor ganho noescore bruto aps a interveno. Registre-se que oestudo de Goodway, Crowe e Ward (2003) foirealizado com pr-escolares e, provavelmente destaforma, possa justificar-se porque o ganho emhabilidades locomotoras revelou-se maispronunciado.

    O fato de o GI no apresentar diferena nahabilidade de chutar pode estar associado ao nvelinicial de desempenho desta habilidade identificadono pr-teste. Como se pode observar, o escorebruto do GI na habilidade de chutar no pr-teste foi

    de 7,30+1,11dp, sendo que o escore mximo paraela de 8 pontos, o que evidencia um desempenhoadequado faixa etria nessa habilidade mesmoantes da interveno. Tal fenmeno pode serexplicado pelos aspectos culturais, que incentivama prtica precoce da habilidade de chutar no Brasil,contribuindo assim para a aquisio do padromaduro desta habilidade (MARQUES;CATENASSI, 2005). Assim, como a prtica dofutebol contedo hegemnico do brincar infantilno Brasil, principalmente entre meninos, supe-se

    que as crianas possam estar sob orientao depessoas mais experientes fora do contexto escolar,que podem ter contribudo para o desenvolvimentoda habilidade de chutar.

    Outra evidncia sobre a especificidade dainterveno pode ser verificada no estudo de Bragaet al. (2009), o qual buscava investigar a influnciade um programa de interveno no desempenhodas habilidades locomotoras. As aesinterventivas do estudo de Braga et al. (2009)realizadas com crianas de 6 e 7 anos de idadeforam baseadas apenas na repetio dashabilidades, de forma aleatria ou em blocos.Ocorreram durante 12 sesses, com 3 aulas por

    semana, e com durao apenas de 15 minutos.Aps o perodo interventivo as crianasapresentaram ganhos somente no desempenho dashabilidades de galopar e saltar com 1 p.

    Fica explcito que a interveno adotada noestudo de Braga et al. (2009) depe contra osrequisitos estabelecidos por Bronfenbrenner eMorris (2007) para promover os processosproximais, tendo em vista que a carncia de umamaior persistncia temporal nas atividades, bemcomo a ausncia de manipulao de objetos esmbolos, torna as atividades menos atraentes e, porconseguinte, menos significativas para oseducandos. Talvez seja essa ento a relevantecontribuio do procedimento didtico-pedaggico

    proposto por Valentini e Toigo (2006) ematerializado neste estudo: fazer com que osprocessos proximais para o desenvolvimento motorpudessem operar positivamente.

    Quanto s limitaes deste estudo, assume-se que a ausncia de informaes acerca dodesenvolvimento motor de populaesdesfavorecidas socioeconomicamente, atendidaspor projetos sociais esportivos, deve serconsiderada em futuras investigaes. Estapreocupao pertinente, visto que odesenvolvimento da criana no deve estar atreladoa um nico ambiente em que ela participaativamente. Sendo assim, considerando oinvestimento que tem sido alocado em projetossociais esportivos no Brasil, necessrio saber seos processos proximais para promover odesenvolvimento motor das crianas mostram-sediferentes do que tem sido observado no contextoescolar.

    CONCLUSES

    Ao propor verificar o efeito de umprograma de interveno motora sobre odesempenho motor de escolares de umacomunidade de risco social na Regio do Cariri,Cear, Brasil, este estudo verificou que noperodo pr-interventivo havia uma prevalnciageneralizada de atrasos motores, corroborandocom o que tem sido constatado em outroscontextos brasileiros, principalmente aqueles queabrangem a populao empobrecida. Osresultados deste estudo levam a crer que osatrasos motores se do predominantementepela falta de oportunidades tanto na escola

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    como fora dela, penalizando assim,principalmente os escolares oriundos defamlias de baixa renda.

    Essas evidncias sugerem que entender ocontexto escolar como espao de equidade deoportunidades para o desenvolvimento humanoparece ser imperativo para que este assumatambm a responsabilidade de promover odesenvolvimento motor das crianas. Nestesentido, ficou explcito que ao optar pela utilizaode uma proposta didtico-pedaggica seguindo ospressupostos de Valentini e Toigo (2006), comnfase na operacionalizao positiva dos processosproximais (atividades significativas, persistnciatemporal, hierarquia de dificuldades no

    aprendizado, manipulao de objetos e smbolosnas atividades e reciprocidade entre professores ealunos e entre alunos e alunos), possvelpromover o catch up, ou seja, viabilizar que osescolares apresentem ganhos em habilidadesmotoras em direo a um padro madurorelacionado ao que se espera para idade deles comoverificado neste estudo.

    Acredita-se que este estudo trazcontribuies para pedagogos, professorespolivalentes e professores de educao fsica e,

    ainda, serve de alerta para os gestores pblicos,uma vez que evidncias empricas sugerem que abaixa proficincia motora na infncia contribuipara a perda de um estilo de vida fisicamente maisativo na adolescncia, repercutindo posteriormenteno desenvolvimento de doenas hipocinticas. Paratanto se faz necessrio que a disciplina de educaofsica supere a dependncia das bases legais e tenhasua implantao e atuao efetiva, reconhecendoque se faz necessrio capacitar e conscientizar osprofessores sobre seu importante papel no processode desenvolvimento do educando, mostrando assimque uma Educao Fsica amparada em basescientficas oportuniza a todos, meninos e meninas,experincias que conduzem a maior competncia

    motora.Por fim, o estudo sugere que outraspesquisas sejam realizadas com a possibilidadede comparar o programa de interveno aquiutilizado, com crianas de escolas que ofertemaulas de Educao Fsica nas sries iniciais e/oucom crianas que participem de projetos deincluso social pelo esporte, a fim de verificar aefetividade dos diferentes programas no queconcerne ao desenvolvimento motor (limitaoreconhecida no presente estudo).

    THE EFFECT OF A PROGRAM FOR MOTOR INTERVENTION ON MOTOR DEVELOPMENT OF CHILDRENAT SOCIAL RISK IN CARIRI - CE

    ABSTRACTThe aim of this study was to verify the effect of a program of motor intervention on motor development (MD) of schoolchildrenin a community living in socioeconomic vulnerability in Cariri, Cear, Brazil. Forty-six (46) students of both gendersparticipate of the study (23 Intervention Group and 23 Control Group), aged 7 to 9 years old ( X = 8,27 - s= 0,61). The motorintervention was based on the proposition of Valentini and Toigo (2006) and Proximal Processes highlighted byBronfenbrenner and Morris (2007). Motor performance was assessed by the Test of Gross Motor Development-2 (TGMD-2).The results showed positive and significant effect of MD in children treated in the interventional program. We conclude that thedidactic-pedagogic proposition adopted was effective to promote the development students locomotor and manipulative skills,showing up as a viable alternative to promote MD on Elementary School children.

    Keywords: Physical education classes. Child development. Motor skills.

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    Recebido em 22/09/2013Revisado em 10/07/2014

    Aceito em 11/08/2014

    !"#$%$&' )*%* +'%%$,)'"#-"+.*! Cicero Luciano Alves Costa Rua Luiz Bezerra, 237, Paraso, Caririau CE. CEP:63220000. E-mail: [email protected].

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