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2009 ESCOLA SECUNDÁRIA PADRE ANTÓNIO VIEIRA Margarida Flores Martins [COSTA VICENTINA: PRAIA DE ALMOGRAVE] A saída de campo à costa vicentina no dia 14 de Maio de 2009, em particular à Praia de Almograve foi promovida pelo Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola Secundária Padre António Vieira em colaboração com o Professor José Carlos Kulberg da Faculdade de Ciências e Tecnologia.

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2009 

 

 

ESCOLA SECUNDÁRIA PADRE ANTÓNIO VIEIRA  Margarida Flores Martins  

[COSTA VICENTINA: PRAIA DE ALMOGRAVE] A  saída  de  campo  à  costa  vicentina  no  dia  14  de Maio  de  2009,  em  particular  à  Praia  de Almograve foi promovida pelo Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola Secundária Padre António Vieira em  colaboração  com o Professor  José Carlos Kulberg da  Faculdade de Ciências e Tecnologia. 

 

 

 

Índice  

1. Introdução                    4     

1.1. Relatório da saída                4 

1.2.Análise dos resultados              13  

2. Opinião dos alunos                  16 

3. Conclusões                    18 

4. Bibliografia                    20 

 

 

 

 

Capítulo 1 

 

2.1Relatório da saída  

A  saída  de  campo  ao  longo  da  Costa  Vicentina  no  dia  14  de  Maio  de  2009,  em 

particular  à Praia de Almograve  e Cabo  Sardão,  enquadra‐se Plano de  actividades proposto 

pelo Núcleo de Estágio de Biologia e Geologia da Escola Secundária Padre António Vieira1 no 

ano 2008/2009 e foi dinamizada pelos professores estagiários em colaboração com o Professor 

José Carlos Kulberg da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa e 

Orientador científico deste Núcleo.  

Considero  que  é  imprescindível  referir  a  importância  da  participação  do Orientador 

científico  deste  Núcleo  de  Estágio  numa  actividade  que  pretendia  não  só  promover  o 

desenvolvimento de  competências  científicas na  área da Geologia e Biologia  como  também 

aferir da qualidade do trabalho desenvolvido pelos professores estagiários. A sua participação 

nesta actividade revelou‐se fundamental para o cumprimento dos objectivos definidos. 

Realço  a  disponibilidade manifestada  pela  Professora  Fernanda  Pessoa,  docente  na 

mesma  faculdade  quando  convidada  pelo  Núcleo  de  Estágio  da  ESPAV  a  participar  nesta 

actividade. Apesar da sua ausência, por compromissos profissionais, é  importante destacar a 

sua participação na  identificação das espécies  recolhidas na  saída de  campo que  se  revelou 

preciosa e extremamente profícua. 

Importa  salientar  um  outro  aspecto  relevante  e  estruturante  desta  actividade  que 

passou  pelo  trabalho  colaborativo  que  se  procurou  desenvolver  entre  os  presentes.  A 

colaboração  da  turma  do  Curso  de  Operadores  Sistemas  ambientais2  conduzida  pela 

Professora Cristina Palma contribui para a promoção da interdisciplinaridade e do intercâmbio 

de conhecimentos e experiências entre os alunos do 8º deste curso e os alunos do 12º 1. 

Esta  colaboração  surgiu  da  necessidade  de  colocar  em  prática  o  Projecto  Go,  um 

projecto  apoiado  pelo  Grupo  de  Química  da  ESPAV  que  visa  o  desenvolvimento  de 

competências na área das  tecnologias de  informação e comunicação associadas à promoção 

                                                            1 ESPAV – Escola Secundária Padre António Vieira 2 CEF (OSA) – Curso de Educação Formação: Operadores de Sistemas ambientais  

 

do conhecimento científico. Assim, com o auxílio de um do GPS e de um conjunto de sensores 

(Temperatura,  luminosidade,  intensidade sonora) os alunos do CEF‐OSA e os alunos do 12º 1 

recolheram  os  dados  relativos  a  estas  variáveis  e  fizeram  o  levantamento  fotográfico  do 

Terreno. 

A  visita  desenrolou‐se  de  forma  calma,  sem  nenhum  incidente  e  contou  com  a 

participação activa de todos os alunos e professores. Realizaram‐se duas paragens ao longo da 

visita que correspondem aos dois grandes momentos desta saída de campo: 

 1ª Paragem: Praia de Almograve 

2ª Paragem: Cabo Sardão 

 

Praia de Almograve 

A  chegada  à  Praia  de  Almograve  deu‐se  por  volta  das  11h30m  depois  de  algumas 

paragens  ao  longo  do  percurso,  solicitadas  pelos  alunos.  O  Professor  José  Carlos  Kulberg 

encaminhou‐nos para a entrada da praia que é feita através de um atalho ao longo das Dunas. 

Enquanto a Professora Cristina Palma e alguns dos seus alunos acertavam a data e hora dos 

sensores  e  sincronizavam  a  máquina  fotográfica  com  restantes  instrumentos,  o  Professor 

convidado esclareceu os alunos em  relação ao que se pretendia com esta actividade, dando 

alguns  concelhos  e  advertindo‐os  para  o  facto  de  estarem  numa  área  protegida  que  está 

incluída  no  Parque  Natural  do  SW  Alentejano  e  Costa  Vicentina  e  na  qual  são  exigidos 

comportamentos adequados com vista à manutenção das espécies e ao equilíbrio do referido 

parque (Figura 1). 

 

 

 

 

 

 

 

 Fig.1. Enquadramento da visita feito pelo Professor Convidado 

 

 

 

  Por  considerar  importante  falar  nos  aspectos  geológicos  da  paisagem  mas  sem 

aprofundar muito os conhecimentos nesta área do saber, dado que o currículo do 12º ano não 

tem  conteúdos na  área da Geologia, o Professor  José Kulberg  fez  referências  aos principais 

fenómenos  geológicos  exibidos  nesta  Praia,  preocupando‐se  em  estabelecer  uma  relação 

entre a Geologia e a Biologia, enumerando alguns exemplos, designadamente os ouriços‐do‐

mar  que  se  estendem  ao  longo  de  um  substrato  estratificado  devido  à  sua  composição 

litológica. 

Assim, fez referência ao tipo de substrato, que é constituído por rochas sedimentares 

datadas do Quaternário e referiu a existência de estratos verticais situados no fim da falésia e 

incluídos na zona intertidal, cuja disposição se deve ao facto de terem sido sujeitos a processos 

de dobras. Relativamente à convexidade estas dobras são designadas dobras neutras, uma vez 

que a abertura é lateral (Figura 2). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 No percurso realizado ao longo do ecossistema dunar foi possível visualizar inúmeras 

espécies vegetais e animais. Os alunos manifestaram muita curiosidade a cerca das referidas 

espécies,  questionando‐me  sobre  a  sua  denominação.  Os  conhecimentos  apreendidos  ao 

longo  dos  quatro  anos  de  formação  permitiram‐me  esclarecer  a  maioria  das  dúvidas 

apresentadas. 

Fig.2. Dobras neutras

 

O  Instituto  de  Conservação  da  Natureza  reconhece  neste  Parque  Natural  muitas 

espécies, no entanto no percurso para a praia os alunos visualizaram as seguintes espécies de 

répteis: 

Psammodromus hispanicus    Lagartixa‐do‐mato‐ibérica  

Hemidactylus turcicus    Osga‐turca  

Tarentola bischoffi    Osga das Selvagens  

 A descida para a praia  foi  feita por um atalho mais  íngreme ao  longo da encosta e 

todos os alunos descerem sem problemas. Já próximos da praia os alunos visualizaram a foz do 

rio Mira que desagua no mar, medindo aí a temperatura da água e do ambiente (Figura 3 e 4). 

 

  

 

 

 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.3. Descida da falésia

Fig.4. Medição da temperatura da água na Foz do Rio Mira 

 

Depois de  recolhidos os dados neste ponto  continuámos  até  à  zona de  rebentação, 

onde procedemos à medição das variáveis no sentido de perceber se existiria ou não alguma 

alteração de valores.  

Uma  vez que  a baixa‐mar  estava prevista para  as 12h16m  conseguimos  visualizar o 

ecossistema característico da zona intertidal (zona entre marés). Esta zona corresponde a uma 

área do substrato litoral que fica exposta apenas durante a maré‐baixa ficando submersa com 

a  subida de maré. As  condições exibidas nesta  zona obriga os organismos que aí habitam a 

adquirem estratégias de sobrevivência de modo a conseguirem resistir às condições severas de 

hidratação e salinidade. 

Foi possível visualizar o zonamento da zona  intertidal que correspondia ao  limite das 

algas vermelhas visível na Figura 5.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Com o  intuito de  identificarmos  e  coleccionarmos  alguns organismos  característicos 

nesta  zona, de modo a  contribuir para o enriquecimento museológico do departamento de 

Biologia da ESPAV foram recolhidos alguns exemplares de espécies animais e vegetais. 

À medida que caminhávamos ao longo da faixa litoral os alunos foram recolhendo mais 

dados e amostras nomeadamente nos enclaves que se encontravam mais para o  interior da 

praia  e  onde  foi  possível  visualizar  ouriços‐do‐mar  (Paracentrotus  lividus),  anémonas 

(Anemonia sulcata), lapas (Patella ulyssiponensis), entre outros (Figura 6). 

Fig.5. Zonamento numa rocha da zona intertidal

 

Um outro aspecto apontado pelo Professor Kulberg foi a dobra que se podia visualizar 

na perfeição neste ponto da praia (Figura 7). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Importa salientar o empenho dos alunos em todo o processo de medição de variáveis, 

recolha  de  organismos  e  registo  das  observações  que  se  revelou muitíssimo  valioso  para  a 

aquisição dos objectivos propostos para esta saída de campo (Figura 8). 

 

Fig.6. Exemplo de um enclave e respectiva comunidade 

Fig.7. Dobra

10 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Por  considerar  curiosa  a  composição  de  determinados  substratos,  o  Professor  José 

Kulberg mencionou  o  facto  de  existirem  ao  longo  da  praia  algumas  rochas  com  um  brilho 

metálico característico devido à presença de óxidos de ferro (Figura 9). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.8. Anotação dos resultados das medições

Fig.8. Nódulos de Óxidos de Ferro

11 

 

  Uma vez que já se começava a notar a subida do nível da água do mar e uma vez que o 

acesso ao ponto inicial da visita poderia começar a ficar submerso os alunos e os professores 

começaram a caminhar na direcção do autocarro. 

  Enquanto alguns alunos e professores ficaram para trás analisando mais um ou outro 

pormenor, outros há que preferiram dar início ao almoço, devido ao adiantado da hora (Figura 

9). 

  No cômputo geral e pela opinião dos  intervenientes (alunos e professores), recolhida 

através de um questionário,  a  apreciação da  visita  foi muito positiva. A maioria dos  alunos 

realçou a importância deste tipo de actividades na promoção do conhecimento científico, e o 

facto  de  ter  sido  uma  experiencia muito  enriquecedora  tanto  a  nível  das  relações  pessoais 

como no processo de aprendizagem. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.9. Chegada ao ponto de partida

12 

 

Cabo Sardão 

 

  A segunda paragem foi relativamente curta, devido ao vento forte que se fazia sentir e 

pretendia  que  os  alunos  visualizassem,  uma  vez mais  a  estreita  relação  entre  fenómenos 

Biológicos e Geológicos. Aqui é possível observar, junto à falésia os veios cavados nas paredes 

rochosas e os muitos casais de cegonha‐branca que escolheram estas escarpas para nidificar 

(Figura 10).  

  Este  retrato  suscitou nos alunos uma enorme admiração e ao mesmo  temo  regozijo 

por  terem  a  oportunidade  de  estarem  a  aprender  coisas  novas  num  contexto  totalmente 

diferente daquele que costuma ser, a sala de aula. 

  A visita  terminou aqui no  cabo  sardão devido à  intempérie  seguindo‐se depois uma 

viagem longa, de volta a casa (Figura 11).  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fig.10. Local eleito pelas cegonhas para a nidificação

Fig.11. Cabo Sardão

13 

 

2.2. Análise dos resultados 

  O  resultado  final desta actividade  consistiu em  realizar um  ficheiro do Google Earth 

(KMZ), através do qual é possível “navegar” pelo percurso que  traçamos nesta  saída  (Figura 

12). 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  Esta ideia surge no âmbito do Projecto GO, um projecto que visa integrar os benefícios 

das tecnologias na Educação e que está a ser explorado pelo grupo de Química da ESPAV que 

participou nesta saída de Campo. 

  Assim,  através  de  um  GPS  foi  traçado  um  percurso  geo‐referenciado  de  modo  a 

planear e documentar  a  visita e  a partilhar essa  informação. A  cada  variável, neste  caso as 

variáveis  escolhidas  foram:  a  intensidade  sonora,  a  temperatura  da  água  e  a  temperatura 

ambiente,  corresponde uma  coordenada do GPS. Estes valores  foram adquiridos no  terreno 

por sensores. 

  A  par  da  recolha  de  dados  (coordenadas  e  valores  de  temperatura  e  intensidade 

sonora) foi também feito o levantamento fotográfico do terreno, o que implica a sincronização 

destes três instrumentos. 

Fig.12. Geo‐referenciação do percurso na praia de Almograve 

14 

 

  A elaboração deste trabalho permitiu compreender como variam os factores abióticos 

e a sua  implicação no tipo de ecossistema existente, assim como estudar o tipo de substrato 

rochoso da zona e a sua caracterização. 

  Foram realizadas ao  longo da visita 28 medições de variáveis e a sua distribuição é a 

seguinte (Gráfico 1): 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  A  interpretação deste gráfico permite‐nos estabelecer um conjunto de relações entre 

os factores bióticos e os abióticos. 

  As primeiras 5 medições apenas apresentam valores correspondentes à Temperatura 

ambiente  e  à  Intensidade  sonora. A  ausência  de  valores  referentes  à  temperatura  da  água 

deve‐se ao facto de os alunos terem começado a recolher valores ainda no percurso da falésia 

(ecossistema dunar) que não apresenta massas de água. No que se refere à intensidade sonora 

à  salientar  a  diminuição  progressiva  destes  valores,  principalmente  na  5ª  medição  que 

corresponde à descida para a praia e portanto uma maior protecção do vento.  A  6ª  medição 

Gráfico 1. Valores recolhidos na Praia de Almograve

15 

 

foi  realizada na Foz do Rio Mira e  revela um aumento na  intensidade  sonora, uma vez que 

aquela zona volta a estar mais desprotegida contudo menos que a área percorrida até aqui, daí 

o aumento da  temperatura. A medição  seguinte diz  respeito à água do mar, daí o  valor da 

temperatura  da  água  ser  dois  graus  inferior  à massa  de  água  da  Foz  do  Rio.  Na  paragem 

número 9 o valor de intensidade sonora desce consideravelmente e a temperatura da água do 

mar sobe um valor em comparação com a anterior, uma vez que foram recolhidos numa zona 

de poças protegidas por afloramentos rochosos e descobertas pela maré‐baixa o que faz com a 

água  parada  aqueça.  No  caso  de  poças  que  comecem  a  encher  devido  à  preia‐mar  a 

temperatura da água baixa, tal como se pode ver na paragem 11. As medições realizadas nas 

paragens 14 e 19 correspondem a enclaves, que por estarem inclusos no substrato justificam a 

temperatura da  água medida. A  leitura dos  resultados das medições 21, 22  e 23  reflecte  a 

variação dos valores mediante a presença/ausência do sol. Assim, a medição 21 corresponde a 

um enclave ao sol, a 22 a um enclave à sombra e a 23 a um enclave protegido pela falésia.  

  As medições recolhidas e a análise das mesmas permitiram compreender a implicação 

dos  factores  abióticos  nos  processos  Biológicos  e  Geológicos,  promovendo  assim  o 

entendimento do conhecimento científico como um todo. 

 

   

   

 

  

 

 

 

 

 

   

 

16 

 

3. Opinião dos alunos 

 

Ana Rita Lobato 

‐ A visita foi uma óptima maneira de criar laços entre os colegas e os professores, o que deve 

ser sempre mantido e cultivado. O programa da visita foi muito interessante, mais ainda pelo 

facto  de  termos  a  oportunidade  de  termos  presentes  bons  “guias”,  como  professores  de 

biologia e o professor da universidade nova de Lisboa. 

Para  ser  sincera, não aprendi muitas  coisas novas, mas pude no entanto observar  situações 

geológicas, que já conhecia “ao vivo e a cores”. 

Acho que  visitas de estudos  como esta devem  ser  realizadas no mínimo, uma  vez em  cada 

período pois para  alem do que  já  referi  é um óptimo modo de  aumentar  a motivação dos 

alunos e nem sempre é preciso ir muito longe. 

Consoante as várias matérias abordadas poderíamos ter por exemplo: visitado uma ETAR, ou 

museus da área, ver filmes interessantes, visitar reservas naturais, visitar hospitais. 

Simplesmente adorei!!! 

  Vanessa Rosa 

‐ (…) Apesar desta visita de estudo ter sido bastante divertida e nos ter proporcionado novos 

conhecimentos acerca daquela zona, penso que não foram dadas muitas  informações acerca 

da geologia que eram precisas para uma melhor compreensão da visita. 

Apesar de a nossa turma não ter geologia no 12º ano penso que teria sido mais interessante se 

o Professor tivesse dado mais informações sobre este assunto como aconteceu na visita no 11º 

ano. 

  Maria Ana Benoliel 

‐ A visita à costa vicentina desenrolou‐se de forma interessante e informal, vindo um pouco no 

seguimento do ano passado ao Portinho da Arrábida. 

Desta  vez,  contudo,  os  alunos  tiveram  oportunidade  de  observar  ecossistemas  aquáticos, 

relacionando assim, a Biologia e a Geologia 

17 

 

A  actividade  foi  importante  para  o  enriquecimento  da  nossa  cultura  geral  e  para  o 

entendimento das relações existentes entre as várias espécies, ao longo da Costa Vicentina 

O ponto fraco da visita prendeu‐se com o facto de a maioria dela ter sido passada a viajar. 

 

   

Andreia Franco 

‐ Penso que esta visita de estudo foi útil na medida em que permitiu observar alguns aspectos 

geológicos  estudados  nos  anos  anteriores  e  explorar  um  pouco  do  habitat  envolvente  e 

observar diversos seres vivos. 

No entanto, não gostei muito e achei que tanto a viagem de autocarro como a caminhada na 

praia fora um pouco longas. 

Para mim,  esta  visita  não  foi muito  aliciante,  pois  já  tinha  visitado  anteriormente  algumas 

praias da Costa Vicentina e o que observei não diferiu muito do que já se tinha observado. 

(…) Penso que seria muito bom realizar futuras actividades neste âmbito. 

 

Rita Pires 

‐ Eu gostei muito da visita de estudo realizada dia 14 de Maio à Costa Vicentina, e apesar das 

peripécias todas que aconteceram diverti‐me imenso e foi um dia muito bem passado, que nos 

possibilitou voltar no tempo e relembrar a grande visita de estudo do 10º ano a Almograve. 

(…) O Professor José Carlos Kulberg foi também uma grande ajuda e teve muita paciência em 

responder todas as nossas dúvidas e a explicar tudo o que víamos, ajudando‐nos a relacionar 

diferentes conceitos, ensinando‐nos muitas coisas interessantes. Mais uma vez foi muito bom 

contar com a sua presença e sabedoria sobre tudo que é Geologia. 

Foi uma grande saída de campo que tão depressa não vou esquecer! 

 

 

18 

 

4. Conclusões 

 

  A  realização desta saída de campo permitiu o desenvolvimento de competências 

científicas  e  tecnológicas  contribuindo  deste  modo  para  a  formação  integral  dos  alunos 

presentes.  A  participação  do  Professor  José  Carlos  Kulberg,  assim  como  dos  restantes 

professores  contribui  significativamente para o  cumprimento dos objectivos propostos para 

esta actividade: 

• Promover competências relacionadas com a iconografia 

• Promover a compreensão da Ciência como um todo  

• Promover a correcta utilização (no sentido da interiorização de regras e normas de 

  segurança) do GPS e sensores (temperatura e intensidade sonora) 

• Promover  o  ensino  experimental  e  contextualizado  das  ciências  através  do 

  trabalho projecto em torno do estudo do meio circundante e da realidade local 

• Promover  o  intercâmbio  de  experiências  e  conhecimentos  entre  alunos  e 

  professores 

• Analisar e interpretar resultados recolhidos no terreno 

• Compreender a relação entre factores bióticos e abióticos  

• Fortalecer os laços de amizade entre os alunos 

  O material biológico recolhido na Praia de Almograve no dia 14 de Maio de 2009 

foi identificado pela Professora Fernanda Pessoa e após análise, conservado a álcool a 70%. 

Assim as espécies identificadas foram: 

ALGAS 

Ulva rígida – Chlorophyta 

Asparagopsis armata Harvey – Rhodophyta 

Rhodophyta fixa a lapa 

Polysiphonia lanosa (Linnaeus) – Rhodophyta 

Lithophyllum incrustans Philippi – Rhodophyta 

Lithophyllum tortuosum – Rhodophyta 

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GASTRÓPODES 

Patella ulyssiponensis ‐ Lapa  

Manodonta lineata (da costa) ‐ Caracóis 

 

ANTOZOÁRIOS 

Actinia equina Linnaeus – Anémona pedunculada 

Anemonia sulcata (Pennant) – Anémona vulgar 

 

  Pela  análise  que  faço  dos  comentários  de  todos  os  alunos  participantes  nesta 

actividade, a saída de campo à Praia de Almograve foi muito pertinente, pelo que os alunos do 

CEF‐OSA apesar de não possuírem muitos conhecimentos nas áreas abordadas  referiram  ter 

aprendido muitas coisas. 

  Esta evidência reflecte que os objectivos previstos foram alcançados e superados, 

na medida em os alunos apreenderam os conteúdos e desenvolveram competências. 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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5.Bibliografia 

 

http://www.hidrografico.pt/previsao‐mares.php 

http://www.ccems.pt/PROJECTOS/GOMobilidadenaEducação/tabid/223/Default.aspx