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BAmbu
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José Roberto de Lima Murad
As propriedades físicas, mecânicas
e meso-estrutural do bambu Guadua
weberbaueri do Acre
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil do Centro Técnico Científico da PUC-Rio.
Orientador: Khosrow Ghavami
Rio de Janeiro, março de 2007.
José Roberto de Lima Murad
As propriedades físicas, mecânicas
e meso-estrutural do bambu Guadua
weberbaueri do Acre
Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil do Centro Técnico Científico da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.
Prof. Khosrow Ghavami Orientador
Departamento de Engenharia Civil - PUC-Rio
Prof. Conrado de Souza Rodrigues Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais
Prof. Romildo Dias Tolêdo Filho
Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ
Prof. José Luiz Mendes Ripper Departamento de Artes e Design - PUC-Rio
Prof. José Eugênio Leal
Coordenador Setorial do Centro Científico Tecnológico da Puc-Rio
Rio de Janeiro, 26 de março de 2007.
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.
José Roberto de Lima Murad
Graduou-se em Engenharia Civil, pela Universidade Federal do Acre (UFAC), em abril de 2003. Concluiu curso de especialização em Gestão de Recursos Ambientais em 2004. Ingressou no curso de mestrado em Engenharia Civil da PUC-Rio em março de 2004, onde em conjunto com o Prof. Khosrow Ghavami vem contribuindo em pesquisas na área de materiais não convencionais.
Ficha Catalográfica
CDD: 624
Murad, José Roberto de Lima As propriedades físicas, mecânicas e meso-estrutural
do bambu Guadua weberbaueri do Acre / José Roberto de Lima Murad; orientador: Khosrow Ghavami – Rio de Janeiro: PUC, Departamento de Engenharia Civil, 2005.
v., 120 f: il. ; 30 cm Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) -
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Inclui bibliografia.
1. Engenharia Civil – Teses. 2. Bambu. 3. Guadua weberbaueri. 4. Propriedades físicas. 5. Propriedades mecânicas. 6. Propriedades meso-estrutural. 7. tratamento. 8. Análise estrutural de treliças. 9. Materiais não convencionais. I. Ghavami, Khosrow. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.
Aos meus pais, Labib e Maria Helena,
que estiveram ao meu lado em todos os
momentos, acreditando e apoiando meus
sonhos.
E a Priscilla Augusta, noiva e amiga,
que nesses três anos de convivência
procurou elevar o sentido de nossas vidas
unindo o amor à amizade e à cumplicidade,
e permitindo, através de seu espírito crítico,
de sua visão científica e de sua ética, que
juntos crescêssemos em nossas vidas,
pessoal e profissional. Que a franqueza da
nossa amizade e do nosso amor seja um
exemplo para nossos filhos que ainda virão.
Agradecimentos
A Deus, por existir e me proteger.
A meus pais, Labib e Maria Helena, que tanto deram de si para minha formação
e pelas incomparáveis lições de vida.
A minha noiva, Priscilla Augusta, por ter compartilhado comigo também os
momentos difíceis, e por sua inigualável ajuda, compreensão e amor.
Ao grande amigo, professor e orientador, Ghavami, por toda atenção, disposição
dispensada e bibliografia cedida para a realização deste trabalho.
Aos tios Ramis e Zaíra, que fizeram da sua casa a extensão da minha e ao amor
e carinho a mim dedicado.
Aos meus sogros - José Augusto e Maria José, Irmãos – Fabíola e Rafael,
cunhados, tios, avó, sobrinhos e toda família, que sempre me apoiaram e tanto
me incentivaram.
Ao professor Sidnei Paciornik, pela colaboração na utilização do Processamento
Digital de Imagem.
Aos professores Felipe José da Silva e Clelio Thaumaturgo, por terem aberto as
portas do laboratório do IME para a realização dos ensaios de resistência à
tração e cisalhamento.
A todos professores do DEC – Estruturas, pelos conhecimentos adquiridos
durante o curso.
Aos técnicos e amigos do LEM, Euclides, José Nilson, Evandro e Haroldo, pela
ajuda nos trabalhos experimentais e pelos momentos compartilhados no
laboratório.
A Rita, Ana Roxo e Fátima, pela atenção e ajuda.
Aos colegas de Mestrado, em especial aos de maior convivência: Ygor Netto,
Amanda Jarek, Adenilson Oliveira, Cláudia O. Pacheco, Renato Mendes,
Joaquim Nunes, Liliane Veloso, Diego, Diogo Mota, Daniel El Jaick, Lucas,
Thiago Pecim e Patrício Pires.
Aos amigos Luis Alberto Torres Cruz e Eliane Pires, pela amizade, bibliografia
cedida e ajuda oferecida na conclusão deste trabalho.
Ao Evandro e Paulo Henrique Andrade pela ajuda com o corte, manuseio e
envio dos bambus do Acre para o Rio de Janeiro.
Aos professores Roberto Feres, Marcos Silveira e Maria Alice, pela bibliografia
cedida.
Ao arquiteto belga e amigo Sven Mouton, pela confiança a mim depositada à
realização da análise estrutural do projeto do Centro Comunitário Camburi. A
Vice-Reitoria Acadêmica da PUC-Rio pela ajuda financeira.
Resumo
Murad, José Roberto de Lima; Ghavami, Khosrow. As propriedades físicas, mecânicas e meso-estrutural do bambu Guadua weberbaueri
do Acre. Rio de Janeiro, 2007. 120p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
O bambu apresenta baixo consumo de energia e baixo custo de produção,
além de ser um material renovável e ecológico. É um material potencialmente
promissor que vem demonstrando grandes qualidades para a construção civil.
Estudos mostraram que a relação resistência à tração e peso específico do
bambu é 2,77 vezes maior que a do aço. Este trabalho tem como objetivo a
caracterização física, mecânica e meso-estrutural do bambu da espécie Guadua
weberbaueri para possível aplicação na engenharia civil como material não
convencional. Os resultados dos ensaios mecânicos mostraram valores
compatíveis a outras espécies pesquisadas. Concluiu-se que o material quando
sujeito a carga de tração, cisalhamento ou compressão apresentou
comportamento semelhante ao de outras espécies já estudadas, desde 1979, no
Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio, sob a orientação do professor
Khosrow Ghavami. Onde foram desenvolvidos vários programas de investigação
para o emprego do bambu e outras fibras vegetais na construção de edificações
de baixo custo, substituindo produtos de asbesto, aço, cimento e outros
materiais poluentes e não renováveis. Podendo este ser utilizado como material
alternativo na engenharia civil.
Palavras-chave:
Bambu; Guadua weberbaueri; propriedades físicas; propriedades mecânicas; propriedades meso-estruturais; tratamento; materiais não convencionais.
Abstract
Murad, José Roberto de Lima; Ghavami, Khosrow. The physical, mechanical and meso-structural properties of the bamboo Guadua
weberbaueri of Acre. Rio de Janeiro, 2007. 120p. Dissertação de Mestrado – Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
The bamboo presents low consumption of energy and low cost of
production, beyond being a renewable and ecological material. It is a potentially
promising material that comes demonstrating great qualities for the civil
construction. Studies had shown that the relation tensile strenght and specific
weight of the bamboo is 2,77 times bigger that of the steel. This thesis presents
the results of an experimental investigation to establish the physical, mechanics
and meso-structural, of the bamboo of the species Guadua weberbaueri for
possible application in the civil engineering as a non-conventional material. The
results of the mechanical rehearsals showed compatible values to other
researched species. It was concluded that the material when subject to traction
loads, shear or compression presented similar behavior to the of other studied
species already, since 1979, in the Department of Civil Engineering of PUC-Rio,
under the orientation of professor Khosrow Ghavami. Where some programs of
inquiry for the vegetal job of the bamboo and other staple fibers in the
construction of edifications of low cost had been developed, substituting pollutant
products of asbestos, steel, cement and other pollutant materials didn’t renew.
Being able this being used as non-conventional material in civil engineering.
Key Words:
Bamboo; Guadua weberbaueri; physical properties; mechanical properties;
meso-structural properties; treatment; non-conventional materials.
Sumário
1 Introdução 18
1.1. Objetivo 19
1.2. Estrutura do trabalho 19
2 Revisão bibliográfica 20
2.1. Introdução 20
2.2. Guadua weberbaueri 25
2.3. As florestas abertas com bambu no sudoeste da Amazônia 25
2.4. Manejo e processo de preparo para uso 27
2.4.1. Idade do corte 28
2.4.2. Período de corte 29
2.4.3. Cura 30
2.4.4. Secagem do bambu 31
2.5. Tratamentos preservativos 32
2.5.1. Métodos de aplicação de preservativos 33
2.6. Meso-estrutura do bambu 34
2.7. Características físicas 37
2.8. Propriedades mecânicas 38
3 Materiais e métodos 41
3.1. Propriedades físicas 41
3.1.1. Peso específico 41
3.1.2. Teor de umidade natural 42
3.1.3. Absorção de água 42
3.1.4. Mudanças dimensionais 43
3.2. Determinação das propriedades meso-estrutural 44
3.3. Propriedades mecânicas 46
3.3.1. Determinação das propriedades mecânicas 46
3.3.1.1. Determinação da resistência à tração 46
3.3.1.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal 48
3.3.1.3. Resistência à compressão axial 49
4 Resultados e discussões 51
4.1. Tratamentos preservativos 51
4.2. Propriedades físicas 53
4.2.1. Absorção de água 53
4.2.2. Peso específico 54
4.2.3. Variações dimensionais 55
4.2.4. Teor de umidade natural 56
4.3. Propriedades meso-estruturais 58
4.4. Propriedades mecânicas 63
4.4.1. Resistência à tração axial 63
4.4.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal 67
4.4.3. Resistência à compressão axial 69
5 Conclusões e sugestões 74
5.1. Conclusões 74
5.2. Sugestões 75
6 Referências bibliográficas 77
7 Anexo I. Figuras e Tabelas referentes à análise dos resultados dos ensaios
físicos, mecânicos e meso-estruturais. 83
8 Anexo II. Figuras dos ensaios de resistência à tração, cisalhamento e
compressão. 92
Lista de figuras
Figura 2.1 - Armadura longitudinal de pilar em bambu. Fonte: Rosa (2002). 20
Figura 2.2 - Fôrmas permanentes de lajes armadas com bambu. Fonte: Achá
(2002). 21
Figura 2.3 - Tratamento e concretagem de lajes armadas com bambu. Fonte:
Achá (2002). 21
Figura 2.4 - Stand do SEBRAE/AC - Feira do Empreendedor - Exposição
Agropecuária do Estado do Acre – EXPOACRE – 2005. 23
Figura 2.5 - Memorial Indígena - Campo Grande - MS. Fonte: Ghavami (1992). 24
Figura 2.6 - Ponte de bambu em Stuttgart, Alemanha. Fonte: Ghavami (1992). 24
Figura 2.7 - Vistas frontal e interna da Catedral construída em bambu na
Colômbia. Fonte: Ghavami (1992). 24
Figura 2.8 - Distribuição da floresta aberta com bambu no sudoeste da
Amazônia. Mapa produzido a partir da interpretação visual de imagens
Landsat TM falsa-côr (bandas 3, 4 e 5), por B.W. Nelson com imagens do
INPE (Brasil) e por R. Kalliola, utilizando imagens do INRENA (Peru). Fonte:
Oliveira (2000). 26
Figura 2.9 - Bambu Guadua weberbaueri do Acre com 4 meses de idade, ainda
com brácteas. 28
Figura 2.10 - Bambu Guadua weberbaueri maduro, idade estimada 3 anos. 29
Figura 2.11 - Cura na touceira – Bambu Guadua weberbaueri do Acre. 30
Figura 2.12 - Variação da fração volumétrica das fibras na espessura do colmo
do bambu Guadua weberbaueri do Acre. 35
Figura 2.13 - Detalhes da microestrutura do bambu – conjunto vascular (LIESE,
1998). 35
Figura 3.1 - Corpo de prova para os ensaios de peso específico e teor de
umidade natural. 42
Figura 3.2 - Pesagem do corpo de prova do ensaio de absorção de água. 43
Figura 3.3 - Esquema do processamento digital de imagens. 44
Figura 3.4 - Lixamento e polimento da amostra. 45
Figura 3.5 - Aquisição Digital de Imagens. 45
Figura 3.6 - Forma e dimensões do corpo de prova. 47
Figura 3.7 - Ensaio de resistência à tração. 48
Figura 3.8 - Corpos de prova e ensaio de resistência ao cisalhamento
longitudinal. 49
Figura 3.9 - Ensaio de resistência à compressão e sistema de aquisição de
dados - Vischay. 50
Figura 4.1 - Bambus após tratamento. 52
Figura 4.2 - Detalhe dos bambus tratados em banhos de imersão à quente com:
água (a), Jimo Cupim® (b), querosene (c) e óleo queimado (d). 53
Figura 4.3 - Comparação das variações dimensionais da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 56
Figura 4.4 - Imagem do bambu Guadua weberbaueri seccionada em 4 fatias. 58
Figura 4.5 - Correção de iluminação. 58
Figura 4.6 - Segmentação. 59
Figura 4.7 - Eliminação de ruídos. 59
Figura 4.8 - Preenchimento dos espaços vazios. 59
Figura 4.9 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 4 e 16
seções. 60
Figura 4.10 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 8 e
16 seções. 61
Figura 4.11 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 12 e
16 seções. 61
Figura 4.12 - Variação da fração volumétrica do bambu Mosó, seccionada em 4,
8, 12 e 16 fatias. 62
Figura 4.13 - Variação da fração volumétrica da amostra da base do bambu
Dendrocalamus giganteus seccionada em 4 e 16 partes. 62
Figura 4.14 - Distribuição de fibras na espessura de bambu Mosó obtida por
Amada (1996). 63
Figura 4.15 - Comparação da resistência à tração da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies. 66
Figura 4.16 - Comparação do módulo de elasticidade da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies. 67
Figura 4.17 - Comparação da resistência ao cisalhamento da base do bambu
Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 69
Figura 4.18 - Curvas tensão – deformação obtidas no ensaio de resistência à
compressão – amostras sem nó. 71
Figura 4.19 - Curvas tensão – deformação obtidas no ensaio de resistência à
compressão – amostras com nó. 71
Figura 4.20 - Comparação da resistência à compressão da base do bambu
Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 72
Figura 4.21 - Comparação do módulo de elasticidade longitudinal da base do
bambu Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
73
Figura A.I. 1 - Absorção de água do bambu Guadua weberbaueri. 83
Figura A.I. 2 - Comparação da absorção de água da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 83
Figura A.I. 3 - Comparação do peso específico da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 84
Figura A.I. 4 - Variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri. 85
Figura A.I. 5 - Comparação do teor de umidade natural da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 86
Figura A.I. 6 - Fração volumétrica da amostra dividida em 2 fatias. 86
Figura A.I. 7 - Fração volumétrica da amostra dividida em 3 fatias. 87
Figura A.I. 8 - Fração volumétrica da amostra dividida em 4 fatias. 87
Figura A.I. 9 - Fração volumétrica da amostra dividida em 8 fatias. 87
Figura A.I. 10 - Fração volumétrica da amostra dividida em 12 fatias. 88
Figura A.I. 11 - Fração volumétrica da amostra dividida em 16 fatias. 88
Figura A.I. 12 - Resistência à tração da base da espécie Guadua weberbaueri. 88
Figura A.I. 13 - Módulo de elasticidade da base da espécie Guadua weberbaueri.
89
Figura A.I. 14 - Resistência ao cisalhamento e módulo de elasticidade da base
do bambu Guadua weberbaueri. 90
Figura A.II. 1 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 1 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 92
Figura A.II. 2 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 2 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 93
Figura A.II. 3 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 3 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 93
Figura A.II. 4 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 4 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 94
Figura A.II. 5 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 5 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 94
Figura A.II. 6 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 6 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 95
Figura A.II. 7 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 7 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 95
Figura A.II. 8 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 8 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 96
Figura A.II. 9 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 9 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 96
Figura A.II. 10 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 10 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 97
Figura A.II. 11 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 11 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 97
Figura A.II. 12 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 12 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 98
Figura A.II. 13 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 13 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 98
Figura A.II. 14 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 14 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 99
Figura A.II. 15 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 15 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 99
Figura A.II. 16 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 16 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 100
Figura A.II. 17 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 17 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 100
Figura A.II. 18 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 18 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 101
Figura A.II. 19 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 21 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 101
Figura A.II. 20 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 22 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 102
Figura A.II. 21 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 23 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 102
Figura A.II. 22 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 24 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 103
Figura A.II. 23 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 27 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 103
Figura A.II. 24 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 28 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 104
Figura A.II. 25 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 29 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 104
Figura A.II. 26 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 30 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 105
Figura A.II. 27 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 31 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 105
Figura A.II. 28 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 32 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 106
Figura A.II. 29 - Curva tensão de compressão-deformação da região basal sem
nó do bambu Guadua weberbaueri. 106
Figura A.II. 30 - Curva tensão de compressão-deformação da região basal com
nó do bambu Guadua weberbaueri. 107
Figura A.II. 31 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 1 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 107
Figura A.II. 32 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 2 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 108
Figura A.II. 33 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 3 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 108
Figura A.II. 34 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 4 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 109
Figura A.II. 35 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 5 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 109
Figura A.II. 36 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 6 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 110
Figura A.II. 37 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 7 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 110
Figura A.II. 38 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 8 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 111
Figura A.II. 39 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 9 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 111
Figura A.II. 40 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 10 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 112
Figura A.II. 41 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 11 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 112
Figura A.II. 42 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 12 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 113
Figura A.II. 43 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 13 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 113
Figura A.II. 44 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 14 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 114
Figura A.II. 45 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 15 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 114
Figura A.II. 46 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 16 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 115
Figura A.II. 47 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 17 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 115
Figura A.II. 48 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 18 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 116
Figura A.II. 49 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 19 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 116
Figura A.II. 50 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 20 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 117
Figura A.II. 51 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 21 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 117
Figura A.II. 52 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 22 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 118
Figura A.II. 53 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 25 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 118
Figura A.II. 54 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 26 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 119
Figura A.II. 55 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 27 - fatia
externa da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 119
Figura A.II. 56 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 28 - fatia
interna da região basal do bambu Guadua weberbaueri. 120
Lista de tabelas
Tabela 2.1 - Relação energia de produção por unidade de tensão. Fonte:
Ghavami (1992). 22
Tabela 2.2 - Relação resistência à tração X peso específico. Fonte: Ghavami
(1992). 22
Tabela 2.3 - Resistência mecânica da espécie Phyllostachys bambusoide (LEE
et al., 1994). 40
Tabela 4.1 - Porcentagem de absorção de água do bambu G. weberbaueri. 53
Tabela 4.2 - Comparação da absorção de água da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 54
Tabela 4.3 - Comparação do peso específico da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 55
Tabela 4.4 - Variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri. 55
Tabela 4.5 - Comparação do teor de umidade natural da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 57
Tabela 4.6 - Porcentagem do volume de fibras em cada seção. 60
Tabela 4.7 - Resistência à tração e módulo de elasticidade da base da espécie
Guadua weberbaueri. 64
Tabela 4.8 - Resistência ao cisalhamento da base do bambu Guadua
weberbaueri. 67
Tabela 4.9 - Resistência à compressão, módulo de elasticidade longitudinal,
módulo de elasticidade transversal e coeficiente de Poisson da base do
bambu Guadua weberbaueri. 70
Tabela A.I. 1 - Comparação das variações dimensionais da espécie Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 85
Tabela A.I. 2 - Comparação da resistência à tração e módulo de elasticidade da
espécie Guadua weberbaueri com outras espécies. 89
Tabela A.I. 3 - Comparação da resistência ao cisalhamento da base do bambu
G. weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 90
Tabela A.I. 4 - Comparação da resistência à compressão da base do bambu G.
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 91
Tabela A.I. 5 - Comparação do módulo de elasticidade longitudinal da base do
bambu G. weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio. 91
Lista de símbolos
E Módulo de elasticidade
Ec Módulo de elasticidade do compósito
Ef Módulo de elasticidade da fibra
Em Módulo de elasticidade da matriz
Vf Fração volumétrica das fibras
Vm Fração volumétrica da matriz
V Volume
Ps Peso seco ao ar
P0 Peso seco em estufa
Pn Peso saturado
h Teor de umidade natural
A Quantidade de água absorvida
VD Variação dimensional
Dv Dimensão após saturação
Ds Dimensão na condição de seco ao ar
VR Variação radial
VL Variação longitudinal
VC Variação circunferencial
fb Resistência à compressão
L Comprimento
D Diâmetro
ε Deformação
γ Peso específico total
στ Resistência à tração
ν Coeficiente de Poisson
τ Resistência ao cisalhamento
1 Introdução
O desenvolvimento de materiais de baixo custo na construção civil torna-
se uma exigência atual básica. Os materiais convencionais mobilizam vultuosos
recursos financeiros, consomem muita energia e requerem processos
centralizados de produção. Neste sentido impõem-se materiais ecológicos de
baixo custo e reduzido consumo de energia de produção, minimizando a
poluição, o consumo de energia, garantindo a conservação dos recursos não
renováveis e a manutenção de um ambiente saudável que não favoreça a
proliferação de doenças (GHAVAMI, 1992).
As fibras de côco, sisal, cinza de casca de arroz e o bambu apresentam
propriedades similares aos materiais tradicionais, podendo substituí-los,
obtendo-se assim vantagens não só econômicas, mas também de ordem
técnica. O bambu é de fundamental importância para o desenvolvimento
sustentável, principalmente no que diz respeito a habitações populares. O baixo
consumo de energia em sua produção, a grande abundância e o baixo preço
caracterizam o bambu como material potencialmente promissor, além de
contribuir com a redução da poluição, conservando os recursos naturais. O
bambu é usado como material de baixo custo, empregado na construção
principalmente como alternativa para o aço em estruturas de concreto e
estruturas espaciais (GHAVAMI, 1995).
Este trabalho dá continuidade a um programa de pesquisas de materiais
não convencionais com utilização na construção civil, que vem sendo
desenvolvido desde 1979 pelo Departamento de Engenharia Civil da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC-Rio, sob orientação do professor
Khosrow Ghavami.
Neste trabalho é apresentada uma revisão bibliográfica geral, bem como
os resultados que permitam a caracterização quanto as propriedades físicas,
mecânicas e meso-estrutural da espécie Guadua weberbaueri, colhida na
Reserva Florestal Humaitá, em Porto Acre – Acre.
19
1.1. Objetivo
A espécie Guadua weberbaueri tem sido muito estudada por engenheiros
florestais e biólogos, porém, na engenharia civil o mesmo não ocorre. A falta do
conhecimento de suas propriedades físicas, mecânicas e meso-estrutural levam
a pouca utilização deste material. Este trabalho visa avaliar o desempenho
físico-mecânico por meio de ensaios destrutivos e não destrutivos, do bambu
Guadua weberbaueri visando à obtenção de informações e recomendações
técnicas sobre a utilização desse material e sua aplicação na engenharia civil,
viabilizando o uso do bambu como material de engenharia economicamente
viável.
1.2. Estrutura do trabalho
Esta dissertação está dividida em 8 capítulos.
Apresenta-se no capítulo 1uma breve introdução;
No capítulo 2 faz-se uma revisão bibliográfica abordando as principais
características físicas, mecânicas e meso-estrutural de outras espécies de
bambu estudadas na PUC-Rio e encontradas na literatura pesquisada;
O capítulo 3 descreve a metodologia utilizada para a determinação das
propriedades físicas, mecânicas e meso-estrutural da espécie Guadua
weberbaueri;
No capítulo 4, os resultados obtidos são apresentados, analisados e
comparados com resultados de outras espécies publicados em trabalhos
anteriores. Também foram realizados seis tipos de tratamentos preservativos;
Finalmente, no capítulo 5, as conclusões e sugestões para trabalhos
futuros;
Nos capítulos 6, 7 e 8 são apresentados as conclusões e anexos.
2 Revisão bibliográfica
2.1. Introdução
As características físicas, mecânicas, forma, pouco peso, fácil
disponibilidade e baixo custo, tornam o uso do bambu como material de
construção uma tradição nos países onde a planta cresce em abundância,
principalmente nas zonas tropicais e subtropicais da Ásia e em alguns países da
América Latina, onde dela se obtém alimento, moradia, infinidade de objetos de
uso doméstico, ferramentas, instrumentos musicais, etc.
Experiências realizadas no Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio
demonstram que o bambu combina com qualquer outro tipo de material, sendo
possível seu uso na construção de lajes, vigas e pilares de concreto, podendo
substituir o uso do aço e reduzindo o custo da obra. As principais vantagens do
bambu quando empregado como reforço ao concreto são: baixa energia por
unidade de tensão (comparado com o aço) e alta resistência à tração.
Vê-se nas Figuras 2.1, 2.2 e 2.3 substituições das tradicionais armaduras
de aço por bambu.
Figura 2.1 - Armadura longitudinal de pilar em bambu. Fonte: Rosa (2002).
21
Figura 2.2 - Fôrmas permanentes de lajes armadas com bambu. Fonte: Achá (2002).
Figura 2.3 - Tratamento e concretagem de lajes armadas com bambu. Fonte: Achá
(2002).
Outras características positivas do bambu:
• Possui elevada resistência à tração com relação ao peso, se
comparado com o aço, concreto ou madeira;
• A superfície externa natural é lisa, limpa, de cor natural atrativa e
não requer pintura, raspagem ou polimento;
• É disponível em quase em todo o mundo nas regiões de clima
tropical e sub-tropical, abundante, de rápido crescimento, de
baixo custo e de baixa energia de produção;
• Pode ser cortado tanto longitudinalmente como transversalmente
com o auxílio de ferramentas simples em razão de sua
constituição fibrosa;
22
• É um material fácil de ser transportado e armazenado devido a
sua forma circular e seção oca o que fazem com que seja um
material leve.
A Tabela 2.1 apresenta uma comparação baseada na energia de produção
por unidade de tensão para materiais de construção.
Tabela 2.1 - Relação energia de produção por unidade de tensão. Fonte: Ghavami
(1992).
Material Bambu Madeira Concreto Aço
MJ/m3/MPa 30 80 240 1500
Compara-se na Tabela 2.2 a relação entre resistência à tração e peso
específico do bambu e de outros materiais de construção com a resistência do
aço.
Tabela 2.2 - Relação resistência à tração X peso específico. Fonte: Ghavami (1992).
Material
Resistência à
Tração
σt (N/mm2)
Peso
específico
(N/mm310-2) R=(σt / γγγγ)10-2 R / Raço
Aço (CA 50A) 500 7,83 0,63 1,00
Bambu 140 0,80 1,75 2,77
Alumínio 304 2,70 1,13 1,79
Ferro Fundido 281 7,20 0,39 0,62
Nota-se que o bambu apresenta uma resistência à tração x peso
específico 2,77 vezes maior que a do aço.
O bambu possui, no entanto, algumas desvantagens: complexidade das
conexões e aspectos artesanais de produção, além de apresentar baixo módulo
de elasticidade, variação de seu volume por absorção de água e suscetibilidade
ao ataque químico e de microorganismos (GHAVAMI, 1992).
Pela sua versatilidade, o bambu é um dos materiais mais antigos a ser
utilizado pela humanidade. Há registros de uso do bambu na engenharia no
início da civilização, na China, onde pontes suspensas foram construídas com
cabos de bambu, dando origem a pontes e coberturas suspensas que hoje são
construídas com cabos de aço. Técnicas de construção desenvolvidas na Índia
23
neste período são até hoje utilizadas em países orientais como Indonésia,
Taiwan e Tailândia. A eficiência deste material para a construção civil é
comprovada considerando a durabilidade das obras construídas pelos povos
asiáticos. As Figuras 2.4 a 2.7 apresentam construções em bambu.
Figura 2.4 - Stand do SEBRAE/AC - Feira do Empreendedor - Exposição Agropecuária
do Estado do Acre – EXPOACRE – 2005.
24
Figura 2.5 - Memorial Indígena - Campo Grande - MS. Fonte: Ghavami (1992).
Figura 2.6 - Ponte de bambu em Stuttgart, Alemanha. Fonte: Ghavami (1992).
Figura 2.7 - Vistas frontal e interna da Catedral construída em bambu na Colômbia.
Fonte: Ghavami (1992).
25
Em países da América do Sul com abundância do material, como
Colômbia, Peru e Equador, várias aplicações têm sido exploradas,
principalmente na confecção de paredes, muros e andaimes. A Colômbia é o
país da América Latina que mais emprega o bambu na construção de habitações
populares. A fim de solucionar os problemas habitacionais na Colômbia, vêm se
desenvolvendo programas governamentais que incentivam o uso deste material.
O Brasil possui registros que mostram a eficiência do bambu. A partir de 1979
quando o professor Khosrow Ghavami iniciou estudos com bambus no Brasil,
seu emprego vem ganhando importância econômica e espaço na construção
civil. No meio rural está sendo utilizado em cercas, paredes de pau a pique,
tubulações para irrigação, etc. Construções de grande porte como casas,
pousadas e lojas afirmam a qualidade e beleza do material (CRUZ, 2002).
2.2. Guadua weberbaueri
Guadua weberbaueri é um bambu lenhoso, arborescente e espinhoso. A
espécie apresenta uma estrutura vegetativa modular composta de rizomas,
brotos aéreos sem ramos e folhas, e colmos com ramos e folhas. Este bambu
possui um sistema subterrâneo rizomático extensivo, persistente e ramificado,
que cresce horizontalmente próximo à superfície do solo (em torno de 20 cm de
profundidade), podendo atingir profundidades maiores ou até mesmo emergir a
superfície, ao desviar de obstáculos como raízes grandes (SILVEIRA, 2001). Por
ser curto, grosso, curvado, achatado dorsiventralmente, o rizoma é classificado
como paquimorfo (LONDOÑO, 1992).
2.3. As florestas abertas com bambu no sudoeste da Amazônia
A vegetação na região sudoeste da bacia Amazônica é caracterizada pela
ocorrência de florestas de transição entre a Amazônia e áreas extra-amazônicas
(PRANCE, 1989), predominando nesse cenário, a Floresta Ombrófila Aberta
(IBGE, 1997). Esta tipologia florestal é marcada pela abundância de palmeiras,
cipós ou bambus no dossel normalmente aberto, o que permite o
reconhecimento de fácies desta floresta (VELOSO et al., 1991).
As florestas abertas com bambu do gênero Guadua, “Pacales” no Peru e
“Tabocais” no Acre, são incomuns na Amazônia, mas no sudoeste da bacia,
26
cobrem áreas extensas, sendo uma das poucas formações florestais
amazônicas reconhecidas facilmente a partir de imagens do sensor orbital
Landsat Thematic Mapper (Bandas 3, 4 e 5) (SILVEIRA, 2001). As manchas de
floresta com bambu possuem de 10 a 104 km² (SILVEIRA, 2001) e sua
identificação é possível, pois a densa folhagem do bambu reflete o infra-
vermelho próximo e médio (bandas 4 e 5) mais que outras espécies (NELSON,
1994).
Através dos dados espectrais de 15 cenas contíguas de imagens de
satélite entre 7-11º latitude S e 66-74º longitude W, Nelson (1994) calculou em
121.000 km² a área ocupada pela floresta com bambu no sudoeste da
Amazônia. Análises de imagens adicionais (SILVEIRA, 2001) estimaram em
180.000 km² a área coberta por este tipo de floresta no Brasil, Peru e Bolívia
(Figura 2.8).
Figura 2.8 - Distribuição da floresta aberta com bambu no sudoeste da Amazônia. Mapa
produzido a partir da interpretação visual de imagens Landsat TM falsa-côr (bandas 3, 4
e 5), por B.W. Nelson com imagens do INPE (Brasil) e por R. Kalliola, utilizando imagens
do INRENA (Peru). Fonte: Oliveira (2000).
O bambu ocorre em cinco, dentre as onze tipologias florestais identificadas
no Acre (GOVERNO DO ESTADO DO ACRE, 2000). A floresta com bambu
dominando, a floresta com bambu mais floresta com palmeiras, a floresta com
bambu mais floresta densa e a floresta com bambu em área aluvial, representam
38% da cobertura florestal do Acre. A floresta com palmeiras mais floresta com
bambu representa 21% da vegetação.
As primeiras observações sobre a fisionomia da floresta com bambu foram
efetuadas por Huber (1904), durante viagem exploratória ao alto Solimões e
27
principais afluentes. As espécies do gênero Guadua em geral apresentam
espinhos nos colmos e ramos, e assim como outros bambus são semelparas
(um único evento de reprodução sexuada) e monocárpicas (morrem após esse
evento) (SILVEIRA, 2001). Guadua é um dos gêneros de bambu com maior
amplitude de distribuição no novo mundo (LONDOÑO e PETERSON, 1991), e a
maioria das 33 espécies ocorre no México, América Central e na América do Sul,
com exceção do Chile, em savanas, cerrados e florestas de galeria, florestas
montanas baixas e florestas tropicais de terras baixas (CLARK, 1995).
No Acre, Guadua weberbaueri Pilger e G. sarcocarpa, Londoño & Peterson
apresentam uma distribuição ampla, ocorrendo freqüentemente nos interflúvios
tabulares. G. superba Huber restringe-se às florestas temporariamente alagadas
ou a áreas de drenagem deficiente, enquanto G. angustifolia Kunth apresenta
uma distribuição mais restrita (SILVEIRA, 2001).
Guadua weberbaueri Pilger é uma espécie de bambu que ocorre a 1.500 m
de altitude na cordilheira dos Andes (CLARK, 1995), desce o piemonte na região
de Pucalpa ao norte até Puerto Maldonado mais ao sul, no Peru, penetrando em
território brasileiro através dos interflúvios colinosos das terras baixas no Acre,
ocupando grandes clareiras e dominando o dossel das florestas. Esta espécie
tem um ciclo de vida estimado entre 29-32 anos (SILVEIRA, 1999), após o qual
floresce e morre, depositando toneladas de material morto no solo em um
espaço de tempo curto (TOREZAN e SILVEIRA, 2000). O ciclo de vida do
bambu pode afetar o funcionamento do sistema, já que a deposição do material
morto provavelmente tem implicações sobre a produtividade primária, fluxo de
energia, decomposição, ciclagem de nutrientes e a microbiota do solo
(SILVEIRA, 2001), sendo um elemento oportuno para análises de relações
espécie-ecossistema (GRIMM, 1995).
2.4. Manejo e processo de preparo para uso
Existem diversos métodos preservativos que prolongam a vida útil do
bambu. Realizou-se um conjunto de procedimentos para obtenção de melhores
resultados e maior durabilidade na utilização do bambu. O bambu, por ser
passivo de alterações por influência das mudanças climáticas ou de organismos
animais ou vegetais, necessita de tratamento para que atinja uma maior
durabilidade e resistência. Devendo ser realizado procedimentos e cuidados
especiais, que vão desde o corte até sua utilização final, como: corte segundo a
28
idade e grau de maturidade, cura, secagem, tratamentos preservativos contra
fungos e insetos.
2.4.1. Idade do corte
O bambu maduro é o que apresenta melhores características de
resistência e é, portanto o apropriado para ser utilizado com fins construtivos. O
grau máximo de sazonamento é atingido em um período que varia de 3 a 7 anos
após seu nascimento. Apresentam-se certas características na planta por meio
das quais se reconhecem os colmos maduros e levando-as em consideração se
procede ao corte. A maioria dos bambus imaturos apresentam cor verde forte,
superfície macia, brácteas (folhas originadas nos nós que envolvem o broto
como proteção) ainda aderidas, uma fina penugem branca cerosa que se
desprende facilmente e poucos galhos no talo (Figura 2.9).
Figura 2.9 - Bambu Guadua weberbaueri do Acre com 4 meses de idade, ainda com
brácteas.
A maioria dos bambus maduros apresentam côr verde mate, superfície
dura, pouca ou nenhuma bráctea aderida ao talo, escassa penugem, manchas
escuras jaspeadas que são maiores em quantidade e intensidade em relação ao
grau de sazonamento e possuem grande profusão de galhos (Figura 2.10). Os
colmos que além destas características apresentam manchas amarelas já não
29
são mais utilizáveis porque estão começando a decadência para depois secarem
(CULZONI, 1986).
Figura 2.10 - Bambu Guadua weberbaueri maduro, idade estimada 3 anos.
2.4.2. Período de corte
Alguns povos da Índia acreditam que fazendo a colheita no tempo em
que não se tem lua no céu, ou seja, na fase nova ou crescente, o bambu não
sofrera ataque de insetos (LOPEZ, 2003). Em alguns países americanos
procede-se ao contrário, realizando-se o corte na fase de lua minguante.
Afirmam que nesse período a planta possui o mínimo conteúdo de seiva com o
que se consegue uma secagem mais rápida (SPENCE, 1982). No Brasil, os
fabricantes de móveis aconselham que a melhor época para colher os colmos é
nos meses que não ter letra "r" no nome (maio, junho, julho e agosto) e na fase
da lua minguante. Garantem que dessa forma o colmo não estragará
posteriormente. Experimentos realizados por Plank e Deogum não resultaram
em evidências suficientes para justificar a crença de que uma fase ou mês fosse
mais propício para o corte do bambu (LOPEZ, 2003).
30
2.4.3. Cura
A cura torna os colmos menos susceptíveis ao ataque dos insetos
que são atraídos pelo amido e glucose da seiva. Consiste na expulsão ou
diminuição do conteúdo de amido da seiva, que é de baixo custo e por isso
muito utilizada, porém não é tão eficaz quanto os tratamentos preservativos
feitos com produtos químicos.
Existem vários tipos de procedimentos para a cura tais como:
• Cura na touceira: consiste em recostar os talos cortados o mais
verticalmente possível contra os não cortados, sem tirar os galhos
nem folhas, isolando-os do solo, colocando-os sobre pedras ou
suportes (Figura 2.11). Devem permanecer nesta posição de 4 a 8
semanas dependendo das condições do tempo. É usado nas zonas
rurais e é muito recomendado já que os colmos conservam a côr
natural, não racham nem são atacados por fungos.
Figura 2.11 - Cura na touceira – Bambu Guadua weberbaueri do Acre.
• Cura por imersão: é muito utilizada pelos povos orientais e consiste
em submergir os talos em água do mar por um período de tempo de 3
dias a 3 meses. Nestes aparecem geralmente manchas e rachaduras
nos nós.
31
2.4.4. Secagem do bambu
Os bambus, quando ainda nas touceiras, possuem uma umidade
elevada, devido à seiva ou líquido condutor das substancias nutritivas. Devendo
esta umidade ser reduzida até um valor de 10 a 15%, minimizando a contração
ou dilatação pela variação da umidade, ocorrendo melhora das propriedades
mecânicas do bambu devido a difícil sobrevivência de organismos nocivos ao
bambu.
Dentre os diversos fatores que influenciam a secagem temos: espécie do
bambu, condições de secagem, espessura da parede do talo e grau de
maturidade. Diferentes espécies apresentam características diferentes de
secagem. Algumas precisam de mais tempo que outras devido não só à
espessura da parede, mas também porque nos talos maduros o conteúdo de
umidade decai com a altura. A porção basal demanda mais tempo na secagem
que a superior e os talos imaturos também. Os talos imaturos de paredes
delgadas (espessuras menores que 7,5 mm) deformam-se durante a secagem e
suas paredes tendem a afinar-se. Os talos maduros com paredes de espessuras
superiores a 12,5 mm tendem a apresentar fissuras na superfície principalmente
quando a secagem é severa. Os talos maduros ou imaturos com paredes de
espessura variando de 7,5 a 12,5 mm podem ser secos sem sofrer danos
(LOPEZ, 2003).
Depois de curado o bambu pode ser seco por três métodos diferentes:
• Secagem ao ar: se realiza empilhando os colmos horizontalmente em
uma área coberta, expostos ao ar, mas protegidos do sol e da chuva.
Após um mês de secagem ao ar, a umidade é mínima podendo variar
em função da umidade atmosférica. Para minimizar a impossibilidade
de controle de temperatura, umidade relativa e circulação de ar deste
método devemos escolher galpões de secagem em locais arejados;
• Secagem em estufa: é possível manter o controle da temperatura,
umidade e velocidade do ar, conseguindo-se melhores resultados em
menor período de tempo. Para processo em grande escala justifica-se
o investimento que é de alto custo;
• Secagem ao fogo: este sistema consiste em colocar os talos depois
de cortados sobre o fogo, apoiados em dois suportes a 50 cm do nível
do solo sobre carvões acesos com uma altura máxima de 15 cm. O
calor aplicado deve ser inferior a 120°C e o bambu deve ser girado
constantemente para se conseguir um aquecimento uniforme e não
32
queimá-lo, com isso se consegue matar qualquer inseto e ao mesmo
tempo endurecer a parede externa, tornando-a menos propícia ao
ataque de organismos. Este sistema serve também para secar e
retificar talos curvados (SPENCE, 1982). Para a obtenção de melhores
resultados é recomendado secar previamente os colmos ao ar até
uma umidade de cerca de 50%.
• Impregnação dos veios com polímeros / resinas: com a cura, os
polímeros enrijecem dentro dos veios do bambu aumentando sua
rigidez / resistência e prevenindo sua degradação.
2.5. Tratamentos preservativos
Consiste na aplicação de substâncias químicas que impeçam o ataque
de fungos e insetos aos colmos, conferindo-lhes com isso maior durabilidade. Os
produtos usados podem ser:
• Óleos ou oleossolúveis: recomendados para os casos em que os
colmos permanecerão enterrados. Entre os óleos obtidos pela
destilação da hulha, são usados o cresoto e o alcatrão. O alcatrão é
um produto barato, viscoso, que misturado com partes iguais de
alcatrão fluido, fornece um excelente tratamento dotado de grande
poder de penetração. Dos óleos solúveis o mais comum é o
pentaclorofenol (Cl5C6OH) usado em soluções oleosas a 5% de
concentração em peso, dissolvidas em óleos de petróleo. Pode ser
encontrado sob as marcas de Gilopen 01 e Dowcide. Existem também
preparados prontos a base de pentaclorofenol com diferentes
solventes e aditivos que variam em função da melhora da propriedade
requerida, podem citar-se o Imprentox, Pentox, Xilophene e Xilotex. O
grande inconveniente destes preparados é sua elevada toxidade.
• Substâncias hidrossolúveis: são combinações de sais tais como
cromato de zinco clorado, cromato de cobre ácido, metarsenito de
zinco, arseniato de cobre cromado, etc. Todas as substâncias
preservativas citadas protegem efetivamente o bambu pela ação
fungicida e inseticida que possuem e é recomendado seu uso, mas
com o cuidado de todo produto tóxico.
• Resinas sintéticas: não são produtos preservativos propriamente
ditos, mas com a impermeabilização conseguida afasta-se a
33
possibilidade de ataque de insetos ou fungos. A patente pertence a
uma empresa norte americana que fabrica varas de pescar e tacos de
golfe (CULZONI, 1986).
2.5.1. Métodos de aplicação de preservativos
As substâncias preservativas são aplicadas por diferentes métodos a
depender do tempo em que está sendo feito o tratamento e da infra-estrutura
disponível:
• Tratamento por transpiração de folhas: utilizam-se colmos recém
cortados dos quais não foram tirados galhos e folhas, no máximo 24
horas após o corte. Os colmos são colocados verticalmente num
recipiente contendo o preservativo escolhido, que é assim absorvido
pela água transpirada pelas folhas. Os preservativos indicados são os
solúveis em água. O tempo de tratamento varia com as condições
atmosféricas, mas em média, 2 a 4 dias são suficientes. A seguir, as
peças devem ser empilhadas à sombra, permanecendo no mínimo 40
dias ao abrigo da chuva de forma a processar-se a secagem. É
suficientemente econômico porque não precisa de uma instalação
especial para a aplicação;
• Método de Boucherie: consiste em fazer penetrar a substância
preservativa adotada com auxílio da pressão atmosférica ou de algum
dispositivo pneumático. Como no tratamento anterior, para sua
aplicação requer-se que a seiva esteja ainda em movimento e por isso
utilizado em colmos recém cortados dos quais foram tirados ramos e
folhas. Geralmente são necessárias 2 horas para a completa
aplicação, sendo muito eficaz e recomendado para explorações em
grande escala;
• Tratamento por imersão: o processo utiliza colmos secos
desprovidos de galhos e folhas que são imersos num reservatório
contendo o preservativo que pode ser do tipo de soluções oleosas ou
hidrossolúveis frias ou quentes de pentaclorofenol a 5%, de creosoto
ou creosoto alquitranado. Devido a maior penetrabilidade das soluções
quando quentes, o tempo de imersão pode reduzir-se entre 1 a 4
horas, mas quando o processo é a frio deve-se aumentar para 5 dias
ou mais.
34
• Tratamento por aplicação externa: o preservativo líquido é aplicado
com um pincel em duas ou três demãos sabre a superfície do bambu.
É ineficaz quando aplicado ao colmo inteiro já que a casca é
impermeável não penetrando o produto. Quando aplicada às fatias ou
peças cortadas melhoram-se os resultados devido a maior absorção
da parte interna. Uma solução fácil de preparar é feita com 50 g de
pentaclorofenol (Cl5C6OH) dissolvido em 200 ml de álcool 96° GL,
adicionando-se em seguida 100 ml de linhaça e completando-se o
volume para 1 litro com querosene (MCCLURE, 1993). Para que dê
bons resultados, os bambus devem estar com uma umidade em torno
de 15%.
2.6. Meso-estrutura do bambu
A estrutura do bambu em geral pode ser encarada como sendo um
material compósito constituído, a grosso modo, por feixes de longas fibras de
celulose alinhadas longitudinalmente, unidas por uma substância aglutinante –
matriz, a lignina.
O bambu é uma gramínea cuja estrutura pode ser classificada como
inteligente. Isto porque tanto sua macroestrutura (diâmetro, espessura,
espaçamento entre nós) quanto sua microestrutura (variação da fração
volumétrica de fibras de celulose na espessura) desenvolveram-se de forma a
otimizar o volume de material frente aos esforços aos quais está sujeito na
natureza (peso próprio e flexão devido à força do vento), resultando em um
material leve e de excepcionais características mecânicas. A esta otimização
natural chama-se Funcionalidade Graduada (GHAVAMI, 2005). A
Funcionalidade Graduada da macroestrutura do bambu pode ser observada pela
variação do diâmetro e da espessura com a altura, e a da microestrutura é
devido à distribuição de fibras de celulose na espessura. Esses feixes de fibras
estão distribuídos de tal modo que a zona interna contém de 15% a 30% desses
feixes, e a zona externa, de 40% a 70% ((CRUZ, 2002) e (GHAVAMI,
RODRIGUES, PACIORNIK, 2003)).
Uma previsão preliminar do comportamento mecânico do bambu em
regime elástico pode ser feita utilizando-se as equações da regra das misturas,
que dão boa aproximação para as propriedades elásticas dos compósitos a partir
das propriedades elásticas de seus constituintes, ou seja, fibras e matriz, e das
35
frações volumétricas destes materiais. Para que se possa utilizar estas equações
para análise dos bambus, é necessário considerar a variação da fração
volumétrica na espessura da parede dos colmos. Ghavami et al. (2000)
analisaram o bambu como material compósito através do método de microscopia
por Processamento Digital de Imagens (PDI), cuja imagem de variação das
fibras na espessura do colmo é apresentada na Figura 2.12.
Figura 2.12 - Variação da fração volumétrica das fibras na espessura do colmo do
bambu Guadua weberbaueri do Acre.
Através de imagens obtidas por Liese (1998) em análise da microestrutura
do bambu, observa-se que o que se considera uma fibra em análise
macroscópica é um conjunto vascular composto por vasos para transporte de
seiva, lignina e fibras de celulose (GHAVAMI ET AL., 2000). Este conjunto
vascular é mostrado na Figura 2.13.
Figura 2.13 - Detalhes da microestrutura do bambu – conjunto vascular (LIESE, 1998).
A estrutura anatômica da seção transversal é determinada pelo formato,
tamanho, disposição e número de canais vasculares, sendo típica de um
material graduado funcionalmente (AMADA, 1997). O sistema vascular é
esclerênquima
parênquima
vasos condutores
da seiva
fibras
internas
fibras
externas
36
composto por fibras e vasos condutores, sendo formados por dois vasos: o
metaxilema e o floema, e pelo protoxilema que são artérias principais. Os vasos
vasculares são cercados por células parenquimáticas. A espessura da parede do
colmo decresce da base até o topo devido à redução de sua parte interna,
contendo mais vasos parenquimáticos e menos vasos vasculares. A parte
superior do colmo, que contém mais vasos vasculares e menos parenquimáticos,
tem maior densidade. Assim, as resistências à tração e à flexão aumentam com
o aumento da altura do bambu (LOPEZ, 2003).
A parte externa do colmo é formada por duas camadas de células
epidermiais cobertas por uma camada cutinizada e com cera. Mais internamente
ocorre uma camada mais espessa e altamente lignificada, constituída de
numerosas células esclerenquimáticas (fibras), dificultando qualquer movimento
lateral dos líquidos. O tecido de um colmo é composto pelas células de
parênquima, feixes vasculares e fibras. O colmo é composto por 40 % de fibras,
50% de células parenquimáticas, que dá flexibilidade ao bambu, e 10 % de
vasos condutores de seiva (LIESE, 1992).
Esclerênquima: regiões mais densas do conjunto vascular. São compostas
por micro fibras de celulose sendo responsáveis pela resistência do bambu; os
veios são responsáveis pelo transporte de seiva e nutriente das plantas, e a
matriz do compósito bambu é composta pelo tecido base denominado
parênquima.
Utilizando-se as equações da regra das misturas pode-se gerar uma
equação do comportamento mecânico deste material em regime elástico, que
resulta numa boa aproximação para as propriedades elásticas dos compósitos a
partir das propriedades elásticas de seus constituintes (fibra e matriz) e das
frações volumétricas destes materiais. A equação (2.1) mostra o cálculo do
módulo de elasticidade de um compósito, onde Ec, Ef e Em são, respectivamente,
os módulo de elasticidade do compósito, fibras e matriz, e Vf e Vm são as frações
volumétricas de fibras e matriz.
Ec = Ef Vf + Em Vm (2.1)
Considerando que o volume total é a soma entre Vf e Vm, pode-se escrever
a equação (2.2).
Ec = Ef Vf + Em (1- Vf) (2.2)
37
As hipóteses adotadas no desenvolvimento das equações da regra das
misturas são fibras longas, alinhadas, espaçamento uniforme entre as fibras e
perfeita aderência entre fibras e matriz. Porém, através das Figuras 2.12 e 2.13,
nota-se que tanto a distribuição quanto o tamanho das fibras variam na
espessura, sendo que sua concentração aumenta da parede interna para a
parede externa do colmo, devido às tensões originadas pelas cargas de vento
serem maiores na superfície externa dos bambus. As fibras exercem então uma
“funcionalidade graduada” na estrutura do bambu, que por isso são
considerados materiais compósitos “inteligentes” (GHAVAMI et al., 2000).
É necessário adaptar essas equações de maneira a se considerar a
variação da fração volumétrica das fibras na espessura do bambu para que
possamos utilizar as equações da regra da mistura para análise dos bambus.
Considerando que esta variação na distribuição das fibras se dê segundo um
eixo x, onde a parede interna é a origem e o limite máximo é a parede externa do
colmo de bambu, as equações da regra das misturas passariam a ser
representadas na forma da equação (2.3) (GHAVAMI et al., 2000).
A determinação da forma como esta variação ocorre foi feita utilizando-se
como ferramenta o processamento digital de imagens.
Ec = f(x) = EfVf(x) + Em(1-Vf(x)) (2.3)
2.7. Características físicas
O bambu por ser um material natural apresenta uma série de fatores que
influenciam suas características e propriedades, que variam de acordo com a
espécie, idade, tempo de corte, região do talo, umidade, solo e clima local. Um
colmo em geral pode ser dividido em três zonas: basal, intermediaria e superior.
O bambu é um material que possui baixa massa específica e uma alta
resistência mecânica. Essa relação diferencia o bambu dos outros materiais
estruturais. O bambu deixa a estrutura mais leve, levando o peso próprio a
tornar-se uma parcela considerável no carregamento com materiais mais densos
como o concreto.
A densidade dos bambus varia entre 500 a 800 kg/m3, dependendo
principalmente do tamanho, quantidade e distribuição dos aglomerados de fibras
ao redor dos feixes vasculares (PEREIRA, 2001). Assim, na base do colmo a
resistência à flexão é 2 a 3 vezes maior na parte externa do que na interna.
38
Estas diferenças são menores à medida que se aproxima do topo, devido ao
aumento da densidade na parte interna e redução na espessura da parede, que
apresenta internamente menos parênquima e mais fibras.
Sua umidade natural varia de 13 a 20%, em função da umidade e do
clima do local. O bambu é um material higroscópico, já que se dilata com o
aumento da umidade e se contrai com sua perda. Essas mudanças são mais
acentuadas no diâmetro que no comprimento, ou seja, nota-se que as variações
dimensionais são maiores no sentido radial. O sentido circunferencial apresenta
pequenas variações em relação ao sentido radial. E praticamente não existe
variação no sentido longitudinal (TEIXEIRA, 2003).
Nota-se que nas primeiras 24 horas o bambu absorve aproximadamente
20% de água em peso e, caso permaneça imerso, continua aumentando
gradualmente 40% em 7 dias ((GHAVAMI E HOMBEECK, 1981) e (YOUSSEF,
1979)).
Ghavami e Marinho (2001) determinaram à variação do diâmetro, da
espessura de parede do colmo e do comprimento internodal de colmos inteiros
das espécies Dendrocalamus giganteus e Guadua angustifolia provenientes do
Jardim Botânico - RJ, e Guadua angustifolia, Guadua tagoara, Mosó e Matake
de São Paulo. Observaram que a espécie Dendrocalamus giganteus apresenta
maiores comprimento internodal, diâmetro externo e espessura, quando
comparado com outras espécies de bambu. Obtiveram resultados semelhantes à
pesquisa realizada por Ghavami e Toledo (1992), onde determinaram
propriedades como côr, comprimento, distância internodal, diâmetro externo,
espessura da parede, teor de umidade e peso específico para duas espécies
provenientes do Estado da Paraíba.
2.8. Propriedades mecânicas
Como todo material natural o bambu sofre alterações em suas
características mecânicas devido a uma infinidade de fatores como a espécie,
idade da planta, tempo de corte e fatores que fogem ao controle humano como
condições climáticas, teor de umidade das amostras, solo do bambuzal. Sendo a
idade, a espécie e região do colmo importantes variáveis para a determinação de
suas propriedades.
O conhecimento das tensões a que estarão submetidos decorrentes da
ação de várias forças é de fundamental importância para o dimensionamento
39
correto do bambu em peças estruturais. A resistência atingida será função da
resistência do material e dos defeitos que debilitam as seções. Os corpos de
provas são confeccionados conforme normas do INBAR (1999) – ISO/DIS 22157
e propostas de ensaios elaboradas por Ghavami et al. (1988).
A estrutura fibrosa, em feixes, do bambu favorece a resistência a
esforços de tração axial, porém, quando solicitado axialmente, raramente rompe
por tração pura (CULZONI, 1986). A principal causa disto reside nas
tortuosidades dos feixes e nas mudanças de seções, geralmente nos nós, onde
se interrompem as fibras, se reduzem às áreas resistentes e originam-se, na
peça, solicitações secundárias de compressão normal, cisalhamento e
fendilhamento, às quais o material oferece menor resistência. Segundo Beraldo
et al. (2003), a resistência à tração axial do bambu, em algumas espécies, pode
atingir 370 MPa. Isso torna atrativo o uso do bambu como substituto do aço. Em
geral a resistência à tração axial do bambu, com e sem nó, situa-se entre 40
MPa e 215 MPa, e o seu módulo de elasticidade varia entre 5,5 GPa e 18 GPa.
Em ensaios conduzidos por Ghavami e Hombeeck (1981), conclui-se que
à resistência das diversas porções do colmo não difere substancialmente.
Entretanto nas regiões inferiores, pela seção transversal maior, são conseguidas
cargas últimas maiores. Sendo o nó um ponto de descontinuidade das fibras e
de mudanças dimensionais, surgem nele concentrações de tensões quando
submetido a esforços. Ghavami e Hombeck (1981) observaram, em ensaios de
tração, que na maioria dos testes a ruptura ocorreu próximo ao nó, e que a parte
basal apresentou maior carga de ruptura por possuir maior seção transversal.
Ghavami e Souza (2000) estudaram as propriedades mecânicas do
bambu Mosó tratado e cru, e obtiveram valores de resistência à compressão de
49,30 MPa para o bambu sem tratamento e 30,95 MPa para o bambu tratado, o
que corresponde a uma queda de 37,22 % re resistência no bambu tratado. O
módulo de elasticidade longitudinal as fibras foi de 10,27 GPa e 8,77 GPa para
os bambus cru e tratado respectivamente, o que representa uma queda de
14,6 %.
Segundo Janssen (1980), a resistência ao cisalhamento do bambu ao
longo das fibras é somente de cerca de 8 % da resistência à compressão.
Grosser e Liese (1974) afirmam que a resistência ao cisalhamento longitudinal
aumenta com a diminuição da espessura da parede, ou seja, da base para o
topo da peça do bambu. Argumentam que a porcentagem de esclerênquima
(tecido de sustentação do bambu, elemento que proporciona resistência ao
material) aumenta com a diminuição da espessura da parede. Em geral, quanto
40
menor a espessura da parede do bambu, maior é a resistência ao cisalhamento
longitudinal. A resistência ao cisalhamento transversal às fibras do bambu situa-
se em torno de 30 % de sua resistência à flexão, ou seja, em torno de 32 MPa
(variando entre 20 MPa e 65 MPa). A resistência ao cisalhamento longitudinal é
de, aproximadamente, 15% de sua resistência à compressão, ou seja, em torno
de 6,00 MPa, com variação de 4,00 a 10,00 MPa (BERALDO et al., 2003).
LEE et. al (1994), estudaram as características mecânicas da espécie
Phyllostachys bambusoide, utilizando amostras de 14,00 cm de diâmetro médio
e comprimento aproximado de 9 m. Foram realizados ensaios de flexão, tração e
compressão seguindo as recomendações da ASTM D-1037 em 376 elementos
de bambu verdes e 371 secos ao ar. A média dos valores atingidos durante o
ensaio é apresentada na Tabela 2.3.
Tabela 2.3 - Resistência mecânica da espécie Phyllostachys bambusoide (LEE et al.,
1994).
Resistência (MPa) Esforço
Colmos verdes Colmos secos ao ar Compressão 31,34 43,12
Tração 102 122,5
Módulo de elasticidade à flexão 7350 10890
3 Materiais e métodos
O trabalho em estudo foi desenvolvido em diversos laboratórios, são eles:
Laboratório de Estruturas e Materiais – LEM - do Departamento de Engenharia
Civil da PUC-Rio; Laboratório de Materiais Conjugados do Instituto Militar de
Engenharia – IME; Laboratório de Microscopia Digital - LMD e Laboratório de
Processamento Digital de Imagem – LPDI, ambos do Departamento de Ciências
dos Materiais e Metalurgia da PUC-Rio. Tendo por objetivo determinar as
propriedades físicas (peso específico, absorção de água, mudanças
dimensionais, teor de umidade natural) e mecânicas (resistência à tração,
compressão axial e ao cisalhamento longitudinal) e meso-estrutural do bambu da
espécie Guadua weberbaueri, com idade aproximada de três anos e proveniente
de bambuzal localizado na Reserva Florestal Humaitá, em Porto Acre – Acre.
A nomenclatura utilizada para a identificação da amostra foi igual a do
exemplo a seguir: 3GWB4, onde:
3 – Número da amostra;
G – Espécie Guadua;
W – Gênero weberbaueri;
B – Base – amostra retirada da região basal;
4 – Número do internó.
3.1. Propriedades físicas
3.1.1. Peso específico
Para se determinar o peso específico (γ), os corpos de prova cilíndricos
(Figura 3.1), com dimensões L = D (L = comprimento e D = diâmetro), são
pesados em balança eletrônica com precisão de 0,01g na condição de seco ao
ar (PS) e depois medido seu volume aparente (V) utilizando um picnômetro com
precisão de 0,25 ml. Eles se encontram secos ao ar após permanecerem
estocados horizontalmente e em local coberto durante dois meses.
42
Figura 3.1 - Corpo de prova para os ensaios de peso específico e teor de umidade
natural.
O peso específico é calculado pela fórmula:
( )3/ mkN
V
PS=γ (3.1)
3.1.2. Teor de umidade natural
Os corpos de prova são pesados na condição de secos ao ar (PS) e de
secos em estufa (P0). A condição de seco em estufa é atingida quando a
diferença de peso, após duas passagens consecutivas dos corpos de prova pela
estufa a 103 ± 2 ºC for inferior a 0,01g.
O teor de umidade natural (h) é expresso percentualmente em relação ao
peso seco em estufa pela fórmula:
100
0
0
−=
P
PPh
S (3.2)
3.1.3.Absorção de água
Os corpos de provas secos ao ar são pesados (Figuras 3.2) e logo em
seguida imersos em água para que fiquem na condição de saturado (Pn).
Utilizando-se uma balança eletrônica com precisão de 0,01g, eles são pesados a
cada 24 horas durante 7 dias.
43
Figura 3.2 - Pesagem do corpo de prova do ensaio de absorção de água.
A quantidade de água absorvida (A) é obtida, em porcentagem, em
relação ao peso seco ao ar pela seguinte fórmula:
100
−=
S
Sn
P
PPA (3.3)
3.1.4. Mudanças dimensionais
Para medir as variações dimensionais nos corpos de provas fixam-se
pares de pontos com caneta esferográfica em faces opostas ao longo da direção
longitudinal, circunferencial e radial. As dimensões dos corpos de prova secos ao
ar foram medidas com um paquímetro e posteriormente os mesmos foram
imersos na água. A cada 24 horas são feitas novas medições.
As variações em relação às dimensões secas (V) são obtidas pela
seguinte fórmula:
100
−=
S
Sv
D
DDV (3.4)
44
3.2. Determinação das propriedades meso-estrutural
O método utilizado para a determinação da fração volumétrica das fibras
e sua variação ao longo da espessura foi o seccionamento da imagem em fatias
perpendiculares à direção de variação da concentração de fibras, considerando
que a distribuição destas dentro de cada seção é uniforme. Tendo-se calculado
as frações volumétricas em cada seção, os valores correspondentes são
plotados em gráfico em função da posição em relação ao diâmetro. Seguindo-se
o procedimento padrão para o processamento digital de imagens,
esquematizado na Figura 3.3, cada fase deste trabalho é detalhada.
Figura 3.3 - Esquema do processamento digital de imagens.
Foi retirada amostra da base do colmo do bambu Guadua weberbaueri. A
amostra foi lixada (lixas nº. 400, 600, 800 e 1000) e polida com alumina de 6,0 e
0,5 µm (Figura 3.4).
Formação da imagem
Digitalização Pré-processamento
Segmentação
Pós-processamento Extração de atributos
Classificação e reconhecimento
45
Figura 3.4 - Lixamento e polimento da amostra.
As imagens foram obtidas no Laboratório de Microscopia Digital – LMD
do Departamento de Ciências dos Materiais e Metalurgia – DCMM da PUC-Rio,
através do microscópio óptico Zeiss AxioPlan 2ie motorizado e controlado por
software com a lente de magnificação de 5X, equipado com uma câmera digital
Axiocam HR - 3900 x 3090 pixels (Figura 3.5). O processamento e análises das
imagens foram realizados no Laboratório de Processamento Digital de Imagens
– LPDI, utilizando o software KS-400 3.0, da Zeiss, sob orientação do professor
Sidnei Paciornik.
Figura 3.5 - Aquisição Digital de Imagens.
Microscópio
óptico
Controle do
microscópio
Imagem
adquirida
46
3.3. Propriedades mecânicas
3.3.1. Determinação das propriedades mecânicas
Foram determinadas as características mecânicas de resistência à
tração, compressão axial e cisalhamento longitudinal. Os ensaios mecânicos de
resistência à compressão axial foram realizados no Laboratório de Estruturas e
Materiais – LEM da PUC-Rio e os ensaios de resistência à tração e cisalhamento
longitudinal foram realizados no Laboratório de Materiais Conjugados – LMC do
Instituto Militar de Engenharia - IME.
Os ensaios para a determinação das características físicas e mecânicas
foram realizados de acordo com as normas propostas pelo INTERNATIONAL
NETWORK ON BAMBOO AND RATTAN (INBAR, 1999), com exceção dos
ensaios de tração que foram de acordo com Ghavami (1998) e cisalhamento
longitudinal que teve como precedentes ensaios realizados por Moreira (1991).
Foi proposta a divisão da espessura do bambu em duas fatias de
aproximadamente 2,0 mm, para determinar a resistência à tração axial e
cisalhamento longitudinal em função da espessura, ou seja, desde a região mais
externa, onde se tem uma maior concentração de fibras, até a região mais
interna da parede do colmo, onde a concentração de fibras é menor.
3.3.1.1. Determinação da resistência à tração
Para determinar a resistência à tração (σt) da espécie Guadua weberbaueri
foram selecionados três colmos, os quais foram analisados no seu estado de
seco ao ar. Para o estudo em questão, foram confeccionados três corpos de
prova da região da base do colmo de acordo com Ghavami (1998), analisando
corpos de prova com e sem a presença de nós. Foram cortadas tiras de bambu
com comprimento de 200 mm por 10 mm de largura e a espessura própria da
parede do colmo, aproximadamente de 5 mm, de onde foi retirada a amostra.
Em seguida foi feito o fatiamento proposto, com espessura de 2 mm. Para evitar
o esmagamento das fibras e o escorregamento do bambu durante a aplicação
de carga, foram utilizadas chapas de alumínio com 10 mm de largura por 50 mm
de comprimento e espessura em torno de 1,0 mm. Estas foram coladas no
bambu utilizando SIKADUR 32 (Sika) e arranhadas para melhorar a aderência
entre as chapas e a garra da máquina de ensaio. Os corpos de prova foram
47
tratados com produto químico Jimo Cupim®. A Figura 3.6 representa os corpos
de prova para este ensaio.
Figura 3.6 - Forma e dimensões do corpo de prova.
As deformações longitudinais foram calculadas através da relação entre o
deslocamento do travessão da máquina e a distância entre as pontas das placas
de alumínio, sendo plotadas no diagrama tensão versus deformação até a
ruptura. Para garantir a qualidade dos resultados, tomou-se o cuidado de
verificar se não houve o deslizamento entre o corpo de prova e o mordente da
máquina de ensaio. Caso ocorresse deslizamento, o corpo de prova era
eliminado. A velocidade controlada da máquina de ensaio foi ajustada em 2 mm /
min. Vê-se na Figura 3.7 o ensaio de resistência à tração.
Chapa metálica
Estrangulamento
da seção
48
Figura 3.7 - Ensaio de resistência à tração.
3.3.1.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal
Para a determinação da tensão de cisalhamento (τ) ao longo das fibras e
do módulo de elasticidade ao longo da espessura do bambu, utilizam-se as
normas de estruturas de madeira adaptadas para bambu tendo como
precedente os ensaios realizados por Moreira (1991), de acordo com proposta
de normalização de ensaio elaborada por Ghavami (1998). Foram retirados
corpos de prova com e sem nó da região basal medindo 200 mm de
comprimento por 10 mm utilizando-se serra fita e lixadeira elétrica, para em
seguida fazer o fatiamento proposto em espessura de 2,0 mm. Foram feitos
entalhes de 1,0 mm de largura até o eixo de simetria (Figura 3.8), tendo cuidado
para que os cortes transversais não ultrapassassem este eixo, pois quando isto
ocorre o corpo de prova pode romper por esforço de tração, tornando o resultado
pouco confiável. Os corpos de prova foram tratados com produto químico Jimo
Cupim®.
Corpo de prova
Garra
49
Figura 3.8 - Corpos de prova e ensaio de resistência ao cisalhamento longitudinal.
Assim como no ensaio de tração, também foram utilizadas chapas de
alumínio para evitar o esmagamento das fibras e o escorregamento do corpo de
prova durante a aplicação de carga.
As deformações relativas, longitudinais, foram calculadas através da
relação entre o deslocamento do travessão da máquina e a distância entre os
entalhes, sendo plotadas no diagrama tensão versus deformação até a ruptura
(Anexo II). Assim como no ensaio de resistência à tração, para garantir a
integridade dos resultados, tomou-se o cuidado de verificar se não houve o
deslizamento entre o corpo de prova e o mordente da máquina de ensaio. Caso
ocorresse deslizamento, o corpo de prova era eliminado. A velocidade
controlada da máquina de ensaio foi ajustada em 2 mm / min.
3.3.1.3. Resistência à compressão axial
Para determinar a resistência à compressão (fb) dos corpos de prova
submetidos à carga de compressão paralela às fibras foram selecionados três
colmos, os quais foram tratados com produto químico Jimo Cupim ® e retirados
da sua base três amostras com e sem nó. Os ensaios foram realizados no LEM
da PUC-Rio, numa prensa hidráulica CONTENCO 240 t para ensaios de
compressão axial, de acordo com a norma proposta pelo INBAR (1999) –
ISO/DIS - 22157, onde a altura do corpo de prova de bambu é igual ao seu
diâmetro (Figura 3.9).
Entalhes
Corpo de prova
Garras
50
Após o corte dos bambus no comprimento ideal (L = D), foram niveladas
as superfícies dos mesmos com massa epóxi (Plastic), e lixadas as faces laterais
marcadas, para torná-las lisas e paralelas. Em seguida, colou-se extensômetro
eletrônico de resistência (EER) tipo L, em uma das faces, para medir
simultaneamente as deformações longitudinal e transversal. Para a acomodação
dos extensômetros nos corpos de prova foi realizado um pré-carregamento e
descarregamento de 10 KN.
Figura 3.9 - Ensaio de resistência à compressão e sistema de aquisição de dados -
Vischay.
Neste ensaio o controle da aplicação de carga foi feito de forma manual,
em intervalos de 2,00 KN. Os strain-gages foram ligados a um sistema de
aquisição de dados (SAD), marca Vischay, em circuito de ¼ de ponte de
Wheatstone, que fez a leitura analógica das deformações longitudinais e
transversais às fibras do bambu para cada carga aplicada até a carga de ruptura.
A partir dos valores obtidos, plotou-se a curva tensão (MPa) -
deformação (µε), e através dela obteve-se os módulos de elasticidade (GPa) e
coeficiente de Poisson para cada amostra ensaiada.
4 Resultados e discussões
4.1. Tratamentos preservativos
Foram realizados seis métodos de tratamento preservativo para
diferentes colmos de bambu. Quatro destes métodos foram aplicados em
bambus que já apresentavam ataques de cupins, com o objetivo de analisar a
eficácia de cada tipo de tratamento. Os outros dois métodos restantes foram
aplicados em bambus sadios, isto é, em bambus que não haviam sido atacados
por cupins.
• Jimo Cupim®:
Este método de tratamento foi utilizado nos corpos de
prova utilizados nos ensaios físicos e mecânicos. Foi
aplicado superficialmente, borrifando o conteúdo da
embalagem aerosol.
• Jimo Cupim® quente;
• Banho de imersão em óleo queimado quente;
• Banho de imersão em querosene quente;
• Banho de imersão em água quente:
Estes quatro últimos métodos mencionados foram aplicados em colmos
já atacados por cupins (Figura 4.1). Os colmos foram limpos com ar comprimido
e em seguida colocados em banho de imersão a uma temperatura de
aproximadamente 90oC com permanência de duas horas para alcançar a
saturação máxima. Desta maneira, os grânulos de amido podem ser
decompostos termicamente garantindo assim sua imunização.
52
Figura 4.1 - Bambus após tratamento.
• Tratamento a fogo:
Gerou-se calor ao longo do colmo com utilização de um
maçarico a uma distância de aproximadamente 30 cm, tomando-
se o cuidado para que o calor aplicado não fosse intenso,
girando-o sempre para não queimá-lo. Desta forma consegue-se
matar qualquer inseto e ao mesmo tempo endurecer a parede
externa, tornando-a menos propícia ao ataque de organismos.
Dos seis métodos utilizados, apenas o banho de imersão em água
quente apresentou a proliferação de fungos. Cada método de tratamento
registrou uma textura e coloração particular (Figura 4.2). Todos os outros
métodos aplicados apresentaram resultados satisfatórios, visto que até cinco
meses após o tratamento não foi constatado o aparecimento ou reincidência de
cupins e brocas.
Jimo Cupim® quente Óleo queimado quente
Querosene quente Água quente
53
Figura 4.2 - Detalhe dos bambus tratados em banhos de imersão à quente com: água
(a), Jimo Cupim® (b), querosene (c) e óleo queimado (d).
4.2. Propriedades físicas
4.2.1. Absorção de água
Foram ensaiados seis corpos de provas medindo 25 x 25 x e (mm), onde
e = espessura da parede do colmo. A Tabela 4.1 mostra a média dos resultados
obtidos no ensaio de absorção de água e calculados através da equação 3.3.
Tabela 4.1 - Porcentagem de absorção de água do bambu Guadua weberbaueri.
Tempo (h) 0 24 48 72 96 120 144 168
Massa (g) 4,87 6,78 7,15 7,21 7,41 7,56 7,69 7,78
Absorção (%) 0 39,22 46,82 48,05 52,16 55,24 57,91 59,75
Observa-se que nas primeiras 24 horas o valor encontrado para absorção
foi de 39,22%, no quarto dia 52,16% e no sétimo 59,75%. Na Tabela 4.2
observa-se que Culzoni (1986) obteve valor de absorção de 42,00% no quarto
dia para a espécie Guadua superba e 18,50% nas primeiras 24 horas para a
espécie Dendrocalamus giganteus. Ghavami (2005) estudou a espécie
Dendrocalamus giganteus e obteve resultados para as primeiras 24 horas de
27,45%.
(a) (d) (b) (c)
54
Tabela 4.2 - Comparação da absorção de água da espécie Guadua weberbaueri com
outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Espécie
GW GS DG (1) DG (2)
Tempo (h) 24 96 96 24 24
Absorção (%) 39,22 52,16 42,00 18,50 27,45
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (CULZONI, 1986);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 2005).
Nas primeiras 24 horas observa-se uma absorção muito superior às
obtidas por Ghavami (2005) e Culzoni (1986) para a espécie Dendrocalamus
giganteus, e aproximadamente 10 % maior que a absorção da espécie Guadua
superba no quarto dia (CULZONI, 1986).
4.2.2. Peso específico
Foram ensaiados seis corpos de provas da região basal. A média dos
resultados do ensaio de peso específico foi de 8,15 KN/m³.
Culzoni (1986) estudou o peso específico da região basal do bambu
Guadua superba e obteve o valor de 7,50 KN/m³. Ghavami e Tolêdo Filho (1992)
obtiveram valores de peso específico na base, meio e topo de 8,60 KN/m³, 9,80
KN/m³ e 8,20 KN/m³ respectivamente, para a espécie Dendrocalamus
giganteus, estudada no Rio de Janeiro e 8,50 KN/m³, 8,30 KN/m³ e 8,00 KN/m³
respectivamente, para a espécie Dendrocalamus giganteus estudadas na
Paraíba. Rosa (2005) encontrou valores de peso específico, para a espécie
Dendrocalamus giganteus, na base do bambu, de 7,31 KN/m³. Para a mesma
espécie um valor de 10,18 KN/m³ foi encontrado para o peso específico
saturado. Pode-se ver na Tabela 4.3 a comparação do peso específico do
bambu Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
55
Tabela 4.3 - Comparação do peso específico da espécie Guadua weberbaueri com
outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Espécies
GW GS DG (1) DG (2) DG (3) DG (4)
(KN/m³) 8,15 7,50 8,60 8,50 7,31 10,18
Onde,
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus RJ (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus PB (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (ROSA, 2005);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus saturado (ROSA, 2005);
O peso específico da espécie em estudo se enquadrou dentro dos valores
de outras espécies – Guadua superba e Dendrocalamus giganteus – estudadas
por Rosa (2005), Ghavami e Toledo Filho (1992) e Culzoni (1986).
4.2.3. Variações dimensionais
Foram ensaiados seis corpos de provas medindo 25 x 25 x e (mm).
Foram analisadas as seguintes variações de dimensões: variação radial (VR),
variação longitudinal (VL) e variação circunferencial (VC). Na Tabela 4.4 são
mostradas as médias das variações dimensionais dos valores obtidos no ensaio.
Tabela 4.4 - Variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri.
Tempo (h) 24 48 72 96 120 144 168
VR (%) 10,67 15,09 15,09 16,20 16,69 16,69 16,69
VL (%) 0,44 0,44 0,44 0,52 0,52 0,52 0,52
VC (%) 7,32 10,48 10,48 10,48 10,48 10,48 10,48
Nota-se que as variações dimensionais são maiores no sentido radial,
chegando ao valor de 10,67% nas primeiras 24 horas. O sentido circunferencial
também acusa variações de absorção, porém menores que as radiais. No
56
sentido longitudinal a variação foi ínfima, atingindo o valor de 0,44% nas
primeiras 24 horas. Observa-se na Figura 4.3 que, para o mesmo intervalo de
tempo, Culzoni (1986) obteve os valores de 7,70%, 0,12% e 3,60% para o
bambu Guadua superba e 3,90%, 0,12% e 3,00% para o bambu Dendrocalamus
giganteus para os sentidos radial, longitudinal e circunferencial, respectivamente.
Mudanças dimensionais
0
2
4
6
8
10
12
GW GS DG
Espécies
Var
iaçã
o d
imen
sional
(%
) a
VR
VL
VC
Figura 4.3 - Comparação das variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde,
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG - Dendrocalamus giganteus (CULZONI, 1986).
Para o bambu em estudo, obteve-se nos três sentidos, variação de
dimensões maiores que as encontradas por Culzoni (1986) para as espécies
Guadua superba e Dendrocalamus giganteus.
4.2.4. Teor de umidade natural
Para se determinar o teor de umidade natural foram utilizados seis corpos
de provas com as dimensões de 25 x 25 x e (mm). O teor de umidade natural
encontrada para a região basal do bambu Guadua weberbaueri foi de 14,06%.
57
Culzoni (1986) obteve o valor de 17,50% para a espécie Guadua
superba. Ghavami (2005) obteve valores para o teor de umidade natural do
bambu Guadua angustifolia variando entre 13,00% e 14,00%, e para a espécie
Dendrocalamus giganteus encontrou variação entre 13,00% e 15,00%. Beraldo
et al. (2003) afirmam que o teor de umidade do colmo de bambu recém cortados,
é cerca de 80%, variando em função da idade do colmo e da época do ano em
que foi efetuado o corte. Rosa (2005) encontrou para a espécie Dendrocalamus
giganteus 14,36% em sua base. Ghavami e Tolêdo Filho (1992) obtiveram
valores de teor de umidade na base, meio e topo de 19,50%, 18,90% e 13,90%
respectivamente, para a espécie Dendrocalamus giganteus estudada no Rio de
Janeiro e 15,60%, 15,30% e 14,50% para a base, meio e topo, respectivamente,
para a espécie Dendrocalamus giganteus estudada na Paraíba (Tabela 4.5).
Tabela 4.5 - Comparação do teor de umidade natural da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Espécies
GW GS GA* DG* (1) DG (2) DG (3) DG (4)
H (%) 14,06 17,50 13,50 14,00 14,36 19,50 15,60
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI, 2005);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 2005);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (ROSA, 2005);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus RJ (GHAVAMI e TOLEDO
FILHO, 1992);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus PB (GHAVAMI e TOLEDO
FILHO, 1992);
* - Média.
O bambu analisado apresentou teor de umidade natural semelhante ao
das espécies Guadua superba, Guadua angustifolia e Dendrocalamus giganteus
estudados por Ghavami (2005), Rosa (2005), Ghavami e Toledo Filho (1992) e
Culzoni (1986).
58
4.3. Propriedades meso-estruturais
Este bambu possui o colmo cilíndrico, como a grande maioria das
espécies. Foi cortado um anel da região basal e feito o polimento de toda sua
superfície transversal. Foram capturadas imagens em três regiões ao longo da
circunferência da amostra, e extraída a média aritmética entre seus valores
correspondentes. Deseja-se saber a fração volumétrica de fibras na amostra.
O pré-processamento foi iniciado com o seccionamento da imagem,
dividindo-a em 1, 2, 3, 4, 8, 12 e 16 fatias, tratando cada uma delas
separadamente. A Figura 4.4 apresenta o seccionamento da imagem do bambu
Guadua weberbaueri em quatro fatias.
Figura 4.4 - Imagem do bambu Guadua weberbaueri seccionada em 4 fatias.
Em seguida foi feita a correção de iluminação da imagem através da
subtração do fundo da imagem primitiva, corrigindo assim problemas de excesso
de iluminação em diferentes regiões da imagem (Figura 4.5).
Figura 4.5 - Correção de iluminação.
A separação das fibras foi feita por segmentação automática (Figura 4.6).
1 mm
1 mm
59
Figura 4.6 - Segmentação.
Na etapa do pós-processamento foi realizado o descarte de ruídos da
imagem (Figura 4.7), desconsiderando assim pequenos elementos que foram
considerados como fibras durante a segmentação automática (Figura 4.5),
Figura 4.7 - Eliminação de ruídos.
e o preenchimento de pequenos vazios criados no interior das fibras (Figura 4.8).
Figura 4.8 - Preenchimento dos espaços vazios.
Em seguida passamos para as extrações dos atributos, que consiste em
obter as frações volumétricas das fibras. Primeiramente foram feitos os cálculos
de fração volumétrica de fibras para diferentes seccionamentos em cada região
digitalizada, ou seja, considerou-se a imagem dividida em 1, 2, 3, 4, 8, 12 e 16
seções, como é mostrado na Tabela 4.6.
60
Tabela 4.6 - Porcentagem do volume de fibras em cada seção.
Fração volumétrica (%) Posição 1
seção 2
seções 3
seções 4
seções 8
seções 12
seções 16
seções 1 – mais externa 13,36 6,19 6,44 6,27 6,25 5,91 5,60
2 20,90 8,20 6,31 5,74 6,53 6,87
3 26,29 11,46 5,94 6,00 6,17
4 29,94 6,20 5,88 5,19
5 9,21 6,45 6,71
6 13,57 6,03 5,60
7 25,18 8,00 6,29
8 34,43 11,08 5,36
9 14,34 7,90
10 22,95 10,10
11 30,77 11,44
12 34,72 14,82
13 19,70
14 29,35
15 34,14
16 – mais interna 33,89
A primeira comparação a ser feita é acerca da diferença entre a fração
volumétrica de fibras com a espessura para os diferentes seccionamentos
adotados. Assim, as Figuras 4.9 a 4.11 mostram a comparação entre resultados
para diferentes seccionamentos.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
volu
me
de
fib
ras
(%)
d
a
4 seções
16 seções
Figura 4.9 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 4 e 16 seções.
61
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
volu
me
de
fib
ras
(%)
d
a8 seções
16 seções
Figura 4.10 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 8 e 16
seções.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
volu
me
de
fib
ras
(%)
d
a
12 seções
16 seções
Figura 4.11 - Comparação entre resultados para a amostra seccionada em 12 e 16
seções.
Nota-se através das Figuras 4.10 e 4.11 que os diferentes
seccionamentos não resultam em diferenças expressivas na variação de fração
volumétrica, visto que as curvas de ajuste para os pontos considerados são
praticamente coincidentes. A maior diferença encontrada foi na comparação
entre resultados para a amostra seccionada em 4 e 16 seções (Figura 4.9).
Em ensaios realizado para as espécies Mosó e Dendrocalamus
giganteus, Ghavami et al. (2000) encontraram os resultado mostrados na Figura
4.12 e 4.13:
62
Figura 4.12 - Variação da fração volumétrica do bambu Mosó, seccionada em 4, 8, 12 e
16 fatias.
Gráfico posição vs. fração volumétrica de fibras(amostra da base do bambu Gigante)
0
10
20
30
40
50
60
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
posição na espessura (adimensional)
volu
me
de
fib
ras
4 seções
16 seções
Figura 4.13 - Variação da fração volumétrica da amostra da base do bambu
Dendrocalamus giganteus seccionada em 4 e 16 partes.
Ainda, a distribuição de fibras de bambu Mosó na espessura foi também
investigada por Amada (1996) que obteve resultados como os mostrados na
Figura 4.14.
Gráfico posição vs . fração volum étrica de fibras
0
10
20
30
40
50
60
70
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
posição na espessura (adim ensional)
volu
me
de
fib
ras
Gráfico posição vs . fração volum étrica de fibras
0
10
20
30
40
50
60
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
posição na espessura (adim ensional)
volu
me
de
fib
ras
Gráfico pos ição vs . fração volum étrica de fibras
0
10
20
30
40
50
60
70
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
posição na espessura (adim ensional)
volu
me
de
fib
ras
cc
(c) amostra dividida em 12 fatias (d) amostra dividida em 16 fatias
(a) amostra dividida em 4 fatias (b) amostra dividida em 8 fatias
Gráfico posição vs. fração volumétrica de fibras
0
10
20
30
40
50
60
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1
posição na espessura (adimensional)
volu
me
de
fib
ras
63
Figura 4.14 - Distribuição de fibras na espessura de bambu Mosó obtida por Amada
(1996).
Nota-se que o bambu Guadua weberbaueri apresentou quantidade de
fibras (entre 6 e 35 %) menor que as espécies estudadas por Ghavami et al.
(2000) para os bambus Dendrocalamus giganteus (30 % a 52 %) e Mosó (11 %
a 60 %).
Porém, pode-se considerar que a aplicação do processamento digital de
imagens na solução dos problemas propostos foi feita de forma simples e
forneceu resultados que podem ser considerados satisfatórios para a espécie de
bambu envolvida.
4.4.Propriedades mecânicas
Nesta seção são apresentados os resultados obtidos para resistências à
tração axial, cisalhamento interlaminar e compressão axial. Os resultados brutos
obtidos pela máquina universal EMIC do IME foram tratados com programas
gráficos como Microsoft Excel e Origin 7.0, eliminando os valores de deformação
negativa que surgiram com a acomodação do corpo de prova na máquina de
ensaio.
4.4.1. Resistência à tração axial
Foram ensaiados vinte e oito corpos de prova da base do bambu com e
sem nó. Os resultados de resistência à tração e módulo de elasticidade da
parede do colmo do bambu Guadua weberbaueri estão apresentados na Tabela
4.7.
64
Tabela 4.7 - Resistência à tração e módulo de elasticidade da base da espécie Guadua
weberbaueri.
Resistência à tração
(MPa)
Módulo de elasticidade
(GPa) Parte do bambu
Fatia
externa
Fatia
interna Média
Fatia
externa
Fatia
interna Média
Base sem nó 311,69 199,99 255,84 9,13 5,67 7,40
Base com nó 87,39 57,09 72,24 7,76 5,62 6,69
Na Tabela 4.7 pode-se observar que o bambu atinge uma resistência à
tração superior nas fatias externas, devido a maior concentração de fibras nessa
região.
As médias de tensões máximas de tração encontradas para as fatias
externas e internas sem nó foram de 311,69 MPa e 199,99 MPa,
respectivamente. As fatias sem nó obtiveram tensões superiores àquelas com
nó, devido a perturbação de tensões causada pela descontinuidade das fibras na
região nodal. As médias da resistência à tração para os corpos de prova com nó
foram de 87,39 MPa e 57,09 MPa para a região externa e interna,
respectivamente. Como já ocorrido em outros ensaios, os corpos de prova
sempre rompem no nó ou bem próximo a ele.
Culzoni (1986) analisou as propriedades mecânicas da espécie Guadua
superba e obteve valores de resistência à tração de 112,30 MPa nos corpos de
prova com nó. Nos corpos de prova sem nó obteve uma resistência à tração de
137,80 MPa.
Ghavami e Tolêdo Filho (1992) obtiveram valores de resistência à tração
na base, meio e topo para a espécie Dendrocalamus giganteus, em corpos de
prova com nó, de 106,80 MPa, 143,60 MPa e 114,00 MPa, respectivamente, e
para corpos de prova sem nó, 147,00 MPa, 188,10 MPa e 157,60 MPa,
respectivamente.
Ghavami (1995) estudou a resistência à tração do bambu Dendrocalamus
giganteus, com e sem nó, e encontrou 119,02 MPa e 135,00 MPa,
respectivamente. Já a resistência à compressão foi, em geral, 30% menor que a
resistência à tração. Lima Jr et al. (2000) obtiveram valores de resistência à
tração para o mesmo bambu na ordem de 97,51 MPa para os corpos de prova
com nó, e 277,19 MPa para os corpos de prova sem nó, respectivamente.
65
Ghavami e Marinho (2001) constataram que a resistência à tração
encontrada na espécie Dendrocalamus giganteus foi da ordem de 159,35 MPa e
147,16 MPa para a base sem nó e com nó, respectivamente.
Ghavami e Marinho (2005) analisaram os valores de resistência à tração
com e sem nó, para a região basal da espécie Guadua angustifolia, e
encontraram valores de 69,88 e 93,80 MPa, respectivamente.
No bambu em estudo, o módulo de elasticidade para as fibras externas e
internas sem nó foram respectivamente de 9,13 GPa e 5,67 GPa. Para as fibras
externas e internas com nó obteve-se 7,76 GPa e 5,62 GPa, respectivamente,
Pode-se observar que o bambu em estudo apresentou módulo de
elasticidade maior nas fatias externas. Observa-se também que o nó gera uma
queda no valor desse módulo, diminuindo assim a rigidez do material.
Ghavami e Tolêdo Filho (1992) obtiveram módulo de elasticidade para a
espécie Dendrocalamus giganteus, em corpos de prova com nó, de 12,98 GPa,
16,73 GPa e 13,44 GPa, na base, meio e topo respectivamente, e para corpos
de prova sem nó obtiveram 19,11 GPa, 15,70 GPa e 10,71 GPa,
respectivamente.
Ghavami (1995) obteve para o bambu Dendrocalamus giganteus, com e
sem nó, módulo de elasticidade de 11,75 GPa e 14,50 GPa, respectivamente.
Para a mesma espécie, Lima Jr et al. (2000) obtiveram módulo de elasticidade
de 13,14 GPa e 23,75 GPa para corpos de prova com e sem nó,
respectivamente.
Ghavami e Marinho (2005) obtiveram valores de 15,70 GPa e 16,25 GPa
com e sem nó, respectivamente para a espécie Guadua angustifolia. Culzoni
(1986) analisou a espécie Guadua superba e obteve módulo de elasticidade de
8,33 GPa no corpo de prova com nó e 10,48 GPa no corpo de prova sem nó.
Pelo fato do método utilizado ser diferente, onde foi proposto o fatiamento
do corpo de prova em duas seções, fatia externa (maior quantidade de fibras) e
fatia interna (menor quantidade de fibras), método este não encontrado em
literaturas pesquisadas, ficando assim sem parâmetros de comparações para os
ensaios de tração e cisalhamento, tirou-se a média dos resultados entre fatias
externa e interna para a realização de comparações com outras espécies (Figura
4.15 e 4.16).
66
Resistência à tração
0
50
100
150
200
250
300
GW GS GA DG (1) DG (2) DG (3) DG (4)
Espécies
Ten
são
(M
Pa)
a
Base com nó
Base sem nó
Figura 4.15 - Comparação da resistência à tração da espécie Guadua weberbaueri com
outras espécies.
Onde,
GW - Guadua weberbaueri;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI e MARINHO, 2005);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 1995);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (LIMA JR et al, 2000);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO,
2001);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
Nota-se que o bambu Guadua weberbaueri apresentou resistência à
tração, para corpos de provas sem nó, muito maior que as outras espécies
pesquisadas, sendo inferior apenas à espécie Dendrocalamus giganteus,
estudada por Lima Jr et al. (2000). Para os corpos de provas com nó, obteve-se
o segundo menor resultado entre as espécies pesquisadas. Superando apenas a
espécie Guadua angustifolia, estudada por Ghavami e Marinho (2005). As
diferenças entre valores de resistência à tração para uma mesma espécie
obtidos por Ghavami (1995), Ghavami e Toledo Filho (1992), Ghavami e Marinho
(2001), deve-se a diferentes fatores, como: idade do colmo e localização do
bambuzal (diferentes Estados).
67
Módulo de elasticidade
0
5
10
15
20
25
GW GA DG (1) DG (2) DG (3) DG (4)
Espécies
Ten
são
(G
Pa)
a
Base com nó
Base sem nó
Figura 4.16 - Comparação do módulo de elasticidade da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies.
O módulo de elasticidade do bambu estudado foi o mais baixo entre
todas as espécies pesquisadas, tanto para os corpos de provas com nó quanto
para os sem nó.
As curvas tensão de tração–deformação correspondente a cada corpo de
prova analisado estão presente no Anexo II.
4.4.2. Resistência ao cisalhamento longitudinal
As médias dos resultados da resistência ao cisalhamento interlaminar
para os corpos de prova localizados na base do bambu Guadua weberbaueri,
são apresentados na Tabela 4.8.
Tabela 4.8 - Resistência ao cisalhamento da base do bambu Guadua weberbaueri.
Resistência ao
cisalhamento (MPa) Parte do
bambu Fatia
externa
Fatia
interna Média
Base sem nó 4,71 4,34 4,53
Base com nó 4,31 2,81 3,56
68
Observa-se que o bambu atinge uma tensão máxima de cisalhamento
superior nas regiões externas devido a maior concentração de fibras nessa
região. As médias de tensões encontradas para as fatias externas e internas
sem nó foram de 4,71 MPa e 4,34 MPa, respectivamente. Assim como no ensaio
de resistência à tração, as fatias sem nó obtiveram médias de tensões máximas
superiores àquelas com nó, devido à perturbação de tensões causada pela
descontinuidade das fibras na região nodal. As médias da resistência ao
cisalhamento para os corpos de provas com nó foram de 4,31 MPa e 2,81 MPa
para a região externa e interna, respectivamente.
Culzoni (1986) analisou as propriedades mecânicas da espécie Guadua
superba e obteve valores de resistência ao cisalhamento de 46,00 MPa,
utilizando metodologia diferente dos demais ensaio.
Ghavami e Marinho (2001) estudaram a espécie Dendrocalamus
giganteus e obtiveram valores médios de 3,56 MPa e 3,37 MPa para corpos de
prova com e sem nó, respectivamente. Moreira (1991) obteve uma tensão de
cisalhamento média de 7,00 MPa para o bambu Dendrocalamus giganteus.
Ghavami e Souza (2000) obtiveram valores médio para resistência ao
cisalhamento interlaminar da espécie Dendrocalamus giganteus de 3,08 MPa e
3,11 MPa, respectivamente para corpos de prova com nó e sem nó.
Ghavami e Marinho (2002) realizaram ensaios de cisalhamento paralelo
às fibras do bambu da espécie Dendrocalamus giganteus. Os valores foram
diminuindo do topo para a base. No topo, a resistência ao cisalhamento foi de
4,20 MPa para o corpos de prova sem nó e 3,60 MPa para o corpos-de-prova
com nó. Na região intermediária os valores foram 4,20 MPa e 3,24 MPa para
corpos de prova sem e com nó respectivamente. Na base, estes valores foram
3,24 MPa para corpos de prova sem nó e 2,34 MPa para corpos-de-prova com
nó. Observa-se que nos corpos de prova sem nó a resistência é maior e se
mantém quase uniforme nas três partes, já nas partes com nó a resistência é
menor e os valores variam muito.
Na Figura 4.17 pode-se ver a comparação da resistência ao cisalhamento
do bambu Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
69
Resistência ao cisalhamento
0
0,5
1
1,5
2
2,5
3
3,5
4
4,5
5
GW DG (1) DG (2) DG (3)
Espécies
Ten
são
(M
Pa)
a
Base com nó
Base sem nó
Figura 4.17 - Comparação da resistência ao cisalhamento da base do bambu Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde:
GW - Guadua weberbaueri;
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO, 2001);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e SOUZA, 2000);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO, 2002);
Observa-se que o bambu Guadua weberbaueri atinge uma tensão de
cisalhamento maior que a espécie Dendrocalamus giganteus estudada por
Ghavami e Marinho ((2002) e (2001)) e por Ghavami e Souza (2000).
As curvas tensão de cisalhamento correspondente a cada corpo de prova
analisado estão presente no Anexo II.
4.4.3. Resistência à compressão axial
Os resultados obtidos para a resistência à compressão, módulo de
elasticidade e coeficiente de Poisson da parte basal estão apresentados na
Tabela 4.9.
70
Tabela 4.9 - Resistência à compressão, módulo de elasticidade longitudinal, módulo de
elasticidade transversal e coeficiente de Poisson da base do bambu Guadua
weberbaueri.
Região
do
colmo
Resistência
à
compressão
(Mpa)
Módulo de
elasticidade
longitudinal
(Gpa)
Coeficiente
de Poisson
(µ)
Base sem nó 54,50 18,85 0,31
Base com nó 37,33 21,33 0,39
Observa-se que a resistência à compressão é aproximadamente 4 vezes
menor que a tração para os corpos de prova sem nó e 2 vezes menor para os
corpos de prova com nó. A resistência à compressão foi de 54,50 MPa e 37,33
MPa para os corpos-de-prova sem e com nó, respectivamente. O módulo de
elasticidade longitudinal às fibras foi de 18,85 GPa e 21,33 GPa para os corpos
de prova sem e com nó, respectivamente. O coeficiente de Poisson obtido no
ensaio de resistência à compressão foi de 0,31 e 0,39 para os corpos-de-prova
sem e com nó, respectivamente.
As Figuras 4.18 e 4.19 apresentam as curvas de tensão de compressão
axial – deformação nos sentidos longitudinal e transversal às fibras do bambu,
com e sem nó, da região basal. Observa-se que até próximo à ruptura, a curva
apresenta um comportamento quase linear e semelhante ao bambu
Dendrocalamus giganteus e Guadua angustifolia estudados por Ghavami e
Marinho ((2001) e (2002)). As deformações longitudinais e transversais para os
bambus sem nó foram em média 2500 µstrain, e as deformações longitudinais e
transversais às fibras para os bambus com nó foram em média 2000 µstrain e
700 µstrain respectivamente.
71
Compressão - base sem nó
0
10
20
30
40
50
60
70
-4000,00 -2000,00 0,00 2000,00 4000,00
Deformação (microstrain)
Ten
são (M
Pa)
a
C.P. 06 - longitudinal
C.P. 06 - transversal
C.P. 08 - longitudinal
C.P. 08 - transversal
Figura 4.18 - Curvas tensão – deformação obtidas no ensaio de resistência à
compressão – amostras sem nó.
Compressão - base com nó
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
-3000 -2000 -1000 0 1000
Deformação (microstrain)
Ten
são (M
Pa)
a
C.P. 10 - longitudinal
C.P. 10 - transversal
C.P. 14 - longitudinal
C.P. 14 - transversal
C.P. 16 - longitudinal
C.P. 16 - transversal
Figura 4.19 - Curvas tensão – deformação obtidas no ensaio de resistência à
compressão – amostras com nó.
Ghavami e Marinho (2005) determinaram a resistência à compressão do
bambu Guadua angustifolia e obtiveram valores de 25,27 MPa e 28,36 MPa e
módulo de elasticidade de 9,00 GPa e 14,65 GPa, em corpos de prova com e
sem nó, respectivamente.
Culzoni (1986) determinou a resistência à compressão do bambu Guadua
superba em corpos de prova com altura igual a duas vezes o diâmetro (H=2*D) e
obteve valores de 35,70 MPa e módulo de elasticidade de 2,60 GPa em corpos
72
de prova com nó, e resistência a compressão de 47,80 MPa e módulo de
elasticidade de 3,33 GPa, em corpos de prova sem nó.
Ghavami e Boza (1998) encontraram um valor médio de 39,00 MPa para
a espécie Dendrocalamus giganteus. Ghavami (1990) obteve valores entre 38,96
MPa e 45,54 MPa para amostras da mesma espécie, com e sem nó
respectivamente.
Ghavami e Marinho (2001) determinaram a resistência à compressão do
bambu Dendrocalamus giganteus e obtiveram valores de 71,43 MPa e 72,62
MPa e módulo de elasticidade de 20,50 GPa e 26,60 GPa, em corpos de prova
com e sem nó, respectivamente.
Vê-se na figura 4.20 e 4.21 a comparação da resistência à compressão e
módulo de elasticidade, respectivamente, do bambu Guadua weberbaueri com
outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Resistência à compressão
0
10
20
30
40
50
60
70
80
GW GA GS DG (1) DG (2) DG (3)
Espécies
Ten
são
(M
Pa)
a
Base com nó
Base sem nó
Média
Figura 4.20 - Comparação da resistência à compressão da base do bambu Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI e MARINHO, 2005);
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 1990);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI E BOZA, 1998);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO,
2001).
73
Os ensaios realizados em corpos de provas sem nó apresentaram o
segundo melhor resultado entre as espécies pesquisadas, sendo inferior apenas
ao bambu Dendrocalamus giganteus estudada por Ghavami e Marinho (2001).
Os ensaios realizados em corpos de prova com nó apresentaram a maior
resistência à compressão entre as espécies Guadua pesquisadas (angustifolia e
superba), estudadas por Ghavami e Marinho (2005) e Culzoni (1986),
respectivamente.
Módulo de elasticidade
0
5
10
15
20
25
30
GW GA GS DG (3)
Espécies
Ten
são
(G
Pa)
a
Base com nó
Base sem nó
Figura 4.21 - Comparação do módulo de elasticidade longitudinal da base do bambu
Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
O bambu em estudo apresentou módulo de elasticidade longitudinal à
compressão muito maior que as espécies Guadua pesquisadas (angustifolia e
superba), estudadas por Ghavami e Marinho (2005) e Culzoni (1986),
respectivamente. E, se comparado com a espécie Dendrocalamus giganteus
estudada por Ghavami e Marinho (2001), pode-se dizer que apresentou
resultados bastante próximos.
5 Conclusões e sugestões
5.1. Conclusões
Neste trabalho foram estabelecidas as principais propriedades físicas,
mecânicas e meso-estruturais do bambu da espécie Guadua weberbaueri. Os
resultados obtidos nos ensaios de caracterização mecânica demonstram sua
capacidade de resistir com eficiência a esforços de tração, cisalhamento
longitudinal e compressão, mostrando que é um material capaz de ser utilizado
em grande escala na construção civil, podendo substituir madeiras e até mesmo
o aço. Apesar do aço ser um material mais homogêneo aos esforços mecânicos,
o bambu apresenta-se como um material mais econômico e exige menos
energia de produção. Considerando que estudos anteriores sobre as
características mecânicas desta espécie não foram reportados na literatura
consultada, pode-se afirmar que os resultados obtidos neste trabalho, ensaiados
de acordo com normas atuais, ajudam a valorizar esta espécie para sua
utilização na construção civil.
Os ensaios experimentais realizados demonstram que esta espécie de
bambu resiste aproximadamente 3 vezes mais aos esforços de tração que aos
de compressão.
As curvas tensão-deformação obtidas nos ensaios de tração e
compressão mostram que a espécie estudada apresenta um comportamento
quase linear ate o ponto de ruptura.
A fatia externa do corpo de prova apresentou maior resistência à tração,
chegando à média de 311, 69 MPa e 87,39 MPa nos corpos de prova sem e com
nó, respectivamente. As menores médias foram observadas nas fatias internas,
199,99 MPa nos corpos de prova sem nó e 57,09 MPa para os corpos de prova
com nó. Esta maior resistência à tração nas fatias externas se dá
exclusivamente a maior fração volumétrica de fibras na região mais externa do
bambu. A presença de nó influencia muito na resistência à compressão, variando
entre 54,50 MPa e 37,33 MPa para os corpos de provas sem e com nó,
respectivamente.
75
O coeficiente de Poisson do bambu Guadua weberbaueri é 0,39 e 0,31
para corpos de prova com e sem nó, respectivamente.
A resistência média ao cisalhamento longitudinal foi de 4,53 MPa para os
corpos de prova sem nó e 3,56 MPa para os corpos de prova com nó, o que nos
fornece uma boa resistência ao cisalhamento.
Dos seis métodos de tratamento utilizados, apenas o banho de imersão
em água quente apresentou a proliferação de fungos. Cada método de
tratamento registrou uma textura e coloração particular. Todos os outros
métodos aplicados apresentaram resultados satisfatórios, visto que até cinco
meses após o tratamento não foi constatado o aparecimento ou reincidência de
cupins e brocas.
A análise meso-estrutural mostrou que as diferentes quantidades de
seccionamentos não resultam em diferenças expressivas na fração volumétrica.
A maior diferença encontrada foi na comparação entre resultados para a amostra
seccionada em 4 e 16 seções.
O bambu Guadua weberbaueri apresentou quantidade de fibras (entre 6
e 35 %) menor que as espécies estudadas por Ghavami et al. (2000) para os
bambus Dendrocalamus giganteus (30 % a 52 %) e Mosó (11 % a 60 %).
Porém, pode-se considerar que a aplicação do processamento digital de
imagens na solução dos problemas propostos foi feita de forma simples e
forneceu resultados que podem ser considerados satisfatórios para a espécie de
bambu envolvida.
5.2. Sugestões
(1) – Identificar, marcar os brotos de bambus e observar o tempo de
crescimento para estabelecer relações entre idade e resistência para regiões da
base, meio e topo do bambu Guadua weberbaueri;
(2) - Realizar ensaios de flexão e torção Guadua weberbaueri;
(3) - Ensaiar vigas, lajes e pilares armados com bambu Guadua
weberbaueri e comparar com os mesmos ensaios já realizados na PUC-Rio para
os bambus Dendrocalamus giganteus e Guadua angustifolia, além da
comparação dos mesmos elementos estruturais armados com aço;
(4) - Estudar materiais compósitos a base de cimento reforçado com
polpa desta espécie de bambu;
76
(5) - Realização de ensaios mecânicos com bambus tratados e não
tratados, para verificar a influência do tratamento nos resultados;
(6) - Estabelecer relação entre resistência e umidade.
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83
7 Anexo I. Figuras e Tabelas referentes à análise dos resultados dos ensaios físicos, mecânicos e meso-estruturais.
Absorção média de água
0
10
20
30
40
50
60
70
0 24 48 72 96 120 144 168
Tempo (h)
Ab
so
rção
de á
gu
a (
%)
c
Figura A.I. 1 - Absorção de água do bambu Guadua weberbaueri.
Absorção de água
0
10
20
30
40
50
60
Ab
so
rção
(%
)
a
GW - 24h
DG (1) - 24h
DG (2) - 24h
GW - 96h
GS - 96h
Figura A.I. 2 - Comparação da absorção de água da espécie Guadua weberbaueri com
outras espécies estudadas na PUC-Rio.
84
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (CULZONI, 1986);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 2005).
Peso específico
0
2
4
6
8
10
12
GW GS DG (1) DG (2) DG (3) DG (4)
Espécies
Peso
esp
ecíf
ico
(K
N/m
³) a
Figura A.I. 3 - Comparação do peso específico da espécie Guadua weberbaueri com
outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus RJ (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus PB (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (ROSA, 2005);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus saturado (ROSA, 2005);
85
Mudanças dimensionais
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
24 48 72 96 120 144 168
Tempo (h)
Vari
ação
dim
en
sio
nal
(%)
a
VR
VL
VC
Figura A.I. 4 - Variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri.
Tabela A.I. 1 - Comparação das variações dimensionais da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Espécies
GW GS DG
VR (%) 10,67 7,70 3,90
VL (%) 0,44 0,12 0,12
VC (%) 7,32 3,60 3,00
Onde,
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG - Dendrocalamus giganteus (CULZONI, 1986).
86
Teor de umidade natural
0
5
10
15
20
25
GW GS GA* DG* (1) DG (2) DG (3) DG (4)
Espécies
Um
idad
e (
%)
a
Figura A.I. 5 - Comparação do teor de umidade natural da espécie Guadua weberbaueri
com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI, 2005);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 2005);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (ROSA, 2005);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus RJ (GHAVAMI e TOLEDO
FILHO, 1992);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus PB (GHAVAMI e TOLEDO
FILHO, 1992);
* - Média.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a
2 seções
Figura A.I. 6 - Fração volumétrica da amostra dividida em 2 fatias.
87
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a3 seções
Figura A.I. 7 - Fração volumétrica da amostra dividida em 3 fatias.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
35
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a
4 seções
Figura A.I. 8 - Fração volumétrica da amostra dividida em 4 fatias.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
05
1015
2025
3035
40
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a
8 seções
Figura A.I. 9 - Fração volumétrica da amostra dividida em 8 fatias.
88
Posição vs. fração volumétrica de fibras
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a
12 seções
Figura A.I. 10 - Fração volumétrica da amostra dividida em 12 fatias.
Posição vs. fração volumétrica de fibras
05
10152025303540
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0
posição na espessura (adimensional)
vo
lum
e d
e f
ibra
s (
%)
d
a
16 seções
Figura A.I. 11 - Fração volumétrica da amostra dividida em 16 fatias.
Resistência à tração (MPa)
0
50
100
150
200
250
300
350
Fatia externa Fatia interna Média
Base sem nó
Base com nó
Figura A.I. 12 - Resistência à tração da base da espécie Guadua weberbaueri.
89
Módulo de elasticidade (GPa)
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Fatia externa Fatia interna Média
Base sem nó
Base com nó
Figura A.I. 13 - Módulo de elasticidade da base da espécie Guadua weberbaueri.
Tabela A.I. 2 - Comparação da resistência à tração e módulo de elasticidade da espécie
Guadua weberbaueri com outras espécies.
Onde,
GW - Guadua weberbaueri;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI e MARINHO, 2005);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 1995);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (LIMA JR et al, 2000);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO,
2001);
DG (4) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e TOLEDO FILHO,
1992);
* - Ensaio não realizado.
Resistência à tração e módulo de elasticidade
Espécies
GW GS GA DG (1) DG (2) DG (4) DG (5)
Com nó 72,24 112,13 69,88 119,02 97,51 147,16 106,80 σ
(MPa) Sem nó 255,84 137,80 93,80 135,00 277,19 159,35 147,00
Com nó 6,70 * 8,90 11,75 13,14 15,70 12,98 E
(GPa) Sem nó 7,40 * 11,20 14,50 23,75 16,25 19,11
90
Resistência ao cisalhamento e módulo de elasticidade
0
1
2
3
4
5
Fatiaexterna
Fatiainterna
Média Fatiaexterna
Fatiainterna
Média
Resistência ao cisalhamento (Mpa) Módulo de elasticidade (Gpa)
Ten
são
a
Base sem nó
Base com nó
Figura A.I. 14 - Resistência ao cisalhamento e módulo de elasticidade da base do bambu
Guadua weberbaueri.
Tabela A.I. 3 - Comparação da resistência ao cisalhamento da base do bambu Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Onde:
GW - Guadua weberbaueri;
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO, 2001);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e SOUZA, 2000);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO, 2002);
* - Média de valores entre fatia externa e interna;
** - Metodologia de ensaio diferente dos demais;
*** - Média de valores entre corpos de prova com e sem nó;
**** - Ensaio não realizado.
Resistência ao cisalhamento
Espécies
GW GS DG (1) DG (2) DG (3) DG (4)
c/ nó 3,56* **** 3,56 3,08 2,34 σ (MPa)
s/ nó 4,53* 46,00** 3,37 3,11 3,24 7,00***
91
Tabela A.I. 4 - Comparação da resistência à compressão da base do bambu Guadua
weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Resistência à compressão (MPa)
GW GA GS* DG (1) DG (2) DG (3)
Base com nó 37,33 25,27 35,70 38,96 71,43
Base sem nó 54,50 28,36 47,80 45,54 39,00
72,62
Onde:
GW - Guadua weberbaueri em estudo;
GA - Guadua angustifolia (GHAVAMI e MARINHO, 2005);
GS - Guadua superba (CULZONI, 1986);
DG (1) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI, 1990);
DG (2) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI E BOZA, 1998);
DG (3) - Dendrocalamus giganteus (GHAVAMI e MARINHO,
2001);
* - Corpos de prova com dimensões diferentes dos demais.
Tabela A.I. 5 - Comparação do módulo de elasticidade longitudinal da base do bambu
Guadua weberbaueri com outras espécies estudadas na PUC-Rio.
Módulo de elasticidade (GPa)
GW GA GS DG (3)
Base com nó 18,85 9,00 2,60 20,50
Base sem nó 21,33 14,65 3,33 26,60
92
8 Anexo II. Figuras dos ensaios de resistência à tração, cisalhamento e compressão.
Resistência à tração: Corpo de prova sem nó
Tração
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 1 - externo
Figura A.II. 1 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 1 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
93
Tração
0
50
100
150
200
250
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 2 - interno
Figura A.II. 2 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 2 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 3 - externo
Figura A.II. 3 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 3 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
94
Tração
020406080
100120140160180200
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 4 - interno
Figura A.II. 4 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 4 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 5 - externo
Figura A.II. 5 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 5 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
95
Tração
020406080
100120140160180200
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 6 - interno
Figura A.II. 6 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 6 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
350
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 7 - externo
Figura A.II. 7 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 7 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
96
Tração
020406080
100120140160180200
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 8 - interno
Figura A.II. 8 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 8 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
350
400
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 9 - externo
Figura A.II. 9 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 9 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
97
Tração
020406080
100120140160180
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 10 - interno
Figura A.II. 10 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 10 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
350
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 11 - externo
Figura A.II. 11 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 11 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
98
Tração
0
20
40
60
80
100
120
140
160
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 12 - interno
Figura A.II. 12 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 12 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
350
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 13 - externo
Figura A.II. 13 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 13 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
99
Tração
020406080
100120140160180
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 14 - interno
Figura A.II. 14 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 14 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 15 - externo
Figura A.II. 15 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 15 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
100
Tração
020406080
100120140160180
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 16 - interno
Figura A.II. 16 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 16 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
50
100
150
200
250
300
0 10 20 30 40
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 17 - externo
Figura A.II. 17 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 17 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
101
Tração
0
50
100
150
200
0 5 10 15 20 25 30
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 18 - interno
Figura A.II. 18 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 18 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Resistência à tração: Corpo de prova com nó
Tração
0
10
20
30
40
50
60
70
80
0 3 6 9 12 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 21 - externo
Figura A.II. 19 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 21 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
102
Tração
0
5
10
15
20
25
0 2 4 6 8
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 22 - interno
Figura A.II. 20 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 22 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
20
40
60
80
100
0 3 6 9 12 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 23 - externo
Figura A.II. 21 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 23 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
103
Tração
0
5
10
1520
25
30
35
40
0 2 4 6 8
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 24 - interno
Figura A.II. 22 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 24 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0102030405060708090
100
0 3 6 9 12 15 18
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 27 - externo
Figura A.II. 23 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 27 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
104
Tração
0
10
20
30
40
50
60
0 3 6 9 12 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 28 - interno
Figura A.II. 24 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 28 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0102030405060708090
100
0 3 6 9 12 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 29 - externo
Figura A.II. 25 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 29 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
105
Tração
0
10
20
30
40
50
60
70
0 3 6 9 12
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 30 - interno
Figura A.II. 26 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 30 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Tração
0
10
20
30
40
50
60
70
0 3 6 9 12 15 18
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 31 - externo
Figura A.II. 27 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 31 - fatia externa
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
106
Tração
0102030405060708090
100
0 3 6 9 12 15 18
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 32 - interno
Figura A.II. 28 - Curva tensão de tração-deformação do corpo de prova 32 - fatia interna
da região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Resistência à compressão: Corpo de prova sem nó
Compressão - base sem nó
0
10
20
30
40
50
60
70
-4000,00 -2000,00 0,00 2000,00 4000,00
Deformação (microstrain)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 06 - longitudinal
C.P. 06 - transversal
C.P. 08 - longitudinal
C.P. 08 - transversal
Figura A.II. 29 - Curva tensão de compressão-deformação da região basal sem nó do
bambu Guadua weberbaueri.
107
Resistência à compressão: Corpo de prova com nó
Compressão - base com nó
05
101520253035404550
-3000 -2000 -1000 0 1000
Deformação (microstrain)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 10 - longitudinal
C.P. 10 - transversal
C.P. 14 - longitudinal
C.P. 14 - transversal
C.P. 16 - longitudinal
C.P. 16 - transversal
Figura A.II. 30 - Curva tensão de compressão-deformação da região basal com nó do
bambu Guadua weberbaueri.
Resistência ao cisalhamento: Corpo de prova sem nó
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 1 - externo
Figura A.II. 31 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 1 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
108
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 2 - interno
Figura A.II. 32 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 2 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
6
0 3 6 9 12 15 18
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 3 - externo
Figura A.II. 33 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 3 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
109
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 4 - interno
Figura A.II. 34 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 4 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 3 6 9 12 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 5 - externo
Figura A.II. 35 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 5 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
110
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 6 - interno
Figura A.II. 36 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 6 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15 20 25 30 35
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 7 - externo
Figura A.II. 37 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 7 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
111
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 8 - interno
Figura A.II. 38 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 8 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
0 2 4 6 8
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 9 - externo
Figura A.II. 39 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 9 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
112
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 10 - interno
Figura A.II. 40 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 10 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
0 5 10 15 20 25
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 11 - externo
Figura A.II. 41 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 11 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
113
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 12 - interno
Figura A.II. 42 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 12 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
0 2 4 6 8
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 13 - externo
Figura A.II. 43 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 13 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
114
Cisalhamento
0
1
2
3
0 3 6 9 12
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 14 - interno
Figura A.II. 44 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 14 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
0 2 4 6
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 15 - externo
Figura A.II. 45 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 15 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
115
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 16 - interno
Figura A.II. 46 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 16 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Resistência ao cisalhamento: Corpo de prova com nó
Cisalhamento
0
1
2
3
4
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 17 - externo
Figura A.II. 47 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 17 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
116
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 18 - interno
Figura A.II. 48 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 18 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15 20
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 19 - externo
Figura A.II. 49 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 19 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
117
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 20 - interno
Figura A.II. 50 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 20 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
0 2 4 6 8
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 21 - externo
Figura A.II. 51 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 21 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
118
Cisalhamento
0
1
2
0 2 4 6 8 10
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 22 - interno
Figura A.II. 52 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 22 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 25 - externo
Figura A.II. 53 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 25 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
119
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 26 - interno
Figura A.II. 54 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 26 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
Cisalhamento
0
1
2
3
4
5
6
0 5 10 15 20 25
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 27 - externo
Figura A.II. 55 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 27 - fatia externa da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.
120
Cisalhamento
0
1
2
3
0 5 10 15
Deformação (‰)
Tensão (M
Pa) a
C.P. 28 - interno
Figura A.II. 56 - Curva tensão de cisalhamento do corpo de prova 28 - fatia interna da
região basal do bambu Guadua weberbaueri.