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Cravinho

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Page 1: Cravinho

Relatório de Pesquisasobre o Cravinho – Especiaria

na Gastronomia Portuguesa após o Séc. XV

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Introdução

Este relatório tem por objetivo a descrição de uma especiaria introduzida na alimentação e gastronomia portuguesa após o séc. XV – o cravinho.

O cravinho, também designado por cravo-da-índia, tem como nome científico Syzygium aromaticum. É uma árvore oriunda das ilhas Molucas, na Indonésia, no entanto a primeira indicação do uso do cravo-da-índia como condimento, remédio e elemento básico para a produção de perfumes especiais e incensos aromáticos teve origem na China, difundindo-se, mais tarde, pelas regiões mais próximas.

O cravo-da-índia é uma planta de folha persistente, que atinge cerca de 12 metros de altura. A copa é bem verde, em forma de pirâmide, as flores são pequenas e amarelo-esbranquiçadas e o fruto é semelhante a uma baga alongada, suculenta, vermelha e comestível. Tem um aroma vigoroso e intenso.

O botão da sua flor, que é seco, utiliza-se como especiaria desde a Antiguidade, quer na culinária, quer

no fabrico de medicamentos. O seu óleo é bastante utilizado na medicina dentária. Alguns povos acreditam, também, que o cravo tenha poder afrodisíaco.

Esta foi uma das especiarias mais valorizadas no mercado do início do século XVI, visto que era

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considerado raro e equivalia, em um quilo, a sete gramas de ouro.

Figs. 1 e 2 – Botões das Flores do Cravinho

Origem e Transporte

para Portugal

Como já foi referido anteriormente, o cravo-da-índia é uma planta natural do arquipélago das Molucas. As primeiras referências ao cravinho apareceram na literatura chinesa, na qual se refere que os homens da corte eram obrigados a mastigá-lo para purificar o hálito, antes de se disporem ao Imperador. Era uma especiaria extremamente valorizada nos mercados europeus, vendida por mercadores árabes à República de Veneza, ainda no império romano, a preços elevados. Os negociantes nunca divulgaram a sua localização exacta e, assim, nenhum europeu conseguiu concluir qual a sua origem. Desde as mais remotas épocas até à atualidade, continua a ser bastante usado no Oriente. Fig. 3 – Localização geográfica

das ilhas Molucas

Portugal foi o primeiro país da Europa a chegar às Molucas, com o intuito da procura de especiarias, tais como o cravinho e a noz-moscada, já que este conjunto de ilhas era conhecido por “Ilhas das Especiarias”. Assim, os portugueses passaram a ter o monopólio comercial do cravinho. Procuraram extraí-lo de grande parte das suas ilhas de origem, cuja intenção era

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concentrar a sua produção em pequenos territórios insulares com bom acesso, podendo as suas costas serem vigiadas e sendo a exportação implacavelmente interdita.

Todavia, com a decadência das forças portuguesas no Oriente, os holandeses tomaram o seu domínio; este passou a ser o primeiro ponto de apoio para o desenvolvimento do seu império oriental. Posteriormente, as árvores de noz-moscada e de cravo-da-índia foram transportadas para todo o mundo.

Fig. 4 – Zonas disputadas

entre Portugueses e Holandeses

Função àsCulturas

Mundiais

Culinária

O cravo-da-índia é um condimento que pode ser usado tanto em pratos doces como em salgados. É,

normalmente, aplicado na preparação de caldos, ensopados, doces, pudins, bolos, tortas de maçã, pães, vinhos e licores. O eugenol presente no cravinho torna-o útil para prolongar a validade de conservas. Em alguns países, como os da Europa, é muito usual na

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condimentação, de presuntos e carnes, juntamente com dentes de alho. No Brasil, é mesmo temperado em pratos doces (tradição adquirida pela nossa colonização portuguesa).

Fig. 5 – Torta ao sabor do cravinho

Saúde e cosméticaNestas áreas, é usado em loções e vaporizações para

a limpeza da pele do rosto; em produtos de higiene oral para promover um hálito agradável; em banhos de imersão aromáticos e em águas perfumadas. É também eficaz no combate à acne, no tratamento de unhas quebradiças e de calosidades.

O óleo pode ser usado para massajar músculos doridos. É ainda empregado na elaboração de pomadas para a remoção de verrugas e para melhorias de inchaços das picadas de inseto. Os seus efeitos medicinais incluem o tratamento de náuseas, flatulências, indigestão, diarreia… Tem igualmente propriedades bactericidas, usando-se como anestésico e antisséptico para o alívio de dores de dente. Os dentes de cravinho podem ser usados internamente como um chá.

Estudos ocidentais têm dado apoio ao uso do óleo de cravo para dores de dente e para a possibilidade de reduzir os níveis açucarados no sangue. No entanto, outras observações, com o intuito de determinar a sua eficácia para reduzir a febre, servir de repelente contra mosquitos e evitar a ejaculação prematura, foram inconcludentes.

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Fig. 6 – Verniz fabricado com óleo de cravo

Fumo

Os principais consumidores de cravo, mundialmente, são os indonésios, responsáveis pelo consumo de mais de 50% da produção mundial. A principal utilização desta planta não é na culinária, mas sim na confecção de cigarros com cravo. Na Indonésia são extremamente comuns, afirmando-se mesmo que todo o país parece estar com o seu odor suave e aromático.

Fig. 7 – “Kretek”, cigarro de cravo

Bibliografia http://pt.wikipedia.org/wiki/ Cravo-da-%C3%ADndia

http:// www.oficinadeervas.com.br/detalhe.php?id_produto=483&p=cravo-da-india

http://www.jardimdeflores.com.br/floresefolhas/ A20cravoindia.htm

http://www.empratado.com.br/2011/04/o-cravo-da- india-uma-especiaria-cheia.html

http://www.sabores-da-india.net16.net/ spices_pl_clove_history.html

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