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CÍCERO CRUZ MACÊDO CRESCIMENTO EM ESTATURA E ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE SEIS A DEZ ANOS DE IDADE DE ESCOLAS PÚBLICAS SANTO ANDRÉ, SP 2015

CRESCIMENTO EM ESTATURA E ESTADO NUTRICIONAL DE …€¦ · criança, que atuam acelerando ou retardando esse processo9,10. Dentre os fatores que influenciam o processo de crescimento

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CÍCERO CRUZ MACÊDO

CRESCIMENTO EM ESTATURA E ESTADO NUTRICIONAL DE

CRIANÇAS DE SEIS A DEZ ANOS DE IDADE DE ESCOLAS

PÚBLICAS

SANTO ANDRÉ,

SP 2015

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CÍCERO CRUZ MACÊDO

CRESCIMENTO EM ESTATURA E ESTADO NUTRICIONAL DE

CRIANÇAS DE SEIS A DEZ ANOS DE IDADE DE ESCOLAS

PÚBLICAS

Tese elaborada no Departamento de

Saúde das Coletividades da

Faculdade de Medicina do ABC,

junto ao Programa de Pós-Graduação

em Ciências da Saúde.

Área de concentração: Saúde coletiva

Orientador:

Prof. Dr. Luiz Carlos de Abreu

Coorientador:

Prof. Dra. Italla Maria Pinheiro

Bezerra

Santo André,

SP 2015

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Macêdo, Cícero Cruz

Crescimento em estatura e estado nutricional de crianças de seis a dez anos

de idade de escolas públicas/ Faculdade de Medicina do ABC/ Cícero Cruz

Macêdo – Santo André, 2015. 119p

Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) – Faculdade de Medicina do ABC.

Título em Inglês: Growth in height and nutritional status of children aged six and

ten years old in public schools

1. Estado Nutricional. 2. Pré-escolares. 3. Índice de Massa Corporal.

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Dedicatória

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Dedico este trabalho aos meus pais (in

memoriam), à minha esposa Fátima e aos meus

filhos, João Neto e Leonardo.

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Agradecimentos

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A Deus pelo Dom da Vida

Aos meus pais, que já partiram, dedico essa vitória por sempre

acreditarem que eu seria capaz. Estando ao meu lado fisicamente,

quando criança e adolescente, fizeram toda diferença.

À Fátima, minha esposa e colega, obrigado pela paciência,

incentivo, companheirismo e amor, muitas vezes abdicando de algo

importante para ver meu crescimento pessoal; como esse doutorado um

sonho para mim.

Aos meus filhos, João Neto e Leonardo, meus queridos colegas, razão de

minha vida, muito obrigado por tudo.

Aos Familiares e amigos, agradeço pela amizade verdadeira, por estarem

ao meu lado nessa caminhada e me ajudarem a acreditar que tudo daria

certo.

Ao meu orientador, Prof. Dr. Luiz de Abreu, obrigado pelas

orientações precisas e oportunas, importantes para o meu crescimento

profissional. Agradeço todos os dias à oportunidade de ter conhecido e

convivido todo esse período de doutorado com uma pessoa rara como o

senhor. A sua importância na minha vida vai além das orientações de

doutorado, foram lições de vida aprendidas para sempre. Cresci,

cientificamente, nas discussões, construímos conhecimentos, trocamos ideias

e, embora com diferentes abordagens, o senhor acreditou no meu potencial,

que eu seria capaz mesmo quando eu queria fraquejar. É maravilhoso

podermos contar com pessoas que nos incentivam, nos orientam e nos fazem

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acreditar que podemos ir mais além. Quero essa amizade para sempre.

À Profa. Dra. Italla Maria pela relevante contribuição que só engrandeceu

esta tese.

Aos sujeitos do estudo, as dificuldades foram enormes, no entanto,

mesmo frente aos desencontros, foram solícitos e deram espaço para que

acontecesse a coleta.

Aos colegas de mestrado e doutorado da FMABC, muito obrigado pela

amizade e carinho. Vocês são especiais.

Aos professores da Faculdade de Medicina do ABC, obrigado pelo

aprendizado.

À Professora Lindaura Pinheiro por tudo que fez por todos nós, meu muito

obrigado.

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RESUMO

MACEDO, C.C. Crescimento em estatura e estado nutricional de crianças de seis e de dez anos de idade de escolas públicas. 2015. 115 p. Tese (Doutorado em Ciências da Saúde) - Faculdade de Medicina do ABC. Santo André.

Introdução: A obesidade vem se tornando cada vez mais frequente em crianças, o que pode resultar em agravos à saúde tanto na infância quanto na idade adulta. O escolar encontra-se em processo de transição, em que está constantemente sendo submetido a alterações biopsicossociais que podem levar à maior necessidade nutricional. Objetivo: Analisar o crescimento em estatura e o estado nutricional de crianças em idade escolar na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil. Método: Estudo de corte transversal, realizado com 595 crianças de seis a dez anos de idade, frequentadoras de Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental I, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil. Utilizou-se um questionário para coleta de dados. Os dados foram digitados e armazenados em planilhas, utilizando o programa Microsoft Excel 2007. A análise estatística dos dados foi realizada com o Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Os dados antropométricos foram inicialmente comparados à curva normal, aplicando-se o teste de distância Kolmogorov- Smirnov. Foram utilizados estatística descritiva e o teste de correlação de Pearson. Resultados: Evidenciou-se uma proporção maior de crianças entre os sete e nove anos de idade, e tanto em relação à estatura quanto ao IMC, as medianas estão superiores quando comparadas ao do referencial (Organização Mundial de Saúde), revelando que as crianças estão crescendo bem, inclusive acima da média do referencial, mas que ao mesmo tempo apresentam um IMC acima do esperado, mesmo considerando a elevada estatura. O diagnóstico do estado nutricional entre os meninos e meninas não apresentaram diferenças estatísticas. Contudo, vale destacar que, embora a maior prevalência seja de crianças eutróficas (70,3%), pode-se observar alta prevalência de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e obesidade grave), em torno de 28% da amostra. Conclusão: Embora com prevalência do estado nutricional normal, identificou- se o sobrepeso e a obesidade presentes. Evidenciou-se que o estado nutricional não tem diferença em função do sexo, contudo é influenciado pela idade e estatura. Palavras-chave: Estado Nutricional. Pré-escolares. Índice de Massa corporal.

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ABSTRACT

MACEDO, C.C. Growth in height and nutritional status of children aged six and ten years old in public schools. 2015. 115 p. Thesis (Doctorate in Health Sciences) - Faculdade de Medicina do ABC. Santo André.

Introduction: Obesity is becoming increasingly common in children, which can result in health problems both in childhood and adulthood. The scholar is in a transition process, being constantly under biopsychosocial changes which may lead to greater nutritional need. Objective: To analyze the growth in height and the nutritional status of school children in the city of Florianópolis, Santa Catarina State, Brazil. Methods: Cross-sectional study, with 595 children aged between 6-10 years, students of Municipal Public Elementary Schools in the city of Florianópolis, Santa Catarina State, Brazil. A questionnaire was used to collect the data that were entered and stored in spreadsheets, using Microsoft Excel program 2007. Statistical analysis was performed with the Statistical Package for Social Science (SPSS) version 20.0. Anthropometric data were first compared to the normal curve, applying the Kolmogorov-Smirnov test. Descriptive statistics were used and the Pearson correlation test. Results: We found a higher amount of children between seven and nine years old. Both height and BMI had medians higher than the reference (World Health Organization), showing that children are growing well, including above the benchmark mean, but at the same time they have a BMI higher than expected, even considering the height. The nutritional status between boys and girls did not differ. However, it is noteworthy that although the prevalence is of eutrophic children (70.3%), high prevalence of overweight (overweight, obesity and severe obesity) was observed, around 28% of the sample. Conclusion: Although prevalence of normal nutritional status, we identified the presence of overweight and obesity. Nutritional status did not differ by gender, but it is influenced by age and height. Keywords: Nutritional Status. Preschool children. Body mass index

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ESF - Equipes de Saúde da Família

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IMC - Índice de Massa Corporal

OMS - Organização Mundial de Saúde

POF - Pesquisa de Orçamento Familiar

PSE - Programa Saúde na Escola

SC - Santa Catarina

SINASC - Sistema de Nascidos Vivos

SISVAN - Vigilância Alimentar e Nutricional Escolar

SUS - Sistema Único de Saúde

UDESC - Universidade Estadual de Santa Catarina

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

zE - Escore z da Estatura

zIMC - Escore z do Índice de Massa Corpórea

zP - Escore z do Peso

PAS - Programa de Alimentação Saudável

PNAN - Política Nacional de Alimentação e Nutricão

PNPS - Política Nacional de Promoção a Saúde

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1- Mapa de Florianópolis com escolas municipais e estaduais ......... 38

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1- Distribuição do Estado Nutricional segundo sexo. Florianópolis,

Santa Catarina, 2014 ..............................................................................................

47

Tabela 2- Coeficiente de correlação segundo sexo. Florianópolis, Santa

Catarina 2014..................................................................................................

48

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Distribuição dos escolares segundo sexo e idade. Florianópolis,

Santa Catarina, 2014........................................................................................45

Gráfico 2- Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de peso para

idade. Florianópolis, Santa Catarina, 2014.......................................................45

Gráfico 3- Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de Estatura

para idade Florianópolis, Santa Catarina, 2014................................................46

Gráfico 4 – Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de Índice de

Massa Corpórea ( IMC), Santa Catarina, Florianópolis, 2014..........................46

Gráfico 5 – Distribuição dos escolares segundo estatura para idade (em escore

Z). Florianópolis, Santa Catarina, 2014.............................................................48

Gráfico 6 – Distribuição dos escolares segundo escore Z de Índice de Massa

Corpórea. Florianópolis, Santa Catarina, 2014.................................................49

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 17

1.1 Crescimento e Desenvolvimento Infantil .................................................. 21

1.2 Transição Nutricional no Brasil ................................................................. 25

1.3 Avaliação dos Aspectos Nutricionais e a Promoção da Alimentação

saudável .................................................................................................. 28

2 OBJETIVOS ............................................................................................... 35

2.1 Objetivo Geral .......................................................................................... 35

2.2 Objetivos Específicos ............................................................................... 35

3 MÉTODO .................................................................................................... 37

3.1 Delineamento do Estudo .......................................................................... 37

3.2 Local do Estudo ........................................................................................ 37

3.3 População do Estudo ............................................................................... 40

3.4 Coleta de Dados ....................................................................................... 40

3.5 Variáveis do Estudo ................................................................................. 41

3.6 Análise dos Dados ................................................................................... 42

3.7 Aspectos Éticos ........................................................................................ 43

4 RESULTADOS ........................................................................................... 45

5 DISCUSSÃO……………………………………………………………………...51

6 CONCLUSÃO ............................................................................................. 65

7 PERSPECTIVAS FUTURAS E CONTRIBUIÇÕES AO CAMPO DA

SAÚDE PÚBLICA ........................................................................................67

8 REFERÊNCIAS ............................................................................................69

ANEXOS

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Introdução

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1 INTRODUÇÃO O ser humano compartilha com todos os outros animais o processo

biológico do crescimento e desenvolvimento, porém apresenta uma

característica particular – o tempo prolongado necessário à sua maturação

durante toda a infância e adolescência.

Desde o momento da concepção até a morte, ocorrem transformações

quantitativas e qualitativas, quer no sentido evolutivo quer no involutivo.

Durante as duas primeiras décadas de vida, ele cresce e se desenvolve;

fenômenos que são simultâneos e condicionados à maior ou à menor

velocidade do processo maturacional e de sua interação com indicadores do

ambiente1.

Embora o crescimento e desenvolvimento refiram-se a processos

indissociáveis e não ocorram isoladamente, são fenômenos diferentes que

sempre demonstram correspondência direta entre si. Por definição, o

crescimento é um processo que se manifesta até por volta do inicio da segunda

década de vida, quando ocorre o fechamento das últimas cartilagens de

conjugação. Cada etapa desse processo se apoia na fase precedente e

condiciona a seguinte2.

Em contrapartida, o desenvolvimento caracteriza-se pela sequência de

modificações evolutivas em órgãos e sistemas do organismo humano que

induzem ao aperfeiçoamento de suas complexas funções. Assim, o

crescimento refere-se essencialmente às transformações quantitativas,

enquanto o desenvolvimento engloba simultaneamente tanto as

transformações quantitativas quanto as qualitativas e é resultante de aspectos

associados ao próprio processo de crescimento físico, à maturação biológica e

às experiências vivenciadas no atributo considerado: desempenho motor,

emocional, social, cognitivo, entre outros3.

Em virtude da comprovada natureza multicausal do crescimento infantil,

alguns estudos têm sido desenvolvidos, buscando relacionar variáveis

biológicas, socioeconômicas, ambientais, culturais, demográficas, entre outras,

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com a sua etiologia e seu desenvolvimento4-6.

Outras variáveis citadas na literatura de importância para o crescimento

infantil são as biológicas maternas (peso, altura e idade), as de morbidade

(infecções diarreicas e respiratórias), as relacionadas com a alimentação

infantil (aleitamento materno, alimentação pós-desmame, ingestão de

micronutrientes, etc,) e aquelas de acesso à saúde (incluindo imunizações e

internações hospitalares)7. O baixo peso materno e a estatura dos pais, mais

especificamente da mãe, indicaram maior severidade de déficit estatural entre

as crianças6,8.

Portanto, o processo de crescimento está influenciado por fatores

intrínsecos (genéticos) e extrínsecos (ambientais), dentre os quais, destacam-

se a alimentação, a saúde, a higiene, a habitação e os cuidados gerais com a

criança, que atuam acelerando ou retardando esse processo9,10.

Dentre os fatores que influenciam o processo de crescimento e

desenvolvimento infantil, destacam-se os nutricionais, que quando não

adequados, influenciam no estado nutricional e revelam achados importantes

relacionados à adequada evolução desse processo11.

Desse modo, a monitoração do crescimento físico em crianças torna-se

consensualmente aceita como sensível instrumento de utilização singular na

aferição das condições predisponentes voltadas à maximização do

desenvolvimento orgânico1.

Assim, a avaliação nutricional destaca-se como instrumento de

prevenção de doenças e promoção de uma alimentação saudável. Para tanto,

utiliza-se da antropometria para avaliar a saúde e o risco nutricional por meio

da aferição das dimensões corporais ao longo do processo de crescimento.

Desse modo, as variáveis antropométricas, peso e estatura, são as mais

usadas na avaliação do estado nutricional de crianças, devido a sua

simplicidade, custo relativamente baixo e facilidade de aferição12.

No Brasil, estudos que avaliaram os aspectos nutricionais revelaram

que o cenário da evolução nutricional da população nas duas últimas décadas,

mudanças em seu padrão e as disposições temporais da desnutrição e da

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obesidade determinam uma das alegorias definida como processo de transição

nutricional do país. Observa-se o declínio da desnutrição em crianças,

adolescentes e adultos em ritmo bem rápido, no entanto um acréscimo na

prevalência de sobrepeso e obesidade em todas as faixas etárias13.

A obesidade infantil afeta tanto os países desenvolvidos quanto os em

desenvolvimento e todos os grupos socioeconômicos, independentemente da

idade, sexo ou etnia. Estima-se que, em todo o mundo, mais de 22 milhões de

crianças menores de cinco anos são obesas e que uma em cada 10 crianças

tenha excesso de peso. A prevalência de excesso de peso varia no mundo: na

África e na Ásia estaria ao redor de 10% e nas Américas e na Europa acima

dos 20 %, enquanto nos Estados Unidos, já afeta parcela mais significativa da

população14-16.

Assim, o Brasil apesar de vivenciar um cenário conturbado nos campos

da política, do esporte, da saúde e da educação, assim como outros países

menos desenvolvidos, passou por importantes transformações no processo de

saúde/doença. Vale ressaltar que principalmente nos últimos cinquenta anos,

foram observadas alterações na qualidade e na quantidade da dieta, assim

como, mudanças no estilo de vida, nas condições econômicas, sociais e

demográficas, que repercutem de forma negativa na saúde populacional

desses países17,18.

Dados apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -

IBGE19 apontaram que uma em cada três crianças brasileiras de cinco a nove

anos está acima do peso recomendado pela Organização Mundial da Saúde.

Outros estudos revelam um risco elevado de as crianças e adolescentes com

sobrepeso e obesidade tornarem-se adultos obesos, revelando a necessidade

de atenção a esses grupos populacionais, no sentido de elaborar estratégias

para o combate dessa desordem nutricional20-22.

Essas mudanças de perfil nutricional podem ser reflexo da substituição

dos alimentos saudáveis, in natura, como frutas, legumes, verduras, alimentos

integrais, por alimentos industrializados e altamente processados, ricos em

gorduras trans, sódio e ricos em calorias, gerando um desequilíbrio no

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consumo energético e prevalência de obesidade, inclusive em países

desenvolvidos, que já atinge grande parte da população23.

Por outro lado, autores destacam que as crianças são susceptíveis a

mudanças de hábitos alimentares, pois é a fase que sofre influência do hábito

alimentar dos pais e familiares, assim como, está predisposta a mudanças de

comportamento, dada sua inserção no ambiente escolar. Assim, hábitos

alimentares, gostos e aversões podem ser estabelecidos durante essa fase,

muitos dos quais formam a base para toda a vida. Nessa fase, a criança já tem

mais interesse pelos alimentos e suas necessidades nutricionais são maiores,

podendo, assim, implicar alterações no estado nutricional24,25.

Desta maneira, considerando que, na infância, os hábitos alimentares

podem sofrer forte influência do contexto em que se está inserido e que, nessa

faixa etária, o perfil nutricional vem apresentando alta prevalência de crianças

com sobrepeso e com obesidade, a presente pesquisa apresenta como

objeto de estudo investigar o crescimento em estatura e o estado nutricional

em crianças em idade escolar.

Nesse sentido, o presente estudo mostra-se de grande importância

social, buscando contribuir, não somente com informações de perfil

epidemiológico sobre a prevalência de peso corporal/magreza, sobrepeso e

obesidade de crianças em região brasileira de alto nível econômico, como

também, agregar mais conhecimento sobre a tão controversa situação

nutricional humana.

Diante das reflexões aqui apresentadas, sinaliza-se neste estudo um

arcabouço teórico que auxilia na fundamentação do objeto de estudo,

apresentado nesta tese. Para tanto, centrou-se nos temas: Crescimento e

Desenvolvimento Infantil; A transição nutricional no Brasil e; Avaliação dos

aspectos nutricionais e a promoção da alimentação saudável.

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1.1 Crescimento e desenvolvimento infantil O crescimento pode ser descrito simplesmente como um aumento no

tamanho físico. Essa transformação física consiste basicamente em três

processos: hiperplasia, hipertrofia e acreção26. Enquanto que para Gesell27, o

crescimento é um processo de estruturação. Ele produz mudanças

estruturadas nas células nervosas que levam às mudanças correspondentes as

estruturas do comportamento.

Para Haywood e Getchell28, o crescimento físico é um aumento

quantitativo em tamanho ou magnitude. Organismos vivos têm um período de

crescimento do tamanho físico. Para os seres humanos, esse período começa

com a concepção e termina no início da segunda década de vida.

Portanto, pode-se depreender dessas definições que o crescimento

apresenta etapas definidas para ocorrer, podendo existir diferenças entre os

sistemas orgânicos que compõem o corpo humano, como é o caso específico

do sistema muscular, pois a musculatura estriada pode ter o crescimento de

suas fibras (hiperplasia e hipertrofia), por períodos que se prolongam de acordo

com as características biológicas dos indivíduos, bem como pelas

interferências ambientais, ou seja, prática de atividade física29.

Por outro lado, define-se desenvolvimento como a capacidade

progressiva de o ser humano realizar funções cada vez mais complexas. Esse

processo é o resultado da interação entre os fatores biológicos, próprios da

espécie e do indivíduo e os fatores culturais, próprios do meio social onde esse

indivíduo encontra-se inserido2.

O desenvolvimento pode ser estudado tanto do ponto de vista

filogenético quanto ontogenético. No primeiro caso, são analisadas às

mudanças que ocorreram ao longo das espécies e que possibilitaram o

fenômeno da adaptação para os diferentes animais. Essas mudanças

evolutivas são facilmente entendidas e percebidas quando se analisam as

alterações do sistema nervoso e mais especificamente os neurônios e o

número de conexões que são possíveis de serem estabelecidas, notadamente

no cérebro em nível cortical29.

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22

O desenvolvimento ontogenético consiste na curva biológica que se

inicia com a concepção e se finda com a morte. Ao contrário do que foi

postulado em relação ao crescimento, este não se encerra no final da

adolescência ou na juventude e se apresenta como uma linha contínua e

acelerada de evolução, principalmente após o nascimento, infância,

adolescência e juventude29.

Embora seja reconhecido como um período de desaceleração

metabólica, que se reflete no desenvolvimento, após a vida adulta e,

principalmente, na velhice, ainda assim as pessoas estão em desenvolvimento,

pois este processo está imbricado com a aprendizagem, e, de certa forma,

todas as pessoas são capazes de ter algum tipo de aprendizagem em qualquer

idade29.

Percebe-se, pois, que o crescimento e o desenvolvimento da criança se

constituem em processos integrados e indissociáveis e que podem estar sob os

efeitos de determinantes sociais, econômicos e culturais. Assim, muitas

investigações têm buscado aprofundar o conhecimento sobre os fatores

econômicos, sociais e biológicos que interferem no crescimento e

desenvolvimento infantil. Variáveis relacionadas aos antecedentes reprodutivos

da mãe e às características da família têm sido apontadas frequentemente

como fatores associados à estatura atingida pelas crianças30,31.

Os fatores exógenos ou extrínsecos são os socioeconômicos,

ambientais e nutricionais sendo que, até os dois anos de idade, estes fatores

influenciam o crescimento de forma mais determinante do que os fatores

endógenos32.

Já os fatores endógenos ou intrínsecos incluem herança genética, sexo,

etnia, fatores hormonais, que começam a interferir de forma mais expressiva no

crescimento, a partir dos dois anos. A partir dessa idade, o hormônio de

crescimento (GH) torna-se o principal efetor do ritmo de crescimento. Antes dos

dois anos, os fatores hormonais (hormônios tireoidianos, cortisol, glucagom,

insulina) atuam de maneira igualitária e somente depois dessa idade, suspeita-

se de disfunção específica na produção do GH, quando da observação de

diminuição na velocidade ou alteração da curva de crescimento32.

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Destacam-se as condições ambientais como um dos fatores que mais

influenciam no potencial de crescimento infantil, sendo até mesmo maior do

que aquele que pode ser atribuído aos fatores genéticos. Há constatação da

grande diferença de estatura associada com a condição socioeconômica, em

pré-escolares com semelhanças étnicas e geográficas33,34.

As comparações de alturas de crianças aos sete anos, procedentes de

distintos países e situações socioeconômicas, revelam que as limitações

genéticas estão ao redor de 3,5 cm, enquanto o meio ambiente pode resultar

em populações com diferenças de mais de 12 cm34.

Com relação às variáveis biológicas, tem sido encontrado que o retardo

estatural é mais frequente nos meninos do que nas meninas35. Já com

referência ao retardo do crescimento linear, os meninos são, em geral, mais

susceptíveis que as meninas às condições desfavoráveis de vida36. Tem sido

relatada também a associação entre o peso e o comprimento ao nascer com o

crescimento posterior da criança37-39.

Já o crescimento linear, pode-se dizer que a altura final do indivíduo

resulta da interação entre sua carga genética e os fatores do meio ambiente, os

quais permitirão a maior ou menor expressão de seu potencial genético. A

concepção dialética das interações genético-ambientais se contrapõe às ideias

mecanicistas pelas quais seriam apenas os genes que determinam as

características dos indivíduos40. Assim, o crescimento das crianças depende da

ação de diversos elementos socioeconômicos e culturais e do efeito

significante da hereditariedade.

Está claro que se um indivíduo ou uma população vivem em ambiente

satisfatório, os genes terão a oportunidade de expressar seu máximo potencial.

Isso explica a importância cada vez mais evidenciada das investigações sobre

crescimento e condições externas (ambientais, sociais, econômicas e

culturais)4.

Nos fatores associados ao risco de retardo de crescimento em crianças

escolares de família de baixa renda, observou-se que existem fatores

associados ao retardo do crescimento estatural presente no início da idade

escolar, destacando-se a estatura da mãe, a renda mensal per capita, a idade

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do pai, a qualidade da alimentação, o peso ao nascer e o hábito de fumar da

mãe durante a gestação. Esses fatores mostraram-se determinantes para o

prognóstico de crescimento da criança nos seus sete primeiros anos de vida41.

As características genéticas são coadjuvantes e potencializadoras daqueles

eventos socioeconômicos contribuintes para o retardo do crescimento estatural

das crianças.

Entretanto, o impacto do fator genético sobre o crescimento é limitado

quando comparado aos fatores extrínsecos; a precocidade e a persistência de

situações adversas podem impedir que a criança alcance o seu potencial

genético, embora ainda não esteja clara a importância do hereditário e do

ambiental sobre o crescimento das crianças, pois é extremamente difícil

especificar quantitativamente o valor relativo de um e de outro5.

É dito que, em igual ambiente, o desenvolvimento físico individual

depende de fatores basicamente hereditários. Por outro lado, tem-se

demonstrado que crianças de distintas raças mostram curvas de crescimento

semelhantes se as condições ambientais, a alimentação e a proteção contra as

infecções são as mesmas42.

A relação entre a estatura dos pais e a dos filhos é amplamente

reconhecida na literatura43,44. Tendo em vista que a estatura dos pais expressa,

em certo grau, o potencial biológico do crescimento da criança, o uso dessa

informação torna-se relevante para a análise da variabilidade do crescimento

físico, sendo que o crescimento é a expressão da interação extremamente

complexa entre o potencial genético do indivíduo e as condições de vida,

determinadas pela sua inserção social45.

Dessa maneira, compreendendo que o processo de crescimento e

desenvolvimento infantil sofre influência de vários fatores, sejam eles

extrínsecos e intrínsecos, a avaliação em perinatologia revela-se como

importante estratégia para avaliação desse processo. Baseia-se em vários

dados do exame físico, com ênfase em medidas de peso, estatura, perímetro

cefálico (PC), distância biauricular (DBA), distância anteroposterior (DAP) e

tamanho de fontanela. A avaliação do crescimento físico, através do método

antropométrico, tem sido um excelente indicador das condições de vida e,

principalmente, do estado de saúde46.

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25

Em termos individuais, as relações entre as medidas antropométricas

traduzem a proporcionalidade do crescimento, especialmente a relação peso /

comprimento nos primeiros dois anos de vida e o índice de massa corporal

(peso/estatura²) a partir de dois anos; sendo estes dois indicadores

singularmente úteis para monitorar a adequação do crescimento47.

No caso específico dos primeiros anos de vida, o exame antropométrico,

além de aferir o estado nutricional infantil, constitui-se importante preditor das

chances de sobrevivência da criança avaliada48.

Tal dependência é particularmente importante nos primeiros anos de

vida, sendo essa a circunstância que faz com que a avaliação do crescimento

na infância seja frequentemente utilizada tanto para aferir o estado de saúde e

de nutrição de crianças individuais quanto para indicar as condições gerais de

vida que prevalecem nas sociedades49.

1.2 Transição nutricional no Brasil

Em meados dos anos 1970, o mundo vinha a passar por mudanças

significativas e diferenciais em seus hábitos sociais e alimentares, tendo os

Estados Unidos e os países dos continentes Europeu e Asiático, como os

pioneiros nesse período. Dentre essas mudanças, percebe-se a transição de

centros totalmente rurais, para centros urbanos, advindos do avanço da

tecnologia e do processo de urbanização50,51.

O Brasil, até então com características de país subdesenvolvido,

mantinha seu perfil agrícola, prevalecendo em todas as regiões territoriais o

perfil subnutricional. No entanto, tendo como reflexo os avanços tecnológicos e

os constantes investimentos dos demais continentes, grandes centros foram

desenvolvidos principalmente nas regiões meridionais brasileiras, por

possuírem maior proximidade com outros países, refletindo em toda extensão

territorial52.

Dentre as mudanças percebidas, nota-se o acesso à saúde, uma vez

que cerca de 90% de mães possuem acompanhamento antes e depois do

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período gestacional, bem como a média de nascimento de filhos de uma só

mãe que diminuiu de 6 a 7 filhos, para 2 a 353. Além disso, melhoraram-se as

condições sanitárias, bem como se facilitou o acesso aos meios de

comunicação, permitindo uma visão diferenciada de práticas alimentares54.

Os anos anteriores à década de 70 foram conhecidos pela presença de

pestes e doenças alarmantes que, associadas à má alimentação, causavam a

morte rapidamente por não existir um tratamento de saúde adequado. Os

índices de desnutrição atingiam principalmente crianças, muitas vezes pela

quantidade de pessoas a serem alimentadas por determinadas famílias55. Com

o avanço da saúde e da tecnologia, este quadro encontra-se em outra

realidade, o Brasil, enquadra-se com características de países em

desenvolvimento, expandindo a perspectiva de vida da população, sendo

assim, atualmente, existem mais pessoas com idade acima de 50 anos do que

crianças e adolescentes56.

Nessa perspectiva, com as diversas mudanças proporcionadas pelo

mundo globalizado, nota-se um declínio acentuado da desnutrição no Brasil e

no mundo, uma vez que a aquisição do alimento tornou-se acessível à

população. Em contrapartida, a facilidade ao alimento, a inserção da

alimentação industrializada e a adaptação ao mundo moderno permitiram o

crescimento preocupante dos índices de sobrepeso e obesidade, vistos

principalmente na população adulta que, em muitos casos, são advindos do

período infantil, em que patologias costumam ser mais severas57.

A transição nutricional caracteriza-se como o período de delineamento

de dois extremos, a desnutrição e a obesidade, tendo em vista que o estado

subnutricional tende a diminuir, e o de sobrepeso a aumentar constantemente.

Esse período relaciona-se diretamente às transições sociais, econômicas e

demográficas, explicadas pelos avanços tecnológicos e o período em que

chegaram a cada região58.

Dentre as explicações para o crescimento acelerado da transição

nutricional, principalmente ao que tange os estados de sobrepeso e obesidade,

nota-se a diminuição do consumo de frutas e hortaliças, a tecnologia avançada

e hábitos constantes aos tempos de tela (TV, videogame, computador e

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27

celular), redução da prática de atividades físicas, além das diversas

comorbidades oferecidas pelo mundo moderno, favorecendo o sedentarismo59.

Ao analisar os dois estados compreendidos pela transição nutricional,

nota-se que os resultados afetam todas as fases e podem ser prejudiciais ou

até mesmo levar ao óbito. A subnutrição, principalmente na população infanto-

juvenil, pode apresentar facilidade de surgimento de doenças infecciosas e

parasitárias, elevando os números de taxas de mortalidade infantil e problemas

psicológicos por falta de nutrientes, refletindo diretamente nas atividades

motoras, no ambiente escolar e familiar60.

Em casos de obesidade, preocupa-se com o surgimento de doenças

crônicas, principalmente relacionadas ao sistema cardiovascular, tais como,

hipertensão, infarto, acidente vascular, e outras como o diabetes. Estas,

quando acometem pessoas no período infantojuvenil, podem não ser

controladas da maneira adequada e elevar-se para um estado mais grave. Tais

doenças surgem principalmente em classes sociais mais baixas, relacionadas

ao nível de escolaridade, em que a opinião da mídia prevalece, influenciando

em alimentos não saudáveis e com excesso de nutrientes calóricos61.

Na população infantojuvenil, além de a obesidade acarretar doenças

crônicas, outros fatores influenciam diretamente para esse estado, como o

desmame precoce e a inserção de alimentos calóricos desde o início da vida.

Além disso, há nessa fase, cada vez menos interesse na prática de atividades

físicas, graças ao aumento da tecnologia, tendo a dedicação a atividades em

tela. As refeições alimentares primordiais, como o almoço, a merenda escolar e

as demais, estão sendo substituídas por refrigerantes, salgados e outros

alimentos ricos de substâncias industrializadas62.

A transição nutricional afeta diretamente o ambiente escolar, por ser

um ambiente em que a criança está distante da família, permitindo o

descontrole das práticas alimentares. A escola também é um importante local

para a inserção de práticas e incentivo à alimentação adequada. Diversas

instituições, devido aos índices elevados de obesidade, estão proibindo a

venda de alimentos maléficos à saúde, adequando o cardápio para refeições

nutritivas e saudáveis, acompanhadas por profissionais adequados63,64.

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Diversos estudos estão detendo-se na avaliação nutricional de crianças

e adolescentes em espaços escolares, por proporcionarem a identificação de

distúrbios nutricionais, monitoramento das desigualdades sociais nos sistemas

de saúde, além de individualizar o cuidado, promovendo ações específicas de

acordo com o perfil de cada população estudada65-67.

Ainda nessa perspectiva, a transição nutricional permitiu a ascensão da

equipe multiprofissional de saúde, principalmente ao profissional nutricionista.

Esse profissional, que até então trabalhava em ambientes restritos a dietas

hospitalares, hoje, é primordial para o conjunto multidisciplinar em conjunto

com o médico, afetando diretamente na redução dos casos de sobrepeso e

obesidade, bem como evitando patologias crônicas68.

1.3 Avaliação dos aspectos nutricionais e a promoção da alimentação

saudável

A transição nutricional que vem ocorrendo no Brasil e no mundo tem

contribuído para o aumento da prevalência de sobrepeso e obesidade e o

decréscimo de desnutrição em crianças. Sugere-se que a prevalência de

sobrepeso e obesidade nessa faixa etária pode ser devido ao consumo elevado

de alimentos com calorias e gorduras associado à baixa ou inatividade física69.

Partindo desse fato e de que a obesidade é uma doença multicausal e

crescente no país, entende-se da importância da avaliação do estado

nutricional, do consumo alimentar, da atividade física e da influência dos

fatores socioeconômicos para intervir nesse problema, hoje considerado de

saúde pública69.

Assim, o conhecimento e o controle nutricional nessa fase são de suma

importância, uma vez que as crianças são marcadas por grandes mudanças

biológicas, sujeitas a diversos distúrbios nutricionais como a desnutrição,

obesidade e sobrepeso70,71.

A alimentação adequada na infância é importante para o crescimento e

o desenvolvimento da criança e vem tendo, nos últimos anos, considerável

atenção devido ao rápido aumento da prevalência de excesso de peso e

obesidade, além das comorbidades associadas72.

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Sabe-se que a avaliação do estado nutricional é uma etapa fundamental

no estudo de uma criança, a fim de verificar se o crescimento está se

afastando do padrão esperado por doença e/ou por condições sociais

desfavoráveis; verificar o crescimento e as proporções corporais em um

indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer atitudes de

intervenção73.

Quanto mais indivíduos são avaliados do ponto de vista nutricional e,

quanto mais contínuas são essas avaliações, mais intervenções precoces

podem ser instituídas, o que irá melhorar a qualidade de vida da população de

uma forma geral. Não existe forma de controlar e melhorar o estado nutricional

se não for diagnosticado de maneira adequada73.

Desse modo, sendo o crescimento infantil internacionalmente

reconhecido como um importante indicador de saúde pública74, destaca-se a

avaliação antropométrica como essencial para avaliar se o crescimento das

crianças está afastando-se do padrão esperado e, por sua vez, do estado

nutricional adequado para faixa etária.

A antropometria apresenta como vantagens o fato de ser não invasiva,

de baixo custo e relativamente fácil de obter, além de conseguir detectar

desvios nutricionais antes do aparecimento de indicadores bioquímicos e sinais

clínicos75,9.

A avaliação do crescimento envolve comparação de medidas físicas

observadas com valores de referência expressos em tabelas e curvas76. Em

crianças, três índices são usualmente utilizados para tal finalidade: peso/idade,

altura/idade e peso/altura. Esses índices são comparados com curvas de

referência como as do National Center for Health Statistics – NCHS8, adotados

pela OMS9. Os resultados assim obtidos podem ser expressos como escores Z,

percentis ou percentuais de mediana9.

Outra classificação do estado nutricional de crianças é o Índice de

Massa Corporal (IMC), que deve ser comparado a padrões de referência como

a do NCHS. Os indivíduos são classificados com baixo peso quando seu IMC é

inferior ao percentil 85, com sobrepeso quando o IMC encontra-se entre os

percentis 85 e 95, e com obesidade, quando acima do percentil 95 em relação

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à população de referência77-79.

Estudos demonstraram que além de mais prático e fácil de determinar, o

IMC apresenta uma boa concordância com o percentual de gordura corporal

estimado por dobras cutâneas em crianças e adolescentes80-82.

Com a finalidade de identificar precocemente o risco de obesidade, o

IMC deve ser avaliado minimamente durante duas faixas etárias, durante as

idades dentre quatro e seis anos, quando o IMC aumenta em decorrência da

repleção nutricional que ocorre com a finalidade de preparar o corpo para o

estirão83.

Nesse sentido, revela-se a importância da avaliação do crescimento e

desenvolvimento infantil com finalidade de prevenção e promoção da saúde. A

promoção da saúde é uma das principais ferramentas utilizadas para a melhora

dos serviços desta área, tendo como base principal, o público alvo, definida

pela carta de Ottawa como o processo de capacitação da comunidade para

atuar na melhoria da sua qualidade de vida e saúde, incluindo uma maior

participação no controle desse processo. Portanto, neste contexto, entende-se

que o modelo curativista não é tido como prioridade, e sim a promoção, através

de políticas públicas efetivas84.

Assim, a fim de prevenir e promover a saúde no sentido de combater o

sobrepeso e a obesidade, hoje prevalentes em crianças, é imprescindível que

os profissionais de saúde atuem no que diz respeito à educação alimentar e

nutricional.

A Organização Mundial de Saúde define como alimentação saudável a

variedade de alimentos com nutrientes diferenciados, produzindo assim uma

maior nutrição ao corpo humano, recomendando a redução do consumo de

alimentos ricos em gorduras saturadas, o incentivo ao consumo de frutas e

hortaliças, a comercialização industrial de alimentos frescos sem substâncias

que prejudiquem a saúde, garantindo então que esse incentivo deve ser

realizado diretamente por Órgãos Federais85.

A educação alimentar e nutricional caracteriza-se pelas constantes

ações que tendem a modificar práticas alimentares inadequadas, podendo

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assim melhorar o estado nutricional, o qual está diretamente relacionado à

alimentação. Nesse sentido, diversos estudos comprovam que, quando

práticas alimentares saudáveis iniciam-se na infância, elas tendem a ser

permanentes, sugerindo então, que as atividades de educação nutricional

sejam iniciadas nesse período86-88.

Entre as práticas mais seguras para uma alimentação saudável,

encontra-se a amamentação, esta, primordial para o crescimento adequado do

recém-nascido, sendo desnecessária a associação com qualquer outro tipo de

líquido, diminuindo assim os índices de mortalidade infantil por doenças

diarreicas. A amamentação, antes recomendada apenas até quatro meses de

idade, hoje é indicada exclusivamente até os seis meses, a fim de evitar o

desmame precoce89.

Ao abordar a temática de promover alimentação saudável, é essencial

respeitar as particularidades culturais e étnicas de cada alimento, tendo em

vista que ela não possui a finalidade apenas de suprimentos biológicos,

evitando a troca brusca e resgatando alimentos que eram comuns, como o

consumo de frutas e hortaliças, associado a outras dietas90.

O estado subnutricional vem diminuindo constantemente, porém, em

contraponto, os estados de sobrepeso e obesidade continuam a prevalecer,

razão essa, explicada pela transição nutricional. Diante dessa problemática, a

alimentação saudável é essencial para o controle destes índices,

principalmente na população infantojuvenil, permitindo assim, que ela, não

adquira futuras patologias crônicas91.

Nessa perspectiva, o Ministério da Saúde, através da Política Nacional

de Promoção à Saúde (PNPS), desenvolveu o programa Promoção da

Alimentação Saudável (PAS), que reconfigura a Política Nacional de

Alimentação e Nutrição (PNAN), promovendo ações e estratégias de

prevenção e promoção da saúde, em nível comunitário e nacional, com apoio

de diversos profissionais da saúde, através de seu núcleo, desenvolvendo

práticas de vida saudáveis92,93.

O PAS é considerado como um eixo estratégico para a fortificação da

PNAN, através da PNPS, nos três níveis de complexidade em saúde. Porém, a

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atenção básica deve ser vista como o principal ponto para a promoção da

alimentação saudável, utilizando-se de estratégias que venham a fiscalizar e

incentivar a prática da alimentação saudável na população. Dessa forma, inclui-

se o fornecimento de informações nos sistema, como o Sistema de Vigilância

Alimentar e Nutricional (SISVAN), para que os órgãos superiores possam

direcionar as ações que devem ser utilizadas em cada localidade, além de

implementar o profissional nutricionista de acordo com as necessidades

levantadas94.

Dentre as principais ações para a atenção básica, estão as de capacitar

os profissionais das unidades de acordo com a população atendida, para que

nas atividades desenvolvidas pela estratégia, seja repassada a importância da

alimentação saudável, bem como estimular a criação de grupos e oficinas que

abordem esse tema. Após a capacitação, a comunidade deve ser

incentivada a participar ativamente dessas ações e incentivar também os

pequenos grupos, como o de gestantes, diabéticos e hipertensos, reforçando a

importância de práticas como o aleitamento materno. O PAS ainda sugere o

alcance ao público jovem e masculino, cuja frequência é menor nas Unidades

Básicas de Saúde. Além disso, recomenda-se utilizar-se das estratégias já

existentes de políticas públicas para o incentivo da prática correta, como a

distribuição de cestas básicas, de leite e outros programas oferecidos95,96.

Em âmbitos de atenção secundária e terciária, o PAS garante a

intersetorialidade entre os serviços de saúde, garantindo uma ligação direta

com a atenção primária. Também, prioriza-se capacitar os profissionais de

cada unidade, a fim de estabelecerem normas e condutas acerca da

alimentação saudável no tratamento e na recuperação do cliente97,98.

A PNAN estabelece que em ambientes escolares, a alimentação deve

fornecer os nutrientes adequados, para que os alunos possuam condições

físicas e psicológicas para permanecerem em sala de aula, contradizendo a

atual realidade, em que escolas abrem seus portões para a venda externa de

alimentos que não condizem com as melhorias em saúde99.

Desse modo, a promoção da alimentação saudável não deve ser vista

apenas como um mecanismo prescrito, mas como todas as situações

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envolvidas no ato de alimentar-se, englobando família, local, emoções,

lembranças e características do alimento, tais como: gosto, cor, aroma e

textura, devendo ter uma atenção especial da produção. Sendo assim, remete-

se ao comércio de alimentos, desde o produtor, até o distribuidor, que o papel

de promoção da saúde é importante e adequado para a disseminação de uma

alimentação saudável87.

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Objetivos

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2 OBJETIVOS 2.1 OBJETIVO GERAL

Avaliar o crescimento em estatura e estado nutricional de crianças

em idade escolar em função do sexo e idade.

2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Identificar o crescimento alcançado;

Descrever a prevalência de sobrepeso e de obesidade;

Analisar as relações entre sexo, idade e crescimento estatural e

estado nutricional.

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Método

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3 MÉTODO 3.1 Delineamento do estudo

Trata-se de um estudo de corte transversal acerca do crescimento em

estatura e estado nutricional de crianças em idade escolar em função do sexo e

idade.

3.2 Local do estudo

O estudo foi realizado em Florianópolis, Capital de Santa Catarina (SC),

localizada no centro-leste do Estado. A área do município, que inclui a parte

continental, perfaz 436,5 km². A porção continental tem área apenas de 12,1

km² e limita-se a oeste como município de São José.

Segundos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

100de 2014, a população de Florianópolis é de 461.524 habitantes. Em 2013, o

Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) foi 0,847, sendo que valores

maiores que 0,8 são considerados elevados.

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Figura 1- Mapa de Florianópolis com escolas municipais e estaduais.

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39

A organização do Sistema Único de Saúde (SUS) em Florianópolis tem

como finalidade buscar um sistema de saúde equânime, integral e resolutivo, a

fim de propiciar o atendimento com qualidade para atender às necessidades de

saúde da população local por meio de ações articuladas entre os diferentes

níveis de complexidade da atenção à saúde.

Em relação à saúde infantil, a Secretaria Municipal de Saúde possui há 18

anos, Programa Capital Criança que visa maximizar a qualidade e a quantidade de

vida do cidadão Florianopolitano, através da seleção, implantação e

acompanhamento de intervenções e geração de parcerias que foquem a proteção,

promoção e recuperação da saúde da criança de zero a dez anos incompletos.

O cuidado com a saúde das crianças em Florianópolis contribuiu com a

redução importante, na última década, da taxa de mortalidade infantil, que é um

indicador de qualidade de vida. Vem apresentando valores com menos de dois

dígitos desde 2004, com uma diminuição de 54,3% entre 1994 e 2011. Se

estendermos o período observado até 2013, a diminuição da taxa municipal

chega a 71,9% no período.

O município tem, também, quase 100% de cobertura de equipes e

Saúde da Família na Atenção Básica e esse é um fator facilitador no

desenvolvimento das ações de promoção e monitoramento da saúde dos

educandos de cada território adstrito às escolas.

Indicadores educacionais também demonstram o nível de qualidade de

vida em Florianópolis como a proporção de crianças e jovens frequentando ou

tendo completado determinados ciclos de educação. No período de 2000 a

2010, a proporção de crianças de cinco a seis anos na escola cresceu 21,31%.

A proporção de crianças de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do

ensino fundamental no mesmo período, cresceu 24,29%. Atualmente a taxa de

evasão escolar é cerca de 1%, na oitava série.

O ensino fundamental em Florianópolis está dividido aproximadamente

em 50% dos educandos em escolas de gestão municipal e outra metade ainda

com gestão estadual e, ainda, uma escola de gestão federal. O processo de

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municipalização do ensino fundamental, embora recomendação do Ministério

da Educação, ainda é muito lento.

Desde 2007, o Programa Saúde na Escola (PSE) vem trabalhando de

forma intersetorial – saúde e educação para a promoção e atenção à saúde e

educação integral dos educandos da cidade, inicialmente do ensino

fundamental, contemplando praticamente 100% das escolas estaduais e

municipais da Capital. A partir de 2013, passaram a ser contemplados os

educandos do ensino infantil, garantindo a promoção do desenvolvimento

infantil, já na primeira infância, com ações intersetoriais da saúde e educação.

Uma das ações é realizar anualmente a avaliação nutricional dos

educandos para monitorar o estado nutricional e propor estratégias de controle

às alterações nutricionais, sendo que os dados são registrados no Sistema de

Vigilância Alimentar e Nutricional do Escolar (SISVAN).

3.3 População do estudo Para o cálculo da amostra, foi considerado um alfa de 0,05 e um poder

de teste de 0,80, definindo como efeito mínimo a ser detectado, uma diferença

de ¼ de desvio padrão entre os escores z de Índice de Massa Corpórea (zIMC)

de crianças de ambos os sexos, partindo do pressuposto, que a média de zIMC

entre os escolares, sem discriminação por sexo, encontra-se ao redor de 0,6 e

que o desvio padrão da mesma corresponde a um valor ao redor de 1,1.

Foram coletados dados de 595 crianças subdivididas em dois grupos

de idade, seis e sete anos e de oito a dez anos, a partir das turmas do ensino

fundamental das escolas municipais e estaduais da rede pública de educação

de Florianópolis.

3.4 Coleta dos dados Essa avaliação ocorreu no primeiro semestre do ano letivo de 2012 e

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foi realizada em cada unidade escolar. Nessa ocasião, os sujeitos da

pesquisa (crianças) foram identificados a partir das listagens de frequência das

classes sorteadas nas escolas.

Os dados antropométricos das crianças foram tomados na própria escola,

em dias devidamente agendados. Esses dados foram coletados com a

colaboração de pessoas treinadas previamente, com capacitação segundo

técnicas aceitas internacionalmente101 utilizando instrumentos padronizados para a

coleta e preenchimento dos dados, sempre com a supervisão do pesquisador.

As variáveis obtidas foram idade, sexo, peso e estatura. Para avaliação

do peso utilizou-se balança digital da marca CADENCE® Modelo Bal150

(Cachoeira do Sul, RS-Brasil), devidamente calibrada, com capacidade para

150 kg e subdivisões de 100 gramas, e o registro dos valores foi feito até uma

casa decimal. Os escolares foram pesados com um mínimo de roupa possível,

somente com camiseta e calça, descalços e sem o uso de chapéu ou boné,

sendo posicionados em pé sobre a plataforma da balança, com o peso do

corpo igualmente distribuído entre os pés, os braços caídos ao longo do corpo

e olhando para frente101.

Os valores mensurados de peso e estatura foram transformados em

escore z com base nos valores do referencial da OMS de 2007101-103.

3.5 Variáveis do estudo Para análise do crescimento, estado nutricional e da composição

corporal na idade escolar foram utilizados, em escores z, o peso (zP); a

estatura (zE); o índice de massa corpórea (zIMC).

Para a transformação destas variáveis em escore z foram utilizados

dois referenciais: os da OMS104-108.

Na caracterização do estado nutricional dos escolares utilizaram-se os

parâmetros zP, zE e zIMC, segundo o referencial das curvas da OMS para

crianças com cinco anos e mais101. As curvas da OMS são atualmente

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preconizadas pelo Ministério da Saúde para avaliar o crescimento infantil, já

fazendo parte inclusive da caderneta da criança na atenção básica à saúde de

Florianópolis.

O escore z de peso foi utilizado com a finalidade de caracterizar a

curva de distribuição dos escolares em relação à distribuição das curvas de

escores z de estatura e IMC.

O IMC, calculado a partir do peso em kg dividido pelo quadrado da

estatura em metros, foi utilizado em escore z para classificação do estado

nutricional segundo os pontos propostos pelo MS e OMS: magreza acentuada,

medidas menores que -3 escore z; magreza, medidas iguais ou maiores que -3

escore z e menores que -2 escores z; eutrofia, maiores ou iguais a -2 e menor

que +1 escores z; sobrepeso ,medidas iguais ou maiores que+1 e menores que

+2 escores z; obesidade medidas iguais ou maiores que +2 e menores

que+3 escores z, obesidade grave quando a criança apresentava z IMC igual ou

maior que +3 escores z101,109-111.

3.6 Análise dos dados Os dados foram digitados e armazenados em planilhas, utilizando o

programa Microsoft Excel 2007. A qualidade da digitação das medidas

antropométricas foi verificada a partir de gráficos de dispersão, e crianças com

valores muito discrepantes, os dados digitados foram revisados nas planilhas

originais. A fim de estabelecer prevalências de estado nutricional, foi utilizado

proporções de frequência e os respectivos intervalos de confiança de 95%, de

acordo com os pontos de corte empregados. Para verificar eventuais

diferenças nas prevalências dos estratos considerados, aplicou-se o teste de

significância para comparações de múltiplas proporções, mediante o teste não

paramétrico do qui-quadrado.

A análise estatística dos dados foi realizado com o Statistical Package

for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Os dados antropométricos foram

inicialmente comparados à curva normal, aplicando-se o teste de distância

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Kolmogorov-Smirnov. Foi utilizado estatística descritiva e o teste de correlação

de Pearson.

3.7 Aspectos éticos A realização deste estudo obedece aos princípios éticos para

pesquisas com seres humanos, conforme resolução CNS 466/12, foi aprovada

pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da

Universidade de São Paulo, conforme documento COEP n° 466/12 aprovado

em 15 de fevereiro de 2012.

O presente estudo fez parte de uma pesquisa institucional intitulada

“Perfil Epidemiológico de Crescimento e Nutricional de Escolares em

Florianópolis, comparando tendências de crescimento, com a referência da

OMS”, desenvolvida pelo Programa Saúde na Escola (PSE) da Secretaria

Municipal de Saúde de Florianópolis. O referido Programa é realizado

intersetorialmente pelas Secretarias de Saúde e de Educação do Município e

Estadual de Educação e foi criado por Decreto Interministerial nº 6.286 de

5/12/2007. O Programa abrange hoje, 100% (66) das escolas de Ensino

Fundamental e Médio e 50% do Ensino Infantil da Capital, atendendo a 50.000

crianças e, tem como uma de suas diretrizes, analisar o estado nutricional dos

escolares e pressão arterial.

O Termo de Consentimento Livre e Esclarecido foi enviado para as

escolas sorteadas e a própria escola encaminhou-o para as mães ou

responsáveis pelas crianças.

Foram excluídas do estudo todas aquelas crianças cujos pais e ou

responsáveis se negaram a participar do estudo e que estavam fora das faixas

etárias do estudo e/ou apresentaram problemas mórbidos que sabidamente

têm relação como seu crescimento e/ou pressão arterial, os quais não estão

relacionados diretamente à sua condição nutricional.

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43

Resultados

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4 RESULTADOS

Participaram deste estudo 595 crianças, sendo que 51,8% (595/308)

eram do sexo masculino com média de idade de 8,0 anos e desvio padrão de

1,24, independente do sexo. Como ilustra o gráfico 1, ao comparar meninos e

meninas, não houve diferença significante em relação à idade (p=0,8153).

Gráfico 1- Distribuição dos escolares segundo sexo e idade. Florianópolis,

Santa Catarina, 2014.

Test statistic t – 0,232 / p= 0,8153

Gráfico 2- Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de peso para

idade. Florianópolis, Santa Catarina, 2014

Test statistic t (d) 1,657 / p= 0,0980

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Conforme ilustra o gráfico 2, não houve diferença estatisticamente

significante (p=0,098) quanto à distribuição dos escolares segundo sexo e

escore Z de peso para idade.

Gráfico 3- Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de Estatura

para idade Florianópolis, Santa Catarina, 2014.

Teste statistic (t): 1,227 / p=0,2205

Em relação à distribuição dos escolares quanto ao sexo e Escore Z de

Estatura para idade, como ilustra o gráfico 3, também não houve diferença

estatisticamente significante.

Gráfico 4 – Distribuição dos escolares segundo sexo e Escore Z de Índice de

Massa Corpórea ( IMC), Santa Catarina, Florianópolis, 2014.

Test statistic t (d): 1,104 / p= 0,2700

Conforme o gráfico 4, embora a variabilidade do IMC seja maior para os

meninos, a média não mostra diferença entre os sexo (p= 0,2700).

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Tabela 1- Distribuição do Estado Nutricional segundo sexo. Florianópolis,

Santa Catarina, 2014.

Estado Nutricional Meninas Meninos Total

n (%) n (%) n (%)

Eutrofia

206

71,7

212

68,9

418

70,3

Magreza/Magreza

acentuada

6 2,1 9 2,9 15 2,5

Sobrepeso

Obesidade

Obesidade grave

46

21

8

16,1

7,3

2,8

53

21

13

17,2

6,8

4,2

99

42

21

16,6

7,1

3,5

Total

287

100,0

308

100,0

595

100,0

χ2= 1,632; gl.4; p= 0,803 (NS)

A Tabela 1 mostra que o número absoluto de criança com excesso

de peso (sobrepeso+obesidade+obesidade grave) nos meninos foi de 87/308 e

nas meninas 75/287, essa diferença não foi estatisticamente significante

(p=0,8030).

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Tabela 2- Coeficiente de correlação segundo sexo. Florianópolis, Santa

Catarina, 2014.

Correlação entre

variáveis

Coeficiente de

correlação

Meninos e (p)

Coeficiente de

correlação

Meninas e (p)

Coeficiente de

correlação- Todas

as crianças

Idade e Escore z

de estatura

- 0,1698

(p=0,0028)

- 0,1160

(p=0,0491)*

- 0,1435

(p=0,0004)*

Idade e Escore z

de Índice de

Massa Corpórea

(zIMC)

0,01228

(p=0,8304)

0,1200

(p=0,0418)*

0,0577

(p=0,1594)

Estatura e Escore

zIMC

0,1714

(p<0,0026)*

0,1401

(p=0,0174)*

0,1590

(p<0,0001)*

O coeficiente de correlação apresentado na Tabela 2 mostra que, com

exceção da variável idade e zIMC para meninas e para o grupo como um todo,

as demais variáveis são estatisticamente significantes.

Gráfico 5 – Distribuição dos escolares segundo estatura para idade (em escore

Z). Florianópolis, Santa Catarina, 2014.

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A média de estatura dos escolares foi de 0,44 (+-1,11), sendo que o

das meninas foi de 0,38 (+- 1,11) e dos meninos 0,50 (+- 1,10) (p=0,2205

ns). A comparação da mediana do grupo como um todo com o valor do

referencial foi estatisticamente significante (p<0,0001)

Gráfico 6 – Distribuição dos escolares segundo escore Z de Índice de Massa

Corpórea. Florianópolis, Santa Catarina, 2014.

A média de escore zIMC foi de 0,46 (+-1,25), sendo que o das meninas

foi de 0,40 (+- 1,13) e dos meninos 0,51 (+- 1,34) (p=0,2700 ns). A comparação

da mediana do grupo como um todo com o valor do referencial foi

estatisticamente significante (p<0,0001)

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Discussão

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51

5 DISCUSSÃO

Os gráficos apresentam as informações relativas às medidas de idade,

estatura e Índice de Massa Corpórea (IMC), caracterizando a amostra

estudada, mostrando uma média de crianças com oito anos, e tanto em relação

à estatura quanto ao IMC, as medianas estão superiores quando comparadas

ao do referencial (Organização Mundial de Saúde), revelando que as crianças

estão crescendo bem, inclusive acima da média do referencial, mas que, ao

mesmo tempo, apresentam um IMC acima do esperado, mesmo considerando

a elevada estatura.

O diagnóstico do estado nutricional entre os meninos e meninas não

apresentou diferenças estatísticas (p= 0,8030). Contudo, vale destacar que,

embora a maior prevalência seja de crianças eutróficas (70,3%), pode-se

observar alta prevalência de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e

obesidade grave), em torno de 28% da amostra. Diversos estudos corroboram

com este112-115, indicando principalmente o número maior de escolares com

IMC adequado, porém, Nobre et al116 demonstram que a maioria de sua

amostra apresentou estado nutricional adequado para idade, entretanto, vem a

divergir quando relata que o estado de magreza ou magreza acentuada foi

maior do que os estados de sobrepeso e obesidade.

Em Florianópolis, a transição nutricional, já descrita em pesquisa

realizada em 2002 por Soar et al117, evidencia prevalências de sobrepeso e

obesidade de 17,9% e 6,7%, respectivamente, em escolares de escolas

públicas. Na última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE 2012 -,

realizada com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, nas capitais

brasileiras, Florianópolis é o segundo local do País, em que a maior parcela

dos escolares se percebiam gordos ou muito gordos (21,9%), sendo que, na

pesquisa de 2009, os percentuais já eram semelhantes 118.

Na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, pesquisa realizada com

amostra de 328 escolares demonstra que a grande parte apresenta sobrepeso

e obesidade, relacionando esse resultado principalmente ao tempo de tela

(tempo exposto a diversas formas de vídeo, televisão, computador, video-

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game)119.

Entre a idade das crianças estudadas e o escore z de estatura existe

diferença significativa (p= 0,004), revelando que crianças mais velhas são

proporcionalmente mais baixas. Ao serem comparadas por sexos, as

diferenças estatísticas também foram significativas, apresentando correlação

mais forte para os meninos. ( p<0,0001)

A estatura pode ser considerada um fator de risco para o excesso de

peso, uma vez que as crianças mais altas são também as que apresentam

maior IMC. Quando comparadas por sexo, quanto mais alto o menino maior o

IMC, assim como nas meninas, embora essa correlação seja mais forte para o

sexo masculino, resultados convergentes com os do estudo de Cossio-Bolaños

et al 120.

Silva et al121 realizaram este comparativo entre sexos, identificando que

o valor de IMC é equivalente a altura de cada criança, sem diferir entre os

sexos, resultado convergente com o presente estudo.

Diversos estudos têm demonstrado que a estatura é fator de risco e que

o IMC, associado à estatura, pode ser um bom indicador antropométrico para a

saúde de crianças e adolescentes. É importante também considerar-se que

existem modificações normais na composição corporal durante o processo de

desenvolvimento, o que tende a alterar os pontos de corte para algumas das

medidas antropométricas.

Os dados mostram não haver diferenças estatísticas entre a idade e o

IMC das crianças (p= 0,1594), no entanto, quando comparadas por sexo,

observa-se uma diferença significativa nas meninas (p= 0,0418), revelando que

elas, com o passar da idade, tendem a ter IMC maior do que os meninos.

Tal acontecimento pode estar relacionado a uma maior carga hormonal

presente nas meninas do que nos meninos no período de puberdade,

principalmente para o estímulo da menstruação, formação dos órgãos

femininos, bem como da maturação sexual122.

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Diversos estudos vêm a concordar com essa análise, indicando que a

média de IMC, a partir dos dez anos de idade, é substancialmente maior em

meninas comparadas ao seu sexo oposto, confirmando a tendência nutricional

apontada no estudo121,123.

As curvas da OMS são atualmente preconizadas pelo Ministério da

Saúde para avaliar o crescimento infantil, já fazendo parte inclusive da

caderneta da criança na atenção básica à saúde de Florianópolis.

Esse crescimento elevado de estatura e IMC podem acontecer por uma

transição nutricional, em que as crianças de novas gerações tendem a crescer

de forma mais elevada devido às constantes adaptações a que o ser humano

vem sendo submetido nos últimos anos, entre elas, a nutrição124.

A urbanização pode ser um fator contribuinte para o crescimento rápido

em termos de IMC, uma vez que nos últimos anos acentuou-se até mesmo em

pequenos centros, refletindo no acesso à área alimentícia, ao propiciar a

substituição dos alimentos saudáveis, gerando um desequilíbrio no consumo

energético e prevalência dos índices de sobrepeso e/ou obesidade125-127.

Porém, apesar desse crescimento, dentre os países do sul da América,

o Brasil está entre os que mais diversificam sua alimentação, bem como se

posicionando entre aqueles que mais se preocupam com o bem-estar

fisiológico127.

Esse crescimento acelerado se dá, principalmente, pelas condições de

saúde nos dois primeiros anos de vida da criança, classificando esse período

como primordial para o crescimento saudável dela, enfatizando o elevado

número de recém-nascidos com peso acima do considerado normal. Além

disso, a duração do aleitamento materno bem como a alimentação

complementar são considerados essenciais e podem interferir diretamente no

crescimento, refletindo no IMC em idades futuras 112.

Observa-se que as causas do aumento da obesidade ainda não estão

suficientemente esclarecidas. Uma hipótese é a possibilidade de

apresentarem-se grupos geneticamente mais suscetíveis à obesidade, por

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transição nutricional, que, de certa forma, associados a determinados fatores

ambientais, como a urbanização, potencializariam esse evento.

Em outra lógica de raciocínio, o consumo versus o gasto calórico, o

comportamento em termos de padrões de atividade física da população ainda

não é bastante conhecido, principalmente em relação aos determinantes do

equilíbrio energético.

No Brasil, a permanência dos alunos nas escolas públicas de tempo

integral nem sempre está associada a práticas que demandam atividades de

gasto energético. O que, de certa forma, poderia explicar uma associação com

a ascensão da obesidade.

Também parece bastante provável que, nos últimos tempos, a redução

de atividade física, associada ao lazer, na população seja um dos

determinantes do perfil nutricional, que tenha implicado um maior IMC em

crianças e adolescentes. É possível que as dificuldades na comprovação dos

determinantes da obesidade devam-se, em parte, à variabilidade do gasto

energético individual, e à forma de se avaliar a relação entre o consumo

alimentar e a obesidade e a associação ou não com a atividade física.

Ressalta-se também que, no contexto escolar, hábitos alimentares,

gostos e aversões que podem ser estabelecidos durante essa fase, formam a

base para toda a vida. A criança já tem mais interesse pelos alimentos e suas

necessidades nutricionais são maiores, assim como, está predisposta a

mudanças de comportamento, dada sua inserção nesse ambiente, podendo,

assim, implicar alterações no estado nutricional, seja de forma positiva ou

negativa112,128.

Contudo, o ambiente escolar é propício para o estímulo a hábitos

saudáveis de vida, uma vez que as crianças passam grande parte de seu

tempo nesse local, o qual passa a ser importante para a implementação de

políticas de saúde como a prevenção da obesidade e a redução do excesso de

peso. Além disso, possui ferramentas pedagógicas que podem permitir a

inserção dessas temáticas no currículo, exercendo desse modo, influência

direta no desenvolvimento infantil, contribuindo para que ocorram mudanças

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55

nos hábitos alimentares das famílias e até na comunidade escolar 129.

Ações voltadas para prevenção e controle da obesidade são as mais

importantes como primeiros passos em uma política de alimentação que

pretende ser eficiente. A obesidade precisa e deve ser encarada como um

evento de controle prioritário.

A escola é um lugar que, embora já seja inserida como cenário para

implantação de ações de saúde, ainda precisa ser mais bem aproveitada. É

necessário que os profissionais de saúde comecem a compor parcerias com as

instituições e organismos educacionais, para que possam incluir, nos

currículos, ações de promoção da Alimentação Adequada e Peso Saudável,

conhecimento de incentivo a hábitos de vida e alimentação saudável e

atividades de promoção da saúde.

É necessário também que os serviços de saúde comecem a se

organizar para implantar propostas e estratégias de atenção primária para a

prevenção da obesidade.

Com o avanço da tecnologia e do processo de globalização que envolve

a mudança da educação e cultura familiar, adquirindo espaço para o

entretenimento em tempos de tela, o estado nutricional, principalmente de

crianças, tende a diferir, levando ao sedentarismo, pois estas são os que

passam mais tempo em seus lares, influindo diretamente nos índices de seus

estados nutricionais 130.

O fácil acesso aos alimentos de alta densidade energética, a diminuição

de atividade física, a exposição a alimentos processados e de baixo custo que

contêm grandes quantidades de gordura, sal e açúcar, embalados ou vendidos

em grandes porções, em associação com o sedentarismo, decorrente de um

maior acesso aos meios de transporte, e o aumento de atividades de lazer

passivas, incluindo a TV e jogos de computador são descritos como motivos

para a importante elevação da prevalência da obesidade que está sendo

observada desde o século passado como um agravo à saúde da população131-

133.

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56

Ainda, considerando que o risco de obesidade é maior para crianças,

quando pelo menos um dos pais tem excesso de peso, é concebível imaginar

que também, um ambiente familiar mais adequado pode fazer diferença na

determinação desse agravo. É inegável a influência parental no consumo de

determinados alimentos131-133.

Nesse sentido, visto que o crescimento de crianças com sobrepeso ou

obesidade está aumentando de forma significante, tornando-se necessário o

incentivo à reeducação alimentar principalmente em escolas, acompanhado por

profissionais nutricionistas, visando diminuir esses índices antropométricos,

bem como, a correlação deles, de forma preventiva, com doenças crônicas,

como a hipertensão e o diabetes134.

É possível que a oferta de alimentos mais saudáveis na alimentação do

escolar e nas cantinas, bem como, o reforço em reuniões com pais sobre o

assunto, encarando a problemática da obesidade e suas consequências,

possam representar uma estratégia importante. Outras estratégias poderão ser

discutidas com os pais, tais como, proporcionar mais atividades interativas,

evitando-se a ociosidade das crianças, que, na maioria das vezes, está

associada ao hábito de assistir a TV, estando expostas à mídia de consumo.

O movimento relacionado a padrões alimentares mais saudáveis em

níveis individual e populacional pode ajudar a melhorar os programas de

prevenção de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes 135.

O mundo está enfrentando características da doença da era moderna,

incluindo a obesidade. Muitas vezes, coexistindo em países com desnutrição

em desenvolvimento, a obesidade é uma condição complexa com dimensões

sociais e psicológicas graves, que afetam praticamente todas as idades e

grupos socioeconômicos136.

Por fim, vários países estão passando por um período de transição

epidemiológica, com redução da incidência de doenças infecciosas,

mortalidade infantil e taxas de natalidade, associado à alta prevalência de

doenças crônicas e aumento da expectativa de vida ao nascer.

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62

Conclusão

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65

6 CONCLUSÃO

A partir da análise do crescimento em estatura e o estado nutricional de

crianças em idade escolar na cidade de Florianópolis, Estado de Santa

Catarina, evidenciou-se que:

a. O estado nutricional foi caracterizado como eutróficos, contudo,

observaram-se crianças com excesso de peso corporal nos estados de

obesidade e sobrepeso;

b. Em relação à estatura quanto ao IMC, às medianas estão superiores

quando comparadas ao do referencial (Organização Mundial de Saúde);

c. O estado nutricional não tem diferença em função do sexo, contudo é

influenciado pela idade e estatura.

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Perspectivas futuras

7

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67

7 PERSPECTIVAS FUTURAS E CONTRIBUIÇÕES AO CAMPO DA SAÚDE

PÚBLICA

Os resultados aqui observados revelam a necessidade de investir em

diferentes estratégias com a implementação de ações de prevenção e combate

à obesidade infantil. O caminho para tais estratégias exige uma atuação multi e

interdisciplinar nos serviços de saúde em parceria com as escolas, com vistas

à construção de estratégias capazes de melhorar as práticas de saúde,

hábitos, alimentação e estilos de vida da população.

A escola, embora já seja inserida como cenário para implementação

de ações de saúde, ainda precisa ser mais bem aproveitada. É Necessário que

os profissionais de saúde comecem a compor parcerias com as instituições e

organismos educacionais, para que possam incluir nos currículos ações de

promoção da Alimentação Adequada e Peso Saudável, conhecimento de

incentivo a hábitos de vida e alimentação saudável e atividades de promoção

da saúde.

Assim, ações voltadas para prevenção e controle da obesidade são as

mais importantes como primeiros passos em uma política de alimentação que

pretende ser eficiente. A obesidade, diante do exposto, precisa e deve ser

encarada como um evento de controle prioritário.

Para a gestão do município e profissionais de saúde, educadores e

comunidade espera-se que se percebam como protagonistas nesse processo

de prevenção e combate a obesidade e que os resultados, ora apresentados,

possam traduzir-se em inquietações para reorientação de práticas direcionadas

ao empoderamento da comunidade e, por vez, para tomada de decisão em

saúde, com vistas à alimentação mais saudável.

Por fim, que a comunidade acadêmica, possa expandir a investigação

do objeto de estudo, para que, assim, possam contribuir cada vez mais na

promoção da alimentação saudável.

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Referências

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Anexos

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Curso de Pós-graduação em Ciência da saúde

ANEXO A- MANUSCRITOS PUBLICADOS Manuscrito 1: CRESCIMENTO E O ESTADO NUTRICIONAL DE CRIANÇAS

EM IDADE ESCOLAR

Manuscrito 2:FACTORS ASSOCIATED WITH INFANT MORTALITY IN THE

METROPOLITAN REGION OF CARIRI, CEARÁ, BRAZIL

Manuscrito 3: LABORATORY PARAMETERS OF CEREBROSPINAL FLUID

IN INDIVIDUALS WITH ENTEROVIRUS MENINGITIS: A DESCRIPTIVE

STUDY

Manuscrito 4: ALEITAMENTO MATERNO EXCLUSIVO ATÉ OS SEIS MESES

DE VIDA NA REGIÃO DO ARARIPE

Manuscrito 5: THE BIOPSYCHOSOCIAL PROCESSES IN AUTISM

SPECTRUM DISORDER

Manuscrito 6: MOTOR DEVELOPMENT OF INFANTS EXPOSED TO

MATERNAL HUMAN IMMUNODEFICIENCY VIRUS (HIV) BUT NOT

INFECTED

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Manuscrito 1- Crescimento e o estado nutricional de crianças em

idade escolar

Cícero Cruz Macêdo1, Italla Maria Pinheiro Bezerra1, Luiz Carlos de

Abreu1

1- Laboratório de Escrita Científica da Faculdade de Medicinado ABC

RESUMO

Introdução: A obesidade vem se tornando cada vez mais frequente em crianças, o que pode resultar em agravos à saúde tanto na infância quanto na idade adulta. O escolar encontra-se em processo de transição, em que está constantemente sendo submetido a alterações biopsicossociais que podem levar à maior necessidade nutricional. Objetivo: Analisar o crescimento em estatura e o estado nutricional de crianças em idade escolar na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil. Método: Estudo de corte transversal, realizado com 595 crianças de seis a dez anos de idade, frequentadoras de Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental I, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil. Utilizou-se um questionário para coleta de dados. Os dados foram digitados e armazenados em planilhas, utilizando o programa Microsoft Excel 2007. A análise estatística dos dados foi realizada com o Statistical Package for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Os dados antropométricos foram inicialmente comparados à curva normal, aplicando-se o teste de distância Kolmogorov- Smirnov. Foram utilizados estatística descritiva e o teste de correlação de Pearson. Resultados: Evidenciou-se uma proporção maior de crianças entre os sete e nove anos de idade, e tanto em relação à estatura quanto ao IMC, as medianas estão superiores quando comparadas ao do referencial (Organização Mundial de Saúde), revelando que as crianças estão crescendo bem, inclusive acima da média do referencial, mas que ao mesmo tempo apresentam um IMC acima do esperado, mesmo considerando a elevada estatura. O diagnóstico do estado nutricional entre os meninos e meninas não apresentaram diferenças estatísticas. Contudo, vale destacar que, embora a maior prevalência seja de crianças eutróficas (70,3%), pode-se observar alta prevalência de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e obesidade grave), em torno de 28% da amostra. Conclusão: Embora com prevalência do estado nutricional normal, identificou- se o sobrepeso e a obesidade presentes. Evidenciou-se que o estado nutricional não tem diferença em função do sexo, contudo é influenciado pela idade e estatura.

Palavras-chave: Estado Nutricional. Pré-escolares. Idade. Sexo. Índice de Massa Corporal.

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INTRODUÇÃO

A obesidade vem se tornando cada vez mais frequente em crianças, o

que pode resultar em agravos à saúde tanto na infância quanto na idade

adulta1. O escolar encontra-se em processo de transição, em que está

constantemente sendo submetido a alterações biopsicossociais que podem

levar à maior necessidade nutricional e maior interesse também, por diferentes

alimentos, que nem sempre são considerados saudáveis. Existe ainda a

influência do hábito alimentar dos pais, familiares e amigos, levando, muitas

vezes, a mudanças de comportamento, implicando diretamente no estado

nutricional.2,3

Em crianças na fase escolar, ou seja, de 6 a 10 anos de idade, pode-se

considerar que o sobrepeso é alteração nutricional em ascensão. Nas últimas

duas décadas, inquéritos nacionais demonstram que houve um aumento na

prevalência de sobrepeso de 4,9% para 17,4% entre crianças nessa faixa

etária.4 De acordo com dados do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional

(SISVAN), sobrepeso/obesidade correspondem a uma prevalência de 13,1% e

o risco de sobrepeso de 16,9%, enquanto que magreza e magreza acentuada

equivalem a aproximadamente 4,5%.5-7

As ocorrências do sobrepeso e da obesidade aumentam de forma

alarmante. A prevalência de obesidade entre os escolares encontra-se em

constante crescimento, independentemente da classe social em que o escolar

está inserido.8. Em alguns estados e municípios brasileiros, essa prevalência

chega a ultrapassar as prevalências americanas, como nos Estados de São

Paulo e Rio Grande do Sul, visto que são regiões com maior desenvolvimento,

sendo, atualmente, problema de saúde pública que requer maior atenção. 9-11

Considerando que, na idade escolar, os hábitos alimentares podem

sofrer influência do contexto em que a criança está inserida, principalmente,

estilo de vida, dentro e fora do ambiente escolar, torna-se importante avaliar o

crescimento alcançado em estatura, bem como o seu estado nutricional, visto

que este pode ser um indicativo de futuros e possíveis distúrbios nutricionais,

permitindo direcionar recursos e políticas públicas efetivas nessa faixa etária.

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Sendo assim, o objetivo deste estudo é analisar o crescimento em estatura e o

estado nutricional de crianças em idade escolar na cidade de Florianópolis,

Estado de Santa Catarina, Brasil.

MÉTODO

Estudo de corte transversal, realizado com crianças de 6 a 10 anos de

idade, frequentadoras de Escolas Públicas Municipais de Ensino Fundamental

I, na cidade de Florianópolis, Estado de Santa Catarina, Brasil.

Com base na relação das Escolas Públicas do Município, foi feito um

sorteio probabilístico e aleatório por conglomerados, tendo, como unidade

amostral, as classes de alunos em idade escolar, até que se completasse o lote

amostral necessário.

Para o cálculo da amostra, foi considerado um alfa de 0,05 e um poder

de teste de 0,80, definindo, como efeito mínimo a ser detectado, uma diferença

de ¼ de desvio padrão entre os escores z de Índice de Massa Corpórea (zIMC)

de crianças de ambos os sexos, partindo do pressuposto, que a média de zIMC

entre os escolares, sem discriminação por sexo, encontra-se ao redor de 0,6 e

que o seu desvio padrão corresponde a um valor ao redor de 1,1.12

Portanto, o valor inicial estimado para amostra foi de 278 crianças de

cada sexo, ou seja, 556 crianças no total, que acrescido de 10% por eventuais

perdas, acabou resultando em tamanho inicial de amostra de aproximadamente

610 crianças. A amostra final do estudo foi de 595 crianças.

Os valores mensurados de peso e estatura foram transformados em

escore z com base nos valores do referencial da Organização Mundial da

Saúde 13, sendo utilizados, em escores z, o peso (zP); a estatura (zE) e; o

Índice de Massa Corpórea (zIMC).

Para diagnóstico do estado nutricional dos escolares utilizou-se o

parâmetro de zIMC, segundo o referencial das curvas da OMS para crianças

com 5 anos e mais, segundo proposto pelo Ministério da Saúde e Organização

Mundial de Saúde: magreza acentuada, medidas menores que -3 escores z;

magreza, medidas iguais ou maiores que -3 escore z e menores que -2 escores

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z; eutrofia, maiores ou iguais a -2 e menor que +1 escores z; sobrepeso,

medidas iguais ou maiores que +1 e menores que +2 escores z; obesidade

medidas iguais ou maiores que +2 e menores que +3 escores z,

obesidade grave quando a criança apresentava zIMC igual ou maior que +3

escores z.14-16

Os dados foram digitados e armazenados em planilhas, utilizando o

programa Microsoft Excel 2007. A qualidade da digitação das medidas

antropométricas foi verificada a partir de gráficos de dispersão, e crianças com

valores muito discrepantes, os dados digitados foram revisados nas planilhas

originais. A fim de estabelecer prevalências de estado nutricional, foram

utilizados proporções de frequência e os respectivos intervalos de confiança de

95%, de acordo com os pontos de corte empregados. Para verificar eventuais

diferenças nas prevalências dos estratos considerados, aplicou-se o teste de

significância para comparações de múltiplas proporções, mediante o teste não

paramétrico do qui-quadrado.

A análise estatística dos dados foi realizada com o Statistical Package

for the Social Science (SPSS), versão 20.0. Os dados antropométricos foram

inicialmente comparados à curva normal, aplicando-se o teste de distância

Kolmogorov-Smirnov. Foram utilizados estatística descritiva e o teste de

correlação de Pearson.

A realização deste estudo obedece aos princípios éticos para pesquisas

com seres humanos, conforme resolução CNS 466/12, foi aprovada pelo

Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Saúde Pública da Universidade

de São Paulo, conforme documento CONEP n° 466/12 aprovado em 15 de

fevereiro de 2012.

RESULTADOS

Participaram deste estudo 595 crianças, sendo que 51,8% (595/308)

eram do sexo masculino com média de idade de 8,0 anos e desvio padrão de

1,24, independente do sexo. Ao comparar meninos e meninas, não houve

diferença significante em relação à idade (p=0,8153).

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Tabela 1- Distribuição do Estado Nutricional segundo sexo. Florianópolis,

Santa Catarina, 2014.

Estado Nutricional Meninas Meninos Total

n (%) n (%) n (%)

Eutrofia

206

71,7

212

68,9

418

70,3

Magreza/Magreza

acentuada

6 2,1 9 2,9 15 2,5

Sobrepeso

Obesidade

Obesidade grave

46

21

8

16,1

7,3

2,8

53

21

13

17,2

6,8

4,2

99

42

21

16,6

7,1

3,5

Total

287

100,0

308

100,0

595

100,0

A Tabela 1 mostra que o número absoluto de criança com excesso

de peso (sobrepeso+obesidade+obesidade grave) nos meninos foi de 87/308 e

nas meninas 75/287, essa diferença não foi estatisticamente significante

(p=0,8030).

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Tabela 2- Coeficiente de correlação segundo sexo. Florianópolis, Santa

Catarina, 2014.

Correlação entre

variáveis

Coeficiente de

correlação

Meninas e (p)

Coeficiente de

correlação

Meninos e (p)

Coeficiente de

correlação- Todas

as crianças

Idade e Escore z

de estatura

- 0,1698

(p=0,0004)*

- 0,1160

(p=0,0028)*

- 0,1435

(p=0,0004)*

Idade e Escore z

de Índice de

Massa Corpórea

(zIMC)

0,01228

(p=0,8304)

0,1200

(p=0,0418)*

0,0577

(p=0,1594)

Estatura e Escore

zIMC

0,1714

(p<0,0026)*

0,1401

(p=0,0174)*

0,1590

(p<0,0001)*

O coeficiente de correlação apresentado na Tabela 2 mostra que, com

exceção da variável idade e zIMC para meninas e para o grupo como um todo,

as demais variáveis são estatisticamente significantes.

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Gráfico 1- Distribuição de escolares segundo idade. Florianópolis, Santa

Catarina, 2014.

O gráfico 1 mostra que mais de 50% das crianças estudadas têm idade

entre 7 e 9 anos incompletos.

Gráfico 2 – Distribuição dos escolares segundo estatura para idade (em escore

Z). Florianópolis, Santa Catarina, 2014.

0

5

10

15

20

25

30

6 7 8 9 10 11

Fre

qu

ên

cia

rela

tiva

(%

)

Idade (anos)

Distribuição dos escolares segundo a idade no momento da avaliação

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A média de estatura dos escolares foi de 0,44 (+-1,11), sendo que o

das meninas foi de 0,38 (+- 1,11) e dos meninos 0,50 (+- 1,10) (p=0,2205

ns). A comparação da mediana do grupo como um todo com o valor do

referencial foi estatisticamente significante (p<0,0001)

Gráfico 3 – Distribuição dos escolares segundo seu escore Z de Índice de

Massa Corpórea. Florianópolis, Santa Catarina, 2014.

A média de escore zIMC foi de 0,46 (+-1,25), sendo que o das meninas

foi de 0,40 (+- 1,13) e dos meninos 0,51 (+- 1,34) (p=0,2700 ns). A comparação

da mediana do grupo como um todo com o valor do referencial foi

estatisticamente significante (p<0,0001)

DISCUSSÃO

Os gráficos 1, 2 e 3 apresentam as informações relativas às medidas de

idade, estatura e Índice de Massa Corpórea (IMC), caracterizando a amostra

estudada, mostrando uma proporção maior de crianças entre os 7 e 9 anos de

idade, e tanto em relação à estatura quanto ao IMC, as medianas estão

superiores quando comparadas ao do referencial (Organização Mundial de

Saúde), revelando que as crianças estão crescendo bem, inclusive acima da

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média do referencial, mas que, ao mesmo tempo, apresentam um IMC acima

do esperado, mesmo considerando a elevada estatura.

O diagnóstico do estado nutricional entre os meninos e meninas não

apresentou diferenças estatísticas (p= 0,8030). Contudo, vale destacar que,

embora a maior prevalência seja de crianças eutróficas (70,3%), pode-se

observar alta prevalência de excesso de peso (sobrepeso, obesidade e

obesidade grave), em torno de 28% da amostra. Diversos estudos corroboram

com este 3,10,17,18, indicando principalmente o número maior de escolares com

IMC adequado, porém, Nobre et al 19 demonstram que a maioria de sua

amostra apresentou estado nutricional adequado para idade, entretanto, vem a

divergir quando relata que o estado de magreza ou magreza acentuada foi

maior do que os estados de sobrepeso e obesidade.

Em Florianópolis, a transição nutricional, já descrita em pesquisa

realizada em 2002 por Soar et al.20, evidencia prevalências de sobrepeso e

obesidade de 17,9% e 6,7%, respectivamente, em escolares de escolas

públicas. Na última Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar – PeNSE 2012 -,

realizada com alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, nas capitais

brasileiras, Florianópolis é o segundo local do País, em que a maior parcela

dos escolares se percebiam gordos ou muito gordos (21,9%), sendo que, na

pesquisa de 2009, os percentuais já eram semelhantes 21.

Na cidade de Niterói, Rio de Janeiro, Brasil, pesquisa realizada com

amostra de 328 escolares demonstra que a grande parte apresenta sobrepeso

e obesidade, relacionando esse resultado principalmente ao tempo de tela

(tempo exposto a diversas formas de vídeo, televisão, computador, video-

game)22.

Entre a idade das crianças estudadas e o escore z de estatura existe

diferença significativa (p= 0,004), revelando que crianças mais velhas são

proporcionalmente mais baixas. Ao serem comparadas por sexos, as

diferenças estatísticas também foram significativas, apresentando correlação

mais forte para os meninos. ( p<0,0001)

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A estatura pode ser considerada um fator de risco para o excesso de

peso, uma vez que as crianças mais altas são também as que apresentam

maior IMC. Quando comparadas por sexo, quanto mais alto o menino maior o

IMC, assim como nas meninas, embora essa correlação seja mais forte para o

sexo masculino, resultados convergentes com os do estudo de Cossio-Bolaños

et al 23.

Silva et al 24 realizaram este comparativo entre sexos, identificando que

o valor de IMC é equivalente a altura de cada criança, sem diferir entre os

sexos, resultado convergente com o presente estudo.

Diversos estudos têm demonstrado que a estatura é fator de risco e que

o IMC, associado à estatura, pode ser um bom indicador antropométrico para a

saúde de crianças e adolescentes. É importante também considerar-se que

existem modificações normais na composição corporal durante o processo de

desenvolvimento, o que tende a alterar os pontos de corte para algumas das

medidas antropométricas.

Os dados mostram não haver diferenças estatísticas entre a idade e o

IMC das crianças (p= 0,1594), no entanto, quando comparadas por sexo,

observa-se uma diferença significativa nas meninas (p= 0,0418), revelando que

elas, com o passar da idade, tendem a ter IMC maior do que os meninos.

Tal acontecimento pode estar relacionado a uma maior carga hormonal

presente nas meninas do que nos meninos no período de puberdade,

principalmente para o estímulo da menstruação, formação dos órgãos

femininos, bem como da maturação sexual 25.

Diversos estudos vêm a concordar com essa análise, indicando que a

média de IMC, a partir dos dez anos de idade, é substancialmente maior em

meninas comparadas ao seu sexo oposto, confirmando a tendência nutricional

apontada no estudo 24,26.

As curvas da OMS são atualmente preconizadas pelo Ministério da

Saúde para avaliar o crescimento infantil, já fazendo parte inclusive da

caderneta da criança na atenção básica à saúde de Florianópolis.

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Esse crescimento elevado de estatura e IMC podem acontecer por uma

transição nutricional, em que as crianças de novas gerações tendem a crescer

de forma mais elevada devido às constantes adaptações a que o ser humano

vem sendo submetido nos últimos anos, entre elas, a nutrição27.

A urbanização pode ser um fator contribuinte para o crescimento rápido

em termos de IMC, uma vez que nos últimos anos acentuou-se até mesmo em

pequenos centros, refletindo no acesso à área alimentícia, ao propiciar a

substituição dos alimentos saudáveis, gerando um desequilíbrio no consumo

energético e prevalência dos índices de sobrepeso e/ou obesidade 28-30.

Porém, apesar desse crescimento, dentre os países do sul da América,

o Brasil está entre os que mais diversificam sua alimentação, bem como se

posicionando entre aqueles que mais se preocupam com o bem-estar

fisiológico 30.

Esse crescimento acelerado se dá, principalmente, pelas condições de

saúde nos dois primeiros anos de vida da criança, classificando esse período

como primordial para o crescimento saudável dela, enfatizando o elevado

número de recém-nascidos com peso acima do considerado normal. Além

disso, a duração do aleitamento materno bem como a alimentação

complementar são considerados essenciais e podem interferir diretamente no

crescimento, refletindo no IMC em idades futuras 17.

Observa-se que as causas do aumento da obesidade ainda não estão

suficientemente esclarecidas. Uma hipótese é a possibilidade de

apresentarem-se grupos geneticamente mais suscetíveis à obesidade, por

transição nutricional, que, de certa forma, associados a determinados fatores

ambientais, como a urbanização, potencializariam esse evento.

Em outra lógica de raciocínio, o consumo versus o gasto calórico, o

comportamento em termos de padrões de atividade física da população ainda

não é bastante conhecido, principalmente em relação aos determinantes do

equilíbrio energético.

No Brasil, a permanência dos alunos nas escolas públicas de tempo

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integral nem sempre está associada a práticas que demandam atividades de

gasto energético. O que, de certa forma, poderia explicar uma associação com

a ascensão da obesidade.

Também parece bastante provável que, nos últimos tempos, a redução

de atividade física, associada ao lazer, na população seja um dos

determinantes do perfil nutricional, que tenha implicado um maior IMC em

crianças e adolescentes. É possível que as dificuldades na comprovação dos

determinantes da obesidade devam-se, em parte, à variabilidade do gasto

energético individual, e à forma de se avaliar a relação entre o consumo

alimentar e a obesidade e a associação ou não com a atividade física.

Ressalta-se também que, no contexto escolar, hábitos alimentares,

gostos e aversões que podem ser estabelecidos durante essa fase, formam a

base para toda a vida. A criança já tem mais interesse pelos alimentos e suas

necessidades nutricionais são maiores, assim como, está predisposta a

mudanças de comportamento, dada sua inserção nesse ambiente, podendo,

assim, implicar alterações no estado nutricional, seja de forma positiva ou

negativa 2,3.

Contudo, o ambiente escolar é propício para o estímulo a hábitos

saudáveis de vida, uma vez que as crianças passam grande parte de seu

tempo nesse local, o qual passa a ser importante para a implementação de

políticas de saúde como a prevenção da obesidade e a redução do excesso de

peso. Além disso, possui ferramentas pedagógicas que podem permitir a

inserção dessas temáticas no currículo, exercendo desse modo, influência

direta no desenvolvimento infantil, contribuindo para que ocorram mudanças

nos hábitos alimentares das famílias e até na comunidade escolar 31.

Ações voltadas para prevenção e controle da obesidade são as mais

importantes como primeiros passos em uma política de alimentação que

pretende ser eficiente. A obesidade precisa e deve ser encarada como um

evento de controle prioritário.

A escola é um lugar que, embora já seja inserida como cenário para

implantação de ações de saúde, ainda precisa ser mais bem aproveitada. É

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necessário que os profissionais de saúde comecem a compor parcerias com as

instituições e organismos educacionais, para que possam incluir, nos

currículos, ações de promoção da Alimentação Adequada e Peso Saudável,

conhecimento de incentivo a hábitos de vida e alimentação saudável e

atividades de promoção da saúde.

É necessário também que os serviços de saúde comecem a se

organizar para implantar propostas e estratégias de atenção primária para a

prevenção da obesidade.

Com o avanço da tecnologia e do processo de globalização que envolve

a mudança da educação e cultura familiar, adquirindo espaço para o

entretenimento em tempos de tela, o estado nutricional, principalmente de

crianças, tende a diferir, levando ao sedentarismo, pois estas são os que

passam mais tempo em seus lares, influindo diretamente nos índices de seus

estados nutricionais 32.

O fácil acesso aos alimentos de alta densidade energética, a diminuição

de atividade física, a exposição a alimentos processados e de baixo custo que

contêm grandes quantidades de gordura, sal e açúcar, embalados ou vendidos

em grandes porções, em associação com o sedentarismo, decorrente de um

maior acesso aos meios de transporte, e o aumento de atividades de lazer

passivas, incluindo a TV e jogos de computador são descritos como motivos

para a importante elevação da prevalência da obesidade que está sendo

observada desde o século passado como um agravo à saúde da população.33-

35

Ainda, considerando que o risco de obesidade é maior para crianças,

quando pelo menos um dos pais tem excesso de peso, é concebível imaginar

que também, um ambiente familiar mais adequado pode fazer diferença na

determinação desse agravo. É inegável a influência parental no consumo de

determinados alimentos. 33-35

Nesse sentido, visto que o crescimento de crianças com sobrepeso ou

obesidade está aumentando de forma significante, tornando-se necessário o

incentivo à reeducação alimentar principalmente em escolas, acompanhado por

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profissionais nutricionistas, visando diminuir esses índices antropométricos,

bem como, a correlação deles, de forma preventiva, com doenças crônicas,

como a hipertensão e o diabetes 36.

É possível que a oferta de alimentos mais saudáveis na alimentação do

escolar e nas cantinas, bem como, o reforço em reuniões com pais sobre o

assunto, encarando a problemática da obesidade e suas consequências,

possam representar uma estratégia importante. Outras estratégias poderão ser

discutidas com os pais, tais como, proporcionar mais atividades interativas,

evitando-se a ociosidade das crianças, que, na maioria das vezes, está

associada ao hábito de assistir a TV, estando expostas à mídia de consumo.

O movimento relacionado a padrões alimentares mais saudáveis em

níveis individual e populacional pode ajudar a melhorar os programas de

prevenção de sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes 37.

O mundo está enfrentando características da doença da era moderna,

incluindo a obesidade. Muitas vezes, coexistindo em países com desnutrição

em desenvolvimento, a obesidade é uma condição complexa com dimensões

sociais e psicológicas graves, que afetam praticamente todas as idades e

grupos socioeconômicos 38.

Por fim, vários países estão passando por um período de transição

epidemiológica, com redução da incidência de doenças infecciosas,

mortalidade infantil e taxas de natalidade, associado à alta prevalência de

doenças crônicas e aumento da expectativa de vida ao nascer.

CONCLUSÃO

Na análise do crescimento em estatura e o estado nutricional de

crianças em idade escolar em função do sexo e idade, mostrou presença de

sobrepeso e obesidade em escolares, embora o estado nutricional não

apresente diferença em função do sexo, porém é influenciado pela idade e pela

estatura da criança.

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Uma atitude que corroborar para o desenvolvimento de um estado

nutricional adequado entre crianças e adolescentes, pode caber ao auxilio dos

profissionais atuantes no âmbito escolar (professores, coordenadores,

diretores, professores, educadores físicos, entre outros) que nesse caso,

podem promover a promoção da alimentação saudável e a realização de

atividades físicas dentro e fora da escola.

Também, o acompanhamento criterioso do estado nutricional desses

jovens, realizado periodicamente na escola, objetivando o controle do

agravamento relacionado a qualquer déficit nutricional, à pré-obesidade ou à

obesidade, seriam medidas estratégicas de grande impacto no enfrentamento

do problema da prevenção da obesidade infantojuvenil.

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Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 224-229

FACTORS ASSOCIATED WITH INFANT MORTALITY IN THE METROPOLITAN REGION OF CARIRI, CEARÁ, BRAZIL

Andréa Couto Feitosa1,2, Edige Felipe de Sousa Santos1,2, José Lucas Souza Ramos1,

Italla Maria Pinheiro Bezerra1, Viviane Gabriela Nascimento, Cicero Cruz Macedo1,2,3, Hugo Macedo Jr1, Luiz Carlos de Abreu1

DOI:

Abstract:

Introduction: The identification of factors related to children’s deaths is very important in planning

public health actions for restructure and improve the mother and child assistance, aimed in reducing

child mortality. Objective: Analyze the factors associated with infant mortality in the metropolitan

area of Cariri, Ceará, Brazil. Method: This is a cross-sectional study. All deaths occurring in children

under one year old of the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil, contained in the mortality information system and in live births’s information system, from January 2009 to December 2013.

Newborn variables (sex, race/color, weight, age); maternal variables (maternal age and education

and type of gestation); assistance variables (labor type) were extracted from the SUS (Sistema

Único de Saúde/Unified Health System) Informatics Department and presented in chart and tables

in absolute and percentage frequency form. Results: In the five-year period, 816 infant deaths in

48321 births were registered associated to the following factors: 453 (55.5%) male, 471 (57.7%)

drab and 514 (63%) low weight in birth, 458 (56.1%) with 20 to 34 years of age, 353 (43.2%) 8 years or more of schooling, 657 (80.5%) only pregnancy and 414 (50.7%) vaginal birth. Conclusion: Infant mortality variables in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil were associated mostly with deaths occurring in drab boys with birth weight below the normal, whose mothers were young, with good education and who had just one gestation, born of vaginal birth.

Key words: risk factors, low birth weight Infant, Maternal Age, perinatal assistance.

INTRODUCTION

Infant mortality is considered the primary indicator for analyzing health’s general state of the

population, especially with regard to the quality of the prenatal mother and child assistance, childbirth and the postpartum period.

In recent years, despite the decline in Infant

Mortality Coefficient (IMC), the absolute number of

deaths in children under one year is still

representing a serious public health problem.

In the year 2000, the United Nations (UN),

analyzing the biggest global problems, established eight Millennium Development Goals (MDGs). The fourth goal was the infant mortality reduction, which aims to reduce 2/3 of the overall rate of infant

mortality between 1990 and 20151. To achieve the fourth MDG, a fast

enlargement of child health interventions in different countries is needed. To support this process, in

addition to increasing the frequent monitoring2, it is important to promote the correct registration of

the death declaration, as well as improve the root cause, strengthening national health information

systems, that will allow future estimates of infant

mortality3.

Public health presents two main challenges

to achieve the reduction of children’s deaths. One

is the big disparity in infant mortality risk between

developed and developing countries. The other is

the emerging role of neonatal mortality as a IMC major component. In 2012, most infant mortality

rate of children under five years (IMRCU5) occurred

in the low-income countries, as example sub-

Saharan Africa and South Asia, where the IMRCU5

rates were 98 and 58 per 1000 live births,

respectively4.

In Brazil, the millennium goal aimed to

decrease from 58 deaths for every 1,000 children

born alive in 1990 to 19 per 1,000 born alives in

2015. However, in the end of 2011, the reduction

in mortality rate had already been reached5. The expansion in the health area, such as prenatal care

and during childbirth also improved, influencing the

i. Laboratório de Delineamento e Escrita Científica. Departamento de Ciências Básicas. Faculdade de Medicina do ABC.

ii. Docente da Faculdade Leão Sampaio. Juazeiro do Norte,CE, Brasil. iii. Docente do Departamento de pediatria da Universidade Federal do Cariri- UFCA. Barbalha, CE, Brasil.

Corresponding author:

Suggested citation: Tornquist L et al. Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil. Journal of Human Growth and Development. 25(2): 224-229 Manuscript submitted Oct 22 2014, accepted for publication Dec 19 2014.

– 224 -

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Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 224-229

THE METROPOLITAM REGION OF BRAZIL

maternal characteristics in the reduction of children death6.

In the state of Ceará, Brazil, the

epidemiological situation of infant mortality

accompanies the national context of gradual

reduction. The IMC evolution and its components, between 1997 and 2013, presented 57% reduction,

from 31.6 in 1997 to 13.6 deaths per 1,000 live

births in the year 20135. In the metropolitan region of Cariri, Ceará,

Brazil, in the last five years, infant mortality has

undergone a gradual increase, except in 2012,

passing from 15.2/1,000 live births in 2009, to 16.8/

1,000 live births in 2013 . However, the associated

factors for this variation have not been described

yet.

In this way, the infant mortality monitoring

and the study of the risk factors involved in its causal

chain are fundamental to understand child

population living conditions and to define public

policies actions, appropriate to each reality, by promoting strategies that allow the healthcare

network control and organization7. Therefore,

reduce the infant mortality rate has been one of

the main priorities of social and health policies of

the Brazilian Government for several decades.

Thus, the objective of this study is to analyze

the factors associated with infant mortality in the

metropolitan area of Cariri, Ceará, Brazil.

METHODS

This is a descriptive study, with a quantitative approach. For the territorial clipping, it was selected

the Metropolitan Area of Cariri (MAC), located in the South of Ceará, northeastern Brazil, comprising

nine municipalities, four of them from the Crato’s 20th Regional Health Coordination (RHC), which are: Crato, Farias Brito, Santana do Cariri and Nova Olinda, and five of Juazeiro do Norte’s 21st RHS:

Barbalha, Missão Velha, Caririaçu, Jardim and Juazeiro do Norte. This area had a population of 564,478 inhabitants at the time of census 20108.

All deaths happened in children under one

year old of the municipalities of the metropolitan

region of Cariri, Ceará, Brazil, registered in the

mortality information system and live births

information system from January 2009 to December

2013. A form was used for extraction of the following

variables: from the newborn (sex, race/color and

weight at birth), from the mom (maternalage,

education and type of gestation) and social assistance (labor type) being taken from the

Informatics Department of the Unified Health

System (DATASUS) through the address

www.datasus.gov.br, which still features incomplete

coverage, being only 90% to total deaths and 71%

for deaths of children under one year in the Mortality

Information System (MIS) in the country, being held

by the Health Ministry9.

These data were collected related to year of

death, the metropolitan region of Cariri and small

cities around this area. Descriptive statistics was used and presented in chart and tables in the form

of absolute and percentage frequency.

The study was approved by Ethics Committee in Research (ECR) of the Faculty of Medicine of ABC,

on March 8, 2013, according the protocol 214,586.

RESULTS

In the five-year period, 816 deaths in 48321

children born alive were registered. When the

newborn factors were analyzed, it was found that

55.5% of infant deaths were male, followed by 40% female. In relation to the race/color, 57.7% of infant

deaths occurred in drab children. For this variable,

12% of information was classified as ignored. As

for birth weight, 63% were underweight, with 13%

dropped data (Table 1).

Table 1: The proportion of deaths in children under 1 year of age, according to the factors related to newborns in the municipalities of the metropolitan regions of Cariri, Ceará, Brazil, 2009-2013

Variables 2009

N

%

N

2010

%

N

2011

%

N

2012

%

N

2013

%

N

Total

%

Sex Male

94

61,8

94

55,9

93

50,8

74

51,0

98

58,3

453

55,5

Female 49 32,2 68 40,5 82 44,8 64 44,1 63 37,5 326 40 Ignored 09 6,0 06 3,6 08 4,4 07 4,9 07 4,2 07 4,5 Total 152 100 168 100 183 100 145 100 168 100 816 100

Race/Color Whith

33

21,7

55

32,7

62

35,0

40

27,6

46

27,4

238

29,2

Black 02 1,3 0,2 1,2 0,2 1,1 - - 01 0,6 07 0,9 Yellow - - - - 01 0,7 - - - - 01 0,1 Parda 104 68,4 101 60,1 97 53,0 79 54,5 90 53,6 471 57,7 Indgenous - - - - - - 01 0,7 - - 01 0,1 Ignored 13 8,6 10 6,0 19 10,3 25 17,2 31 18,4 98 12,0 Total 152 100 158 100 183 100 145 100 168 100 816 100

Total birth wight Up to 2, 499 93 61,2 101 60,1 121 66,1 91 62,8 108 64,3 514 63,0 > 2,500 33 21,7 45 26,8 43 23,5 36 24,8 39 23,2 196 24,0 Ignored 26 17,1 22 13,1 19 10,4 18 12,4 21 12,5 106 13,0

Total 152 100 168 100 183 100 145 100 168 100 816 100

Source: MIS database via DATASUS, 2014.

– 225 -

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Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 224-229

THE METROPOLITAM REGION OF BRAZIL

THE METROPOLITAM REGION OF BRAZIL

Delivery type

Vaginal 90 59,2 90 53,6 93 50,8 71 49,0 70 41,7 414 50,7

Cesarean 40 26,3 60 35,7 75 41,0 63 43,4 83 49,4 321 39,3

Ignored 22 14,5 18 10,7 15 8,2 11 7,6 15 8,9 81 10,0 Total 152 100 168 100 183 100 145 100 168 100 816 100

According to the maternal factors, it was found that 56.1% of children under 1 year of age

deaths were from mothers aged 20 to 34 years of

age, with 10.9% of missing data. As maternal

education, 43.2% had 8 or more years of study, with 16.7% ignored. Related to the type of

gestation, 80.5% had been in the first gestation,

and 8.4% ignored the question (Table 2).

Table 2: The proportion of deaths in children under 1 year, according to maternal factors in the municipalities of the metropolitan region of Brazil, 2009-2013.3

Variables 2009

N

%

N

2010

%

N

2011

%

N

2012

%

N

2013

%

N

Total

%

Maternal Age

10 a 19

45

29,6

28

16,7

37

20,2

31

21,4

35

20,9

176

21,6

20 a 34 72 47,4 103 61,3 102 55,8 83 57,2 98 58,3 458 56,1

35 or more 13 8,5 19 11,3 21 11,4 20 13,8 20 11,9 93 11,4

Ignored 22 14,5 18 10,7 23 12,6 11 7,6 15 8,9 89 10,9

Total 152 100 168 100 183 100 145 100 168 100 816 100

Maternal Education No 13 8,5 15 8,9 18 9,9 06 4,1 0,4 2,4 56 6,9

1 a 3 16 10,5 13 7,7 16 8,7 15 10,4 18 10,7 78 9,6

4 a 7 27 17,8 36 21,4 40 21,8 48 33,1 42 25,0 193 23,6

> 8 56 36,8 71 42,3 89 48,6 60 41,4 77 45,8 353 43,2

Ignored 40 26,4 33 19,7 20 11,0 16 11,0 27 16,1 136 16,7

Total 152 100 168 100 183 100 145 100 168 100 186 100

Type of

Pregnancy

115

75,6

143

85,1

147

80,3

126

86,9

126

75,0

657

80,5

Only 17 11,2 13 7,7 19 10,4 09 6,2 28 16,7 86 10,6

Double - - - - 0,3 1,7 01 0,7 01 0,6 05 0,6

Triple

Ignored

Total

20

152

13,2

100

12

168

7,2

100

14

183

7,6

100

09

145

6,2

100

13

168

7,7

100

68

816

8,4

100

Source: MIS database via DATASUS, 2014.

Ac co r d i ng to we l f a r e f a c t o r s associated with infant mortality, 50.7% of

the deaths occurred in chi ldren born by

v ag i na l labo r, f o l l owed b y 39 .3% b y cesarean section and 10% of the records

were classified as unknown (Table 3).

Table 3: Proportion of deaths in children under1 year of age, according to the municipal social assistance factors in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil, 2009-2013

Variables 2009 2010 2011 2012 2013 Total

N % N % N % N % N % N %

Source: MIS database via DATASUS, 2014.

DISCUSSION

Infant mortality related factors in the

metropolitan region of Cariri showed association with deaths occurring in drab boys, whose birth

weight was below normal, whose mothers had age

between 20 to 34 years, with 8 or more years of

study and who have had only one gestation and

vaginal birth.

In Brazil, socioeconomic and cultural

differences led to a high degree of heterogeneity

among Brazilian regions, besides the access to

health services iniquities, resulting in the survival

of newborns. Thus, it becomes necessary to

research local risk factors10.

Out of the 816 deaths, the majority (55.5%)

occurred in males. According to the association

between risk of death in children under one year and newborn’s sex, it was found that boys will

present 1.6 times the risk for mortality during

neonatal period, while girls present a faster lung

maturation as a protection and, consequently, lower

respiratory complications11.

The majority of live births that have evolved to death in the first week of life were mostly male, premature and with low birth weight12. In a study realized in Pelotas, Rio Grande do Sul, Brazil, also

identified increased risk of death in boys13. It was observed a greater proportion of

deaths in drab children (57.7%), diverging from

– 226 -

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Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 224-229

results found in other studies14, where there was a higher incidence of deaths in drab children in the

period from 2006 to 2010, by which time there were

larger numbers of infant deaths in the city of Porto

Velho, Rondônia, Brazil. Race/color information in

Brazil represent doubtful question, since identifying race/color in children under a year old still

represents a challenge for professionals who register

or notify the event.

Low birth weight is considered one of the most

important public health problems in the world,

contributing substantially to the infant mortality.

The Low Birth Weight (LBW) is due to prematurity

and/or intrauterine growth retardation and is

associated with about 4 million annual neonatal

deaths that occur in the world, most of them in

developing countries11.15. The results of this study indicate 63% of

deaths with weight up to 2, 499g, in other words,

the vast majority are classified as a low birth weight

child. The risk of infant mortality in children with

low birth weight corresponds to 200 times the risk

of mortality in children born with proper weight16.

Deaths associated with low birth weight can

be minimized with proper prenatal care, requiring,

for this, affordable, appropriate and with good

quality services. In addition, in Brazil, the Integrated

Management of Childhood llness (IMCI) strategy, already used, also contributes to the reduction of

neonatal mortality.

The beginning and fulfillment of prenatal care are affected by maternal age. Only a third of

mothers under 15 years of age, and about half of people aged 15-19 tend to receive prenatal care in the first quarter, indicating that young mothers were

less likely to seek and receive regular prenatal care. On the contrary, more than 70% of mothers aged 25 years or older began prenatal care early17.

About the maternal variables, mother’s age

is one of the factors associated with infant mortality.

This study identified that the majority (56.1%) of

the mothers had age between 20 to 34 years old,

showing similar results14, that show a predominance

of mothers with the same age group, whose

percentages ranged from 26% in 2006 to 29% in 2010.

Studies ensure that precocity or postponement of motherhood was positively

associated to children’s deaths14. On other hand, in

other research16, fetal and neonatal mortality were

associated only to maternal age factor, finding no

significant results with teenage mothers.

Maternal schooling can influence access and

adherence to prenatal care, with consequent impact

on frequency of consultations and pregnancy

monitoring, reflecting on the chance of pregnancy

complication. Maternal Education has shown to be

an important factor for infant mortality reduction, independent of other factors. It is believed that the

high education of mothers improves in child survival

through knowledge about the effective ways to

prevent, recognize and treat childhood diseases18.

In this study, children’s deaths were

associated with the high level of maternal education,

in which 43.2% of mothers presented less than eight

years of schooling, different from the research19 that

found that the increased maternal education contributed to the decline of infant mortality rates and its neonatal and post neonatal components.

The accuracy and completeness of the records

may influence the secondary data analysis. Even

with the evident improvement in the coverage and

quality of the records of Mortality Information

System (MIS), the crashes still persist in the Death

Declaration (DD). In the study, the maternal

schooling condition was the variable that showed

the highest ignored data record (16.7%).

Most of the deaths (80.5%) were from only one pregnancy, converging with other data20 that

indicate that 77.6% of infant deaths arise out of

only one pregnancy. Diverging from this result,

another study21 verified that deaths are associated

to multiple pregnancy, as they may increase the

chance of premature birth and low birth weight,

both infant death determinants.

The study region presented cesarean delivery

proportion above (39.3%) the acceptable by the

World Health Organization, which advocates that

such delivery shall not exceed 15% of the total22. The increase in cesarean births number may be

related to the operating processes scheduled and

the occurrence of before childbirth22. Another study

identified that the cesarean labor proved to be a

protective factor for reducing infant mortality7.

Even with that, the caesarean labor was not the main delivery type associated to the infant’s death, while vaginal birth corresponded to 50.7% of deaths. This is the incentive policy of the Brazilian

unified health system in reducing the surgical births, in order to minimize health costs and optimize the recovery of mothers. Is important to remark that

Brazil is one of the countries with the highest rates of Cesarean section in the world and policies to reverse this situation are always welcome23.

The research demonstrated the monitoring needed in relation to the provision of appropriate

care to the newborns with higher mortality risk, as

well as the managers responsibility of ensure a

quality prenatal care, and particularly for women

with the most unfavorable sociodemographic

characteristics. In addition, a more in-depth look

to municipalities is necessary for delivery and

newborn assistance, and it is important to evaluate

the structure of the perinatal network and the quality of the received attention to reduce the

mortality indicator

As this is a cross-sectional study, one of its

limitations is that it cannot be inferred that the

factors identified are defined as risk factors, since

it would require a follow-up or cohort study.

However, this study is valid for generating causality

hypotheses, as well as to identify the main factors

associated with infant deaths. Like any secondary

data study, the quality of the information can be

impaired due to the elevation of the dropped data. Thus, the official records allow the

identification of infant mortality-related factors in

the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil,

associated mostly with deaths occurring in drab boys

whose birth weight was below normal, whose

mothers were young, with good education and who

had only one gestation, born of vaginal birth.

– 227 -

Page 100: CRESCIMENTO EM ESTATURA E ESTADO NUTRICIONAL DE …€¦ · criança, que atuam acelerando ou retardando esse processo9,10. Dentre os fatores que influenciam o processo de crescimento

Factors associated with infant mortality in the metropolitan region of Cariri, Ceará, Brazil Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 224-229

This study has shown that the influence of factors related to maternal and newborn assistance

have in relation to children’s deaths demonstrates

the variable low birth weight presents a greater

vulnerability compared with other, requiring, in this

way, health services to invest in improving the quality of prenatal and childbirth care, in addition

to the frequent monitoring of these newborns of

low birth weight.

The infant mortality coefficient represents one

of the most commonly used to analyze the health

situation of a given region, and the factors of this

mortality target are considered as a concern among

the community.

However, the limitations of this study must

be recognized. The period used was between

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January 2009 to December 2013 (60 months), and birth alive declarations were used as well, whose

fill is not homogeny. The highlight of this study is

that infant mortality is related to vaginal birth.

CONCLUSION

Infant mortality-related variables in the

metropolitan region of Brazil were associated mostly with deaths occurring in boys, drab, with birth weight below normal, whose mothers were young, with good education who had only one gestation and born of vaginal birth.

10. Silva CMCD, Gomes KRO, Rocha OAMS,

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Resumo

Introdução: A identificação de fatores relacionados aos óbitos infantis pode auxiliar no planejamento

de ações de saúde pública para a reestruturação e melhoria da assistência materno-infantil, visando à redução da mortalidade infantil. Objetivo: Analisar os fatores associados à mortalidade infantil na

Região Metropolitana do Cariri, Ceará, Brasil. Método: Trata-se de estudo transversal. Foram

considerados todos os óbitos ocorridos em crianças menores de um ano de idade dos municípios da

Região Metropolitana do Cariri contidas no sistema de informação sobre mortalidade e sistema de

informação sobre nascidos vivos, entre janeiro de 2009 a dezembro de 2013. Variáveis do recém-

nascido (sexo, raça/cor, peso ao nascer, idade); variáveis maternas (idade e escolaridade materna,

e tipo de gestação); variáveis de assistência (tipo de parto) foram extraídas do Departamento de

Informática do Sistema Único de Saúde e apresentados em gráfico e tabelas na forma de frequência

absoluta e percentual. Resultados: No quinquênio, registrou-se 816 óbitos infantis de 48321 nascidos

vivos associados aos seguintes fatores: 453 (55,5%) sexo masculino, 471 (57,7%) cor parda e 514

(63%) baixo peso ao nascer, 458 (56,1%) de 20 a 34 anos de idade, 353 (43,2%) escolaridade maior ou igual a 8 anos, 657 (80,5%) gestação única e 414 (50,7%) parto vaginal. Conclusão: As

variáveis relacionadas à mortalidade infantil na região metropolitana do cariri foram associadas em

sua maioria com óbitos ocorridos em meninos, de cor parda, com peso ao nascer abaixo do normal,

cujas mães eram jovens, com boa escolaridade e que tiveram gestação única, nascidos de parto

vaginal.

Palavras-chave: fatores de risco, recém-nascido de baixo peso, idade materna, assistência perinatal.

– 229 -

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Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 237-242

LABORATORY PARAMETERS OF CEREBROSPINAL FLUID IN INDIVIDUALS WITH ENTEROVIRUS MENINGITIS:

A DESCRIPTIVE STUDY

Flavio Geraldes Alves1,2, Rubens Wajnsztejn1,2, Camila Almeida Exposto Alves1,2,

Tassiane Cristina Morais, Mahmi Fujimori1, Fernando Adami1, Cicero Macedo Cruz1,3,

Luiz Carlos de Abreu1

DOI:

Abstract:

Introduction: Meningitis is the leading infectious syndrome that affects the central nervous system,

and most cases are caused by viral infections, mainly enterovirus. The clinical diagnosis for meningitis

etiology still presents major challenges. The analysis of polymerase chain reaction (PCR), white

blood cells, red blood cells, glucose, protein, and lactate in the cerebrospinal fluid (CSF) provides

the first clues to the diagnosis. However, the reference values of some parameters can suffer

changes. Objective: Analyze laboratory parameters of CSF in patients with enterovirus meningitis

according to age. Methods: A descriptive study was conducted based on data from a CSF reference service, located in São Paulo, Brazil, on 202 individuals who had enterovirus meningitis. Data was

analysed by the Shapiro–Wilk and Kruskal–Wallis tests (CI = 95%, p <0.05) and represented by the

median and percentile 25 and 75, respectively. Results: The cytological and biochemical parameters

of the CSF shows us that proteins had median concentrations of 33.0mg/dL, glucose of 57.0mg/dl,

lactate of 19.0mg/dL and the leukocyte of 119.0 cells/mm3, with a predominance of lymphocytes

(42%). It was found that age can cause cytological and biochemical changes in the parameters of

CSF. Children younger than 2 years had a range percentage of neutrophils and monocytes different

then children aged e” 2 and <6 years, and aged e” 6 and <10 years. The protein concentration

range in CSF as well as glucose track can also change according to age. Conclusion: Age may lead

to changes in cytological and biochemical parameters of CSF. CSF protein and glucose concentrations

also change according to age.

Key words: enterovirus, cerebrospinal fluid, viral meningitis.

INTRODUCTION

Meningitis is the term used to describe the

inflammation of the brain meninges, and it is the

major infectious syndrome in the central nervous

system. Based on its causes, it can be classified

into bacterial meningitis and aseptic meningitis1,2.

Aseptic meningitis is the inflammation of the

meninges, and does not have a bacterial infection

as the cause3 4. Aseptic meningitis may or may not

have a viral infection as the most common cause of the disease3,5,13.

Viral meningitis can occur in people of all

ages, but it is more common in children5,6. It is a

worldwide disease in sporadic and epidemic

forms. It often has a benign clinical course, as most

viral meningitis are caused by enterovirus. These

infections can present high morbidity and low

mortality rates. They rarely lead to serious

complications, which are observed mainly in immuno-compromised individuals1,3,7.

Enteroviruses are responsible for approxima-

tely 90% of cases of aseptic meningitis. They are single-stranded RNA viruses belonging to the Picornaviridae family. There are more than 100 serotypes, including poliovirus, A and B coxsackievirus, and echovirus3,5,8,9,10,11.

The clinical manifestations vary depending on

the serotype; however, in most cases the clinical results are not sufficient to allow a specific etiologic

diagnosis. The infections may be asymptomatic or present nonspecific symptoms, such as headache,

fever, myalgia, malaise, chills, sore throat, abdominal pain, nausea, vomiting, photophobia, neck stiffness, and drowsiness3,5.

It is noteworthy that the initial clinical

presentations of viral meningitis and bacterial meningitis are often simila r. Therefore,

1 Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica. Departamento de Ciências Básicas. Faculdade de Medicina do ABC. 2 Disciplina de Neurologia da Infância e da Adolescência. Faculdade de Medicina do ABC. 3 Docente do Departamento de pediatria da Universidade Federal do Cariri- UFCA. Barbalha, CE, Brasil.

Corresponding author: [email protected]

Suggested citation: Alves FG, et al. Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study. Journal of Human Growth and Development. 25(2): 237-242 Manuscript submitted Oct 22 2014, accepted for publication Dec 19 2014.

– 237 -

Journal of Human Growth and Development 2015; 25(2): 237-242 ORIGINAL RESEARCH

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Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 237-242

distinguishing the etiologies quickly results in great benefits2 and avoids the inappropriate use of medications2,20.

The main method used for differentiation is

based on clinical findings, but in clinical suspicion

of meningitis, cerebrospinal fluid (CSF) analysis is

mandatory. The results of CSF analysis form the

basis for the objectives of the therapy and allows

the request of other necessary examinations,

according to the diagnosis and identification of the

etiologic agent1,12,13.

Given the considerable genetic variability of enterovirus, the detection of RNA viruses in clinical

samples has proven usefulness to streamline the

diagnosis and improve assistance to patients,

particularly newborns9. The Gram stain test,

biochemical tests (such as protein, glucose, and

lactate), and differential counting of leukocytes in

the CSF are important for establishing an etiological

cause of meningitis7,14.

In the CSF viral infection analysis, there is

generally a predominance of lymphocytes and

absence of bacterial agents1. In aseptic meningitis, mononuclear cells are predominant, while in

bacterial meningitis, polymorphonuclear cells are

predominant. An important fact is that the

predominant cell population in aseptic meningitis

can be changed within 24 hours, and this can lead

to the uncertainty of diagnosis and of the treatment

programme13.

Due to doubts about the etiology of

meningitis, medical management usually includes

hospital observation, which increases the number

of hospitalisations2. Thus, early detection of enterovirus can result in benefits to the health

system. In addition to reducing the occupation of

hospital beds, the risk of contamination by contact

and inappropriate use of antibiotics can also be

avoided. Unfortunately, it is still a major challenge

to differentiate types of meningitis only based on

clinical characteristics and initial parameters of

CSF2,7,9,15.

Studies addressing this topic are essential to establishing etiological identification parameters, thus contributing to an accurate diagnosis. The generation of a set of reference values for CSF parameters, especially in children, is an important

area of discussion among health professionals16. The objective of this study was to analyze

the laboratory parameters of CSF in patients with enterovirus meningitis according to age group.

METHODS

This is a descriptive study, based on data of

a reference service of CSF analysis, located in São

Paulo, Brazil. Data were collected in August 2014,

from the database inserted in Tasy Management

System - Philips Healthcare®, during the period from

1 August 1st of 2011 to July 31th of 2012. The study included examinations of

individuals submitted to CSF puncture who were

diagnosed with enterovirus meningitis. The study

included only those individuals whose results were

100% negative in Gram stain tests and culture,

along with the confirmation of viral infection by positivity on enterovirus panel by polymerase chain

reaction (PCR) in real time, totaling 202 individuals.

The variables analysed were age,

bacterioscopy, culture, enterovirus panel, global

cytology and differential, protein, glucose, and lactate. Bacterioscopy uses the Gram stain method.

The culture is carried out by identifying by manual

techniques under specific conditions. The

enterovirus panel is analysed by real time PCR. The

global cytology is performed using Fuchs–Rosenthal

chamber scoring; cytology differential microscopy

using Leischmann staining method; protein, glucose

and lactate are analysed by an enzymatic method.

A Shapiro–Wilk test (p <0.05) was performed,

and we decided to present the data based on median values, percentile 25 and 75. The biochemical and cytological variables were compared by age in years

(<2 years; > 2 and <6 years; > 6 and < 10 years;

> 10 and < 20 years; > 20 years), using the Kruskal–Wallis test and analysis by confidence

interval (95% CI). The statistical software used was Stata® version 11.0.

RESULTS

The average age of the individuals was 7.7 years, and the median age was 5 years. The youngest verified individual was 10 months, and the oldest was 42 years. Among those surveyed, 10.4% (n = 21) were individuals aged < 2 years, 40.1% (n = 81) aged e” 2 and < 6 years, 26.7% (n = 54) aged e” 6 and < 10 years, 15.4% (n = 31)

aged > 10 and < 20 years, and 7.4% (n = 15)

aged over 20 years.

Laboratory CSF parameters of patients with enterovirus meningitis are described in Table 1, presented based on median values and percentiles

25 and 75, respectively. The following median values were observed: protein 33.0 mg/dL, glucose 57.0 mg/dL, lactate 19.0 mg/dL, and leukocyte 119.0 cells/mm3. Among these, lymphocytes were prevalent (42%), followed by neutrophils (36.5%). Eosinophils, plasma cells, and macrophages obtained median values of

zero. There were no red blood cells. The cytological parameters according to age

group are described in Table 2. A statistically significant difference was observed in neutrophil count in those aged < 2 years in relation to those

aged e” 2 and < 6 years (p <0.05) and > 6 and < 10 years (p < 0.05).

The values of monocytes also showed variations in their concentration according to age group. This parameter shows the difference among the age group < 2 years and the following age

groups: > 2 and < 6 years (p < 0.05), > 6 and < 10 years (p < 0.05), and > 10 and < 20 years (p < 0.05).

There were also significant differences in the analysis of the confidence intervals in relation to the percentage of plasma cells among individuals

aged > 6 and < 10 years (p < 0.05) and the groups

aged < 2 years and e” 10 and < 20 years ( p < 0.05). This result, however, might not be used

– 238 -

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Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 237-242

– 239 -

as a parameter, as the percentage of the general

data of plasma cells in the researched subjects is approximately 0%.

The concentrations of biochemical parameters

also presented statistically significant variations according to age, as shown in Table 3.

Protein concentrations fluctuated in the group aged < 2 years when compared to the groups aged

of > 2 and < 6 years (p < 0.05) and > 6 and < 10

years (p < 0.05). The groups aged > 2 and < 6 years also showed significant differences when

compared with individuals in the group aged > 10

and < 20 years (p < 0.05) and the group aged with > 20 years (p < 0.05).

Glucose concentrations in CSF also varied

according to age, significantly in individuals aged

< 2 years, in relation to all other categorised age

groups (p < 0.05).

In lactate analysis, there was statistical

significance (p = 0.019), but the confidence

intervals among the age groups were quite

homogeneous.

Table 1: Laboratory description of Cerebrospinal fluid parameters of individuals with enterovirus

meningitis. Brazil, 2011–2012

* Median and percentiles 25 and 75: (P25 and P75)

Table 2: Description of Cerebrospinal fluid cytological parameters of patients with enterovirus meningitis according to age. Brazil, 2011–2012

Characteristics expressed in median and percentiles 25 and 75: (P25 and P75) p <0.05 – Kruskal-Wallis test -CI = 95% * Indicates statistical difference between the age group < 2 years and the > 2 and < 6 years (p < 0.05). # Indicates statistical difference between the age group < 2years and the > 6 to < 10 years (p < 0.05). † Indicates statistical difference between the age group < 2 years and > 10 and < 20 (p < 0.05).

Age (in years)

Characteristics <2 < 2 e <6 < 6 e <10 <10 e <20 < 20 p

Leukocytes (per mm3)

IC

256.0 (35.0-500.0)

182.3 – 490.8

110.0 (50.0-315.0) 124.0 (64.0 -230.0) 122.0 (50.0–230.0) 126.0 (37.0–346.0) >0.05

156.4 – 273.5 136.6 – 245.1 121.2 – 305.1 84.1 – 393.4

Red blood cells

(per mm3) IC

0.0 (0.0-5)

8.6 – 37.9

0.0 (0.0-0.0)

0.035 – 3.5

0.0 (0.0-0.0)

(-)6.7 – 24.1

0.0 (0.0-0.0)

(-)0.73 – 21.3

0.0 (0.0-0.0)

(-)0.3 – 0.8

>0.05

Neutrophils (%) 18.0 (2.0–40.0) 40.0 (16.0-63.0)* 47.0 (20.0–68.0)# 28.0 (8.0–55.0)

IC 11.1 – 31.2 35.3 – 46.8 36.4 – 51.2 21.8 – 40.6

35.0 (3.0–70.0)

21.2 – 56.8

0.004

Eosinophils (%) 0.0 (0.0–1.0)

IC 0.1 – 0.6

0.0 (0.0–0.0)

0.001 – 0.1

0.0 (0.0–0.0)

0.01 – 0.2

0.0 (0.0–0.0)

(–)0.005 – 0.3

0.0 (0.0–0.0)

(–)0.06 – 0.3

>0.05

Lymphocytes (%) 59.0 (28.0–75.0) 36.0 (23.0–68.0) 42.0 (22.0–70.0) 62.0 (32.0–76.0)

IC 36.3 – 62.4 38.7 – 49.9 37.5 – 52.5 45.5 – 64.2

49.0 (21.0–75.0)

31.8 – 63.1

>0.05

Monocytes (%) 20.0 (14.0–41.0) 10.0 (6.0–21.0)* 9.0 (6.0–15.0)# 10.0 (6.0–16.0)†

IC 18.1 – 38.1 11.4 – 16.2 8.8 – 13.1 8.7 – 14.0

10.0 (4.0–21.0)

7.4 – 18.3

0.001

Plasma cells (%) 0.0 (0.0–2.0)

IC 0.4 – 1.6

0.0 (0.0–1.0)

0.3 – 0.7

0.0 (0.0–0.0)

0.02 – 0.2

0.0 (0.0–1.0)

0.2 – 0.8

0.0 (0.0–1.0)

0.1 – 0.8

0.031

Macrophages (%) 0.0 (0.0–0.0)

IC 0.0 – 0.0

0.0 (0.0–0.0)

0.0 – 0.0

0.0 (0.0–0.0)

0.0 – 0.0

0.0 (0.0–0.0)

0.0 – 0.0

0.0 (0.0–0.0)

0.0 – 0.0

>0.05

Variables

Leukocytes (per mm3) Red blood cells (per mm3) Neutrophils (%)

Eosinophils (%) Lymphocytes (%) Monocytes (%) Plasma cells (%)

Macrophages (%)

Proteins (mg/dL)

Glucose (mg/dL) Lactate (mg/dL)

Median*

119.0 (55.0–320.0) 0.0 (0.0–0.0)

36.5 (12.0–63.0)

0.0 (0.0–0.0) 42.0 (25.0–74.0)

10.0 (6.0–18.0) 0.0 (0.0–1.0) 0.0 (0.0–0.0)

33.0 (26.0–46.0) 57.0 (53.0–64.0) 19.0 (15.8–21.9)

– 239 -

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Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 237-242

– 240 -

Table 3: Description of Cerebrospinal fluid biochemical parameter of patients with enterovirus meningitis according to age. Brazil, 2011–2012

Characteristics expressed in median and percentiles 25 and 75: (P25 and P75) p <0.05 - Kruskal-Wallis test - CI = 95% * Indicates statistical difference between the age group < 2 years and the > 2 and < 6 years (p < 0.05). # Indicates statistical difference between the age group < 2years and the > 6 to < 10 years (p < 0.05). † Indicates statistically significant differences between age < 2 years and > 10 and <20 (p < 0.05). ± Indicates statistical difference between the age group < 2 years and the > 20 years (p < 0.05). + Indicates statistical difference between the age group of e” 2 and < 6 years > 10 and < 20 (p < 0.05). ‡ Indicates statistical difference between the age group of e” 2 and < 6 years > 20 (p < 0.05).

DISCUSSION

Viral diseases that affect the central nervous

system represent a significant burden to human

health throughout the world. The complexity of

these diseases is influenced by the great variety of

existing viruses and their variable forms of infection

that affect the central nervous system4. Because of this, it is so important to have precision in etiologic

diagnosis, especially when it comes to individuals

in special age groups. In these cases, especially in

newborns, viral meningitis may be high-risk

diseases, as far as bacterial meningitis16.

It is a challenge to distinguish serious and benign bacterial and viral infections, especially in

pediatric subjects17. The analysis of some of the CSF laboratory parameters (PCR, leukocytes,

erythrocytes, glucose, and proteins) is often the first clue to the diagnosis16,18.

The number of CSF leukocytes may vary with

the infectious agent. In healthy individuals, the CSF may present up to 4 leucocytes/mm3, whereas this number can reach up to 1000 leukocytes/mm3 with viral infections, or even exceed 1000 leukocytes/ mm3 with bacterial infections1.

This study found a median concentration of

119.0 leucocytes/mm3, with a predominance of

lymphocytes (42%), followed by neutrophils

(36.5%). A study of enterovirus meningitis found 149 leucocytes/mm3 as an average concentra-

tion6. This difference may be related to the fact

that the study subjects were all children, while in

our study both children and adults were

evaluated. An approximate value was also found

in a study of aseptic meningitis in individuals

positive for enterovirus, with a concentration of 159

leukocytes/mm3 and 40% neutrophils8. The

predominant type of leukocyte is important to know

in order to assist in the diagnosis. There is a

predominance of neutrophils in bacterial meningitis, while in viral meningitis lymphocytes

are usually predominant1,13.

In this study, red blood cells were not

observed in the CSF. In a study of patients with

meningitis, a concentration of 15 erythrocytes/mm3

was observed in patients with aseptic meningites,

and a higher value (53 erythrocytes/mm3) in patients with bacterial meningitis 13.

The values of CSF biochemical parameters

are also key. Noteworthy are mainly protein, glucose, and lactate. In this study, there was a

median dosage concentration of 33.0 mg/dL for

proteins, 57.0 mg/dL for glucose and 19.0 mg/dL

for lactate.

A protein concentration of 56.9 mg/dL and a

glucose concentration of 64.5 mg/dL were found in

a study on enterovirus detection in pediatric patients

with aseptic meningitis6. In a study of viral

meningitis in Korea, it was found that individuals

with enterovirus infections showed a protein

concentration with a median value of 39 mg/dL and

glucose of 59 mg/dL19, which is similar to this study

findings.

Glucose and protein concentrations also serve

as a parameter to the etiology differential. In a CSF

study in aseptic and bacterial meningitis, it was

found that the glucose concentrations are low and

the protein concentration rises in bacterial

meningitis13.

The CSF lactate levels are among the most

useful tests to distinguish bacterial and viral

meningitis1. In this study, a lactate concentration of 19.0 mg/dL was observed. The increase in CSF

lactate is a potential marker for bacterial meningitis,

and can provide early diagnosis information. It is

produced by bacterial anaerobic metabolism and is

unaffected by blood lactate concentration. The

lactate level is elevated in cases of bacterial

meningitis, and a concentration of 35 mg/dL may

be a cutoff value to distinguish aseptic and bacterial

meningitis14.

It was found that age is a factor that can lead

to changes in concentrations of some of the CSF parameters for leukocyte, glucose, and protein

concentrations.

For leukocyte differential, it was found that

the age group < 2 years had a range of less

neutrophil counts (CI = 11.1–31.2) compared to

the groups aged > 2 and < 6 years (p < 0.05) and

> 6 and < 10 years (p <0.05). Monocytes also fluctuated in their concentration according to age; higher scores were observed at age < 2 years

– 240 -

Characteristics <2 < 2 e <6

Age (in years)

< 6 eM <10 <10 e <20 < 20 p

Proteins (mg/dL) 56.0 (32.0–79.0)

45.1–74.5

27.0 (22.0–35.0)* 32.3 (27.0–41.0)# 43.0 (31.0–52.0)+ 47.0 (42.0–58.0)‡ 0.0001

IC 28.2–33.9 32.3–39.7 37.3–47.6 41.3–55.1

Glucose (mg/dL) 47.0 (41.0–54.0)

42.4–52.9

57.0 (53.0–63.0)* 57.0 (53.0–64.0)# 60.0 (55.0–66.0)†

58.1–64.3

59.0 (56.0–65.0)± 0.0004

54.8–65.6 IC 56.6–60.4 54.5–61.1

Lactate (mg/dL) 14.8 (12.6–18.3)19.3 (16.1–21.8) 19.0 (16.6–22.6) 19.8 (16.3–22.2)

18.3–20.7 18.1–20.6

18.4 (16.4–22.7)

16.1–21.5

0.019

IC 13.7–18.7 18.1–19.8

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Laboratory parameters of cerebrospinal fluid in individuals with enterovirus meningitis: a descriptive study Journal of Human Growth and Development, 2015; 25(2): 237-242

(CI = 18.1–38.1) when compared to the ages > 2 and < 6 years (p < 0.05), > 6 and < 10 years (p < 0.05) and > 10 and < 20 years.

The CSF protein concentration was lower in

individuals aged < 2 years when compared to those

aged > 2 and < 6 years (p < 0.05), and > 6 and < 10 years (p < 0.05). The group aged > 2 and < 6

years had a lower concentration range than individuals aged > 10 and < 20 years (p < 0.05)

and with > 20 years (p < 0.05).

For glucose, it was observed that there was

difference between < 2 years age group in relation

to other age groups. Its concentration was lower in

this age group (p < 0.05).

In children, the establishment of reference

values in laboratory tests in the literature has been

a field of discussion among health professionals. It

is known that the values observed for CSF cell

numbers, glucose, and protein in individuals less

than 60 days old tend to be different from those

observed in older children and adults16.

In studies of children with aseptic meningitis,

the enterovirus positive group showed an increase

in the concentration of leukocytes according to

age. Children under 2 years of age had values of

38 leukocytes/mm3, while children aged 6 to 10 years showed a concentration of 156.6 leukocytes/ mm.3 No leukocyte differential percentages were reported. There was also an inverse relationship between the concentration of protein and age6.

In a study on CSF features in febrile children

in the emergency department, it was observed that blood cells and CSF protein concentration decrease

with increasing age. No clear relationship with increasing age was observed for glucose16.

Importantly, children under 6 years of age

were the ones that showed the most changes in

some parameters when compared to other age

groups in these studies6,16, which may increase the difficulty in diagnosing this group. The

establishment of an early etiological diagnosis,

especially in infants, is essential for targeting

interventions that save lives17. Therefore, studies

that seek to show changes in the CSF settings

according to the type of infection and age are

necessary for the development of health strategies,

especially in pediatrics.

The primary health care should always be

considered in the diagnosis and treatment of

diseases. Basic care and public health measures such as breastfeeding , hands washing and up to

date vaccines can prevent the onset of diseases

such as meningitis, decreasing the morbidity and

mortality of these diseases21.

CONCLUSION

Age may lead to changes in cytological and

biochemical parameters of CSF. The < 2 years age

group presents an different range of percentage of

neutrophils and monocytes of children aged > 2

and < 6 years and > 6 and < 10 years. CSF protein and glucose concentrations also change according

to age. These data show the importance of studies

that can clarify the changes by age in CSF

constituents, and the usefulness in creating

reference parameters for enterovirus meningitis.

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Resumo:

Introdução: A meningite é a principal síndrome infecciosa que afeta o Sistema Nervoso Central, e

grande parte dos casos são ocasionados por infecções virais, principalmente pelos Enterovírus. O diagnóstico clínico para a verificação da etiologia da meningite ainda apresenta grandes desafios. A análises de Reação em Cadeia da Polimerase (PCR), leucócitos, hemácias, glicose, proteína e lactato no líquido cefalorraquidiano (LCR) fornecem os primeiros indícios para o diagnóstico. No entanto, os

valores de referência de alguns parâmetros podem sofrer alterações. Objetivo: Verificar parâmetros laboratoriais do líquido cefalorraquidiano em indivíduos com meningite por Enterovírus segundo a faixa etária. Método: Foi realizado um estudo descritivo, com base nos dados do serviço de referência

de coleta de líquido cefalorraquiano, localizado em São Paulo, Brasil. Totalizando em 202 indivíduos que apresentaram meningite por Enterovírus. Os dados foram analisados pelo teste de Shapiro-Wilk e Kruskal-Wallis (IC = 95%, p<0,05) e representados pela mediana e percentil 25 e 75. Resultados: Os parâmetros bioquímicos e citológicos do LCR apresentaram concentrações medianas de proteínas de 33.0 mg/dL, de glicose de 57.0 mg/dL e lactato de 19.0 mg/dL e dos leucócitos de 119.0 células/mm3, com predominância de linfócitos (42%). Verificou-se que a idade pode levar as alterações

nos parâmetros citológicos e bioquímicos do LCR. As crianças menores que dois anos apresentaram intervalo de percentual de neutrófilos e monócitos diferentes das crianças com faixa etária de > 2 e < 6 anos e de > 6 e < 10 anos. A faixa de concentração de proteína no LCR, assim como a faixa

da glicose também podem sofrer alterações segundo a idade. Conclusão: Estes dados evidenciam a importância de estudos que possam esclarecer as alterações ocorridas no LCR, podendo ser útil

para embasamentos na criação de valores de referência para meningite por Enterovírus.

Palavras-chave: enterovírus, líquido cefalorraquidiano, meningite viral.

– 242 -

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35

ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA

http://idonline.emnuvens.com.br/id

ISSN on-line: 1981-1179

DOI: http://dx.doi.org/10.14295/idonline.v7i21.249

AAlleeiittaammeennttoo MMaatteerrnnoo EExxcclluussiivvoo aattéé ooss

sseeiiss mmeesseess ddee vviiddaa nnaa RReeggiiããoo ddoo AArraarriippee

Cícero Cruz Macêdo1; Luiz Carlos de Abreu2; Andréia Manoele Henrique3; Maria de Fátima Lopes da Cruz4; Gislene

Farias de Oliveira1; João Saraiva da Cruz Neto5; Leonardo Lopes da Cruz5; Maria Eliane Pierre Martins1; Sionara Melo

Figueiredo Carvalho1

Resumo: O aleitamento materno tem se constituído uma das medidas mais importantes e necessária para um

melhor desenvolvimento infantil nos primeiros meses de vida. A literatura tem demonstrado através de inúmeros

estudos que esta prática é capaz de prevenir distúrbios nutricionais e metabólicos, inclusive em idades mais

avançadas. Desde maio de 2009, o Hospital Municipal Marcelino da Silva Mudo (HMMSM), em Ipubi – PE,

passou a oferecer como estratégia de saúde, um programa de aleitamento materno exclusivo. O Método constou

do acompanhamento de crianças em aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, no HMMSM,

através de orientação e apoio de equipe multidisciplinar, evitando a prática do aleitamento misto ou artificial.

Dentre os principais objetivos do presente estudo estão: a) Funcionar como iniciativa de saúde destinada a

realizar assistência continua através de equipes multiprofissionais; b) Desenvolver ações de promoção,

prevenção e apoio, realizando diagnóstico precoce, tratamento e reabilitação, características do nível primário de

atenção; c) Trabalhar no seu território de abrangência - a área que está sob sua responsabilidade. Resultados:

Entre 2009 a 2012, o número de consultas em crianças menores de 6 meses cresceu de 357 paara 835 e, o

aleitamento materno exclusivo cresceu de 74,63% para 78,30% de 2008 a 2012. Segundo a SIAB a taxa de arreia

em menores de 1 ano, caiu de 5 em 2008 para nenhum caso em 2012. O número de hospitalizações por

pneumonia, caíram de 7 casos em 2008 para nenhum caso em 2012. Conclusão: A implantação do Programa

trouxe benefícios para as crianças, mães e para o próprio município, que reduziu em 67% (sessenta e sete por

cento) os atendimentos e internamentos em crianças menores de 2 (dois) anos, conseqüentemente reduzindo os

custos municipais com a saúde, nesta dimensão. Portanto, este trabalho reafirma que o estímulo ao aleitamento

materno exclusivo, é uma fórmula relativamente econômica e segura de promoção da saúde, devendo ser

incentivada como prioritária, enquanto política pública.

Palavras-Chave: Aleitamento materno; Saúde infantil; Promoção da saúde

EExxcclluussiivvee bbrreeaassttffeeeeddiinngg uunnttiill ssiixx mmoonntthhss

ooff lliiffee iinn tthhee AArraarriippee RReeggiioonn

Abstract: Breastfeeding has been one of the most important and necessary as for better child development in the

first months of life . The literature has shown through numerous studies that this practice is able to prevent

metabolic and nutritional disorders , including at older ages . Since May 2009, the Municipal Hospital Marcelino

da Silva Mute ( HMMSM ) in Ipubi - PE , began offering as an health strategy , a program of exclusive

breastfeeding . The method consisted of monitoring of children exclusively breastfed until six months of life , in

HMMSM through guidance and support of a multidisciplinary team , avoiding the practice of mixed or artificial

feeding . Among the main objectives of this study are : a) Serve as health initiative designed to conduct

assistance continues through multidisciplinary teams , b ) Develop health promotion, prevention and support ,

1Professor da Universidade Federal do Ceará – UFC; 2 Professor da Faculdade de Medicina do ABC, Santo André, São Paulo; 3 Enfermeira. Especialista em Obstetrícia. 4 Médica Especialista em Saúde Pública e Saúde da Família; 5 Médico. Estado do Ceará.

Correspondente: E-mail: cí[email protected]

Interface Saúde

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ISSN on-line: 1981-1179

making early diagnosis, treatment and rehabilitation , the primary characteristics of attention, c ) Work on your

coverage area - the area that is under your responsibility . Results: Between 2009-2012, the number

of consultations in children under 6 months has grown from 357 to 835, exclusive breastfeedinghas grown

from 74.63% to 78.30% from 2008 to 2012. According to the SIAB the gear ratio among children under

1 year fell from 5 in 2008 to no cases in 2012. The number of hospitalizations for pneumonia fell from 7 cases in

2008 to no cases in 2012. Conclusion : The implementation of the program has brought benefits for children ,

mothers and the municipality itself , which reduced by 67 % (sixty -seven percent ) attendances and

hospitalizations in children under two (2 ) years , thus reducing municipal costs with health , this dimension

. Therefore , this study reaffirms that the stimulus to exclusive breastfeeding ,is a relatively safe and economical

formula for health promotion , and it should be encouraged as a priority , while public policy .

Keywords : Breastfeeding , Child Health , Health Promotion

Introdução

O aleitamento materno tem se constituído uma das medidas mais importantes e necessária para

um melhor desenvolvimento infantil nos primeiros meses de vida. A literatura tem demonstrado

através de inúmeros estudos que esta prática é capaz de prevenir distúrbios nutricionais e metabólicos,

inclusive em idades mais avançadas.

Mesmo com toda propaganda de incentivo governamental ao aleitamento materno, desde a

década de 80, no Brasil ainda tem se registrado baixos índices de amamentação exclusiva de bebês até

sexto mês de vida. Pesquisa do Ministério da Saúde tem reportado aumento nos índices de aleitamento

exclusivo até o quarto mês de vida, em torno de 35,5% em 1999 para 51,2% em 2008. Porém, ao

sexto mês, praticamente não foi alterado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009)

Incentivar ao aleitamento materno tem sido prática comum entre profissionais de saúde no

Brasil, que relatam índices relativamente satisfatórios de adesão das mães a essa modalidade.

Pesquisas apontam que entre 35% a 38,6% dos bebês são mantidos em aleitamento exclusivo até o

sexto mês (OLIVEIRA, CAMACHO, TEDSTONE, 2003; NARCHI, FERNANDES e GOMES, 2005;

FALEIROS et al, 2005). Carrascoza (2007) relatou índice de 47,5% de crianças em grupo que fora

incentivado, em aleitamento materno exclusivo até o sexto mês. O autor reportou que tal índice se

deveu às atuações efetivas da equipe interdisciplinar, a qual acompanhava as mães e os bebês, nos

encontros por ocasião das consultas pós natais, com esclarecimento de dúvidas, discussão sobre a

prática da amamentação e tratamentos de dificuldades diversas com o aleitamento.

Esses índices, ainda abaixo do preconizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que

defende que 100% das crianças deveriam se amamentadas exclusivamente até o sexto mês

(OLIVEIRA, CAMACHO, TEDSTONE, 2003; NARCHI, FERNANDES e GOMES, 2005;

FALEIROS et al, 2005; CARRASCOZA, 2007), mostram-se elevados em comparação a dados de

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outros estudos sobre o índice de aleitamento em crianças no Brasil, cujas mães não fizeram parte de

programas de incentivo ao aleitamento exclusivo e que assim, não receberam nenhum tipo de ajuda na

manutenção desta prática (KUMMER, et AL, 2000; PASSOS, LAMOUNIER, SILVA, FREITAS e

BAUDSON, 2000). Informações do Ministério da Saúde (2009) apontam uma média de 9,3% de

mulheres brasileiras que amamentam seus bebês de exclusiva até o sexto mês de vida.

Portanto pode-se inferir que as estratégias de incentivo e promoção ao aleitamento materno

exclusivo são importantes e necessárias para a manutenção da exclusividade na amamentação e na

prevenção do desmame de forma precoce. Dentre algumas dessas estratégias, há a Iniciativa Hospital

Amigo da Criança, que teve início em 1990, através do Fundo das Nações Unidas para a Infância –

UNICEF, conjuntamente com a OMS. Dentre os objetivos dessa iniciativa, considera-se a mobilização

dos funcionários de maternidades e hospitais, para que Sigam rigorosamente, as condutas e rotinas

preconizadas como adequadas à prática do aleitamento. Dessa forma, obtém-se o título de Hospital

Amigo da Criança, como forma de continuar motivando a instituição a cumprir os dez passos para o

incentivo ao aleitamento. Dentre eles, o de encorajar a formação de equipes de apoio à amamentação,

encaminhando as mães logo após a alta hospitalar (VANNUCHI, MONTEIRO, RÉA, ANDRADE e

MATSUO, 2008).

Dos fatores de risco a manutenção do aleitamento exclusivo, pode-se destacar a utilização da

chupeta (RAMOS, ALMEIDA, ALBERTO, TELES, SALDIVA, 2008), a primeira gestação,

(FRANÇA, BRUNKEN, SILVA, ESCUDER, VENÂNCIO, 2007; ALVES, GOULARD,

COLOSIMO, GOULARD, 2008) e o fato da mãe trabalhar fora do lar (OLIVEIRA, CAMACHO,

TEDSTONE, 2003; MASCARENHAS, ALBERNAZ, SILVA e SILVEIRA, 2006). Outros estudos

mostram que é crescente a participação das mulheres no mercado de trabalho e, que isso tem elevado o

desmame precoce (SCHWARTZ, D´ARCY, GILLESPIE, BOBO, LONGEWAY e FOXMAN, 2002;

DEARDEN et al, 2002). Os resultados sugerem que incentivar o aleitamento materno poderia

conduzir a índices menores de desmame precoce, entre mães que trabalham fora do lar.

O objetivo do presente estudo foi discutir a efetividade do trabalho de incentivo ao aleitamento

materno exclusivo no município de Ipubi, estado de Pernambuco, que desde maio de 2009, passou a

oferecer como estratégia de saúde, um programa de aleitamento materno exclusivo, no Hospital

Municipal Marcelino da Silva Mudo (HMMSM).

Método

O estudo se desenvolveu em Ipubi, município do sertão pernambucano que faz parte da

Mesorregião do Araripe (Figura 1). Uma região que representa 18,8% do território estadual e abrange

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ainda, os municípios de Araripina, Cedro, Bodocó, Exu, Moreilândia, Granito, Serrita, Santa

Filomena, Ouricuri, Verdejante, Santa Cruz, Trindade e Parnamirim.

Já teve como atividade predominante a agricultura, hoje tem a exploração da gipsita como a

maior atividade econômica. Esta região concentra 40% das reservas de gipsita, sendo um dos maiores

produtores de gesso e derivados, detendo 95% da produção nacional. Esta realidade gera cerca de doze

mil empregos diretos, sendo 60 mil indiretos (IBGE, 2008).

Mesmo assim ainda são produzidas hortaliças, grãos, mandioca, além da criação de bovinos e

aves, que junto com a apicultura são outras fontes de renda no município.

Figura 1 - Localização de Ipubi em Pernambuco

Fonte: IBGE, 2008.

A estratégia do Programa constou basicamente do acompanhamento exclusivo de crianças em

aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida, no Hospital Municipal Marcelino da Silva

Mudo (HMMSM). Esta se deu através de orientação e apoio de equipe multidisciplinar, evitando-se a

prática do aleitamento misto ou artificial. Dentre os principais objetivos do Programa foram: a)

Funcionar como iniciativa de saúde destinada a realizar assistência continua através de equipes

multiprofissionais; b) Desenvolver ações de promoção, prevenção e apoio, realizando diagnóstico

precoce, tratamento e reabilitação, características do nível primário de atenção; c) Trabalhar no seu

território de abrangência - a área que está sob sua responsabilidade.

O estudo, de natureza qualitativa e descritiva, foi feito através dos prontuários e registros do

Hospital, sobre as mães participantes do programa de Aleitamento Materno. Buscou conhecer os

resultados em termos dos principais indicadores nesta dimensão, a saber: adesão ao programa, medida

pelo número de mães cadastradas no programa; número de consultas após o nascimento do bebê, as

taxas de desnutrição, número de mães desistentes, número de mães em aleitamento exclusivo, dentre

outros. Tais indicadores estão disponíveis nos arquivos do Hospital Municipal Marcelino da Silva

Mudo (HMMSM), bem como disponibilizados no Sistema de Informação da Atenção Básica - SIAB,

que é um instrumento gerencial utilizado para Sistemas Locais de Saúde. Foi implantado em 1998

com a função de monitorar e avaliar as ações da atenção básica, disponibilizando sua base de dados na

internet, como ação estratégicas da política Ministerial da Saúde. Objetiva também fornecer

informações para orientar tomada de decisão dos gestores do SUS, e de outras instâncias sociais.

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Resultados e Discussão

Dados do HMMSM, apontaram que, entre 2009 a 2010, o número de consultas em crianças

menores de seis meses de idade, cresceu de 357 em 2009 para 835 em 2012. Até setembro de 2013

esse número já era de 795 consultas realizadas (Gráfico 1).

Gráfico 1 – Número de consultas em crianças menores de 6 meses de idade. Ipubi-PE, 2009-2013

Fonte: HMMSM

Em termos de aleitamento materno exclusivo ao sexto mês de vida, esses números se revelam

muito superiores ao de outros estudos, como por exemplo, no trabalho de Rea et al (1997), com

mulheres trabalhadoras em São Paulo, onde no sexto mês de vida, 40% das crianças amamentavam

ainda ao seio, mas nenhuma de forma exclusiva. Um estudo de Damião (2008) encontrou um

percentual de 11,2% de mães que trabalhavam e que mantiveram o aleitamento materno, não de

maneira exclusiva. Índices menores foram encontrados por Vianna, Rea e Venâncio e Escuder (2007),

que relataram que apenas 5,3% das mulheres trabalhadoras, participantes do estudo amamentavam aos

quatro meses de vida dos bebês. Índices como esse, tendem a ser encontrados em mães que não

participam de um Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno. Isso ocorre geralmente por não

receberem informações adequadas sobre aleitamento e sobre como superar as dificuldades no

processo.

Consultas

900

800

700

600

795 709

500

400

300

200

100

0

357

2009.

2010.

2011.

2012.

2013.

2009. 2010. 2011. 2012. 2013.

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As desistências na adesão ao programa caíram de 52 em 2009 para 22 em 2010. Esses

números por si representam um ganho importante, pois pode-se inferir que é previsível que mães que

estejam participando de um Programa de Incentivo ao Aleitamento Materno estejam mais motivadas e

dispostas a amamentar. Contudo, deve-se levar em conta que, na atualidade, as mães tendem a

trabalhar como forma de complementarem a renda familiar e, diante da legislação trabalhista,

geralmente são oficializadas formalmente. Portanto, sabe-se que algum percentual de desistência pode

se dever ao retorno ao trabalho, entre o terceiro e o quinto mês após o nascimento do bebê.

Atualmente, o Ministério da Saúde tem enfrentado essa situação, remunerando com o benefício da

licença-maternidade extendida até o sexto mês, quando a mãe se encontra amamentando

(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2009).

Os números de aleitamento misto caíram. Antes era de 11 crianças do programa em 2009 e

passou em 2010 para 4 crianças em aleitamento misto, antes dos seis meses de idade. O número de

mães que mantiveram apenas o aleitamento artificial, antes dos seis meses se manteve constante: 3 em

2009 e 3 em 2010.

Borges e Philippi (2003) informam que há uma insegurança materna quando da aproximação

do retorno ao trabalho. E que isso pode vir a ser um fator de risco na manutenção do aleitamento.

Assim, participar em programas de incentivo, onde há profissionais para disponibilizar informações

adequadas e práticas sobre aleitamento, pode representar um fator protetivo a mães e a criança, no

sentido de melhorar os números da manutenção do aleitamento materno exclusivo até os seis meses de

idade.

No mesmo período (2009-2010), o número de nascidos vivos, salta de 399 para 626, um

incremento de 56,89%. Caiu o número de bem como cai o número de hospitalizações por pneumonia

em crianças menores de 4 anos de idade de 61 casos em 2009 para 34 casos em 2012, uma queda de

45,16% (Gráfico 2).

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Gráfico 2 – Número de hospitalizações por Pneumonia em crianças menores de 4 anos de idade.

Ipubi-PE, 2008-2012.

Fonte: SIAB, 2013.

Dados do SIAB apontaram que o número de hospitalizações por desnutrição, em crianças

menores de 4 anos de idade caíram de 7 em 2008 para nenhum caso em 2012 (Gráfico 3).

Gráfico 3 – Número de hospitalizações por Pneumonia em crianças menores de 4 anos de idade.

Ipubi-PE, 2008-2012.

Fonte: SIAB, 2013.

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Os dados positivos apresentados neste estudo, reforçam a importância da manutenção e

criação de Programas desta natureza.

Conclusão

A implantação do Programa trouxe benefícios para as crianças, mães e para o próprio

município, que reduziu em 67% (sessenta e sete por cento) os atendimentos e internamentos em

crianças menores de 2 (dois) anos, conseqüentemente reduzindo os custos municipais com a saúde,

nesta dimensão. Portanto, este trabalho reafirma que o estímulo ao aleitamento materno exclusivo, é

uma fórmula relativamente econômica e segura de promoção da saúde, devendo ser incentivada como

prioritária, enquanto política pública.

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Como citar este artigo (Formato ISO):

MACEDO, C.C; ABREU, L.C.; HENRIQUE, A.M.; CRUZ, M.F.L.; OLIVEIRA, G.F.; CRUZ NETO, J.S.;

CRUZ, L.L; MARTINS, M.E.; CARVALHO, S.M.F.. Aleitamento Materno Exclusivo na Região do Araripe,

Brasil. Id on Line Revista de Psicologia, Novembro de 2013, vol.1, n.21, p. 35-44. ISSN 1981-1189.

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Silva et al. International Archives of Medicine 2013, 6:22 http://www.intarchmed.com/content/6/1/22

The biopsychosocial processes in autism spectrum disorder Edgar Bittner Silva1, Rosangela Filipini1, Carlos Bandeira de Mello Monteiro2, Vitor E Valenti1,3*,

Sionara Melo Figueiredo de Carvalho1, Rubens Wajnsztejn1, Maria do Carmo Andrade Duarte de Farias1,4,

Cícero Cruz Macedo1,5 and Luiz Carlos de Abreu1

Background The Autistic Spectrum Disorders encompass conditions

known as Autistic Disorder, Asperger Syndrome and

Pervasive Development Disorder - Not Otherwise Spe-

cified (PDD-NOS), which is diagnosed based on behav-

ior with differentiation determined by the presence or

absence and intensity (dimension) of symptoms. The

diagnostic criteria stipulate the age of about 3 years as

the basis its identification, but some signals are already

identifiable before that [1].

The etiology of autism is still largely unknown. Despite

the consensus about the biological and genetic basis of

* Correspondence: [email protected] 1Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica, Faculdade de

Medicina do ABC, Av. Príncipe de Gales, 821, 09060-650, Santo André, São

Paulo, Brazil 3Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Filosofia e Ciências,

Universidade Estadual Paulista, UNESP, Av. Hygino Muzzi Filho, 737, Marília SP

CEP: 17525-900, Brazil

Full list of author information is available at the end of the article

the disorder, it is believed that many genes and causes

contribute to the construction of the condition [1,2].

The neurocognitive theories such as the Theory of

Mind which is the ability to analyze the world from the

perspective of the other, the Executive Functions the

level of control the individual exercises over his/her be-

havior, memory and attention and Central Coherence,

the ability to integrate perceived information into a co-

herent whole [2] have contributed to a better under-

standing of the symptoms of the disorder, especially the

social deficit and its roots.

In this review we aimed to describe advances in the

study of biopsychosocial process of people diagnosed

with autism.

Method The Medline database (via PubMed) and Science Direct

(via Scopus) were searched using the following key-

words: "autism", "theory of mind", "executive functions",

"central coherence" and "fMRI". We used the "related

© 2013 Silva et al.; licensee BioMed Central Ltd. This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License (http://creativecommons.org/licenses/by/2.0), which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

Abstract

Background: Autism is a disorder characterized by pervasive social and communicative impairments, repetitive and

stereotyped behaviors and restricted interests. Its causes and effects have been researched from various

neurocognitive theoretical perspectives and with the aid of neuroimaging technology. We aimed to describe

biopsychosocial processes characteristic of the Autism Spectrum Disorders.

Method: Literature review using Medline and Scopus databases published between 2001 and 2011, with the

keywords "autism", "theory of mind", "executive functions", "central coherence" and “fMRI”.

Results: The studies found were plotted and organized into tables and an explanatory diagram of the main

findings was produced.

Conclusions: The most popular neurocognitive theories are still unable to fully explain the characteristics of the

complications that autistic spectrum disorder causes to the quality of life of individuals living with autism. The

association of clinical research and neuroimaging may contribute to a better understanding of the functioning of

the brain affected by the disorder.

Keywords: Autistic disorder, Mental disorder, Central coherence, fMRI

REVIEW Open Access

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Silva et al. International Archives of Medicine 2013, 6:22 http://www.intarchmed.com/content/6/1/22

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articles" in PubMed (U.S. National Library of Medicine

National Institutes of Health), which allowed us to get

the references of studies recovered during our research.

Publications were included in the analysis if any of

their titles or abstracts were available in English or

Portuguese. The review had its onset in July 2011 and

was completed in December 2011. Publications were ex-

cluded if published before 2000. Other studies of autism

that offered additional relevant information found in the

same database were also examined. Each publication was

reviewed to identify the author, study period, objective

and main contributions to the theme.

The data were plotted and organized into tables with

the types of selected studies and their indexing (Table 1)

and the summaries of the papers found on neurocognitive

explanatory theories of autism (Table 2) and findings

concerning the neurobiology of autism (Table 3) leading

to the production of a conceptual framework (Figure 1).

Results In the organization of the data we used the following ab-

breviations: AUT: Autism, ASD: Autistic Spectrum Dis-

order; AS: Asperger Syndrome, HFA: High-functioning

autism; TD: Typical Development; ToM: Theory of

Mind, EF: Executive Functions; CC: Central Coherence;

OCD: Obsessive-compulsive Disorder, ADHD: Attention

Deficit Disorder and Hyperactivity.

Discussion Autism is a spectrum disorder that affects the overall de-

velopment, characterized by impairments in social devel-

opment, limited verbal and nonverbal communication

skills and repetitive behaviors with restricted interests.

When thinking autism or autism spectrum disorders eti-

ology and pathophysiology should be taken into consid-

eration, besides the symptoms [2].

Functionally, there are different patterns of activation

and synchronization time across the cortical networks

with lowered functional connectivity affecting language,

working memory, cognition and social perception and

problem solving, hypoactivation of the fusiform facial area

[23,26], affecting facial recognition. Deficient activity of

Table 1 Publications and types of study related to the biopsychosocial process in Autism

Type of study Medline JCR-ISI SJR-Scopus

Review 5 6 5

Comparative Study 11 10 10

Experimental 10 10 10

Clinical Trial 2 1 2

Medline: Medical Literature Analysis and Retrieval System Online. JCR-ISI: Journal Citation Reports.

SJR-Scopus: SCImago Journal Rank.

mirror neurons in the inferior frontal gyrus has also been

reported [28].

From birth, the baby gives preferential attention to the

mother or caregiver's face, particularly the eyes, a phylo-

genetically built-in behavior with an important role in

the social development of the child [29]. As early as age

two a preference for paying attention to parts of the face

which have lower social significance than the eyes can

be noticed in individuals with autism.

Unlike what happens with typically developing individ-

uals, who consistently show activation of the fusiform

gyrus for this kind of stimulus, people with autism show

weak or no significant activation in this area, but show

activation of areas not commonly associated with facial

recognition [23]. Thus one can say that individuals with

autism 'see' faces using neural systems different from

those used by people of typical development. Also, it

should be noted that each individual uses a unique sys-

tem for processing the stimulus, reinforcing the notion

that the individual experiences play an important role in

the neurological development [23].

The characteristic symptoms of autism, particularly

the social deficit has received attention from many re-

searchers, with varying success, from three approaches

based on neurocognitive theories, namely the Theory of

Mind, Executive Dysfunction and Weak Central Coherence

[2,18,19].

The Theory of Mind (ToM) relates to our understand-

ing of mental states, whether they are beliefs, desires or

knowledge, which allows us to predict or explain the

behavior and attitudes of others [17]. In typically devel-

oping individuals, nonverbal tasks involving the attribu-

tion of intentionality showed activation, leading to

increased blood flow, especially in the right inferior and

medial prefrontal cortex and also the temporal lobes bi-

laterally and left cerebellum [20]. The studies reviewed

by Castelli et al. [22] also show activities associated with

the anterior cingulate cortex, an area in the anterior

temporal lobes near the amygdala, and in the superior

temporal sulcus (STS) in the temporoparietal junction,

having neuroimaging studies shown greater activation

in regions including the basal temporal area (temporal

gyrus bottom extending to the fusiform gyrus and

temporal pole adjacent to amygdala), and the STS in

temporo-parietal junction medial prefrontal cortex. In

individuals with autism spectrum disorders the authors

found decreased activation in this network.

The ability to understand their own emotional states,

as well as those of others, yet a consequence of deficits

in ToM, is also impaired, which implies consequences

on the ability to 'fit in', hampering their participation in

social contexts and contributing to the increased rates of

depression among these individuals. Even with improve-

ments in self-awareness resulting from experience and

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Silva et al. International Archives of Medicine 2013, 6:22 http://www.intarchmed.com/content/6/1/22

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Table 2 Summary of articles related to neurocognitive explanatory theories of Autism

Author, date Conclusions Contributions

Pisula, 2010 [2] Despite the progress, none of the theories can fully explain the neurocognitive complexity and impact of symptoms characteristic of ASD on the development of the individual.

Sheds light on the importance of research on the interaction between the various explanatory theories of autism among themselves and with individual characteristics.

Beaumont, Newcombe, 2006 [3]

Difficulties in the attribution of mental states by adults with AS cannot be solely attributed to weak central coherence, highlighting the need of taking into account aspects related to the ToM deficit.

Identifies differences between AUT and AS regarding the ToM and CC.

Miller, 2006 [4] Taking ToM into consideration the may help clinicians improve communication and language development of children.

Demonstrates the importance of ToM for language development, contributing for the practice on speech therapy.

Silani et al., 2008 [5]

Yang et al., 2009 [6]

Bogte et al., 2008 [7]

Geurts et al., 2004 [8]

van Lang et al., 2006 [9]

Noens, van Berckelaer- Onnes, 2004 [10]

Happé et al., 2006 [11]

Luna et al., 2007 [12]

Robinson et al., 2009 [13]

López et al., 2008 [14]

Teunisse et al., 2001 [15]

Belmonte, 2009 [16]

Jarrold et al., 2000 [17]

Rajendran, Mitchell [18]

Difficulties in emotional awareness are related to a hypoactivation of the anterior insula in individuals with AS and in people with TD, and particular difficulties in emotional awareness in individuals with AS are not related to impairments in self-reflection/mentalizing.

ToM is significantly correlated with inhibitory control. The performance on tasks of inhibitory control did not affect performance on ToM tasks.

The cognitive flexibility in people with high-functioning autism is similar to people with TD in simpler tasks, but with longer response time.

Children with HFA exhibit more widespread and deep problems in EF tasks than children with ADHD.

Adolescents with intellectual disability and comorbid ASD have CC weaker than people with equivalent age and IQ.

A wealer CC implies problems in making sense of the world and hence of communication in people with ASD and intellectual disability.

Findings suggest deficits in EF are less severe and persistent in people with AUT than people with ADHD.

While executive dysfunction is present throughout development, there is evidence for developmental progressions of EF in AUT.

People with ASD exhibit a specific pattern of executive dysfunction, difficulties with planning, inhibition of prepotent responses and self-monitoring that can vary with age.

Did not find a significant positive relationship between global and semantic processing in children with autism and children with TD.

Although not universal in the AUT, a weak CC and poor cognitive flexibility are significantly more common in people with AS than in those with TD.

ToM dysfunction is not universal in AUT, and is preceded in the development and predicted by abnormalities of attention, EF and language.

There is a relationship between individual differences in CC and the development of a ToM.

Advances in different paths have led researchers to understand AUT as a complex condition dependent on individual, qualitative differences.

Finds evidence that alexithymic symptoms are usually mediated emotional responses of second order.

Explores the relationship between EF and ToM emphasizing the role of inhibitory control.

Investigates the relevance of slowness of cognitive processes in the functionality of the person with AUT.

Reveals traits and executive dysfunctions shared among people with ADHD and HFA.

Presents CC as a possible tool for differential diagnosis between Intellectual Disability with and without comorbid AUT.

A better understanding of CC can assist in developing communicative focused individual interventions.

Describes the existence of different profiles for the deficits in EF for people with ADHD and AUT and shows improvement of the deficits with age and intervention.

Highlights the need for age-specific interventions aiming at improving the cognitive abilities of individuals with AUT.

Proposes a multidimensional notion of EF, with difficulties in planning, inhibition of prepotent responses and self-monitoring traits reflecting the ASD that are independent of IQ and verbal ability, and relatively stable throughout childhood.

Findings show that the CC is not a unitary construct, and may be composed of various skills, and indicate the possibility of subtypes of AUT.

The weak CC does not seem to be related to the severity of symptoms of AUT.

Recognizes the importance of ToM, but emphasizes the relevance of other cognitive functions and social development.

Relates the development and interactions, in individuals with AUT, of apparently independent cognitive mechanisms.

Highlights how the understanding of AUT has changed over time and takes into consideration the possibility and implications of recognizing AUT as a neurodevelopmental condition rather than a disorder.

motivation, persistent difficulty in learning compensa-

tory strategies in social communication is a barrier diffi-

cult to transpose [4,10].

The development of abilities related to ToM, however,

also depends on some internal mechanisms linked to the

so-called executive functions, cognitive processes that

make possible goal oriented complex behaviors that

evolve throughout development until mid-adolescence

[12]. They include abilities such as planning, working

memory, cognitive flexibility, response inhibition and

initiation, impulse control and action monitoring [13],

seeming to be associated with different regions of the

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Table 3 Summary of articles concerning brain morphophysiological and functional abnormalities

Author, date

Conclusions Contributions

Levy et al., 2009 [1]

Baron- Cohen et al., 2000 [19]

Castelli et al., 2002 [20]

Brunet et al., 2000 [21]

Castelli et al., 2000 [22]

Pierce et al., 2001 [23]

Scholz et al., 2009 [24]

Johnson et al., 2007 [25]

Kana et al., 2007 [26]

Schultz et al., 2000 [27]

Dapretto et al., 2006 [28]

Jones et al., 2008 [29]

AUT is not a monogenic disorder, in many individuals may be the result of a complex amalgam of multiple simultaneous genetic variations, and present morphological and functional brain abnormalities.

Unlike those with TD in ToM tests, patients with AS or AUT do not show activation of the amygdala when making mentalistic inferences from the eyes. The amygdala may be one of many abnormal neural regions in AUT.

The physiological cause for the mentalizing dysfunction in AUT can be a bottleneck in the interaction between perceptual processes of higher and lower order.

Attribution of intentions to others is associated with a complex brain activity involving the right medial prefrontal cortex when a nonverbal task is used.

The regions responsible for processing information about intentions and the ability to make inferences about the mental states of others may have evolved from the ability to make inferences about the actions of other creatures.

Compared to typical individuals, autistic "see" faces using different neural systems, unique to each individual.

There are neighboring but distinct regions in the right temporo- parietal junction involved in ToM and orientation of attention.

There is involvement of frontal and parietal attentional networks and sub-cortical excitatory systems in ADHD and a prefrontal cortex dysfunction in children with HFA.

The neural circuit linked to inhibition in individuals with ASD is atypically activated and is less synchronized, leaving inhibition to be accomplished by strategic control rather than automatically.

Individuals with ASD demonstrate during facial discrimination, a pattern of brain activity consistent with strategies based on characteristics or traits more typical of the perception of non-facial objects.

A dysfunctional mirror neuron system may underlie the social deficits of autism.

The behavior of eye contact is already noticeably compromised in children two years of age with ASD, accompanying the person with autism for life.

Highlights the importance of understanding biological markers, patterns of cortical organization and connectivity in advancing the treatment of AUT.

Highlights the role of the amygdala in the symptoms of ASD.

Relates the difficulties in understanding socially relevant movements in AUT to information processing in the visual cortex.

Presents data that validate hypothesis of abnormal brain activation in patients with impaired mentalizing.

Suggests evolutionary history for the abilities that make ToM.

Experiential factors play an important role in the development of the fusiform facial area, related to the processing faces.

Identifies difficulties in the investigation of brain functions that occupy regions close to each other or overlapping.

Provides detailed evidence of dysfunction in sustained attention in ADHD significantly higher than in HFA.

Identifies dysfunction in inhibitory cortical level, being disorganized and desynchronized.

Highlights possible dysfunction in processing stimuli related to biological and inanimate objects in ASD.

Substantiates hypothesis of the importance of mirror neurons in the development of social functions.

Subsidizes and highlights the importance of early diagnosis of ASD.

frontal lobes, with connections between the frontal and

posterior areas as well as subcortical and thalamic path-

ways; neural networks along the prefrontal cortex also

play an important role in executive functions [12].

Difficulties in planning, inhibition and self-regulation

during childhood seem to reflect the symptoms of aut-

ism [7,13]. Robinson et al. [13] found poor performance

in planning, response inhibition and self-regulation, but

preserved mental flexibility in people with ASD com-

pared with TD peers. Bogte et al. [7] found no significant

differences between people with high-functioning autism

(IQ ≥ 70) and controls regarding cognitive flexibility,

finding, however, longer response times for the first

when under medication.

Central coherence, another theory that attempts to ex-

plain the social deficit in autism is the ability to integrate

information into a coherent whole in perceptual and

conceptual level [14]. Seeing a wooden object in a rect-

angular shape, with a pair of doors with locks and han-

dles, one immediately recognizes it as a closet, as well as

eyes, nose and mouth in a particular arrangement is a

face. When there is a failure in this integrative mechan-

ism it is said that there is a weak central coherence.

A weak central coherence makes it hard for this indi-

vidual to recognize the stimuli that surround him glo-

bally, making the world a series of parts, instead of an

integrated whole, as in typical development subjects.

The impaired and limited communication skills of people

with autism are characterized by a lack of intentionality and

symbol formation, which may indicate that a specific cogni-

tive style underlies the development of deviant communica-

tion in autism. The central coherence theory may offer

insight into the communication problems specific to people

with autism assuming a lesser tendency towards a central

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Silva et al. International Archives of Medicine 2013, 6:22 http://www.intarchmed.com/content/6/1/22

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coherence leads to problems in trying to make sense of the

world and, consequently, communication [10].

In autism information processing seems to be prefe-

rably local, rather than global [9], there are indications

of excessive preservation of unnecessary connections of

short distance and relative lack of long distance connec-

tions, leading to low efficiency in information processing

that may help explain the tendency to focus on details

instead of the whole [7].

The results of Schultz et al. [27] regarding the poor acti-

vation of the fusiform gyrus may support the theory of

weak central coherence suggesting that, in individuals with

autism, processing the stimulus of sight of a face occurs so

that attention is paid to details, consistent with the pro-

cessing of non-facial stimuli, such as objects - elements

that depend on specific characteristics for identification,

rather than a configurational focus, the set of elements

which we call a face [30].

The three aspects studied, however, do not seem to act

alone, influencing each other. Jarrold et al. [17] found a

relationship between dysfunction in theory of mind and

a weak central coherence. The results of Beaumont and

Newcombe [3] support the explanation of autism by

ToM, also finding evidence of the influence of the

central coherence. For Yang et al. [6], ToM was signifi-

cantly correlated with inhibitory control. Performance

on tasks of inhibitory control, however, did not affect

performance on tasks ToM.

There are conflicting results. A weak central coherence

and poor cognitive switching for Teunisse et al. [15] do

not seem to be related to measures of the severity of

symptoms, to social understanding and social competence.

Even seeming to be significantly more common than in

typically developed individuals, a weak central coherence

and poor cognitive switching do not seem to be universal

for autism. For Belmonte [16], ToM dysfunction is not

universal in autism and is developmentally preceded and

predicted by changes in attention, executive function and

language.

None of these features is exclusive Autism, appearing

in other disorders such as ADHD [8,11,25] and also in-

tellectual disability [9], demanding an even more thor-

ough understanding of how these dysfunctions and

deficits are manifested specifically in these individuals.

Rajendran and Mitchell [18] have also done an extensive

review on the subject of both uniqueness and universal-

ity of the major cognitive theories coming to similar

conclusions.

Figure 1 Conceptual framework of Autism.

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Advances in studies using positron emission tomography

(PET) [20,22] and functional MRI (fMRI) [5,18,24,26,27]

have brought new information about the functioning of the

autistic brain, providing clues for building programs

pharmacological intervention to reduce symptoms and

psychosocial programs aiming at increased and improved

social participation of the individual with benefits for his/

her development.

The findings support Levy et al. [1] which propose,

from revised neurological studies seeing of autism as a

disorder of cortical organization that causes neuronal

deficits in information processing in the nervous system,

ranging from organization to synaptic connectivity and

brain structure.

An interesting new take on Autism has been provided

by the mnesic imbalance theory [31], according to

which, an imbalance between declarative and proced-

ural memory may answer for the symptoms of the dis-

order. Here, a faulty procedural memory, possibly due

to brain abnormalities and cerebellar maldevelopment,

hinders the development of functions related to ToM,

EF and CC and leads to an overuse of declarative mem-

ory as compensation. This theory is still disputed as there

is a lack of studies on declarative and non-declarative

memory in people with moderately low-functioning

autism [32].

Understanding Autism as a condition rather than a

disorder is also on the spotlight [18]. Findings related to

morphology, genetics and the most popular cognitive

theories on Autism have led some to see it as a different

“way of being”, which may, in the future, have impact on

policies, laws and interventions as people with Autism

become a vocal group such as the Deaf.

Our study is also interesting for others neurological

disorders [30,33-38]. A better understanding of brain

functioning and the consequences of autism for individ-

ual development may help us develop strategies better

attuned to its particularities [10], contributing to the re-

habilitation process of the person with autism.

Conclusion We conclude that individuals living with autism present

symptoms that set them apart from the contemporary

social model, reducing their quality of life. None of the

neurocognitive theories can fully explain the complica-

tions that the disorder brings to the quality of life of in-

dividuals with autism. Together they offer essential clues

to develop interventions. Neuroimaging studies contrib-

ute greatly to a better understanding of the functioning

of the brain affected by the disorder.

Competing interests The authors declare that they have no competing interests.

Authors‟ contributions All authors participated in the acquisition of data and revision of the

manuscript. All authors conceived of the study, determined the design,

interpreted the data and drafted the manuscript. VEV and LCA determined

the design and drafted the manuscript. All authors read and gave final

approval for the version submitted for publication.

Acknowledgements This group received support from School of Medicine of ABC.

Author details 1Laboratório de Delineamento de Estudos e Escrita Científica, Faculdade de

Medicina do ABC, Av. Príncipe de Gales, 821, 09060-650, Santo André, São

Paulo, Brazil. 2Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de

São Paulo, Av. Arlindo Béttio, 1000 Ermelino, Matarazzo, São Paulo SP CEP:

03828-000, Brazil. 3Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Filosofia

e Ciências, Universidade Estadual Paulista, UNESP, Av. Hygino Muzzi Filho,

737, Marília SP CEP: 17525-900, Brazil. 4Universidade Federal de Campina

Grande, R. Aprígio Veloso, 882, Cajazeiras PB CEP 58900-000, Brazil. 5Departamento de Pediatria. Faculdade de Medicina de Barbalha, CE.

Universidade Federal do Ceará, Av. da Universidade, 2853, Fortaleza CE, CEP:

60020-181, Brazil.

Received: 26 November 2012 Accepted: 4 May 2013 Published: 8 May 2013

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doi:10.1186/1755-7682-6-22 Cite this article as: Silva et al.: The biopsychosocial processes in autism spectrum disorder. International Archives of Medicine 2013 6:22.

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Herrero et al. International Archives of Medicine 2013, 6:45 http://www.intarchmed.com/content/6/1/45

Motor development of infants exposed to maternal human immunodeficiency virus (HIV) but not infected Dafne Herrero1,2, Paulo Rogério Gallo1, Mahmi Fujimori1,2, Carlos Bandeira de Mello Monteiro1,2,

Vitor E Valenti3, Carlos Mendes Tavares4, Sophia Motta Gallo1, Cícero Cruz Macedo2, Adriana G Oliveira2

and Luiz Carlos de Abreu1,2*

Background Motor development has been discussed and more inten-

sively investigated recently [1-3]. Theories try to explain

whether the main influence on its progress is the bio-

logical maturation or the environmental experience [4],

taking into account the importance of the initial bond of

the infant with the reference carer [5], and the fac-

tors that may cause cultural and clinical interference

[6-9].

As to the group of the main genetic and environmen-

tal issues that interfere in the child development, it is

known that the causes of morbidity related to pregnancy

* Correspondence: [email protected] 1Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de saúde, Pública da

Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil 2Laboratório de Delineamento e Escrita Científica. Departamento de Ciências

Básicas, Faculdade de Medicina do ABC, Av. Príncipe de Gales, 821,

09060-650, Santo André, SP, Brasil

Full list of author information is available at the end of the article

and labor appear more intensively in the first week [10].

During the neonatal period, however, the environmental

causes start to appear more frequently in the statistics,

expressed mainly through infections [11], which include

issues related to social and economic issues, maternal

educational level, maternal practices, attendance at the

day care center and use of drugs. Neonatal anoxia, low

birth weight, neonatal tetanus, and intrauterine infec-

tions [10], such as AIDS, are among the main causes of

morbidity and mortality of infants.

In developing countries, mainly Latin America coun-

tries, HIV infections spread more intensively among

women, which consequently increased the vertical trans-

mission rate, that is, the percentage of infections from

mother to child [12,13]. In Brazil, more specifically in

1985, the first case of a child with HIV was reported by

the Ministry of Health [14,15]. Currently, 30,000 new

cases of AIDS appear every year in Brazil and vertical

© 2013 Herrero et al.; licensee BioMed Central Ltd. This is an open access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License (http://creativecommons.org/licenses/by/2.0), which permits unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

Abstract

Background: To assess the motor development of infants exposed to maternal human immunodeficiency virus

(HIV).

Methods: Thirty infants were assessed in the period from November 2009 to March 2010 at the AIDS Reference

and Training Centre, in São Paulo, Brazil. The assessment instrument used in the research was the Alberta Infant

Motor Scale (AIMS). All 30 infants used the antiretroviral drug properly for 42 consecutive days, in accordance with

the protocol of the World Health Organization.

Results: Out of the total number of infants, 27 (90%) had proper motor performance and 3 (10%) presented motor

delay, according to the AIMS.

Discussion: This study demonstrated that only 10% of the assessed group had developmental delay and no

relation with environmental variables was detected, such as maternal level of education, social and economic

issues, maternal practices, attendance at the day care center, and drug use during pregnancy. It is important to

emphasize the necessity of studies with a larger number of participants.

Keywords: Motor development, Assessment, HIV/AIDS, Early intervention, Physiotherapy

ORIGINAL RESEARCH Open Access

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Herrero et al. International Archives of Medicine 2013, 6:45 http://www.intarchmed.com/content/6/1/45

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transmission accounts for 80%-90% of the cases of HIV

in children [16,17].

There are more vulnerable groups in the population.

In order to identify such groups, social, behavioral, and

political and institutional aspects are taken into account.

These are analyzed together with individual aspects and

specific conditions (Matida, 2010) [18]. The transmission

rate in developing countries remains increased due to

factors such as difficulty of diagnosis during pregnancy,

failure to follow the antiretroviral therapy or post-

exposure prophylaxis, and failure of total replacement of

the breastmilk with infant formula [19,20]. It should be

noted that in 1999, 39% of the infants of a mother with

confirmed diagnosis were still breastfed and Silva et al,

[21] stated that in a study conducted with two groups of

infected and non-infected infants, breastfeeding appears

as an additional risk of postnatal transmission. Ivers

et al. suggest in their study concluded that breast milk

substitution was safe, acceptable and feasible for HIV-infected

women choosing this option [22].

This vertical or mother-to-child transmission may

occur during the intrauterine life, labor, postpartum,

mainly during breastfeeding [21]. Statistics show that ap-

proximately 65% of the cases occur during labor, 35%

occur during the intrauterine period, mainly in the last

weeks of pregnancy, and breastfeeding represents an

additional risk of transmission of 7% to 22% [23]. Yoshi-

moto, (2005) [16] also says that the transmission occurs

mainly during labor and emphasizes that 70%-90% of

the cases are characterized by the late appearance of

symptoms in children and adolescents.

Among the infected infants and children there may be

manifestations such as weight-height deficit (clinical

finding in 69.5% of the cases before one year of age),

anemia, hypochromia (paleness due to deficiency of

hemoglobin), macrocytosis (increase of the size of the

red blood cells), atypical lymphocytes, lymphopenia (re-

duction in the number of lymphocytes), and mononucle-

osis (increase of the number of monocytes) (Smith et al,

2000) [24]. However, the action of the medication on the

development and growth of exposed children is still con-

troversial and more research is needed in order to deter-

mine what the real risks and benefits are. Therefore, we

aimed to verify the motor characteristics of non-infected

children born from mothers with medical diagnosis of

AIDS.

Methods Study population

The research was carried out after approval by the Inde-

pendent Ethics Committee of the AIDS Reference and

Training Centre and by the Ethics Committee of the

Public Health College of USP, in accordance with the

rules governing research on human beings of Resolution

No. 196/96 and No. 251/97 of the National Health

Council.

The aims of the research as well as the procedures

were previously explained to all parents or legal repre-

sentatives. The research was conducted only after the

consent forms were obtained from those responsible.

It was a cross-sectional study conducted in an out-

patient clinic specialized in assisting patients with HIV/

AIDS, from November 2009 to March 2010.

Infant profile

We investigated 30 full term newborns aged between

20 days and 18 months, out of which 19 were male and

11 were female. The infants were exposed to ARTs in

utero and were given prophylactic AZT after birth. The

primary exposure was ART prophylaxis. Most of them,

25, were born by cesarean section and 5 were born by

normal delivery (the latter being contraindicated in cases

of infected mothers). At the moment of assessment, the

viral load of the assessed infants was undetectable. They

were using or had already made use of the antiretroviral

for 42 days after birth (AZT, oral route). The medication

received by mothers during pregnancy was the combin-

ation of three of the following antiretroviral drugs: teno-

fovir, neviparine, kaletra, biovir, ritonavir, atazanavir, and

AZT, depending on each patient and the acceptance of

the combination of such drugs. Mothers who had

already been diagnosed with AIDS before pregnancy (10)

were already using ARVs. Five out of the remaining (20)

used the medication from the first quarter on, thirteen

from the second quarter on, and two of them did not

use it.

Assessment tools

Initially, a structured questionnaire was used. It con-

tained important information, such as gender, age, adhe-

sion to the treatment with antiretroviral, number of

people living in the same house, place where the infant

remains at home, and use of drugs.

The Alberta Infant Motor Scale, an observational scale

made by Piper and Darrah (1994) [25] to assess the

motor development of infants from birth until 18 months

was used to verify the motor development. Some of the

objectives of the scale are: (1) identify restrictions of the

neuromotor development of infants; (2) inform parents

about the motor activities that the baby performs, the

activities that the infant does not perform, and the activ-

ities that are being developed; (3) analyze the motor de-

velopment in a certain period of time or before and after

hospitalization; (4) measure the very small changes in

the motor development which cannot be identified

through more traditional methods; (5) act as a research

instrument in order to identify the effectiveness in

stimulation programs for infants with motor disorders.

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The score may be with percentile <5, indicating delayed

motor development; between 5 and 10, indicating potential

delay and the need for monitoring, and between 10 and 90

percentile, indicating proper development.

After the questionnaire and tests were applied, data

were verified through descriptive analysis.

Results The characteristics of patients and the results achieved are

shown in Table 1, where we observe that out of the 30

infants assessed, only 3 (10%) had a score below the 10th

percentile and the remaining 27 (90%) had the percentile

expected for the age.

Table 1 describes that adherence to treatment was verified

by the data as an undetectable viral load and antiretroviral

that was used in 100% of cases. As for the data received by

the group of stimuli, the place of residence in the house was

investigated (the location where the infant stays („spends

most of their time‟) greatly determines whether it favors the

reception of sensory information and diversity of motor ex-

perience), day care attendance and the number of people in

the house (besides detecting drug users among locations).

Discussion The population comprised of infected mothers and in-

fants exposed to HIV during pregnancy and breastfeed-

ing brings, in specific or global terms, certain demands

that involve environmental and biological factors related

to child development, which are considered harmful or

facilitators of such a process [26].

Table 1 Data obtained from the structured questionnaire and assessment through Alberta Scale

Maternal educational level *A to T **PSH ***PIH Day care center Use of drugs Result AIMS

1 finished college Y 5 floor Y N Adequate

2 finished college Y 3 cradle N N Adequate

3 finished high school Y 3 floor N N Adequate

4 finished high school Y 9 floor Y N Adequate

5 finished high school Y 4 floor Y N Delay

6 finished high school Y 3 floor N N Adequate

7 did not finish high school Y 4 cradle N N Adequate

8 finished high school Y 4 stroller N N Adequate

9 unfinished college degree Y 8 stroller N N Adequate

10 unfinished college degree Y 3 stroller N N Adequate

11 unfinished high school Y 4 floor N N Adequate

12 unfinished high school Y 7 floor N N Adequate

13 finished college Y 6 floor N N Delay

14 finished high school Y 3 floor N N Adequate

15 finished high school Y 6 floor N N Adequate

16 finished high school Y 4 floor N N Adequate

17 finished college Y 5 stroller N N Adequate

18 finished high school N 5 floor N Y Adequate

19 finished high school Y 3 floor Y N Adequate

20 unfinished high school Y 4 floor Y N Adequate

21 finished high school Y 6 bed Y Y Adequate

22 finished primary school Y 6 bed Y N Adequate

23 unfinished primary school Y 6 lap Y N Delay

24 unfinished primary school Y 6 floor Y N Adequate

25 did not study N 3 stroller N Y Adequate

26 finished high school Y 2 stroller N N Adequate

27 unfinished college degree Y 3 stroller N N Adequate

28 finished high school Y 5 floor N N Adequate

29 finished primary school Y 12 lap N Y Adequate

30 unfinished high school Y 4 bed N N Adequate

Y = yes, N = no, *A to T = adhesion to treatment, **PSH = people living in the same house as the infant, ***PIH = place where the infant remains at home.

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Ribeiro and Beltrane (2010) [27] explain that biological

risk factors can interfere in neuromotor development,

especially if there is a history of risk from birth up to

18 months. Pretti et al., (2010) [28], however, state that

the environmental risk factors are the main harmful

effects for motor development.

The mother-child relationship is considered a determin-

ing factor for full development of the child and family in-

volvement in the care dedicated to the infant. Paiva et al.,

(2010) [29] show us that the non-verbal communication

present in the situation of the mother with HIV and her

child causes attachment to the infant and increases the like-

lihood of identifying abnormalities in their development.

The uncertainty of waiting for the serology results and the

overprotection of their children are mentioned by Galvão

et al., (2010) [30] as some of the dilemmas and conflicts

present in the life of the infected mother.

Fernandes (2010) [19] demonstrates that, in Brazil, there

was not a reduction of the mother-to-child HIV transmis-

sion rate in the period from 2004 to 2007 and characterized

the following as determining obstacles of such non-

reduction: the low coverage for anti-HIV testing during

prenatal care, preventing treatment or efficient maternal

prophylaxis; and the incorrect use of rapid testing in the ad-

mission for delivery. Although there is prenatal exposure to

a drug, it is not possible to determine the immediate results

in a child, but such exposure can be a marker for a number

of variables that can have impact on development. Proper

intervention strategies require investigations to determine

which factors that expose children to the risk and protect

the ideal development [31].

Ribeiro and Beltrane, (2010) [27] mention that chil-

dren with biological risk history may have some impair-

ment regarding development aspects. According to

Jelsma et al., (2011) [32] children with HIV were signifi-

cantly delayed when compared to their HIV-negative

counterparts. Attention, motor function, and executive

function were particularly compromised among individ-

uals with HIV [33].

In the data shown in this study, it was identified that

only 3 (10%) out of the 30 infants presented delay in the

assessment instrument used and the influence of the use

of antiretroviral was not detected. That is, the prophy-

lactic use of antiretrovirals during the periods indicated

as being most suitable is one of the best strategies for

preventing AIDS in childhood [34,35] and probably it

does not imply delays in motor development. Yoshimoto,

2005 suggests that the prophylaxis with AZT in all

recommended periods and long term follow-up of infants

born to HIV positive mothers constitutes one of the best

strategies for preventing AIDS in childhood.

The use of drugs associated to the stimulus received at

home, at the day care center, or places attended by the in-

fant helps in preventing delay in motor and full

development. The environmental factors were also assessed

and are discussed below

a) maternal educational level: according to Haidar

et al., (2001) [36], the maternal educational level

can be considered an obstetric marker of risk for

the mother and the newborn. Knowing the

maternal perceptions about AIDS can provide

health professionals with more understanding

about their behavior. The group also

demonstrates that the educational level is related

to nutritional matters. Infant formula is offered to

replace breastmilk in order to prevent vertical

transmission [30]. However, information and

family participation are fundamental. Machado,

(2010) [34] mentions that it is important to

investigate the vulnerability to possible infant food

deficit and likely issues such as proper

information to mothers, understanding the

guidance provided by health professionals, care

when preparing the formula, access in the

quantity indicated by the Ministry of Health, and

availability at the points of delivery are factors

that contribute to make proper nutrition difficult.

In this study, the maternal educational level was

investigated. The three infants with developmental

delay had mothers with different educational

levels, thus, did not show any relationship in this

study.

b) social and economic issues: unemployment, poverty,

difficult access to health services and education, and

the number of people living in the house are factors

that may contribute to characterize economic

difficulties. Barcellos et al., (2009) [37] mention that

urban poverty represents a strong conditioning

factor for vertical transmission of HIV. However, the

action of health surveillance services in association

with the basic attention can overcome this tendency.

In Brazil, it is necessary to have prevention strategies

and health promotion, taking into account the social

context of the families living with HIV/AIDS [34]

During the investigations of these factors, the

possibility of any relationship between social and

economic issues and the three infants with

developmental delay (Table 1) was also not detected.

c) maternal practices and attendance at the day care

center: maternal practices can influence the

progress of infant development, for example, the

position in which the infant stays during the day

[3] and these practices change according to the

local culture [38-41]. North-American infants stay

more in prone, with differences found in other lo-

cations, such as British infants in supine, African

infants are encouraged to sit and walk early,

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Mexican infants spend much time on the lap and

Brazilian infants remain more in supine than in

prone [3]. Mei, (1994) [41] demonstrates that be-

havioral manifestations observed in infants in the

North of China lead to a restriction of child mo-

bility causing interference in motor development.

The act of attending a day care center should also

be taken into account in the infant development.

Identifying whether the infant goes to a day care

center provides information on how stimulated

he/she is. According to Rezende et al., (2010)

[42], infants improve their motor development

after they start to attend the day care center and

Amorim et al., (2010) [43] show us that the non-

participation in a day care center associated to

the decrease of the time spent with the mother

are linked to the delay in motor development. By

analyzing the results of this study, questions re-

lated to the most frequent position of the infant

at home and whether the infant spends certain

time at the day care center enabled different an-

swers and it was not possible to detect any

relationship.

d) use of drugs: in the studies conducted by Negrini,

(2004) [26] and Eyler et al., (1999) [31] it was

observed that there may impairment in the

development of infants whose mothers use drugs

during pregnancy. They add that such fact can be an

opening for the appearance of more factors of risk to

the development. The use of drugs by at least one

family member of the assessed infants appeared in

seven out of the 30 assessments. However, this

group mostly presented with appropriate motor

development, according to the evaluation criteria to

the Alberta Scale. Additionally in this context,

longitudinal infants are necessary by the number of

factors that can affect the course of their motor

skills.

Although environmental influence is crucial to the

development of the infant, it is important to

emphasize that some of these factors were verified in

this study, but the number of individuals with delay

did not enable any correlation test. In the descriptive

analysis, there was not any possible inferred relation-

ship between the assessed environmental factors, ma-

ternal educational level, social and economic issues,

maternal practices, attendance at day care center, and

the use of drugs with the delay in development.

Our study presents some points that are important to

be raised. The number of infants studied (30) is too

small to extract consistent conclusions. We suggest fu-

ture investigations. The educational and social back-

ground of the mothers is too heterogeneous, while the

longitudinal aspect for this group was only until the age

of two.

Conclusion It was not possible to verify the influence in the develop-

ment delay of the assessed group based on the environ-

mental variables assessed (maternal level of education,

social and economic issues, maternal practices, attend-

ance at the day care center, and use of drugs).

Competing interests The authors declare that they have no competing interests.

Authors‟ contributions DH, PRG, MF, CBMM, VEV, CMT, SMG, CCM, AGO and LCA participated in the

acquisition of data and revision of the manuscript. VEV, DH, LCA, CMT, AGO,

SMG and PRG authors conceived of the study, determined the design,

performed the statistical analysis, interpreted the data and drafted the

manuscript. All authors read and gave final approval for the version

submitted for publication. All authors read and approved the final

manuscript.

Acknowledgments The authors received the financial support from Public Health College of

Universidade de São Paulo and thank those who contributed substantially to

its completion and for English Grammar and Spelling review.

Author details 1Departamento de Saúde Materno-Infantil da Faculdade de saúde, Pública da

Universidade de São Paulo, São Paulo, Brasil. 2Laboratório de Delineamento e

Escrita Científica. Departamento de Ciências Básicas, Faculdade de Medicina

do ABC, Av. Príncipe de Gales, 821, 09060-650, Santo André, SP, Brasil. 3Departamento de Fonoaudiologia, Faculdade de Filosofia e Ciências, UNESP,

Av. Hygino Muzzi Filho, 737, 17525-900, Marília, SP, Brasil. 4Universidade da

Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira, Instituto de Ciências

Sociais Aplicadas, Campus da Liberdade Centro, 62790000, Redenção, CE,

Brasil.

Received: 28 November 2012 Accepted: 28 October 2013 Published: 31 October 2013

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doi:10.1186/1755-7682-6-45 Cite this article as: Herrero et al.: Motor development of infants exposed to maternal human immunodeficiency virus (HIV) but not infected. International Archives of Medicine 2013 6:45.

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Curso de Pós-graduação em Ciência da saúde

ANEXO B – CURRÍCULO DO ORIENTANDO

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Curso de Pós-graduação em Ciência da saúde

ANEXO C – CURRÍCULO DO COORIENTADOR

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Curso de Pós-graduação em Ciência da saúde

ANEXO D – CURRÍCULO DO ORIENTADOR