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CRIAÇÃO DE UM ARQUIVO DIGITAL CONTENDO OS PROJETOS APROVADOS PELO CBMPB WILLIANS DE SOUSA FÉLIX João Pessoa - PB 2018 CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR ARISTHARCO PESSOA CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS

CRIAÇÃO DE UM ARQUIVO DIGITAL CONTENDO OS PROJETOS ... · Na atual conjuntura mundial, a tecnologia da informação vem sendo desenvolvida em vários campos da sociedade e estando

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CRIAÇÃO DE UM ARQUIVO DIGITAL CONTENDO OS PROJETOS APROVADOS PELO CBMPB

WILLIANS DE SOUSA FÉLIX

João Pessoa - PB 2018

CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA PARAÍBA

DIRETORIA DE ENSINO, INSTRUÇÃO E PESQUISA

ACADEMIA DE BOMBEIROS MILITAR ARISTHARCO PESSOA

CURSO DE HABILITAÇÃO DE OFICIAIS

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CRIAÇÃO DE UM ARQUIVO DIGITAL CONTENDO OS PROJETOS APROVADOS PELO CBMPB

Artigo científico apresentado à Banca Examinadora, como requisito final para a aprovação no Curso de Habilitação de Oficias da Academia de Bombeiro Militar Aristarcho Pessoa do Corpo, de Bombeiros Militar da Paraíba.

Data da aprovação: _____/_____/2018.

BANCA EXAMINADORA

__________________________________________________ Arthur Tibério de Lacerda Vieira – MAJ QOBM

(Avaliador Externo - Professor Especialista)

__________________________________________________ Thales Pann Souza Rufino – CAP QOBM

(Orientador - Professor Mestre)

__________________________________________________ Susana Thaís Pedroza Rodrigues da Cunha – 1º TEN QOBM

(Avaliadora Interna - Professora Mestre)

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CRIAÇÃO DE UM ARQUIVO DIGITAL CONTENDO OS PROJETOS APROVADOS PELO CBMPB

Thales Pann Souza Rufino1

Susana Thaís Pedroza R. da Cunha2

Willians de Sousa Félix3

RESUMO O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, CBMPB é uma instituição incumbida legalmente de “prevenir e combater incêndios”, no âmbito do Estado Paraibano e, para tanto, é preciso desenvolver ferramentas que possibilitem desempenhar um trabalho de excelência. Na atual conjuntura mundial, a tecnologia da informação vem sendo desenvolvida em vários campos da sociedade e estando inserido neste novo contexto, o CBMPB também vem investindo na construção de arquivos digitais, bem como, desenvolvendo instrumentos tecnológicos para dinamizar o funcionamento da referida organização pública, como é caso do Protocolo Eletrônico que otimizou o envio de documentos internos na corporação. Além da mencionada ferramenta, o CBMPB utiliza, em conjunto com Polícia Militar do Estado da Paraíba, uma rede de Intranet, que é um sistema de gestão integrada, abrangendo arquivos de assentamento de boletins, financeiro, recursos humanos, operacionais, controle de gastos, dentre outros. Entretanto, o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba ainda arquiva os projetos de proteção contra incêndio, explosão e controle de pânico de forma ultrapassada, o que dificulta o acesso dos mesmos durante os atendimentos às ocorrências ou fiscalizações. Assim sendo, verifica-se a necessidade da criação, nos moldes da intranet utilizada pelo CBMPB, de uma base de dados que possibilite o acesso dessas informações aos Bombeiros Militares.

Palavras-chave: Bombeiros. Arquivos. Informações. Prevenção.

1Professor Orientador. Capitão, QOBM, do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Mestre em Administração, graduado em Engenharia de Segurança Contra Incêndio e Pânico e tecnólogo em Gestão Financeira. É gestor financeiro no Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba e consultor em Sistemas de Informação para a Saúde. E-mail: [email protected]. 2Professor Orientador. 1º Tenente QOBM, do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Pós-Graduada em Língua Portuguesa (2010) pela Universidade Federal da Paraíba. Instrutora da disciplina de Metodologia Científica do Curso de Formação de Oficiais Bombeiro Militar da Paraíba. E-mail: [email protected]. 3Aluno do Curso de Habilitação de Oficiais do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba. Bacharelado em Direito pela Universidade Estadual da Paraíba, Campus III - Guarabira, Paraíba (2011). E-mail: [email protected].

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1. INTRODUÇÃO

O Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB) é um órgão estatal

responsável por combater e prevenir incêndios. Neste contexto, a prevenção é a

fase mais importante da atuação bombeirística, pois os bombeiros fazem uma

minuciosa análise dos projetos de combate a incêndio, explosão e controle de

pânico, das edificações, para que os dispositivos preventivos sejam instalados em

conformidade com as normas técnicas.

De forma geral a prevenção tem o intuito de minimizar as ocorrências e as

perdas ocasionadas por incêndios que tomam grandes proporções em decorrência

da falta ou insuficiência de dispositivos preventivos nas edificações.

Diante da necessidade de dinamizar e tornar mais eficientes a atuação

estatal, diversos órgão públicos vêm desenvolvendo ferramentas tecnológicas para

alcançar a efetividade do serviço público.

Assim, embora a tecnologia da informação venha sendo amplamente

disseminada em vários campos da sociedade, o CBMPB ainda armazena de forma

tradicional os projetos analisados e aprovados por este órgão público, o que

inviabiliza a utilização das informações neles contidas pelas guarnições operacionais

em casos de incêndios ou emergências.

Neste sentido, observa-se a necessidade da criação de um acervo digital, que

possibilite o acesso às informações contidas nos projetos aprovados pelo Corpo de

Bombeiros, caso seja necessário à atuação deste órgão para combater incêndio,

explosão e controlar pânico, reduzindo, assim, perdas humanas e materiais, bem

como, acidentes envolvendo bombeiros em serviço.

Com efeito, essas informações podem ser armazenadas e disponibilizadas na

intranet do CBMPB que é uma rede corporativa a qual possibilita o controle de

acessso dos usuários em vários níveis, de acordo com a função que cada um ocupa,

pois, além de ser uma rede segura, possibilita que os militares autorizados acessem

com rapidez os projetos das edificações, através de dispositivos eletrônicos como

tablets, computadores e smartphones, de modo a orientar as guarnições que estão

empregadas nas ocorrências, através dos rádios de comunicação utilizados pelo

CBMPB.

Para desenvolver o trabalho em tela foi realizada uma pesquisa descritiva

observacional que identificou a necessidade da criação de uma base de dados

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contendo os projetos de combate a incêndio e controle de pânico, aprovados pelo

Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, para que as informações dos mesmos sejam

utilizadas pelo serviço operacional do CBMPB.

2. AS ATRIBUIÇÕES LEGAIS DO CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DA

PARAÍBA

O CBMPB é uma instituição centenária que tem como função precípua

combater incêndios, bem como, desenvolver pesquisa científica para a prevenção

dos mesmos, em conformidade com o disposto no Art. 2º Lei Estadual 8.444/2007,

que versa sobre a Organização Básica do Corpo de Bombeiros Militar do Estado da

Paraíba, abaixo descrito:

Art. 2º Compete ao Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba: I – prevenir e combater incêndios urbanos, rurais e florestais, bem como, realizar busca, resgate e salvamento; V – estudar, analisar, planejar, exigir e fiscalizar todos os serviços de segurança contra incêndio e pânico; IX – desenvolver pesquisa científica em seu campo de atuação profissional;

Prosseguindo nas atribuições conferidas ao CBMPB, a

Lei nº 9.625/2011 – que institui, no Estado da Paraíba, o Código Estadual de

Proteção Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico – estabelece que é

competência do CBMPB, adotar medidas de prevenção para dinamizar o

cumprimento das disposições legais, conforme disposto no respectivo

Art. 2º, in verbis:

Art. 2º compete ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado da Paraíba – CBMPB, através da Diretoria de Atividades Técnicas – DAT: I – estudar, analisar, planejar, normatizar, exigir e fiscalizar o cumprimento das disposições legais, assim como todo o serviço de segurança contra incêndio, explosão e controle de pânico na forma estabelecida nesta Lei;

No CBMPB a Diretoria de Atividades Técnicas, DAT e os Centros

de Atividades Técnicas, CAT’s, são incumbidos desenvolver as atividades de

“prevenção, inspeção e análise de projetos das Instalações Preventivas de Proteção

contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico nas edificações em construção ou já

concluídas e das áreas de risco”.

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As referidas atribuições se encontram materializadas nas disposições dos

Artigos 8º e 9º da Lei Estadual Nº 9.625, adiante descritos:

Art. 8º O Sistema de Segurança Contra Incêndio e Controle de Pânico, do Corpo de Bombeiros Militar é formado pela Diretoria de Atividades Técnicas - DAT e pelos Centros de Atividades Técnicas - CAT’s das Unidades Operacionais, tendo como finalidade desenvolver as atividades de prevenção, inspeção e análise de projetos das Instalações Preventivas de Proteção contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico nas edificações em construção ou já concluídas e das áreas de risco, nas suas áreas de atuação.

Art. 9º São funções da Diretoria de Atividades Técnicas, além das previstas no art. 19 da Lei nº 8.444 de 27 de dezembro de 2007:

I - praticar os atos de gerenciamento, regulação e execução das atividades inerentes ao Sistema de Segurança Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico do CBMPB; II - propor ao Comandante Geral do CBMPB a instituição e alteração das Normas Técnicas (NT’s) referentes à prevenção de Incêndios, Explosão e Controle de Pânico nas edificações e nas áreas de risco; III - orientar, na esfera de suas atribuições, os Serviços de Segurança Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico, realizados pelos órgãos de execução do CBMPB, nos casos de consultas técnicas ou recursos; IV - realizar análise, pesquisa e perícia das causas de ocorrência de incêndio, explosão e pânico.

3. A IMPLEMENTAÇÃO DE NOVAS TECNOLOGIAS E O PRINCÍPIO

CONSTITUCIONAL DA EFICIÊNCIA.

O Estado Brasileiro vem passando por constantes evoluções que refletem em

toda conjuntura estatal e tais transformações impõem que o Estado utilize melhor os

recursos disponíveis para, cada vez mais, oferecer serviços de excelência, em

consonância com o Princípio Constitucional da Eficiência, que é um dos pilares

alicerçantes da Administração Pública Brasileira, insculpido no Art. 37 da Carta

Magna.

Sobre o Princípio da Eficiência, Coelho (2009, p. 884) e Mello (2010, p. 122

apud Falzone, 1976) o conceituam como o “Princípio da Boa Administração”, vez

que a Gestão Pública deve procurar, dentro da legalidade, oferecer os serviços

públicos, com a utilização racional dos recursos investidos.

Ainda sobre o Princípio da Eficiência, Carvalho Filho (2012, p. 30) leciona que

“(...) a Administração deve recorrer à moderna tecnologia e aos métodos hoje

adotados para obter a qualidade total da execução das atividades a seu cargo,

criando (...) novo organograma em que se destaquem as funções gerenciais (...)”,

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evidenciando, assim, que a Administração deve se adequar às novas dinâmicas

sociais.

Em consonância com o Princípio Constitucional da Eficiência, o Estado

Brasileiro, seguindo as tendências mundiais da informatização e de digitalização,

vem investindo nos sistemas eletrônicos, pois os mesmos têm se difundido na

sociedade humana para facilitar a vida das pessoas e como o Estado é uma

instituição formada para garantir o bem comum, é preciso que o mesmo se adeque à

nova realidade social, de forma a garantir maior efetividade.

3.1. A implantação de tecnologias em alguns órgãos estatais

Diante desta conjuntura, nos dias atuais, toda instituição necessita estar

imersa no campo da tecnologia para assegurar a sobrevivência da mesma em um

mundo que está cada vez mais digital, como já vem sido implementado em diversos

órgãos estatais.

3.1.1. A implantação do processo digital no Tribunal Regional do

Trabalho da 13ª Região, TRT13

Alguns órgãos do Setor Público vêm investindo na informatização, como é o

caso do Tribunal Regional do Trabalho, 13ª Região, TRT13 que, em maio de 2008,

implantou o processo eletrônico, em uma das suas Varas do Trabalho. Tal projeto se

expandiu para outras varas e, atualmente, a digitalização dos processos se expandiu

em todo o Tribunal Regional do Trabalho, sendo uma realidade vivenciada, pois é

possível acessar os processos até de um telefone celular e ainda interagir,

digitalmente com alguns aplicativos a exemplo do whatsapp, instagram, facebook,

etc.

O Senhor Agenor da Costa Júnior, que é funcionário do Tribunal Regional do

Trabalho da 13ª Região, TRT13, e participou do processo de criação e instalação do

Processo Eletrônico naquele Tribunal, através de entrevista questionário, informou

que antes da informatização os servidores tinham dificuldades de prestar informação

sobre o andamento dos processos, pois precisavam encontrar os processos físicos e

isso levava tempo, diminuindo a produtividade dos mesmos.

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Diante de tal problema, seis servidores, que trabalhavam na Secretaria de

Informática do Tribunal do Trabalho da 13ª Região, desenvolveram um sistema para

visualizar e consultar despachos e certidões. Tal ferramenta diminuiu a necessidade

de servidores atendendo no balcão, para prestar informação, dando início à

implantação do Processo Eletrônico no TRT13 e, posteriormente, foi possibilitada a

consulta na internet, o que acabou toda a dificuldade acerca das consultas.

Conforme informou o servidor entrevistado, a adequação dos servidores do

Tribunal do Trabalho da Paraíba foi rápida, sendo necessária, apenas uma semana

de treinamento e outras duas de acompanhamento da capacitação dos funcionários

para manusear/operar o processo eletrônico, pois este já era uma realidade

vivenciada pela maioria dos servidores.

O Sr. Agenor evidenciou que até os funcionários mais antigos gostaram da

inovação eletrônica e se sentiram libertos das folhas do processo físico e até ficaram

mais motivados para o trabalho.

Assim sendo, os processos tradicionais de papel foram sendo digitalizados e

não mais foram inseridas novas folhas, pois as mesmas já eram geradas e juntadas

eletronicamente nos processos.

Com os avanços desenvolvidos no Tribunal do Trabalho do Estado da

Paraíba, o Ministro Corregedor do Tribunal Superior do Trabalho, TST, à época, viu

os grandes avanços com a implantação do Processo Eletrônico e decidiu expandir o

sistema de processo eletrônico em todos os TRTs do Brasil. Disseminando ainda

mais o processo eletrônico, em seguida, na mesma perspectiva, o Conselho

Nacional de Justiça, CNJ, decidiu padronizar os sistemas judiciários nos seus

diversos ramos e hoje, o Processo Judicial Eletrônico, PJe, está sendo utilizado na

Justiça Federal, do Trabalho, Estadual e Militar.

A implantação do Processo Eletrônico no TRT13 trouxe maior segurança, vez

que os processos, ao invés de estarem guardados em grandes arquivos de aço,

passaram a ser armazenados em locais bem menores, quais sejam, banco de

dados, postgres, em servidores locais protegidos, com redundância de servidores e

linhas de telecomunicação, sendo guardados em sala cofre.

Além da segurança e da economia de espaço, a digitalização dos processos

diminuiu o consumo de papel e toner, no TRT13, conforme demonstrado nos

gráficos a seguir:

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Com efeito, o servidor Agenor também destacou que, além do impacto

ambiental positivo, houve economia em outras áreas, a exemplo de tempo, redução

da mão de obra dos servidores, presteza de informação, etc., asseverando que

estes são exemplos que não podem ser quantificados, mas justificam todo o esforço

e recursos empreendidos.

Cumpre destacar que, como destacou o servidor entrevistado, dentre as

vantagens trazidas pela implantação do processo digital, também se encontra a

facilidade de localização e acesso aos mesmos, pelos magistrados, advogados,

servidores e pelas próprias partes, o que representa um enorme ganho no

desempenho na própria estrutura logístico-processual, representando um ganho

imensurável de tempo, assim como, com despesas em logística de manuseio e

deslocamento físico de materiais, processos, e pessoas (advogados, servidores,

partes e magistrados), convalidando-se em uma melhor e mais eficiente prestação

dos serviços judiciários;

Nesta perspectiva, fica evidente que o uso da tecnologia, através da

implantação do processo digital no Tribunal Regional do Trabalho da 13ª Região,

trouxe economia de papel e tonner e equipamentos de impressão, combustível,

tempo, assim como na logística da manipulação dos processos, além de trazer

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também, principalmente, expressivos avanços e melhoria dos serviços oferecidos

por aquele órgão judicial, à população jurisdicionada e, também, aos próprios

servidores do órgão.

3.1.2. A implantação do processo digital no Corpo de Bombeiros

Militar do Estado de Alagoas, CBMAL

Alguns Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, a exemplo do Corpo de

Bombeiros Militar de Alagoas, CBMAL, seguem a nova tendência mundial e vêm

investindo na criação de bases de dados digitais e na tecnologia da informação, para

conseguir melhores resultados no desempenho das atividades.

Para tanto, o CBMAL criou a Superintendência de Tecnologia, Informação e

Comunicação, STIC, com quadro específico de militares que são responsáveis por

desenvolver a Plataforma Eletrônica daquele Corpo de Bombeiros.

Com o intuito de atender as necessidades do CBMAL, a STIC criou alguns

sistemas operacionais, quais sejam: o Sistema de Gerenciamento Operacional

Unificado, SISGOU que possibilita a gestão de pessoal daquele corpo de bombeiros;

também criou o Sistema de Gestão de Ocorrências, SGO, “Fênix” que possibilita o

acompanhamento das ocorrências em tempo real, bem como, gerar certidões de

ocorrências, fazendo que o CBMAL sobrepusesse, na área de tecnologia, muitos

corpos de bombeiros, a nível de Norte e Nordeste”.

Na Área de Vistorias Técnicas, o CBMAL desenvolveu o Sistema de

Acompanhamento de Projetos, SAPS, que possibilita agendar o atendimento, a

emissão de boleto para pagamento de taxas, acompanhamento de projetos,

emissão de certificados de aprovação, dentre outros.

O SAPS, também possibilita que os militares pertencentes ao Setor de

Prevenção visualizem alguns dados referentes ao projeto como o memorial

descritivo, o certificado e as movimentações ao longo do processo de regularização

da edificação.

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4. A IMPLANTAÇÃO DO PROCESSO DIGITAL NO CORPO DE BOMBEIROS

MILITAR DA ESTADO PARAÍBA, CBMPB

O CBMPB faz parte da administração pública, assim, é imperioso que o

mesmo desenvolva mecanismos tecnológicos para dinamizar sua atuação, de forma

a oferecer serviços cada vez mais eficientes.

O Corpo de Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, criou o Setor de

Tecnologia da Informação que é gerenciado pelo Núcleo Seccional de Informática,

NSI, que é auxiliado pela Empresa SS Digital Informática LTDA, inscrita no

CNPJ/MF sob no nº 07.604.693/0001-70, que foi contratada para desenvolver o

Sistema de Informações do CBMPB.

No campo tecnológico, o CBMPB criou o Sistema de Protocolos Online, que é

um sistema desenvolvido para enviar, receber e despachar documentos internos,

com segurança e rastreabilidade, promovendo rapidez e economia na comunicação

institucional, uma vez que este serviço era feito por um militar específico, empregado

apenas para esta finalidade.

O CBMPB também utiliza em conjunto com Polícia Militar do Estado da

Paraíba uma rede de Intranet, para o assentamento de boletins, lançamentos

financeiros, recursos humanos, recursos operacionais, controle de gastos, dentre

outros.

No que diz respeito à comunicação via rádio, o Estado da Paraíba

aperfeiçoou o serviço de atendimento às emergência e adquir, adquirindo rádios

digitais, equipados com o Sistema TETRA, que possibilitam uma perfeita

comunicação.

O Sistema TETRA que equipa a comunicação utilizada atualmente pelo

CBMPB é um dos sistemas de rádio mais evoluídos do mundo e estes aparelhos

dispõem de Sistema de Posicionamento Global “Global Positioning System – GPS”,

que facilita a localização dos equipamentos onde quer que eles estejam.

4.1. Intranet

As Intranets são redes digitais particulares, nos moldes da tecnologia utilizada

na rede pública de internet, que são utilizadas pelas corporações, objetivando um

tráfego eficiente de informações em um só lugar, permitindo que integrantes

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autorizados pelas organizações, tenham acesso e compartilhem arquivos que estão

disponíveis naquela rede.

Nesta baila, a intranet é um sistema de gestão integrada, de fácil acesso e

manuseio, que permite a centralização das informções, disponibilizando-as para

todas as áreas da instituição em diferentes níveis de acesso.

Assim sendo, a intranet é uma ferramenta digital muito segura, pois utiliza

codificação criptográfica especial, que permite o acesso às informações das

instituições, através de uma rede pública, de modo prático e eficiente.

5. FALTA DE ACESSO ÀS INFORMAÇÕES, UMA DIFICULDADE JÁ

VIVENCIADA NO CBMPB

Nos dias atuais, toda instituição necessita estar imersa no campo da

tecnologia para assegurar a sobrevivência da mesma em um mundo que está cada

vez mais digital. Acontece que, mesmo estando na era das TICS – Tecnologias de

Informação e Comunicação, o CBMPB continua desempenhando muitas atividades

de forma manual, fato este que compromete a atuação do mesmo, uma vez que

limita a consulta, o armazenamento e a utilização das informações por ele

produzidas.

Quando o CBMPB for atender uma ocorrência é necessário que os bombeiros

empenhados no serviço tenham informações de todos os aspectos relativos ao local

para que haja uma atuação profissional com a minimização de riscos e perdas.

Embora o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba realize atividade de

prevenção através da DAT e dos CAT´s, este trabalho de suma importância para a

corporação tem sido subaproveitado, pois as informações existentes no setor de

vistorias não se encontram disponíveis para ser utilizadas pelas guarnições

operacionais, pois não existe uma base de dados digital – contendo os projetos de

proteção contra incêndio, explosão e controle de pânico, aprovados pelos referidos

setores competentes – que possibilite a utilização das mesmas. Dessa forma,

ficando a armazenar os projetos em papéis e em mídias que ficam arquivados em

armários de aço, tornando inviável a utilização das informações, pelas guarnições

operacionais, em caso de necessidade.

Assim sendo, a falta das referidas informações dificulta a atuação das

guarnições operacionais, subaproveitando os recursos e até colocando em risco

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desnecessários as pessoas e os próprios bombeiros evolvidos no atendimento às

ocorrências, vez que o Corpo de Bombeiros não utiliza com plena eficiência as

informações disponíveis a ele próprio.

5.1. Dificuldade no uso das informações, uma necessidade já apontada,

inclusive pelo público externo.

Corroborando com o tema em questão, é importante elencar que, em

palestra ministrada para os integrantes do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba,

no dia 19/10/2018, no Auditório da Escola Técnica de Saúde da Universidade

Federal da Paraíba, UFPB, na Cidade de João Pessoa, a Professora Dra. Angela

Amorim de Araújo4 expôs que tem crescido o número de incêndios em ambientes de

Unidades de Terapia Intensiva, UTI’s, devido à crescente utilização de

equipamentos eletrônicos nestes locais.

Angela Amorim de Araújo expôs que nos hospitais do Estado da Paraíba

existem setenta e três Unidades de Terapia Intensiva, cada uma com

especificidades e peculiaridades específicas e não existe qualquer procedimento

adotado pela rede hospitalar ou pelo CBMPB, em caso de incêndio nas referidas

localidades.

A doutora evidenciou que os profissionais da área da saúde não têm

equipamentos nem experiência para retirar os pacientes das unidades de terapia

intensiva em caso de incêndios nestes locais e as equipes do Corpo de Bombeiros

Militar da Paraíba não conhecem o interior dos hospitais nem as UTI’s o que provoca

demora no atendimento e pode comprometer a saúde e a vida dos pacientes

internos nestes setores hospitalares, caso necessitem ser retirados, em caso de

incêndio.

Nesta baila a professora palestrante destacou que se faz necessária uma

parceria entre hospitais e o CBMPB para desenvolver uma proposta de atendimento

nas UTI’s possua as plantas dos hospitais e que também resguarde o sigilo das

4 Angela Amorim de Araújo, Doutora pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS; Professora Adjunta da Universidade Federal da Paraíba/ETS na área de Emergência e UTI e Tutora em Suporte Básico de Vida /MS- Osvaldo Cruz.

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unidades hospitalares, pois, assim colabora para o sigilo médico, legalmente

garantido aos pacientes.

O assunto abordado causa uma grade preocupação na atividade bombeiro

militar, pois o que foi evidenciado na UFPB é apenas um flanco do real problema

enfrentado pelo CBMPB e na verdade é uma questão que vai além da falta de

informação relacionadas à rede hospitalar, sendo extensivo à todas edificações

queriadas pelo CBMPB, que se estende aos hospitais até os condomínios

residenciai, ou memso em complexos industrias instalados no Estado da Paraíba,

pois o setor operacional não conhece os locais citados.

5.2. Criação de uma base de dados e viabilidade de disponibilizá-la na

intranet do CBMPB.

Conforme é sabido, alguns projetos de Combate a Incêndio, Explosão e

Controle de Pânico contêm informações muitas vezes estratégicas sobre as

edificações, motivo pelo qual estes devem ser resguardados com maior sigilo.

Assim sendo, é necessário que as informações contidas nos projetos que

estão sob a posse do CBMPB estejam totalmente resguardadas, pois podem

descrever as instalações físicas de prédios, de empresas, dos produtos

armazenados, bem como podem conter segredos industriais e outros sigilos que não

podem ser divulgados ou disponibilizados para todo o efetivo do corpo de bombeiros

e, muito menos, para o público externo.

Nesta perspectiva o acesso aos referidos dados, pelo sistema de intranet

utilizado pelo CMBP é perfeitamente viável, pois além da intranet possuir níveis de

acesso ao sistema permite a rastreabilidade das conexões efetuadas, garantindo

uma completa supervisão na utilização das informações.

6. DISCUSSÃO

A prevenção é uma grande arma para reduzir grandes catástrofes, mas se por

algum motivo, o sinistro não for evitado, faz-se necessário uma resposta eficiente

para reduzir os riscos e prejuízos.

O presente trabalho esclarece que o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba,

através da DAT e dos CAT´s, realiza um trabalho de excelência no que diz respeito

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à prevenção, mas este trabalho de suma importância para a corporação é

subaproveitado, pois as informações existentes no setor de vistorias não são

utilizadas pelas guarnições operacionais.

A inserção dessa ferramenta, na intranet do CBMPB, permite que as

informações contidas nos referidos projetos supramencionados sejam utilizadas

pelas guarnições operacionais, o que pode tornar infinitamente mais eficaz a

atuação bombeiros militar.

Insta salientar que o CBMPB atende vários tipos de demanda, motivo este

que impõe aos bombeiros terem conhecimento acerca do local onde estão atuando

e da demanda que estão atendendo, para não serem vítimas dos sinistros, apenas

por falta de informação.

O tema abordado deve ser desenvolvido pois em caso de sinistros, mesmo

estando o local vistoriado e aprovado pelo setor competente do corpo de bombeiros,

as guarnições operacionais não conhecem as edificações, nem quais os materiais

dispostos naquele ambiente, quais são as rotas de saídas, onde está localizada a

rede de hidrantes, se há central de gás, se há caldeiras, se há gerador, se tem

elevador e outras tantas outras informações que são extremamente importantes

para o atendimento da ocorrência.

Assim sendo, pode-se observar que a falta das referidas informações dificulta

a atuação das guarnições operacionais, colocando as pessoas e até os bombeiros

evolvidos no atendimento das ocorrências em riscos desnecessários, em detrimento

da falta de informações vez que o Corpo de Bombeiros não utiliza as informações

disponíveis a ele próprio.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As instituições governamentais vêm investindo na criação e desenvolvimento

das áreas de tecnologia, de forma a dinamizar o atendimento e aperfeiçoar os

serviços públicos oferecidos, com a utilização racional dos recursos disponíveis.

Nesta perspectiva, visualiza-se que a criação de uma base de dados

contendo os Projetos aprovados pela Diretoria de Atividades Técnicas, DAT ou pelos

Centros de Atividades Técnicas, CAT´s, depreende um investimento pequeno, pois

tal proposta pode ser executada com a utilização de recursos já existentes no Corpo

de Bombeiros do Estado da Paraíba.

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Conforme foi esboçado, a partir da criação da base de dados contendo os

projetos, os mesmos podem ser acessados, de forma segura, a partir do sistema de

intranet que já é utilizada com disponibiliza de forma segura e por outro lado é

possível utilizar o sistema de GPS disponível no Sistema de Rádios de

Comunicação para localizar para localizar os militares empenhados nos sinistros.

Assim sendo, a interligação dos referidos sistemas traz benefícios

incalculáveis, pois permitem que se conheça os locais sinistrados e os entornos,

garantindo uma atuação mais eficientes que pode salvar vidas, inclusive a dos

bombeiros que estão expostos aos perigos existentes nas ocorrências e precisam

conhecer todos os detalhes do local onde estão trabalhando.

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 27. ed. São Paulo: Malheiros, 2010. MENDES, Gilmar Ferreira; COELHO, Inocêncio Mártires; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 4. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009. CARVALHO FILHO, José dos Santos. Manual de Direito Administrativo. 25. ed. rev., ampl. e atual. até a Lei nº 12. 587, de 2012. São Paulo: Atlas, 2012. PARAÍBA. Lei Nº 8.443, de 28 de dezembro de 2007. Dispõe sobre o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba, fixa o seu efetivo e dá outras providências. Disponível em: http://sapl.al.pb.leg.br/sapl/sapl_documentos/norma_juridica 12632_texto_integral. Acesso em 24 ago. 2018, 11:00:53. PARAÍBA. Lei Nº 8.444, de 28 de dezembro de 2007. Dispõe sobre a organização básica do Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba e dá outras providências. Disponível em: http://sapl.al.pb.leg.br/sapl/sapl_documentos/norma_juridica /8860_texto_integral Acesso em: 24 ago. 2018, 11:45:13. PARAÍBA. Lei Nº 9.625, de 27 de dezembro de 2011. Institui O Código Estadual de Proteção Contra Incêndio, Explosão e Controle de Pânico e dá outras providências. Disponível em: http://sapl.al.pb.leg.br/sapl/sapl_documentos/norma_ juridica/10239_texto_integral. Acesso em: 24 ago. 2018, 12:13:25.