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CRIAÇÃO DE DOUTORADO EM BIOINFORMÁTICA

CRIAÇÃO DE DOUTORADO EM BIOINFORMÁTICAbiodados.icb.ufmg.br/cromatina/criamd.doc · Web viewREDES NEURAIS E ARTIFICIAIS PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS SISTEMAS NEBULOSOS Na área

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CRIAÇÃO DE DOUTORADO EM BIOINFORMÁTICA

UFMG - Junho de 2002

Histórico da proposta de criação de doutorado em Bioinformática

A Universidade Federal de Minas Gerais, através de sua Pró-reitoria de Pesquisa,

vem procurando estimular a cooperação entre grupos de pesquisa das áreas de Ciência da

Computação, Engenharia e Estatística com grupos de pesquisa das áreas Biológica e

Química, no sentido da criação de grupos de pesquisas interdisciplinares de Bioinformática.

Esta iniciativa resultou de um planejamento estratégico baseado nos seguintes fatos:

1. A constatação da existência de grupos de pesquisa nas citadas áreas, que têm

qualificações que se complementam para o desenvolvimento de pesquisas de alto

nível no campo da Bioinformática, notadamente nas áreas aplicadas à genômica e

à modelagem molecular. Muitos destes grupos já produzem, por iniciativas

isoladas, trabalhos, teses e monografias relacionadas com a Bioinformática. Um

núcleo de Bioinformática encontra-se em operação executando a Bioinformática

da Rede Genoma de Minas Gerais e três laboratórios participantes da Rede

Genoma Nacional também participam da anotação de genomas bacterianos. Há

grupos envolvidos em Modelagem molecular e em estudos estruturais de

moléculas. Pesquisas de novos genes em diversas áreas têm utilizado requerido a

aplicação de Bioinformática no detalhamento dos produtos gênicos. Ocorre um

grande interesse, por outro lado, da comunidade científica da UFMG em tornar

essas atividades multidisciplinares, aumentando a relevância e a produtividade nas

análises Bioinformáticas.

2. Reconhecimento de que o Brasil e a UFMG, em particular, precisam avançar na

sua capacidade de pesquisa em Bioinformática, como um instrumento estratégico

para a utilização racional dos dados genômicos disponíveis e que vêm sendo

produzidos na própria Universidade, preparando-se para uma inserção significativa

na chamada era pós-genômica, de transformação da informação genômica em

conhecimento científico e tecnológico.

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3. Diagnóstico de que a UFMG possui uma adequada infra-estrutura computacional

associada a estes grupos, bem como sedia um Centro Nacional de Processamento

de Alto Desempenho (CENAPAD-MG/GO) que já tem trabalhado na área de

Bioinformática desde 1995 e catalizou já a formação de um Núcleo de

Bioinformática. A infraestrutura computacional da Rede Genoma de Minas Gerais

também está sediada na UFMG, com participação do ICB e do

CENAPAD-MG/CO. Além disso, uma colaboração LCC/ICB está instalando uma

sala de aulas em ambiente Linux que opera, no período noturno, como um

supercomputador e no período diurno, como sala de aula para Bioinformática. A

par disto, os docentes que compõe o corpo docente também têm acesso, em suas

unidades, de estruturas de ensino e pesquisa consolidadas, aplicáveis ao ensino e

pesquisa em Bioinformática.

4. A existência de cursos de pós-graduação consolidados e com reconhecimento

nacional e internacional nas áreas afins, que poderão dar suporte logístico e

científico à indução de pesquisas interdisciplinares em Bioinformática.

Particularmente, o Departamento que sediará o curso apresenta a classificação 7 e

o quadro sinótico dos docentes apresentado neste documento dá suporte à criação e

manutenção de um Doutorado em Bioinformática.

Neste contexto, o convite aberto pela CAPES para apresentação de propostas de

cursos de Doutorado em Bioinformática veio fornecer o estímulo valioso para a

concretização e viabilização desta idéia, que conta com o apoio das Pró-reitorias de

Pesquisa e de Pós-graduação. A resposta à carta consulta da UFMG foi bem sucedida,

como pode ser comprovado pela correspondência anexada, o que garante o aporte de

recursos especiais para a implementação do Doutorado em Bioinformática, pelo período de

cinco anos. O processo de implementação deste novo curso ocorre, portanto, em condições

especiais por ter induzido e requerendo um intervalo de tempo reduzido para todos os

trâmites. Apesar disso, a proposta da UFMG alcançou o mperito necessário dado o grante

interesse e envolvimento da comunidade cienfífica de nossa Instituição, das Câmaras

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Departamentais dos departamentos com docentes envolvidos, das Diretorias dos Institutos

que colaboram e da Pró-reitorias de Pesquisa da UFMG.

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Objetivos e justificativa do doutorado em Bioinformática

Os objetivos principais da criação do curso de Doutorado em Bioinformática

abrangem (i) a consolidação das atividades de pesquisa na área, ampliando e tornando

permanente as atividades de um núcleo de Bioinformática que já se desenvolve em nossa

Instituição, através da disponibilização de ambiente e recursos adequados para o

desenvolvimento de atividades acadêmicas e (ii) a formação de Doutores em

Bioinformática, proporcionando-lhes um aprofundamento do saber em Bioinformática que

permita alcançar o padrão de competência científica ou técnico-profissional na área. Por

esse motivo é proposta a criação, num primeiro momento, de apenas uma área de

concentração no novo programa: área de Bioinformática. Desta forma, espera-se que a

UFMG sedie permanentemente um núcleo de Bioinformática que se torne referência

regional, nacional e internacional, em caráter permanente, mesmo subsequentemente ao

término do processo de indução catalisado pela CAPES. Os referidos recursos de indução

têm fluxo independente, extra PROF e para a aceitação da proposta da UFMG, foi

demonstrada a existência da infra-estrutura básica apropriada para o início do programa

(ver adiante).

Também em atendimento ao edital da CAPES, os seguintes ítens foram incluídos

como objetivos complementares:

1. Criação de bases de dados locais (de seqüências, de estruturas, bancos relacionais,

dentre outros) com os resultados da pesquisa, que possam alavancar novas

investigações não só na UFMG, como também em outras instituições;

2. Instalação de pacotes de software e desenvolvimento de novas ferramentas -

originais ou por adição de paralelismo ou automatização;

3. Fomentar intercâmbio, através de estágios sanduíche, com Instituições de pesquisa

colaboradoras, no país e no exterior;

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4. Organização de eventos de alto nível na esfera da Bioinformática.

Esta proposta é resultante de um consórcio de vários departamentos da UFMG,

sediados no Instituto de Ciências Biológicas (departamentos de Bioquímica e Imunologia,

Biologia Geral, Farmacologia, Fisiologia e Biofísica), no Instituto de Ciências Exatas e

Escola de Engenharia (departamentos de Ciência da Computação, Estatística, Engenharia

Elétrica e Eletrônica e Química). Por esse motivo, é importante ressaltar que para a criação

do curso não haverá a necessidade de contratação de docentes, estando prevista a

participação eventual de professores visitantes.

Com o grande interesse acadêmico que a consulta da CAPES despertou e a

experiência prévia dos departamentos que suportam a proposta em ensino de pós-

graduação, estamos confiantes em implantar com sucesso o programa de Doutorado em

Bioinformática.

A proposta visa o preenchimento estratégico de uma lacuna importante no domínio

tecnológico e científico e estará sendo criada em colaboração com cursos já existentes, o

que implica em beneficiamento desses programas por transferência de conhecimento em

bioinformática, em retorno. A inserção do novo programa no desenvolvimento regional é,

por isso, espontânea e natural.

Embora de natureza claramente multidisciplinar, contando com a participação de

docentes de departamentos diferentes e que participam de cursos de pós-graduação em seus

departamentos de origem, o curso de doutorado em Bioinformática estará ligado,

administrativamente, ao Departamento de Bioquímica e Imunologia, tendo colegiado e

coordenação próprias.

A articulação entre ensino e pesquisa se dará através da criação de disciplinas com

caráter avançado, oferecidas como disciplinas optativas. Nelas, o resultado do

desenvolvimento de massa crítica em determinadas especialidades imediatamente constitui-

se em ambientes de treinamento para todos os membros do programa, estudantes, que

certamente habilitarão os grupos de pesquisa dos quais fazem parte.

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A interação com a graduação num primeiro momento se dará pelo envolvimento

de estudantes de iniciação científica trabalhando em colaboração com os estudantes de

doutorado. Experiências deste tipo já ocorrem naturalmente em projetos de bioinformática

que estão em andamento, mesmo sendo patrocinados por programas existentes. À criação

de disciplinas de pós-graduação naturalmente se segue o oferecimento de disciplinas

similares oferecidas aos diversos bacharelados dos departamentos integrantes. Ou o

contrário. Isso contribui para o crescimento de um ambiente crítico em seus vários níveis

acadêmicos.

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Corpo docente

1. Qualificação

Todos os 39 docentes têm doutorado, sendo que há uma grande diversidade em

relação à Instituição onde se titularam. Cerca de 46% se titularam no Brasil, mas o fizeram

em 5 diferentes Instituições (com predominância da UFMG – 18%, sendo as demais USP,

UFRJ, PUC/RJ e UFPb). Os demais se titularam no exterior, com predominância dos EUA

– 26%, sendo os demais países a França, o Reino Unido, o Canadá e a Suíça. Muitos

docentes têm pós-doutoramento no exterior.

2. Composição

O quadro docente é constituído de 22 docentes permanentes e 17 docentes

participantes (veja quadro sinótico adiante). Há o propósito, como mencionado, de

contratarmos 1 ou 2 professores visitantes para reforçarmos áreas consideradas estratégicas

para o desenvolvimento e consolidação do curso.

3. Dimensão

O quadro docente ultrapassa, em muito, o que poderia ser considerado um número

mínimo para atender à oferta inicial de vagas e de disciplinas. Isto reflete o interesse

existente pelo curso de Bioinformática e o potencial de desenvolvimento desta área na

UFMG. A maioria dos docentes está envolvida em cursos de pós-graduação em áreas

relacionadas à Bioinformática.

4. Regime de trabalho

Todos os docentes permanentes trabalham em regime de tempo integral e

dedicação exclusiva e, dos docentes participantes, apenas um não trabalha neste regime.

5. Relação orientando/orientador

O número inicial de vagas será definido logo após a constituição do colegiado do

curso, que o proporá à Pró-reitoria de Pós-graduação. Para o estabelecimento deste número

será levando em conta a disponibilidade dos orientadores do curso, bem como o potencial

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de candidatos com o perfil adequado. A expectativa é que o número inicial de alunos será

bastante inferior à capacidade de orientação. Com o tempo esta relação deverá aumentar, se

aproximando da relação ideal, a ser estabelecida.

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CURRICULA DOS DOCENTES:

As versões impressas dos Curricula dos docentes, extraídos do sistema Lattes,

encontram-se anexados ou podem ser acessados diretamente no CNPq pelos links de acesso

reunidos no endereço abaixo:

http://www.cromatina.icb.ufmg.br/lattes.htm

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QUADRO SINÓTICO DO CORPO DOCENTE (parte 1)

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QUADRO SINÓTICO DO CORPO DOCENTE (parte 2)

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QUADRO SINÓTICO DO CORPO DOCENTE (parte 3)

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QUADRO SINÓTICO DA PRODUÇÃO CIENTÍFICA

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LINHAS DE PESQUISA

O programa de doutorado em Bioinformática terá o suporte das seguintes linhas de

pesquisa, atualmente em desenvolvimento com as especializações mencionadas:

1. Bioinformática Genômica

Projeto genoma de eucariotos (Schistosoma mansoni, Trypanosoma cruzi), procariotos

(Chromobacterium violaceum) e vírus (vírus da dengue);

Aplicação de agentes móveis e bancos de dados orientados a objetos na base de

conhecimento sobre Schistosoma mansoni;

Anotação automática de seqüências de DNA;

Construção de ferramentas para análise de sequências de DNA e proteínas;

Algoritmos eficientes e paralelos para análise de sequências, árvores filogenéticas,

estrutura protéica e de macromoléculas.

Diversidade genética e evolução molecular humana.

Diversidade genética e evolução molecular - aplicações à biodiversidade.

Probabilidade e processos estocásticos aplicados à genômica.

Inteligência computacional aplicado à genômica;

Mineração de dados aplicados à genômica.

2. Bioinformática de Biomoléculas

Proteômica de venenos de animais peçonhentos (Phoneutria nigriventer e Tityus

serrulatus);

Algoritmos para visualização de modelos moleculares;

Análise estrutural automática de proteínas.

Modelagem Molecular (ligantes de DNA, toxinas animais e proteínas).

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3. Bioinformática Funcional

Processamento e análise automáticas de imagens biológicas e médicas.

Telepresença em sistemas biológicos.

Farmacogenômica.

Expressão gênica diferencial.

Engenharia de software: armazenamento e análise de registros eletroforéticos

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INFRA ESTRUTURA FÍSICA e FINANCEIRA

Bases de dados necessárias para pesquisa em Bioinformática estão instadas no

CENAPAD-MG/CO por necessidade de condução das análises bioinformáticas da Rede

Genoma de Minas Gerais. São mantidas atualizadas as bases de dados de sequências de

proteínas e nucleotídeos. A UFMG mantém também um espelho da base de dados PDB,

com arquivos de coordenadas espaciais de moléculas. A conecção à Internet é de ótima

qualidade em todas as unidades e a UFMG dispõe de sistema de colaboração (ambiente

Lotus QuickPlace e Sametime) extensivo a todos os seus docentes e alunos. O serviço de

bibliotecas está bem estabelecido e já dá suporte adequado aos vários cursos de pós-

graduação que colaboram na construção do doutorado em Bioinformática. A literatura

específica em Bioinformática ainda não é encontrada na forma de periódicos em papel,

todavia muitos periódicos são de livre acesso.

Infra estrutura de pesquisa (laboratórios, recursos computacionais, oficinas e demais instalações exigidas pela especificidade do curso)

Descrevemos abaixo a Infraestrutura correntemente utilizada pelos docentes-

pesquisadores envolvidos no encaminhamento da Proposta. É possível que consideráveis

peças de infraestrutura tenham sido deixadas de lado nesta relação, pois recursos vários dos

Departamentos envolvidos podem certamente ser usados ocasionalmente, dependendo do

perfil dos estudantes engajados na pesquisa.

1. Recursos Computacionais do CENAPAD-MG/CO

Multiprocessador IBM SP-2 com 48 processadores;

Multiprocessador Sun E10000 com 32 processadores e 17GB de memória RAM;

Cluster Intel com 12 nós bi-processados, com 4G de memória cada;

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2 servidores Intel bi-processados, com 8G de memória cada.

O CENAPAD-MG/CO também está disponibilizando, além dos recursos citados

acima a primeira instalação dedicada ao curso de bioinformática, um laboratório de

computadores linux que são usados como pontos de trabalho pelos alunos, mas cujos

processadores são também utilizados em um cluster de supercomputação nos momentos em

que estão ociosos. Nestes computadores estão sendo executados programas aplicados à

bioinformática genômica. Além do CENAPAD estão participando desta iniciativa os

departamentos de Ciência da Computação e de Bioquímica e Imunologia.

2. Recursos Computacionais do Departamento de Ciência da Computação

O Departamento de Ciência da Computação conta hoje com um vasto parque

computacional. Composta principalmente de estações de trabalho SUN (SPARC station e

Ultra) e IBM PowerPC 43P/100, a rede do DCC possui uma servidora SUN Ultra

Enterprise 2 com um total de 210 Gbytes de disco, unidade de fita de 8mm, CD-ROMs e

uma SUN Ultra Enterprise 1 com 60 Gbytes de disco, unidade de fita de 8mm, Além dessas

servidoras de disco, o DCC possui diversas servidoras de processamento. A principal é uma

Sun Ultra Enterprise 3000, com dois processadores UltraSPARC 250Mhz e 512 Mbytes de

memória. As outras incluem uma Sun Ultra 10 com 640 Mbytes de memória e um Axil 320

com dois processadores e 256 Mbytes de memória. Todas as máquinas estão interligadas

por uma rede interna hierarquica, padrão Ethernet, rodando protocolo TCP/IP. A essa rede

estão também ligados diversos X-Terminals e terminais alfa-numéricos. Centenas de

microcomputadores estão conectados à mesma rede, possibilitando, desta maneira, a

utilização de vários ambientes, como a emulação de X-terminals e do ambiente MS-

Windows 95 e NT. Também está conectado a essa rede um servidor de comunicações, com

16 linhas de acesso discado, para permitir aos usuários da rede a utilização dos recursos a

partir de casa. O Departamento conta, ainda, com diversas impressoras matriciais, laser

300dpi e 600dpi, scanner a cores, câmeras e monitores de alta resolução. O DCC está

conectado à rede de fibra óptica da UFMG, que interliga os diversos departamentos no

campus.

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3. Laboratório de Alunos de Pós-Graduação DCC/UFMG

O laboratório de alunos de pós-graduação conta com os seguintes equipamentos:

5 Ultra 1, Sun;

3 PCs Pentium 4 1.7Ghz;

2 PCs Pentium III 600 Mhz;

2 PCs Pentium 166 Mhz;

3 AMD-K6 400 Mhz;

1 AMD-K6 500 Mhz;

3 ATHLON 900 Mhz;

2 SparcStation;

1 Impressora Laser HP 5SiMx.

4. Bioinformática da Rede Genoma de Minas Gerais (ICB e CENAPAD-MG/CO):

Uma parcela dos recursos computacionais adquiridos com a implantação da Rede

Genoma de Minas Gerais poderão ser compartilhados:

Supercomputador Quadriprocessado Solaris Intel com 4 GB RAM;

Supercomputador cluster PC Linux com 15 unidades (uso noturno);

Sala com computador popular Linux com 15 pontos de trabalho (uso diurno).

5. Infraestrutura específica para análise de imagem (Depto. de Farmacologia):

1 PC 933MHz;

2 PC 1.6GHz;

1 impressora HP970C;

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1 impressora laserjet 1200;

2 PC 2.0GHz;

1 projetor multimídia LCD portátil;

1 scanner HR;

1 impressora qualidade foto.

Financeira: condições de manutenção do curso e o grau de dependência de projetos financiados por órgãos externos.

Não há dependência financeira para o desenvolvimento de projetos de pesquisa

uma vez que há suficiente hardware, seja representado por laboratórios de computação de

alto desempenho, seja pela existência de pontos de trabalho. Todavia, é conveniente

disponibilizar pontos de trabalho nos laboratórios de pesquisa onde os alunos estiverem

alocados e iso pode ser feito através de taxa de bancada.

A criação de muitos projetos de investigação bioinformática exigindo alto

desempenho talvez necessite de alocação de hardware específico, de outra forma poderá

ocorrer sobrecarga dos computadores maiores e geração de filas de trabalhos, todavia é

bastante provável que a criação do curso de doutorado e a aglutinação de pesquisadores no

desenvolvimento desta área aumentem a capacidade de captação de novo hardware

dedicado a essas tarefas que envolvam alto desempenho. O comum é que o aumento de

necessidade de processamento em bioinformática cresca em paralelo com a entrada de

novos recursos para a execução dessas tarefas específicas.

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ESTRUTURA CURRICULAR

A estrutura curricular foi elaborada tendo como base cursos similares, existentes

em outros países. Nestes cursos, desenvolve-se a idéia de um cerne ou "core" de disciplinas

obrigatórias, que incluem conceitos básicos e ferramentas de trabalho essenciais em duas

áreas principais: Exatas e Biológicas. Assim, é proposta a criação de 7 disciplinas

obrigatórias, correspondendo a um total de 20 créditos. O número mínimo de créditos

exigidos complementares em disciplinas optativas será 10, o que possibilitará ao aluno

cursar disciplinas dentre um quadro de disciplinas optativas a serem oferecidas pelos vários

departamentos envolvidos no programa. É esperado que o aluno participe, quando possível,

de "workshops" em assuntos específicos, cujos créditos poderão ser integralizados como

disciplinas optativas. Como a freqüência de ocorrência de "worshops" não é controlável

pelo programa, optou-se por não elevar o número de créditos a serem integralizados em

disciplinas optativas, ficando a integralização de mais créditos que o exigido a critério do

aluno e de seu orientador.

Tendo em vista a potencialidade do curso poder atrair candidatos com formação

em nível de graduação bastante distintas, é proposto que alunos oriundos de cursos de

graduação ou mestrado em ciências da computação e afins possam solicitar aproveitamento

de créditos correspondentes às disciplinas obrigatórias da área de Exatas, enquanto que

alunos provenientes de cursos de Ciências Biológicas e afins poderão solicitar o

aproveitamento de créditos correspondentes às disciplinas obrigatórias da área de

Biológicas.

CONSTITUEM O CERNE DE DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS (TOTALIZANDO 20 CRÉDITOS):

ALGORÍTMOS PARA BIOINFORMÁTICA I – 60 h (4 créditos)

AMBIENTES DE COMPUTAÇÃO – 60 h (4 créditos)

PROBABILIDADE E PROCESSOS ESTOCÁSTICOS – 45 h (3 créditos)

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INTRODUÇÃO A BIOQUIMICA E BIOL. MOLECULAR – 60 h (4 créditos)

ESTUDOS DE GENOMA, TRANSCRIPTOMA E

PROTEOMA – 45 h (3 créditos)

SEMINÁRIOS I – 15 h (1 crédito)

SEMINÁRIOS II – 15 h (1 crédito)

CONSTITUEM DISCIPLINAS OPTATIVAS (TOTALIZANDO 10 CRÉDITOS):

A lista de disciplinas optativas inclui aquelas disciplinas que já são oferecidas

regularmente nos programas de pós-graduação em Bioquímica e Imunologia, Genética,

Farmacologia Bioquimica e Molecular, Ciências da Computação, Química, Estatística e

Engenharia elétrica da UFMG. As disciplinas optativas, as quais poderão ser ofertadas de

acordo com o interesse dos alunos, estão ligadas às várias linhas de pesquisas dos

professores, a saber:

Na área de Exatas:

ALGORÍTMOS PARA BIOINFORMÁTICA II

REDES NEURAIS E ARTIFICIAIS

PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS

SISTEMAS NEBULOSOS

Na área de Interações Moleculares e Genômica:

ESTRUTURA E FUNÇÃO DO GENOMA

FERRAMENTAS PARA MINERAÇÃO GENÔMICA

COMUNICAÇÃO CELULAR E MEDIAÇÃO QUÍMICA

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Na área de Genética e Evolução:

TÓPICOS DE GENETICA E EVOLUÇÃO

EVOLUÇÃO MOLECULAR

Disciplinas "Tópicos em Bioinformática":

Estas disciplinas serão criadas para acomodar ofertas com tempo reduzido de

planejamento, como no caso de "workshops" locais ou ofertadas por visitantes.

TÓPICOS EM BIOINFORMÀTICA I (15 h)

TÓPICOS EM BIOINFORMÀTICA II (30 h)

TÓPICOS EM BIOINFORMÀTICA III (45 h)

Em anexo estão as ementas e os programas das disciplinas obrigatórias e optativas.

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QUADRO SINÓTICO DAS DISCIPLINAS PROPOSTAS

NOME DA DISCIPLINACLASSIFICAÇÃO CARGA

HORÁRIACRÉDITOS NOME DO DEPARTAMENTO

RESPONSÁVEL PELA DISCIPLINAOFERECIMENTO

NO PRIMEIRO ANOOB OP

ALGORÍTMOS PARA BIOINFORMÁTICA I X 60 H 4 CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO SIM

AMBIENTES DE COMPUTAÇÃO X 60 H 4 CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO SIM

PROBABILIDADE E PROCESSOS ESTOCÁSTICOS X 45 H 3 ESTATÍSTICA SIMINTRODUÇÃO A BIOQUIMICA E BIOLOGIA

MOLECULAR X 60 H 4 BIOQUIMICA E IMUNOLOGIA SIMESTUDOS DE GENOMA, TRANSCRIPTOMA E

PROTEOMA X 45 H 3 BIOQUIMICA E IMUNOLOGIA SIM

SEMINÁRIOS EM BIOINFORMÁTICA I X 15 H 1 BIOLOGIA GERAL SIM

SEMINÁRIOS EM BIOINFORMÁTICA II X 15 H 1 CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO SIM

ALGORÍTMOS PARA BIOINFORMÁTICA II X 60 H 4 CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO SIMREDES NEURAIS E ARTIFICIAIS: TEORIAS E

APLICAÇÕES X 45 H 3 ENGENHARIA ELETRÔNICA NÃO

SISTEMAS NEBULOSOS X 45 H 3 ENGENHARIA ELÉTRICA NÃO

PROCESSAMENTO DIGITAL DE IMAGENS X 60 H 4 CIÊNCIAS DA COMPUTAÇÃO NÃO

ESTRUTURA E FUNÇÃO DO GENOMA X 60 H 4 BIOLOGIA GERAL NÃO

FERRAMENTAS PARA MINERAÇÃO GENÔMCA X 45 H 3 BIOQUIMICA E IMUNOLOGIA NÃO

COMUNICAÇÃO CELULAR E MEDIAÇÃO QUIMICA X 60 H 4 BIOQUIMICA E IMUNOLOGIA NÃO

TÓPICOS DE GENETICA E EVOLUÇÃO X 30 H 2 BIOLOGIA GERAL NÃO

EVOLUÇÃO MOLECULAR X 30 H 2 BIOLOGIA GERAL NÃOTÓPICOS EM BIOINFORMÁTICA X 15, 30, 45 H 1, 2, 3 BIOQUIMICA E IMUNOLOGIA NÃO

REGULAMENTO DO CURSO

Segue em anexo

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