8
Ênfase Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de Jornalismo da Faculdade SATC MÚSICA JORNALISMO CULTURA Sertanejo Universitário: o novo estilo musical é criticado como “modinha passageira” Profissionais da mídia trazem experiências para universitários durante a Semana Acadêmica Bairro da Juventude muda a realidade de crianças carentes através da arte e da cultura Pág. 4 Pág. 8 Pág. 5 ESTILOS Transtornos e benefícios das obras de saneamento A Feira das Profissões, realizada em 22 e 23 de setembro, serviu para apresentar um pouco do que os Cursos Superiores da Faculdade SATC têm para oferecer Emos, punks, roqueiros... saiba o que são e como são formadas as Tribos Urbanas Cantora Mirelli Elias: “A minha motivação é o arrepio que sinto com a música. Ela é o meu alimento. Fico realizada quando provoco emoção nas pessoas”. Gestão compartilhada entre Prefeitura de Criciúma e Casan investe R$ 65 milhões de recursos do PAC na nova rede de esgoto TROCA DE EXPERIÊNCIAS E CONHECIMENTO Pág. 2 Pág. 3 Carol Grechi Pág. 6 Pág. 4 Daniela Soares Foto: Divulgação ENTREVISTA

Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

ÊnfaseCriciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de Jornalismo da Faculdade SATC

MúSiCA

JorNAliSMo

CulTurA

Sertanejo universitário: o novo estilo musical é criticado como “modinha passageira”

Profissionais da mídia trazem experiências para universitários durante a Semana Acadêmica

Bairro da Juventude muda a realidade de crianças carentes através da arte e da cultura

Pág. 4

Pág. 8

Pág. 5

eSTiloS

Transtornos e benefícios das obras de saneamento

A Feira das

Profissões,

realizada em 22 e

23 de setembro,

serviu para

apresentar um

pouco do que os

Cursos Superiores

da Faculdade

SATC têm para

oferecer

emos, punks, roqueiros... saiba o que são e como são formadas as

Tribos urbanas

Cantora Mirelli elias:“A minha motivação é o arrepio

que sinto com a música. Ela é o meu alimento. Fico realizada

quando provoco emoção nas pessoas”.

Gestão compartilhada entre Prefeitura de Criciúma e Casan investe

R$ 65 milhões de recursos do PAC na nova rede de esgoto

TroCA de exPeriêNCiAS e CoNheCiMeNTo

Pág. 2

Pág. 3

Carol Grechi

Pág. 6Pág. 4

Daniela S

oares

Foto

: Div

ulga

ção eNTreviSTA

Page 2: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

ÊNFASE - Segundo Semestre de 20092 Editorial

Conhecimento, um bem precioso

ÊNFASE – Ano II – Nº 4 – Segundo Semestre de 2009Jornal Laboratório do Curso de Jornalismo da Faculdade SATC

DIRETOR EXECUTIVO DA SATCRuy Hülse

DIRETOR ADMINISTRATIVO FINANCEIRO DA SATCFernando Zancan

DIRETOR CORPORATIVO DA SATCIraíde Piovesan

DIRETOR DA FACULDADE SATCCarlos Ferreira

COORDENADORA DO CURSO DE JORNALISMOLize Búrigo

COORDENADORA DO ÊNFASEProfessora Marli Vitali

COORDENADOR DE EDIÇÃO E EDITORAÇÃO ELETRÔNICAProfessor Geraldo Rossi

REDATORESAlunos das disciplinas de Redação Jornalística II e III

EDITORES E EDITORIADORES ELETRÔNICOSCésar Menezes Maia, Denis Luciano Soares Oliveira, Djonatha Gere-mias da Silva, Édi Carlos Rezende, Rafaela Marcello Cardoso, Renê

Paim Barbosa, Vanessa Irizaga Lucrecio, Viviane Salete Slussarek

SATC - Associação Beneficente da Indústria Carbonífera de Santa Catarina - Criciúma - Santa Catarina

www.satc.edu.brTelefone: (48) 3431-7536

Expediente

Por Marli Vitali

Faculdade Satc promove Feira das Profissões 2009

Quem nunca teve a dúvida do que iria escolher para o seu

futuro? Jovens que estão concluindo o ensino médio e ainda não decidiram qual curso superior seguir, tive-ram a oportunidade de des-cobrir um pouco mais sobre os seis cursos que a Faculda-de Satc oferece. A Fei-ra das Profissões, r e a l i z a d a nos dias 22 e 23 de setembro, serviu para apresentar um pouco do que os cursos de Engenharia Me-cânica, Engenharia Elétrica, Tecnologia em Manutenção Industrial, Tecnologia em Sistemas de Telecomunica-ções, Design Gráfico e Jor-nalismo têm para oferecer.

O evento recebeu esco-las de toda a região, com turmas do terceiro ano do

Por Tiago M. Espindola

Visitantes puderam apresentar um telejornal num dos estandes montados na feira

Carol Grechi

ensino médio, que vieram conhecer a instituição e seus cursos. A aluna Bru-na Guollo, 16 anos, veio de Morro da Fumaça para prestigiar o evento. “Achei tudo muito interessante, pois ainda estou em dúvida sobre qual profissão seguir”, afirmou. Até mesmo para quem já faz uma graduação, as dúvidas persistem. Ema-nuela Cardoso, 17, faz cur-

so técnico no Cedup e cursa Administração de Empre-sas, mas não se descobriu nas aulas. “Vim para a Fei-ra para conhecer o curso de Jornalismo, já que adoro ler e escrever e meus textos são ótimos”, garante Emanuela.

Por dois dias, os visitan-tes puderam conhecer um pouco da estrutura da Satc e também receberam informa-

ções detalhadas sobre au-las, formação profissional e mercado de trabalho. No es-paço, montado no ginásio, acadêmicos, professores e coordenadores se reveza-ram apresentando um pouco de cada um dos seis cursos superiores. Um protótipo de um veículo, montado por alunos, estruturas elétricas, novidades na área de teleco-municações e um estúdio de televisão foram destaques

da Feira e aguçaram a curio-s i d a d e dos visi-

tantes. O es-

t u d a n t e Mateus Arsênio, 18

anos, não conhecia a Satc e ficou impressionado com o tamanho da instituição e as novidades apresentadas na Feira. “Achei a Satc muito moderna, com boas opções de cursos, bem maior do que imaginava”, destacou, acrescentando que conclui-rá ao fim deste ano o ensino médio.

PROFISSÕESSATC

FEIRA das

PROFISSÕESSATC

FEIRA das

PROFISSÕESSATC

FEIRA das

PROFISSÕESSATC

FEIRA das

Muitos analisam o jornalista como um especialista em diversidade. Não a diversidade de gênero, mas a de temas. Por esse motivo, julgam-no superficial. A ava-liação é fria e simplória. O jornalista é muito mais que isso. Tem que ser tão observador quanto o historiador, dedicado como o médico, perspicaz como o advogado, bom ouvinte como o psicólogo, e por aí vai. Todas es-sas qualidades, unidas a novas técnicas de comunicação e à dedicação incondicional, tornam o profissional do Jornalismo sempre presente e atuante nos principais as-suntos que envolvem a sociedade.

Recentemente, decisão do Supremo Tribunal Federal acaba com a obrigatoriedade para exercer a profissão de jornalista. Entenderam os magistrados, de uma maneira simplória, que a prática jornalística não requer estudo, não precisa de técnicas, de coerência e, sobretudo, não precisa estar impregnada com a seriedade, a ética e o respeito por todos os envolvidos.

Essas são, no entanto, premissas do trabalho do bom profissional, do jornalista sério que atua todos os dias e que, com seu desempenho, ajuda a diminuir as desi-gualdades sociais que permeiam a sociedade. Ninguém vai tirar o conhecimento adquirido ao longo dos anos nas faculdades, nos cursos de Jornalismo, na leitura dos livros especializados, nas atividades dentro e fora das salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se sentem incomodados pela seriedade do jornalista for-mado, poderão diminuir.

O Ênfase traz, nesta edição, um pouco do talento dos futuros jornalistas formados. Jovens que sabem o quanto é importante a dedicação aos estudos e como o trabalho poderá contribuir para uma sociedade melhor. Boa leitura.

Page 3: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

ÊNFASE - Segundo Semestre de 2009 3Comunidade

Buracos em troca de qualidade de vidaVários bairros de Criciúma poderão contar, em breve, com a rede coletora de esgoto

Buracos tomam con-ta de várias ruas de Criciúma. Transtor-

nos temporários em nome de um benefício maior. A obra da rede de esgoto sanitário, desenvolvida através de par-ceria entre a Companhia Ca-tarinense de Águas e Sanea-mento (Casan) e Prefeitura de Criciúma, já não é mais um projeto e ganha forma em vários pontos da cidade.

Comércio registra queda nas vendas

Quem tem sentido prejuí zo com as obras do sanea-mento são os comerciantes. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lo-jistas (CDL) de Criciúma, Jú-lio César Wessler, o trabalho dura cerca de 15 dias em frente a cada loja e os prejuízos con-tabilizados são significativos. Com o transtorno das ativida-des, o comércio sentiu uma queda de 20% nas vendas.

Segundo ele, o crono-grama de ações está sendo cumprido e os lojistas têm sido compreensivos. “A re-composição do calçadão tem sido rápida”, avalia Wessler.

A única exigência dos co-merciantes é que a obra seja concluída antes da segunda quinzena de dezembro para que o setor não seja prejudica-do. “Em dias de chuva, os do-nos das lojas ficavam aflitos porque atrasava ainda mais os trabalhos”, lembra o pre-sidente. Para ele, o momento de maior impacto negativo foi na rua Santo Antônio, quando estourou um cano na frente de uma loja. “É um sacrifício que a cidade inteira está pas-sando para chegar ao resul-tado final”, conclui Wessler.

Campeã de praticantes, caminhada é solução para sedentarismo urbano

A pessoa que faz 30 minutos de ativi-dades diárias, cin-

co vezes por semana, vive até 10 anos a mais do que uma pessoa sedentária. É o que diz a pesquisa da Orga-nização Mundial de Saúde (OMS). E é esse o principal motivo para o crescimen-to do número de praticantes de esportes no mundo todo.

O mais indicado é procu-rar um profissional de Educa-ção Física antes de se iniciar qualquer exercício. Entre os mais realizados estão nata-

ção, caminhada e muscula-ção. Segundo Alex Rodrigo da Silva, pós-graduado em Prática Interdisciplinar do Ensino pela Fucap, além da qualidade de vida, com a prática de esportes também aumenta a coordenação mo-tora, os movimentos mus-culares, o condicionamento físico e até mesmo a dispo-sição para as tarefas diárias.

Independente da atividade que se irá praticar, o alonga-mento é uma das partes mais importantes do exercício por-que ele previne que o múscu-lo encurte. Também o deixa mais forte para os movimen-

Por Morgana Réus Os trabalhos, que inicia-

ram em abril de 2008, passa-ram ou passarão pelos bairros Universitário, Santa Augusta, Paraíso, Pinheirinho, Santa Bárbara, Sangão, Mina Bra-sil, Comerciário, Michel, São Cristóvão, Operária, Pio Cor-rêa e Centro. A extensão da rede coletora desta primeira etapa é de 150 quilômetros. O valor total investido na obra é de R$ 65 milhões. Parte da verba vem do Governo Fede-ral e do Programa de Acele-

ração do Crescimento (PAC).Para acelerar os trabalhos,

reduzindo os transtornos, a estatal faz a implantação da rede coletora de esgoto, atra-vés da empreiteira Itajuí, e a Prefeitura faz os reparos nas ruas. Segundo a engenheira sanitarista da Casan, Fabíola Bortolotto Netto, a empresa tem recebido muitas recla-mações sobre os problemas provocados pelas escava-ções, como complicações no trânsito e queda nas vendas

tos que serão realizados em sequência. “É bom manter uma alimentação balanceada para não enrijecer e não ter perigo de um estiramento nos músculos”, ressalta Silva.

Hoje em dia, o esporte mais praticado no mundo é a caminhada ou corrida. Um dos fatores predominantes e que atrai muita gente é o baixo custo na hora de co-meçar as atividades. Há um cuidado que deve ser levado em conta na hora. “É impor-tante que o tênis absorva o maior impacto possível para não gerar problemas futu-ros”, afirma o especialista.

Por Richard de Luca

Equipamentos e operários que atuam nas ruas confundem-se com o cenário urbano

No mundo das academias existem muitas pessoas que praticam a musculação para ficar esteticamente mais bo-nitas. Para obter um resultado mais rápido, algumas delas acabam apelando para o uso dos esteróides anabolizantes. Esta é uma prática costumei-ra, conforme especialistas e estudiosos, de quem não con-segue conviver psicologica-mente com a persistëncia e a paciëncia necessárias.

O grande problema é que os comprimidos utilizados costumeiramente por quem procura o atalho químico para alcançar o estágio al-mejado, retêm os líquidos do corpo fazendo os músculos

incharem e deixando-os com aspecto de definidos. O uso em grande quantidade dos anabolizantes gera efeitos co-laterais imensos como câncer de próstata, afinamento de voz, falta de ereção nos ho-mens e crescimento de pelos no rosto, aumento de clitóris e engrossamento na voz das mulheres. “Não é indicado que se exagere nos exercícios porque tudo em excesso aca-ba fazendo mal para o corpo”, declara Silva.

Em geral, há efeitos que só são percebidos com o tem-po. A saúde pode ser compro-metida gradualmente quando há o uso exagerado de com-ponentes.

Maquiar músculo com anabolizantes: alternativa perigosa e muito comum

no comércio. O engenheiro da estatal, Luiz Alexandre da Rocha, destaca a importân-cia e os benefícios que uma rede de saneamento básico adequada traz à saúde públi-ca e ao meio ambiente. Para ele, a água é a maior fonte de transmissão de doenças. “A falta de um sistema de esgoto influencia na saúde das pes-soas. Com uma rede de sa-neamento básico, a qualidade dos rios e do solo melhora e, consequentemente, a saúde da população”, declara Rocha.

Atualmente, a rede co-letora de esgoto da cidade não ultrapassa os 20 quilô-metros. Já no Estado, o per-centual é de apenas 13%. Na área urbana, a quantidade de água tratada é de 100%.

O sistema de esgoto vai ser concluído em cinco anos, mas conforme a engenhei-ra sanitarista ele está bem adiantado, mais rápido que o cronograma estabelecido. “Tudo depende de uma série de recursos, como o tempo. Se não chove, os trabalhos rendem mais”, afirma Fabíola.

A principal intenção é au-mentar o ritmo das atividades no centro da cidade. O obje-tivo é terminar as obras antes das comemorações de Natal para facilitar as compras.

Foto: Rodrigo Medeiros / Jornal A Tribuna

Page 4: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

4 ÊNFASE - Segundo Semestre de 2009

Cultura

Tribos urbanas: nichos da sociedade moderna

Elas provocam olhares, curiosidade e comen-tários. São as tribos ur-

banas, grupos com interesses e características em comum, podem ser musical, estético ou comportamental.

Uma das tribos mais co-nhecidas é o punk, que ini-ciou nos anos 70 como uma manifestação juvenil através da música, sem pretensões políticas ou sociais. Caracte-rizam-se pelo gosto por músi-ca punk rock, uma aparência agressiva, usam jeans ras-gados, roupas escuras, tênis converse, cabelo comprido ou moicano. Ideologicamen-te, prezam pela liberdade in-dividual.

Para o estudante Jonas Martins, apesar de se encaixar nesse perfil, não se considera um punk. “Já sofri preconcei-to por causa da aparência, no trabalho e até por policiais”, conta. Até presenciou brigas

entre punks e skinheads (ou-tra tribo), e em um delas um jovem perdeu os movimen-tos das pernas.

Um novo estilo derivado do rock tem se tornado muito popular principalmente entre os adolescentes: o emo. Os integrantes dessa tribo po-dem ser identificados pelo cabelo liso e pelas franjas que cobrem o rosto, olhos pinta-dos, usam roupas xadrez, quadriculadas ou com ícones infantis e por um comporta-mento sensível e adverso à violência.

A estudante e integrante da turma, Ana Cristina Ron-ch, se reúne frequentemente com outros colegas para ou-vir e conversar sobre música. Para ela, a aparência é o que define o grupo. “Já fui muito xingada, principalmente por familiares, mas nada disso diminuiu minha autoestima”, explica a garota.

Jovens compartilham ideais sobre modelo de vida socializando-se em tribos urbanas

Por Daniela de O. Soares e Gabriela B. Woycickoski

Para a psicóloga, pro-fessora e coordenadora do curso de Psicologia da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Denise Nuernberg, a esco-lha de uma tribo se dá junto à formação da personalida-de, geralmente no início da adolescência.

Nesse período, a dúvi-da predominante é “quem sou eu?”.

Assim, o jovem que já ouviu ou se identificou de alguma maneira, adere à tribo em busca de uma identidade.

“Os jovens não querem ser iguais aos outros, bus-cam algo igual nas tribos, mas diferente do que já vivenciaram”, acrescenta a psicóloga.

Pode ser também uma maneira de chamar a aten-ção, de dizer “estou aqui e faço parte dessa socieda-de”. Por serem aparente-mente diferentes, são mal compreendidos socialmen-te, causando brigas e dis-criminação.

Para Denise, há duas soluções para o precon-ceito: a sociedade deveria ceder espaço para a defesa das tribos e seus ideais e os pais deveriam dialogar mais com seus filhos, en-tendendo que isso faz parte da formação da personali-dade.

Segundo a psicóloga, o fundamental é ter uma boa base. Os pais devem dizer o que é certo ou errado, impor limites e trabalhar a autoestima dos filhos des-de cedo.

Aceitação social

Outra tribo tem ganhado espaço nos últimos anos, os membros identificam-se por serem fãs de animês e man-gás japoneses. Para os pro-fessores de mangá Jonathan Mattos e Reginaldo Lima, a identidade japonesa está se expandindo através dos ani-mês e para se tornar um otaku (fã de mangá), basta gostar dessa cultura.

“O preconceito é uma mo-

dalidade do desconhecido. A partir peitar”, acrescenta Re-ginaldo. Para eles, esse gos-to não é apenas uma fase em suas vidas, faz parte de suas personalidades já que há ani-mês para todas as idades e preferências, como fantasia, drama e ação. Outras carac-terísticas podem ser identifi-cadas, como o gosto pela mú-sica japonesa, video-games e acesso assíduo à Internet.

Sertanejo universitário, a nova onda do momento

Jovens que tinham um certo preconceito com o sertanejo famoso de Chi-

tãozinho e Xororó aderem ao novo estilo musical chamado de sertanejo universitário e novas duplas ganham des-taque no mercado. Nomes como César Menotti e Fabia-no, João Bosco e Vinicius e Victor e Léo despontam em um mercado, até então, não explorado.

Esse estilo musical nasceu nas festas das faculdades do interior de São Paulo e foi ganhando espaço entre os jovens até fazer sucesso em várias partes do país. Prova disso foi a apresentação da dupla Victor e Léo no Planeta Atlântida RS, maior festival de música do Sul do país, que pela primeira vez teve uma apresentação desse estilo. “Se você me dissesse há um ano

Este novo estilo musical está atraindo jovens que não gostavam do sertanejo de raiz

que teria sertanejo no Planeta, eu iria achar graça. Mas hoje o sertanejo universitário está tão legal que muita gente vi-brou quando saiu a notícia de que Victor e Léo fariam show lá este ano”, afirma Bruno Alexandre, estudante de 22 anos, que esteve nas últimas três edições do evento.

Os estabelecimentos que dispõem de um pequeno es-paço para bandas e todos os seus instrumentos são os que

Por Eduardo Prestes

Os cantores Beto e Julio animaram o público durante a 19ª Festa do Colono de Turvo

Rapazes de Cricíuma que são integrantes da tribo punk

Foto: Daniela O. Soares

Fotos: Eduardo Prestes

mais contratam as duplas de sertanejo universitário. “O nosso espaço não compor-taria uma banda de pagode, por exemplo, com vários integrantes e instrumentos. Para nós, a dupla sertaneja é mais acessível, e o pessoal comparece do mesmo jeito para assistir”,garante Vander-lei Menegon, proprietário da Pizzaria e Chopperia La Ta-berna, de Turvo, que aderiu ao novo som.

O sertanejo universitário sofre ainda com algumas crí-ticas, como ser chamado de “modinha”, termo usado para dizer que é algo que surge e desaparece rapidamente. A dupla Beto e Júlio, de Cha-pecó, uma das atrações da 19ª Festa do Colono de Tur-vo, discorda dessa ideia. “O sertanejo universitário não é modinha, é uma evolução da música sertaneja de raiz, que veio para ficar.”

Denise em seu consultório

Foto: Daniela O. Soares

Page 5: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

5ÊNFASE - Segundo Semestre de 2009

Cultura

Por: Franciela Lima e Giovana Pedroso

Além de atender em média a 1.200 crianças por dia

com cinco refeições diárias, a instituição alimenta o sonho de

muitas delas.

Atividades extras estimulam a criança

Para a coordenadora Salete Nazário o interesse de famílias, jovens e crianças, como o dançarino Jackson, é despertado com as possibili-dades oferecidas pela institu-ição.

“Muita coisa ainda tem de ser feita, o Centro de Refe-rência de Forquilhinha ne-cessita de muitas melhorias, mas o resultado já alcançado é animador.

“Só de pensar que muitos destes alunos que estão aqui hoje dançando poderiam es-tar na rua, numa região como esta, onde o tráfico de drogas ameaça a infância e a juven-tude, já estou satisfeita, mas não podemos parar de sonhar”, destaca Salete.

O Centro de Referên-cia da Ação Social (CRAS), de Forquil-

hinha, é recente no município, mas já traz resultados e es-perança para muitos. “Antes de participar das oficinas eu ficava por aí, mas agora eu descobri como é bom dançar e essa vai ser minha carreira. Meu sonho é viajar pelo mun-do dançando”, relata Jackson Goulart do Nascimento.

Com apenas nove anos, já demonstra grande habilidade como dançarino. Segundo o professor da oficina de hip hop oferecida pelo CRAS, Maxwell Sander Flor, o garo-to tem grandes sonhos porque realmente possui potencial destacado.

Jackson participa das ofi-cinas desde o início do proje-to, em março de 2008. Como as cerca de 200 pessoas aten-

didas pelo Centro, ele vem de família humilde e vê nas au-las de hip hop, balé e grafite, uma oportunidade para rea-lização de sonhos.

Uma grande família. As-sim os alunos definem a turma das oficinas de dança, com as quais já viajaram por vários festivais na região Sul do estado. Nessas saídas, os alunos apresentam as coreo-grafias ensaiadas no Centro.

“As crianças criam co- nosco um vínculo afetivo e encontram no CRAS uma segunda família, pessoas sempre prontas para ajudá-las”, conta a psicóloga e pro-fessora Joseane Nazário, que atua no projeto desde julho de 2008.

Oferece aos alunos nas au-las , não somente a dança, mas terapia e massagem. “Muitas crianças chegaram aqui com

situação de higiene precária e emocionalmente debilitadas. A evolução dos jovens já é vi-sível e isso nos motiva a con-tinuar dando o máximo em nosso trabalho”, diz Joseane.

No CRAS desenvolve-se uma maior consciência

corporal, co-o r d e n a ç ã o motora, desc-oberta de no-vas fontes de renda, talentos

e ideias.

“Só de pensar que muitos destes alunos que estão aqui

hoje dançando poderiam estar na rua...”

Projeto resgataos meninos de rua

Espaço de criar, inovar e transformar as vidas dos jovensMesmo com pouco tempo instalado, o CRAS acolhe as crianças necessitadas da região

Crianças participam ativamente das oficinas

Aluno Isac toca em uma de suas apresentações

Arte e Voluntariado mostram a direção à crianças e jovens carentes na região sulSolidariedade como Bússola Social

Fotos: Giovana e Franciela

O que a paixão por um instrumento musical e atividades como a

pintura e o artesanato podem ter em comum? Ambos ten-dem a ampliam os horizontes da vida de crianças e jovens.

Se forem meninos e meni-nas de origem hu-milde, a arte passa a desempenhar um papel ainda mais significativo, po-dendo transformar histórias de vida. E é modificando realidades há 60 anos que o Bairro da Juventude, mantido atualmente por doações, par-cerias e trabalho voluntário, continua suas atividades.

Além de atender em média a 1.200 crianças por dia com cinco refeições diárias, a ins-tituição alimenta o sonho de muitas delas. Antes de se tor-nar aluno do Bairro da Juven-tude, o pequeno Isac Manoel

de Oliveira, de 9 anos, sonha-va apenas com uma vida um pouco melhor. Ele trabalhou durante muito tempo como engraxate e hoje estuda no Bairro, onde participa dos la-boratórios e oficinas. Mas a história de superação de Isac não para por aí.

O menino sofre com pro-blemas renais e devido a es-

tas complicações não produz ole-osidade na pele. Para trabalhar com giz de cera e tinta guache, precisa de luvas. “Mas todos esses

obstáculos não o impedem de ter um ótimo desempenho em sala de aula e um bom relacio-namento com os colegas”, re-vela a professora Daiane Luiz Domingos.

Das oficinas que partici-pa, o garoto tem a sua pre-ferida. Assim que começou a participar da orquestra, o menino logo se apaixonou por um instrumento musical.

“Eu gosto muito de tocar violino. Antes de estudar aqui no Bairro eu nunca tinha to-cado nenhum instrumento, gosto muito de estar aqui”, afirma muito tímido o jovem instrumentista.

Na instituição, as crian-ças e jovens participam no período extraclasse dos la-boratórios de ciências, artes, música, lúdico (jogos), além de outros oferecidos no local. A instituição conta também com o ensino desde a educa-ção infantil até os cursos pro-fissionalizantes.

“Aqui nós mostramos para à criança e ao adolescente que existem outras opções, que eles não precisam andar pelas ruas sem nada para fazer.

Todos buscam e encon-tram no projeto um novo jeito de viver, elevando a autoesti-ma”, destaca Suelen Nuern-berg, coordenadora das ofici-nas de artes do Bairro.

Page 6: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

ÊNFASE - Segundo Semestre de 2009

Entrevista6Mirelli EliasDeterminação na trajetória pelo sucesso

O primeiro CD no es-tilo rock romântico está no forno e será

lançado até o final do ano. Uma produção independen-te. Um passo na trajetória da cantora Mirelli Elias, de Forquilhinha, para ser reco-nhecida pelo público. De-terminação e a presença da família, a maior apoiadora, não faltam para superar os desafios e acreditar no so-nho.

Jornalista por forma-ção, aos 23 anos, ela lembra que é preciso cor-rer atrás todos

Por Acadêmicos 3ª Fase

Força e garra para superar obstáculos

Foto

s: D

ivul

gaçã

oos dias para conquistar o que se deseja. “A minha motiva-ção é o arrepio que sinto com a música. Ela é o meu ali-mento. Fico realizada quan-do provoco emoção nas pes-soas”. Nesta entrevista aos acadêmicos de Jornalismo, além de dar uma “palhinha”, Mirelli fala da descober-ta pelo gosto musical, suas referências na profissão, as dificuldades para conciliar a carreira de cantora com a de locutora de rádio.

Acadêmicos: Desde crian-ça você já se apresentava

em festas na região. Quando percebeu

que poderia usar esse dom

c o m o profis-

são? Rece beu o incentivo de alguém?Mirelli: Iniciei aos seis anos e com 13 comecei a partici-par de um coral. Ensaiava o ano inteiro para fazer poucas apresentações. Em uma de-las, fiz um solo em uma igreja e percebi que era realmente o que gostava de fazer. Meus familiares são meus maio-res apoiadores. Meu pai me acompanha em todos os mo-mentos da minha vida. Lem-bro-me de que ele até com-prou uma caixa de som e um microfone para eu ensaiar. Mas pelo orçamento apertado a caixa tinha um som muito ruim e incomodava os vizi-nhos (risos).

Acadêmicos: Além de can-tora você é formada em Jornalismo e faz programas musicais em uma emissora de rádio. O gosto pela mú-sica influenciou nessa esco-lha? Como você concilia as profissões?Mirelli: O rádio me ajuda como cantora, pois posso acompanhar bastante a vida dos profissionais e fico por

dentro do que eles pas-saram ou irão passar.

Sou eu que organizo toda minha agenda de shows e contratos. O trabalho na rádio às

vezes dificulta em função dos horá-rios e pouco tem-po para os ensaios. Uma hora vou ter

que optar, e apesar de gostar muito de rá-

dio, fico com a música.

Acadêmicos: Fale sobre um dos momentos de maior emoção na sua carreira.Mirelli: Senti muita emoção ao cantar na abertura de um show de Chitãozinho e Xo-roró, em Capivari de Baixo, com mais de 25 mil pessoas. Eu não dormi naquela noite.

Acadêmicos: Quando você

foi eliminada da etapa de classificação do Programa Ídolos, não ficou desanima-da? Você nunca pensou em desistir da carreira?Mirelli: Não desanimei, mas fiquei triste pelo meu pai que estava esperançoso. Ele me acompanhou, e contar para ele foi dolorido. A única vez que pensei em parar foi quando eu ainda cantava em um grupo e havia uma pessoa com inveja de mim. Em casa chorei muito e decidi que não iria desistir nunca.

Acadêmicos: Qual é o seu estilo musical e até onde vai sua ambição?Mirelli: Procuro me inspirar no estilo da Paula Toller. Gos-to do pop nacional e música sertaneja. Eu não pretendo ter fama, dinheiro. Só quero ter a minha banda de música e o meu trabalho reconhecido. Não pretendo me aproveitar dos momentos e mudar meu estilo pelo dinheiro.

Acadêmicos: Como está o projeto do seu primeiro CD, quando e onde será lançado?Mirelli: O primeiro CD pa-rece o nascimento de um fi-lho. O objetivo é me firmar no cenário musical. Ele não

me dará retorno financeiro, pois tudo é muito caro. Terá 10 músicas, algumas inédi-tas. Devo lançar até o final do ano em Forquilhinha, cidade onde vivo desde os três anos de idade.

Acadêmicos: Você pensa em mudar para uma cida-de maior como São Paulo e Rio de Janeiro para poder divulgar melhor seu traba-lho?Mirelli: Assim que o meu CD for lançado eu pretendo sair em turnê para divulgá-lo em várias cidades. Não quero ficar marcada somente em um lugar, porque as pes-soas vão acabar cansando de mim. Mas não pretendo mudar definitivamente para um grande centro. Talvez eu contrate uma empresa terceirizada para vender os shows em São Paulo, como a maioria do pessoal está fa-zendo.

Acadêmicos: Quais são os seus maiores ídolos e com quem você gostaria de can-tar?Mirelli: Admiro a história de vida da dupla Victor e Léo. Gosto do Kid Abelha e gos-taria de cantar com Daniel e Zezé Di Camargo e Luciano.

Page 7: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

7ArtigosÊNFASE - Segundo Semestre de 2009

A Queda de um Veterano

O que é a democracia? Por definição, é um regime de governo

onde cidadãos são eleitos pelo povo para representá-lo e conduzir o destino da nação. O que acontece é que muitos deles ao assumirem a missão de representar os brasileiros deixam em se-gundo plano o sentimento de bem comum, em prol do desenvolvimento pessoal.

A impunidade é uma constante em escândalos envolvendo políticos, e assim ficamos incrédulos em relação à política, que nada mais é que um jogo pelo poder. Os governantes se dividem em dois lados, trocam insinuações, tudo perante uma população per-plexa.

A decisão do (STF) Supremo Tribunal Federal, de pôr fim

à obrigatoriedade do di-ploma de jornalismo, causou movimentação dos Sindicatos e da Fe-deração Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que se reuniram em pro-testos em todo o país.

Gilmar Mendes, o relator da pauta votada no Senado, disse que a obrigatoriedade feria a liberdade de expressão dos cidadãos. A única opinião contrária à deci-são foi a de Marco Au-rélio de Melo, ministro que afirmava ser importante a permanência do diploma.

A questão da queda – ainda a decisão não entrou em vigor – não é atual, pois os jorna-listas brasileiros vêm lutan-do pelo direito de informar.

A legalidade é um dos

direitos desses profissionais que desempenham papel fundamental no que se re-fere à construção da reali-dade. O direito foi confun-dido com o que é realizado no jornalismo opinativo,

que permite a colabora-ção de pessoas de alguma área (advocacia, por exem-plo), mas sem formação acadêmica, necessária para o jornalismo informativo.

Não vamos à faculdade

aprender a ser éticos: nós somos ou não somos. O que acontece na instituição é o aprimoramento dos conhe-cimentos, pois na faculdade o erro é pertinente, mas no dia-a-dia da profissão – e de-

pendendo do erro - não.Cursamos quatro

anos de Comunica-ção Social, uma ci-ência que mexe tanto com os brios dos po-derosos, a ponto de-ter sido escolhido e receber tal sentença.

Entre a decisão do STF, o posicionamento do Ministério Público e a competição com jornalistas não-forma-dos, há os interesses das empresas de co-

municação, que se mos-traram a favor da decisão. Legalizada, a isenção ini-ciará uma disputa no mer-cado de trabalho, na qual os jornalistas que perde-ram a legalidade terão que mostrar por que são bons.

Ver alguém mentin-do descaradamente e defendendo até o

último minuto tais mentiras sempre estimulou o senso crítico e ético das pessoas, despertando nelas sensa-ções de indignação e incre-dulidade.

É exatamente esse tipo de estímulos que o drama “O preço de uma verdade” (Shattered Glass) causa ao telespectador, quando vê o jovem jornalista Stephen Glass (Hayden Christen-sen) subir na carreira com artigos inusitados e irreve-rentes, fazendo sucesso em uma importante revista nor-te-americana, chamada The New Republic.

O que ele não esperava é que a troca de editor da revista colocaria em perigo suas estratégias duvidosas, quando repórteres de uma empresa concorrente in-vestigam a veracidade dos artigos de Glass, constatan-do que as fontes eram for-jadas.

O filme não explicita se o caráter do jovem contador de histórias dá-se devido a alguma doença psicológica ou se ele não tem caráter. Fica a cargo do telespecta-dor refletir sobre a persona-lidade de Glass.

A história é baseada em fatos reais e, embora o final vá contra o desejo de alguns telespectadores, não se pode mudar o que aconteceu. A não ser que alguém queira investigar essa história para constatar a veracidade dela.

Assim como Glass, posteriormente, escreveu um livro “fictício” contan-do sua história, o escritor e diretor Billy Ray pode ter inventado a trama do filme. Alguém está disposto a in-vestigar? Porque eu estou sem tempo.

Por Vanessa Irizaga

Afinal: Democracia ou Ditadura dos Coronéis? Por César Menezes Maia

O Preço da Verdade: Ética no JornalismoPor Djonatha G. da Silva

Selo da Fenaj para campanha

Crédito: Divulgação

O filme trata da realidade

Título Original: Shattered Glass

Gênero: Drama Duração: 1h: 43 min

Ano de lançamento: 2003

Direção: Billy Ray

Roteiro: Billy Ray, base-ado em artigo de Buzz Bissinger

Produção: Craig Baum-garten, Marc Butan, Tove Christensen, Gaye Hirsch e Adam Merims

Música: Mychael Danna

Elenco: Hayden Chris-tensen (Stephen Glass); Peter Sarsgaard (Char-les Lane); Chloë Sevig-ny (Caitlin Avey); Melanie Lynksley (Amy Brand); Hank Azaria (Michael Kelly); Steve Zahn (Adam Penenberg) e grande elenco.

Site oficial: http://www.shatteredglassmovie.com/index_flash.html.

Ao invés de tentar re-solver os vários problemas do Brasil, preferem expor desavenças políticas, reve-lando os bastidores de um jogo sujo que revolta a so-ciedade.

Coronéis mandam e desmandam em seus quin-tais eleitorais, como Sar-ney, no Maranhão, e ACM, na Bahia, entre tantos ou-tros. Cada ditador possui empresas e influência para divulgar e preservar o tra-balho. Alheio ao que acon-tece ao redor, o presidente aparece em uma solenidade com quem outrora foi seu adversário, e que foi expur-gado do cargo de presidente da República, o primeiro a ser eleito diretamente pelo povo após um período em que não se podia escolher o representante, e que chegou a ter os direitos políticos

cassados. Até quando sere-mos só espectadores?

O voto gira em torno dos mesmos personagens, que como os jogadores de fute-bol, não têm mais amor à camisa, e mudam de lado buscando a proposta van-tajosa. A verdade é que em toda comunidade existirá quem se interesse pelo bem comum, mas, haverá tantos outros preocupados só com os interesses, o verdadeiro fim da democracia.

A lei deve punir quem comete crimes, e não proibir veículos de comunicação que apresentam à sociedade a apuração de um fato que envolve políticos, censuran-do a liberdade de imprensa, um dos princípios da consti-tuição de 1988. Vivemos em uma democracia ou estamos vivenciando a ditadura dos coronéis?

Ficha Técnica do Filme

Page 8: Criciúma - 2º semestre de 2009 - Ano 2 - Número 4 Curso de ......salas de aula. Esse é e será o bem mais precioso de todos e que ninguém, nem magistrados, nem aqueles que se

8ÊNFASE - Segundo Semestre de 2009

Jornalismo

Por Richard de Luca

Semana Acadêmica traz David CoimbraO jornalista falou sobre as suas experiências nas redações por onde passou, ressaltando que o conteúdo dos cursos é mais importante que o diploma

Cronista e edi-tor executivo do núcleo de

esportes do jornal Zero Hora, de Porto Alegre, comentarista da TVCOM, escritor e integrante do programa Pretinho Bá-sico, da rede Atlântida, David Coimbra ministrou palestra, no dia 11 de no-vembro, para os acadêmi-cos do curso de Jornalis-mo da Faculdade SATC. A apresentação serviu como abertura da Semana Acadêmica do curso. “A formação superior é in-dispensável, mas não é o diploma o que conta mais e sim o conteúdo ensina-do nos cursos”, avisou o jornalista.

Coimbra é um dos mais experientes profissionais da área no Sul do Brasil. Ele já trabalhou em mais

de dez redações na região, entre elas a do Jornal da Manhã e a do Diário Ca-tarinense, e também a Rá-dio Eldorado, em Criciú-ma. Durante a palestra o escritor relatou experiên-cias e dificuldades que en-frentou durante a carreira. “Recebia no dia 05, até o dia 07 vivia bem, depois comia pão com ovo ou o que tivesse”, lembrou o cronista. Entretanto lem-bra com orgulho do que viveu. “A gente passava por dificuldades, mas era muito bom porque traba-lhava nas redações fazen-do o que gostava”.

O escritor também fa-lou sobre leitura e o quan-to ela é importante para qualquer profissão, prin-cipalmente para os jorna-listas. “Quanto mais você ler mais informações você vai ter e assim terá me-lhor argumento no texto”,

alertou Coimbra. O jorna-lista também falou sobre as novas tecnologias e como elas ajudam o jo-vem na leitura. “A inter-net está fazendo com que os jovens tenham contato maior com a leitura”.

Quanto ao avanço das novas tecnologias sobre a mídia o escritor foi ca-tegórico, “o importante para nós jornalistas é que a informação escrita não acabe”. Os acadêmicos acharam a palestra bem produtiva por saber de al-gumas experiências que o jornalista contou e até por algumas dicas que ele deu. “Gostei bastan-te da palestra porque ele nos passou experiências e informações que posso levar para a minha futura carreira”, comentou o alu-no da 2ª fase do curso de Jornalismo Eduardo Pres-tes. “Ele é muito bom,

soube dizer muita coisa legal para nós estudan-tes”, afirmou a acadêmica da 4ª fase Juliana Olivei-ra. Ao final da palestra,

Nos dias 12 e 13 de novembro os acadêmicos do curso de Jornalismo da Faculdade SATC trocaram experiências com profissio-nais de Radiojornalismo, Webjornalismo, Assessoria de Imprensa, Fotojornalis-mo e Telejornalismo.

No estúdio de rádio os alunos simularam a trans-missão de uma partida de futebol via tubo (quando narrador e comentarista assistem ao jogo pela TV e fazem a narração ao vivo para o rádio). Estavam pre-sentes os radialistas Jotha Del Fabro, da Rádio Eldo-rado, e Miliolli Neto da Rá-dio Transamérica. “A voz é meio caminho andado, mas não é tudo”, afirmou

Miliolli quando questiona-do sobre a participação de pessoas no radiojornalis-mo.

Um nome marcante que também esteve na SATC durante a semana acadê-mica ministrando a ofici-na de Telejornalismo foi o repórter da Rede Globo de

Jornalista destacou a importância da leitura na profissão

Rafaela Cardoso

Oficinas passaram conhecimentos para os alunos em diversas áreas

Brasília, Guilherme Porta-nova. Na sala de aula ele passou uma atividade si-mulando um fechamento de uma edição de um jor-nal televisivo.

A Semana Acadêmica contou com a presença do repórter fotográfico do Di-ário Catarinense de Floria-

Coimbra recebeu de pre-sente da coordenadora do curso, Lize Búrigo, um livro contando os 50 anos de fundação da SATC.

nópolis, Maurício Vieira, na oficina de Fotojornalis-mo, com uma das repór-teres do portal Engeplus, Ariadne Niero, na oficina de Webjornalismo, e com uma palestra sobre Asses-soria de Imprensa minis-trada pela jornalista Ana Sofia Schuster.

Professores e alunos ti-raram lições importantes da Semana Acadêmica. “Foi uma forma bacana de integrar todas as fases em torno das mais variadas áreas do jornalismo”, res-saltou a jornalista e profes-sora de Radiojornalismo da SATC, Karina Farias.

Profissionais do rádio e da TV mostraram para os acadêmicos como é o dia-a-dia em suas áreas de atuação

Fotos Rafaela Cardoso