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Crise Financeira nos USA

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Page 1: Crise Financeira nos USA

Crise Financeira nos USA

Por

Rui Baptista

Professor de OGE

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A crise financeira nos Estados Unidos está a alastrar-se a todo mundo, a nossa Bolsa entrou logo em pânico baixando o índice PSI-20 vários pontos. Esta notícia tem sido comentada por diversos analistas, desde antigos governadores do Banco de Portugal até aos comentadores residentes dos vários canais televisivos.

Começando por dissecar a notícia, a primeira questão é compreender a crise nos USA. Os bancos americanos entraram em crise quando as pessoas que haviam contraído empréstimos para habitação (entre outro tipo de empréstimos), deixaram ou começaram a ter dificuldades em fazer face ao serviço de divida. Os bancos para facilitar o acesso ao crédito vão baixando o spread. Essa percentagem incorpora uma parte que permite cobrir o risco de incobrabilidade dos empréstimos e outra para serviços bancários, que tem sido cada vez menor em todo mundo tornando o risco bancário muito alto.

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A somar a isto os bancos têm relações comerciais entre si, em que vendem créditos que possuem uns aos outros, como forma de obter liquidez rapidamente, assim é fácil a crise se alastrar a todo mundo. Quando a notícia de que havia bancos com dificuldades em cobrar os créditos, os depositantes, apressaram-se a levantar as suas economias com medo de as perderem. Aí os bancos tiveram de recorrer a empréstimos para fazer face aos seus compromissos. Foi, quando houve a necessidade da intervenção da Reserva Federal, injectando dinheiro no mercado de forma a manter a solvabilidade da banca.

O Banco Central Europeu de forma a evitar uma crise de grandes proporções injectou liquidez no mercado de forma a evitar o colapso do sistema bancário, não evitando a descida dos principais índices bolsistas, porque em bolsa os agentes têm comportamentos “nervosos”, levando-os a desfazerem-se de papel e transferindo o seu capital para investimentos mais seguros como depósitos a prazo ou o ouro, cuja cotação não tem parado de subir.

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Em Portugal esta crise não se verificará, pelo menos da mesma forma, dado que são raros os casos em que os bancos comerciais vendam créditos a outros bancos, também escassas as situações em que bancos portugueses tenham créditos de bancos norte-americanos. Contudo a crise chega a Portugal através da descida do Dólar americano face ao Euro, o que dificultou as nossas exportações para fora do espaço comunitário, já que grande parte das transacções são nessa moeda. Outro sinal de crise o aumento de resgate de fundos, que aumentou nesta altura. É de esperar que a banca comercial nacional dificulte o acesso ao crédito, evitando uma crise semelhante no nosso país.

Como a nossa economia é muito aberta ao exterior, pode vir a sofrer bastante com uma crise em larga escala nos USA, esperemos que isso não se verifique porque então é que nunca mais veríamos o nosso PIB aproximar-se do resto da EU.