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Cristiane Duarte dos Santos FUNGOS E OOMICETO ASSOCIADOS A ESPÉCIES NATIVAS E CULTIVADAS DE ORQUÍDEAS NO SUL DA BAHIA ILHÉUS – BAHIA 2012 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

Cristiane Duarte dos Santos FUNGOS E OOMICETO …€¦ · gêneros botânicos e época do ano; (iii) comprovar os postulados de Koch para ... Phytophthora palmivora agent of black

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Cristiane Duarte dos Santos

FUNGOS E OOMICETO ASSOCIADOS A ESPÉCIES NATIVAS E

CULTIVADAS DE ORQUÍDEAS NO SUL DA BAHIA

ILHÉUS – BAHIA 2012

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ

CRISTIANE DUARTE DOS SANTOS

FUNGOS E OOMICETO ASSOCIADOS A ESPÉCIES NATIVAS E

CULTIVADAS DE ORQUÍDEAS NO SUL DA BAHIA

ILHÉUS - BAHIA 2012

Dissertação apresentada, para obtenção do título de mestre em Produção Vegetal, à Universidade Estadual de Santa Cruz. Área de Concentração: Proteção de Plantas Orientador: Dr.José Luiz Bezerra Co-orientadores: Dra. Edna Dora Martins Newman Luz; Dr. Alex-Alan Furtado de Almeida

CRISTIANE DUARTE DOS SANTOS

FUNGOS E OOMICETO ASSOCIADOS A ESPÉCIES NATIVAS E

CULTIVADAS DE ORQUÍDEAS NO SUL DA BAHIA

Ilhéus, BA, 15 de julho de 2012.

______________________________________ Prof. Dr. José Luiz Bezerra

UESC/DCB (Orientador)

______________________________________ Profa. Dra. Nadja Santos Vitória

UNEB

______________________________________

Prof. Dr. Jadergudson Pereira UESC

A Deus, meu Senhor, Salvador e fonte de vida inesgotável, Ofereço

Para aqueles que Deus me concedeu a inenarrável graça de família biológica

e família espiritual.

Meu pai José, minha mãe Maria, minhas irmãs Fabiana, Fernadira, Vilmara e Jigriola e a toda Comunidade Anawin representada pelo meu pai espiritual

Diácono Renato e minha mãe espiritual Nailde Melo.

A vocês eu dedico

AGRADECIMENTOS

Agradeço inefavelmente a Deus pelo seu infinito amor e misericórdia

derramada sempre em minha vida, a Ti meu Senhor toda honra e glória seja

dada a todo instante.

A meu pai José e a minha mãe Maria o meu MUITO obrigada será sempre

pouco diante de suas orações, do carinho, da compreensão, do amor... As

minhas irmãs Fabiana, Fernadira, Vilmara e Jigriola, obrigada por todo apoio,

pela força, pela compreensão, pelo carinho... louvo e agradeço a Deus por ter-

los como família, amo vocês.

A toda Comunidade Anawin, minha família espiritual. “Se eu tentasse definir o

quão especiais vocês são para mim palavras não teriam fim. Definir o amor não

dá. Então direi apenas OBRIGADO. E sei que vocês entenderão.”

A Marcos, obrigada pela compreensão, pelo carinho, pelo respeito, pela a

espera, por todo incentivo, pelo amor... Do ontem, do hoje e do amanha só

peço a Deus que permaneça o amor, pois ele é o firmamento de tudo. Te amo!

Aos meus amigos e anjos de longe e de perto, de longas e curtas conversas...

Aninha, Marcos, Flavinho, Fr Ednauro, Yamamoto, Márcio, Jurema, Edmilson,

Bruce, Rosinha, Suzart, Edvanda, Marcone, Beth, Elma, Nicolle, Paulinha,

Emanuel, Jack, Pati Casaes, Pati Bonita, Aline, Ane, Darci, Gaby, Gajão,

Smigou, Afrânio, Lidi, Mara, Murilo, Poliana, Carol Farias, Lúcia, Nay, Fabiana,

Luciano, Gisele, Lory, Eline, Lore, Hilo, Elielson, Célia, Paula, Lene, Kali, Lica,

Mari, Marcelita, Lucas, Lane, Marizete, Dani, Marília, Jana, Jane, Eloísa,

Evellyn, Tauane, Iramar... a vocês, anjos enviados por Deus para iluminar a

minha vida, o meu sincero agradecimento pelos colos, pelos risos, pelos

choros, pelas palavras de incentivos, pelas orações.

A meu querido orientador José Luiz Bezerra, do senhor professor levarei muito

além de seus ensinamentos científicos, levarei o seu sorriso de criança, sua

compreensão e conversa de pai, um abraço gostoso de amigo, a humildade de

poucos no meio científico... obrigada professor por TUDO.

A minha querida co-orientadora Edna Dora Martins N. Luz também levarei mais

que ensinamentos científico, levarei uma elegância simples, a docilidade e a

calma de uma mãe e amiga... obrigada professora pelo carinho, a atenção e o

cuidado.

Ao meu co-orientador Alex-Alan Furtado pela acessibilidade quando procurei,

obrigada.

Aos amigos da CEPLAC: Kaliúsia Cerqueira, Carol Benjamin, Nadja Vitória,

Marcos Vinícius, Eduardo Catarino, Kátia Maria, Joel Feitosa, Lindolfo Pereira,

Maria de Lourdes, Ângelo, Edarcy, Marcela Venturini, Irina Lessa, Antonio

Pimenta, pelas palavras de incentivo, pelo carinho, pela força, por material

concedido, enfim obrigada pela preciosa ajuda, com vocês o trabalho ficou

mais leve e alegre.

A CAPES pela concessão da bolsa para que o trabalho fosse desenvolvido

(Agosto/2010 a Julho/2012).

Aos orquidófilos e produtores rurais, Ângelo, João, Edmundo, Pedro,

Margarete, Sônia, que contribuíram no fornecimento do material vegetal e

todas as experiências passadas no período das coletas.

A todos, que intencionalmente e os que mesmo sem saber contribuíram com a concretização desse trabalho.

A todos vocês o meu muito Obrigada...

AAA gÉwtá tá yÄÉÜxá ÑÉÜ Wxâá vÜ|twtá áûÉ yÉÜÅÉátáA dâx É xáÑÄxÇwÉÜ wt ÜÉát x t uÜtÇvâÜt wÉ Ä•Ü|É ÇûÉ xÄ|Å|ÇxÅ t yÜtzÜúÇv|t

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“PODER sim, poder com Ele e Nele... TER sim, mas ter a Ele primeiro...

PRAZER sim, mas segundo o projeto de DEUS". (Andreia Anawin)

SUMÁRIO

RESUMO...................................................................................................................... x

ABSTRACT ..................................................................................................................xi

1. INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 1

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 5

2.1 Floricultura Brasileira .............................................................................................. 5

2.1.1 Origem e Mercado ............................................................................................... 5

2.2 Floricultura Baiana.................................................................................................. 8

2.3 Orchidaceae ........................................................................................................... 9

2.4 Doenças na Floricultura ........................................................................................ 10

3. MATERIAL E MÉTODOS ....................................................................................... 15

3.1 Áreas das coletas ................................................................................................. 15

3.2 Isolamento ............................................................................................................ 17

3.3 Identificação.......................................................................................................... 18

3.4 Conservação......................................................................................................... 19

3.5 Seleção de antagonistas in vitro ........................................................................... 19

3.6 Testes de antagonismo, em culturas pareadas..................................................... 19

3.7 Teste de patogenicidade....................................................................................... 20

3.8 Cálculo dos padrões de biodiversidade................................................................. 21

3.8.1 Freqüência......................................................................................................... 21

3.8.2 Constância......................................................................................................... 22

3.8.3 Similaridade ....................................................................................................... 22

4. RESULTADOS ....................................................................................................... 23

4.1 Descrição dos fungos e oomicetos associados..................................................... 24

4.2 Testes de antagonismo em culturas confrontadas ................................................ 49

4.2.1 Comportamento dos fungos antagônicos em relação à Phytophthora palmivora, pelo método de cultura pareada ................................................................................. 49

4.3 Diversidade de fungos isolados de orquídeas, coletadas em seis municípios da região Sul da Bahia, de dezembro de 2010 a setembro 2011..................................... 50

4.3.1 Estatística das espécies fúngicas encontradas .................................................. 50

4.4 Fungos encontrados por áreas de coletas ............................................................ 52

4.5 Fungos isolados por hospedeiros ......................................................................... 53

4.6 Fungos encontrados por época de coleta ............................................................. 54

4.7 Teste de patogêncidade........................................................................................ 55

5. DISCUSSÃO .......................................................................................................... 57

6. CONCLUSÕES ...................................................................................................... 64

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 65

x

Fungos e oomiceto associados a espécies nativas e cultivadas de

orquídeas no sul da Bahia

RESUMO

A produção e comercialização de flores e plantas ornamentais têm conhecido um marcante crescimento nos últimos quarenta anos e tem se desenvolvido como um dos ramos econômicos mais promissores da agricultura moderna. A indústria da floricultura tornou-se uma das maiores atividades agrícolas internacionais atingindo volume substancial e gerando grande interesse de produtores e investidores em todos os continentes. As orquídeas, consideradas como uma riqueza singular para o mundo da botânica pela grande diversidade de espécies, vêm se destacando positivamente nos últimos anos nesse setor. Apesar de serem consideradas rústicas com relação ao cultivo e manejo são suscetíveis a um número considerável de doenças. Este trabalho teve como objetivos: (i) identificar morfologicamente os fungos e oomicetos encontrados nas orquídeas silvestres e cultivadas do sul da Bahia; (ii) quantificar as espécies encontradas nas orquídeas estudadas de acordo com os locais, os gêneros botânicos e época do ano; (iii) comprovar os postulados de Koch para os fungos e oomicetos considerados patogênicos; (iv) incorporar os espécimes de fungos e oomicetos encontrados à coleção micológica dos herbários do CEPEC e da UESC e às micotecas do CEPEC e da UESC. Foram realizadas doze coletas em seis municípios diferentes, divididas nos períodos de maior e menor índice pluviométrico. O isolamento e a identificação foram feitos no Laboratório de Biodiversidade de Fungos da CEPLAC. Foi encontrado um total de 25 espécies, observando-se uma maior abundância e diversidade dos fungos no período de dezembro de 2010 a fevereiro de 2011 e junho a setembro de 2011, incluindo sete espécies parasitas, 18 sapróbias e antagonistas. Phytophthora palmivora, agente causal da podridão negra em folhas de orquídeas, foi à única espécie de oomiceto encontrada. Palavras-chave: Doenças, fungos, Orchidaceae

xi

Fungi and oomycete associated with native and cultivated

species of orchids in southern Bahia

ABSTRACT

The production and marketing of flowers and ornamental plants have experienced a remarkable growth over the past forty years and has developed into one of the most promising economic branches of modern agriculture. The floriculture industry has become the largest economic sector reaching international volume and generating substantial interest from major producers and investors in all continents. Orchids considered as a unique richness to the world of botany, with a great diversity of species have stood out over the last few years in this sector. Despite being considered relatively rustic with respect to cultivation and management they are susceptible to a number of diseases. The scape of this was: (i) identify morphologically oomycetes and fungi found in wild and cultivated orchids, (ii) quantify the fungal species found on orchids in relation to local, botanical genera and time of the year, (iii) fulfill Koch´s postulates with fungi and oomycetes considered pathogenic to orchids, (iv) incorporate specimens of fungi and oomycetes collection the mycological of CEPEC Herbarium and culture collections of UESC e CEPEC. Twelve samples were held in six different municipalities divided into periods of high and low rainfall. Isolations and identifications were made in the Laboratory of Fungal Biodiversity of CEPLAC. A total of 25 fungal species, were observed with a greater abundance and diversity in periods of December of 2010 to February of 2011 and June to September of 2011, including 7 parasitic species and 18 saprobic or antagonistic species. Phytophthora palmivora agent of black rot of orchids was the only species of Oomycete found. Keywords: Diseases, fungi, Orchidaceae

1

1 INTRODUÇÃO

A floricultura, em seu sentido amplo e completo, significa o cultivo de

flores e plantas ornamentais para os mais variados fins e formas de

apresentação, que vai desde o plantio de flores para o corte até a produção de

mudas arbóreas destinadas à recomposição ambiental e paisagismo (CASTRO

et al., 2005). A atividade permite diversas formas de exploração e possibilita

diferentes formas de cultivos como: produção de flores de corte, produção de

flores e plantas envasadas, produção de folhagens, plantas de interior e

viveiros de produção de mudas para jardins (BONGERS, 1995). Desde os

primórdios da humanidade, o consumo de flores existiu. Há relatos de

descobertas em sítios arqueológicos, onde os locais em que se enterravam os

membros do grupo eram adornados com flores. Alguns procedimentos

comerciais adotados hoje datam daquela época remota. Após o aparecimento

dos famosos jardins da França do período monárquico, o cultivo das plantas

ornamentais sofreu um grande impulso. A partir dali as flores adquiriram statu

aristocrático PEROSA, 2002).

Segundo BUAINAIN E BATALHA, (2007) a floricultura mundial ocupa

uma área estimada em 190 mil há, e movimenta valores próximos de US$ 60

bilhões por ano. O segmento de flores de corte é o mais expressivo, seguido

pelo de plantas vivas, bulbos e folhagens. O comércio mundial de flores e

plantas ornamentais está concentrado na União Européia, Estados Unidos e

Japão. Destacam-se, ainda, a Colômbia, o Equador e a Costa Rica, na América

Latina, e a China, na Ásia.

A história da floricultura no Brasil, começou a ser contada a partir da

década de 50. A partir daí, pode associar fatos da produção com os do

consumo. Naquela época, a produção acontecia quase que exclusivamente ao

2

lado dos grandes centros, regiões tradicionais como as cidades de Atibaia e

Holambra em São Paulo e o pioneiro pólo de flores em Pernambuco (AKI E

PEROSA 2002). No início do século XX a floricultura brasileira, constituía-se

principalmente do cultivo de flores nos jardins e quintais residenciais, onde

tinha função paisagística ou, quando colhidas, empregadas na decoração dos

interiores. Essa atividade está diretamente relacionada às colônias de

imigrantes como a holandesa, a japonesa, a alemã e a portuguesa. Mas o

pioneirismo da iniciativa como agronegócio, mesmo que apenas para o

consumo interno local e em mínima escala, coube as colônias portuguesa e

alemã (MURIN, 2011; BLOSSFELD, 1965).

A floricultura vem ganhando projeção nacional e internacional tornando-

se grande fonte de lucro para o setor agrícola. Essa atividade possui

crescimento contínuo e tem como uma das principais características a

constante demanda por novidades, havendo um grande espaço a ser

explorado (PELLEGRINI, 2007). Nos últimos anos, observa-se um notável

crescimento e consolidação de outros importantes pólos florícolas como no Rio

Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Goiás,

Distrito Federal, Alagoas, Sergipe, Ceará e nos estados do Norte (BUAINAIN;

BATALHA, 2007 JUNQUEIRA; PEETZ, 2008). Diante de diversos motivos que

proporcionaram o surgimento dessa nova realidade no que diz respeito à

produção e abastecimento de flores e de plantas ornamentais, se dá a abertura

de novos canais e oportunidades comerciais, o que vem estimulando a

implantação e o desenvolvimento de uma floricultura tropical, relativamente

especializada principalmente nas regiões Norte e Nordeste. (JUNQUEIRA;

PEETZ, 2008).

A floricultura empresarial e comercial praticada no Brasil vem, desde as

três últimas décadas, estruturando fluxos de abastecimento de curta, média e

longas distâncias, que permitem fornecer flores e plantas ornamentais do país.

Essas flores são produzidas principalmente no estado de São Paulo (ALONSO;

SILVA, 2010). A floricultura brasileira é uma atividade que a cada dia vem

ganhado mais espaço na econômica no agronegócio do País. Nos últimos

anos, registra-se significativo crescimento da produção de flores na maioria dos

estados da federação, com destaque para os da Região Nordeste. O potencial

de expansão da atividade, voltada tanto para o mercado interno como para

3

exportação é grande e oferece oportunidades promissoras para esse setor. No

mercado interno, a elevação de renda da população em geral, o apelo

ambiental, a propaganda e a facilidade no acesso aos produtos, tanto nos

pontos de venda físicos como via internet, devem, no médio prazo, reforçar o

consumo de flores no País, que é ainda muito baixo em relação aos países

desenvolvidos (BUAINAIN; BATALHA, 2007).

O Brasil vem seguindo a tendência mundial de segmentação e

profissionalização da cadeia produtiva da floricultura, onde ocorre a máxima

especialização de cada elo. A expansão do setor está diretamente ligada a

uma melhor gestão empresarial, buscando relações comerciais mais eficientes.

Neste sentido, é essencial que se tenha conhecimento das estruturas utilizadas

pelos produtores e fornecedores para a comercialização de seus produtos,

visando uma boa integração entre produção e distribuição no mercado

(CASTRO, 1998). O agronegócio da floricultura no Brasil ganha qualidade,

competitividade, ramifica-se nos estados e consolida-se como importante

atividade econômica em todo País (BUAINAIN; BATALHA, 2007).

Segundo a SEAGRI (2010) o alto consumo de flores, de plantas

ornamentais e de paisagismo, a Bahia vem alcançando o objetivo de suprir

com sua própria produção a demanda existente, que tem o crescimento anual

em torno de 7%. Em 2010 o aumento foi de 10%, acima da cífra nacional. O

grande nicho de mercado florícola do Estado baiano, que ao produzir mais e

melhor, gera benefícios de emprego direto e indireto e renda internamente,

evolui em todo o setor tecnológico e evita a saida de divisas. O estado da

Bahia, diante da diversidade edafoclimática que apresenta, tem um grande

potencial para o desenvolvimento e estabelecimento da floricultura para a

produção em escala comercial, que vai desde flores e folhagens tradicionais e

tropicais de corte a flores e plantas em vaso, mudas de plantas ornamentais,

forrações e gramas (FREITAS, 2005). O cultivo de flores tropicais, mercado

ainda em crescimento na Bahia, surgiu como alternativa rentável para os

produtores e gerou emprego para inúmeras famílias que trabalhavam nas

lavouras cacaueiras (SCHERER, 2009). A produção baiana se espalha por

cerca de 50 municípios concentrados em nove pólos produtivos, desenvolvidos

pelo Programa Flores da Bahia, que garante 35% da satisfação do consumo

interno. Se projetada a produção para os próximos cinco anos, o Estado

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poderá conquistar, de forma suficiente, a demanda de 60%, incluindo a maior

parte das variedades de flores temperadas que pertence à vida diária dos

baianos. Foram gerados 5 mil empregos diretos e mais de 10 mil indiretos,

considerando o número de 500 produtores espalhados em toda a Bahia, em

uma área de 550 hectares, sendo 100 temperadas e 450 tropicais (SEAGRI,

2010).

Segundo SCHERER (2009), na Bahia as flores subtropicais são

produzidas na Chapada Diamantina e no sudoeste, em Maracás, Vitória da

Conquista, Mucugê, Bonito, Miguel Calmon, Morro do Chapéu. São rosas,

gérberas, crisântemos, tangos, áster e gipsophila. Já as tropicais são cultivadas

no sul do Estado (Ilhéus/Itabuna); Recôncavo (Amélia Rodrigues, Camaçari e

Cruz das Almas); no Vale do Jiquiriçá e baixo sul, em Camamu. São helicônias,

alpínias, orquídeas, antúrios, bromélias, folhagens e plantas para paisagismo.

A família Orquidaceae é de uma riqueza singular para o mundo da

botânica com 800 gêneros, 35.000 espécies, 120.000 híbridos (SOUZA &

LORENZI, 2005). O Brasil com 235 gêneros dos quais 67 são endêmicos e

2419 espécies onde 1620 são endêmicas, é considerado junto com a Colômbia

e a Venezuela o país com maior diversidade e quantidade de espécies dessa

família (BARROS, 2012). O cultivo de orquídeas está crescendo no Brasil e em

todo o mundo e o comércio dessas plantas anualmente gera em torno de 20

milhões de dólares (MOREIRA, 2007).

Mesmo com a grande importância ambiental e econômica das

orquídeas, poucos são os estudos científicos visando à identificação e o

controle de microrganismos causadores de doenças nessas plantas. No Brasil

as principais doenças encontradas em orquídeas são causadas por fungos,

bactérias, oomicetos e vírus. As doenças das orquídeas representam, na

atualidade, um grande problema para os produtores e cultivadores dessas

plantas.

Doenças causadas por bactérias, fungos e oomicetos são bastante

comuns, sendo, porém, evitadas através de táticas de manejo, além de ser

possível o tratamento para as plantas já infectadas, o que é importante em

culturas de alto valor agregado e perene. No caso das doenças causadas por

vírus o problema é mais acentuado, pois não existe tratamento para as plantas

infectadas as quais perdem o valor comercial, devendo ser descartadas para

5

eliminar a fonte de inóculo. Os fungos e oomicetos patogênicos associados às

doenças das orquídeas são facilmente transmitidos para plantas sadias,

através de instrumentos de corte durante as atividades de limpeza e

desmembramento de mudas, o que tem gerado grandes prejuízos para os

orquidários em todo o Brasil (KLEIN, 2008).

2 REVISÃO DE LITERATURA

2.1 Floricultura Brasileira

2.1.1 Origem e mercado

O consumo de plantas ornamentais e flores no mundo inteiro vêm

crescendo ao longo dos anos. Tanto em países tradicionais como em novas

economias de países em desenvolvimento a demanda por flores tem crescido

significativamente. Estima-se que em todo o mundo exista 190 mil ha de área

cultivada com a floricultura movimentando cerca de US$ 60 bilhões por ano. O

segmento de flores de corte é o mais expressivo, seguido pelo de plantas

vivas, bulbos e folhagens. O comércio mundial de flores e plantas ornamentais

está concentrado na União Européia, Estados Unidos e Japão. Destacando-se

ainda, a Colômbia, o Equador e a Costa Rica, na América Latina, e a China, na

Ásia (BUAINAIN & BATALHA, 2007).

A busca de inovação constante e o lançamento permanente de novos

produtos é o que movimenta o mercado de flores e plantas ornamentais, sendo

considerado fundamental para a viabilidade de sua sustentação comercial no

mercado (JUNQUEIRA & PEETZ, 2009).

A floricultura nacional, mesmo presente no dia a dia dos brasileiros

desde o final do século XIX, era pouco expressiva até meados da década de

50. As flores eram cultivadas especialmente nos jardins das residências e,

quando exploradas profissionalmente, era uma atividade paralela a outras.

Tinha-se a imagem de que flores eram artigos supérfluos, causando assim

resistência à atividade e consequentemente a expansão do setor. Nas décadas

de 50 e 60 respectivamente, os imigrantes portugueses e japoneses,

começaram a cultivar flores profissionalmente nos arredores da cidade de São

6

Paulo. Também se destacaram como incentivadores desta atividade os

italianos e alemães (TOMÉ, 2004).

Historicamente, a floricultura brasileira desenvolveu-se no entorno dos

mercados de consumo dos grandes aglomerados urbanos, principalmente na

região Sudeste e Sul. Em razão das características do cultivo, intensivo em

manejo e em mão-de-obra, da precariedade do sistema de distribuição e da

limitada disponibilidade de tecnologias de conservação que permitissem a

armazenagem e transporte de longa distância, a produção cresceu

concentrada em sistemas de pequena produção familiar, voltada para

mercados locais e regionais. A exceção foi o estado de São Paulo

especificamente a cidade de Holambra, que desde o início logrou colocar seus

produtos no mercado de outras regiões do país e até hoje o estado de São

Paulo se destaca como o maior produtor do Brasil (BUAINAIN; BATALHA,

2007). Ao longo dos últimos anos, a floricultura empresarial brasileira vem

adquirindo notável desenvolvimento e se caracterizando como um dos mais

promissores segmentos da horticultura intensiva no campo dos agronegócios

Nacionais (JUNQUEIRA & PEETZ, 2007). No Brasil a produção e o consumo

de flores e plantas ornamentais vêm acompanhando a tendência de expansão

do mercado mundial, que também vem crescendo a cada ano. Estima-se que a

floricultura brasileira movimenta, no mercado interno, um valor global em torno

de 750 milhões de dólares ao ano. Mesmo não sendo um exportador tradicional

de flores e plantas ornamentais, a profissionalização do segmento exportador

no Brasil vem se intensificando nos últimos anos e, atualmente, o país já se

projeta no cenário internacional como importante referencial de qualidade e

competitividade (JUNQUEIRA & PEETZ, 2002).

A produção de flores e plantas ornamentais nativas brasileiras

caracteriza-se por ser uma atividade econômica desenvolvida por pequenos

produtores distribuídos em quase todo o território nacional e bastante

diversificada, produzindo desde flores e folhagens de corte e de vaso, mudas

de plantas ornamentais para uso em paisagismo e jardinagem, material

propagativo como estacas, sementes e bulbos, até flores e folhagens secas

(CASTRO et al., 2005). A floricultura como atividade econômica é capaz de

gerar rendimentos entre R$ 50 mil e R$ 100 mil por hectare, proporcionando

rápido retorno financeiro, dependendo do produto (JUNQUEIRA & PEETZ,

7

2005). No Brasil, o setor é composto por mais de 7.600 produtores distribuídos

em 1.500 municípios ocupando a área correspondente a cerca de 9 mil

hectares (KIYUNA et al., 2004).

Segundo JUNQUEIRA & PEETZ (2007) no ano de 2006 as principais

flores e plantas ornamentais comercializadasno Brasil como flores em vasos

foram: Crisântemo (Dendranthema grandiflorum), Violeta (Saintpaulia

ionantha), Calanchoe (Kalanchoe blossfeldiana), Begônia (Begonia spp.),

Azaléia (Rhododendron sp.), Orquídeas (Cattleya spp. Dendrobium spp.

Phalaenopsis spp.), Bromélias (Vriesea spp. Neoregelia spp. e outras) e Lírio

(Lilium spp.); no caso de plantas verdes em vasos footam: Ficus (Ficus

benjamina e outros), Schefflera (Schefflera arboricola), Singônio (Syngonium

angustatum), Samambaia (Nephrolepsis spp. e outras), Tuia (Chamaecyparis

spp.), Jibóia (Epipremnum pinnatum), Filodendro (Philodendron spp.) e

Comigo-ninguém-pode (Dieffenbachia spp.); quanto as flores de corte foram:

Rosa (Rosa spp.), Crisântemo (Dendranthema grandiflorum), Lírio (Lilium spp.)

Gérbera (Gerbera jamesonii) Tango (Solidago spp.), Gladíolo (Gladiolus

hortulanus), Áster (Aster spp.) e Gipsofila (Gypsophila spp.)

Nos primeiros seis meses de 2010, a floricultura brasileira exportou US$

14,287 milhões, o que representou um acréscimo de 1,64% em relação

ao valor obtido em idêntico período do ano anterior (US$ 14,056 milhões). O

resultado, mesmo com o pequeno, não deixou de ser surpreendente, em

virtude das condições recessivas desfavoráveis que permanecem vigorando

junto aos principais mercados importadores no ambiente internacional.

(JUNQUEIRA & PEETZ, 2010). A região sudeste, especificamente o estado de

São Paulo, desde o inicio até os dias de hoje é o principal pólo de produção. A

floricultura brasileira é bastante diversificada, quando se refere a multiplicidade

dos seus produtos vegetais (flores e folhagens de corte, frescas ou secas

bulbos, mudas, etc.). Além disso, nossa floricultura também é marcada por

diferenciações econômicas, políticas e sociais entre as regiões e pólos

geográficos, porte dos empreendimentos e perfil dos produtores e empresas

componentes dessa cadeia produtiva (BUAINAIN; BATALHA, 2007).

Um estudo de AKI & PEROSA (2002) confirma a expansão da produção

brasileira de flores e plantas ornamentais, ainda concentradas no Estado de

São Paulo, mas os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Santa Catarina,

8

Paraná, Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará, vêm-se destacando

significamente, assim como outros estados da região Norte.

Os estados de São Paulo, Santa Catarina, Pernambuco, Alagoas e

Ceará são pólos produtivos com inserção definida e estratégias efetivas de

crescimento no mercado internacional, pois são regiões com altas tecnologias

de produção, pioneiras nessa atividade, com climas subtropicais que

favorecem a produção de flores variadas, entres outras características que

destacam essas regiões. Outros estados como Rio Grande do Sul, Minas

Gerais e Rio de Janeiro contribuem com uma parcela significativa para o

crescimento do Brasil no mercado Mundial. Nos estados do Paraná, Goiás,

Bahia, Espírito Santo, Amazonas e Pará a produção de flores e plantas

ornamentais em volume e qualidade para exportação é vista como um alvo

mais distante a ser conquistado em longo prazo. Esses pólos produtivos estão,

ainda, em processo de consolidação local. O foco principal consiste em superar

os gargalos de produção para o mercado de consumo interno e estruturar o

mercado atacadista (BUAINAIN; BATALHA, 2007).

2.2 Floricultura Baiana

O Estado da Bahia, diante à diversidade edafoclimática que possui, tem

um grande leque de opções para o cultivo e estabelecimento da floricultura,

que vai desde as flores e folhagens tradicionais e tropicais de corte, flores e

plantas em vaso, mudas de plantas ornamentais, forrações e gramas

(FREITAS, 2005). Na Bahia a floricultura comercial é ainda relativamente

recente. O agronegócio de flores, em franca expansão na Bahia, movimenta

cerca de R$ 45 milhões por ano e a produção baiana da ordem R$ 9

milhões/ano, representa uma fatia de 20% deste promissor mercado

(GOVERNO DA BAHIA, 2005). A produção de flores pode ser encontrada em

sete regiões do Estado: (a) Litoral Norte em Amélia Rodrigues, Conceição do

Jacuípe, Mata de São João, Camaçari, Simões Filho, Irará e Candeias; (2)

Litoral Sul do Grande Recôncavo em Valença, Camamu, Cruz das Almas,

Ituberá, Taperoá, Nilo Peçanha e Piraí do Norte, essa duas regiões apresenta

clima favorável ao cultivo de flores tropicais; (3) Chapada Diamantina em

Mucugê, Andaraí, Barra da Estiva, Lençóis, Rio de Contas, Bonito, Ibicoara,

9

Piatã, Seabra e Palmeiras; (4) Piemonte da Diamantina em Morro do Chapéu,

Miguel Calmon e Senhor do Bonfim, sendo essa, uma região bem promissora

ao desenvolvimento da floricultura; (5) Sudoeste da Bahia, no Planalto

Jaguaquara, Lagedo do Tabocal, Barra do Choça, Maracás e Vitória da

Conquista, com destaque para os dois últimos municípios, nessa região a

temperatura amena é propício ao cultivo de flores de clima temperado; (6)

Litoral Sul da Mata Atlântica em Ilhéus, Itabuna, Santa Cruz da Vitória e

Canavieiras, o clima nessa região favorece o cultivo de flores tropicais; e (7)

Sertão onde se destaca o município de Paulo Afonso também despontando

como produtor de flores tropicais (OLIVEIRA & BRAINER 2007). Nessas

regiões as flores e plantas ornamentais plantadas em maior destaque são:

rosas, gérberas, crisântemos, murta, palmeiras, flores envasadas (petúnia,

cravina, gérberas etc.), helicônias, ananás, orquídeas entre outras.

2.3 Orchidaceae

A família Orquidaceae compreende 800 gêneros, 35.000 espécies e

120.000 híbridos (SOUZA & LORENZI, 2005). Segundo SUTTLEWORTH et al.,

(1982) as orquídeas constituem uma grande e interessante família de plantas

superiores, distribuídas no mundo todo, que merecem mais dedicação e

estudos do que realmente recebem. A beleza das espécies espontâneas e a

elegância dos híbridos são unanimemente reconhecidas, bem como seu

grande interesse científico como grupo único e altamente desenvolvido de

plantas. Alem disso, são rústicas e podem ser cultivadas, estudadas e

apreciadas por qualquer amador interessado. Esta família talvez seja a mais

interessante de todas as famílias de plantas, principalmente por apresentar

imensa variação morfológica e extensa distribuição geográfica de suas

espécies. Elas desenvolvem-se desde o Ártico até os Trópicos, tanto ao nível

do mar quanto nas grandes altitudes (FARIA et al. 2010).

Historicamente a cultura das orquídeas começou no Extremo Oriente,

especificamente no Japão e na China por volta de quatro mil anos. A palavra

chinesa para orquídea (lan) já aparece no herbário chinês desde então.

Entretanto, não se sabe ao certo quando ela passou a ser cultivada pelo

homem, e nem se este cultivo foi motivado por razões estéticas ou medicinais

10

(SAMPAIO et al. 2010). Além do interessse botânico as orquídeas são

importantes fornecedoras de aromas e outros produtos relevantes para as

indústrias de cosmesticos e de alimentos. Muitas espécies de orquídeas

correm risco de extinção, devido à exploração extrativista desordenada,

associada à eminente destruição do seu habitat natural, de modo que, por meio

do seu cultivo, temos a oportunidade de contribuir com a preservação das

mesmas (FARIA et al. 2010).

Segundo NOGUEIRA (2004), várias espécies de orquídeas atraem a

atenção de colecionadores e das floriculturas. O mercado mundial movimenta

por volta de 210 milhões de dólares em orquídeas por ano, tendo a Tailândia, o

maior produtor, exportado mais de 26 milhões de dólares por ano. O mercado

brasileiro movimenta cerca de 70 milhões de reais. No entanto, apesar do

crescimento de 25% da demanda interna, em 2003, o Brasil exportou cerca de

79 mil dólares, embarcando quase 9000 unidades para diversos países. A

floricultura brasileira ainda carece de muitos subsídios científicos para que

possa atingir valores econômicos condizentes com a grande diversidade

biológica e valor ornamental apresentado pela família Orchidaceae no país.

Existem no Brasil 66 gêneros endêmicos e 1632 espécies são

endêmicas (BARROS, 2012). O Brasil é um dos países mais ricos em

orquídeas, tanto em diversidade, como em quantidade de espécies,

comparável apenas à Colômbia e ao Equador. No Brasil a distribuição

geográfica está em todo território brasileiro que vai desde o

Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste até o Sul, com maiores domínios

fitogeográficos na Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica e Pampa

(BARROS, 2012). Em todo o mundo, o comércio de orquídeas gera mais de 20

milhões de dólares por ano (MOREIRA, 2007). Na Bahia o cultivo comercial

ainda é mínimo sendo feito quase que totalmente por orquidófilos e amadores

que apreciam a peculiaridade e beleza dessas plantas, com exceção a região

dade Camaçari onde existem alguns orquidários com produção comercial.

2.4 Doenças na Floricultura

A floricultura é um setor da agricultura que vem crescendo ao longo dos

anos, mas esse crescimento ainda precisa vencer várias barreias, sendo uma

11

delas os problemas fitossanitários. As doenças causam prejuízos que podem

limitar a produção e comercialização de flores e folhagens. O problema de

doenças em plantas ornamentais é bastante particular devido às características

de cultivo, com grande número de espécies vegetais e a necessidade de

diversidade de condições ambientais para atender exigências de cada tipo de

planta. Os principais agentes etiológicos são fungos, bactérias, vírus e

nematóides, que podem causar pequenas perdas ou verdadeiras devastações.

Os prejuízos financeiros causados pelas doenças podem ser diretos, pela

queda na produção, alterando tanto a qualidade quanto à quantidade do

produto. Os prejuízos indiretos decorrem da queda na produtividade devido ao

custo das medidas de controle. Muitos dos agentes patogênicos,

particularmente fungos e bactérias causadores de podridões moles, bolores e

mofos são disseminados por plantas matrizes (PITTA, 1995).

Os produtores, amadores e colecionadores cultivam várias variedades e

espécies em um mesmo local protegidas em estufas, cada uma com grande

probabilidade de reagir de maneira distinta aos patógenos. Alem, disso

dificuldades relativas à identificação e controle de doenças, oferem um

estimulante campo para os fitopatologistas. As orquídeas, apesar de serem

consideradas relativamente rústicas com relação ao cultivo e manejo são

suscetíveis a um número considerável de doenças (GLORIA et al., 2003 e

KLEIN, 2008).

Na orquidocultura algumas enfermidades podem colocar em risco a

produção, depreciando esteticamente as plantas ou mesmo destruindo-as. A

correta identificação dos agentes causais é, portanto, de suma importância

para que um manejo adequado seja estabelecido, minimizando as perdas

(BARROS, 2009).

As doenças das orquídeas de etiologia bacteriana e fúngica são

bastante comuns, sendo, porém, evitadas através de táticas de manejo, além

de ser possível o tratamento para as plantas já infectadas, o que é importante

em culturas de alto valor agregado e perene. O problema é mais acentuado

nos casos de infecções virais, pois não existe tratamento para as plantas

infectadas, devendo as mesmas serem descartadas para eliminar a fonte de

inóculo. Os fitopatógenos associados às doenças das orquídeas são facilmente

transmitidos para plantas sadias, através de instrumentos de corte durante as

12

atividades de limpeza e desmembramento de mudas (KLEIN 2008). Segundo

FARIA et al., (2010), a maioria das espécies de orquídeas é suscetível a um

grande número de doenças causadas por fungos e oomicetos, acarretando

danos irreversíveis provocando perdas da qualidade de suas folhas,

pseudobulbos e flores. KIMATI, (2005) lista uma dezena de doenças que

acometem as orquídeas que vão desde doenças bióticas causada por fungos,

bactérias e vírus até doenças abióticas causadas por deficiência de cálcio,

toxidez por etileno e por altas concentrações de nitrogênio.

Estudos feitos por KLEIN (2008) mostram que as principais doenças

relatadas em orquídeas no Brasil e no exterior são a podridão negra causada

por Pythium ultimum Trow e Phytophthora cactorum (Lebert & Cohn.) J. Schöt.;

murcha de fusarium causada por Fusarium oxysporum Schletend, f.sp.

cattleyae V. Foster; antracnose causada por Colletotrichum gloeosporioides

Penz.; ferrugem causada por Sphenospora kevorkianii Linder= Uredo

nigropunctata P.Henn., S. mera Cumm; S. saphena Cumm.; Uredo epidendri

P. Henn, Uredo behnickiana P. Henn. e Hemileia oncidii Griffon & Malbl.; mofo

cinzento causado por Botrytis cinerea Pers. e Botrytis sp.; mancha de

cercospora causado por Cercospora odontoglossi Prill. & Delacr., C. angraeci,

C. dendrobii, C. epipactidis, C. persisteriae e Cercospora spp.; murcha de

sclerotium causada por Sclerotium rolfsii Sacc.; manchas foliares causadas por

Phyllosticta capitalensis Henn.; podridão das raízes causada por Rhizoctonia

solani Kuhn; podridão de raízes causada por Cylindrocarpon radicicola.Wr.;

podridão de raízes causada por Cylindrocladium sp.; mancha foliar causada por

Fusarium moniliforme Sheldon; mancha do bulbo causada por Diplodia sp.;

mancha causada por Macrophoma sp.; outras manchas foliares causadas por

Selenophoma dendrobii Abiko e Pestalotiopsis sp.; crosta negra da baunilha

causada por Mycoleptodiscus indicus (V.P. Sahni) B. Sutton; mancha aquosa

ou mancha marrom causada por Acidovorax cattleya (syn. Pseudomonas

cattleyae (Pav.) Sav.); podridão mole causada por Pectobacterium

carotovorum subsp. Carotovorum e Dickeya chrysanthemi; e as viroses

causadas por: Cymbidium mosaic virus–CymMV, Odontoglossum ringspot

virus.–ORSV, Orchid fleck virus–OFV, Cucumber mosaic virus–CMV,

Dendrobium vein necrosis virus–DVNV, Tomato ringspot virus–ToRSV, Bean

yellow mosaic virus–BYMV, Calanthe mild mosaic virus–CalMMV, Ceratobium

13

mosaic virus–CerMV, Clover yellow vein virus–ClYVV (=Dendrobium mosaic

virus), Dasheen mosaic virus–DsMV, Cypripedium chlorotic streak vírus-

CypCSV (=Cypripedium necrotic leafstripe virus), Habenaria mosaic virus–

HaMV, Turnip mosaic virus–TuMV, Vanilla mosaic virus–VanMV, Vanilla

necrosis virus (=Watermelon mosaic virus WMV), Dendrobium leaf streak virus–

DLSV (=Orchid fleck virus–OFV), Laelia red lefspot virus–LRLV (=Orchid fleck

vírus–OFV), Cymbidium ringspot virus–CymRSV, Impatiens necrotic spot

virus–INSV, Tomato spotted wilt virus–TSWV, Tobacco rattle vírus–TRV,

Phalaenopsis chlorotic spot virus–PhCSV, Cypripedium calceolus vírus–

CypCV; além do ataque de nematóides do gênero Aphelenchoides: A. bessey

Christie (1942); A. fragariae (Ritzema Bos, 1891) Christie 1932; A. ritzemabosi

(Swartz, 1911) Steiner &Buhrer, 1932 e do gênero Pratylenchus: P. scribneri

Steiner, 1943.

BARROS et al., (2009) em orquídeas no estado de Pernambuco

encontraram Colletotrichum gloeosporioides causando manchas foliares em

Catasetum expansum, Dendrobium anosmum, Cyrtopodium sp., Rodriguesia

venusta, Cattleya labiata, Epidendrum ibaguense e Phalaenopsis sp. Na

Bahia poucos são os estudos com doenças de orquídeas, mas BEZERRA &

RAM, (1988) relatam a doença Crosta-Negra causada por Mycoleptodiscus

indicus em 1986, em plantas de Vanilla fragrans na Bahia. MOREIRA (2007)

estudando orquídeas do Recôncavo baiano encontrou Erwinia caratovora

causando podridão do pseudocaule e das folhas de Dendrodium sp. e

Phaleanopsis sp., Fusarium sp. e Rizoctonia solani causando podridão

radicular em híbridos de Vanda e Colletotrichum sp. causando manchas

foliares em Cattleya sp., Agrecus sp., Brassia sp., Oncidium papilum, O.

josephine, O. lanceanum e em Gramatophilum sp.

Estudo feito por SOUZA et al., (2009) com orquídeas coletadas nas

cidades de Camaçari, Cruz das Almas e Santa Terezinha, todas no estado da

Bahia, relatam Colletotrichum sp. causando antracnose em folhas de

Oncidium sp., Vanda sp., Cyrtopodium sp. e Denfal sp.; Fusarium sp.

causando manchas e podridões em pseudobulbos de Cattleya sp., folhas de

Gramathophyllum sp. e em folhas de Vanda sp.; Curvularia sp. causando

manchas em folhas de Denfal sp. e Vanda sp.; Sclerotium rolfsii causando

podridão mole em Vanda sp.; Phyllosticta sp. causando pontos nas folhas de

14

Denfal sp. A patogenicidade de Colletotrichum sp. foi confirmada em Oncidium

sp., enquanto que a de Fusarium sp. foi confirmada em Cattleya sp., e a de

Curvularia sp. e Phyllosticta sp. em Denfal sp.

15

3 MATERIAL E MÉTODOS

3.1 Áreas das coletas

As coletas foram realizadas no período de 17/12/2010 a 05/09/2011 em seis municípios (Itabuna, Ibicuí, Itororó, Ilhéus, Itapebi e Jussari) do sul da Bahia.

Figura 1: Mapa da Bahia mostrando em cores diferentes a localização dos municípios onde foram feitas as coletas das plantas doentes.

16

Durante esse período foram feitas duas coletas em cada município,

sendo a primeira realizada no período dezembro de 2010 a fevereiro de 2011 e

a segunda no período de julho de 2011 a setembro de 2011. As coletas foram

realizadas em orquidário a céu aberto e sob árvores (Ilhéus); orquidário ripado

e telado (Itapebi); orquidário improvisado sobre cobertura residencial (Itabuna);

orquidários em quintais (Ibicuí, Itororó); árvores povoadas natural e

artificialmente (Jussari), figura 2.

Figura 2: Tipos de cultivo de orquídeas no sul da Bahia - (A, B e C) Árvores povoadas artificialmente e natural; (D e E) Orquidário ripado e telado; (F) Orquidário sobre telhado; (G e H) Orquidário em quintais; (I) Orquidário a céu aberto.

As coletas de Itapebí, Ilhéus, Itabuna e Jussari foram realizadas em área

de Mata Atlântica enquanto que as de Itororó e de Ibicuí em área de transição

entre Mata Atlântica e áreas caracterizadas por vegetação rasteira e capoeiras.

17

3.2 Isolamento

As plantas com sintomas e sinais de doenças foram levadas para o

Laboratório de Biodiversidade de Fungos do Centro de Pesquisa do Cacau

(CEPEC) da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (CEPLAC),

onde foram lavadas com sabão neutro em água corrente e em seguida foram

cortadas em fragmentos de 5 milímetros. Os fragmentos foram desinfetados

em álcool 70% por 2 minutos, hipoclorito de sódio a 1% por 2 minutos, lavados

por 4 vezes em água destilada e esterilizada (ADE) e transferidos para placas

de Petri com meio de batata-dextrose-agar (BDA). Após o aparecimento das

colônias estas foram purificadas e identificadas quanto à espécie.

18

Figura 3: Metodologia utilizada para isolar fungos e oomicetos patogênicos. (A) Sintomas em folhas;(B) Fragmentos de folhas; (C) Desinfestação; (D) Plaqueamento; (E) Crescimento de colônias; (F) Culturas purificadas.

3.3 Identificação

As identificações genéricas e específicas foram feitas a partir de culturas

puras dos fungos em meios BDA, em placas de Petri, com cinco a 30 dias de

A

D

B

D C

E F

19

crescimento. A caracterização morfológica foi procedida através de

observações das características macroscópicas das colônias e microscópicas

das estruturas somáticas e reprodutivas. Com o auxílio de chaves taxonômicas

existentes na literatura especializada chegou-se à identificação dos gêneros,

enquanto que as espécies foram identificadas comparando-se as descrições

específicas (ARX; MULLER, 1954; GUBA, 1961; MULLER; ARX, 1962;

SEIFERT at al., 2011).

3.4 Conservação

Culturas de todos os fungos e oomiceto obtidos foram conservadas.

Utilizando-se o método CASTELLANI (1967) avaliado por APARECIDO et al.

(2007) colocando-se porções de micélio de fungos e oomiceto em frasco tipo

penicilina contendo água destilada estéril, hermeticamente fechado. Para cada

isolado foram feitas três repetições.

3.5 Seleção de antagonistas in vitro

Para teste do antagonismo in vitro foram selecionados três fungos,

sendo dois do município de Jussari e um do município de Itapebi, os quais

foram confrontados com um oomiceto patogênico encontrado no município de

Ilhéus.

3.6 Testes de antagonismo, em culturas pareadas

Os fungos candidatos a antagonistas e o patógeno foram repicados para

placas de Petri, de 9 cm de diâmetro contendo meio BDA. Cada placa recebeu

dois discos de micélio/conídios de 5 mm de diâmetro em posições

diametralmente opostas, a 1,5 cm da borda da placa, sendo um disco do

patógeno e outro do candidato a antagonista. Foram utilizadas dez repetições e

dez testemunhas por confronto. As testemunhas consistiram das culturas puras

do isolado do patógeno. As placas com os confrontamentos foram mantidas em

uma bancada à temperatura de 25±1°C. As leituras foram realizadas com 48,

72 e 96 h após a montagem do confronto, aferindo-se o raio das colônias dos

20

fungos, com régua milimetrada, no sentido centro da colônia até sua borda, em

todas as colônias, inclusive as das testemunhas. Observou-se também as

reações antagônicas entre o fitopatógeno e os possíveis agentes

biocontroladores segundo a classificação de (MOORE-LANDECKER, 1996).

Os dados foram analisados através do programa SAS e os diâmetros médios

das culturas comparados pelo Teste de Tukey (P < 0,05).

3.7 Teste de patogenicidade

As plantas sadias para o uso nos testes de inoculação foram mantidas

em casa-de-vegetação. Folhas destacadas ou não foram inoculadas com

discos de 5 mm de diâmetro provenientes de culturas do patógeno após seis

dias de crescimento em BDA. O inóculo (discos de cultura) foi depositado nas

superfícies adaxial e abaxial das folhas, após lavagem das mesmas com sabão

neutro em água corrente. Metade das inoculações foi feita em folhas íntegras e

o restante com folhas com ferimento feito com agulhas histológicas. Após a

inoculação as folhas destacadas e as plantas inoculadas foram incubadas em

câmara-úmida por 48 h.

21

Figura 4: Metodologia utilizada para teste de patogenicidadde. (A) Cultura do patógeno; (B e C) Folhas sadias antes da inoculação; (D) Folhas inoculadas.

Foram feitas avaliações diárias nas folhas inoculadas para observação

do aparecimento de sintomas.

3.8 Cálculo dos padrões de biodiversidade

3.8.1 Freqüência: pi = ni .100

N

onde ni: número de indivíduos da espécie i e N: total de

indivíduos da amostra. É a proporção de indivíduos de uma espécie em

relação ao total de indivíduos da amostra.

A

D

C

B

A D C

22

3.8.2 Constância: C = p. 100

N

Onde p: número de amostras com a espécie e N: número total de

amostras tomadas. Para o cálculo da constância calculou-se a porcentagem de

localidades ou amostras, onde é encontrada determinada espécie pelo número

total das localidades amostradas ou amostras (WATANABE, 1997).

Classificação das espécies quanto a Constância:

� Espécie Constante (W) - presente em mais de 50% das amostras;

� Espécie Acessória (Y) - presente em 25-50% das amostras;

� Espécie Acidental (Z) - presente em menos de 25% das amostras.

3.8.3 Similaridade: S= 2c.100

a+b

onde c: número de fungos comuns as áreas e a+b: número de fungos

presentes sobre as áreas. A similaridade entre as áreas foi obtida através do

Índice de Sorensen (MULLER-DOMBOIS, 1981).

23

4 RESULTADOS

Foram encontrados fungos em 29 gêneros de orquídeas conhecidas e

algumas que não foi possível identificar por não estarem floridas na época da

coleta. Na tabela 1 encontram-se os gêneros e os locais de coleta de cada um

Tabela 1 – Gênero de orquídeas hospedeiras e seus respectivos locais de

coletas

24

Foram feitos 332 isolamentos, dos quais foi possível identificar 210

isolados pertencentes a 24 espécies fungicas e uma espécie de oomiceto. Os

outros 122 isolados não produziram estruturas de reprodução nem esporos em

meio de cultura sendo considerados como “Mycelia sterlla”.

4.1 Descrição dos fungos e oomiceto encontrados

1-Aspergillus niger Tiegh. Annls Sci. Nat., Bot., sér. 5 8: 240 (1867).

Lesões necróticas, irregulares, em folhas de Epidendrum sp. Colônias negras,

pulverulentas, de margens indefinidas. Micélio hialino septado. Conidióforos

cilíndricos, septados, sub-hialinos, 435 - 1445 x 7,0 - 15 µm. Conídios

globosos, espinescentes, catenulados, 3,0 – 4,0 x 3,5 – 4,5 µm.

Hospedeiro: Epidendrum sp.

Local: Ilhéus, 17/12/2010.

Figura 5: Aspergillus niger - (A e B) Conidióforos e vesículas; (C) Conídios.

A

C

B A

C

B A

C

B

5µm

25

2- Astrophaeriella aff. lophiostomopsis K.D. Hyde & J. Fröhl., Sydowia 50(1):

100 (1998)

Pseudotécios irrompentes a superficiais, carbonáceos, lesão escuras,

inrregulares necróticas lcalizadas na superfície foliar adaxial. Ascos bitunicados

70-169 x 16,5-23,5 µm. Ascósporos hialinos 1-septados quando jovens e

marrom 5 septados quando velhos medindo 40-56 x 7-12,5 µm.

Hospedeiro: Cattleya sp.

Local: Itapebi, 05/01/2011

Figura 6: Astrophaeriella aff. lophiostomopsis - (A) Ascósporos hialino com 1 septo; (B) Ascos jovens, maduros com ascósporos e paráfises; (C) Asco bitunicado; (D) Ascósporos maduro com 5 septos.

A

C

B D

C

B A

20µm

26

3- Chaetomium sp.

Manchas negras elipsóides isoladas ou coalescentes em pseudobulbo,

formando áreas necrosadas (Figura B).

Colônias em BDA aos 10 dias de idade, esbranquiçadas a esverdeadas,

circulares, de centro escuro. Peritécios piriformes, negros, setosos, ostiolados,

não férteis

Hospedeiro: Cattleya sp

Local: Itororó, 05/09/2011.

Figura 7: Chaetomium sp. (A) Peritécio; (B) Bulbo de Cattleya sp. com manchas pretas.

A B

B

100µm

27

4- Cladosporium cladosporioides (Fresen.) G.A. de Vries, Contrib. Knowledge

of the Genus Cladosporium Link ex Fries: 57 (1952)

Crescimento micelial desordenado em pequenos pontos na placa formando

colônias circulares de coloração verde-oliva a marrom-esverdeado, de textura

aveludada em toda a placa após oito dias de incubação. Conidióforos oliváceos

a marrons, lisos. Conídios ovóides a esféricos, de coloração marrom-olivacea

ou marrom escura 2,5-11,0 x 2,0-4,0 µm.

Hospedeiro: Rodriguezia sp.

Local: Itabuna, 19/01/2011

Figura 8: Cladosporium cladosporioides - (A) Conídios e conidióforos; (B) Pintas pretas em folhas de Rodriguezia sp.

28

5- Colletotrichum gloeosporioides (Penz.) Penz. e Sacc. Atti Inst. Veneto Sci.

lett., ed Arti, Sér. 3 2: 670 (1884), (Sensu Sutton, 1980)

Lesões castanhas a negras em folhas, brácteas e inflorescências. Colônias em

BDA, aos 10 dias de idade, escuras, flocosas. Micélio septado, castanho-claro.

Acérvulos em forma de disco, setosos. Setas castanho-escuras, simples,

septadas, cilíndricas. Conidióforos simples, alongados. Conídios hialinos,

unicelulares, oblongos, 7 – 11 x 2 – 3 µm.

Hospedeiros: Arundina sp., Brassia sp., Bulbophillum sp., Cattleya sp.,

Coryanthes sp., Cymbidium sp., Cytropodium sp., Dendrobium sp.,

Dendrochilum sp., Epidendrum sp., Encyclica sp., Gongora sp., Laelia sp.,

Lockhartia sp., Maxillaria sp., Miltonia sp., Oncidium sp., Octomeria sp.,

Phalaenopsis sp., Pteroglossa sp., Pleurothallis sp., Schomburgkia sp., Vanda

sp., Vanilla sp., e outras plantas não identificadas.

Locais: Ilhéus, 17/12/2010 e 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011.

Figura 9: Colletotrichum gloeosporioides – (A) Lesões em folha de Gongora sp.; (B) Conídios; (C) Colônia em BDA.

29

6- Didymosphaeria aff. brasiliensis (Höhn) E. Müll., in Müller & von Arx, Beitr.

Kryptfl. Schweiz 11 (no.2): 292 (1962)

Pseudotécios dispersos, imersos, subglobosos, de cor escura, por vezes

associados com um clípeo inconspícuo em torno do ostíolo. Ascos medindo

41,0-59,0 x 5,0-12,0 µm com 8 esporos. Ascósporos unisseriados, 1-septados,

marrom, medindo 12,0-16,0 x 3,0-4,0 µm.

Hospedeiro: Miltonia sp.

Local: Itapebi, 05/01/2011

Figura 10: Didymosphaeria aff. brasiliensis- (A ) Himénio; (B e C) Ascos; (D e E) Ascósporos.

30

7- Fusarium aff. oxysporum E.F. Sm. & Swingle

Lesões necróticas, puncformes a irregulares, escuras. Colônias em BDA, aos 5

dias de idade, circulares, esbranquiçadas, planas, levemente cotonosas, com

reverso arroxeado. Macroconídios com 3-4 septos, encurvados a falcados, de

extremidades agudas, 18,0 – 24,0X 2,0- 3,0 µm.

Hospedeiros: Arachnis, Cattleya, Phalaenopsis e Vanilla

Locais:Ilhéus, 17/12/2010 e 08/06/2011; Itororó, 09/02/2011

Figura 11: Fusarium aff. oxysporum- (A) Manchas necróticas em folha de Vanilla; (B) Crescimento em BDA.; (C) Conídios.

31

8- Glomerella cingulata (Stoneman) Spauld. et H. Schrenk, in Schrenk e

Spaulding, Science, N.Y. 17: 751 (1903).

Lesões foliares elípticas, de centro castanho-escuro e bordos cloróticos.

Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, planas, esbranquiçadas a negras.

Peritécios subglobosos, negros, ostiolados. Ascos unitunicados, cilindro-

clavados, octospóricos, 60,5-62,0 x 10,0-12,0 µm. Ascósporos hialinos,

unicelulares, gutulados, oblongos, levemente curvados, 18,0-22,0 x 5,0-6,0 µm.

Hospedeiros: Cattleya, Epidendrum, Phaleanopsis e Octomeria,

Local: Ilhéus, 17/12/2010 e 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010; Itapebi, 5/01/2011;

Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011; Itororó, 05/092011.

Figura 12: Glomerella cingulata – (A) Manchas necróticas em Octmeria; (B) Ascos; (C) Ascósporos; (D) Colônia em BDA.

32

9- Guignardia endophyllicola Okane, Nakagiri & Tad. Ito, Can. J. Bot. 79(1): 103

(2001)

Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, negras, elevadas, de bordos

irregulares. Pseudotécios subglobosos, negros, estromáticos, 106,5-474,0 x

37,0-126,0 µm. Ascos cilindro-clavados, bitunicados, octospóricos. Ascósporos

hialinos, unicelulares, oblongos mais largos na porção mediana, de

extremidades arredondadas, 10,5-15,0 x 4,0-5,0 µm.

Hospedeiro: Arachnis

Local: Ilhéus, 17/12/2010

Figura 13: Guignardia endophyllicola- (A) Estromas pseudoteciais; (B e C) Ascósporos.

33

10 - Lasiodiplodia theobromae (Pat.) Griffon & Maubl., Bull. Soc. mycol. Fr. 25:

57 (1909)

Lesões necróticas, extensas, irregulares. Colônias em BDA, aos 10 dias de

idade, negras, flocosas. Picnídios negros, piriformes, estromáticos ostiolados.

Conídios elipsóides, unicelulares hialinos e de paredes espessas, quando

imaturos e 1-septados castanho-escuros à maturidade, longitudinalmente

estriados 20,0-32,0 X 11,0 – 15,0 µm.

Hospedeiro: Cattleya, Oncidium, Phalaenopsis

Local: Ilhéus, 17/12/2010 e 08/06/2011; Ibicuí, 10/02/2011

Figura 14: Lasiodiplodia theobromae - (A e B) Sintomas em folha de Phalaenopsis e Oncidium; (C) Conídios maturos; (D) Crescimento em BDA; (E) Conídios Imaturos.

34

11- Manginula sp.

Picnostromas marron-negros, subcuticulares, escutelares, de himênio invertido,

radiados, ostiolados, sem hipostroma. Micélio subcuticular com septos

transversais, espessos. Conídios hialinos a oliváceos, unicelulares, elipsóides,

lisos, 7,0 – 10,0 x 4,0 – 6,0 µm.

Hospedeiro: Cattleya sp.

Local: Ibicuí, 10/02/2011

Figura 15: Manginula sp. – (A e B) Picnostromas em folhas de Cattleya; (A e C) Setas mostrando conídios.

C 10µm

A

B C

35

12- Myicopron corrientinum Speg., Fungi Arg., Pug. II, no. 142. 1880.

Ascomas escutelares, circulares, superficiais, membranosos a coriáceos

ostiolados. Acos 50,0-66,0 X 15,0-26,0 µm, bitunicados clavado, 8 esporos.

Ascósporos, hialinos, elípticos, continuos, ligeiramente coloridos com a idade

12,0-17,0 X 4,0-7,0 µm.

Hospedeiro: Oncidium sp.

Local: Itororó, 05/09/2011

Figura 16: Myicopron corrientinum – (A) Asco com ascósporos (seta); (B) Ascos fasciculados.

36

13 - Nigrospora oryzae (Berk. & Broome) Petch, J. Indian bot. Soc. 4: 24

(1924).

Lesões foliares, alongadas, de centro claro e bordos escuras. Colônias em

BDA, aos 10 dias de idade, negras, flocosas, de margens irregulares. Micélio

castanho, septado, ramificado. Conidióforos simples, septados, castanhos, 21,5

– 55,0 x 3.0 – 5,0 µm, com uma célula conidiogênica apical dilatada, 8,0 – 12,0

x 6,0 – 9,0 µm. Conídios negros, unicelulares, subglobosos, lisos, 15,0 - 19.5 X

15,0- 20,0 µm de diâmetro.

Hospedeiro: Epidendrum sp., Laelia sp. e Oncidium sp.

Local: Jussari, 29/12/2010 e Ibicuí, 10/02/2011

Figura 17: Nigrospora oryzae - (A e B) Sintoma em folha de Oncidium; (C) Sintoma em folha de Laelia; (D, E e F) Conídios, células conidiogênica (seta) e conidióforos.

37

14- Nodulisporium aff. jecorinum Berk. & Ravenel, in Berkeley, Grevillea 4 (no.

30): 50 (1875)

Lesões necróticas. Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, esbranquiçadas,

flocosas, circulares, de bordos irregulares. Conidióforos eretos, cilíndricos,

septados, ramificados, com células conidiogênicas terminais, integradas 9,0 –

55,0 x 1,5- 2,5 µm. Conídios hialinos, claviformes, unicelulares, lisos, de ápice

arredondado e base atenuada, 4,5 – 8,0 x 2,0 – 4,0 µm.

Hospedeiro: Cattleya sp., Laelia sp., Oncidium sp. e Schomburgkia sp.

Local: Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi, 05/01/2011 e 22/01/2011;

Itabuna, 19/01/2011; Itororó 05/09/2011

Figura 18: Nodulisporium aff. jecorinum - (A) Sintoma em folha de Laelia; (B) Sintoma em folha de Cattleya; (C)Colônia em BDA; (D e E) Conidióforos e conídios.

38

15- Pestalotiopsis algeriensis (Sacc. & Berl.) W.P. Wu, Journal of the Hebei

Academy of Sciences (1): 70 (1992)

Lesões negras em folhas, algumas com coloração mais clara no centro

principalmente na face adaxial das folhas com sinais em forma de postulações

negras. Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, com pústulas negras, densas,

globosas, coalescentes de forma linear ou estrelada. Conídios fusiformes a

subclavados 4-septados, 18,0-25,0 x 5,5-8,0 µm, células intermediárias

olivácea concolores; sétulas de 1-3, 5,0 – 15,0 µm de comprimento; célula

basal hialina e aguda 1,5 – 9,0 µm de largura.

Hospedeiros: Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Schomburgkia, Dendrobium,

Dendrochilum, Vanda, Laelia, Miltônia, Maxillaria, Octomeria, Gongora,

Rodriguezia e gêneros não identificados.

Locais: Ilhéus, 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011.

Figura 19: Pestalotiopsis algeriensis - (A) Crescimento em BDA; (B e D) Conídios; (C) Sintomas em folhas de Cttleya sp.;

39

16 - Pestalotiopsis clavispora (G.F. Atk.) Steyaert, Bull. Jard. Bot. État Brux. 19: 335 (1949)

Colônias em BDA, aos 10 dias de idade em forma de pústulas negras,

formando cirros conidiais espiralados. Conídios 4-septados, clavados a

fulsiformes, 18,0-24,0 x 6,0-8,5 µm, ligeiramente constritos nos septos, sétulas

filiformes em número de 1-3, 10 – 31 µm de comprimento.

Hospedeiros: Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Schomburgkia, Dendrobium,

Dendrochilum, Vanda, Laelia, Miltônia, Maxillaria, Octomeria, Gongora,

Rodriguezia e gêneros não identificados.

Locais: Ilhéus, 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011.

Figura 20: Pestalotiopsis clavispora – (A e B) Sintomas em folhas e bulbos de Cattleya sp.; (C) Crescimento em BDA; (D) Conídios.

40

17- Pestalotiopsis neglecta (Thüm.) Steyaert, Trans. Br. mycol. Soc.36 (2):83

(1953)

Lesões foliares, necróticas, a princípio punctiformes, cloróticas e depois

irregulares, extensas. Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, circulares,

esbranquiçadas, com pontuações negras. Conídios clavados, 4 septados

castanhos, lisos, 19,0- 23,0 x 5,0 – 7,0 µm, com 2-3 apêndices apicais, 5,0 -

19,5 µm de comprimento e 1 basal, 3,0- 6,0 µm de comprimento.

Hospedeiros: Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Schomburgkia, Dendrobium,

Dendrochilum, Vanda, Laelia, Miltonia, Maxillaria, Octomeria, Gongora,

Rodriguezia e gêneros não identificados.

Locais: Ilhéus, 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011

Figura 21: Pestalotiopsis neglecta - (A e B) Sintomas em folhas de Oncidium sp. e Cattleya sp.; (C) Crescimento em BDA; (D) Conídios.

41

18 - Pestalotiopsis osyridis (Thüm.) H.T. Sun & R.B. Cao, Acta Agriculturae

Universitatis Zhejiangensis, Supplement2 16: 152 (1990)

Lesões foliares amarelo-pardas secas e retorcidas com halo necrótico nas

margens. Colônias em BDA, aos 10 dias de idade planas, ralas, brancas

pontuadas com acérvulos negros. Conídios agudos em ambas as

extremidades, 20,0-28,0 x 4,5-6,5 µm fusoides a clavados, 4-septados; células

intermediárias escuras concolores; 2-3 apêndices apicais 7,0-14,0 µm de

comprimento e apêndice basal curto 3,0-5,0 µm, de comprimento.

Hospedeiros: Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Schomburgkia, Dendrobium,

Dendrochilum, Vanda, Laelia, Miltonia, Maxillaria, Octomeria, Gongora,

Rodriguezia e gêneros não identificados.

Locais: Ilhéus, 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011.

Figura 22: Pestalotiopsis osyridis - (A) Sintoma em folha de Gongora; (B) Crescimento em BDA; (C) Conídios.

42

19 - Pestalotiopsis pauciseta (Sacc.) Y.X. Chen, in Chen e Wei, Journal of

Guangxi Agricultural University 12(1): 24 (1993).

Lesões foliares cloróticas, tornando-se castanho-escuras, extensas e

irregulares. Colônias em BDA, aos 10 dias de idade, brancas, com zonações

concêntricas indefinidas. Conídios castanhos, claviformes, com 4 septos

levemente constrictos, 19,0 – 26,0 x 6,0–8,0 µm, com 2-3 apêndices apicais,

6,0 - 36,0 µm de comprimento e 1 basal 3,0 – 7,0 µm de comprimento.

Hospedeiros: Cattleya, Oncidium, Epidendrum, Schomburgkia, Dendrobium,

Dendrochilum, Vanda, Laelia, Miltonia, Maxillaria, Octomeria, Gongora,

Rodriguezia e gêneros não identificados.

Locais: Ilhéus, 08/06/2011; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itabuna, 19/01/2011 e 12/07/2011; Itororó,

09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011 e 05/09/2011.

Figura 23: Pestalotiopsis pauciseta – (A) Sintomas em folha de Cattleya sp.; Crescimento em BDA (B); Conídios (C e D).

A

B C D

43

20 - Phomopsis sp.

Lesões foliares punctiformes, cloróticas, de centro negro. Colônias em BDA,

aos 10 dias de idade, esbranquiçadas, circulares, flocosas, de centro escuro.

Picnídios, estromáticos, negros, 87,5 - 250,0 µm de diâmetro. Conídios alfa,

elipsóides, bigutulados, lisos, unicelulares, 4,5 – 7,0 x 1,5 - 2,0 µm.

Hospedeiro: Cattleya sp.

Locais: Itapebi, 05/01/2011 e Ibicuí, 10/02/2011

Figura 24: Phomopsis sp - (A) Conídios saindo de picnídios; (B) Conídios tipo alfa.

44

21- Phyllosticta capitalensis Henn., Hedwigia 48: 13 (1908)

Colônias em BDA, negras de bordos irregulares. Picinidios estromáticos,

cilíndricos, negros. Células conidiogênicas incombícuas. Conídios elipsóides

hialinos lisos 7,0 - 13,0 x 4,0 – 7,0 µm com um apêndice mucoso apical 4,0- 6,0

µm de comprimento.

Hospedeiros: Arachnis, Bulbophillum, Cattleya, Epidendrum, Maxillaria,

Pleurothalis e gêneros não identificados.

Local: Ilhéus, 17/12/2010; Jussari, 29/12/2010 e 08/07/2011; Itapebi,

05/01/2011 e 22/07/2011; Itororó, 09/02/2011 e 05/09/2011; Ibicuí, 10/02/2011

e 05/09/2011.

Figura 25: Phillosticta capitalensis - (A e B) Sintomas em folhas de Cattleya sp. e Encyclica sp.; (C) Crescimento em BDA ; (D e E) Conídios.

45

22 - Phytophthora palmivora (E.J. Butler) E.J. Butler, Science Rep. Agric. Res.

Inst. Pusa: 82 (1919) [1918]

Lesões negras em diferentes partes das folhas de Cattleya, podendo

rapidamente tomat toda a folha.

Colônias brancas cotonosos, ralos em BDA. Esporângios caducos, elipsóides,

alongados, 29-71 x 18-33µm, com papila conspícua 3-8x4-7µm, com pedicelos

curtos, 2-5 µm e clamidósporos globosos, 20-40 x 21-39,5 µm.

Hospedeiro: Cattleya sp.

Local: Ilhéus, 17/12/2010 e 08/06/2011.

Figura 26: Phytophthora palmivora - (A) Sintomas em folhas de Cattleya sp.; (B) Crescimento em BDA; (D) Esporângios; (C e E) Clamidósporos.

46

23- Stachylidium bicolor Link, Mag. Gesell. Natufl. Freunde, Berlin 3(1-2): 15

(1809)

Conidióforos eretos com 202-405 µm de comprimento, 4-7µm de largura na

base e 2-4,5µm de largura no ápice, pouco ramificados, retos ou flexuosos,

solitários ou em pequenos fascículos, verruculosos, com a parte inferior

castanha e a parte superior castanho-clara incluindo os ramos e fiálides.

Células conidiogênicas fialídicas 9-15 × 2-4,5 µm, distintas, cilíndricas ou

elípticas, verrucosas, castanho-claras a subhialinas. Conídios elipsóides ou

cilíndricos 2,0-7,0 × 2,0-4,0 µm, ápices arredondados, lisos, hialinos a oliva-

claros.

Hospedeiro: Cattleya

Local: Jussari, 29/12/2010

Figura 27: Stachylidium bicolor - (A e B) Conidióforos com fiálides; (C) Conídios.

47

24 - Vizella rovenae (Doidge) Arx & E. Müll., Beitr Kryptfl. Schweiz 11(no.1):

102 (1954)

Ascomas subcuticulares, circulares, convexos, negros. Ascos clavados,

cercado por parafasis filamentosas. Ascósporos elitico-clavados, castanhos,

lisos 14 – 21 x 5,0 – 8,0 µm, com uma faixa hialina transversal na parte

superior e uma célula anã basal.

Hospedeiro: Cattleya sp.

Local: Itororó, 05/09/2011; Itabuna, 12/07/2011

Figura 28: Vizella rovenae – (A) Ascósporos; (B) ascoma intercelular e ascósporos (seta).

48

25 - Xyllaria sp.

Lesões necróticas marginais, irregulares ou ausentes. Colônias em BDA, aos

10 dias de idade, aplanadas, com parte da superfície branca e parte negra.

Estromas erectos, clavados, estéreis. Esporos ausentes.

Hospedeiros: Schomburgkia e em gêneros não identificados

Local: Jussari, 29/12/2010

Figura 29: Xyllaria sp. - (A) Sintoma em bulbo de Schomgurgkia sp.; (B) Sintomas em planta não identificada; (C) Crescimento em BDA.

A C

B

49

4.2 Testes de antagonismo em culturas confrontadas

4.2.1. Comportamento dos fungos antagônicos em relação à Phytophthora

palmivora, pelo método de cultura pareada.

Nos confrontos realizados entre Phytophthora palmivora e os três

isolados potencialmente antagonistas, aos quatros dias, observou-se

superposição nos confrontos com Nodulisporium sp. (isolados 01 e 02) (Figura

29-A e B) e inibição no confronto com Xylaria sp. (Figura. 29- C).

Figura 30: Confronto dos fungos antagonista contra Phytophthora palmivora (na parte superior da placa) após 5 dias de crescimento, em meio BDA – (A) Nodulisporium sp. 01; (B) Nodulisporium sp. 02; (C) Xylaria sp.

Houve variação entre as medidas do raio das colônias (em cm), de

Phytophthora palmivora entre as culturas confrontadas e não confrontadas no

decorrer do tempo de observação. Após 48 horas de confronto houve variação

estatística entre as medidas do raio das culturas de P. palmivora não pareadas

(testemunhas) e pareadas com Xylaria sp. Setenta e duas horas após o

pareamento houve diferença estatística entre as colônias de P. palmivora

pareadas e a testemunha. Ao fim de 96 horas houve variação nas medidas do

raio das colônias de Phytophthora palmivora confrontadas com todos os

isolados antagonistas e com o controle (cultura não confrontada) pelo Teste de

Tukey a 5% (Tabela 2), havendo variação redução no raio médio das mesmas,

ou seja, todos os três antagonistas testados foram efetivos “in vitro” após 96 h

de confronto com o patógeno.

B A

50

Tabela 2 - Raios médios (cm) das colônias de Phytophthora palmivora em cultura pura (testemunha) e confrontadas com Nodulisporium sp. (isolado 01), Nodulisporium sp. (isolado 02) e Xylaria sp. Tempo

Isolados 48 h 72 h 96 h

Controle 1,87 2,55 4,13 PhyxNod1 1,77 1,97 * 2,03 * CV 17,67 13,05 11,407 DMS 0,302 0,277 0,33 PhyxNod2 2,02 2,49 3,06 * CV 12,1 11,51 10,04 DMS 0,221 0,272 0,339 PhyxXyl 2,08 * 2,66 3,01 * CV 10,79 9,27 8,38 DMS 0,200 0,226 0,281

Em cada tempo comparações significativas, em relação ao Controle, Tukey (0.05), são indicadas por *.

4.3 Diversidade de fungos isolados de orquídeas, coletadas em seis municípios

da região Sul da Bahia, de dezembro de 2010 a setembro 2011.

4.3.1 Estatistica das espécies fúngicas encontradas

Foram encontrados fungos pertencentes a 21 gêneros de fungos, sendo

o gênero Colletotrichum o mais freqüente com (56,89%), seguido por

Phyllosticta (8,62%), Glomerella e Nodulisporium (6,32%), Pestalotiopsis

(5,17%), Fusarium (2,87%), Nigrospora (2,29%), Lasiodiplodia (1,72%),

Phomopsis, Phytophthora, Vizella, e Xylaria (1,14%). Os demais gêneros foram

obtidos em freqüências menores que 1% (Figura 30).

51

Figura 31: Frequência de ocorrência dos 21 gêneros de isolados de orquídeas, em seis municípios da região Sul da Bahia de dezembro de 2010 a setembro 2011.

Foram identificadas 24 espécies fúngicas e uma espécie de oomiceto

coletadas em seis municípios da região sul da Bahia.

Em relação à freqüência, as frequentes foram: Colletotrichum

gloeosporioides, Phyllosticta captalensis, Glomerella cingulata, Nodulisporium

sp., Pestalotiopsis algeriensis, Pestalotiopsis clavispora, Pestalotiopsis

neglecta, Pestalotiopsis osyridis, Pestalotiopsis pauciseta.

Quatorze espécies foram consideradas acidentais: Aspergillus niger,

Astrophaeriella aff. lopiostomopsis, Chaetomium sp., Cladosporium

cladosporioides, Didymosphaeria aff. brasiliensis, Guignardia endophyllicola,

Nigrospora sachari, Manginula sp., Myicopron corrientinum, Phomopsis sp.,

Phytophthora palmivora, Stachylidium bicolor, Vizella rovenae e Xylaria sp.

Oito espécies foram constantes: Colletotrichum gloeosporioides,

Glomerella cingulata, Pestalotiopsis algeriensis, Pestalotiopsis clavispora,

Pestalotiopsis neglecta, Pestalotiopsis pauciseta, Pestalotiopsis osyridis e

Phyllosticta captalensis.

Três espécies foram consideradas acessórias Fusarium aff. oxysporium,

Lasiodiplodia theobromae e Nodulisporium sp. e as demais acidentais (Tabela

3).

0

10

20

30

40

50

60

70

Colle./Glome.

Phyllosticta

Nodulisporium

Pestalotiopsis

Fusarium

Nigrospora

Lasiodiplodia

Phomopsis

Phytophthora

Vizella

Xylaria

Aspergillus

Astrophaeriella

Chaetomonium

Cladosporium

Didymosphaeria

Guignardia

Manginula

Myicopron

Stachylidium

52

Tabela 3 - Classes de freqüência e constância das espécies fúngicas e o oomiceto coletadas em seis municípios da região Sul da Bahia.

Espécies Freqüência (%) Constância1 Colletotrichum gloesporioides 56,9 W Phyllosticta capitalensis 8,6 W Glomerella cingulata 6,3 W Nodulisporium sp 6,3 Y Pestalotiopsis algeriensis 5,1 W Pestalotiopsis clavispora 5,1 W Pestalotiopsis neglecta 5,1 W Pestalotiopsis osyridis 5,1 W Pestalotiopsis pauciseta 5,1 W Fusarium aff. oxysporum 2,8 Y Nigrospora sacchari 2,2 Z Lasiodiplodia theobromae 1,7 Y Phomopsis sp. 1,1 Z Phytophthora palmivora 1,1 Z Vizella rovenae 1,1 Z Xylaria sp. 1,1 Z Aspergillus niger 0,5 Z Astrophaeriella aff. Lophiostomopsis 0,5 Z Chaetomonium sp. 0,5 Z Cladosporium cladosporioides 0,5 Z Didymosphaeria aff. brasiliensis 0,5 Z Guignardia endophyllicola 0,5 Z Manginula sp. 0,5 Z Myicopron corrientinum 0,5 Z Stachylidium bicolor 0,5 Z (1) W = Constante; Y = acessória; Z = acidental.

4.4 Fungos encontrados por áreas de coletas

As cidades de Ilhéus, Ibicuí e Itororó foram os locais com maior

frequência de espécies identificadas em orquídeas com (36%), seguido da

cidade de Jussari e Itapebi (32%) e Itabuna (20%). Houve similaridade entre as

comunidades fúngicas nas seis cidades coletadas (Tabela 4).

53

Tabela 4 - Número de espécies de fungos e índice de similaridade entre as áreas de coleta, na região Sul da Bahia de dezembro de 2010 a setembro 2011 Área de Coleta Nº de espécies Índice de Comuns similaridade (%) Ilhéus/Itabuna 2 28,60% Jussari/Itapebi 5 62,50% Ibicuí/Itororó 5 55,50%

As comunidades fúngicas coletadas nas cidades Ilhéus, Itabuna, Jussari,

Itapebi, Ibicuí e Itororó, são similares entre si.

4.5 Fungos isolados por hospedeiros

Dos 21 gêneros encontrados em orquídeas nas 12 coletas no período de

dezembro de 2010 a setembro de 2011 os mais comuns foram: Colletotrichum

(83,8%), Pestalotiopsis (45,1%), Phyllosticta (25,8%), Fusarium, Glomerella e

Nodulisporium (12,9%), Lasiodiplodia (9,6%), Xylaria (6,4%), e os demais

apresentaram menos de 5% de frequência (Tabela 5).

Tabela 5 - Gêneros dos fungos encontrados em seus respectivos hospedeiros coletados na região Sul da Bahia no período de dezembro de 2010 a setembro de 2011 Gêneros Hospedeiros

Aspergillus Epidendrum

Astrophaeriella Cattleya

Chaetomium Cattleya

Cladosporium Rodriguezia

Arundina, Bulbophyllum, Brassia, Cattleya, Coryanthes, Cymbidium, Cyrtopodium, Dendrobium, Dendrochilum, Encyclica, Epidendrum, Gongora, Laelia, Lockhatia, Maxillaria, Melbetania, Miltonia, Octomeria, Oncidium, Phaleanopsis, Planta desconhecida, Pleurothallis, Pteroglossa, Schomburgkia, Vanilla, Wanda

Continua...

Colletotrichum

54

Tabela – 5 Continuação

Gêneros Hospedeiros

Glomerella Cattleya, Gongora, Octomeria, Phaleanopsis,

Guignardia Arachnis

Didymosphaeria Miltonia

Lasiodiplodia Cattleya, Oncidium, Phaleanopsis

Maginula Cattleya

Myiocopron Oncidium

Nigrospora Epidendrum, Oncidium

Nodulisporium Oncidium, Encyclica, Cattleya, Schomburgkia

Planta desconhecida, Cattleya, Dendrobium Dendrochilum, Encyclica, Epidendrum, Laelia, Maxillaria, Miltonia, Octomeria, Oncidium, Schomburgkia, Rodriguezia, Wanda

Phomopsis Cattleya Arachnis, Bulbophyllum, Cattleya, Encyclica,

Epidendrum, Maxillaria, Planta desconhecida, Pleurothallis.

Phytophthora Cattleya

Stachylidium Cattleya

Vizella Cattleya

Xylaria Gênero desconhecido, Schomburgkia

4.6 Fungos encontrados por época de coleta

Na época de coleta entre dezembro de 2010 a janeiro de 2011

observou-se um ligeiro aumento no número de isolados (110) e na diversidade

de gêneros (18) coletados e identificados em relação ao període do de junho a

setembro de 2011 com 100 isolados e 11 gêneros diferentes.

Três gêneros de fungos estiveram ausentes no período de dezembro de

2010 a janeiro de 2011 e 10 no período de junho a setembro de 2011 (Tabela

6). O gênero Pestalotiopsis foi três vezes mais comum no período de

dezembro de 2010 a janeiro de 2011 do que no período de junho a setembro

de 2011.

Pestalotiopsis

Phyllosticta

55

Tabela 6 - Lista e quantidade de isolados encontrados nas coletas no período de dezembro de 2010 a setembro de 2011. Gêneros Período de Período de (dez de 2010 a fev de 2011) (jun a set de 2011) Aspergillus 1 Astrophaeriella 1 Chaetomonium 1 Cladosporium 1 Colletotrichum/Glomerela 63 47 Didymosphaeria 1 Fusarium 3 2 Guignardia 1 Lasiodiplodia 2 1 Manginula 1 Myicopron 1 Nigrospora 4 Nodulisporium 6 5 Pestalotiopsis 11 34 Phomopsis 2 Phyllosticta 9 6 Phytophthora 1 1 Stachylidium 1 Vizella 2 Xylaria 2

Total 110 100

4.7 Teste de patogênicidade

Dos nove isolados testados (Phyllosticta captalensis, Phytophthora

palmivara, Glomerella cingulata, Fusarium aff oxysporum, Pestalotiopsis sp.,

Lasiodiplodia theobromae, Colletotrichum gloesporioides, Guignardia

endophyllicola e Nigrospora sacchari), apenas Phyllosticta capitalensis,

Glomerella cingulata e Phytophthora palmivora causaram lesões necróticas e

podridão negra tanto na face abaxial quanto adaxial das folhas de Cattleya

inoculadas com ferimentos em folhas destacadas e não destacadas. As

inoculações sem ferimento não causaram lesões em nenhuma das faces das

folhas destacadas ou não destacadas.

56

Figura 32: Inoculação em folhas destacadas de Cattleya – (A) Sintomas causado por Phyllosticta capitalensis (C) Phytophthora palmivora e (E) Glomerella cingulata; (B, D e F) Testemunhas não inoculadas.

Após as inoculações os sintomas apareceram em três dias para P.

palmivora e Glomerela cingulata, e sete dias para P. capitalensis. O

reisolamento dos patógenos foi realizado oito dias após o aparecimento dos

sintomas. Verificou-se que as culturas reisoladas eram idênticas às culturas

isoladas.

A

D C

F E

B

57

5 DISCUSSÃO

Os gêneros Fusarium, Colletotrichum, Pestalotiopsis, Glomerella,

Cochliobolus e Curvularia tem sido reportados em plantas ornamentais

tropicais (ASSIS et al., 2002; WARUMBY et al., 2004; MATTOS SOBRINHO,

2008; KRUSCHEWSKY, 2010).

BARROS (2009) estudando Colletotrichum sp. em Catasetum expansum

confirmou o mesmo como patogênico a essa orquidácea em campo . Em testes

de patogenicidade cruzada o mesmo fungo causou doença em Dendrobium

anosmum, Cyrtopodium sp., Rodriguesia venusta e Phalaenopsis sp.

KLEIN (2008) estudando doenças de orquídeas no Rio de Janeiro referiu

os gêneros Colletotrichum, Phyllosticta, Fusarium e Puccinia como os principais

agentes fungicos causadores de doenças.

Neste trabalho dos 21 gêneros encontrados os mais freqüentes entre as

plantas estudadas foram: Colletotrichum, Pestalotiopsis, Phyllosticta,

Glomerella e Fusarium confirmando assim que esses fungos são comuns em

orquídeas.

O gênero Aspergillus é comum no solo e em matéria orgânica em

decomposição e causa deterioração em grãos e sementes (CIRIO; LIMA,

2003). As aflatoxinas produzidas por algumas espécies desse gênero são

altamente tóxicas e carcinogênicas para homens e animais (SESSEGOLO et

al., 2011). A ocorrência desse fungo em orquídeas pode ser decorrente de

endofitismo.

Astroephaeriella é gênero considerado sapróbio por BARR (1990);

HAWKSWORTH E BOISE, (1985); HYDE E FRÖHLICH (1997). Cinco espécies

foram descritas por VITÓRIA (2012) em palmeiras nativas e exóticas em áreas

de Mata Atlântica. Não há registro desse gênero em orquídeas.

58

As espécies do gênero Chaetomium são substratos celulósicos (SALES

JUNIOR et al., 2007). Chaetomium globosum foi isolado como endofítico em

folhas de Viguiera robusta em Ribeirão Preto- SP (MOMESSO et al., 2008), e

de folhas de Vellozia compacta no Tocantins (RODRIGUES, 2010). O gênero

Chaetomium engloba cerca de 250 espécies e subespécies, das quais algumas

já foram relatadas como endofíticas (SALES JUNIOR et al., 2007). No Brasil há

registro de 46 hospedeiros para esse gênero (MENDES, 2012). Sua presença

em orquídeas pode resultar de endofitismo, e já havia sido registrada em

orquídea.

Cladosporium é um patógeno de ampla distribuição, tendo sido relatado

por ASSIS et al., (2002) em Heliconia sp., no estado de Pernambuco e por

COSTA (2007) no Distrito Federal em Heliconia caribaea. SANTOS (2009)

estudando manchas foliares em helicônias em Juazeiro na Bahia constatou a

presença de Cladosporium sp. e Colletotrichum gloesporioides em plantios

experimentais. Segundo MENDES (2012), Cladosporium cladosporioides já foi

encontrado em 11 hospedeiros no Brasil mas, sua ocorrência em orquídeas

não tem registro.

Colletotrichum gloeosporioides é um fungo que pode infectar qualquer

parte da planta, ocorrendo com maior freqüência em folhas e frutos causando

antracnose. Podem ser encontrados também como sapróbios em tecido

vegetal apodrecido (BARRETO, 2007).

No Brasil, Colletotrichum foi encontrado em cerca de 220 hospedeiros

incluindo vários gêneros de orquídeas, causando antracnose, manchas foliares,

sarna e podridão dos frutos (MENDES, 2012). KLEIN (2008) no seu estudo

com orquídeas no Rio de Janeiro afirma que a antracnose, causada pelo fungo

Colletotrichum gloeosporioides e a doença fúngica de maior incidência,

ocorrendo em Cattleya, Maxilaria, Odontocidium, Phaius e Phalaenopsis,

causando manchas nas folhas e em Laelia crispa, causando manchas nas

sépalas das flores. Neste trabalho a alta incidência desse gênero é confirmada,

tendo sido encontrado em 25 dos 31 gêneros de orquídeas estudados (Tabela

1). SOUSA (2009) também estudando orquídeas na Bahia encontrou

Colletotrichum sp. causando antracnose em folhas de Oncidium sp., Vanda

sp., Cyrtopodium sp. e Denfal sp.

59

Segundo o INDEX FUNGORUM (2012) há mais de 500 espécies do

gênero Didymosphaeria. É um gênero essencialmente cosmopolita com

espécies pantropicais de áreas temperadas (APTROOT, 1995). Em estudos

feitos por VITÓRIA (2012) este gênero foi encontrado em palmeiras coletadas

no estado de Pernambuco. Segundo o CENARGEN (2012) existem registrados

no Brasil seis espécies desse gênero, porém nenhum em orquídeas.

Fusarium é um dos gêneros mais estudados por sua grande importância

fitopatológica e ampla distribuição geográfica (ETHUR et al., 2008). No Brasil é

encontrado frequentemente em bananeira e flores tropicais (CASTRO et al.,

2008).

A murcha causada pelo fungo Fusarium oxysporum, f. sp. cattleyae,

apelidada de “canela-seca” é uma doença bastante comum e foi observada em

17 % das plantas estudadas, ocorrendo em Odontoglossum, Cattleya híbrida,

Denphalium, Oncidium e Encyclia (KLEIN, 2008). MENDES (2012) relata 215

hospedeiros no Brasil pra esse fungo. SOUSA (2009) encontrou Fusarium sp.

causando manchas e podridões em pseudobulbos de Cattleya sp., folhas de

Gramathophyllum sp. e em folhas de Vanda sp. O isolado de Fusarium

encontrado neste trabalho não foi patogênico, pelo método de inoculação

testado.

As espécies de Glomerella estão presentes nas regiões tropicais e

subtropicais do mundo, causando perdas significativas em várias colheitas,

principalmente em fruteiras (GARRIDO & SÔNEGO, 2003). Glomerella

cingulata causa manchas foliares em Heliconia spp., Calathea Burle Marx e

Musa coccinea (LINS; COELHO, 2004), e em Strelitzia sp. (COSTA, 2007). No

Brasil segundo MENDES (2012), existem cerca de 65 hospedeiros inclusive

orquídeas. Neste trabalho G. cingulata foi encontrada em: Cattleya, Gongora,

Octomeria e Phaleanopsis.

O gênero Guignardia causa várias doenças vegetais, inclusive à mancha

preta dos citros (KIMATI et al., 1997). Estudos feitos por COSTA (2007)

encontrou o gênero Guignardia associada a plantas de helicônia. No Brasil são

registrados apenas oito hospedeiros inclusive orquídeas para a espécie

Guignardia endophyllicola (MENDES, 2012) a encontrada no presente trabalho.

Lasiodiplodia theobromae ocorre nos trópicos em cerca de 500 plantas e

em outros substratos (HAWKSWORTH et al., 1995). Esta espécie é um

60

patógeno de grande importância econômica para muitas culturas (CARDOSO

et al., 2000; SANTOS et al., e SANTOS et al., 2000a). Muitos frutos tropicais

tais como goiaba, banana e manga, podem ser deteriorados pela ação deste

fungo em pré e pós-colheita (ADISA, 1983 e 1985; MANDAL & DASGUPTA,

1985). Sua capacidade de infectar frutos coloca-o dentre os mais eficientes

patógenos disseminados por meio de sementes e causadores de problemas

pós- colheita (FREIRE et al., 2004).

Neste trabalho o fungo Lasidioplodia theobromae foi encontrado

associado a manchas foliares em duas das seis localidades coletadas, nos

hospedeiros Cattleya, Phalaenopsis e Oncidium. Este fungo só foi encontrado

em orquídeas na Venezuela tendo como hospedeiras: Cattleya labiata, Cattleya

mossiae e Maxillaria sp. (FARR, 2012). Este é o primeiro registro de L.

theobromae em orquídeas no Brasil.

No gênero, Manginula existem apenas oito espécies em todo o mundo.

No Brasil até o presente momento só existe registro da espécie Manginula

sucuubae tendo a Plumeria sucuuba como hospedeiro (MENDES, 2012).

Myicopron é um gênero que segundo MENDES (2012) possui duas

espécies que ocorrem no Brasil, tendo como hospedeiros as família Arecaceae,

Bromeliaceae e Lauraceae. E no mundo existem aproximadamente 57 registros

de espécies desse gênero (INDEX FUNGORUM, 2012), porem, nenhuma delas

em orquídeas.

A espécie Nigrospora oryzae causa a podridão das maçãs do

algodoeiro, a podridão no colmo do milho e do arroz KIMATI et al. (1997). Em

plantas ornamentais Nigrospora oryzae foi isolado de folhas de H. bihai no DF

(COSTA, 2007), de Rosa hybrida (SALAZAR; GARCIA, 2005), Annona

squamosa (SILVA, 2006), Leucaena leucocephala (MENDES et. al., 2009),

Musa spp. (ASSUNÇÃO, 2010) e Vitis labrusca (LIMA, 2010). A espécie N.

sacchari encontrada neste trabalho possui segundo MENDES (2012) apenas

um hospedeiro no Brasil Paspalum fasciculatum.

O fungo Nodulisporium é um anamorfo de Xylariaceae de difícil

classificação sem a ajuda da biologia molecular (RODRIGUES et al. 1993).

CERQUEIRA (2011), estudando plantas ornamentais tropicais encontrou várias

espécies não identificadas de Nodulisporium isoladas de H. bihai cv Arco Iris,

H. rostrata, H. chartacea cv Sexy Pinck, H. caribaea, H. wagneriana. COSTA

61

(2003) isolou Nodulisporium sp. de folhas de Rhizophora mangle, Laguncularia

racemosa e Avicennia nítida. Este é o primeiro registro para orquídeas.

Espécies do gênero Pestalotiopsis podem ser encontradas como

endofíticas, sapróbias e fitopatgênicas (KRUSCHEWSKY, 2010). São de

ocorrência comum em muitas plantas ornamentais tropicais (CASTRO, 2007).

Estudos feitos por CERQUEIRA (2011) mostram Pestalotiopsis como o terceiro

gênero mais frenquente em plantas ornamentais tropicais no Sul da Bahia.

Phomopsis atua como fitopatógeno de várias plantas. Phomopsis sp. foi

encontrado em hibisco e palmeira leque (SOLOGUREN & JULIATTI, 2007).

Phomopsis spp. são relatados em plantas ornamentais tropicais no Distrito

Federal COSTA (2007) e no no Sul da Bahia encontrou Phomopsis sp.

CERQUEIRA (2011).

O fungo Phyllosticta sp. foi encontrado causando pequenas manchas

nas folhas de Denfal sp. (SOUSA et al., 2009). Estudos feitos por SILVA (2008)

com orquídeas do Brasil encontraram pela primeira vez o fungo Phyllosticta

captalensis, essa mesma espécie foi encontrada nesse presente trabalho

associada aos seguintes gêneros de orquídeas: Arachnis, Bulbophyllum,

Cattleya, Encyclica, Epidendrum, Maxillaria, Pleurothallis e em outros não

identificados causando doenças sobre folhas e pseudobulbos de Bifrenaria

harrisoniae.

O gênero Phythophtora causa danos severos. Em viveiros na cidade de

Ituberá foi diagnosticada podridão das folhas e inflorescência de antúrios

causada por P. citrophthora (PAIM et al., 2006). A espécie P. nicotianae causa

necrose em bulbos de lírio da paz (FISCHER et al., 2004). Na china, essa

mesma espécie infecta a orquídea Dendrobium candidum (ZHANG et al.,

2008). A espécie P.palmivora é citada por MENDES (2012) em 11 hospedeiros.

A espécie de Phythophtora comumente relatada como causadora de podridão

negra em orquídeas é P. cactorum (FARIA, 2010). CATING et al. (1994) relata

também como agente de podridão negra em orquídeas Phythophtora

palmivora, mesma espécie encontrada neste trabalho.

Stachylidium possui 38 espécies segundo o INDEX FUNGORUM (2012).

A espécie Stachylidium bicolor possui ampla distribuição principalmente em

regiões tropicais. Este é o primeiro registro da espécie S. bicolor para a

América do Sul (MONTEIRO, 2009). No presente trabalho essa espécie foi

62

encontrada em folhas de Cattleya, primeiro registro dessa espécie em

orquídeas.

O gênero Vizella possue 33 espécies em todo o mundo. No Brasil foram

descritas seis espécies, com esse gênero Vizella bingervilliana, Vizella

crescentiaea, Vizella disciformi, Vizella pogonophorae, Vizella psychotriae,

Vizella splendida e Vizella appendiculosa CENARGEN (2012). A espécie

Vizella royenae esta sendo registrada m folhas de Cattleya sp pela primeira vez

no Brasil.

Espécies de Xylaria são encontradas em todas as regiões temperadas e

tropicais do mundo, sendo isoladas de plantas tropicais com maior freqüência,

podendo ocorrer como decompositoras, patógenas de plantas e como

endofíticas (AMNUAYKANJANASIN et al., 2005; RODRIGUES, 2010). Xylaria

mali causa podridão negra das raízes da pereira (Pyrus communis) e cerejeira

(Prunus avium) (KIMATI et al., 1997). Xylaria polimorfa é um patógeno

associado aos caules do falso barbatimão (Cassia leptophyla. Segundo

(LODGE et al., 1996) a classificação das espécies de Xylaria é tarefa para

especialistas. CERQUEIRA (2012) estudando plantas ornamentais no Sul da

Bahia encontrou Xyllaria sp. associada a helicônias. Neste presente trabalho

Xylaria sp. foi encontrada em Schomburgkia e outras orquídeas não

identificadas. Não há registro de Schomburgkia como hospedeiro de Xylaria.

Para todos os confrontos realizados houve inibição significativa do

patógeno, pelo teste de Tukey a 5%, quando comparadas com a cultura não

confrontada (testemunha). As chances de obtenção de microrganismos

efetivamente antagônicos aumentam quando se faz isolamentos do ambiente

onde serão usados tornando-se adaptados a sobreviver e crescer nesse local

(ROLLEMBERG, 2008).

Verificou-se competição entre o Isolado 01 de Nodulisporium e P.

palmivora, através do impasse entre o crescimento das colonias, obsevando-se

ainda a liberação de pigmento no meio de cultura. O micélio do isolado 02 de

Nodulisporium sobrepôs totalmente às colônias de P. palmivora. E no confronto

entre a Xylaria e P. palmivora observou-se a inibição do patógeno (Figura 29).

SANTOS (2010) nos confrontos realizados entre espécies de Phytophthora e

Trichoderma spp. observou interações antagônicas, ocorrendo competição,

hiperparasitismo e impasse. Estudos feitos com Acremonium sp. e Xylaria sp.

63

contra Curvularia lunata, Setosphaeria rostrata e Nigrospora oryzae

demonstraram a ocorrência de inibição em seis dos 30 confrontos feitos

(CERQUEIRA, 2012).

Nos seis municípios estudados foram encontrados 25 espécies fúngicas

dos quais Colletotrichum glosporioides, Phyllosticta capitalensis e Glomerella

cingulata mostraram maior índice de freqüência e constância. Resultados

similares foram encontrados por MATTOS SOBRINHO (2008) e CERQUEIRA

(2012) estudando plantas ornamentais tropicais na região sul da Bahia. Ambas

encontraram cerca 30 de espécies fungicas com indices de freqüência,

dominância, abundância e constância iguais.

Avaliando a similaridade entre as espécies coletadas nos municípios de

Ilhéus, Ibicuí, Itororó, Itabuna, Itapebi e Jussari, constatou-se que as

comunidades fúngicas coletadas nas seis propriedades são similares (Tabela

4). Seis espécies foram comuns às seis áreas de coleta: Colletotrichum

gloeosporioides, P. algeriensis, P. clavispora, P. neglecta, P. pauciseta e P.

osyridis. Segundo MUELLER-DOMBOIS; ELLENBERG, (1974), duas

comunidades são consideradas similares quando o índice de Sorensen for

superior a 50%. ASSUNÇÃO (2010) obteve resultados semelhantes estudando

comunidades fúngicas associadas com o plantio de ornamentais em

Pernambuco.

Glomerella cingulata, Phytophthora palmivora e Phyllosticta capitalensis

foram patogênicos a Cattleya sp. confirmando os resultados obtidos por

CATING et al. (1994); e SILVA et al. (2008).

Os achados deste trabalho vêm reafirmar a grande importância do

conhecimento da diversidade das espécies fúngicas e de oomicetos existente

em Orchidaceae no bioma Mata Atlântica do sudeste baiano e entorno. A

orquidocultura é uma atividade agrícola sofisticada em plana expansão no

estado da Bahia. Como qualquer cultura sofre problemas fitossanitários que so

podem ser solucionados mediante o conhecimento dos fungos patogênicos e

antagonistas desse patossistema. O segmento da sociedade mais beneficiado

com o presente estudo é aquele composto pelos orquidófilos, produtores e

comerciantes de orquídeas que conjuntamente compõe o agronogócio de

plantas ornamentais.

64

6 CONCLUSÕES

� Conforme o esperado foram encontrados numerosos fungos patogênicos,

endofíticos e sapróbios em orquídeas no sul da Bahia dos quais 12 são

novos registros para a ciência quanto à distribuição geográfica e/ou

ocorrência em novos hospedeiros.

� Houve influência do local e da época de coleta na ocorrência da população

das espécies fúngicas encontradas.

� Phytophthora palmivora foi o patógeno mais importante causando surtos de

podridão negra em orquidário durante a época chuvosa.

� Espécies de Nodulisporium e Xylaria possuem potencial como antagonista

de Phytophthora palmivora isolados de orquídeas.

� Glomerella cingulata, Phyllosticta capitalensis e Phytophthora palmivora

foram encontrados pela primeira vez em Cattleya ssp. na Bahia.

65

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