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CRISTINA MARIA TEIXEIRA MOUTINHO K-216269 A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADAS E ANÔNIMAS Monografia apresentada como pré-requisito de conclusão do Curso de Pós Graduação em Direito Empresarial e dos Negócios, do Instituto A Vez do Mestre da Universidade Cândido Mendes, tendo como orientador o prof° Ivan Garcia. Rio de Janeiro 2011

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CRISTINA MARIA TEIXEIRA MOUTINHO K-216269

A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES

NAS SOCIEDADES LIMITADAS E ANÔNIMAS

Monografia apresentada como pré-requisito de

conclusão do Curso de Pós Graduação em Direito

Empresarial e dos Negócios, do Instituto A Vez do

Mestre da Universidade Cândido Mendes, tendo

como orientador o prof° Ivan Garcia.

Rio de Janeiro 2011

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INSTITUTO A VEZ DO MESTRE CRISTINA MARIA TEIXEIRA MOUTINHO

A RESPONSABILIDADE CIVIL DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADAS E ANÔNIMAS

Monografia apresentada ao Instituto a Vez do

Mestre da Universidade Cândido Mendes como

pré-requisito para conclusão da Pós Graduação

em Direito Empresarial e dos Negócios.

Nota: ________________ Aprovada ( ) Aprovada com louvor ( ) Aprovada com restrições ( ) Reprovada ( ) Data: ____/____/_______

__________________________________________________ Prof. Ivan Garcia

Instituto A Vez do Mestre

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RESUMO

Trata o presente estudo de analisar a responsabilidade dos

administradores nas sociedades limitadas e anônimas, enfatizando a

responsabilidade sobre os danos que vierem a causar diretamente a outrem no

exercício de suas funções.

Para isso, buscou-se, através de verificação em legislação, doutrina,

jurisprudência e artigos publicados em endereços eletrônicos especializados

apresentar como é verificado o tema atualmente.

O trabalho ora elaborado enfoca principalmente a possibilidade dos atos

lesivos dos administradores, estabelecendo os casos em que este pode ser

responsabilizado civilmente e criminalmente quando é verificada a má

administração, condutas que ultrapassem aquelas deliberadas pela função exercida

e os atos que violem o contrato social e o estatuto social.

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ABREVIATURAS

CRFB – Constituição da República Federativa do Brasil;

LSA – Lei da Sociedade Anônima

CC – Código Civil;

CPDC – Código de Proteção e Defesa ao Consumidor

CTN – Código Tributário Nacional.

CP – Código Penal

CPP – Código de Processo Penal

STJ – Superior Tribunal de Justiça

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SUMÁRIO

1 – INTRODUÇÃO

06

2 – A RESPONSABILIDADE CIVIL 2.1 – CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL 2.2 – BREVE COMPARAÇÃO AO CÓDIGO PENAL 2.3 – RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E

EXTRACONTRATUAL 2.4 – ATOS ULTRA VIRES 2.5 – A DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

07

08

10

11

13

3 – BREVE COMENTÁRIO ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADMINISTRADOR

NA SOCIEDADE LIMITADA

16

4 – BREVE COMENTÁRIO ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADMINISTRADOR NA SOCIEDADE ANÔNIMA

19

5 – CARACTERÍSTICAS DA RESPONSABILIDADE DOS ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADA E ANÔNIMA

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6 – CONCLUSÃO

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7 – BIBLIOGRAFIA CITADA OU CONSULTADA

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1 – INTRODUÇÃO

O instituto da Responsabilidade Civil é parte integrante do direito obrigacional,

pois a principal conseqüência da prática de um ato ilícito é a obrigação que acarreta,

de reparar o dano causado.

Com a finalidade de consolidar os poderes e as leis, nasceram as regras de

condutas escritas, na qual todos (sociedade e Estado) só podem agir dentro do

permitido em normas estabelecidas.

Sabe-se que as Leis são as principais fontes do direito, a fonte primordial de

solução de qualquer litígio, tendo em sua companhia importantes fontes secundárias

como os princípios que regem cada matéria, permitindo sobremaneira um

alargamento na interpretação das leis e regras de conduta, nas próprias e diversas

formas de interpretação, os costumes, como regra de conduta.

O tema em questão vem suprimindo a tranquilidade dos profissionais

administradores e a sua responsabilidade civil na gestão das empresas. O principal

assunto que pretende-se elucidar neste trabalho é quando este profissional poderá

ser responsabilizado por seus atos.

Após a verificação de inúmeras indenizações decorrentes das relações de

consumo e das relações entre profissionais e clientes, médicos e pacientes, a

recente preocupação são as dos administradores de empresas. No atual cenário

globalizado, impõe-se cada vez mais aos diretores, administradores e gerentes

habilidade no processo de tomada de decisões.

A regra utilizada é que o administrador não é pessoalmente responsável pelas

obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de ato regular de

gestão. Porém, ocorrendo falhas na decisão ou um erro de supervisão, que não se

enquadrem na regra geral, pode gerar aos diretores, administradores e gerentes a

responsabilidade pessoal pelos danos causados, no exercício de atividades

administrativas.

Também poderá o administrador ser responsabilizado por danos que causar

aos acionistas, sócios, empregados, clientes, concorrentes, governo (no caso de

tributos) e terceiros com os quais a empresa tem relações comerciais.

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2 – A RESPONSABILIDADE CIVIL

Inicialmente, cabe elucidar a responsabilidade civil como uma forma de regrar

a sociedade, com a finalidade de identificar as condutas verificadas acerca das

questões que tratam sobre o instituto da responsabilidade civil.

Nesta parte do estudo, analisar-se-á as principais características da

responsabilidade civil, inclusive elucidando o elo com o Código Penal e na relação

de causalidade nos Atos Lesivos.

2.1 – CONCEITO DE RESPONSABILIDADE CIVIL

A responsabilidade civil, segundo a teoria clássica, baseia-se em três

pressupostos: o dano, a culpa do autor, a relação de causalidade entre o fato e o

dano experimentado pela vítima.

Dano é o mal, o prejuízo, a ofensa moral ou material causada por alguém a

outrem, detentor de um bem juridicamente protegido. O dano ocorre quando esse

bem é diminuído, inutilizado ou deteriorado, por ato nocivo e prejudicial, produzido

pelo delito civil ou penal.

A culpa é um dos elementos da conduta humana, que compõem o fato típico.

Caracteriza-se pela violação ou inobservância de uma regra, que produz dano aos

direitos de outros, por negligência, imprudência ou imperícia, ou seja, em razão de

falta de cuidado objetivo, não sendo, portanto, um elemento essencial, mas sim

acidental.

Já a causalidade é a relação entre um evento (causa) e outro evento (efeito),

sendo que o segundo evento é conseqüência do primeiro.

O artigo 186 do Código Civil dispõe que:

“aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar

direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato

ilícito”.

O artigo 927, do mesmo diploma legal determina àquele que, por ato ilícito

causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. O parágrafo único do mesmo

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dispositivo legal esclarece que haverá obrigação de reparar o dano,

independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade

normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para

os direitos de outrem.

Não distante desses dispositivos, os administradores também assim podem

ser responsabilizado, baseado em várias legislações, entre elas inicialmente a

Constituição da República Federativa do Brasil – CRFB, a Lei da Sociedade

Anônima – LSA, o Código Civil – CC, o Código de Proteção e Defesa do

Consumidor – CPDC, a Legislação Trabalhista – CLT, o Código Tributário Nacional

– CTN, e sobretudo as Leis Ambientais, as quais impõem aos administradores a

responsabilidade pelos danos que causar.

A responsabilidade civil traz em sua forma a idéia de corresponder à pessoa

prejudicada, um consenso de reparação ao valor patrimonial (material) e

possivelmente moral atingido.

Silvio Rodrigues, citando Savatier, descreve que:

‘a responsabilidade civil como sendo a obrigação que pode incumbir uma

pessoa a reparar o dano causado a outra, por fato próprio, ou por fato de

pessoas ou coisas que dela dependam’.

Sergio Cavalieri Filho, em sua doutrina discorre que não basta, para ensejar o

dever de indenizar, a prática de um ato prejudicial aos interesses de outrem, sendo

contudo indispensável a ilicitude – violação de dever jurídico preexistente. Se

alguém, por exemplo, instala o seu comércio perto de outro do mesmo ramo, poderá

causar prejuízo ao dono deste último, diminuindo-lhe o movimento e os lucros, mas

nada terá que lhe indenizar, por não ter violado nenhum dever jurídico. A ilicitude só

surgirá – e, consequentemente, o dever de indenizar – ser vier a praticar

concorrência desleal, ficando claro que a ilicitude reporta-se à conduta do agente, e

não ao dano que dela provenha, que é o seu defeito.

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2.2 – BREVE COMPARAÇÃO AO CÓDIGO PENAL

A expressão “ressarcimento” e “reparação” dão uma noção de causa e

consequência da responsabilidade civil, razão de uma obrigação inadimplida que

resulta na restituição do patrimônio atingido até o alcance do ‘status quo’, isto é, a

situação jurídica que este patrimônio tinha antes do evento danoso, o que deve ser

feito através da ‘restituo in integrum’ (a indenização está vinculada a reparação pelo

prejuízo originado), e assim, tal ocorrência acarretará a diminuição do ativo ou o

amento do passivo, seja através de dívida de valor ou através do conserto da coisa

danificada, ou ainda, por meio de uma outra coisa que venha a substituir o bem

danificado, isto na esfera cível.

Já o direito penal, obriga o autor de fato criminoso a prestar contas junto a

sociedade daquele mal cometido, materializando-se por meios de sanções, as quais

podem ser: privação de liberdade, privação de direitos ou aplicação de multas

pecuniárias (hipótese que se identifica com a responsabilidade civil, porém é

acumulável por ter natureza jurídica diferenciada).

A culpa é caracterizada pela imprudência, imperícia ou negligência no

exercício de suas funções. O dolo, por sua vez, é caracterizado pela intenção do

administrador em promover o ato danoso ou em assumir o risco de produzi-lo.

Nota-se que a sentença penal tem importante influência no julgamento da lide

civil, referente ao mesmo fato ilícito, desde que naquele juízo punitivo já tenha sido

proferida uma decisão irrecorrível, visto que já está reconhecida a conduta danosa e

a obrigação em indenizar.

Alguns exemplos de dispositivos legais que pode-se remeter para demonstrar

a ligação existente são:

O parágrafo único do artigo 64 do CPP donde se determina que:

‘intentada a ação penal o juiz da ação civil poderá suspender o curso desta, até

o julgamento definitivo daquela’.

O artigo 110 do Código de Processo Civil dispõe que:

‘se o conhecimento da lide depender necessariamente da verificação da

existência de fato delituoso, pode o juiz mandar sobrestar no andamento do

processo até que se pronuncie a justiça criminal’.

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O artigo 74 da Lei nº 9.099/95 esclarece que:

‘a composição dos danos civis será reduzida a escrito e, homologada, pelo juiz

mediante sentença irrecorrível, terá eficácia de título a ser executado no juízo civil

competente’.

Ainda pode-se citar a extinta Lei nº 4.137/62 que regulava a repressão ao

abuso do Poder Econômico, revogada pela Lei nº 8.884/94, transformando o

Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) em Autarquia, dispondo

sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a ordem econômica, além de

determinar outras providências, com a leitura do artigo 1º:

‘Esta lei dispõe sobre a prevenção e a repressão às infrações contra a

ordem econômica, orientada pelos ditames constitucionais de liberdade de

iniciativa, livre concorrência, função social da propriedade, defesa dos

consumidores e repressão ao abuso do poder econômico.

Parágrafo único. A coletividade é a titular dos bens jurídicos protegidos por esta

lei.’

A ligação acima elucidada entre as esferas civil e criminal com o objetivo de

proteger a sociedade como um todo, nos atos cometidos que causem prejuízo a

outrem.

2.3 – A RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL

A responsabilidade contratual é definida pela violação de uma obrigação

derivada de um negócio jurídico. O descumprimento dos termos ajustados

caracteriza o ilícito civil gerador do dano. O inadimplemento voluntário da obrigação

pode ser absoluto, quando não verificada total ou parcialmente; ou relativo, se

descumprida a obrigação no tempo, lugar e forma convencionados, trazendo então

para o credor o direito à mora e consequentemente a obrigação de indenizar.

Necessário provar a existência do contrato, o fato do inadimplemento e o dano com

nexo de causalidade. A regra matriz é esculpida no art.389 do Código Civil:

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‘não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros

e atualização monetária segundo índices oficiais estabelecidos, e honorários

advocatícios’.

Como meio de defesa, o devedor se exonera pela impossibilidade de cumprir

a obrigação sem culpa, resultante de caso fortuito ou força maior, cujos efeitos não

eram possíveis evitar ou impedir, conforme se caracteriza pela redação do artigo

393 do CC e seu parágrafo único:

‘O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força

maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado.

Parágrafo único. O caso fortuito ou de força maior verifica-se no fato necessário,

cujos efeitos não era possível evitar ou impedir’.

A responsabilidade extracontratual, não é vinculada a um contrato, mas

decorre da prática de um ato ilícito violador das regras de convivência social,

causador de um dano injusto ato ilícito. Enquadra-se na prescrição do artigo 927

caput do Código Civil:

‘aquele, que, por ato ilícito (artigos 186 e 187 CC), causar dano a outrem, fica

obrigado a repará-lo.’

É a responsabilidade subjetiva pelo prejuízo que culposamente foi produzido,

incumbindo ao autor da ação provar a imprudência, negligência ou imperícia do

causador do dano, que agiu com culpa. Se não restar demonstrado o ilícito, o autor

da conduta estará isento de responsabilidade.

2.4 – ATOS ULTRA VIRES

Os atos ultra vires, ou seja, aqueles praticados pelos sócios ou

administradores fora dos limites do objeto social, com desvio de finalidade ou abuso

de poder, passaram de nulos a não oponíveis à pessoa jurídica, mas oponíveis aos

sócios ou administradores que os houvessem praticado.1

1 ALMEIDA, Daniel Brito. Disponível em: http://www.cartaforense.com.br/Materia.aspx?id=1680 . Acesso em 15.jan.2011

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A CRFB determinou, no parágrafo 5º do artigo 173 que tanto pessoa jurídica,

quanto seus membros devem ser responsabilizados por atos praticados contra a

ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

Os atos ultra vires, ou seja, aqueles praticados pelos sócios ou

administradores fora dos limites do objeto social, com desvio de finalidade ou abuso

de poder, passaram de nulos a não oponíveis à pessoa jurídica, mas oponíveis aos

sócios ou administradores que os houvessem praticado.2

Os atos ultra vires estão descritos no CC, perante o artigo 47, bem como a

possibilidade da desconsideração da personalidade jurídica está determinada no

mesmo diploma legal, no artigo 50, conforme abaixo disposto:

Artigo 47: Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos

nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.

Artigo 50: Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo

desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a

requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no

processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações

sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da

pessoa jurídica.

A posição aprovada na III Jornada de Direito Civil, promovida pelo Conselho

da Justiça Federal, realizada em dezembro/2004, que aprovou o Enunciado nº 219

(válido como doutrina), foi pela positivação à teoria ultra vires, nos seguintes termos:

‘Enunciado nº 219. Art. 1.015: Está positivada a teoria ultra vires no Direito

brasileiro, com as seguintes ressalvas: (a) o ato ultra vires não produz efeito

apenas em relação à sociedade; (b) sem embargo, a sociedade poderá, por

meio de seu órgão deliberativo, ratificá-lo; (c) o Código Civil amenizou o rigor

da teoria ultra vires, admitindo os poderes implícitos dos administradores para

realizar negócios acessórios ou conexos ao objeto social, os quais não

constituem operações evidentemente estranhas aos negócios da sociedade;

(d) não se aplica o art. 1.015 às sociedades por ações, em virtude da existência

2 ALMEIDA, Daniel Brito. Disponível em: http://www.cartaforense.com.br/Materia.aspx?id=1680 . Acesso em 15.jan.2011

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de regra especial de responsabilidade dos administradores (art. 158, II, Lei n.

6.404/76)’.

Entende-se que o administrador é civilmente responsável ilimitada e

solidariamente, perante a sociedade, e em conjunto com a sociedade perante

terceiros, se praticar os denominados atos “ultra vires”.

2.5 – A DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA

A teoria da desconsideração da pessoa jurídica é criação da jurisprudência

inglesa, recepcionada pelo direito pátrio, que procura preservar o instituto da pessoa

jurídica, possibilitando a correção de eventuais abusos e fraudes em seu exercício.

Com a desconsideração, a personalidade distinta e a autonomia patrimonial são

afastadas temporariamente, fazendo com que sócios e administradores sejam

responsabilizados, como se a pessoa jurídica não existisse.3

A CRFB determinou, no parágrafo 5º do artigo 173 que tanto pessoa jurídica,

quanto seus membros devem ser responsabilizados por atos praticados contra a

ordem econômica e financeira e contra a economia popular.

A legislação em geral estabelece que o administrador não é pessoalmente

responsável "pelas obrigações que contrair em nome da sociedade e em virtude de

ato regular de gestão" quando tiver, no exercício de suas funções, o cuidado e a

diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração de

seus próprios negócios, determina todavia que será responsabilizado quando houver

exercício irregular da administração, improbidade, culpa ou dolo, infração da lei ou

do estatuto.

No mesmo raciocínio, a Lei 8884/94 prevê em seu artigo 18:

‘A personalidade jurídica do responsável por infração da ordem econômica

poderá ser desconsiderada quando houver por parte deste abuso de direito,

excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos

ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver

3 GOMES, Daniela Vasconcellos. Disponível em http://jus.uol.com.br/revista/texto/17342. Acesso em 05.jan.2011

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falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica

provocados por má administração.’

Ao criar a pessoa jurídica, seus instituidores determinam a finalidade, bem

como atribuem as funções que serão exercidas por seus membros. A omissão

acerca de quem representará ou administrará a pessoa jurídica é suprida pela lei na

maioria dos casos.

Ocorre que é possível que um membro da sociedade, sócio, administrador,

gerente ou simples empregado, pratique, sem ter poderes para tanto, certos atos em

nome dela. Pode ainda ocorrer que, embora tenha aparentemente atribuição para a

realização de determinado ato, realiza-o em divergência com os objetivos sociais

estabelecidos no estatuto ou no contrato social.

Quanto ao conceito de má administração, deve-se buscar no próprio

ordenamento um delineamento adequado, objetivando definir até que ponto pode-se

determinar que o autor excedeu o poder a ele conferido.

Dentro das normas gerais que cuidam da pessoa jurídica, está o CC, que, em

seu artigo 1011, prevê o que se pode chamar de boa administração:

"O administrador da sociedade deverá ter, no exercício de suas funções, o

cuidado e a diligência que todo homem ativo e probo costuma empregar na

administração de seus próprios negócios."

De outro lado, o artigo 1016 do mesmo dispositivo legal esclarece que os

administradores respondem perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por

culpa no desempenho de suas funções. Também no mesmo sentido a disposição do

artigo 158 da Lei 6404/76.

Se a personalidade jurídica é criação legal que tem por fim de facilitar o

exercício da atividade empresária, a sua desconsideração é a forma de adequar a

pessoa jurídica aos fins para os quais a mesma foi criada, limitando e coibindo o uso

indevido desse instituto. Como bem assevera Alexandre Ferreira de Assumpção

Alves: A desconsideração da personalidade jurídica é um instrumento de correção

dos desvios de finalidade da pessoa jurídica. Através dela o juiz pode reparar os

atos emulativos causados por aqueles que se serviram da autonomia e capacidade

próprias do ente moral para auferir vantagens injustas ou ilícitas.

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Importante é elucidar que ocorrendo desvio de finalidade da sociedade pela

utilização de bens ou direitos da sociedade em benefício próprio (confusão

patrimonial), a sociedade poderá ter sua personalidade jurídica desconsiderada. Isto

implica em estender os efeitos de certas obrigações aos bens particulares dos

sócios e dos administradores, conforme determina o artigo 50 do CC e o artigo 158,

II, da LSA).

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3 – BREVE COMENTÁRIO ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO ADMINISTRADOR NA SOCIEDADE LIMITADA

Interessará o estudo da responsabilidade civil do administrador na sociedade

limitada, e, em particular, do ilícito verificado, emergindo para o agente a obrigação

de reparar o dano, material ou moral, em favor da vítima, ou sujeito passivo.

O Código Civil de 2002, instituído no ordenamento jurídico Brasileiro em 2003

abandonou o micro sistema jurídico existente determinado pelo Decreto 3.708 de 10

de janeiro de 1919, que regulava até então a constituição de sociedade por quotas

de responsabilidade limitada e desconsiderando por completo a tramitação do

Anteprojeto de Lei de Sociedades de Responsabilidade Limitada, no livro II – Do

direito de empresa – substituto II, capítulo IV, em seus artigos 1.052 a 1.087, inseriu

as normas da Sociedade Limitada. Assim, o Decreto 3.708 de 10 de janeiro de 1919

perdeu vigência em 11 de janeiro de 2003, visto que o parágrafo 1º do artigo 2º da

Lei de Introdução ao Código Civil determina que a lei posterior revoga a anterior

quando expressamente o declare, quando seja com ela incompatível ou quando

regule inteiramente a matéria que tratava a lei anterior.4

O extinto CC de 1916 prescreveu, no artigo 1.363 que:

‘celebram contrato de sociedade as pessoas que mutuamente se obrigam a

combinar seus esforços ou recursos, para lograr fins comerciais’. Já o Código

Civil de 2002, fez evoluir a definição de sociedade ao prescrever que ‘celebram

contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir,

com bens ou serviços, para o exercício da atividade econômica e a partilha

entre si, dos resultados’.

Diante da promulgação do CC de 2002, vê-se a redação do artigo 981, que

define:

‘Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a

contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a

partilha, entre si, dos resultados’.

4 FRASÃO, Stanley Martins. A Responsabilidade Civil do administrador da sociedade limitada, Belo Horizonte: Formato Artes Gráficas, 2007, p. 19

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Impõe-se, pois, o estudo da responsabilidade civil do administrador, nas

relações entre os sócios e a sociedade, interna corporis, e, externa corporis, no que

se refere às relações do administrador com terceiros.

O administrador obriga-se perante a sociedade por responsabilidade civil de

natureza contratual. Por isso, seus atos de gestão, quando ilícitos, dizem respeito à

relação de ordem contratual que liga o administrador à sociedade. O contrato social

é, pois, o instrumento legal ao qual deve o administrador se submeter. O contrato

social não pode ser infringido pelo administrador, sob pena de ser responsabilizado

civilmente por seus atos, e de responder com seu patrimônio pessoal. É o que

poderá ocorrer sempre que o administrador extrapolar os poderes de gestão

conferidos no contrato social da sociedade limitada.

Mas a responsabilidade do administrador perante a sociedade não é somente

contratual. De fato, poder-se-á também configurar a chamada responsabilidade

aquiliana, ou extracontratual, porque poderá ter origem em violação da lei,

configurando-se a prática de ato ilícito. Se infringir a lei, deverá o administrador

responder civilmente também por seu ato, porque terá violado o dever de

obediência.

A responsabilidade aquiliana é aquela que resulta do ato ilícito, causando

dano.

Os atos praticados pelo administrador, por ação ou omissão, com culpa ou

dolo, e que causarem prejuízos à sociedade, ainda quando praticados dentro das

atribuições ou poderes ou com violação da lei ou do contrato social, tornarão

civilmente responsável o administrador faltoso por violação do dever de diligência e

do dever de lealdade.

Os deveres de diligência, obediência e lealdade, além do cuidado no exercício

de suas funções, principalmente com respeito aos limites de seus poderes, e

principalmente a observação das Leis vigentes em nosso ordenamento pátrio, deve

ser de acordo com o contrato social, sob pena de responder judicialmente pelos

danos causados a que der causa, perante a sociedade, os sócios e terceiros de boa-

fé.

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As disposições de lei concluem que o administrador da sociedade, pessoa

natural, deve reunir os atributos de ser diligentes e leal, estando submetido

sobremaneira aos mesmos deveres do administrador da sociedade anônima.

Ao descumprir seus deveres e a sociedade em função disso sofrer prejuízo, o

administrador será responsável pelo ressarcimento dos danos.5

5 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial. 5 ed. São Paulo: Saraiva, 2002, vol. II, p. 441

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4 – BREVE COMENTÁRIO ACERCA DA RESPONSABILIDADE CIVIL DO

ADMINISTRADOR NA SOCIEDADE ANÔNIMA

Nas sociedades anônimas o tema da responsabilidade dos administradores

se afigura com maior utilidade em relação aos demais tipos societários, porquanto

geralmente nas companhias há uma maior dispersão das participações societárias,

conjuntura que acaba por conferir aos diretores maior autoridade e autonomia nas

suas funções. Diante desse quadro, a responsabilidade poderá constituir uma

indispensável forma de controle dos órgãos de administração pelos acionistas.6

Para tanto, a responsabilidade civil dos administradores das sociedades

anônimas é regulada por normas especiais da Lei de Sociedades por Ações (nº

6.404/76) que muitas vezes se reveste nos princípios da responsabilidade prevista

no Código Civil, considerando que nos casos omissos da Lei, deve-se aplicar

disposições do CC. Desta utilização, surgem várias teorias objetivando a

aproximação de um consenso acerca da melhor condição aplicável a uma

determinada situação, sendo o ponto fundamental averiguar os poderes e deveres

que os administradores devem se valer, no momento em que estão agindo no

interesse da sociedade, dos investidores, sócios e terceiros.

Nesse sentido, a LSA reservou no seu Capítulo XII, Seção IV, um espaço

exclusivo para tratar dos deveres de conduta dos administradores, dos quais pode-

se extrair a diligência, obediência, lealdade e informação, sendo certo que a

lealdade e informação são deveres originados do princípio geral da boa-fé.

Fábio Ulhoa Coelho, em seus ensinamentos, descreve que as sociedades

anônimas correspondem a forma jurídico-societária mais apropriada aos grandes

empreendimentos econômicos, tendo como características fundamentais a limitação

da responsabilidade dos sócios e a negociabilidade da participação societária,

instrumentos imprescindíveis para despertar o interesse dos investidores e propiciar

a reunião de grandes capitais.

Tratando-se de uma sociedade exclusivamente de capitais, Amador Paes de

Almeida afirma que a sociedade anônima constitui no campo das sociedades

comerciais um extraordinário esforço do jurista na democratização do capital que é

dividido em frações (ações), permitindo a utilização de pequenas economias,

6 ALVES, Laerte Meyer de Castro. Responsabilidade dos Administradores de Sociedade Anônima. Disponíel em HTTP://jus.uol.com.br/revista/texto/18209 Acesso em 10.jan.2011

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possibilitando a movimentação de grande soma, fazendo mais acessível o acesso a

vasta camada da população.

As sociedades anônimas, no conceito do doutrinador Fábio Ulhoa Coelho é

aquela sociedade empresária com capital dividido em valores mobiliários

representativos de um investimento (ações) cujos sócios tem, pelas obrigações

sociais, responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que titularizam.

Sabe-se que de acordo com o disposto pelo artigo 1º da LSA, a Companhia

ou sociedade terá o capital dividido em ações e a responsabilidade dos sócios ou

acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Já

no mesmo diploma legal, em seu artigo 1.088, é determinado que a sociedade

anônima ou companhia, o capital divide-se em ações, obrigando-se cada sócio ou

acionista somente pelo preço de emissão das ações que subscreve ou adquirir.

A consequência pela prática de atos com culpa ou dolo, pode acarretar pela

responsabilização civil pessoal do administrador, sendo que seu patrimônio

responderá pela reparação do ato irregular que praticar, daquele ato que violar a lei

ou contrato/estatuto social e que, causar prejuízos à sociedade ou a terceiros.

Responderão ainda os administrados pelos prejuízos causados em virtude do não

cumprimento dos deveres impostos por lei que asseguram o funcionamento normal

da companhia.7

Nas sociedades anônimas o tema da responsabilidade dos administradores

se afigura com maior utilidade em relação aos demais tipos societários, porquanto

geralmente nas companhias há uma maior dispersão das participações societárias,

conjuntura que acaba por conferir aos diretores maior autoridade e autonomia nas

suas funções. Diante desse quadro, a responsabilidade poderá constituir uma

indispensável forma de controle dos órgãos de administração pelos acionistas.

Considerando a responsabilidade do administrador, a inteligência da LSA

disciplinou quatro órgãos, a fim de organizar a sociedade, sendo eles: A Assembléia

Geral, o Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal, cada um

possuindo sua função e importância na Companhia.

A Assembléia Geral, segundo Fábio Ulhoa Coelho é o órgão deliberativo

máximo da estrutura da sociedade anônima, visto que possui o poder de deliberar

sobre qualquer assunto do interesse social, conforme disposto no artigo 121,

7 MARCHINI FILHO, Osvaldo. Disponível em http://www.administradores.com.br Acesso em 10.jan.2011

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decidido sobre todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomando as

resoluções que julgar convenientes à defesa e desenvolvimento. Entre as

atribuições da Assembléia Geral pode-se citar a reforma do estatuto social, a

distribuição de lucros/dividendos, a eleição dos administradores e membros do

conselho fiscal, entre outras de grande relevância.

O Conselho de Administração é determinado pela Assembléia Geral, sendo

seus membros somente pessoas naturais, funcionando como fiscalizador e

deliberativo, demandando acerca de qualquer assunto que não seja da competência

da Assembléia Geral. A principal função do Conselho de Administração é aprimorar

o processo de tomada de decisão na organização empresarial.

Formado por no mínimo três membros que, por determinação legal deverão

ser obrigatoriamente acionista, conforme prescrito no artigo 146 da LSA,

Já a Diretoria é o órgão de representação legal da Companhia e de execução

das deliberações da Assembléia Geral e do Conselho de Administração, conforme

orienta Fábio Ulhoa Coelho. Sendo o órgão executivo da Companhia tem como

principal competência gerir a empresa.

Modesto Carvalhosa, em seus comentários, diferencia a Diretoria do

Conselho de Administração, esclarecendo que a diretoria é um órgão necessário da

administração de todas as companhias, sendo um órgão que reúne um conjunto de

poderes e atribuições harmônicas entre os seus membros, os quais os exercem

individualmente. Já o Conselho de Administração é um órgão que reúne um conjunto

de poderes e atribuições, que são exercitados coletivamente pelos seus membros.

Ainda Carvalhosa menciona que a Diretoria é individual, em regra ao passo que o

Conselho de Administração é sempre deliberativa ou colegial permanente.

O Conselho Fiscal, na visão de Amador Paes de Almeida é o órgão

fiscalizador da companhia. Sua adoção se prende à necessidade de estabelecer

rigoroso controle e fiscalização sobre os atos praticados pela administração. A

principal função do Conselho Fiscal é fiscalizar a atividade desenvolvida pelos

administradores, não podendo sobretudo confundir os objetivos dos órgãos.

O direito societário, ao atribuir deveres e responsabilidades aos

administradores, demonstra a tendência atual de considerar as sociedades

anônimas uma unidade econômica que desperta os interesses da comunidade em

geral.

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Exatamente diante do determinado pelo direito societário, a gestão dos

administradores precisa ser pautada por uma série de regramentos legais, a fim de

assegurar eficiência e responsabilidade. Até mesmo a Comissão de Valores

Mobiliários dispõe de prerrogativas especiais para interferir nos negócios da

companhia, aplicando ao administrador penalidade de suspensão do exercício do

cargo ou declarando-o inábil ao desempenho do mesmo.8

8 Vide Lei n.º 6.385/76, artigo 11, incs. II e IV

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5 – CARACTERÍSTICA DA RESPONSABILIDADE DOS

ADMINISTRADORES NAS SOCIEDADES LIMITADA E ANÔNIMA

Embora as sociedades estudadas tenham estruturas e formas diferentes, a

responsabilidade em ambos os casos se aplica quando verifica-se abuso de direito

ou violação do contrato social ou estatuto social.

Os administradores da sociedade limitada poderão ter responsabilidade

solidária e ilimitada se omitirem a palavra “limitada” quando empregarem no seu

exercício a firma ou denominação da sociedade, regulação atribuída ao art. 1.158, §

3º, do Código Civil de 2002.

Na sociedade anônima, diferentemente do que ocorre com a sociedade

limitada, que só possui a figura do administrador, o Código Civil preferiu utilizar

antecipadamente a figura de um órgão, denominado de Conselho de Administração.

Diferente da sociedade limitada verifica-se que o legislador determinou uma

especial atenção no que se refere à administração de uma sociedade anônima,

atenção esta principalmente nas companhias que precisam de autorização, isto é,

nas sociedades anônimas abertas e das companhias de economia mista.

Uma semelhança que deve-se verificar é que em ambas as sociedades, o

prazo para o exercício do cargo de administrador cessa pela investidura de novos

administradores ou pela renúncia do titular.

Independente de ser ou não sócio, o administrador terá um mandato. Fábio

Ulhoa Coelho, afirma que este poderá “ser por prazo indeterminado ou

determinado”.

O motivo de poder o administrador exercer seu cargo por prazo

indeterminado, é implícito, mais é claro.

Em uma sociedade limitada, não é plausível a substituição contínua de

administradores, fato que a administração com um novo administrador poderia trazer

sérios problemas para a sociedade. Portanto, mesmo que o prazo seja determinado

poderá haver a recondução, visto que fequentemente nota-se que o administrador é

um sócio.

O descumprimento de qualquer responsabilidade poderão os administradores

serem processados em ação de responsabilidade. Importa lembrar, que a ação “é

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evidente o da lei processual. O art. 159 estabelece apenas a legitimidade processual

do autor da ação”.9

9 REQUIÃO, Rubens, Curso de Direito Comercial, 1º volume, 26ª edição, São Paulo: Saraiva, 2006, p. 222

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6 – CONCLUSÃO

Se o administrador causar dano, agindo dentro de seus poderes, não poderá

esse, inicialmente ser responsabilizado pelos seus atos, sendo a responsabilidade

da própria empresa (sociedade ou companhia). No caso de comprovar-se que o

administrador agiu com dolo ou culpa, extravagando os direitos conferidos pela

função ou com violação ao estatuto social ou contrato social, a responsabilidade

transfere-se para ele, pessoalmente.

Visto o acima disposto, fica claro que para haver a responsabilidade do

administrador, sempre subjetiva, fazendo-se necessária a comprovação de sua

culpa.

Fácil é verificar que o administrador detém a obrigação de meio e não a

obrigação de resultado. Conforme Carvalhosa, a distinção já é pacífica na doutrina

onde é fixado que o administrador exerce a obrigação de meio, pois este não

responde pelo resultado de sua estão quando regularmente exercida, cabendo ao

administrador conduzir a companhia de acordo com a sua obrigação funcional,

seguindo estritamente as obrigações legais, respeitando os seus deveres.

A Lei das Sociedades Anônimas prevê nos artigos 153 e 154 que o

administrador deve empregar, no exercício de suas funções, o cuidado e diligência

que todo homem ativo e probo costuma empregar na administração dos seus

negócios e que deve exercer as atribuições que a lei ou o estatuto lhe conferem para

lograr fins e no interesse da companhia, satisfeitas as exigências do bem público e

da função social da empresa.

No mesmo sentido, nas sociedades limitadas não é diferente, visto que o

artigo 1.016 do Código Civil dispõe que os administradores respondem

solidariamente perante a sociedade e os terceiros prejudicados, por culpa no

desempenho de suas funções.

Cabe verificar que a Sociedade Anônima é considerada uma sociedade de

capitais (a figura do sócio acionista não é facilmente identificada ou não é de

interesse) enquanto que a Sociedade Limitada é vista como uma relação contratual

entre os sócios, donde se observa frequentemente um sócio quotista ser o

administrador, ou todos e na Sociedade Anônima não é difícil verificarmos um

administrador que não seja sócio exercendo a função.

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Para elucidar, podemos citar alguns exemplos, em ambas as sociedades

(Anônimas e Limitadas) como: o administrador que deixar de realizar as

correspondentes aplicações financeiras, causando perda de rendimento, e

consequente prejuízo para a sociedade, ou quando não anexa os documentos

necessários à participação em licitação, quando deixar de proceder a correta

distribuição de lucros da sociedade, deixar de pagar os tributos, emitir cheque sem

fundos da empresa, entre outros.

O artigo 135 III, do Código Tributário Nacional dispõe que são pessoalmente

responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigação tributária resultantes de

atos praticados com excesso de poderes ou infração a lei, contrato social ou

estatutos os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito

privado. Visto que deixar de pagar tributos é considerado pelos Tribunais com

violação à lei.

Diligente, de acordo com essa solução, é o administrador que observa os

postulados daquele corpo de conhecimentos tecnológicos, fazendo o que nele se

recomenda e não fazendo o que se desaconselha. Tal forma de operacionalizar a

norma do art. 153 da LSA parece-me extremamente objetiva, de modo a tornar o

cumprimento do dever passível de aferição através de perícia. Ou seja, se o

administrador adotou determinada providência na condução dos negócios sociais, a

indagação jurídica acerca do atendimento ao dever de diligência na hipótese deve

ocupar-se em compará-la ao que é assente entre os experts em administração de

empresa.10

O assunto em questão é de tal importância que as empresas de seguros,

consciente dos efeitos da globalização sobre o mercado e das conseqüências

geradas pelas decisões dos administradores, criaram o seguro de responsabilidade

civil de executivos, sendo destinado aos administradores dos diferentes tipos de

organizações.

O Seguro de Responsabilidade Civil de Administradores, Gerentes e

Diretores, conhecido como D&O Insurance, cobre a defesa jurídica e protege os

ativos pessoais destes dirigentes das sociedade, no caso de processos contra eles

movidos e que tenham a sua origem em atos ou omissões emergentes da sua

qualidade de líderes.

10 VIEIRA, João Rafael Melchior disponível em: http://artigos.netsaber.com.br/resumo_artigo_27685. Acesso em 15.jan.2011

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Como se vê, ao gerir os negócios da empresa, o administrador deve se cercar

de todos os cuidados na sua administração, pois poderá ser responsabilizado

pessoalmente pelos seus atos, seja por sócios, trabalhadores, Estado ou terceiros.

Com o passar das décadas, o direito evoluiu, adaptando-se às referidas

relações, influenciando cada vez mais as ações comportamentais humanas,

regrando-as.

Em consonância com as normas jurídicas que estabeleciam os limites

obrigacionais entre os homens, surgiram regras de cunho punitivo destinadas

àqueles que deixavam de cumprir suas parcelas de obrigações nas relações de

cunho jurídico.

Seguindo regras gerais de direito das obrigações, a responsabilidade do

administrador-sócio e do administrador não-sócio da sociedade limitada poderá ser

contratual ou extracontratual - a chamada responsabilidade aquiliana, resultante de

atos ilícitos.

O administrador responderá com seus bens para a reparação do dano

causado (artigo 942), não podendo ser olvidado que o direito de exigir a reparação

do dano, e a correlata obrigação de prestá-la, transmitem-se com a herança (artigo

943), em favor dos sucessores da vítima e contra os sucessores do agente.

Fica a cargo da jurisprudência, a verificação e a punibilidade, determinando

se houve má administração e/ou excessos cometidos, pelos prejuízos causados e o

dever de indenizar surge, conforme demonstrado abaixo:

0056177-33.2010.8.19.0000 - AGRAVO DE INSTRUMENTO DES. CELIA MELIGA PESSOA - Julgamento: 07/01/2011 - DECIMA OITAVA CAMARA CIVEL – TJ/RJ DECISÃO MONOCRÁTICA. AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. DISSOLUÇÃO IRREGULAR DA SOCIEDADE. INCLUSÃO DOS SÓCIOS. POSSIBILIDADE. PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. O ordenamento jurídico prevê o redirecionamento da execução fiscal em face dos sócios administradores, desde que preenchidos os requisitos legais. A dissolução irregular da sociedade gera presunção relativa de fraude, que atribui responsabilidade pelo crédito tributário aos administradores. Entretanto, não é possível aceitar que a Fazenda tenha prazo indeterminado para incluir os sócios na demanda, o que permite concluir, por interpretação sistemática do art. 174, do CTN, que após a citação da pessoa jurídica, interrompe-se o curso da prescrição não apenas para a sociedade, mas também para seus sócios, tendo o Fisco, a partir de então, o prazo de cinco anos para incluir os sócios no pólo passivo da execução fiscal, sob pena de ter seu direito fulminado pela prescrição

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intercorrente, como no presente caso, em que a citação da empresa executada se deu em dezembro de 1998 e a citação dos sócios ocorreu apenas em abril de 2008. Precedentes do TJ/RJ e STJ. Decisão que se mantém.Recurso que está em confronto com jurisprudência dominante desta Corte. Art. 557, caput, do CPC. NEGATIVA DE SEGUIMENTO.

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA. AUSÊNCIA DE FRAUDE OU IRREGULARIDADE. IMPOSSIBILIDADE. DECISÃO MANTIDA. Diante da ausência de demonstração dos requisitos legais para medida extrema requerida, impende manter decisão que indefere desconsideração da personalidade jurídica. Negado provimento ao agravo de instrumento, em decisão monocrática. (Agravo de Instrumento Nº 70032239873, 6ª Câmara Cível, TJRS, Relator: Artur Arnildo Ludwig, Julgado em 06/11/2009);

0146912-45.2009.8.26.0100 Embargos de Declaração / Prestação de Serviços Relator(a): Artur Marques Comarca: São Paulo Órgão julgador: 35ª Câmara de Direito Privado Data do julgamento: 23/08/2010 Data de registro: 02/09/2010 Outros números: 990.10.166184-5/50000 Ementa: PROCESSO CIVIL - EMBARGOS DECLARATÓRIOS - OBJETIVO PRINCIPAL - INTEGRAÇÃO DO JULGADO - EMBARGOS REJEITADOS. "A Turma Julgadora foi expressa ao consignar que o gerente geral de instituição financeira, ao se apresentar como representante legal capaz de assumir obrigação em seu nome, enseja aplicação da teoria da aparência, em especial porque o serviço contratado reverteu efetivamente em beneficio da contratante'. Quanto aos demais argumentos, inovados nos presentes embargos na medida em que não ventilados nas razões recursais, cumpre ressaltar, apenas em respeito ao jurisdicionado, que: a) não há se falar em dolo (art 147, CC) porque ausente qualquer indício de má-fé do proponente quanto a "fato ou qualidade" do serviço oferecido; b) a teoria da aparência tem aplicação reconhecida pela jurisprudência na assunção de obrigações pela pessoa jurídica (art 1022, CC) não havendo subsunção da hipótese ao instituto da representação (art 118, CC); c) revertendo o serviço contratado em benefício da pessoa jurídica, não há se falar em aplicação da teoria do ultra vires (art 1015, CC), tanto mais porque ê notório o fato de que instituições financeiras despendem elevadas quantias em publicidade de seus serviços.

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Origem: 4ª Camara Civel Fonte: DJ 713 de 01/12/2010 Acordão: 25/11/2010 Processo: 200903993770 Comarca: Goiânia Relator: DR. AMARAL WILSON DE OLIVEIRA Processo/Recurso: 399377-30.2009.8.09.0000 - MANDADO DE SEGURANÇA Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. CERTIDÃO NEGATIVA DE DÍVIDA ATIVA. PROTEÇÃO DO NOME NA SERASA. EX-SÓCIA. RESPONSABILIDADE PESSOAL AFASTADA. CONDUTA DOLOSA NÃO PRATICADA (ART. 135, III, CTN). ORDEM CONCEDIDA. I - O sócio que se retira da sociedade de forma regular, responde subsidiariamente por atos de gestão não por tempo indeterminado, mas, sim, pelo período de dois anos após o seu desligamento devidamente registrado na junta comercial, sendo este o limite máximo para sua responsabilização pela empresa, ex vi do artigo 1.032 do Código Civil. II - Outrossim, é pacífico na doutrina e jurisprudência que as hipóteses de responsabilidade tributária previstas no artigo 135, III, do CTN, não se fundam no mero inadimplemento da sociedade, mas na conduta dolosa por parte da pessoa apontada como administradora, uma vez que tal responsabilidade é subjetiva, o que torna necessária a prova de atos praticados com excesso de poderes ou infração à lei, contrato social ou estatutos. III- Em decorrência, demonstrado nos autos pela ex-sócia da pessoa jurídica autuada, que não praticou nenhuma das condutas elencadas no referido artigo de lei, não tem como subsistir a sua responsabilidade pessoal pela dívida tributária da referida pessoa jurídica, considerando que deixou a sociedade regularmente, assim como, não mais integrava seu quadro societário na época da autuação e suposta dissolução irregular. IV - Em casos tais, o não-fornecimento de certidão negativa de débito, bem como a ameaça de inscrição do nome da impetrante na Serasa, constitui ofensa a direito líquido e certo, passivo de ser corrigido por esta via mandamental. V - SEGURANÇA CONCEDIDA.

Nos tipos de sociedades limitada e anônima, o administrador poderá

responder civilmente por seus atos de gestão, sejam eles em conflito de interesses,

pelo uso indevido da razão social, pelo desvio de finalidade e confusão patrimonial,

por atos culposos e dolosos, pela distribuição de lucros ilícitos ou fictícios e também

pela demora na averbação do instrumento de nomeação.

Os atos que o administrador praticar em violação da lei ou do contrato social,

com dolo ou culpa, e que venham a causar prejuízos à sociedade limitada, tornarão

civilmente responsável o administrador faltoso, mesmo que os atos tenham sido

praticados no âmbito das atribuições e poderes do administrador agente do ato

ilícito.

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Embora todo o acima estudado, deve-se tratar com bastante cautela a

aplicação das normas referentes à responsabilidade civil do administrador para que

não se verifique uma paralisação do espírito empreendedor, acarretando uma

limitação ao progresso econômico, sobretudo os representantes do judiciário, quer

sejam os juízes de direito.

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7 – BIBIOGRAFIA UTILIZADA E/OU CONSULTADA

Constituição da Republica Federativa do Brasil

Código Civil Brasileiro

Código Penal

Código de Processo Penal

Código de Processo Civil

Lei 9.099/95

GONÇALVES, Carlos Roberto, Responsabilidade Civil. 10ª ed, ver. atual e

ampliada, São Paulo: Saraiva, 2007.

FRASÃO, Stanley Martins, A Responsabilidade Civil do administrador da

sociedade limitada. Belo Horizonte: Formato Artes Gráficas, 2007.

CARVALHOSA, Modesto, Comentários à Lei de Sociedades Anônimas, 3º Vol.,

3ª Ed, São Paulo: Saraiva, 2003.

MELLO, Marcos Bernardes de, Teoria do fato jurídico: plano da eficácia – 1.ª

parte. São Paulo: Saraiva, 2003.

REQUIÃO, Rubens, Curso de Direito Comercial, De acordo com a Lei n. 11.101,

de 09-fev-2005 (nova Lei de Falências), 1º volume, 26º edição, São Paulo:

Saraiva, 2006.