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Cristo, o Evangelho do Deus revelado
Ernesto Chacamba Filipe
2
CRISTO
O Evangelho do Deus revelado
Esta obra começa chamando atenção da necessidade de uma
correta compreensão do Evangelho para a salvação das
almas perdidas. No primeiro capítulo, o livro aborda a
respeito do segredo de Deus, que Deus escondeu das
gerações passadas e no devido tempo o revelou ao mundo,
trazendo salvação tanto para judeus, quanto para os gentios.
Deixando claro que este segredo de Deus (Jesus Cristo) é o
Evangelho que Deus pregou e prega para toda a
humanidade.
No capítulo 2, o livro retrata sobre o conceito do Evangelho,
onde apresenta vários conceitos de Evangelho.
Já o capítulo seguinte, trata do Protoevangelho, isto é, as
primeiras formas de como Deus falou do Evangelho com o
homem antes da sua clara revelação, por meio de algumas
ilustrações, deixando claro que no passado Deus falou do
Evangelho por meio de tipos e símbolos.
No capítulo 4, o livro faz uma caracterização do Evangelho,
apresentando 5 características do Evangelho de Deus.
No quinto capítulo, o livro trata Cristo como a essência do
Evangelho e a sua obra na cruz como o acto central do
Evangelho.
De seguida, faz-se uma abordagem das doutrinas
fundamentais do Evangelho.
O sétimo capítulo começa a encerrar abordando a relação
entre o Evangelho e o cristão.
E por fim, o livro conclui discorrendo sobre o cristão e a
pregação do Evangelho, despertando o cristão da grande
necessidade humana de ouvir o vivo e puro Evangelho e
exortando a Igreja de Deus para entregar-se na obra de
evangelização.
Ernesto Chacamba Filipe, nascido em
1999, em Angola, cidade do Huambo
(onde reside até ao presente momento),
filho de Serafim Eusébio Filipe e
Angelina Chionga.
Aos 13 anos de idade, passou a
participar de alguns estudos bíblicos
que se ministravam na Escola Noé
Ndeutapo Luterana, onde estudara na
altura, como resultado disto entregou
sua vida ao Senhor Jesus, e pouco
tempo depois passou a congregar no
Ministério Tempo de Mudança
(M.T.M) em uma célula próxima da
sua casa; no ano seguinte foi baptizado
nas águas, e neste mesmo ano começou
sua vida como pregador do evangelho,
desde este ano até 2017 liderou o grupo
de evangelismo da mesma célula. Em
2014 recebeu a primeira formação
teológica participando no “Curso
EBAD” na Igreja Assembleia de Deus
Pentecostal Ministério Maranata
Huambo, depois desta participou
também de outras formações teológicas
no M.T.M.
Hoje, Ernesto Chacamba Filipe é
estudante de Economia, Evangelista e
Presbítero no M.T.M na Congregação
do Benfica e pregador do Evangelho.
CRISTO
O Evangelho do Deus
revelado
Ernesto Chacamba Filipe
4
Cristo, o Evangelho do Deus revelado
Por Ernesto Chacamba Filipe
Copyright © Ernesto Chacamba Filipe 2020
Primeira Edição em Português: 2020
Todos os direitos em língua portuguesa reservados por Editora Missio Dei
EDITOR I I. A. B. Quissindo “Josué”
REVISÃO I Elisio Neves I Ambrósio Dala I Sérgio Fernando I Helena Quissindo
REVISÃO DE PROVA I Chiquinho Bondo I Paula Namalanga I Graça Catuti
DIAGRAMAÇÃO I Equipa Editora Missio Dei
CAPA I Sérgio Fernando
Todas as citações bíblicas são da Nova Versão Internacional e da Bíblia Almeida
Corrigida e Fiel - palavras de Jesus em vermelho, salvo indicações feitas no
próprio texto.
CRISTO, O EVANGELHO DO DEUS REVELADO / Ernesto Chacamba Filipe /
Huambo, Angola: Missio Dei, 2020 pdf I e-Book
ISBN: 978-989-54906-0-8
1. Cristologia I Exegese Bíblica.
EDITORA MISSIO DEI SEDE | Rua Serpa dos Santos, Cidade Baixa, Huambo, Angola
Email | [email protected] | [email protected] TEL. | (+244) 943 87 64 54
SITE | www.editoramissiodei.com
Nossos e-Books são disponibilizados gratuitamente, com a única finalidade de fomentar a cultura de leitura cristã em Angola e não só e oferecer oportunidade de leitura edificante a
todos aqueles que não têm condições financeiras para comprar.
Entretanto, se o caro leitor é uma pessoa com condição financeira estável, continue utilizando nosso acervo e, se o Senhor lhe tocar, abençoe nossos autores ou nossa editora adquirindo os
livros.
5
DEDICATÓRIA
Dedico, de modo especial, este livro à você_____________________.
Meu desejo e oração é que depois de leres este livro a tua vida não
permaneça a mesma, mas que este livro venha levar-lhe a
experimentar uma mudança em tua vida e lhe servir de alimento para
a alma.
6
SUMÁRIO
PREFÁCIO ......................................................................................... 8
INTRODUÇÃO .................................................................................. 10
O SEGREDO DE DEUS ................................................................... 11
CONCEITUALIZAÇÃO DO EVANGELHO ....................................... 14
O PROTOEVANGELHO ................................................................... 18
Roupas de pele vs de folhas .......................................................... 18
A arca de Noé e o dilúvio ............................................................... 19
O Evangelho escrito com o dedo de Deus ..................................... 21
O Evangelho contado nos cânticos do servo .................................. 24
A serpente de bronze ..................................................................... 28
CARACTERIZAÇÃO DO EVANGELHO ........................................... 30
O Evangelho gera salvação ........................................................... 30
O Evangelho é eterno .................................................................... 31
O Evangelho é a verdade ............................................................... 32
O Evangelho é imutável ................................................................. 33
O Evangelho é universal ................................................................ 35
O CENTRO DO EVANGELHO ......................................................... 36
O escândalo da Cruz ...................................................................... 41
Três horas de escuridão ................................................................. 41
Os 4 “p” interrogados da morte de Jesus ....................................... 42
OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO EVANGELHO ................... 44
O amor de Deus ............................................................................. 44
Características deste amor ............................................................. 45
7
A graça de Deus ............................................................................ 47
A justiça (ou justificação) de Deus .................................................. 49
Salvação pela Graça ...................................................................... 54
A paz .............................................................................................. 56
O CRISTÃO E O EVANGELHO........................................................ 59
Como saber se verdadeiramente sou um cristão? ......................... 63
A vida de um cristão ....................................................................... 65
Viver o Evangelho .......................................................................... 66
O CRISTÃO E A PREGAÇÃO DO EVANGELHO ............................ 71
A pregação do Evangelho não é uma tarefa qualquer .................... 71
Pregando aos de dentro ................................................................. 72
Pregando para os de fora ............................................................... 73
Estratégias na pregação ................................................................ 73
A urgência da pregação ................................................................. 74
Senhor mande mais ceifeiros! ........................................................ 75
Compreendendo o “ide” ................................................................. 76
8
PREFÁCIO
O convite para prefaciar esta primeira obra do meu querido irmão,
amigo e filho, o Evangelista e Presbítero Ernesto Filipe, levou-me a
um misto de sentimentos com alegria, honra, porém também de
preocupação e responsabilidade. Alegria por ver esta primeira obra,
que servirá de auxílio a todos cristãos e não só, os quais em meio a
tantos e diversos desafios, procuram conhecer e aprofundar a
verdade da Palavra de Deus, concretamente sobre o nosso Senhor e
Salvador Jesus Cristo, mantendo-se fieis às Sagradas Escrituras.
Sinto-me também muito honrado em poder opinar sobre esta
magnífica obra, a qual tive o imenso prazer e alegria de ler e
examinar. Para quem conhece e trabalha (ou, pelo menos tenha
trabalhado) com o autor deste livro, sabe o quanto é meticuloso e por
isso, suas questões levantam sérias preocupações para os mais
atentos.
Em tempos actuais, abundam no seio cristão ou da Igreja, doutrinas e
ideologias estranhas às Sagradas Escrituras e, não menos
importante, são as que atentam contra as doutrinas bíblicas sobre
Jesus Cristo e o Seu Evangelho. O autor nesta sua primeira obra,
procura demonstrar, através da Bíblia, que Cristo é o Evangelho, que
no Antigo Testamento estava oculto ao entendimento dos homens,
mas hoje é revelado e conhecido para a salvação de todos (Gálatas
4.4).
Desde o primeiro capítulo ao último deste livro, faz-se defesa da
verdade bíblica sobre a doutrina de Jesus Cristo, da Salvação e do
Evangelho. Falar destas doutrinas não só requer um conhecimento
9
profundo, também requer domínio da língua e comunicação, para
transmitir de maneira profunda e simples para que todos possam
entender estas verdades.
Este livro não só se insere no campo da apologética cristã e teológica,
em defesa da verdade bíblica em oposição as “heresias” bíblicas.
Também e com maior aplicação, no campo do evangelismo e
didática/pedagógica bíblica da Igreja.
O Evangelista e Presbítero Ernesto Filipe com eloquência e maestria,
procura demonstrar nesta obra, que “Cristo é mistério (Evangelho) de
Deus que foi revelado aos homens”, nos ajuda a conceituar que o
“Evangelho é a palavra de Deus... para a salvação”, nos faz entender
o desafio que cada um de nós (a Igreja) tem na pregação do
Evangelho, e traz em lume o “Protoevangelho”, ou seja, as primeiras
formas (do Antigo Testamento) de Deus comunicar o Seu Evangelho
ao homem.
Xavier David Praia
Pastor da Igreja Tempo de Mudança (MTM) e Director da Agência Missionária
Evangelho às Nações (AMEN)
Huambo-Angola, 2020
10
INTRODUÇÃO
Em meio a muitas confusões e controvérsias no mundo cristão, o
evangelho é, e deve ser, um assunto devidamente esclarecedor para
que se tenha a eficácia esperada na salvação do homem perdido. É
indiscutível que, nos últimos tempos o evangelho puro, simples e
verdadeiro tem perdido lugar nos púlpitos das nossas igrejas, facto
que constitui um vazio que deve ser preenchido o mais rápido
possível, já que, a maior preocupação de Cristo é a salvação do
homem perdido.
Diante destas confusões e controvérsias, quero partilhar algumas
verdades deste bendito evangelho do Deus eterno e imortal com o
presado leitor, e apresentá-lo de uma forma simples e resumida o
“verdadeiro evangelho que transforma o pecador e salva o perdido”
que durante muito tempo permaneceu como um mistério de Deus, que
agora nos foi revelado pelo FILHO de Deus.
11
O SEGREDO DE DEUS
“As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as
reveladas são para serem conhecidas por nós e por nossos filhos,
para que obedeçamos a todas as palavras desta lei para sempre” -
Deuteronómio 29:29.
Ao analisarmos este texto, fica claro que Deus tem segredos, embora
que Ele mesmo, seja um mistério para muitos de nós.
Comecemos então por dar uma definição de segredo. Segredo é uma
informação sigilosa que não pode ser revelada, ou seja, que está em
oculto (privado) de certas pessoas, até que a pessoa que a detém
decida revelar.
Geralmente é fácil perceber que as pessoas têm segredos, é comum
entre os homens existir segredos pessoais de suas vidas que não
gostariam que viesse a público, porém quando lemos este texto de
Deuteronómio, ficamos perplexos e nos perguntamos “o que estaria
Deus, a esconder de nós?”. Mas, quando lemos em Salmos. 25:14 E
Amós. 3:7, percebemos que Deus revela seus segredos aos que lhe
temem e buscam. Analisemos, agora, a carta de Paulo aos
Colossenses que diz “Porque através de séculos e gerações
passadas ele guardou esse mistério…Cl 1:26”, por gerações Deus
escondeu dos homens vários segredos, apesar de, ter também
revelado a muitos homens alguns dos seus muitos segredos. Ex.
“Será que vou esconder o meu plano de Abraão?” Perguntou o
SENHOR… “Chegaram até mim as acusações contra Sodoma e
Gomorra. A queixa contra o pecado daquelas cidades é tão grave,
12
que descerei até lá para ver se as acusações são de fato verdadeiras
ou não” Génesis. 18:17,20,21.” Deus revelou seu plano à Abraão a
respeito de Sodoma e Gomorra, tal como este, existem vários outros
exemplos na Bíblia Sagrada em que Deus revela seus segredos a
certos homens que o temem. Existiu, no entanto, um e o mais
importante segredo que Deus escondeu por gerações, e que só viria
revelar mais tarde, tal como está expresso no texto abaixo.
“… Porém, agora finalmente foi do seu agrado revelá-lo àqueles que
o amam e vivem para ele; e as riquezas e a glória do seu plano são
também para vocês, os gentios. E este é o mistério: Cristo no coração
de vocês é a esperança da glória” - Colossenses 1:26b-27.
O segredo de Deus, isto é, a sua vontade e o seu plano para o
universo é o próprio Cristo (ver Colossenses 2:2). É Ele quem abre
todos os tesouros escondidos do conhecimento e da sabedoria de
Deus. O segredo é que Cristo está em nós «àqueles que o amam e
vivem para ele», dando-nos, assim, a firme convicção de que
tomaremos parte na glória de Deus. Este facto faz deste plano muito
especial para nós e torna-nos enquanto cristãos um povo diferente,
pois afirma que Cristo está em nós.
“O segredo é este: por meio do evangelho os não judeus participam
com os judeus das bênçãos divinas. Eles são membros do mesmo
corpo e participam da promessa que Deus fez por meio de Cristo
Jesus” – Efésios 3:6
O evangelho é o segredo de Deus que foi escondido á muitas
gerações, que foi revelado em Cristo e por meio de Cristo, onde estão
escondidas todas as bênçãos de Deus para os homens que fazem
parte do corpo de Cristo. Esse segredo é tão especial para Deus, que
13
Ele o escondeu no antigo testamento de várias formas, símbolos e
figuras, e no tempo certo revelou aos homens.
Fazendo a ligação destes dois textos, dizemos que Cristo é o mistério
(evangelho) de Deus que foi revelado aos homens.
A preocupação de Paulo, era que este segredo fosse conhecido, que
este plano fosse por todos compreendido sejam eles Judeus ou não
Judeus, livres ou presos, ele falava deste segredo pois ele sabia que
o verdadeiro conhecimento deste plano é que produz salvação para
os homens.
É fundamental que todo o Cristão conheça de facto o plano de Deus
para a humanidade, só assim entenderemos verdadeiramente a obra
de Jesus Cristo. Se nós os cristãos não entendermos a revelação de
Deus para os homens, como poderemos partilhar com o não Cristão a
graça de Deus Se esta graça foi manifesta mediante a revelação e
conhecimento do segredo de Deus, que é Cristo?
Jesus Cristo é, de facto, o verdadeiro evangelho que transforma o
pecador! O plano de Deus para a humanidade é que Cristo
(evangelho) seja pregado e crido entre as nações.
É deste plano maravilhoso de Deus para o homem que devemos e
que estaremos falando ao longo deste livro.
Mas afinal o que é o evangelho?
Como podemos definir o evangelho de Deus?
Essas e outras perguntas serão respondidas nos temas a seguir.
14
CONCEITUALIZAÇÃO DO EVANGELHO
“Porquanto não me envergonho do evangelho, porque é o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que nele crê; primeiro do judeu,
assim como do grego;
Visto que a justiça de Deus se revela no Evangelho, uma justiça que
do princípio ao fim é pela fé, como está escrito: «o justo viverá pela
fé»” - Romanos 1:16-17(versão King James).
O evangelho, não é tão fácil defini-lo com tanta precisão, já que
algumas vezes se apresenta de forma generalizada e outras vezes
aparece de forma mais especificada, por esta razão encontramos
definições diferentes a respeito do mesmo evangelho.
Tal como já referimos a cima, existem várias formas de se definir o
evangelho, temos abaixo algumas delas.
O evangelho é a palavra de Deus.
O evangelho é também tratado como cada um dos quatros livros
que relatam a vida de Jesus, nomeadamente o evangelho
segundo Mateus, Marcos, Lucas e João respectivamente.
O evangelho são as boas novas do reino de Deus.
O evangelho é o relato e o conhecimento de Jesus Cristo.
O evangelho é a mensagem que revela a graça e o amor de
Deus.
O evangelho são as palavras de salvação anunciadas por Jesus
e seus discípulos.
15
Eu, em particular, prefiro escolher a definição que Paulo nos
apresenta em Romanos, vale apenas voltar a ler, “Não me
envergonho do evangelho a respeito de Cristo, porque é o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que nele crê. Esta mensagem
foi primeiramente pregada só aos judeus, mas agora também aos
gregos. Esta boa-nova nos diz que o homem só pode ser justo diante
de Deus pela fé, de fato, a justiça de Deus, do princípio ao fim é pela
fé. Tal como a Escritura afirma: “O justo viverá pela fé”.
Notemos que, quando Paulo diz “Não me envergonho do evangelho” é
o mesmo que estar a dizer que confia plenamente no evangelho e
acredita piamente na sua mensagem e por isso não tem porquê
envergonhar-se de crer nele ou de partilhar este evangelho de Cristo
com os homens.
Aqui aprendemos que o evangelho é a força motriz (poder) para
salvar o pecador, isto é, todo aquele que crê, e todo o cristão vive pela
fé neste evangelho. Assim, o evangelho não é só para os perdidos, é
essencialmente o alimento para o cristão.
Três pontos que devemos destacar nesta definição.
O primeiro facto é que fora do evangelho não existe nenhuma
outra mensagem capaz de gerar salvação;
O segundo facto é que o evangelho é o único argumento que
Deus usa para salvar o pecador;
O terceiro facto é que o pecador deve crer (acreditar plenamente
no poder e veracidade do evangelho), este ponto é fundamental,
porque nos ensina que não basta ouvir, não basta ter
conhecimento, mas é preciso crer no evangelho para ser salvo.
16
É fundamental entendermos que o evangelho é de Deus e não do
homem, isto quer dizer que apesar de Deus ter confiado o seu
evangelho aos homens, ainda assim Deus permanece sendo o único
autor do evangelho, neste caso o homem é apenas um mensageiro de
Deus para o anúncio do evangelho.
Devemos ainda, referir que o texto não diz que o evangelho tem a
primeira preocupação salvar os judeus e depois os gregos, mas sim
que esta mensagem (evangelho) foi pregado primeiro aos judeus e
depois aos gregos, de facto, esta foi a ordem cronológica segundo a
descrição no evangelho segundo Lucas (com o relato do nascimento
do Senhor Jesus, sua vida e ministério terreno entre os seus irmãos
judeus) ao livro de Atos dos Apóstolos (com a pregação de Pedro ao
centurião romano e sua família).
Em seguida, Paulo nos diz que o evangelho prega que o homem só
pode ser justo diante de Deus pela fé, ou seja, a única maneira de
Deus aceitar o homem é pela fé neste evangelho, foi e sempre será
assim. E quem é aceite por Deus viverá sempre pela fé. É
interessante notar que aqui fica implícito que a justificação de Deus é
pela fé.
O evangelho revela a graça de Deus, pois que, nele Deus mostra sua
bondade e amor. O evangelho anuncia o reino eterno do Deus Todo-
Poderoso e nos dá a conhecer a grandeza de Cristo, bem como a
imensidão de seu perdão. Toda a vontade de Deus é conhecida
através do evangelho.
Para entendermos o evangelho, devemos considerá-lo como um todo.
Ao contrário do que às vezes se observa muitos afirmarem que o
evangelho não é uma questão doutrinária e muito menos um
17
pensamento filosófico de sabedoria humana, o evangelho constitui
todo o conselho de Deus. O verdadeiro evangelho diz respeito a
Jesus Cristo, para que todos sejam levados a obediência de Cristo,
que sobre o qual estão sujeitas todas as coisas, tanto as visíveis bem
como as invisíveis, nos céus, na terra e debaixo da terra, pois todas
as coisas foram feitas por Ele e para Ele.
Como já foi referido anteriormente, o sentido do evangelho nem
sempre foi tão claro quanto o é hoje. No antigo testamento foi pregado
por meio de visões, símbolos…, isto é, o evangelho foi escondido em
figuras até que no devido tempo, segundo o propósito de Deus,
aquele que é o revelasse e o fizesse conhecido aos homens.
A seguir veremos alguns exemplos de como o evangelho foi
apresentado no antigo testamento.
Devemos, primeiro, introduzir o conceito de Proto-Evangelho para
uma maior compreensão.
18
O PROTOEVANGELHO
O Proto-Evangelho é uma junção de duas palavras gregas proto=
primeiro e euangélion= evangelho, que significa primeiro evangelho
ou primeiros conceitos do evangelho, ainda podemos entender como
sendo as primeiras formas que Deus usou para falar do evangelho
com o homem, que como vimos anteriormente, foi por meio de visões,
símbolos... Assim estaremos a estudar o Proto-Evangelho estudando
alguns textos ilustrativos a respeito do evangelho no antigo
testamento, isto é, os primeiros textos da Bíblia Sagrada que nos
trazem as primeiras ideias do evangelho.
Usaremos cinco exemplos para esclarecer e estudar o evangelho a
partir de figuras e eventos do antigo testamento.
Roupas de pele vs de folhas
O texto central do Proto-Evangelho encontramos em Génesis 3:7,15 e
21, onde diz: “Os olhos de ambos foram abertos, e perceberam que
estavam nus. Foram então juntar folhas de figueira para cobrir-se. De
agora em diante, você e a mulher serão inimigas. O mesmo ocorrerá
entre a sua descendência e a descendência dela. O descendente da
mulher esmagará a sua cabeça, e você ferirá o calcanhar dele. O
SENHOR Deus fez roupas de pele de animais e vestiu Adão e sua
mulher.”
Lembre que depois de Deus ter criado e abençoado o primeiro casal,
viu que tudo que tinha feito era bom, o facto que nos chama atenção é
que o casal estava nu mas não se envergonhavam, se calhar nem
sabiam que estavam nus, no entanto, depois de terem desobedecidos
a ordem de Deus (de não comerem da árvore do conhecimento do
19
bem e do mal), perceberam que estavam nus, a pergunta que se
coloca é “porquê?”, neste contexto, entendemos que eles tomaram
consciência de seu estado pecaminoso, também perceberam que
precisavam de cobrir a sua nudez, que o fizeram usando folhas de
figueiras, no entanto, Deus teve que cobri-los com pele de animal,
aqui entra o sentido do evangelho.
O homem estava em um estado pecaminoso e consciente disso, tenta
autojustificar-se (já que neste contexto folhas de figueiras representa
a justiça humana), mas diante de Deus o homem não pode justificar-
se por suas obras, Deus, por sua misericórdia justifica o homem
sacrificando o cordeiro no lugar do homem.
Neste cenário, ficou claro o plano de Deus para o homem e a maneira
como Deus o justificaria.
Este cenário aponta para o futuro, pois Deus foi claro ao declarar que
a semente da mulher esmagaria a cabeça da serpente, é evidente que
esta profecia aponta para Jesus, o cordeiro de Deus que tira o pecado
do mundo. É uma figura que Deus usou para pregar o evangelho.
A arca de Noé e o dilúvio
Vamos passar agora para o segundo exemplo, esse é referente a arca
de Noé.
“A violência dominava a terra. Aos olhos de Deus, a terra estava
completamente corrompida. Ao ver essa corrupção e como toda a
raça humana tinha se deixado arrastar para a depravação e o vício,
Deus disse a Noé: “Decidi acabar com todos os seres humanos,
porque a terra está cheia de crime e de perversão por causa deles. Eu
os destruirei juntamente com a terra. Faça uma embarcação com
20
madeira de cipreste, com vários compartimentos no seu interior e
revista-a de piche por dentro e por fora” - Genesis 6:11-14.
“Faça isso, porque vou cobrir toda a terra com água por meio de um
dilúvio, para destruir toda criatura viva debaixo dos céus. Tudo o que
houver na terra morrerá. Mas prometo fazer uma aliança com você, e
você entrará nessa embarcação com sua mulher, seus filhos e suas
respectivas mulheres. De todos os animais existentes faça entrar um
casal, macho e fêmea, na embarcação, para que sobrevivam com
você. De cada espécie de aves, de quadrúpedes e até do menor
animal que rasteja pelo solo virá um casal a você, para que sejam
conservados vivos. Armazene também toda espécie de comida, para
seu sustento e o sustento dos animais”. Noé fez tudo conforme Deus
lhe tinha ordenado” - Genesis 6:17-22.
Precisamos, antes de qualquer coisa, entender o contexto histórico.
Naqueles tempos todos os homens estavam corrompidos e faziam
tudo o que era mal aos olhos do Senhor, porém Noé alegrava o
Senhor fazendo o que era reto aos olhos de Deus. A maldade dos
homens era tanta que o Senhor decidiu destruir aquela gente, imagino
como deve ter sido difícil tomar esta decisão, entenda que apesar de
o homem ter se desviado do Senhor mesmo assim o Senhor o amava
tanto. Mas a justiça de Deus cobrava, pois, o homem continuava
fazendo o que era mau aos olhos de Deus.
Deus aparece para Noé e lhe diz que haveria um dilúvio, ou seja, uma
grande quantidade de água cairia do céu e inundaria toda a terra, é
fundamental entendermos que até esta data nunca tinha se verificado
chuva sobre a terra, água brotava da terra e regava a terra
21
Deus mandou para Noé construir uma arca, aqui entra o sentido do
evangelho, pois que, pela justiça de Deus o homem estava
sentenciado a destruição, mas Deus concede ao homem um
Livramento, um meio de salvação (mesmo que o homem não tenha
merecido), todo aquele que entrasse no barco seria salvo do dilúvio.
Este cenário está claramente pregando o evangelho. Devemos dizer
que este facto também aponta para aquele que haveria de vir, Cristo
que nos livra da condenação e destruição futura.
O Evangelho escrito com o dedo de Deus
Passemos agora para o terceiro exemplo, esse nos ensina que Deus
escreveu o evangelho com o seu próprio dedo.
A primeira vez que a Bíblia regista que Deus escreveu algo com o seu
dedo foi no livro de Êxodo, importa lermos.
“Moisés desceu do monte, levando nas mãos as duas tábuas da Lei,
tábuas escritas de ambos os lados, frente e verso. Deus mesmo tinha
feito as tábuas. O que nelas estava gravado também fora escrito por
Deus” – Êxodo 32:15-16.
Deus escreveu as tábuas da lei. É fundamental entendermos que a lei
só faz sentido estabelecer para homens que são pecadores (falhos), o
homem depois da queda tornou-se pecador por natureza e por isso
precisa de lei, Deus escreveu em tábuas de pedras, porém a lei, ou
seja, a ordenança em si não dá capacidade para o homem cumprir, o
homem por sua natureza pecaminosa, é incapaz de por si mesmo
cumprir a lei, ele não cumpriu a lei de Deus, no entanto, a justiça de
Deus exige o cumprimento da lei de Deus.
22
Agora, vamos ver a segunda coisa que Deus escreve, está no livro
Daniel, onde diz: “5 De repente, enquanto eles bebiam nas taças
sagradas, todos viram dedos de uma mão de homem escrevendo algo
na parede do palácio que ficava em frente às lâmpadas! E o rei viu
claramente os dedos escrevendo! 6 O seu rosto ficou pálido e
assustado. Ele ficou tão apavorado que seus joelhos batiam um
contra a outro e suas pernas vacilaram! (…) 24 Por isso, Deus
mandou aqueles dedos para escrever as palavras da inscrição 25
“Esta é a inscrição: MENE, MENE, TEQUEL, PARSIM. 26 “E este é o
significado da mensagem: MENE significa ‘contado’ — Deus contou
os dias do seu reinado, e determinou o seu fim. 27 TEQUEL significa
‘pesado’ — o senhor foi pesado na balança de Deus e não atingiu o
peso necessário. 28 PARSIM significa ‘dividido’ — o seu reino será
dividido e entregue aos medos e aos persas”. Daniel 5:5,6,24-28
No texto anterior vimos que Deus escreveu leis para homens
pecadores, mas como também vimos que o homem é incapaz de
obedecê-la por si mesmo, a desobediência do homem deve ser
punida de acordo com a justiça de Deus. Neste texto vemos nada
mais que uma sentença de Deus.
A lei em si mesma é tão poderosa quando é temida. A desobediência
de uma lei quer do governo dos homens quer de Deus, é sempre
passível de punição. Sabemos que o salário do pecado é a morte,
esta é a mais justa punição do pecado diante de um Deus que é
totalmente Santo. Todos os homens pecaram e, por isso estão
sentenciados a condenação eterna. O homem em si mesmo é incapaz
de autojustificar-se diante de Deus.
23
Depois de entendermos esta verdade estamos em condições para
avançarmos para a terceira vez que Deus escreveu.
Esse texto encontramos, no evangelho de João 8:1-11, vamos ler
apenas os versículos de 3 à 11, que diz: “ Quando estava falando, os
mestres da lei e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em
adultério e a colocaram diante da multidão. “Mestre”, disseram a
Jesus, “esta mulher foi surpreendida no próprio acto de adultério. A
Lei de Moisés manda que seja apedrejada. E o Senhor, o que diz?”
Eles estavam procurando apanhar Jesus dizendo alguma coisa que
pudessem usar contra ele. Mas Jesus se inclinou e escrevia na terra
com o dedo. Como eles continuaram a fazer a mesma pergunta, ele
se levantou e disse: “Quem de vocês estiver sem pecado, que seja o
primeiro a atirar uma pedra nela!” Depois abaixou-se de novo e voltou
a escrever na terra. Quando ouviram isso, foram saindo, um a um,
começando pelos mais idosos, até que deixaram sozinho Jesus com a
mulher em pé diante dele. Então Jesus se ergueu novamente e
perguntou a ela: “Mulher, onde estão os seus acusadores? Nenhum
deles condenou você?” “Ninguém, Senhor”, disse ela. E Jesus disse:
“Eu também não a condeno. Vá embora e não peque mais”.”
Até aqui aprendemos que o homem, sendo ele pecador, é incapaz de
autojustificar-se diante de Deus, estando por isso condenado, esta é
exatamente a mesma situação que esta mulher se encontrava.
Entenda que era justo pela lei aquela mulher ser morta a pedras, uma
vez que desobedeceu a lei, porém, vemos o Senhor Jesus a inclinar-
se para escrever a parte do evangelho que faltava na lei “a graça e o
perdão”, assim aquela mulher foi salva dos seus acusadores e da
punição da lei pela graça e misericórdia de Deus, mediante a um
24
arrependimento verdadeiro que culmina com o “Vá embora e não
peque mais”.
De outra forma, dizemos que o homem teve de receber a lei para
entender e aceitar que ele é incapaz de alcançar os padrões perfeitos
da natureza de Deus e que mesmo sendo merecedor do castigo de
Deus, Ainda assim, Deus em sua infinita graça e eterno amor, justifica
o homem que não tem justiça própria e que coloca em Cristo a sua
confiança, para que possa viver em novidade de vida.
Passemos agora para o quarto exemplo que é proposto neste livro.
O Evangelho contado nos cânticos do servo
Vamos falar de quatro cânticos de uma figura enigmática retratada no
livro do profeta Isaías.
1- O servo do SENHOR (Isaías 42:1-4): “Aí está o meu servo! Eu
mesmo o sustento. Ele é o meu escolhido, em quem tenho
prazer. Eu pus sobre ele o meu Espírito, e ele trará a justiça aos
povos do mundo. 2. Ele trabalhará sem provocar agitação, sem
gritar e fazer tumulto nas ruas e praças. 3. Não quebrará o
caniço rachado nem apagará a pequena chama que quase não
dá luz. Ele mostrará amor aos fracos e dará forças aos
desanimados. Ele fará justiça com fidelidade. 4. Ele mesmo não
deixará de brilhar e ficará firme até que a justiça e a verdade
sejam cumpridas em toda a terra, até que os povos mais
distantes, além dos mares, confiem nele”.
2- O servo de Deus: luz para os povos (Isaías 49:1-6): “Povos de
terras distantes, escutem o que eu digo: O SENHOR me
chamou antes do meu nascimento; quando eu ainda estava no
ventre de minha mãe ele me chamou pelo meu nome. Ele fez as
25
minhas palavras serem afiadas como uma espada. Ele me
escondeu com a palma da sua mão. Ele me fez como uma
flecha aguda e me guardou na sua aljava para usar na hora
certa. Ele me disse: “Você é o meu servo, Israel, um príncipe
poderoso; você me glorificará”. Mas eu respondi: “O trabalho
que eu faço por este povo é vão. Eu me esforcei e me cansei
inutilmente; eu sei, porém, que Deus vai fazer justiça e
recompensar o meu serviço”. Mas o SENHOR me formou no
ventre de minha mãe para ser o seu servo, para trazer de volta a
ele o seu povo Israel; pois sou honrado aos olhos do SENHOR,
e o meu Deus tem sido a minha força. Agora ele me diz: “Você
vai fazer mais do que ser meu servo e restaurar as tribos de
Jacó e trazer Israel de volta para mim. Também farei de você
uma luz para o mundo, para levar a minha salvação a todos os
habitantes da terra”.
3- O sofrimento e a fidelidade do servo de Deus (Isaías 50:4-
11): “O Soberano, o Senhor, me ensinou suas palavras de
sabedoria, para que eu possa animar o que está fraco e
cansado. Todas as manhãs ele me acorda e me ensina a
escutar e entender as suas palavras. O Soberano, o Senhor,
falou comigo; eu ouvi e obedeci; não me revoltei nem fugi da
responsabilidade. Ofereci as minhas costas ao chicote e ofereci
meu rosto aos que arrancavam a minha barba. Não fugi da
vergonha; eles me cuspiram no rosto! Mas o Senhor, o
Soberano, me ajuda; por isso que eu não desanimarei. Assim,
mesmo sofrendo, decidi firmemente fazer a sua vontade e tenho
certeza de que não serei decepcionado. Aquele que vai me
declarar justo está bem perto; quem se atreve a lutar contra
26
mim? Vamos juntos à presença do Juiz! Quem é o meu
acusador? Que ele me enfrente! Vejam bem, é o Soberano, o
Senhor, que me ajuda. Haverá alguém que possa me condenar?
Todos os meus inimigos serão destruídos, como uma roupa
velha comida pelas traças! Há alguém entre vocês que respeite
e obedeça ao SENHOR? Há alguém que vai imitar o Servo do
Senhor e que, mesmo andando na mais completa escuridão,
confia no nome do SENHOR e se apoia em seu Deus? Saibam
vocês, que preferem acender o próprio fogo para se aquecer e
iluminar o seu caminho, que viverão em sofrimento, sofrimento
mandado por mim.”
4- O sofrimento e a vitória do servo de Deus (Isaías 52:13-14;):
“Vejam, o meu servo agirá com muita sabedoria! Ele será muito
honrado e digno de admiração. Mas muitos ficarão espantados
quando o virem. Eles verão o meu servo coberto de sangue,
com suas feições completamente deformadas, a ponto de nem
parecer mais gente! Até mesmo reis e nações distantes ficarão
sem fala por causa dele. Pois aquilo que não lhes foi dito verão,
e o que não ouviram compreenderão. Com seu sofrimento ele
purificará muitas nações.” (Isaías 53:1-12) “Quem creu naquilo
que nós anunciamos? A quem foi revelado o poder do
SENHOR? 2 Aos olhos de Deus ele era um pequeno ramo,
brotando de uma raiz em terra seca. Mas para nós ele não tinha
beleza alguma; não havia nada em sua aparência que
chamasse a nossa atenção ou que nos agradasse. 3 Ele foi
desprezado e rejeitado por todos; ele era um homem que
conhecia, por experiência, a dor e o sofrimento. Era como
alguém que não queremos ver; ele foi desprezado, e não demos
27
a menor importância a ele. 4 Apesar disso, ele tomou sobre si as
nossas enfermidades, ele mesmo carregou nosso sofrimento. E
nós achávamos que ele estava sendo castigado por Deus, que
Deus o estava ferindo e afligindo! 5 A verdade, porém, é esta:
Ele foi ferido por causa de nossos pecados; seu corpo foi
esmagado por causa das nossas maldades. O castigo que nos
trouxe paz estava sobre ele, e pelos seus ferimentos nós fomos
sarados! 6 Todos nós andávamos perdidos e espalhados como
ovelhas! Cada um de nós seguia o seu próprio caminho; apesar
disso o SENHOR fez cair sobre ele a maldade68 de cada um de
nós. 7 Ele foi maltratado e humilhado, mas não disse uma única
palavra! Foi levado como um cordeiro vai para o matadouro;
como a ovelha fica muda diante de quem corta a sua lã, ele não
abriu a boca. 8 Foi condenado num julgamento injusto e
mentiroso. E quem pode falar dos seus descendentes? Pois ele
foi cortado da terra dos viventes; por causa dos pecados do meu
povo, ele foi castigado! 9 Morreu como um criminoso e foi
enterrado junto com os ricos, embora não tivesse cometido
nenhuma injustiça ou tivesse dito uma só mentira. 10 Apesar
disso, o plano perfeito do SENHOR exigia sua morte e seu
sofrimento. Mas depois de dar a sua vida como oferta pelo
pecado, ele verá a sua posteridade e terá vida longa; e a
vontade do SENHOR prosperará em suas mãos. 11 E quando
ele puder ver o resultado do seu terrível sofrimento, verá a luz e
ficará satisfeito. Através de tudo o que passou, o meu servo, o
justo, fará que muitos se tornem justos diante de mim, porque
ele mesmo levará sobre si os pecados deles. 12 Por isso, eu
darei a ele grandes honras, e ele dividirá os despojos com os
28
fortes, porque ele entregou sua vida à morte. Foi considerado
um pecador; pois levou sobre si os pecados de muitos e orou
em favor dos pecadores.”
Destes quatro cânticos, aprendemos claramente a respeito do
chamado, missão, propósito e sacrifício do servo de Deus, bem como
da sua vitória. Devemos referir que este servo que é aqui tratado é o
Senhor Jesus Cristo (embora que em algumas vezes não está muito
claro quanto a isto), que se entregou como um cordeiro e morreu por
nós pecadores, e como já falamos no primeiro capítulo, Jesus é o
evangelho de Deus que foi revelado a nós.
A serpente de bronze
Vamos falar do último exemplo proposto neste livro que fala da
serpente de bronze.
Encontramos no livro de Números 21:6-9 “ Então o SENHOR enviou
serpentes venenosas que mordiam o povo, e muitas pessoas de Israel
morreram. O povo falou com Moisés e disse: “Nós pecamos porque
falamos contra o SENHOR e contra você. Ore pedindo para tirar as
serpentes do meio do povo”. E Moisés orou pelo povo. E o SENHOR
respondeu a Moisés: “Faça uma serpente de bronze e a coloque no
alto de um poste. Quando alguém for mordido por uma serpente e
olhar para a serpente no alto do poste, escapará com vida”. Moisés
fez uma serpente de bronze e a colocou no alto de um poste. Todas
as pessoas que eram mordidas por uma serpente e olhavam para a
serpente de bronze, permaneciam vivas.”
Este é mais um exemplo claro do evangelho contado no antigo
testamento, pois fala que o homem estava sentenciado a morte por
meio da praga das serpentes, no entanto, todo aquele que é picado
29
por uma serpente se olhasse para a serpente de bronze seria salvo,
ou seja, para o homem ser salvo deve olhar para a graça salvadora de
Deus e não confiar em suas obras de justiça.
Este é também um evento que aponta para o futuro, pois que, nesse
caso específico, a serpente de bronze ilustra a figura de Cristo, e todo
o pecador que olhar para Cristo será salvo.
Vamos agora caracterizar este evangelho que foi primeiro
apresentado por figuras e símbolos.
30
CARACTERIZAÇÃO DO EVANGELHO
Para caracterizar o evangelho é fundamental lembrarmos da definição
de evangelho que estamos a seguir neste livro, a qual afirma que o
evangelho “é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
nele crê”, é essencialmente deste trecho que vamos nos basear para
caracterizar o evangelho.
Como já referimos no segundo capítulo, Deus é o autor único do
evangelho, ou seja, o evangelho é de Deus o que implica que o
evangelho não nasceu do coração do homem mas de Deus, esta é
uma condição que em si passa de uma simples característica e é
fundamento inegável do evangelho, por isso não será tratado como
uma das características.
Assim, podemos dizer que a primeira característica do evangelho é:
O Evangelho gera salvação
Esta característica nos ensina que o evangelho é para a salvação das
pessoas. Isto quer dizer que se o evangelho que nós cremos e
pregamos, não for capaz de gerar salvação para o homem perdido,
então não é o evangelho de Deus que que está sendo pregado. É
claro que nem todos se entregarão no evangelho que cremos, no
entanto, isto não deve ser um costume.
Precisamos entender que se o evangelho não gerar salvação nas
pessoas, então não terá cumprido o seu propósito. Não podemos falar
de evangelho sem salvação, alias, já imaginaste um evangelho que
não traz esperança de salvação? Na verdade, perderia a sua
31
essência, já que as pessoas estão perdidas sem Deus. Por isso elas
precisam do evangelho para serem salvas.
Muitas vezes nos deparamos com pessoas que afirmam que crêem
no evangelho e que, no entanto, não têm a certeza de sua salvação,
bem, para estas pessoas só há duas coisas a se dizer, ou não
entenderam o evangelho ou não é no evangelho de Deus em que
crêem, pois que, crer no evangelho carrega consigo a certeza da
salvação. Como está escrito “…para que todo aquele que crer nele
não pereça, mas tenha a vida eterna” - (João 3:16)
E em outra parte, ainda diz:
“E que foi que Deus afirmou? Que ele nos deu a vida eterna, e
que esta vida está no seu Filho” (I João 5:11b). O evangelho de
Deus gera salvação. Está é a característica base do evangelho que
devemos saber.
A segunda característica do evangelho é:
O Evangelho é eterno
“Então vi outro anjo voando pelos céus, levando o evangelho eterno
para anunciar àqueles que estão na terra — a toda nação, tribo,
língua e povo.” (Apocalipse14:6).
O evangelho não é qualquer mensagem que surgiu com uma pessoa.
O facto de conhecermos alguma coisa num dado momento, não
implica que tal coisa tenha surgido naquele momento. Assim também
ocorre com o evangelho, o tempo em que foi revelado em nada tem
haver com o seu surgimento.
32
O evangelho transcende o tempo. O evangelho não está limitado no
tempo, o que quer dizer que o evangelho não caduca, não tem tempo
de validade.
Eis o que Deus diz a respeito do valor temporal do evangelho: “Os
céus e a terra passarão, porém, as minhas palavras permanecerão
para sempre.” (Mateus 24:35)
O facto de sabermos que o evangelho está além do tempo deve nos
dar mais confiança para crermos em sua mensagem sem duvidarmos
dela em nenhum momento.
Passemos agora para a terceira característica do evangelho.
O Evangelho é a verdade
“Que o Senhor faça todos puros e santos, ensinando-lhes a verdade;
a sua palavra é a verdade.” (João 17:17)
O evangelho de Deus não é simplesmente palavras. Palavras podem
não ser verdadeiras. A palavra de Deus é a verdade absoluta de
Deus. Sublinhando que o evangelho não é uma verdade, o evangelho
é a verdade, o que constitui uma grande diferença.
Quando algo é uma verdade, é porque está sujeito a ser relativizado,
e sabe-se que vivemos num mundo em que as pessoas tentam
relativizar tudo, no entanto, quando entendemos que o evangelho não
é uma verdade qualquer, mas que é a verdade absoluta de Deus,
então saberemos que não devemos escolher em que parte crer, mas
que devemos crer nela totalmente e com toda confiança que há em
nós.
Não precisamos provar a veracidade do evangelho, pois esta é uma
coisa que o próprio Deus fez ao se fazer carne e morrer pelo homem
33
pecador. Como está escrito “…Jesus Cristo nos trouxe a graça e a
verdade”1.
O evangelho não é uma história ou fábula inventada pelos cristãos, o
evangelho é a verdade de Deus que as pessoas precisam conhecer e
crer.
Precisamos enfatizar que este mesmo evangelho tem sido distorcido e
contorcido por pessoas que não têm nenhum compromisso com Deus,
impedindo que outros venham a crer, por isso precisamos conhecer
devidamente o evangelho para podermos refutar qualquer palavra que
é contrário ao evangelho.
“Façam isso porque a Palavra do SENHOR é verdadeira; ele é fiel em
tudo que faz. Ele tem prazer na prática da justiça e da verdade…”
Salmos 33:4-5a
O Evangelho é imutável
“A sua palavra, ó SENHOR, permanece para sempre firmada no
céu” salmos 119:89
Muitas gerações se passaram desde que o homem foi criado até aqui,
muitas coisas que certos homens ensinavam como verdade foram
provadas que não passavam de mentiras, mas a palavra (evangelho)
de Deus permanece para sempre firmada, isto é, permanece intacta,
imutável para sempre.
Deus não muda, e a sua palavra também não, do contrário não seria
digna de confiança. Isto não é uma ideia minha, desde Génesis à
Apocalipse, não encontramos nenhuma evidência que Deus tenha
mudado, assim também é o evangelho.
1 Consultar João 1:17
34
Existem muitos pregadores deste tempo que tendem insistentemente
trazer um outro evangelho diferente daquele que recebemos dos pais
da igreja e de nosso Senhor Jesus Cristo. É necessário entendermos
que o evangelho não muda e nunca mudou, então sempre que um
outro evangelho nos for pregado, tal pregador seja descrido e
amaldiçoado. A respeito disso quero partilhar as palavras encontradas
na epístola de Paulo aos Gálatas 1:6-10 “ Estou admirado de que
vocês tão depressa estejam desviando-se daquele que pela graça de
Cristo chamou vocês; e agora já estão seguindo outro evangelho.
Porque não existe outro evangelho, a não ser aquele que nós
proclamamos. O que ocorre é que vocês estão sendo enganados por
aqueles que torcem e mudam a verdade concernente ao evangelho
de Cristo. Que as maldições de Deus caiam sobre qualquer um,
incluindo eu mesmo, que pregar qualquer outro evangelho, além
daquele a respeito do qual lhes falamos; sim, mesmo se um anjo vier
do céu e pregar outro evangelho, que seja maldito para sempre. Digo
e repito: se alguém anunciar qualquer outro evangelho diferente
daquele que vocês acolheram, que seja amaldiçoado. Vejam que não
estou procurando agradar a homens; estou buscando agradar a Deus.
Se eu ainda estivesse procurando agradar a homens, não poderia ser
servo de Cristo.”
Não existe um outro evangelho, somente um que é o evangelho de
Cristo em que nós devemos crer e crer somente neste evangelho
“Cristo é a nossa salvação”.
Falaremos de mais uma característica do evangelho que é
fundamental entendermos antes de passarmos para o próximo
capítulo.
35
O Evangelho é universal
“Então vi outro anjo voando pelos céus, levando o evangelho eterno
para anunciar àqueles que estão na terra - a toda nação, tribo, língua
e povo.” Apocalipse 14:6
Aquando do desenvolvimento do conceito de evangelho estudado
anteriormente, nós vimos que o texto de Romanos 1:16, não diz que o
evangelho tem a primeira preocupação salvar os judeus e depois os
gregos, mas sim que esta mensagem (evangelho) foi pregada
primeiro aos judeus e depois aos grego. O evangelho é para todos os
povos e para todas as raças. Quer sejam brancos ou negros,
americanos, europeus, asiáticos, da Oceânia ou africano, todos
carecem igualmente do evangelho para a sua salvação. O evangelho
não faz excepção de nenhum povo ou raça.
Na verdade, um dos grandes objectivos do evangelho é reunir em
Cristo Jesus todos povos da terra, de modo que não haja mais
separação entre Judeus e Gentios, mas que todos se tornem um só
povo em Cristo.
O que devemos destacar aqui é o facto de que o evangelho não é
endereçado para um povo específico, mas como diz o texto de
Apocalipse o evangelho é anunciado a toda nação, tribo, língua e
povo.
36
O CENTRO DO EVANGELHO
“Agora, irmãos, quero que lembrem do evangelho que eu
anunciei a vocês… Eu lhes transmiti desde o início o que me foi
transmitido, isto é, que Cristo morreu por nossos pecados, de
acordo com as Escrituras, e que foi sepultado, e ressuscitou três
dias depois segundo as Escrituras.” I Coríntios 15:1-3.
Neste texto vamos enfatizar o “Eu lhes transmiti desde o início”,
Paulo estava dizendo que a primeira preocupação de falar o
evangelho é falar da morte de Cristo, ou seja, a morte de Cristo é a
base do evangelho, em todos os lugares em que se falar do
evangelho deve ser enfatizado o valor da morte de Cristo.
Neste capítulo estaremos a falar do que dá, realmente, o verdadeiro
sentido do evangelho. São os olhos que através dos quais vemos todo
o evangelho, ou seja, tudo que sabemos do evangelho deve estar
baseado e alicerçado neste centro. Todas as doutrinas que
estudamos nas escrituras são e devem ser entendidas a partir dele. O
centro é o elemento mais importante em que devemos nos apegar.
Embora muitos homens têm tentado ao máximo colocarem-se no
centro, todavia o evangelho tem o seu centro “Jesus Cristo”, e em
seu cenário central a “CRUZ”. É da cruz de Jesus que entendemos
todos os elementos do evangelho.
Para entendermos claramente o sentido e o valor da morte de Jesus,
precisamos analisar o que Jesus Cristo viveu nos momentos que
antecedem a sua morte.
37
“Ele foi desprezado e rejeitado por todos; ele era um homem que
conhecia, por experiência, a dor e o sofrimento. Era como alguém que
não queremos ver; ele foi desprezado, e não demos a menor
importância a ele.” Isaías 53:3.
A primeira coisa que devemos destacar é a aflição e angústia que Ele
viveu instantes antes de ser preso e ser entregue nas mãos dos
pecadores.
Aflição e angústia Marcos 14:32-36: “Nisso eles chegaram a
um bosque de oliveiras chamado Getsémani, onde Jesus
ordenou aos discípulos: «Sentem-se aqui, enquanto vou orar».
Levou consigo Pedro, Tiago e João, e começou a encher-se de
profunda aflição e angústia. E disse-lhes: «A minha alma está
esmagada pela tristeza a ponto de morrer; fiquem aqui e vigiem
comigo». Ele foi um pouco mais adiante, prostrou-se e orou para
que, se fosse possível, a hora horrível que o esperava não
chegasse. «Pai, ó Pai! Dizia ele. Tudo é possível para o Senhor.
Afaste esse cálice de mim. Contudo, seja feita a sua vontade, e
não a minha» ”.
Era uma angústia tamanha que o próprio Messias afirmou que
seria capaz de o matar, uma dor emocional tão intensa ao ponto de
seu suor tornar-se como gotas de sangue que caiam no chão2, tão
grande que pediu ao Pai três vezes que se possível o livra-se
desse cálice o peso da hora que se aproximava em que Deus
colocaria sobre Ele o peso de toda ira de Deus pelo pecado do
homem. É uma dor inimaginável que o Senhor suportou no
2 Consultar Lucas22:44
38
Getsémani, tão grande que Deus enviou um anjo para o consolar,
que tamanha dor o Senhor suportou por mim!
A traição (Lucas 22:47-48): “Porém, mal ele acabara de dizer
isso, aproximou-se uma multidão, conduzida por Judas, um dos
Doze. Judas aproximou-se de Jesus e o beijou na face. Mas
Jesus lhe perguntou: «Judas, com um beijo você está traindo o
Filho do Homem?» ”
A segunda dor que o Senhor suportou antes da sua morte é a dor
de ser traído por um amigo.
A dor de ser traído é uma das piores dores que se pode suportar, é
fácil perceber das suas melancólicas palavras da dor que estava
suportar. É importante referir que Jesus estava suportando tudo na
condição de homem o que torna sua dor tão real e credível.
A solidão ou abandono (Marcos 14:50): “Então todos os seus
discípulos o abandonaram e fugiram.”
No momento em que mais precisou de companhia dos amigos que o
pudessem consolar e animar, Ele foi abandonado por todos os seus
discípulos (que também eram seus amigos), é como se fosse uma
traição dupla o que Jesus Cristo estava vivenciando naquele
momento.
A negação (Lucas 22:56-61): “Uma criada viu Pedro à luz da
fogueira e começou a olhar para ele. Por fim, ela disse: “Este
homem estava com Jesus!” Mas Pedro negou! “Mulher”, disse
ele, “eu não conheço esse homem!” Depois, um outro olhou
para ele e disse: “Você deve ser um deles!” “Não, senhor, não
sou!” Respondeu Pedro. Cerca de uma hora mais tarde, um
outro homem afirmou: «Eu sei que este é um dos discípulos de
39
Jesus, porque também é da Galileia». Mas Pedro respondeu:
«Homem, eu não sei do que você está falando». E, logo que ele
disse essas palavras, um galo cantou. Naquele momento, Jesus
voltou o olhar para Pedro…”
Enquanto todos os discípulos haviam fugido e se escondido, Pedro
seguiu Jesus à distância para onde estava sendo levado, e enquanto
se esquenta na fogueira junto com os soldados algumas pessoas o
reconheceram, porém Pedro três vezes negou ao Senhor dizendo “eu
não conheço esse homem!”, não dá para imaginar a dor acumulada
que Jesus estava a passar. Pedro era um dos três discípulos que
eram mais próximos de Jesus, pode-se ver a dor de Jesus quando Ele
olha para Pedro depois de este O negar pela terceira vez. É tanta dor
para um homem num só dia.
As dores, no entanto, não terminaram ali, agora à dor emocional será
acrescentada a dor física o que nos leva a dizer que Jesus suportou o
peso dos nossos pecados na pele.
A humilhação e Desfiguração física (Isaías 50:6): “Ofereci as
minhas costas ao chicote e ofereci meu rosto aos que
arrancavam a minha barba. Não fugi da vergonha; eles me
cuspiram no rosto!” - (Mateus 26:67). “Então alguns deles
cuspiram-lhe no rosto e bateram nele a socos e tapas, dizendo:
“Cristo, profetize para nós! Quem foi que lhe bateu?”
Existe uma tendência actualmente em tentar minimizar toda dor que
Jesus Cristo passou, no entanto, o texto de Isaías 50:6 prova o
contrário para nós, porque retracta de antemão o sofrimento de Jesus
antes mesmo de Ele passar por estes sofrimentos, e aqui estamos a
40
falar de uma união de dores, a dor emocional (humilhação) com a dor
física (desfiguração).
A humilhação de Jesus é algo que chama muito a minha atenção pelo
facto de que não era por Ele que estava suportando, mas por aqueles
mesmo que o humilhavam. Eles faziam piadas de todo tipo de
sarcasmo, zombavam e batiam nele e com açoites arrancavam sua
carne de tal modo que seus ossos podiam ser vistos pelas pessoas
que nele olhavam, seu sangue escorria por todo o corpo. Ele foi
totalmente desfigurado, ficou irreconhecível, quando as pessoas
olhavam para Ele não viam beleza alguma3.
Eu fico pasmado como Jesus-sendo Deus- deixou que fosse o
humilhado publicamente, tanto assim por sua criatura. Foi uma dor
tamanha, tanto que a Bíblia declara que Ele foi moído (esmagado).
Deram para Ele uma cruz para carregar, onde viria a ser crucificado
instantes depois. É, pois, nessa cruz e na sua morte que devemos
colocar nossas atenções para compreendermos que este constitui o
centro do evangelho.
Quão pesada foi a cruz…
A cruz que carregou Jesus…
É pois nessa cruz, que o preço do meu pecado foi pago,
Minha nudez foi coberta
Eu olho nesta cruz, onde meu Rei Jesus…
Dores sem fim! Por mim suportou…
Hoje livre sou pela vergonha que Ele passou…
3 Consultar Isaías 53; Salmos27
41
O escândalo da Cruz
«… O fato de ainda estar sendo perseguido prova que eu continuo
pregando o escândalo da cruz.» Gálatas 5:12b
Jesus ao estar naquela cruz escandalizou os homens.
Considere, Jesus sendo Deus, teve que despir-se da sua natureza de
Deus e fazer-se em natureza de homem e lá naquela cruz, o criador
de todas as coisas, estava pendurado e nu, este não é outra coisa se
não um escândalo para os homens.
Para os judeus era escândalo um homem estar nu, mas Jesus teve
que se fazer escândalo para alguns a fim de salvar a todos. O
verdadeiro escândalo consiste no facto daquele que é Deus ter sido
crucificado pelos homens que Ele mesmo criou.
Enquanto estava naquela cruz, um estranho fenómeno aconteceu.
Três horas de escuridão
«Naquela tarde, a terra inteira ficou escura durante três horas, desde
o meio-dia até as três da tarde» Mateus 27:45.
Que fenómeno! Durante a crucificação e instantes antes da sua morte,
caiu sobre a terra uma grande escuridão que durou três horas, todos
naquele lugar estavam em silêncio esperando o que iria acontecer, e
de facto esta é a grande questão “o que aconteceu durante as três
horas que terra ficou na escuridão?”, a resposta desta pergunta não
responde somente esta pergunta, mas também responde o porquê
desta escuridão.
Se analisarmos o versículo seguinte de Mateus, encontraremos a
porção que implícita a resposta para esta questão. O texto diz “Perto
42
das três horas4, Jesus clamou: “Eli, Eli, lamá sabactâni?”, Que quer
dizer: “Meu Deus, meu Deus, por que o Senhor me abandonou?””.
Um pouco antes das 15 horas Jesus bradou “Meu Deus, meu Deus,
por que o Senhor me abandonou?”, durante as três horas de
escuridão, foi quando o Pai abandonou o filho para que um dia
pudesse estar connosco para sempre, nessa fase Jesus não estava
somente suportando dores físicas, mas foi quando o pai estava
moendo filho, lançando sobre Ele todo o castigo dos nossos pecados,
foi quando tomou as nossas maldições e a nossa morte, em outras
palavras foi quando Deus lançou toda a sua fúria para com o pecado
sobre Jesus. Ele estava padecendo o peso dos nossos pecados,
importa dizer que não era o peso dos pecados de uma pessoa ou de
um país, mas eram os pecados de todas as pessoas desde Adão.
Tenta imaginar que cada pecado pesa um kilo e multiplica por todos
os teus pecados (se conseguis contar) e depois faz o mesmo com os
pecados de todos os homens desde Adão, quanto pesa? Na verdade
não dá para contar nem que for a unidade mínima, para dizer que são
dores sem fim que Ele suportou.
Pouco depois disso Jesus disse “está consumado”, pois o preço
estava pago e bem pago.
Diante disso, quatro questões devemos fazer, também chamados de
Os 4 “p” interrogados da morte de Jesus
Por quem Jesus morreu?
Pelo que Morreu?
Para que Jesus morreu?
Porquê Jesus teve de morrer?
4 Refere-se as três horas da tarde que corresponde as 15h
43
Vamos rapidamente responder a estas perguntas. Para a primeira
pergunta a reposta está em 2 Coríntios 5:14, que nos ensina que
Jesus morreu por todos. Para a segunda pergunta a resposta está em
Romanos 5:6-7, Jesus morreu pelos maus (ou seja, Ele morreu pelos
pecadores). Em resposta da terceira questão, podemos dizer que:
Jesus morreu para que os que vivem vivam para Cristo que por
eles morreu (2 Coríntios15:15);
Morreu para uma nova criação do homem (2 Coríntios15:17);
Morreu para nos reconciliar com Deus e vivermos de acordo
com a vontade de Deus (2 Coríntios15:18-19,21).
Em resposta da quarta questão, Jesus morreu porque Ele escolheu
morrer para salvar o homem e porque se Ele que é o único digno não
morresse a raça humana estaria perdida para todo o sempre.
Preciso referir que o evangelho não termina na morte de Jesus Cristo,
mas prossegue enfatizando a ressurreição e a ascensão de Jesus
Cristo para o céu, e é a sua ressurreição que nos dá a esperança que
também haveremos de ressuscitar um dia com corpos gloriosos para
estarmos com Ele para sempre (ver 1 Coríntios 15:12-20 e João14:3).
Vamos agora, falar dos elementos fundamentais do evangelho
decorrentes do centro.
44
OS ELEMENTOS FUNDAMENTAIS DO EVANGELHO
Vamos agora tratar dos elementos fundamentais que compõem o
evangelho e que dão todo o sentido para o evangelho. Estes
elementos esclarecem não somente a morte de Cristo, mas também
tudo o que Deus faz pelo homem.
Assim estaremos a falar de essencialmente e de forma breve de cinco
elementos fundamentais, que eu também os designei como “ as cinco
palavras do evangelho”.
O primeiro elemento que será tratado aqui é o amor de Deus.
O amor de Deus
O amor de Deus é o primeiro elemento fundamental do evangelho.
Não faz nenhum sentido falarmos do evangelho de Deus ou do que
Deus faz e É sem primeiro falarmos do amor de Deus, só o amor de
Deus consegue explicar porquê que Deus nunca desistiu dos homens,
é um amor tão profundo que não conseguimos descrever na
proporção que ele é, independentemente do quanto entendermos
esse amor, simplesmente está além da nossa compreensão.
Analisemos o seguinte texto:
“Porque Deus amou tanto o mundo que deu o seu Filho único para
que todo aquele que crer nele não pereça, mas tenha a vida eterna” –
João 3:16
Este texto descreve que Deus amou o mundo. Importa dizer que são
os homens que Deus tanto amou. O que este texto está dizendo é que
Deus não somente te ama, mas que este amor por você é imenso. O
45
amor que Deus tem pelos homens é tão grande que sem receio deu o
melhor que tem “seu Filho” para estar com o homem.
A segunda coisa que este texto explica é que a única razão de Cristo
ter morrido na cruz foi pelo seu grande amor pelo homem, por isso a
cruz é a maior declaração do amor de Deus para o homem, isto é, foi
na cruz onde Deus pregou o seu amor para toda a humanidade.
Como está escrito: “mas Deus demonstra seu amor por nós: Cristo
morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores “ (ver
Romanos 5:8, Bíblia NVI)5.
A seguir vamos ver algumas características deste amor.
Características deste amor
1. O amor de Deus é incondicional: vamos ilustrar a
incondicionalidade do amor de Deus com a história do profeta
Oseias. Deus aparece para este profeta e lhe diz para tomar
uma mulher de prostituição e que a amasse mesmo sabendo
que ela seria infiel a ele6, mas na verdade esta história revela o
que o próprio Deus estava vivenciando com o povo de Israel,
que era infiel a Deus mesmo consciente do amor de Deus. Mas
não era somente o povo de Israel, nós também temos sido
infiéis a Ele, e apesar disso, Ele nos ama mesmo assim. Não
existe amor mais incondicional do que o amor de Deus. Tal
como diz Romanos 5:8, Ele provou este amor estando, nós,
ainda mortos em nossos pecados. Deus nos ama mesmo que
não o amemos, porque o seu amor não depende do que
fazemos, não depende das circunstâncias, não existem
5 Consultar também 1João 4:9, Bíblia NVI 6 Consultar Oseias 1:2 e todo o livro em geral.
46
condições que possam limitar este amor, é verdadeiramente um
amor incondicional.
2. O amor de Deus é eterno (2 Crónicas 7:3; Jeremias 31:3): «…
“Ele é bom; e o seu amor dura para sempre!”», Nos ensina que
o amor de Deus não é passageiro nem temporal. Deus nos ama
com um amor eterno, isto é, Deus sempre te amou e nunca
deixará de te amar.
3. O amor de Deus é imensurável (Efésios 2:4; 3:19; Salmos 36:5;
57:10; 117:2): quando falamos que o amor de Deus é
imensurável, estamos a falar que este amor não pode ser
medido nem quantificado. É tão grande que não conseguimos
dimensiona-lo, a respeito disso a Bíblia no Salmo 36:5 diz “O
seu amor, SENHOR, é mais alto que os céus”, este amor é
maior que o amor de mãe, na verdade é maior que qualquer
outro amor, esta é uma notícia alegre, porque Deus te ama mais
que todos e com uma imensa profundamente!
4. O amor de Deus é leal Salmos 6:4; 31:16; 42:8; 48:9; 94:18): o
amor de Deus é sincero e verdadeiro, não é um amor
interesseiro muito menos fingido. É um amor leal.
5. O amor de Deus é maravilhoso (Salmos 31:21,36:7)
6. O amor de Deus é infalível: «…tão grande é o seu amor
infalível» (lamentações3:32, Bíblia NVI) o amor de Deus não
falha, é um amor eficaz. Esse amor nos aproxima para Cristo.
Veja o quanto Deus te ama nesta declaração de Deus para você
“…Os montes podem se retirar e as colinas podem desaparecer,
mas nada pode separar você do meu amor eterno” Isaías 54:10
O segundo elemento fundamental que deve ser analisado é a
graça.
47
A graça de Deus
“Agora, todo o louvor seja dado a Deus por sua maravilhosa graça
derramada sobre nós porque pertencemos ao seu amado Filho. Ele
nos redimiu por meio do seu sangue, perdoando os nossos pecados,
de acordo com a abundante graça de Deus, que ele derramou
generosamente sobre nós com toda a sabedoria e entendimento!”
Efésios 1:6-8
Para falarmos da graça, vamos primeiramente, começar dando um
significado etimológico desta palavra. A palavra graça tem sua origem
na palavra grega “charis” que quer dizer dádiva ou dom, sendo muitas
vezes usada para falar de bênção, beleza, bondade ou favor. Assim a
expressão “de graça” fala de um serviço não remunerado, por
exemplo quando falamos que a salvação é de graça é o mesmo
estarmos a dizer que não precisamos pagar nada para sermos salvos.
A definição clássica da graça diz que “a graça é o favor imerecido de
Deus para com o homem”.
Desta definição decorre que a graça é primeiramente um favor de
Deus, que é a revelação da bondade, amor e misericórdia de Deus.
Esse favor (graça) é uma dádiva (presente/dom) de Deus para o
homem sem que este, no entanto, faça alguma coisa para merecer,
daí que é um favor imerecido. Em segundo lugar, é favor de Deus, e
na verdade um favor tão grande só pode vir única e tão somente de
Deus.
Este favor não é conquistado por boas obras ou por sacrifícios, pelo
contrário, é uma graça que livremente Deus dá, conforme diz no livro
48
de Efésios, Deus derramou sua maravilhosa graça sobre nós. Este
derramar é dar livremente e sem medida.
A graça nos ensina que Deus deu o que de melhor, Ele tem.
Precisamos referir neste contexto, que esta graça é Cristo (o que de
melhor Deus deu aos homens).
Paulo trata esta graça como sendo maravilhosa e abundante, a graça
de Deus cobre nossos males. Ainda segundo o mesmo texto, é por
esta graça que nós somos perdoados e redimidos, isto é, é por ela e
somente por ela que somos salvos.
Graça é também o conjunto de todas as bênçãos que Deus dá aos
homens sem eles merecerem tais bênçãos. E aqui, devemos lembrar
que existe uma graça geral de Deus, esta, consiste no facto de que há
bênçãos que Deus dá para todos, não importando se a pessoa que a
recebe é crente ou não. Faço menção, de bênçãos como a vida,
saúde, o mesmo sol é para os bons e os maus, bem como a chuva,
inteligência e todas as outras que para uma pessoa receber não
precisa ser cristã. Existe também uma outra graça específica. Se
lermos atentamente o texto central deste ponto, veremos que a graça
de que se fala, são todas as bênçãos de Deus para os que pertencem
a Cristo, onde a salvação é a principal, ou seja, é a bondade de Deus
em salvar os pecadores e conceder as promessas de Deus
mencionadas nas escrituras para estes pecadores que foram salvos
pelo Senhor Jesus Cristo.
Graça é o poder sustentador de Deus que faz com que aqueles que
foram salvas permaneçam nesta fé.
Há muita gente que ainda pensam que enfatizar a graça é incentivar a
libertinagem. Porém, tenho o prazer de lhe dizer que nenhum
49
pensamento pode ser mais errado do que este. Veja o que as
Escrituras dizem a este respeito, “Nunca mais o pecado deverá voltar
a dominar vocês, pois agora vocês não estão mais debaixo da Lei,
mas livres sob a graça de Deus” - (Romanos 6:14), este texto nos diz
que somos livres do pecado pela graça, ou seja, a graça nos capacita
para não sermos dominados pelo pecado7. Na verdade a lei nos dá o
conhecimento do pecado, mas é graça que nos capacita para não
vivermos nele.
O facto de estarmos sob a graça de Deus, deve ser um motivo de
regozijo, porque o seu amor, bondade e misericórdia fluem em nós, de
modo que Deus faz tudo pelo e para o nosso bem.
Tudo que precisamos entender é que todas as bênçãos e dons que
recebemos de Deus é por sua graça e bondade.
Passemos agora para o terceiro elemento, a justiça (justificação) de
Deus.
A justiça (ou justificação) de Deus
“Pois todos pecaram; todos fracassaram, e estão afastados da glória
de Deus; no entanto, Deus nos declara agora justificados das ofensas
que lhe fizemos, através da redenção que há em Jesus Cristo, aquele
que em sua graça tira os nossos pecados gratuitamente”. Romanos
3:23,24
“então ele nos salvou — não porque fôssemos suficientemente bons
para sermos salvos, mas por causa da sua bondade e compaixão,
pelo lavar regenerador e renovador dos nossos pecados por meio do
Espírito Santo, que ele derramou sobre nós com maravilhosa
abundância — e tudo por causa daquilo que Jesus Cristo, nosso
7 Recomenda-se ao leitor ler todo o capítulo 6 de Romanos.
50
Salvador, fez, a fim de que ele nos pudesse declarar justos aos olhos
de Deus — tudo por causa da sua grande graça, tornando-nos seus
herdeiros. E agora podemos participar da esperança da vida eterna
que ele nos dá” Tito 3:5-7
No terceiro capítulo vimos que quando Adão e Eva pecaram, eles
cobriam-se com folhas de figueiras como símbolo de autojustificação,
porém Deus os cobriu com pele de animal como símbolo da
verdadeira justificação. Também vimos que quando a aquela mulher
foi apanhada em pleno acto de adultério as exigências da lei
cobravam justiça, isto é, para que a mulher fosse punida com morte.
Agora, para uma verdadeira compreensão do que estava
acontecendo, vamos introduzir dois novos conceitos. A justiça e a
justificação.
A justiça pode ser entendida em duas perspectivas, a de Deus (ou
cristã) e a dos homens. Na perspectiva humana justiça é o igual
tratamento dos homens perante uma lei que os regula, ou seja, é
tornar todos iguais perante a lei. Na perspectiva de Deus justiça é o
atributo pelo qual, ao tratar com as pessoas, Deus age de acordo com
as normas e exigências da perfeição da sua própria natureza. Ainda
segundo esta perspectiva, a justiça é o ato pelo qual Deus, em sua
graça e conformidade com a sua ALIANÇA, selada com o sofrimento,
morte e ressurreição de Cristo, perdoa as pessoas fracas, perdidas e
sem justiça própria, aceitando-as através da fé8.
Justificação é o acto jurídico de Deus pelo qual, todas as obrigações
da lei para o homem são pagos por Cristo para que o homem não viva
de acordo com as obrigações da lei, mas segundo Cristo que cumpriu
8 Retirado da BÍBLIA DE ESTUDO NTLH. Sociedade bíblica do Brasil Barueri-SP, 2005, p. 1622-1623
51
a lei. Justificação (dikaios) É o acto de Deus declarar inocente o
culpado por sua graça por meio da fé. “ Quem acusará aqueles que
Deus escolheu? Niguém! Porque o próprio Deus declara que eles não
são culpados.” (Romanos 8:33, NTLH). Devemos enfatizar a relação
com a condenação, pois é pela justificação que toda a condenação é
desfeita pelo sangue do Senhor Jesus Cristo.
Da última definição de justiça e da definição de justificação, vê-se que
existe uma ligação perfeita, e como tal, vamos usar os dois conceitos
como um só.
Para entendermos a justificação, precisamos primeiro referir que o
homem sem Deus está morto em seus pecados que o tornam digno
de morte, pois que a inclinação da carne é insistentemente e
sistematicamente contrário a vontade de Deus pelo que a punição
disso é a morte, como está escrito “Pois todos pecaram; todos
fracassaram, e estão afastados da glória de Deus” e “Pois o salário do
pecado é a morte…”, assim a justificação vai retratar a maneira como
Deus em sua graça aceita o homem pecador, que por si só não pode
autojustificar-se diante de Deus. Na verdade o homem fracassou na
tentativa de autojustificar-se diante de Deus, pois que as obras de
bondade do homem não satisfazem os padrões da natureza perfeita
de Deus.
Por isso, a única maneira do homem ser justo (justificado) diante de
Deus é somente por Cristo mediante a sua abundante graça através
da fé. Está claro que não somos (e não podemos ser) justos diante de
Deus por nossas obras de bondade ou por nossos padrões morais,
porque até as nossas melhores obras de bondade não passam de
trapo de imundícias para Ele (ver Isaías 64:6).
52
Vamos dividir a justificação em duas partes, nomeadamente:
Remissão e;
Regeneração.
Remissão é o ato por meio do qual Deus retira a culpa do pecador
mediante a um perdão pleno e perfeito alicerçado na obra expiatória
de Cristo.
Para entendermos isso vamos olhar para a obra expiatória de Cristo
na cruz.
No antigo testamento a expiação do pecado era feito através de um
cordeiro que era morto. O sumo sacerdote, é quem uma vez ao ano
entrava no lugar santíssimo com o sangue do cordeiro e espargia sobre
o propiciatório para que os pecados dele, da sua família e de todo o
povo daquele ano fossem perdoados, e o mesmo se sucedia no ano
seguinte, e isso se repetia como um processo cíclico.
No novo testamento um único sumo sacerdote (Jesus Cristo) entrou
uma única vez no santo dos santos (e ofereceu um sacrifício melhor e
maior em relação ao do antigo testamento), para de uma vez por
todas expiar o pecado de todos os homens.
A remissão será subdividida em duas partes, a saber:
I. A substituição: é o ato pelo qual Cristo se colocou no lugar do
pecador, sofreu e pagou a dívida do pecador com a sua própria
morte na cruz. Esta verdade nos leva a entender que tudo que
Jesus suportou e padeceu, não era por causa dos seus pecados
(na verdade Ele nunca pecou), mas era em nosso lugar que Ele
morreu, é a nossa dor que ele padeceu e foi pelos nossos
pecados que ele foi castigado. Como está escrito “…ele tomou
sobre si as nossas enfermidades, ele mesmo carregou nosso
53
sofrimento. E nós achávamos que ele estava sendo castigado
por Deus, que Deus o estava ferindo e afligindo! A verdade,
porém, é esta: Ele foi ferido por causa de nossos pecados; seu
corpo foi esmagado por causa das nossas maldades…”. Isaías
53:4-5. Na cruz se verificou a substituição, pois que, Jesus
sendo santo tomou o lugar do pecador para tornar os pecadores
em santos.
II. A imputação: é o ato pelo qual nossa condenação e castigo
foram colocadas sobre Jesus Cristo. Lembre que o salario
(punição) do pecado é a morte. Esta punição foi imputada
(atribuída) sobre Jesus. Para que não fossemos mais
condenados, Jesus tomou a nossa condenação e nos deu a sua
vida.
Estes dois pontos convergem para a obtenção do perdão de Deus. O
perdão de Deus é o ato pelo qual Deus, por causa do seu amor e da
sua misericórdia (Miqueias 7:18), remove o castigo que resulta de
pecado cometido. Esse castigo foi sofrido na cruz por Jesus, com
quem a pessoa perdoada está unida pela fé (Efésios 1:7; Colossences
1:14). Isso inclui arrependimento e mudança de atitude e de vida9.
A segunda parte da justificação que foi anteriormente citada é a
regeneração, essa é resultante da primeira, ou seja, primeiro a pessoa
é declarada justa por Deus, é remida e perdoada, só então se verifica
a regeneração.
A regeneração acontece através do novo nascimento, que é a
mudança ou a transformação operada pelo Espírito Santo no coração
de uma pessoa que levada a fé salvadora e um coração arrependido,
9 Dicionário da Bíblia de Almeida – 2a Edição © 1999 Sociedade Bíblica do Brasil © 2005 Versão eletrônica, p. 326.
54
abandona seus pecados e vive uma nova vida voltada para Deus e
para o próximo.
A regeneração é composta pela filhação ou adoção.
Adoção: “Mas a todos que o receberam, aos que creram nele, ele
deu o direito de se tornarem filhos de Deus. Eles não se tornaram
filhos de Deus pelos meios naturais, como resultado do desejo
humano, mas da vontade de Deus” João 1:12-13
A adoção consiste em sermos chamados filhos de Deus por meio de
Cristo. Anteriormente nós não éramos povo de Deus, andávamos
desgarrados como ovelhas sem pastor, não passávamos de criaturas
de Deus, porém, agora, a todos que recebem o Senhor Jesus Cristo,
isto é, todos aqueles que o deixam ser o Senhor de suas vidas, Deus
por meio de Cristo, lhes dá o direito de se tornarem filhos de Deus.
Estou a falar de filhos legítimos de Deus. E hoje, assim como depois
do Senhor Jesus Cristo ser batizado uma voz bradou do céu dizendo
“Este é o meu Filho amado, em quem tenho grande alegria10”, é do
mesmo jeito que nós somos aos olhos de Deus.
Vamos agora passar para o quarto elemento, que é a salvação.
Salvação pela Graça
“Pois é pela graça que vocês são salvos, mediante a fé em Cristo.
Isso não vem de vocês mesmos; é uma dádiva de Deus” - Efésios 2:8.
No início deste livro, definimos o evangelho como sendo o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que crê. Se o evangelho é poder
para salvar, o que é salvação?
10 Mateus 3:17
55
Salvação é o processo pelo qual Deus em sua graça, livra o pecador
de sua culpa e do poder do pecado e o introduz em uma nova vida em
Cristo Jesus por meio da fé. A salvação é um termo extensivo, e como
tal não se refere apenas a salvação da alma é salvação do corpo
também.
A salvação tem múltiplo significado, significa livramento, cura,
libertação. E como tal, a salvação é o ato pelo qual Deus livra uma
pessoa de situações de perigo, opressão, sofrimento, enfermidade e
dores.
A verdadeira salvação encontramos somente em Deus, e qualquer um
que para a além de Cristo confia em qualquer outra coisa que não
seja Cristo, então não é a salvação de Deus que está recebendo.
Note que mencionei o termo receber, ou seja, nós recebemos a
salvação como um presente de Deus. E se é um presente é também
gratuito (de graça). O termo receber mostra que não é nosso esforço,
não é por sermos bons ou morais, é somente e unicamente pela graça
de Deus.
A maneira pela qual se recebe a salvação é pela fé.
Analisemos o seguinte texto: “Pois, se você confessar com seus
próprios lábios que Jesus Cristo é o seu Senhor, crendo do fundo do
coração que Deus o levantou dentre os mortos, você será salvo.
Porque é crendo de coração que um homem se torna reto para com
Deus; e com a boca é que se confessa a sua salvação. As Escrituras
nos dizem: “Todo aquele que crê em Deus jamais será dececionado.
Não há diferença entre judeus e gentios, pois todos eles têm o mesmo
Senhor, aquele que dá generosamente de suas riquezas a todos
56
quantos lhe pedem. Porque todo aquele que chamar pelo nome do
Senhor será salvo.” (Romanos 10:9-13).
Deste texto, devemos destacar quatro pontos.
1. Confessar com os lábios: para a salvação é necessário que o
pecador confesse com os seus próprios lábios o Senhor Jesus
Cristo como Senhor de sua vida
2. Crer de/com o coração: a confissão sem crer é nula, para ser
salvo é necessário que o pecador creia do fundo do seu
coração que Cristo é seu salvador, pois que Ele ressuscitou
dentre os mortos. «Com a boca confessamos o que com o
coração cremos, é desta maneira que funciona»
3. A salvação é tanto para judeus quanto para gregos: não há
distinção, todos devem confessar e crer no mesmo Senhor.
4. A salvação só funciona num nome: o nome que confessamos
é fundamental, porque existe somente um nome que tem poder
para nos salvar, esse nome é “JESUS CRISTO”. No céu, na
terra ou debaixo da terra, entre os vivos ou entre os mortos, não
existe um outro nome pelo qual devemos invocar11 para sermos
salvos.
Passemos agora para o último elemento proposto neste livro, que é a
paz.
A paz
“Portanto, agora, desde que fomos declarados justos à vista de Deus,
pela fé, podemos ter paz com Deus por meio de Jesus Cristo, nosso
Senhor” Romanos 5:1
11 Consultar Atos dos Apóstolos 4:12 e Filipenses 2:9-11
57
A paz com Deus é uma das principais evidências que alguém nasceu
de novo.
Notemos que essa paz só é possível ter depois de sermos justificados
diante dEle, o que torna esta paz diferente do que é comumente
entendido como paz.
A palavra paz do hebraico é “Shalom”, esta palavra não quer dizer
apenas ausência de guerra, inimizades e brigas, é também a
tranquilidade existente na vida de uma pessoa que foi liberta de uma
aflição física ou espiritual, inclui também segurança, saúde e bem-
estar.
Penso que, por agora já é sabido que quando estávamos sem Deus,
existia uma barreira de inimizade entre o homem e Deus, porém com
a morte de Cristo esta bandeira foi por Ele quebrada, e desta forma
nos reconciliou com Deus, fazemos as pazes com Deus. Quando
aceitamos e recebemos a salvação de Deus, somos verdadeiramente
salvos e justificados por Ele. Esta experiência nos proporciona uma
tamanha paz com Deus.
Esta paz de espírito não se refere a um bem-estar material ou a
prosperidade financeira, é um bem-estar de espírito, é sentirmos que
fomos aliviados de um grande fardo que não conseguíamos suportar.
Até agora tratamos o evangelho como a mensagem de Deus pela qual
somos perdoados, redimidos e salvos. Tratamos o evangelho como a
mensagem que revela a natureza e a vontade de Deus para a
humanidade. Porém o evangelho não se resume em um sistema de
crenças, mas é essencialmente palavra de vida, e como tal deve ser
vivida por todos aqueles que dizem crer nela (pelos cristãos de todo o
58
mundo), agora de uma forma breve vamos ver como esta mensagem
pode e deve ser vivida.
Vamos falar do evangelho em relação ao cristão no capítulo que se
segue.
59
O CRISTÃO E O EVANGELHO
“Então Jesus disse aos discípulos: “Se alguém quer ser um dos meus
seguidores, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque
todo aquele que quiser conservar a sua vida, vai perdê-la; e todo
aquele que perder a sua vida por minha causa, vai encontrá-la
novamente.” Mateus 16:24-25
Em primeiro lugar devemos definir quem é ou como é ser cristão, para
isso vamos buscar a primeira vez que esse termo foi usado na Bíblia.
Vale a pena ler, pois está escrito. “Enquanto isso, os crentes que
tinham sido dispersos de Jerusalém durante a perseguição depois da
morte de Estêvão viajaram até a Fenícia, Chipre e Antioquia,
espalhando a boa-nova, mas apenas aos judeus. Entretanto, alguns
dos crentes, que vieram de Chipre e de Cirene para Antioquia,
começaram também a anunciar a alguns gregos a mensagem a
respeito do Senhor Jesus. O poder do Senhor estava com eles, de
modo que muitos creram e se converteram ao Senhor. Quando a
igreja de Jerusalém soube o que tinha acontecido, enviou Barnabé a
Antioquia. Quando ele chegou ali e viu as maravilhosas coisas que
Deus estava fazendo, ficou cheio de ânimo e de alegria, e animava os
crentes a continuar firmes no Senhor. Barnabé era um homem bom,
cheio do Espírito Santo e de fé. Como resultado, muitas pessoas se
uniram ao Senhor. Então Barnabé foi a Tarso em busca de Saulo.
Quando o encontrou, levou o amigo para Antioquia. Assim, Barnabé e
Paulo ficaram lá um ano inteiro, reunindo-se com a igreja e ensinando
um grande número de novos convertidos. Foi ali em Antioquia que os
discípulos foram chamados de “cristãos” pela primeira vez.” (Atos
60
11:19-26), poucos dias depois do Senhor Jesus ter subido aos céus,
houve um grande derramamento de poder sobre a vida dos seus
discípulos, que os capacitou a pregarem o evangelho com grande
ousadia (ver Atos 1:7; 2), e por via disso uma grande perseguição se
levantou contra eles, no entanto enquanto os discípulos fugiam de
cidade em cidade eles também pregavam o evangelho.
Foi exatamente em Antioquia que os discípulos foram pela primeira
vez chamados “cristãos “, uma questão que surge é porquê foram
chamados assim? Lembrando então que antes disso eram tratados
por discípulos, nazareus, seguidores de Jesus, entre outros nomes.
Os antioquenses só podiam ter visto alguma coisa na vida deles que
de alguma forma os tornavam muito parecidos com Cristo de tal modo
que lhes levou a fazerem uma declaração tão poderosa e espiritual.
O cristão é todo aquela pessoa nascida de novo pelo Espírito ao crer
no evangelho e que confesse Jesus Cristo como o Senhor da sua
vida. Ou seja, todos aqueles que receberam Jesus e vivem pela fé em
Deus.
A primeira palavra de destaque nesta definição é “nascidos de novo”.
Tal como foi definido anteriormente, o novo nascimento é a mudança
ou a transformação operada pelo Espírito Santo no coração de uma
pessoa que levada a fé salvadora e um coração arrependido,
abandona seus pecados e vive uma nova vida voltada para Deus e
para o próximo.
Certa noite um homem velho (príncipe dos judeus) de nome
Nicodemos, foi ter com o Senhor Jesus para saber o que era preciso
para entrar no reino dos céus, o Senhor lhe respondeu que lhe era
necessário nascer de novo (consultar João 3:1-21, com ênfase nos
61
primeiros versículos), este novo nascimento não é voltar a entrar no
ventre de nossas mães e voltar a nascer, este nascimento não é de
natureza humana (carnal), pois “o que nasce da carne é carne”, este
novo nascimento consiste em nascer da água e do espírito como está
escrito “ os quais não nasceram por descendência natural, nem pela
vontade da carne nem pela vontade de algum homem, mas nasceram
de Deus” (João 1:13, Bíblia NVI).
Só aqueles que verdadeiramente nasceram de novo podem ser
chamados cristãos.
O segundo elemento que devemos destacar é que este novo
nascimento é operado pelo Espírito Santo, nenhum homem tem o
poder de operar tal transformação, é unicamente o Espírito Santo que
pode fazer. É o Espírito Santo que convence o homem do pecado
para que venha ao verdadeiro arrependimento (que é o principal
elemento do novo nascimento).
Arrependimento é abandonar o pecado, e pecado do grego é
harmatia que significa errar o alvo, é agir contra a palavra de Deus ou
seja é a desobediência a lei de Deus.
Arrependimento é mudança de mente, é mudar de direção, não se
deve confundir remorso com arrependimento e muito menos com
sentimento de culpa. Depois de Judas ter traído o Senhor foi tomado
por um forte sentimento de culpa, no entanto não chegou a se
arrepender verdadeiramente. O verdadeiro arrependimento é marcado
por algumas etapas, que são:
O reconhecimento do pecado cometido como pecado: o
pecador deve reconhecer o seu pecado, do contrário como
poderá se arrepender de um pecado que não sabe se cometeu
62
ou não? O salmista disse: “Reconheço que pequei; o meu
pecado me persegue dia e noite” (Salmos 51:3), “Se dissermos
que não temos pecado, só estamos nos enganando a nós
mesmos e recusando aceitar a verdade” 1 João 1:8
O pesar pelo pecado: devemos sentir a dor do nosso pecado,
quando alguém peca e em sua consciência não há nenhuma
dor, nenhum pesar, então não tem como se arrepender. A
respeito disso veja o que a Bíblia diz no verso 4 do Salmo 51
“Pequei contra o Senhor…Eu sei que o Senhor condena o mal
que cometi…”. Quando Pedro reconheceu o seu pecado de ter
negado o Senhor pesou tanto nele que chorou amargamente
(ver Lucas 22:62)
A confissão: falar das nossas falhas para e pedir perdão à
Deus (neste contexto). Embora muita gente pensa que se
arrepender é confessar, na verdade confessamos porque já
estamos arrependidos. “Mas, se confessarmos os nossos
pecados, ele é fiel e justo para perdoar os nossos pecados e
nos limpar de toda maldade” 1 João 1:9.
Abandonar os pecados: esta é a evidência real que alguém
verdadeiramente está arrependido, sem abandono dos
pecados, podemos até confessar e chorar, não estamos
arrependidos.
Devo enfatizar que o cristão não tem uma vida de pecados, mas é
alguém que se arrependeu e foi perdoado dos seus pecados.
O terceiro ponto de destaque da definição de cristão é confessar
Jesus Cristo como Senhor. O confessar a Jesus Cristo como Senhor
não é o que muitos pensam tatuando o nome Jesus no corpo ou
postar nas redes sociais “sou de Jesus”, confessar Jesus Cristo como
63
Senhor das nossas vidas passa primeiro em aceitar e tratar Ele
verdadeiramente como Senhor. Mas o que é isso?
Senhor significa dono, alguém que possui uma propriedade. Primeiro
devemos aceitar que Jesus é o dono das nossas vidas, o que de facto
é pois que Ele com o seu sangue nos comprou para si. E se o
aceitamos como o Senhor das nossas vidas devemos trata-lo como
tal. Devemos sujeitar nossas vontades à vontade dEle, tudo o que
fazemos deve ser para o agrado dEle. Quando dizemos que Jesus é
nosso Senhor estamos dizendo que devemos obediência a Ele. Assim
quando alguém mesmo tendo uma vida devassa diz “Jesus é meu
Senhor”, tal pessoa engana-se a si mesmo. Por outro lado, todo que
diz que trata Jesus como Senhor (e que de facto o trata), deve
também publicamente confessa-lo. (Consultar Lucas 9:26 e 2
Coríntios 5:15).
Em outras palavras, poderíamos dizer que os cristãos são todos os
salvos. O cristão deve carregar consigo a certeza da salvação. Veja o
que a Bíblia diz: “E que foi que Deus afirmou? Que ele nos deu a vida
eterna, e que esta vida está no seu Filho. Portanto, todo aquele que
tem o Filho de Deus tem a vida; todo aquele que não tem o Filho de
Deus não tem a vida. Eu escrevi isto a vocês que crêem no nome do
Filho de Deus, a fim de que vocês possam saber que têm a vida
eterna.”1 João 5:11-13
Como saber se verdadeiramente sou um cristão?
Para respondermos essa questão, para além do texto citado acima
vamos referir também a epístola de Tiago 2:19 que diz “Vocês crêem
que existe um único Deus? Ora, lembrem-se que os demónios
também crêem nisso e tremem de terror!”
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Ao analisarmos este texto, fica claro que:
1. Dizer que creio em Deus não é evidência suficiente de
salvação. Imagine que um paciente visita um doutor que lhe
passa uma receita e lhe diz que se seguir a receita ficará
curado, o paciente pode crer que de facto ficará curado se
seguir a receita, no entanto se não tomar os medicamentos
receitados não poderá ser curado. O mesmo sucede com a
salvação, pois que até os demónios também crêem em Deus,
no entanto não podem ser salvos.
2. O nível do nosso conhecimento sobre Deus e a Bíblia não
garante nossa salvação. Na verdade os demónios têm um
conhecimento mais claro sobre Deus do que os homens12
(lembre que antes da queda eles viveram com Deus), mas o
facto é que apesar do conhecimento que eles têm, mesmo
assim não podem ser salvos. Embora os anjos sejam
diferentes dos homens, o princípio permanece “a quantidade
de conhecimento não é garantia de salvação”. A Bíblia diz
“Não estamos a salvo das garras do pecado só pelo fato de
conhecermos os mandamentos de Deus…” - Romanos8:3
3. Ser religioso não significa ser cristão. A experiência religiosa
também não é evidência que alguém seja cristão. Entenda
que os demónios não somente crêem mais também tremem,
pelo que o facto de alguém pertencer a uma denominação
religiosa não nos diz nada se esta é cristão ou não.
Para saber se eu sou verdadeiramente cristão, devo ter a convicção
que verdadeiramente aceitei o Senhor Jesus Cristo em minha vida,
devo saber se minha vida não é a mesma da anterior, isto é, se minha
12 Consultar Mateus 8:28-30
65
vida é segundo a palavra de Deus, se não tenho mais prazer no
pecado, e por fim (e o mais importante) deve haver uma confirmação
do Espírito de Deus no meu espírito, como está escrito: “O próprio
Espírito fala no íntimo dos nossos corações, dizendo-nos que somos
realmente filhos de Deus. E se somos os seus filhos, então somos
herdeiros - herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo” Romanos
8:16-17.
A vida de um cristão
Vamos analisar Mateus 16:24, o que Jesus Cristo fala aos seus
discípulos sobre o que é ser seu seguidor.
A Auto negação
“ (…) Se alguém quer ser um dos meus seguidores, negue-se a si
mesmo…”
A vida do cristão é uma vida de Auto negação. Negar a si mesmo é
negar os interesses pessoais, negar a nossa vontade, é abandonar o
egocentrismo. O centro das atenções do cristão não deve ser a sua
própria vida, mas a Cristo, ou seja, o cristão não vive mais para
agradar seus próprios interesses, mas os de Cristo.
Carregar a cruz
“… Tome a sua cruz…”
Assim como um dia Jesus Cristo carregou a cruz, assim também nós
devemos carregar nossa cruz todos os dias. O carregar a cruz é a
predisposição para morrer e padecer por Jesus, ou seja, quem não
está disposto para morrer por Jesus não serve para ser discípulo de
Jesus (ver Mateus 10:38, 1Pedro 2:21). Devemos também referir que
para além da predisposição para morrer por Jesus, o tomar a cruz diz
66
respeito em tomar posse de todas as bênçãos conquistadas por Jesus
na cruz.
Seguir Jesus
“…E siga-me.”
Seguir Jesus é seguir as suas pisadas, é viver segundo a sua palavra,
fazer a vontade do Pai o tempo todo. É ter Jesus Cristo como nossa
maior e verdadeira fonte de inspiração das nossas vidas.
Viver o Evangelho
Ser cristão é viver o evangelho. Quando o Senhor Jesus estava com
os discípulos lhes ensinou o que é verdadeiramente viver o
evangelho. Vemos algumas destas verdades espelhadas no sermão
da montanha, o qual trataremos de modo resumido.
Oitos princípios dos que vivem o evangelho-Mateus 5:1-12
1. Humildade- “Felizes são os humildes, porque o Reino dos céus
é dado a eles” (v. 3). Em outras versões da Bíblia aparece “os
pobres de espírito” que na verdade não se refere a pobreza
financeira, mas a um coração humilde. Humidade é o
sentimento que leva a pessoa a reconhecer sua posição e
limitações e aceitar a posição dos outros. É também ausência
de orgulho.
2. Contrição - “Felizes são os que choram, porque serão
consolados” (vs4). Aqui não se fala de pessoas que choram
porque são mimosas, mas por causa do sofrimento do povo de
Deus. São pessoas que ao serem confrontados com a santidade
de Deus lamentam a sua miséria (ver Salmo 51:17).
67
3. Mansidão – “Felizes são os mansos, porque receberão a terra
por herança” (vs5). Manso é pessoa de bom génio, tranquila que
não se exalta com facilidade.
4. Justiça- “Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque
serão satisfeitos” (vs6). São os que buscam viver de maneira
justa com o próximo e consigo mesmo, não justiça segundo o
mundo, mas segundo Deus.
5. Misericórdia- “Felizes os que são misericordiosos, porque Deus
mostrará a eles a sua misericórdia” (v. 7). Se compadecer com a
miséria dos outros.
6. Pureza de coração- “Felizes os que têm um coração puro,
porque verão a Deus” (v. 8). Limpos de coração, transparentes,
sem engano nem hipocrisia. São pessoas dedicadas a Deus,
que o servem sem segundas intenções ou ambição pessoal.
7. Paz- “Felizes aqueles que procuram promover a paz, pois serão
chamados filhos de Deus.” (vs9). São pessoas que trabalham
pela paz, procuram viver sem inimizades, que perdoam e
promovem a reconciliação entre as pessoas.
8. Felicidade no sofrimento- “Felizes aqueles que são perseguidos
por serem justos, pois deles é o Reino dos céus. “Felizes serão
vocês quando forem maltratados, perseguidos e caluniados por
serem meus seguidores! Fiquem contentes com isso! Fiquem
muito contentes! Porque uma grandiosa recompensa espera
vocês lá nos céus. E lembrem-se: Os profetas antigos foram
perseguidos antes de vocês” (vs10-12). São os que se alegram
por serem perseguidos por causa de Jesus (Recomendo ler
também Atos 5:40-42).
Sal e luz- Mateus 5:13-16
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Todos os que vivem o evangelho são considerados como sal e luz
para as nações. O sal para além de ser usado para tempero, é
também usado para conservar comida, pelo que os cristãos devem
ser o tempero para este mundo perverso e corrompido. Assim como
Jesus é luz, os filhos de Deus devem também brilhar na escuridão
para que as pessoas vejam a beleza da graça e salvação de Deus
para a humanidade.
Viver segundo o evangelho- Mateus 5:21-7:613
Vemos que Jesus desde sempre esteve interessado com pessoas que
não somente dizem creio, mas que tenham também uma vida de
caracter, que vivam segundo os princípios do reino. Jesus mostra qual
a verdadeira vontade de Deus em questões como o ódio, adultério,
divórcio, juramento, vingança, amar o inimigo, caridade, oração, jejum,
riquezas no céu, Deus e as riquezas e costume de julgar os outros.
O cristão sendo uma pessoa salva não deve deixar o ódio reinar no
seu coração, se uma pessoa lhe faz mal não se deve optar pela raiva
e o rancor, mas pelo perdão, o ódio nos priva de perdoar, no entanto
viver o evangelho é saber perdoar aqueles que nos fazem o mal.
Quanto ao adultério o Senhor nos fala que não devemos olhar uma
mulher com desejo de possui-la sexualmente, notemos que quando o
Senhor fala de arrancar o olho ou a mão, não trata-se em arrancar de
facto, pois que com um olho ainda é possível ver, porém que cada um
deve fazer um sacrifício para entrar no reino dos céus. A respeito da
vingança, o cristão não deve viver ansioso para vingar os seus
inimigos, devemos deixar que o Senhor vingue por nós. Não devemos
amar só os que nos amam, se amamos só o que nos amam então não
13 Recomenda-se que o leitor leia todo o texto indicado
69
há diferença entre nós e os ímpios, devemos também amar os nossos
inimigos, assim estaremos a manifestar o amor de Deus para eles.
Quanto a caridade, devemos ajudar quem precisa da nossa ajuda
sem a intenção de se mostrar para que as pessoas nos reverenciem,
devemos dar de bom grado e com um coração puro, quando faço bem
devo esperar a recompensa de Deus e não dos homens. A oração e o
jejum devem fazer parte da vida do cristão, o cristão deve saber que
este é um assunto privado entre quem ora e Deus, não é necessário
que todos saibam nem devo ter a intenção de querer mostrar que oro
ou jejuo mais do que os outros. O cristão não deve estar preso nos
bens materiais desta terra, mas deve ter por prioridade máxima Deus
e o seu reino, devemos confiar em Deus que provê nosso sustento,
não conseguiremos adorar e servir o Senhor de facto se os corações
estiverem inclinados nos bens materiais. O verdadeiro cristão não
trata os outros com discriminação.
Em última análise, o cristão tem a sua vida dirigida pelo Espírito Santo
por meio da fé e do estudo constante da palavra de Deus. A respeito
disso, veja o que a Bíblia diz nos textos seguintes:
“Aqueles que se deixam controlar por sua natureza humana vivem
tão somente para agradar a si próprios; mas aqueles que vivem de
acordo com o Espírito constatam que têm a sua mente controlada
pelo Espírito. Seguir o Espírito Santo conduz à vida e à paz, mas
seguir a velha natureza leva à morte, porque a velha natureza
pecaminosa dentro de nós é inimiga de Deus” - Romanos 8:5-7
“Eu os aconselho a obedecerem somente às instruções do Espírito
Santo. Ele lhes dirá aonde ir e o que fazer, e assim vocês não estarão
70
sempre satisfazendo os desejos da natureza pecaminosa.” Gálatas
5:16
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O CRISTÃO E A PREGAÇÃO DO EVANGELHO
“E disse-lhes: vão pelo mundo todo e preguem o evangelho a todas as
pessoas.” (Marcos 16:15, Bíblia NVI)
“Mas quando o Espírito Santo descer sobre vocês, receberão poder
para serem minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a
Judeia e Samaria e até nos confins da terra” Atos 1:8
Precisamos entender que o evangelho não é somente para os salvos
(cristão), mas é também para os perdidos, para aqueles que nunca
ouviram falar de Deus. Existe uma urgência na pregação do
evangelho. Algumas vezes vemos as pessoas relaxados,
negligenciando esta tão grande e honrada tarefa que Cristo nos
deixou. Não há exceção de ninguém, todos foram chamados para a
pregação do evangelho, embora que de forma diferente, todos temos
em nossos ombros esta comissão. Saiba que:
A pregação do Evangelho não é uma tarefa qualquer
A pregação do evangelho não é uma tarefa para fazermos se
quisermos ou quando quisermos. Esta é uma tarefa especial e de
mais alta honra por duas razões.
1. Pela autoridade de quem deu. Esta não é uma tarefa que
recebemos dos homens. Precisamos entender que foi o próprio
Senhor Jesus, que deu sua própria vida derramando seu próprio
sangue, que nos deu esta tarefa, por esta razão é uma tarefa de
mais alta honra (servir o mestre). “Então Jesus aproximou-se
dos seus discípulos e disse: “Toda a autoridade no céu e na
terra foi entregue a mim. Portanto, vão…” Mateus 28:18-19
72
2. Porque eles são especiais. Não são quaisquer pessoas, são
pessoas que pelas quais o Rei dos reis deu a vida. Por esta
razão é uma tarefa especial porque fomos enviados para seres
especiais.
A pregação do evangelho é o anúncio ou testemunho das boas novas
do reino para todas as classes de pessoas (salvas ou perdidas).
Existem dois focos da nossa pregação decorrente desta definição. Os
que já estão dentro da casa de Deus, e os que estão fora dela. Tal
como dizemos anteriormente, o evangelho é tanto para os salvos
quanto para os perdidos.
Pregando aos de dentro
“Ó SENHOR Deus, na reunião de todo o teu povo, eu contei a boa
notícia de que tu nos salvas. Tu sabes que nunca vou parar de
anunciá-la. Tenho sempre falado da tua fidelidade e do teu poder
salvador. Não tenho guardado para mim mesmo a notícia da tua
salvação. Nas reuniões de todo o teu povo, não fiquei calado a
respeito do teu amor e da tua fidelidade.” (Salmos 40:9-10, Bíblia
NTLH)
A pregação começa na casa de Deus. É uma declaração poderosa
que encontramos nos salmos. Muita gente pensa que por alguém ser
salvo não precisa mais ouvir o evangelho. Nessa caminhada para o
céu precisamos de ter fé. O alimento da fé é a palavra. Como dizia
Martinho Lutero "Precisamos ouvir o Evangelho todos os dias,
porque todos os dias o esquecemos." Não podemos viver o
evangelho sem ter contacto com ele diariamente.
O pregador do evangelho precisa entender que dentro das nossas
denominações religiosas existem também pessoas ímpias e
73
apóstatas, que carecem de salvação tanto quanto os que estão fora
dela. Por isso não devemos negligenciar a pregação para os que
estão dentro da igreja.
A pregação dentro da igreja tem o propósito de:
1. Salvar os perdidos que estão dentro da igreja.
2. Restaurar os que estão fracos na fé.
3. Instruir os salvos no caminho que devem seguir, alertando-os
dos falsos ensinos.
4. Alimentar e fortalecer a fé dos salvos
Pregando para os de fora
A pregação para os que estão fora deve ser realmente o centro das
atenções da igreja. Cristo comissionou sua igreja para pregar o
evangelho a todo o mundo. Esta não é uma tarefa só para os
evangelistas e pastores como muitos pensam, na verdade haverá
mais eficácia se todos se entregarem por esta causa.
Estou a falar do teu colega de escola ou do trabalho, do teu vizinho e
de teus familiares que se encontram perdidos, falo de pessoas que
apesar de não serem teus conhecidos estão presos pelas garras do
pecado, falo de povos não alcançados, ateus, jovens, velhos, homens
e mulheres, falo de todos que vivem sem o Senhor Jesus Cristo em
suas vidas. Fomos enviados para eles.
Para alcançar um grupo de pessoas tão variado assim, requer
estratégias.
Estratégias na pregação
Muitas das vezes o que separa a vitória da derrota é a estratégia que
se utiliza. Assim é também na obra de Deus, precisamos utilizar
74
métodos diferentes para diferentes tipos de pessoas. Vemos isso
reflectido no mistério de Jesus. Na multiplicação dos pães, por
exemplo, antes do Senhor dar os pães para a multidão pediu para que
se assentassem em grupos de 50 e 100, depois deu os pães aos seus
discípulos para que repartissem para o povo14, isto aqui é estratégia.
Um outro exemplo é a maneira como o Senhor aborda a mulher
samaritana, primeiro o Senhor pediu que os seus discípulos fossem
as compras (que na verdade era uma forma de retira-los do cenário
para não atrapalharem), o Senhor esperou a mulher no poço numa
hora que ficariam a sois, esta foi a estratégia que o Senhor usou para
pregar os samaritanos15. É fundamental o uso de estratégias na
pregação do evangelho.
A maneira como abordamos os jovens não é a mesma para abordar
os velhos, assim como a maneira com que abordamos um ateu é
diferente de como abordamos um religioso. O sucesso na pregação é
grandemente condicionado pela estratégia que utilizamos. Assim
como o Senhor, a igreja precisa desenvolver estratégias para a
pregação do evangelho nos diferentes grupos sociais.
A urgência da pregação
“Vocês costumam dizer: ‘O trabalho da colheita só começará quando
terminar o verão, daqui a quatro meses’. Eu lhes digo: olhem em volta
de vocês e vejam os campos. Eles já estão maduros para a colheita.
36 Os ceifeiros já recebem seus salários, e eles estão colhendo fruto
para a vida eterna! Que alegrias estão reservadas tanto para o
semeador como para o ceifeiro juntos!” João 4:35-36
14 Consultar Marcos 6:38-41 15 Consultar João 4:3-42
75
Aqui o Senhor Jesus deixou bem claro que não devemos mais perder
tempo perguntando quando deveremos pregar. O tempo para pregar é
hoje. Devemos pregar o evangelho a tempo e fora de tempo (ver 2
Timóteo 4:2)
Existe grande urgência na pregação do evangelho. Existem pelo
menos duas razões principais a considerar.
1. Diariamente existe um grande número de almas perdidas
que morrem. Depois da morte não há mais nada que se
possa fazer, mas para os vivos temos o evangelho para lhes
anunciar. Sabemos que o evangelho é o único meio para a
salvação deles. O destino para as almas que morrem sem
Cristo é a condenação eterna, Se entendermos o quão séria
é esta questão então não iremos negligenciar nunca mais a
pregação do evangelho, porque depois da morte já não há
mais arrependimento!
2. A segunda vinda de Cristo é eminente. A segunda razão
pelo qual devemos levar a pregação do evangelho com muita
urgência é facto de que, efectivamente, não sabemos
quando será a segunda vinda de Cristo.
Senhor mande mais ceifeiros!
“Ao ver as multidões ficou com pena delas, porque estavam aflitas e
desamparadas, como ovelhas sem pastor! “A colheita é grande, mas
os trabalhadores são tão poucos”, disse ele aos seus discípulos.
“Portanto, peçam ao Senhor da colheita que chame mais
trabalhadores para os seus campos de colheita.”” Mateus 9:36-38
O Senhor Jesus viu a multidão. Acho que muitas vezes tem nos
faltado ver as multidões que estão clamando por salvação, bilhões de
76
almas que estão clamando por salvação. Aprenda a ver as multidões
que clamam. Embora as pessoas aparentem estar bem, na verdade
não estão, elas estão enfermas, aflitas, desamparadas como ovelhas
sem pastor, sem saber o que fazer, esperando que alguém os diga o
que fazer, você só precisa ver.
Se nós aprendermos a ver que o mundo está aflito, com certeza assim
como o Senhor se compadeceu também poderemos nos compadecer.
Na verdade, a obra é grande, precisamos que o Senhor mande mais
trabalhadores. Nos últimos dias tem se verificado que apesar dos
dados nos fornecerem um aumento considerável do número de
igrejas, no entanto são poucos os que se dedicam na obra de Deus,
daí a necessidade de pedirmos ao Senhor da ceara que mande mais
trabalhadores.
Compreendendo o “ide”
Depois de o Senhor Jesus Cristo ter ressuscitado dentre os mortos,
Ele se achegou aos seus discípulos e lhes disse “Vão ao mundo
inteiro e preguem a boa-nova a todas as pessoas” (Marcos 16:15),
esta foi uma ordenança do Senhor para toda igreja.
Verdadeiramente a vontade de Deus é que todos os perdidos sejam
salvos, para isso é preciso entender que a igreja deve se levantar e
brilhar a luz para os perdidos. No devemos esperar que os anjos dos
céus façam aquilo o Senhor nos ordenou, nem ficar olhando as almas
sendo presas e sendo levadas para o inferno na espectativa de que
de um modo ou de outro se salvarão, saiba que este é um engano do
diabo. As pessoas só se salvarão se crerem em Jesus Cristo
(consultar Marcos 16:15-16).
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Saia agora deste cómodo e “vá” pregue a todo tempo e para o maior
número de pessoas que você puder. Vá e diga a elas que Deus as
ama, que existe uma esperança para as suas vidas, diga a elas que
Jesus morreu por elas e que precisam crer nEle, diz a elas que o
inferno é real e que irão para lá todos os que se esquecem de Deus16,
vá e diz que há um lugar de esperança “chamado céus” para todos os
que crêem.
Entenda que é preciso ir, somos chamados e desafiados a ir ante as
almas perdidas, portanto não descanse nem durma, vamos cumprir o
IDE do Senhor.
Nota: o pregador do evangelho deve ser primeiramente alguém que
nasceu de novo, que tenha comunhão com o Espírito Santo e seja
revestido do poder capacitado do Espírito de Deus para a pregação
do evangelho, deve ser luz e sal do mundo e que tenha “Deus” como
prioridade da sua vida.
Para finalizar, quero agora partilhar com você alguns textos da Bíblia
que poderão lhe ajudar nos programas de evangelização.
Alguns textos para a evangelização
1. A origem do pecado - Romanos 5:12; Génesis 3;
2. Todos pecaram - Romanos 3:23; 1 João 1:8;
3. As consequências do pecado - Romanos 6:23; João 8:34;
Ezequiel 18:20;
4. O amor de Deus - João 3:16; Romanos 5:8; 1 João 3:1;
5. A vida após a morte - João 14:2; Atos 7:56; Apocalipse
7:9:14;
6. Arrependimento - Atos 3:19, 17:30; Mateus 4:17;
16 Salmos 9:17, Bíblia JFA
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7. Como ser salvo - Apocalipse 3:20; Romanos 10:8-13;
8. O perdão de Deus - 1 João 1:9; Hebreus 10:17;
9. O novo nascimento - João 3:3-8;
10. A fé - Hebreus 11; 2 Coríntios 5:7; 1 João 5:4; 1 Pedro 1:9;
11. A ressurreição - 1 Coríntios 15; João 11:25-26; 1
Tessalonicenses 4:13-18;
12. Adoção como filhos - João 1:12; Romanos 8:15;
13. A segunda vinda de Cristo - Mateus 24:27-44; 1
Tessalonicenses 4:3-18; Apocalipse 22:7-13;
14. O juízo final - Eclesiastes 11:9, 12:14; Atos 10:42, 17:31;
Apocalipse 20:11-15;
15. O fim do mundo - Sofonias 1:18; Isaías 51:6-8; 1 Pedro 4;
Apocalipse 21.
