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1 Subsídios para a SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS e para todo o ano 2005 Cristo, único fundamento da Igreja (1Co 3,1-23) PREÂMBULO Introdução Temos a alegria de anunciar o nascimento de uma nova era de colaboração entre o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Igreja Católica) e a Comissão Fé e Constituição (Conselho Mundial de Igrejas). Uma nova etapa na direção da unidade dos cristãos acaba de ser iniciada. Este ano, pela primeira vez, o texto para a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos não apenas foi preparado em comum pelo CPPUC e Fé e Constituição mas as versões francesa e inglesa são uma publicação conjunta desses dois organismos. Agradecemos sinceramente a Conferência Nacional dos Bispos de Brasil (CNBB) por ter generosamente assumido a responsabilidade da tradução deste livreto para o português.

Cristo, único fundamento da Igreja - World Council of ... · O comentário para cada dia pode ser ... 1 Coríntios 3,1-23 Quanto a mim, irmãos, ... A reflexão a seguir é uma introdução

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Subsídios para a

SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

e para todo o ano 2005

Cristo, único fundamento da Igreja

(1Co 3,1-23)

PREÂMBULOIntrodução

Temos a alegria de anunciar o nascimento de uma nova era de colaboração entre oPontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos (Igreja Católica) e aComissão Fé e Constituição (Conselho Mundial de Igrejas). Uma nova etapa na direçãoda unidade dos cristãos acaba de ser iniciada. Este ano, pela primeira vez, o texto para aSemana de Oração pela Unidade dos Cristãos não apenas foi preparado em comum peloCPPUC e Fé e Constituição mas as versões francesa e inglesa são uma publicaçãoconjunta desses dois organismos. Agradecemos sinceramente a Conferência Nacional dosBispos de Brasil (CNBB) por ter generosamente assumido a responsabilidade da traduçãodeste livreto para o português.

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Nós os encorajamos a fazer bom uso deste texto, naturalmente durante uma semanaespecial, mas também como base da vossa oração pessoal e de orações públicas pelaunidade ao longo do ano.

+ Brian Farrell, SecretárioPontifício Conselho

para a Promoção da Unidade dos Cristãos

Buscar a unidade durante o ano todoTradicionalmente, a Semana de Oração para a Unidade dos Cristãos é celebrada de 18 a 25de janeiro. Essa data foi proposta em 1908 por Paul Watson de modo a cobrir o períodoentre a festa de são Pedro e a de são Paulo. Então, o significado da escolha é simbólico. Nohemisfério Sul, onde o mês de janeiro corresponde ao período de férias de verão, prefere-seadotar outras datas, por exemplo próximo à festa de Pentecostes (por sugestão domovimento Fé e Constituição, em 1926) que também representa uma data simbólica para aunidade da Igreja.Conservando esta flexibilidade ao espírito, nós os encorajamos a considerar estes textoscomo um convite para encontrar outras ocasiões, ao longo do ano, de expressar o grau decomunhão que as Igrejas já alcançaram e para orar juntos tendo em vista chegar à plenaunidade desejada por Cristo.

Adaptar os textosEstes textos são uma proposta, devendo ficar bem claro que, cada vez que for possível, seráfeita a adaptação à realidade dos diferentes lugares e países. Ao fazer a adaptação, deverãoser levadas em conta as práticas litúrgicas e devocionais locais, bem como o contextosociocultural. Tal adaptação deveria ser fruto de uma colaboração ecumênica.Em muitos países já existem estruturas ecumênicas que possibilitam esse tipo decolaboração. Esperamos que a necessidade de adaptar esta Oração à realidade localencoraje a criação de estruturas em outros lugares.

Utilizar os textos da Oração pela Unidade dos Cristãos. Para as Igrejas e as Comunidade cristãs que celebram juntas a Oração durante uma sócerimônia, este livreto propõe um modelo de Celebração ecumênica da Palavra de Deus.. As Igrejas e Comunidades cristãs podem utilizar para a celebração orações ou outrostextos da Celebração Ecumênica da Palavra de Deus, textos propostos para os Oito Dias eescolher orações no apêndice desta brochura.. As Igrejas e Comunidades cristãs que celebram a Oração pela Unidade dos Cristãos cadadia da semana, podem encontrar sugestões nos textos propostos para os Oito Dias.. As pessoas desejosas de empreender estudos bíblicos sobre o tema de 2005 podem tomarpor base os textos e as reflexões bíblicas propostas para os Oito Dias. O comentário paracada dia pode ser concluído por uma oração de intercessão.. Os textos desta brochura podem alimentar a oração das pessoas que desejam fazer umaoração particular e lembrar-lhes que estão em comunhão com todos aqueles que,espalhados pelo mundo, rezam pela maior unidade visível da Igreja de Cristo.

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TESTO BÍBLICO PARA A SEMANA DE ORAÇÃO PELAUNIDADE DOS CRISTÃOS

1 Coríntios 3,1-23

Quanto a mim, irmãos, não pude falar-vos como a homens espirituais, mas somentecomo a homens carnais, como a criancinhas em Cristo. É leite o que vos dei a beber, nãoalimento sólido: não o teríeis suportado. Mas não o suportaríeis nem sequer hoje, pois aindasois carnais. Já que há entre vós ciúme e contendas, não é que sois carnais e vos comportaisde maneira meramente humana? Quando um declara: “Eu sou de Paulo”, o outro: “Eu, deApolo” não estais agindo de maneira meramente humana?

Pois quem é Apolo? Quem é Paulo? Servos pelos quais fostes conduzidos à fé; cada umdeles agiu conforme os dons que o Senhor lhe concedeu. “Quanto a mim, eu plantei. Apoloregou, mas quem fazia crescer era Deus. Assim quem planta não é nada, quem rega não énada: só Deus conta, ele que faz crescer. Quem planta e quem rega são uma só coisa, ecada um receberá o salário de acordo com seu próprio trabalho. “Pois nós trabalhamosjuntos na obra de Deus e vós sois o campo de Deus, a construção de Deus.

Segundo a graça que Deus me deu, como bom arquiteto lancei o fundamento, um outroconstrói em cima. Mas tome cada um cuidado com a sua maneira de construir. Quanto aofundamento, ninguém pode lançar outro que não seja o já posto Jesus Cristo. Quer seconstrua sobre ele fundamento com ouro, prata, pedras preciosas, madeira, ferro, palha, aobra de cada um será posta em evidência. O dia do juízo a tornará conhecida, pois ele semanifesta pelo fogo, e o fogo comprovará o que vale a obra de cada um. Aquele cujaconstrução subsistir receberá um salário. Aquele cuja obra for consumida, dele seráprivado; ele mesmo será salvo, mas como quem o é através do fogo.

Acaso não sabeis que sois o templo de Deus e que Espírito de Deus habita em vós? Sealguém destrói o templo de Deus, Deus o destruirá. Pois o templo de Deus é santo e essetemplo sois vós.

Que ninguém se iluda se alguém dentre vós se julga sábio à maneira deste mundo,torne-se louco para ser sábio; pois a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus. Comefeito está escrito: Ele apanha os sábios em sua própria astúcia, e ainda: O Senhor conheceos pensamentos dos sábios. Ele sabe que são vãos. Assim, ninguém ponha o seu orgulhoem homens, pois tudo é vosso: Paulo, Apolo ou Cefas, o mundo, a vida ou a morte, opresente ou o futuro, tudo é vosso, mas vós sois de Cristo, e Cristo, de Deus.

Tradução Ecumênica da Bíblia (Teb)

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INTRODUÇÃO AO TEMA

Cristo, único fundamento da Igreja(1Co 3,1-23)

Este tema foi elaborado em um contexto caracterizado pelas novas possibilidades decrescimento que se oferecem à Igreja. Há mais de dez anos, as igrejas na Eslováquiapassam por um período de renovação e de desenvolvimento, depois de terem vivido,durante aproximadamente quarenta anos, uma situação política que, embora lhes permitisseexistir, impedia o seu desenvolvimento e limitava o seu testemunho na sociedade. Parapreparar o tema da Oração pela Unidade deste ano, o grupo refletiu sobre as seguintesquestões: 1. Qual é o fundamento sobre o qual se constrói a nova “existência” das igrejas?2. Existe um espaço de crescimento na unidade simultâneo ao processo de crescimento dasrespectivas comunidades confessionais? 3. Quais são os meios para reforçar o serviço daIgreja? No Novo Testamento encontramos epístolas dirigidas às Igrejas para encorajá-lasno crescimento espiritual pois elas vivem em um mundo freqüentemente hostil aos valoresdo Evangelho. Entre elas, a primeira epístola aos cristãos de Corinto é o texto no qual sebaseou o trabalho do grupo de preparação. A reflexão a seguir é uma introdução teológica epastoral ao tema deste ano e aos oito dias de oração que se inspiram principalmente nasituação eslovaca e na experiência recente das suas comunidades cristãs. O desejo do grupode preparação é que estas considerações possam estimular todas as Igrejas no seu contextoespecífico, qualquer que seja a situação na qual se encontrem as comunidades cristãs, querse trate de crescimento ou de declínio.

Crescer na fé significa crescer na unidadeRefletindo sobre a experiência de crescimento na fé na Eslováquia, concluiu-se que ela érealmente um dom para todas as igrejas deste país. Pessoas que se tinham mantidoafastadas das igrejas antes dos acontecimentos de 1989 começaram a se reaproximar delaspara encontrar respostas às questões importantes da própria vida. Isso mostra que as Igrejas,no seu modo de difundir a mensagem do Evangelho, tiveram de se adaptar a esse novocontexto. A situação na Eslováquia, então, não era muito diferente daquela encontrada porPaulo quando ela ajudou a Igreja de Corinto a crescer.

Apesar disso, esse processo de crescimento passou por fracassos e problemas. Pauloobserva que os conríntios ainda não estavam prontos para receber o alimento sólido quepermite crescer na fé. É normal começar a crescer bebendo leite. Entretanto, se após umcerto tempo o corpo não consegue absorver alimentos sólidos, é sinal de que o organismonão está funcionando corretamente.

Paulo emprega uma expressão muito forte para descrever os coríntios. Ele os chama de“homens carnais” pois vê que não atingiram a maturidade espiritual. Eles vivem aindaconforme as inclinações humanas que se manifestam em inveja e querelas mesquinhas (1ºdia). Como Paulo pode utilizar palavras tão fortes para descrever um povo cuja Igreja é tãorica de múltiplos dons e tão plena de vida? Paulo conhece bem essa riqueza e se refere a elaem 1Co14.

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Essa falta de maturidade espiritual não se manifesta pela ausência de raciocínios refinadosou de elementos visíveis de poder. A comunidade era rica em dons e em obras. Nesteaspecto, ela não era mais pobre nem mais frágil que outras. Mas Paulo qualifica essa Igrejade carnal; ele chama os coríntios de crianças. Por quê? Por causa da ausência de unidadeentre eles.

As Igrejas da Eslováquia se perguntaram em que medida seu crescimento foi autêntico aolongo dos últimos quinze anos de liberdade e de novas possibilidades. Que valor têm osresultados alcançados, se ainda existem tensões entre as diferentes confissões? As Igrejasda Eslováquia compreenderam a necessidade de orar para que os cristãos cresçam na fé eque esse crescimento seja marcado pela unidade no serviço e pela compreensão recíproca.

A humildade no serviço é fonte de unidadeA divisão que reinava em Corinto não era devida à recusa de certos princípios de fé. Overdadeiro problema era a recusa a abandonar os antigos comportamentos humanos.Embora os coríntios tivessem recebido diferentes dons espirituais, algo lhes faltava:unidade de espírito e de intenções. Paulo recusa esse modo de ser cristão. Não cai naarmadilha do ciúme quando alguns fiéis professam que o adoram e lhe pertencem. Insisteno fato que nem ele nem Apolo são “senhores” a quem pudessem pertencer. Eles são“servidores por quem (outros) foram conduzidos à fé” (1 Co 3,5). Além disso, eles nãoexercem esse ministério graças exclusivamente às próprias forças. Dependemcompletamente da graça do Senhor para a realização desse serviço. Realizam-no conformeos dons que o Senhor lhes concedeu.

Essa atitude é, simultaneamente, sinal de humildade de grandeza. O modo como Pauloconcebe o serviço não se inscreve em uma perspectiva terrestre, segundo a qual um simplesservidor se situa nas antípodas do desejo de ser servido como alguém importante na igreja.Jesus nos ensina, em Mateus 20,28, que “o Filho do Homem veio para servir, não para serservido”. Por isso todos os dons recebidos devem ser colocados a serviço do plano de Deus,de tal modo que indiquem quem é o autor mais que o destinatário.

Paulo compreende que o fruto desse serviço será diferente, pois se construirá sobre acooperação. É precisamente desse dom que os eslovacos fizeram experiência. Na novasituação que se criou, principalmente por causa da mobilidade das pessoas, freqüentemente,os ministros não se dão conta dos frutos da palavra que foi plantada. Hoje, como no tempode Paulo, alguns plantam e outros oferecem o cuidado cotidiano necessário ao crescimentoe outros ainda se ocupam da colheita. Antigamente, as pessoas passavam toda a vida namesma aldeia ou na mesma cidade; os pastores locais podiam, então, acompanhar asnecessidades espirituais dos seus fiéis, desde o momento em que propagavam a semente doEvangelho até o momento da colheita dos frutos. Hoje, um grande número de pessoaspodem estar engajadas nesse processo de crescimento que não deixa de apresentarproblemas. Até no interior de igrejas da mesma confissão se produzem tensões entre osfiéis, como foi o caso de Corinto. Além disso, com freqüência nos esquecemos que não sãoos ministros que fazem crescer na fé mas que “só Deus conta, é ele que faz crescer”(segundo dia).

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Essa situação deve conduzir-nos a refletir: em que medida as tensões entre nós são de fatocausadas pelas diferenças de doutrina? Não somos ainda muito orgulhosos? Até que pontonossas ações estão submetidas ao desejo de poder mais que ao desejo e à vontade de servir?Paulo teve de enfrentar uma situação semelhante entre os cristãos de Corinto. A respostaque ele deu foi a da humildade no serviço como meio para alcançar a unidade. É disso queainda hoje as igrejas fazem experiência através do convívio. Nós compreendemos quesomos companheiros de trabalho, que trabalhamos juntos na obra de Deus, cada umconstruindo sobre o único fundamento que ele estabeleceu, isto é, o Cristo. Conscientesdisso, podemos sustentar-nos uns aos outros e agir conforme a graça que Deus deu a cadaum de nós (terceiro dia).

Estabelecer o serviço sobre o único fundamentoNós temos uma grande responsabilidade no nosso serviço. O fundamento foi lançado mas oedifício construído sobre esse fundamento depende do trabalho de cada construtor. Que usocada um de nós fará do dom que recebeu de Deus? Paulo, na sua carta, destaca que existeuma variedade de dons e de serviços mas também que eles vêm todos do mesmo e únicoSenhor. A diversidade é oferecida pelo mesmo Espírito para o bem de todos os membros epela unidade do corpo de Cristo (1 Co 12,4 ss). Esses dons devem ser utilizadosconscientemente para construir a Igreja e para construir pontes como sinal de esperança ede unidade em Cristo (quarto dia).

Para Paulo e para nós mesmos é claro que o trabalho cumprido será posto à prova de modoa evidenciar a obra de cada um. No passado, as Igrejas estiveram, às vezes, mais ocupadasem resolver as suas questões internas que em proclamar a mensagem da morte e daressurreição de Cristo como fundamento da vida cristã. Paulo, ao contrário, sempreconsiderou-se responsável pelas próprias ações e obras diante de Deus. As Igrejas devemsentir-se responsáveis diante de Deus mas também diante dos outros, como colegas detrabalho. A tarefa cumprida revelará em que medida nós fomos bons discípulos de Cristo(quinto dia).

Em seus esforços para encorajar os cristãos de Corinto, Paulo teve de definir qual era aidentidade deles. Por terem recebido o dom do Espírito, eles tinham se tornado templos deDeus e eram imagem dele. Esta realidade convida os cristãos a viverem unidos no EspíritoSanto que, por sua vez, os une em Cristo, único fundamento (sexto dia).

Sobre a base das nossas experiências e dos nossos conhecimentos, começamos a entrever aloucura que nos levou a seguir caminhos separados que estão na origem das divisões entreos discípulos de Cristo. É a esta loucura que Paulo se refere no início da sua carta aoscoríntios quando ele os exorta a estarem de acordo e a evitarem as divisões pois devemestar “unidos no mesmo espírito e no mesmo pensamento” (1Co1,10). Da única Igreja deCristo, nós fizemos surgir numerosas divisões fundadas no desacordo pois, em vez departilhar o mesmo espírito e o mesmo objetivo, trabalhamos uns contra os outros.Provavelmente, esse resultado é fruto de um mundo onde traços de caráter como oindividualismo e o desejo de competir são considerados sinais de sabedoria. Paulo, aocontrário, proclama a mensagem de Cristo que é humilhado a ponto de aceitar as nossasfraquezas humanas até a morte, revelando “tudo o que Deus preparou para aqueles que oamam” (1 Co 2,9) (sétimo dia).

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Paulo estabelece um paralelo entre as diferentes pessoas engajadas no serviço doEvangelho. Em seguida, ele situa essa fraternidade no contexto de uma unidade universal ecósmica. Assegura aqueles que, em épocas e em lugares diferentes, construíram sobre oúnico fundamento, que pertencem unicamente a Cristo. Pertencem a ele. Se nóspertencemos a Cristo, pertencemos igualmente a Deus. Paulo está consciente de que Deustrabalhou na criação através de Cristo para renovar e reconciliar todas as coisas. Enquantoservidores e ministros, estamos unidos quando compreendemos que nosso serviço começaem Cristo e está voltado para Deus que estabeleceu o único fundamento da nossa fé e queestá na origem da nossa unidade (oitavo dia).

Os oito dias de oração nos convidam a refletir juntos enquanto igrejas diferentes, a implorara bênção de Deus uns para os outros e a buscar o terreno no qual é possível crescermosjuntos na unidade.

PREPARAÇÃO DOS TEXTOS PARA A SEMANA DE ORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS 2005

O projeto inicial a partir do qual este livreto foi preparado nos é proposto este ano por umgrupo ecumênico composto por membros do Comitê Teológico do Conselho Ecumênicodas Igrejas da Eslováquia. As pessoas que dele fazem parte são as seguintes (em ordemalfabética):

Bispo Augustin Bacinsky (Igreja vetero-católica)Rev.do Tsolt Görözdi (Igreja reformada)Rev.do Jan Halama (Igreja católica)Rev.do Jan Henzel (Church of Brethren)Rev.da Gabriela Kopas (Igreja metodista)Rev.do Josef Kulacik (União batista)Rev.do Mikulas Lazor (Igreja ortodoxa)Rev.do Ondrej Prostrednik (Igreja evangélica da Confissão de Augsburgo)

Agradecemos o Comitê teológico pela elaboração destes textos e pela fonte de inspiraçãoque representou para o nosso trabalho. A versão definitiva destes textos foi realizada porocasião da reunião de um grupo preparatório internacional formado por membrosnomeados pela Comissão Fé e Constituição do Conselho Mundial de Igrejas e peloPontifício Conselho para a Promoção da Unidade dos Cristãos da Igreja Católica. Oencontro foi realizado no Centro de retiro jesuíta de Piestany (Eslováquia) onde osparticipantes foram pessoalmente recebidos pelo Diretor, Padre Emil Vani. Expressamosnosso reconhecimento também ao pessoal do Centro pelo apoio na oração e calorosaacolhida.Desejamos, finalmente, expressar a nossa mais sincera gratidão ao Conselho Ecumênico deIgrejas da Eslováquia, particularmente ao seu Secretário, Rev.do Ondrej Prostrednik, pela

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preparação local deste encontro e pela generosa hospitalidade oferecida ao grupointernacional de preparação.

CELEBRAÇÃO ECUMÊNICA

Apresentação

O tema da celebração é: Cristo, único fundamento da Igreja.

A assembléia começa louvando a Cristo pela sua obra de salvação.Esta oração está centrada no conjunto do texto de 1Co3, mas apenas aos versículos 10-13 édado destaque na liturgia da Palavra. As outras leituras possibilitam desenvolver o tema dasolidez e da qualidade da construção da Igreja em Cristo, pedra angular e fundamento danossa unidade.

A caminhada penitencial e a oração de perdão foram colocadas após a proclamação dapalavra de Deus. Isso permite torná-las um elemento essencial deste culto. Algumasassembléias preferirão deixá-la no lugar tradicional. Essa parte tem o objetivo de levar cadacomunidade a um exame de consciência coletivo diante de Cristo (v.4), fundamento daIgreja una: expressões de arrependimento, símbolos e testemunhos contribuirão para isso.Anunciamos juntos o Evangelho reconhecendo e partilhando os dons que o Senhor concedeàs nossas Igrejas (v.5)? Aceitamos o papel complementar das nossas Igrejas em algumassituações locais? Reconhecemos o primado de Cristo de quem somos servidores?Trabalhamos verdadeiramente juntos na obra de Deus (v.9)?

O símbolo aqui proposto é o de duas tábuas ou vigas de madeira que são juntadas em umasimples cruz durante a celebração. O símbolo pretende evocar, simultaneamente, as portasdo inferno destruídas após a Páscoa de Cristo e os materiais sólidos comumente utilizadospara a construção de uma casa. Depois que a cruz tiver sido colocada no chão, outrossímbolos -- de arrependimento, de expressão da nossa fé e da nossa pertença a Cristo paraedificação da sua Igreja -- poderão pouco a pouco ser colocados junto dela (velas, grãos detrigo germinando, flores, desenhos de crianças etc.).

Durante as intercessões, inspiradas em 1Co3, 1-23, a assembléia confia a Cristo, únicomediador, a obra dos cristãos e a diaconia das Igrejas no mundo.

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Desenvolvimento da celebração

I. Abertura da celebração

Palavras de boas-vindas

Caros irmãos em Cristo: Hoje, estamos aqui reunidos para dar graças a Deus que noschamou a buscar a unidade. Nós lhe agradecemos em nome de todos aqueles que, nasdiversas partes do mundo, aspiram e rezam pela unidade dos cristãos. Nesta Semana deOração pela Unidade dos Cristãos, é particularmente às Igrejas da Eslováquia que nosassociamos na oração e na meditação. Deus concedeu-lhes novas oportunidades de servir,de se reconciliar e de receber os dons espirituais. Estimulados pelo seu ministério, com oscristãos do mundo inteiro, refletimos sobre os fundamentos da nossa fé comum que é JesusCristo, nosso Senhor.

Enquanto a oração tem início, duas traves de madeira serão depositadas perto do altar. Elasnos recordam as portas do inferno quebradas por Cristo e as da nossa vida nova nele. Amadeira, material tradicional de construção, nos convida também a refletir sobre o fato desermos todos chamados a construir e a promover a unidade entre os cristãos. Durante estacelebração, nós reuniremos os dois pedaços de madeira formando uma cruz em sinal dofundamento sobre o qual nós construímos: Jesus Cristo.

Saudação

Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.Amém.Palavras de introduçãoQuanto ao fundamento, ninguém pode lançar outro que não seja o já posto: Jesus Cristo (1Co 3,11).

Oração de introdução

Rezemos juntos (breve silêncio):Senhor, Deus vivo, nós te damos graças pelas obras magníficas que completaste entre nós.Nós te damos graças, particularmente, por teu filho Jesus Cristo que, aceitando morrer nacruz, ofereceu-nos a salvação. Conserva-nos perto dele, ao pé da cruz onde buscamos oreconforto e a alegria, a cura e a sabedoria. Com todos os fiéis, em palavras e em ações, nóscantamos o louvor, por Jesus Cristo nosso Senhor, que vive e reina contigo e o EspíritoSanto, agora e pelo século dos séculos.Amém.

Ação de GraçasL: Leitores: 1, 2A: AssembléiaApós cada estrofe iniciada por “Eu” -- na qual o sujeito que fala é Cristo --, à maneirade “impropérios”, a assembléia bendiz o nome do Senhor. Em seguida, se dirige a ele em

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uma resposta cantada, formulada em “nós”. Pode-se começar a leitura por: Assim fala oSenhor Jesus.

L1 Porque te amo, meu povo, nasci em Belém. Eu recebi o nome de Emanuel Pois eu sou Deus contigo pelos séculos.A Bendito sejas, Senhor.

L2 Eu desci ao Jordão onde fui batizado na água em sinal do batismo no Espírito que viria para que toda carne seja purificada e renovada.A Bendito sejas, Senhor.

L1 Eu fui conduzido ao deserto pelo Espírito para lá afrontar o tentador, vencê-lo e te libertar das correntes.A Bendito sejas, Senhor.

L2 Eu proclamei a boa nova do reino do Pai: reino de justiça e de misericórdia, de amor e de verdade, de paz e de felicidade. Eu realizei os sinais dos novos tempos, minhas mãos curavam os doentes, minha presença levava a paz.A Bendito sejas, Senhor.

L1 Eu te reuni, pequeno rebanho, como a galinha reúne os seus pintainhos, como o pastor reúne o seu rebanho. Eu quis te pôr nos ombros e te conduzir ao paraíso.A Bendito sejas, Senhor.

L2 Eu parti o pão e servi o vinho novo para fazer aliança contigo e te dar a vida em abundância. Eu pedi a Deus que a minha alegria esteja em ti.A Bendito sejas, Senhor.

L1 No madeiro da cruz eu entreguei o espírito, morri pelo perdão dos pecados e para reunir os filhos dispersos do Pai, e eu abri as portas dos infernos. No terceiro dia eu ressuscitei dos mortos.A Bendito sejas, Senhor.

L2 De junto do Pai eu derramo sobre ti o meu Espírito Santo. Ele te lembrará de tudo o que eu te ensinei. Ele é o sopro de vida. Ele é luz e consolo, força do teu testemunho, inspiração da tua oração.A Bendito sejas, Senhor.

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L1 Escuta, meu povo, eu estou contigo todos os dias até o fim dos tempos, para que sejas um como eu sou um com o Pai, a fim de que o mundo creia. Escuta a minha voz, ó meu povo, e segue-me para que haja um só rebanho e um só Pastor.A Bendito sejas, Senhor.

Hino da Assembléia (resposta cantada)- Efésios 1,- ou “Glória a Deus no mais alto dos céus”,- ou “A ti a glória”,- ou outro hino, de preferência alusivo a Cristo.

II. Liturgia da Palavra

Oração para antes das leituras bíblicas

Faz brilhar em nossos corações, Senhor amigo dos homens e das mulheres, a pura luz doteu divino conhecimento. Abre os olhos do nosso espírito para a compreensão da tuamensagem evangélica. Inspira-nos o respeito pelos teus bem-aventurados mandamentos, afim de que, reprimindo em nós os desejos da carne, possamos conduzir uma vida segundo oEspírito, orientando todas as nossas intenções e todas as nossas ações para o teu prazer.Pois tu és a luz das nossa alma e do nosso corpo, Cristo Deus, te damos glória, com teu PaiEterno e teu Espírito santíssimo, bom e vivificante, agora e sempre, pelos séculos dosséculos.

Leituras (opção 1 ou 2)

Opção 1 Gn 28,10-17 Opção 2 1Co 3,1-23Sl 118,16-24 Sl 118,16-241Co 3,10-13

Hino

Evangelho: Mt 7, 24-27

Homilia (ou depoimentos)Recomendamos uma homilia breve.

Hino (o ofertório pode ser durante este hino)

Confissão e perdão(fundo musical)

Duas pessoas juntam as duas traves de madeira formando uma cruz. Colocam a cruz nochão em um ponto do espaço cultual que seja bem visível.

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Entre cada expressão de arrependimento, os membros da assembléia podem depositarjunto à cruz o símbolo que escolheram de Cristo fundamento da Igreja: vela, flor, grãos detrigo, desenhos de crianças. O gesto de colocar um símbolo junto à cruz expressa o nossodesejo de conversão e de pertença renovada a Cristo para a edificação da Igreja una.

L1 Senhor, tu és paz e reconciliação!L2 Por ter freqüentemente escolhido a inveja e a animosidade e não a confiança e a estima entre Igrejas, perdoa-nos Senhor. (silêncio – depositar um símbolo junto à cruz)

L1 Senhor, tu nos cumulas com as tuas bênçãos na unidade da fé!L2 Por termos às vezes escolhido fechar-nos em nós mesmos recusando-nos a conviver entre Igrejas, sendo bênção para uns e outros, perdoa-nos Senhor. (silêncio -- depositar um símbolo junto à cruz)

L1 Senhor, tu deste aos aflitos a alegria, aos cativos a liberação, aos pecadores o perdão!L2 Por termos fechado as mãos e desviado o rosto daqueles e daquelas que precisam de ajuda, perdoa-nos Senhor. (silêncio -- depositar um símbolo junto à cruz)

L1 Senhor, tu nos reuniste como o pastor reúne o rebanho e vai buscar a ovelha perdida!L2 Por termos muitas vezes nos afastado de ti e acentuado nossas divisões, perdoa-nos Senhor. (silêncio -- depositar um símbolo junto à cruz)

Podemos acrescentar aqui depoimentos de abertura ao ecumenismo que tenham exigidouma real conversão pessoal e comunitária.

Oração de perdão

Deus todo-poderoso, ninguém pode estabelecer um fundamento diverso daquele que foiestabelecido. Esse fundamento é Jesus Cristo. Nós reconhecemos neste momento que nãofomos capazes de construir sobre esse fundamento de modo a tornar-nos uma construção deDeus. Às vezes fomos até instrumentos de degradação. Ainda que a nossa obra tenha sidoperdida, salva-nos e dá-nos uma nova oportunidade de buscar a unidade. Faz-nos desejarardentemente a unidade da tua Igreja e dá-nos trabalhar por ela com eficácia. Amém.

Troca de um sinal de Paz:

A paz do Senhor esteja sempre convosco.E contigo também.Irmãos e irmãs, desejem a paz uns aos outros.

Credo de Nicéia

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III. Orações e intercessões

O apóstolo Paulo dirigiu esta Epístola aos cristão de Corinto para encorajá-los. Possamoster a mesma esperança que a Igreja de Corinto quando rezamos pela Igreja de Deus e portodos os homens.

Deus santo e eterno, nós te agradecemos por chamar cada um de nós pelo nome. Em ti nósvivemos, agimos e crescemos. Rezamos pelas Igrejas e pelos cristãos do mundo inteiro.Lembrai-nos do nosso fundamento em Cristo. Faz que vivamos sempre mais na fé e noamor até chegarmos à unidade que tu queres.Reúne-nos todos em Cristo.Faz de nós a tua morada.

Difunde sobre nós o teu Espírito para que conheçamos Jesus Cristo e possamos dartestemunho da nossa vida e da nossa unidade nele. Possamos conhecer seu espírito de modoa proclamar a sabedoria de Deus no mundo inteiro. Confirma-nos na nossa ação em favorda paz e da reconciliação na Igreja e na sociedade.Reúne-nos todos em Cristo.Faz de nós a tua morada.

Nós rezamos pelas Igrejas da Eslováquia e por todas aquelas que atravessam um período demudança, quer esta implique em crescimento ou dificuldades, reconciliação ou conflitos.Inspira-os e confirma-os no testemunho e no serviço.Reúne-nos em Cristo.Faz de nós a tua morada.

Nós rezamos por aqueles que não têm abrigo, não têm país, não têm alimento, não têmtrabalho, não têm medicamento, não têm paz. Que possamos reconhecer e servir Cristoatravés daqueles que sofrem e passam necessidade.Reúne-nos em Cristo.Faz de nós a tua morada.

Nós te damos graças por todos os dons da criação. Ensina-nos a partilhar com os outros onosso tempo, a nossa energia, os nossos recursos, o nosso amor. Torna-nos mais sensíveis eatentos diante das feridas da família humana e da criação. Que possamos ser fiéis à nossamissão e viver longo tempo na terra. Que possamos fazer de toda a nossa vida um dom aCristo pois a ele pertencemos e é nele que se unem todas as coisas da terra e do céu. Amém.

(Os participantes são convidados a propor intercessões referentes ao contexto da própriavida e à experiência pessoal).

Pai-nosso (cada qual na língua materna)

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IV. Bênção e envio da assembléia

Bênção (bênção de Araão):

Que o Senhor nos abençoe e nos guarde! Que o Senhor faça brilhar sobre nós o seu olhar enos dê a paz! Amém.

Envio

Ide na paz de Cristo.Demos graças a Deus.

REFLEXÕES BÍBLICAS E ORAÇÕE PARA OS OITO DIAS

Primeiro Dia Chamados à maturidade espiritual (1Co 3,1-4)

Os 2,21-25 Eu direi a Lo-Ami: “Tu és meu povo”.Sl 24 Quem subirá à montanha do Senhor?Cl 1,25-28 O mistério mantido escondido no decurso das idades.Jo 15,1-8 Eu sou a vinha, vós sois os sarmentos.

MeditaçãoNa epístola à comunidade cristã de Corinto, onde havia desempenhado um papelimportante estabelecendo os fundamentos da fé, Paulo chama com fervor os coríntios àmaturidade espiritual. Ele louva os dons que Deus concedeu a essa comunidade, mas aomesmo tempo menciona os rumores de divisão que chegaram até ele, resumindo: Eupertenço a Paulo, eu a Cefas, eu a Apolo. Paulo pergunta, agora incisivamente: Cristo estádividido?

No Antigo Testamento existe uma tradição judaica que deseja que Deus dê a um povo onome correspondente à sua natureza espiritual a fim de poder chamá-lo à fidelidade e àconversão. Assim, Paulo define os coríntios como homens carnais, crianças em Cristo,lamentando não poder falar-lhes, no momento, como a homens espirituais. Ele consideraimatura a preocupação deles de fidelidade e não conforme o espírito de Cristo. As palavrasde Paulo são bruscas, não porque o comportamento dos coríntios seja particularmentemesquinho, mas porque contrasta fortemente com a grandeza e a origem divina da vocaçãocristã, pois são o templo de Deus onde habita o Espírito de Deus. Eles pertencem a Cristo enele receberão todas as coisas. Esta identidade em Cristo comporta uma missão: com Paulo,eles devem tornar conhecido o mistério mantido escondido no decurso dos séculos; elesdevem anunciar esse mistério proclamando a grande ação redentora de Deus em Cristo econtribuindo com o próprio testemunho através de uma vida transformada.

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É preciso lembrar que em Corinto as divisões estavam ligadas aos conflitos a respeito daacolhida da pregação dos Apóstolos: Eu pertenço a Paulo, eu a Apolo, eu a Cefas. Podemosver aqui o prelúdio das divisões que, ao longo da história, feriram a nossa unidade emCristo construída na fé dos Apóstolos. É, de fato, tentando aprofundar o conhecimento da féda Igreja primitiva que hoje os cristãos se esforçam para reencontrar a unidade. A questãode Paulo é sempre atual: Cristo está dividido? Maturidade espiritual significa, em parte,saber recuperar e encarnar a unidade que nos é dada em Cristo. Em que medida a nossadesunião deriva do fato de não termos ainda chegado a uma certa maturidade na fé e a nãopercebermos ainda toda a grandeza da visão cristã? De que modo nossa desunião nosimpede de prosseguir na missão de salvação e de reconciliação de Cristo em um mundopartido e sofredor?

OraçãoDeus de misericórdia, tu nos chamas sem cessar a crescer espiritualmente. Queres quepertençamos a ti. Abre nosso coração e nosso espírito à grandeza do teu apelo e ajuda-nos aperseverar no caminho da unidade -- em comunhão com Paulo, Apolo e Cefas --proclamando e nos engajando no serviço da tua obra redentora no mundo.

Segundo dia Deus faz crescer 1Co 3,5-9

Gn 1,26-2,9 O Senhor Deus planta um jardim em Éden.Sl 104 (103),24-31 Tu renovas a face da terra.Rm 8,14-25 A criação espera com impaciência a revelação dos filhos de Deus.Lc 8,4-15 Produzem frutos aqueles que compreendem a palavra.

MeditaçãoPara falar às pessoas de Corinto, Paulo utiliza a imagem, familiar para elas, da plantação edo crescimento. É uma imagem rural tomada para ilustrar a ação de Deus que agediretamente entre eles e suscita servidores que vão cooperar com a sua obra.Como os coríntios, nós somos convidados a ser instrumentos, servidores, ouvintes fiéis quedevem prestar contas de como desempenham esse serviço. É uma tarefa eminente estarnesse serviço e investido da responsabilidade do trabalho que se desenvolve para glória deDeus. Nós devemos oferecer nossos talentos Àquele que servimos; colocar as nossascompetências no único fundamento que é Cristo a fim de construir um edifício a serviço doamor.

Deus criou o mundo bom. Vemos isso no primeiro capítulo do Gênesis. Os humanos nãosouberam desempenhar o próprio papel. Nós destruímos esse mundo perfeito. Por issosomos chamados a exercer no mundo um ministério de cura. Esse ministério nos une. Elecomporta numerosos aspectos que transcendem as barreiras confessionais e culturais. Omundo está ferido, como o viajante estendido na estrada de Jerusalém a Jericó. Nós nãodevemos ter medo de tocar o que está destruído no nosso mundo. Deus quer curar por nossointermédio. A criação espera com impaciência que a cura venha de Deus.

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Na unidade buscada, os cristãos podem trocar as próprias experiências para demonstrar que,além de “Paulo e de Apolo”, eles são de Cristo. Apenas ele pode fazê-los crescer no amordo Pai, a serviço do Espírito de santidade e de unidade que quer salvar o mundo.

OraçãoÓ Deus! Nós te agradecemos pela confiança e pela bênção que ofereces àqueles quetrabalham para a vinda do teu reino ao mundo.Ajuda-nos a descobrir novas possibilidades de manifestar a tua ação no serviço daquelesque nos cercam; que nós sirvamos mais do que buscamos ser servidos, e que o teu poder decura aja entre nós.Mantém-nos unidos como uma só família do teu Filho único, faz que sejamos fiéistesoureiros da tua criação a fim de que, através de homens e mulheres, pequenos e grandes,coisas e pessoas, tu sejas reconhecido como vivo e verdadeiro, salvador e criador de tudo.Amém.

Terceiro dia Cristo é o fundamento (1Co 3,10-11)

Is 28,14-16 Eis que firmo em Sião uma pedra, uma pedra a toda prova, uma pedra angular preciosa, estabelecida para servir de fundação.Sl 118 (117),16-24 A pedra rejeitada tornou-se a pedra angular.Ef 2,19-22 Jesus Cristo como pedra mestra.Mt 7,24-27 A casa construída sobre a rocha não desabará.

MeditaçãoEm Cristo, Deus colocou, por obra do Espírito Santo, o fundamento comum a todos osbatizados. Os cristãos podem, então, afirmar a sua fé em Cristo, único fundamento sobre oqual a Igreja de Deus está construída. Ninguém pode ali colocar um outro; por isso oscristãos confessam, juntos, que o que Deus realizou em Cristo é o fundamento sobre o qualestá construída a sua fé. Esta convicção é fonte de gratidão e de humildade.

No esforço de enraizar-se nesse único fundamento, os cristãos devem continuamente fazerface às vozes que contradizem e rejeitam o Cristo. Nessas circunstâncias, os cristãos sãochamados a ser fermento na sociedade, confiando na ajuda da graça de Deus. Assim, diantedas provações, não devem nunca vacilar. Como Jesus que foi rejeitado, também os seusdiscípulos devem estar prontos para passar pelos mesmos sofrimentos.

Apoiando-nos no fundamento que o Cristo e o seu ensinamento representam, nós podemosenfrentar os desafios da sociedade contemporânea. Enquanto cristãos, não tememos utilizar,como ponto de partida do nosso testemunho no mundo, o que outros consideram inútil.Os cristãos estão convencidos de que construir sobre o fundamento sólido e comum que éCristo, significa trabalhar juntos partindo do mesmo ponto e se dirigindo para o mesmofim, isto é, a unidade de todos os discípulos de Cristo.

O que Jesus Cristo representa para nós define antecipadamente, de modo único e profundo,o caráter de toda atividade que nós empreendemos juntos e separadamente. A potência do

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amor de Cristo nos enche da esperança de que tudo o que nós criamos em seu nome estádestinado a durar e a sobreviver no meio das dificuldades, pois Cristo é o começo e o fim.

OraçãoSenhor, nosso Deus, através da obra do Espírito Santo tu estabeleceste em Cristo o únicofundamento sobre o qual a Igreja está construída. Nós te agradecemos por tudo o que, emCristo, fizeste em nosso favor. Nós te agradecemos também por sustentar continuamente aIgreja contra todas as tentativas que visam a sua destruição. Ajuda-nos, pela tua graça, aconstruir sobre o fundamento que tu colocaste em Cristo nosso Senhor. Amém.

Quarto dia Construamos sobre esse fundamento (1 Co 3,12-13)

Ne 2,17-18 Vamos reconstruir a muralha de Jerusalém.Sl 127(126) Se o Senhor não construir a casa, em vão trabalham os que a constróem.1 Co 12,4-11 Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.Mt 20,1-16 Um senhor de casa saiu de manhã muito cedo, a fim de contratar operários para a sua vinha.

MeditaçãoCristo é o dom de Deus para o mundo. Nele são reveladas a salvação e a libertação de todaa humanidade. Ele é o fundamento e fonte da vida nova que Deus nos deu. Esse dom deDeus é completo. Nós nada precisamos acrescentar a ele. Entretanto, isso não significa quedevemos permanecer passivos e desinteressados. Paulo nos exorta a construir sobre asfundações. Ele ressalta qual é a nossa vocação e como devemos a ela corresponder. Nóssomos chamados a participar da obra de renovação que Deus empreendeu e a trabalhar nasua casa.

Deus nos deu diferentes dons (1Co12). Devemos utilizá-los para uma só finalidade:glorificar Cristo e o poder da sua paz. Pelo nosso trabalho, devemos testemunhar o amor deDeus e a nossa união em Cristo.

Entretanto, se consideramos a história das Igrejas, percebemos que tudo o que é feito emnome de Cristo não é forçosamente “imagem de Cristo”. Às vezes, Cristo e a suareconciliação foram eclipsados pela arrogância, divisões e luta pelo poder. “Construir aIgreja” não significa levantar barreiras confessionais uns contra os outros ou construirnossos próprios “monumentos”.

Hoje, as Igrejas devem ensinar a construir pontes e a colaborar. Assim, testemunharão aesperança e o fruto da própria unidade em Cristo. As velhas feridas podem ser curadas enovos desafios do nosso mundo em mudança podem ser enfrentados juntos, cada qualrespeitando as tradições e os dons do outro.

O fundamento comum em Cristo faz de nós irmãos e irmãs. Ele é a base sobre a qual deveser construída a única e verdadeira Igreja de Cristo, plena de amor pelos pobres, pelosmarginalizados, e por aqueles que se dirigem a Deus e à esperança da vinda do seu Reino.

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A reconciliação de Deus nos compromete, individualmente e enquanto Igrejas, a ser pedrasvivas da nossa unidade em Cristo. Assim, nosso fundamento em Cristo aparecerá de modosempre mais evidente.

OraçãoSenhor, nós te damos graças pelo dom único da vida e da paz que tu nos dás através de teuFilho Jesus Cristo. As nossas Igrejas receberam de ti numerosos e diversos dons. Ajuda-nosa ver esta diversidade como um enriquecimento que nos permite construir a tua casa nomundo. Faz que possamos mostrar o que salva a nossa unidade e nos ajudará a levar o teuamor aos homens e às mulheres com quem convivemos. Amém.

Quinto dia Deus julga os nossos esforços de construtores (1Co3,13-15)

Gn 4,2 Sou eu o guardião do meu irmão?Sl 51 (50), 1-4,9-13 Pequei contra ti, e só contra ti.Fl 2,1-5 Considerai os outros superiores a vós.Mt 25,14-30 Um homem chamou os seus servos e lhes confiou os seus bens.

MeditaçãoÉ um eterno milagre que Deus, desde todos os tempos, tenha desejado e precisado que oshomens participem com ele da obra que ele realizou no mundo. Ainda que o fundamentoseja Jesus Cristo, nós devemos continuar a assumir o nosso dever de construtores.

Explicando isso aos cristãos de Corinto, Paulo insiste igualmente no fato de que Deuscolocará à prova o que nós construímos: ele deve certificar-se de que somos bonsarquitetos. Nossa salvação não depende das nossas obras mas permanecemos responsáveispelas nossas ações diante de Deus. Para Paulo tudo isso era função do fogo purificador dojuízo final que ele pensava estar iminente. No que nos concerne, estamos sempre naurgência -- cada oportunidade poderia, de fato, ser a última -- e nós compreendemos queseremos julgados a partir do bom uso que faremos dos dons que Deus nos concedeu paraconstruir o seu reino. Os cristãos da Eslováquia sentem particularmente a urgência de sedescobrir novas possibilidades que, enquanto cristãos, desejam poder oferecer àcomunidade.

Nós somos todos responsáveis pelos nossos atos, diante de Deus e do nosso próximo. Defato, as Igrejas também são responsáveis umas pelas outras no que se refere à busca daunidade.

Elas são como os servidores da parábola aos quais o senhor confia os próprios bens e pedeque deles façam bom uso. Nós todos recebemos um tesouro: a vida do nosso frágil planeta,irmãos e irmãs, de quem cuidar em todo o mundo, a preciosa nova do Evangelho paradifundir. Esses bens são oferecidos a todo o povo de Deus e uma oportunidade de partilhacom os demais, de aprendizagem dos nossos sucessos e fracassos. A nossa capacidade detrabalhar bem e de construirmos juntos, ainda hoje é colocada à prova.

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OraçãoSenhor, vindo a nós pelo teu Filho Jesus e manifestando-se através de pessoas falíveis, tu temostrastes aos nossos olhos como um Deus vulnerável. Nós te damos graças pela confiançaque colocaste no serviço e no trabalho que realizamos para construir o teu reino. Faz quepermaneçamos atentos à tua vontade e aos teus desígnios e esclarece-nos a fim de quepossamos ver as verdadeiras necessidades das pessoas ao nosso redor. Faz que sejamoscapazes de aprender uns dos outros a fim de permanecermos unidos na nossa mútuaresponsabilidade e devotados ao serviço do teu reino. Por Jesus Cristo, nosso Senhor.Amém.

Sexto dia Vós sois o templo de Deus (1Co3, 16-17)

Gn 1, 26-27 Deus cria o homem à sua imagem e semelhança.Sl 8 Quem é o homem?1 Pd 2,9-10 O povo de Deus.Mt 16, 24-27 Se alguém quer vir em meu seguimento.

MeditaçãoA questão da identidade não é um assunto novo. Os seres humanos sempre tentaramcompreender e viver o que são de fato e o que consideram que devem ser. Hoje, quevivemos em um mundo caracterizado por mudanças constantes e um pluralismo difuso, abusca de uma identidade própria tornou-se uma questão de crescente importância. Nóssomos confrontados com esse problema não apenas enquanto pessoas, mas tambémenquanto comunidade e Igrejas. Tentamos encontrar a nossa própria identidade naquilo quenos distingue dos outros e nos torna únicos.

Aquilo que o apóstolo Paulo, há dois mil anos, dizia aos cristãos de Corinto, é igualmenteválido nos nossos dias. Devemos tratar o problema da identidade a partir de uma outraperspectiva: nós não somos “especiais” porque somos diferentes uns dos outros, masporque recebemos o dom o Espírito Santo, dom presente em todo ser humano. pois fomoscriados à imagem e semelhança de Deus.

Nós somos o templo de Deus, sagrado e digno. Ninguém tem direito de destruí-lo. Somosaqueles entre os quais Deus quer sentir-se em casa -- um lugar onde mora o seu Espíritode bondade. Deus deseja entrar em comunhão conosco, o que indica e exige que estejamosem comunhão uns com os outros. Esse apelo à comunhão ultrapassa os limites das nossascomunidades cristãs, o escândalo das nossas divisões enquanto Igrejas cristãs éintensificado e exige de modo imperativo que o ultrapassemos.

As diferenças também fazem parte da nossa identidade, pois vivemos em situações eculturas diferentes, somos homens e mulheres marcados pelas nossas experiências pessoaisparticulares e pela história das comunidade nas quais vivemos. Mas onde quer quevivamos, quaisquer que sejam os desafios que devemos enfrentar ou os talentos querecebemos, somos unidos pelo Espírito Santo que nos concede viver como Deus deseja ecomo isso nos foi revelado em Jesus Cristo: santos, capazes de oferecer e de receber amor.

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OraçãoDeus eterno, tu criaste o céu e a terra, criaste o ser humano à tua imagem dando a cada umde nós identidade e dignidade próprias. Nós te damos graças pelo dom da vida -- destavida que nos une a ti e à tua criação. Ajuda-nos, enquanto cristãos e enquanto Igrejas, areceber esse dom em toda a sua plenitude a fim de que possamos superar tudo quantoentrava ou reduz teu dom de vida. Cumula-nos do teu Espírito de bondade a fim de quepossamos crescer em Cristo e tornar-nos a imagem dele no mundo. Amém.

Sétimo dia Loucura e sabedoria: a vida em Cristo (1Co 3,18-20)

Jó 32,7-33:6 É o sopro, o hálito do Poderoso que dá entendimento.Sl 14(13),1-7 O Senhor se inclinou para os homens, para ver se há alguém

erspicaz que busque a Deus.1 Co1,17-30 O que é loucura no mundo, Deus o escolheu para confundir

os sábios.Mt 10,17-25 É o Espírito do vosso Pai que falará em vós.

MeditaçãoA democracia e a liberdade nos trazem muitas vantagens, mas também tentações. Isso éverdadeiro tanto para os indivíduos como para as Igrejas. Nos países de antiga tradiçãocristã, as Igrejas freqüentemente foram tentadas pelo acesso ao poder ou pelo uso incorretodeste. Conseqüentemente, o seu testemunho revelou-se menos portador da Palavra de Deusque das suas concepções humanas. Hoje, nós poderíamos ainda ser tentados quer a apoiar-nos nas relações de poder e nas vantagens que pode trazer a pertença à maioria, quer aabandonar os debates das nossas sociedades, com freqüência fúteis. Ora, enquanto Igrejas,recebemos o mandamento de testemunhar que há um fundamento comum para a vida domundo, Jesus Cristo e a sua palavra, e que nada pode mudar isso.

Os profetas ressaltaram que não proclamavam as próprias palavras, pensamentos ouposições, mas uma palavra recebida de Deus. Jó escuta lhe dizerem ser necessário buscar asabedoria além das próprias reservas, no sopro de Deus.

O apóstolo Paulo bebeu na fonte dessa sabedoria para proclamar a todos o Senhor JesusCristo crucificado. Ele diz ter decidido querer saber somente Jesus Cristo. Para a mensagemdo evangelho de Cristo crucificado, estava pronto a passar por louco aos olhos dos sábiosdo seu tempo. Ele escreve aos cristãos de Corinto que a sabedoria de Deus é oferecer asalvação “pela loucura da pregação”: Cristo crucificado. Era um escândalo e uma loucurapara as pessoas daquele tempo. Mas Paulo diz que a loucura de Deus é mais sábia que asabedoria humana, e que a fragilidade de Deus é mais sólida que a força humana. O Cristoque os Evangelhos nos mostram não age como um herói mas como aquele cujo poder não édeste mundo. Ele debruça sobre os que foram entregues à própria sorte, toca osmoribundos, perdoa os pecados, conduz para onde os justos e os piedosos não vêemnenhuma possibilidade de perdão. Eis o Deus que desceu até a poeira dos caminhoshumanos.

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A palavra da cruz foi confiada também a nós, cristãos de hoje. Entre as nossas Igrejasseparadas pela loucura dos homens, a acolhida da unidade pode parecer um projetoinsensato: no coração de um mundo dividido, assassinado por guerras e violência, a buscade paz e de reconciliação permanece sendo a única sabedoria. À luz da cruz se desenha ofundamento do nosso testemunho comum. Com Cristo, Deus se debruçou sobre ahumanidade e nos envia para aqueles que o buscam através desta proclamação: o caminhoda vida passa por Cristo crucificado e ressuscitado.

OraçãoDeus pleno de sabedoria e de verdade.Tu nos fizeste conhecer a loucura do teu amor quando os humanos crucificaram Jesus, teufilho único; quando tu o ressuscitaste como Cristo, nós reconhecemos tua imensa sabedoria.Nós te pedimos: mantém-nos no seguimento de teu Filho, no estreito caminho de vida.Dá-nos proclamar a boa nova da salvação pela cruz de Jesus Cristo que testemunha a Vidapor todos.Que a tua Igreja hoje permaneça fiel Àquele que é o seu fundamento e que ela abra todas asnações à sabedoria do teu Espírito.Amém.

Oitavo dia Vós sois de Cristo (1Co3,21-23)

Is 44,1-8 Eu sou o primeiro e o último.Sl 89(88), 1-4 Tua bondade está edificada para sempre.Ap 4,1-11 Eles adoravam o que vive pelos séculos dos séculos.Mc 9,33-35 Se alguém quiser ser o primeiro, seja o último de todos

MeditaçãoNós pertencemos a Cristo. Somos dele e de ninguém mais. Sobre isto se funda a nossaunidade: pelo batismo, Cristo reivindicou-nos e fez-nos um, nele. A unidade pela qualparticipamos de Cristo é maior que todas as diferenças passadas e presentes que hojedividem as nossas Igrejas.

Nós pertencemos a Cristo e pertencemos uns aos outros e somos responsáveis uns pelosoutros. Por isso Cristo nos chama juntos para edificarmos o seu corpo, que é a Igreja, comocompanheiros de trabalho e servidores fraternos. Por isso os cristãos e as Igrejas sãochamados a viver e a trabalhar juntos, como irmãos, testemunhando a própria fé etrabalhando no serviço das pessoas que passam necessidade. Eis porque as divisões, asdiscórdias, as querelas e as facções que nascem ao redor de pessoas (quer estas se chamemPaulo, Apolo ou Cefas), todas essas fraturas rejeitam não apenas nossos irmãos e irmãs emCristo mas o próprio Cristo.

Enquanto templo de Deus, a igreja é um lugar de oração e orar juntos é a mais poderosaexpressão da nossa pertença comum a Cristo. Cada oração comum é uma vitória sobre asnossas divisões e celebra a nossa real unidade em Cristo. Nós nos unimos a todos aquelesque -- pouco importa o lugar e a época - pertencem ou pertenceram a Cristo e em espírito

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veneraram o Senhor. Nós não agimos sempre de acordo com a unidade que Cristo nos deu.Quando não podemos orar juntos, particularmente ao redor da Mesa do Senhor, nossadesunião fica evidente para todos. É por isso que todas as Igrejas sem exceção ainda têmmuito para “construir”.

Por sermos de Cristo, nós somos de Deus. Paulo o afirma com audácia: “tudo é para vós”.Com os nossos companheiros de trabalho e nossos irmãos no serviço, nossa vida e nossasações fazem parte do plano de Deus para toda a criação. Deus realiza a sua obra no mundopara a salvação e a cura daqueles que sofrem, para a reconciliação daqueles que estão emguerra, para a renovação de toda a criação. Deus nos julga com equanimidade: sabemos queo que edificamos é posto à prova e que o resultado das nossas ações se manifestará.Vivemos por antecipação o balanço final das nossas ações. Não sabemos exatamentequando nem como acontecerá esse julgamento, mas sabemos que o nosso juiz será Deus,que é vida e bondade.

Louvamos a Deus e lhe damos graças pelas riquezas da criação e pela redenção que ele nosoferece, ele que pelo seu Espírito nos une em Cristo. Podemos oferecer nossa edificaçãocomum de Igreja do Cristo, nossa busca da unidade como louvor à glória de Deus.

OraçãoSenhor, Deus de bondade, nós te damos graças por nos terdes feito um em Cristo. Reforça enossa imaginação e a nossa coragem para que possamos construir juntos a tua Igreja naunidade e no amor. Faz que as nossas vidas e a vida das nossas Igrejas sejam umtestemunho do teu amor por nós e por toda a criação. Senhor, dá-nos, desde agora, aunidade. Amém.

ORAÇÕES SUPLEMENTARES DA TRADIÇÃO ESLOVACA1

Oração de São Cirilo na aproximação da sua morteSenhor Deus, tu que criaste o coro dos anjos e todas as potências celestes, tu que levastestodas as coisas do não-ser para a vida, escutas sempre as orações daqueles que fazem tuasanta vontade e, no temor de ti, respeitam os mandamentos:Escuta, Senhor, minha humilde oração: protege o rebanho dos fiéis que confiaste a mim,que sou teu humilde e indigno servo. Livra-os da malícia ímpia e pagã daqueles queblasfemam contra ti, destrói a heresia das três línguas2, faz crescer a tua Igreja e conserva-afortemente unida.

1 A escolha destas orações foi feita e apresentada pelo grupo local.2 São Cirilo, nascido na Macedônia, de origem grega e eslava, traduziu as Escrituras para o eslavo, a língua dopovo. A súplica das “três” línguas se refere à heresia devida ao fato de que apenas o hebreu, o grego e o latimpodiam ser utilizados como línguas litúrgicas.

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Une o teu povo na profissão da fé, inflama o coração dele pela verdade da tua Palavra. Tunos concedeste uma graça imensa chamando-nos para proclamar o Evangelho de Cristo e oteu povo está pronto para concluir a tua obra de bondade.Eu coloco nas tuas mãos os que me confiaste -- guia-os com tua poderosa mão direita eprotege-os para que todos cantem o teu louvor e glorifiquem o teu santo nome Pai, Filho eEspírito Santo. Amém.

Oração de NatalPai celeste, fonte de toda bondade, nós de damos graças pois na tua misericórdia nosconduziste a rememorar o dia glorioso do nascimento de teu Filho e nos concedes vê-locom os olhos da nossa fé.Que imensa alegria! Nascido para nós, ricos ou pobres, ele nos oferece dons maravilhosos.Ele se fez Filho do homem para que nos tornemos filhos e filhas de Deus.Deus eterno, que o firmamento cante o teu louvor e que a paz na terra nos seja concedida.Jesus Cristo, nosso Salvador, como podemos te dar graças pelo teu amor infinito?Acolhe o louvor reconhecido dos nossos corações! Ilumina-nos com o teu Espírito Santopara que não esqueçamos que é pela graça de Deus que somos salvos e ajuda todos oshomens e mulheres a rejeitar as paixões ímpias deste mundo. Assim, seremostransformados e nossas vidas serão retas e cumuladas pela tua presença. Amém.

Juraj Tranovský (1592-1637), pastor luterano de Liptovský Mikulás, compositor denumerosos cânticos luteranos utilizados até 1991 pela Igreja luterana da Eslováquia).

Cântico da manhãDeus, nosso Pai, nós nos erguemos para dizerQue teu nome seja louvado neste novo dia.Para que tenhamos saúde e força se elevam as nossas preces,Concede-nos todos os dons bons e perfeitos.

Ó Filho de Deus, nós te imploramos:Que tudo o que desejamos, proclamamos e realizamosSeja sempre agradável aos teus olhosE realizado para tua e nossa alegria.

Ó Espírito Santo de Deus, preserva do medoTodos os que vivem no sofrimento e na dor,E quando o dia entre os dias estiver em seu poenteCoroa nossas vidas de resplandecente glória.

Jiři Zábojnik (1608-1672), pastor luterano (oração traduzida para o inglês por J. Vajda, em 1969).

Ó Senhor, Jesus Cristo, nosso Pastor,Tu que nos dás a salvação, a alegria e a força,Com amor pousa o teu olhar sobre nós,Olha o teu rebanho e protege-o.Os lobos nos cercam e querem destruir teu amor, dia e noite.

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Eles são numerosos e sem a tua ajuda nós somos impotentes.Eles se aproximam de nós e teu rebanho não tem defesa.Intercede por nós, Príncipe da paz.Tu morreste pelos nossos pecados, nós imploramos teu socorroPois sabemos que só tu podes salvar-nos.

Pois a ti pertencem a glória e a honra eternamente,Ó bom pastor, Deus maravilhosoQue nos guardará junto de si até o fimE nos conduzirá ao céu até o Pai. Amém.

Kristina Royova (1860-1936), em Piesne Sionske (Cânticos de Sion), romancista ecompositora de cânticos, personagem-chave do movimento de renovação espiritual

eslovaco.

Oração da tradição católica:

Anima Christi -- Alma de Cristo

Ladainha do Sagrado Coração de Jesus

SITUAÇÃO ECUMÊNICA NA ESLOVÁQUIA3

A Eslováquia é um novo estado povoado por antigas etnias nacionais. Os 5,3 milhões dehabitantes da República Eslovaca são na maioria eslovacos (86%). Os húngaros constituema mais importante etnia minoritária (11%) e estão concentrados nas regiões situadas ao Sule ao Leste do país. A Eslováquia, nessa parte da Europa é, proporcionalmente, a nação maispopulosa do Rom, estimada em aproximadamente 500.000 pessoas. Outros grupos étnicosestão igualmente presentes, como os tchecos, os rutenos, os alemães e os poloneses. Osimigrantes mais recentes, às vezes sem-papéis, em sua maioria são originários dos paísesmais pobres da Europa do Leste. Os grupos formados por imigrantes russos, ucranianos,sevos e búlgaros concentram-se nas cidades mais importantes.

Nesta região, o cristianismo foi introduzido durante o século IX, graças à atividademissionária dos santos Cirilo e Metódio, inicialmente, na forma oriental. Do século XI até oinício do século XX, o território eslovaco atual foi dominado pelos húngaros, tornando-seassim católico na sua maioria. A renovação nacional eslovaca foi lançada no século XIXpor intelectuais desejosos de revitalizar a língua e a cultura eslovacas.

3 Esta descrição da situação ecumênica na Eslováquia foi preparada pelo grupo de preparação local e épublicada sob sua responsabilidade.

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A aspiração dos tchecos e dos eslovacos de se libertar do Império dos Habsburgos serásatisfeita quando da formação da República tcheca, em 1918, após a Primeira GuerraMundial. Em 17 de novembro de 1989 começam uma série de manifestações públicas -- afamosa “Revolução de Veludo” -- que conduzirão à queda do regime comunista naTchecoslováquia. Em 1992, as negociações pela nova constituição federal enfrentam umimpasse a respeito da questão da autonomia eslovaca, mas no final de 1992, épacificamente concluído um acordo para separar a Tchecoslováquia em duas: a RepúblicaTcheca e a República Eslovaca.

As condições socioeconômicas da República Eslovaca permanecem precárias, embora, emgeral, melhores se comparadas às do países vizinhos situados ao Leste da Eslováquia. Apósas importantes eleições legislativas de 2002 que marcam o fracasso dos partidosnacionalistas, a Eslováquia coloca a sua candidatura a membro da OTAN e da UniãoEuropéia. A candidatura é aceita. A entrada da Eslováquia nessas duas organizaçõesinfluenciará fortemente o desenvolvimento futuro do país.

Em nível nacional, a taxa de desemprego é superior a 15% e em algumas regiões ultrapassa30%. As pessoas mais ameaçadas são, naturalmente, as que estão há mais tempodesempregadas. Os Roms, as famílias monoparentais, as crianças e as famílias numerosastambém são categorias vulneráveis expostas ao risco da pobreza. Dada a precariedade dasua situação social e sanitária, a população Rom tem uma esperança de vida inferior a 15%em relação à média dos demais habitantes eslovacos.

Na Eslováquia, as formas organizadas de ecumenismo nasceram nas Igrejas protestantes,cujo objetivo era fazer valer os seus interesses em relação à maioria católica. Em 1927 foifundada a União das Igrejas evangélicas da Tchecoslováquia (a Eslováquia foi membro de1918 a 1993). No interior desta União nasceram os primeiros contatos com o movimentoecumênico internacional ainda muito jovem.

Os representantes de algumas Igrejas tinham adquirido consciência significativa daimportância do movimento que começava a se desenvolver na Europa e no mundo todoapós a Segunda Guerra Mundial. Era claro para eles que a mensagem do Evangelho deviaunir, não separar as Igrejas. Em 20 de junho de 1955 foi fundado o Conselho Ecumênicodas Igrejas da Tchecoslováquia. Este organismo tinha, entre outros objetivos, permitir queas Igrejas se expressassem publicamente sobre a situação social instaurada naTchecoslováquia. Foi um período de restrições para a vida e o serviço das Igrejas, e deperseguições para as pessoas ativamente engajadas na vida da Igreja. Paralelamente,tornava-se necessário estabelecer a colaboração com as Igrejas dos países vizinhos. A tarefadesse Conselho Ecumênico foi, então, pôr em prática as idéias do movimento ecumênico noterritório tcheco.

O ano de 1989 e a chegada da democracia trouxeram novo elã para a tarefa de todas asIgrejas. A obra de renovação da Igreja podia recomeçar. A mudança das condições de vidano país teve por conseqüência a transformação da missão e dos objetivos do movimentoecumênico.

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Após a divisão da Tchecoslováquia em dois estados diferentes, a atividade do novoConselho Ecumênico das Igrejas da Eslováquia tem início por ocasião da sua primeiraassembléia, em 15 de abril de 1993. Este reagrupa no seu interior as Igrejas ativas daRepública Eslovaca. Atualmente, onze Igrejas são membros do Conselho, três na condiçãode observadoras. Os membros integrais são a Igreja evangélica de Confissão de Augsburgona Eslováquia, a Igreja reformada na Eslováquia, a Igreja ortodoxa da Eslováquia, aBrethren Church da Eslováquia, a Igreja evangélica Metodista do distrito eslovaco, a Igrejatchecoslovaca hussita na Eslováquia, a União batista da República Eslovaca e a Igrejavetero-católica da Eslováquia. Os observadores são as Igrejas católica e greco-católica, aIgreja apostólica da Eslováquia e a Igreja adventista do sétimo dia.

O contexto ecumênico é caracterizado por uma certa desproporção entre número de fiéispertencentes às diversas Igrejas. Os dados que serão em seguida apresentados, tomados dorecenseamento feito em 2001, dão uma idéia da distribuição dos cristãos na Eslováquia:católicos (68,9%) e greco-católicos (uniatas 4% -- total 72,9%); luteranos (6,9%);reformados (2,03%); ortodoxos (0,93%); demais denominações (menos de 0,1%). Existecerta correlação entre filiação religiosa e pertença a uma etnia. A maioria dos cristãoreformados é de origem húngara e a maior parte dos ortodoxos são imigrantes rutenos ouucranianos. A população total da Eslováquia é de 5,3 milhões de habitantes. Em talcontexto, o Conselho ecumênico representa sobretudo as “pequenas Igrejas”. Sempreconforme o recenseamento de 2001, o número de pessoas que se declara pertencente a umaconfissão religiosa na Eslováquia ultrapassa 72% (1991) e 84% (2002). Deve-se a alta, emparte, à reticência de certos grupos religiosos a declarar a própria pertença religiosa em1991 e à atividade missionária das Igrejas na Eslováquia.

As relações Igreja/Estado, na Eslováquia, são geralmente boas e recentemente sereforçaram. O Departamento eclesial do Ministério da cultura está encarregado de zelar porelas, administrando as subvenções que o Estado destina às comunidades religiosas oficiais.Este não pode, em nenhum caso, interferir nas suas atividades internas. O Ministério daCultura também gera um fundo cultural que, dentre outros objetivos, é destinado àmanutenção e ao reparo dos edifícios históricos religiosos. O Conselho Ecumênico,subvencionado pelo Estado, é um organismo importante para o diálogo e a representaçãodas Igrejas junto das autoridades. As pesquisas de opinião pública realizadas,sistematicamente situam a Igreja entre as instituições mais dignas de confiança do país.Eleições recentes reforçaram a participação no governo de partidos e de homens políticosdeclaradamente cristãos.

Em 2000, o governo eslovaco assinou um tratado internacional com o Vaticanoregulamentando as relações com a Igreja Católica. Em abril de 2002, o governo assinou umacordo com as onze Igrejas oficiais membros do Conselho Ecumênico de Igrejas Cristãs daEslováquia a fim de que lhes seja atribuído o mesmo estatuto de que goza a Igreja católica.Trata-se de um acordo de âmbito nacional que deve garantir o reconhecimento, o status e aajuda financeira às Igrejas e ao COERS. O apoio que o Estado concede às escolas religiosastambém foi reforçado. Apesar disso, o futuro financiamento do clero e do pessoal eclesialpelo Estado eslovaco continua incerto e constitui um desafio para a viabilidade financeiradas estruturas da Igreja e das suas atividades.

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Em março de 2004, a Assembléia do Conselho Mundial de Igrejas exortou os cidadãoseslovacos a apoiarem o país na candidatura à entrada na União Européia. Segundo asIgrejas, a ampliação da União Européia estabelece um desafio à integração interna depessoas e de Igrejas na Eslováquia e necessita que as Igrejas aceitem servir juntas oEvangelho no mundo de hoje. O processo de integração da Europa não deveria se limitaraos aspectos econômicos e políticos impostos pela União Européia. As Igrejas consideramque os seus objetivos deveriam ser indicados no processo de integração, tal como a buscade uma grande abertura à colaboração ecumênica e de meios que possam contribuir parareforçar essa colaboração. Paralelamente, a identidade espiritual das Igrejas e a integridadecultural da Eslováquia deveriam ser precisamente cuidadas e salvaguardadas de modo aevitar a dissolução em uma outra integração. Algumas Igrejas preocupam-se com acrescente insinuação no sistema escolar de ensino sectário bem como com atitudesneoliberais na sociedade eslovaca, tendência que pode colocar em risco o sistematradicional de valores morais.

Em 2000, o COERS lançou um programa de educação tendo em vista dar às Igrejasmembros meios para realização de serviços, principalmente no que concerne ao trabalho nocampo social, em favor de jovens e de grupos marginalizados. Entregue aos cuidados de umsecretário, esse programa oferece a oportunidade de organizar seminários de formação econferências dirigidas a pessoas especializadas no trabalho eclesial. Também foram criadas,para a coordenação e o acompanhamento do trabalho, comissões do COERS dedicadas àjuventude, às mulheres e ao diaconato. Em 2002, esse programa organizou nove semináriosde formação e uma conferência sobre a situação da mulher à luz do Novo Testamento.

Desde 1999, o COERS também dirige um centro de estudo da nova religiosidade. Esseprograma é proposto em colaboração com a Sociedade Ecumênica de estudo das seitas e éapoiado pela Conferência Episcopal Católica. Sua principal atividade é a publicação deuma revista trimestral, Rozmer (Dimensão). Em 2002, foram publicados quatro númeroscom tiragem de 2500 exemplares. O programa se ocupa também de difundir a informação.No ano passado nove conferências sobre o tema da nova religiosidade se realizaram emdiversas regiões do país. O centro também possui uma página web que no ano passado foiconsultada 12.000 vezes. Foram tratadas vinte e quatro questões recebidas por correioeletrônico. Uma centena de visitantes foram pessoalmente recebidos no centro gerenciadopor um secretário de programa e um assistente administrativo. Atualmente, o COERS buscaobter apoio para poder reforçar este programa e criar um posto de consultor/conselheirocom dedicação em templo pleno.

A partir de fevereiro de 2001, o COERS apresenta um programa semanal de informação noqual são divulgadas notícias que provém de Igrejas e de organizações ecumênicas domundo inteiro. Um programa de 10 minutos, realizado em colaboração com a rádio públicaeslovaca propõe novas agências de empresas ecumênicas tais como ENI, EPD, LWI, KNAbem como entrevistas com pessoas internacionalmente comprometidas. Uma transcriçãodesse programa é divulgada através de correio eletrônico para uma ampla rede deassinantes. O programa Mesa Redonda é um instrumento essencial para reforçar o serviçodas Igrejas da Eslováquia. Desde 1996 esse programa sustentou um grande número deprojetos apresentados pelas Igrejas membros ou pelo secretariado do COERS. Em 2002,113 projetos foram subvencionados por um montante de 210.000 euros. Os campos

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escolhidos foram a educação, a diaconia social, a missão, o trabalho na mídia e odesenvolvimento das estruturas.

Uma das principais questões que será abordada no futuro é a descentralização do sistema deajuda social, que atualmente depende e é gerido pelo Estado. As Igrejas têm consciência doalcance histórico desse desafio e estão verificando o seu potencial a fim de dar continuidadea algumas instituições cuja atividade será colocada sob a responsabilidade das estruturasdiaconais.

A obra social das igrejas deve também considerar a crescente capacidade da economiaeslovaca de oferecer ajuda humanitária. O COERS dedica-se atualmente a avaliar asituação e as condições necessárias para a criação de um organismo independente deassistência.

Entre as Igrejas da Eslováquia, um grande número de bons exemplos de atividadesecumênicas são empreendidas na base. A título de exemplo, citemos a comunidadeecumênica da cidade de Kosice, centro industrial e administrativo da Eslováquia oriental.

A maior parte das Igrejas da Eslováquia celebram a Semana de Oração pela Unidade dosCristãos. Em muitos lugares, os cristãos de diversas confissões se encontram nessa ocasião.Desde 2003, os movimentos cristãos de juventude da Eslováquia organizam encontrosecumênicos de oração, especialmente em janeiro. Um dos acontecimentos mais marcantesda Semana consiste em uma importante celebração ecumênica da qual participamrepresentantes da maioria das Igrejas que aderem ao movimento ecumênico além derepresentantes da vida civil e política. Esse serviço de oração é transmitido diretamente pelatelevisão pública eslovaca em cadeia nacional.

Nos últimos anos, as Igrejas da Eslováquia oram antes de tudo para que lhes seja concedidaa sabedoria e a força necessárias para fazer face às transformações da sociedade e umaunidade cada vez maior que lhes permita tirar partido das novas oportunidades que lhesserão oferecidas ao entrar na comunidade das nações da União Européia. Elas rezam,enfim, para que lhes seja dada a graça de ser uma riqueza para essa comunidade e discernirqual é o caminho a seguir para superar os efeitos sociais negativos desta mudança.

TEMAS ANTERIORES DA SEMANA DE ORAÇÃOPELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

Elaborados em colaboração entre a Comissão “Fé e Constituição” do Conselho Mundial deIgrejas e o Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, a partir de 1968.

1968 “Para o louvor da sua glória” (Ef 1,14)

1969 “Chamados à liberdade” (Gl 5,13) (Reunião preparatória em Roma, Itália).

1970 “Somos cooperadores de Deus” (1Cor 3,9)

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(Reunião preparatória no Mosteiro de Niederaltaich, República Federal daAlemanha).

1971 “...e a comunhão do Espírito Santo” (2 Co 13,13)(Reunião preparatória em Bari, Itália).

1972 “Dou-vos um mandamento novo” (Jo 13,34)(Reunião preparatória em Genebra, Suíça).

1973 “Senhor, ensina-nos a orar” (Lc 11,1)(Reunião preparatória na Abadia de Montserrat, Espanha).

1974 “Que todos confessem: Jesus Cristo é o Senhor” ( Fl 2,1-13)(Reunião preparatória em Genebra, Suíça)(Em abril de 1974, foi dirigida uma carta às Igrejas-membro, assim como a outrosinteressados na criação de grupos locais dispostos a participar da preparação dolivrete da Semana de Oração. Um grupo australiano foi o primeiro que se engajoue preparou, em 1975, o projeto inicial do subsídio para a Semana de Oração).

1975 “A vontade do Pai: tudo reunir sob um único chefe, Cristo” (Ef 1,3-10)(Projeto do texto elaborado por um grupo australiano. Reunião preparatória emGenebra, Suíça).

1976 “Chamados a tornar-nos aquilo que somos” (1 Jo 3,2)(Projeto do texto elaborado pela Conferência das Igrejas do Caribe. Reuniãopreparatória em Roma, Itália).

1977 “A esperança não decepciona” (Rm 5, 1-5)(Projeto do texto elaborado no Líbano, em plena guerra civil. Reunião preparatóriaem Genebra).

1978 “Já não sois estrangeiros” (Ef 2,13-22)(Projeto do texto elaborado por um grupo ecumênico de Manchester, Inglaterra).

1979 “Consagrai-vos ao serviço uns dos outros para a glória de Deus” (1 Pd 4,7-11)(Projeto do texto elaborado na Argentina. Reunião preparatória em Genebra).

1980 “Venha o teu Reino” (Mt 6,10)(Projeto do texto elaborado por um grupo ecumênico de Berlin, RepúblicaDemocrática da Alemanha. Reunião preparatória em Milão, Itália).

1981 “Um só Espírito – dons diversos – um só Corpo” (1 Co 12,3b-13)(Projeto do texto elaborado pelos Padres de Graymoor, EEUU. Reuniãopreparatória em Genebra).

1982 “Que todos encontrem em ti, Senhor, a sua morada” (Sl 84)(Projeto do texto elaborado no Quênia. Reunião preparatória em Milão, Itália).

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1983 “Jesus Cristo – vida do mundo” (1 Jo 1,1-4)(Projeto do texto elaborado por um grupo ecumênico da Islanda. Reuniãopreparatória em Céligny (Bossey), Suíça).

1984 “Chamados à unidade pela cruz de nosso Senhor” (1Co 2,2 e Cl 1,20)(Reunião preparatória em Veneza, Itália).

1985 “Da morte à vida com Cristo” (Ef 2,4.7)(Projeto do texto elaborado na Jamaica. Reunião preparatória em Grandchamp,Suíça).

1986 “Sereis minhas testemunhas” (At 1, 6.8)(Texto proposto na Iugoslávia (Slovênia). Reunião preparatória na Iugoslávia).

1987 “Unidos em Cristo, uma nova criação” ( (2Co 5, 17-6,4a)(Projeto do texto elaborado na Inglaterra. Reunião preparatória em Taizé, França).

1988 “O amor de Deus dissipa o medo” (1Jo 4,18)(Projeto do texto elaborado na Itália. Reunião preparatória em Pinerolo, Itália).

1989 “Construir a comunidade: um só corpo em Cristo” (Rm 12,5-6a)(Projeto do texto elaborado no Canadá, Reunião em Whaley Bridge, Inglaterra).

1990 “Que todos sejam um...para que o mundo creia” (Jo 17,21)(Projeto do texto elaborado na Espanha. Reunião preparatória em Madrid,Espanha).

1991 “Louvai ao Senhor, todos os povos” (Sl 117 e Rm 15,5-13)(Projeto do texto elaborado na Alemanha. Reunião preparatória em Rotenburg ander Fulda, República Federativa da Alemanha).

1992 “Estou convosco... ide pois” (Mt 28,16-20) (Projeto do texto elaborado na Bélgica. Reunião preparatória em Bruges, Bélgica).

1993 “Produzir frutos do Espírito para a unidade dos cristãos” (Gl 5,22-23)(Projeto do texto elaborado no Zaire. Reunião preparatória perto de Zurique,Suíça).

1994 “A casa de Deus: chamados a ser um só coração e uma só alma” (At 4,32)(Projeto do texto elaborado na Irlanda. Reunião preparatória em Dublin, Irlanda).

1995 “Koinonia: comunhão em Deus e de uns com os outros” (Jo 15,1-7)(Reunião preparatória em Bristol, Inglaterra).

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1996 “Eis que estou à porta e bato” (Ap 3,14-22)(Projeto do texto elaborado em Portugal. Reunião preparatória em Lisboa,Portugal).

1997 “Em nome de Cristo...deixai-vos reconciliar com Deus” (2 Co 5,20)(Projeto do texto elaborado na Escandinávia. Reunião preparatória em Estocolmo,Suécia).

1998 “O Espírito socorre a nossa fraqueza” (Rm 8,14-27)(Projeto do texto elaborado na França. Reunião preparatória em Paris, França).

1999 “Eles serão seu povo e ele será o Deus que está com eles” (Ap 21,3)(Projeto do texto elaborado na Malásia. Reunião preparatória no mosteiro de Bose,Itália).

2000 “Bendito seja Deus... que nos abençoou... em Cristo” (Ef. 1,3)(Projeto do texto elaborado pelo Conselho de Igreja do Oriente-Médio. Reuniãopreparatória no Santuário de La Verna, Itália).

2001 “Eu sou o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14,6) (Projeto do texto elaborado na Romênia. Reunião preparatória na casa de Odihna,Romênia).

2002 “Pois em ti está a fonte da vida” (Sl 36 (35), 10)(Projeto do texto elaborado pelo Conselho das Conferências EpiscopaisEuropéias - CCEE e a Conferência das Igrejas Européias – CEC. Reuniãopreparatória no Centro Ecumênico de Ottmaring, Ausburgo, República Federativada Alemanha).

2003 “Este tesouro, nós o carregamos em vasos de argila” (2 Co 4, 3-18)(Projeto do texto elaborado na Argentina. Reunião preparatória no CentroEcumênico ‘Los Rubios’, Málaga [Espanha]).

2004 “Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou” (Jo 14, 23-31)(Projeto do texto elaborado em Aleppo, Siria. Reunião preparatória em Palermo,Sicilia, Italia).

2005 “Cristo, único fundamento da Igreja” (1 Co 3,1-23)(Projeto do texto elaborado na Eslováquia. Reunião preparatória em Piestaňy,Eslováquia).

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ALGUMAS DATAS IMPORTANTES NA HISTÓRIA DAORAÇÃO PELA UNIDADE DOS CRISTÃOS

1740 Na Escócia, nascimento de um movimento pentecostal com ligações na América doNorte, cuja mensagem para a renovação da fé convida à oração com e por todas asIgrejas.

1820 O Reverendo James Haldane Stewart publica: “Conselhos para a união geral doscristãos, em vista de uma efusão do Espírito” (Hints for the outpouring of theSpirit).

1840 O Reverendo Ignatius Spencer, um convertido ao catolicismo romano, sugere uma“União de oração pela unidade”.

1867 A primeira Assembléia dos bispos anglicanos em Lambeth, na introdução àsresoluções, insiste na oração pela unidade.

1894 O Papa Leão XIII encoraja a prática de um Oitavário de Oração pela unidade nocontexto de Pentecostes.

1908 Celebração da “Oitava pela unidade da Igreja” por iniciativa do Reverendo PadrePaul Wattson.

1926 O Movimento Fé e Constituição começa a publicação de “Sugestões para umOitavário de Oração pela Unidade dos cristãos”.

1935 Na França, o Padre Paul Couturier torna-se o advogado da “Semana Universal deOração pela Unidade dos Cristãos concebida sobre a base de uma oração pelaunidade que Cristo quer e pelos meios que ele quer”.

1958 O Centro “Unidade Cristã” de Lyon (França) começa a preparar o tema para aSemana de Oração em colaboração com a Comissão “Fé e Constituição” doConselho Mundial de Igrejas.

1964 O Decreto sobre o Ecumenismo, do Concílio Vaticano II, sublinha que a oração é aalma do movimento ecumênico, e encoraja a prática da Semana de Oração. EmJerusalém, o Papa Paulo VI e o Patriarca Atenágoras I rezam juntos a oração deCristo “que todos sejam um” (Jo 17).

1966 A Comissão “Fé e Constituição” e o Secretariado para a Unidade dos Cristãos (hojeConselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos) da Igreja Católicadecidem preparar juntos o texto para a Semana de Oração de cada ano.

1966 Pela primeira vez, a “Oração pela Unidade” é celebrada com base nos textoselaborados em colaboração entre “Fé e Constituição” e o Secretariado para aunidade dos cristãos.

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1994 Texto para 1996 preparado em colaboração com a YMCA e a YWCA.

2004 Fé e Constituição (COE) e o Pontifício Conselho para a Promoção da Unidadedos Cristãos (Igreja Católica) decidem que dali em diante os textos em francêse inglês da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos serão publicados eapresentados no mesmo formato.