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Não há outro instrumento do tempo que expresse tão bem a era moderna: o cronógrafo é a variante relojoeira mais popular e, se há muito que assume o papel de brinquedo favorito do homem, as mulheres parecem sucumbir cada vez mais ao seu charme desportivo. DOSSIER CRONÓGRAFOS O universo da relojoaria mecânica tem sido invadido por uma autêntica vaga de tur- bilhões nos últimos anos e tudo indica que a próxima grande tendência seja a proliferação de prodigiosos mecanismos acústicos como as gran- des sonneries, mas não restam dúvidas de que a mais popular complicação relojoeira permane- cerá a mesma: o cronógrafo. Sobretudo porque a Jaeger-LeCoultre acaba de desvelar um revolu- cionário modelo cronográfico que promete fo- mentar uma vaga experimental no sector – afinal de contas, a concorrência espicaça o engenho e nenhuma das grandes casas relojoeiras quererá perder terreno numa área de negócio tão signi- ficativa. O cronógrafo que estabelece um corte epistemológico ao nível da activação de funções é o AMVOX-2; não necessita dos tradicionais botões laterais porque a cronometragem é accionada e travada mediante uma pressão sobre a caixa do relógio: uma obra-prima carregada de tecnologia tradicional interpretada de modo inovador e bem exemplificativa da sedução que a relojoaria exerce sobre o homem. A sua comer- cialização está prevista lá para o final do ano. Controlo temporal Uma das razões que alimentam o fascínio do homem pelo relógio é a sensação de domínio do tempo; para essa impressão são necessárias duas condições: que possa funcionar sem qualquer in- tervenção artificial (a simples operação de subs- tituição da pilha em modelos de quartzo é um desvirtuar dessa premissa) e que apresente o maior número possível de funções que reforcem a ideia de controlo temporal. O cronógrafo mecânico satisfaz esses parâ- metros e personifica a mestria do tempo. Dá a conhecer as horas e possibilita a medição de in- tervalos temporários na vida diária ou na activi- dade desportiva – ou seja, permite dominar os tempos do nosso tempo. É útil para todos e in- dispensável para muitos, mas é sobretudo um símbolo incontornável da era moderna e tem escrito os progressos do homem nos últimos dois séculos... e escrever o tempo é transcrever a his- tória do mundo. Curiosamente, cronógrafo sig- nifica isso mesmo: escrever o tempo. Confusão etimológica Apesar de o termo cronógrafo se ter instituciona- lizado e ser universalmente aceite, a designação não é uma tradução fiel da origem grega da pa- lavra... que realmente significa algo como ‘cons- pirador do tempo’. Num sentido ainda mais lite- ESPIRAL DO TEMPO > 101 Cronógrafos O dominio do tempo O cronógrafo encerra uma veia poética: numa existência em que o tempo voa, permite-nos agarrar um momento da eternidade e congelá-lo para sempre. 100 < ESPIRAL DO TEMPO Royal Oak Offshore Chrono da Audemars Piguet, Jaeger-LeCoultre Master Compressor Chronograph e o Octa Chronograph de François-Paul Journe; três estilos diferentes de concretizar o ‘desafio’ cronógrafo. 1 A inimitável alavanca de activação do Graham Chronofighter, apresentado aqui na versão oversize. 1 O novo AMVOX2 da Jaeger-LeCoultre, inaugura uma nova maneira de pensar os cronógrafos. 1 texto Miguel Seabra O Chronofighter nas palavras de Éric Loth, presidente da Graham: «A maior dificuldade técnica que encontrámos na con- cepção do Chronofighter está ligada à caixa estanque e ao seu sistema complicado de alavanca de arranque e paragem das funções cronográficas. O problema colo- cou-se principalmente relativamente às peças mais pe- quenas (alavanca, brides, coroa), mas a tecnologia exis- tente no fabrico de braceletes e fechos de báscula em aço forneceu-nos a melhor solução e empregamo-la ac- tualmente no fabrico dos modelos Chronofighter Classic e Chronofighter Oversize. A outra dificuldade teve a ver com a compreensão dos utilizadores – é que se trata de um cronógrafo para destros, mas com as funções colo- cadas à esquerda da caixa! Efectivamente, concebemos o primeiro cronógrafo de pulso da história com uma acção de comando para o polegar e não para o indica- dor (o polegar é o dedo mais rápido da mão)».

Cronógrafos - Espiral do Tempo · A sedução do tempo Apesar de ganhar crescente popularidade entre as mulheres, o cronógrafo é essencialmente visto como um relógio masculino

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Não há outro instrumento do tempo que expresse tão

bem a era moderna: o cronógrafo é a variante relojoeira

mais popular e, se há muito que assume o papel de

brinquedo favorito do homem, as mulheres parecem

sucumbir cada vez mais ao seu charme desportivo.

DOSSIER CRONÓGRAFOS

O universo da relojoaria mecânicatem sido invadido por uma autêntica vaga de tur-bilhões nos últimos anos e tudo indica que apróxima grande tendência seja a proliferação deprodigiosos mecanismos acústicos como as gran-des sonneries, mas não restam dúvidas de que amais popular complicação relojoeira permane-cerá a mesma: o cronógrafo. Sobretudo porque aJaeger-LeCoultre acaba de desvelar um revolu-cionário modelo cronográfico que promete fo-mentar uma vaga experimental no sector – afinalde contas, a concorrência espicaça o engenho enenhuma das grandes casas relojoeiras quereráperder terreno numa área de negócio tão signi-ficativa. O cronógrafo que estabelece um corteepistemológico ao nível da activação de funçõesé o AMVOX-2; não necessita dos tradicionaisbotões laterais porque a cronometragem éaccionada e travada mediante uma pressão sobrea caixa do relógio: uma obra-prima carregada detecnologia tradicional interpretada de modoinovador e bem exemplificativa da sedução quea relojoaria exerce sobre o homem. A sua comer-cialização está prevista lá para o final do ano.

Controlo temporalUma das razões que alimentam o fascínio dohomem pelo relógio é a sensação de domínio dotempo; para essa impressão são necessárias duascondições: que possa funcionar sem qualquer in-tervenção artificial (a simples operação de subs-

tituição da pilha em modelos de quartzo é umdesvirtuar dessa premissa) e que apresente omaior número possível de funções que reforcema ideia de controlo temporal.

O cronógrafo mecânico satisfaz esses parâ-metros e personifica a mestria do tempo. Dá aconhecer as horas e possibilita a medição de in-tervalos temporários na vida diária ou na activi-dade desportiva – ou seja, permite dominar ostempos do nosso tempo. É útil para todos e in-dispensável para muitos, mas é sobretudo umsímbolo incontornável da era moderna e temescrito os progressos do homem nos últimos doisséculos... e escrever o tempo é transcrever a his-tória do mundo. Curiosamente, cronógrafo sig-nifica isso mesmo: escrever o tempo.

Confusão etimológicaApesar de o termo cronógrafo se ter instituciona-lizado e ser universalmente aceite, a designaçãonão é uma tradução fiel da origem grega da pa-lavra... que realmente significa algo como ‘cons-pirador do tempo’. Num sentido ainda mais lite-

ESPIRAL DO TEMPO > 101

CronógrafosO dominio do tempo

O cronógrafo encerra uma veia poética: numa existência em que

o tempo voa, permite-nos agarrar um momento da eternidade

e congelá-lo para sempre.

100 < ESPIRAL DO TEMPO

Royal Oak Offshore Chrono da Audemars Piguet, Jaeger-LeCoultre Master Compressor Chronograph e o Octa Chronograph de François-Paul Journe; três estilos diferentes de

concretizar o ‘desafio’ cronógrafo.

1

A inimitável alavanca de activação do

Graham Chronofighter, apresentado aqui

na versão oversize.1

O novo AMVOX2 da Jaeger-LeCoultre, inaugura

uma nova maneira de pensar os cronógrafos.

1

t e x t o Mi g u e l S e a b r a

O Chronofighter nas palavras de Éric Loth,

presidente da Graham:

«A maior dificuldade técnica que encontrámos na con-

cepção do Chronofighter está ligada à caixa estanque e

ao seu sistema complicado de alavanca de arranque e

paragem das funções cronográficas. O problema colo-

cou-se principalmente relativamente às peças mais pe-

quenas (alavanca, brides, coroa), mas a tecnologia exis-

tente no fabrico de braceletes e fechos de báscula em

aço forneceu-nos a melhor solução e empregamo-la ac-

tualmente no fabrico dos modelos Chronofighter Classic

e Chronofighter Oversize. A outra dificuldade teve a ver

com a compreensão dos utilizadores – é que se trata de

um cronógrafo para destros, mas com as funções colo-

cadas à esquerda da caixa! Efectivamente, concebemos

o primeiro cronógrafo de pulso da história com uma

acção de comando para o polegar e não para o indica-

dor (o polegar é o dedo mais rápido da mão)».

a a a

CronografosCronografos

ral, a palavra composta chronograph (do gregographein, escrever, e chronos, tempo) indica amarcação do tempo com a inscrição de umamarca de tinta num mostrador ou folha de pa-pel. E tendo em conta que os relógios existemprecisamente para mostrar o tempo, a designa-ção mais correcta para cronógrafo seria chronos-cope (do grego skopein, olhar... o tempo) – ouseja, cronoscópio. No próprio Dicionário Pro-fissional Ilustrado da Relojoaria (de G.-A.Berner) é referido que «um cronoscópio mostraintervalos de tempo, ao passo que um cronógra-fo, em sentido estrito, deve registá-los».

O certo é que, depois de se abandonar o re-gisto gráfico do tempo no século XIX, o cronó-grafo evoluiu tecnicamente para cronoscópio –embora conserve a sua anterior designação, talvezmais simbólica e lírica. A confusão etimológicatambém inclui a expressão cronómetro, errada-mente utilizada na maior parte das vezes; um cro-

nómetro não é um cronógrafo: é simplesmenteum relógio (que pode ser cronógrafo ou não)cuja elevada precisão é certificada pelo ControloOficial Suíço dos Cronómetros. No entanto, overbo derivado ‘cronometrar’ indica precisamen-te o acto de medir o tempo com o recurso a umcronógrafo (que deveria chamar-se cronoscópio).

A sedução do tempoApesar de ganhar crescente popularidade entre as mulheres, o cronógrafo é essencialmente vistocomo um relógio masculino. E porque é que oshomens amam os cronógrafos? As razões para umtal fascínio vão desde a sua associação ao mundoda velocidade até à conotação aventureira – umavez que são usados e publicitados tanto por pilo-tos como astronautas. A função cronográfica tam-bém torna o relógio mais interactivo, e logo maisapelativo: o utilizador pode ‘brincar’ com ele, ac-cionando e parando o mecanismo; pode medir o

tempo do parquímetro, a cozedura de um ovo, aduração de uma viagem, a frequência da pulsação,a média de velocidade por quilómetro, a distânciade uma tempestade que se aproxima... mas, paraalém do pragmatismo funcional, há toda umavertente poética. Numa existência em que o tem-po voa, o cronógrafo permite-nos agarrar um mo-mento da eternidade e congelá-lo para sempre!

Os cronógrafos também podem ser acompa-nhados de outras complicações. Existem cronó-grafos com alarme, fusos horários suplementares,calendário triplo e fases da lua ou conjugados com calendários perpétuos ou turbilhões. A soloou acompanhado, o cronógrafo tem sido declina-do com enorme variedade; sobretudo, tem sidoenobrecido pelas marcas mais prestigiadas com acriação de modelos desportivos de grande luxo. O mais recente exemplo é o Jaeger-LeCoultreMaster Compressor World Extreme Chrono-graph, que foi eleito um dos relógios do ano!

Três séculos de históriaFoi o inglês George Graham quem inventou oprimeiro instrumento capaz de medir tempos noséculo XVIII, cerca de 1720; em 1776, o suíçoJean Moïse Pouzait patenteia um sistema com segundos mortos que permitia parar o ponteirodos segundos sem afectar a marcha dos minutos edas horas. Em 1821, o francês Nicolas-MathieuRieussec, relojoeiro do rei, concebeu um mecanis-mo que marcava espaços de tempo num papelcom a ajuda de tinta para medir os tempos deuma corrida de cavalos – melhorando um proces-so anteriormente idealizado por Frédéric-LouisFatton, um dos melhores pupilos do grandeAbraham-Louis Breguet. Mas o sistema ditoencreur era pouco prático, sendo necessário subs-tituir o mostrador e recarregar o tinteiro...

O primeiro cronoscópio com um ponteirode segundos que podia ser accionado para arran-car, parar e regressar a zero foi criado por Adolphe Nicole, relojoeiro suíço instalado emLondres que concebeu uma pequena roda emforma de coração capaz de permitir o retorno aozero do ponteiro do cronógrafo a partir de qual-quer posição. O engenhoso sistema cronográficoindependente activado à vontade do freguês foidesvelado numa exibição em Londres, no ano de

1862. A efeméride marcou o nascimento do cro-nógrafo dos tempos modernos...

Foi assim que se tornou realidade o instru-mento agora largamente divulgado sob o nomede cronógrafo, mas que deveria chamar-se cronos-cópio. O cronógrafo acompanhou a revoluçãoindustrial, ajudando a sistematizar os horários detrabalho e a controlar a produtividade; tornou-secompanheiro do patrão, do empregado, do en-genheiro, do astrónomo, do cientista, do médico,do militar, do explorador, do desportista e até aju-dou a salvar os astronautas do Apolo 13 – abran-gendo significativamente toda uma sociedade quegradualmente começou a ser avaliada ao segundo.Com o cronógrafo, o homem moderno agarrou oseu tempo, tornou-se dono da velocidade e datécnica ao longo do século XX.

Do bolso para o pulsoA Primeira Guerra Mundial popularizou os reló-gios de pulso e a firma Moeris foi a primeira aapresentar o cronógrafo de pulso – que não eramais do que a adaptação de um cronógrafo debolso. A partir de 1910, as manufacturas relojoei-ras começaram a miniaturizar os calibres crono-gráficos para melhor os acomodar às dimensõesdos modelos de pulso – que logo se tornaram

Jack Heuer recorda a demanda

do primeiro cronógrafo

automático: «A nossa produção

assentava basicamente nos

cronógrafos, por isso tornou-se

uma questão de sobrevivência».

Cerca de 1895: relógio de bolso com grande complicação, Calibre LeCoultre RMCSQ, repetição de minutos, cronógrafo

e calendário perpétuo.

1

O mecanismo El Primero da Zenith.

1

George Graham, a quem se pode atribuir a invenção dos

primeiros cronógrafos.

1

TAG Heuer Carrera Chrono: o primeiro cronógrafo automático.

1

102 < ESPIRAL DO TEMPO

Foi o inglês George Graham quem inventou o primeiro instrumento

capaz de medir tempos no século XVIII, cerca de 1720.

O Calibre 11 da TAG Heuer,

coração do Carrera Chrono.1

, ,ESPIRAL DO TEMPO > 103

a a a a a

muito cobiçados nos cenários de guerra e sobre-tudo nas áreas da aviação e do automobilismo.

Os primeiros exemplares cronográficos erammonopulsantes, accionados a partir de um únicobotão que comanda todas as operações crono-gráficas. Esse botão único – que, através de umaúnica pressão, faz regressar os ponteiros crono-gráficos dos segundos e dos minutos ao ponto departida – apresenta-se integrado na coroa, asse-gurando assim a manutenção do equilíbrio esté-tico das linhas da caixa.

Por essa razão, ainda hoje é uma soluçãoadoptada em vários modelos de prestígio, embo-ra Léon Breitling tenha inventado, em 1934, osistema com dois botões colocados ao lado dacoroa (um para comandar o início e a paragem;o outro, para recolocar a zero) que se tornariamais comum.

Da corda manual à automáticaUm cronógrafo é um relógio capaz de medir de-terminados espaços de tempo com a ajuda deponteiros suplementares; tem um calibre de baseque proporciona energia e o sistema de roda decolunas ou de cames aproveita essa potência domecanismo para activar a função cronográfica –como no sistema de transmissão de um auto-móvel. Para além da contabilização dos segun-dos, a maior parte dos cronógrafos tem mais um

ou dois totalizadores que indicam a acumulaçãodo tempo em minutos e horas; a UniversalGenève granjeou fama com as primeiras dispo-sições tricompax (três submostradores – um paraos segundos contínuos, mais dois acumuladorespara os minutos e as horas).

Os cronógrafos continuaram a ser baseadosem mecanismos de corda manual até bem de-pois de surgirem os primeiros mecanismos auto-máticos; a presença do rotor dificultava a arqui-tectura de um cronógrafo automático. Só em1969, no final de uma corrida a dois que termi-nou praticamente empatada, a Zenith apresen-tou o seu calibre El Primero face ao Chronoma-tic de um consórcio de marcas que incluía aHeuer-Leonidas, a Breitling, a Büren-Hamiltone a Dubois-Dépraz. A Segunda Guerra Mundialtinha glorificado e popularizado o cronógrafo,mas logo depois surgiram as décadas da prolifer-ação dos modelos automáticos e a clientela daaltura deixou de querer dar corda manual aosrelógios – pelo que as vendas dos cronógrafos decorda manual baixaram drasticamente, forçandoas companhias especializadas a aguçar o engenhopara dar a volta à situação.

Jack Heuer, que então dirigia a companhiafundada pelo seu ancestral Edouard Heuer em1860, recorda a demanda do primeiro cronógra-fo automático: «A nossa produção assentava ba-

Concept Watch recordista

Apresentado este ano como concept watch, o cronógrafo

Calibre 360 da TAG Heuer funciona com dois mecanis-

mos distintos, um dos quais destinado exclusivamente

às funções cronográficas e dotado de um balanço que

oscila a 360 alternâncias/hora e um indicador de reserva

de corda; pode cronometrar com uma precisão até ao

centésimo de segundo durante 100 minutos! O outro

mecanismo, de corda automática, é destinado às horas,

minutos e segundos.

Novos calibres superlativos

Na presente década, duas grandes marcas relojoeiras cri-

aram os seus primeiros mecanismos cronográficos auto-

máticos após anos a fio de pesquisa e testes: a Rolex in-

vestiu muito para apresentar o calibre Cosmograph 4130,

um movimento cronográfico de roda de colunas estreado

em 2000 pela casa genebrina, com 72 horas de reserva

de corda e uma frequência de 28.800 alternâncias por

hora. Em 2005 foi a vez da Jaeger-LeCoultre lançar o

seu próprio calibre cronográfico de roda de colunas e

embraiagem vertical, com 272 peças e 72 horas de reser-

va de corda.

A grande dificuldade do Calibre 360? É como se pedisse a um sprinter

dos 100 metros que corresse uma maratona de 42 quilómetros ou a um

maratonista que corresse os 100 metros em menos de 10 segundos!

que corresse os 100 metros em menos de 10 segundos!

É impossível de encontrar um atleta capaz de ser simul-

taneamente excelente em ambas as disciplinas! Por essa

razão, tivemos de reflectir muito na optimização de cada

uma das funções (relógio e cronógrafo); a conclusão

tornou-se evidente após alguns cálculos teóricos: seria

impossível optimizar requisitos tão diferentes numa con-

cepção de cronógrafo tradicional. Assim, criámos dois

módulos independentes – um para o cronógrafo, com um

balanço que oscila a 360 mil alternâncias por hora e

dotado de uma fonte de energia (tambor de corda) carre-

gada manualmente para uma reserva de corda de 100

minutos; outro para o relógio (horas, minutos, segundos)

com um balanço que oscila a 28.800 alternâncias/hora,

dotado de um outro tambor e alimentado por um sistema

de corda automática (rotos) para uma reserva de corda

superior a 42 horas. A ideia permitiu-nos optimizar a fun-

ção do cronógrafo. Seguidamente, o desenvolvimento de

um balanço com uma frequência de 360 mil atlernân-

cias/hora também foi um grande desafio técnico: seria 10

vezes mais rápido do que o mais rápido dos cronógrafos

existentes no mercado. O diâmetro do balanço é 30 por

cento mais pequeno do que um balanço tradicional, com

uma inércia quatro vezes mais fiável; a mola da espiral

tem uma rigidez superior devido ao facto de estar duas

vezes menos enrolada e de receber uma lubrificação

especial. Uma inércia inferior e uma mola mais forte

permitem atingir a tal frequência inigualada de 360 mil

alternâncias/hora».

O 360 por Stéphane Linder,

director de produto da TAG Heuer:

«A grande dificuldade na concepção do Calibre 360 foi a

de o tornar capaz de responder a exigências extrema-

mente contraditórias: por um lado, poder oferecer uma

precisão de um centésimo de segundo para a função cro-

nográfica; por outro, o mesmo relógio teria de ser capaz

de dar as horas com uma reserva de corda que funcio-

nasse continuamente durante mais de 10 anos. É como

se pedisse a um sprinter dos 100 metros que corresse

uma maratona de 42 quilómetros ou a uma maratonista

Um cronógrafo é um relógio

capaz de medir determinados

espaços de tempo com a ajuda

de ponteiros suplementares; tem

um calibre de base que propor-

ciona energia e o sistema de

roda de colunas ou de cames

aproveita essa potência do

mecanismo para activar a

função cronográfica.

Stephane Linder

ESPIRAL DO TEMPO > 105

Cronografos,

104 < ESPIRAL DO TEMPO

106 < ESPIRAL DO TEMPO

assentes num módulo dotado de todas as peçassuplementares relacionadas com a função crono-gráfica e que é acoplado ao mecanismo de base(horas, minutos e segundos); pode ver-se se aconstrução é modular através do posicionamen-to dos botões do cronógrafo em relação à coroa:se não estão ao mesmo nível, é porque a con-strução do mecanismo é modular – os botõesestão alinhados com o mecanismo extra domódulo, enquanto a coroa (ligada ao ajuste dotempo e à data) está alinhada com o calibre debase. Os módulos também podem ser de rodade colunas ou de cames.

No cronógrafo de roda de colunas, que equi-pa calibres cronográficos de grande prestígio, éprecisamente uma pequena roda com colunas acontrolar o arranque, a paragem, o regresso azero e o reinício do cronógrafo; os custos de pro-dução são mais caros e o mecanismo só pode sermontado por um mestre relojoeiro altamenteespecializado.

O cronógrafo de cames, presente nos cronó-grafos de preço mais acessível, foi criado para seralternativa aos calibres com roda de colunas –uma peça que requeria muito trabalho à mão e que encarecia substancialmente a produção.

Quanto ao batimento, os mecanismos cro-nográficos actualmente vigentes funcionam auma frequência que vai desde as 18.800 alter-nâncias/hora (já dá para medir até ao 1/5 de se-gundo) dos mecanismos mais antigos até às36.000 (1/10 de segundo) do El Primero, mas onovo Calibre 360 da TAG Heuer decuplica esseíndice para 360.000 alternâncias/hora (1/100 desegundo) graças a um mecanismo duplo que in-tegra duas reservas de marcha! Aguarda-se que o

Calibre 360 passe de concept watch para a pro-dução regular.

Flyback e RattrapanteHá dois tipos de cronógrafos tecnicamente maisaperfeiçoados: os que são dotados de flyback(retour en vol, retorno instantâneo) e, sobretudo,de rattrapante (o chamado cronógrafo de recu-peração). Flyback: A função flyback destinava-se a facilitaro manuseamento por parte dos pilotos de avi-ação, que com um simples carregar de botão fa-ziam regressar o ponteiro do cronógrafo ao zeroe retomar instantaneamente uma nova conta-gem. Ou seja: em vez da tradicional paragemcom o botão de cima, retorno ao zero com o bo-tão de baixo e recomeço com o botão de cima,basta carregar no botão de baixo que o ponteirodos segundos retorna ao zero e instantaneamen-te começa uma nova contagem.Rattrapante: Um cronógrafo com rattrapante éo tipo de cronógrafo mecânico mais complicadoexistente. Tem um segundo ponteiro acoplado aoponteiro do cronógrafo; esse segundo ponteiroda contagem dos segundos, após ser travado,recupera (rattrape) instantaneamente o atraso demodo a juntar-se ao outro. Graças aos dois pon-teiros independentes, o sistema permite controlara duração de duas ou mais sequências iniciadasao mesmo tempo. Ao pressionar o botão de par-tida, os ponteiros arrancam em simultâneo e podem ser separados – ao carregar num botãoespecial, um ponteiro pára para se determinarum tempo intermédio enquanto o outro prosse-gue a sua marcha. Voltando a pressionar o mes-mo botão, o ponteiro que parou recupera instan-

Para minimizar a fricção mecânica dentro do movimento quando

os ponteiros da função rattrapante são parados mas enquanto o

cronógrafo continua em funcionamento.

Engenharia alemã

A A. Lange & Söhne concebeu dois dos melhores cronó-

grafos de sempre: o Datograph (em baixo) com data pa-

norâmica e o incrível Double Split (em cima) – o primeiro

cronógrafo de pulso dotado de dois ponteiros rattra-

pante que são simultaneamente fly-back! A função rattra-

pante tem fascinado gerações de utilizadores, mas nunca

excedeu os 60 segundos; o Lange Double Split ultrapas-

sa esse limite temporal, estendendo o princípio do pon-

teiro dos segundos rattrapante (de eixo central) ao totali-

zador dos minutos (no contador situado às 3 horas e que

conta com dois ponteiros). O que significa que, pela pri-

meira vez na história, se torna possível efectuar medidas

comparativas de tempo desde 1/6 de segundo até 30 mi-

nutos num relógio clássico puramente mecânico.

sicamente nos cronógrafos, por isso tornou-seuma questão de sobrevivência. Fui até ao nossoprincipal concorrente, a Breitling, e associámo--nos a outras marcas para a concepção de umcronógrafo automático; juntos, investimos meiomilhão de francos suíços, que era uma enormesoma para a altura. Era um projecto secreto e nãosabíamos que a Zenith também estava embre-nhada numa missão semelhante.

Foi provavelmente a minha maior contribui-ção para a indústria relojoeira suíça: o mecanismocronográfico automático Chronomatic, com ummicrorrotor e coroa à esquerda para que fosse in-confundível. Curiosamente, agora temos alguns

relógios TAG Heuer com o mecanismo rival, o El Primero!».

Diferentes tiposPara além das diferenças de alimentação de ener-gia (corda manual ou automática), existe outrotipo de tipologia na categoria dos cronógrafos.Há os mecanismos cronográficos integrados: ca-libres concebidos de raiz para serem cronógrafos,com um desenho integrado – o mecanismo docronógrafo está inserido na arquitectura do cali-bre e pode funcionar à base de uma roda de co-lunas (como o El Primero) ou de cames (exemp-lo: o Valjoux). E há os cronógrafos modulares,

Cronógrafos Globetrotters

Com o sucesso do Master Banker de três fusos horários,

Franck Muller pensou em juntar o conceito a um cronó-

grafo; essa conjugação não se afigurava nada fácil devi-

do à configuração das rodagens do módulo adicional do

Master Banker, que impossibilitava o despoletar das fun-

ções cronográficas – mas Franck Muller resolveu a situa-

ção com um engenhoso sistema de ferrolho que permite

accionar o sistema de cronógrafo.

O Lange Double Split nas palavras de Anthonie

de Haas, responsável de desenvolvimento

de produto da A. Lange & Söhne:

«Um dos grandes desafios na construção do Lange

Double Split foi evitar a perda de amplitude durante a

cronometragem de um espaço de tempo. Para minimizar

a fricção mecânica dentro do movimento quando os pon-

teiros da função rattrapante são parados mas enquanto

o cronógrafo continua em funcionamento, desenvolve-

mos um novo mecanismo de desengrenar. Na solução

técnica que adoptámos, as perdas devido à fricção e as

flutuações da tensão da mola foram eliminadas porque

as rodas de desengajamento na roda central do ponteiro

rattrapante dos segundos e na roda do ponteiro rattra-

pante dos minutos separam as duas alavancas da função

rattrapante dos cames em forma de coração que perma-

necem em andamento. Essa solução tem uma influência

extremamente benéfica para a precisão do mecanismo».

Ponteiro fulminante

O Graham Foudroyante apresenta um totalizador de

segundos cujo ponteiro efectua uma rotação completa

de 360 graus em 1/8 de segundo; a função é apelidada

de foudroyante (fulminante) devido à extrema rapidez

desse ponteiro. O ponteiro fulminante e os outros pon-

teiros do relógio são separadamente alimentados por

dois tambores de corda distintos (o primeiro para dar

corda ao mecanismo e o segundo em paralelo para car-

regar o ponteiro fulminante) e duas rodas de colunas

gémeas, mas partilham a mesma rodagem – fazendo

com que todas as funções estejam completamente sin-

cronizadas.

Anthonie de Haas

ESPIRAL DO TEMPO > 107

Cronografos,

108 < ESPIRAL DO TEMPO ESPIRAL DO TEMPO > 109

taneamente a sua posição colada ao outro pon-teiro, prosseguindo ambos a contagem até seremimobilizados e remetidos a zero.

Outra possibilidade de uso consiste em, apósse ter parado um primeiro ponteiro e medidouma primeira contagem, travar o segundo pon-teiro e então calcular a diferença de tempo entreambos.

Escalas e medidasÉ comum surgirem diferentes escalas nos mos-tradores ou nas lunetas de cronógrafos, mas tam-bém é frequente o desconhecimento sobre o quesignificam e como utilizá-las. Antigamente, ha-via cronógrafos com todo o tipo de escalas e ré-

guas que proporcionavam diversos cálculos e atépermitiam medir os períodos do telefone.

• A mais popular e frequente é a escala taquimé-trica, que permite medir a velocidade de um veí-culo cronometrando o tempo necessário para sepercorrer um quilómetro; acciona-se o cronógra-fo e, um quilómetro depois, o ponteiro cronográ-fico dos segundos indica a média da velocidadedesse quilómetro na escala taquimétrica circulargravada na luneta da caixa, localizada no perí-metro do mostrador ou em espiral no centro.

• A escala telemétrica permite medir uma distân-cia em quilómetros com base na velocidade do

som; exemplo: início da cronometragem quan-do se avista um relâmpago e paragem da crono-metragem quando se ouve o trovão; o ponteirodo cronógrafo indica, na escala telemétrica, adistância que separa o observador do local ondeocorreu o fenómeno.

• A escala pulsimétrica permite um rápido calcu-lar da pulsação de uma pessoa e era muito utili-zada em relógios de médicos. As maiores estãocalibradas de 15 a 30 pulsações. Quando se ini-cia a contagem do cronógrafo à primeira pulsa-ção, pára-se o cronógrafo à 15.ª ou 30.ª pulsaçãoe a indicação do ponteiro dos segundos calcularáa frequência cardíaca do paciente num minuto.

Portentoso indicador

A função Indicator que dá nome ao poderoso cronógrafo

da Porsche Design está patente nas duas janelas aber-

tas no mostrador às 3 horas, com dois discos rotativos

a permitirem a apresentação das horas e dos minutos

decorridos; atingido o máximo de 9 horas e 59 minutos,

surge um aviso. A contagem dos segundos é efectuada

através do tradicional ponteiro analógico ao centro.

Localizado às 6 horas, o complexo indicador de reserva

de marcha verde e vermelho revela o nível da corda acu-

mulada nos quatro tambores. O pequeno mostrador dos

segundos contínuos surge às 9 horas.

É comum surgirem diferentes escalas nos mostradores ou nas

lunetas de cronógrafos, mas também é frequente o desconhecimento

sobre o que significam e como utilizá-las.

quatro longos anos, mas para se ter uma ideia da tec-

nologia que o Indicator contém, basta-me afirmar que o

mecanismo que alimenta e recoloca a zero os três discos

da contagem cronográfica apresenta uma complexidade

equivalente à de três sonneries! E os discos representam

apenas 50 por cento da complicação do Indicator.

A técnica do Indicator representa uma das escassas

áreas da relojoaria mecânica que não foi inventada há

séculos, sinto que se trata de um relógio que permane-

cerá único em todos os aspectos. A patente não só cobre

as soluções técnicas, mas sobretudo a disposição da

contagem cronográfica através de discos digitais. Ou

seja, o que está protegido legalmente é a disposição

visual, independentemente das soluções técnicas uti-

lizadas por baixo do mostrador.

Claro que também patenteámos muitas das soluções

técnicas peculiares do mecanismo, mas esse tipo de

soluções podem sempre ser contornadas. Por todas as

razões, será extremamente difícil alguém conseguir fazer

algo de similar ao Indicator sem violar a minha patente.

Tendo isso em conta, sinto-me inclinado a afirmar que

não há maneira de o Indicator perder a sua hegemonia

num futuro próximo!

Como referi, não na mesma categoria do Indicator. Have-

rá certamente novas ideias sobre as funções cronográfi-

cas para relógios mecânicos – na minha opinião, trata-

-se mesmo de uma das áreas mais negligenciadas na

história da relojoaria mecânica! A TAG Heuer lançou-se

em prometedores projectos, mas ultimamente não tenho

ouvido falar da viabilidade ou produção das compli-

cações anunciadas.

Como curiosidade posso referir que foram necessários

quatro anos e um investimento superior a quatro milhões

de francos suíços para desenvolver o Indicator».

Ernst Seyr, director executivo da Porshe Design,

explica os segredos do Indicator:

«Quando nos lançámos no projecto, a principal dificul-

dade surgiu quando nos deparámos com a impossibili-

dade de um mecanismo normal conseguir alimentar os

três discos da contagem cronográfica – e como o Indi-

cator representa uma complicação mecânica totalmente

original, não pudemos inspirar-nos na história da relo-

joaria para resolver o problema. Então iniciámos exper-

iências com o recurso a uma fonte adicional de energia,

mas não tivemos êxito e acabámos por seguir a solução

dos três tambores de corda adicionais – ou seja, quatro

no total. Essa via tornou-se obrigatória devido à recolo-

cação dos indicadores a zero. É impossível descrever em

poucas palavras todas as ideias e soluções ou recordar

os avanços e recuos durante um processo que demorou

Sinto-me inclinado a afirmar que não há maneira de o Indicator

perder a sua hegemonia num futuro próximo.

Ernst Seyr

Cronografos,Cronografos,

ESPIRAL DO TEMPO > 111110 < ESPIRAL DO TEMPO

Sistemas originaisDevido à sua grande popularidade, praticamentetodas as marcas relojoeiras apresentam modeloscronográficos nas respectivas colecções e ultima-mente tem havido a crescente preocupação deconceber cronógrafos com sistemas originais deleitura. Tradicionalmente, o cronógrafo mecânicoapresenta uma disposição horizontal (com doissubmostradores paralelos ou um terceiro totaliza-dor logo abaixo, como sucede nos calibres El Pri-mero, Lemania, Frederic Piguet e nos modulares)ou vertical (dois submostradores ou um terceirodo lado de esquerdo, como no calibre Valjoux).

Mas o experimentalismo dos fabricantes temproporcionado variantes bem curiosas – desde adisposição digital do tremendo Porsche Indicatoraos acumuladores descentrados da GlashütteOriginal, passando por totalizadores retrógrados e por ponteiros foudroyantes, sem esquecer as va-riantes aperfeiçoadas com flyback e rattrapante.

Claro que o advento dos mecanismos crono-gráficos de quartzo proporcionou diferentes so-luções (sendo as variantes ‘anadigi’ as mais inte-ressantes) e até conjugações híbridas com cali-bres mecânicos, como sucede no Monaco SixtyNine da TAG Heuer (dois relógios num só) ouno sistema meca-quartzo da Jaeger-LeCoultre(mecanismo base de quartzo e módulo crono-gráfico mecânico). Mas só alguns modelos dequartzo apresentam pedigree para poderem serconsiderados juntamente com os cronógrafosmecânicos tradicionais.

Seja como for, a oferta é grande – não só paratodos os gostos, mas também para todo o tipode situações! ET

O conceito do PanoRetroGraph por Christian

Schmiedchen, master movement designer,

projectos especiais Glashütte Original:

«Embora as origens sejam as de um cronógrafo clássico,

desde o início, a ideia era a de criar algo inédito. Para

nós, era dado assente que teria que incluir data panorâ-

mica, mas queríamos ir mais além. Ocorreu-nos “e se o

cronógrafo andasse para trás?”, era algo que ainda nin-

guém tinha feito, um relógio mecânico com os dois movi-

mentos. Depois houve a inclusão curiosa da contagem

decrescente, e considero curiosa porque termina com um

toque sonoro. Na Glashütte, nunca antes tinha sido cria-

do um repeater. Na altura, lembro-me que li algo sobre a

manufactura gong rods e, rapidamente, percebi que o

leitor era levado a nunca conseguir fazer um. Quando ter-

minámos o nosso gong signal, levei-o pessoalmente a

um mestre especialista em gong rods que ao primeiro

som, recordo-me que terá dito “Soa Bem!”. O PanoRetro-

Graph foi criado peça a peça, e já existe o registo de

seis patentes».

A ideia era a de criar algo inédito. Para nós, era dado assente que

teria que incluir data panorâmica, mas queríamos ir mais além.

Ocorreu-nos «e se o cronógrafo andasse para trás?»

Christian Schmiedchen

Ultimamente tem havido a

crescente preocupação de

conceber cronógrafos com

sistemas originais de leitura.

O revolucionário sistema de activação do AMVOX-2 comentado por Jean Claude Meylan, da direcção de

produção da Jaeger-LeCoultre:

«O sistema de cronógrafo do modelo AMVOX-2 Chronograph Concept de activação vertical, patenteado pela Jaeger-

LeCoultre, é de um ineditismo absoluto no mundo da relojoaria. Não é um capricho; é sobretudo um prodígio sem

precedentes que garante uma facilidade e simplicidade de utilização geniais graças a um gesto simples e instintivo.

Quanto às dificuldades técnicas, foram numerosas: a concepção de uma estrutura revolucionária para a caixa do reló-

gio, a montagem com uma transmissão óptima da energia, garantir a necessária estanquicidade... é uma peça ino-

vadora que também apresenta uma grande sofisticação decorrente de aturadas análises estéticas. Efectivamente, na

Jaeger-LeCoultre temos paixão pelo detalhe e desejamos manter a identidade da linha Aston Martin, não apenas esta-

belecer uma revolução técnica».

Excentricidades de Glashütte

A Glashütte Original concebeu duas especialidades crono-

gráficas. O PanoMaticChrono remete as horas e os minu-

tos para um submostrador na metade inferior, enquanto

o ponteiro dos segundos do cronógrafo surge em grande

destaque na metade superior – assente num círculo dis-

posto num plano elevado relativamente à base do mos-

trador. O PanoRetroGraph é o único cronógrafo mecânico

existente com contagem decrescente e toque sonoro –

countdown de 30 minutos numa escala tripla com pon-

teiro retráctil e som de aviso! Está dotado de um meca-

nismo de corda manual de 450 peças com data pano-

râmica no mostrador e função flyback.

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