Cuidado Manutenção Estufas

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  • 7/26/2019 Cuidado Manuteno Estufas

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    RECOMENDAO TCNICA

    Nmero 11/98

    ISSN 1413-9553agosto, 1998

    Ministrio da Agricultura e do Abastecimento

    Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria

    Centro Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento de Instrumentao Agropecuria

    Rua XV de Novembro, 1452 - Caixa Postal 741 - CEP 13560-970 - So Carlos - SP

    Telefone: (016) 274 2477 - Fax: (016) 272 5958

    CUIDADOS NA MANUTENO EM ESTUFAS

    Luiz F. de Matteo Ferraz

    Ladislau Marcelino Rabello

  • 7/26/2019 Cuidado Manuteno Estufas

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    CUIDADOS NA MANUTENO DE ESTUFAS

    Luiz F. de Matto Ferraz1

    Ladislau Marcelino Rabello1

    As estufas so equipamentos que aquecem umcompartimento a uma temperatura programada (set-point). Para

    que a temperatura permanea constante no decorrer do perodo

    de utilizao, necessrio um controlador de temperatura.

    A sua construo feita de maneira a proporcionar

    uma baixa troca de calor do seu interior para o ambiente externo,

    atravs do revestimento de suas paredes com l de vidro.

    O controle da temperatura feito com o uso de um

    termostato, que resume-se no conceito de chave liga e desliga

    atravs de contatos eltricos ligados capas bimetlicas,

    conforme ilustra a figura 1.

    Figura 1 - Diagrama esquemtico do controle de temperatura para

    estufa do tipo termostato, utilizando sensor bimetlico.

    1Embrapa Instrumentao Agropecuria, Caixa Postal 741, CEP 13560-970,

    So Carlos SP.

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    O princpio de funcionamento deste dispositivo,

    baseia-se na dilatao ou compresso de uma haste metlica

    constituda de dois metais de constantes de dilatao diferentes.

    A taxa de dilatao e ou compresso dos materiais dependem do

    coeficiente de dilatao de cada um. Atravs da dilatao

    diferenciada que sofrem os metais, em funo da variao da

    temperatura, as chapas iro trabalhar de maneira a abrir ou fechar

    o contato eltrico, fazendo com que ora alimente a resistncia de

    aquecimento e ora no.

    Este sistema requer um perodo de tempo muito

    longo para se estabilizar prximo temperatura que foi

    programado em seu "set-point". Isto ocorre devido inrcia

    trmica da estufa e devido resposta do termostato ser muito

    lenta. A Figura 1 ilustra o processo de estabilizao da

    temperatura de uma estufa em funo do tempo.

    Figura 2 - Processo de estabilizao da temperatura de uma estufa

    que utiliza controlador tipo termostato, em torno de seu "set-

    point"(SP).

    Controles eletrnicos de temperatura so mais

    precisos, mas ao mesmo tempo necessitam alguns nveis de

    ajustes para que se possa chegar a um valor timo de

    estabilizao. O princpio de controle, baseia-se em algoritmosmatemticos conhecido como P.I.D. (Proporcional - integral -

    diferencial). O circuito eletrnico construdo de maneira que

    corresponda a este sistema de clculos, para que o valor lido pelo

    sensor possa ser mais estvel do que o mostrado na figura 2 e

    equiparar-se com o valor desejado em um curto perodo de

    tempo, como mostrado na figura 3

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    Figura 3 - Resposta da temperatura, em estufas utilizando controletipo PID, em funo do seu "set-point".

    Para este tipo de controle, tem-se a necessidade de

    equipar a estufa com circuitos eletrnicos adicionais, para a

    implementao do algoritmo P.I.D.

    Outro sistema muito usado para o ajuste da

    temperatura em estufas o que utiliza um sistema de

    chaveamento atravs de uma coluna de mercrio, seguindo o

    mesmo sistema do termmetro caseiro, faz o chaveamento da

    resistncia de aquecimento atravs contatos eltricos que so

    fechados em contato com o mercrio.As estufas conhecidas so basicamente de

    esterilizao e secagem, cultura bacteriolgica e incluso, e a

    vcuo. Todas estas citadas possuem vrios modelos atravs de

    seus diversos fabricantes.

    O princpio de aquecimento similar entre todas

    elas, atravs da utilizao de uma resistncia eltrica de baixo

    valor e alta potncia, construda com fios de nquel-cromo

    superpostos em materiais refratrios.

    Limpeza e Calibrao

    Para um bom funcionamento, as estufas devem

    estar constantemente sendo observadas e limpas. Isto porque

    com o passar do tempo, os materiais que so colocados no

    interior do equipamento, deixam detritos que fazem com que a

    difuso de calor pelo seu interior seja prejudicado, no havendo

    portanto, um controle timo do valor da temperatura desejada.

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    Algumas estufas que trabalham com produtos qumicos podem

    com o tempo apresentar corroso em todo o seu interior,

    prejudicando a isolao trmica com o ambiente.

    A limpeza deve ser um procedimento rotineiro, com

    o uso de esponjas, pano seco, gua e detergente neutro e devem

    ser limpos tanto o interior bem como o exterior do equipamento.

    Deve-se tambm verificar sempre que possvel a condio das

    borrachas que fazem a vedao entre a porta e o seu interior.

    Calibrao

    Para cada tipo de controle de temperatura existe

    um procedimento de calibrao. A grande maioria das estufas

    usam o princpio do termostato bimetlico para o controle de sua

    temperatura, conforme ilustra a Figura 4

    Figura 4 - Vista explodida de um termostato bimetlico

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    Os procedimentos necessrios para calibrao de

    termostato bimetlico so:

    1)observar se as chapas bimetlicas (no4), vistas na

    figura 4, esto danificadas. Caso estejam, devero ser

    trocadas pr novas chapas.

    2)

    Retire o da estufa e com uma chave fixa, ajustar o

    parafuso (no2), visto na figura 4, para que o contato

    eltrico se abra at uma distncia de aproximadamente

    1 mm.

    Estufas que utilizam termostato a base de chapas

    bimetlicas como sensor e controlador de temperatura,

    geralmente possuem indicao de temperaturas muito rudimentar,

    ou seja, possuem indicaes que devem ser associadas a

    temperaturas medidas no interior da estufa. Estas indicaes de

    temperatura, que podem variar desde pequenos traos at

    algarismos romanos, devem ser relacionadas, em uma tabela,

    com as temperaturas lidas com um termmetro no interior da

    estufa, aps o tempo de estabilizao da temperatura interna.

    Para estufas que possuem controle eletrnico do

    tipo P.I.D., sua calibrao ir depender basicamente do grau de

    complexidade do sistema, sendo necessrio um grau de

    conhecimento maior em eletrnica e alguns materiais adicionais,

    tais como: esquemas eletrnicos completos, osciloscpio,

    multmetro e ferramentas necessrias calibrao.

    Alguns controles do tipo P.I.D., podem ser

    microprocessados, envolvendo ento estruturas de "hardware" e

    "software", impondo dificuldades quanto aos procedimentos de

    manuteno e calibrao.

    O controle analgico P.I.D. proporciona uma

    metodologia padro para a calibrao. Isolando-se o circuito

    proporcional dos outros blocos (diferencial e integral), faz-se o

    ajuste das suas referncias. Em seguida isola-se o bloco

    proporcional e integral, regulando-se apenas o diferencial, e assim

    por diante, obtendo-se o controle timo do sistema.

    Algumas estufas usam apenas o controle

    proporcional, simplificando sobremaneira o seu ajuste eletrnico.

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    Sabendo-se que h vrios tipos de controle de

    temperatura, h tambm tipos de sensores de temperatura com

    caractersticas diferentes. Os sensores mais comuns so: PT-100

    (Resistncia de platina); termopar (Cromel-Alumel; Cromel-

    Constantan entre outras) e termistor (materiais semicondutores).

    Cada um destes requer um sistema diferente no

    tratamento do seu sinal. E com isto h a necessidade de possuir o

    esquema eletrnico e os valores de tenses de referncias para a

    correta calibrao. Abaixo temos uma tabela dos diversos

    sensores de temperatura, com suas vantagens e desvantagens:

    a)Termopar

    Vantagens

    - auto gerador

    - simples

    - rgido

    - barato

    - bastante variedade

    - longa faixa de temperatura

    Desvantagens

    - no linear

    - baixa tenso

    - requer referncia

    - menor sensibilidade

    - menor estabilidade

    b) RDT , PT100:

    Vantagens

    - mais estvel

    - mais sensvel

    - mais linear que o termopar

    Desvantagens

    - caro (preo elevado)

    - requer fonte de corrente

    - pequeno R

    - baixa resistncia absoluta

    - auto aquecimento

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    c) Termistor:

    Vantagens

    - alto nvel de sada

    - rpido

    - medida em ohms dois fios

    Desvantagens

    - no linear

    - faixa de temperatura limitada

    - frgil

    - requer fonte de corrente

    - auto-aquecimento

    d) Sensor baseado em Circuito Integrado:

    Vantagens

    - mais linear

    - alto nvel de sada

    - barato

    Desvantagens

    - T < 200C

    - necessita fonte de potncia

    - lento

    - auto-aquecimento

    - configurao limitada

    Limpeza

    Para que a cmara trabalhe normalmente,

    necessrio cuidados bsicos para com a sua limpeza.

    No caso da parte exterior, deve-se uma vez porsemana, limpar com soluo fraca de gua morna e sabo neutro,

    empregando-se esponja ou pano macio.

    Para o seu interior, deve-se preparar uma soluocomposta de uma colher de sopa de sdio (5g), para cada litro

    d'gua. Para limpezas interiores difceis deve-se usar inicialmente,

    a mesma soluo utilizada para a parte externa.