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CUMULAÇÃO DE DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL Patricia Porto Doutoranda em Políticas Públicas, Estratégia e Desenvolvimento - PPED/IE-UFRJ Mestre em Propriedade Intelectual e Inovação [email protected]

CUMULAÇÃO DE DIREITOS DE PROPRIEDADE … · passar do tempo, essa empresa investiu na imagem do personagem como símbolo da Disney e a imagem do ... Cass. Com. 21 oct. 1997: PIBD,

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CUMULAÇÃO DE DIREITOS DE PROPRIEDADE INTELECTUAL

Patricia Porto Doutoranda em Políticas Públicas, Estratégia e

Desenvolvimento - PPED/IE-UFRJ Mestre em Propriedade Intelectual e Inovação

[email protected]

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}  Sobre um mesmo bem material podem coexistir vários bens incorpóreos. Cada bem imaterial coexistente em um mesmo suporte pode ser tutelado por um direito de propriedade intelectual que, de acordo com a finalidade daquela proteção, gera um modelo específico de tutela exclusiva.

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MARCA MiSTA

MODELO DE UTILIDADE

PATENTE DE INVENÇÃO

DESENHO INDUSTRIAL

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}  Cumulação de direitos de propriedade intelectual é a sobreposição ou a colisão de dois ou mais direitos de propriedade intelectual sobre um mesmo bem material. (Derclaye & Leistner 2011,p. 3; Tomkowicz,2011, p. 5-7)

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}  Colisão de Direitos de Propriedade Intelectual - CDPI

}  É o choque de dois direitos que incidem em diferentes bens imateriais existentes em um mesmo bem material.

�  Teremos uma CDPI, por exemplo, quando os efeitos da proteção da marca que identifica este

medicamento, afeta de alguma forma o regime de proteção da patente do seu composto. �  Uma das possibilidades de disfunção dessa CDPI é o cercemento da plena atuação do modelo

patentário em prejuízo do sistema de PI e suas finalidades e do interesse público nacional.

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}  Sobreposição de direitos de propriedade intelectual - SDPI:

}  É a sobreposição de dois ou mais direitos de propriedade intelectual sobre um mesmo bem imaterial.

  }  Um mesmo bem imaterial existente sobre um

bem material exerce duas ou mais funções distintas. Ou seja, a natureza intrínseca de um bem imaterial se divide em duas ou mais funções e este passa a se enquadrar em duas ou mais categorias protegidas por DPI

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Exemplo: MICKEY MOUSE Um desenho (criação intelectual) originalmente criado para ser uma obra de desenho tutelado pelo direito autoral e que passa a exercer também a função de uma marca, sem deixar de ser uma obra artística, quando funcionar como tal. O Mickey Mouse sempre foi conhecido por ser o personagem de um desenho dos Estúdios Disney, com o passar do tempo, essa empresa investiu na imagem do personagem como símbolo da Disney e a imagem do ratinho simpático passou à identificar o conglomerado Disney, tornando-se marca dessa empresa.

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Exemplo: MICKEY MOUSE • Um desenho (criação intelectual) originalmente criado para ser uma obra de desenho tutelado pelo direito autoral e que passa a exercer também a função de uma marca, sem deixar de ser uma obra artística, quando funcionar como tal. • O Mickey Mouse sempre foi conhecido por ser o personagem de um desenho dos Estúdios Disney, com o passar do tempo, essa empresa investiu na imagem do personagem como símbolo da Disney e a imagem do ratinho simpático passou à identificar o conglomerado Disney, tornando-se marca dessa empresa.

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}  A colisão não é um fenômeno novo, desde a criação do sistema de PI esta

situação de manifesta. Entretanto, atualmente as consequências para o

sistema e para a sociedade se agravaram com o aumento da relevância

financeira dos direitos de propriedade intelectual.

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Natureza dos Bens intelectuais Bens Públicos; Não rivais, não excludentes e cumulativos.

Consequências para o mercado: retornos crescentes de escala* + informação, e

externalidades* = Altos custos de transação = Falha de mercado = Ele se distancia do seu

ideal competitivo.

O mercado não consegue resolver sozinho essas falhas.

Do direito vem ao seu socorro: “ A função do direito é a de facilitar o funcionamento de

mercados livres e, em áreas nas quais os custos das transações são proibitivos, “imitar o

mercado” decretando o resultado que se esperaria que o mercado produzisse se as

transações mercadológicas fossem factíveis.) Posner & Arnold (2009,p.122)

•  *“ao aumentarmos a escala de produção, a quantidade de bem ou serviço que é obitida aumenta em escala maior (Fiani , 2013,

pos. 1078).” •  * A externalidade é negativa quando as ações de um individuo ou empresa geram custos para terceiros sem que o agente que

gerou os custos seja cobrado por isso. A externalidade é positiva quando um agente gera benefícios para terceiros sem que estes paguem pelis benefícios. Fiani , 2013, pos. 1078

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}  O sistema de propriedade intelectual: }  Sistema que adota o sistema de exclusão temporária artificial do bem intelectual

por meio de direitos de direitos de propriedade. }  Os objetivos de longo prazo, após o fim da exclusiva do bem e com este em

domínio público, são: }  Os livres uso e gozo desses bens pela sociedade, estimulando o seu

desenvolvimento econômico, científico, cultural, artístico e tecnológico; }  a livre e leal concorrência (Derclaye & Leistner, 2011, p 307).

}  Objetivos a curto prazo: Medidas para alcançar esse objetivo final - : }  Agregar valor econômico ao bem intelectual tornando-o escasso por meio da

exclusão deste da concorrência. }  a garantia da devida recompensa pelos investimentos efetuados pelos autores ou

titulares desses bens, para que se permita a continuidade do fluxo criativo e da transação econômica mais eficiente desses bens no mercado

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}  Especificidade da Proteção: }  Cada direito de propriedade intelectual terá a

proteção adequada a seu desenho constitucional e ao equilíbrio ponderado dos interesses aplicáveis, respeitado a regra de que só se pode apropriar o que não está no domínio comum”. Verificamos, portanto, que é tarefa difícil, e, em alguns casos, impossível, tratá-los e regulá-los, protegê-los, incentivá-los de forma homogênea. (Barbosa, 2010, v. 1, p. 310-311)

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}  Algumas Razões: $$$$$ •  Criação de novos institutos de propriedade intelectual }  Iniciais: Patentes, DA, Marcas, DI. }  Posteriores: Software, nome de domínio, cultivares, topografia

•  Expansão das funções, limites e escopo de proteção dos direitos que já existiam.

•  As legislações que regulam a matéria se tornaram complexas, dando brecha à interpretações errôneas.

•  Mal uso de institutos como o da concorrência desleal.

•  Maior ganho patrimonial para o titular. A maior possibilidade de vantagens para os titulares de direitos de propriedade intelectual como consequência das razões acima. Com seus direitos melhor regulados e protegidos, esses titulares monopolizam mercados, obtendo um retorno financeiro maior com a venda de seus bens

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Entendendo O Problema: Quando a eficiência de um regime é frustrada ou limitada por outro regime, percebemos que não temos somente questões jurídicas envolvidas, mas questões de eficiência econômica deste regime, questões de políticas públicas já formuladas contando com o pleno funcionamento deste regime dentre outros fatores envolvidos.

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}  As cumulações de DPI, quando não limitadas ou compatibilizadas com as regras e as finalidades do sistema propriedade intelectual e com o interesse público têm o potencial afetar os direitos dos sujeitos envolvidos diretamente no conflito, atinge direitos e interesses fundamentais de terceiros, inclusive, enquanto coletividade, relacionados ao uso e ao acesso do bem intelectual protegido.

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}  (a) a mitigação e limitação do domínio público; }  (b) a extensão indevida de diretos exclusivos

sobre bens em detrimento dos interesses sociais; do direito à livre concorrência e da exaustão de direitos de propriedade intelectual;

}  (c) o desestímulo na criação de mais ativos intelectuais devido ao alto custo para a obtenção de direitos que já deveriam estar em domínio público, entre outros.

}  (d) acabar com a efetividade das políticas públicas na área.

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A Sobreposição na doutrina e jurisprudência Exemplos: • DI e DA: • A França admite e defende a sobreposição de direitos de propriedade industrial com o direito autoral. Através da teoria da unidade da arte, a doutrina francesa recusa qualquer discriminação entre as obras de arte puras e as criações da arte industrial e protege a arte aplicada na indústria tanto pelo regime do direito autoral, quanto pelo regime do desenho industrial, das marcas ou das patentes. Desde que se comprove que a arte aplicada possui os requisitos para ser protegida pelos dois institutos em questão e que essas características não podem ser dissociadas quando da utilização daquele bem material. Tafforeau, Lucas & Lucas, Claude Colombet, dentre outros Cass. Com. 22 janv. 1973: 1973 p. 217, note XL; Cass. Com. 21 oct. 1997: PIBD, 1998, III, p. 21. apud O CPI Francês, L.112-2,10, dispõe sobre essa possibilidade. LUCCAS & LUCCAS. Traité de la Propriété Littéraire et Artistique. Paris : Litec, 2007, p. 107. POUILLET, Eugene, Traité des dessins et modeles, nº 64 ...

• Já no Brasil encontramos limitações a esta dupla proteção (art. 98 LPI Não se considera desenho industrial

qualquer obra de caráter puramente artístico. E art. 8, VII, LDA (VII - Não são objeto de proteção como direitos autorais de que trata esta Lei: o aproveitamento industrial ou comercial das idéias contidas nas obras).

• Na Inglaterra, a proteção de desenhos industriais pelo direito autoral tem sido limitada legalmente. A doutrina Inglesa considera a proteção por direito autoral muito longa e muito forte para proteger produtos destinados inicialmente à proteção do direito de desenho industrial. O artigo 52 do 1988 Act, determina que o tempo de proteção para obras de arte aplicadas em desenhos industriais é de 25 anos, se a produção desses desenhos for acima de 50 exemplares. • . BENTLY & SHERMAN. Intellectual Property Law. London: Oxford, 2004, p. 663 e 665.

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}  VOTOS VENCIDOS }  “... Saliento, outrossim, que as questões debatidas na presente demanda transcendem os interesses meramente individuais, uma vez que

estamos tratando de bem imprescindível para própria existência humana, o ALIMENTO, cuja necessidade é urgente e permanente. (grifo nosso)

}  ... }  ... imprescindível a análise histórica das duas legislações ora em comento (Lei de Proteção de Cultivares nº 9.456/97 e Lei de

Propriedade Industrial nº 9.279/96), especialmente sobre a possibilidade ou não da dupla proteção, passando pela UPOV de 1978 (opção brasileira), o modelo TRIPS, bem como pela possibilidade de duplicidade (ou triplicidade) de cobrança pelas requeridas consistentes em cobrar royalties, taxa tecnológica ou indenização por ocasião do licenciamento da tecnologia Roundup Ready (RR) para que terceiros desenvolvam cultivares de soja com a tecnologia, no fornecimento das sementes geneticamente modificadas (tecnologia RR) e, após ao plantio, cultivo e colheita, nos royalties (2%) sobre o total da produção; e, por fim, a análise individualizada das patentes trazidas pelas requeridas (fls. 605/1002), inclusive sobre a eventual inconstitucionalidade ou não dos arts. 230 231 da Lei de Patentes (denominadas patentes pipeline) por força da ADIN Nº 4234-3/600. (grifo nosso)

}  ... }  O Brasil, mesmo pinçando aspectos das duas Atas (78 e 91), optou pela revisão de 1978 que proíbe explicitamente a dupla proteção dos

direitos de exclusiva. No entanto, existem possibilidades de proteção por patentes de invenção em aberto no quadro jurídico da Lei de 9.279/96, por força do artigo 18, inciso III, para organismos geneticamente modificados. COMARCA DE PORTO ALEGRE – 15ª VARA CÍVEL – 1º JUIZADO / Processo nº 001/1.09.0106915-2 /Autores: Sindicato Rural de Passo Fundo-RS e outros /Réus: Monsanto do Brasil Ltda. e Monsanto Techonology LLC /Natureza: Ação Coletiva /Data da Sentença: 04.04.2012 /Juiz Prolator: GIOVANNI CONTI”

}  (Grifo nossos.). }  ...  }  “Ressalte-se, portanto, que o legislador optou por consagrar o “privilégio do agricultor”, o direito do pequeno agricultor de reservar e

plantar semente para uso próprio, assim como usar ou vender como alimento ou matéria-prima o produto obtido do seu plantio, bem como o direito de multiplicar sementes, para doação ou troca.

}  Também restou adotado um sistema com critérios específicos para a proteção das variedades vegetais, restando vedada a possibilidade de dupla proteção das novas variedades vegetais, isto é, a incidência de dois diplomas distintos sobre o mesmo fato analisado, o que se vislumbra essencial ao deslinde da controvérsia posta em exame.

}  (,,,). }  Nessa seara, a propriedade industrial tem proteção constitucional, visando estimular o progresso técnico e científico, considerando o

interesse social e econômico do país. }  (...) }  Não obstante, a Carta maior também consagra que a propriedade atenderá a sua função social, bem como protege expressamente o

pequeno agricultor, consoante o disposto nos artigos 5º, inciso XXVI, artigo 43, §3º e art. 185, inciso I, todos da Constituição Federal. }  Assim, não há direito de propriedade absoluto que possa prevalecer em face de função social mais relevante deste, como preservar o

pequeno agricultor e a agricultura familiar, nem livre manifestação de vontade plena e irrestrita que possa solapar o princípio da boa fé objetiva, ou seja, que possa se atingir a segurança alimentar e restringir o plantio em solo brasileiro para alimentar a população deste país.

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}  A partir de tais conceitos, depreende-se que o legislador constituinte buscou conferir proteção não somente à propriedade intelectual, mas também à agricultura familiar e o pequeno agricultor. São estes os valores postos em conflito na presente demanda, devendo ser sopesados para o adequado deslinde da controvérsia.

}  Destarte, a Constituição Federal é norma de hierarquia superior, fonte de validade de todo o ordenamento jurídico, devendo se conferir a máxima eficácia as normas ali previstas, em especial os direitos e garantias fundamentais consagrados naquela Carta..

}  (...) }  Deve-se ter em mente, ainda, o princípio da primazia da norma mais favorável, da norma que mais

protege os direitos do indivíduo, insculpido no art. 4, inciso II, da Constituição Federal, ou seja, prevalece o interesse individual do produtor agrícola em relação ao das grades corporações de biotecnologia na produção alimentar.

}  (...) }  Desse modo, os dados estatísticos precitados demonstram de forma irretorquível que a exigência

indevida de royalties onera o pequeno agricultor familiar, restringindo o uso, armazenagem e plantio da soja transgênica, o que está expressamente autorizado na Lei dos Cultivares, em detrimento da segurança alimentar do país; segundo, importa em pesado ônus e sangramento das divisas do Brasil, que remete valores estratosféricos para o exterior a esse título, depauperando a economia local e impedindo investimentos em tecnologia genuinamente nacional, como deflui dos índices e valores precitados.

}  (...) }  Desse modo, há que se afastar a possibilidade jurídica da cobrança de royalties, taxa tecnológica ou de

indenização para produção transgênica, no caso dos autos quanto ao pequeno agricultor e a agricultura familiar, além dos demais produtores, com base na lei de propriedade intelectual, pois inaplicável este diploma ao feito em analise, mas sim a regra especial dos cultivares, a qual afasta a dupla garantia, ou seja, aplica-se apenas um dos dois diplomas legais, no caso esta última, e com isso se atende ao fim social da livre produção de alimentos no país.

}  Note-se que a exigência precitada importa em abuso de direito, o que invalida qualquer previsão contratual ao desatender a norma precitada, pois no diálogo das normas em questão deve prevalecer a especificidade que atende ao bem comum, como a necessidade de produção alimentar e melhoria da qualidade de vida dos pequenos agricultores e da agricultura familiar, autorizados que estão ao replantio das espécies vegetais, cuja semente original era transgênica, mas que houve a satisfação inicial dos royalties por parte daqueles que distribuíram e implementaram a produção deste tipo de semente no território nacional.(...)” grifos nossos.

}  Apelação Cível nº 70049447253, 5º Câmara Cível do Tribunal de justiça do Rio Grande do Sul. Julgamento em 24/09/14.Voto vencido: Des. Jorge Luiz Lopes Do Canto (Presidente e Revisor)

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}  “(...) condições fáticas diversas foram trazidas à apreciação pelas partes, como argumentos apontados como sérios e necessários ao deslinde da causa, e que ora serão apreciados separadamente, de forma que passem a alcançar o real peso para a lide, justamente por se tratarem de questões que refletem nos efeitos possíveis de serem alcançados pela decisão final, mas que, para a resolução propriamente da lide, não chegam a interferir ou condicionar o julgado.

}  Assim, em relação aos argumentos (i) do incentivo à pesquisa, (ii) da ilicitude de comércio de sementes, (iii) do lucro e dos reflexos econômicos a uma das partes contratantes com a negociação estabelecida entre as partes. (...)

}  (...) Tratando-se de produto derivado de alteração por técnica de transgenia, possível é o reconhecimento, conforme fundamentação já exposta, de aplicação da proteção prevista na Lei de Patentes, seja pela proteção originária e clássica sobre o invento, seja pela proteção subsequente de cultivar por meio da solução prevista do instituto da patente dependente, quando evidenciada hipótese de duplicidade de proteção.

}  Na medida em que aplicável a Lei de Patentes para a disciplina normativa da hipótese em discussão nos autos, descabida, por consequência lógica, as exceções previstas no art. 10 da Lei de Proteção de Cultivares para o caso. (...)”

}  Apelação Cível nº 70049447253, 5º Câmara Cível do Tribunal de justiça do Rio Grande do Sul. Julgamento em 24/09/14.Voto vencido: Des. Jorge Luiz Lopes Do Canto (Presidente e Revisor)

}   

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}  (1) definir se a cumulação de direitos seria um problema per se ou se o fenômeno é deletério somente em casos concretos e sob certas circunstâncias;

}  (2) identificar em que circunstâncias uma cumulação de direito deve ser considerada atuante no âmbito de um conflito ou relação sendo, em tese, passível de ser oponível a terceiros;

}  (3) mesmo sendo em tese oponível a terceiros, identificar quais os parâmetros que poderiam indicar quando uma cumulação é disfuncional e, consequentemente, necessita ser proibida, limitada ou compatibilizada;

}  (4) identificar um ou mais regimes que solucionam o problema, proibindo, limitando ou compatibilizando as cumulações disfuncionais.

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}  Exixtem inclusive leis que regulam e admitem cumulações e que as limitam também

}  No Brasil o art. 98 da LPI fala na proibição da proteção por DI de obras de caráter puramente artístico, mas não parece excluir as obras de dupla função ornamental/artística.

}  artigo 8, VII, da LDA, exclui da proteção do DA o aproveitamento comercial das ideias contidas nas obras, não o aproveitamento industrial ou comercial das obras.

}  Acerca das limitações relacionadas como o instituto dos desenhos industriais x patentes, temos o art. 100, II da LPI que não permite o registro como DI a forma necessária comum ou vulgar do objeto ou, ainda, aquela determinada essencialmente por considerações técnicas ou funcionais.

}  artigo 124, XXI da lei 9279/96 - LPI, que limita a cumulação entre marcas e patentes caso a função distintiva não possa ser dissociada da função técnica.

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MARCA e DA: O Superior Tribunal de Justiça no Recurso Especial n.º 57449/RJ se posicionou no sentido de admitir a proteção de um desenho como marca e DA. E, desta forma, o logotipo, sinal criado para ser o meio divulgador do produto, por demandar esforço de imaginação, com criação de cores, formato e modo de veiculação, inegavelmente se caracteriza como obra intelectual, sendo, destarte, meramente exemplificativo o elenco do art. 6° da Lei 5.988/73. STJ, REsp 57.449/RJ, 4ª Turma, Des. Rel. Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira, julgado em 24/06/1997, DJ 08/09/1997 p. 42506.

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}  a) os requisitos de proteção ao abrigo de regimes legais são formulados e aplicados de modo a justificar plenamente a proteção concedida; e

}  b) cada um dos direitos aplicados é adequado e equilibrado em si mesmo, em especial, no que se refere à relação entre os requisitos, o alcance geral de proteção e suas limitações. (Kur, 2009, p. 159)

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A sobreposição em si não é o problema, mas como se lida com este fato, sim. A legislação argentina, por exemplo, lidou de uma forma interessante com a questão e separa o instituto da cumulação per se das suas conseqüências patrimoniais, na tentativa de não desequilibrar o sistema de propriedade intelectual. Naquele país, a legislação admite a cumulação de direitos de PI, mas limita a utilização da proteção simultânea por dois regimes jurídicos em juízo, ou seja, dois regimes de proteção de PI não podem sem invocados simultaneamente na defesa judicial dos direitos de PI. É o que determina, por exemplo, a lei argentina de modelos e desenhos industriais 6673/63, art. 28. LIPSZYC, Delia. Derecho de Autor e Derechos Conexos. Buenos Aires: Zavalia, 1993,p. 86-87.

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Exemplos práticos de colisão ou sobreposição deletérias rechaçadas pelos Tribunais Nacionais: Na famosa decisão do caso barbeador Philisave, a Primeira Turma Especializada do TRF2, negou a proteção do aparelho de barbear da Phillips, já protegido como modelo de utilidade, também como marca tridimencional por considerar a extensão de proteção incompatível com o modelo de sistema de PI adotado pela constituição do país: EMENTA DIREITO DA PROPRIEDADE INDUSTRIAL. TEORIA DA EQUIVALÊNCIA ENTRE MARCA TRIDIMENSIONAL E MODELO DE UTILIDADE. I – Constitui aberratio finis legis guardar correspondência entre os efeitos do registro de uma marca tridimensional e de um modelo de utilidade de um aparelho elétrico de barbear. II – A inovação tecnológica agregada ao corpus mechanicus do barbeador elétrico PHILISHAVE, consistente em um privilégio clausulado com prazo de validade por força de lei, não pode se transmudar em benefício perpétuo, sob a forma de proteção de marca tridimensional válida e regularmente obtida. .... . IV – O equilíbrio entre a contribuição inventiva incorporada pela sociedade e o privilégio outorgado ao inventor é sempre determinado pelo tempo e nenhuma técnica protetiva conjugada, sustentada em um ilusório hibridismo jurídico entre a tutela marcária e modelo de utilidade, pode resultar na perpetuação da novidade. V – Vencido o prazo de proteção, o desenho se torna res communi omnium, e isso ocorre mesmo que signifique o esvaziamento da tutela da marca, que se tornará, sob esse único efeito, um mero título jurídico, por conta da equivalência entre o modelo de utilidade e a marca tridimensional, que continuará a manter-se sob o registro e protegida nos demais efeitos. VI – Agravo desprovido. “Acordam os Membros da Segunda Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2.ª Região, à unanimidade, negar provimento ao recurso” - Agravo 2005.02.01.011707-0, julgado em 28 de agosto de 2007, rel. André Fontes

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}  Partimos da hipótese de que as cumulações de direitos de propriedade intelectual que têm o efeito de limitar, anular ou modificar a efetividade e a finalidade de um ou mais direitos cumulados são disfuncionais.

}  Acreditamos que essas disfunções geram efeitos deletérios para o país, desequilibrando o sistema de propriedade intelectual, frustrando a sua finalidade, bem como e prejudicando os interesses sociais e econômicos do país e a efetividade das políticas públicas nacionais na área. Dentre outras consequências, uma cumulação disfuncional pode limitar ou impedir o acesso da sociedade, assim como restringir o alcance da concorrência a uma ou mais funções exercidas pelo bem que já deveriam estar livres de qualquer exclusividade. Dessa forma, as cumulações disfuncionais devem ser coibidas, limitadas ou compatibilizadas para que se respeitem os objetivos constitucionais de cada instituto de propriedade intelectual,

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}  Objetivos Gerais

}  Contribuir para o estudo do fenômeno da cumulação de direitos de propriedade intelectual, assim como para a investigação de suas possíveis implicações para o sistema de propriedade intelectual, para o interesse público nacional, bem como para a efetividade das políticas públicas do país voltadas para a matéria;

}  Contribuir para as investigações de mecanismos aplicáveis no país que tenham o potencial de coibir limitar, ou compatibilizar as cumulações disfuncionais.

}    }  Para atingir os objetivos gerais verificam-se necessários: }    }  Objetivos Específicos }  }  apontar os tipos de cumulação de direitos de propriedade intelectual atualmente existentes, assim como as diferença entres eles. }  identificar o fenômeno, para diferenciá-lo de outros tipos de cumulações ou conflitos de direitos; }  reconhecer o momento no qual a acumulação de direitos de propriedade intelectual se torna ativa e oponível perante terceiros em uma

situação específica; }  investigar parâmetros que identifiquem cumulações de DPI disfuncionais }  investigar por meio de analise de doutrina e de casos nacionais e/ou de outros países potenciais implicações causadas pelas cumulações de

DPI disfuncionais para as finalidades do sistema de propriedade intelectual, para o atendimento ao interesse público e para a efetividade das políticas públicas nacionais;

}  investigar por meio de análise de doutrina e de casos nacionais e/ou de outros países instrumentos jurídicos e/ou econômicos aplicáveis no país capazes de auxiliar na tarefa de coibição, de limitação ou de compatibilização de cumulações de direitos de propriedade intelectual disfuncionais.

}  testar os instrumentos, caso encontrados, em dois ou três casos que versem sobre o objeto da tese. }    }    }  Mecanismo como sinônimo de meio ou recurso.

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OBRIGADA!

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