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1
CURSO DE ATUALIZAÇÃO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Ana Marta Prado Barreto
MsC. em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
E- mail: [email protected]
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“Eu coloquei em frente de uma janela, vista do
interior dum quarto, uma pintura representando
exatamente a parte da paisagem oculta pela própria
pintura. Portanto, a árvore representada na pintura
escondia a árvore localizada por trás dela, fora do
quarto. Ela existia para o espectador, desta forma,
ao mesmo tempo dentro do quarto na pintura e fora
do quarto na paisagem real. Que é como nós vemos
o mundo: nós vê-mo-lo como existindo fora de nós
próprios, mesmo que seja apenas uma sua
representação mental o que nós sentimos dentro de
nós”.
René Magritte – Série A Condição Humana
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Comentário sobre o quadro:
- Estrutura que se repete: uma paisagem vista de uma
janela - se sobrepõe um cavalete com a tela do pintor
abarcando parte da paisagem vista;
- Nos quadros mudam os formatos da janela e as
paisagens avistadas, mas essa estrutura se mantém, para
lembrar que nosso acesso ao real (paisagem lá fora) ocorre
sempre por meio de uma lente ou enquadramento cultural
(a janela);
- O cavalete do pintor lembra-nos que há sempre uma
margem de autonomia para, dentro de nossos limites sócio-
históricos, criar nossa versão ou visão da paisagem, ou
seja, da realidade.
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Carvalho (2006):
Nossos conceitos são como lentes em nossa visão de
realidade.Tão habituados ficamos com os nomes e as
imagens por meio das quais nos acostumamos a pensar as
coisas do mundo, que esquecemos que esses conceitos não
são a única tradução do mundo, mas apenas modos de
recortá-lo, enquadrá-lo e, assim, tentar compreendê-lo,
deixando sempre algo de fora ou que pode ser recortado por
outro ângulo, apreendido por outro conceito. Os conceitos
não esgotam o mundo, não abarcam nunca a totalidade do
real.
Somos, de certa forma, reféns das nossas visões ou
conceitos, ângulos sempre parciais que usamos para
acessar o mundo.
6
CONVITE
Renovar nossa visão de mundo - Trocar as lentes,
para ver as mesmas paisagens com olhos diferentes
(‘desnaturalizar’).
REPENSANDO NOSSO OLHAR
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REPENSANDO NOSSO OLHAR
- Questionando conceitos já estabilizados;
- Criando espaços para novos aprendizados;
- Renovando alguns de nossos
pressupostos de vida;
- Explorando, juntos, novas telas, janelas e
paisagens.
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REFERÊNCIA:
CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: a formação do Sujeito
Ecológico. 2ª ed. - São Paulo: cortez, 2006.
http://imagenscomtexto.blogspot.com/2009/08/magritte-condicao-
humana.html Acesso: 09/02/2012
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CURSO DE ATUALIZAÇÃO
EDUCAÇÃO AMBIENTAL E SUSTENTABILIDADE
Ana Marta Prado Barreto
MsC. em Desenvolvimento Regional e Meio Ambiente
E- mail: [email protected]
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HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
1.O mundo acorda para os problemas ambientais
2. O movimento ecológico
2.1 O movimento ecológico no Brasil
3. Os caminhos da Educação Ambiental
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1.O mundo acorda para os problemas ambientais
Rachel Carson (1907- 1964)
Bióloga, romancista e pesquisadora
Silent Spring - Primavera Silenciosa-1962
Início: Verdadeira revolução
em defesa do meio
ambiente - Choque na
consciência pública -
movimento ambientalista:
nova substância e
significado.
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Denúncias: efeitos deletérios do DDT (poderoso
pesticida) - risco de causar câncer e dano
genético - contaminação dos alimentos - grande
mortandade de pássaros e outros animais.
Questionava de forma eloqüente a confiança cega
da humanidade no progresso tecnológico.
Desencadeou um debate nacional sobre o uso de
pesticidas químicos, a responsabilidade da
ciência e os limites do progresso tecnológico.
1.O mundo acorda para os problemas ambientais
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Rede de televisão CBS - documentário sobre os
efeitos do DDT - assistido por mais de 15 milhões
de espectadores.
Fim de 60’ a 70’ – despertar – manifestações
sociais - ONU – Conferências sobre
desenvolvimento e meio ambiente.
1.O mundo acorda para os problemas ambientais
2. O movimento ecológico (eventos)
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Roma (Itália) – 1968
- Clube de Roma – reunião – discutir o consumo e
as reservas de recursos naturais não-renováveis e
o crescimento da população mundial até o século
XXI.
- Conclusões: buscar meios p/ a conservação dos
rec. naturais - controlar o crescimento da
população – investir numa mudança radical na
mentalidade de consumo e procriação.
- Coloca o problema ambiental em nível planetário.
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Estocolmo (Suécia) – 1972 - I Conferência
Mundial de Meio Ambiente Humano
- Discutir Desenv. zero X Desenv. a qualquer preço
- Não houve uma solução conciliatória
-Tema: poluição ocasionada pelas indústrias
Reunião Comissão Mundial sobre M.A (início da
80’) – Gro Harlem Brundtland – Relatório
Brundtland – Proposta: Desenv. Sustentável.
2. O movimento ecológico (eventos)
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Rio (Brasil) - Eco 92
- Promover o Desenv. Sustentável baseado no
Relatório Brundtland.
- Combate à miséria - mudança nos padrões de
consumo - melhoria da saúde e da qualidade de
vida – disciplina no uso da água – participação de
toda a sociedade etc.
2. O movimento ecológico (eventos)
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Conferência do Clima de Kyoto (Japão) – 1997
- Discutir a redução das emissões de gases
responsáveis pelo efeito estufa.
- 2008 – 2012 - Países desenvolvidos – reduzir pelo
menos 5,2% dos índices de emissão dos gases de
efeito estufa; - Até 2009 – não tinha sido colocado
em prática.
2. O movimento ecológico (eventos)
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2. O movimento ecológico (eventos)
Johannesburgo (África do Sul) - 2002 – Rio +10
- Avaliar quais metas estabelecidas na Agenda 21
(Eco 92)
- Metas: uso de fontes renováveis – recuperação
da área de pesca comercial até 2015 – criação de
área de proteção marinha até 1012 – reduzir o nº
de pessoas que não tem acesso a saneamento
básico, etc.
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Dinamarca (Copenhague) – 2009
- Definir o Tratado que substituiria o Protocolo de
Kyoto
- Apesar da falta de consenso – redução emissões
de CO2: de 25% a 95% das p/ países ricos; entre
15% e 30% p/ países em desenvolvimento até 2020
– ajuda para viabilizar medidas atenuantes dos
efeitos da mudanças climáticas, etc.
2. O movimento ecológico (eventos)
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Rio+20 – 2012
- Temas principais: “A economia
verde no contexto do
desenvolvimento sustentável e da
erradicação da pobreza”, e a
“Estrutura institucional para o
desenvolvimento sustentável”.
-"O documento é uma base sólida
para trabalharmos não no
imediato, mas com uma visão de
médio e longo prazo“
(Antônio Patriota).
2. O movimento ecológico (eventos)
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2.1 O movimento ecológico no Brasil
- Carvalho (2006) - década de 70 (primeiras lutas) e 80
– denúncia dos riscos e impactos ambientais do modo de
vida das sociedades industriais modernas.
- Brasil e America Latina – década 70 – luta pela
democracia em um contexto de governos autoritários –
movimentos que se nomeiam ecológicos ou ambientais –
plano governamental: uma estrutura institucional voltada
para a regulação, legislação e controle das questões de
meio ambiente – expansão dos meios de comunicação –
classe média urbana - segmentos formadores de
opinião.
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2.1 O movimento ecológico no Brasil
Anos 80 – contexto do processo de redemocratização
e abertura política – novos movimentos sociais.
Mov. Ecológico no Brasil = Contexto internacional e
Contexto nacional.
Anos 80 – 90 – progressivo diálogo e aproximação.
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No plano internacional, EA – objeto de discussão de
políticas públicas na:
I Conferência Internacional sobre Meio Ambiente
(Estocolmo,1972)
- Uma resolução importante: deve-se educar o cidadão
para a solução dos problemas ambientais surge a
educação ambiental;
UNESCO - Reunião de Belgrado (1975)
- Especialistas em educação, biologia, geografia,
história, etc
- Definiu-se os objetivos da EA – Carta de Belgrado
3. Os caminhos da Educação Ambiental
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3. Os caminhos da Educação Ambiental
Enfatiza a importância da Educação Ambiental
para a solução dos problemas ambientais.
I Conferência Intergovernamental sobre
Educação Ambiental em Tbilisi (ex- URSS, 1977)
- Publicação de trabalhos realizados em vários
países.
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3. Os caminhos da Educação Ambiental
ECO 92:
Objetivos: - reforçar as premissas de Tbilisi;
- reunir esforços para acabar com o analfabetismo
ambiental;
- capacitar indivíduos para cumprir a difícil tarefa de
identificar, dimensionar os problemas ambientais e
buscar soluções.
Novas atitudes e posturas ambientais como algo
que deveria integrar a educação – campo
educacional e das políticas públicas.
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Agenda 21:
-Programa de ação para todo o planeta, onde estão
marcados os compromissos da Humanidade com o
século XXI visando garantir um futuro melhor para o
planeta, respeitando o ser humano e o seu ambiente;
- Enfatiza o papel da Educação Ambiental como
“processo fundamental para uma conscientização
ético-ambiental, por meio da modificação de valores e
atitudes a partir da compreensão dos problema do
meio ambiente”
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Brasil:
A EA (70’ e 80’) - parte do movimento ecológico,
como uma preocupação não só com o presente, mas
também com as gerações futuras.
- A EA aparece na legislação desde 1973, como
atribuição da 1ª Secretaria Especial do Meio Ambiente
(Sema).
3. Os caminhos da Educação Ambiental
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3. Os caminhos da Educação Ambiental
-Década de 80 e 90 – c/ o avanço da consciência
ambiental, que a EA cresce e se torna mais
conhecida.
- O evento mais significativo p/ o avanço da EA foi o
Fórum Global – paralelamente à Conferência da
ONU, no Rio de Janeiro (Eco 92):
Tratado de Educação Ambiental para sociedades
sustentáveis – marco político p/ o projeto pedagógico
da EA – está na base da formação da Rede Brasileira
de EA e das diversas redes
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Novas atitudes e posturas ambientais como algo
que deveria integrar a educação – campo educacional
e das políticas públicas.
3. Os caminhos da Educação Ambiental
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Carvalho (2006) - Principais políticas públicas para
EA desde os anos 80 no Brasil:
1984 – Programa Nacional de EA(PRONEA)
1988 – Inclusão da EA como direito de todos e dever
do Estado no cap. de meio ambiente da Constituição.
1992 – Núcleos de EA(Ibama) e Centros de EA (MEC)
1994 – Programa Nacional de EA (PRONEA) pelo
MEC e Ministério do Meio Ambiente (MMA).
1997 – Parâmetros Curriculares definidos pela
Secretaria de Ensino Fundamental do MEC, no qual
“meio ambiente” é incluído como um dos temas
transversais.
1999* – Aprovação da Política Nacional de EA pela
Lei 9.795.
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2001- Implementação do programa Parâmetros em
Ação: meio ambiente na escola, pelo MEC.
2002 – Regulamentação da Política Nacional de EA
(Lei 9.795) pelo Decreto 4.281.
2003 – Orgão Gestor da Política Nacional de EA
reunindo MEC e Ministério do Meio Ambiente.
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*Lei 9.795 de 27/04/1999, cap. I, artigo 2º “A educação
Ambiental é um componente essencial e permanente da
educação nacional, devendo estar presente, de forma
articulada, em todos os níveis e modalidades do processo
educativo, em caráter formal e não-formal”.
*A EA é definida pela Lei 9.795 (BRASIL, 2003), como:
“processos por meio dos quais o indivíduo e a
coletividade constroem valores sociais, conhecimentos,
habilidades, atitudes e competências voltadas para a
conservação do meio ambiente, bem de uso comum do
povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua
sustentabilidade”.(Cap. I, art. 1º)
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OBSERVAÇÕES:
(VIANNA, 2001). Em geral, a Educação Ambiental
resulta de campanhas isoladas, ações em datas
comemorativas, projetos descontextualizados que
deixam de lado aspectos culturais, políticos,
econômicos e sociais, que são partes integrantes da
temática ambiental. Poucos projetos são pensados a
partir das potencialidades das regiões em que a
população alvo está inserida.
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Reigota (2009) – EA – c/ educação política –
comprometida c/ a ampliação da cidadania,
liberdade, autonomia e da intervenção direta dos
cidadãos/ãs na busca de soluções e alternativas que
permitam a convivência digna e voltada p/ o bem
comum.
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REFERÊNCIAS
CARVALHO, I. C. M. Educação Ambiental: a formação do Sujeito
Ecológico. 2ª ed. - São Paulo: cortez, 2006.
REIGOTA, M. O que é Educação Ambiental? Coleção Primeiros
Passos. 2ª edição; editora brasiliense; São Paulo – SP; 2009
.