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CURSO DE ATUALIZAÇÃO DE
PROCESSO COM OPÇÃO DE PÓS-
GRADUAÇÃO
NCPC 2015 e CPC 1973
Recomendação:
Leitura da Exposição de Motivos do NCPC
portalprocessual.com
Quadro comparativo gratuito
1
Por que uma nova
Codificação?
2
Jurisprudência instável e não uniforme.
Princípio da “proteção” ( Direito Alemão ). O NCPC
prestigia o princípio da segurança jurídica de índole
constitucional.
INSEGURANÇA JURÍDICA
Caso 1. Tempo de espera em fila de banco. Demora na
Prestação do serviço. Danos Morais.
3
Jurisprudência Brasileira comparada
TJ-PE - Apelação APL 3564125 PE (TJ-PE) Data de publicação: 19/05/2015
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO CIVIL. DANOS MORAIS. ESPERA EM FILA DE BANCO
POR TEMPO SUPERIOR AO ESTABELECIDO EM LEGISLAÇÃO MUNICIPAL. ESPERA POR
TEMPO DEMASIADO, ESPECIALMENTE CONSIDERANDO AS CONDIÇÕES DA AUTORA
(IDOSA). DANO MORAL CARACTERIZADO. MINORAÇÃO DO QUANTUM INDENIZATÓRIO
CONCEDIDO PELO MAGISTRADO A QUO. APELO PROVIDO EM PARTE. 1. Espera em fila de
banco por período superior ao estabelecido em lei municipal/estadual não enseja, por si só,
reconhecimento de dano moral. 2. Apenas quando a espera se dá por tempo excessivo ou está associada
a outros constrangimentos é que se reconhece o abalo de cunho moral, consoante orientação do STJ
(REsp 1218497/MT, Rel. Ministro SIDNEI BENETI, DJe 17/09/2012). 3. Caso concreto em que
configurada a espera excessiva, mormente pelo caráter pessoal da ofendida. 4. O valor da indenização
por danos morais deve ser fixado em consonância com os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade, não podendo causar enriquecimento ou empobrecimento das partes envolvidas,
devendo ao mesmo tempo desestimular a conduta do ofensor e consolar a vítima. Dessa forma,
entendo que o quantum concedido pelo juízo de origem está demasiado, pelo que julgo pela sua
minoração para o valor de R$ 2.000,00. 5. Apelo provido em parte.4
5
TJ-MA - Apelação APL 0015712014 MA 0008212-
80.2013.8.10.0040 (TJ-MA) Data de publicação: 24/07/2014
Ementa: Apelação Cível. Ação de Indenização por danos morais. Espera em fila de banco. Demora no
atendimento. Dano moral não caracterizado. 1. O Superior Tribunal de Justiça assevera que o fato
isolado da espera por atendimento por tempo superior ao previsto por Lei Municipal não dá azo àreparação por danos morais, haja vista que esta legislação possui natureza administrativa, regulamenta
a responsabilidade do banco perante a Administração Pública que, a partir da reclamação dos
consumidores ou de ofício, aplica as sanções que julgar pertinentes (REsp 598.183, Relator Ministro
Teori Albino Zavascki). 2. Sob esta perspectiva, o desrespeito à lei municipal é apenas um dos fatos a
serem considerados para caracterização do dano moral, mas não é o único, sendo necessária a análise
de outras circunstâncias fáticas em que seja evidenciado que o mau atendimento do estabelecimento
bancário causou sofrimento, abalo ao consumidor. 3. Os aborrecimentos comuns cotidianos,
contratempos normais e próprios do convívio social não são suficientes a causar danos morais
indenizáveis (Precedentes) 4. A irresignação do Apelante é baseada apenas no fato de ter esperado por
tempo superior ao previsto em lei, sem trazer à baila qualquer outra circunstância fática hábil a
demonstrar dor, sofrimento ou constrangimento, o que impossibilita a condenação a título de danos
morais. 5. Apelo conhecido e improvido. 6. Unanimidade.
6
TJ-PR - PROCESSO CÍVEL E DO TRABALHO Recursos Recurso Inominado RI 001715805201481600190
PR 0017158-05.2014.8.16.0019/0 (Decisão Monocrática) (TJ-PR) Data de publicação: 06/05/2015
Ementa: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS - ESPERA EM FILA DE BANCO -
COMPROVAÇÃO DE ESPERA POR UMA HORA E SETE MINUTOS - ESPERA EXCESSIVA - AMPLA
JURISPRUDÊNCIA DA TURMA RECURSAL NO SENTIDO DE QUE A ESPERA EM FILA DE BANCO GERA
DANO MORAL - APLICAÇÃO DO ENUNCIADO 2.7 - MINORAÇÃO DO QUANTUM PARA R$ 1.000,00 (MIL
REAIS) - APLICAÇÃO ENUNCIADO 12.13 B TRU/PR - SENTENÇA MANTIDA. : Diante do exposto, na
forma do ar (TJPR - 2ª Turma Recursal - 0017158-05.2014.8.16.0019/0 - Ponta Grossa - Rel.: Elisa Matiotti Polli
- - J. 06.05.2015).
TJRJ 0018717-74.2013.8.19.0204 - APELACAO -1ª Ementa DES. JUAREZ FOLHES -
Julgamento: 03/12/2014 - VIGESIMA SEXTA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
Apelação Cível. Consumidor. Ação Indenizatória. SERVIÇOS BANCÁRIOS. TEMPO DE ESPERA EM FILA DE BANCO DE 1 HORA E 38 MINUTOS, QUANDO A LEI ESTIPULA O MÁXIMO DE 20 MINUTOS. Sentença que julgou procedente o pedido. Dano moral arbitrado em R$ 2.000,00 (dois mil reais). Inconformismo do banco réu que não merece prosperar. Falha na prestação do serviço. Teoria do risco administrativo. Violação ao disposto na Lei Estadual nº 4.223/03, que limita o prazo máximo de espera para atendimento bancário em vinte minutos. Dano moral configurado. A espera em fila de banco por tempo
7
muito acima do previsto em lei é situação desagradável geradora de aborrecimento, que atenta contra a
dignidade da pessoa humana, com evidente desgaste emocional e físico daquele que espera
atendimento. Verba indenizatória arbitrada dentro dos parâmetros de razoabilidade e
proporcionalidade e dentro da média dos valores arbitrados por esta Corte em casos semelhantes.
Sentença mantida. APELAÇÃO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. Íntegra do Acórdão - Data de
Julgamento: 03/12/2014 (*)
TJRJ 0039547-33.2010.8.19.0021 - APELACAO -1ª Ementa DES. SEBASTIAO BOLELLI -
Julgamento: 11/09/2014 - VIGESIMA TERCEIRA CAMARA CIVEL CONSUMIDOR
APELAÇÃO CÍVEL. Ação indenizatória. Tempo de espera em fila de banco. Sentença de procedência
que fixa a indenização em R$ 2.000,00 (dois mil reais). Demora de mais de duas horas na fila do
banco, fazendo o consumidor perder tempo produtivo. Descumprimento da Lei Estadual nº 4.223/03.
Dano moral configurado. Desvio produtivo do consumidor. Precedentes jurisprudenciais.
Manutenção da sentença. NEGO SEGUIMENTO AO RECURSO, NA FORMA DO ARTIGO 557,
CAPUT, DO CPC. Decisão Monocrática - Data de Julgamento: 11/09/2014 (*)
8
Códigos de Processo Civil
História do Processo
Século XX
-1939-
-1973-
-2015-
9
CPC
1939Decreto-lei n. 1.608, de 18.9.1939
Instrumento Popular
Linguagem Simples
Preocupação com as desigualdades no processo
“acesso à justiça”
10
“O processo em vigor, formalista e
bizantino, era apenas um instrumento
das classes privilegiadas, que tinham
lazer e recursos suficientes para
acompanhar os jogos e as cerimônias da
justiça, complicados nas suas regras,
artificiosos na sua composição e,
sobretudo, demorados nos seus
desenlaces”.
Trecho da Exposição de Motivos
CPC 1939
11
CPC
1973Insatisfação crescente da Sociedade
Luiz Fux cita
“um verdadeiro apartheid” entre o
Processo e o direito material
12
Novo estudo sobre o
cumprimento do papel do
Processo e sobre a sua
efetividade
CPC
2015
13
Um novo “sistema”
•Simplificação e organicidade do sistema.
•Harmonização da lei ordinária em relação à Constituição Federal da
República.
•Ampliação de espaços de convencionalidade.
•Criação de maiores condições para que o juiz possa proferir decisão de forma
mais rente à realidade fática subjacente à causa.
14
•Fixação do papel dos Tribunais de Superposição na aplicação jurisdicional
isonômica pelas instâncias inferiores: a jurisprudência do STF e dos Tribunais
Superiores deve nortear as decisões de todos os Tribunais e Juízos singulares do
País.
•Novos institutos inseridos nos sistema processual civil, tais como cooperação
internacional, incidente de desconsideração da personalidade jurídica,
intervenção do amicus curiae, ações de família, incidente de resolução de
demandas repetitivas, etc.
•Eliminação de institutos processuais desnecessários, como a exceção de
incompetência, ação declaratória incidental, nomeação à autoria,
procedimento sumário, dentre muitos outros.
15
SISTEMA DE JUSTIÇA
100 MILHÕES DE
PROCESSOS
DADOS DO MINISTÉRIO DA
JUSTIÇA
16
100 MILHÕES
51%: PODER PÚBLICO
38% BANCOS E INSTITUIÇÕES DE
CRÉDITO
06% EMPRESAS DE TELECOMUNICAÇÕES
95%
DAS DEMANDAS
BRASILEIRAS
17
LITIGIOSIDADE EXCESSIVA
DOS 100 MILHÕES DE
PROCESSO
30%
DADOS DO CNJ
18
1.300 Faculdades de Direito
850.000 Advogados
1.000.000 de Estudantes
6.500 Defensores Públicos Federais e Estaduais
19
CPC
2015
Lei 13.105, de 16/03/2015
20
Introdução de
Normas
Fundamentais
21
Qual a diferença
entre normas, regras
e princípios?
22
Artigo 1º ao 12º
•Com exceção do artigo 3º que será estudado de
forma aprofundada na Aula sobre Modelos
Alternativos de Resolução de Conflitos.
PARTE GERAL
LIVRO I
23
DAS NORMAS PROCESSUAIS CIVIS
TÍTULO ÚNICO
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS E
DA APLICAÇÃO DAS NORMAS
PROCESSUAIS
CAPÍTULO I
DAS NORMAS FUNDAMENTAIS
DO PROCESSO CIVIL
24
Art. 1º O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado
conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos na
Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.
Força normativa da
Constituição
Konrad HesseHESSE, Konrad. A Força Normativa da Constituição. Die Normative Kraft der Verfassung. Tradução de Gilmar Ferreira Mendes.
Porto Alegre: Sérgio Antônio Fabris, 1991, p. 11-12.
25
A questão que se apresenta diz respeito à força normativa da
Constituição. Existiria, ao lado do poder determinante das relações
fáticas, expressas pelas forças políticas e sociais, também uma força
determinante do Direito Constitucional? Qual o fundamento e o alcance
dessa força do Direito Constitucional? Não seria essa força uma ficção
necessária para o constitucionalista, que tenta criar a suposição de que
o direito domina a vida do Estado, quando, na realidade, outras forças
mostram-se determinantes? Essas questões surgem particularmente no
âmbito da Constituição, uma vez que aqui inexiste, ao contrário do que
ocorre em outras esferas da ordem jurídica, uma garantia externa para a
execução de seus preceitos.
A Constituição necessita de
existência vinculada à realidade?
26
Art. 2º O processo começa por
iniciativa da parte e se desenvolve
por impulso oficial, salvo as
exceções previstas em lei.
Princípio da demanda. Algumas exceções: execução trabalhista
(art. 872 CLT), decretação de falência de empresa sob o regime de
recuperação judicial ( arts. 73 e 74 da lei nº 11.101/2005 ).
Princípio do impulso oficial que não é absoluto
Dever do Autor de acompanhar o andamento processual na
defesa de seus interesses
"A falta de impulso oficial do processo, por si só, não
exime a responsabilidade do exequente pela condução do
feito executivo, mormente quando o transcurso de
prazo superior a cinco anos ocorre após a citação"
(STJ AgRg no REsp 1.166.428/PE, Rel. Min. CASTRO
MEIRA, Segunda Turma, DJe 25/9/12).
27
Ementa: AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ICMS. CRÉDITOS
RELATIVOS AO ANO DE 1994. PROCESSO PARALISADO POR MAIS DE 5 ANOS. INÉRCIA. EXEQUENTE QUE
NÃO PROMOVEU O ANDAMENTO DO FEITO. INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO N.º 106 DA SÚMULA DO
STJ. INCIDÊNCIA DA PRESCRIÇÃO INTERCORRENTE. PRINCÍPIO DA DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO.
PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. 1. Processo paralisado por mais de 5 (cinco) anos, devido à inércia da
Fazenda em impulsionar o feito. 2. Princípio do impulso oficial que não é absoluto e deve ser interpretado em
consonância com o princípio constitucional da duração razoável do processo e prestígio da segurança jurídica.
Precedentes do E. STJ 3. Manutenção da decisão monocrática. NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO. TJ-RJ-
APELACAO/REEXAME NECESSARIO REEX. 01495934319968190001 RJ 0149593-43.1996.8.19.0001 (TJ-RJ). Data de
publicação: 25/02/2014.
Ementa: AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. MUNICÍPIO
PETRÓPOLIS. IPTU. ANOS DE 1992 A 1994. RECONHECIMENTO DE OFÍCIO DA PRESCRIÇÃO. AUSÊNCIA
DE CITAÇÃO DENTRO DO QUINQUÊNIO LEGAL. FAZENDA PÚBLICA QUE FICOU 7 ANOS EM POSSE DOS
AUTOS SEM EFETIVAR QUALQUER PROVIDÊNCIA. CRÉDITO PRESCRITO. AÇÃO ANTERIOR À LC 118 /05.
INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO Nº 106 DA SÚMULA DO STJ. 1. Prescrição que pode ser reconhecida de
ofício pelo magistrado (art. 219, § 5º, CPC). 2. Princípio do impulso oficial que não é absoluto, cabendo às partes
fiscalizar e, se for o caso, peticionar a fim de promover o impulsionamento do feito. 3. Manutenção da decisão
monocrática. NEGATIVA DE PROVIMENTO AO RECURSO. TJ-RJ - APELACAO APL 00146744720038190042 RJ 0014674-
47.2003.8.19.0042 (TJ-RJ) Data de publicação: 19/03/2014.
28
Art. 4º As partes têm o direito de
obter em prazo razoável a solução
integral do mérito, incluída a atividade
satisfativa.
EC 45/2004 “Reforma do Judiciário”
PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DA
RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSOArt. 5º, inciso LXXVIII
“a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a
razoável duração do processo e os
meios que garantam a celeridade de
sua tramitação.”
29
Apuração do significado
da expressão:
“razoável duração do processo”
Indiscutível dose de
subjetivismo que poderáprejudicar a sua compreensão
Totalmente ultrapassada a
velha concepção embutida na
frase: “a Justiça tarda, mas não falha”.
30
1
Complexidade da causa levada ao conhecimento e julgamento dos magistrados
2
Necessária obediência às garantias processuais e constitucionais quevinculam o
caso concreto
3
A somatória dos prazos processuais, que serviria para constatar se o trâmite
processual durou mais do que o prazo total previsto em lei para asoma de todos
os atos processuais atinentes àquele feito.
31
O Brasil é signatário da
Convenção Americana sobre
Direitos Humanos, que assegura
que “toda pessoa tem o
direito de ser ouvida com as
devidas garantias dentro de
um prazo razoável (...)” (art.
8º, 1).
32
A responsabilização
ou não do poder público pela
ministração da justiça?
33
DIVERSAS METAS
CONSELHO NACIONAL DE
JUSTIÇA
PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO
PARA A CELERIDADE
PROCESSUAL
34
Art. 5º Aquele que de qualquer forma
participa do processo deve comportar-se
de acordo com a boa-fé.
Essa boa-fé processual engloba todos os
sujeitos do processo: as partes, o juiz, o
advogado, o defensor público, o membro do
Ministério Público, o perito, etc.
35
No CPC/1973
Art. 14. São deveres das partes e de todos aqueles
que de qualquer forma participam do processo:
(Redação dada pela Lei nº 10.358, de 27.12.2001)
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - proceder com lealdade e boa-fé;
III - não formular pretensões, nem alegar defesa,
cientes de que são destituídas de fundamento;
IV - não produzir provas, nem praticar atos
inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do
direito.
36
V - cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não
criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de
natureza antecipatória ou final. (Incluído pela Lei nº 10.358,
de 27.12.2001).
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam
exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto
no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício
da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções
criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável
multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da
conduta e não superior a vinte por cento do valor da causa; não
sendo paga no prazo estabelecido, contado do trânsito em
julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre
como dívida ativa da União ou do Estado. (Incluído pela Lei nº10.358, de 27.12.2001)
37
No CPC 2015
CAPÍTULO II
DOS DEVERES DAS PARTES
E DE SEUS PROCURADORES
Seção I
Dos Deveres
38
Art. 77. Além de outros previstos neste Código, são deveres
das partes, de seus procuradores e de todos aqueles que de
qualquer forma participem do processo:
I - expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II - não formular pretensão ou de apresentar defesa quando
cientes de que são destituídas de fundamento;
III - não produzir provas e não praticar atos inúteis ou
desnecessários à declaração ou à defesa do direito;
IV - cumprir com exatidão as decisões jurisdicionais, de
natureza provisória ou final, e não criar embaraços à sua
efetivação;
39
V - declinar, no primeiro momento que lhes couber falar nos
autos, o endereço residencial ou profissional onde receberão
intimações, atualizando essa informação sempre que ocorrer
qualquer modificação temporária ou definitiva;
VI - não praticar inovação ilegal no estado de fato de bem ou
direito litigioso.
§ 1o Nas hipóteses dos incisos IV e VI, o juiz advertirá
qualquer das pessoas mencionadas no caput de que sua
conduta poderá ser punida como ato atentatório à dignidade
da justiça.
40
§ 2o A violação ao disposto nos incisos IV e VI constitui ato
atentatório à dignidade da justiça, devendo o juiz, sem prejuízo
das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao
responsável multa de até vinte por cento do valor da causa, de
acordo com a gravidade da conduta.
§ 3o Não sendo paga no prazo a ser fixado pelo juiz, a multa
prevista no § 2o será inscrita como dívida ativa da União ou do
Estado após o trânsito em julgado da decisão que a fixou, e sua
execução observará o procedimento da execução fiscal,
revertendo-se aos fundos previstos no art. 97.
41
§ 4o A multa estabelecida no § 2o poderá ser fixada independentemente da
incidência das previstas nos arts. 523, § 1o, e 536, § 1o.
§ 5o Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa prevista
no § 2o poderá ser fixada em até 10 (dez) vezes o valor do salário-mínimo.
§ 6o Aos advogados públicos ou privados e aos membros da Defensoria
Pública e do Ministério Público não se aplica o disposto nos §§ 2º a 5º,
devendo eventual responsabilidade disciplinar ser apurada pelo respectivo
órgão de classe ou corregedoria, ao qual o juiz oficiará.
42
§ 7o Reconhecida violação ao disposto no inciso VI, o juiz
determinará o restabelecimento do estado anterior, podendo,
ainda, proibir a parte de falar nos autos até a purgação do
atentado, sem prejuízo da aplicação do § 2o.
§ 8o O representante judicial da parte não pode ser compelido
a cumprir decisão em seu lugar.
No NCPC mantém o sistema do “contempt of court”
(disregard to the judicial order), utilizado nos países da
“common law”, que dá ao juiz o poder de “prender” quem se
recusa a cumprir sua ordem. É o desacato à ordem.
43
No texto do NCPC, a expressão “boa-fé” é referida em pelo
menos três dispositivos distintos, quais sejam:
a) artigo 5º – como dever de todo e qualquer sujeito do processo;
b) artigo 322, § 2º – como princípio norteador da interpretação do pedido
formulado; e
c) artigo 489, § 3º – como princípio norteador da interpretação das decisões
judiciais.
44
Dessa forma, verifica-se que a boa-fé objetiva, seus
deveres anexos (deveres de respeito, confiança,
lealdade, cooperação, honestidade, razoabilidade etc.)
e seus conceitos parcelares (supressio, surrectio, tu
quoque, exceptio doli, venire contra factum proprium
non potest e duty to mitigate the loss), muito caros aos
civilistas (cf. TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. São
Paulo: Método, 2014), ganham importância central
também para a Teoria Geral do Processo.
A litigância de má-fé foi mantida no NCPC com as
mesmas hipóteses já existentes no vigente artigo 17.
45
O teto para a multa, entretanto, modificou-se, ao invés do atual
não excedente a 1% do valor da causa, passou a ser superior a
1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa (ou até 10
salários mínimos nos casos de valor da causa irrisório ou
inestimável), além da possível indenização para a parte
prejudicada (NCPC, art. 80 e 81).
46
TJRJ 0034361-60.2008.8.19.0001-APELACAO DES. MARCO AURELIO BEZERRA DE MELO -
Julgamento: 28/01/2015 - DECIMA SEXTA CAMARA CIVEL.
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL. DANO MATERIAL E DANO
MORAL. QUEDA EM CALÇADA MAL CONSERVADA. MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO.
SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA, POR AUSÊNCIA DE PROVA DO FATO
CONSTITUTIVO DO DIREITO AUTORAL. RECURSO DA AUTORA. Ao contrário do
afirmado na sentença recorrida, a autora narra em sua petição inicial ter sido socorrida por uma
colega de trabalho, havendo, portanto, testemunha do fato. Rol de testemunhas a ser apresentado
pela parte autora no prazo fixado pelo juiz ao designar a audiência de instrução e julgamento, ou
no prazo de até 10 (dez) dias antes da audiência, se omisso o magistrado na fixação do prazo.
Inteligência do artigo 407, do CPC. No caso concreto, houve o deferimento da prova oral na decisão
saneadora, motivo pelo qual não havia interesse recursal da autora, porém, após a realização da
prova pericial médica o juiz não designou a audiência de instrução e julgamento, apesar de a parte
autora reiterar por duas vezes a necessidade da produção da prova oral para comprovação do nexo
causal. CERCEAMENTO DE DEFESA. COMPORTAMENTO CONTRADITÓRIO DO JUÍZO.
ERROR IN PROCEDENDO. ANULAÇÃO DA SENTENÇA. Provimento do recurso, nos termos do
artigo 557, §1º-A, do CPC.
47
Artigo 6º Todos os sujeitos do processo devem
cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e
efetiva.
Cooperação processual é um princípio?
A. Não é um princípio. Lenio Streck.
B. É um princípio. Nova cultura do sistema
processual. Entendimento jurisprudencial.
48
A cooperação processual do novo CPC é incompatível com a Constituição
“Então agora as partes deverão cooperar entre si? Parte e contraparte de mãos dadas a
fim de alcançarem a pacificação social... Sem ironias, mas parece que Hobbes foi
expungido da “natureza humana”. Freud também. O novo CPC aposta em Rousseau. No
homem bom. Ou seja, com um canetaço, num passe de mágica, desaparece o hiato que as
separa justamente em razão do litígio. Nem é preciso dizer que o legislador pecou ao
tentar desnudar a cooperação aventurando-se em setor cuja atuação merece ficar a cargo
exclusivo da doutrina. E o fez mal porque referido texto legislativo está desacoplado da
realidade, espelha visão idealista e irrefletida daquilo que se dá na arena processual, onde
as partes ali se encontram sobretudo para lograr êxito em suas pretensões. Isso é,
digamos assim, natural, pois não? Disputar coisas é uma coisa normal. Não fosse assim
não haveria “direito”. Direito é interdição. É opção entre civilização e barbárie.
Desculpem-nos nossa franqueza.”. Consultor Jurídico. A cooperação processual do novo CPC é
incompatível com a Constituição. Por Lenio Luiz Streck, Lúcio Delfino, Rafael Giorgio Dalla Barba e Ziel Ferreira
Lopes.
49
TJ-MG - Agravo de Instrumento- Cível AI 10145130676698001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 24/03/2015.
Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO MONITÓRIA - CITAÇÃOPESSOAL FRUSTRADA. RÉU EM LOCAL INCERTO E NÃO SABIDO - CITAÇÃOPOR EDITAL - PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO. - Quando o réu não forlocalizado nos endereços indicados e frustradas as tentativas de sualocalização, a citação por edital deve ser providenciada, por ser incerto enão sabido o lugar de seu paradeiro. Não tendo sido esgotados todos osmeios cabíveis para a sua citação pessoal, o pedido de citação por editaldeve ser indeferido. - Consoante preceitua o princípio da cooperação, omagistrado também possui relevante papel na condução do processo, demodo que sua atuação deve se dar de maneira a contribuir com a celeridadee efetividade da tutela jurídica.
50
TJ-DF - Apelação Cível APC 20140310335778 (TJ-DF) Data de publicação: 26/05/2015.
Ementa: CIVIL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO MONITÓRIA. PETIÇÃO INICIAL.
EMENDA. NÃO ATENDIMENTO. INDEFERIMENTO. ARTIGOS 282, 283 E 284 CPC.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO PROCESSUAL. EXTINÇÃO DO FEITO SEM
RESOLUÇÃO DO MÉRITO. A teor do art. 284 do CPC, verificando o juiz que a petição
inicial não preenche os requisitos exigidos nos arts. 282 e 283, ou que apresenta defeitos e
irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor a
emende, ou a complete, no prazo de 10 (dez) dias. Não o fazendo, impõe-se o
indeferimento da exordial. Se a parte deixa de cumprir as determinações do juízo, viola o
art. 284 do CPC, dando causa à extinção prematura do feito, sem resolução do mérito.
Não há falar em violação ao princípio do acesso ao Judiciário, quando a dinâmica do
processo evidencia que, por duas vezes, a parte quedou-se inerte quanto a providência
que lhe cabia. Em que pese o princípio da cooperação atualmente requeira um papel mais
ativo do magistrado, incumbe também às partes colaborar para que a prestação
jurisdicional seja célere, adequada e efetiva. Recurso conhecido e improvido.
51
TJ-MA - Apelação APL 0397362012 MA 0000358-11.2012.8.10.0124 (TJ-
MA) Data de publicação: 30/08/2013.
Ementa: APELAÇÃO CÍVEL EM EMBARGOS À EXECUÇÃO DA FAZENDA
PÚBLICA. EXCESSO DE EXECUÇÃO. REJEIÇÃO. ART. 739-A, § 5º, DO CPC.
DECLARAÇÃO DO VALOR DEVIDO. memória de cálculo.
OBRIGATORIEDADE. INÉPCIA DA INICIAL. INTIMAÇÃO PARA
REGULARIZAR. NECESSIDADE. PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO. I. O art.
739-A, § 5º, do CPC prescreve a necessidade de apresentação do valor que se
entende devido, bem como do demonstrativo de cálculo, quando houver alegação
de excesso de execução, sob pena de rejeição dos embargos ou não conhecimento
deste argumento. II. Face ao princípio da cooperação, deve o magistrado, antes
de rejeitar os embargos com base no art. 739 - A §5º do CPC, conceder prazo
para que o embargante regularize o processo. Precedentes do STJ. III. Apelação
provida.
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Cláusula geral de negociação processual
Art. 190. Versando o processo sobre direitos que
admitam autocomposição, é lícito às partes
plenamente capazes estipular mudanças no
procedimento para ajustá-lo às especificidades da
causa e convencionar sobre os seus ônus, poderes,
faculdades e deveres processuais, antes ou durante o
processo.
Parágrafo único. De ofício ou a requerimento, o juiz
controlará a validade das convenções previstas neste
artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de
nulidade ou de inserção abusiva em contrato de adesão
ou em que alguma parte se encontre em manifesta
situação de vulnerabilidade.
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Veja Enunciados do Fórum Permanente de Processualistas Civis (FPPC)
que tratam da matéria, tentam também colaborar para a definição desses
limites (Revista de Processo, vol. 233, RT, julho de 2014)..
Dentre eles, destacam-se os Enunciados nº 06 (“O negócio jurídico
processual não pode afastar os deveres inerentes à boa-fé e à cooperação”), 17
(“As partes podem, no negócio processual, estabelecer outros deveres e sanções
para o caso do descumprimento da convenção”), 19 (“São admissíveis os
seguintes negócios processuais, dentre outros: pacto de impenhorabilidade,
acordo de ampliação de prazos das partes de qualquer natureza, acordo de
rateio de despesas processuais, dispensa consensual de assistente técnico,
acordo para retirar o efeito suspensivo da apelação, acordo para não promover
execução provisória”)
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20 (“Não são admissíveis os seguintes negócios
bilaterais, dentre outros: acordo para modificação da
competência absoluta, acordo para supressão da 1ªinstância”) e
21 (“São admissíveis os seguintes negócios, dentre
outros: acordo para realização de sustentação oral, acordo
para ampliação do tempo de sustentação oral, julgamento
antecipado da lide convencional, convenção sobre prova,
redução de prazos processuais”).
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Artigo 7º É assegurada às partes paridade de
tratamento em relação ao exercício de direitos e
faculdades processuais, aos meios de defesa, aos
ônus, aos deveres e à aplicação de sanções
processuais, competindo ao juiz zelar pelo
efetivo contraditório.
DEVER DO ESTADO E NÃO
APENAS DO JUIZ
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CPC 1973
Art. 188. Computar-se-á em quádruplo o prazo para contestar e em dobro para
recorrer quando a parte for a Fazenda Pública ou o Ministério Público.
NCPC. Art. 180. O Ministério Público gozará de prazo em dobro para
manifestar-se nos autos, que terá início a partir de sua intimação pessoal, nos
termos do art. 183, § 1º.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a lei estabelecer, de
forma expressa, prazo próprio para o Ministério Público.
Art. 183. A União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas
autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as
suas manifestações processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação
pessoal.
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§ 1º A intimação pessoal far-se-á por carga, remessa ou meio
eletrônico.
§ 2º Não se aplica o benefício da contagem em dobro quando a
lei estabelecer, de forma expressa, prazo próprio para o ente
público.
Art. 186. A Defensoria Pública gozará de prazo em dobro para
todas as suas manifestações processuais.
Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia
Pública, a Defensoria Pública e o Ministério Público serácontado da citação, da intimação ou da notificação.
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Artigo 8º Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz
atenderá aos fins sociais e às exigências do bem comum,
resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana e
observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.
Ex. 1
CASO SOPHIA10ª Seção Judiciária do Estado de São Paulo
3ª Vara Federal de Sorocaba
Proc. 0001778-95.2014.403.6110
Autora: Sophia Gonçalves Lacerda
Réu: União Federal
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BEBÊ QUE NECESSITAVA DE SE SUBMETER A
PROCEDIMENTO ALTAMENTE COMPLEXO EM PAÍS ESTRANGEIRO
PELO SISTEMA ÚNICO DE SÁUDE BRASILEIRO
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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 0008474-
47.2014.4.03.0000/SP
RELATOR: Desembargador Federal MÁRCIO MORAES
AGRAVANTE: SOPHIA GONCALVES DE LACERDA incapaz
“(...) Requer a antecipação da tutela recursal para que seja disponibilizado àagravante, juntamente com sua representante legal, um leito junto ao "Jackson
Memorial Medical", sediado em Miami, mantendo-se, ainda, o tratamento de
suporte parenteral contínuo, e, após o deferimento, requer:
(I) seja oficiado ao Delegado da Polícia Federal para que sejam confeccionados os
passaportes da menor Sophia Gonçalves de Lacerda, como também de sua
representante legal Patrícia de Lacerda da Silva, sem o pagamento das taxas
pertinentes, mediante atendimento prioritário por se tratar de urgência;
(II) seja oficiado ao Ministério das Relações Exteriores para o acompanhamento por
agente consular até Miami (que auxilie o processo de imigração nos Estados Unidos
até a chegada ao Hospital "Jackson Memorial Medical");
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(III) seja oficiado ao Exército Brasileiro, através da Força Aérea
Brasileira, para que disponibilize avião apropriado para a viagem da menor
da cidade de Sorocaba - Estado de São Paulo até Miami (Flórida/Estados
Unidos), munido de UTI médica e de todo o equipamento indispensável
para manter a vida da menor;
(IV) seja providenciada ajuda de custo diária, no valor de R$ 150,00 (cento
e cinquenta reais), para garantir a estadia da representante legal da
agravante no abrigo destinado aos parentes de pacientes que aguardam
cirurgia; e
(V) seja fixada multa diária em caso de descumprimento da decisão.
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Em situações excepcionais, a jurisprudência tem
entendido que demonstrado o exaurimento dos recursos
médicos existentes no território nacional para
tratamento de determinada patologia, analisado caso a
caso, é possível o deferimento de tratamento no exterior.
Precedentes: (STJ - REsp 338.373, DJU 24.03.2003;
TRF 3ª, AI 138483, DJF3: 19/03/2009; e TRF 1ª AG
200401000042195, DJ DATA:13/09/2004)
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• Foto extraída da internet
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Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes
sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:
I - à tutela provisória de urgência;
II - às hipóteses de tutela da evidência previstas no art.
311, incisos II e III;
III - à decisão prevista no art. 701.
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Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau
algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha
dado às partes oportunidade de se manifestar,
ainda que se trate de matéria sobre a qual
deva decidir de ofício.
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Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos do Poder
Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as
decisões, sob pena de nulidade.
Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode
ser autorizada a presença somente das partes, de seus
advogados, de defensores públicos ou do Ministério
Público.
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Art. 12. Os juízes e os tribunais deverão obedecer à ordem
cronológica de conclusão para proferir sentença ou
acórdão.
§ 1o A lista de processos aptos a julgamento deverá estar
permanentemente à disposição para consulta pública em
cartório e na rede mundial de computadores.
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias
de acordo ou de improcedência liminar do pedido;
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II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese
jurídica firmada em julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de
resolução de demandas repetitivas;
IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 e 932;
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
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VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão
fundamentada.
§ 3o Após elaboração de lista própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões
entre as preferências legais.
§ 4o Após a inclusão do processo na lista de que trata o § 1o, o requerimento formulado pela
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parte não altera a ordem cronológica para a decisão, exceto quando
implicar a reabertura da instrução ou a conversão do julgamento em
diligência.
§ 5o Decidido o requerimento previsto no § 4o, o processo retornará àmesma posição em que anteriormente se encontrava na lista.
§ 6o Ocupará o primeiro lugar na lista prevista no § 1o ou, conforme
o caso, no § 3o, o processo que:
I - tiver sua sentença ou acórdão anulado, salvo quando houver
necessidade de realização de diligência ou de complementação da
instrução;
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II - se enquadrar na hipótese do art. 1.040, inciso II.
* Regra da ordem cronológica dos julgamentos. Fila para Sentença.
Alguns chamam de Princípio da ordem cronológica dos
julgamentos.
* Se houver descumprimento do comando da norma.
Responsabilidade objetiva do Estado. Artigo 37, § 6º CRFB. Atos
judiciários. Classificação de José dos Santos Carvalho Filho. Constitucionalização do
Processo Civil.