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CONCIDADE – CAMPINAS/PMC – SEPLAN: Curso de Capacitação de Gestores 2011 CURSO DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES 2011 Turma 09 ~ 30 de Março | 13 de Abril ~ DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO E SUSTENTÁVEL - ZAGRO DA MACROZONA 01 MUNICÍPIO DE CAMPINAS | SP Equipe 33 Miwa Yamamoto Miragliotta 1 Turma 09|EQUIPE 33 - Diretrizes para o desenvolvimento rural integrado e sustentável – ZAGRO |Macrozona 01

CURSO DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES 2011 - Campinas · 2013. 4. 8. · Para a contextualização da realidade do rural dentro desta hoje grande metrópole, procurou-se conhecer a linha

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CURSO DE CAPACITAÇÃO DE GESTORES 2011Turma 09

~ 30 de Março | 13 de Abril ~

DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO E SUSTENTÁVEL - ZAGRO DA MACROZONA 01

MUNICÍPIO DE CAMPINAS | SP

Equipe 33Miwa Yamamoto Miragliotta

1 Turma 09|EQUIPE 33 - Diretrizes para o desenvolvimento rural integrado e sustentável – ZAGRO |Macrozona 01

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DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO E SUSTENTÁVEL - ZAGRO DA MACROZONA 01

MUNICÍPIO DE CAMPINAS | SP

O presente estudo teve como objetivo discutir as diretrizes traçadas no atual Plano Diretor para o Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável na ZAGRO (Zona de Uso Agropecuário) na Macrozona 1 que corresponde à APA – Área de Proteção Ambiental do Município de Campinas, São Paulo. E a partir desta discussão, lançar colocações que possam ser consideradas na elaboração do Plano Local de Gestão da MZ1, que será definido cinco anos após publicação da Lei Complementar nº 15 de 27 de Dezembro de 2006.

Para a contextualização da realidade do rural dentro desta hoje grande metrópole, procurou-se conhecer a linha histórica do uso e ocupação do solo em ambiente rural, particularmente, no setor Norte e Nordeste do município (APA) a partir da descrição no Plano Diretor anterior, de 1996.

Dentre as inúmeras questões documentadas, a questão urbanística foi bastante enfatizada na propositura, sobrando algumas colocações genéricas para o Rural do município.

Os pontos relevantes discutidos podem ser resumidos a: levantamento dos lotes vagos, a diretriz viária para desenvolvimento urbano do município e de toda Região Metropolitana de Campinas, a infraestrutura básica de água e drenagem para dar suporte a esta expansão, análise da legislação urbanística em voga, assim como a definição do Macrozoneamento como ferramenta de planejamento. Pontualmente, foram tópicos de detalhamento pela antiga SEPLAMA: a ampliação do aeroporto de Viracopos, a delimitação do aterro sanitário Delta, o estudo dos pólos geradores de tráfego, o zoneamento da área da FEAC, o parcelamento e uso e ocupação do solo da futura CIATEC; o reassentamento e urbanização do complexo São Marcos e o adensamento do Vale Piçarrão.

I. PLANO DIRETOR 1996

São considerados tópicos de relevância para o RURAL dentro deste texto:

Caracterização do Desenvolvimento do Município e sua Inserção Regional

Esta região em processo de metropolização destaca-se pela presença de um setor industrial dinâmico e diversificado, com a presença de indústrias de ponta; por um setor agrícola bastante diversificado e com alto índice de mecanização, que está entre os mais importantes do país; por um setor de comércio e serviços moderno e diversificado; pela presença de universidades e de institutos de pesquisa e pela existência de um mercado de trabalho qualificado e dinâmico.

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Macrozoneamento de Planejamento

A expansão urbana em certas áreas rurais não é aconselhada por razões diversas, tais como: adequação para o uso agrícola, a criação animal e a extração mineral; patrimônio natural (incluindo-se paisagem) a ser preservado; baixa capacidade de suporte do sítio aos usos urbanos mais consolidados.

Na área rural poderão ser instaladas as atividades de agricultura, pecuária e criação animal em geral, extração mineral e atividades de lazer, e todas elas deverão obedecer a critérios de manejo ambiental adequado.

As atividades de lazer, tais como clubes e hotéis-fazenda, deverão respeitar o limite mínimo para parcelamento do solo estabelecido pelo Incra (20.000 m 2 ), de forma a manter um padrão de densidade populacional condizente com o meio rural.

Caracterização por Macrozonas - MACROZONA 01 – APA

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O Processo de Urbanização

POPULAÇÃO RURAL 1970 1980 1991

Sousas 2.574 3.253 617

Joaquim Egídio 1821 1813 1691

Esse decréscimo de ocupação da área rural se deu por um intenso processo de urbanização, marcadamente em Sousas, em que a população urbana passou de 57,7% em 1980 para 93,5% em 1991. Parte desde processo foi marcado pela formação de favelas; com menos de 10.000 habitantes neste distrito, havia 787 habitantes (8,59% da população urbana) residindo em construções precárias no núcleo da favela Jardim Conceição, invasões do Jardim Conceição II e no Jardim Sorirama.

Segundo Rodrigues (2000), que caracterizou a distribuição da população residente nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, nas áreas urbanas, de transição e rural no período de 1991 – 1996, o retrato do que foi visto nos dois distritos pode ser observado em quase todos os municípios da Região Metropolitana de Campinas, que apresentou grau de urbanização correspondendo a 80,82% (1970) e 95,83% (1996), excetuando-se os municípios de Artur Nogueira, Jaguariúna, Monte Mor e Paulínia que juntos, somaram 19% da população rural regional, em resposta a movimentos populacionais contrários à urbanização, ou seja, em direção à área rural. No município de Campinas a urbanização passou de 89,33% (1970) a 97,33% (1991) e ligeira queda para 96,01% (1996). Mesmo assim, observou-se que a queda da população rural de 73.002 hab (1980) a 22.671 (1991) não pode se compensada pelo aumento para 36.254 hab em 1996.

Parcelamento, uso e ocupação do solo

Uma outra parcela do processo de urbanização se deu pelo lançamento dos grandes loteamentos a partir da década de 70 (Caminhos do San Conrado, Colinas do Ermitage, Jd Botânico) em Sousas. Em relação às glebas não parceladas em área urbana, estas são remanescentes de antigas fazendas, tais como a Santana, Santo Antônio, Santa Odila que pertenciam a antigos proprietários e possuíam destinação rural, sendo ocupados por pastos, plantações de cana e eucaliptos.

Em Joaquim Egídio, algumas glebas não parceladas encontravam-se ocupadas por pequenas e antigas chácaras, e o restante por fazendas, sem interligações quanto à infraestrutura básica e agravada pela topografia acidentada. Encontra-se nos dois distritos, remanescentes dos períodos canavieiros e cafeeiros.

Inter-Relação do Ordenamento Físico-Territorial com as Políticas Setoriais

Dentro do tópico MEIO AMBIENTE, os princípios a serem adotados nessa estratégia de desenvolvimento, têm como base as recomendações da Comissão de Desenvolvimento e Meio Ambiente da América Latina e do Caribe, que diz que no levantamento e zoneamento das atividades rurais, deve-se agir definindo critérios econômicos, geológicos e energéticos, e promovendo sua adequação aos parâmetros ambientais, dentro dos quais deverão receber incentivos, dada a prioridade de abastecimento da população, especialmente em itens de consumo básico.

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Diretrizes para o Ordenamento Físico-Territorial do Município de Campinas

4 manter as características rurais das áreas férteis com uso agrícola, com orientação para manejo adequado, bem como estabelecer critérios e orientações para implantação de usos não-rurais compatíveis com as atividades rurais;

4 exigir que os parcelamentos em área rural obedeçam à legislação do INCRA, atendendo ao módulo mínimo estabelecido para a região;

Diretrizes para a MACROZONA 1 – APA

4 manter as atividades rurais com orientação para o manejo adequado ;

4 estabelecer critérios para implantação de atividades turísticas, recreativas e culturais na zona rural, respeitando o módulo mínimo do INCRA e considerando os impactos ambientais decorrentes, no sentido de evitá-los ou minimizá-los;

4 assegurar a maior quantidade e a melhor qualidade dos recursos hídricos , protegendo as regiões produtoras de água, e dar prioridade ao uso rural, avaliando a capacidade de uso agrícola das terras e o manejo adequado para a agricultura, pastagens e reflorestamentos;

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II. PLANO DE GESTÃO (LOCAL) DA ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL

Publicado em Março de 1996 pela PMC – Secretaria de Planejamento e Meio Ambiente, o Plano de Gestão da Área de Proteção Ambiental da Região de Sousas e Joaquim Egídio – APA Municipal, corresponde ao Plano Local de Gestão da Macrozona 1 elaborado por meio da interação entre o Poder Público e a Comunidade.

Mais tarde, este material fundamentou a publicação da Lei nº 10.850 de 07 de Junho de 2991 (Lei da APA) que cria a Área de Proteção Ambiental – APA do Município de Campinas e regulamenta o uso e ocupação do solo, e o exercício de atividades pelo setor público e privado.

Art. 3º - Constituem diretrizes gerais (RURAL) para alcançar os objetivos de criação da APA Municipal:

V. o estímulo à atividade agropecuária e à silvicultura na área rural, por meio de orientação técnica e normativa, bem como incentivos ao associativismo rural em microbacias hidrográficas, de forma a garantir a conservação ambiental concomitante com a exploração econômica;

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VI. o levantamento da estrutura fundiária atual na zona rural, a fim de embasar os programas de apoio à agricultura e o planejamento da produção, e atividades de turismo;

XIII. o controle do parcelamento do solo na área rural, onde é proibido o sub-parcelamento em frações ideais que resultem em área inferior ao módulo mínimo estabelecido pelo INCRA;

Art. 4º - A APA fica subdividida em cinco zonas ambientais, tendo como base as bacias e microbacias hidrográficas da região:

III. Z.AGRO - Zona de Uso Agropecuário - compreendendo toda a porção da bacia de contribuição do Rio Atibaia à jusante do ponto de captação de água da SANASA, com exceção das microbacias do Ribeirão das Cabras (Z.TUR), do Ribeirão Cachoeira (Z.AMB) e das áreas circunscritas pelo perímetro urbano (Z.URB), e caracteriza-se pela potencialidade do solo para agropecuária, pois detém grande parte das áreas agrícolas de culturas anuais, semi perenes e perenes da região, e para a qual o município pretende garantir a compatibilidade do aproveitamento econômico com a conservação do meio ambiente;

Art. 8º - Serão observadas as seguintes diretrizes gerais para a Z.AGRO - Zona de Uso Agropecuário; I. compatibilizar o uso agropecuário com a conservação do meio ambiente;

II. garantir a conservação da microbacia localizada entre as Fazendas Senhor Jesus e Fazenda Espírito Santo, por apresentar alto percentual de cobertura vegetal natural, e preservar as matas: Sítio São José 3,46ha; Fazenda São João 6,3ha; Fazenda Fazendinha 6,66ha; Ribeirão Cachoeira fragmento menor 8,65ha; Fazenda Espírito Santo 41,81ha; Haras Passaredo /Fazenda Senhor Jesus 12,69ha; Mata Ciliar do Solar das Andorinhas 1,89ha; Fazenda Santa Rita do Mato Dentro 4,6ha; Fazenda Iracema 15,97ha; Fazenda Monte Belo 5,59ha; Fazenda Alpes 14,9ha; conforme critérios definidos na Seção I da presente lei;

III. é proibido o uso de agrotóxicos de síntese de classe toxicológica I e II e os de classe toxicológica III e IV com alto potencial de percolação no solo como Atrazinas, Paraquat, Triazinas e Glyphosate.

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Seção II - Agropecuária, Silvicultura e Pesca

Art. 23 - As atividades agropecuárias na APA deverão estar enquadradas nos conceitos de sustentabilidade ambiental, conciliando a produção com a conservação dos recursos naturais, incluindo os solos, os recursos hídricos superficiais e subterrâneos, o ar, a vegetação natural remanescente e a biodiversidade em geral.

§ 1º - A microbacia hidrográfica é a unidade de adoção das técnicas conservacionistas dos recursos naturais na APA, em especial solo e água, sendo esta a melhor forma de tornar eficazes as medidas de conservação ambiental propostas.

§ 2º - A PMC deverá incentivar os proprietários rurais de uma mesma microbacia a organizarem-se no sentido da efetivação das práticas conservacionistas.

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Art. 24 - Deverão ser observados os seguintes princípios, válidos para todo o território da APA Municipal:

I. é proibida a prática de queimada;

II. serão incentivados cultivos sob os critérios da agricultura orgânica;

III. as estradas e caminhos que cortarem áreas agrícolas deverão, obrigatoriamente, contar com sistemas de drenagem adequados que impeçam o desenvolvimento de processos erosivos;

IV. a utilização agropecuária das terras da APA deverá respeitar as normas do Sistema de Capacidade de Uso das Terras e suas respectivas práticas conservacionistas;

V. a mecanização, quando possível, deverá ser feita dentro de critérios de conservação dos solos a fim de evitar problemas como compactação, pulverização e erosão;

VI. o preparo do solo e os tratos culturais deverão ser feitos acompanhando as curvas de nível do terreno, sendo proibido o cultivo do terreno perpendicular às curvas de nível;

VII. deverão ser adotadas as práticas disponíveis para cada tipo de exploração que minimizem ou impeçam o escoamento superficial da água, favorecendo assim sua infiltração para as camadas profundas do solo;

VIII. as práticas de manejo das atividades agropecuárias na APA deverão prever a manutenção de cobertura vegetal sobre o solo;

IX. é proibido o lançamento de qualquer efluente líquido sem tratamento prévio adequado nos corpos d água da APA Municipal.

Art. 25: O agricultor que explorar suas terras dentro dos princípios descritos no artigo anterior deverá ter prioridade nos programas de apoio a serem desenvolvidos, bem como nos estímulos e benefícios previstos na legislação federal, estadual e municipal e suas futuras regulamentações.

Subseção I: Da Capacidade de Uso das Terras

Art. 26 - Segundo o Sistema de Capacidade de Uso das Terras, conforme prevê a Lei Estadual nº 6.171/88, são identificadas 5 (cinco) classes e subclasses na APA Municipal, a serem descritas nos artigos seguintes, com seus respectivos potenciais e restrições.

Art. 27 - Os solos Classe IIIa compreendem as planícies fluviais, com ocorrência de cambissolos ou solos hidromórficos e declividades entre 0 e 2% (zero e dois por cento), com riscos de inundações temporárias ou lençol freático muito próximo da superfície.

§ 1º - os usos indicados para os solos enquadrados nesta classe são a horticultura ou pastagens, e ainda algumas culturas anuais e semi-perenes tolerantes a alagamentos temporários ou deficiência de oxigênio no solo.

§ 2º - não será permitido o uso de fertilizantes químicos e agrotóxicos, devendo ser priorizado o uso de adubação verde e reciclagem de resíduos na propriedade.

§ 3º - o uso agropecuário destas áreas implicará na revegetação ciliar, por parte do interessado, das faixas de preservação permanente contíguas à exploração, de modo a oferecer proteção ao recurso hídrico.

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Art. 28 - Os solos Classe IIIe compreendem as áreas com declividades entre 2% e 12% (dois e doze por cento) com ocorrência de solo podzólico vermelho-amarelo distrófico ou álico.

§ 1º - os usos indicados para os solos enquadrados nesta classe são a horticultura, os cultivos anuais, semiperenes, permanentes, pastagens e silvicultura;

§ 2º - no caso de cultivos anuais e semi-perenes deverão ser adotadas práticas complexas de conservação dos solos.

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Art. 29 - Os solos Classe IV" compreendem as áreas com declividades entre 12% e 30% (doze e trinta por cento) com ocorrência de solo podzólico vermelho-amarelo distrófico ou álico.

§ 1º - os usos indicados para os solos enquadrados nesta classe são os cultivos permanentes, pastagens e silvicultura, podendo estes serem consorciados.

§ 2º - é proibido o uso com cultivos anuais e semi-perenes, salvo quando em regime de consórcio ou rotação, sendo que as operações de preparo de solo só poderão ser realizadas com intervalos superiores a 5 (cinco) anos.

Art. 30 - Os solos Classe VIe compreendem as áreas com declividades entre 30% e 47% (trinta e quarenta e sete por cento) com ocorrência de solo podzólico vermelho-amarelo pouco profundo, distrófico ou álico.

§ 1º - os usos indicados para estes solos são as pastagens e a silvicultura e seu consórcio;

§ 2º - são vedados os cultivos anuais, semi-perenes e permanentes.

Art. 31 - Os solos Classe VIIe compreendem as áreas com declividades entre 47% e 60% (quarenta e sete e sessenta por cento) com ocorrência de solo podzólico vermelho-amarelo pouco profundo ou litossolos.

§ 1º - os usos indicados para os solos enquadrados nesta classe são as pastagens e a silvicultura e seu consórcio;

§ 2º - são vedados os cultivos anuais, semi-perenes e permanentes;

§ 3º - é vedada a supressão da cobertura vegetal nativa, quando existente;

§ 4º - quando explorados com pastagens ou reflorestamento, devem ser tomados cuidados complexos de conservação de solos.

Subseção II: Dos Corretivos e Fertilizantes

Subseção III: Dos Agrotóxicos

Subseção IV: Da Silvicultura

Art. 40 - As empresas de reflorestamento que exploram ou que venham explorar a silvicultura na APA, na forma de arrendamento, parceria ou outra, deverão obter licença junto ao órgão ambiental municipal, apresentando um plano de manejo que considere, no mínimo, os seguintes aspectos, ou outros alternativos que garantam a proteção ambiental:

I. que a extração de lenha nos reflorestamentos seja feita em faixas paralelas às curvas de nível, seccionando a rampa, no mínimo, em três partes;

II. hierarquização de estradas e caminhos, com previsão de que o trânsito de caminhões de transporte e

máquinas pesadas deverá se restringir às estradas principais, a fim de evitar compactação desnecessária;

III. o solo deverá estar protegido por cobertura vegetal, seja através de culturas consorciadas, manutenção da copa da árvore no campo ou outras medidas;

IV. previsão de recomposição com espécies nativas das áreas de preservação permanente inseridas na gleba objeto do reflorestamento;

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V. na renovação de áreas de silvicultura deverão ser previstos o plantio de 2 (duas) mudas de espécies nativas nas Áreas de Preservação Permanente para cada 10 (dez) mudas de espécies de interesse comercial plantadas.

Art. 41 - Deverão ser estimulados os reflorestamentos em pequenas escalas, efetuados pelos proprietários locais, destinados à formação de quebra-ventos ou uso múltiplo de lenha, devendo ser priorizado o consorciamento com outros cultivos ou criações compatíveis, utilizando-se preferencialmente espécies nativas regionais.

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Subseção V: Das Criações Animais

Art. 42 - As instalações de criações animais confinadas ou semi-confinadas (estábulos, currais, baias, pocilgas, galpões e outras) não poderão estar localizadas nas faixas de preservação permanente e planícies fluviais.

Parágrafo Único - Na Z.URB, as instalações para criações animais não poderão estar localizadas a menos de 300 m (trezentos metros) de residências.

Art. 43 - É vedado o lançamento direto ou indireto nos corpos d'água dos resíduos orgânicos resultantes das criações animais (esterco, cama de frango, água de lavagem e outros), que deverão ser preferencialmente reutilizados na propriedade como adubos orgânicos, ferti-irrigação, volumoso para o gado, ou receber tratamento adequado.

Art. 44 - As pastagens deverão ter lotação compatível com sua capacidade de suporte, que varia em função do solo, capim utilizado, tipo e porte do gado, tempo de permanência, entre outros, devendo ser adotadas as recomendações da CATI, no tocante ao manejo de pastagens, rotação, consorciamento, adubação verde, cultivo de forrageiras, ensilagem, dessedentação e outros.

Art. 45 - Os produtos farmacêuticos utilizados nas criações animais deverão ter transporte, armazenagem, aplicação e destinação de embalagens vazias semelhantes aos especificados para os agrotóxicos.

Art. 46 - A criação de animais silvestres deverá ser autorizada pelo IBAMA, e obter licença junto ao órgão ambiental municipal.

Subseção VI: Da Pesca

Seção IV - DA URBANIZAÇÃO

Art. 53 - Na área rural da APA não serão permitidos parcelamentos do solo para fins urbanos, ou subdivisões, que resultem em lotes ou frações ideais de conjuntos em condomínios de dimensões inferiores ao módulo rural do INCRA para a região de Campinas - 20.000 m 2 (vinte mil metros quadrados).

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A Lei da APA é vigente até os dias atuais e é a mais importante ferramenta de trabalho nas deliberações do CONGEAPA – Conselho Gestor da APA. O próximo Plano Local de Gestão será uma reformulação deste documento procurando-se adaptá-lo à nova realidade vivenciada, procurando-se vislumbrar um cenário para daqui 10 a 20 anos, para as próximas gerações.

As palavras-chaves lançadas para o ambiente rural em 1996 foram:

4 manter as características rurais com orientação para o manejo adequado, estimulando a atividade agropecuária e silvicultura;

4 estabelecer critérios para implantação de atividades turísticas, recreativas e culturais na zona rural, controlando o parcelamento do solo na área rural, respeitando o módulo mínimo do INCRA de 20.000m2;

4 respeito ao meio ambiente, garantindo a conservação da microbacia e adotando práticas conservacionistas;

4 levantamento da estrutura fundiária na zona rural;

4 proibição do uso de agrotóxicos - estímulo à agricultura orgânica;

4 detalhamento das vocações para cada tipo de solo e detalhamento de diversas atividades: silvicultura (reflorestamento), criação de animais e pesca.

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III. PLANO DIRETOR DE CAMPINAS - 2006

Uma década depois, foi feita a revisão do Plano Diretor de 1996 em cumprimento às determinações do Estatuto da Cidade. O cenário do município passada esta década (1996 – 2006) retrata a tendência já aventada no texto anterior, ou seja, de intensificação da urbanização dispersa ancorada em empreendimentos de grande porte e usos diversos, o aumento da movimentação pendular da população retratando o aumento da distância entre as áreas de localização de empregos e as áreas de concentração de população de baixa renda, resultando no aumento da segregação socioespacial, e o distanciamento das áreas de consumo que se localizam principalmente em shopping centers.

A urbanização no município passou de 95,1% (1991) a 97,07% (2000), observando-se uma redução da população rural de 91.468 hab para 68.309 hab no mesmo período, respectivamente. A figura abaixo, ilustra a distribuição geográfica da população no município em 2000.

Fonte: PINTO, L.A.C.G. Os rurais de Campinas. UNICAMP / NEPO. 2004.

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No âmbito do Desenvolvimento Econômico “a área agrícola do município vem confirmando a tendência de especialização em atividades de maior valor agregado, como fruticultura, deixando de praticar culturas que exigem mão de obra mais barata. Além do uso de tecnologias apropriadas, e das oportunidades para a oferta de produtos agrícolas com certificação, do atendimento de demandas de produtos para a fitoterapia e essências, dentre outras, existe a necessidade de se promover à divulgação de tecnologia e boas práticas de manejo e gestão para os agricultores, como diferencial competitivo. A demanda pela re-qualificação das atividades rurais deverá ser entendida como ação estratégica do ponto de vista econômico, social e ambiental”.

As Políticas Públicas para fomentar tal desenvolvimento seriam baseadas em ações que especificamente para o ambiente rural procuraria “promover a complementaridade entre as atividades urbanas e rurais do município, objetivando a melhoria das condições de trabalho na área rural, assegurando o aproveitamento das potencialidades e a sustentabilidade ambiental”.

CARACTERIZAÇÃO DO RURAL

Em levantamento realizado em 1995/1996, a área rural do município correspondia a cerca de 50% do território de Campinas e ainda contava com um leque aberto de alternativas para o seu desenvolvimento e para a sua população. Havia lugar para a agricultura orgânica e também para uma agricultura altamente tecnificada, com insumos modernos e cultivares melhoradas, inclusive pelo instrumento da manipulação genética.

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Vale lembrar, que as propriedades mais produtivas no município dedicavam-se à fruticultura, inclusive de exportação e à olericultura, em pequenas unidades entre 2ha até no máximo 40ha. A área rural abrangia grande diversidade de atividades, dentre elas destacavam-se as agropecuárias: bovinocultura, fruticultura, inclusive para exportação (figo, goiaba, uva, etc), cana-deaçúcar, olericultura, plantas ornamentais, silvicultura.

SOUSAS E JOAQUIM EGÍDIO

Atividades principais detectadas: reflorestamento, gado, café e turismo rural.

“A região da APA é uma área predominantemente rural, com poucos espaços urbanos, caracterizada por uma ocupação antiga e menos intensa do que no restante do Município de Campinas. Essa paisagem rural é constituída principalmente por pastagens. Os remanescentes de matas são escassos, geralmente pequenos e localizados em vales e depressões, mas correspondem a mais de 60% de todos os remanescentes de floresta tropical semicaducifolia do município. Não há grandes extensões de lavouras, mas várias áreas representativas de reflorestamento (principalmente eucalipto)” (Plano de Gestão da Área de Proteção Ambiental da Região de Sousas e Joaquim Egídio-APA Municipal,1996, p. 26).

Além das propriedades mais extensas, verificavam-se também algumas tentativas de pequenos produtores com agricultura orgânica, produção de mudas, pupunha, castanha portuguesa, etc. São, no entanto, casos isolados que não permitiam caracterizar esta região como agrícola, embora esta seja a atividade considerada como compatível a sua finalidade no seu plano de gestão.

Grande parte desses produtores não residiam nas propriedades e a agricultura não era a sua atividade principal. A principal finalidade desta região seria a preservação dos recursos naturais que são importantíssimos para a qualidade de vida do município.

CARLOS GOMES E GARGANTILHA

Atividades principais detectadas: piscicultura, ranicultura, plantas fitoterápicas, cultivo de aspargos e turismo rural. Predominam as áreas com pastagem.

No bairro Gargantilha, encontrava-se uma produção de acerola e de aspargos. Existiam também chácaras utilizadas para recreio e residência permanente. A atividade agrícola tinha pouca expressão e as atividades não agrícolas desenvolvidas destinavam-se mais ao lazer e ao turismo.

Uma atividade turística desta região, que atrai tanto a população local como a da capital do estado de São Paulo, era o passeio de trem “Maria Fumaça”. “Trafegando pelos leitos da antiga estrada de ferro Mogiana, entrecorta os remanescentes das antigas fazendas que são apresentadas aos passageiros por membros da Associação Brasileira de Preservação Ferroviária. Avista-se assim muita área com pastagem, sede de fazenda projetada pelo arquiteto Ramos de Azevedo, clubes de recreio, etc. Parte-se da estação Anhumas em direção a Jaguariúna, passando pelas estações de Pedro Américo,Tanquinho, Desembargador Furtado e Carlos Gomes”.

Apesar do município de Campinas não estar incluído no Circuito das Frutas, sua produção correspondia a 21.214 toneladas, estando em segundo lugar, perdendo apenas para Jundiaí. Em relação à área cultivada, Campinas apresentava 1.114,4 ha, ocupando o terceiro lugar abaixo apenas de Jundiaí e Indaiatuba.

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Em uma análise comparativa entre área e valor de produção, tínhamos em área mais de 50% com pastagem, mas que refletia somente 19% do valor de produção, enquanto em área, a olericultura e fruticultura juntas não completam 5% de área, mas que em valor de produção equivaliam juntas a mais de 50%.

Fonte: Plano Diretor 2006 – Capítulo 4.

Leitura Sócio-Territorial da Zona Rural

A ausência de um trabalho organizado e de perspectivas faz com que os agricultores abandonem a produção, e suas terras passam a abrigar matadouros clandestinos, desmanches de carros e outros subprodutos da violência, gerando intranqüilidade para quem tenta continuar a produzir.

Outro problema apresentado é o da insegurança própria do isolamento das unidades agrícolas e tem sido fator preponderante no êxodo rural. Ocorrem roubos e furtos de animais, frutas, máquinas agrícolas, caminhões, fios de telefonia, etc. Em relação à segurança, foi iniciada uma patrulha rural-ambiental do município que já realiza de forma precária um atendimento a esta área.

Outra observação é a falta de ferramentas de gestão para essa região, tornando-a vulnerável aos usos não compatíveis com a zona rural, isto porque, o município também possui ampla vocação para o turismo rural, possibilitando a preservação histórica e contribuindo para a conservação da paisagem, especialmente em regiões com ofertas de turismo ligado a agronegócio e a fazendas históricas. Na região de Sousas e Joaquim

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Egídio existem ainda, as sedes de fazendas históricas da época do Ciclo do Café e Canavieiro, e contam também com a presença de ramal férreo ainda em atividade e do conjunto de locomotivas a vapor – “Maria Fumaça”, que tem despertado inclusive interesses cenográficos.

O rural de Campinas é:

4 Multisetorial por incorporar em seu território, além da tradicional agropecuária, diversas atividades como os serviços, o turismo, a indústria.

4 Multifuncional na medida em que vem adquirindo novas funções como: local de residência e de preservação da natureza, além de manter a de produção, que o identificou originalmente. O rural se diversificou e ficou mais complexo.

Dentro deste contexto, o rural não pode ser dissociado do ambiental. Esta integração entre o rural e o ambiental ganha força, tendo como um dos grandes desafios para município, a incrementação do desenvolvimento de ações destinadas à agricultura familiar em alguns trechos. Através de uma fomentação estratégica, participativa e adensada, do desenvolvimento deste paradigma, Campinas desencadeará a viabilização de um conjunto pró-ativo, como: a produção, a distribuição/comercialização e o consumo, no contexto das relações sociais do complexo sistêmico produtivo utilizado pelos agricultores e seus familiares.

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COMO DESENVOLVER O RURAL DE FORMA SUSTENTÁVEL, EQUILIBRANDO OS INTERESSES econômicos, sociais E AMBIENTAIS

Para UM cenário de 2016?

POLÍTICAS PÚBLICAS SETORIAIS - DESENVOLVIMENTO RURAL

Desafios a superados:

4 Tratar RURAL e URBANO de forma integrada dentro de uma única gestão municipal como estabelece o Estatuto da Cidade que exige que os planos diretores considerem todo o município, tanto área urbana como rural;

4 Regulamentação dos usos urbanos na zona rural como seqüela da pluriatividade nas propriedades rurais, traçando uma hegemonia entre as diversas instâncias, federais, estaduais e municipais;

4 Necessidade de um equilíbrio no campo tributário, pois o ITR da área rural não gera arrecadação para os municípios;

4 Necessidade de harmonização das leis e competências sobre as regras de parcelamento. INCRA estabelece módulo mínimo de 20.000 m2, enquanto na área urbana, o módulo é definido pela Lei de Zoneamento;

4 A construção de pactos (termos de ajuste) visando ao resgate do passivo ambiental em Áreas de Preservação Ambiental e Reserva Legal, a delimitação (ou retração ) do perímetro urbano, a fiscalização das atividades imobiliárias ( criação de loteamentos) , as regras de zoneamento e os mecanismos de IPTU progressivo e uso compulsório são ações complementares decisivas na indução de mudanças na lei.

A política Municipal de Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável possui os seguintes OBJETIVOS:

4 Ordenar, manter e controlar as atividades de interesse municipal na área rural, em consonância com os princípios do desenvolvimento sustentável e de modo que a propriedade rural cumpra a sua função social;

4 Preservar o território rural, seus recursos naturais e o patrimônio histórico, arquitetônico e cultural;

4 Desenvolver o potencial econômico das atividades multifuncionais existentes no espaço territorial rural, incentivando, especialmente, a produção agrícola, o turismo rural e a recreação ambiental;

4 Buscar a integração e a complementaridade entre as atividades realizadas nas áreas urbana e rural, visando o desenvolvimento sócio-econômico do município;

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4 Agregar maior qualidade de vida à população rural, especialmente em relação à segurança, conforto dos domicílios, e inserção no mercado de consumo de bens e serviços.

Os objetivos deverão ser alcançados mediante as seguintes AÇÕES:

4 Elaborar legislação disciplinando o uso e a ocupação do solo rural;

4 Instituir UTBS rurais quando da elaboração dos planos locais de gestão das macrozonas;

4 Estabelecer convênio com a União, por intermédio da Secretaria da Receita Federal, para assumir, nos termos da lei, as atribuições de fiscalização, lançamento dos créditos tributários e a cobrança do ITR – imposto sobre a propriedade territorial rural;

4 Implementar o Cadastro Municipal De Imóveis Rurais, efetuando o levantamento georeferenciado das propriedades agrícolas, inclusive por meio de convênio com o INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária;

4 Efetuar articulações intermunicipais e estaduais para a integração do município nos planos de desenvolvimento rurais regionais e das micro-bacias hidrográficas;

4 Instituir incentivos fiscais para a preservação de sítios ecológicos privados;

4 Propor políticas de abastecimento e segurança alimentar;

4 Promover a capacitação e a disseminação de novas tecnologias usadas na produção agrícola, visando manter a zona rural produtiva, competitiva e capacitada a responder às novas demandas de mercado;

4 Buscar a qualidade da produção através de sistemas de aferição e controle de resíduos de agrotóxicos, orientando ações para obtenção de certificação em produtos de origem animal e vegetal.

São DIRETRIZES PARA O DESENVOLVIMENTO RURAL INTEGRADO E SUSTENTÁVEL:

4 Criar uma estrutura administrativa própria e adequada para a promoção do desenvolvimento rural integrado e sustentável no município;

4 Elaborar Plano Estratégico de Desenvolvimento Rural;

4 Incrementar o Turismo Rural;

4 Incentivar a Agricultura Orgânica;

4 Promover a melhoria das estradas rurais objetivando o escoamento adequado da produção agrícola;

4 Ampliar o acesso da população à educação técnica e profissional rural;

4 Organizar e integrar redes de assistência técnica aos produtores rurais;

4 Desenvolver programas para melhoria das condições sanitárias e de higiene da área rural;

4 Aprimorar os sistemas de manejo dos recursos naturais, visando à renovação da capacidade produtiva dos solos agriculturáveis.

São INSTRUMENTOS DA POLÍTICA DE DESENVOLVIMENTO RURAL DO MUNICÍPIO:

4 Plano Estratégico de Desenvolvimento Rural;

4 Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável;

4 Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Rural Sustentável e Segurança Alimentar – GDR;

4 Legislação Rural;21 Turma 09|EQUIPE 33 - Diretrizes para o desenvolvimento rural integrado e sustentável – ZAGRO |Macrozona 01

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4 Cadastro de Imóveis Rurais.

GESTÃO DO PLANO DIRETOR - INSTRUMENTOS DA POLÍTICA RURAL

Os instrumentos da política rural têm por finalidade a necessidade de articulação do planejamento urbano com o uso da zona rural do Município.

Programas e projetos de desenvolvimento localÉ o estímulo à implementação de programas e projetos de desenvolvimento local que possibilitem a emergência de novos atores sociais e um reordenamento territorial com a criação de novos espaços rurais que não sejam necessariamente confinados aos limites geográficos, de modo a introduzir outras variáveis econômicas, sociais e ambientais que sejam mais coerentes com as oportunidades emergentes de atividades produtivas e de serviços. Adoção de medidas de políticas públicas que efetivamente descentralizem programas e projetos, transferindo a responsabilidade pelo planejamento e gestão para organizações que atuam em nível local.

Unidades Territoriais Básicas Rurais – UTBs RuraisRepresentam uma porção do território rural configurada pela convergência de suas características, capazes de traduzir uma leitura mais detalhada da área rural. Encontram-se subdivididas por elementos como micro-bacias, barreiras físicas e divisões já consideradas para os setores censitários e instrumentos de planejamento como os Planos Locais de Gestão Urbana e do próprio Plano Diretor.

Controle de fronteira agrícolaControle da expansão da fronteira agrícola em áreas de ecossistemas frágeis e não transformados, e exigência de avaliações de impacto ambiental para quaisquer atividades econômicas do meio rural, com base em métodos que privilegiem as características e parâmetros de cada local.

Regularização fundiária na área ruralO Município tem responsabilidade constitucional de legislar sobre assuntos de interesse local. A regularização das formas de uso, ocupação e o parcelamento do solo no território municipal são inegavelmente, de interesse local. Portanto, o Município deve tomar para si a responsabilidade de exercer essa regularização, que certamente, envolverá negociações e articulações com o INCRA. Há necessidade de se criar um cadastro georreferenciado dos imóveis rurais, mapeando as características das propriedades, pois é uma das informações básicas para visualização da estrutura fundiária na zona rural. O INCRA não possui essa informação organizada e os registros nos cartórios de imóveis apresentam deficiência. A irregularidade das ocupações urbanas na zona rural é multifacetada. Nem todas as situações são regularizáveis. Para cada situação exige-se uma estratégia específica.

Fomento a processo participativoÉ o estabelecimento de mecanismos ou estruturas que promovam o processo participativo das diferentes representações dos atores sociais do meio rural — de segmentos agrícolas e não-agrícolas, de modo a estimular a formação de consciência e o exercício democrático; devendo haver o monitoramento e a avaliação periódica das ações programadas implementadas, divulgando e discutindo os seus resultados com a comunidade, a fim de conferir transparência ao processo e de prezar pela sua continuidade mesmo diante das mudanças periódicas no poder executivo municipal. Estímulo à organização dos produtores e trabalhadores rurais por meio de associações ou cooperativas, com o propósito de legitimar a sua participação nas tomadas

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de decisão; essa ação é muito importante, pois geralmente os segmentos mais desfavorecidos são os mais desorganizados. Provimento, principalmente aos jovens dos segmentos mais desfavorecidos do meio rural, educação formal em áreas técnicas necessárias, de modo a capacitá-los não só para competirem no mercado de trabalho como também para participarem do processo de discussão e decisão em igualdade com as representações mais fortalecidas.

Conselho de Desenvolvimento Rural SustentadoO Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentado analisa todas as intervenções na área rural, por força da Lei Municipal n° 10631/2000 que obriga o Poder Executivo e o Poder Legislativo a ouvir seu parecer em projetos, edificações e/ou empreendimentos que tratem da área rural. Referido colegiado contribui sobremaneira com os processos participativos nas decisões quanto a política rural do Município.

Agendas locaisIntrodução de medidas de estímulo à elaboração e à implantação de agendas locais de gestão ambiental do meio rural, considerando o estabelecimento de mecanismos e recursos financeiros e de infra-estrutura, tendo como referência a Agenda 21.

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IV. ELABORAÇÃO DE UM PLANO DIRETOR

Um Plano Diretor exige da equipe técnica e colaboradores a sensibilidade para se vislumbrar uma situação hipotética de como se configurará o cenário futuro do município dentro de um contexto regional, assim como das macrozonas dentro de seu perímetro de abrangência, considerando o urbano e o rural e todas as nuances do desenvolvimento global que impactam a economia e o desenvolvimento setorial.

Realizando-se uma retrospectiva do que foi caracterizado em 1991 para se lançar as hipóteses no Plano Diretor de 1996, que forneceu subsídios para o Plano Diretor de 2006, restaram muitas dúvidas. A visão leiga de um membro externo ao aparelho público dotado de equipe técnica altamente capacitada a “fazer” políticas públicas, não permitiu uma avaliação aprofundada para se concluir se o cenário atual se configura pelas ações passadas que direcionaram os fatos até que se concretizasse o cenário proposto ou se os processos foram independentes, podendo-se falar grosseiramente em tendências convergentes.

De forma resumida, os termos e conceitos de cada texto são apresentados na tabela abaixo.

PALAVRAS-CHAVES EM 1996 PALAVRAS-CHAVES EM 2006Manter as características rurais com orientação para o manejo adequado, estimulando a atividade agropecuária e silvicultura

Novo Rural MULTISETORIAL e MULTIFUNCIONAL: turismo rural que agrega o componente cultural do patrimônio histórico da região (fazendas de café)

Estabelecer critérios para implantação de atividades turísticas, recreativas e culturais na zona rural, controlando o parcelamento do solo na área rural, respeitando o módulo mínimo do INCRA de 20.000m2

Regularização Fundiária na Área Rural pelo município considerando convênios com INCRA e a Secretaria da Receita Federal para que o município possa gerir e administrar complementarmente o uso do solo em área rural.

Respeito ao meio ambiente, garantindo a conservação da microbacia e adotando práticas conservacionistas

Desenvolvimento Rural Integrado e Sustentável, em que o Rural está consorciado com o Ambiental e Turístico.

Levantamento da estrutura fundiária na zona rural Cadastro georeferenciado dos imóveis rurais.Proibição do uso de agrotóxicos - estímulo à agricultura orgânica

Fomento à Agricultura Orgânica e à Agricultura Familiar.

Detalhamento das vocações para cada tipo de solo e detalhamento de diversas atividades: silvicultura (reflorestamento), criação de animais e pesca

Associação Rural, Turismo e Ambiental.

Processo Participativo: Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentado (tripartide); Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Rural Sustentável e Segurança Alimentar – GDR; Agenda Local de Gestão Ambiental do meio rural; fomento à formação de Associações e Cooperativismo.Educação e Assistência Técnica ao Produtor Rural, profissionalizando o setorMelhorias das condições de infraestrutura de fomento: estradas rurais e saúde do trabalhador rural.Plano Estratégico de Desenvolvimento Rural

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Procurando-se por estudos sobre o tema, cabe citar Pinto (2004) que explica este fenômeno de forma bastante interessante:“As transformações que vêm ocorrendo mais recentemente no meio rural tem alterado as formas de uso e ocupação deste espaço assim como a composição da população que nele reside. Essas transformações têm sido objeto de estudos em diversas partes do mundo, como a Europa e América. Essas mudanças não ocorrem da mesma forma em todos os lugares, até porque situam-se em realidades muito diferentes. O ponto comum é a constatação de que as categorias de análise anteriores já não conseguem mais explicar o rural atual. O rural não pode mais ser entendido como sinônimo de agricultura apesar da atividade agropecuária ser desenvolvida nas áreas rurais e, no caso brasileiro, ter importância econômica e social. O rural se modifica e se redefine”. Os fenômenos mais importantes apontados são o crescimento de atividades não agrícolas, a pluriatividade e a presença de uma dinâmica urbana coexistindo com a dinâmica rural. O espaço rural se diversifica e não é mais identificado exclusivamente pelas atividades agropecuárias.

No texto, a autora cita o Projeto Rurbano, do Instituto de Economia da UNICAMP, que vem sistematicamente estudando tanto a evolução das atividades não agrícolas assim como outras alterações. Constata-se que a nova realidade tem uma dinâmica própria, distinta das anteriores, que ainda está se definindo e precisa ser melhor conhecida. A nova realidade, que tem sido denominada de “novo rural” (Graziano, 1999) é constituída de:

4 Uma agropecuária moderna, conhecida também como o agribusiness, e diretamente ligada às agroindústrias.

4 Um conjunto de “novas” atividades agropecuárias, localizadas em nichos de mercado;4 Um conjunto de atividades de subsistência, de agricultura tradicional, e excluídas da modernização

agropecuária;4 Um conjunto de atividades não agrícolas.

Uma segunda tentativa de melhor se contextualizar no andar do processo de adaptação das diretrizes foi avaliar os Planos Locais de Gestão de outras Macrozonas já elaboradas e enviadas para votação na Câmara Municipal no formato de Lei Complementar.

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IV. PLANO LOCAL DE GESTÃO – MACROZONA 2

A Macrozona 2 faz divisa com a Macrozona 1 da APA, sendo considerada ACAM – Área de Controle Ambiental, uma área de amortização da APA de Campinas ou atenuante climático e paisagístico, seja como território de opções de desenvolvimento de atividades agrícolas, turísticas e demais serviços em sintonia com o ambiente rural.

CARACTERIZAÇÃO DO MEIO RURAL

Na zona rural da Macrozona 2 encontram-se diversas fazendas, destacando-se a existência de propriedades rurais resultantes de desmembramentos, com áreas em torno de 100.000m², assim como sítios e chácaras com áreas entre 10.000 e 20.000m², além da presença de diversos haras e da Subestação Furnas de Energia Elétrica. Ambientalmente, preocupa o uso e a ocupação do solo que cresce desordenadamente, sendo que a urbanização esta se sobrepondo a zona rural. O uso do solo predominante é rural, com áreas agrícolas subutilizadas, apresentando grandes extensões de pastos e matas. Alguns desenvolvem atividades não

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agrícolas como pesque-pague e pesqueiros. As culturas predominantes são de cana de açúcar, produção de flores para corte e plantas ornamentais, de hortifrutigrangeira (oleaginosas, hortaliças e frutas como a banana, o caqui, a manga, a laranja e o limão) e atividades pecuárias. Na zona rural há presença de fazendas (Turismo Rural), sítios e chácaras, bem como diversos haras.

PROPOSTAS

Proposta de Adequação das Áreas de Planejamento (AP’s) e criação das Unidades Territoriais Rurais (UTR’s).

Foi proposta a criação de 06 UTR’s que permitirão o Planejamento detalhado de cada área de forma independente considerando suas particularidades.

DIRETRIZES PARA MACROZONA 2

4 Drenagem Urbana e Rural – pré-definidas de forma que qualquer empreendimento atenda a estes requisitos prévios;

Zona Rural

4 Estimular a organização dos produtores nas formas de associação ou cooperativas tendo como base o Conselho Gestor da Macrozona;

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4 Estimular o desenvolvimento da agricultura sustentável, contemplando os aspectos social, econômico e ambiental, buscando apoio e parcerias com as universidades, instituições de pesquisa e de fomento, estudando a criação de um selo ambiental visando agregar valor à produção;

4 Incentivar a adoção de técnicas de conservação do solo agrícola, nas bacias hidrográficas, visando o aumento da infiltração de água no solo e a recarga do aqüífero, por meio de técnicas tais como terraceamento, embaciamento, sub-solagem, cultivo direto, rotação de culturas, entre outros, a regularização de vazões por meio de pequenos reservatórios (açudes ou tanques), a recuperação da mata ciliar e a redução no uso de agroquímicos;

4 Adotar programa de conservação das estradas rurais, visando a redução do aporte de sedimentos nos cursos d´água e a formação de material particulado (poeira), a fim de melhorar as condições de escoamento da produção e a exploração do potencial turístico; e

4 Promover mecanismos que propiciem a melhoria da segurança na área rural da MZ 2.

Zoneamento Rural

I - Instituir zoneamento rural para viabilização do desenvolvimento rural sustentável da MZ 2, a saber:

4 Z-AMB - Zona de Preservação Ambiental: constituída por parte proporcional correspondente a, no mínimo, 30% (trinta por cento) da propriedade rural, podendo ser integrada por fragmentos de vegetação nativa e pelas áreas rurais de uso restrito, destinadas a preservação integral e situadas:

1) Ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto (leito sazonal maior) em faixa marginal, cuja largura mínima será de 30 (trinta) metros para os cursos d'água

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com menos de 10 (dez) metros de largura e de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10 (dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;2) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais, em faixa com metragem mínima de 15 (quinze) metros;3) Ao redor de nascentes ou nos chamados “olhos d’água”, ainda que intermitentes, com raio mínimo de 50 (cinqüenta) metros, qualquer que seja a sua situação topográfica;4) Em várzeas alagadas; e5) Em área de propriedade correspondente à Reserva Florestal Legal.

4 Z-RUTS - Zona de Uso Rural e Turístico Sustentável: composta pelas demais áreas rurais, que não se enquadrem na Z-AMB, onde é possível o uso ou exploração sustentável.

Zona de Uso Rural e Turístico Sustentável

4 Estimular os usos tipicamente rurais – TR, caracterizados por atividades agrosilvopastoris, por meio da certificação às propriedades que desenvolvam a agricultura sustentável, conservando os recursos naturais água e solo e atendendo os preceitos da presente Lei, bem como critérios a serem definidos com a participação dos produtores locais organizados e instituições de assistência ao produtor rural;

4 Proibir os usos que comprovadamente provoquem degradação ambiental;

4 Disciplinar os usos tipicamente rurais, que possam causar degradação ambiental, por meio de técnicas adequadas de manejo.

4 Permitir usos não tipicamente rurais – NTR conforme disciplinado em legislação específica, de acordo com os seguintes critérios:

a. O desenvolvimento de usos Não Tipicamente Rurais - NTR só será permitido com base em procedimento de Licenciamento Ambiental, onde se demonstre a adoção de contrapartidas e das medidas necessárias para a devida conservação dos recursos naturais e infra-estrutura compatível;

b. A impermeabilização dos solos será permitida com base em criação de potencial a ser determinada pela área total de Z-AMB na propriedade.

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V. PLANO LOCAL DE GESTÃO – MACROZONA 8

Esta importante Macrozona também é contígua à MZ1 – APA em seu trecho SO, caracterizando-se como Zona de Amortecimento da APA.

CARACTERIZAÇÃO DO MEIO RURAL

A zona rural da Macrozona 08 corresponde a uma pequena parcela de aproximadamente 14%, situada na região da Chácara Aveiro (conjunto significativo de propriedades de lazer e agrícolas, centradas na pequena agricultura familiar voltada, principalmente, para a produção de hortaliças e pastos), Fazenda Rosário (atividades pecuárias e eqüinas, além de hipismo clássico e as novas modalidades Team Penning e Work Penning, passeios de cavalgada noturna, confraria de grupos de Jeepeiros e eventos ciclísticos na categoria Team Realy), Fazenda Capuava, Chácaras Samambaia e Sítio Primavera, entre as Rodovias Dom Pedro I e José Roberto Magalhães Teixeira.

DIRETRIZES GERAIS PARA MACROZONA 8

VI - Manter a área rural existente na divisa com o município de Valinhos e suas características, com o incentivo das atividades agropecuárias, especialmente do cultivo de hortaliças.

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VI. COMENTÁRIOS DE ORIENTADORES

Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (Técnica: Érica Mariconi Pacheco)

O Plano Local de Gestão desta Macrozona ainda não foi elaborado, mas já foram realizadas visitas às fazendas locais onde se constatou a presença de Hotéis-Fazenda e pequenos produtores. Comentou a questão do Parcelamento do Solo Rural em módulos mínimos de 20.000 m2, que por ação do Ministério Público Estadual de Meio Ambiente não existe mais facilidade de se conseguir tal parcelamento nos cartórios de registro de matrículas. Pontuou a necessidade de haver o estabelecimento de convênio com o INCRA de modo que as regras tanto administrativas como tributárias venham a convergir de forma harmônica no planejamento e fiscalização das propriedades rurais. Acredita que a agricultura local precisaria ter valor agregado, pois a mecanização é prejudicada pelo relevo e atualmente, para se tornar competitivo, são requeridas grandes extensões de área e mecanização da produção.

Secretaria de Meio Ambiente (Diretor Júlio Tosello)

Comenta que na sua opinião pessoal, a vocação da região de Sousas e Joaquim Egídio é o turismo rural e gastronômico. Comenta que existe verba do Ministério do Turismo para fomentar esta atividade no país todo, carecendo de bons projetos que propiciem o seu desenvolvimento. Ao ser indagado sobre a possibilidade de destinação da safra de produtos agrícolas para Morungaba – SP, adentrando o Circuito das Frutas, comenta que foi exatamente esta a discussão que teve com representantes do município vizinho, carecendo porém, de um Plano maior que estruturasse a atividade intermunicipal. Vê com bons olhos a implantação de atividades orgânicas como café, visto que fez visita a propriedade em Itapira-SP com características semelhantes às encontradas em Joaquim Egídio. Comenta que as atividades deveriam ser integradas pois a região carece de pousadas e hotéis que possam receber o público nos finais de semana.

CEASA Campinas (Assessora Técnica Déa Rachel Ehrhardt Carvalho)

Ressalta a importância da Gestão Participativa dos diversos atores da sociedade para remontar este rural nos Planos Locais de Gestão e comenta as atividades do CMDRS – Conselho de Desenvolvimento Rural Sustentado e o GDR – Grupo de Trabalho de Desenvolvimento Rural Sustentável e Segurança Alimentar. Comenta sobre a importância do Pagamento de Serviços Ambientais, uma espécie de compensação ao proprietário rural que adota Boas Práticas Preservacionistas, principalmente no Programa CTRurais – Câmara Técnicade Uso e Conservação da Água no meio Rural integrada ao PCJ (Comitênde Bacias Hidrográficas dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí) e cita o caso do município de Extrema – MG. Recomenda que se visite o site www.vilaantiga.com.br, focando as atividades na Pedagogia dos Sentidos e por fim, comenta que atividades assim deveriam ser estimuladas no local.

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VII. PROPOSTAS

Além das propostas já veiculadas nos Planos Locais de Gestão das MZ2 e MZ8, podemos sugerir:

1. TURISMO CULTURAL E PEDAGÓGICO

Exemplo: Hotéis Fazenda retratando a realidade da produção de café no Vale do Paraíba

A sede da Fazenda Taquara foi construída, provavelmente, na década de 1830, em forma de quadrilátero, com jardim interno, sob a influência da arquitetura colonial das Minas Gerais, oriunda do século XVIII. Seu proprietário, o Comendador João Pereira da Silva, tinha chegado de Portugal no início do século XIX, em companhia de Joaquim José Pereira de Faro – futuro barão do Rio Bonito. Estabeleceram-se eles na região de Barra do Piraí, na mesma época que o café começou a ser plantado no Vale do Paraíba. Segundo o inventário do Comendador, falecido em 1865, faziam parte das suas propriedades as fazendas Campo Bom, Ipiabas e da Nova Prosperidade, chamada de Taquara. O nome Taquara foi dado pelos escravos, devido à abundância nas terras da fazenda de um bambu fino, que era assim denominado. Ela permanece, ainda hoje, sob o domínio da família do Comendador. Com quase dois séculos de existência, a sede, ainda em perfeito estado de conservação, preserva sua história, com seus móveis, documentos e retratos originais. Outra peculiaridade desta propriedade é ser hoje um centro de produção de café, como no século passado, além de desenvolver atividades de granja de frangos e suinocultura.

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2. TURISMO ECOLÓGICO

Exemplo: Bird Watching Brasil (Pantanal, Serra do Mar). Voltada para turistas estrangeiros que desejem conhecer a biodiversidade do país.

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3. PAGAMENTOS DE SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS

Exemplo: Programa do Produtor de Água

Pagamentos por Serviços Ecossistêmicos (PSE) são transferências financeiras de beneficiados de serviços ambientais para os que, devido a práticas que conservam a natureza, fornecem esses serviços. Os PSE podem promover a conservação através de incentivos financeiros para os fornecedores de serviços ecossistêmicos.

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4. PROGRAMAS DE ADOÇÃO DE FLORESTAS – MEDIDAS PRESERVACIONITAS

Exemplo: Adote Florestas de Araucárias

Prática corrente na Europa em que uma empresa de reflorestamento promove o plantio de uma área e tanto Pessoas Físicas como Jurídicas podem adotar uma área determinada e contribuir com pagamentos regulares à uma Agência Mantenedora para sua manutenção.

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5. CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS OU ECOLOGICAMENTE CORRETAS

Ecovila é um modelo de assentamento humano sustentável. São comunidades urbanas ou rurais de pessoas que tem a intenção de integrar uma vida social harmônica a um estilo de vida sustentável. Para alcançar este objetivo, as ecovilas incluem em sua organização muitas práticas como:

1. Produção local e orgânica de alimentos;

2. Utilização de sistemas de energias renováveis;

3. Utilização de material de baixo impacto ambiental nas construções (bioconstrução ou Arquitetura sustentável);

4. Criação de esquemas de apoio social e familiar;

5. Diversidade cultural e espiritual;

6. Governança circular e empoderamento mutuo, incluindo experiência com novos processos de tomada de decisão e consenso;

7. Economia solidária, cooperativismo e rede de trocas;

8. Educação transdisciplinar e holística;

9. Sistema de Saúde integral e preventivo;

10. Preservação e manejo de ecossistemas locais;

11. Comunicação e ativismo global e local.

Vilas Rurais – Modelo do Paraná

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6. INTEGRAÇÃO COM MUNICÍPIOS VIZINHOS

Exemplo: Circuito das Frutas

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7. PÓLO DE DISCUSSÃO E DIVULGAÇÃO DE PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS

Exemplo: Avis Rara – Ecomercado (Restaurante, Empório, Bioaquitetura e Paisagismo, Ecoturismo, Terapias Holísticas).

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8. CONSÓRCIO LAVOURA-PECUÁRIA-FLORESTA

Por exemplo: Sistema Agrosilvopastoril

A integração Lavoura/Pecuária/Floresta (ilPF), que tem como grande objetivo a mudança do sistema de uso da terra, fundamenta-se na integração dos componentes do sistema produtivo, visando a atingir patamares cada vez mais elevados de qualidade do produto, qualidade ambiental e competitividade.

Sistema que integra os componentes lavoura, pecuária e floresta, em rotação, consórcio ou sucessão, na mesma área. O componente lavoura pode restringir-se (ou não) à fase inicial de implantação do componente florestal.

Nesse tipo de sistema integrado o componente florestal pode ser representado por uma ou mais espécies madeireiras (eucalipto, pinheiro, etc.), por árvores frutíferas (laranjeira, abacateiro, coqueiro, etc.), ou ainda por forrageiras arbóreas, principalmente leguminosas.

Fonte: EMRAPA CPATC - Animais em pastejo após plantio do milho, intercalado por fileira de leucena e capim.

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9. CONSELHOS GESTORES | SINDICATO RURAL

Favereto (2010) procurou identificar os fatores que levam os agentes sociais presentes em dois bairros – Friburgo e Pedra Branca – a empreender determinada ação coletiva frente à regulação dos conflitos circunscritos da problemática de ocupação das áreas rurais em detrimento de sua riqueza social, cultural, econômica e ambiental. Do ponto de vista teórico, a análise recai sobre as explicações acerca da democracia e participação social. De acordo com a literatura, o sucesso dos espaços participativos enquanto mediadores de conflitos estaria no desenho das instituições e no empoderamento dos agentes que deles participam. Ocorre que a maneira distinta como estas instituições são acessadas trazem um novo questionamento: por que alguns grupos sociais se apoiam em espaços participativos para encaminhamento dos conflitos e outros não? A hipótese que orientou esta pesquisa consiste na afirmação de que a ação coletiva e, portanto, o uso de instituições participativas, é tributária de três componentes:

4a trajetória das lideranças, que permite compreender as formas de percepção, classificação e encaminhamento dos conflitos;

4as redes, que permitem compreender os recursos e alianças mobilizadas;

4e o Estado, que leva à compreensão da abertura institucional a que os conflitos sejam encaminhados via estes espaços participativos.

Empiricamente, isto significa dizer que a utilização de institucionalidades que se dediquem à regulação de conflitos e processos de desenvolvimento, como os conselhos gestores, por exemplo, deverão, antes, se preocupar em lidar afirmativamente com as desigualdades, em vez de pressupor uma homogeneidade nos impulsos e estímulos ao uso destes espaços para o encaminhamento dos conflitos. Por aí seria possível elevar a eficiência das instituições na regulação destes conflitos e, em última análise, do próprio processo democrático.

A questão é demover a tendência natural dos atuais proprietários das grandes fazendas remanescentes da produção cafeeria e sucroalcoleira de manter seu patrimônio como Reserva Imobiliária, aguardando um momento futuro propício a sua venda para parcelamento e loteamento na área rural. Sacramentar por diversas ações que a atividade principal da APA é o de conservação do meio ambiente, mas para que o desenvolvimento se dê dentro da sustentabilidade, a sociedade e as esferas públicas devem viabilizar a prática de outras atividades agrícolas ou não incorporadas para propagar a riqueza de produção e melhorar a qualidade ambiental para as próximas gerações.

Para tanto, deve se investir todos os esforços para estimular a elaboração de projetos sustentáveis nestas áreas de forma a atrelar um retorno financeiro por se investir em práticas preservacionistas. A legislação municipal deve harmonizar sua regulamentação para este modelo de parceria desenvolvimentista.

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10. CONGEAPA – Conselho Gestor da APA

Deliberar sobre a demanda da iniciativa privada orientando para práticas sustentáveis:

4 Projeto de Ecovila – Condomínio em perímetro urbano de Sousas – APA: telhado verde, uso de cisternas, mínimo de impermeabilização, construções adequadas à declividade original, quadra de lazer sobreposta à área de garage (redução das vias públicas internas), construções privilegiando iluminação natural, aquecimento solar da água, reuso de água para abastecimento de caixas dos vasos sanitários.

4 Projeto de Centro de Treinamento de Direção Segura – área arrendada em fazenda, projeto 100% ecológico, com reuso de água, iluminação fotovoltaica, mínimo de movimentação de terra, mínimo de impermeabilização de solo, uso do eucalipto de reflorestamento existente; uso de sala em central de torrefação em operação; apresentação à APA; cursos diurnos com pequeno nº de integrantes.

4 Projetos de Educação – VILA ANTIGA – oferece Oficinas de vivência de produção à moda antiga de produtos e serviços de valor cultural e histórico: Caligrafia, Marcenaria, Observatório Astronômico, Ensaio sobre os Sentidos, Fermentação e Destilação de Álcool, Moagem da Cana, Rapadura, Açucar Mascavo, Música, Ferro, Raízes.

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VIII. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

FAVARETO, A.S. Da percepção à ação: ativismo da ruralidade metropolitana frente a processos conflituosos. Dissertação de Mestrado. Campinas, SP: [s.n.], 2010.

Lei Complementar nº 04, de 17.01.96 – Plano Diretor de Campinas

Lei nº 10.850 de 07.06.01 – Lei da APA

Lei Complementar nº 15, de 27.12.06 – Plano Diretor de Campinas

LIMA, I.A. A extensão rural e a produção do conhecimento: a fundamentação científica dos planos municipais de desenvolvimento rural do programa nacional de fortalecimento da agricultura familiar (PRONAF) no estado de São Paulo. Dissertação de Mestrado. FEAGRI – UNICAMP. Campinas,SP: 2001.

PINTO, L.A.C.G. – A População do Rural Contemporâneo de Campinas. In: XIII Encontro da Associação Brasileira de Estudos Populacionais. Anais. Ouro Preto: ABEP, de 4 a 8 de novembro de 2002.

PINTO, L.A.C.G. – Os rurais de Campinas. In: XIV Encontro Nacional de Estudos Populacionais. Anais. Caxambu/MG/Brasil, ABEP:20-24 de Setembro de 2004.

PINTO, L.A.C.G. – Campinas e seus rurais – Tese de doutorado – Unicamp, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas – Campinas, SP, 2006.

PREFEITURA MUNICIPAL DE CAMPINAS. Plano de Gestão da Área de Proteção Ambiental da Região de Sousas e Joaquim Egídio – APA Municipal. Março, 2006.

RODRIGUES, I.A. Distribuição da População Residente nas regiões metropolitanas do Estado de São Paulo, nas áreas urbana, de transição e rural, 1991 – 96. Anais. Disponível em: http://www.abep.nepo.unicamp.br/docs/anais/pdf/2000/Todos/Posteres/Distribuiç¦o%20da%20Populaç¦o%20Residente%20nas%20RegiSes%20Metropolitana.pdf

VILAGRA, J.M. et alii. Agricultura em vilas rurais, um enfoque ergonômico: perfil sócio-econômico-cultural, sustentabilidade e necessidade de intervenção. In: XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção. Anais. Paraná: 2007.

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