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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO- COMPORTAMENTAL ADRIANA FURER BARRETO TRANSTORNOS DO SONO: ABORDAGEM A PARTIR DA TEORIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL SÃO PAULO 2013

CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO- … · sintomas utilizando-se principalmente técnicas de relaxamento, reestruturação cognitiva e ajuste do estilo de vida. O objetivo

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CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM TERAPIA COGNITIVO-

COMPORTAMENTAL

ADRIANA FURER BARRETO

TRANSTORNOS DO SONO: ABORDAGEM A PARTIR DA TEORIA

COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

SÃO PAULO

2013

ADRIANA FURER BARRETO

TRANSTORNOS DO SONO: ABORDAGEM A PARTIR DA

TEORIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

Trabalho de conclusão de curso de especialização

Área de concentração: Terapia Cognitivo-Comportamental

Orientadora: Profª. Msc. Eliana Melcher Martins

Coorientadora: Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon

SÃO PAULO

2013

DEDICATÓRIA

À Deus, pela vida que segue seu curso...

Ao meu marido Thiago, pelo apoio carinhoso de sempre e pelo

companheirismo que me fortalece a cada dia...

À minha mãe Ivete, pelo incentivo e por me fazer acreditar que as coisas

podem dar certo...

Ao Zen, meu amigo mais fiel, pelo olhar carinhoso e por se fazer presente

mesmo quando vencido pelo sono...

AGRADECIMENTOS

À Profª. Msc. Eliana Melcher Martins pelos dois anos compartilhando conhecimentos

e outras lições importantes que levarei comigo...

À Profª. Drª. Renata Trigueirinho Alarcon, pela orientação deste trabalho e por toda a

paciência e disponibilidade que sempre teve...

À psicóloga Andrea Macedo, pela excelente supervisão e exemplo de profissional e

pessoa...

Ao Elcio Martins pela troca de experiências e pelo suporte oferecido desde o

primeiro contato...

Aos meus colegas da turma de especialização em Terapia Cognitivo-

Comportamental do CETCC pela parceria e apoio fundamentais para

chegarmos ao final e por compartilhar angústias e boas risadas que trouxeram

leveza aos finais de semana de estudo...

Aos clientes que atendi ao longo desta caminhada, pela confiança e pelo

desenvolvimento profissional e pessoal que me proporcionaram...

RESUMO

Os transtornos do sono estão relacionados a uma série de alterações

psicológicas tais como ansiedade e depressão. A terapia cognitivo-comportamental

(TCC) tem sido considerada de grande valor para o tratamento de diversos

transtornos do sono, com destaque para a insônia. A TCC é utilizada como um

tratamento breve, com número estruturado de sessões e com foco no alívio de

sintomas utilizando-se principalmente técnicas de relaxamento, reestruturação

cognitiva e ajuste do estilo de vida. O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão

de literatura sobre a utilização da terapia cognitivo-comportamental para tratamento

dos transtornos do sono. Método: revisão do tema descrito em livros-texto, artigos

publicados em periódicos (PubMed, Scielo). A terapia cognitivo-comportamental é

uma modalidade terapêutica importante ao tratamento dos transtornos relacionados

ao sono. As publicações versam principalmente sobre sua utilidade para o

tratamento de insônia. Estudos sobre a utilização da TCC para outros transtornos do

sono ainda são escassos, tornando-se importante o desenvolvimento de maiores

estudos acerca do tema.

Palavras-chave: transtornos do sono; terapia cognitivo-comportamental.

ABSTRACT

Sleep disorders are related to a number of psychological disorders such as

anxiety and depression. The cognitive-behavioral therapy (CBT) has been

considered of great value for the treatment of various sleep disorders, especially

insomnia. CBT is used as a brief treatment with number of structured sessions and

focused on symptom relief using mostly relaxation techniques, cognitive restructuring

and adjustment of lifestyle. The objective of this study is to conduct a literature review

on the use of cognitive behavioral therapy for the treatment of sleep disorders.

Method: Review of the theme described in textbooks, journal articles (PubMed,

SciELO). The cognitive-behavioral therapy is an important therapeutic modality to the

treatment of disorders related to sleep. Publications Versam primarily on their

usefulness for the treatment of insomnia. Studies on the use of CBT to other sleep

disorders are scarce , making it important to the development of larger studies on the

subject.

Keywords: sleep disorders; cognitive behavioral therapy.

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 7

1.1 Sono normal ..................................................................................................... 9

1.2 Classificações dos transtornos do sono.......................................................... 11

1.2.1 Insônia ...................................................................................................... 11

1.2.2 Distúrbios respiratórios do sono ............................................................... 12

1.2.3 Distúrbios do ciclo circadiano ................................................................... 13

1.2.4 Hiperssonias de origem central (não explicadas por distúrbios respiratórios do sono, distúrbios do ciclo circadiano, medicamentos, ou distúrbios situados em outros pontos da classificação) ...................................................... 13

1.2.5 Parassonias .............................................................................................. 14

1.2.6 Distúrbios do movimento relacionados ao sono ....................................... 14

1.2.7 Sintomas isolados, aparentemente, variantes normais e questões não resolvidas ............................................................................................................ 15

1.2.8 Outros distúrbios do sono ......................................................................... 15

1.3 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) ..................................................... 16

2 OBJETIVO ............................................................................................................ 18

3 METODOLOGIA ................................................................................................... 19

4 RESULTADOS ..................................................................................................... 20

4.1 Tratamento da insônia .................................................................................... 20

4.1.1 Relaxamento ............................................................................................ 21

4.1.2 Intervenções cognitivas ............................................................................ 22

4.1.3 Ajuste do estilo de vida ............................................................................. 23

4.2 Tratamento cognitivo-comportamental da narcolepsia ................................... 26

4.3 Tratamento dos transtornos respiratórios do sono: síndrome de apneia obstrutiva do sono .................................................................................................. 27

4.4 Tratamento dos principais transtornos do ritmo circadiano ............................. 27

4.5 Tratamento das principais parassonias .......................................................... 28

4.6 Outros transtornos do sono ............................................................................ 28

5 DISCUSSÃO ......................................................................................................... 29

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 30

7 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 31

ANEXOS ................................................................................................................... 31

7

1 INTRODUÇÃO

A importância do sono na saúde física e psicológica, sobretudo na qualidade

de vida, é bastante conhecida e estudada. A maioria dos indivíduos passa um terço

da vida dormindo, ressaltando a necessidade de se manter uma boa qualidade de

sono. Isso tem relação com a saúde física e psicológica, já que são conhecidas as

consequências da privação e da má qualidade do sono sobre o organismo (AASM,

2005).

Além do aspecto da saúde, também se considera a representação da

qualidade satisfatória de sono para o indivíduo, que associa o comportamento de

dormir a um estado de bem estar e relaxamento. Porém, quando este é

insatisfatório, gera estresse, angústia e ansiedade.

A quantidade ideal de sono necessária para cada indivíduo é variável, sendo

influenciada por fatores ambientais, comportamentais e do próprio organismo.

Quando ocorrem alterações na qualidade e quantidade do sono ou na sequência

sono-vigília, consideramos que o indivíduo apresenta um transtorno relacionado ao

sono (RANGÉ, 2001).

Os transtornos do sono podem ser divididos em oito grupos de acordo com a

Classificação Internacional dos Distúrbios do Sono, proposta pela American

Academy of Sleep Medicine (2005): I. Insônias; II. Distúrbios Respiratórios

Relacionados ao Sono; III. Hipersonias de Origem Central não causadas pelos

Distúrbios do Rítmo Circadiano do Sono, Distúrbios Respiratórios relacionados ao

Sono, ou outras causas de sono noturno interrompido; IV. Distúrbios do Ritmo

Circadiano do Sono; V. Parassonias; VI. Distúrbios do Movimento relacionados ao

sono; VII. Sintomas isolados, variantes aparentemente normais e de importância não

resolvida; VIII. Outros Distúrbios do Sono.

Também são utilizadas atualmente outras classificações como a Classificação

Internacional de Doenças (CID-10), desenvolvida pela Organização Mundial da

Saúde (OMS) e a do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 4º

Edição (DSM-IV), desenvolvido pela Associação Psiquiátrica Americana (APA). A

CID-10 traz uma classificação que engloba os Transtornos Não-Orgânicos do Sono

(F51): insônia não-orgânica (F51.0), hipersonia não-orgânica (F51.1), transtorno

8

não-orgânico do ciclo sono-vigília (F51.2), sonambulismo (F51.3), terrores noturnos

(F51.4), pesadelos (F51.5), outros transtornos não-orgânicos do sono (F51.8) e

transtorno não-orgânico de sono, não especificado (F51.9).

Segundo o DSM-IV os transtornos do sono são divididos em: Transtornos

Primários do Sono (Dissonias e Parassonias); transtorno do sono relacionado a

outro transtorno mental; transtorno do sono devido a uma condição médica geral e

transtorno do sono induzido por substâncias.

A classificação que será considerada neste trabalho é aquela descrita pela

American Academy of Sleep Medicine, por ser a mais recente e mais utilizada. Serão

abordados adiante os distúrbios mais importantes e mais frequentes, pois a

descrição específica dos diversos distúrbios foge ao escopo deste trabalho.

Distúrbios do sono podem ser causados por diversos fatores. Embora difiram

em suas causas, tais distúrbios geralmente estão relacionados a alterações no ciclo

sono-vigília. Dentre os fatores que podem interferir com o sono destacam-se os

fatores genéticos (descrições de causas genéticas para a narcolepsia), trabalho

noturno (insônia relacionada a inversão sono-vigília), medicações, idade (cerca de

metade dos pacientes com idade acima de 65 anos têm distúrbios do sono),

distúrbios psiquiátricos e fatores relacionados ao estilo de vida que favoreça

alterações no sono (AASM, 2005).

Dentre os transtornos do sono, a insônia ainda é o mais prevalente (30 a 40%

dos indivíduos), embora outros distúrbios venham crescendo atualmente, sobretudo

os relacionados a problemas respiratórios como a apneia do sono, pela gravidade de

seus sintomas e suas consequências (AASM, 2005). Devido à importância desses

transtornos, há um grande número de estudos que se dedicam a pesquisar

tratamentos específicos. Dentre os principais estão o tratamento farmacológico e o

tratamento psicológico através da terapia cognitivo-comportamental.

A terapia cognitivo comportamental (TCC) parte do princípio de que as

emoções e comportamentos são influenciados de modo constante pelos nossos

pensamentos (ou cognições). Desta maneira, o processamento desadaptativo de

informações seria o responsável por muitos transtornos de humor e de ansiedade. A

terapia de orientação cognitiva tem por objetivo modificar os pensamentos

9

chamados disfuncionais enquanto os métodos comportamentais são bastante

eficientes na redução de sintomas (BECK, 1997).

Dentre as técnicas cognitivo comportamentais mais utilizadas no tratamento

dos distúrbios do sono estão: entrevista para a coleta de informações sobre os

hábitos e história do transtorno; diários de sono para registro das informações;

aplicação de escalas e questionários; técnicas cognitivas como o registro de

pensamentos disfuncionais e reestruturação cognitiva; técnicas de relaxamento e

dessensibilização e técnicas que visam alteração de estilo de vida, como higiene de

sono e controle de estímulos (WRIGHT, 2008).

Todos os aspectos serão desenvolvidos detalhadamente a seguir.

1.1 Sono normal

O sono, devido sua importância na manutenção da saúde e qualidade de

vida, vem sendo cada vez mais estudado com o objetivo de conhecer seu

funcionamento e tratar suas alterações.

Para iniciar a compreensão sobre o assunto, é importante conhecer como é o

sono normal, para então entender suas alterações.

O sono é uma função biológica fundamental para o bem estar físico e

psicológico, que se caracteriza por um estado de relativa inatividade, em que o

indivíduo deixa de responder a estímulos ambientais. Isto faz parte de um estado

regular do ciclo circadiano que é facilmente reversível (CABALLO, 2008).

Diversos mecanismos corporais e estruturas neurais dependem do sono e a

quantidade de sono necessária para o ser humano está relacionada a fatores do

organismo, do ambiente e do comportamento. Crianças muito pequenas tendem a

dormir cerca de 13 horas ou mais, enquanto idosos tendem a dormir cerca de 6

horas por noite e adultos em média 7 horas. Entretanto, isso é apenas uma

estimativa, pois a quantidade necessária varia muito de indivíduo para indivíduo

(CABALLO, 2008).

O sono normal é caracterizado por apresentar dois estágios, o sono sem

movimentos oculares rápidos (NREM) e o sono de movimentos oculares rápidos

10

(REM). No sono NREM a respiração é lenta e regular e há mudança periódica de

posição. Já no sono REM a respiração é errática com ligeiras contrações no rosto e

extremidades. Até o momento do despertar, o indivíduo passa continuamente de

uma fase a outra. O sono NREM predomina com ondas lentas no primeiro terço da

noite e restaura a energia física, enquanto o sono REM predomina no final da noite e

auxilia na restauração da energia intelectual e cognitiva (AASM, 2005).

Na década de 70, já foi percebido que os hábitos de vida influenciavam na

qualidade e padrão do sono e o médico norte-americano Peter Hauri criou em 1977

o termo “Higiene do Sono”, que consta de uma lista de hábitos que devem ser

seguidos para auxiliar no tratamento de distúrbios como a insônia sem a utilização

de medicamentos tradicionais. São eles:

Manter horário regular para dormir e acordar;

Evitar cochilos durante o dia;

Evitar bebida alcoólica e bebidas cafeinadas no período da tarde/ limitar-

se a até duas doses destas bebidas ao dia;

Não fumar logo antes de se deitar ou durante a noite;

Praticar exercícios regulares durante o dia, evitando-se exercícios até 3

horas antes de ir para a cama;

Não usar a cama ou o quarto para outras atividades além do sono (exceto

para a atividade sexual);

Evitar assistir televisão, ler e ouvir música na cama;

Estabelecer um ritual relaxante antes de ir para a cama;

Manter uma temperatura confortável no quarto e manter o quarto escuro e

silencioso (CARSKADON, DEMENT, 2005).

Estas foram as principais considerações referentes ao sono normal. A seguir

abordaremos a classificação e os principais transtornos do sono.

11

1.2 Classificações dos transtornos do sono

De acordo com a última classificação internacional (AASM, 2005) os

transtornos do sono foram categorizados em 8 grupos:

1. Insônia;

2. Distúrbios respiratórios do sono;

3. Distúrbios do ciclo circadiano;

4. Hiperssonias de origem central (não explicadas por distúrbios respiratórios

do sono, distúrbios do ciclo circadiano, medicamentos, ou distúrbios

situados em outros pontos da classificação);

5. Parassonias;

6. Distúrbios do Movimento relacionados ao Sono;

7. Sintomas isolados, aparentemente, variantes normais e questões não

resolvidas;

8. Outros distúrbios do sono.

1.2.1 Insônia

Considerada um dos transtornos relacionados ao sono mais frequentes, a

insônia é um dos principais sintomas relatados pelos pacientes nas consultas

médicas e psiquiátricas.

A insônia é caracterizada pela dificuldade para iniciar ou manter o sono e que

traz repercussões bastante significativas na qualidade vida do indivíduo portador,

como alterações de humor e diminuição do rendimento nas atividades (BUELA-

CASAL, SÁNCHEZ, 2001).

Além destas queixas, muitos indivíduos ainda relatam sensação de sono não

reparador, leve ou de má qualidade. A insônia também pode ser frequentemente

associada a uma maior excitação fisiológica ou psicológica na hora de dormir

(BUELA-CASAL, SÁNCHEZ, 2001)..

12

Embora os critérios diagnósticos sejam de suma importância, também

devemos considerar a avaliação subjetiva do indivíduo, ou seja, o grau de satisfação

e em que medida considera o seu sono reparador, pois como dito anteriormente a

necessidade de sono é diferente para cada pessoa (CABALLO, 2008).

Quando a insônia é transitória ou situacional, normalmente dura poucos dias

ou semanas. Porém, a partir da insônia transitória pode se instalar uma preocupação

excessiva e sofrimento em torno do adormecer, que acaba gerando um ciclo vicioso,

ou seja, quanto mais preocupado, maior a ansiedade do indivíduo e mais dificuldade

ele tem para dormir, levando a insônia a um estado crônico, que pode permanecer

por meses ou até anos se não tratada de forma adequada (APA, 2002).

A insônia pode ser classificada quanto a sua etiologia em insônia primária,

quando não está relacionada a transtornos mentais, condições médicas (dor ou mal

estar, doenças degenerativas do sistema nervoso central), abuso de substâncias

psicoativas ou outros transtornos do sono (pesadelos, apneia do sono) e insônia

secundária quando é relacionada a problemas psicológicos ou médicos, ambientais

ou farmacológicos (PERLIS, GILES, MENDELSON, 1997).

Dentre as alterações psicológicas mais presentes na insônia, destacam-se os

estado de ansiedade e humor (depressão, distimia), transtornos psicóticos

(esquizofrenia), transtornos de personalidade e expectativas inadequadas sobre o

sono (CABALLO, 2008).

1.2.2 Distúrbios respiratórios do sono

A principal característica dos distúrbios respiratórios do sono é a interrupção

deste durante a noite, com consequente insônia ou sonolência diurna excessiva. Os

distúrbios respiratórios do sono são relacionados com frequência à problemas

respiratórios, com destaque à Síndrome da Apnéia Obstrutiva do Sono (SAOS) por

sua gravidade e recorrência (CABALLO, 2008).

A SAOS consiste em episódios de parada ou diminuição da respiração

durante o sono e em consequência disso, o indivíduo tende a apresentar uma

sintomatologia característica: fragmentação do sono, roncos, movimentos anormais

durante o sono, sonolência diurna excessiva, episódios de asfixia, cefaleia e até

alterações de personalidade (SÁNCHEZ et al., 2009).

13

1.2.3 Distúrbios do ciclo circadiano

Há no hipotálamo uma espécie de relógio biológico, responsável por controlar

o ciclo sono-vigília. Porém, este ciclo pode sofrer alterações devido a mudanças

ambientais ou do funcionamento do relógio biológico, tornando o sono atrasado ou

adiantado em relação aos seus horários habituais, ocasionando alterações no

padrão e duração do sono (CABALLO, 2008).

Um transtorno relacionado ao ciclo circadiano é o distúrbio do sono que

acomete trabalhadores noturnos. O horário de trabalho no período noturno contraria

o ritmo circadiano natural, gerando dificuldade para o indivíduo ajustar-se aos

diferentes horários de sono e vigília. Trata-se de um padrão constante ou recorrente

de interrupção do sono que resulta em dificuldade para dormir ou sonolência

excessiva, sendo comum em trabalhadores noturnos (KOLLA, AUGER, 2011).

1.2.4 Hiperssonias de origem central (não explicadas por distúrbios

respiratórios do sono, distúrbios do ciclo circadiano, medicamentos, ou

distúrbios situados em outros pontos da classificação)

A Hipersonia caracteriza-se por sonolência excessiva, de duração de pelo

menos 1 mês, com períodos prolongados de sono ou períodos de sono diurno

ocorrendo quase que diariamente. Além disso, a sonolência excessiva deve ser

capaz de causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento

social ou ocupacional do indivíduo (APA, 2002).

A duração do principal episódio de sono (para a maioria dos indivíduos, sono

noturno) pode variar de 8 a 12 horas, sendo frequentemente seguido por dificuldade

de despertar pela manhã. A qualidade do sono noturno é normal.

A Hipersonia pode levar a um sofrimento significativo e disfunção nos

relacionamentos profissionais e sociais. O sono noturno prolongado e a dificuldade

em despertar podem acarretar dificuldades no cumprimento de obrigações matinais.

Os episódios de sono involuntário durante o dia podem ser embaraçosos e até

mesmo perigosos se, por exemplo, o indivíduo está dirigindo ou operando máquinas

quando ocorre o episódio. O baixo nível de alerta que ocorre enquanto um indivíduo

14

combate o sono pode levar a uma redução da eficiência, da concentração e da

memória durante atividades diurnas. A sonolência, em geral atribuída erroneamente

ao tédio ou à preguiça, também pode perturbar relacionamentos sociais e familiares

(APA, 2002).

Embora não se disponha de dados precisos em relação à co-morbidade com

transtornos mentais, muitos indivíduos com hipersonia têm sintomas depressivos

que podem satisfazer os critérios para Transtorno Depressivo Maior. Este pode estar

relacionado com as consequências psicossociais da sonolência excessiva. Os

indivíduos com hipersonia também podem estar em risco para transtornos

relacionados a substâncias, particularmente envolvendo a automedicação com

estimulantes (APA, 2002).

1.2.5 Parassonias

São caracterizadas como transtornos do despertar em que ocorrem

movimentos e/ou comportamentos que representam fenômenos físicos decorrentes

da ativação do sistema nervoso central levando à queda da qualidade do sono.

Dentre as parassonias estão os transtornos do sono conhecidos por ter início na

infância que na maior parte das vezes apresentam remissão com o passar do

tempo, porém devido sua permanência e repercussão na vida do indivíduo portador,

faz-se necessário um tratamento efetivo. São eles: pesadelos (sonhos angustiantes

que acabam por despertar o indivíduo), terror noturno (episódios de medo intenso e

choro repentino), sonambulismo (episódios em que ocorre atividade motora durante

o sono), sonilóquio (emissão de sons e palavras durante o sono) e enurese noturna

(incontinência da urina durante o sono de forma involuntária) (CABALLO, 2008).

1.2.6 Distúrbios do movimento relacionados ao sono

A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é um distúrbio do movimento

neurológico sensório motor que exerce um impacto severo sobre o

sono. A prevalência geral da SPI na população adulta foi estimada em cerca de

10%, particularmente entre os descendentes de europeus. Na maioria dos

levantamentos, a prevalência é maior nas mulheres do que nos homens, sendo que

a doença é crônica e progressiva. O diagnóstico é estabelecido inteiramente com

15

base nos aspectos clínicos. A manifestação sensorial da SPI inclui sensações

intensas desagradáveis, que são descritas como sensações de arrastamento,

formigamento, dormência, queimação, de tipo cãibra ou de prurido. A maioria destas

sensações ocorre na região localizada entre os joelhos e tornozelos, provocando

urgência em mover os membros em busca de alívio. Sintomas parecidos às vezes

ocorrem nos braços ou em outras partes do corpo, particularmente durante os

estágios avançados da doença ou quando o paciente desenvolve ampliação (uma

síndrome hipermotora associada a sintomas que se manifestam com uma

antecedência mínima de 2 horas em relação ao período inicial, com intensificação e

disseminação para outras partes do corpo associadas a uma resposta paradoxical

aos medicamentos).

Nos estágios iniciais desta doença, a maioria dos movimentos é observada

durante a noite, enquanto o paciente repousa em seu leito e durante os momentos

de inatividade. Em casos severos, os movimentos podem ser notados durante o dia,

quando o paciente está sentado ou deitado. A condição geralmente exerce impacto

profundo sobre o sono, e é comum o paciente procurar atendimento médico em

decorrência da perturbação do sono, a qual constitui um problema de iniciação e

manutenção do sono. O exame neurológico geralmente resulta normal, diante da

forma idiopática da doença (ALLEN et al., 2003).

1.2.7 Sintomas isolados, aparentemente, variantes normais e questões não

resolvidas

Entram nesta categoria as mioclonias abruptas do início do sono, ronco,

tremor hipnagógico do pés e ativação dos músculos da coxa durante o sono (ALLEN

et al., 2003).

1.2.8 Outros distúrbios do sono

Fazem parte desta categoria os distúrbios do sono de origem ambiental,

outros distúrbios do sono, provavelmente de origem orgânica, que não se encaixam

em outros pontos da classificação e outros distúrbios do sono, provavelmente de

origem não-orgânica, que não se encaixam em outros pontos da classificação (APA,

2002).

16

1.3 Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC)

A Terapia Cognitiva (TC) foi desenvolvida na década de 1960 por Aron T.

Beck na Universidade da Pensilvânia. Este modelo de psicoterapia trouxe uma

estrutura focada em resolver questões atuais, ou seja, é focada e direcionada à

problemática do aqui e agora, em uma modalidade chamada de psicoterapia breve

(BECK, 1997).

Inicialmente, a Terapia Cognitiva foi elaborada para o tratamento da

depressão. Beck formulou a Tríade Cognitiva da depressão, ou seja, os sintomas

eram gerados e mantidos por pensamentos negativos do indivíduo acerca de si, do

mundo e do futuro (WRIGHT, BASCO, TASE, 2008). Com sua resposta positiva, a

TC foi estudada e testada através de estudos controlados que comprovaram sua

eficácia. O primeiro estudo, para tratamento da depressão maior, foi realizado em

1977. A partir de então, vem sendo adaptada a diversos distúrbios psiquiátricos e

psicológicos com sucesso, como transtornos de ansiedade, fobias, abuso de

substâncias e transtornos alimentares, além de tratamentos em grupos e terapia

familiar e de casais (BECK, 1997).

Entretanto, sabe-se que a importância dos elementos cognitivos foi

reconhecida cerca de dois mil anos antes do início da TCC como a conhecemos

atualmente. O filósofo grego Epíteto escreveu em seus registros que “os homens

não se perturbam pelas coisas que acontecem, mas sim pelas opiniões sobre as

coisas”. Nas tradições orientais como o budismo e o taoísmo, os pensamentos são

considerados a válvula propulsora que determina o comportamento humano. O

filósofo persa Zoroastro citou a importância de pensar bem, agir bem e falar bem

como os principais pilares de seus ensinamentos e seguindo a mesma corrente de

pensamento, os filósofos europeus Jaspers, Frankl, Heidegger e Kant (séculos XIX e

XX) continuaram desenvolvendo a ideia da importância dos processos cognitivos na

existência humana. Por fim, o Dalai Lama escreveu em seu livro “Uma ética para o

novo milênio” (1999) que “se pudermos reorientar nossos pensamentos e emoções e

reorganizar nosso comportamento, então poderemos não só aprender a lidar com o

sofrimento mais facilmente, mas, sobretudo e em primeiro lugar, evitar que muito

dele surja” (WRITGHT, BASCO, TASE, 2008).

17

Nas décadas de 1950 e 1960 as ideias de behavioristas experimentais como

Ivan Pavlov e Burrhus Frederic Skinner passaram a ser aplicadas nos componentes

comportamentais dos distúrbios, ou seja, técnicas de modificação do

comportamento. Conforme a terapia comportamental crescia, Meichenbaum e

Lewinshon, importantes investigadores, passaram a incorporar as técnicas

cognitivas aos seus tratamentos. Beck por sua vez, defendeu desde o início a

importância de incluir os métodos comportamentais ao modelo, já que eram

excelentes ferramentas para a redução de sintomas e reconhecia claramente a

relação entre cognição e comportamento. Surge então na década de 1960 a

unificação das teorias cognitivas e comportamentais na psicoterapia, surgindo a

chamada Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) (WRIGHT, BASCO, THASE,

2008).

Esta modalidade de psicoterapia parte do pressuposto de que as emoções

(humor) e o comportamento são diretamente influenciados pelos pensamentos.

Desta forma, um pensamento que distorce a realidade de forma negativa, chamado

de pensamento disfuncional, gera emoções e comportamentos compatíveis e

consequentemente distúrbios psicológicos. Deste modo, não é a situação em si que

gera uma alteração no estado de humor, mas a maneira como o indivíduo interpreta

a situação (BECK, 1997).

O tratamento então visa à conscientização por parte do cliente, do

pensamento que gerou a emoção e o comportamento. Ou seja, faz uma avaliação

da veracidade do pensamento e o modifica. Isto irá gerar uma reação em cadeia que

produzirá a melhora do estado de humor e uma alternativa de comportamento mais

funcional para a situação (BECK, 1997).

A TCC preconiza a importância da participação ativa do cliente no processo

terapêutico, formando uma aliança colaborativa, um trabalho em equipe. O terapeuta

fará a formulação da problemática trazida pelo cliente em termos cognitivos,

conceitualizando as principais dificuldades. Desta forma, ele conseguirá visualizar a

situação, focalizando em metas específicas para a resolução de problemas e

consequentemente trazendo alívio dos sintomas. Assim, a TCC é um modelo de

psicoterapia de tempo limitado, com sessões estruturadas e a utilização de técnicas

de modificação do humor, dos pensamentos e dos comportamentos (BECK, 1997).

18

2 OBJETIVO

Realizar uma revisão de literatura sobre as abordagens terapêuticas para

tratamento dos transtornos do sono, com ênfase na utilização da terapia cognitivo

comportamental.

19

3 METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão acerca do tema utilizando-se bases de dados

(PubMed, Scielo) e literatura impressa.

Critérios de inclusão/seleção: foram utilizadas nas caixas de busca/browse as

seguintes combinações de palavras: “cognitive behavioral therapy”, “sleep

disturbances”, “sleep disoders”, “obstructive sleep apnea”, “insomnia” e suas

correlações utilizando-se os conectivos e/and; ou/or. Foram incluídos apenas artigos

que citavam o tratamento psicológico com ênfase na utilização da terapia cognitivo-

comportamental.

Foi feito o download dos artigos completos em formato PDF, sendo utilizados

para a revisão do tema. A literatura impressa também foi consultada, sendo descrita

devidamente nas referências bibliográficas.

Critérios de exclusão: não foram incluídos artigos que citavam o tratamento

dos transtornos do sono apenas do ponto de vista farmacológico.

20

4 RESULTADOS

Quando se trata de transtornos do sono, a medicação ainda é o tratamento

mais utilizado. Porém, cada vez mais é reconhecida a eficácia dos tratamentos não

medicamentosos, como o tratamento terapêutico a partir da teoria cognitivo

comportamental (TCC) (RANGÉ, 2001).

Esta vertente de tratamento traz benefícios quando a TCC é aplicada como

único tratamento ou combinada com o tratamento medicamentoso. A resposta e o

tratamento de escolha dependerão do tipo e gravidade do transtorno em cada

indivíduo.

Baseado na busca por publicações foram encontradas com as palavras-chave

17 pesquisas sobre o tema, sendo selecionados para este estudo 12 artigos. Além

disso, foram pesquisados 6 livros impressos.

4.1 Tratamento da insônia

A insônia, como relatado anteriormente, é um dos transtornos do sono mais

frequentes e seu tratamento um dos mais estudados. Na vertente comportamental,

pode ser tratada a partir de três enfoques principais: relaxamento, controle cognitivo

e ajuste do estilo de vida.

Outros autores citam cinco métodos como principais: controle de estímulos,

restrição de sono, técnicas de relaxamento, terapia cognitiva e educação sobre a

higiene do sono. O tratamento é realizado de quatro a dez sessões, individualmente

ou em grupo (CUNNINGTON, JUNGE, FERNANDO, 2013).

Por ser um distúrbio que prejudica a capacidade funcional do indivíduo

durante o dia, a insônia pode contribuir para o desenvolvimento de várias co-

morbidades, tais como depressão e hipertensão arterial. O tratamento farmacológico

continua sendo a abordagem mais comum para a insônia. No entanto, muitos

estudos sugerem que a TCC é uma abordagem terapêutica eficiente, demonstrando

bons resultados em longo prazo (GAŁUSZKO-WĘGIELNIK et al., 2012).

21

4.1.1 Relaxamento

Consiste em técnicas para reduzir a ativação do paciente. A técnica mais

conhecida é o relaxamento progressivo desenvolvido por Jacobson (1938). A

finalidade deste tipo de relaxamento é destacar as sensações produzidas pela

contração e relaxamento de pequenos grupos musculares (CABALLO, 2008).

Para administrar o relaxamento progressivo, uma sequência de passos deve

ser seguida. Inicialmente, o plano de tratamento deve ser exposto e esclarecido ao

paciente. O relaxamento deverá acontecer em um local tranquilo e escuro, em que

haja de preferência uma poltrona reclinável. O paciente deverá deixar todos os

objetos que podem incomodá-lo (por exemplo, óculos) para que fique o mais

confortável possível. Deve-se orientar o paciente que respire normalmente durante

todo o tempo e que permaneça com os olhos fechados (WRIGHT et al., 2012).

O terapeuta dará instruções para que o paciente contraia e relaxe os diversos

grupos musculares. Pede-se que o relaxamento progressivo seja praticado em casa

ao menos uma vez ao dia e que seja realizado antes de adormecer para que se

torne um hábito de vida que deve ser mantido e não apenas mais uma técnica de

curto prazo para o tratamento da insônia (WRIGHT et al., 2012) .

Outra técnica realizada no grupo relaxamento é o biofeedback, que destina-se

a fornecer informação ao sujeito sobre as respostas fisiológicas e maneiras de

controlar e/ou modificar esta resposta. O biofeedback chamado eletromiográfico ou

EMG fornece ao indivíduo informações sobre seu grau de relaxamento muscular.

Deste modo, através das informações recebidas, consegue utilizar-se das técnicas

para melhor controle e consequentemente relaxamento (RANGÉ, 2001).

O biofeedback também apresenta uma variação, que é o biofeedback

eletroencefalográfico (EEG). Este consiste no aumento das ondas cerebrais alfa

(relaxamento cerebral não patológico) ou theta (nível mais profundo de relaxamento)

(RANGÉ, 2001).

Outras técnicas de relaxamento utilizadas são o treinamento autógeno

(consiste na imaginação de ambientes tranquilos enquanto sensações corporais

específicas são produzidas a fim de facilitar o relaxamento, como calor abdominal e

22

regulação das atividades cardíaca e respiratória). Outras técnicas também

empregadas são variações do relaxamento progressivo, como a meditação, auto-

hipnose e relaxamento passivo. Estudos foram realizados para verificar a eficácia

das técnicas e observou-se que a maior parte dos métodos superava os

experimentos placebo e os controles sem tratamento (CABALLO, 2008).

4.1.2 Intervenções cognitivas

As técnicas cognitivas para tratamento da insônia trabalham a partir da

suposição de que pensamentos disfuncionais próximos à hora de dormir prolongam

o período de vigília. Portanto, o tratamento cognitivo terá foco na diminuição da

ocorrência dos pensamentos disfuncionais ou na ocorrência destes, reduzindo o seu

impacto e neutralizando o seu valor (CABALLO, 2008).

Dentre as possíveis estratégias para lidar com as cognições errôneas que

podem manter o quadro de insônia estão a correção dos pensamentos errôneos

sobre as causas da insônia, a re-atribuição de supostas consequências da insônia,

aumentar a percepção de controle sobre o sono e dissipar os mitos acerca dos

hábitos de sono e por fim, modificar expectativas pouco realistas sobre o sono

(WRIGHT et al., 2012).

Uma importante técnica para lidar com distorções no pensamento é a

reestruturação cognitiva, que visa modificar as crenças e/ou pensamentos

disfuncionais encontrando respostas mais satisfatórias e adaptativas. Deste modo,

os pacientes conseguem observar suas crenças pessoais no que se refere ao sono

e buscar novas alternativas e perspectivas, identificando os pensamentos que

interferem no sono e formulando pensamentos alternativos que sejam mais racionais

e mais positivos (WRIGHT et al., 2012).

Outro procedimento na linha do tratamento cognitivo é a parada do

pensamento, cuja finalidade é o auto-controle com a finalidade de eliminar os

padrões de pensamento que geram ansiedade, que são pouco realistas,

improdutivos e podem desencadear comportamentos indesejáveis. Esta técnica é

comumente empregada no momento em que o indivíduo vai dormir para bloquear os

pensamentos invasivos e frequentemente é associada a outras técnicas (WRIGHT et

al., 2012).

23

A intenção paradoxal é outra estratégia bastante utilizada no tratamento da

insônia. O terapeuta orientará o paciente a desempenhar comportamentos opostos

ao objetivo terapêutico (por exemplo, permanecer acordado durante a noite pelo

máximo de tempo que conseguir). É necessário que o paciente seja esclarecido

sobre a função da técnica, pois deverá concretizar algo que teme, portanto, muitas

vezes os pacientes apresentam resistência em aceitar o procedimento. A intenção

paradoxal apresenta resultados satisfatórios, pois em grande parte das vezes, o

transtorno do sono é mantido pela própria preocupação em ter um transtorno do

sono. Porém o seu mecanismo de ação ainda não é totalmente conhecido (RANGÉ,

2001).

Além disso, outras técnicas também são utilizadas nas intervenções

cognitivas, entre elas o emprego da imaginação, em que o indivíduo é instruído a

imaginar diversas situações e/ou objetos, com a finalidade de favorecer o

relaxamento, desviando a atenção de pensamentos negativos. No tratamento da

insônia, o paciente é orientado a praticar o exercício da imaginação em diversas

situações ao longo do dia e também quando tivessem dificuldade para dormir. O

objetivo final da técnica é controlar a ativação cognitiva centralizando a atenção em

estímulos neutros (RANGÉ, 2001).

Outro tipo de relaxamento também desenvolvido por Jacobson é o

relaxamento ocular, que é parte do relaxamento progressivo. A técnica consiste na

realização de movimentos oculares para que os pacientes chegassem a um estado

denominado “mentes em branco”, considerando-se que a diminuição dos

movimentos oculares pode suprimir a atividade cognitiva (CABALLO, 2008).

Por fim, a dessensibilização sistemática, bastante utilizada na terapia

cognitivo-comportamental, pode ser aplicada também ao tratamento para insônia. O

paciente imagina uma sequência graduada de situações geradoras de ansiedade

junto com uma resposta incompatível com a ansiedade (WRIGHT et al., 2012).

4.1.3 Ajuste do estilo de vida

Os diversos tratamentos apresentados até aqui tratam dos aspectos internos

que prejudicam o sono ou que mantém um transtorno. Neste tópico abordaremos os

fatores relacionados ao ambiente e hábitos da vida diária.

24

Regras de Higiene do sono: esta técnica foca na possibilidade de a insônia ter

origem a partir de hábitos de vida inadequados que são muitas vezes mantidos por

falta ou insuficiência de esclarecimentos, como por exemplo, dormir durante o dia,

alimentar-se em demasia próximo ao horário de dormir, prática de atividade física no

período noturno etc (CABALLO, 2008).

Apesar de eficaz, a higiene do sono isoladamente não é suficiente para o

tratamento da insônia, porém apresenta bons resultados se associada a outras

técnicas.

Algumas das regras de higiene do sono mais recomendadas pelos autores

são: evitar a ingestão de álcool, cafeína e grandes quantidades de açúcar antes de

deitar-se, evitar fumar algumas horas antes de ir para a cama, praticar atividade

física regularmente porém não em horário próximo ao horário de dormir etc

(CABALLO, 2008).

Controle de estímulos: grande parte dos pacientes que têm insônia,

apresentam uma série de comportamentos que possuem propriedades estimulantes

como, por exemplo, ler, comer e estudar na cama. Esta técnica tem por objetivo

restabelecer o quarto como um estímulo discriminativo para dormir, eliminando os

comportamentos incompatíveis (AASM, 2005). O tratamento envolve a remoção de

todos os estímulos que são potencialmente incompatíveis com o comportamento de

dormir (ler, assistir televisão e uso de computadores) (CUNNINGTON, JUNGE,

FERNANDO, 2013).

Como orientação, é sugerido ao paciente que estabeleça determinadas

regras, como deitar-se apenas quando sentir sono para que evite ficar na cama

acordado durante longos períodos, criar hábitos que aproximem da hora de dormir

(escovar os dentes, apagar as luzes); caso não consiga adormecer em cerca de 10

a 15 minutos, levantar-se e dirigir-se a outro cômodo da casa, evitar dormir durante

o dia e manter um horário fixo para levantar-se (AASM, 2005).

Outra técnica é a cronoterapia, um tratamento específico para transtornos do

sono que apresentam insônia devido alteração no ciclo sono-vigília. Para utilizar esta

técnica, o paciente não deve estar tomando nenhum tipo de medicação indutora do

sono e é recomendável que a cromoterapia seja feita em um laboratório do sono

25

e/ou acompanhada por especialista, pois o programa (que é adaptado a cada caso)

consta de várias fases, podendo durar de um a três dias e podendo ser alterado

conforme evolução do paciente (CABALLO, 2008).

O programa tem início estabelecendo-se a chamada “hora de referência”, ou

seja, a hora em que habitualmente o paciente dorme. Nesta fase, ele irá se deitar

três horas após a hora de referência e manterá isto enquanto durar esta fase. Na

próxima fase, o retardo passará a ser de seis horas após a hora de referência.

Seguirá assim até iniciar a próxima fase e atingir a chamada “hora ótima de

sincronização”, que é o melhor ajustamento entre o ritmo biológico e o horário

padrão do ambiente no qual o indivíduo está inserido (CABALLO, 2008). Ao final da

terapia, o horário deverá ser mantido e é aconselhável que o acompanhamento

permaneça durante um ano, sendo realizada a avaliação do sono trimestralmente

(CABALLO, 2008).

Redução do tempo na cama: uma das principais causas da insônia é o tempo

excessivo passado na cama, portanto o principal objetivo do tratamento é provocar

uma leve privação de sono e consequente redução na latência, melhorando a

continuidade e a qualidade do sono (RANGÉ, 2002).

Pacotes de tratamento de amplo espectro: este tipo de tratamento propõe

uma combinação de diversas técnicas para controle e melhora da insônia. Um

exemplo de proposta de tratamento de amplo espectro seria o estabelecimento de

um período de avaliação entre duas e quatro semanas. Depois de concluída a

avaliação, seria iniciada a combinação das técnicas, sendo o treinamento em

relaxamento de duas a três semanas seguido pela reestruturação cognitiva em torno

de duas a três semanas. A partir daí, seria iniciado o tratamento baseado na solução

de problemas, ou seja, as condições comportamentais, ambientais e cognitivas

relacionadas ao fato de dormir mal são analisadas e são traçadas estratégias

individualizadas para melhora da qualidade do sono e redução dos sintomas. A partir

daí, iniciam-se as modificações necessárias. Por fim, vem a fase da manutenção

que pode durar entre três e seis meses com sessões espaçadas para

acompanhamento do progresso e incentivo ao emprego contínuo de estratégias de

mudança de comportamento (CABALLO, 2008).

26

Um estudo realizado com 72 pacientes demonstrou uma melhora substancial

em todos os parâmetros do sono através da utilização da terapia cognitivo-

comportamental. Foi observado menor tempo de latência do sono , melhor eficiência

e qualidade do sono, além de menor frequência de uso de hipnóticos (FORNAL-

PAWŁOWSKA, SZELENBERGER, 2013).

Um outro estudo realizado com pacientes psicóticos que apresentavam além

da insônia, delírios e alucinações, demonstrou que a terapia cognitivo-

comportamental para insônia levou a grandes reduções , tanto da insônia quanto de

delírios a ela relacionados (FREEMAN, STARTUP, MYERS et al., 2013).

O controle de estímulo e a restrição de sono foram consideradas poderosas

intervenções, clinicamente úteis no tratamento comportamental da insônia. Em um

estudo com pacientes que apresentavam insônia e transtorno bipolar, apresentou

resultados satisfatórios. Ambas as técnicas envolvem a privação de sono em curto

prazo (KAPLAN, HARVEY, 2013).

Atualmente diversos estudos vêm comprovando a eficácia da TCC no

tratamento da insônia, mesmo que em um curto período de tratamento. Uma

pesquisa realizada com pacientes psiquiátricos em condição ambulatorial forneceu

evidências preliminares de que o tratamento comportamental abreviado tem efeitos

benéficos sobre a insônia e depressão em longo prazo (WAGLEY, et al., 2013).

4.2 Tratamento cognitivo-comportamental da narcolepsia

A narcolepsia ou síndrome narcoléptica, é uma síndrome que ocasiona

ataques incontroláveis de sono que ocorrem diariamente por pelo menos três

meses. Pode apresentar cataplexia (episódios curtos de perda do tônus muscular)

e/ou paralisia do sono e alucinações hipnagógicas (percepção visual de objetos que

não existem). Importante ressaltar que os sintomas descritos não são associados ao

uso de substâncias psicoativas ou condição médica (APA, 2002).

O tratamento farmacológico é o mais utilizado na narcolepsia embora não

suprima totalmente os sintomas. Em conjunto com o tratamento farmacológico, o

tratamento com enfoque psicoeducativo tem se mostrado bastante eficaz. O objetivo

é orientar o paciente sobre como organizar da melhor maneira seus horários de

27

sono, seja realizando cochilos programados ao longo do dia ou utilizando técnicas

da higiene do sono, etc (CABALLO, 2008).

A narcolepsia, por ser ainda pouco conhecida, traz aos pacientes o estigma

de preguiçosos e apáticos. Portanto, o conhecimento por parte do próprio paciente,

de seus familiares e seu círculo social ameniza o estresse e o preconceito e

contribui para que o paciente tenha melhores expectativas sobre a vida (AASM,

2005).

4.3 Tratamento dos transtornos respiratórios do sono: síndrome de apneia

obstrutiva do sono

Existem atualmente diversas vertentes para o tratamento da apneia do sono,

variando entre o comportamental (reduzindo os fatores de risco como diminuição do

peso ponderal, cessação do tabagismo e mudança de postura corporal durante o

sono), o farmacológico, o mecânico (utilizando-se um dispositivo de pressão positiva

contínua por via nasal ou CPAP) e o cirúrgico (uvulopalatofaringoplastia e

traqueostomia) (SÁNCHEZ et al., 2009).

4.4 Tratamento dos principais transtornos do ritmo circadiano

Síndrome da fase de sono atrasado: os principais sintomas são dificuldade

para iniciar o sono em horário convencional ou para levantar-se pela manhã.

Comum em alterações psicopatológicas como estados depressivos. O tratamento

mais indicado neste caso é a cronoterapia, já descrita anteriormente (CABALLO,

2008).

Síndrome da fase de sono adiantado: os sintomas mais comuns são o início

do sono muito cedo e conseqüente despertar antes do amanhecer. Neste caso, não

deve ser relacionado a transtorno de humor, porém devem-se considerar as

alterações no padrão de sono relacionadas à idade. O tratamento de escolha

costuma ser a exposição a uma luz brilhante e potente, chamada de terapia

luminosa, com o objetivo de modificar o ciclo sono-vigília (CABALLO, 2008).

28

4.5 Tratamento das principais parassonias

Terrores noturnos: são episódios de choro repentino da criança seguidos de

medo intenso e suor frio. Na maior parte dos casos desaparece espontaneamente

com o tempo, porém medicações podem ser utilizadas em casos mais graves

(antidepressivos tricíclicos e benzodiazepínicos). Com relação ao tratamento

comportamental, o treinamento autógeno demonstra bons resultados, porém não

tratável através de psicoterapia (RANGÉ, 2002).

Pesadelos: sonhos intensos e angustiantes. Boa resposta à terapia cognitivo-

comportamental seja modificando o comportamento na fase de vigília ou treinamento

através da imaginação para ensaiar uma maneira melhor e mais adaptativa para

lidar com os pesadelos. Além disso, a dessensibilização sistemática e o relaxamento

também demonstram boa eficácia (CABALLO, 2008).

4.6 Outros transtornos do sono

Sonilóquio: emissão de palavras ou sons durante o sono, porém sem que o

indivíduo perceba. Uma técnica eficaz neste caso é o condicionamento aversivo, ou

seja, apresentar um som aversivo durante as vocalizações do sujeito (CABALLO,

2008).

Bruxismo noturno: é o ranger dos dentes associado a contratura excessiva do

maxilar. Pode ter origem física, psicológica ou neurofisiológica. Os tratamentos mais

eficazes para o transtorno são as técnicas de relaxamento e o biofeedback com

alarme noturno (CABALLO, 2008).

Enurese noturna: Incontinência urinária durante o sono em um período em

que este comportamento não é mais esperado. Dentre os tratamentos estão o

treinamento da capacidade funcional da bexiga e o método do alarme, em que um

som desagradável é produzido assim que as gotas de urina molham a grade

colocada debaixo dos lençóis (CABALLO, 2008).

29

5 DISCUSSÃO

Os transtornos relacionados ao sono têm sido cada vez mais frequentes

devido a desordens orgânicas primárias, estilo de vida com escassez de tempo e

horários irregulares de sono e também devido aos transtornos psicológicos que

podem ocasionar alterações no padrão de sono, como a depressão e a ansiedade.

Existem inúmeros tratamentos para os transtornos do sono, através da

farmacoterapia, porém cada vez mais vem se desenvolvendo outras linhas de

tratamento complementares. Dentre elas destaca-se o tratamento psicológico,

sobretudo na área da terapia cognitivo-comportamental, que demonstra resultados

positivos expressivos, tanto na redução de sintomas quanto na manutenção da

ausência de sintomas em longo prazo.

Diversos estudos na área estão sendo realizados para comprovar a eficácia

da terapia cognitivo-comportamental nesta vertente de tratamento. Dentre os

transtornos do sono que apresentam melhores resultados com o tratamento por

TCC, destaca-se a insônia, por ser um dos transtornos que mais interfere na

qualidade de vida e traz prejuízos cognitivos e psicológicos aos seus portadores.

As técnicas cognitivo-comportamentais mais utilizadas no tratamento dos

transtornos do sono são: a) Técnicas de Relaxamento, com objetivo de reduzir a

ativação do paciente; b) Técnicas de Reestruturação Cognitiva que ajuda o paciente

a identificar e modificar os esquemas e pensamentos automáticos desadaptativos

que podem manter o sintoma por longos períodos; c) Técnicas de Ajuste do Estilo de

Vida, que têm a finalidade de modificar fatores relacionados ao ambiente e aos

hábitos da vida diária que podem ter desencadeado o transtorno ou que são

responsáveis pela sua manutenção.

Os dados disponíveis nos trabalhos publicados mostram estudos com rigor

metodológico embora não se tenha uma amostra grande de pacientes incluídos.

A experiência maior com o tratamento envolvendo TCC é de grupos de

estudo internacionais, sendo exíguos os trabalhos nacionais relacionados ao tema.

Como as técnicas de TCC são padronizadas e validadas, possibilitando a verificação

de alterações comportamentais, isso permite a reprodução das técnicas em estudos

maiores principalmente em outros distúrbios do sono menos frequentes.

30

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A revisão de literatura sobre a abordagem dos transtornos do sono a partir da

teoria cognitivo-comportamental demonstrou que as pesquisas e dados encontrados

ainda são escassos. O transtorno do sono mais estudado sob o foco terapêutico da

TCC foi a insônia, sugerindo que mais estudos serão úteis para determinar a

importância da utilização da TCC em outros distúrbios do sono menos frequentes.

Apesar de não haver um número elevado de estudos relativos ao tema, todos

apresentaram bom resultados demonstrando a eficácia da TCC para tratar este tipo

de transtorno.

31

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33

ANEXOS

Termo de Responsabilidade Autoral

Eu Adriana Furer Barreto, afirmo que o presente trabalho e suas devidas

partes são de minha autoria e que fui devidamente informado da responsabilidade

autoral sobre seu conteúdo.

Responsabilizo-me pela monografia apresentada como Trabalho de

Conclusão de Curso de Especialização em Terapia Cognitivo Comportamental, sob

o título “Transtornos do Sono: Abordagem a Partir da Teoria Cognitivo-

Comportamental”, isentando, mediante o presente termo, o Centro de Estudos em

Terapia Cognitivo-Comportamental (CETCC), meu orientador e coorientador de

quaisquer ônus consequentes de ações atentatórias à "Propriedade Intelectual", por

mim praticadas, assumindo, assim, as responsabilidades civis e criminais

decorrentes das ações realizadas para a confecção da monografia.

São Paulo, __________de ___________________de______.

______________________________

Assinatura do (a) Aluno (a)