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CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO
AUDITORIA E CONTROLADORIA
TURMA: K155 MATRÍCULA: K212166
ALUNO: VERA LÚCIA LEMA VEIGA
ORIENTADOR: LUCIANO GERARD
DATA DE ENTREGA: 28/02/2010
TRABALHO DE MONOGRAFIA:
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
2
CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS
BRASILEIRAS ÀS NORMAS INTERNACIONAIS:
PREPARAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS ÀS
NORMAS INTERNACIONAIS: PREPARAÇÃO DO SISTEMA
FINANCEIRO NACIONAL
FOLHA DE ROSTO
Trabalho acadêmico apresentado ao
Curso de Pós Graduação Auditoria e
Controladoria da À VEZ DO MESTRE,
como parte dos requisitos para
obtenção do Certificado de Pós-
Graduação em Auditoria e
Controladoria.
Por:
3
Vera Lúcia Lema Veiga
Professor-Orientador
Luciano Gerard
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
CONVERGÊNCIA DAS NORMAS CONTÁBEIS BRASILEIRAS ÀS NORMAS
INTERNACIONAIS: PREPARAÇÃO DO SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL
Plano de Pesquisa para Monografia de Pós Graduação em Auditoria e
Controladoria.
APROVADA em: 10 de novembro de 2009
4
Professor-Orientador: LUCIANO GERARD
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
AGRADECIMENTOS Agradeço ao Professor e Orientador Luciano Gerard, pelo apoio e encorajamento contínuos na pesquisa, aos demais Mestres da casa, pelos conhecimentos transmitidos, e à Diretoria da Vez do Mestre Universidade Cândido Mendes, pelo apoio institucional e pelas facilidades oferecidas.
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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
EPÍGRAFE
“Não há nada mais difícil de manejar, mais perigoso de
conduzir ou mais incerto de suceder do que levar adiante
a introdução de uma ordem de coisas, pois a inovação
6
tem por inimigos todos os que se deram bem nas
condições antigas, e por defensores frágeis todos aqueles
que talvez possam se dar bem nas novas.”
Maquiavel, O Príncipe, 1532
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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
Resumo
O presente trabalho tem como objetivo analisar a questão da harmonização das Normas Contábeis brasileiras às internacionais. As profundas transformações verificadas nos últimos anos no cenário econômico mundial impõem a necessidade da convergência de normas de contabilidade e de auditoria em nível internacional. As instituições financeiras devem disponibilizar informações contábeis de alta qualidade, transparentes e comparáveis, bem como possíveis de serem compreendidas por Órgãos reguladores, analistas financeiros, investidores, auditores, contabilistas e demais usuários, independentemente de sua origem e localização. Dessa forma, com o presente trabalho, busca-se analisar as normas e resoluções expedidas pelo BACEN, CVM e CPC, visando adaptar todas as entidades financeiras às normas internacionais de contabilidade, abordando, de forma sucinta as alterações decorrentes da Lei 6404/76 instituídas pelas leis 11.638/2007 e 11.941/2009; alguns fatores que dificultaram durante anos a evolução de nossa contabilidade; principais benefícios e problemas da aplicação das normas
7
internacionais de contabilidade; e expectativa do Banco Central do Brasil após a conclusão desse processo de harmonização. A metodologia empregada se fundamenta na revisão bibliográfica.
Palavras-Chave: Sistema Financeiro Nacional; Harmonização, Comunicados e Resoluções.
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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria Lista de Abreviaturas
AISG – Accounting Internacional Study Group
BACEN – Banco Central do Brasil
CFC – Conselho Federal de Contabilidade
CPC – Comitê de Pronunciamentos Contábeis
COPOM – Comitê de Política Monetária do Banco Central do Brasil
CVM – Comissão de Valores Mobiliários
DOAR – Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos
DMPL – Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido
DRE – Demonstração do Resultado do Exercício
DVA – Demonstração do Valor Adicionado
GATT – Acordo Geral de Comércio e Tarifas
FASB – Financial Accounting Standards Board
IASB – International Accouting Standards Board
IASC – International Accounting Standards Committee
IAS – International Accounting Standards
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil
IFAD – Fórum Internacional para o Desenvolvimento da Contabilidade
IFRS – International Financial Reporting Standards
IOSCO – International Organization of Securities Commissions
8
SUMOC – Superintendência da Moeda e do Crédito
SUSEP – Superintendência de Seguros Privados
US GAAP- Princípios Contábeis Geralmente Aceitos nos Estados Unidos da
América
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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria SUMÁRIO
FOLHA DE APROVAÇÃO ii
AGRADECIMENTOS iii
EPÍGRAFE iv
RESUMO v
1. INTRODUÇÃO 1
1.1. Justificativa do Tema 3
1.2. Problematização 6
1.3. Objetivos 6
1.3.1. Objetivos Gerais 6
1.3.2. Objetivos Específicos 7
2. REVISÃO DE LITERATURA 8
2.1. Considerações Iniciais 8
2.2. Normas Internacionais (NIC) 13
2.2.1. Diferentes classificações e enfoques da Contabilidade Internacional 13
2.2.2. Das informações contábeis a serem divulgadas pelas empresas ao
mercado 15
9
2.3. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional 17
2.4. Normativos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis 19
2.5.Normativos emitidos pelo BACEN 26
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CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
3. METODOLOGIA DO ESTUDO 28
4. ESTUDO DE CASO 29
4.1. Apresentação das Demonstrações Contábeis do Itaú Unibanco Holding SA
– Referente ao 1° trimestre de 2009 29
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 31
6. REFERÊNCIAS 33
10
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A VEZ DO MESTRE
CURSO DE PÓS GRADUAÇÃO
Auditoria e Controladoria
1. Introdução
O desenvolvimento tecnológico acentuado na área de
comunicações, o avanço nos meios de transporte e o crescimento do comércio
internacional, fortaleceram a interdependência entre as diversas nações,
trazendo o fenômeno da globalização de mercados, aproximando cada vez
mais os países.
Inicialmente deve-se ressaltar que as atividades bancárias no Brasil
se resumiam basicamente em captação de depósitos à vista e empréstimos de
curto prazo, mediante descontos. Ainda, a partir de 1920, o controle do
mercado monetário era realizado pela Inspetoria Geral de Bancos, que
posteriormente foi substituída pela Superintendência da Moeda e do Crédito –
11
SUMOC, em decorrência do decreto-lei No. 7.293/1945 (BRASIL, 2009)1.
Ainda, em relação ao referido decreto, observa-se que o mesmo determinou o
controle do volume de crédito, dos meios de pagamento e o depósito
compulsório.
Na década de 50, com o início do desenvolvimento industrial brasileiro,
surgiram diversos bancos.
A Lei no. 4.595/19642, complementada pela Lei 4.728/19653, denominada de
Reforma do Mercado de Capitais, alterou o empregado até então (baseado no
europeu), para o modelo americano que buscou definir especializações por tipo
de instituição.
Em 1966 foi instituído o Comitê de Política Monetária do Banco Central do
Brasil – COPOM, com a finalidade de estabelecer as diretrizes da política
monetária e definir a taxa de juros a serem empregados na economia do país.
Observa-se que a política monetária se realiza por meio do controle da
quantidade de dinheiro em circulação no mercado, permitindo a definição das
taxas de juros. Ressalta-se que o controle de dinheiro é realizado pelo Banco
Central - BACEN, principalmente sob a forma de venda de títulos, pois esta é
uma das funções para se manter o valor da moeda, ou seja, da estabilidade
dos preços dos bens e serviços transacionados nos limites do país. Neste
1 BRASIL. DECRETO-LEI N. 8.495 de 28 de dezembro de 1945. In: www6.senado.gov.br/legislacao/ListaPublicacoes.action?id=34307. Acessado em março de 2009. 2 BRASIL. LEI Nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. In: www.planalto.gov.br/ccivil/leis/L4595.htm. Acessado em março de 2009b. 3 BRASIL. LEI Nº 4.728 - de 14 de julho de 1965. In: www3.dataprev.gov.br/sislex/paginas/42/1965/4728.htm. Acessado em março de 2009c.
12
contexto, deve-se ressaltar a influência decorrente das constantes
transformações que vêm ocorrendo no cenário econômico, no atual momento
da globalização das informações, fato este derivado do poder de investimento
das empresas multinacionais, ao longo de décadas, o que tem exigido uma
padronização nas normas e procedimentos contábeis em nível nacional e
internacional, procedimento este que visa proporcionar aos usuários das
ciências e informações contábeis, devida transparência e confiabilidade que
dela decorre.
Assim, se faz necessário uma análise primorosa dos processos de
padronização das normas e práticas contábeis consolidadas, e da mesma
forma deve-se buscar evidenciar as principais dificuldades encontradas pelos
países para a adoção das normas internacionais de contabilidade. Ademais, se
faz necessário um esforço concentrado pelos respectivos órgãos reguladores
na busca da minimização das divergências existentes entre os inúmeros
organismos contábeis.
Ainda, a velocidade da transmissão de informações e as constantes e
significativas evoluções tecnológicas ocorridas nas últimas décadas
transformaram de forma efetiva o cenário econômico mundial a partir dos
investimentos estrangeiros, dos blocos econômico mundial a partir dos
investimentos estrangeiros, dos blocos econômicos e, especialmente, do
mercado de capitais. As sucessivas alterações, ao longo dos anos, têm-se
caracterizado pela criação de um mercado único e, por conseguinte as
informações econômico-financeiras passaram a ser exigidas fundadas em um
padrão de entendimento aceito em todo o mundo.
13
1.1. Justificativa do tema.
Ressalta-se que a imobilidade da lei levou ao surgimento de inúmeros
emissores de normas contábeis, tais como: CVM – Comissão de Valores
Mobiliários; BACEN – Banco Central do Brasil; SUSEP – Superintendência de
Seguros Privados; CFC – Conselho Federal de Contabilidade; IBRACON –
Instituto dos Auditores Independentes do Brasil, sempre ocasionando esforço
adicional de compatibilização.
Entretanto, em decorrência das barreiras da própria legislação e das normas
fiscais, as normas em vigor diferem das regras internacionalmente aceitas
atualmente. Em relação ao Brasil os fatores determinantes são a:
• Integração dos mercados financeiros internacionais;
• A consolidação dos blocos econômicos;
• A atuação das instituições em vários países; e
• A estabilidade financeira.
O BACEN, da mesma forma busca por meio dessa referida harmonização, o
aprimoramento na qualidade das demonstrações contábeis, tais como:
credibilidade, transparência, comparabilidade para usuários nacionais e
internacionais; Otimização na alocação de capital, atraindo assim mais capital
estrangeiro; Redução do custo de captação.
Ressalta-se que os possíveis benefícios da convergência são, a saber:
• Menores custos de financiamento.
• Acesso mais fácil ao mercado de capitais.
• Maior transparência e comparabilidade.
• Maior credibilidade do mercado financeiro.
• Redução do risco crise.
Em função das tendências internacionais, o Brasil adotou o conjunto de normas
internacionais (IASB).
14
Entretanto, ressalta-se que alguns problemas foram observados na aplicação
dos padrões de contabilidade internacional, tais como:
• Tradução das normas internacionais.
• Complexidade e estrutura dos pronunciamentos.
• Freqüência, volume e complexidade das mudanças das normas
internacionais.
• Limitação do conhecimento sobre as normas internacionais.
• Introdução no sistema de difusão da informação ao mercado.
Para Madeira (2004)4, por meio da harmonização das normas contábeis e de
auditoria, as normas brasileiras deram um grande impulso, se posicionando
entre as mais avançadas do mundo.
Assim, pelo exposto inicialmente pode-se observar a importância do tema em
questão, justificando-se a realização do mesmo.
1.2. Problematização
Com a promulgação da Lei n.° 11.638/20075 e a Lei 11.941/2005, a
qual alterou a lei 6.404/19766 no que se refere a elaboração das
demonstrações contábeis por parte das sociedades anônimas e a escrituração
mercantil, o sistema financeiro começa a sua preparação para o cumprimento
do cronograma estipulado pela Lei, que é a elaboração e publicação das
demonstrações contábeis no padrão da International Financial Reporting
Standards - IFRS.
Dessa forma, questiona-se se diante dessas alterações mencionadas, o
Sistema Financeiro Nacional está se aprimorando na implantação das normas
internacionais em 2010? 4 MADEIRA, G.J. Harmonização de normas contábeis: um estudo sobre as divergências entre normas contábeis internacionais e seus reflexos na contabilidade brasileira. Revista Brasileira de Contabilidade, Brasília, ano 33, n.150, p. 74-83, nov./ dez. 2004 5 BRASIL. Lei n.° 11.638/2007. In: www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11638.ht. Acessado em março de 2009e. 6 BRASIL. Lei No. 6.404/1976. IN. www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/lei6404_1976.htm. Acessado em março de 2009f.
15
1.3. Objetivos
1.3.1. Objetivos gerais
O presente trabalho tem como objetivo analisar a preparação do
Sistema Financeiro pátrio, em relação à harmonização das normas contábeis,
buscando analisar o início da atividade bancária no Brasil, estrutura do Sistema
Financeiro, órgãos normativos e fiscalizadores, importância da padronização
contábil, e principais dificuldades no período de adaptação, e o atual estado
processo de preparação por parte de nossas instituições financeiras para
cumprimento do cronograma de implantação.
Dessa forma, busca-se analisar a adoção das Normas Internacionais de
Contabilidade pelas entidades financeiras sob a égide do Banco Central do
Brasil, fundamentados nas disposições do Comitê de Pronunciamentos
Contábeis – CPC.
1.3.2. Objetivos específicos
• Analisar o processo de adequação do Sistema Financeiro Nacional à
harmonização com as normas internacionais.
• Descrever os pronunciamentos técnicos publicados pelo Comitê de
Pronunciamentos Contábeis e que foram aprovados pelo Conselho
Monetário Nacional.
• Falar brevemente sobre as resoluções emitidas pelo Banco Central.
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. – Considerações Iniciais
Atualmente, o panorama internacional demonstra um crescimento do processo
de internacionalização da economia, que se manifesta por intermédio do
surgimento de blocos econômicos continentais e/ou regionais, a qual deriva de
uma economia aberta e a prática de livre comércio entre os países. Observa-se
que a ampliação das relações socioculturais demonstra que nos dias atuais,
busca-se por meio da integração o desenvolvimento socioeconômico, com a
finalidade de se amparar e fortalecer-se para enfrentar a concorrência a nível
mundial.
Cita-se que a globalização é um fenômeno que atinge todos os setores da
sociedade e da economia mundial; é considerado como um movimento que
intervém diretamente na ação social, cultural e econômica de todos os países.
Por conseguinte, observa-se que a necessidade de manutenção e do
desenvolvimento de novas oportunidades de negócios, as empresas se
inserem cada vez mais no comercio internacional por meio de parcerias,
participações societárias, exigindo da contabilidade informações céleres e
confiáveis.
Segundo Carvalho e Lemes (2002, p. 43)7 "Contabilidade é a mais
internacionalizada de todas as profissões". Nesse, aspecto, os diversos órgãos
internacionais vêm apresentando a devida necessidade de harmonização das
praticas contábeis, a nível global, concretizando dessa forma a Contabilidade
como linguagem universal dos negócios.
7 CARVALHO, L. Nelson, LEMES, Sirlei. A aplicação dos padrões contábeis internacionais no Brasil: um estudo. Revista de Contabilidade CRC-SP, São Paulo, ano 6, n.21, p.43-47, set. 2002.
9
Segundo Padoveze (2006)8, a questão se refere à função e a
importância da contabilidade.
O referido autor que define a contabilidade como, sendo:
A ciência que estuda os fenômenos ocorridos no
patrimônio das entidades, mediante o registro, a
classificação, a demonstração expositiva, a análise e a
interpretação desses fatos, com o fim de oferecer
informações e orientação – necessárias à tomada de
decisões – sobre a composição do patrimônio, suas
variações e o resultado econômico decorrente da gestão
da riqueza patrimonial. (...) A contabilidade pode ser
definida como o sistema de informação que controla o
patrimônio de uma entidade (PADOVEZE, 2006, p. 45).
Ainda, deve-se ressaltar que a contabilidade tem como objetivo
primordial fornecer informações relevantes para que uma entidade seja bem
administrada, mediante o acompanhamento da situação patrimonial e dos seus
resultados. Cita-se que as principais funções da contabilidade, são: registrar,
organizar, demonstrar e acompanhar as mudanças em decorrência de sua
atividade econômica.
Dessa forma, busca-se a comprovação ou não, de que: as principais
dificuldades encontradas pelos países para a abertura dos mercados estão
diretamente relacionadas com as divergências existentes entre as normas e
práticas contábeis adotadas por cada país, e que essas práticas tornam os
resultados das demonstrações financeiras pouco confiáveis.
Nota-se que os métodos adotados para a apuração dos resultados,
quando não adequados aos padrões internacionalmente aceitos atualmente,
geram no investidor incerteza, incomparabilidade, insegurança e não
transparência. Da mesma forma, deve-se ressaltar que as dificuldades de uma
normatização no padrão de práticas contábeis se devem as diversas diferenças 8 PADOVEZE, C.L. Administração Financeira de Empresas Multinacionais. editora: Thomson. 2006, p. 45.
10
estruturais e culturais entre os países, busca-se dessa forma caracterizar no
decorrer do desenvolvimento do presente trabalho, os benefícios que o
estabelecimento de um padrão de normas e práticas contábeis
internacionalmente aceitas, pode trazer para a expansão dos mercados
globalizados e ainda deve-se demonstrar como este processo está se
consubstanciando. Ademais, busca-se evidenciar as principais dificuldades
encontradas para o estabelecimento de um conjunto de normas e práticas
contábil global e identificar os esforços concentrados pelos órgãos reguladores
brasileiros e internacionais para que ocorra uma linguagem contábil
homogênea. Levando-se ainda em consideração as normas emitidas pelo
Comitê de Normas Internacionais de Contabilidade - IASB, visando estabelecer
um padrão internacional de contabilidade, limitando-se aos conjuntos de
normas brasileiras e emitidas pelo IASB vigentes até 31/12/2006 sobre o
referido tema e a Instrução CVM n.º 457/20079.
Em decorrência dessa realidade, as empresas necessitam de novos
padrões administrativos, para abastecer as exigências que passam a existir em
decorrência das grandes movimentações nos campos econômicos, social,
político, tecnológico e financeiro.
Nota-se que a padronização das metodologias contábeis a nível
internacional, vem sendo defendida amplamente, como um instrumento
imprescindível, para viabilizar o ingresso de capitais e contribuir para a
expansão dos negócios das empresas. Neste contexto, deve-se observar que a
preocupação com a atualização, reformulação e adequação das normas e
procedimentos contábeis no contexto do processo de globalização da
economia mundial é um fato manifesto, que não pode deixar de ser registrado.
Por conseguinte, a harmonização dos procedimentos e das normas
contábeis diante ao processo de globalização da economia é uma realidade e
os profissionais da área contábil terão uma oportunidade de contribuir para a
construção do conhecimento universal do pensamento contábil sem fronteiras.
9 BRASIL. Instrução Comissão de Valores Mobiliários - CVM Nº 457 DE 13.07.2007. In:
11
É necessário ressaltar que o Conselho das Normas Internacionais
de Contabilidade - IASB, que substituiu a Fundação Comitê das Normas
Internacionais de Contabilidade – IASC, vem buscando de forma incessante
unificar essas referidas normas para que as Demonstrações Contábeis e a
escrituração contábil satisfaçam a padrões uniformizados mundialmente.
A Convergência das práticas contábeis no âmbito internacional
torna-se uma realidade a partir do fim do século XX e se insere no contexto da
globalização dos mercados e da presença do capital estrangeiro cada vez mais
evidente em nosso país.
Inicialmente, a harmonização no Brasil, foi instituída por meio da
Resolução Nº. 1.055/2005 (BRASIL, 2009)10, onde um Comitê de
Pronunciamento Contábil – CPC que tem como principal objetivo a
convergência das regras, das normas e dos procedimentos contábeis aos
padrões internacionais de contabilidade, visando facilitar o processo de
elaboração e homogeneização das Demonstrações Contábeis.
Ressalta-se que a importância da padronização das normas,
segundo o Comitê de Pronunciamento Contábil, é de reduzir custos nos
investimentos internacionais, facilitar a comunicação internacional com uma
linguagem contábil mais homogênea e reduzir custos do capital.
2.2. Normas Internacionais de Contabilidade (NIC)
Observa-se que o processo gerado pelo estabelecimento de normas
contábeis internacionais relaciona-se diretamente com o próprio crescimento
do comércio e das relações internacionais. Assim, as empresas multinacionais
ao conquistarem novos mercados influenciaram e foram influenciadas pelas
normas contábeis dos países que as recebiam.
Para Mueller (1994), a internacionalização da Contabilidade é o
resultado direto da internacionalização do ambiente político e econômico.
10 BRASIL. RESOLUÇÃO CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE - CFC Nº 1.055
DE 07.10.2005. In: www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/cfc1055.htm. Acessado em Abril de 2009.
12
2.2.1. Diferentes classificações e enfoques da Contabilidade Internacional
Usualmente, um país economicamente ativo e politicamente atuante
exerce uma forte influência sobre um determinado grupo específico de países
no que se refere às normas e princípios contábeis a serem adotados. Esta
característica, de igual forma, é observada em todos os segmentos econômicos
e não só contábeis.
Neste contexto, podem-se citar como exemplo os Estados Unidos
que forma um agrupamento no campo contábil com Canadá, México, Israel,
Filipinas e Japão, por apresentarem amplos e fortes laços políticos e
comerciais, o que resulta em práticas contábeis muito semelhantes.
Analogamente, ressalta-se que a Inglaterra e Escócia, da mesma realizaram
um grupamento com Austrália, Nova Zelândia, Malásia, Paquistão, Índia e
África do Sul, em decorrência direta das relações históricas existentes,
provenientes do período colonial. Por conseguinte, poderia ser formulada uma
classificação que englobassem os Estados Unidos e a Inglaterra, que além de
laços históricos detém também um grande relacionamento político e econômico
(NYAMA et al, 2004)11.
Nota-se que as empresas estrangeiras instaladas em diversos
países com políticas diferentes das de seu país de origem, bem como as
empresas brasileiras que negociam ações em mercados de capitais
estrangeiros, necessitam reportar informações sobre a sua situação
econômico-financeira para os seus diversos usuários internacionais, tais como
os controladores e investidores, no processo de comunicação financeira. Por
conseguinte, a contabilidade, por intermédio das demonstrações contábeis e
outras formas de evidenciação de informações, transforma na principal
ferramenta de divulgação do desempenho empresarial, possibilitando dessa
forma, que seja eficiente a comunicação da empresa com seus diversos
usuários de informações.
11 NYAMA, Jorge Katsumi et al. Princípios contábeis europeus e brasileiros - uma abordagem comparativa. UnB Contábil. Brasília; v. 2, n.1, p. 111-132, 1º sem. 2000.
13
Percebe-se, deste modo, que a contabilidade internacional apresenta
uma dimensão muito importante no processo de evidenciação de informações
econômico-financeiras, ou seja: “a dimensão dos usuários”.
2.2.2. Das informações contábeis a serem divulgadas pelas empresas ao
mercado
Ao se mencionar a questão das características da informação
contábil, as mesmas se referem às qualidades que ela possui para que seja
útil, não só a visão dos usuários internos, bem como das relacionadas à
tomada de decisões dos usuários externos (principalmente os investidores).
Observa-se que os usuários são diferentes em sua natureza.
Sendo que alguns mais aprimorados podem demandar informações
mais complexas do que outros, mas evidentemente todos desejam informações
admissíveis e corretas em tempo hábil.
Por conseguinte, as informações contábeis necessariamente devem
possuir um alto nível de compreensão para facilitar a sua análise e
interpretação por parte dos usuários que a empregam, a qual está diretamente
relacionada à sua natureza. Cita-se que a sua serventia para a tomada de
decisões está diretamente submissa à importância e relevância além da
confiabilidade, bem como à sua comparabilidade e consistência, sem deixar de
levar em consideração que seus benefícios devem ser superiores ao seu custo
de elaboração e divulgação.
É importante ressaltar que a informação poderá propiciar aos seus
usuários, condições adequadas para a avaliação de situações passadas,
presentes e futuras relativas à entidade, querem elas sejam internas ou
externas, conforme se refere às seguintes características qualitativas da
informação, nesse sentido, se faz necessário observar o que Hendriksen &
Breda (1999, p. 96/103)12, a saber:
• Compreensibilidade: a informação deve ser compreensível para ser útil;
12 HENDRIKSEN, Eldon S. & BREDA, Michael F. Van. Teoria da contabilidade. Tradução
da 5ª Edição Americana por Antonio Zoratto Sanvicente. São Paulo: Atlas, 1999.
14
• Relevância: a informação contábil é completa quando ela tiver condições
de fazer diferença numa decisão, ajudando os usuários a fazer
predições sobre eventos passados, presentes e futuros, ou confirmar ou
corrigir expectativas anteriores;
• Confiabilidade: quer dizer que a informação contábil é função de
fidelidade de representação, verificabilidade e neutralidade;
• Comparabilidade: permite aos usuários identificar semelhanças e
diferenças entre dois conjuntos de fenômenos econômicos, a qual
depende da uniformidade e da consistência.
Geralmente as demonstrações contábeis são divulgadas em meios
de comunicação de grande leitura para que o mercado possa tomar
conhecimento da situação econômico-financeira de uma empresa. No
mercado, geralmente são destacados os acionistas (investidores) e os
credores, os quais tomam decisões de investimentos e concessões de créditos.
Nas informações demonstradas, as quais poderão ser analisadas
por investidores e auxiliá-los em sua escolha de investimento, existe
determinados pontos que podem ser destacados, dentre eles, cita-se os
seguintes (FRANCO, 2005)13:
• A avaliação da lucratividade e rentabilidade do negócio;
• A verificação do tempo de retorno do investimento;
• A análise da geração de caixa operacional;
• A avaliação da capacidade de pagamento das obrigações assumidas,
dentre outros.
2.3. Estrutura do Sistema Financeiro Nacional
O Sistema Financeiro Nacional do Brasil é formado por um conjunto
de instituições financeiras voltadas para a gestão da política monetária do governo
federal. É composto por entidades supervisoras e por operadores que atuam
no mercado nacional e orientado por três órgãos normativos, o Conselho Monetário
13 FRANCO,Hilário. Revista Brasileira de Contabilidade. Brasília, n.º105: set-out. 2005.
15
Nacional (CMN), o Conselho Nacional de Seguros Privados (CNSP) e o Conselho de
Gestão da Previdência Complementar (CGPC).
O Banco Central do Brasil que é uma autarquia federal integrante do
Sistema Financeiro Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda do Brasil. Assim
como os outros bancos centrais do mundo, o brasileiro é a autoridade monetária
principal do país, tendo recebido esta competência de três instituições
diferentes: a Superintendência da Moeda e do Crédito (SUMOC), o Banco do Brasil (BB) e
o Tesouro Nacional.
O Bacen está em processo de adoção das Normas Internacionais de
Contabilidade elaboradas pelo IASB. Atualmente tanto bancos centrais como
entidades privadas, seguem regras contábeis vigentes nos países onde são
sediadas, dificultando principalmente, as análises comparativas internacionais.
A adoção das normas do IASB deve tornar as demonstrações
financeiras do BACEN, mais comparáveis às internacionais. Permitindo um
entendimento melhor de suas operações por parte de entidades de outros
países, resultando em maior credibilidade externa de sua instituição. Em razão
de os bancos centrais possuírem operações específicas e que não estão
contempladas nas regras do IASB, eventualmente deverá ser necessário
aplicar um tratamento diferente do padrão contábil internacional.
Ressalta-se que o órgão que tem desempenhado um papel de
destaque no processo de harmonização das normas contábeis internacionais é
o Fundo Monetário Internacional – FMI, que vem apoiando o trabalho
desenvolvido pelo IASB sucessor do IASC - International Accounting Standards
Committee, incentivano as empresas, os governos e os organismos
normatizadores de cada país, a adotarem as novas regras.
2.4 Normativos emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis –
CPC.
Até o presente momento o CPC já emitiu 32 pronunciamentos (17
aprovados) tendo uma programação até o final do 3° trimestre, de emitir mais
10 pronunciamentos.
16
Porém aprovados pelo Conselho Monetário Nacional, foram apenas os
CPC’s:
• CPC 01 – Redução ao Valor Recuperável de Ativos .
O objetivo do Pronunciamento Técnico CPC 01 – Redução ao Valor
Recuperável de Ativos é definir procedimentos visando a assegurar que os
ativos não estejam registrados contabilmente por um valor superior àquele
passível de ser recuperado no tempo por uso nas operações da entidade ou
em sua eventual venda. Caso existam evidências claras de que os ativos estão
registrados por valor não recuperável no futuro, a entidade deverá
imediatamente reconhecer a desvalorização, por meio da constituição de
provisão para perdas.
O pronunciamento aplica-se a todos os ativos ou conjuntos de ativos
relevantes relacionados às atividades industriais, comerciais, agro-pecuárias,
minerais, financeiras, de serviços e outras. No caso de pronunciamento
específico que trate da matéria para alguma classe de ativos em particular,
prevalecerá essa determinação específica.
A entidade, por ocasião da elaboração das demonstrações contábeis
anuais, deve avaliar se há alguma indicação de que seus ativos ou conjuntos
de ativos, porventura perderam representatividade econômica, considerada
relevante.
Devem ser consideradas as seguintes indicações:
a) O valor de mercado do ativo diminuiu sensivelmente, mais do que seria
de se esperar como resultado da passagem do tempo ou do uso norma.
b) Ocorreram, ou ocorrerão em futuro próximo, mudanças significativas no
ambiente tecnológico, de mercado, econômico ou legal, no qual a
entidade opera ou no mercado para o qual o ativo é utilizado.
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c) As taxas de juros de mercado, ou taxas de mercado de retorno sobre
investimentos aumentaram, e esses acréscimos provavelmente afetarão
a taxa de desconto utilizada no cálculo do valor de um ativo em uso e
diminuirão significativamente o seu valor recuperável.
d) O valor contábil do patrimônio líquido da entidade se tornou maior do
que o valor de suas ações no mercado.
e) Evidência disponível de obsolescência ou dano físico.
f) Ocorreram, ou ocorrerão em futuro próximo, mudanças significativas
com efeito adverso sobre a entidade, na medida ou maneira em que um
ativo é ou será utilizado.
• CPC 03 – Demonstração do Fluxo de Caixa.
As informações sobre os fluxos de caixa de uma entidade são úteis para
proporcionar aos usuários das demonstrações contábeis uma base para avaliar
a capacidade de a entidade gerar caixa e equivalentes de caixa e as
necessidades da entidade para utilizar esses recursos.
O objetivo deste pronunciamento técnico é exigir o fornecimento de
informação acerca das alterações históricas de caixa e equivalentes de caixa
de uma entidade por meio de uma demonstração que classifique os fluxos de
caixa durante os períodos provenientes das atividades operacionais, de
investimento e de financiamento.
A entidade deve elaborar demonstração dos fluxos de caixa de acordo com
os requisitos deste Pronunciamento e apresentá-la como parte integrante das
suas demonstrações contábeis divulgadas ao final de cada período.
As entidades precisam de recursos de caixa para efetuar suas operações,
pagar suas obrigações e prover um retorno para seus investidores. Sendo
assim, este Pronunciamento requer que todas as entidades apresentem uma
demonstração de fluxo de caixa.
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As informações sobre os fluxos de caixa são úteis para avaliar a capacidade
de a entidade gerar recursos dessa natureza e possibilitam aos usuários
desenvolver modelos para avaliar e comparar o valor presente de futuros fluxos
de caixa de diferentes entidades.
• CPC 05 – Divulgação sobre Partes Relacionadas.
O objetivo deste Pronunciamento Técnico é assegurar que as
demonstrações contábeis de uma entidade contenham as divulgações
necessárias para evidenciar a possibilidade de que sua posição financeira e
seu resultado possam ter sido afetados pela existência de transações e saldos
com partes relacionadas.
Este Pronunciamento deve ser aplicado ao:
a) Identificar relacionamentos e transações com partes relacionadas.
b) Identificar saldos existentes entre a entidade e suas partes
relacionadas.
c) Identificar as circunstâncias em que é exigida a divulgação dos
saldos, relacionamentos e transações.
d) Determinar as divulgações a serem feitas relativamente a essas
alíneas.
O relacionamento com partes relacionadas pode ter efeito nos resultados e
na posição financeira da entidade. As partes relacionadas podem efetuar
transações que partes não relacionadas normalmente não realizariam.
As seguintes partes não são necessariamente partes relacionadas quando:
a) Duas entidades simplesmente por terem em comum, um
administrador ou outro membro do pessoal chave da administração.
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b) Dois investidores simplesmente por partilharem o controle conjunto
sobre uma joint venture.
c) Entidades que proporcionam financiamentos; sindicatos; entidades
de serviços públicos; departamentos e agências governamentais,
simplesmente em virtude dos seus negócios normais com a entidade.
d) Cliente, fornecedor, franqueador, concessionário, distribuidor ou
agente geral com quem a entidade mantém volume significativo de
negócios, meramente em razão da resultante dependência
econômica.
2.5. Normativos emitidos pelo Bacen
O Banco Central do Brasil, visando à adequação das entidades
financeiras sob sua égide, acerca da harmonização às Normas Internacionais –
IAS, publicou até o momento 5 (cinco) normativos.
Comunicado 14.259 de 10 de março de 2006, que teve como objetivo
informar os procedimentos para a convergência das normas de contabilidade e
auditoria aplicáveis às instituições financeiras e às demais instituições
autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil com as normas
internacionais promulgadas pelo International Accounting Standards Board
(IASB) e pela International Federation of Accountants (IFAC).
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Comunicado 16.669 de 20 de março de 2008, que teve como objetivo
informar que as disposições da nova legislação societária visam ao
alinhamento das práticas contábeis nacionais às melhores práticas
internacionais, objetivando fortalecer a credibilidade da informação, facilitar o
acompanhamento e a comparação da situação econômico-financeira e do
desempenho das instituições, possibilitar a otimização na alocação de capitais
e contribuir para a redução de
custos de captação e operacionais, nesse último caso eliminando a
necessidade de elaboração, por parte das instituições com atuação
internacional, de múltiplos conjuntos de demonstrações contábeis.
Anexo a este comunicado, foi definido o cronograma de adaptação a Lei
n.° 11.638 de 2007, com data de encerramento dos 13 assuntos, a serem
abordados até setembro de 2008.
A resolução 3.533, de 31 de janeiro de 2008, estabelece procedimentos
para classificação, registro contábil e divulgação de operações de venda ou de
transferência de ativos financeiros.
A resolução 3.534 de 31 de janeiro de 2008, define termos relacionados
aos instrumentos financeiros, para fins de registro contábil.
A resolução 3.535 de 31 de janeiro de 2008, dispõe sobre
procedimentos aplicáveis no reconhecimento, mensuração e divulgação de
provisões, contingências passivas contingências ativas.
3. Metodologia do estudo
Para a classificação desta pesquisa foi adotada a taxonomia
proposta por Vergara (2004)14. Segundo esta classificação, as pesquisas
podem ser classificadas quanto aos fins e quanto aos meios.
Quanto aos fins, a pesquisa pode ser classificada como explicativa,
pois demonstra as principais diferenças que marcaram significativamente a
história da contabilidade no processo de globalização dos mercados.
A pesquisa se dividiu em dois momentos, onde a primeira parte o
estudo se direcionou a importância da adoção das normas internacionais para
o nosso Sistema Financeiro, informando os possíveis benefícios dessa
harmonização.
Em um segundo momento foi abordado à estrutura do Sistema
Financeiro, com seus principais emissores de normas (CVM, BACEN, CPC),
assim como os normativos e pronunciamentos publicados até a presente data.
Em relação aos meios, a pesquisa foi bibliográfica, pois a
fundamentação teórica foi desenvolvida através da utilização de dados
extraídos de livros, artigos e revistas disponibilizados em bibliotecas e meios
eletrônicos como a internet.
14 VERGARA, S. C. Estudos organizacionais e Metodologia da Pesquisa; São Paulo; Atlas; 2004.
4. Estudo de Caso
4.1. Apresentação das Demonstrações Contábeis do Itaú Unibanco
Holding SA referente ao 1° trimestre de 2009.
As demonstrações contábeis do Itaú Unibanco, e de suas controladas
(Itaú Unibanco Consolidado) foram elaboradas de acordo com a Lei das
Sociedades por Ações, incluindo as alterações introduzidas pela Lei n.° 11.638,
de 28/12/2007, e pela Lei 11.945/09, em consonância, quando aplicável, com
os normativos do BACEN, do Conselho Monetário Nacional, da Comissão de
Valores Mobiliários, Superintendência de Seguros Privados, e do Conselho
Nacional de Seguros Privados, que incluem práticas e estimativas contábeis no
que se refere à constituição de provisões.
Em nota explicativa (n), o Banco Itaú informa que as principais
alterações promovidas pela Lei 11.638/07, já estão contempladas nas
demonstrações apresentadas, incluindo regulamentações da CVM que não
conflitam com regulamentações do BACEN, como: Divulgação sobre Partes
Relacionadas (CPC 05), Custos de Transação e Prêmio na Emissão de Títulos
e Valores Mobiliários (CPC08), Demonstração do Valor Adicionado (CPC 09) e
Pagamento Baseado em Ações (CPC 10).
Entretanto, ainda aguardam regulamentação do BACEN para entrar em
vigor as seguintes normas: Efeito nas Mudanças nas Taxas de Câmbio e
Conversão de Demonstrações Contábeis; Ajuste a valor presente para as
operações ativas e passivas de longo prazo e para as relevantes de curto
prazo.
As regulamentações citadas acima, referem-se à pronunciamentos publicados
pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC.
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São eles: CPC 05 – Aprovado pela Deliberação CVM n.° 560/08; CPC 08 –
Aprovado pela Deliberação CVM n.° 560/08; CPC 09 – Aprovado pela
Deliberação CVM n.° 557/08 e CPC 10 – Aprovado pela Deliberação CVM n.°
562/08.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho tem o objetivo de responder a seguinte questão:
O Sistema Financeiro Nacional está se preparando para a implantação das
normas internacionais em 2010?
Pode-se concluir que a denominada harmonização das práticas
contábeis globais parece ser uma tendência inevitável. Ressalta-se que não foi
empregado o termo padronização no decorrer deste trabalho, pois o mesmo é
um assunto complexo e de uma realidade muito distante. Entretanto, a
denominada harmonização, comandada pelo IASB, se fundamenta em normas
mais flexíveis e adaptáveis à realidade de cada país, sendo aceita amplamente
e de bom grado e ainda contando com apoios relevantes como da IOSCO e
União Européia.
Analisando as demonstrações contábeis do 1° trimestre de 2009 de
um dos grandes bancos de nosso país, o Itaú Unibanco, entidade sob a égide
do Banco Central, percebe-se que nela já contemplam regulamentações da
CVM que não conflitam com as regulamentações do Bacen.
No balanço deste 1° trimestre de 2009 do Banco Itaú Unibanco,
foram incluídas demonstrações com base nos pronunciamentos CPC 05 –
Divulgação sobre partes relacionadas; CPC 08 – Custo de transação e prêmio
de emissão de títulos e valores mobiliários; CPC 09 – Demonstração de valor
adicionado e CPC 10 – Pagamento baseado em ações, que embora ainda não
aprovadas pelo Banco Central, demonstram que a empresa já está adaptando
suas demonstrações com base nos pronunciamentos técnicos do Comitê de
Pronunciamentos Contábeis.
No entanto, pode se observar a existência de críticas quanto ao
processo de internacionalização das normas contábeis tais como: as diferenças
na formação e tradição de cada país; a presumível ruptura da soberania
nacional; a politização da contabilidade e a sobrecarga de normas.
Dessa forma, pode-se concluir que Sistema Financeiro Nacional, por
meio de seus órgãos reguladores, Banco Central e Comissão de Valores
Mobiliários, através da emissão de comunicados e circulares, e com apoio do
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Comitê de Pronunciamentos Contábeis, demonstra que está a todo vapor
nesse processo de harmonização.
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6. REFERÊNCIAS
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BRASIL. Lei n.° 11.638 – de 28 de dezembro de 2007. In:
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BACEN – Normas sobre Convergência no âmbito do SFN
http://www.bacen.gov.br/?CONVNORM
BACEN – Convergência das Normas contábeis do SFN às Normas
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